Plano Estadual de Saúde 2020 - 2023
Plano Estadual de Saúde 2020 - 2023
Plano Estadual de Saúde 2020 - 2023
MISSÃO
“Garantir o acesso a saúde de qualidade a todos os cidadãos através de redes de atenção resolutivas,
gestão eficiente e desenvolvimento regional.”
VISÃO DE FUTURO
“Ser uma instituição de excelência no Estado, resolutiva e inovadora na gestão do SUS até 2030”
VALORES
Qualidade e Humanização
Governador do Estado
Helder Zahluth Barbalho
Coordenação e Elaboração
Secretário de Estado de Saúde Pública
Rômulo Rodovalho Gomes
Assessores
Iury Conceição Ferreira
José Horácio Coelho Albuquerque
Maitê Silva Martins Gadelha
Rita de Cássia Gomes
Wesley Carvalho de Almeida
Antônia T. Moreno de Abreu Coelho
Flávio José do C. Reis Junior
Gabriela Dias Ferreira Araújo
126
• Resolução nº 140 de 09 de Agosto de 2018 baseada na Resolução CIT nº 37 de
22 de março de 2018, que aprova, com base na configuração das treze Regiões de Saúde
existentes, a instituição das quatro Macrorregiões de Saúde como espaço regional
ampliado para garantir a resolutividade das Redes de Atenção à Saúde passando o
Estado a contar com o seguinte desenho, conforme figuras abaixo:
Figura 1- Regiões de Saúde do Estado do Pará
Fonte: ASCOM/SESPA,2019
Figura 2- Macrorregião de Saúde I
13
Figura 3- Macrorregião de Saúde II
14
Figura 5- Macrorregião de Saúde IV
15
1- ANÁLISE SITUACIONAL
16
Quanto à estrutura da gestão pública à predominância é a gestão municipal com
97,48%, seguida da estadual com 1,49% e 1,03% é de gestão dupla, este último tipo de
gestão refere-se à rede dos 35 municípios que permanecem com seus recursos sob
gestão estadual.
Gráfico 2 - Estabelecimentos de Saúde por Tipo de Gestão com o SUS
Quando se analisa esta rede por tipologia e com vínculo com o SUS identifica-se
que o quantitativo passa para 3.617 estabelecimentos de saúde, correspondendo a
54,32% de cobertura em relação ao total de estabelecimentos de saúde do Estado, que
distribuída de acordo com o nível de atenção observa-se que 65,63% são representadas
pelo nível de Atenção Primária, 12,63% pela rede Ambulatorial Especializada, 5.92%
pela rede Hospitalar, 8,05% pela rede de Sistema de Apoio Diagnóstico e 1,08% pelo
Apoio Logístico.
17
Gráfico 4- Rede Assistencial por Tipologia
18
população expressiva no Estado. Outro destaque se faz quanto à área de promoção à
saúde com a existência de 94 Polos da Academia da Saúde.
Gráfico 5 - Rede de Estabelecimento de Saúde da Atenção Primária por Tipologia
Atenção Especializada
A cobertura da rede de Atenção Especializada no Estado do Pará é um dos
grandes desafios da gestão no que se refere à garantia do acesso aos serviços de média e
alta complexidade ambulatorial e hospitalar, mesmo com o avanço no processo de
regionalização, a fragmentação do atendimento no sistema de saúde persiste.
Um desses desafios é criar estratégias para a ampliação do acesso e da
resolutividade das ações e serviços de média e alta complexidade através da organização
da Rede de Atenção à Saúde – RAS nas regiões de saúde, com a finalidade de
complementação e da oferta de ações e serviços de atenção secundária e a atenção
terciária nas macrorregiões de saúde, aliando a Epidemiologia e a Economia da Saúde
para dar respostas oportunas e qualificadas à população.
Atualmente a rede assistencial ambulatorial especializada com vínculo com o
SUS, de acordo com o CNES, apresenta uma cobertura de 12,63% do total de
estabelecimentos no Estado conforme o gráfico nº 4 acima, sendo um indicativo da
existência de um vazio assistencial nessa modalidade de atendimento á população. No
entanto, muito já se avançou nesta área a partir da implantação dos hospitais regionais
onde o maior investimento foi nos serviços de alta complexidade com a finalidade de
descomprimir a capital do Estado e atender o paciente mais próximo de sua residência.
Como demonstrado no gráfico abaixo a maior cobertura dessa modalidade de
atendimento está na macrorregião I com 29,10% enquanto que a macrorregião III
apresenta a menor cobertura com 19,91%.
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Gráfico 6- Rede de Atenção Especializada Ambulatorial por Macrorregião
Fonte: CNES-05/2019
atendimento
Central Est. de
C. Atenção Centro de Clínica Policlínica
Pronto
Notificação,
Total
Hemoterápic Atenção Especializada
Região de Saúde Captação e
a e/ou Psicossocial /Ambulatório
Distr. de
Hematológica (CAPS) Especializado
Órgãos
Araguaia 1 11 - 63 11 2 88
Baixo Amazonas 1 4 - 123 5 2 135
Carajás 1 9 - 204 24 1 239
Lago de Tucuruí 1 6 1 24 14 2 48
Metropolitana I 2 14 1 535 61 8 621
Metropolitana - 6 - 16 2 3 27
II
Metropolitana 1 11 - 95 10 3 120
III
Rio Caetés 2 7 - 52 1 2 64
Tapajós - 3 - 14 2 1 20
Tocantins 1 9 - 28 13 2 53
Xingu - 9 - 20 1 2 32
Marajó I - 3 - - - - 3
Marajó II - 5 - 1 - 1 7
Total 10 97 2 1175 144 29 1457
Fonte: CNES – 07/2019
Em relação à análise da ampliação do acesso na média complexidade, referente à
evolução crescente apresentada na série histórica de 2014 a 2018, destaca-se os 05
principais subgrupos que contribuíram para esse incremento, como: Diagnóstico em
Laboratório Clínico, Diagnóstico por Radiologia, Diagnóstico por Teste Rápido,
20
Diagnóstico por Ultrassonografia e Métodos Diagnósticos em Especialidades. Observa-
se no gráfico 7 que a área de Análises Clínicas é predominante enquanto que o
diagnóstico por imagem ainda apresenta um déficit no atendimento ambulatorial de
média complexidade, o que contribui para a formação de fila de espera.
Gráfico7- Evolução dos procedimentos de média complexidade, por subgrupo realizados na Rede
SUS-2014-2018
Fonte: SIA/DATASUS/MS/2019
21
Quanto à Rede Hospitalar com vínculo com o SUS segundo o desenho por
macrorregião de saúde observa-se no gráfico 9 que a maior concentração é na
macrorregião I com 31,31% de cobertura seguido da macro IV com 27,10%, macro II
com 23,83% e a macro III com 17,76%.
Gráfico 9- Rede Hospitalar com vínculo com o SUS por Macrorregião
22
Em relação à tipologia dos leitos gerais prevalecem os leitos clínicos e
cirúrgicos, observa-se a baixa cobertura de leitos complementares no Estado.
Estratificando por regiões de saúde, observa-se no quadro abaixo que a maior cobertura
dos leitos gerais se localiza na região Metropolitana I, seguida da Metropolitana III,
Baixo Amazonas e Carajás enquanto as regiões do Marajó I e II permanecem com
baixas coberturas.
Quadro 4 - Leitos SUS por Tipologia e Região de Saúde
Complementar
Especialidades
Hospital/DIA
Obstétrico
Pediátrico
Cirúrgico
Região
Clínico
Outras
de Total
Saúde
Fonte: SIH/DATASUS/MS
23
Para o desenho dos leitos de UTI, os mesmos totalizam 1.038 leitos dos quais
48,55% são vinculados ao SUS, enquanto não SUS apresenta 51,45% de cobertura.
Verifica-se no quadro 5 que a predominância dos leitos SUS são de UTI Adulto tipo II
com 267 leitos seguido dos leitos UTI Neonatal tipo II com 140 leitos, com destaque
aos 10 leitos de UTI coronariana, no entanto não há disponibilidade em todas as
tipologias, perfil que necessita de maior atenção visando à garantia de acesso para este
tipo de atendimento.
Quadro 5 - Número de leitos tipo UTI com vínculo com o SUS.
Especialidade Total Qtd. Leitos SUS Qtde. Leitos não SUS
UTI Adulto - Tipo I 158 0 158
UTI Adulto - Tipo II 420 267 153
UTI Adulto -Tipo III 75 6 69
UTI Pediátrica - Tipo I 32 0 32
UTI Pediátrica - Tipo II 90 79 11
UTI Neonatal - Tipo I 70 0 70
UTI Neonatal - Tipo II 163 140 23
UTI Neonatal - Tipo III 8 0 8
UTI de queimados 2 2 0
UTI coronariana Tipo II - Uco Tipo II 10 10 0
UTI coronariana Tipo III - Ou Tipo III 10 0 10
Total e (%) 1.038 504 (48,55%) 534 (51,45%)
Fonte: CNES – 07/2019
Fonte: SIH/DATASUS/MS
24
Sistema de Apoio Diagnóstico representado em sua maioria pela rede de serviços de
análises clínicas e de imagem são uma das restrições para o atendimento complementar
na assistência à saúde da população, que de acordo com o cadastro no CNES representa
apenas 6,26% dessa Rede Assistencial. Esse perfil é bastante reduzido conforme o
gráfico abaixo.
Gráfico 13- Rede de Sistema de Apoio por Macrorregião Pará
25
Sistema de Apoio Logístico- deve ser estruturado considerando um aproveitamento
racional dos seus recursos, onde envolve: transporte sanitário relacionado aos serviços
realizados por ambulâncias comuns e transporte de paciente de tratamento contínuo,
identificação e acompanhamento dos usuários, central de agendamento de consultas,
exames e procedimentos especializados, central de leitos; prontuário eletrônico.
No Estado do Pará essa estrutura representa apenas 6,26% dentro da rede
cadastrada no CNES, mas especificamente na tipologia da área da regulação e
transporte sanitário, este último referente ao atendimento móvel de urgência, pois as
secretarias municipais ainda não realizam o cadastro de sua frota de ambulâncias e
veículos de transporte de paciente de tratamento contínuo.
Quanto á identificação do paciente ressalta-se que o cartão SUS é o instrumento
que teve sua implantação efetivada em todo o Estado. No entanto, quanto ao Prontuário
Eletrônico do SUS apenas a capital, Belém possui implantado em todas as UPAS e em
algumas unidades. Apesar do mesmo ser ofertado gratuitamente pelo Ministério da
Saúde onde os municípios deverão fazer a adesão ao investimento, os problemas
relacionados à conectividade ainda é um dos entraves na implantação de tecnologias. A
proposta da gestão estadual é avançar neste aspecto visando garantir maior agilidade no
atendimento ao cidadão.
Dentre as estruturas do apoio logístico a maior representação no CNES, é das
centrais de regulação que tiveram uma grande expansão através da implantação das
Centrais de Regulação Municipais e dos 06 Complexos Reguladores Regionais de
coordenação estadual que cobrem as 13 regiões de saúde. De modo geral a
predominância das estruturas é destacada na macrorregião I com 82 serviços onde se
sobressai o transporte sanitário através das 122 unidades móveis de nível pré-hospitalar
na área de urgência. As regiões de Saúde com maior cobertura são a Metropolitana I,
Metropolitana III e Araguaia, conforme quadro abaixo.
Quadro 7 - Rede do Sistema Logístico por Macrorregião de Saúde
Macrorre Unid. Unid. M. Pré- Central Apoio
Região Unid. M.
gião de M Hosp. Área Regulação Total Logístico
Saúde Terrestre
Saúde Fluvial Urgência Acesso
Metro I 1 7 28 11 47
Tocantins 4 5 3 7 19
Macro I 29,18
Marajó I 2 1 0 5 8
Marajó II 3 3 1 1 8
Metro II 0 3 6 3 12
Macro II Metro III 0 6 19 13 38 28,47
Rio Caetés 0 3 13 14 30
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B. Amazonas 5 7 6 2 20
Macro
Tapajós 0 2 0 0 2 14,95
III
Xingu 0 3 7 10 20
Araguaia 0 3 16 14 33
Macro
Carajás 0 5 13 10 28 27,40
IV
L. de Tucuruí 0 0 10 6 16
Total 15 48 122 96 281 100%
Fonte: CNES /07/2019
27
Quanto à identificação dos estabelecimentos que realizam atendimento de saúde
da Rede assistencial sob gestão estadual de natureza pública conta com 25 EAS, dos
quais 02 ainda realizam atendimento de atenção primária, sendo que o foco principal é
na atenção especializada de média e alta complexidade tanto ambulatorial como
hospitalar conforme quadro abaixo.
28
execução por parte do Estado (órgão contratante) e o terceiro ou órgão público
contratado.
Com a implantação dos novos hospitais regionais o Estado adotou a modalidade
de contratação de 04 Organizações Sociais de Saúde – OSS que gerenciam 17 hospitais
regionais, localizados em 13 municípios de 10 regiões de saúde e fazem a cobertura nas
04 macrorregiões conforme quadro abaixo.
Quadro 10- Estabelecimentos Assistenciais Estaduais Gerenciados por Organizações Sociais de Saúde – OSS
Organização
Macrorregião de Região
Município Estabelecimento Sociais de
Saúde de saúde
Saúde
Hospital Metropolitano de
Pro-Saúde
Ananindeua Urgência e Emergências
Hospital Público Estadual Galileu Pro-Saúde
Hospital Jean Bitar INDSH
Metro I Hospital Oncológico Infantil
Pro-Saúde
Octavio Lobo
Belém Hospital Regional Dr. Abelardo
AISCMP
Santos
Centro Integrado de Inclusão e
INDSH
Reabilitação-CIIR
MACRO I Hospital Regional Público do
Marajó II Breves INDSH
Marajó
Hospital Materno Infantil de
Tocantins Barcarena INDSH
Barcarena
Ipixuna do
Hospital Geral de Ipixuna do Pará INDSH
Pará
Metro III
Hospital Regional Público do Leste
Paragominas INDSH
do Pará
Hospital Regional Público de
MACRO II Rio Caetés Capanema AISCMP
Capanema
Hospital Regional Público da
Xingu Altamira Pro-Saúde
Transamazônica
Hospital Regional do Baixo
MACRO III Baixo
Santarém Amazonas do Pará Dr. Waldemar Pro-Saúde
Amazonas
Penna
Hospital Regional do Sudeste do
Carajás Marabá
Pará Dr. Geraldo Veloso Pro-Saúde
Hospital Regional Público do
Araguaia Redenção ASELC
MACRO IV Araguaia
Tailândia Hospital Geral de Tailândia INDSH
Lago
Tucuruí Unidade de Alta Complexidade em
Tucuruí Pro-Saúde
Oncológica-UNACON
Fonte: DDRA/SESPA
Obs.: Organização Social - Pro Saúde, AISCMP -Associação da Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de Pacaembu., INDSH - Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano, ASELC -
Associação de Saúde Esporte, Lazer e Cultura.
29
de abrangência de 06 regiões de saúde realizando atendimento ambulatorial e hospitalar.
O financiamento de fonte federal corresponde a 80,21%, com participação de
cofinanciamento do tesouro estadual em 19,79%, conforme quadro abaixo.
Quadro 11- Relação dos Prestadores de Saúde Privados Contratualizados com a Gestão Estadual
Macrorregião
Região de saúde Município Nome do estabelecimento
de saúde
Metropolitana I Marituba Hospital Divina Providência
Macro I Igarapé-Miri Hospital Afonso Rodrigues
Tocantins
Abaetetuba Hospital Julia Seffer
Bujaru Hospital São Lucas
Metropolitana II Sto. Anton.
Hospital e Maternidade Santo Antônio
Tauá
Augusto Corrêa Hospital e Maternidade São Miguel
Clínica Ultrapreven
Macro II
Laboratório de Análise C. de Bragança
Rio Caetés Instituto Médico de Bragança
Bragança
Hospital S. A. Maria Zacarias
Hospital Geral de Bragança
Hospital Clínicas de Bragança
Alenquer Ação Social Beneficente Santo Antônio
Macro III Baixo Amazonas Hospital Nove Abril na Providênci0061 de
Juruti
Deus
Hospital São José
Macro IV Carajás Rondon do Pará
Clínica Monte Sinai
Fonte: DAS/DDASS/SESPA
30
1.2 - REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
31
Quadro 13- Quantitativo de Leitos Neonatais Existentes SUS
Leitos Neonatais
Macrorregião Região Estabelecimento
Canguru
de de Município de
UCI
Saúde Saúde Saúde UTI UCI
32
Conforme análise de mortalidade infantil no Estado do Pará no período de 2014
a 2018, houve, em média, 2.150 óbitos infantis ao ano, com taxa de mortalidade média
de 15,31 óbitos por 1000 nascidos vivos. O ano de 2016 caracterizou-se por apresentar
um aumento do coeficiente/taxa, com incremento de 4,01% da taxa de mortalidade em
relação a 2015, e em 2017 e 2018 já se observa recuperação da tendência de redução
dos anos anteriores, com o registro de 4,24% (somados os dois anos) de redução do
coeficiente, como podemos observar no Quadro 14. Nesse ano observou-se
concentração dos óbitos, visto que houve queda de mais de 6.000 nascimentos e
manutenção do número absoluto de óbitos. Este fato perece estar associado à orientação
mais efetiva com relação ao Planejamento Reprodutivo por ocasião da Emergência
Nacional relacionada à Síndrome Congênita por Zika vírus (2015-2016).
Quadro 14 -Taxa de Mortalidade Infantil no Estado do Pará, por Região de Saúde, 2014 a 2018.
Com relação às Macrorregiões de Saúde, observa-se que desde 2014 a Macro III,
que inclui municípios da Região Baixo Amazonas, Tapajós, Xingu, tem sido a que
apresenta a maior taxa de mortalidade infantil.
33
Gráfico 14- Taxa de Mortalidade Infantil, segundo Macrorregião de Saúde, 2014 a 2018.
Óbitos Infantis e Fetais Investigados- Embora este indicador tenha sido excluído da
base nacional/estadual em 2016, o Estado do Pará apresentou melhora significativa
desse indicador nos últimos 5 anos. Estratégias importantes contribuíram com essa
melhoria e se referem a capacitações e monitoramentos junto aos municípios. Para
ampliar as investigações do número de óbitos no Estado, priorizaram-se as capacitações
dos municípios e serviços na Vigilância do Óbito em parceria com a Vigilância
Epidemiológica, como proposta que favorece a reflexão do processo de trabalho dos
profissionais e contribui para a mudança do mesmo, através da identificação das causas
evitáveis e proposições/recomendações para a organização da Rede de Atenção.
34
Mortalidade Materna- É todo óbito de mulheres em idade fértil ocorrido durante uma
gestação, parto ou após 42 dias do seu término, independentemente da localização ou da
duração da gravidez, devida a qualquer causa relacionada ao agravo da gestação, sendo
de causas obstétricas diretas ou indiretas.
No Estado do Pará no período de 2014 a 2018 morreram em torno de 503
mulheres, vítimas de complicações da gestação, do parto ou puerpério, com taxa de
mortalidade de 73,2 óbitos/100 mil nascidos vivos, conforme Tabela abaixo.
Tabela1-Taxa de Mortalidade Materna por Região de Saúde, 2014 a 2018.
Região de Saúde 2014 2015 2016 2017 2018
Araguaia 134,88 51,67 80,79 77,71 54,18
Baixo Amazonas 53,16 53,54 81,84 86,35 112,38
Carajás 78,06 53,27 51,15 84,83 63,88
Lago de Tucuruí 54,95 27,04 43,35 29,23 67,7
Marajó I 78,74 50,65 100,38 25,41 85,71
Marajó II 79,44 66,55 94,8 156,84 45,75
Metropolitana I 69,48 67,01 46,09 75,35 69,45
Metropolitana II 81,13 80,95 146,46 100,35 71,56
Metropolitana III 69,9 42,5 23,96 95,6 70,23
Tapajós 114,34 72,73 99,83 89,95 76,2
Tocantins 133,73 76,2 95,4 68,02 76,37
Xingu 59,17 98,09 57,36 133,21 17,49
Fonte: Sistema de informação de Mortalidade. Atualizado em 29.01.2019.
*Dados provisórios. Taxa de Mortalidade Materna: 100.000 nascidos vivos.
Para tanto, foram elaborados os projetos "Mãe Paraense” e o “Zero Morte
Materna por Hemorragia” tem por objetivo organizar uma linha de cuidados
regionalizada de Atenção à mulher grávida, que cause impacto positivo na redução de
partos cesáreos e morte materna”.
A partir da implantação da Rede Materno Infantil foram programadas e
realizadas ações relacionadas à atenção ao parto, monitoramento e qualificação da
assistência prestada ao binômio mãe - filho. Destaca-se entre estas ações, a qualificação
profissional para o atendimento humanizado da parturiente.
36
também, nos seguintes aspectos: Expansão de 20 leitos habilitados nas regiões de saúde
do Carajás e Caetés (06 em Marabá e 14 em Bragança), elevando o quantitativo atual
para 70 leitos de internação e mais 20 pra urgência no HCGV; Funcionamento de 03
(três) Residências Terapêuticas, modalidade tipo II - SRTs, em Icoaraci, Marambaia e
Marco; 01 Unidade de Acolhimento (Belém); Fortalecimento da atenção básica com
incentivo a implantação e habilitação de consultórios na rua (Belém, Bragança,
Santarém, Marabá) e fomento de ações de matriciamento pelos CAPS.
Contudo, ainda se apresenta como desafio para a gestão estadual o fomento à
permanência e qualificação desses serviços, seja naqueles que se encontram sob gestão
estadual (atualmente são apenas 06 CAPS), seja para os que já funcionam sob gestão
municipal. E, acrescenta-se ainda outro desafio, que se refere à continuidade da
expansão da RAPS, por meio da implantação de novos dispositivos, além de CAPS,
como por exemplo, Unidades de Acolhimento Adulto e Infantil, Serviços Residenciais
Terapêuticos e Leitos de saúde mental em Hospitais Gerais, permitindo ampliar o
cuidado nas diferentes situações enfrentadas nos territórios.
Considerando o aporte populacional das Regiões Metropolitanas, onde as
portarias privilegiam a implantação dos serviços especializados, compreende-se a
necessidade de se avançar em propostas que contemplem as Regiões de Saúde que
apresentam pouca cobertura assistencial, como a de Tocantins, Tapajós, Xingu, Baixo
Amazonas e Marajó.
Vale também considerar a necessidade constante de acompanhamento do
processo de habilitação dos serviços e monitoramento do funcionamento dos mesmos,
por meio de visitas técnicas periódicas nos municípios que possuem uma RAPS já ativa.
Ressalta-se ainda, a importância de fomentar continuamente as ações de qualificação
dos trabalhadores que atuam nas RAPS locais, seja por meio da oferta de Cursos de
Capacitação, Oficinas e Diálogos, aperfeiçoando o atendimento e a qualidade do
cuidado ofertado aos usuários do SUS.
Outro desafio a ser enfrentado, refere-se às ações de Promoção e Prevenção ao
Suicídio, considerando que essas devem ser parte de toda política pública local, que
tenha por finalidade a proteção e promoção da vida de seus munícipes, conforme se
apresenta na Resolução CIT nº 32/2017.
Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS (2018), o
Brasil apresenta o suicídio como a segunda principal causa de morte entre jovens-
adulto, com faixa- etária entre 15 e 29 anos de idade, com prevalência entre os homens.
37
Sendo que os casos de tentativa suicida prévia, ou seja, não finalizada, também tem se
apresentado como fator de risco mais alarmante na população em geral. Dessa forma,
compreende-se que a questão do suicídio, por ter se mostrado como uma das causas de
morbimortalidade apresenta-se como um grande desafio de saúde pública, que dever ser
enfrentado pelos gestores locais e, consequentemente, pelos serviços especializados que
atendem a demanda cada vez mais crescente dessa clientela dentro da RAPS. Assim,
observa-se que no Estado do Pará esse fenômeno tem se mostrado cada vez mais
recorrente, conforme a quadro abaixo:
Quadro 15- Número de casos de suicídios por Macrorregião de Saúde 2014 - 2018
Macrorregião Saúde Região de Saúde 2014 2015 2016 2017 2018
Metro I 41 44 44 04 55
Tocantins 08 12 13 17 17
Macro I
Marajó I 04 04 10 00 03
Marajó II 05 07 08 08 11
TOTAL 58 67 75 29 86
Metro II 08 10 05 08 08
Macro II Metro III 29 28 30 31 23
Rio Caetés 04 16 12 09 11
TOTAL 41 54 47 48 42
Baixo Amazonas 20 23 37 32 33
Macro III Tapajós 07 10 15 19 15
Xingu 14 12 13 20 10
TOTAL 41 45 65 71 58
Lago de Tucuruí 07 06 20 17 12
Macro IV Carajás 18 29 37 37 31
Araguaia 12 23 11 14 16
TOTAL 37 58 68 68 82
TOTAL GERAL 177 224 255 216 245
Fonte: SINAN, 2019
38
Conforme visto acima, a saúde mental no Estado do Pará já obteve muitos
avanços nesse período, contudo ainda precisa enfrentar desafios de fortalecimento e
ampliação da Rede de Atenção Psicossocial Estadual, a partir da nova lógica da Política
de Saúde Mental, o que visa promover uma melhor qualidade na prestação dos serviços
de Atenção Psicossocial a seus usuários, que se espera refletir diretamente no combate à
morbimortalidade por suicídio.
39
Componentes da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência
O Estado do Pará possui uma Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com
Deficiência, ainda incipiente, conforme os componentes demonstrados abaixo:
a) Componente Atenção Básica
Equipe de Saúde Bucal
As equipes de Saúde Bucal realizam atividades de Clínica Básica com
atendimento odontológico à Pessoa com Deficiência na Modalidade I apresenta 643
equipes (Odontólogo e Agente de Saúde Bucal) e na Modalidade II apresenta 19
equipes (Odontólogo, Agente de Saúde Bucal e Técnico em Saúde Bucal).
Quadro17- Número de Equipes de Saúde Bucal por Modalidade
Modalidade de equipe de saúde bucal Total
Região de Saúde Tipo I Tipo II
Araguaia 74 3 77
Amazonas 34 3 37
Carajás 75 1 76
Lago de Tucuruí 14 0 14
Metropolitana I 59 3 62
Metropolitana II 57 0 57
Metropolitana III 105 3 108
Rio Caetés 105 2 107
Tapajós 11 1 12
Tocantins 41 0 41
Xingu 37 3 40
Marajó I 18 0 18
Marajó II 13 0 13
Total 643 19 662
Fonte: CNES 07/2019
40
O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializado em reabilitação que
realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia
assistiva, constituindo-se em referência para a Rede de Atenção à Saúde no território, e
está organizado da seguinte forma: CER II dois serviços de reabilitação habilitados;
CER III três serviços de reabilitação habilitados; CER IV quatro ou mais serviços de
reabilitação habilitados. O atendimento está realizado de forma articulada com os outros
pontos de atenção da Rede. Constitui rede de pesquisa e inovação tecnológica em
reabilitação e é polo de qualificação profissional no campo da reabilitação, por meio da
educação permanente. É importante ressaltar que precisa do apoio do transporte
sanitário por meio de veículos adaptados, com objetivo de garantir o acesso da pessoa
com deficiência aos pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde. O quadro abaixo
demonstra a situação atual da Rede Estadual.
Quadro 18 - Rede de Centro Especializado em Reabilitação
Município Instituição Habilitação População alvo/serviço
Deficiência Física, auditiva, visual, oficina
CIIR IV Habilitado
ortopédica e CEO II
Deficiência Física e Intelectual incluindo as
UEAFTO/UEPA CER II
doenças neurodegenerativas e autismo
URE - REI Não habilitado Deficiência Física e Intelectual (Até 12 anos)
URE - MIA Não habilitado Recém Nascidos de Risco (até 05 anos)
Habilitado
URE Presidente somente o Deficiência Física (Ostomizados), Visual e
Vargas programa de auditiva
ostomizados
Habilitado no
URE Demétrio Deficiência Física (Reabilitação e concessão de
Programa de
Medrado OPMs)
OPMs
BELÉM
41
URE Marcelo Deficiência Física e Oficina Ortopédica
Marituba Não Habilitado
Cândia Deficiência Física e Intelectual
Centro de (Todos em funcionamento)
Reabilitação do CER III ( execução da obra de ampliação e
Tucuruí CER II Reforma)
Município de
Tucuruí
Fonte: CEPED-SESPA 2018
42
Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação CIIR- O primeiro Centro Integrado de
Inclusão e Reabilitação da Região Norte, localizado em Belém, às margens da Baía do
Guajará. Este Centro é diferente de outros que já existem no país por integrar vários
serviços em um único local. O CIIR agrega, em um único espaço, assistência médica,
odontológica, reabilitação, capacitação, oficinas para produção de próteses e serviço de
apoio e diagnósticos em crianças, jovens e adultos. No cuidar da reabilitação dessas
pessoas, oferece a inclusão de atividades laborais, de lazer, artística, cênica e educação
em saúde com o diferencial de uma biblioteca para Braille e Libras (Língua Brasileira
de Sinais). Isso também vale para os familiares ou acompanhantes. Para o melhor
desenvolvimento da atenção, os colaboradores estão passando por curso de Língua
Brasileira de Sinais (Libras), que facilitará a comunicação e a integração entre a
instituição e o PCD, que representam mais de 1,8 milhão de pessoas no Pará –
aproximadamente 24% da população (Censo de 2010, IBGE).
No CIIR funciona um Centro Especializado em Reabilitação (CER IV)
destinado para usuários com deficiência auditiva, física, intelectual e visual; uma oficina
ortopédica para confecção e manutenção de próteses e órteses; além de um Centro de
Especialidades Odontológicas (CEO II) com aparato para atendimento das
complexidades em odontologia, dispõe de diversos procedimentos, inclusive de
cirurgias de bucomaxilofacial e todo serviço de ortodontia e endodontia.
O Estado ainda não tem implantada a Rede de Cuidados à Saúde das Pessoas
com Doenças Crônicas, porém trabalha as ações do Plano Estadual de Ações
Estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT),
com o objetivo de organizar e reordenar os serviços de saúde do SUS a partir do
fortalecimento das Redes de Atenção orientando o conjunto de ações de promoção de
saúde e prevenção dos fatores de risco na tentativa de reduzir a morbidade, incapacidade
e mortalidade precoce causadas por essas doenças. As ações estratégicas se dão por
meio das linhas de cuidados específicas considerando os agravos de maior magnitude
como: doenças oncológicas, prevenção de tratamento de sobrepeso e obesidade, doença
renal crônica.
Linha de Cuidado Oncológica- No Estado do Pará, segundo a estimativa 2018/2019,
são esperados 9.260 casos novos de câncer de pele não melanoma e, sem o câncer de
43
pele do tipo não melanoma, são estimados 7.440 casos novos. Destes, no sexo
masculino, os mais prevalentes serão os cânceres de próstata (1060 casos novos),
estômago (520 casos), traqueia, brônquio e pulmão (320 casos), cólon e reto (190 casos)
e leucemias (160 casos). Em relação à estimativa no sexo feminino no Pará, os cânceres
mais prevalentes são: colo de útero (860 casos), mama (740 casos novos), cólon e reto
(310 casos), estômago (220 casos) e traqueia, brônquio e pulmão (190 casos). Diferente
de todas as regiões do Brasil, somente no Pará os casos de leucemias possuem alta
incidência, ficando em 5º lugar (120 casos) no sexo masculino e em 6º lugar (140 casos)
no sexo feminino. (INCA, 2019).
Segundo dados do Painel de Oncologia, as estatísticas de casos de câncer mais
prevalentes no período de 2014 a 2018, são crescentes a cada ano. Observa-se que, entre
os cinco tipos mais prevalentes em mulheres, o câncer do colo uterino (28,47%) e o de
mama (24,79%) lideram com altas taxas. No sexo masculino, o câncer de próstata
(23,25%) e o de estômago (16,03%) são os mais prevalentes. Conforme o quadro
abaixo:
Quadro 20- Casos Novos Câncer
CASOS NOVOS 2014 2015 2016 2017 2018(*) Total
Colo de útero 474 446 450 473 471 2314
Mortalidade 271 323 350 346 321 1611
Mama 455 406 536 567 550 2514
Mortalidade 264 311 282 306 349 1512
Câncer de próstata 244 237 275 285 267 1308
*Mortalidade 341 349 318 313 - -
Fonte: Painel de oncologia, 2019, SIM – Sistema de Mortalidade, 2019.* dado de óbito não fechado.
44
Quanto ao número de mamógrafos disponíveis no SUS, e em funcionamento no
Pará e respectiva localização: o Estado conta com 165 (cento e sessenta e cinco)
mamógrafos existentes, destes 156 (cento e cinquenta e seis) estão em funcionamento
sendo 69 mamógrafos são SUS e 96 são privados. Dentre as 13 regiões de saúde, 12
estão contempladas com mamógrafos, exceto Marajó I, na qual o acesso é em Belém
(CNES/DATASUS, 2019). Segundo a Portaria nº 1.631/15 e a Nota Técnica Inca/2015
são necessários 44 mamógrafos para atender a população alvo do Estado do Pará.
A maioria dos municípios não consegue fazer a busca ativa das mulheres para a
realização das mamografias de rastreamento do câncer de mama, devido dificuldades no
acesso, fluxo de encaminhamento, realinhamento da meta pactuada e regulação para
prestadores de serviço de mamografia. Destaca-se a necessidade de estratégias
municipais para o pleno funcionamento dos serviços de mamografia, através da garantia
de equipe profissional especializada, dos insumos necessários, da manutenção adequada
dos equipamentos, da alimentação dos sistemas de informação: SIA-SUS e SISCAN e
da Pactuação dos serviços.
Dentre os objetivos da Média Complexidade na Atenção Oncológica destaca-se:
Fortalecer a Rede de Serviços de Média Complexidade para diagnóstico e tratamento
precoce do câncer de mama e útero; e Ampliar os Serviços de Apoio Diagnóstico do
câncer nos municípios das Regiões de Saúde para garantir o acesso ao diagnóstico e
tratamento oportuno dos casos, como demonstrado nas Tabelas a seguir:
Tabela 2 - Serviço de Referência em Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Mama - SDM
Implantados
Macrorregião
Região Saúde Município Estabelecimento de Saúde
de Saúde
Unid. de Ref. Materno Infantil e Adolescente
Belém
Metropolitana I Unid. de Ref. Especializada. Casa da Mulher
Macro I
Marituba Centro de Diag. e Serviços Esp. Ignácio Gabriel
Tocantins Barcarena Hosp. Reg. Púb. Materno Infantil de Barcarena
Baixo Centro de Referência de Saúde da Mulher
Macro III Santarém
Amazonas H R do B. Amazonas do Pa. Dr. Waldemar Penna
Marabá Centro de Referência Integrada a Saúde da Mulher
Macro IV Carajás
Parauapebas Policlínica Municipal de Parauapebas
Total: 03 04 06 08
Fonte: Plano Estadual de Oncologia 2019/CNES, agosto de 2019.
45
Tabela 3- Serviço de Referência em Diagnóstico e Tratamento de Lesões Precursoras do Câncer de
Colo de Útero – SRC Implantados
Macrorregião de Saúde Região de Saúde Município Qtd
Marajó II Breves 1
Belém 2
Macro I Metropolitana I
Marituba 1
Tocantins Barcarena 1
Castanhal 1
Macro II Metropolitana III
Paragominas 1
Baixo Amazonas Santarém 1
Macro III Tapajós Itaituba 1
Xingu Altamira 1
Araguaia Conceição do Araguaia 1
Macro IV Marabá 1
Carajás
Parauapebas 1
TOTAL: 04 09 12 13
Fonte: Plano Estadual de Oncologia 2019/CNES/2019
46
Atualmente, a Rede Assistencial de Alta Complexidade em Oncologia do Estado
do Pará é composta por cinco (5) estabelecimentos, conforme demonstrado no quadro a
seguir:
Quadro 21- Estabelecimentos Alta Complexidade Oncológica
47
As ações desenvolvidas visam à transformação/mudança da realidade dos
portadores de DRC, onde atualmente aproximadamente 70% dos pacientes que iniciam
a diálise, acessam o sistema de saúde pela porta de entrada dos serviços de urgência em
situações emergenciais, necessitando de intervenção imediata, em estagio 5, com
necessidade dialítica, em péssimas condições de saúde, e com elevada mortalidade nos
primeiros meses de terapia.
Quadro 22- Atenção ao Portador de Doença Renal Crônica/Terapia Renal Substitutiva (TRS), Pará
SUBCOMPONENTES
Macro Região
Maq. Diálise Transp.
Região de Saúde
hemodiálise peritoneal Renal
Município
Existent. Previst Exist. Previst. Exist. Previst.
Ananindeua 65 0 0 0 0 0
Metropolitana I Belém 160 20 0 1 2 1
Marituba 23 0 0 0 0 0
Total Região 248 20 0 1 2 1
Marabá 47 20 1 0 0 0
Carajás
Parauapebas 9 0 0 0 0 0
MACRO IV
Total da Região 56 20 1 0 0 0
Lago de Tucuruí Tucuruí 0 15 0 0 0 0
Total da Região 0 15 0 0 0 0
TOTAL MACRO IV 80 47 2 1 0 0
TOTAL DO ESTADO 460 180 3 5 3 2
Fonte: Plano Estadual de Nefrologia 2016-2019
48
Linha de Cuidado Obesidade
A Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade esta em fase de implantação cuja
proposta basea-se no documento “Organização Regional da Linha de Cuidado do
Sobrepeso e Obesidade na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças
Crônicas”- Manual Instrutivo 2019 utilizando os critérios dispostos nas Portarias nº 424
e nº 425, de 19 de março de 2013, considerando as alterações estabelecidas pela Portaria
nº 62/2017 quanto ao perfil epidemiológico da população, a conformação, as
características e os equipamentos públicos da rede de atenção à saúde existente nos
municípios e nas regiões, de acordo com o quadro abaixo.
Quadro 23- População estimada de Pessoas com Sobrepeso e graus Obesidade por Região de Saúde
Obesidade Obesidade Obesidade
Sobrepeso
Região Pop. Pop. Grau I Grau II Grau III
de Saúde Geral* adulta** % % % %
Qtde Qtde Qtde Qtde
*** *** *** ***
Araguaia 535.629 344.473 30,53 105.168 11,74 40.441 3,74 12.883 1,5 5.167
Baixo
733.437 469.202 34,12 160.092 12,79 60.011 3,04 14.264 0,93 4.364
Amazonas
Carajás 808.608 523.329 33,37 174.635 14,27 74.679 4,42 23.131 1,63 8.530
Lago
420.708 261.701 32,08 83.954 13,82 36.167 4,36 11.410 1,58 4.135
de Tucuruí
Metropol. I 2.129.515 1.570.851 35,64 559.851 13,04 204.839 3,74 58.750 1,4 21.992
Metropol. II 345.960 225.852 35,09 79.251 12,51 28.254 3,13 7.069 1,04 2.349
Metropol.
879.858 573.472 33,03 189.418 11,78 67.555 3 17.204 0,88 5.047
III
Rio Caetés 511.583 330.851 34,41 113.846 10,9 36.063 2,5 8.271 0,76 2.514
Tapajós 244.492 160.854 31,38 50.476 12,08 19.431 3,81 6.129 1,26 2.027
Tocantins 655.946 412.628 33,4 137.818 13 53.642 3,49 14.401 1,08 4.456
Xingu 314.157 212.141 32,65 69.264 12,25 25.987 3,35 7.107 1,18 2.503
Marajó I 298.004 140.461 31,33 44.006 12,12 17.024 3,51 4.930 1,15 1.615
Marajó II 227.343 164.208 32,37 53.154 10,22 16.782 2,57 4.220 0,7 1.149
TOTAL 8.104.880 5.390.023 33,22 1.790.566 12,34 665.129 3,34 180.027 1,1 59.290
Fontes: * IBGE 2014 ** IBGE 2012 e SIAB ***MS/SAS/DAB/Núcleo de Tecnologia da Informação – NTI
49
promover adequada atenção nutricional no SUS, aos indivíduos que apresentam
necessidades alimentares especiais, contribuindo para a melhoria na qualidade de vida.
50
As ações voltadas para promoção e prevenção das DCNT e fatores de risco vêm
contribuindo para a formação de indivíduos responsáveis e críticos, capazes de decidir
sobre a adoção de estilos de vida saudáveis, com responsabilidade social sobre o meio
ambiente, em uma concepção mais ampla de saúde.
Fonte:
SIH/SUS/DATASUS/MS
Fonte: SIH/SUS/DATASUS/MS
51
Um dos componentes da RUE que contribuiu para esse decréscimo do indicador
foi o Serviço de Telediagnóstico em Cardiologia. O serviço tem possibilitado o
diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares que constituem a principal causa de
morbidade, incapacidade e morte, contudo a redução ainda não se apresentou dentro do
esperado.
52
Centrais de Regulação das Urgências (CRU)
Estão implantadas 06 CRU, sendo 04 municipais: em Conceição do Araguaia,
Tucuruí, Belém e Marabá e 02 Estaduais: em Altamira e Capanema. Com a
desabilitação da Central Municipal de Santarém pelo Ministério da Saúde, foi solicitada
ao Estado, a implantação da Central de Regulação Regional do SAMU 192 – Regiões
do Baixo Amazonas e Tapajós, sob Gestão Estadual, possibilitando assim que, os
serviços SAMU 192 dos Municípios dessas regiões possam ser habilitados retomando o
processo de regionalização da Central de regulação das Urgências.
53
retaguarda clínica e dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva, garante atendimento de
qualidade aos pacientes de demanda espontânea e/ou referenciada de outros pontos de
atenção de menor complexidade em situação de urgência ou emergência. Com mais
06 Portas de Entrada de Urgência Estratégicas, 704 leitos de enfermaria clínica de
Retaguarda, 46 leitos de UTI Adulto e 10 leitos de UTI Pediátrica, sendo que destes
493 são leitos novos habilitados.
Linha de Cuidado de Acidente Vascular Cerebral –AVC.
Houve habilitação de 110 leitos em Unidades hospitalares das Regiões de Saúde da
Metropolitana I, Baixo Amazonas, Carajás, Lago Tucuruí e Xingu. Assim como de 20
leitos no Hospital de Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti através da Portaria nº
2.646 de 24/08/2018.
Linha de Cuidado Infarto Aguda do Miocárdio - IAM esta associada ao serviço de
telediagnóstico em cardiologia. Nas regiões tem como porta de entrada os hospitais
regionais, que disponham das tecnologias necessárias para a atenção. O Hospital de
Clínicas Gaspar Vianna, possui 10 leitos de Unidade Coronariana.
Linha de Cuidados Prolongados está em fase de implantação e a mesma destina-se á
recuperação clínica e funcional, avaliação e reabilitação integral e intensiva da pessoa
com perda transitória. A proposição para 2020-2023 é de implantação de 90 leitos de
cuidados prolongados em hospitais regionais nas regiões de saúde: Araguaia, Baixo
Amazonas, Metropolitana I e III, Lago Tucuruí e Xingu.
Linha de Cuidado do Trauma .
No Estado há apenas um hospital habilitado que é a Clínica dos Acidentados Humberto
Maradei. A proposição para 2020-2023 é ampliar novos Centros de Trauma para as
Regiões de Saúde: Araguaia, Baixo Amazonas, Carajás, Lago Tucuruí, Marajó,
Metropolitana I, III, Rio Caetés e Xingu, para compor a Rede regional.
54
maior número de solicitações no Serviço de Resgate são: Marajó I e Marajó II,
Metropolitana III e Tocantins. Os diagnósticos que prevalecem são as urgências
obstétricas seguido dos traumas.
Serviço de UTI Aérea tem abrangência em municípios com pistas homologadas pela
ANAC para jato, nas regiões de saúde do Araguaia, Baixo Amazonas, Carajás, Lago
Tucuruí, Tapajós, Xingu e Rio Caetés. Realiza atendimento nas mais diversas
patologias como AVC’S Hemorrágicos, Cardiopatias, Cânceres diversos, Traumas
graves e etc.
Serviço de Telediagnóstico em Cardiologia, localizado em municípios mais distantes,
implicando na redução de custos e do tempo de deslocamento. O Estado dispõe de 40
pontos instalados em 39 municípios que contempla as seguintes regiões de saúde:
Araguaia, Baixo Amazonas, Lago Tucuruí, Metropolitana I e III, Marajó I e II, Rio
Caetés, Tapajós e Tocantins. No triênio de 2016-2018 foram realizados 9.174 exames
sendo que destes 3.328 foram do serviço de telediagnóstico em cardiologia, que objetiva
reduzir as filas para acesso ao eletrocardiograma, bem como, fazer com que mais
pessoas acessem aos serviços.
Melhor em Casa, dispõe de 22 Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar -
EMAD e 19 Equipes Multiprofissionais de Apoio – EMAP. Os municípios com
serviços implantados são: Ananindeua, Altamira, Belém, Benevides, Capanema,
Castanhal, Conceição do Araguaia, Goianésia do Pará, Igarapé Açu, Jacundá,
Ourilândia do Norte, Redenção, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu, Tailândia,
Tucumã, Tucuruí, Ulianópolis, Xinguara. Cada município têm uma EMAD e um
EMAP, com exceção de Ananindeua (3 EMADS e 01 EMAP) e Belém (02 EMADS e
01 EMAP).
1.3 – CONDIÇÕES SOCIOSSANITARIAS
55
para a saúde pública dos povos amazônicos, bem como intensa repercussão mundial,
dada a importância que a Amazônia tem para o planeta.
Para isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou em 2015 os 17
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), e uma agenda de sustentabilidade
adotada pelos países-membros da ONU para ser cumprida até 2030, o Governo do
Estado do Pará elaborou estratégias atuais e futuras em defesa da Amazônia, na reunião
em Roma (Itália), com outros representantes de Estados do Brasil e do Peru, para a
formação de uma Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF) no
encontro de governadores da região Pan-Amazônica, onde foi assinada uma declaração
com 13 pontos importantes na busca por soluções eficazes para manter a floresta
preservada.
Foi criado o Fundo da Amazônia Oriental (FAO) por meio do Decreto n° 346, de
14 de outubro de 2019, com intenção de captar parcerias, novos recursos nacionais e
estrangeiros, fortalecer o aparelhamento dos órgãos fiscalizadores da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e conclusão da elaboração da
Política Pública de Mudança e Adaptação Climática. O encontro também definiu a
ampla participação dos Estados da Amazônia na regulamentação do artigo 6º do Acordo
de Paris, que trata do mercado de carbono. (Agência Pará em 29/10/2019)
56
taxa não se reflete na ascensão para o Ensino Superior, em que apenas 6,21%
conseguem concluir o Ensino Superior.
57
Quadro 28 – Informação sobre Trabalho e Rendimento/Condição ranking nacional
Informação Condição
Comparando a outros Estados
Rendimento nominal mensal domiciliar per capita 863 R$,
encontra-se no 20º ranking nacional.
Pessoas de 16 anos ou mais ocupadas na semana de referência Comparando a outros Estados
3.515 pessoas (×1000). encontra-se no 9º ranking nacional
Proporção de pessoas de 16 anos ou mais em trabalho formal,
Comparando a outros Estados
considerando apenas as ocupadas na semana de referência 32,5
encontra-se no 25º ranking nacional
%.
Proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas Comparando a outros Estados
na semana de referência em trabalhos formais 35,8 %. encontra-se no 26º ranking nacional
Comparando a outros Estados
Rendimento médio real habitual do trabalho principal das
encontra-se no 25º ranking nacional,
pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de
estando a frente de Maranhão e
referência em trabalhos formais R$1.962,00.
Alagoas
Pessoal ocupado na Administração Pública, defesa e Comparando a outros Estados
seguridade social 288. 922 pessoas. encontra-se no 8º ranking nacional
Fonte: IBGE 2019
4 – Saneamento e Habitação
Analisando a situação do saneamento e habitação no Estado do Pará, observa-se
a deficiência no abastecimento de água potável para a população, onde apenas 47, 94%
contam com este serviço público. O esgotamento sanitário, também atende o mínimo da
população, com apenas 31,09% com rede geral de esgoto ou fossa séptica e 29,05% de
pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitários
inadequados. Os domicílios atendidos com energia elétrica se resumem a apenas 8,11%,
onde se pode concluir que este percentual atendido corresponde aos grandes municípios,
sem alcançar a população dos pequenos e remotos municípios e localidades.
Verifica-se que o déficit habitacional ainda é alto, onde 423. 437 famílias
permanecem sem moradia própria, sendo que nas Zonas urbanas dos municípios o
problema se agrava onde 261.062 famílias não tem moradia própria, e na zona Rural,
162,375 famílias não possuem moradia própria.
Quadro 29- Indicadores /Informação em Saneamento e Habitação %
Indicadores /Informação em Saneamento e Habitação %
Percentual de Domicílios com Abastecimento de Água ( Rede Geral) -2010 47,94
Percentual de Domicílios com Abastecimento de Água Encanada - 2010 66,28
Percentual de Domicílios com Esgotamento –Sanitário (Rede Geral ou Fossa Séptica) - 2010 31,09
Percentual de Municípios com Coleta de Lixo -2010 70,52
Percentual de domicílios com Energia Elétrica -2010 8,11
Percentual de Domicílios com Paredes inadequadas - 2010 11,16
Percentual de Pessoas em Domicílios com Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
29,05
Inadequados - 2010
Déficit Habitacional (Total) -2010 423.437
Déficit Habitacional (Urbana) -2010 261,062
Déficit Habitacional (Rural ) 162.375
Fonte: FAPESPA 2018
58
5 – Saúde
Quanto a dinâmica social da Saúde, observa-se uma alta Taxa de Mortalidade
Infantil de 15,38% de óbitos para cada 1000 (mil) nascidos vivos em determinado
período. O quadro se agrava quando 18,19% dos óbitos ocorrem em menores de 5 anos
dentre a população de cada mil crianças desta faixa etária. A Taxa de Mortalidade
Materna também se apresenta elevada no período de 2015 a 2017, onde 77,10% de
mulheres morreram em consequência da gestação, parto e puerpério. Em 2017, a taxa de
óbitos maternos foi de 92, 41% de óbitos. Identifica-se ainda, um percentual elevado
(24%) de mães adolescentes. E, que o Estado do Pará conta com apenas 81,21% de
cobertura territorial de Agentes Comunitários de Saúde, e apenas 59,13% de cobertura
territorial com Equipes de Saúde da Família. Quanto aos leitos totais para atenção
hospitalar, conta com apenas 1,93 leitos por mil habitantes, onde o ideal seria de 2,5 a
3,0 leitos por mil habitantes.
6 - Mercado de Trabalho
Percebe-se que das 1.068.818 pessoas com vínculo empregatício, 263.926
concentram-se na Administração Pública, seguida de 203.656 no Comércio e 79.827 na
Indústria de Transformação, ficando a Construção Civil, Agropecuária, Extração
Vegetal, Caça e Pesca , Extrativa Mineral e Serviços Industriais de Utilidade Pública em
últimos colocados, o que significa a necessidade de investimento em educação adequada
para preparação dos jovens locais para o mercado de trabalho dispostos na extração
mineral principalmente.
59
Quadro 31- Indicadores /Informação Mercado de Trabalho
7– Segurança
Considerando os dados abaixo, percebe-se que dos 53,32% dos homicídios
ocorridos nos Estado do Para até 2019, 96,34% são de jovens, o que representa um
quadro preocupante para a mobilidade social do Pará. Corrobora com a análise o
percentual de 97,02% de óbitos de jovens ocorrerem por Arma de Fogo ou Branca.
60
A Pirâmide Etária apresenta a população paraense de homem e mulher,
pareando com as faixas etárias. Na faixa etária de 0-4 anos, apresenta a base estreita
evidenciando uma redução na taxa de natalidade. E no topo vem um discreto
alargamento que sinaliza aumento de número de idosos. A forma triangular longa
abaixo corresponde à soma da população das faixas etárias de 10 a 30 anos, que
representa a maioria dos paraenses. Sua tendência populacional na base será reduzir
cada vez mais a taxa de natalidade. A soma da faixa etária no topo 60 a 80 anos que
vem ampliando, resulta da qualidade de vida da população e redução da população
economicamente ativa. As duas tendências ocorrem na base pelo acelerado crescimento
da mulher no mercado de trabalho junto aos tratamentos contraceptivos. E seu topo
demonstra a longevidade que vem aumentando. Portanto a proporção da população de
idosos vem crescendo em detrimento da proporção populacional de crianças.
Quadro 33 - Esperança de Vida ao Nascer
Esperança de Vida ao nascer - e 0 Taxa de mortalidade infantil - TMI
TDF/TFT
ANOS (em anos) (‰)
Ambos Homens Mulheres Ambos Homens Mulheres
2014 71,71 68,1 75,8 17,65 20,04 15,14 2,01
2015 71,91 68,25 76,05 17,09 19,42 14,65 1,99
2016* 72,1 68,4 76,29 16,56 18,83 14,18 1,86
2017 72,29 68,55 76,52 16,07 18,27 13,75 1,94
2018 72,48 68,7 76,74 15,6 17,75 13,35 1,92
2019 72,66 68,85 76,95 15,17 17,26 12,97 1,91
Fonte: IBGE
*O Pará tem a 7ª pior expectativa de vida, para homens e mulheres. O Estado tem esperança de vida de
71,9 anos. Quando a análise é feita em separado, as mulheres aparecem com vantagem. Segundo o IBGE,
a expectativa de vida das paraenses é de 76 anos. A dos homens é de 68,2.
61
8-Estrutura de Transporte no Estado do Pará
• Modais de Transportes do Estado do Pará, Terrestre, Hidroviário e Aéreo.
• Modal Rodoviário do Estado do Pará
Transporte Rodoviário é realizado através de rodovias, estradas, vias e pontes de
ligação, podendo ser pavimentadas ou não, com a intenção de movimentar materiais,
pessoas ou animais de um determinado ponto a outro. O Pará possui, aproximadamente,
11.754km de rodovias, sendo 57% estaduais (6.718 km) e 43% federais (5.036 km). Os
investimentos realizados no quadriênio 2011/2014, no montante aproximado de R$1,5
bilhão, permitiram a intervenção em 1.881,23 km, equivalente a 28% da malha
rodoviária estadual, incluindo a construção de 2.798 m de pontes em concreto, e a
implantação/recuperação de pontes de madeira.
Vale ressaltar o acréscimo de 552,61 km na categoria de rodovias pavimentadas,
que passam a totalizar 3.506 km, superando, pela primeira vez, a extensão de rodovias
não pavimentadas (3.212 km) no quadro geral da malha federal.
Hidroviário O transporte aquático, aquaviário ou hidroviário consiste no transporte de
mercadorias e de passageiros por lanchas, barcos, navios ou balsas via um corpo de
água, tais como oceanos, mares, lagos, rios ou canais.
Um Estado dentro d’água é assim que muitos consideram o Pará, situado na
região Norte do país, área mais rica em mananciais de todo o Brasil. Hoje, mais da
metade das cidades paraenses são ligadas por rios, para ser mais preciso, 73 dos 144
municípios utilizam esta extensa rede aquaviária.
O Estado mantém 108 pontos de infraestrutura portuária, que servem para
importação e exportação de mercadorias e transporte de pessoas. De frente para Europa,
a meio caminho dos EUA e Caribe, nenhum dos portos brasileiros tem uma localização
tão privilegiada quanto os portos da Companhia Docas do Pará.
Modal Aeroviário do Estado do Pará conta com 16 (dezesseis) Aeroportos Regionais
e atende às regiões de interesse estadual e adequado para utilização de aeronaves de
aviação regional: Almeirim, Monte Alegre, Redenção, Bragança, Novo Progresso,
Rurópolis, Breves, Óbidos, São Felix do Xingu, Conceição do Araguaia, Oriximiná,
Tucuruí, Itaituba, Paragominas, Jacareacanga e Porto de Moz. Com 7 (sete) Aeroportos
locais, opera com aviação de pequeno porte, de forma regular. Em geral sua área de
influência compreende os municípios onde se situa e localidades vizinhas; Cametá,
Santana do Araguaia, Uruará, Dom Eliseu, Tomé Açu, Xinguara, Ourilândia do Norte.
Com 5 (cinco) Aeroportos Complementares que não apresentam demanda por transporte
62
aéreo regular. Dá apoio as localidades de difícil acesso, a projetos de desenvolvimento
ou ainda a rotas aéreas: Anajás, Chaves, Viseu, Baião e Portel e ainda com 6 (seis)
Aeroportos Turísticos, localizados em municípios cuja atividade econômica principal,
existente ou prevista, é o turismo, e seu tráfego aéreo predominante é o voo “Charter”,
em períodos sazonais, podendo também operar aviação geral: Soure, Alenquer,
Salinópolis, Terra Santa, Ponta de Pedras e santa Cruz do Arari (Heliporto).
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
No campo da saúde, a vigilância está relacionada às práticas de atenção e
promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de
doenças. Além disso, integra diversas áreas de conhecimento e aborda diferentes temas,
tais como política e planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde-
doença, condições de vida e situação de saúde das populações, ambiente e saúde e
processo de trabalho. A partir daí, a vigilância se distribui entre: epidemiológica,
ambiental, sanitária e saúde do trabalhador (MS/2019).
Mortalidade Geral
Principais Grupos de Causa de Mortalidade
Na análise de mortalidade geral no Estado do Pará no período de 2014 a 2018,
observou-se a ocorrência de 191.592 óbitos, com média de 38.318 óbitos anuais. Neste
período conforme demonstrado na tabela 4, percebe-se a predominância de causas de
óbitos por doenças do aparelho circulatório (n: 44.882; 23,43%), seguido de óbitos por
causas externas (n: 36.073; 18,83%), neoplasias (n: 23.981; 12,52%) e doenças do
aparelho respiratório (n: 19.703; 10,28%).
Tabela 4- Principais Causas de Mortalidade - 2014 a 2018
63
Na análise de mortalidade no ano de 2018, observou-se a predominância de
causas de óbitos por doenças do aparelho circulatório em 8 regiões de saúde, mas em 5
regiões de saúde, as causas externas foram as principais causas de óbitos, na região do
Xingu, Tapajós, Lago de Tucuruí, Carajás e Araguaia, conforme tabela 5, abaixo:
Tabela 5 - Distribuição da Mortalidade por Principais Grupos de Causas por Região de Saúde -
Pará, 2018.
Respiratórias
Circulatórias
Infecciosas
Neoplasias
Externas
Doenças
Doenças
Doenças
Causas
%
%
Região de Saúde
Araguaia 471 20,9 514 22,8 198 8,8 203 9 101 4,5
Baixo Amazonas 813 23,4 363 10,4 464 13,4 312 9 129 3,7
Carajás 888 23,3 954 25 360 9,4 309 8,1 186 4,9
Lago de Tucuruí 372 23,5 382 24,1 202 12,7 140 8,8 74 4,7
Marajó I 218 27,6 80 10,1 81 10,2 111 14 47 5,9
Marajó II 188 21,1 134 15 117 13,1 109 12,2 57 6,4
Metropolitana I 3194 23,5 2377 17,5 2018 14,8 1927 14,2 906 6,7
Metropolitana II 342 21,2 323 20 217 13,4 163 10,1 70 4,3
Metropolitana III 972 23,4 819 19,7 517 12,5 416 10 186 4,5
Rio Caetés 637 24,3 326 12,4 296 11,3 274 10,4 145 5,5
Tapajós 278 24,2 279 24,3 82 7,1 97 8,4 47 4,1
Tocantins 552 20,9 473 17,9 326 12,3 279 10,6 113 4,3
Xingu 401 24,8 422 26,1 194 12 105 6,5 68 4,2
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (*) Dados provisórios.
64
Gráfico 17 - Coeficiente de incidência dos agravos imunopreveníveis no período de 2014 a 2018.
65
Gráfico 18 - Coeficiente de incidência de Hepatite Infecciosa, Febre Tifoide, Leptospirose e Doença
Diarreica, Estado do Pará, 2014 - 2018.
66
Quadro 35 - Homogeneidade de Cobertura Vacinal, por Região de Saúde - 2014 e 2015
2014 2015
** PN10
*** VIP
****TV
PENTA
PENTA
PN10
Região de Saúde
VIP
TV
*
Araguaia 20,0 6,7 20,0 53,3 33,3 13,3 20,0 20,0
Baixo Amazonas 46,2 23,1 46,2 92,3 53,9 30,8 23,1 38,5
Carajás 29,4 17,7 29,4 70,6 23,5 5,9 17,7 23,5
Lago de Tucuruí 16,7 0,0 0,0 50,0 0,0 0,0 0,0 50,0
Marajó I 33,3 22,2 33,3 66,7 22,2 33,3 33,3 44,4
Marajó II 0,0 0,0 0,0 57,1 0,0 0,0 0,0 14,3
Metropolitana I 60,0 40,0 80,0 80,0 20,0 0,0 0,0 0,0
Metropolitana II 55,6 33,3 66,7 77,8 33,3 33,3 33,3 33,3
Metropolitana III 36,4 18,2 36,4 95,5 31,8 9,1 36,4 27,3
Rio Caetés 43,8 12,5 50,0 93,8 37,5 12,5 43,8 50,0
Tapajós 57,1 28,6 42,9 71,4 57,1 14,3 57,1 57,1
Tocantins 33,3 0,0 33,3 66,7 0,0 0,0 0,0 0,0
Xingu 22,2 0,0 11,1 77,8 11,1 11,1 11,1 33,3
Fonte: SI PNI/MS/DEPI/DI /02/2019
*(Vacina Penta Valente: Protege contra- Difteria, Tétano, Coqueluche, Infecções causadas pelo Haemophilus
Influenza B e Hepatite B). Aplicada em crianças aos 2, 4 e 6 meses de vida;
**Vacina Pneumocócica 10 valente: Protege contra 10 soro tipos do vírus pneumonia e. Responsável
pelas pneumonias. Aplicado em crianças aos 3 e 5 meses de vida;
***Vacina Inativada da Pólio: Protege contra 3 soro tipos de vírus da Poliomielite. È administrada aos 2,
4 e 6 meses de vida;
****Vacina TRIPLICE VIRAL: Protege contra Sarampo, Caxumba e Rubéola. É administrada aos 12
meses de vida.
Quadro 36- Homogeneidade de Cobertura Vacinal, por Região de Saúde - 2016 a 2018
2016 2017 2018
*PENTA
Região de Saúde
****TV
PENTA
PENTA
**PN10
***VIP
PN10
PN10
VIP
VIP
TV
Araguaia 20,0 40,0 20,0 13,3 13,3 46,7 13,3 26,7 13,3 13,3 13,3 TV
13,3
Baixo Amazonas 15,4 30,8 15,4 15,4 15,4 30,8 15,4 15,4 15,4 15,4 15,4 46,2
Carajás 23,5 47,1 23,5 35,3 23,5 41,2 23,5 29,4 29,4 41,2 29,4 35,3
Lago de Tucuruí 0,0 16,7 0,0 16,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Marajó I 44,4 44,4 33,3 44,4 22,2 33,3 22,2 33,3 22,2 22,2 11,1 11,1
Marajó II 0,0 14,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Metropolitana I 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Metropolitana II 0,0 22,2 0,0 0,0 22,2 44,4 11,1 44,4 11,1 11,1 11,1 22,2
Metropolitana III 18,2 22,7 13,6 4,6 4,6 22,7 18,2 27,3 4,6 27,3 9,1 13,6
Rio Caetés 6,3 25,0 0,0 18,8 12,5 25,0 12,5 18,8 0,0 6,3 6,3 6,3
Tapajós 28,6 14,3 28,6 42,9 42,9 42,9 42,9 0,0 0,0 42,9 42,9 42,9
Tocantins 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Xingu 33,3 55,6 11,1 22,2 33,3 55,6 11,1 22,2 44,4 44,4 11,1 33,3
Fonte: SI PNI/MS/DEPI/DI-02/2019
67
cada vez mais se precisou de uma preparação para agir rapidamente e evitar cenário-
catastróficos. O cenário atual exige acima de tudo conscientização por parte de todos e
que as nossas decisões sejam alicerçadas no respeito ao ser humano. Países por todo o
mundo estão tomando medidas para “achatar a curva” e controlar a progressão da
pandemia de COVID-19, numa tentativa de evitar a sobrelotação dos sistemas de saúde
e assim reduzir a mortalidade causada pelo vírus. A extensão e duração das estratégias
de mitigação e supressão implementadas, incluindo o lockdown total da população em
muitos casos, determinará a duração e profundidade do impacto e principalmente a
liberação gradual do lockdown .
Alguns fatos médicos sobre o COVID-19: O período de incubação dura 5-6 dias e a
transmissão iniciasse normalmente 24 a 48 horas após os primeiros sintomas; Um
indivíduo infetado pode gerar 2-2.5 infecções secundárias; A incidência da doença na
faixa etária 0-19 anos é baixa. Crianças e jovens parecem ser menos afetados pelo vírus
do que adultos e idosos; Faixas etárias mais avançadas e pessoas com complicações de
saúde prévias têm maior risco de infecção grave.
68
A solução passa por ter disciplina, capacidade de execução operacional e cumprimento
rigoroso das regras são:- Se a população for testada massivamente, é possível identificar
os casos positivos antes de existirem sintomas reduzindo o contágio.- Se a população
for educada para identificar sintomas em uma fase inicial, reduz-se a contaminação
assintomática.- Se a população for efetivamente isolada assim que aparecem sintomas,
reduz-se a contaminação sintomática.- Se a população for educada para o
distanciamento pessoal, uso de máscara e lavagem das mãos, reduz-se a contaminação
ao longo de todo o período.
Impactos em pessoal:
69
especialmente para as operações críticas? - Existem condições especiais para staff
considerado grupo de risco? -Eles se sentem em segurança?
5- Estabilidade financeira dos servidores: -Preparar plano de ação para mitigar impactos
na remuneração de servidores: - Os servidores se sentem inseguros de como a crise
impactarão a sua estabilidade financeira? Existe um plano de ação para implementar
medidas alternativas para diminuir os impactos?
70
O Programa de Controle da Tuberculose (PCT) encontra-se implantado nos 144
municípios do Estado, com ações voltadas para o diagnóstico, acompanhamento e
tratamento dos casos e prevenção em grupos de maior vulnerabilidade.
Observa-se uma elevação na taxa de incidência em 2011. Pode-se inferir que esta
ocorreu devido às atividades desenvolvidas pelo Estado com apoio do Projeto Fundo
Global. Já em 2016 o crescimento provavelmente esteja relacionado ao fato do Estado
passar a integrar a Rede de Teste Rápido Molecular para tuberculose (TRM-TB).
Na avaliação por Regiões de Saúde a média de 45,7/100 mil hab., verifica-se que
a Metropolitana I concentra o maior número de casos do Estado ao longo da série
histórica apresentada. O município de Belém se destaca, concentrando em média 40%
dos casos notificados.
A Região Metropolitana II vem apresentando um aumento no número de casos
da doença. Um dos fatores que contribuem sobremaneira para este fato é a presença do
Complexo Penitenciário de Americano em seu território, no município de Santa Izabel.
A população privada de liberdade (PPL) é considerada de grande vulnerabilidade para o
adoecimento por TB e vem apresentando, ao longo dos últimos cinco anos, um
incremento de aproximadamente 40% dentre os casos notificados na população geral.
A Ilha do Marajó, que contempla 16 municípios, demonstra uma baixa detecção,
inclusive com municípios completamente silenciosos, como Afuá e Chaves. Ainda
sobre municípios que não apresentam casos, Água Azul do Norte, Bannach, Sapucaia e
Rio Maria, que estão na abrangência do Araguaia, sem registro há vários anos.
A testagem para HIV em pacientes com tuberculose vem se mantendo em 65%
em média nos últimos cinco anos detectando cerca de 8% de casos de coinfecção
71
TB/HIV. Há evidências que a coexistência destes agravos em um paciente, eleva a
possibilidade de reações adversas, abandono de tratamento e mortalidade.
É imprescindível a testagem HIV em pacientes de TB o mais precocemente
possível. É necessária a oferta pelos serviços de saúde do teste rápido precedido pela
orientação correta.
Quadro 37- Casos Novos de Tuberculose testado para HIV com % de Coinfecção TB x HIV
Realizado exame %
Ano Diagnóstico Total de Casos TB % Realizado
de HIV Coinfecção
2014 3538 2265 64 8,5
2015 3527 2316 65,7 9,1
2016 3695 2554 69,1 8,7
2017 3977 2531 63,6 9,4
2018 4035 2577 63,9 8,2
Total 18772 12243 65,2 8,8
Fonte: Sistema de Informação de Agravo de Notificação /SINAN
72
alcance da meta pactuada (90%) para o Estado, fatores como a cobertura da atenção
básica no Estado; cobertura do programa de hanseníase; áreas geográficas de difícil
acesso para a equipe de saúde e para os pacientes chegarem até a unidade de saúde;
escassez de recurso financeiro para que o paciente consiga se transportar ao local de
tratamento; rotatividade de profissionais nos municípios; situações diretamente ligadas à
gestão nas três esferas de governo.
A seguir apresenta-se uma série histórica de 5 anos para melhor análise.
Apesar das questões mencionadas, observa-se ao longo da série histórica, que o
percentual de pacientes curados nas coortes vem se mantendo em um parâmetro
"Regular” (entre 75 e 89,9%) e o percentual de abandono de tratamento mantém-se
“Bom” (menor que 10%), conforme parâmetro de avaliação/MS. Apesar das
dificuldades, principalmente, nas áreas geográficas de difícil acesso em nosso Estado.
Gráfico 20 - Proporção de cura de casos novos hanseníase nos anos de 2014 a 2018.
73
conforme serie histórica de 2014 a 2018, mas já demonstra um avanço nesta redução
através das ações estratégicas desenvolvidas superando a previsão, refletidas pelas ações
e atividades realizadas, tanto pela sua abrangência e como efetividade, foram
impactantes e decisivas na mudança do perfil epidemiológico, tais como: Ações
estratégicas de Vigilância Itinerante nas Campanhas de Prevenção de 2018, com
participação conjunta com os Centros Regionais de Saúde, contemplando os municípios
de maior concentração de pessoas, com distribuição de Kits de prevenção, incluindo
orientações, panfletos e preservativos.
Quadro 38- Casos de AIDS em menores de 5 anos por Região de Saúde
Regiões de Saúde (*) 2014 2015 2016 2017 *2018
Metropolitana I (05) 3 1 2 4 2
Metropolitana II (09) 0 0 3 1 1
Metropolitana III (22) 2 0 1 0 0
Marajó (16) 0 0 6 0 0
Baixo Amazonas (14) 0 0 1 0 0
Rio Caetés (16) 0 0 0 0 2
Tapajós (06) 0 0 0 2 0
Tocantins (09) 1 1 0 0 2
Xingu (09) 2 0 0 0 0
lago de Tucuruí (06) 1 0 0 1 0
Carajás (17) 2 1 1 1 0
Araguaia (15) 0 0 0 0 0
Estado 11 3 14 9 7
Fonte:SINAN/SESPA *parcial* nº de municípios
74
DOENÇAS ENDÊMICAS
Malária - No ano de 2014 foram notificados 13.683 casos de malária, considerando as
metas programadas de redução para 10 a cada 1000 habitantes e considerando a série
histórica de casos, houve um aumento significativo de casos no Estado do Pará.
75
Gráfico 23- Casos de Malária e Incidência Parasitária Anual (IPA) por Município de Infecção no
Estado do Pará, 2018*
Fonte: SIVEP-Malária/SVS-MS
O exame realizado oportunamente e o tratamento 24 horas, foi de 98,3% isso
demonstra a eficiência da rede no diagnóstico precoce e tratamento imediato dos casos
de malária.
As áreas rurais são as mais afetadas onde a sazonalidade dos casos se intensifica
nos meses janeiro, maio, junho (do inverno Amazônico) até julho a outubro, continuam
com maior incidência de malária.
Ao longo do ano de 2019, o Estado intensificou ações de forma complementar e
suplementar para garantir o controle e reduzir a malária nos municípios, porém é
importante dar sustentabilidade das ações e manter a vigilância, intensificar as
estratégias das ações e fortalecer as regiões de saúde de médio e alto risco, e municípios
prioritários de maior incidência, através do envio de equipe (forças tarefas, insumos
estratégicos). Sensibilizar também a gestão municipal para responsabilidade e empenho
no desenvolvimento e elaboração de planejamento para dar continuidades e execução
das ações para o controle e redução, principalmente nos municípios de maior ocorrência
de transmissão da malária no Estado.
Zika Vírus: Redução de 77,31% nos casos notificados e 98,48% de redução dos casos
confirmados para Zika vírus comparado a 2017. Em 2018, houve registro de 309 casos
suspeitos notificados e 05 casos confirmados de Febre de Zika Vírus (SINANNET).
2017: 1.362 notificados – 331 confirmados para Zika Vírus. 2018: 309 notificados – 5
confirmados para Zika Vírus.
Microcefalia- desde o ano de 2015 até 2018, foram notificados 136 casos de
microcefalia; destes, 24 foram confirmados por relação com o ZIKA VÍRUS, 5 foram
descartados, 06 sem classificação e 101 seguem em investigação.
77
controle. E a falta do profissional médico veterinário na maioria dos municípios implica
na não realização do controle de reservatório doméstico (canino).
A meta é diminuir em 5% por ano o número absoluto de óbitos por LV em
relação ao ano de 2017, com foco principal nos municípios de Conceição do Araguaia,
Marabá e Redenção, sendo que em Redenção não houve nenhum óbito em 2018 e
Marabá apresentou apenas 1 até o momento. Conceição do Araguaia, por ter ficado um
período longo sem realizar as ações de controle, voltou a apresentar óbito.
Quadro 39- Casos de Leishmaniose Visceral (LV) por região de saúde e registro de óbitos, 2017 e
2018
Nº Casos Confirmados Nº de Óbitos por LV
Região Saúde Residência (*)
2017 2018* 2017 2018*
Metropolitana I (05) 11 7 1 0
Metropolitana II (09) 45 37 1 3
Metropolitana III (22) 34 23 0 3
Marajó (16) 10 5 1 0
Baixo Amazonas (14) 7 10 0 0
Rio Caetés (16) 0 1 0 0
Tapajós (06) 2 0 0 0
Tocantins (09) 84 53 4 6
Xingu (09) 0 1 0 0
Lago de Tucuruí (06) 14 12 0 2
Carajás (17) 235 201 13 8
Araguaia (15) 148 80 2 6
Fonte: Sistema de Informação de Agravo de Notificação /SINAN * nº de municípios
78
Os Conselhos Municipais de Saúde dos Municípios que são sede de CEREST,
devem possuir CIST. É o caso do Conselho Municipal de Saúde de Belém, de Santarém,
de Marabá, de Conceição do Araguaia e de Altamira.
No período de 2011 a dezembro de 2014 foi evidenciado um total de 3.506 (três
mil quinhentos e seis) notificações de acidentes graves de trabalho, sendo que o maior
número de notificações foi registrado no ano de 2013 num total de 1.594 (mil
quinhentos e noventa e quatro).
Vigilância Ambiental
VIGISOLO - Diante da necessidade de desenvolver ações de vigilância em saúde de
populações expostas à contaminação química, visando recomendar e instituir medidas
de promoção da saúde, de prevenção dos fatores de risco e de atenção integral, o
Programa está sendo implementado no Estado, e sua efetivação compreende ações
básicas e estratégicas como: levantamento e cadastramento sistemático de áreas com
populações expostas ou potencialmente expostas a áreas contaminadas, identificação de
populações expostas, ou sob risco de exposição a contaminantes existentes.
Assim, esta primeira etapa do Programa visa identificar e levantar informações
de áreas, objetivando proporcionar o conhecimento e a apropriação por parte do setor
saúde das diversas situações de exposição humana a substâncias químicas em áreas
potencialmente contaminadas. No período de 2014-2018, o Programa desenvolveu
atividades em 127 municípios, onde foram identificadas e cadastradas 448 áreas e
atualizadas informações em 458 áreas, entre as quais lixões e aterros controlados e
sanitários, cemitérios, fábricas de tintas e asfalto, curtumes, siderúrgicas e metalúrgicas,
áreas agrícolas, áreas de exploração minerária, postos de combustíveis, áreas
desativadas, entre outras.
79
Para o desenvolvimento das ações do VIGIAR é aplicado Instrumento de
Identificação de Municípios de Risco (IIMR). O instrumento contém informações
relacionadas a indústrias de extração e de transformação, frota veicular, queima de
biomassa, morbidade e mortalidade por agravos respiratórios. O IIMR foi aplicado aos
144 municípios do Estado e de acordo com os dados que foram coletados, 20
municípios foram identificados com de risco.
Quadro 40 - Municípios identificados de risco segundo o IIMR, 2018
Belém Parauapebas
Ananindeua Santarém
Altamira Tucumã
Castanhal Barcarena
Marabá Rondon do Pará
Xinguara Bragança
Redenção Bom Jesus do Tocantins
Santa Isabel do Pará Marituba
Conceição do Araguaia Novo Progresso
Itaituba Ourilândia do Norte
Fonte: Coordenação Estadual de Vigilância em Saúde Ambiental
ATENÇÃO BÁSICA
A Atenção Básica (AB) é geralmente o primeiro ponto de contato, oferecendo
atendimento abrangente, acessível e baseado na comunidade, que pode atender de 80%
a 90% das necessidades de saúde de uma pessoa ao longo de sua vida.
Maiores coberturas da Atenção Básica/Estratégia Saúde da Família (ESF) está
associado a melhorias nas condições de saúde da população, como a queda da
mortalidade infantil, maior cobertura vacinal, redução da desnutrição e aumento nas
consultas de pré-natal. Também há evidências de que o aumento da cobertura da
estratégia contribui para a redução das hospitalizações por condições sensíveis à
Atenção Primária e mortalidade cardiovascular.
No Estado do Pará a evolução histórica de cobertura populacional de Atenção
Básica de 2014 à 2018 foi de 59,92 % a 65,58 %. Houve um aumento de 5,9 % no
período, revelando uma tendência crescente da cobertura no Estado.
Gráfico 24- Evolução de cobertura populacional de Atenção Básica 2014-2018
Fonte: SISAB/EGESTOR
82
Marajó II 47,92 48,62 50,16 54,74 55,4
Metropolitana II 69,57 69,83 72,36 72,76 71,04
Macro II Metropolitana III 69,04 74,58 73,92 80,14 84,61
Rio Caetés 85,9 88,57 89,8 95,01 94,29
Baixo Amazonas 51,14 56,54 60,14 63,69 67,71
Macro III Tapajós 47,62 56,45 61,6 61,3 75,32
Xingu 69,34 71,45 72,7 73,15 70,7
Araguaia 65,46 66,08 66,52 70,03 69,18
Macro IV Carajás 52,91 57,53 60,17 63,41 58,57
Lago de Tucuruí 50,96 59,77 55,7 55,75 55,44
Total Pará 59,92 62,83 63,96 66,1 65,58
Fonte: SISAB/E GESTOR
Fonte: SISAB/MS
83
Dificilmente, um fator isolado seria capaz de explicar a situação de cobertura
populacional de AB e ESF de cada região ou municípios, tendo em vista sua particular
complexidade histórica, política, econômica e social.
Mesmo que algumas áreas possuam altas coberturas, isto não significa que a
estratégia esteja a funcionar de maneira ideal. Dessa forma, o Estado do Pará, por meio
dos 13 Centros Regionais de Saúde, realiza apoio/assessoria aos municípios para o
credenciamento e implantação de novas Equipes de Saúde da Família, Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) e Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção
Básica (NASF-AB); Qualificação/Capacitação aos municípios referentes a Política
Nacional de Atenção Básica; Monitoramento do funcionamento e qualidade das ESF e
recentemente a Planificação da Atenção à Saúde com apoio do
CONASS/PROADI/Hospital Albert Einstein/Ministério da Saúde que está ocorrendo na
região de saúde Rio Caetés.
O Programa Bolsa Família (PBF), tem parceria com a SEASTER e se materializa
por meio da realização de oficinas de capacitação dos coordenadores regionais e
municipais e da execução do Projeto de Apoio Técnico Integrado (PROATEI)
realizadas in loco nos municípios que apresentam dificuldade de execução e/ou baixa
cobertura do programa. Essas ações são realizadas com recursos provenientes do Índice
de Gestão Descentralizada do Estado (IGD-E), repassados mensalmente pelo Ministério
do Desenvolvimento Social (MDS), com valor variável conforme o desempenho do
Estado.
O indicador pactuado de cobertura de acompanhamento das condicionalidades
da saúde do Programa Bolsa Família, na série histórica, apresentou-se acima da média
nacional (73%), conforme apresentado no gráfico abaixo:
Gráfico 26- Percentual de Cobertura das Famílias Totalmente Acompanhadas
84
Saúde Bucal
A reorganização do modelo de atenção em saúde bucal origina-se a partir da
implantação do Programa Brasil Sorridente, que tem como objetivo garantir as ações de
promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal, contrapondo-se as práticas
curativas e da visão mutiladora de extração dentária.
Na área de prevenção ao se analisar a Média de Ação Coletiva de Escovação
Dental Supervisionada, ou seja, quando se estima a proporção de pessoas que tiveram
acesso à escovação dental com orientação/supervisão de um profissional de saúde bucal,
no Estado do Pará, verifica-se a dificuldade em alcançar esta meta desde o ano de 2014.
Conforme demonstra a série histórica disposta no quadro abaixo, Muitos são os entraves
dessa situação, que vai desde a falta de insumos, recursos humanos com perfil
educativo, até subnotificações e erros na inserção dos dados no sistema de informação.
Quadro 42 - Percentual de Ação Coletiva de Escovação Dental Supervisionada - Pará 2014 – 2018
Macrorregião Regiões de Saúde 2014 2015 2016 2017 2018
Metropolitana I 3,99 0,08 0,06 0,04 0,04
85
Rio Caetés 12,19 18,53 18,31 21,32 14,05
Baixo Amazonas 3,47 16,02 18,08 18,07 22,5
MACRO III Tapajós 8,1 19,5 24 22,48 6,36
Xingu 5,05 15,08 6,57 7,23 6,18
Lago Tucuruí 2,41 20,41 22,48 21,69 16,49
MACRO IV Carajás 5 2,58 9,35 11,96 15,74
Araguaia 4,27 2,97 11,61 1,93 0,99
ESTADO 10,3 19,84 9,18 10,65 13,67
Fonte: DATASUS/ Dez 2018.
Apesar deste cenário observa-se que a cobertura populacional estimada pelas
Equipes de Saúde Bucal (ESB), teve um avanço de 6,28% nos últimos 5 anos, como
demonstrado na série histórica abaixo.
Quadro 44 - Percentual de cobertura populacional estimada das ESB.
% COB. ESFSB
Macrorregião
Região de Saúde 2014 2015 2016 2017 2018
Metropolitana I 9,05 11,01 13,77 13,37 11,87
Tocantins 26,19 27,34 25,89 30,1 35,22
Macro I
Marajó I 27,74 28,83 28,4 36,84 37,8
Marajó II 19,99 18,52 19,38 22,47 24,37
Metropolitana II 60,91 62,2 62,53 63,83 65,13
Macro II Metropolitana III 44,75 45,98 44,76 49,03 50,28
Rio Caetés 66,54 72,42 72,48 77,54 81,61
Baixo Amazonas 20,39 24,46 24,26 25,92 27,11
Macro III Tapajós 18,45 18,34 18,23 20,92 25,65
Xingu 46,24 45,58 44,95 47,43 47,86
Araguaia 50,71 50,38 50,09 50,89 57,65
Macro IV Carajás 30,95 32,95 33,47 33,1 39,92
Lago de Tucuruí 18,47 20,5 18,43 20,39 23,06
A região de saúde que se destaca na série histórica, com os mais baixos índices
de evolução de cobertura de saúde bucal é a Região de Saúde Metropolitana I, caindo
em 2018 para 11,87%. As regiões do Marajó II, Tapajós e Lago do Tucuruí que
também, apresentam baixa cobertura, vêm ao longo da série histórica apresentando
crescimento da ESF SB.
A Metropolitana I é a região mais populosa do Estado, que concentra os
municípios de Belém e Ananindeua, por esta razão possuem maior necessidade de
equipes. O município de Belém, além da questão populacional é o que possui menor
quantitativo de equipes implantadas, tem o teto programado para 756 equipes e possui
104 equipes da ESF implantadas e destas apenas 10 com ESB e consequente cobertura
de 2,32%; Ananindeua, por sua vez possui teto de 258 equipes, possuindo 109 ESF
implantadas e apenas 29 com saúde bucal, alcançando 19,03% da população. Desta
86
feita, a população da região e a baixa implantação nesses dois municípios puxam a
cobertura da região para baixo.
Em relação à implantação de Centros de Especialidades Odontológicas – CEO e
Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias – LRPD observa-se a evolução gradativa
desses serviços na saúde bucal. De 2014 a 2017 foram implantados 40 LRPD, mas em 2018
caiu pra 35 LRPD, como se observa no gráfico abaixo.
87
Os Centros de Especialidades Odontológicas - CEO, implantados a partir de
2004 com a necessidade de melhorar os índices epidemiológicos da população, através
de tratamento especializado de saúde bucal, representam um grande avanço da Política
Nacional de Saúde Bucal.
No Estado do Pará, conforme quadro abaixo, ao longo da série histórica, houve
uma evolução gradual do número de Centros de Especialidades Odontológicas-CEO
implantados no Estado, beneficiando a população com aumento dos serviços
especializados e reduzindo a necessidade de exodontias.
Quadro 46 - Quantitativo de Centros de Especialidades Odontológicas no Pará- CEO
ESTADO 2014 2015 2016 2017 2018
Pará 31 34 34 36 35
Fonte: aps.saude.gov.br/ape/brasilsorridente
Saúde do Adolescente
A violência no Brasil, tem se constituído uma das principais preocupações dos
governos para a implementação de políticas públicas, principalmente as voltadas à
faixa etária infanto-juvenil. Além do grande impacto na morbimortalidade, a violência,
nas suas mais diversas formas, tem contribuído para a perda de qualidade de vida entre
as pessoas, com aumento dos custos sociais com cuidados em saúde, educação,
assistência social, entre outros.
O Número de Casos de Violências Notificados no Estado, embora ainda se
estime que ocorra um contexto de subnotificação, observa-se o aumento gradual e
significativo destes dados entre os anos de 2014 e 2016, com decréscimo no número de
casos registrados no ano subsequente. Após o ano de 2017 observa-se novo incremento
neste indicador, conforme apresentado no quadro abaixo. No ano de 2019, registrou-se
o total de 3.410 casos.
Quadro 47 . Número de Notificações de Violências por Região de, no período 2014 a 2018
Macrorregião de saúde Região de Saúde 2014 2015 2016 2017 2018*
Metropolitana I 3632 2075 4594 1688 1885
Tocantins 140 96 166 230 375
Macro I
Marajó I 56 34 50 54 24
Marajó II 54 75 67 66 72
Metropolitana II 13 28 50 66 27
Macro II
Metropolitana III 77 106 142 277 303
88
Rio Caeté 219 216 26 96 157
Baixo Amazonas 405 1044 361 105 89
Macro III Xingu 409 551 457 511 779
Tapajós 60 43 79 112 102
Carajás 169 402 430 306 369
Macro IV Logo de Tucuruí 265 244 685 1000 1234
Araguaia 277 180 86 70 65
PARÁ 5776 5094 7193 4581 5481
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/SINAN/ DVS/ SESPA.
*2018: dados sujeitos à revisão.
Analisando este indicador, segundo a região de saúde, observa-se aumento
significativo das notificações nas regiões Metropolitana III, Carajás, Lago de Tucuruí,
Tapajós, Tocantins e Xingu. Por outro lado, regiões como Araguaia, Marajó e Rio Caeté
demonstraram maior fragilidade na medida em que se verificou a redução no número de
notificação dos referidos casos, quando comparados os anos de 2014 e 2018. Nas
demais regiões este indicador permaneceu relativamente estável.
Os dados de notificação de violência contra a criança e adolescente delineiam a
construção das políticas públicas a serem adotadas pelos mais diversos campos, como
saúde, educação, assistência social, justiça entre outros, que venham garantir os direitos
e a proteção social às vítimas.
No Estado do Pará, os dados notificados pela saúde permitem uma análise mais
ampla do contexto que cada região de saúde está inserida. As principais ações
programadas de capacitações e campanhas de prevenção da violência e o estímulo à
cultura de paz, abrangem os diversos atores envolvidos com a garantia dos direitos da
criança e adolescentes, assim como subsidiam a formação e fortalecimento das redes de
garantia de direitos nos municípios.
O gráfico 28 abaixo apresenta os dados relativos ao número de unidades de
saúde notificadoras de violência no Pará. Este é um importante eixo de ação que, por
seu turno, trabalha com a identificação de casos suspeitos de violências nos diversos
ciclos de vida.
Os resultados apontam que houve significativa elevação no número de unidades
com este serviço implantado, de modo que em 2014 correspondia ao total de 228
unidades de saúde e em 2018 atingiu o total de 508. Apenas nos sete primeiros meses de
2019, este indicador atingiu o total de 269 unidades notificadoras. Embora ainda
sujeitos à revisão, os indicadores relativos ao ano de 2018 sugerem a relevância das
ações de prevenção e capacitação para a identificação e notificação de casos suspeitos
de violência pelas equipes municipais, sobretudo aquelas cometidas contra adolescentes
e jovens.
89
Gráfico 28. Nº de Unidades de Saúde Notificadoras de Violência de 2014 A 2019.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/SINAN/ DVS/ SESPA. *2018: dados sujeitos à revisão.
Programa Saúde na Escola – PSE- O Programa Saúde na Escola -PSE é uma política
intersetorial da Saúde e Educação, voltadas às crianças, adolescentes e jovens com
vistas a promover saúde e educação integral. A articulação entre Escola e Rede Básica
de Saúde é a base do Programa. O PSE é uma estratégia de integração para o
desenvolvimento da cidadania e da qualificação das políticas públicas.
90
No Estado do Pará, o PSE representa um dos maiores instrumentos de prevenção
e promoção social da criança e do adolescente, proporcionando a integração das
políticas e a formação do aluno. Em 2019, 100% dos municípios foram contemplados
com o programa, através do qual serão realizados monitoramento e capacitações dos
profissionais envolvidos na execução do programa.
Saúde da Mulher
A política Nacional de Atenção integral à Saúde da Mulher, construída em parceria com
os movimentos de mulheres de diversos setores da sociedade, incorporou, a partir de
2004, novos princípios e diretrizes na implementação da política de saúde para mulher.
Num enfoque de gênero, a nova política compreende a mulher não apenas sob as
questões reprodutiva ou sexual, mas, sobretudo nos aspectos socioculturais e
econômicos. Agrega, entre outras questões, o combate à violência doméstica e sexual, a
prevenção e o tratamento de mulheres portadoras de doenças crônicas não
transmissíveis e de câncer ginecológico.
No Estado do Pará, a promoção da atenção integral à saúde da mulher, leva em
consideração as premissas pactuadas pelos entes federativos que nortearam os
indicadores a serem trabalhados, entre os quais podemos destacar: Razão de exames
citopatológicos do colo do útero – PCCU em Mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos
que realizam exames; Proporção de Nascidos Vivos de Mães com Sete ou mais
Consultas de Pré-natal; Proporção de parto normal; Unidades de Saúde com Serviço de
Notificação de Violência Doméstica Sexual e outras Violências implantados;
Mortalidade Materna e Infantil.
A razão de exames citopatológicos do colo do útero – PCCU em mulheres na
faixa etária de 25 a 64 anos, possibilita a análise de variações temporais no acesso ao
exame de PCCU. Trata-se de um proxi da cobertura dos exames. (Brasil,2014).
O parâmetro de avaliação do indicador no Estado é de 0,40. Porém, os
resultados ao longo da série histórica de 2014 a 2018 evoluíram de forma incipiente,
como se pode observar na Tabela abaixo:
Tabela 6- Razão de Exame – PCCU em mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos.
Macrorregião Regiões de Saúde 2014 2015 2016 2017 2018
Estado 0,22 0,20 0,21 0,22 0,27
Metropolitana I 0,20 0,19 0,19 0,19 0,19
Tocantins 0,22 0,14 0,16 0,03 0,31
MACRO I
Marajó I 0,06 0,09 0,04 0,14 0,05
Marajó II 0,16 0,23 0,26 0,17 0,14
MACRO II Metropolitana II 0,35 0,26 0,14 0,27 0,20
91
Metropolitana III 0,27 0,26 0,29 0,26 0,31
Rio Caetés 0,16 0,13 0,21 0,45 0,25
Baixo Amazonas 0,53 0,51 0,49 0,31 0,44
MACRO III Tapajós 0,21 0,26 0,20 0,36 0,35
Xingu 0,09 0,06 0,11 0,17 0,63
Lago Tucuruí 0,21 0,09 0,11 0,13 0,25
MACRO IV Carajás 0,12 0,17 0,12 0,21 0,25
Araguaia 0,13 0,12 0,13 0,15 0,20
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)
A Região do Marajó I destaca-se com índices muito abaixo dos pactuados em
nível estadual. As demais regiões, com exceção do Baixo Amazonas, também
apresentaram evolução discreta.
Para a Região do Marajó, pode-se considerar que as principais dificuldades estão
relacionadas à falta de acesso à rede de serviços de saúde, assim como, ao alto índice de
desigualdades sociais, econômicas e culturais, que submetem a população a precárias
condições de vida, ficando muito mais expostas e vulneráveis aos agravos de saúde.
Outros componentes, que dificultam os sistemas municipais de saúde em
garantir a oferta de serviço a contento dos parâmetros nacionais, são: dificuldade ao
acesso aos exames citopatológicos, devido à baixa oferta de laboratórios de
anatomopatologia pela rede municipal, que são inferiores às demandas necessitadas, à
restrição da coleta do exame citopatológico somente por profissionais enfermeiros,
dificuldade em garantir recursos humanos capacitados para alimentar o sistema,
considerando a constante rotatividade de servidores nos municípios e a dificuldade de
acesso a um sistema de internet de qualidade para inserção das informações. Neste
sentido as ações de saúde, visam além da intensificação das campanhas de promoção e
prevenção ao câncer do colo de útero e mama, capacitar a equipe de recursos humanos
de forma continuada e permanente para o processo de qualificação das informações
coletadas e enviadas pelo sistema de notificação. Garantir e monitorar o repasse
contínuo de recursos financeiros à atenção básica com vista à promoção e prevenção
dos agravos à saúde, em especial às regiões de maior vulnerabilidade.
Á Proporção de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal
no período de 2014 a 2018, representa saldos bastante positivos no processo de
promoção à saúde da mulher, o gráfico abaixo apresenta a evolução do indicador de
assistência ao pré-natal no Estado do Pará, nos últimos cinco anos. A proporção de
nascidos vivos de grávidas com sete ou mais consultas pré-natal vem aumentando.
92
Gráfico 30- Proporção de Nascidos Vivos no Pará no período de 2014 a 2018
50
49 49,09
48
47,68
47
46 46,15
45,53
45 44,97
44
43
42
2014 2015 2016 2017 2018
Fonte-SINAS- MS
Fonte: SINASC/MS.
De acordo com a frequência por tipo de parto, podemos observar que em 2018 há um
discreto aumento na proporção de parto normal em relação à cesárea. Destacam-se as
regiões do Marajó e Baixo Amazonas que atingiram uma proporção de partos normais
acima de 70%, inversamente proporcional a região Metropolitana I, que apesar de
concentrar o maior número de serviços especializados do Estado, apresenta uma proporção
média de 38% de parto normal. Observa-se neste cenário que ainda há falhas no processo de
trabalho que causam fragilidades na rede assistencial no que tange às boas práticas no parto
e nascimento, o que pode influenciar na escolha do tipo de parto, preferindo o parto cesáreo
em detrimento do parto vaginal.
Em relação à região do Marajó, apesar de destacar-se em relação ao número de
parto normal, ainda aparece com índices elevados em proporção de mortalidade materna,
conforme tabela abaixo. O que, também, pode estar relacionado, à falta de pré-natal
adequado e à dificuldade de acesso à rede de serviços de saúde.
94
Tabela 9- Taxa de Mortalidade Materna por Região de Saúde, 2014 a 2018.
95
Total Macro IV 29,65 30,67 29,01 27,65
Total Estado do Pará 30,84 29,79 27,67 27,70
Fonte: SINASC/MS.
96
Essas informações derivam das ocorrências dos casos de violências, com
entradas em alguma unidade/estabelecimento de saúde e obviamente pelo registro
desses casos, com o preenchimento obrigatório da Ficha de Notificação (Lei nº 10.778,
de 24 de novembro de 2003).
Durante as ações de monitoramento da Violência contra a mulher, se identificou
dificuldades dos profissionais de saúde para a notificação de violência contra mulheres,
entre elas, o desconhecimento sobre a própria notificação e as ações a conduzir, além da
não notificação de violências por medo de retaliações, dificuldade ou constrangimentos
ao preencher a ficha.
O desafio da saúde e de seus profissionais se encontra no reconhecimento da
violência e da importância da notificação como um passo da atenção e do cuidado em
rede, que objetiva através dos monitoramentos assegurarem a notificação compulsória
de todos os casos de violência contra mulher e promover atendimento humanizado e
integral às vítimas, com a garantia de seus direitos e participar de forma atuante nas
políticas públicas voltadas ao enfrentamento das Violências contra a Mulher, com vistas
à redução dos agravos comuns nos casos de impunidade, como o feminicídio. Assim
como possibilita aos profissionais de saúde, articulados em rede, a busca de estratégias
desencadeadoras dos processos de trabalho, onde os recursos tornam-se
interdependentes.
Estão previstas, também, capacitações para qualificação e habilitação de serviços
de Atenção as Mulheres Vitimas de Violência Doméstica e Sexual; Promoção do I
Encontro sobre Violência Contra Mulher com as Regionais de Saúde, onde será
discutida a legislação e estratégias de monitoramento e acompanhamento do fluxo de
notificação junto aos municípios. Assim como, as ações e campanhas de Enfrentamento
à Violência Contra a Mulher (como os 16 dias de ativismo pelo fim da Violência, etc.)
realizadas sempre em parceria com outros Órgãos, como: Secretaria de Justiça e
Direitos Humanos - SEJUDH, SESMA, SEASTER, Ministério Público, dentre outros
órgãos governamentais e não governamentais.
Saúde do Homem
A principal causa de óbitos masculinos no Pará continua sendo causas externas.
O número de casos de violência interpessoal, inclusive homicídio, com aumento da
população carcerária masculina que é predominante; os acidentes de trânsito com
vítimas fatais; Outro fator que contribui são as mortes por doenças do aparelho
97
circulatório decorrente do sedentarismo, alimentação inadequada, estresse, alcoolismo,
tabagismo e o não tratamento da hipertensão arterial e diabetes.
O câncer de estômago é o que mais mata homens no Pará e pode ter sua
incidência reduzida na população por meio de hábitos saudáveis como evitar o
sedentarismo, consumir álcool moderadamente, não fumar, ter cuidado com a
procedência da água de consumo (principalmente aquela com alta concentração de
nitrato) e ter cuidado com agrotóxico.
Quadro 49 - Principais causas de Óbito masculino – 2014 a 2017
98
Portanto, a PNAISH tem uma missão de sensibilização dos gestores,
profissionais de saúde e usuários do SUS, sendo necessário firmar novas parcerias
intersetoriais e interinstitucionais para o desenvolvimento de ações acerca dos
problemas que atingem a população masculina. Observa-se na tabela abaixo as
principais causas de internações.
Infecciosa e
respiratório
circulatório
Causas
parasitária
endócrinas
Neoplasias
Aparelho
Aparelho
Aparelho
(tumores)
digestivo
externas
Doenças
Internação/ Aparelho
Causas
Regiões de geniturinário
saúde
Quadro 50- Morbidade Hospitalar na Faixa Etária 60 a 69anos, 70 a 79 Anos e 80 Anos e Mais.
99
Quadro 51- Mortalidade hospitalar, óbitos na faixa etária 60 a 69anos, 70 a 79 anos e 80 anos e mais
Mortalidade Capítulo Cid 10 2014 2015 2016 2017 Total
Doenças do Aparelho Circulatório 6.264 6.812 6.878 7.348 27.302
Neoplasias (Tumores) 2.727 2.870 2.976 3.143 11.716
Doenças do Aparelho Respiratório 2.476 2.830 2.893 3.214 11.413
Doenças Endócrinas Nutricionais e 1.896 2.092 2.024 2.199 8.211
Metabólicas
Sint. Sinais e Achado Anorm EX Clin e 1.982 1.891 1.853 1.751 7.477
Laborat
Doenças do Aparelho Digestivo 931 933 985 1.047 8.211
Algumas doenças infec. e Parasitárias 657 751 752 752 7.477
Causas Externas de Morbidade e 601 584 634 747 2.566
Mortalidade
Fonte: MS/SVS/ CGIAE – Sistema de Informação Mortalidade - SIM2019.
100
Um dos instrumentos que tem sido utilizado como estratégia de ação para
atender essa demanda no que se refere à atenção integral à saúde do idoso é a Caderneta
de Saúde das Pessoas Idosa, instrumento de rastreio que contém dados importantes da
saúde psicossocial, física, sócio familiar deste usuário para o acompanhamento
longitudinal no período de 5 anos desse idoso no território, pela Atenção Básica,
qualificando a atenção dispensada ao idoso contribuindo com intervenções realizadas
pelas equipes de saúde, melhorando as condições de saúde diminuindo os riscos de
desfechos adversos, evitando o declínio funcional, hospitalização ou óbito desse idoso,
quando realizado e detectado precocemente, e encaminhado dentro da rede de atenção
para acompanhamento e intervenções necessárias. Importante ressaltar as características
geográficas que são presentes em nossas regiões e as barreiras de acessos que dificultam
essa atenção a esse cuidado ao usuário.
No Estado do Pará dos 144 municípios, cerca de 117,ou seja, 81.25% já
aderiram da Implantação da Caderneta junto ao Ministério da Saúde, estando alguns
em processo de implantação do referido instrumento.
Quadro 52- Número de Denúncias de Violência no Estado do Pará contra a Pessoa Idosa: dados
obtidos em 2018. Pelo DISK.100 : Série Histórica 2014 – 2018
Ano de Ocorrências 2014 2015 2.016 2017 2018
Estado Pará 624 697 608 654 590
Fonte: SINAN/SESPA: 05/2019.
Quadro 53 - Dados de Notificação de Violência em Idosos >60 anos ou mais, municípios do Pará.
Macrorregião Regiões de Saúde 2014 2015 2016 2017 2018 TOTAL
Metropolitana I(5) 111 48 93 48 40 340
Tocantins(09) 7 5 1 8 10 31
Macro I
Marajó I(9) 0 0 2 2 0 4
Marajó II(7) 1 1 0 2 1 6
Metropolitana II(09) 3 3 2 1 1 10
Macro II Metropolitana III(22) 9 2 7 20 20 58
Rio Caetés (16) 2 3 2 6 11 24
Baixo Amazonas(14) 10 17 9 2 4 42
Macro III Tapajós(06) 1 3 2 5 3 14
Xingu (09) 4 15 14 9 12 54
Lago de Tucuruí(06) 6 8 15 18 32 79
Macro IV Carajás (17) 1 3 7 8 4 23
Araguaia (15) 8 4 2 2 0 16
Total Total 163 112 156 131 138 700
Fonte: SINAN/SESPA /05/2019.
Em relação aos dados de violência à pessoa idosa no Pará, percebe-se um
crescimento nas denúncias o que demonstra e pode sugerir que a sociedade está mais
atenta às situações de violência e denunciando para os órgãos de defesa e proteção
disponíveis, porém um ponto que deve ser referido nesta análise é a subnotificação de
casos observados nas séries históricas, onde apenas 77 municípios dos 144 municípios
101
do Pará fizeram pelo menos uma notificação de casos de suspeita de violência à pessoa
idosa pelo SINAN.
Diante dessa análise é necessário qualificar os profissionais da atenção básica,
hospitais e secretaria de assistência social com relação à utilização da ficha de
notificação; a organização da rede de atenção ao idoso no SUS e SUAS a fim de atender
de forma integral e integrada cuidando do idoso violentado tendo retaguarda para
atender o mesmo na rede do SUS.
Um dos grandes temas debatidos é a questão da prevenção da violência, data que
é marcada mundialmente em 15 de junho, realiza-se campanhas no sentido de divulgar
as violações a essa população consideradas crimes e um problema de saúde pública,
que precisam ser denunciadas aos órgãos de defesa e ser notificadas pelos profissionais
dos setores públicos e privados junto aos órgãos de vigilância conforme prevê o
Estatuto do Idoso.
102
Com base nas articulações e discussões sobre o atual quadro da saúde indígena,
a SESPA propôs fortalecer a Rede de Atenção à Saúde - RAS indígena no Pará, para
identificar demanda e promover o atendimento de atenção ambulatorial especializada ao
indígena. Assim como, assessoramento, monitoramento e necessidade de capacitação
dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) a partir de políticas informadas por
evidências, a Atenção Primária à Saúde (APS) e os direitos sociais direcionados à
população indígena ligado às regiões de saúde.
Em relação às comunidades quilombolas, existem no Brasil 178 comunidades;
62 estão no Pará e 53 já foram reconhecidas pelo instituto de Terras do Pará (ITERPA).
Essas comunidades convivem com problemas de difícil acesso à saúde e saneamento
básico precário. No Estado existem 176 Estratégias Saúde da Família- ESF
quilombolas/assentados nos mais diferentes municípios.
Os ribeirinhos estão presentes em 113 municípios, correspondentes a 80% dos
municípios paraense. Seus problemas assemelham-se aos dos outros seguimentos já
citados, sendo agravados pelas dificuldades de acesso aos serviços de saúde.
A SESPA articula-se com diferentes áreas numa ação educativa e vem
fortalecendo as ações de imunização. No que concerne à assistência na APS, a
Estratégia Saúde da Família, houve uma melhora significativa com a presença do
Programa “Mais Médicos”, até 2018. A partir de 2019, com a saída dos médicos
cubanos e posterior entrada com médicos com CRM formados no exterior, algumas
equipes encontram-se sem médicos aguardando finalização do processo.
A falta de água potável e precariedade do saneamento básico, assim como a falta
de hábitos alimentares saudáveis, levam ao aparecimento de sérios agravos de saúde,
cenário comum nas localidades assistidas. Com base nessa percepção dos principais
agravos tanto das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), quanto problemas
sociais como: uso de álcool e drogas, emprego e renda que agudizam a questão social
desses segmentos, o Estado articula a transversalidade das ações, que contribuam
efetivamente para a melhoria de saúde dessas populações.
Um dos grandes dramas vivenciados pelas comunidades ribeirinhas está
relacionado ao enfrentamento dos acidentes de motor com Escalpelamento, como
podemos observar na Série Histórica dos Acidentes com Escalpelamento entre os anos
de 2014 e 2018, na tabela 12 abaixo distribuída nas Macrorregiões de Saúde:
103
Tabela 12- Acidentes de Motor com Escalpelamento
Metropolitana I
Tocantins 3 1 2 2 8
Macro I
Marajó I 1 2 2 2 7
Marajó II 6 5 3 1 2 17
Metropolitana II
Macro II Metropolitana III 2 2
Rio Caetés
Baixo Amazonas 1 1 2
Macro III Tapajós
Xingu
Lago Tucuruí - - - - -
Macro IV Carajás - - - - -
Araguaia - - - - -
TOTAL ESTADO 11 10 7 1 7 36
Fonte: Santa Casa de Misericórdia do Pará.
Observa-se que os maiores registros dos acidentes concentram-se na
Macrorregião I, onde estão localizados os Municípios banhados pelo Rio Tocantins e
localizados na Ilha do Marajó, considerada a maior ilha fluvio marinha do mundo, que
apesar da grandeza de sua biodiversidade, tem um dos piores índices de
desenvolvimento humano do país.
Na região de Saúde do Tocantins, de acordo com a série histórica, ocorreram 08
casos de escalpelamento, sendo que o último registro de acidente foi em 2018. Na
Região de Saúde do Marajó I, ocorreram 7 casos ao longo da série histórica, com maior
concentração nos Municípios de Muaná, 03 casos, com 01 óbito; e São Sebastião de
Boa Vista com 4 casos. Porém, o maior registro de acidentes ocorreu na Região de
Saúde do Marajó II, 17 casos. Nesta região, destacam-se os Municípios de Portel com
06 casos, Melgaço e Curralinho (04 casos) e Anajás (03 casos).
Muitos aspectos podem ser apontados como influenciadores nessa questão. Um
deles é, certamente, a imensidão fluvial onde às margens dos incontáveis furos, rios e
afluentes encontram-se várias comunidades ribeirinhas e casas de família entremeadas à
floresta de igapó. As características físicas dessa bacia hidrográfica, com estreitos
cursos de água ladeados por vegetação densa, por onde é complicado e até perigoso o
fluxo dos pequenos barcos, dificulta o acesso das equipes de prevenção aos acidentes de
motor com escalpelamento e fiscalizações da Marinha do Brasil/Capitania dos Portos às
embarcações que não cumprem com as normas adequadas de segurança para o
transporte de passageiros.
104
A SESPA desenvolve um trabalho contínuo de sensibilização junto às
comunidades das regiões de saúde das áreas ribeirinhas para prevenção aos acidentes de
motor com escalpelamento, através dos Monitoramentos, Capacitações, Campanhas e,
principalmente, o fortalecimento dos Comitês Municipais de Combate ao
Escalpelamento. Principais propostas de ação são: Expansão e Fortalecimento dos
Comitês Regionais/Municipais de Combate ao Escalpelamento no Estado,
principalmente nos municípios e regiões de maior incidência de casos; Criação do
sistema de informação para notificação de acidentes de motor com escalpelamento
parcial ou total no Estado; Redefinir e garantir o fluxo de atendimento assistencial na
Rede de Atenção à Saúde, tornando os hospitais municipais/regionais porta aberta para
os primeiros cuidados às vítimas, já que precisam se deslocar para a capital do Estado,
Belém, ao Pronto Socorro Municipal Mário Pinot e após para o Hospital Metropolitano
de Urgência e Emergência (HMUE) e a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará
(FSCMP), comprometendo ainda mais as sequelas do acidente; Fomentar por meio do
Programa Saúde na Escola no Estado, que hoje atinge 100% dos Municípios Paraenses,
a inclusão de programações voltadas para as regiões das águas, o trabalho de prevenção
dos acidentes de motor com escalpelamento, considerando que é através do diálogo
entre os representantes dos diferentes setores que será possível aprofundarem saberes e
constituir práticas que considerem as potencialidades e vulnerabilidades do território.
105
para atender a demanda de pessoas com transtorno mental em conflito com a Lei nas
diferentes regiões de saúde.
A EAP recebe o recurso pelo Governo Federal através de repasse fundo a fundo,
condicionado ao envio de informações mensais dos atendimentos realizados pela
equipe. Atua no fortalecimento da Rede de Atenção e Proteção às pessoas com
transtorno mental em conflito com a lei, através de atividades de matriciamento às
equipes de saúde e assistência; articulações com o Poder Judiciário, que também,
abrange: buscas ativas dos familiares dos pacientes egressos do Hospital Geral
Penitenciário (HGP) sejam intermunicipais ou interestaduais; manutenção da Republica
Terapêutica de Passagem e eventos educativos de integração de políticas.
A EAP desde 2014 acompanha o processo de desinstitucionalização de 67
usuários do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico – HCTP ,dentre os quais 45
retornaram para suas famílias, 9 vivem de maneira autônoma, 11 encontram-se como
moradores na República Terapêutica de Passagem, 1 encontra-se em abrigo da rede de
Proteção do Sistema Único da Assistência Social vinculado a SEASTER e 1 na
Residência Terapêutica da Marambaia.
106
Marajó II 1
Metropolitana II 2 4 EABP tipo II (Santa Izabel do Pará)
Macro II Metropolitana III 2
Rio Caetés 3 1 EABP tipo II (Bragança)
Baixo Amazonas 1 1 EABP tipo III (Santarém)
Macro III Tapajós 2
Xingu 1
Araguaia 1
Macro IV Carajás 2 2 EABP Tipo II (Marabá)
Lago de Tucuruí 1
Pará 22
Fonte: EAP/DPAIS/SESPA
Assistência Farmacêutica
No sentido de garantir a qualificação da gestão da Assistência Farmacêutica (AF) no
SUS, a SESPA utiliza o sistema HORUS no centro de distribuição/SESPA em 100%
das Unidades Dispensadoras de Medicamentos Especializados - UDME; e apoia o MS
na implantação/implementação do sistema nos 144 municípios do Estado contribuindo
com a integração das ações e serviços de saúde. Em números, atualmente 100
municípios paraenses estão com o sistema implantado e 20.410 pacientes são atendidos
nas 30 UDME distribuídas no Estado, conforme ilustrado na Figura 6 abaixo:
107
Figura 6- Sistema HORUS e UDME implantados por Região de saúde
Fonte: DEAF-2019
As atividades da Assistência Farmacêutica (AF) estadual são norteadas por
legislações específicas emanadas do Ministério da Saúde (MS) e pela Política Estadual
de Assistência Farmacêutica instituída na Portaria nº 1095 de 14 de novembro de 2018
que objetiva garantir à população paraense o acesso integral e qualificado aos
medicamentos essenciais e produtos para saúde padronizados e incluídos na Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) em todos os níveis de atenção à
saúde, promovendo o uso racional, a dispensação contínua e o atendimento
humanizado.
De acordo com as responsabilidades e pelo papel de referência técnica da AF
Estadual, o Departamento Estadual de Assistência Farmacêutica (DEAF), assessora
tecnicamente 13 Centros Regionais de Saúde (CRS), 144 municípios e 30 (UDME)
quanto às ações da AF; e realiza as etapas inerentes do ciclo logístico da AF de gerência
do Estado.
ATENÇÃO ESPECIALIZADA
É composta por ações e serviços que visam atender aos principais problemas e
agravos de saúde da população, cuja complexidade da assistência na prática clinica
demanda a disponibilidade de profissionais especializados e a utilização de recursos
tecnológicos para ao apoio de diagnostico e tratamento.
108
Sistema Estadual de Transplantes
O transplante de órgãos pode constituir a única possibilidade de sobrevivência
para as pessoas cujos órgãos vitais não funcionam mais. Há um número crescente de
doenças que necessitam de transplantes e, em razão disso as indicações para este
tratamento se tornaram cada vez mais frequentes, levando ao aumento do número de
pacientes que aguardam por um órgão na fila de espera.
A Política Brasileira de Transplantes está regulamentada pela Lei GM/MS nº
9.434/97 e Lei federal nº 10.211/01, tendo como diretrizes a gratuidade da doação, o
benefício em relação ao receptor e o não prejuízo em relação ao doador vivo. Além
dessas leis, a normatização de toda essa política está sedimentada em decretos, portarias
e resoluções.
A organização do Programa Brasileiro de transplantes envolve os três entes
federados:
O Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Nacional do Sistema Nacional
de Transplantes (CGSNT), exerce funções de órgão central, sendo o responsável por
coordenar, regulamentar e normatizar os transplantes no país;
As Secretarias de Saúde Estaduais que atuam por meio das Centrais Estaduais
de Transplantes (CET), como unidades executivas do Sistema Nacional de
Transplantes (SNT) nas unidades federadas, responsáveis por coordenar as atividades de
doação e transplante de órgãos no âmbito estadual e;
109
Gráfico 32 – Fila do Transplante no Brasil em 2018
110
em 2014, e o Hospital Regional do Baixo Amazonas em 2016, possibilitando o acesso
dos renais crônicos para transplante em três regiões de saúde do Estado, conforme
demonstrado abaixo. Atualmente são 12 os estabelecimentos de saúde autorizados a
realizar este procedimento.
Belém e Ananindeua
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Cihdotts – 03
Banco de Tecido Ocular - 01
Laboratório de Sorologia - 01
Laboratório de
Histocompatibilidade- 01
TRANSPLANTE
Córnea – 07 Clínicas e 02
Hospitais
RIM – 02 Hospitais
Castanhal
TRANSPLANTE
Córnea – 01 Clínicas
Redenção
TRANSPLANTE
RIM – 01 Hospital
Santarém
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
OPO – 01
TRANSPLANTE
Fonte: CET –PA, 2019. Córnea – 02 Clínicas
RIM – 01 Hospital
111
De 2014 a 2018 foram realizados 294 transplantes renais, a maioria (75%) foi
realizado com doador falecido e 25% com doador vivo. Em 2018 foram registrados 62
procedimentos, no entanto, no final deste mesmo ano, existiam 391 receptores na fila do
rim do Estado. São fatores importantes que contribuem para o aumento do tempo e a
permanência do paciente na fila do transplante, a demora na realização dos exames pré-
transplantes, para inscrição e manutenção do paciente na fila, em alguns Hospitais de
transplantes. Assim como, a carência de órgãos e tecidos ofertados, indicando a
necessidade dos centros transplantadores garantirem por meio de pactuação e/ou
terceirização os exames necessários para deixar o paciente apto ao transplante no menor
tempo possível, bem como há a necessidade de ações para aumentar as doações
multiorgânicas no Estado respectivamente.
Fonte: RBT – Registro Brasileiro de Transplantes Ano XXIV Nº4, 2018; SIG/SNT 2019.
Fonte: RBT – Registro Brasileiro de Transplantes Ano XXIV Nº4, 2018; SIG/SNT 2019.
Apesar da fila do rim aparentar não ser tão extensa, os dados da sociedade
Brasileira de nefrologia demonstram que o Pará tem mais de 3.000 pacientes em
hemodiálise, ou seja, apenas 15% dos renais crônicos estão inscritos no programa de
transplante renal do Pará, indicando que há uma demanda reprimida de acesso a esta
terapia quando comparamos este número com a média nacional onde 25% dos pacientes
em hemodiálise estão inscrito na fila do rim.
112
Embora o número de transplante renal seja menor que o de córnea, o volume de
paraenses inscritos a fila da córnea é bem maior que a do rim. As córneas utilizadas, no
Pará, para recuperar a visão de pacientes por meio do transplante são oriundas de
doadores falecidos no próprio Estado (média de 50%) e de doadores de outros Estados
(média 50%). Nos últimos cinco anos foram realizados 1.134 procedimentos, com
média anual de 226 transplantes.
A desproporção entre as listas de espera e os transplantes realizados evidencia
que a oferta de órgãos no Estado não consegue acompanhar a demanda de receptores e,
ainda que alguns transplantes possam ser realizados entre pessoas vivas, esta estratégia
não tem sido uma solução para escassez de órgãos, já que a grande maioria dos
pacientes não tem doador vivo disponível e dependem de órgãos doados de pessoas
falecidas.
A recusa familiar é uma das causas da baixa taxa de doação no Pará, entretanto,
quando se analisa o número de potenciais doadores notificados em 2018 (124) se
observa que a negativa da família (53%) é tão significativa quanto os casos de morte
encefálica que não são informados á Central Estadual de Transplante (RBT 2018).
Fonte: RBT – Registro Brasileiro de Transplantes Ano XXIV Nº4, 2018; SIG/SNT 2019. (0,02)
113
Gráfico 37 - Número de óbitos VS notificações de morte de coração parado, 2014 –
2018.
Fonte: RBT – Registro Brasileiro de Transplantes Ano XXIV Nº4, 2018; SIG/SNT 2019.
Embora o diagnóstico de morte encefálica seja obrigatório e a notificação desta
morte ser comunicada à CET em caráter urgente, essa prática ainda não está sendo
cumprida pela maioria dos estabelecimentos de saúde (Lei 9434 e Decreto 9175).
Em 2017 houve alteração nos critérios de morte encefálica no Brasil, e desde
então é exigido pela norma Brasileira que o diagnóstico de morte encefálica somente
poderá ser realizado por médicos capacitados, cabendo às CET a capacitação dos
médicos em seus Estados, assim como prover apoio ao diagnóstico quando o hospital
necessitar deste suporte (Decreto 9175/2017 e Resolução 2173/2017 do Conselho
Federal de Medicina).
O Artigo 19 do Decreto 9175/2017 dispõe que após a declaração da morte
encefálica, a família do falecido deverá ser consultada sobre a possibilidade de doação
de órgãos para transplante, contudo, a carência de profissionais capacitados nos
hospitais do Estado impossibilita que as famílias sejam informadas acerca da doação de
órgãos.
A doação de órgãos para transplantes é um processo complexo que envolve
equipes multidisciplinares capacitadas de diferentes instituições, além de um conjunto
de procedimentos sequencias e concomitantes sob a coordenação da CET e
regulamentada por leis e protocolos específicos.
Para o desempenho da rede de atenção á doação de órgãos e tecidos, o Brasil
segue a combinação de dois modelos de procura de órgãos: a Comissão Intra-hospitalar
de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) que atua em nível
hospitalar e a Organização de Procura de Órgãos (OPO), nesse modelo, o governo
determina áreas contíguas de abrangência.
114
O Sistema de Transplantes do Pará é composto por uma única OPO, localizada
na Macrorregião III, sede em Santarém e apenas quatro CIHDOTTS. O
descumprimento da legislação quanto a criação de CIHDOTTS por parte dos hospitais
contribui para o aumento de morte encefálica subnotificada. A ausência dessas
comissões e a falha na manutenção dos órgãos conferem os principais obstáculos á
efetivação da doação de órgãos e tecidos, devido estas ações estarem inseridas no início
do processo de uma série de etapas sequenciais e dinâmicas até que a captação e o
transplante dos órgãos venha a ser efetivamente realizado.
Acesso a Rede de Transplante - O acesso ao transplante de córnea pelo SUS
geralmente inicia em uma unidade básica de saúde ou na rede convênios de saúde, de
onde são referenciados aos estabelecimentos de saúde autorizados a realizar este
procedimento.
A indicação para o transplante renal é feita pelo nefrologista da clínica onde o
paciente dialisa, que o encaminha à equipe transplantadora mais próxima ou à escolha
do receptor. Uma vez inscrito e apto para transplantar, é só aguardar ser chamado pela
equipe transplantadora quando houver a disponibilização de um órgão ou tecido.
Diferente da córnea a fila do transplante renal não funciona por ordem de chegada, mas
por compatibilidade.
É imprescindível o paciente manter atualizado o contato telefônico, da mesma
forma é fundamental a equipe manter atualizado o cadastro técnico de cada paciente que
o mantém ativo na fila de espera, pois a disponibilidade de um órgão pode ocorrer a
qualquer hora.
O aprimoramento de toda a rede de doação e transplantes no Estado tem sido
uma constante e, especialmente, a partir de 2018 o Estado através da CET – PA, tem se
apropriado das complexidades que compõem o cenário atual que perpassa por questões
de ordem administrativa, técnica, estrutural, econômica e geográfica, em busca de
resultados cada vez melhores.
Visando o melhor desenvolvimento do processo de Doação e Transplantes, o
Estado visa Implementar as Redes de Doação, Captação de Transplante de Órgãos e
Tecidos no Estado do Pará, fortalecendo os serviços já existentes e posteriormente
ampliando as atividades levando em consideração as peculiaridades do Estado,
principalmente no quesito geográfico-logístico, centralizando as atividades de
transplantes nas macrorregiões que já a possuem considerando as complexidades das
115
redes assistenciais e descentralizando as atividades de doação e captação de órgãos e
tecidos e capacitação de profissionais.
ENTIDADES VINCULADAS
Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA)
116
oficinas realizadas, com a participação de todos os gestores, com a utilização de
ferramentas de planejamento, com foco no cenário interno e externo.
Cenários esses que subsidiaram as discussões e participação durante a
elaboração do novo Plano Plurianual (PPA) dos temas discutidos guiou-se ao
protagonismo de gestão da Fundação HEMOPA, a Assistência Hematológica, bem
como as ações de Tecnologia da Informação e Comunicação, juntamente com as demais
que formam os processos organizacionais, sejam finalísticos, de apoio e/ou de gestão.
Perspectivas para o próximo quadriênio - Tendo como referência a análise dos
cenários interno e externo, a Fundação HEMOPA tem como perspectiva para o próximo
quadriênio, concluir o Plano de Gestão Estratégica (PEG) 2020 – 2023, em alinhamento
ao novo PPA e assim revisar o Plano Diretor do Sangue - PDS e a Política Estadual do
Sangue - PES, instrumentos estes da gestão hemoterápica, a serem apresentados na
Câmara Técnica de Assessoramento da Política Estadual do Sangue, Componentes e
Derivados no âmbito do Sistema Estadual de Sangue.
Hospital Ophir Loyola (HOL)
É um hospital geral estadual localizado em Belém/Pará, sendo um hospital do SUS na
totalidade de seus atendimentos prestando serviços de saúde nas diversas especialidades
médicas de média e alta complexidade. É o Centro de Alta Complexidade em Oncologia
(CACON) do Estado do Pará e referência em Neurocirurgia, Nefrologia e Transplantes.
Possui um Centro Cirúrgico (07 salas de cirurgia), 07 leitos de recuperação pós-
anestésica e farmácia satélite. Mantém em funcionamento 230 leitos operacionais
cirúrgicos nas especialidades (Buco – Maxilo- Facial, Neurocirurgia, Oncologia,
Transplantes) e 77 Clínicos nas especialidades(Nefrourologia, Neurologia e Oncologia),
08 leitos de hospital –dia, 29 leitos de Unidade de Terapia Intensiva para adulto. Possui
uma Unidade de Atendimento Imediato a pacientes oncológicos e nefropatas para
estabilização de pacientes críticos/graves com 08 leitos de observação, sala de
classificação de risco, estabilização, nebulização e 02 consultórios médicos.
Na Assistência Ambulatórial possui um ambulatório de especialidades com 21
consultórios médicos, 07 consultórios multiprofissionais, 01 consultório odontológico,
01 sala de pequenas cirurgias, 01 posto de enfermagem, 01 sala para curativos e 01 sala
de imunização oferecendo atendimento a pacientes referenciados de média e alta
complexidade nas especialidades de oncologia clínica, oncologia cirúrgica, nefrologia,
ginecologia, cirurgia reparadora, cardiologia, urologia, radioterapia e quimioterapia. No
Ambulatório também são realizados procedimentos de pequeno porte na sala de
117
pequenas cirurgias. Possui também atendimento multiprofissional nas especialidades de
Enfermagem, Serviço Social, Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional,
Odontologia incluindo atendimento especializado Buco-maxilo-facial.
No Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapia (SADT) oferece serviços de
Imagem, laboratórios de Anatomia Patológica e Citológica, Biologia Molecular e
Análises Clínicas oferecendo também serviços de Fisioterapia e Hemoterapia-Agência
Transfusional.
Habilitado pelo Ministério da Saúde como Centro de Alta Complexidade,
disponibiliza serviços na Atenção à Oncologia, Atenção à Nefrologia, Atenção á
Neurologia/Neurocirurgia e na área hospitalar atua em subespecialidades como a neuro
oncologia cirúrgica e outras. No ambulatório, oferta os serviços para tratamento de
distúrbios de movimento para pacientes com doenças de Parkinson e outros distúrbios
de movimento, além de uso de toxina botulínica; ambulatório de: demências, cefaleia,
doenças neuromusculares, doenças neurovasculares, neuroinfecciosas, neurologia
oncológica e ambulatório de liquor para acompanhamento de pacientes oncológicos
com neuroinfecção, proporcionando ainda a aferição da pressão inicial do liquor no
momento da punção lombar através da Raquimanometria.
No Ensino e Pesquisa, O HOL é recertificado nos termos da Portaria
Interministerial n° 2.835, de 30/11/2011, para desenvolver atividades de ensino e
pesquisa possuindo estrutura específica para o desenvolvimento das atividades, com
acesso a biblioteca atualizada e especializada na área de saúde, assim como auditório e
salas de aula.
O Programa de Residência Médica tem como base a Lei nº 6932 de 07/07/1981 e
Decreto nº 80.281 de 05/09/1977, e obedecem às instruções / resoluções / programação
da Comissão Nacional de Residência Médica – CNRM/MEC. Os programas no HOL
tiveram seu início em 2002 e nessa trajetória foi certificado pelo MEC em 2009,sendo
recertificado em 2011 e em 2013.
Na Programação constam cursos obrigatórios para Residências Médicas,
Residência Multiprofissional, Programa de Residência Uniprofissional de Cirurgia e
Traumatologia de Buco-Maxilo-Facial, Programa Uniprofissional de Enfermagem em
Atenção ao Câncer.
A Educação Permanente dos profissionais do HOL atua em dois eixos: 1-
comportamental, técnico, Gestão, Ensino e Pesquisa atuando dentro dos programas de
118
educação continuada em CCIH; 2- No Eixo Assistencial atua na capacitação e
treinamento permanente da equipe multiprofissional.
Na Pesquisa o HOL possui estabelecidas suas Linhas de Pesquisa em: Oncologia;
Neurocirurgia, Transplantes, Nefrologia, Obesidade, Medicina de Alta Complexidade,
.Procedimentos Minimamente Invasivos, além de participar diretamente e
indiretamente, através de seu corpo clínico, das atividades dos grupos de pesquisa da
UEPA.
O Hospital integra o Plano Estadual e da Rede de Atenção Oncológica do Estado
do Pará como o único CACON sendo responsável pelo atendimento dos casos de câncer
prevalentes em adultos das regiões de saúde Metropolitana I, II e III. O CACON-HOL
também é referência pelo atendimento de todos os tipos de câncer de todas as regiões de
saúde do Pará.
O número de casos novos de câncer de 2015 para 2018 teve um acréscimo de 72
casos conforme o gráfico abaixo.
Gráfico 38 – Evolução de Novos Casos de Câncer, HOL, 2015-2018
119
A Clínica Nefrológica se destina ao acolhimento e tratamento dos pacientes portadores
de problemas renais. Atualmente realiza Transplantes de rim e córnea para pacientes do
SUS, e ainda oferta gratuitamente medicação necessária após a realização das cirurgias.
120
O Serviço de Urgência e Emergência atende exclusivamente mulheres
grávidas em demanda espontânea ou referenciada. A Triagem Obstétrica realiza o
acolhimento de risco no momento em que a paciente chega ao hospital. Conta ainda
com um Heliporto, para facilitar a transferência de pacientes de outras localidades.
No Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico – SADT conta com: Serviço
de Diagnostico de Laboratório Clínico, de Diagnostico por Anatomia Patológica e ou
Citopatológico, Serviço de Diagnóstico por Imagem, Serviço de Diagnostico por
Métodos Gráficos Dinâmicos, Serviço de Endocrinologia, Serviço de Endoscopia,
Serviço de Farmácia, Serviço de Fisioterapia, Serviço de Hemoterapia (Agência
Transfusional), Serviço de Oftalmologia (apenas para fazer o teste do olhinho nos RNs),
Serviço de Suporte Nutricional, Transplante (Ações para Doação e Captação de Órgãos
e Tecidos e acompanhamento de Paciente Transplantado) e Banco de Leite.
No Ensino e Pesquisa foi certificada como Hospital de Ensino, conforme
Portaria Interministerial MS/MEC n° 2378 de 26 de Outubro de 2004. Na área do
Ensino e Pesquisa desenvolve os programas de Residência Médica em Pediatria,
Neonatologia, Ginecologia e Obstetrícia, Nefrologia Pediátrica, Clínica Médica,
Cirurgia Geral, Cirurgia Pediátrica, Radiologia, Anestesiologia, Hepatologia, Medicina
Intensiva Adulto e Medicina Intensiva Pediátrica. Conta ainda com Residência
Multiprofissional e o Curso de Mestrado Profissional em Gestão e Saúde na Amazônia
associado à Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade do Estado do Pará
(UEPA).
Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV)
Tem capacidade instalada para 249 Leitos, atendendo: Média e Alta Complexidade
(MAC). Seu perfil de atendimento é Público, 100% financiado pelo SUS. Sua
referência é em Cardiologia, Psiquiatria , Nefrologia. Está vinculado à Secretaria de
Saúde Pública (SESPA) sendo sua Figura Jurídica: Fundação Pública Estadual
Nortes estratégicos: promover saúde, ensino e pesquisa com qualidade e humanismo;
ser hospital de excelência em psiquiatria, cardiologia e nefrologia na região amazônica,
tendo como valores cidadania, ética, humanismo, qualidade e segurança e transparência
Segmento Constitucional: A Fundação foi criada para proporcionar à população
soluções no Atendimento Ambulatorial e Hospitalar de Média e Alta Complexidade na
área da Saúde, vinculando-se à Seguridade Social.
Hospital de Ensino: A FHCGV desenvolve Programas de Educação destinados às
equipes de saúde, nas modalidades internas e externas, tendo como foco o suprimento
121
de preenchimento de lacunas (´gaps’) nas áreas em que se evidenciam vazios
formativos, abarcando a formação de profissionais qualificados para a rede SUS.
O Hospital de Clínicas foi certificado como Hospital de Ensino pela Portaria
Interministerial MEC/MS n. 167/2013, de 05/02/2013 (DOU nº26).
Centro de Hemodiálise Monteiro Leite (CHML)
Foi inaugurado em 2011, como resposta e solução à demanda estadual por uma estrutura
ambulatorial que melhor tratasse os usuários do SUS com necessidades de Terapia
Renal Substitutiva Hemodialítica. Funciona atualmente sob a administração do Hospital
de Clínicas Gaspar Vianna, formando com este um complexo hospitalar tendo por base
o perfil referenciado do FHCGV em Nefrologia.
Sua capacidade instalada é de 35 máquinas de Hemodiálise, produzindo mensalmente
em média: 2.730 sessões de hemodiálise. Sua natureza é de atendimento público e
ambulatorial, com uma abrangência assistencial interdisciplinar de Ensino e Pesquisa
(campo de Residência Médica e Multidisciplinar e de Estágio Curricular)
Atenção Assistencial- Assistência integral aos pacientes cardiopatas, nefropatas,
pacientes portadores de transtornos mentais, Assistência obstétrica a clientela de risco,
Assistência em Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica e ao paciente adulto.
Atenção, Ensino e Pesquisa- Estágios Curriculares: Formação Curricular por
concessão de campo de Estágio às IES (Instituições de Ensino Superior) ; Residência
Médica: formação de Especialistas Médicos nas especialidades de Referência da
FHCGV; Residência Multidisciplinar: formação de Especialistas nas áreas de Saúde
Mental, Cardiologia e Nefrologia.
A diretriz principal que orienta os processos de gestão do Complexo FHCGV é a
Qualidade no Atendimento e a Segurança do Paciente, para todos os fins. Partindo desta
premissa, para nortear as decisões e operações tanto do macroprocesso assistencial
quanto do macroprocesso de Ensino e Pesquisa, a estratégia tem sido orientada pela
Metodologia BSC (Balanced Scorecard).
O complexo gerido pela FHCGV, com a perspectiva de obter e manter padrões
assistenciais elevados e resolutivos, bem como manter um ambiente humanizado e
seguro tanto para a clientela interna (servidores e colaboradores) quanto para a clientela
externa (usuários), desta convergência de processos e avaliações, restaram estabelecidos
estrategicamente para 2019, 03 macro desafios: aprendizagem e crescimento, processos
internos e resultados.
122
Produção da Área Ambulatorial- Realiza consultas, exames, procedimentos de
hemodinâmica, sessões de diálise (diálise peritoneal e hemodiálise), atendimentos em
banco de sangue e farmácia ambulatorial. No tocante às consultas ambulatoriais,
(Cardiologia, Psiquiatria e Nefrologia), oferece à população encaminhada ao Hospital
outras especialidades clínicas e cirúrgicas, totalizando 20 especialidades distintas,
produzindo em média 54.500 consultas ambulatoriais, sendo importante destacar que a
maior concentração é na especialidade Cardiologia adulto, com uma média de 22%,
seguindo-se da procura por atendimento na especialidade Psiquiatria adulto, com uma
média 13,36%, que por sua vez, antecede a demanda por consulta em Clínica Médica,
com uma média 8,36%.
O Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapia, através de seus 20 serviços instalados
(7 terceirizados e 13 próprios), tem uma produção com os serviços próprios uma média
de 70.147 exames e procedimentos e com os serviços terceirizados (Análises Clínicas,
Anatomia Patológica e Citologia), 667.598 exames.
123
AIH. Quanto ao desempenho cirúrgico, em média são realizadas 3.350 cirurgias ano,
entre elas são: obstétricas, gerais e cardíacas (pediátricas e adultas).
Atendimento de Urgência e Emergência, tanto nas modalidades de Cardiologia
e/ou outras assemelhadas, quanto na Emergência Psiquiátrica.
Quadro 56- Atendimentos de urgência / emergência
SETOR 2015 2016 2017 2018
SAT / SERC 13.961 15.276 15.418 15.321
Psiquiatria 10.017 12.590 9.775 9.250
TOTAL 23.978 28.866 25.193 24.571
Fonte: SAME/FHCGV Nota
124
2014 e 2018 respectivamente. Já as regiões Metropolitana II, Carajás e Baixo Amazonas
apresentaram baixo percentual de internação de população referenciada variando entre
0,06% e 0,42% em relação as demais Regiões de Saúde. Ressalta-se que a Região de
Saúde Metropolitana I apresenta internações referenciadas das regiões do Marajó I e II,
e a Região do Baixo Amazonas atende os municípios do Tapajós.
125
Quadro 57- Fluxo de Acesso Assistencial, segundo internações - 2014 a 2018.
2014 2015 2016 2017 2018
INCREMENTO
2014-2018 (%)
% Pop. ref
% Pop. ref
% Pop. ref
% Pop. ref
% Pop. ref
População
População
População
População
População
Pop. Ref.
Pop. Ref.
Pop. Ref.
Pop. Ref.
Pop. Ref.
Região de Saúde
Araguaia 521.027 4.618 0,89 531.369 6.537 1,23 541.347 7.663 1,42 550.946 9.051 1,64 557.913 10.619 1,9 1,02
Baixo Amazonas 733.437 2.579 0,35 739.394 3.651 0,49 745.143 4.280 0,57 750.672 5.055 0,67 766.141 5.931 0,77 0,42
Carajás 808.608 1.784 0,22 823.260 2.525 0,31 837.390 2.960 0,35 850.985 3.497 0,41 862.729 4.102 0,48 0,25
Lago de Tucuruí 420.708 2.214 0,53 430.388 3.134 0,73 439.727 3.674 0,84 448.711 4.339 0,97 453.466 5.091 1,12 0,6
Metropolitana I 2.129.515 29.630 1,39 2.146.163 41.947 1,95 2.162.224 49.170 2,27 2.177.672 58.078 2,67 2.223.012 68.138 3,07 1,67
Metropolitana II 345.960 172 0,05 349.955 244 0,07 353.808 286 0,08 357.516 338 0,09 364.031 396 0,11 0,06
Metropolitana III 879.858 4.210 0,48 891.520 5.961 0,67 902.773 6.987 0,77 913.596 8.253 0,9 929.184 9.682 1,04 0,56
Rio Caetés 511.583 7.437 1,45 516.723 10.528 2,04 521.675 12.341 2,37 526.447 14.577 2,77 536.587 17.102 3,19 1,73
Tocantins 655.946 6.068 0,93 666.209 8.590 1,29 676.109 10.070 1,49 685.633 11.894 1,73 696.222 13.954 2 1,08
Xingu 328.399 3.038 0,93 332.636 4.301 1,29 336.723 5.041 1,5 340.654 5.955 1,75 346.546 6.986 2,02 1,09
TOTAL 8.104.880 61.750 0,76 8.206.923 87.418 1,07 8.305.359 102.472 1,23 8.366.628 121.037 1,45 8.513.497 142.001 1,67 0,91
Fonte: SER/DRA/SDDASS/SESPA
126
1.5 – GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAUDE
Análise da Força de Trabalho SESPA e vinculados
O gráfico abaixo apresenta o cenário da força de trabalho da Secretaria e dos órgãos da
área saúde vinculados (Fundação Santa Casa de Misericórdia, Fundação Pública
Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Hospital Ophir Loyola e Fundação Centro de
Hematologia e Hemoterapia).
Gráfico 44- Quantitativo de servidores SESPA e vinculados, período 2014-2018
Fonte: DGTES, folha de pagamento dez/2014, dez/2015, dez/2016, dez/2017 e dez/2018 (BO)
127
O quadro a seguir demonstra a força de trabalho de acordo com o vínculo, envolvendo
SESPA e vinculados, composta de servidores Efetivos (Concursados, Estáveis-CF88 e
Não Estáveis), temporário/contratados e comissionados, considerando o ano de 2018.
Evidencia-se a redução do quantitativo de servidores efetivos em torno de 7,5%.
Quadro 63 - Quantitativo de pessoal por tipo de vínculo, período 2014-2018.
% EM
Tipo de Vínculo 2014 2015 2016 2017 2018
2018
Cargo comissionado
351 362 366 378 386 2,64
(exclusivamente)
Contrato temporário 2.190 2.427 2.344 2.171 2.531 17,31
Quadro Efetivo 10.654 10.493 10.355 10.206 9.888 67,64
Geral Estagiário curricular 14 60 62 60 79 0,54
Estável - constituição 125 115 113 109 106 0,73
Não estável 1.725 1.688 1.671 1.650 1.629 11,14
Bolsista
1 5 5 -
socioeducativo
Total Geral 15.060 15.150 14.916 14.574 14.619 100,00
Fonte: DGTES/ (SIGRH)
A secretaria e vinculados somam um total de 14.619 servidores ativos em
dezembro/2018, distribuídos nos quatro níveis de formação, evidenciados no quadro a
seguir:
Quadro 64– Quantitativo de servidores por nível de formação, referência dez/2018.
Nível de
Nº FHCGV FSCMP HEMOPA HOL SESPA TOTAL %
Formação
1 Estágio NM 3 3
2 Estágio NS 62 14 76
3 Fundamental 147 407 110 216 1.670 2.550 17
4 Médio 230 297 264 356 2.070 3.217 22
5 Médio-TEC 522 841 271 498 1.185 3.317 23
6 Superior 582 1.100 303 618 2.853 5.456 37
128
Análise da Força de Trabalho do SUS nas Regiões de Saúde
A análise do quadro abaixo evidencia maior concentração de profissionais na
Macrorregião I, com 35.275, representando 42,58%, seguido pela Macrorregião IV, com
18.858 (22,76%), a Macrorregião II com 15.227 (19,38%) e Macrorregião III com
13.467 (16,25%). Cabe ressaltar ainda, que há disparidades na distribuição do
quantitativo de profissionais nas Regiões de Saúde que compõem as 04 Macrorregiões.
Conforme demonstrado no quadro, observa-se que: a) na Macrorregião I – o destaque
aqui é pra Região Metropolitana I com 26.096 profissionais que representam 73,97% do
quantitativo da Macro I, seguido da Região do Tocantins com 5.092 (14,43%) e em
menor número nas Regiões do Marajó II com 2.522 (7,14%) e Marajó I com 1.565
(4,43%); na Macrorregião IV- na Região do Carajás há 9.852 profissionais que
representam 52,24 % do quantitativo da Macro IV, seguido da Região do Araguaia com
5.222 (27,69%) e em menor número na Região do Lago de Tucuruí com 3.784 (20,06
%); a Macrorregião II - na Região Metropolitana III estão cadastrados 8.395
profissionais que representam 55,13% do quantitativo da Macro II, na sequência a
Região do Rio Caetés com 4.430 (29,09%) e a Região Metropolitana II com 2.402
(15,77%); e na Macrorregião III- na Região do Baixo Amazonas há 7.352 profissionais
que representam 54.59 % do quantitativo da Macro III, seguido da Região do Xingu
com 3.797 (28,19%) e em menor quantitativo na Região do Tapajós com 2.318 (17,21
%).
Quadro 65 – Quantitativo de profissionais por Região de Saúde e Macrorregião de Saúde.
Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES
129
Ao constatar a realidade descrita acima, cabe considerar os parâmetros dispostos na
Portaria GM/MS nº 1631/15 com relação ao quantitativo de profissionais
parametrizados para as ações e serviços, que devem ser organizados e desenvolvidos na
Rede de Atenção a Saúde (RAS), para o adequado dimensionamento e planejamento da
força de trabalho existente e necessária nas respectivas Regiões e Macrorregiões de
Saúde.
Assim como, identificar perfis profissionais e de formação necessários, concernentes à
graduação e pós-graduação e ações de educação permanente e continuada a serem
ofertadas, bem como, estratégias de integração ensino e serviço a serem implementadas
em articulação com as instituições de ensino e as corporações profissionais em
cumprimento a responsabilidade constitucional e do SUS em regular e ordenar a
formação dos profissionais da área da saúde.
POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH)
A PNH, no Estado vem sendo articulada e capilarizada nas Regiões de Saúde através,
principalmente, dos Processos de Formação de Apoiadores e Multiplicadores da política
e dos Coletivos de Humanização implantados, como estratégia de planejamento para
suprir lacunas e/ou dificuldades no desenvolvimento das ações de Humanização no
Estado.
Há investimentos na qualificação dos trabalhadores em todos os pontos da Rede de
Atenção em saúde como Apoiadores da PNH no seu território, de modo que possam ser
multiplicadores e fomentadores da Política. Existem 7 Polos de Integração constituídos
(Marabá, Parauapebas, Belém, Breves, Altamira, Santarém e Santa Izabel do Pará),
onde se desenvolve a Formação de Formadores e Apoiadores Institucionais para a
Humanização da Atenção e Gestão do SUS-Pará, com a participação dos trabalhadores,
usuários e gestores, o que contribui para a implementação e desenvolvimento da
Política de forma participativa.
Os Coletivos de Humanização instituídos caracterizam-se como dispositivos
fundamentais para que o processo de humanização da assistência à saúde se efetive.
Existem em vários pontos da Rede de Atenção à Saúde (13 hospitais membros da
Câmara Técnica de Humanização Hospitalar /CTH-H, Colegiados de Humanização nas
12 URES e o Coletivo Humaniza RAPS está restrito à Região Metropolitana I que
contempla os 5 municípios). O Coletivo Loco regional de Saúde está distribuído nas 13
Regiões de Saúde, com 7 polos (Belém, Santa Izabel do Pará, Breves, Altamira,
Santarém e Parauapebas), conforme (Tabela1).
130
Tabela: Distribuição de Coletivos de Humanização por Região de Saúde.
Coletivo de Região de
Participantes
Humanização Saúde
HPSM Mário Pinotti; HPSM Humberto Maradei; Hospital Ophir
Loyola; Hospital Jean Bitar; Hospital Público Estadual Galileu;
Câmara Técnica Hospital Regional Abelardo Santos; Hospital Universitário
de Humanização Bettina Ferro Sousa; Hospital Universitário João de Barros
Hospitalar Barreto; Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência;
(CTH-H) Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo; Fundação Pública
Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana; Fundação Santa
Casa de Misericórdia do Pará e Hospital Geral de Mosqueiro.
URE Reduto; URE D. Medrado; URE P.Vargas; URE Marcelo
Metropolitana I
Colegiado de Cândia; UREMIA; URE DIPE; Unidade de Acolhimento
Humanização Temporário-UAT; Unidade Básica Saúde Pedreira; Centro
das URES Escola Saúde do Marco; URE REI; Abrigo Especial Calabriano e
Abrigo João Paulo II.
CAPS Amazônia; CAPS Icoaraci; CAPS Grão Pará; CAPS
Marajoara; CAPS Renascer; Residência Terapêutica- CAPS
Renascer; Residência Terapêutica- CAPS Amazônia; Residência
Terapêutica- CAPS Icoaraci; Residência Terapêutica de
Passagem; CAPSi (Belém); Casa Mental do Adulto (Belém);
Casa Mental Álcool e Outras Drogas (Belém); Casa Mental do
Coletivo
Mosqueiro; CAPSi (Ananindeua); CAPS III (Ananindeua);
HumanizaRAPS
CAPS I (Benevides); CAPS II (Marituba); CAPS AD (Marituba);
Coordenação Estadual de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas;
1º Centro Regional de Saúde; Secretaria Municipal de Saúde
Metropolitana I
/Ananindeua; Secretaria Municipal de Saúde/Belém; Secretaria
Municipal de Saúde/Benevides; Secretaria Municipal de
Saúde/Marituba; Secretaria Municipal de Saúde/Santa Bárbara.
Polo Belém (Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba, Santa Metropolitana I
Bárbara, Soure, Salvaterra, São Sebastião da Boa Vista e Afuá) e Marajó I
Polo Santa Izabel do Pará (Santa Isabel do Pará, Vigia, Acará, Metropolitana II,
Santo Antônio do Tauá, Castanhal, Paragominas, São Miguel do MetropolitanaIII,
Coletivo
Guamá, Bragança, Capanema, Salinópolis, Cametá e Barcarena) Rio Caetés e
Locorregional de
Tocantins
Humanização
Polo Breves (Breves, Portel, Curralinho) Marajó II
Polo Altamira (Altamira, Medicilândia, Uruará, Vitoria do Xingu
Xingu, Itaituba e Novo Progresso) Tapajós
Polo Santarém (Oriximiná e Santarém) Baixo Amazonas
131
Polo Marabá (Marabá, Rondon do Pará, São Domingos do Lago de Tucuruí
Araguaia, Jacundá, Itupiranga e Tucuruí) Carajás
Polo Parauapebas (Parauapebas, Canaã dos Carajás, Conceição Carajás
do Araguaia, Redenção, Xinguara e São Félix do Xingu) Araguaia
132
Quadro 66- Análise da Situação Atual de EPS
Análise da situação atual
A organização das CIES no Estado do Pará, existem 01 CIES Estadual e 13 CIES Regionais,
das quais contam com a infraestrutura a CIES Estadual e 06 Regionais, e 07 sem infra estrutura
prevista. A CIES Estadual funciona no espaço institucional da SESPA com predominância dos
atores na capital do Estado.
A CIES Estadual é efetiva no processo de articulação interinstitucional, com representatividade
dos trabalhadores de saúde, conselhos de saúde e movimentos sociais, das instituições de ensino
e pesquisa. Há dificuldade de articulação nas CIES Regionais.
A CIES estadual, atua eficazmente na articulação institucional, publicou cartilha para orientar os
projetos de EPS e na emissão de parecer de viabilidade técnica.
Para acompanhar, monitorar e avaliar as ações de EPS, são utilizados os sistemas GM SESPA e
SIGPLAN.
Formalmente existe a vinculação das instâncias CIB e CIES, através de Resolução CIB que
aprova a Composição da CIES Estadual, apesar da representatividade não se faz presente
regularmente.
O CES participa do processo de discussão e aprovação da Política de EPS, através de sua
representação na CIES Estadual e na aprovação do PEEPS, assim como mantém uma Comissão
de Educação Permanente. Observa-se fragilidade no monitoramento de recurso e
desenvolvimento das ações.
O Estado recebe apoio técnico e financeiro da SGTES/MS, para a implementação da Política de
EPS
Fonte: GEP/CES/DGTES/SESPA – PEEPS 2019-2023
133
EIXO 1: ASPECTOS DO FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Precariedade das condições de trabalho (P1); Falta de Planejamento
Estratégico Integrado de Ações e Serviços (P8); Frágil Implementação da
PNEPS (P9);Desconhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) -
PROBLEMAS
Desconhecimento dos Princípios, Funcionamento e Diretrizes do SUS (P10););
Frágil Integralidade nas Ações de Cuidado (P12);Desconhecimento das
Diretrizes e Dispositivos da Política Nacional de Humanização (PNH) (P13);
134
Cenário da formação na área da saúde no Estado do Pará
No Pará 54 Instituições de Ensino Superior ofertam cursos na área da saúde, sendo 06
públicas e 48 privadas. O curso mais ofertado é o de enfermagem, totalizando 27
cursos de enfermagem, com o total de 10. 869 alunos matriculados em 2017 (INEP,
2017). Os demais cursos são: Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física,
Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição,
Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional.
Unidade da Nº. de Instituições
Número de Cursos Concluintes
Federação oferecem o Curso
/Curso
Total Pública Privada Total Pública Privada Total Pública Privada
(Classe INEP)
Total - Brasil 2.447 296 2.151 35.380 10.425 24.955 1.199.769 251.793 947.976
01 UREMIA 387
02 URE Presidente Vargas 58
03 URE Marcelo Cândia 71
04 URE Demétrio Medrado 65
05 URE Reduto 33
06 UREDIPE 69
07 CAPS Ad III Marajoara 210
08 CAPS Grão Pará 57
09 CAPS Renascer 159
10 CAPS Icoaraci 12
11 CAPS Castanhal 12
135
12 CAPS Amazônia 39
13 UBS Pedreira 13
14 Abrigo João Paulo II 7
15 DEAF / Sespa 8
16 LACEN 15
17 DVS 20
18 Republica Terap. de Passagem (CIASPA) 46
TOTAL 1281
Fonte: GFD/CES/DGTES/SESPA, 2018 – PEEPS 2019-2023
Conforme demonstrado na tabela a seguir foram atendidas demandas de 29 cursos de 17
Instituições de Ensino (nível superior e técnico):
Quadro 68 - Instituições de Ensino/Qtd de Cursos que desenvolveram atividades nas Unidades da SESPA
IES Qtd. Curso TIPO DE ATIVIDADE
UNINASSAU 1 Estágio
ESAMAZ 3 Estágio
UNAMA 2 Estágio
UEPA 5 Estágio / Aula Prática
Visita Técnica/ Aula Prática / Estágio/ Visita
UFPA 5
Acadêmica / Estágio
FIBRA 1 Estágio
ESTÁCIO 1 Estágio
CESUPA 1 Estágio / Visita Técnica
ANHAGUERA 2 Aula Prática/Estágio
FAPAN 1 Estágio
FAAM 1 Estágio
FAMAZ 1 Aula Prática
FAP 1 Estágio
ESMAC 1 Estágio
UFRA 1 Estágio
INST. EVANDRO CHAGAS 1 Visita Técnica
CESEP 1 Estágio
Fonte: GFD/CES/DGTES, 2018. – PEEPS 2019-2023
136
RESIDÊNCIAS EM SAÚDE
No Pará está em funcionamento 17 Programas de Residência Multiprofissional em
Saúde, distribuídos em 03 municípios Belém (14), Bragança (1), Santarém (2),
conforme quadro:
Quadro 69 - Demonstrativo de programas de residência multiprofissional no PARÁ, ano .
137
Física. Além disso, entrou em funcionamento a Residência Multiprofissional em
Estratégia Saúde da Família para populações do Baixo Amazonas na Universidade do
Oeste do Pará (UFOPA), ofertando 3 vagas, 1 para Enfermagem, 1 para Odontologia e 1
para Farmácia.
O número total de residentes multiprofissionais em formação no SUS em 2018 alcançou
398, abrangendo as seguintes categorias profissionais: enfermagem, farmácia,
fisioterapia, nutrição, odontologia, psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia,
serviço social, educação física e biomedicina.
Quadro 70 - Demonstrativo de vaga por categoria profissional, ofertada pelas instituições de ensino
superior, em programas de residência multiprofissional 2018
138
Residência em Área Profissional da Saúde
No Pará existem 08 programas de residência em Área Profissional da Saúde, dentre os
quais 06 se desenvolvem em Belém (Metropolitana I) e 03 em Castanhal (Metropolitana
III), com um total de 66 residentes, conforme os quadros abaixo:
Quadro 71 - Demonstrativo de vagas de Residência em Área Profissional - UEPA
PROGRAMAS R1 R2 R3 TOTAL
Cirurgia Buco-Maxilo-Facial 02 02 02 06
Enfermagem Ontológica 03 03 06
Enfermagem em Centro de Terapia Intensiva 03 03 06
Enfermagem em Clínica Cirúrgica Oncológica 03 03 06
TOTAL 24
Fonte: PEEPS 2019-2023
Quadro 72 - Demonstrativo de vagas de Residência em Área Profissional- UFPA
PROGRAMAS R1 R2
Med. Veterinária em Clínica Médica e Cirúrgica de Peq. Animais 3 3
Med. Veterinária em Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Silvestres 3 3
Med. Veterinária em Clínica Médica e Reprodução de Ruminantes e de
3 3
Equinos
Enfermagem Obstétrica 12 12
TOTAL 21 21
Fonte: PEEPS 2019-2023
Residência Médica
Um forte elemento para fixação dos médicos nos municípios é a disponibilidade de
programas de residência; reconhecida legalmente e tecnicamente como o padrão ouro de
formação de médicos especialistas no Brasil. Muitos formandos concluem a graduação e
não conseguem vagas de residência, sendo obrigados a mudar para capitais e outras
regiões, deixando para trás a comunidade que poderiam beneficiar com o exercício de
sua profissão.
No Pará, os programas de residência médica estão distribuídos em 03 municípios: 14
em Santarém, 02 em Bragança e 69 em Belém, sendo o total de vagas ofertadas de 294,
distribuídas conforme ao quadros abaixo:
139
Quadro 72- Nº de vagas por Especialidade e Vagas reservadas de Residência Médica, UFPA/
Belém, 2018
PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA UFPA/BELÉM 2018
ESPECIALIDADE TOTAL DE VAGAS LOCAL
VAGAS RESERVADAS
Anestesiologia 06 - HUJBB
Clínica Médica 10 01 HUJBB
Cirurgia Geral 09 01 HUJBB
Dermatologia 02 - HUJBB
Ginecologia e Obstetrícia 06 - HUJBB
Infectologia 05 - HUJBB
Medicina de Família e comunidade 10 - UFPA
Oftalmologia 04 - HUBFS
Otorrinolaringologia 04 01 HUBFS
Pediatria 08 01 HUBFS
Endocrinologia 03 - HUJBB
Geriatria 02 - HUJBB
Pneumologia 02 - HUJBB
Cirurgia do aparelho digestivo 03 - HUJBB
Cirurgia Torácica 01 - HUJBB
TOTAL 75 04
Fonte: PEEPS 2019-2023
Quadro 73 - Total de vagas por especialidade e vagas reservadas em programas de residência
médica UEPA/Santarém, 2018
UEPA SANTARÉM
ESPECIALIDADE TOTAL DE VAGAS
V R*
Anestesiologia 02 02 -
Cirurgia Oncológica 02 02 -
Oncologia Clínica 02 02 -
Cirurgia Geral 04 04 -
Cirurgia Geral Avançada 01 01 -
Clínica Médica 06 06 -
Infectologia 02 01 01
Medicina da Família e Comunidade 02 02 -
140
Medicina Intensiva 02 02 -
Neurocirurgia 01 01 -
Ortopedia e Traumatologia 02 02 -
Obstetrícia e ginecologia 02 02 -
Pediatria 02 02 -
Urologia 01 01 -
TOTAL 30 29 01
*Vagas reservadas para o residente médico que esteja servindo as Forças Armadas, conforme
legislação vigente.
Fonte: PEEPS 2019-2023
Quadro 74 - Vagas (R1) por Especialidade, Instituição e reserva para residentes servindo às forças
armadas.
PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA DO ESTADO DO PARÁ – 2018 (PSU/2018)
HOL UEPA FSCMPA FPEHCG HMUE CESUPA HSAMZ
Total de Vagas
141
Endocrinologia e 4
- - 2 - - - - - - - 2 - - -
Metabologia
Ginecologia e 14
- - - - 9 1 - - - - 4 - - -
Obstetrícia
Hepatologia 2 - - - - 2 - - - - - - - - -
Hematologia e 3
3 - - - - - - - - - - - - -
Hemoterapia
Hemodinâmica 1 - - - - - - 1 - - - - - - -
Mastologia 1 1 0 - - - - - - - - - - - -
Medicina de 20
Família e - - 8 2 - - - - - - 10 - - -
Comunidade
Medicina de 2
- - - - - - - - 2 - - - - -
Urgência
Medicina 7
- - - - 3 - 4 - - - - - - -
Intensiva
Medicina 3
Intensiva - - - - 3 - - - - - - - - -
Pediátrica
Nefrologia 8 3 - - - - - 5 - - - - - - -
Nefrologia 2
- - - - 2 - - - - - - - - -
Pediátrica
Neonatologia 8 - - 3 - 5 - - - - - - - - -
Neurocirurgia 3 2 0 - 1 - - - - - - - - - -
Neurologia 1 - - 1 - - - - - - - - - - -
Oncologia Clínica 1 1 0 - - - - - - - - - - - -
Ortopedia e 6
- - 3 1 - - - - 2 - - - - -
Traumatologia
Pediatria 18 - - - - 10 - - - - - 3 - 5 -
Psiquiatria 4 - - - - - - 4 - - - - - - -
Radiologia e 9
Diagnóstico por 5 0 2 - 2 - - - - - - - - -
imagem
142
Reumatologia 1 - - - - - - - - - - 1 - - -
Urologia 3 2 0 - - - - 1 - - - - - - -
Total 206 46 1 34 4 55 2 29 0 8 0 20 0 10 0
Fonte: PEEPS 2019-2023
Ao longo dos anos a oferta de programas e vagas de residência médica no Brasil tornou-
se deficitária, não há vagas disponíveis para todos os médicos recém-formados, além
disso, há uma grande concentração de vagas nas capitais, como no caso do Pará onde a
maioria dos programas concentra-se em Belém (66 Programas de Residência Médica).
Atualmente no Pará temos um total de 311 vagas (R1) em Programas de Residência
Médica distribuídos em 03 municípios: 271 (87,14%) vagas em Belém, 10 (3,22%)
vagas em Bragança e 30 (9,65%) vagas em Santarém.
Gráfico 46 - Programa de Residência Médica por município - 2018
143
em concordância com as Linhas de Cuidado, faz-se necessário ampliar os cenários de
prática dos residentes, abrangendo Atenção Básica, Média Complexidade, Alta
Complexidade e Gestão.
Por fim, considerando que a residência (médica, multiprofissional e uniprofissional) em
saúde é um processo de formação em serviço e não uma estratégia para provimento de
recursos humanos dentro das unidades assistenciais destaca-se a seguinte realidade das
residências em saúde no Estado:
Processos de formação desarticulados com o SUS, que não problematizam os processos
de trabalho e tampouco contribuem para a organização dos serviços;
Indefinição de processos avaliativos de preceptores e tutores dos programas,
ocasionando um desconhecimento das necessidades de atualização e formação desses
trabalhadores para o acompanhamento dos residentes nos serviços;
Falta de capacidade instalada, infraestrutura inadequada dos serviços que ofertam os
programas para melhor planejamento e desenvolvimento de atividades educacionais;
Estruturas de gestão do ensino e pesquisa não uniformes nos serviços assistenciais
dificultando a organização dos processos de formação;
Ausência de financiamento bipartite (Federal e Estadual) para manutenção e adequação
dos programas de residência multiprofissional e uniprofissional;
Fragilidade ou inexistência de metas e indicadores ligados ao ensino pactuados
juntamente à gestão, nas unidades assistenciais;
Ausência de um Sistema Estadual de Residências de Saúde o que dificulta o
monitoramento e a avaliação da qualidade desses processos de formação no âmbito
estadual;
ESCOLA TÉCNICA DO SUS DO PARÁ “DR. MANUEL AYRES”
A Escola Técnica do SUS tem como finalidade desenvolver atividades para formação
profissional de recursos humanos da área da saúde pública. Promove a Educação
Profissional que engloba, os cursos Técnicos e Pós-Técnicos de Nível Médio.
Formação Inicial e Continuada
Quadro 75 - Quantitativo de pessoas qualificadas em cursos de Formação Inicial e Continuada,
2014 a 2018.
REGIÃO ANOS
CURSOS TOTAL
DE SAÚDE 2014 2015 2016 2017 2018
Curso de qualificação de Marajó I e II,
4.044
agente comunitário de Tocantins, Xingu,
144
saúde - ACS Metropolitana I e III, 392 606 556 1.536 954
Tocantins, Araguaia,
Baixo Amazonas,
Carajás, Lago de
Tucuruí e Tapajós.
Curso de qualificação de
Araguaia, Xingu e
agente de combate às 833
Metropolitana III 151 215 256 211
endemias – ACE
Curso de qualificação do
enfrentamento do crack, Todas as Regiões de
álcool e outras drogas - Saúde foram 5.229
453 4.776
projeto caminhos do contempladas
cuidado
Especialização em linhas
do cuidado em 31 31
enfermagem
Curso de capacitação de
conselheiros municipais de Rio Caetés 13 13
saúde
Curso de capacitação de
conselheiros estaduais de 16 16
saúde
1° ciclo de palestras Metropolitana I 97 97
Araguaia, Baixo
Amazonas, Carajás,
Curso de atualização no Lago do Tucuruí,
controle do câncer de Marajó I e II,
30 41 29 129 106 335
material para exame Tapajós, Xingu,
Papanicolau Tocantins,
Metropolitana I, II e
III e Rio Caetés
Curso de higienização de
superfícies em 12 12
estabelecimento de saúde
Curso de atualização
“falando um pouco sobre 61 61
o SUS”
145
Curso de atualização para
18 18
detecção de doenças raras
Curso de capacitação em
doenças raras para a 75 75
prática na atenção básica
Curso de formação para
tutores para atuarem no
curso de formação de 380 380
agentes de controle do
câncer
Curso de cuidados de
enfermagem as pessoas 34 34
Ostomizadas
Formação de Auxiliar de
Rio Caetés 7 7
Saúde Bucal
Curso de formação de
agentes de controle do Metropolitana I 18 18
câncer
Curso de Gestão de Risco
e Segurança do Paciente Metropolitana I 52 52
em Serviços de Saúde
Curso de Logística em
Metropolitana I 5 5
Serviços de Saúde
Curso de Sustentabilidade
com ênfase no
Gerenciamento dos Metropolitana I 30 30
Resíduos dos Serviços de
Saúde
Curso de Processo
Metropolitana I,
Administrativo
Carajás e 133 133
direcionado as Ações de
Baixo Amazonas
Vigilância Sanitária
Curso de Indicadores
Gerenciais dos Serviços de Metropolitana I 24 24
Saúde
Metropolitana I, II e
Técnico em Saúde Bucal 171 171
III.
146
Marajó I e II, Rio
Caetés
Baixo Amazonas
Metropolita I e II e
III, Rio Caetés,
Técnico em Hemoterapia 20 19 39
Tocantins e Lago do
Tucuruí
Metropolitana I, II e
III, Marajó I e II, Rio
Técnico em Citopatologia 25 25 50
Caetés, Tocantins,
Lago do Tucuruí
Técnico em Vigilância em Metropolitana I e
79 25 104
Saúde Tocantins
Técnico em Prótese Metropolitana I
16 16
Dentária
O quadro acima reflete o período de cinco anos de cursos realizados pela ETSUS,
totalizando 11.827 pessoas qualificadas, onde foram beneficiadas as 13 Regiões de
Saúde do Estado. O curso com maior índice de qualificação foi o de Agente
Comunitário de Saúde- ACS.
Os cursos ofertados pela escola atendem ao público da área da saúde, que possuam
escolaridade de ensino médio e ensino superior, com categoria de vínculo na sua
maioria de servidores efetivos (60%) e temporários (40%).
Todos os cursos realizados foram em decorrência da necessidade local de cada
município, de modo que os gestores solicitavam capacitação para os servidores, levando
em consideração a particularidade local de cada região de saúde/município. A região de
saúde em que houve mais ofertas de capacitações foi a Metropolitana I.
Dado o crescente índice de câncer de colo uterino no Estado, houve qualificação para os
enfermeiros que atuam na Atenção Básica, objetivando o melhor atendimento as
mulheres, o acesso a informação e detecção precoce do câncer.
A escola ofertou curso para Agente de Combate às Endemias, a escola contemplando as
regiões de saúde do Araguaia, Xingu e Metropolitana III.
147
Os cursos técnicos de nível médio, que possuem carga horária mais extensa,
contemplaram nesse período, as demandas solicitadas pelas regiões de saúde.
Tais dados são relevantes quando se constata o número de trabalhadores qualificados
conforme a tabela, com maior destaque para o ano de 2015, com a inserção do Projeto
Caminhos do Cuidado, onde ocorreu o maior número de capacitações realizadas pela
escola, totalizando 41% de pessoas qualificadas. A evasão dos cursos ficou em torno de
17%, fato este que não impactou no rendimento das atividades elaboradas no período de
2014 à 2018.
Na programação de 2019, a escola vem dando continuidade nos cursos de qualificação e
cursos técnicos de nível médio (Citopatologia e Oncologia), que estão na perspectiva de
término para o início de 2020.
1..7- CIÊNCIA, TECNOLOGIA, PRODUÇÃO, INOVAÇÃO EM SAÚDE
Programa Pesquisa para o SUS –PPSUS- O Ministério da Saúde (MS), por intermédio
do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Insumos Estratégicos (Decit/SCTIE), desenvolve atividades de fomento descentralizado
à pesquisa nos 27 Estados da federação, por meio do Programa Pesquisa para o SUS:
Gestão compartilhada em saúde (PPSUS), com o propósito de contribuir para o
incremento científico e tecnológico no País e para a redução das desigualdades regionais
na área da saúde.
Na esfera estadual estão envolvidas as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPESPA) e
as Secretarias Estaduais de Saúde (SESPA). Os editais lançados do programa tem o
objetivo apoiar a execução de projetos de pesquisa que promovam a formação e a
melhoria da qualidade de atenção à saúde no Estado do Pará no contexto do Sistema
Único de Saúde (SUS), representando significativa contribuição para o
desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação.
No período de 2002 a 2015 foram 145 projetos contratados nas edições do PPSUS no
Estado, por meio de editais. Em 2017 ocorreu Seminário de Avaliação Final dos
projetos participantes dos editais de 2012 e 2013 foram apresentados 26 Projetos
pesquisas com suas áreas específicas. Foram selecionados 10 projetos que obtiveram as
melhores pontuações conforme tabela abaixo:
148
Tabela: Prêmio PPSUS – Avaliação AD HOC FAPESPA/10 Trabalhos Selecionados
Colocação
Pontuação Recomendação
Título do Projeto
(0 – 100) FAPESPA
Selecionados
5° portadores de doenças renais crônicas submetidos à 70
hemodiálise em Belém - Pará
Prevalência e fatores de risco para aquisição das
6° Hepatites Virais C, B, D e E em populações ribeirinhas 65
da Amazônia brasileira
Estudo do papel dos Genes TWIST1, TWIST2 e AKT na
7° 60
tumorigênese do Carcinoma Epidermóide Bucal
Criação da rede de proteção contra o carcinoma
8° epidermóide oral em estágio avançado no Estado do 55
Pará
Maus tratos contra crianças e adolescentes: limites e
9° 55
possibilidades de atuação de profissionais de saúde
Estudo da situação nutricional, estado cognitivo e da
10° adesão ao tratamento medicamentoso em crianças e 52
adultos com Malária Vivax no Estado do Pará
Fonte: Fapespa/2018
149
Dos dez (10) trabalhos selecionados a comissão julgadora elegeu os três melhores
pontuados conforme listado abaixo:
Quadro76 - Os três melhores trabalhos PPSUS/Pará
1º Perfil de miRNAs de plaquetas estocadas em banco de sangue e sua associação com as
lesões celulares de armazenamento de autoria do Pesquisador Rommel Mario Rodriguez
Burbano
150
Assembleia de Deus, Paysandu, Curso Minds, CODEM, Polícia Civil, Casa do
Trabalhador e CDP.
Entre esses casos, houve oito atendimentos por suspeita de doença infecciosa, sendo
sete casos de síndrome diarreica e um de síndrome respiratória. Não foi registrado
nenhum caso de síndrome exantemática, ou seja, sinais e sintomas relacionados ao
sarampo, que era uma preocupação das autoridades sanitárias paraenses.
A coordenação do CIEVS, informou que dos 383 casos atendidos, 92% foram de
participantes do Círio e 8% de pessoas que estavam trabalhando durante o evento e que
a maioria é de residentes do próprio Estado. Houve também atendimentos de pessoas de
outros Estados. “A maioria dos atendimentos foi de pessoas do sexo masculino na faixa
etária de 20 a 29 anos”.
Para a realização desse trabalho, a SESPA contou com parceria do CIEVS
Nacional, do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada ao SUS (EpiSUS)
do Ministério da Saúde, Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de
Campo (PROEPI), Secretarias Municipais de Saúde de Belém e Ananindeua, Defesa
Civil, Cruz Vermelha, UNAMA e Faculdade FAMAZ. (Texto Roberta
Vilanova/adaptad).
1.8 GESTÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE SOCIAL
A Fundação ParáPaz tem como objetivo realizar ações integradas de inclusão social às
crianças, jovens, adolescentes, mulheres e idosos, em vulnerabilidade social,
promovendo a garantia de direitos e o enfrentamento à todos os tipos de violência. É
constituída por eixos, como:
Polos ParáPaz – São espaços voltados á integração social da comunidade no bairro que
se encontra, desenvolvendo atividades de esporte, lazer, cultura, arte e cidadania.
Unidades Integradas ParáPaz – Especializadas no atendimento às crianças,
adolescentes, mulheres e suas famílias em situação de violência. Promove serviço de
atenção integral para a redução dos danos físicos e psíquicos causados pela violência.
ParáPaz Mulher – Oferece atendimento qualificado e humanizado, às mulheres
vítimas de violência doméstica, familiar e sexual. Fornecendo assistência
multidisciplinar de áreas psicossocial, policial, pericial e jurídica.
Ação Cidadania – Promove ações integradas de cidadania e saúde, em parceria com
vários órgãos. Realizando atendimentos médicos, odontológicos, emissão de
documentos, embelezamento e orientações à população.
151
Projeto Mãe – Fornece apoio à mulheres grávidas em vulnerabilidade social por meio
de palestras educacionais com profissionais capacitados, incentivando a procura do
acompanhamento pré-natal. O projeto está inserido no programa de governo Territórios
pela Paz (TerPaz).
Projeto Geração Digital – Tem como objetivo capacitar jovens e adolescentes, de 14 a
29 anos, para o mercado de trabalho através de curso de informática, oficinas de criação
de sites, programas e games. Qualificando e gerando acesso à educação e informação. A
inserção social e digital contribui para a redução da violência, além de possibilitar uma
futura geração de renda para a comunidade.
Projeto Espaços Abertos – O objetivo é tirar a comunidade da ociosidade e
proporcionar inclusão social e um ambiente seguro para as realizações de atividades.
(futebol, queimada, basquete, tênis de mesa, cabo de guerra e também xadrez
educacional).
Plano de Segurança do Paciente
Na interface entre a infecção relacionada ao cuidar em saúde e a segurança do paciente
a OMS classifica que nos países em desenvolvimento os riscos de pacientes sofrerem
qualquer tipo de dano é quatro vezes maior que nos países desenvolvidos, 70% dos
eventos adversos provocam incapacidades e cerca de 14% dos incidentes são mortais.
Ao longo dos tempos a assistência à saúde vem evoluindo com os avanços
científicos e tecnológicos, e com isso, alcançando melhorias nas ações de saúde para a
população. Um dos maiores desafios, ainda são problemas antigos que persistem como
é o caso das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), incluindo a
Resistência Antimicrobiana(RM).
O Estado instituiu a Portaria Nº 840, de 07 de julho de 2015, mas ainda não possui o
Plano Estadual de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde, porém o Núcleo Estadual de Segurança do Paciente está em fase de implantação
conforme Resolução de Portaria Colegiada- RDC nº36, de 25 de julho de 2013, onde
institui ações para segurança do paciente e dá outras providências.
Existem 48 Estabelecimentos Assistenciais de Saúde com UTI cadastradas no
FORMSUS. Desses, 38 possuem CCIH e Núcleo de Segurança e Qualidade do Paciente
implantado com seus devidos planos e protocolos. Dos 80 EAS’S que tem Centro
Cirúrgico e/ ou Centro Obstétrico, destes 100% tem CCIH implantada e apenas 40 %
Núcleo de Segurança do Paciente com planos e protocolos.
152
Dos 17 hospitais regionais em funcionamento sob gestão estadual 10 regidos por OSS
possuem e núcleo de segurança do paciente e CCIH com seus devidos protocolos
efetivos. Dos 7 hospitais sob gestão estadual apenas a FSCMPA, Hospital Ophir
Loyola, FHCGV, e Hospital Regional de Conceição do Araguaia tem núcleo de
segurança do paciente e CCIH com seus devidos protocolos efetivos.
A SESPA vem desenvolvendo as seguintes ações quanto à segurança do paciente:
Reunião de avaliação de conformidade e regularidade do banco FORMSUS e
treinamento nas 4 Notas Técnicas/MS/GVIMS;
Processo de monitoramento e avaliação dos indicadores de infecção hospitalar e das
metas de segurança do paciente à distância e in loco em 80% dos EAS cadastrados;
Oficina de avaliação e treinamento em CCIH e segurança do paciente para a Região
Metropolitana I;
Apoio e monitoramento aos cinco hospitais que estão no projeto MR-Projeto
Stewardship Brasil.
Planejamento em Saúde
Importante informar que o planejamento da área da saúde possui papel relevante para
orientação e fortalecimento da gestão do SUS tanto nos níveis estratégico, tático e
operacional, pois possui importante papel na assessoria, articulação, mobilização,
orientação e indução de saberes junto aos atores envolvidos. É uma das áreas com maior
responsabilidade pela dinâmica da gestão por resultados que busca a sistematização e
acompanhamento dos instrumentos de planejamento do SUS: Plano Estadual de Saúde
PES, Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA), Programação Anual de
Saúde (PAS) e Relatório Anual de Gestão (RAG). Atua também junto aos instrumentos
de planejamento de governo, como o Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). É importante destacar que
esses instrumentos devem estar em plena sincronia para o alcance dos objetivos e metas
estabelecidos. Também é importante salientar que uma definição clara e detalhada das
metas do PES 2020-2023, bem como o monitoramento periódico dos resultados e da
aplicação dos recursos públicos fortalecem o compromisso com a Gestão Publica na
linha da transparência. O processo de prestação de contas para sociedade civil ocorre
legalmente, através dos RDQA e RAG, os quais são apresentados ao Conselho Estadual
de Saúde e em audiência pública na Assembleia Legislativa e disponibilizado na pagina
< www.saude.pa.gov.br>., Bem como através do SIgPlan (modulo acesso publico).
153
Neste cenário, nota-se a necessidade de aperfeiçoamento da forma de aferição do
cumprimento da aplicação mínima, bem como nivelar aplicação em uma plataforma
programática buscando as priorizações estabelecidas em seus planos de forma a
aprimorar sua capacidade de gestão, e criar sinergia entre a programação das ações
prioritárias e o plano de tal forma avançar para sair do ativismo. Para tanto há de se
melhorar a qualificação profissional e o aperfeiçoamento da gestão de pessoas em
atuação no SUS nesta área de planejamento, bem como da desprecarização do trabalho,
o aprimoramento e articulação das Redes de Atenção a Saúde (RAS) que constitui-se
em importante objetivo estratégico no aprimoramento do Sistema Único de Saúde.
Neste Plano, dar-se-á prioridade à articulação entre essas redes em seus diferentes
estágios de constituição com a implantação do planejamento Regional Integrado-PRI.
Neste bojo apontamos para a implantação do Planejamento Regional Integrado-PRI
como estratégia basilar para este quadriênio com o foco na economia de escala, bem
como a criação de um manual de elaboração de planos capaz de nortear o nivelamento
programático e de recursos orçamentários;
Regulação em Saúde
A Regulação em Saúde consiste em macroprocessos de gestão do setor saúde, que
compreende a elaboração de atos normativos que regulem ou regulamentem o setor
saúde, além de outras questões que impactem em seus determinantes.
Com a implantação dos 06 Complexos Reguladores no Estado do Pará através
da Resolução CIB/PA nº 63 de 24 de abril de 2013 ocorreu um grande avanço no
processo de regulação no Estado, que até então era operacionalizado através de algumas
Centrais de Regulação estaduais e somente no sistema de referencia ambulatorial com a
implantação do Sistema de Regulação – SISREG pelo DATAUS/MS. A partir do
financiamento pelo MS o Estado estruturou a regulação do SUS através de um
Complexo Estadual exercendo a coordenação de 06 complexos reguladores regionais
implantados em 06 regiões de saúde com sede nos municípios polos, abrangendo os 144
municípios, os quais teriam a responsabilidade de organizar as referências e contra-
referências, tendo como base os pactos regionais, acordos, protocolos clínicos e
operacionais estabelecidos para garantia do acesso, controlando toda a disponibilidade
assistencial em seus diversos níveis.
154
Figura - Complexos Reguladores Regionais
155
e II e Tocantins) Hospital Jean Bitar
Hosp. Onc. Infantil Octávio Lobo
Marituba Hospital Divina Providência
Breves Hosp. Reg. Público do Marajó
Abaetetuba Hospital Júlia Sefer
Igarapé-Mirí Hosp. Afonso Rodrigues Filho
Barcarena Hosp. Mat. Infantil de Barcarena
Augusto Correa Hosp. Maternidade São Miguel
Hosp. Santo Antônio Mª Zacarias
Hosp. Geral de Bragança
Hosp. das Clínicas de Bragança
CRR-Capanema – (Rio Bragança
Lab. Analises Clinica de Bragança
MACRO II Caetés, Metropolitana II e
Instit. Méd. de Bragança – IMEB
III)
ULTRAPREN
Paragominas Hosp. Regional Público do Leste
Ipixuna do Pará Hosp. Geral de Ipixuna do Pará
Salinópolis H.Reg .Dr. Olímpio C. da Silveira
Santarém H. R. P. B. A. Dr. Waldemar Penna
CRR-Santarém -Baixo
Alenquer Hosp. Santo Antônio de Alenquer
MACRO III Amazonas
Juruti Hosp. 9 de Abril na Prov. de Deus
CRR- Altamira (Xingu) Altamira Hosp. Reg. Púb. da Transamazônica
Marabá Hosp.Reg. Púb. Dr. Geraldo Veloso
CRR – Marabá (Carajás)
Tucuruí UNACOM de Tucuruí
MACRO IV Redenção Hosp. Reg. Público do Araguaia
CRR – Redenção (Araguaia) Conceição do Hosp. Reg. de Conc. do Araguaia
Araguaia
Fonte:SISREG/SER/DRA/DDASS/SESPA 2018
A Central Estadual de Regulação, regula o acesso aos leitos de UTI e UCI neonatal do
Estado e os serviços de média e alta complexidade dessas regiões de saúde utilizando o
Sistema SISREG, para acesso ambulatorial e o Sistema Estadual de Regulação - SER
para acesso a internação, assim como os demais Complexos Reguladores Regionais
com exceção ao CRR-Capanema que regula apenas o acesso ambulatorial, segundo
abrangência por região. A estruturação dos referidos Complexos Reguladores Regionais
demonstra ao longo dos 05 anos de sua implantação, tanto para os atendimentos
ambulatoriais como os hospitalares como resultado a melhor organização do fluxo de
referencia do sistema de saúde, promovendo um incremento considerável no acesso
156
regulado do usuário no SUS, conforme demonstrado no gráfico quanto ao acesso aos
leitos de forma regulada com um incremento em 60.011 internações realizadas entre os
anos de 2014 a 2018, conforme demonstrados no gráfico abaixo:
Gráfico 47 – Evolução de Internações Reguladas Complexos Reguladores Regionais, através do
Sistema Estadual de Regulação
Fonte:SISREG/2018
Enquanto que o acesso aos serviços ambulatoriais especializados evoluíram em 134.234
procedimento anual, entre os anos de 2016 á 2018 segundo demonstrados no gráfico
abaixo:
Gráfico 48 – Evolução dos Procedimentos Ambulatoriais Especializados Regulados no Estado do
Pará – 2016 a 2018.
Fonte: SISREG/2018.
Apesar da evolução do acesso regulado do usuário aos serviços de saúde
ocorridos no Estado, percebe-se a ainda a dificuldade da população no atendimento ás
consultas, exames especializados e internações, resultando em longas filas de espera em
determinadas especialidade, as quais são ocasionadas por diversos fatores como:
ineficiência e/ou ausência do processo regulatório pelas regulações municipais da rede
própria da atenção básica quanto ao agendamento das consultas (clínica médica,
pediatria, gineco-obstetricia) e de outros procedimentos básicos; limitação da oferta de
serviços especializados, principalmente ambulatorial de média complexidade, tanto pela
esfera pública quanto a privada contratualizada; concentração da oferta no
estabelecimento executante; não cumprimento das programações pactuadas entre
157
gestores (PPI Assistencial); ausência de protocolos de regulação do acesso
normatizados e dificuldade no cumprimento dos fluxos pactuados.
E diante deste cenário, apesar da implantação dos Complexos Reguladores
Regionais a sua operacionalização não esta totalmente constituída para funcionar
conforme determina as normatizações vigentes, pois atualmente somente o CR
Metropolitano localizado na capital do Estado no munícipio de Belém, esta atuando
com estrutura completa, havendo necessidades de adequação dos demais complexos
quanto a estruturas físicas e lotação de profissionais qualificados para o processo de
regulação, funcionalidades tecnológicas e operacionalização dos sistemas de regulação.
Outro processo de relevada importância é a utilização dos protocolos de
regulação que proporciona a organização do acesso segundo a necessidade e priorização
do atendimento, e sua elaboração deve ser de acordo com o perfil da rede assistencial
das regiões de saúde, os quais necessitam da colaboração dos gestores municipais e sua
efetiva funcionalidade previamente pactuados entre os gestores municipais e o gestor
estadual, visando à garantia de custeio dos serviços a serem realizados pelos
estabelecimentos executantes na rede municipal ou regional e com aprovação nas
Comissões Intergestores Regionais (CIR) e homologados pela Comissão Intergestores
Bipartite (CIB),
Tratamento Fora do Domicílio (TFD)
Outro mecanismo de regulação do acesso é o Tratamento Fora do Domicílio – TFD, que
visa garantir, por meio do SUS, tratamento médico a pacientes portadores de doenças
não tratáveis no município, na região, Estado de residência, por falta de condições
estruturais e se referem a procedimentos eletivos. Consiste no fornecimento de
passagens (aérea, fluvial e terrestre) e ajuda de custo para alimentação e pernoite para o
atendimento especializado na rede publica ou conveniada ou contratada do SUS.
Quando a necessidade de serviço especializado em determinadas especialidades
médicas está esgotada no Estado é utilizada a regulação interestadual através da Central
Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC) que foi implantada para
instituir o fluxo dessa Central de Regulação nos Estados e municípios, interagindo
diretamente com a Central Nacional estabelecendo o fluxo regulatório final. A Central
encaminha pacientes para atendimento de alta complexidade, em caráter eletivo para os
seguintes Estados: Recife/Pernambuco, São Paulo, São Luis/Maranhão Brasília/Distrito
Federal Fortaleza/Ceará, Salvador/Bahia.
158
Observamos ainda que no ano de 2018 por falta de pactuação entre o Estado do Pará e
outros, cresceu a fila de espera em nas especialidades: Ortopedia, Hepatologia,
Cardiologia, Oncologia, Hematologia, Neurologia, Oftalmologia, Traumato-Ortopedia,
Genética, Neuropediatria criando uma fila de espera que ao longo de 5 anos vem
aumentando conforme demonstrado no gráfico abaixo .significativo de pacientes não
atendidos nas seguintes especialidades: Cirurgia de Cabeça-Pescoço, Oftalmologia,
Traumato-Ortopedia, e especificamente nas patologias: Nefrolitíase, Estenose
Subglótica, Distrofia muscular, Coxoartrose, Hemangioma, Mielomeningocele,
Braquiectasia, entre outros, havendo necessidade de o próprio Estado absorver tal
demanda. Abaixo gráfico que demonstra a demanda reprimida nos anos de 2014 a 2018.
Gráfico 49 - Quantitativo de Pacientes em Fila de Espera em Traumato Ortopedia
para Tratamento Fora do Domicilio – 2014 -2018
Fonte: TFD/DRA/DDASS
Gráfico 50 - Evolução da Demanda Reprimida para Tratamento Fora do Domicilio no
Estado do Pará – 2014 -2018
Fonte: TFD/DRA/DDASS
Diante de tal situação as dificuldades de funcionamento do programa esta relacionado à
insuficiência de recursos financeiros destinados aos Centros Regionais de Saúde para o
pagamento de “ajuda de custo” aos pacientes em razão do aumento da demanda, assim
como a defasagem do valor das ajudas de custo, estabelecida pela Portaria Nº 2488, de
159
02/10/2007; ao crescente número de demandas judiciais solicitadas por pacientes que
não receberam “ajuda de custo” de TFD de seus municípios de origem, conforme a
legislação vigente; insuficiente quantitativo de profissionais de saúde para a realização
das supervisões do Programa de TFD nas Regionais junto aos municípios de sua
jurisdição.
A situação de pacientes que viajam para outros Estados em busca de tratamento sem
autorização das Comissões de TFD regionais/estadual ainda persiste. Os referidos
pacientes para terem acesso ao serviço de TFD entram com demanda junto a Defensoria
Pública e Ministério Público.
O desafio da Regulação Estadual diante de uma rede que atua de forma fragmentada
onde ainda não se tem noção da real demanda reprimida nas especialidades tanto
ambulatorial como hospitalar, tendo como consequência a indefinição do perfil da
atenção especializada de cada região de saúde.
Auditoria em Saúde do SUS
As Ações do Componente Estadual do Sistema Nacional de Auditoria são
desenvolvidas visando à melhoria da qualidade da atenção à saúde, objetivando assim
otimizar programas e serviços de saúde através de indicativos da correta aplicação dos
recursos físicos e financeiros do SUS disponíveis por meio da prática de orientações
pertinentes aos responsáveis, ressaltando a necessidade da correta aplicação da
normatização sanitária vigente.
As Auditorias Operativas realizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde no Estado do
Pará estão voltadas para a avaliação da Política Nacional de Atenção Básica – PNAB
nos municípios objetivando nortear seus planejamentos e tomadas de decisões em
relação à política sanitária a ser implementada, cumprindo assim o compromisso na área
da saúde, de auxiliar tecnicamente os gestores municipais no cumprimento de suas
obrigações, visando o aperfeiçoamento dos sistemas municipais de saúde, e,
consequentemente, impactando na melhoria do atendimento aos usuários do SUS,
norteado pelos princípios da humanização.
Atualmente o Estado do Pará apresenta uma cobertura de 5,55% dos municípios com o
Componente Municipal de Auditoria do SUS implantado onde somente os municípios
de Belém e Ananindeua possuem o SNA em funcionamento, complementado pelos
componentes estaduais representados pelos Centros Regionais de Saúde localizados em
Capanema, Santarém, Marabá e Belém, este último referente à sede do 7º CRS que
160
atende a região do Marajó, a coordenação estadual e a representação federal localizada
também em Belém.
Quadro 79 - Componentes do Sistema Nacional de Auditoria
COMPONENTE DA AUDITORIA
Tipo de gestão Macro I Macro II Macro III Macro IV Total
Auditoria Federal 1 1
Auditoria Estadual 2 1 1 1 5
Auditoria Municipal 2 2
FONTE: DEAUD/DDASS/SESPA-2019
161
Estadual de Auditoria do SUS, consolidando - se assim o Sistema Estadual de Auditoria
do SUS.
Ouvidoria do SUS
A Ouvidoria do SUS no Estado do Pará desenvolve suas atividades atuando na
viabilização dos direitos dos (as) usuários (as) de serem ouvidos e terem suas demandas
pessoais e/ou coletivas tratadas adequadamente. Desta forma a sistematização das
manifestações durante o período de 2014 a 2018 conforme demostrado no Gráfico ,
obteve-se um total de 3.685 manifestações acolhidas e encaminhadas para providências
dos órgãos responsáveis e gestores do SUS.
Gráfico 51 - Quantitativos de manifestações recebidas no período de 2014 a 2018
162
Das Manifestações recebidas os assuntos mais recorrentes foram referentes a Gestão
(1.474), Assistência a Saúde (619), Programa de Tratamento Fora do Domicílio-TFD
(539), Assistência Farmacêutica (440) e Vigilância em saúde (194) conforme Quadro
abaixo:
Quadro 81 - Assuntos mais recorrentes das Manifestações dos Usuários do SUS no período de
2014 a 2018
ASSUNTO 2014 2015 2016 2017 2018 TOTAL %
Assistência À Saúde 78 132 131 160 118 619 18,95
Assistência Farmacêutica 43 59 54 69 215 440 13,48
Gestão 210 255 321 408 280 1474 45,13
(TFD) Transporte 163 142 119 85 30 539 16,5
Vigilância Saúde 29 35 57 43 30 194 5,94
Total 523 623 682 765 673 3266 100
Fonte: Sistema OuvidorSUS – setembro de 2019
Do total de manifestações registradas na Ouvidoria central da SESPA no período, 2.838
manifestações foram resolvidas conforme o Gráfico abaixo, alcançando um Índice de
resolutividade de 78%, o que demonstra o principal desafio junto a gestão do SUS: a
resposta das manifestações em tempo hábil e no prazo da Lei.
Gráfico 52– Percentual de Resolutividade das manifestações recebidas no período de 2014 a
2018.
163
população maior agilidade na resposta às demandas junto aos órgãos gestores de saúde
assim como ampliar o espaço e canais de participação social.
Diante da dificuldade no retorno das manifestações encaminhadas principalmente aos
municípios, às Ouvidorias Central e Regionais da SESPA apoiam a descentralização
dos serviços de ouvidoria do SUS aos municípios, com o objetivo de atender os anseios
do usuário de forma mais estratégica, levando o serviço para mais perto do cidadão
dentro da área de resolutividade de cada gestão do SUS, conforme pode-se observar no
Quadro abaixo o painel das ouvidorias do SUS implantadas no Estado do Pará
sinalizadas por Região de Saúde.
Quadro 82 - Ouvidorias do SUS implantadas no Estado do Pará 2014 a 2018.
Ouvidoria Implantada
Região de Saúde
2014 2015 2016 2017 2018
Tocantins 5 6 8 8 9
Rio Caetés 6 10 12 15 16
Xingu 6 6 6 7 8
Baixo amazonas 2 2 9 13 14
Tapajós 0 1 4 5 5
Lago Tucuruí 3 5 5 5 5
Marajó I 0 0 0 0 1
Marajó II 1 1 1 1 1
Metropolitana I 4 5 5 5 5
Metropolitana II 2 2 2 2 6
Metropolitana II I 10 11 12 15 17
Araguaia 3 5 5 5 6
Carajás 3 3 3 6 7
44 57 72 87 95
TOTAL
-30,55% -39,58% -50% -60,40% -65,27%
FONTE: Sistema OuvidorSUS
164
transparência, ampliando a participação do usuário na gestão do SUS através de
avaliação continua dos serviços prestados a população nas regiões de saúde.
165
Quadro 83 - Eixos e Diretrizes da 13ª Conferência Estadual de Saúde-2019
EIXO 1- Democracia e a Participação Social da Saúde
Diretriz- Garantir incentivar a participação e o apoio para as políticas de saúde aos povos da Amazônia.
É importante relatar, que através da 13ª Conferencia Estadual do Pará o CES buscou,
mostrar a ideia de luta e resistência em defesa do SUS, contemplando as diversidades da
população paraense. Negras e negros, indígenas, Mulheres, Povos e Comunidades
Tradicionais, LGBTs, Juventudes, dentre tantos outros segmentos que compõem a
sociedade brasileira. A ideia é unificar as diferentes lutas para que não deixemos morrer
a maior política social do país, o SUS – Patrimônio do Povo Brasileiro.
166
histórica demonstra inclusive as evoluções orçamentárias no que tange a saúde do
Estado.
Neste cenário, vale ressaltar que o financiamento das ações e dos serviços de
saúde está nas responsabilidades das três esferas de gestão do Sistema único de Saúde
(SUS), obedecendo ao que se propõe sobre a gestão compartilhada das Ações de
Serviços Públicos em Saúde (ASPS) dos recursos, onde cada ente com sua autonomia e
governança em seu âmbito. Os recursos transferidos para os fundos estaduais e
municipais de maneira regular são automáticos, conforme os compromissos e as metas
pactuadas.
167
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