Terapia em Nutricao Enteral Uti
Terapia em Nutricao Enteral Uti
Terapia em Nutricao Enteral Uti
■■ INTRODUÇÃO
A terapia de nutrição enteral (TNE) corresponde a um conjunto de procedimentos terapêuticos
que mantém ou recupera o estado nutricional por meio da nutrição enteral (NE), que, por sua
vez, diz respeito aos alimentos com fins especiais e sua ingestão controlada, usada isoladamente
ou combinada, com composição definida ou estimada e administrada por meio do uso de tubos/
sondas de alimentação, seja em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar.1
Embora a TNE seja uma terapêutica recente, os registros históricos apontam que, desde 3.500
a.C., a administração de nutrientes já era utilizada pelos homens, nesse caso, por via retal.2
Essa terapêutica evoluiu de forma gradativa e lenta, e seu crescimento valorado somente após
a necessidade de descobrir formas de alimentar o homem nas viagens espaciais.3 Aliado a isso,
a revolução industrial e tecnológica contribuiu para o avanço no preparo e na constituição das
dietas, na criação e no aprimoramento de novos dispositivos de acesso (sondas de alimentação) e
na utilização de aparelhos eletrônicos de controle da administração, como as bombas infusoras.2
Nesse sentido, é importante a atuação da equipe de enfermagem, uma vez que é responsável,
de forma conjunta com os demais membros da equipe, pelos seguintes aspectos:1
■■ ESQUEMA CONCEITUAL
Triagem nutricional
Indicação e contraindicação da
terapia de nutrição enteral
Dispositivos de acesso para
terapia nutricional
Obtenção do acesso
gastrintestinal
Tipos de dieta e regimes de
administração
Caso clínico
Conclusão
TRIAGEM NUTRICIONAL
A triagem nutricional é a ferramenta inicial da assistência em TNE, pois possibilita a
identificação precoce dos casos de risco para desnutrição ou dos casos de desnutrição
já instalada. Conhecendo o indivíduo e estratificando sua condição nutricional, é possível
planejar as intervenções a serem realizadas a fim de prevenir ou tratar a desnutrição
hospitalar.2 Portanto, todos os pacientes devem ser submetidos à triagem nutricional no
ambiente intensivo.
A triagem nutricional deve ser realizada nas primeiras 24 horas de internação ou, no máximo,
em 48 horas para todos os pacientes em UTI7 e pode ser realizada por qualquer profissional de
saúde que esteja treinado para este fim. Existem diversos métodos disponíveis para a avaliação
nutricional inicial, destacando-se instrumentos como a Triagem do Risco Nutricional (Nutritional
Risk Screening — NRS), método mais utilizado e recomendado pela American Society for
Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) nas UTIs, uma vez que avalia o estado nutricional e a
gravidade da doença,7 conforme mostram os Quadros 1 e 2, a seguir.
Quadro 1
■■ avaliação das condições para ingestão oral (geralmente, a TNE é indicada para pacientes que
apresentam uma ingesta oral < 60% da recomendação);
■■ trato gastrintestinal funcionante;
■■ pacientes desnutridos ou em risco de desnutrição;
■■ pacientes em estado hipercatabólico;
■■ risco de broncoaspiração por ingesta oral.
Outro método que pode ser utilizado para administração de NE é a gastrostomia, indicada nos
casos em que se estima a necessidade de alimentação entérica por um período superior a 4
semanas ou ainda quando há dificuldade de acesso via enteral (obstrução mecânica, traumatismo,
entre outros). A gastrostomia possui um anel flexível para fixação externa e balonete de silicone para
fixação interna. A sua passagem pode ser via endoscópica percutânea, radiológica percutânea,
cirúrgica aberta e laparoscópica.2,3
A sonda jejunal (jejunostomia) é indicada para casos de refluxo gastresofágico (RGE), gastroparesia,
disfunção gástrica por traumatismo ou cirurgia e incapacidade do trato gastrintestinal superior. Os
meios de passagem são por endoscopia percutânea, cirurgia aberta ou em Y de Roux.2,3
Para obtenção do acesso ao trato gastrintestinal por meio das sondas orais ou nasais, o primeiro
aspecto a ser considerado pelo enfermeiro é o posicionamento desejado para o dispositivo. A
prescrição do posicionamento da sonda é uma conduta médica, mas pode e deve ser debatida
pela equipe multiprofissional.
O posicionamento gástrico é considerado o meio mais fisiológico para alimentação, além de ser
obtido de forma mais fácil à beira do leito, não necessitando de jejuns prolongados para migração
do dispositivo pelo trato gastrintestinal. Frente a isso, a ASPEN considerou que o início da dieta
precoce, nas sondagens gástricas, parece ser um aspecto mais benéfico para o paciente, em vez
de longos períodos de jejum para alimentá-lo em via pós-pilórica.
No que diz respeito ao procedimento para passagem das sondas transnasais para alimentação,
a técnica é desenvolvida à beira do leito (ou “às cegas”), com o paciente em decúbito dorsal
e cabeceira elevada ou sentado, mantendo o pescoço flexionado em direção ao peito.3 Para o
posicionamento gástrico, a medida da sonda vai da ponta do nariz ao lóbulo da orelha e deste
até o apêndice xifoide (somando aproximadamente 60cm). Já para o posicionamento entérico, a
medida deve ser da ponta do nariz ao lóbulo da orelha e deste até o apêndice xifoide, acrescentando
10 a 15cm, de acordo com o porte físico do paciente (somando aproximadamente 70 a 75cm).11
A ausculta epigástrica é o método mais difundido na prática clínica e consiste na injeção de ar pelo
dispositivo utilizando uma seringa de 20mL, seguida da ausculta na região epigástrica. Contudo,
esse método não possibilita a distinção entre os posicionamentos esofágico, gástrico e entérico.
Os diferentes tipos de dieta podem ser classificados de acordo com os seguintes aspectos:3
Sempre que possível, deve-se optar pelas dietas prontas, industrializadas, uma vez que
propiciam menor manipulação e, logo, menor possibilidade de contaminação.2
O paciente em ambiente crítico comumente encontra-se em estado de alto risco para desnutrição,
uma vez que a doença aguda crítica é caracterizada pela indução de uma resposta hipercatabólica
no organismo, o que, por sua vez, desencadeia uma resposta inflamatória ao estresse, que conduz
o indivíduo não só à depleção nutricional como também a maiores complicações infecciosas, uma
vez que a imunidade é reduzida.6
A fim de amenizar essa condição, a nutrição precoce, isto é, entre 24 e 48 horas da admissão
na UTI, é essencial para atenuar a resposta inflamatória sistêmica e manter o trofismo intestinal,
evitando, assim, a translocação bacteriana. Por conseguinte, a nutrição precoce também está
associada à atenuação da severidade da doença grave. Além disso, estudos demonstram que
infecciosas e com aumento da ingesta nutricional, a despeito de não apresentar mudanças nas
taxas de permanência em UTI e hospitalar.7,9
Outro aspecto que parece ser benéfico para o paciente crítico é a provisão de uma dose maior
de proteínas do que se pensava na formulação dietética escolhida — entre 1,2 e 2,0g/kg do peso
atual por dia e doses até maiores para pacientes vítimas de queimaduras e politrauma.7
A administração contínua, sem pausa noturna, é mais indicada para pacientes em insulinoterapia
contínua ou para controle da diarreia osmótica. Nesse método, devem ser consideradas as pausas
na dieta ao longo do dia para realização de procedimentos ou administração de medicamentos, de
forma que o cálculo da velocidade de infusão considere 22 ou 23 horas.2
Atualmente, na literatura, não há evidências fortes que tornem um método de administração superior
ao outro, em ambiente crítico. O que se comprovou, até então, foi que não há diferença nas taxas de
mortalidade, frequência de interrupção da infusão da dieta, porcentagem de alcance da meta calórica
ou diarreia entre os pacientes que recebem NE em modo contínuo versus outros modos.9
A fim de se obter maior controle e segurança acerca da infusão da NE, é indicada, sempre
que possível, a utilização de bombas infusoras, principalmente nas sondas posicionadas
entericamente. Para tanto, é necessária a utilização de equipos específicos para infusão dietética
que não interajam com as propriedades da dieta e que possuam, idealmente, forma e coloração
diferenciada dos equipos utilizados na administração medicamentosa intravenosa no sentido de
garantir a segurança do paciente e do profissional executor.
A administração plena da dieta é essencial para que a terapêutica seja efetiva e o paciente possa
alcançar suas necessidades nutricionais. O desempenho, o conhecimento e o comprometimento
da equipe de enfermagem são essenciais para administração plena e segura da NE.
A seguir, são listados e discutidos alguns cuidados de enfermagem em TNE descritos pela
literatura,2,3,7,9 observando os aspectos envolvidos na atenção ao paciente crítico:
■■ receber NE, conferindo aspecto da dieta no frasco, composição, volume, data e hora do
preparo, data de validade, nome do paciente, registro de identificação e leito;
■■ administrar dieta em temperatura ambiente;
■■ realizar troca de equipos de infusão enteral a cada 24 horas para sistemas abertos ou conforme
especificação do fabricante para sistemas fechados;
■■ atentar para a validade das dietas de sistema aberto que podem ser infundidas em
aproximadamente 2 horas, com tempo de infusão máxima de 4 horas;
■■ realizar avaliação e registro diário das condições gerais do paciente, como aspecto da pele e
das mucosas, hidratação e peso;
■■ registrar a ingesta e a excreta, perfazendo, assim, um balanço hídrico diário;
■■ avaliar e registrar sinais de intolerância, como náuseas, vômitos, distensão abdominal e
alteração do hábito intestinal.
No que diz respeito à administração da NE por ostomias, deve-se atentar para os seguintes
procedimentos específicos:
■■ realizar cuidados de higiene com a pele diariamente, utilizando água e sabão neutro, e, na
presença de secreções, manter a pele limpa e seca;
■■ realizar inspeção diária da ostomia, buscando sinais de irritação epitelial e extravasamento de
secreções via ostoma;
■■ realizar curativo diariamente no ostoma e sempre que apresentar sujidades.
ATIVIDADES
A) V—F—V—F
B) V—V—V—F
C) V—F—F—V
D) F—V—F—V
Resposta no final do artigo
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
3. Quanto aos critérios para triagem nutricional segundo o NRS, correlacione as colunas.
(1) Leve ( )
Cirrose, DPOC, diabetes e câncer
(2) Moderado ( IMC <18,5kg/m2 e condição geral comprometida
)
(3) Grave ( )
Perda de peso >5% em 2 meses
( )
Ingesta alimentar <50 a 75% da necessidade normal
na última semana
( ) Fraturas, leucemias e linfomas
( ) Trauma craniano, transplante de medula óssea e
pacientes em cuidados intensivos
A) 2—1—3—2—3—1
B) 3—2—1—3—1—2
C) 1—3—2—1—2—3
D) 3—1—2—3—2—1
Resposta no final do artigo
(falso).
A) V—V—F—V
B) V—V—V—F
C) V—F—F—V
D) F—V—F—V
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
Diante da gama de medicamentos que podem vir a ser utilizados pela via enteral, é de suma
importância o envolvimento de toda equipe multiprofissional a fim de identificar as particularidades de
cada paciente e sua prescrição medicamentosa, buscando prevenir a ocorrência de eventos adversos.
Como uma alternativa para essa situação, a criação de guias de preparação e administração de
medicamentos para pacientes em TNE pode minimizar erros no processo assistencial.3,14
Além disso, a não identificação ou o manejo incorreto das intercorrências em TNE é fator
preponderante pela pausa desnecessária da dieta enteral, não alcançando a meta calórica e
resultando em desnutrição hospitalar. Para tanto, indica-se a construção de protocolos/manuais
que norteiem a prática profissional e promovam um cuidado mais seguro e efetivo.7
Intercorrências mecânicas
Entre as intercorrências mecânicas relacionadas à TNE são citadas deslocamento e obstrução
da sonda, lesão da mucosa nasal, perfuração faríngea e esofágica, além de desconforto oro e/ou
nasofaríngeo.
Deslocamento da sonda
■■ verificar a posição da sonda realizando os testes de confirmação à beira do leito e raio X de abdome;
■■ retirar e reinstalar a sonda quando constatado deslocamento no trato gastrintestinal;
■■ avaliar pacientes confusos e agitados, buscando alternativas para prevenção de novos
deslocamentos.
Obstrução da sonda
A principal causa de perfuração faríngea e esofágica é a reintrodução de fio guia na sonda gástrica/
enteral. Nunca se deve utilizar fio guia para tentar desobstruir dispositivos.
■■ realizar higiene oral com clorexidina a 0,12% e nasal com haste flexível, água e sabão diariamente;
■■ utilizar hidratante labial;
■■ considerar o uso de saliva artificial.
Intercorrências gastrintestinais
As intercorrências gastrintestinais são as mais frequentes em TNE, e, portanto, as principais
responsáveis pelo não alcance da meta calórica do paciente.
O VGR é considerado alto quando sua mensuração for ≥ 500mL, na ausência de outros sinais de
intolerância gastrintestinal, ou quando for ≥ 250mL, na presença de outros sinais de intolerância
gastrintestinal, como náuseas, vômitos, distensão abdominal, diarreia, entre outros.2
O VGR não necessita ser mensurado rotineiramente na UTI, pois os estudos têm demonstrado
que se trata de um fraco preditor para pneumonia, regurgitação ou aspiração.7 Além disso, a
mensuração rotineira do VGR aumenta as ocorrências de obstrução da sonda, consome tempo
de trabalho da equipe de enfermagem, exige alocação de recursos em saúde e pode afetar a
quantidade de volume dietético administrado ao paciente. Em contrapartida à mensuração do
VGR, é indicada a atenta observância diária das condições clínicas do paciente, principalmente
no que diz respeito à avaliação gastrintestinal.7 Todavia, o Canadian Clinical Practice Guidelines
indica a mensuração rotineira do VGR, em pacientes críticos, a cada 4 a 8 horas.9
somente com volumes mensurados > 500mL, na ausência de sinais de intolerância, e de 200 a
500mL, na presença de sinais de intolerância.7
■■ pausar a dieta por 2 horas (na vigência de alto VGR), reavaliando condições gastrintestinais a
cada 2 a 4 horas;
■■ optar pelo posicionamento pós-pilórico da sonda enteral;
■■ considerar o uso de agentes pró-cinéticos;
■■ rever o protocolo de sedação e analgesia, optando, sempre que possível, por esquemas com
menor interferência na motilidade gastrintestinal;
■■ rever a densidade calórica da dieta, optando por fórmulas hipocalóricas, hipoproteicas e com
menor teor de fibras;
■■ reiniciar a dieta somente quando o VGR estiver dentro dos parâmetros de normalidade, optando
por volumes menores no reinício da infusão e evoluindo gradativamente conforme a adaptação
do paciente, em um período de 12 a 24 horas.
As principais causas de náuseas e/ou vômitos são gastroparesias causadas por medicamentos
que afetam a motilidade gastrintestinal, infusão rápida da NE, diabetes, disfunção neurológica,
manipulações cirúrgicas do trato gastrintestinal, alto VGR e deslocamento da sonda.
Distensão abdominal
Diarreia
A diarreia é definida pela presença de três ou mais episódios de evacuação líquida por
dia.15
É uma ocorrência comum em UTI, mas pode acarretar complicações mais sérias, como:7
■■ desequilíbrio hidreletrolítico;
■■ desidratação;
■■ rompimento da integridade da pele na região perianal;
■■ contaminação das lesões de pele já instaladas.
Suas principais causas incluem diminuição do tônus muscular intestinal, diminuição da ingesta de
líquidos, dietas sem fibra, repouso no leito, uso de narcóticos e obstrução do trato gastrintestinal.
Intercorrências pulmonares
As principais intercorrências pulmonares relacionadas à TNE são broncoaspiração do conteúdo
gástrico e broncoaspiração da dieta. A própria permanência da sonda pode aumentar as chances
de broncoaspiração, uma vez que pode provocar hipersalivação, diminuição do reflexo de tosse,
elevação laríngea prejudicada e deficiência do esfíncter esofágico superior e inferior.
Broncoaspiração
Desidratação
Hiper-hidratação
Hiperglicemia
■■ pacientes diabéticos;
■■ pacientes com deficiência de insulina;
■■ estresse metabólico;
■■ sepse;
■■ uso de esteroides;
■■ administração rápida de dietas hipertônicas;
■■ administração excessiva de glicose.
■■ considerar a insulinoterapia;
■■ trocar a fórmula dietética por outra rica em gordura e fibras e pobre em carboidratos;
■■ realizar controle da administração da NE por meio de bombas infusoras;
■■ considerar a diminuição do volume infundido da dieta;
■■ estabelecer controle glicêmico.
Hipercalemia
Hipocalemia
A principal causa da presença de granuloma, na região periostomal, é a tensão do tubo sobre a pele.
Remoção acidental
O reinício da dieta deve ser realizado com precaução nos pacientes com retirada recente de
drogas vasopressoras ou naqueles em uso crônico de baixas doses. Além disso, nos pacientes
em uso de NE durante terapia vasopressora, deve-se atentar para a intolerância gastrintestinal,
identificando precocemente sinais de isquemia intestinal.7
baixo risco nutricional e baixa severidade na doença crítica e que não conseguem alcançar a
meta nutricional por via oral. Esses pacientes não requerem terapia nutricional especializada na
primeira semana de hospitalização em UTI, pois a inserção e manutenção da sonda gastrintestinal
para infusão de dieta naqueles que não conseguem alcançar a meta nutricional por via oral
acarreta uma gama de complicações potenciais. Aliado a isso, a TNE, em pacientes com baixo
risco nutricional e baixa severidade na doença crítica, proporciona pouco ou nenhum benefício na
primeira semana de UTI.7
ATIVIDADES
11. A nutrição é considerada precoce, nos pacientes internados em UTI, quando se inicia
nas primeiras horas de sua admissão. Qual é o intervalo de tempo que compreende
o início precoce da terapia?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
A) Ação das enzimas digestivas diretamente na pele — ajustar o tubo, se houver tensão
sobre a pele.
B) Tensão do tubo sobre a pele — ajustar o tubo, se houver tensão sobre a pele,
minimizando a movimentação do dispositivo.
C) Tração acidental — pausar a infusão da NE.
D) Rompimento ou esvaziamento do balonete — interromper a infusão da NE.
Resposta no final do artigo
TNE.
■■ CASO CLÍNICO
Paciente do sexo masculino, 64 anos, branco, casado, pai de quatro filhos, natural e
procedente de Florianópolis, pescador aposentado.
História prévia: o paciente apresenta hipertensão arterial sistêmica e diabetes melito tipo
2, sem tratamento. É tabagista há 35 anos, fuma 20 cigarros/dia.
Apresenta ritmo cardíaco regular ao monitor, com frequência cardíaca de 86bpm e pressão
arterial média de 143x85mmHg, sem necessidade de uso de drogas vasopressoras. Está
em dieta zero e não apresenta dispositivos de acesso gastrintestinal. Abdome simétrico,
RHA+, timpânico à percussão, ausência de visceromegalias, flácido. Diurese presente
por sonda vesical de demora, com aspecto amarelo-citrino e sem depósitos. História de
último episódio de evacuação há dois dias.
A partir do que foi visto neste artigo e das informações descritas no caso clínico, responda às
questões a seguir.
ATIVIDADES
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
ATIVIDADES
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
A TNE é uma prática terapêutica comum em ambiente crítico, porém de complexo processo
assistencial, uma vez que envolve ações profissionais coordenadas de diferentes disciplinas,
diferentes finalidades para uso da sonda gástrica/enteral, muitos processos para obtenção do
acesso e garantia da administração completa e segura da NE.
Apesar de ser uma prática difundida no meio assistencial, a TNE merece um olhar crítico acerca
das suas intervenções, buscando realizá-las de forma condizente com as recomendações da
literatura científica atual e, por consequência, proporcionar um cuidado mais eficaz e seguro ao
paciente e à família.
Atividade 2
Resposta: A
Comentário: O instrumento de avaliação nutricional MAN é mais indicado para pacientes acima de
60 anos, e o instrumento ANSG foi desenvolvido e validado para pacientes submetidos à cirurgia
do trato gastrintestinal e requer treinamento específico para sua aplicação.
Atividade 3
Resposta: C
Comentário: Para mais detalhes sobre a questão, confira o Quadro 2.
Atividade 4
Resposta: D
Comentário: Estado hipercatabólico, ingesta oral <60% da recomendação e risco de desnutrição
são indicações da TNE.
Atividade 6
Resposta: A
Comentário: A medida da sonda transnasal para posicionamento gástrico vai da ponta do nariz
ao lóbulo da orelha e deste até o apêndice xifoide (somando aproximadamente, 60cm). Já para
o posicionamento entérico, a medida deve ser da ponta do nariz ao lóbulo da orelha e deste até o
apêndice xifoide, com acréscimo de 10 a 15cm, de acordo com o porte físico do paciente (somando
aproximadamente 70 a 75cm). Meio mais difundido na prática clínica, a ausculta epigástrica não
possibilita a distinção entre os posicionamentos esofágico, gástrico e entérico. A pHmetria do aspirado
gástrico pode auxiliar na distinção entre posicionamento gástrico e entérico à beira do leito. O método
padrão-ouro para confirmação de posicionamento de sondas é a radiografia abdominal simples, que
deve ser realizada em todos os pacientes submetidos à sondagem para NE.
Atividade 7
Resposta: B
Comentário: Na administração intermitente, o paciente recebe a NE a cada 3 ou 4 horas, com
tempo de administração de 40 minutos a 1 hora e 30 minutos. Na administração cíclica, a infusão
da NE ocorre diurnamente, de 14 a 16 horas/dia, com manutenção da pausa noturna. Por fim, o
regime contínuo de infusão ocorre durante 24 horas.
Atividade 8
Resposta: Entre os cuidados de enfermagem em TNE, na atenção ao paciente crítico, destacam-
-se os seguintes aspectos descritos na literatura:
Atividade 9
Resposta: D
Comentário: As possíveis intercorrências mecânicas que podem apresentar-se na TNE, são
obstrução e deslocamento da sonda, desconforto oro e nasofaríngeo, perfuração faríngea e
esofágica, além de lesão da mucosa nasal. Os quadros de diarreia, VGR alto e constipação são
intercorrências gastrintestinais. Já a desidratação é considerada uma intercorrência metabólica.
Atividade 10
Resposta: D
Comentário: Segundo recomendações da ASPEN, o VGR não tem indicação de ser mensurado de
forma rotineira na UTI. Porém, nas UTIs onde essa prática ainda é desenvolvida, a dieta deve ser
suspensa somente se o paciente apresentar VGR > 500mL ou ainda de 200 a 500mL na presença
de outros sinais e sintomas gastrintestinais, como distensão abdominal, náuseas e vômitos.
Atividade 11
Resposta: A
Comentário: Segundo a ASPEN, a nutrição precoce em UTI é aquela que se inicia 24 a 48
horas após admissão do paciente nessa unidade. O objetivo é atenuar a resposta inflamatória
sistêmica, a manutenção do trofismo intestinal e a prevenção da translocação bacteriana. Estudos
têm demonstrado que o início precoce da TNE está associado à redução da mortalidade e de
complicações infecciosas e a aumento da ingesta nutricional.
Atividade 12
Resposta: C
Comentário: As possíveis causas para VGR alto são misturas hipertônicas, opioides, substâncias
vasoativas, relaxantes musculares, instabilidade hemodinâmica, sepse, VM, aumento da pressão
intracraniana e doenças específicas, como escleroderma. Portanto, a cabeceira elevada a 30º e o
calibre das sondas não são causas de VGR alto.
Atividade 13
Resposta: B
Comentário: O uso de medicamentos, como antibióticos, antagonistas do receptor H2, antineoplá-
sicos, laxativos, antiácidos, suplementos de potássio e fosfato, é a principal causa de diarreia em
ambiente hospitalar. Por esse motivo, a suspensão da NE é desencorajada até que se avalie a
possibilidade de diarreia induzida por medicamentos.
Atividade 14
Resposta: B
Comentário: Intubação orotraqueal, cabeceira rebaixada e condições de higiene oral deficitárias
podem causar broncoaspiração.
Atividade 15
Resposta: B
Comentário: A ação das enzimas digestivas diretamente na pele, a tração acidental e o rompimen-
to ou o esvaziamento do balonete são causas de irritação da pele ao redor do ostoma, remoção
acidental e extravasamento de conteúdo gástrico, respectivamente.
Atividade 17
Resposta: A primeira conduta do enfermeiro é a avaliação inicial dos aspectos nutricionais,
buscando identificar pacientes desnutridos ou em risco nutricional, implementando, assim, a
terapia nutricional mais indicada o mais precocemente possível. Para tanto, o enfermeiro lança
mão de ferramentas de triagem nutricional, como a NRS (Triagem do Risco Nutricional), que
pode ser respondida por meio dos dados clínicos e de uma entrevista junto à família do paciente.
Esse método é o mais indicado para pacientes em UTI, pois, além de classificar as questões
nutricionais, leva em consideração o grau do agravo de saúde que motivou a internação na UTI.
Atividade 18
Resposta: Todo paciente em estado crítico de saúde está em risco nutricional, segundo a própria
escala NRS e a fisiopatologia da doença crítica. O paciente, em estado crítico, apresenta resposta
caracterizada pelo hipercatabolismo, o que desencadeia uma resposta inflamatória ao estresse,
que conduz o indivíduo não só à depleção nutricional, como também a maiores complicações infec-
ciosas. Segundo a NRS, a classificação do paciente é de risco moderado, porque sua pontuação
na escala foi de 4, em decorrência de quadro de pneumonia severa, IMC de 20,19kg/m2, condição
geral comprometida e ingesta de 50% do regime alimentar habitual na última semana.
Atividade 19
Resposta: D
Comentário: Após confirmação do posicionamento da sonda, foi iniciada a administração da NE
por meio do uso de bomba infusora com volume prescrito de 500mL/24 horas no primeiro dia,
1.000mL/24 horas no segundo dia e 1.500mL/24 horas no terceiro dia. No terceiro dia de TNE,
o paciente apresentava distensão abdominal importante, diminuição dos RHAs e um episódio de
êmese com característica de restos alimentares (dieta infundida).
Atividade 20
Resposta: As condutas descritas dizem respeito ao manejo do quadro de distensão abdominal
e êmese e buscam identificar as causas para os sintomas descritos. Portanto, as ações iniciais
que devem ser desenvolvidas são interromper a dieta até que seja encontrada a provável causa,
aspirar vias áreas, manter cabeceira elevada entre 30 e 45º, verificar o posicionamento da
sonda por meio de métodos à beira do leito (na suspeita de deslocamento, realizar radiografia
abdominal), mensurar VGR (se > 500mL, a dieta deve permanecer desligada, com reavaliação
do paciente e do VGR a cada 2 a 4 horas; entre 250 e 500mL, associado a episódio de êmese,
é preditivo para suspensão temporária da dieta, com reavaliação a cada 2 a 4 horas; se VGR <
250mL, deve haver manutenção/reinício da infusão da dieta e busca de outras causas). Em médio
prazo, devem ser implementadas as seguintes ações: considerar o uso de agentes pró-cinéticos,
verificar a circunferência abdominal e acompanhar sua evolução, rever o protocolo de sedação e
analgesia junto à equipe médica, considerar, junto com a equipe, a necessidade de reintrodução
da sonda para posição entérica, reiniciar infusão dietética após o manejo da intercorrência (de
forma gradual, facilitando a readaptação do paciente ao regime), trocar a fórmula dietética por uma
parcialmente hidrolisada (facilitando a absorção) e controlar o volume do gotejamento da NE por
meio de bombas de infusão.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 63, de 06 de julho de 2000.
Brasília: DOU; 2000.
2. Matsuba CST, Serpa LF, Ciosak SI, organizadores. Terapia nutricional enteral e parenteral: consenso de
boas práticas de enfermagem. São Paulo: Martinari; 2014.
3. Matsuba CST, Magnoni D. Enfermagem em terapia nutricional. São Paulo: Sarvier; 2009.
4. Waitzberg DL, Caiaffa WT, Correia MI. Hospital malnutrition: the Brazilian national survey (IBRANUTRI):
a study of 4000 patients. Nutrition. 2001 Jul–Aug;17(7–8):573–80.
5. Borghi R, Meale MMS, Gouveia MAP, França JID, Damião AOMC. Perfil nutricional de pacientes interna-
dos no Brasil: análise de 19.222 pacientes (Estudo BRAINS). Rev Bras Nutr Clin. 2013;28(4):255–63.
6. Lucas MCS, Fayh APT. Estado nutricional, hiperglicemia, nutrição precoce e mortalidade de pacientes
internados em uma unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(2):157–61.
7. McClave SA, Taylor BE, Martindale RG, Warren MM, Johnson DR, Braunschweig C, et al. Guidelines for
the provision and assessment of nutrition support therapy in the adult critically Ill patient: Society of Critical
Care Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). J Parenter
Enteral Nutr. 2016 Feb;40(2):159–211.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Manual de terapia nutricional na atenção especializada hospitalar no âmbito
do Sistema Único de Saúde – SUS. Brasília: MS; 2016.
9. Canadian Critical Care Society, Canadian Critical Care Trials Group. Canadian clinical practice guide-
lines. Kingston: Critical Care Nutrition; 2015 [acesso em 2017 jul 24]. Disponível em: http://www.critical-
carenutrition.com/cpgs.
10. Colaço AD. Intervenções de enfermagem ao paciente em nutrição enteral na Unidade de Terapia Inten-
siva: proposta de um bundle (dissertação). Florianópolis. Dissertação: Universidade Federal de Santa
Catarina; 2014.
11. Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral, Associação Brasileira de Nutrologia. Acessos para
terapia de nutrição parenteral e enteral. In: Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina.
Projeto Diretrizes. São Paulo: AMB/CFM; 2011.
12. Beghetto MG, Anziliero F, Leães DM, Mello ED. Sondagem enteral: concordância entre teste de ausculta
e raio-x na determinação do posicionamento da sonda. Rev Gaúcha Enferm. 2015;36(4):98–103.
13. Colaço AD, Nascimento ERP. Bundle de intervenções de enfermagem em nutrição enteral na terapia
intensiva: uma construção coletiva. Rev Esc Enferm USP. 2014;48(5):844–50.
14. Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos. Preparo e administração de medicamentos via
sonda enteral ou ostomias. Boletim ISMP. 2015 Dez;4(4):2–5.
15. World Gastroenterology Organization. World Gastroenterology Organization Global Guideline. Diarreia
aguda em adultos e crianças: uma perspectiva mundial. Milwaukee: WGO; 2012.
16. Locke GR, Pemberton JH, Phillips SF; American Gastroenterological Association. American Gastroen-
terological Association Medical Position Statement: guidelines on constipation. Gastroenterology. 2000
Dec;119(6):1761–78.
Colaço AD. Terapia de nutrição enteral em unidade de terapia intensiva. In: Associação
Brasileira de Enfermagem; Vargas MAO, Nascimento ERP, organizadoras. PROENF
Programa de Atualização em Enfermagem: Terapia Intensiva: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed
Panamericana; 2017. p. 9–28. (Sistema de Educação Continuada a Distância; v. 1).