Diss Guarani Esao

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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

Cap Com ALAN DIEGO FLACH

POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DO SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE


DAS VIATURAS BLINDADAS PARA TRANSPORTE DE PESSOAL MÉDIA DE
RODAS (VBTP-MR) GUARANI NO CONTEXTO DE UMA COMPANHIA DE
FUZILEIROS MECANIZADA, ORGÂNICA DE UM BATALHÃO DE INFANTARIA
MECANIZADO, EM OPERAÇÕES

Rio de Janeiro ­ RJ
2016
Cap Com ALAN DIEGO FLACH

POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DO SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE


DAS VIATURAS BLINDADAS PARA TRANSPORTE DE PESSOAL MÉDIA DE
RODAS (VBTP-MR) GUARANI NO CONTEXTO DE UMA COMPANHIA DE
FUZILEIROS MECANIZADA, ORGÂNICA DE UM BATALHÃO DE INFANTARIA
MECANIZADO, EM OPERAÇÕES.

Dissertação apresentada à Escola de


Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito
para Pós­Graduação de Mestrado Profissional
em Ciências Militares.

Orientador: Cel Carlos Henrique do Nascimento Barros

Rio de Janeiro ­ RJ
2016
F236p
2016 Flach, Alan Diego
Possibilidades e Limitações do Sistema de Comando e
Controle das Viaturas Blindadas para Transporte de
Pessoal Média de Rodas (VBTP­MR) Guarani no contexto
de uma Companhia de Fuzileiros Mecanizada, orgânica de
um Batalhão de Infantaria Mecanizado, em Operações
/Alan Diego Flach – 2016.
209f. : il. ; 30cm

Dissertação (Mestrado Profissional em Ciências


Militares) Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, Rio de
Janeiro, 2016.

Bibliografia: f. 205­209.

1. Comando e Controle 2. Viatura Blindada de


Transporte de Pessoal Média de Rodas Guarani 3.
Infantaria Mecanizada 4. Exército Brasileiro I. Título

CDD:355.5
Cap Com ALAN DIEGO FLACH

POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DO SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE


DAS VIATURAS BLINDADAS PARA TRANSPORTE DE PESSOAL MÉDIA DE
RODAS (VBTP-MR) GUARANI NO CONTEXTO DE UMA COMPANHIA DE
FUZILEIROS MECANIZADA, ORGÂNICA DE UM BATALHÃO DE INFANTARIA
MECANIZADO, EM OPERAÇÕES.

Dissertação apresentada à Escola de


Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito
para Pós­Graduação de Mestrado Profissional
em Ciências Militares.

Aprovado em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

___________________________________
LUIZ CARLOS ENES DE OLIVEIRA – CEL
PRESIDENTE

_______________________________________________
CARLOS HENRIQUE DO NASCIMENTO BARROS ­ CEL
1º MEMBRO

_________________________________
VINICIUS MELQUÍADES CUNHA – CAP
2º MEMBRO
À minha esposa Joice, meu
agradecimento especial pelo apoio
irrestrito e incondicional ao longo de
mais essa jornada.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Plínio e Nilva, que me proporcionaram a educação necessária,


tornando possível chegar até aqui.
Ao Cel Com Carlos Henrique do Nascimento Barros pela orientação irrestrita e
sempre oportuna.
Ao Cel Inf Ruffo, Chefe do EPEx Guarani, e ao Cel Schröeder, Oficial de ligação
da Diretoria de Fabricação junto ao Comando da 15ª Bda Inf Mec, pelo apoio
incondicional desde o início deste trabalho.
Ao 1º Ten Serio, da Diretoria de Fabricação, ao 3º Sgt Emanuel Ferreira, da
Companhia de Comando e Controle, ao 3º Sgt Sena, da Escola de Comunicações e
ao Engenheiro Rafael Gutstein, da Diretoria de Fabricação, pelo apoio técnico e
camaradagem em todas as atividades que participamos juntos, em laboratórios e no
terreno.
Ao Sr Marc Verges Grau, ao Sr Wim Zuyderduyn, ao Sr Julien Auffray e a Sra
Claudia Van Hall, todos da Thales NL, pela contribuição técnica à pesquisa e pela
disponibilidade em sempre responder a meus questionamentos, mesmo residindo do
outro lado do mundo.
Ao Cap Com Samuel Bombassaro Neto, pela amizade fraterna desde os
bancos escolares e pelo auxílio na busca pelos Trabalhos de Conclusão de Curso
arquivados na ESAO.
Ao Gen Div Antonino dos Santos Guerra, por ter sido pioneiro na modernização
das comunicações do EB, o que naturalmente me possibilitou estudar os rádios e os
intercomunicadores para viaturas blindadas, transformando­me de um comunicante
analógico em um comunicante da era digital.
Aos oficiais do Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército,
Forte Marechal Rondon, e de suas Organizações Militares diretamente subordinadas,
em especial a Escola de Comunicações, local onde é possível perceber a motivação
e o entusiasmo dos comunicantes trabalhando em prol da Arma do Comando.
“Para que um soldado ame a sua arma, ele deve
compreendê­la e saber que ela não o trairá.”

Mikhail Kalashnikov
Criador do fuzil de assalto AK­47
RESUMO

Os grandes avanços tecnológicos ocorridos no final do último século e no início


do atual, principalmente quanto à tecnologia da informação e às ameaças de diversas
ordens na atual conjuntura mundial, forçaram o Exército Brasileiro (EB) a iniciar um
processo de transformação, visando ao preparo para as possíveis ameaças futuras,
entrando na chamada Era do Conhecimento.
Nesse contexto, ainda no século passado, o EB buscou uma solução que
viesse a substituir a frota de Viaturas Blindadas, dentre elas as Viaturas URUTU e
CASCAVEL, em uso há mais de 40 anos. Nasceu então o Projeto Guarani, criando a
Nova Família de Viaturas Blindadas de Rodas. A primeira viatura a ser concebida foi
a Viatura Blindada de Transporte de Pessoal Média de Rodas (VBTP­MR) Guarani.
Com a adoção desse novo meio, a Infantaria Motorizada está sendo
gradativamente transformada em Infantaria Mecanizada, dando origem aos Batalhões
de Infantaria Mecanizada e às Brigadas de Infantaria Mecanizada.
Para permitir o efetivo Comando e Controle, intra e inter carros, foi
cuidadosamente concebido o Sistema de Comando e Controle (SisC²) da VBTP­MR
Guarani. Assim, a Viatura Blindada tornou­se elemento dissuasório, por aumentar a
consciência situacional, permitindo a atuação de forma sincronizada com outras
funções de combate.
O SisC² é composto basicamente por dois rádios da fabricante americana
HARRIS, um intercomunicador apropriado para viaturas blindadas da fabricante
holandesa THALES, um computador militar robustecido da fabricante brasileira
GEOCONTROL e o Software Gerenciador do Campo de Batalha, produzido pelo
Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS).
O emprego de Viaturas Blindadas, na atual Era do Conhecimento, necessita
não só de meios de comunicações adequados para permitir o eficiente C² de sua
tropa, mas também do conhecimento das possibilidades disponíveis e de suas
limitações, visando minimizar os efeitos colaterais e potencializar seu poder de
combate.
Palavras-chave: Projeto Guarani; VBTP­MR Guarani; SisC² VBTP­MR Guarani;
Gerenciador do Campo de Batalha (GCB); Infantaria Mecanizada; Companhia de
Infantaria Mecanizada; Batalhão de Infantaria Mecanizado; Brigada de Infantaria
Mecanizada;
ABSTRACT

The great technological advances that took place in the end of the last century
and in the beginning of the present days, mainly regarding information technology and
the threats of diverse orders in the current world situation, forced the Brazilian Army to
begin a process of transformation, aiming to prepare itself for possible future threats,
entering in the so­called Age of Knowledge.
In this context, in the last century, the Brazilian Army looked for a solution to
replace the fleet of Armored Vehicles, among them the URUTU and CASCAVEL, in
use for more than 40 years. The Guarani Project was born, creating the New Family of
Wheeled Armored Vehicles to be designed, having the Guarani VBTP­MR as the first
version/model.
With the adoption of this new vehicle, the Motorized Infantry is gradually being
transformed into a Mechanized Infantry, giving room for the creation of Mechanized
Infantry Battalions and the Mechanized Infantry Brigades.
In order to allow effective Command and Control, intra and inter­cars, the
Command and Control System (SisC²) of the VBTP­MR Guarani was carefully
designed. Thus, the Armored Vehicle has become a deterrent, by increasing the
situational awareness, allowing the performance of synchronized actions with other
combat functions.
The SisC² is composed primarily of two radios from the American
manufacturer HARRIS, an appropriate intercom for armored vehicles from the Dutch
manufacturer THALES, a rugged military computer from the Brazilian manufacturer
GEOCONTROL and the Battlefield Manager Software, produced by the Systems
Development Center of the Brazilian Army.
The use of Armored Vehicles, in the current Age of Knowledge, requires not
only adequate means of communication to allow the efficient C² of its troops, but also
the knowledge of available possibilities and their limitations, in order to minimize the
side effects and potentialize their power of combat.

Keywords: Guarani Project; VBTP­MR Guarani; SisC² VBTP­MR Guarani; Battlefield


Manager (GCB); Mechanized Infantry; Mechanized Infantry Company; Mechanized
Infantry Battalion; Mechanized Infantry Brigade;
LISTA DE FIGURAS
Figura 1­ Sdkfz 251 Werferrahmen­01 na Campanha da Rússia. .............................................................. 27
Figura 2 ­ Exemplo de Combate não­linear, com emprego da Infantaria Mecanizada ............................ 29
Figura 3 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército norte­americano.......................................... 31
Figura 4 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec da Bda Stryker norte­americana ................................... 31
Figura 5 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército Inglês ............................................................ 32
Figura 6 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército Inglês ............................................................ 32
Figura 7 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército Francês ........................................................ 33
Figura 8 ­ BI Mec do Exército Francês ............................................................................................................ 33
Figura 9 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército Argentino ..................................................... 34
Figura 10 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec e BI Ligeiro do Exército Espanhol............................... 35
Figura 11 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército Italiano ....................................................... 35
Figura 12 ­ Organograma da Companhia de Fuzileiros Mecanizada ......................................................... 37
Figura 13 ­ Ligações no BI Mec........................................................................................................................ 41
Figura 14 ­ Ligações na Cia Fuz Mec .............................................................................................................. 41
Figura 15 ­ Ocupação de uma VBTP­Guarani por um GC........................................................................... 45
Figura 16 ­ Ocupação de uma VBTP­MR Guarani por um Cmt Pel Fuz Mec ........................................... 45
Figura 17 ­ Exemplo de progressão de um GC ............................................................................................. 47
Figura 18 ­ Ligações da Cia Fuz Mec .............................................................................................................. 48
Figura 19 ­ Distâncias rede rádio ­ BI Mec e Cia Fuz Mec........................................................................... 48
Figura 20 ­ LAV III APC ..................................................................................................................................... 50
Figura 21 ­ LAV III H........................................................................................................................................... 50
Figura 22 ­ LAV II ................................................................................................................................................ 51
Figura 23 ­ LAV II H ............................................................................................................................................ 52
Figura 24 ­ Stryker ICV ...................................................................................................................................... 53
Figura 25 ­ Patria AMV ...................................................................................................................................... 54
Figura 26 ­ PANDUR II ...................................................................................................................................... 54
Figura 27 ­ Boxer APC Variant ......................................................................................................................... 55
Figura 28 ­ Boxer sem módulo ......................................................................................................................... 55
Figura 29 ­ Módulo sendo acoplado ................................................................................................................ 55
Figura 30 ­ Interior do Boxer APC Variant ...................................................................................................... 55
Figura 31 – Bushmaster .................................................................................................................................... 56
Figura 32 ­ GIAT VAB ........................................................................................................................................ 56
Figura 33 – VBCI ................................................................................................................................................ 57
Figura 34 ­ Informações VBCI .......................................................................................................................... 57
Figura 35 ­ Bradley ............................................................................................................................................. 58
Figura 36 ­ SUPER AV ...................................................................................................................................... 59
Figura 37 ­ M113BR ........................................................................................................................................... 60
Figura 38 ­ EE­11 URUTU ................................................................................................................................ 61
Figura 39 ­ Disposição dos “meios de comunicações” no M113BR ........................................................... 62
Figura 40 ­ Rádio Harris Falcon III 7800V­V560 e Intercom SOTAS Voz instalado no M113BR .......... 63
Figura 41 ­ Estação de usuário para atirador, motorista ou chefe de viatura............................................ 63
Figura 42 ­ Disposição dos meios de comunicações no EE­11 URUTU ................................................... 64
Figura 43 ­ Disposição dos meios de comunicações na Viatura de combate LECLERC ....................... 65
Figura 44 ­ TADIRAN VIC­500 ......................................................................................................................... 66
Figura 45 ­ SISC² AEL Eletrônica ................................................................................................................... 66
Figura 46 ­ RF­7800i Harris .............................................................................................................................. 67
Figura 47 ­ Família de Blindados Guarani ...................................................................................................... 69
Figura 48 ­ Informações VBTP­MR Guarani .................................................................................................. 70
Figura 49 ­ Projeto SISC² desenvolvido pela IMBEL – 2010 ....................................................................... 73
Figura 50 ­ Disposição interna do Rádio Mallet ­ Desenho em CAD.......................................................... 74
Figura 51 ­ Arquitetura SisC² ............................................................................................................................ 75
Figura 52 ­ Arquitetura SisC² detalhado .......................................................................................................... 75
Figura 53 ­ Arquitetura SisC² ­ 30 de Janeiro de 2012 ................................................................................. 76
Figura 54 ­ Arquitetura SisC² com telefone externo ­ 2012 .......................................................................... 77
Figura 55 ­ Arquitetura SisC² ­ 2011 – Proposta com rádio UHF ................................................................ 78
Figura 56 ­ SisC² com o rádio UHF .................................................................................................................. 78
Figura 57 ­ Software GCB instalado no Computador Elbit MK­IV ............................................................... 79
Figura 58 ­ Arquitetura SISC2 ­ IVECO 2012 ................................................................................................. 79
Figura 59 ­ VBTP­MR Guarani – desenho 3D................................................................................................ 80
Figura 60 ­ VBTP­MR Guarani – posição do chefe de Viatura ­ desenho 3D ........................................... 80
Figura 61 ­ VBTP­MR Guarani – posição do chefe de Viatura ­ desenho 3D ........................................... 81
Figura 62 ­ VBTP­MR Guarani – posição do chefe de Viatura ­ desenho 3D ........................................... 81
Figura 63 ­ Arquitetura SisC² ............................................................................................................................ 82
Figura 64 – Arquitetura SisC² ­ concepção atual ........................................................................................... 82
Figura 65 ­ Arquitetura atual do SisC², com esquema de ligação do cabeamento .................................. 83
Figura 66 ­ Rádio Harris Falcon III RF­7800V­V560 .................................................................................... 84
Figura 67 ­ Rádio Harris Falcon III RF­7800V­V560 .................................................................................... 84
Figura 68 ­ Rádio Harris Falcon III RF­7800V­V560 detalhado.................................................................. 85
Figura 69 ­ Rede de Voz do Cmt SU ............................................................................................................... 87
Figura 70 ­ Rede de Voz do Cmt 1 Pel............................................................................................................ 88
Figura 71 ­ Rede de Voz do 1 GC do 1 Pel .................................................................................................... 88
Figura 72 ­ Rede de Voz/Dados para GCB .................................................................................................... 88
Figura 73 – Visão Geral do SOTAS M2/IP ..................................................................................................... 91
Figura 74 ­ Visão geral do SOTAS M2/IP ....................................................................................................... 91
Figura 75 ­ CMSU IP .......................................................................................................................................... 92
Figura 76 – AUS ................................................................................................................................................. 93
Figura 77 ­ CM2 .................................................................................................................................................. 93
Figura 78 ­ Fones (HS), microfone e PTT ....................................................................................................... 94
Figura 79 ­ CTM­EB ........................................................................................................................................... 96
Figura 80 ­ Tela de operação do GCB ............................................................................................................ 98
Figura 81 ­ GCB – MIV ...................................................................................................................................... 98
Figura 82 ­ GCB ­ Barra de ferramentas Mapas – Geral, Zoom in, Zoom out e autocentralizar ............ 99
Figura 83 ­ Barra de ferramentas Mapas – Régua ...................................................................................... 100
Figura 84 ­ Barra de ferramentas Mapas – Curvímetro .............................................................................. 101
Figura 85 ­ Principais Funcionalidades ­ Forças Inimigas ­ Calco – Mensagens ................................... 102
Figura 86 – NFS ................................................................................................................................................ 103
Figura 87 ­ Rádio RF­7800V­HH portátil ....................................................................................................... 105
Figura 88 ­ Perfil do terreno coerente com o calco de operações ............................................................ 124
Figura 89 ­ Calco de Operações da Experimentação Doutrinária de Cia Fuz Mec e BI Mec ............... 125
Figura 90 ­ Headset adaptado ao capacete balístico utilizado no EB ...................................................... 137
Figura 91 ­ RRB ­ Rebroadcast ­ Repetidora do Intercomunicador .......................................................... 141
Figura 92 ­ Propagação do sinal eletromagnético em relação à curvatura da terra .............................. 146
Figura 93 ­ Propagação em VHF ................................................................................................................... 147
Figura 94 ­ Mapa do Rio de Janeiro com os locais dos testes .................................................................. 148
Figura 95 ­ Perfil do terreno entre Seropédica e a Estação Controladora da Rede (ECR)................... 148
Figura 96 ­ Perfil do terreno entre os pontos de Seropédica e a ECR, com altimetria .......................... 149
Figura 97 ­ Teste rádio VBTP­MR Guarani em Gericinó ............................................................................ 150
Figura 98 – Perfil do terreno entre o ponto inicial dos testes e o ponto final dos testes ....................... 150
Figura 99 ­ GCB durante a experimentação doutrinária de Cia Fuz Mec e BI Mec ............................... 158
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

15ª Bda Inf Mtz 15ª Brigada de Infantaria Motorizada

33º BI Mec 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado

33º Btl Inf Mtz 33º Batalhão de Infantaria Motorizado

AGSP Arsenal de Guerra de São Paulo

AMV Armoured Modular Vehicle

APC Armoured Personnel Carrier

ATU Área de Trens de Unidade

AUS Estação Avançada de Usuário

Bda C Mec Brigada de Cavalaria Mecanizada

Bda Inf Mec Brigada de Infantaria Mecanizada

Bda Inf Mtz Brigada de Infantaria Motorizada

BFV Bradley Fighting Vehicle

BI Mec Batalhão de Infantaria Mecanizado

C² Comando e Controle

CAEx Centro de Avaliações do Exército

CCOMGEX Comando/Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército

CDS Centro de Desenvolvimento de Sistemas

Cia C2 Companhia de Comando e Controle

Cia Fuz Mec Companhia de Fuzileiros Mecanizada

Cia Inf Mec Companhia de Infantaria Mecanizada

CIBLD Centro de Instrução de Blindados

CM2 Estação de Equipe

CMSU Unidade de Distribuição de Mídia Central

Cmt Comandante

CONDOP Condicionantes Doutrinárias Operacionais

COTER Comando de Operações Terrestres

CPA Communications Planning Application

CTM Computador Tático Militar


DAMEPLAN Dados Médios de Planejamento

DCT Departamento de Ciência e Tecnologia

DF Diretoria de Fabricação

Div Log Divisão Logística

EB Exército Brasileiro

EEID Elementos Essenciais de Informações Doutrinárias

EME Estado­Maior do Exército

END Estratégia Nacional de Defesa

EPEx Escritório de Projetos do Exército

EsAO Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

EsCom Escola de Comunicações

Esqd C Mec Esquadrão de Cavalaria Mecanizado

EUA Estados Unidos da América

FBMR Família de Blindados Média de Rodas

GC Grupo de Combate

GCB Gerenciador do Campo de Batalha

Gp Ap Grupo de Apoio

GLO Garantia da Lei e da Ordem

Gp Cmdo Grupo de Comando

Gp Log Grupamento de Logística

GU Grande Unidade

HS Headset

ICV Infantry Carrier Vehicle

LAV Light Armoured Vehicle

LED Lote de Experimentação Doutrinária

MEM Meios de Emprego Militar

MGS Sistema Móvel de Armas

MIV Módulo de Interfaceamento Veicular

MPE Medidas de Proteção Eletrônica


NFS North Find System

OM Organização Militar

PEE Projeto Estratégico do Exército

Pel Ap Pelotão de Apoio

Pel Fuz Pelotão de Fuzileiros

Pel Fuz Mec Pelotão de Fuzileiros Mecanizado

PTT Push­to­Talk

QC Quadro de Cargos

QDM Quadro de Dotação de Material

QO Quadro de Organização

R C Mec Regimento de Cavalaria Mecanizado

ROB Requisitos Operacionais Básicos

Sd Rdop Soldado Radioperador

Sec Can SR AC Seção de Canhões Sem Recuo Anticarro

Sec Cmdo Seção de Comando

Sec Mrt Me Seção de Morteiros Médios

SisC² Sistema de Comando e Controle

SRDT Sistema Rádio Digital Troncalizado

SSF Steyr­Daimler­Puch Spezialfahrzeuge

SU Subunidade

TIC Tecnologia da Informação e Comunicações

TTP Táticas, Técnicas e Procedimentos

VAB Vehicule de l'Avant Blinde

VBCI Vehicule Blinde de Combat d'Infanterie

VBTP­MR Viatura Blindada Transporte de Pessoal Média de Rodas

Vtr Viatura
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ­ QC e QDM da Cia Fuz Mec ........................................................................................................... 40
Tabela 2 ­ Quadro resumo QDM da Cia Fuz Mec ......................................................................................... 40
Tabela 3 ­ Ocupação das VBTP­MR Guarani na Cia Fuz Mec ................................................................... 45
Tabela 4 ­ Distâncias em operações ............................................................................................................... 47
Tabela 5 ­ Informações LAV III ......................................................................................................................... 49
Tabela 6 ­ Informações LAV III H ..................................................................................................................... 50
Tabela 7 ­ Informações LAV II .......................................................................................................................... 51
Tabela 8 ­ Informações LAV II H ...................................................................................................................... 51
Tabela 9 ­ Informações Stryker ICV................................................................................................................. 52
Tabela 10 ­ Informações Patria AMV............................................................................................................... 53
Tabela 11 ­ Informações PANDUR II............................................................................................................... 54
Tabela 12 ­ Informações Boxer ........................................................................................................................ 55
Tabela 13 ­ Informações Bushmaster ............................................................................................................. 55
Tabela 14 ­ Informações GIAT VAB ................................................................................................................ 56
Tabela 15 ­ Informações VBCI ......................................................................................................................... 57
Tabela 16 ­ Informações Bradley ..................................................................................................................... 58
Tabela 17 ­ Informações SUPER AV............................................................................................................... 58
Tabela 18 ­ Informações M113BR ................................................................................................................... 59
Tabela 19 ­ Informações Urutu ......................................................................................................................... 60
Tabela 20 ­ Objetivo Estratégico 1 ................................................................................................................... 68
Tabela 21 ­ Objetivo Estratégico 9 ................................................................................................................... 68
Tabela 22 ­ Informações VBTP­MR Guarani.................................................................................................. 70
Tabela 23 ­ Resumo histórico das atividades ligadas ao SisC² VBTP­MR Guarani ................................ 72
Tabela 24 ­ Equipamentos Rádio VHF empregados no EB ......................................................................... 84
Tabela 25 ­ Características técnicas RF­7800V­V560 .................................................................................. 86
Tabela 26 ­ Finalidade dos rádios VHF VBTP­MR Guarani ......................................................................... 86
Tabela 27 ­ Relacionamento função ­ indicativos rádio ................................................................................ 87
Tabela 28 ­ Comparação RF­7800V­V560 com RF­7800V­HH ................................................................ 104
Tabela 29 ­ Definição Operacional da Variável Independente .................................................................. 108
Tabela 30 ­ Definição Operacional da Variável Dependente ..................................................................... 108
Tabela 31 ­ Quadro comparativo da constituição da Cia Fuz Mec em diferentes Exércitos................. 113
Tabela 32 ­ Comparação dos SisC² de diferentes tipos de viaturas......................................................... 116
Tabela 33 ­ Posições, altitude e distâncias aproximadas........................................................................... 148
Tabela 34 ­ Resultados dos testes com o RF­7800V­HH e RF­7800V­V555 ......................................... 149
Tabela 35 ­ Possibilidades e limitações do SisC² da VBTP­MR Guarani ................................................ 166
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 19
1.1. PROBLEMA E SEUS ANTECEDENTES .................................................................................. 20
1.2. OBJETIVOS .............................................................................................................................. 22
1.3. QUESTÕES DE ESTUDO ........................................................................................................ 23
1.4. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 24
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................ 26
2.1. A INFANTARIA MECANIZADA ................................................................................................. 26
2.2. A COMPANHIA DE INFANTARIA MECANIZADA ORGÂNICA DE UM BATALHÃO DE
INFANTARIA MECANIZADO EM DIFERENTES EXÉRCITOS ............................................................ 30
2.2.1. Estrutura norte-americana ................................................................................................. 30
2.2.2. Estrutura inglesa ................................................................................................................. 32
2.2.3. Estrutura francesa ............................................................................................................... 32
2.2.4. Estrutura argentina ............................................................................................................. 33
2.2.5. Estrutura uruguaia .............................................................................................................. 34
2.2.6. Estrutura espanhola ............................................................................................................ 34
2.2.7. Estrutura italiana ................................................................................................................. 35
2.3. CONSTITUIÇÃO DA CIA FUZ MEC ORGÂNICA DE UM BI MEC NO EXÉRCITO
BRASILEIRO ......................................................................................................................................... 36
2.3.1. Quadro de Cargos e Quadro de Dotação de Material ...................................................... 37
2.3.2. Considerações sobre necessidades de ligações e Comunicações na Cia Fuz Mec e no
Pel Inf Mec ............................................................................................................................................ 40
2.4. VIATURAS UTILIZADAS PELA INFANTARIA MECANIZADA NO BRASIL E EM OUTROS
PAÍSES.................................................................................................................................................. 49
2.4.1. LAV III ................................................................................................................................... 49
2.4.2. LAV III H ................................................................................................................................ 50
2.4.3. LAV II .................................................................................................................................... 51
2.4.4. LAV II H ................................................................................................................................. 51
2.4.5. STRYKER ICV ...................................................................................................................... 52
2.4.6. PATRIA AMV ........................................................................................................................ 53
2.4.7. PANDUR II ............................................................................................................................ 54
2.4.8. Boxer APC Variant............................................................................................................... 54
2.4.9. Bushmaster .......................................................................................................................... 55
2.4.10. GIAT VAB ............................................................................................................................. 56
2.4.11. VBCI ...................................................................................................................................... 57
2.4.12. BRADLEY ............................................................................................................................. 58
2.4.13. SUPER AV ............................................................................................................................ 58
2.4.14. M113B BR ............................................................................................................................. 59
2.4.15. URUTU .................................................................................................................................. 60
2.5. SISC² EM OUTRAS VIATURAS NO BRASIL E NO MUNDO................................................... 61
2.5.1. M113B BR ............................................................................................................................. 62
2.5.2. URUTU .................................................................................................................................. 64
2.5.3. LECLERC .............................................................................................................................. 65
2.5.4. SISC² da fabricante Elbit Systems ..................................................................................... 66
2.5.5. SISC² da fabricante AEL Eletrônica ................................................................................... 66
2.5.6. SisC² da Harris Corporation ............................................................................................... 67
2.6. O PROJETO ESTRATÉGICO DO EXÉRCITO GUARANI (PEE GUARANI) ........................... 67
2.6.1. A transformação da Infantaria Motorizada em Mecanizada no EB ................................ 68
2.6.2. A VBTP-MR Guarani ............................................................................................................ 70
2.7. O SISC² DA VBTP­MR GUARANI ............................................................................................ 71
2.7.1. Histórico ............................................................................................................................... 71
2.7.2. A Concepção atual .............................................................................................................. 82
2.7.3. Componentes do SisC² ....................................................................................................... 83
2.7.3.1. Rádio Harris Falcon III RF­7800V­V560 (ou V511) ........................................................... 83
2.7.3.2. Intercomunicador SOTAS M2/IP ....................................................................................... 89
2.7.3.2.1. Unidade de Distribuição de Mídia Central (CMSU IP) ...................................................... 92
2.7.3.2.2. Estação Avançada de Usuário (AUS) ............................................................................... 92
2.7.3.2.3. Estação de Equipe (CM2) ................................................................................................. 93
2.7.3.2.4. Fones (HS), Microfone e PTT ........................................................................................... 94
2.7.3.3. Computador Tático Militar (CTM EB) ................................................................................ 95
2.7.3.4. Software Gerenciador do Campo de Batalha (GCB) ........................................................ 97
2.7.3.4.1. Módulo de Interfaceamento Veicular (MIV) ....................................................................... 98
2.7.3.4.2. Barra de ferramentas Mapas ............................................................................................. 99
2.7.3.4.3. Barra de ferramentas das funcionalidades principais ..................................................... 101
2.7.3.5. Outros componentes ....................................................................................................... 103
2.7.3.5.1. Módulo de Interfaceamento Veicular (MIV) ..................................................................... 103
2.7.3.5.2. Localizador de Norte ­ North Find System (NFS) ........................................................... 103
2.7.3.5.3. O rádio para a tropa desembarcada ............................................................................... 104
3. METODOLOGIA ......................................................................................................................... 106
3.1. OBJETO FORMAL DE ESTUDO ............................................................................................ 106
3.1.1. Definição Conceitual das Variáveis de Estudo .............................................................. 107
3.1.2. Conceito Operacional das Variáveis de Estudo ............................................................. 108
3.2. AMOSTRA ............................................................................................................................... 108
3.3. DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................................................................... 109
3.3.1. Procedimentos para a Revisão de Literatura ................................................................. 109
3.3.2. Procedimentos Metodológicos ........................................................................................ 110
3.3.3. Instrumentos ...................................................................................................................... 111
3.3.4. Análise de Dados............................................................................................................... 112
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................. 113
4.1. COMPARAÇÃO ENTRE A CIA FUZ MEC EM DIFERENTES EXÉRCITOS E NO BRASIL .. 113
4.2. COMPARAÇÃO ENTRE A COMPOSIÇÃO DO SISC² DA VBTP­MR GUARANI E OUTRAS
VIATURAS........................................................................................................................................... 114
4.3. A EXPERIMENTAÇÃO DOUTRINÁRIA DE PEL FUZ MEC, REALIZADA EM APUCARANA­
PR, DE 17 A 19 DE MAIO DE 2016 .................................................................................................... 117
4.4. A EXPERIMENTAÇÃO DOUTRINÁRIA DA CIA FUZ MEC E BI MEC, REALIZADA EM
ROSÁRIO DO SUL­RS, DE 10 A 22 DE NOVEMBRO DE 2016. ...................................................... 122
4.5. ANÁLISE DO SISC² DA VBTP­MR GUARANI ....................................................................... 133
4.5.1. Análise do Intercomunicador SOTAS IP ......................................................................... 134
4.5.2. Análise do Rádio RF-7800V-V560 .................................................................................... 142
4.5.3. Análise do Computador Tático Militar............................................................................. 151
4.5.4. Análise do software GCB ................................................................................................. 153
4.6. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DO SISC² DA VBTP­MR GUARANI....................... 159
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 164
ANEXO A............................................................................................................................................. 172
ANEXO B............................................................................................................................................. 180
ANEXO C ............................................................................................................................................ 190
ANEXO D ............................................................................................................................................ 194
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 205
19

1. INTRODUÇÃO

Os grandes avanços tecnológicos ocorridos no final do último século e no início


do atual, principalmente quanto à tecnologia da informação e às ameaças de diversas
ordens na atual conjuntura mundial, forçaram o Exército Brasileiro a iniciar um
processo de transformação, visando ao preparo para as possíveis ameaças futuras,
entrando na chamada Era do Conhecimento.
Dentro desse contexto, ainda no século passado, o EB buscou uma solução
que viesse a substituir a frota de Viaturas Blindadas, dentre elas as Viaturas URUTU
e CASCAVEL, em uso há mais de 40 anos. Em 1999, foram publicadas diversas
Portarias, dentre elas a de nº 23, de 13 de maio, do Estado­Maior do Exército (EME),
que aprovou os Requisitos Operacionais Básicos nº 09/99 da Viatura Blindada
Transporte de Pessoal Média de Rodas (VBTP­MR). Em 2007, a FIAT Automóveis
S.A. (atual IVECO Latin America) foi selecionada pelo EB para ser sua parceira na
produção da nova família de viaturas blindadas, dando início ao Projeto GUARANI.

O Projeto GUARANI tem por objetivo transformar as Organizações Militares


de Infantaria Motorizada em Mecanizada e modernizar as Organizações
Militares de Cavalaria Mecanizada. Para isso, estão sendo desenvolvidas
novas famílias de Viaturas Blindadas de Rodas, a fim de dotar a Força
Terrestre de meios para incrementar a dissuasão e a defesa do território
nacional. A primeira viatura desenvolvida foi a Viatura Blindada para
Transporte de Tropa Média de Rodas Guarani (VBTP­MR Guarani),
possibilitando a substituição das viaturas URUTU e CASCAVEL, fabricadas
pela ENGESA, que estão em uso há mais de 40 anos (EPEX, [entre 2010 e
2015]).

Segundo a Revista Verde Oliva (2015, p. 30 e 31), em 2010, o Estado­Maior do


Exército (EME) escolheu a então 15ª Brigada de Infantaria Motorizada (15ª Bda Inf
Mtz) como precursora de um novo processo de transformação. Ainda naquele ano, foi
aprovada a diretriz de implantação, em caráter experimental, da Base Doutrinária da
Brigada de Infantaria Mecanizada e do Batalhão de Infantaria Mecanizado (BI Mec).
O então 33º Batalhão de Infantaria Motorizado (33º Btl Inf Mtz), sediado em Cascavel
­ PR, foi designado para ser a Organização Militar (OM) responsável pela execução
de todas as atividades inerentes à experimentação doutrinária, oportunidade na qual
foi constituído o primeiro Pelotão de Fuzileiros Mecanizado (Pel Fuz Mec).
20

No ano 2013, foi dado prosseguimento à experimentação doutrinária, com foco


na Companhia de Fuzileiros Mecanizada (Cia Fuz Mec). Realizou­se, dentre outras
atividades, uma demonstração de Ataque Coordenado da Cia Fuz Mec para 400
oficiais­alunos e instrutores da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (REVISTA
VERDE OLIVA, 2015, p. 33).

A Arma do Comando, ao longo dos seus 52 anos de história, vem


experimentando profundas transformações. O vertiginoso avanço da
tecnologia da informação revolucionou o combate moderno, promovendo a
evolução das técnicas, dos equipamentos e, principalmente, dos sistemas
utilizados pelos Exércitos para Comandar e Controlar as operações militares.
Acompanhando essas tendências e a fim de aumentar a capacidade
operacional do Exército Brasileiro, nas áreas de Comunicações e Guerra
Eletrônica, foi ativado, em 20 de fevereiro de 2009, o Centro de
Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX). Um Grande
Comando que tem por missão atuar em proveito da Força Terrestre,
aumentando­lhe a operacionalidade, pelo desempenho de atividades nas
vertentes Operacional, de Ensino e de Logística, bem como gerenciando a
Inteligência do Sinal e cooperando na área de Ciência e Tecnologia
(CCOMGEX, 2015).

A ativação do CCOMGEX possibilitou a padronização dos Meios de Emprego


Militar (MEM) Classe VII1. Nesse contexto, o Projeto Guarani foi diretamente
influenciado, pois os meios de Comunicações e o Sistema de Comando e Controle
(SisC²) que seriam embarcados na VBTP­MR foram decididos, ao longo dos últimos
anos, por esta Grande Unidade (GU).

1.1. PROBLEMA E SEUS ANTECEDENTES

Desde a concepção do Projeto Guarani, houve grande preocupação do EB em


relação aos meios de comunicações e ao SisC² que seriam embarcados na VBTP­
MR. A Portaria 144­EME/Res, de 27 de setembro de 2012, aprovou as Condicionantes
Doutrinárias e Operacionais Nr 007/2012, sobre o SisC² das Viaturas Blindadas.
Essas condicionantes determinaram que o SisC² deveria dotar essas viaturas
com hardware e Software que proporcionariam novas capacidades de Comando e

1Uma das 10 (dez) Classes do Sistema de Classificação Militar de Suprimentos.


Classe VII ­ Material de Comunicações, Eletrônica e Informática (BRASIL, 2002, p 17)
21

Controle (C²), permitindo eficaz integração intra e intercarros, nas mais variadas
condições de ambiente, de terreno e de clima. Com isso, a Viatura Blindada tornar­
se­ia elemento dissuasório, por aumentar a consciência situacional e reduzir os efeitos
colaterais, como fogo amigo, por exemplo, permitindo agir de forma sincronizada com
outras funções de combate. As informações a serem colhidas a respeito da própria
viatura, a visualização de outras viaturas em operação, na mesma zona de ação, tudo
transmitido em tempo real pelo SisC², ampliariam também a consciência situacional
dos escalões superiores. Assim, seria possível chegar ao Estado da Arte factível para
a Força Terrestre, com o que há de mais moderno em relação a C² para blindados.
O SisC² da VBTP­MR Guarani passou por uma série de modificações desde a
sua concepção, estando, no atual momento, estabilizado e definido para atender às
188 (cento e oitenta e oito) VBTP­MR já adquiridas pelo EB.
A recente concepção da Infantaria Mecanizada provocou uma demanda pela
qualificação de recursos humanos ainda não saciada no EB. Quando se aborda o
SisC², esse problema é potencializado, pois a necessidade de conhecimentos
específicos e de alta tecnologia agregada, como redes de computadores,
programação de rádios via Software, operação do Software Gerenciador do Campo
de Batalha (GCB), dentre outros, criou novos desafios para militares de todas as
Armas.
Segundo a Revista Verde Oliva (2015, p. 28), em maio de 2014, foram
entregues 13 VBTP­MR, relativas ao Lote de Experimentação Doutrinária (LED), para
o 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado (33º BI Mec). Somente algumas VBTP­MR
estavam dotadas com SisC², caracterizando­as como as primeiras a terem sua
capacidade de C² em condições de ser estudada e testada pela tropa.
Na atualidade, há, no máximo, 40 militares em todo o EB em condições
razoáveis para operar todos os equipamentos de comunicações existentes na VBTP­
MR. Esses militares adquiriram o conhecimento, ou pela prática no envolvimento do
Projeto Guarani, pelo Estágio Emergencial de Comando e Controle na VBTP­MR,
realizado em 2015, ou por cursos específicos dos equipamentos realizados no Brasil
e/ou no exterior. Somente a partir do ano de 2016, o SisC² estará presente nos
currículos de ensino da Escola de Comunicações (EsCom) e do Centro de Instrução
de Blindados (CIBLD).
Essa carência de recursos humanos deve­se à complexidade do SisC²,
composto basicamente por dois rádios da fabricante americana HARRIS, um
22

intercomunicador apropriado para viaturas blindadas da fabricante holandesa


THALES, um computador militar robustecido da fabricante brasileira GEOCONTROL
e o Software Gerenciador do Campo de Batalha, produzido pelo Centro de
Desenvolvimento de Sistemas (CDS). O custo aproximado do SisC² é de R$
250.000,00, dependente da variação cambial.
A realização corrente de experimentações doutrinárias pela atual 15ª Brigada
de Infantaria Mecanizada (15ª Bda Inf Mec), os cursos de operação da VBTP­MR no
CIBLD e os testes realizados pelo Centro de Avaliações do Exército (CAEx) são fontes
de informações fundamentais para validar ou não os Manuais Técnicos dos
equipamentos, as Condicionantes Doutrinárias e Operacionais e os Requisitos
Operacionais exigidos pelo EB.
Brasil (2014), ao citar as Operações Militares, destaca a grande necessidade
de emprego coordenado da manobra e da potência de fogo para cerrar sobre as forças
inimigas e destruí­las ou neutralizá­las.
Uma Operação Militar, na atual Era do Conhecimento, necessita não só de
meios de comunicações adequados para permitir o eficiente C² de sua força, mas
também de conhecimento das capacidades disponíveis para minimizar os efeitos
colaterais e potencializar seu poder de combate.
Após verificados os antecedentes do problema, a importância do SisC² das
VBTP­MR, a necessidade de C² para o êxito das Operações Militares, as lacunas de
conhecimento em relação ao SisC², a concepção recente da Infantaria Mecanizada e
seu estreito relacionamento com o Projeto Guarani, bem como a chegada, há pouco
mais de um ano, das VBTP­MR com SisC² para a experimentação, foi formulado o
seguinte problema:
Em que medida o SisC², embarcado nas VBTP­MR Guarani, influencia o
emprego de uma Cia Fuz Mec, orgânica de um BI Mec, em Operações Militares?

1.2. OBJETIVOS

Visando uma melhor definição acerca do desenvolvimento deste trabalho,


foram estabelecidos o objetivo geral, com uma visão abrangente sobre o tema, e
objetivos específicos, que delinearão os passos em busca da solução para as
questões levantadas.
O presente trabalho tem por objetivo avaliar o SisC² existente nas VBTP­MR
Guarani, enfocando sua influência quando empregado no contexto de uma Cia Fuz
23

Mec (orgânica de um BI Mec), em Operações Militares, bem como propor soluções


para a evolução e correção de falhas do SisC², fruto das necessidades evidenciadas
pelos usuários.
Para viabilizar a consecução do objetivo geral, foram formulados objetivos
específicos, descritos abaixo:
a. descrever o histórico do Projeto Estratégico Guarani e da Infantaria
Mecanizada no EB;
b. apresentar a concepção de uma Cia Fuz Mec, orgânica de um BI Mec, no
Brasil e em diferentes países;
c. apresentar veículos utilizados pela Inf Mec, no Brasil e em diferentes países;
d. identificar as necessidades de C² de uma Cia Fuz Mec, orgânica de um BI
Mec, quando empregada em Operações Militares;
e. apresentar o SisC² VBTP­MR, sua concepção inicial e o estado atual.
f. caracterizar o emprego do SisC² na VBTP­MR, destacando suas
possibilidades e limitações;
g. identificar oportunidades de melhoria no SisC²;

1.3. QUESTÕES DE ESTUDO

Tem­se como questão de estudo que não são conhecidas as possibilidades e


limitações do SisC² das VBTP­MR Guarani existentes.
Assim, formulam­se as seguintes questões de estudo:
­ Qual o histórico do Projeto Guarani?
­ Qual o histórico da Infantaria Mecanizada?
­ Quais são os tipos de viaturas utilizadas pela Infantaria Mecanizada?
­ Quais são os antecedentes históricos do SisC² da VBTP­MR Guarani?
­ Qual é a concepção atual do SisC² da VBTP­MR Guarani?
­ Quais são as possibilidades e limitações do atual SisC² da VBTP­MR
Guarani?
­ Qual é a constituição e organização para o combate da Cia Fuz Mec?
­ Quais são as distâncias mínimas necessárias para o efetivo C² na Cia Fuz
Mec, orgânica do BI Mec, em Operações Militares?
­ Como é possível aproveitar de maneira eficaz o atual do SisC² da VBTP­MR
Guarani, em proveito de uma Cia Fuz Mec, em Operações Militares?
24

­ Quais as oportunidades de melhoria e evolução para o SisC² da VBTP­MR


Guarani?

1.4. JUSTIFICATIVA

A VBTP­MR Guarani é parte de um importante Projeto Estratégico do Exército


Brasileiro. O SisC² desta viatura é de concepção recente e, apenas em 2014, foi
possível iniciar a realização de testes em experimentações doutrinárias.
A Infantaria Mecanizada também é uma novidade no EB. Em 2010, o EME
estabeleceu as concepções básicas das diretrizes que previam a implantação da
doutrina de combate da Infantaria Mecanizada.
Há pouca literatura sobre o assunto e praticamente inexiste sobre o SisC² da
VBTP­MR Guarani. Há uma crescente demanda por esse conhecimento tendo em
vista que, atualmente, já foram entregues aproximadamente 50 VBTP­MR com o
SisC² instalado. Esse número chegará a 220 em um futuro próximo (2016/2017), tendo
em vista ser essa a quantidade já adquirida pelo EB visando mobiliar a 15ª Brigada de
Infantaria Mecanizada (Bda Inf Mec), a 9ª Brigada de Infantaria Motorizada (Bda Inf
Mtz), a 3ª Brigada de Infantaria Motorizada (3ª Bda Inf Mtz), a 4ª Brigada de Cavalaria
Mecanizada (Bda C Mec), o CIBLD e outras GU. Essa falta de conhecimento impede
o melhor aproveitamento das capacidades disponíveis para fins de planejamento e
emprego em uma Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec.
O SisC² da VBTP­MR Guarani foi concebido pelo EB com o objetivo de alcançar
a consciência situacional desde o Comandante (Cmt) da própria Viatura (Vtr) até o
escalão superior. Progressivamente, essas capacidades estão sendo testadas e os
resultados sendo analisados isoladamente.
Espera­se, como principal vantagem desta pesquisa, a contribuição com o
conhecimento para melhor aproveitamento do SisC² da VBTP­MR Guarani. O alto
custo do sistema, de aproximadamente R$ 250.000,00, quando multiplicado pela
quantidade de viaturas já adquiridas (220 VBTP­MR), já é razão suficiente para
existência da pesquisa. Corre­se grande risco de, por falta de conhecimento, deixar­
se de utilizar a alta capacidade tecnológica disponível no sistema ou o cometimento
de danos involuntários provocados simplesmente pelo desconhecimento.
Ao término deste trabalho, pretende­se agregar os resultados dos diversos
testes e experimentações doutrinárias já realizados e reunir informações de
operadores do sistema, permitindo chegar a um consenso científico sobre as
25

possibilidades e limitações do SisC² da VBTP­MR Guarani. Assim, poderão ser


evidenciados, principalmente, os aspectos positivos em relação ao assunto, o
ineditismo do tema e sua relevância para as Ciências Militares, pois servirá de
literatura para confecção de manuais de campanha e manuais escolares, inovando o
emprego das comunicações na Cia Fuz Mec e em outras frações de combate, como
o Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (Esqd C Mec) e o Regimento de Cavalaria
Mecanizado (R C Mec), unidades que serão contempladas futuramente com a VBTP­
MR Guarani e outras versões dessa nova família de blindados.
26

2. REVISÃO DE LITERATURA

O SISC² da VBTP­MR Guarani é amplo e flexível, composto por equipamentos


de fabricantes distintos, visando assegurar ligações rápidas e flexíveis com o escalão
superior e subordinado.

1.7 CARACTERÍSTICAS DO PELOTÃO DE FUZILEIROS MECANIZADO


...
1.7.5.1 As VBTP­MR estão dotadas de um sistema de comando, controle e
comunicações, com capacidade de transmissão de dados integrados a um
sistema de Gerenciamento do Campo de Batalha (GCB). Estes equipamentos
fornecem informações sobre o movimento em tempo real, do posicionamento
das frações, localização de tropas amigas, inimigas, transmissão de ordens,
calcos e mensagem pré­formatadas. Isso garante a decisão adequada e
oportuna em qualquer situação de emprego, permitindo que os comandantes
possam se antecipar aos oponentes e decidir pelo emprego de meios na
medida certa, no momento e local decisivos, proporcionalmente à ameaça e
evitando o fratricídio;
(BRASIL, 2015c, cap I, p. 3).

Para que fosse possível atingir esse estágio do estado da arte, faz­se
necessário apresentar a história da infantaria mecanizada, como ela está estruturada
em outros exércitos e quais são as viaturas utilizadas no mundo com seus respectivos
componentes do SISC².
Após isso, este trabalho apresentará a atual concepção da infantaria
mecanizada no EB e suas necessidades de comando e controle, o Projeto Estratégico
Guarani, a VBTP­MR Guarani e o SISC² nela instalado, descrevendo cada
componente para que seja possível ao leitor entender sua finalidade.

2.1. A INFANTARIA MECANIZADA

A infantaria sempre foi a principal força combativa de qualquer exército. Desde


a antiguidade, os hóplitos2 e o miles3 foram a base dos Exércitos Gregos e Romanos
que dominaram a humanidade naquele período da história.
Já na primeira Guerra Mundial (1914­1918), as viaturas blindadas foram
apresentadas ao mundo, trazendo uma evolução sem precedentes para a arte da
guerra.

Em 15 de setembro de 1916, 15 carros de combate blindados MARK I, do


exército inglês, entraram em combate na Batalha de Flers­Courcelette,
durante a 1ª Guerra Mundial. Em apenas três dias de combate e com a ajuda
das viaturas blindadas, as tropas inglesas conseguiram avançar dois

2 Infantaria pesada Grega na Grécia Antiga.


3 Soldado legionário romano.
27

quilômetros e conquistar as vilas de Flers, Courcelette e Martinpuich.


Para uma guerra que ficou conhecida como “Guerra de Trincheiras”, onde os
ataques eram realizados em frentes delimitadas, após uma forte e intensa
preparação de artilharia, no qual se conquistavam apenas algumas dezenas
de metros que eram perdidos, dias depois, pelo contra­ataque inimigo, o
avanço das tropas inglesas com a ajuda dos carros MARK I foi, sem dúvida,
um sucesso.
Era a primeira vez na história, que carros de combate blindados eram
utilizados em uma batalha: o batismo de fogo dos carros de combate. Este
dia, marcou o início da história dos Blindados nos campos de batalha ao redor
do mundo e, a partir de então, mudou a forma de se combater para sempre.
(ROCHA, 2009, p. 12)

Duas décadas depois, durante a Segunda Guerra Mundial, a maior parte dos
Exércitos envolvidos no conflito já utilizavam os blindados como essenciais para o
combate e para o transporte protegido de tropas.

Em 1939, apenas vinte e três anos após a primeira aparição em combate dos
carros de combate blindados MARK I, o exército alemão inicia a segunda
guerra mundial com uma invasão à Polônia utilizando uma nova tática de
combate que deixou o mundo perplexo. Era a Blitzkrieg, ou “guerra
relâmpago”, na qual o exército alemão utilizou o emprego de viaturas
blindadas em grande escala para, através da mobilidade, proteção blindada
e poder de fogo, subjugar as tropas polonesas em menos de um mês de
combate. Há época, analistas internacionais previam vinte e quatro vezes
mais, no mínimo dois anos de combate. (ROCHA, 2009, p. 12)

Figura 1­ Sdkfz 251 Werferrahmen­01 na Campanha da Rússia.


Fonte ­ http://www.siemers.com/wwii/Germany/SdKfz251.htm

Ainda no decurso da Segunda Grande Guerra Mundial, a doutrina militar


terrestre e a tecnologia bélica experimentaram uma evolução extremamente
rápida. Apresentando poder letal local e provendo manobra protegida, o
blindado mostrou sua silhueta na maioria dos conflitos. Seja sobre lagarta ou
sobre rodas, constituiu­se como peça fundamental da Força Terrestre para a
definição dos combates. Manteuffel (Hart, 1948, p. 119), com relação ao
emprego de tropas mecanizadas na Segunda Guerra Mundial pelo Exército
Alemão diz o seguinte: “as armas que fazem o acompanhamento do núcleo
de carros (a Infantaria Blindada, a Engenharia e a Artilharia) deviam ser
transportadas em viaturas que fossem capazes de manter o ritmo daqueles
no campo de batalha”.

A partir de então, a Infantaria a Pé estava com seus dias contados, pois sua
eficácia passou a depender, estreitamente, da disponibilidade de veículos
28

que permitissem o combate embarcado pelo maior prazo possível, com o


propósito de compor, com os carros de combate, um sistema potente e
integrado. (OLIVEIRA, 2007, p. 11 e 12).

Essa natural evolução tecnológica exigiu formas de transporte e proteção de


tropas mais eficazes, buscando aumentar a mobilidade e a efetividade em combate.
Segundo Brasil (2003, p A­3 a A­12), no ano de 2003, o Exército Brasileiro tinha em
sua composição Batalhões de Infantaria Motorizados, Paraquedistas, Leves,
Blindados, de Selva, de Montanha, de Caçadores (ou de Infantaria), e de Fronteira.
Naquela época, ainda não era mencionado nos manuais o Batalhão de Infantaria
Mecanizado.
Junior (2008, p14), ao propor a constituição da Inf Mec para o EB, destaca que,
quando estudada a História Militar, para o êxito de uma operação, é necessário
manobrar rapidamente, com um poder de combate superior no local decisivo e no
momento oportuno.

A Infantaria Mecanizada, extremamente móvel, surge, em consequência,


como uma opção natural para substituir a Infantaria Motorizada, devendo
sintonizar­se com os seguintes lineamentos: a estruturação de uma Brigada
para enquadrar os meios mecanizados da Infantaria é indicada, por ser este
o menor elemento que contém a integralidade dos diversos sistemas
operacionais e cujo emprego permite desdobramentos em âmbito
estratégico­operacional; o Batalhão de Infantaria Mecanizado (BI Mec),
Unidade Tática Básica da Arma, deve operar enquadrado pela Brigada de
Infantaria Mecanizada (Bda Inf Mec) ou de forma independente, sendo
instruído para combater a pé ou embarcado, combinando grande mobilidade
com relativa proteção blindada e grande potência de fogo, dispondo de
razoável defesa contra os efeitos das armas e agentes químicos biológicos e
nucleares. Deve utilizar viaturas anfíbias, também capazes de deslocamentos
rápidos ao longo de estradas e com desembaraço através do campo. Deve
contar com um sistema de comunicações amplo e flexível, que favoreça
o exercício do comando e do controle e deve prescindir, finalmente, de
uma extensa cauda logística, que configuraria um considerável entrave ao
desenvolvimento de operações rápidas, profundas e frequentemente
descentralizadas.
(JUNIOR, 2008, p.14, grifo nosso)

Oliveira (2007) destaca a valorização da Infantaria Mecanizada na Doutrina


Delta:
A Doutrina Delta valoriza as forças blindadas e mecanizadas, e estas, desde
que o terreno permita, são as mais aptas a desencadear operações com
grande mobilidade, explorando os pontos fracos do inimigo, conduzindo
manobras desbordantes ou envolventes com grande agressividade e
procurando manter o combate continuado.
(BRASIL, 1996 apud OLIVEIRA, 2007, p. 20)

Segundo Brasil (1996) apud Rocha (2009, p.17), o combate moderno tem como
característica, entre outros: “Comando e controle: utilização de sistemas de
29

comando e controle calcados em modernos e eficientes sistemas de comunicações e


de inteligência, na informatização, no sensoriamento e na guerra eletrônica. ”
Segundo Jansen apud Junior (2008, p.21), a Infantaria Mecanizada tem como
missão cerrar sobre o inimigo, a fim de destruí­lo ou capturá­lo, utilizando o fogo, o
movimento, o combate aproximado e relativa ação de choque. Tem como
características principais a aptidão para operações que exijam ampla mobilidade,
potência de fogo e proteção blindada. Utiliza viaturas blindadas sobre rodas para seus
deslocamentos e para o combate, desembarcando somente quando a situação ou o
terreno exigirem e, nesse caso, podendo utilizar o armamento existente nas viaturas
blindadas para incrementar o apoio de fogo à progressão.

LC 01

LC
LC
B lin d a d o
M e c a n iz a d o

In im ig o P á ra ­q u e d is ta
03
02
M o to riz a d o 04 I N I

A e ro m ó v e l LC
M e c a n iz a d o
F o rç a s
LC E s p e c ia is
LC
INI

Figura 2 ­ Exemplo de Combate não­linear, com emprego da Infantaria Mecanizada


Fonte: MONTES (2001, p. 16) apud OLIVEIRA (2007, p. 20)

Assim, é possível resumir as possibilidades e limitações da Inf Mec.

2.4 Possibilidades:
Além daquelas inerentes à Infantaria Motorizada, a Infantaria
Mecanizada deverá ter as seguintes possibilidades:
­ Participar de operações ofensivas e defensivas, particularmente as que
exigem grande mobilidade;
­ Participar de operações em estreita integração com Forças Blindadas;
­ Operar como força independente, desde que dotado dos reforços
correspondentes;
...
­ Realizar transposição imediata de cursos d’água;
­ Cooperar no estabelecimento de uma cabeça­de­ponte;
­ Aproveitar o êxito de suas próprias operações ofensivas e participar de
operações de Aproveitamento do Êxito conduzidas pelo Escalão Superior;
­ Participar de operações de Perseguição, quer como Força de Pressão
Direta, quer constituindo a Força de Cerco;
30

­ Executar contra­ataques, no quadro de uma Defesa de Área;


­ Participar da Defesa Móvel como Força de Fixação e, eventualmente, como
Força de Choque;
­ Conduzir movimentos retrógrados de grande amplitude;
­ Executar ações contra forças irregulares; e
­ Cumprir missões no quadro da defesa interna.
...
2.5 Limitações
As principais limitações inerentes à Inf Mec são as seguintes:
­ Mobilidade veicular limitada por florestas, montanhas, área construídas,
terrenos montanhosos, arenosos, pedregosos e pantanosos;
­ Extrema sensibilidade às condições meteorológicas adversas e ao largo
emprego, pelo inimigo, de minas terrestres, e armas anticarro;
­ Extrema necessidade de manutenção nas viaturas mecanizadas;
­ Grande consumo de suprimentos de classes III, V e IX;
­ Limitada proteção contra blindados; e
­ Vulnerabilidade aos ataques aéreos. (JUNIOR, 2008 p.21 e 22)

2.2. A COMPANHIA DE INFANTARIA MECANIZADA ORGÂNICA DE UM


BATALHÃO DE INFANTARIA MECANIZADO EM DIFERENTES EXÉRCITOS

Exércitos de diferentes países já empregam a Infantaria Mecanizada em suas


estruturas. Estados Unidos da América, Grã­Bretanha, França, Argentina, Uruguai,
Espanha e Itália são alguns desses exemplos.

No Exército Brasileiro, o que distingue as tropas mecanizadas das blindadas


diz respeito ao tipo de plataforma utilizada por suas viaturas. As mecanizadas
utilizam a plataforma sobre rodas e as blindadas, lagartas. Em outros países,
a denominação “mecanizadas”, não se aplica apenas às viaturas sobre rodas,
mas sim às blindadas leves dotadas tanto de plataforma sobre lagarta como
rodas. Nesses países, a principal diferença entre as viaturas blindadas e
mecanizadas está no peso e blindagem das mesmas. Atualmente, apenas a
Cavalaria é dotada de viaturas blindadas sobre rodas, ou seja, mecanizada.
(LAVINAS, 2006, p.26)

2.2.1. Estrutura norte-americana

“Em 1999, foi criada pelo exército dos Estados Unidos uma força militar capaz
de intervir em qualquer parte do globo terrestre, chamada de Stryker Brigade Combat
Team (SBCT), ou Brigada Stryker de Combate” (ROCHA, 2009, p. 22).
Segundo Junior (2008, p. 28), baseado no manual FM 3­90.2 (EUA, 1994), cada
companhia de fuzileiros mecanizada (Cia Fuz Mec) norte­americana é formada
basicamente por três pelotões de fuzileiros (Pel Fuz). Cada um desses Pel Fuz é
constituído por três grupos de combate (GC), um grupo de apoio (Gp Ap) e um grupo
de comando (Gp Cmdo), perfazendo um total de 44 homens e quatro viaturas
mecanizadas. O GC possui nove homens, mais o motorista e o atirador do carro. O
veículo de dotação é o LAV.
31

Figura 3 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército norte­americano


Fonte: JUNIOR, 2008, p. 29, editado pelo autor

Já Brasil (2016, slide 4 e 5), ao apresentar a Bda Inf Mec, destaca na


composição do BI Mec a estrutura da Cia Fuz Mec. Essa composição é confirmada
por Rocha (2009, p. 22). Assim, a Cia Fuz Mec norte­americana é composta por três
Pel Fuz Mec, uma Seção de Comando (Sec Cmdo), um Pelotão com Sistema Móvel
de Armas (MGS), uma Seção de Morteiros e uma Turma de Caçadores.
O pelotão MGS possui como principal função executar fogos diretos rápidos
e letais à sustentação do assalto da Infantaria.
A companhia possui, ainda, uma viatura STRYKER para equipe de apoio de
fogo, uma viatura STRYKER para equipe de evacuação e duas viaturas
STRYKER para seção de morteiro a duas peças.
(ROCHA, 2009, p. 22)

Figura 4 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec da Bda Stryker norte­americana


Fonte: BRASIL (2016, slide 4 e 5), editado pelo autor
32

2.2.2. Estrutura inglesa

“Cada companhia de fuzileiros mecanizada do Exército Inglês é constituída


por 108 homens, organizada em três pelotões de fuzileiros mecanizados a
31 homens cada e uma Sec Cmdo com dez homens” (JUNIOR, 2008 p. 29).
Rocha (2009, p. 23) destaca a inexistência do Pelotão de Apoio (Pel Ap) na
estrutura da Cia Fuz Mec.
As viaturas utilizadas, segundo Guimarães (2003) apud Soulsby (2003) apud
Rocha (2009, p. 23) e Paspuel (2009, p. 30), são do tipo LAV III, do tipo Piranha.

Figura 5 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um


BI Mec do Exército Inglês Figura 6 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do
Fonte: JUNIOR, 2008, p. 30, editado Exército Inglês
pelo autor Fonte: BRASIL (2016, slide 32), editado pelo autor

2.2.3. Estrutura francesa

“A Cia Fuz Mec do Exército Francês é orgânica de um regimento de infantaria


mecanizado, o qual possui quatro subunidades de fuzileiros mecanizadas, mais uma companhia
de comando e uma companhia de reconhecimento e apoio” (ROCHA, 209, p. 24).

As Companhias de Fuzileiros são organizadas em uma Seção de


Comando, com duas Seções de Morteiros Médios, cada uma a duas peças,
e três Pelotões de Fuzileiros que possuem uma Seção de Comando e três
Grupos de Combate a onze homens cada.
...
A Inf Mec francesa é estruturada com VBC­Fuz sobre rodas, do tipo AMX10
RC e VBC, do tipo AMX 10 P, sobre lagartas.
(JUNIOR, 2008 p. 30 e 31).

Segundo Rocha (2009, p. 24), a Cia Fuz Mec tem em sua dotação 16 viaturas, sendo
quatro para cada pelotão.
33

Figura 7 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército Francês


Fonte: JUNIOR, 2008, p. 31, editado pelo autor

Figura 8 ­ BI Mec do Exército Francês


Fonte: BRASIL (2016, slide 46), editado pelo autor

2.2.4. Estrutura argentina

Segundo Junior (2008, p. 31), Rocha (2009, p. 21) e Paspuel (2009, p. 25 e 26),
as Cia Fuz Mec possuem uma Sec Cmdo, três pelotões de fuzileiros, com três grupos
de combate a 11 homens cada, e um Pel Ap, com uma seção de morteiro médio e
34

uma seção anticarro. É dotada, na grande maioria das unidades, das VBTP TAM,
desenvolvidas pela própria indústria Argentina.

Figura 9 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército Argentino


Fonte: JUNIOR, 2008, p. 32, editado pelo autor

2.2.5. Estrutura uruguaia

Segundo Junior (2008, p. 33), Rocha (2009, p. 25) e Paspuel (2009, p. 26 e 27),
a Cia Fuz Mec é composta por uma seção de comando e três Pel Fuz Mec. Cada um
deles tem três GC, com nove homens cada, um grupo de transporte de pessoal e um
grupo de comando. Cada GC embarca em uma VBTP TBP M64.

O grupo transporte de pessoal é formado pelas quatro viaturas do pelotão,


que constituem um elemento de apoio de fogo do pelotão, quando este atua
desembarcado. Cada veículo blindado de infantaria possui uma tripulação
composta de três homens: um motorista, um atirador da metralhadora
14.5mm e um chefe de carro (ROCHA, 2009, p. 25).

2.2.6. Estrutura espanhola

Segundo BRASIL (2016, slide 23 a 28), a Cia Fuz Mec espanhola pode ser
baseada na proteção de blindados M113 ou BMR600 (VBTP), caso se trate da
Infantaria Ligeira. É composta por uma Sec Cmdo, três Pel Fuz Mec e um Pel Ap.
35

Cia Fuz (BI Ligeiro)

Pel Fuz (Cia Fuz BI Ligeiro)

Figura 10 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec e BI Ligeiro do Exército Espanhol


Fonte: BRASIL (2016, slide 23 e 25), editado pelo autor

2.2.7. Estrutura italiana

Segundo Brasil (2016, slide 55), a Cia Fuz Mec do Exército Italiano é composta
por uma Sec Cmdo, três Pel Fuz Mec e um Pel Ap. Utiliza a Viatura 8x8 SUPER AV,
fabricada pela IVECO.

Figura 11 ­ Cia Fuz Mec orgânica de um BI Mec do Exército Italiano


Fonte: BRASIL (2016, slide 55)
36

2.3. CONSTITUIÇÃO DA CIA FUZ MEC ORGÂNICA DE UM BI MEC NO


EXÉRCITO BRASILEIRO

A concepção recente da Inf Mec exigiu nova produção de material doutrinário.


No EB, passou a ser caracterizada como tropa mecanizada aquela dotada de viaturas
de transporte sobre rodas. As tropas blindadas continuaram a ser diferenciadas pelo
uso do transporte blindado sobre lagartas, utilizando basicamente a VBTP M113B BR,
que será detalhada mais adiante.
...o Comando de Operações Terrestres (COTER), no Simpósio de Emprego
da Infantaria, realizado em 14 de setembro de 2000, na Escola de
Aperfeiçoamento de Oficiais, definiu infantaria mecanizada como sendo tropa
de infantaria dotada de viaturas de transporte de tropa blindadas sobre rodas
(JÚNIOR, 2001, apud ROCHA, 2009, p. 18).

A Cia Fuz Mec orgânica do BI Mec está prevista em uma minuta, sendo as
características da Inf Mec assim descritas:

a. Mobilidade ­ resultante de serem todos os seus elementos


transportados em viaturas, cujas possibilidades técnicas permitem
grande raio de ação, deslocamento em alta velocidade em estradas,
bom rendimento através campo e boa capacidade de transposição de
obstáculos, inclusive de cursos de água não vadeáveis, já que muitas
das suas viaturas são anfíbias.
b. Flexibilidade ­ produto, particularmente, da mobilidade, estrutura
e constituição, em pessoal e meios, que lhes conferem a possibilidade
de mudar rapidamente a organização para o combate, o dispositivo e a
direção de atuação, bem como lhes concedem desenvolvida capacidade
de evitar ou romper o engajamento em combate.
c. Potência de fogo ­ função do armamento orgânico, notadamente
os canhões dos carros VBTP, os morteiros, as armas automáticas e os
mísseis anticarro.
d. Proteção blindada ­ proporcionada pela blindagem dos seus
VBTP.
e. Ação de choque ­ resultante do aproveitamento simultâneo de
suas características de mobilidade, potência de fogo e proteção blindada
f. Sistema de comunicações amplo e flexível ­ ensejado,
particularmente, pelo material rádio de que são dotadas, que assegura
ligações rápidas e continuadas com o escalão superior e os elementos
subordinados. (BRASIL, 2013b, p. 1­2, grifo nosso)

Segundo Brasil (2013b, p. 1­10), a Companhia de Fuzileiros Mecanizada é


“dotada de boa mobilidade através campo, potência de fogo, relativa proteção
blindada de parte de suas viaturas e múltiplos meios de comunicações, constitui­se
no elemento de manobra do comandante do batalhão. ”

Com a previsão de suas frações serem embarcadas em viaturas sobre rodas,


sejam elas de combate ou de transporte, especializadas ou não. A Cia Fuz
Mec possui grande mobilidade tática e estratégica, grande raio de ação,
deslocamento em grandes velocidades, bom rendimento em caminhos
37

secundários e através campo, além de possibilidade de transposição de


cursos d'água (EsAO, 2003, apud STOPA, 2006, p.66).

Cada Cia Fuz Mec é constituída por um comando, uma Sec Cmdo, três Pel Fuz
Mec e um Pel Ap.

Figura 12 ­ Organograma da Companhia de Fuzileiros Mecanizada


Fonte: BRASIL (2013b, p.1­10)

O comando da subunidade é composto pelo Cmt e SCmt da Cia. A Sec Cmdo


reúne os meios para o exercício do comando, do controle de pessoal e material, da
manutenção e da distribuição do suprimento. Sua estrutura possui um Gp Cmdo e um
grupo de logística (Gp Log), podendo ser reforçada por meios de manutenção, saúde
e aprovisionamento da Cia C Ap.
O pelotão de fuzileiros mecanizado é constituído por um Gp Cmdo, um grupo
de apoio (Gp Ap) e três grupos de combate (GC). O GC é a menor fração de combate
dos fuzileiros mecanizados. A VBTP­MR Guarani foi planejada para atender as
necessidades do GC.
O Pel Ap é responsável pelo apoio de fogo da SU. É constituído por um grupo
de comando (Gp Cmdo), por uma seção de morteiros médios (Sec Mrt Me) e por
uma seção de canhões sem recuo anticarro (Sec Can SR AC).

2.3.1. Quadro de Cargos e Quadro de Dotação de Material

Segundo Brasil (2015d, p. 229), o Quadro de Organização (QO) é o documento


que prescreve as missões normais (base doutrinária), a estrutura organizacional e que
fixa o pessoal e o material que devam possuir uma Organização Militar operativa.
38

O Quadro de Cargos (QC) regula especificamente o pessoal e o Quadro de


Dotação de Material (QDM) regula o material necessário relacionado ao QC, tudo
inserido dentro do contexto do QO.
Brasil (2015b) publicou o QC do Batalhão de Infantaria Mecanizado.
Ressalvadas pequenas diferenças, que não afetam a planejamento e emprego do
SisC² que será apresentado mais adiante, Brasil (2013d) apresenta uma proposta de
QC em conformidade com Brasil (2015b), já relacionando o QDM, conforme
apresentado a seguir. Torna­se importante observar a distribuição das VBTP­MR
Guarani, para que seja possível estabelecer o relacionamento das necessidades de
ligações do SisC², que serão abordadas mais adiante.
39
40

Tabela 1 ­ QC e QDM da Cia Fuz Mec


Fonte: BRASIL (2013d, slides 33 a 38)

Tabela 2 ­ Quadro resumo QDM da Cia Fuz Mec


Fonte: BRASIL (2013d, slides 33 a 38)

2.3.2. Considerações sobre necessidades de Ligações e Comunicações na Cia


Fuz Mec e no Pel Inf Mec

Segundo Brasil (2013b, p. 2­29), O BI Mec tem as responsabilidades de ligar­


se com o vizinho da direita e com sua tropa subordinada. Nas unidades blindadas, há
exatamente a mesma responsabilização pelas ligações.
41

Figura 13 ­ Ligações no BI Mec


Fonte: BRASIL, 2013b, p. 2­29

Com base nessas informações, é possível deduzir que a Cia Fuz Mec, no seu
escalão, estabelece as ligações com seus elementos subordinados (Pel Fuz Mec) e
com o seu vizinho da direita (Cia Fuz Mec do seu BI Mec ou de outro BI Mec).

Figura 14 ­ Ligações na Cia Fuz Mec


Fonte: o autor

Como é possível observar no QC/QDM, as VBTP­MR Guarani têm, em resumo,


a seguinte distribuição de pessoal embarcado.
Total de
Nr Nome da
Militares embarcados homens
VBTP VBTP
embarcados
Cap Cmt Cia Fuz Mec Sgt Aux Com Cb Rd Op

Cb Mot VBTP Sd At Mtr .50 Sd At AT­4


Cmt Cia Fuz
1 7
Mec

Sd Msg Motociclista
42

Total de
Nr Nome da
Militares embarcados homens
VBTP VBTP
embarcados
Ten SCmt Cia Fuz
Sgt Sggte Cb Mot VBTP
Mec
SCmt Cia
2 6
Fuz Mec
Cb Aux At .50 Cb Rd Op Sd At .50

Ten Cmt Sgt Adj Sd Rd Op

Cmt 1º Pel Cb Mot VBTP Sd At .50 Sgt Cmt Gp Ap


3 10
Fuz Mec

(2) Sd Aux At Mtr


(2) Cb Ch Pç Mtr Mag
Mag

Cb Aux (Cmt 1ª Sd Esclarescedor


Sgt Cmt GC
Esqd) (E1)

Sd Esclarescedor Cb Aux (Cmt 2ª


Sd At (A1)
(E2) Esqd)
Cmt 1º
4 GC/1º Pel 11
Fuz Mec Sd Esclarescedor Sd Esclarescedor
Sd At (A2)
(E3) (E4)

Cb Mot VBTP Sd At .50

Cb Aux (Cmt 1ª Sd Esclarescedor


Sgt Cmt GC
Esqd) (E1)

Sd Esclarescedor Cb Aux (Cmt 2ª


Sd At (A1)
(E2) Esqd)
Cmt 2º
5 GC/1º Pel 11
Fuz Mec
Sd Esclarescedor Sd Esclarescedor
Sd At (A2)
(E3) (E4)

Cb Mot VBTP Sd At .50


43

Total de
Nr Nome da
Militares embarcados homens
VBTP VBTP
embarcados
Cb Aux (Cmt 1ª Sd Esclarescedor
Sgt Cmt GC
Esqd) (E1)

Sd Esclarescedor Cb Aux (Cmt 2ª


Sd At (A1)
(E2) Esqd)
Cmt 3º
6 GC/1º Pel 11
Fuz Mec Sd Esclarescedor Sd Esclarescedor
Sd At (A2)
(E3) (E4)

Cb Mot VBTP Sd At .50

Ten Cmt Sgt Adj Sd Rd Op

Cmt 2º Pel Cb Mot VBTP Sd At .50 Sgt Cmt Gp Ap


7 10
Fuz Mec

(2) Sd Aux At Mtr


(2) Cb Ch Pç Mtr Mag
Mag

Cb Aux (Cmt 1ª Sd Esclarescedor


Sgt Cmt GC
Esqd) (E1)

Sd Esclarescedor Cb Aux(Cmt 2ª
Sd At (A1)
(E2) Esqd)
Cmt 1º
8 GC/2º Pel 11
Fuz Mec Sd Esclarescedor Sd Esclarescedor
Sd At (A2)
(E3) (E4)

Cb Mot VBTP Sd At .50

Cb Aux (Cmt 1ª Sd Esclarescedor


Sgt Cmt GC
Esqd) (E1)

Sd Esclarescedor Cb Aux (Cmt 2ª


Sd At (A1)
(E2) Esqd)
Cmt 2º
9 GC/2º Pel 11
Fuz Mec
Sd Esclarescedor Sd Esclarescedor
Sd At (A2)
(E3) (E4)

Cb Mot VBTP Sd At .50


44

Total de
Nr Nome da
Militares embarcados homens
VBTP VBTP
embarcados
Cb Aux (Cmt 1ª Sd Esclarescedor
Sgt Cmt GC
Esqd) (E1)

Sd Esclarescedor Cb Aux (Cmt 2ª


Sd At (A1)
(E2) Esqd)
Cmt 3º
10 GC/2º Pel 11
Fuz Mec Sd Esclarescedor Sd Esclarescedor
Sd At (A2)
(E3) (E4)

Cb Mot VBTP Sd At .50

Ten Cmt Sgt Adj Sd Rd Op

Cmt 3º Pel Cb Mot VBTP Sd At .50 Sgt Cmt Gp Ap


11 10
Fuz Mec

(2) Sd Aux At Mtr


(2) Cb Ch Pç Mtr Mag
Mag

Cb Aux (Cmt 1ª Sd Esclarescedor


Sgt Cmt GC
Esqd) (E1)

Sd Esclarescedor Cb Aux (Cmt 2ª


Sd At (A1)
(E2) Esqd)
Cmt 1º
12 GC/3º Pel 11
Fuz Mec
Sd Esclarescedor Sd Esclarescedor
Sd At (A2)
(E3) (E4)

Sd At .50
Cb Mot VBTP

Cb Aux (Cmt 1ª Sd Esclarescedor


Sgt Cmt GC
Esqd) (E1)

Sd Esclarescedor Cb Aux (Cmt 2ª


Sd At (A1)
(E2) Esqd)
Cmt 2º
13 GC/3º Pel 11
Fuz Mec
Sd Esclarescedor Sd Esclarescedor
Sd At (A2)
(E3) (E4)

Cb Mot VBTP Sd At .50


45

Total de
Nr Nome da
Militares embarcados homens
VBTP VBTP
embarcados
Cb Aux (Cmt 1ª Sd Esclarescedor
Sgt Cmt GC
Esqd) (E1)

Sd Esclarescedor Cb Aux (Cmt 2ª


Sd At (A1)
(E2) Esqd)
Cmt 3º
14 GC/3º Pel 11
Fuz Mec Sd Esclarescedor Sd Esclarescedor
Sd At (A2)
(E3) (E4)

Cb Mot VBTP Sd At .50

Tabela 3 ­ Ocupação das VBTP­MR Guarani na Cia Fuz Mec


Fonte: O autor

Figura 15 ­ Ocupação de uma VBTP­Guarani por um GC


Fonte: BRASIL (2015c, cap II, p. 2)

Figura 16 ­ Ocupação de uma VBTP­MR Guarani por um Cmt Pel Fuz Mec
Fonte: BRASIL (2015c, cap II, p. 3)
46

Segundo Brasil (2015c, p. 5), o Cmt da VBTP, quando o pelotão ou grupo de


combate (GC) estiver embarcado, é o militar mais antigo (Cmt Pel, Adj, Cmt Gp Ap ou
Cmt GC). Ele é o responsável por orientar o motorista na condução da VBTP, operar
o SisC² e coordenar o uso de optrônicos.
Para que o comando seja efetivo, ele utiliza o intercomunicador para
comunicar­se com o motorista, atirador e um membro da tripulação. O SisC² exibe,
em tempo real, informações essenciais, como o posicionamento das demais VBTP e
a localização de possíveis inimigos.
Já o Sd Rd Op tem uma função específica, apenas quando desembarcado,
como apresentado a seguir:

2.3.3 SOLDADO RADIOPERADOR (Sd Rdop)


2.3.3.1 Pode ser empregado como mensageiro.
2.3.3.2 É responsável por operar o rádio e manter as ligações do pelotão com
a subunidade (SU) quando desembarcado junto ao comandante de pelotão.
(BRASIL, 2015c, cap II, p.7)

Nas formações táticas do Pel Fuz Mec, é importante destacar o seguinte:

3.4 FORMAÇÕES TÁTICAS DO PELOTÃO


3.4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
3.4.2.1 As formações táticas do pelotão de fuzileiros atuando de forma
desembarcada devem ser consultadas no CI 7 – 10/1 Pelotão de Fuzileiros e
no CI 7­5/2 Pelotão de Fuzileiros no Combate em Área Edificada.
3.4.2.2 No nível Pel/GC o intuito de realizar o movimento embarcado, com
formações táticas é procurar o contato com inimigo, chegar em um destino
que este contato seja provável ou ao um local vantajoso mais próximo do
inimigo.
3.4.1.3 As formações ajudam no comando e controle do pelotão. A distância
entre as viaturas nas diversas formações varia conforme o terreno e a
situação tática. Cabe ao Cmt Pel selecionar a melhor formação, conforme a
situação exigir, observando a compartimentação do terreno, campos de tiro,
apoio mútuo e contato visual entre os carros. Em cada VBTP, os militares
procuram por setores de observação e tiro em todas as direções. Para as
mudanças de formação, podem ser utilizadas: medidas de coordenação
e controle, mensagens via rádio ou sistema de gerenciamento do campo
de batalha (GCB) e em último caso, sinais a braço ou com bandeirolas.
3.4.1.4 O pelotão deve planejar, ensaiar e executar uma combinação de
formações táticas embarcados e desembarcados. O pelotão opera com e
sem o apoio das VBTP, e está apto a realizar a sua maneabilidade em
qualquer situação tática. As formações táticas durante operações
embarcadas são semelhantes as formações em operações desembarcadas,
mas requer maior comando e controle, devido à sua natureza
descentralizada.
3.4.1.5 Algumas formações funcionam bem em certos tipos de terreno ou
situações táticas, mas são menos eficazes em outros. O sistema C2 e os
equipamentos optrônicos disponíveis aumentam significativamente a
capacidade do Pel para realizar movimentos táticos eficazes, tanto de dia
quanto à noite.
47

3.4.1.6 As distâncias entre as VBTP nas diversas formações variam conforme


a situação tática, normalmente entre 50 a 100m, nunca negligenciado o
apoio mútuo entre as VBTP.
(BRASIL, 2015c, cap III, p. 8, grifo nosso)

Figura 17 ­ Exemplo de progressão de um GC


Fonte: BRASIL, 2015c, cap III, p. 17

Já, segundo os dados médios de planejamento, as distâncias máximas


necessárias em operações e, consequentemente, para o estabelecimento dos enlaces
rádio, são, na melhor hipótese, 200m entre as viaturas e, na pior hipótese, 64Km.
Fração Operação Frente (Km) Profundidade (Km)
Pel Fuz
Ofensiva 0,2 a 0,4 Variável
Bld/Mec
Cia Fuz
Ofensiva 0,4 a 1,5 Variável
Bld/Mec
Pel Fuz Defensiva 0,7 a 0,9 0,05 a 0,3
Cia Fuz Defensiva 1,4 a 2,7 1,0 a 2,0
Pel Fuz Bld4 Movimento Retrógrado ­ 1,5
Cia Fuz Bld Movimento Retrógrado ­ 6
Pel Fuz Mec Vigilância ­ 32
48 (enquadrada) a
Cia Fuz Mec Vigilância ­
64 (isolada)
Tabela 4 ­ Distâncias em operações

4 Foram utilizados dados de tropas blindadas tendo em vista a inexistência de


informações em relação a tropas mecanizadas.
48

Fonte: DAMEPLAN (2006, p. 3­1, 3­2 e 3­3), editado pelo autor.


Assim, é possível concluir que, em uma Cia Fuz Mec, serão necessárias as
seguintes ligações:

Figura 18 ­ Ligações da Cia Fuz Mec


Fonte: o autor

Em 2012, em uma das primeiras apresentações do SisC² da VBTP­MR


Guarani, no DCT, foram apresentadas as necessidades levantadas na época e que
persistem até a atualidade em relação às distâncias exigidas:

Figura 19 ­ Distâncias rede rádio ­ BI Mec e Cia Fuz Mec


Fonte: Brasil (2012, slide 9)
49

2.4. VIATURAS UTILIZADAS PELA INFANTARIA MECANIZADA NO BRASIL E EM


OUTROS PAÍSES

Existem diversos tipos de viaturas blindadas de transporte de pessoal sobre


rodas e sobre lagartas sendo utilizadas por tropas de infantaria mecanizada em todo
o mundo. Como exemplo dessa variedade, podemos citar: LAV III, STRYKER ICV,
PATRIA AMV, GIAT VAB, PANDUR II, SUPER AV, M113 BR, URUTU, entre outros.
Serão apresentadas a seguir as principais viaturas em uso pela Inf Mec de
diversos países, ou lançadas recentemente no mercado internacional de Defesa,
consideradas como “estado da arte” por diversos especialistas militares do mundo.
Buscar­se­á apresentar as características técnicas básicas, focando
principalmente nos equipamentos que compõem o SISC² dessas viaturas. Cabe
ressaltar que esse tipo de sistema pode variar completamente dependendo de cada
Exército que utiliza a referida viatura.
Não será abordada a VBTP­MR Guarani, pois ela será objeto de estudo
específico mais adiante.

2.4.1. LAV III

Originalmente chamado de Kodiak pelo Exército Canadense. É enquadrado


como Armoured Personnel Carrier (APC), ou Veículo Blindado de Transporte de
Pessoal. Há mais de 4.200 viaturas vendidas para diversos Exércitos com grande
variedade de modelos. A maior parte são viaturas Strykers do Exército dos EUA.
(GENERAL DYNAMICS, 2016a, p 1­2).

Software para
Capacidade Exércitos que
Rádios Intercom Computador Campo de Outras Informações
(Homens) utilizam
Batalha
SINCGARS VHF Canadá, EUA, Nova
Até 12 & Harris HF Sim Sim Sim Zelândia, Arábia GPS e Bússola Digital
Radios Saudita
Tabela 5 ­ Informações LAV III
Fonte: GENERAL DYNAMICS, 2016a, p 1­2
50

Figura 20 ­ LAV III APC


Fonte: http://www.gdls.com/products/lav­family/lav­iii­apc.php

2.4.2. LAV III H

Classificado como Light Armoured Vehicle (LAV), ou veículo blindado leve, tem
a capacidade de transportar de dez a 12 homens, dependendo da configuração.
Fabricado pela General Dynamics apresenta diversos melhoramentos, entre eles a
consciência situacional. (GENERAL DYNAMICS, 2016b, p 1­2)
Capacidade Software para Campo Exércitos que
Rádios Intercom Computador Outras Informações
(Homens) de Batalha utilizam

Até 12 JTRS5 Sim Sim Sim ­ ­


Tabela 6 ­ Informações LAV III H
Fonte: GENERAL DYNAMICS, 2016b, p 1­2

Figura 21 ­ LAV III H


Fonte: http://www.gdls.com/products/lav­family/lav­iii­h.php

5 Joint Tactical Radio System – Sistema Conjunto de Rádio Tático


51

2.4.3. LAV II

Também fabricada pela General Dynamics, tem como finalidade principal ser
uma viatura de reconhecimento. (GENERAL DYNAMICS, 2016c, p 1­2)
Software para
Capacidade Exércitos Outras
Rádios Intercom Computador Campo de
(Homens) que utilizam Informações
Batalha
2 VHF SINCGARS RT­
1523D(C)U, 1 HF 4 estações
Até 7 ­ ­ Canadá ­
PRC­150 Manpack VIC6
Radio
Tabela 7 ­ Informações LAV II
Fonte: GENERAL DYNAMICS, 2016c, p1­2)

Figura 22 ­ LAV II
Fonte: http://www.gdls.com/products/lav­family/lav­ii.php

2.4.4. LAV II H

Fabricada pela General Dynamics, é uma evolução tecnológica da LAV II.


(GENERAL DYNAMICS, 2016d, p 1­2)
Capacidade Software para Campo Exércitos que
Rádios Intercom Computador Outras Informações
(Homens) de Batalha utilizam

Até 11 ­ ­ ­ ­ ­ Rede Digital


Tabela 8 ­ Informações LAV II H
Fonte: GENERAL DYNAMICS, 2016d, p 1­2

6VIC ou VIS– Voice Intercom System, ou Sistema de Intercomunicador para Voz.


Amplamente utilizado em viaturas blindadas em uso no Exército dos EUA. Fabricado
pela NorthRup Grumman. (NorthRup Grumman, 2016)
52

Figura 23 ­ LAV II H
Fonte: http://www.gdls.com/products/lav­family/lav­ii­h.php

2.4.5. STRYKER ICV

O Stryker Infantry Carrier Vehicle (ICV), ou Veículo de Transporte para


Infantaria modelo Stryker, provê proteção durante o transporte para as tropas de
infantaria, além de movimento e manobra dentro da área de operações. É o modelo
mais comum de viatura na Brigada de Combate Stryker7.
Capacidade Software para Exércitos que
Rádios Intercom Computador Outras Informações
(Homens) Campo de Batalha utilizam

SINCGARS
Até 11 & EPLRS VIS/VIC Sim FBCB29 EUA GPS
(UHF)8
Tabela 9 ­ Informações Stryker ICV
Fonte: http://www.gdls.com/products/stryker­family/stryker­icv.php

7 Unidade básica de manobra do Exército dos EUA

8 Enhanced Position Location Reporting System ou Aprimorado Sistema de


Geolocalização

9Force XXI Battle Command Brigade and Below ou Força XXI Comando de Batalha
para Brigada e Subordinados
53

Figura 24 ­ Stryker ICV


Fonte: http://www.gdls.com/products/stryker­family/stryker­icv.php

2.4.6. PATRIA AMV

Segundo Patria (2016), a viatura Patria AMV (Armoured Modular Vehicle, ou


Veículo Blindado Modular), combina carga máxima com tecnologia de última geração.

A viatura Patria AMV é produzida pela empresa finlandesa Patria. O primeiro


protótipo da viatura Patria foi produzido em 2001, as primeiras viaturas foram
entregues para o exército finlandês em 2003 e a produção em série começou
definitivamente em 2004.
A família de viaturas Patria foi desenvolvida a partir de uma plataforma base
que permitiu a incorporação de diversos sistemas de armas. Hoje, a família
da viatura Patria conta com nove tipos de viaturas: viatura de transporte de
pessoal, viatura de combate de infantaria, viatura posto de comando, viatura
ambulância, viatura de reconhecimento, viatura anti­carro, viatura morteiro,
viatura diretora de tiro e viatura de artilharia.21
É atualmente uma das mais modernas viaturas blindadas de transporte de
pessoal sobre rodas existente no mundo. É produzida com o que existe de
mais moderno em toda sua estrutura, incluindo as partes mecânica, elétrica,
eletrônica e de proteção blindada.
(ROCHA, 2009, p. 31 e 32)

Capacidade Software para Exércitos que


Rádios Intercom Computador Outras Informações
(Homens) Campo de Batalha utilizam

Croácia, Finlandia,
Rai180 (LM
Até 12 ­ ­ ­ Polônia, Eslovênia, ­
Ericsson)
Suécia, África do Sul
Tabela 10 ­ Informações Patria AMV
Fonte: GRAU, 2016;
54

Figura 25 ­ Patria AMV


Fonte: GRAU, 2016

2.4.7. PANDUR II

A viatura Pandur foi desenvolvida na década de oitenta e produzida pela


empresa austríaca Steyr­Daimler­Puch Spezialfahrzeuge (SSF).
Em 1990 a Steyr­Daimler­Puch Spezialfahrzeuge faliu e em 2003 a General
Dynamics assumiu o controle do componente da empresa voltado para a
produção de armamentos, que hoje faz parte da General Dynamics European
Land Systems (ROCHA, 2009, p. 33).

Capacidade Software para


Rádios Intercom Computador Exércitos que utilizam Outras Informações
(Homens) Campo de Batalha

Portugal, República
Até 14 ­ ­ ­ ­ ­
Tcheca, Áustria
Tabela 11 ­ Informações PANDUR II
Fonte: ROCHA (2009, p. 34 e 35)

Figura 26 ­ PANDUR II
Fonte: http://www.army­technology.com/projects/pandurii/

2.4.8. Boxer APC Variant

Baseado no conceito de troca modular, este veículo permite a troca da


carroceria conforme o tipo de missão e disponibilidade. É produzido pela Artec, uma
fabricante do grupo KMW e MAN Military Vehicles (ARTEC, 2016).
55

Software para
Capacidade Exércitos
Rádios Intercom Computador Campo de Outras Informações
(Homens) que utilizam
Batalha
UHF e VHF Thales e
Alemanha,
Até 11 Standard Elektrik ­ ­ ­ ­
Holanda
Lorenz
Tabela 12 ­ Informações Boxer
Fonte: GRAU, 2016

Figura 27 ­ Boxer APC Variant


Fonte: GRAU, 2016

Figura 28 ­ Boxer sem módulo Figura 29 ­ Módulo sendo Figura 30 ­ Interior do Boxer
Fonte: http://www.artec­ acoplado APC Variant
boxer.com/index.php?id=modul Fonte: http://www.artec­ Fonte: http://www.artec­
arity boxer.com/index.php?id=modul boxer.com/index.php?id=apc
arity

2.4.9. Bushmaster

Este veículo tem plataforma 4x4. Caracteriza­se pela mobilidade, proteção


balística de minas e explosivos improvisados, além dos sistemas de armas. É
fabricado pela THALES (THALES, 2016).
Software para
Capacidade Exércitos que
Rádios Intercom Computador Campo de Outras Informações
(Homens) utilizam
Batalha
HF, VHF e UHF Austrália, Holanda,
Até 10 ­ ­ ­ ­
Thales e Harris Reino Unido
Tabela 13 ­ Informações Bushmaster
Fonte: GRAU, 2016
56

Figura 31 – Bushmaster
Fonte: GRAU, 201

2.4.10. GIAT VAB

A viatura GIAT VAB (Vehicule de l'Avant Blinde), é produzida pela empresa


francesa Giat Industries em parceria com a também francesa Renault Trucks
Defense.
Desde 1976, mais de 5.000 GIAT VAB foram produzidas, em 30 diferentes
versões. Foram utilizadas 376 GIAT VAB na Operação Tempestade no
Deserto, em 1991, e várias outras vem sendo utilizadas em missões de paz
da ONU.
Ao todo, exércitos de 15 países utilizam a viatura GIAT VAB, porém, a maior
frota, de quase 4.000 viaturas, pertence ao exército francês.
Apesar de a viatura GIAT VAB ser largamente empregada pelo exército
francês, ela foi concebida na década de setenta e, desta forma, está ficando
desatualizada e necessitando de modernizações (ROCHA, 2009, p. 29).

Capacidade Software para


Rádios Intercom Computador Exércitos que utilizam Outras Informações
(Homens) Campo de Batalha

França, além de 14
Até 12 Sim Sim Não ­ ­
outros Exércitos
Tabela 14 ­ Informações GIAT VAB
Fonte: http://www.army­technology.com/projects/vab/; ROCHA (2009, p. 29 a 31); o autor

Figura 32 ­ GIAT VAB


Fonte: ROCHA (2009, p. 30)
57

2.4.11. VBCI

O Vehicule Blinde de Combat d'Infanterie (VBCI), ou Veículo Blindado de


Combate para Infantaria, é fabricado pela Giat Industries em parceria com a Renault
e foi concebido para substituir o AMX­10P (ARMY­TECHNOLOGY, 2016).
Capacidade Software para Campo Exércitos Outras
Rádios Intercom Computador
(Homens) de Batalha que utilizam Informações

Transmissão de dados Sim, integrado ao SISC² Identificador de


até 11 Sim Sim França
e voz criptografados de outras Viaturas tropas amigas
Tabela 15 ­ Informações VBCI
Fonte: ARMY­TECHNOLOGY (2016)

Figura 33 – VBCI
Fonte: http://www.army­technology.com/projects/vbci/

Figura 34 ­ Informações VBCI


Fonte: BRASIL (2016, slide 48)
58

2.4.12. BRADLEY

O Bradley Fighting Vehicle (BFV), ou Carro de Combate Bradley, é fabricado


pela norte­americana BAE Systems e recebeu esse nome em homenagem ao General
Omar Bradley. É utilizado nas Unidades de Infantaria Blindada do Exército norte­
americano. Este carro tornou­se extremamente polêmico durante sua concepção,
chegando ao ponto de inspirar o filme de comédia “The Pentagon Wars”, de 1998,
lançado no Brasil com o nome “Máquina de Guerra”. A polêmica é exposta no filme,
que é baseado em fatos reais, no qual é constatado que, após 17 anos de
desenvolvimento, há falhas tão básicas no BFV que deveriam impedir sua utilização.
Capacidade Software para Exércitos que
Rádios Intercom Computador Outras Informações
(Homens) Campo de Batalha utilizam

Até 9 Sincgars VIC Sim FBCB2 EUA ­


Tabela 16 ­ Informações Bradley
Fonte: o autor; http://fas.org/man/dod­101/sys/land/m2.htm; http://www.army­
technology.com/projects/bradley/

Figura 35 ­ Bradley
Fonte: http://www.army­technology.com/projects/bradley/

2.4.13. SUPER AV

É um veículo blindado anfíbio fabricado pela italiana IVECO Defense Vehicles.


Foi utilizado como modelo para concepção da VBTP Guarani.
Capacidade Software para Campo de Exércitos que Outras
Rádios Intercom Computador
(Homens) Batalha utilizam Informações

Até 13 ­ ­ ­ ­ Italiano ­
Tabela 17 ­ Informações SUPER AV
Fonte: http://www.army­technology.com/projects/iveco­superav­8x8­armoured­personnel­carrier/
59

Figura 36 ­ SUPER AV
Fonte: http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/TER.aspx?nn=516

2.4.14. M113B BR

Fabricado pela BAE Systems dos Estados Unidos da América (EUA), está
sendo modernizado atualmente. “O M113 brasileiro, foi modificado pela empresa
MOTOPEÇAS de São Paulo no início dos anos 80” (AREAMILITAR, 2016).
“Durante o ano de 2012, foi anunciada a entrega de uma nova geração de
viaturas modernizadas da família M113 ao Exército Brasileiro, que foram designadas
M­113BR” (AREAMILITAR, 2016).
Fruto dessa modernização, foram inseridos novos equipamentos de
comunicações, substituindo os antigos rádios da família ERC­110 e os
intercomunicadores VIC.
Capacidade Software para Exércitos
Rádios Intercom Computador Outras Informações
(Homens) Campo de Batalha que utilizam

SOTAS
VHF Harris Falcon Brasil
Até 13 Voz ­ ­ ­
III 7800V­V560 (modelo BR)
Thales
Tabela 18 ­ Informações M113BR
Fonte: O autor
60

Figura 37 ­ M113BR
Fonte: http://www.areamilitar.net/directorio/ter.aspx?NN=16&P=15

2.4.15. URUTU

O URUTU é um blindado de transporte de tropas anfíbio. A ENGESA


começou a desenvolver projetos de carros de combate leves no fim da
década de 60. Este projeto foi feito em cima do sistema ENGESA­
Boomerang, e destes estudos nasceram o EE­11 URUTU e o EE­9
CASCAVEL.
O URUTU é um transporte rápido, com capacidade anfíbia. e leve protecção
blindada, e é capaz de receber uma grande variedade de equipamentos,
adequando­se ás necessidades dos utilizadores. É igualmente utilizado por
forças de fuzileiros para desembarque desde navios de apoio logístico. O
URUTU, na sua versão básica transporta até 12 militares, além do motorista
e do atirador. (ÁREAMILITAR, 2016b)

Atualmente o EE­11 URUTU está sendo repotencializado e modernizado,


sendo o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) o responsável por essa atividade.
O sistema de comunicações é idêntico ao do M113BR, o que permite a perfeita
interoperabilidade entre ambos, além de ser possível a integração futura com a VBTP­
MR Guarani.

Software
Capacidade Outras
Rádios Intercom Computador para Campo Exércitos que utilizam
(Homens) Informações
de Batalha
VHF Harris SOTAS Brasil, Iraque, Emirados Árabes
Até 14 Falcon III Voz ­ ­ Unidos, Jordânia, Colômbia, Líbia, ­
7800V­V560 Thales Venezuela, Chile, Equador, etc
Tabela 19 ­ Informações Urutu
Fonte: O autor et ÁREAMILITAR (2016b)
61

Figura 38 ­ EE­11 URUTU


Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/automoveis/urutu­vai­ganhar­nova­vida­
c7efmv13r5kwtqpq89g9rs11q

2.5. SISC² EM OUTRAS VIATURAS NO BRASIL E NO MUNDO

A seguir serão apresentados alguns SISC² que estão em uso tanto no Exército
Brasileiro quanto em outros países do mundo. É interessante destacar que existe
perfeita compatibilidade entre as VBTP utilizadas no EB. Cada componente do
sistema será detalhado em um capítulo específico.
62

2.5.1. M113B BR

Figura 39 ­ Disposição dos “meios de comunicações”10 no M113BR


Fonte: ZUYDERDUYN, 2012, p. 3­14

10o “AUS” foi eliminado do projeto visando redução de custos. Os 4(quatro)


combinados de cabeça que aparecem nas imagens estão conectados aos 2(dois)
CM2. O Rádio foi substituído pela versão blindada.
63

Figura 40 ­ Rádio Harris Falcon III 7800V­V560 e Intercom SOTAS Voz instalado no M113BR
Fonte: Ralf Milbradt Jr, Engenheiro de Tecnologia Militar, Parque Regional de Manutenção/5

Figura 41 ­ Estação de usuário para atirador, motorista ou chefe de viatura


Fonte: Ralf Milbradt Jr, Engenheiro de Tecnologia Militar, Parque Regional de Manutenção/5
64

2.5.2. URUTU

Figura 42 ­ Disposição dos meios de comunicações11 no EE­11 URUTU


Fonte: ZUYDERDUYN, 2013, p. 4­18

11 Esta configuração refere­se a 16 viaturas que operam no Batalhão Brasileiro de


Força de Paz (BRABATT). Nas demais viaturas, o “AUS” foi eliminado do projeto
visando redução de custos, sendo substituído por outro CM2. Há quatro combinados
de cabeça conectados aos dois CM2. O rádio que aparece na composição de meios
é o RF­7800V­V555, utilizado somente no BRABATT. As viaturas em processo de
modernização utilizam o rádio RF­7800V­V560. Ambos os rádios têm as mesmas
funcionalidades. O LS BOX é exclusivo das versões utilizadas no BRABATT.
65

2.5.3. LECLERC

Figura 43 ­ Disposição dos meios de comunicações na Viatura de combate LECLERC


Fonte: ZUYDERDUYN, 2014, slide 6 e 16
66

2.5.4. SISC² da fabricante Elbit Systems

Figura 44 ­ TADIRAN VIC­500


Fonte: Elbit Systems, 2009, p. 4

2.5.5. SISC² da fabricante AEL Eletrônica

Figura 45 ­ SISC² AEL Eletrônica


Fonte: AEL Eletrônica, 2010, slide 15
67

2.5.6. SisC² da Harris Corporation

Figura 46 ­ RF­7800i Harris


Fonte: https://www.harris.com/solution/harris­rf­7800i­tactical­intercom­networking­system

2.6. O PROJETO ESTRATÉGICO DO EXÉRCITO GUARANI (PEE GUARANI)

De acordo com Caiafa (2014, p.42), o Projeto Guarani visa transformar as OM


de Infantaria Motorizada em Mecanizada e modernizar aquelas de Cavalaria
Mecanizada. Como consequência, está sendo desenvolvida uma nova família de
viaturas blindadas sobre rodas. A primeira viatura blindada para transporte de tropa
Guarani (VBTP­MR Guarani), possibilita a substituição dos Urutu, em uso há mais de
40 anos. Essa nova família contempla uma subfamília média com as versões de
reconhecimento, anticarro, morteiro leve, radar, posto de comando e observação
avançada.
Segundo ROCHA (2009, p. 38), “este é um projeto moderno e ambicioso, que
visa a equipar o Exército Brasileiro com viaturas blindadas de última geração, em
substituição às viaturas URUTU e CASCAVEL.”

Os contratos firmados entre o DCT, a IVECO do Brasil, a Fundação Ricardo


Franco e a FINEP, incluem o desenvolvimento e a fabricação de um lote­
piloto de 16 unidades da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal, 6x6, que
servirá de plataforma base para as demais oito versões da mesma família.
Entre as outras versões estão as de reconhecimento, ambulância,
comunicações, comando, diretora de tiro, socorro, oficina e morteiro
...
Um dos objetivos do projeto é promover o avanço do domínio tecnológico por
parte do Exército, com isso, os contratos já assinados prevêem transferência
68

de tecnologia para a Força. Consta ainda que todo o conhecimento gerado


nesse desenvolvimento será de propriedade intelectual do Exército.
Essa plataforma base, a Viatura Transporte de Pessoal Média de Rodas
(VBTP­MR) está em curso junto com a IVECO LATIN AMERICA, localizada
em Sete Lagoas, MG. O projeto inclui estudos de blindagem, ergonomia,
armamento, comunicações e componentes automotivos e está produzindo
elevado arrasto tecnológico, principalmente nas áreas de blindagem
estrutural e adicional e na área de sistema de armas e seus agregados
(ROCHA, 2009, p. 30, 37 e 38).

2.6.1. A transformação da Infantaria Motorizada em Mecanizada no EB

Uma das consequências do Projeto Estratégico Guarani é a transformação das


OM de Infantaria Motorizada em Infantaria Mecanizada. Inicialmente a 15ª Brigada de
Infantaria Motorizada (15ª Bda Inf Mtz) foi transformada em 15ª Brigada de Infantaria
Mecanizada (15ª Bda Inf Mec). Posteriormente a 3ª Brigada de Infantaria Motorizada
será também transformada em 3ª Brigada de Infantaria Mecanizada (3ª Bda Inf Mec).
De acordo com o Plano Estratégico do Exército 2016­2019, nesse período
deverão prosseguir as atividades para transformação da infantaria no EB.

Tabela 20 ­ Objetivo Estratégico 1


Fonte: Boletim do Exército Nr 28, de 22 de dezembro de 2014, p 9.

Tabela 21 ­ Objetivo Estratégico 9


Fonte: Boletim do Exército Nr 28, de 22 de dezembro de 2014, p 23.
69

Apesar de não constar no Plano Estratégico do Exército 2016­2019, o


Grupamento de Unidades Escola ­ 9ª Brigada de Infantaria Motorizada (GUES­9ª Bda
Inf Mtz) recebeu 37 VBTP­MR Guarani para utilização durante os Jogos Olímpicos Rio
2016.
O principal objetivo do PEE Guarani é conceber uma nova família de
Blindados Médios de Rodas:

Figura 47 ­ Família de Blindados Guarani


Fonte: BRASIL (2008, p. 36)
70

2.6.2. A VBTP-MR Guarani

A VBTP­MR Guarani é a primeira viatura da nova família de blindados,


fabricada pela IVECO Veículos de Defesa, sediada em Sete Lagoas­MG.
De acordo com o Escritório de Projetos do Exército (EPEx), foram adquiridos,
até o presente momento, 220 VBTP­MR Guarani. Dez unidades foram exportadas
para o Líbano, para utilização tanto pelas Forças Armadas quanto pelas Forças
Policiais desse país.

Software para
Capacidade Exércitos que
Rádios Intercom Computador Campo de Outras Informações
(Homens) utilizam
Batalha
2 VHF Harris Gerenciador do
SOTAS Navegação Inercial – Elbit
Até 11 Falcon III CTM EB Campo de Brasil e Líbano
IP Thales North Find System (NFS)
7800V­V560 Batalha (GCB)
Tabela 22 ­ Informações VBTP­MR Guarani
Fonte: o autor

Figura 48 ­ Informações VBTP­MR Guarani


Fonte: http://www.eb.mil.br/web/midia­impressa/noticiario­do­exercito
71

O Comando do EB planejou que o Centro de Instrução de Blindados (CIBLD),


localizado em Santa Maria ­ RS e o 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado
(33º BI Mec), batalhão orgânico da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada (15ª
Bda Inf Mec), situada em Cascavel – PR, seriam as primeiras Organizações
Militares a receberem as VBTP­MR. Em 2012, a IVECO entregou ao EB a
primeira unidade do lote piloto de 16 unidades do blindado. Já no ano de
2013, o Guarani passou a ser produzido em larga escala no complexo
industrial da Iveco, na cidade de Sete Lagoas ­ MG. Para 2014, cerca de 86
viaturas estão previstas de serem entregues ao CIBLD e à 15ª Bda Inf Mec.
(DE ASSIS, 2014, p. 18).

2.7. O SISC² DA VBTP­MR GUARANI

2.7.1. Histórico

Uma vez concebida a VBTP­MR Guarani, fizeram­se necessários o


planejamento e a implementação do SISC², os quais viabilizariam o efetivo comando
e controle da tropa dotada desse moderno equipamento.
Pesquisando o histórico do PEE Guarani, pode­se resumir as atividades
relacionadas ao SISC² da VBTP­MR na tabela a seguir. É importante observar que as
atividades descritas abordaram, na maioria das vezes, exclusivamente o assunto em
pauta.

Assunto/Objetivo Data Local


Desenvolvimento e testes do SISC² para VBTP­MR Guarani QGEx
11/11/2010
projetado e executado pela IMBEL Brasília­DF

Discutidos aspectos relativos a integração dos equipamentos CAEx


componentes do SISC² para VBTP­MR Guarani e sua instalação 01/03/2012 Rio de Janeiro­RJ
na viatura Videoconferência

DIEx 6989 ­SLM­4/4 SCh/EME. Determinou a inserção do EME/4ªSCh


23/05/2012
Telefone Externo no SISC² da VBTP­MR Guarani Brasília­DF

DIEx 414­A2/DCT. Inseriu o Telefone Externo no SISC² da DCT


19/09/2012
VBTP­MR Guarani Brasília­DF

CCOMGEX
1ª Reunião de Coordenação do Projeto SISC² Guarani 26/09/2012
Brasília­DF
Portaria Nr 144­EME/Res – Aprova as Condicionantes
EME
Doutrinárias e Operacionais nr 07/2012 – Sistema de Comando e 27/09/2012
Brasília­DF
Controle das Viaturas Blindadas
CTEX
1º Teste para Integração do SISC² para VBTP­MR Guarani 29/11/2012
Rio de Janeiro­RJ
72

Assunto/Objetivo Data Local


Estudos de Layout (Ergonomia) para desenvolvimento da
IVECO
infraestrutura para instalação eletromecânica dos equipamentos 03/12/2012
Sete Lagoas­MG
do Sistema de Comando e Controle nas VBTP­MR Guarani.
EME/EPEx
Reunião de Coordenação do Projeto Guarani. Apresentada a
1º/02/2013 Guarani
versão do SISC² para VBTP­MR Guarani
Brasília­DF
Reunião visando instalação e teste do SISC² para VBTP­MR DF
14/03/2013
Guarani Rio de Janeiro­RJ
Definida a configuração física e lógica para integração do Sistema
de Armas UT30BR com a Plataforma Automotiva VBTP­MR DF
05/06/2013
Guarani, o SISC² VBTP­MR Guarani e as ações a realizar para Rio de Janeiro­RJ
implementação da integração
EME/EPEx
Realizadas gestões para a aprovação dos ROB de C2 (Ger PEE) 16/06/2013 Guarani
Brasília­DF
Portaria Nr 161­EME – Aprova os Requisitos Operacionais
Básicos do Sistema de Comando e Controle da Viatura Blindada EME
13/08/2013
de Transporte de Pessoal – SC2 VBTP (EB20­ROB­004.001), 1ª Brasília­DF
Edição, 2013.
CAEx
Integração e testes de campo do SISC² para VBTP­MR Guarani 16/08/2013
Rio de Janeiro­RJ
Definidas ações a realizar e responsabilidades para cumprir a
DF
atividade de instalar o SISC² para VBTP­MR Guarani em 16 VBTP 24/04/2014
Rio de Janeiro­RJ
do Lote Piloto e 09 VBTP do LED.
Portaria Nr 060­DCT. Homologa os Requisitos Técnicos Básicos­
EB80­RT­76.003, 1ª Edição, 2014, do Sistema de Comando e EME
03/07/2014
Controle da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (SC2 Brasília­DF
VBTP).
Instalação Eletromecânica do SISC² para VBTP­MR Guarani em IVECO
18/07/2014
25 Viaturas LED/PS Sete Lagoas­MG

4º Teste de Integração­Técnico Operacional do SISC² para VBTP­ CIBLD


20/10/2014
MR Guarani Santa Maria­RS
Confeccionada memória do SISC² para a Nova Família de EME/EPEx
13/05/2015
Viaturas Blindadas Sobre Rodas Guarani
Portaria Nr 332­EME. Aprova os Requisitos Operacionais Básicos
do Sistema de Comando e Controle da Viatura Blindada de EME
16/12/2015
Transporte de Pessoal (SC2 VBTP) (EB20­ROB­04.008), 1ª Brasília­DF
Edição, 2015.
Tabela 23 ­ Resumo histórico das atividades ligadas ao SisC² VBTP­MR Guarani
Fonte: o autor

O primeiro SISC² desenvolvido para a VBTP­MR Guarani foi oriundo da IMBEL.


De acordo com Imbel (2011, p. 14), o sistema de comunicação e computação
fornecido para o protótipo da VBTP­MR era composto por:
­ um notebook robustecido panasonic CF19;
­ software C2 desenvolvido pelo CComGEx;
­ um sistema de intercomunicador WVIS07 da empresa Selex Comunications;
­ um transceptor TRC1193 veicular versão 202 (rádio Mallet + base veicular com
amplificador);
73

­ um telefone UNA;
­ duas antenas + base de antena VHF banda larga (com GPS integrado).

Figura 49 ­ Projeto SISC² desenvolvido pela IMBEL – 2010


Fonte: Imbel, 2011, p. 14

O sistema de intercomunicador da VBTP­MR permitirá a comunicação interna


entre todos os tripulantes do carro (comandante, motorista, atirador e um
integrante do Grupo de Combate transportado), bem como entre os
tripulantes do carro e o elemento desembarcado, via comunicação sem fio
(alcance máximo de 500 metros). Todos poderão falar também utilizando o
sistema rádio (podem ser utilizados até 3 rádios). As comunicações poderão
ser controladas (quem fala com quem) pelo painel de controle do
intercomunicador, que também permitirá a escolha entre um dos três rádios
ou o sistema de telefonia. Além das funcionalidades descritas acima, o
sistema de intercomunicador será dotado de 02 (dois) pares de bornes
telefônicos que ficarão localizados no exterior da viatura e permitirão a
conexão do mesmo a uma rede de telefonia de campanha via fio duplo
telefônico (fl. 16 RTB – VBTP MR – item 24 Sistema de Comunicações –
subitem c fl. 05 ROB – VBTP­MR – item a. Absolutos – subitem 70). Permitirá
ainda a instalação de um telefone externo que ficará acoplado ao sistema de
comunicação da viatura e a rede de telefonia. (IMBEL, 2011, p.14).
74

Figura 50 ­ Disposição interna do Rádio Mallet ­ Desenho em CAD


Fonte: IMBEL (2011, p. 15)

Visando apresentar os elementos necessários para compor o SisC² das VBTP­


MR Guarani, a Diretoria de Fabricação (DF) preparou o Projeto Básico, no ano de
2011, com as seguintes atividades:
­ projeto e desenvolvimento da integração física e lógica do SisC²;
­ integração do Sistema para testes em laboratório e campo;
­ certificação e elaboração das especificações técnicas do SisC², após testes
em campo;
­ acompanhamento das avaliações realizadas pelo Centro de Avaliações do
Exército (CAEx);
­ elaboração de um pacote de dados técnicos;
­ gerenciamento e supervisão da instalação do SisC² nas VBTP–MR.
Segundo Santos (2011), cada SisC² seria composto de dois Rádios VHF versão
veicular amplificada, duas antenas VHF, sendo uma com antena GPS integrada, um
sistema de intercomunicador/roteador IP para a guarnição da viatura, um computador
robustecido, dependendo da versão da VBTP­MR e de um NFS (Sistema Localizador
de Norte).
75

Figura 51 ­ Arquitetura SisC²


Fonte: (SANTOS, 2011)

Figura 52 ­ Arquitetura SisC² detalhado


Fonte: Banco de dados da Divisão Logística do CCOMGEX. Autor desconhecido.

Nas figuras a seguir, é possível identificar com maior detalhamento a evolução


do SisC², gerada a partir das figuras anteriores. O leitor pode observar, como
principais diferenças, a troca dos dois Rádios RF­7800V do modelo tradicional
(utilizado em viaturas leves) pelo modelo desenvolvido pelo fabricante
especificamente para viaturas blindadas. Outro detalhe importante é a incorporação
do conjunto do telefone externo, popularmente chamado de “telefone do infante”. Este
dispositivo permite aos fuzileiros a comunicação com os tripulantes da viatura, bem
como com as redes rádio existentes.
76

Figura 53 ­ Arquitetura SisC² ­ 30 de Janeiro de 2012


Fonte: Banco de dados da Divisão Logística do CCOMGEX. Autor desconhecido.

Em maio de 2012, por meio do DIEx 6989 ­SLM­4/4 SCh/EME, assinado pelo
então Gen Div Gerson Menandro Garcia de Freitas, ao propor mudanças no ROB da
VBTP­MR Guarani, o telefone externo passou a fazer parte do SISC², como
apresentado no texto transcrito e na próxima figura.

1. O DCT consultou o EME, por intermédio do documento de referência, sobre


a possibilidade de alteração de requisito operacional absoluto, constante dos
Requisitos Operacionais Básicos Nº 01/11 (ROB Nº 01/11), da Viatura
Blindada de Transporte de Pessoal ­ Média de Rodas (VBTP­MR).
2. Nesse contexto, encaminho para apreciação as seguintes considerações
a respeito do assunto em tela:
a. constatou­se que, nas CONDOP referentes à Vtr em questão, não há
condicionante operacional que faça menção às comunicações entre a tropa
desembarcada e a guarnição no interior da viatura, a fim de amparar a
existência do referido ROB;
b. sendo apropriado que isso ocorra, o Estado­Maior do Exército vai atualizar
as CONDOP para a inclusão da condicionante supracitada;
c. quanto à nova proposta de redação do mencionado ROB, esta foi
considerada adequada, por ser abrangente, sem ficar restrita a qualquer
tecnologia hoje existente, pois, da forma como está redigida possibilita,
inclusive, a redundância de meios de comunicações, incluindo rádio, telefone,
"pager", ou qualquer outra tecnologia que o GCB possa propiciar, abrindo
novas possibilidades para o futuro;
d. porém, esse aspecto da redundância deve ser ressaltado como impositivo
(requisito absoluto), a fim de propiciar condições para que seja observado o
Princípio de Emprego das Comunicações Confiabilidade: "A confiabilidade de
um sistema de comunicações é assegurada pelo estabelecimento de
caminhos alternativos para a transmissão de mensagens, utilizando
itinerários diferentes para o mesmo meio ou empregando meios distintos"
(C11­1,1997, p.1­3);
77

e. nesse sentido, acredita­se que a existência de um telefone, ou


intercomunicador, externo, acoplado ao sistema de comunicações da Vtr,
compondo o sistema de "meios que possibilitem à tropa desembarcada
comunicar­se com a guarnição no interior da viatura", no Projeto Família de
Blindados Média de Rodas (FBMR), garantiria o princípio Confiabilidade das
Comunicações anteriormente citado; e
f. por último, tem­se verificado que a comunicação aproximada, por meio fio
ou intercomunidador, de elemento externo à Vtr com a tripulação da mesma,
continua sendo fortemente desejável para a perfeita combinação do binômio
fuzileiro­carro. Isso ainda se verifica em outros exércitos e, no EB, esse tipo
de comunicação, além de ser utilizada em blindados, ocorre também, de
modo semelhante, em Aeronaves da Aviação do Exército, para a
comunicação de mecânicos desembarcados com os pilotos, durante a
execução de verificações e manutenção.
3. Do exposto, este ODG é favorável à seguinte modificação na redação do
ROA 62 dos ROB em questão: "Possuir telefone ou intercomunicador externo,
acoplado ao sistema de comunicações". (DIEx 6989 ­SLM­4/4 SCh/EME)

Figura 54 ­ Arquitetura SisC² com telefone externo ­ 2012


Fonte: Banco de dados da Divisão Logística do CCOMGEX. Autor desconhecido.

Na mesma linha que justificou a incorporação do telefone externo, já havia outro


projeto que visava inserir um rádio UHF, de baixa capacidade, para mobiliar a tropa
desembarcada.
78

Figura 55 ­ Arquitetura SisC² ­ 2011 – Proposta com rádio UHF


Fonte: Banco de dados da Divisão Logística do CCOMGEX. Autor desconhecido.

Na próxima figura é possível identificar visualmente como seriam estabelecidos


os enlaces de comunicações, considerando a inclusão do rádio UHF, que não
aconteceu.

Figura 56 ­ SisC² com o rádio UHF


Fonte: Banco de dados da Divisão Logística do CCOMGEX, 2011. Autor desconhecido.

Na figura a seguir, é possível identificar um computador ETC MK IV sendo


utilizado, em uma das primeiras VBTP­MR com SisC² instalado (agosto/2013, durante
testes no CAEx), com o Software Gerenciador do Campo de Batalha (GCB) instalado.
79

Figura 57 ­ Software GCB instalado no Computador Elbit MK­IV


Fonte: BRASIL (2014, p. 19) et BRASIL (2013c, p. 6)

Para que fosse possível a instalação do SisC², a IVECO Veículos de Defesa


precisou adequar a ergonomia, os suportes e a alimentação elétrica da VBTP. Nas
próximas figuras, é possível visualizar essas informações por meio de desenhos em
3D.

Figura 58 ­ Arquitetura SISC2 ­ IVECO 2012


Fonte: IVECO (2012, p. 5)
80

Figura 59 ­ VBTP­MR Guarani – desenho 3D


Fonte: http://www.brasilemdefesa.com/2012/05/vbtp­mr­guarani­o­futuro­da­mobilidade.html

Figura 60 ­ VBTP­MR Guarani – posição do chefe de Viatura ­ desenho 3D


Fonte: IVECO (2012, p. 8)
81

Figura 61 ­ VBTP­MR Guarani – posição do chefe de Viatura ­ desenho 3D


Fonte: IVECO (2012, p. 8)

Figura 62 ­ VBTP­MR Guarani – posição do chefe de Viatura ­ desenho 3D


IVECO (2012, p. 8)
82

2.7.2. A Concepção atual

Uma vez aprovadas as Condicionantes Doutrinárias Operacionais (CONDOP)


e os Requisitos Operacionais Básicos (ROB), conforme os anexos A, B, e C, a
arquitetura básica do SisC², segundo Brasil (2013, p.3), passou a ter a seguinte
configuração:

Figura 63 ­ Arquitetura SisC²


Fonte: BRASIL (2013, p.3)

Figura 64 – Arquitetura SisC² ­ concepção atual


Fonte: Banco de dados da Divisão Logística do CCOMGEX, editado pelo autor.
83

2.7.3. Componentes do SisC²

A seguir, cada componente do SisC² será detalhado, para que seja possível
entender sua importância no sistema.

Figura 65 ­ Arquitetura atual do SisC², com esquema de ligação do cabeamento


Fonte: Diretoria de Fabricação/IVECO LA (2014). Autora: 1º Ten QEM Raquel

2.7.3.1. Rádio Harris Falcon III RF­7800V­V560 (ou V511)

Com a criação do CCOMGEX, em 2010, houve maior poder de decisão na


busca da padronização dos equipamentos de comunicações utilizados no Exército.
Assim, após rigoroso estudo, foram adotados os rádios da fabricante Harris,
predominantemente da família Falcon III.
Na tabela a seguir é possível identificar os modelos VHF adotados para as
diferentes finalidades no EB.
84

Emprego Modelo
VBTP­MR Guarani 7800V­V560
VBTP­M113B BR 7800V­V560
EE­11 URUTU 7800V­V560
VB AAAe GUEPARD 7800V­V560
VB M109A5+BR (em aquisição) 7800V­V560
Viaturas Leves (Marruá­Agrale) 7800V­V50x + RF­7800V­HH
Homem a pé 7800V­HH
Tabela 24 ­ Equipamentos Rádio VHF empregados no EB
Fonte: o autor

A interoperabilidade proporcionada por essa família de rádios foi uma das


principais razões que subsidiaram a decisão de substituir o rádio Mallet, fabricado pela
Imbel, como inicialmente planejado.

Figura 66 ­ Rádio Harris Falcon III RF­7800V­V560


Fonte: HARRIS (2011)

Figura 67 ­ Rádio Harris Falcon III RF­7800V­V560


Fonte: HARRIS (2013, p. 1­2)
85

Figura 68 ­ Rádio Harris Falcon III RF­7800V­V560 detalhado


Fonte: HARRIS (2013, p. 2­10 e 3­2)

Segundo Harris (2011), este rádio foi especificamente concebido para utilização
em viaturas blindadas. O desenho mais compacto, quando comparado aos demais
modelos e à menor quantidade de conexões e cabos, visa facilitar a instalação e a
verificação de eventuais problemas de conexão.
Das características técnicas, é importante destacar:

Funcionalidade/característica Descrição
Faixa de frequência 30­108 MHz
Entrada de energia 20­32 VDC
Peso 11,3 Kg
FM voz analógica,
FSK (2.4 kbps MELP e 16 kbps CVSD),
Modos de Transmissão FSK/TCM (64 kpbs)
SK/TCM (192 kbps)
Forma de onda BMS
Saída de RF 50 ohms
Potência de saída 5W, 20W e 50W, selecionado pelo usuário
Squelch Desligado/sem ruído/tom/digital
Temperatura de operação ­30ºC a 60ºC
Resistência à Umidade 90% (conforme MIL­STD­810)
Resistência à poeira/areia Conforme MIL­STD­810
Salto de frequência Quicklook 1A, 2 e 3
Largura de Banda (dados) Até 192 kbps por IP (ethernet)
Largura de Bando do canal 25 Khz ou 75 Khz
Criptografia AES 128/256kbps ou CITADEL I e II®
Vocoder MELP/CVSD
GPS Interno
Transmissão de dados e voz simultânea Sim
86

Transmissão de voz em Dual PTT Sim


Porta para conexão internet Sim
Utilização por interface WEB Sim
Tabela 25 ­ Características técnicas RF­7800V­V560
Fonte: HARRIS (2011), editado pelo autor

A transmissão de voz e dados de forma segura (criptografado), com utilização


de salto de frequência, caso necessário, são aspectos que chamam a atenção quanto
ao quesito segurança, atendendo aos ROB, conforme previsto em Brasil, 2015d.
Os dados de GPS são compartilhados entre todos os rádios presentes em uma
mesma rede, possibilitando a captura dessas informações pelo GCB, identificando o
geoposicionamento dos rádios (por consequência, das VBTP) no Software.
A transmissão de voz em Dual PTT possibilita que sejam programadas duas
redes distintas de voz, atendendo tanto ao escalão superior quanto ao escalão
subordinado, utilizando somente um equipamento rádio.
Na VBTP­MR Guarani, projetada para uso no contexto da Cia Fuz Mec, ambos
os rádios recebem uma programação única. A decisão sobre qual a finalidade de cada
equipamento é do Chefe da VBTP. Essa escolha é feita mediante a mudança de canal.
No SisC² VBTP­Guarani, há basicamente duas redes, assim distribuídas:

Rádio Rede Participantes Objetivo


­ Transmissão de dados criptografados para o GCB;
­ Transmissão de GPS para o GCB; e
1 Voz/Dados Todas as VBTP
­ Transmissão de voz criptografada (sem hierarquia –
contingência)
Escalão
Voz Dual Possibilitar a transmissão de voz criptografada com o escalão
considerado e
PTT 1 superior
superior
2
Escalão
Voz Dual Possibilitar a transmissão de voz criptografada com o escalão
considerado e
PTT 2 subordinado
subordinado
Tabela 26 ­ Finalidade dos rádios VHF VBTP­MR Guarani
Fonte: o autor

Dessa maneira, o operador do rádio (chefe da VBTP) pode escolher, mediante


a troca de canal, caso algum dos rádios apresente defeito, se dará prioridade às redes
de voz (escalão superior e subordinado) ou à rede de dados (GCB). Como a rede de
dados também transmite voz, é possível utilizar essa rede para comunicação, porém
sem a hierarquia tradicional das redes rádio, ou seja, todos os postos, do Cmt Cia Fuz
Mec ao último Cmt GC estão na mesma rede.
87

A atual programação foi desenvolvida por esse autor e encontra­se em vigor.


Porém, qualquer Oficial de Comunicações com conhecimento dos equipamentos pode
desenvolver outras programações, conforme a finalidade que venha a lhe ser imposta.
Em seguida serão apresentadas algumas telas da programação do rádio RF­
7800V­V560, exibidas pelo Software Communications Planning Application (CPA).
Para facilitar o entendimento, os nomes dos rádios que aparecerão nas
imagens seguem a seguinte associação lógica:

Função Indicativo
Cmt 1ªCia GCB100
SCmt 1ª Cia GCB101
Cmt 1º Pel/1ªCia GCB110
Cmt 1ºGC/1ºPel/1ªCia GCB111
Cmt 2ºGC/1ºPel/1ªCia GCB112
Cmt 3ºGC/1ºPel/1ªCia GCB113
Cmt 2º Pel/1ªCia GCB120
Cmt 3º Pel/1ªCia GCB130
Cmt 1ºGC/3ºPel/1ªCia GCB131
Cmt 2ºGC/3ºPel/1ªCia GCB132
Cmt 3ºGC/3ºPel/1ªCia GCB133
Cmt 1ºGC/1ºPel/1ªCia (desembarcado) GCB1111
4º militar desembarcado 1ºGC/1ºPel/1ªCia GCB1114
5º militar desembarcado 1ºGC/1ºPel/1ªCia GCB1115
Tabela 27 ­ Relacionamento função ­ indicativos rádio
Fonte: o autor

O Anexo C contém uma lista completa dos relacionamentos. A seguir são


apresentados alguns exemplos de redes rádio:

Figura 69 ­ Rede de Voz do Cmt SU


88

Figura 70 ­ Rede de Voz do Cmt 1 Pel

Figura 71 ­ Rede de Voz do 1 GC do 1 Pel

Figura 72 ­ Rede de Voz/Dados para GCB


Fonte: O autor utilizando CPA
89

2.7.3.2. Intercomunicador SOTAS M2/IP

O intercomunicador SOTAS, da fabricante THALES, é o sistema que foi


definido como padrão para as viaturas blindadas do Exército Brasileiro. Uma das
razões dessa escolha foi o fato de esse sistema já ser utilizado em mais de 48 tipos
de viaturas militares, dentre elas os blindados ABRAMS, M109, BRADLEY, PIRANHA,
M113 e LECLERC, dispersos em 28 países, com mais de 18 mil unidades já
instaladas. No EB, o sistema já está instalado nas Viaturas Blindadas M113B BR, EE­
11 URUTU, VBTP­MR Guarani e, em um futuro próximo, será instalado nas Viaturas
M109A5+BR
O SOTAS foi desenvolvido inicialmente com a finalidade de funcionar como
intercomunicador dentro de viaturas, blindadas ou não, permitindo a conexão em
tempo real entre o chefe da viatura, o motorista, o atirador e os demais membros da
tripulação. No dia a dia, não é percebida a necessidade de emprego deste tipo de
equipamento. Porém, quando tratamos de viaturas que produzem grande quantidade
de ruído, e uma falha na comunicação pode resultar em fogo amigo, este sistema
passa a ser essencial.
Com a natural evolução tecnológica, o sistema SOTAS foi sendo aprimorado,
incorporando as novas tecnologias disponibilizadas. Hoje, a intercomunicação não se
restringe somente ao carro de combate, mas também à interconexão entre os mais
diversos equipamentos rádio existentes, funcionando também como integrador, bem
como proporcionando interfaces de rede, como switch e roteador, o que permite que
quaisquer dispositivos que funcionem com protocolos TCP­IP possam ser adicionados
ao sistema. Um sistema avançado de redutor de ruído isola o operador dos barulhos
existentes no interior da viatura e reduz a interferência externa sofrida pelo microfone
do operador, separando a voz humana das demais interferências.
Essa flexibilidade permite, por exemplo, que três carros de combate, de
diferentes modelos, como M113B BR, URUTU e Guarani, utilizem o mesmo sistema
tanto para realizar a intercomunicação de suas guarnições (interna), quanto para a
conexão entre esses carros, mesmo que venham a utilizar rádios de diferentes
frequências e fabricantes (externa), além de permitir a conexão de dispositivos que
utilizam protocolos TCP­IP, como computadores e sensores.
Outro fator é a simplicidade e a flexibilidade do sistema. Apesar da aparente
complexidade inerente a qualquer sistema que funcione também como integrador, a
90

interface de comunicação com o usuário é extremamente simples. As conexões da


Unidade de Distribuição de Mídia Central (CMSU) são visualmente iguais, porém só
permitem a conexão dos cabos apropriados à finalidade a que se destinam. Por
exemplo, não é possível utilizar um cabo que deva ser conectado a um equipamento
rádio, que se destina à comunicação somente por voz, seja conectado a uma interface
de dados, e vice­versa. A interface de utilização é extremamente amigável, reduzindo
a operação da maioria dos integrantes da tripulação a uma chave comutadora
(Estação de Equipe ­ CM2) que permite a mudança das funções, e uma Estação
Avançada de Usuário (AUS), que permite um gerenciamento mais amplo ao chefe da
viatura. A flexibilidade do sistema pode ser descrita como um dos brinquedos mais
populares do mundo, os blocos de montagem “LEGO”. É possível acrescentar
camadas conforme a necessidade de qualquer Exército, exatamente como os blocos
de montagem. Sua modularidade permite, por exemplo, que a um sistema projetado
apenas como intercomunicador interno, seja acrescentada outra camada, permitindo
acrescentar uma camada para mais rádios, para switch, para roteadores, etc.
Atualmente o intercomunicador SOTAS, versão somente voz, já está sendo
utilizado nas viaturas URUTU, inclusive nas empregadas nas missões de paz, mais
especificamente no Haiti (desde 2013), e nas viaturas M113B BR (desde 2014) que
passaram recentemente pelo processo de modernização. O sistema M2/IP já foi
definido como padrão para a nova família de blindados GUARANI. Esse sistema tem
por objetivo, além de permitir a intercomunicação da tripulação do carro, integrar
rádios militares, sensores e o computador em que funciona o Gerenciador do Campo
de Batalha (GCB).
91

Figura 73 – Visão Geral do SOTAS M2/IP


Fonte: THALES (2014, slide 9)

Figura 74 ­ Visão geral do SOTAS M2/IP


Fonte: THALES (2014, slide 8)
92

2.7.3.2.1. Unidade de Distribuição de Mídia Central (CMSU IP)

O CMSU IP possibilita a utilização de dispositivos que utilizam protocolo TCP­


IP. Assim, é possível conectar ao intercomunicador, rádios com capacidade de
transmissão de dados, sensores, câmeras, etc. Ainda é possível conectar um
computador, tablet ou notebook para receber e enviar as informações compartilhadas.
A terceira camada funciona de maneira similar a um concentrador de rede
(Switch), interligando os dispositivos que utilizam os protocolos já mencionados,
utilizando diferentes tipos de entrada e saída (ethernet, ótico, dados assíncronos ou
síncronos via rádio).

Figura 75 ­ CMSU IP
Fonte: THALES (2014, slide 16)

2.7.3.2.2. Estação Avançada de Usuário (AUS)

Advanced User Station (AUS), ou Estação Avançada de Usuário, é o meio


utilizado pelo Cmt da Viatura para gerenciar o sistema. O controle do CMSU é
realizado remotamente por esse dispositivo. O design robusto e compacto adapta­se
a todos os carros de combate, sendo possível, inclusive a rotação de sua base, tendo
em vista a necessidade do ajuste de cabos, caso seja necessário.
93

Figura 76 – AUS
Fonte: o autor

2.7.3.2.3. Estação de Equipe (CM2)

A estação de equipe destina­se à operação manual dos demais elementos da


viatura, independente se for o motorista, o atirador ou o Cmt GC embarcado. O
operador do CM2 dependerá do posto onde ele for instalado. Nas viaturas Guarani, o
equipamento está instalado para a tripulação.
O CM2 é composto por uma chave comutadora, que define os elementos que
participam da comunicação, e de chaves seletoras de volume. Na parte superior,
apresenta LED’s que indicam se os elementos selecionados estão ativos ou não na
rede.

Figura 77 ­ CM2
Fonte: o autor
94

2.7.3.2.4. Fones (HS), Microfone e PTT

Os fones (Headseats) do intercomunicador têm a funcionalidade de impedir a


recepção dos ruídos externos (internos da Viatura), permitir a comunicação entre os
elementos da Viatura sem a necessidade de PTT (Push­to­Talk), e ainda permitir a
comunicação com os demais dispositivos conectados no CMSU (Equipamentos
Rádio), utilizando o PTT. Existem diversos modelos de fones, sendo os mais comuns
adotados expostos nas figuras a seguir.

Figura 78 ­ Fones (HS), microfone e PTT


Fonte: THALES (2014)
95

2.7.3.3. Computador Tático Militar (CTM EB)

O CTM EB foi desenvolvido com o objetivo da substituir a importação do


computador Elbit ETC MK­IV. Ele foi inserido no escopo de SisC² da VBTP­MR
Guarani no início de 2014.

Com sua primeira versão feita de forma personalizada para o Exército


Brasileiro (EB), atende aos exigentes requisitos militares do EB e da Otan.
Sua função é ser um terminal de Comando e Controle (C2) capaz de
administrar a comunicação de dados entre os diversos sistemas de veículo
blindado, suas tripulações e as equipes que estão em campo e, ainda, se
interligar por meio de rádios a Centros de C2 de outros escalões de comando.
O CTM equipa a Nova Família de Veículos Blindados de Rodas Guarani,
modernizando a forma de comunicação, cumprindo a função de terminal de
comando e controle. Foi a primeira vez que um blindado brasileiro recebeu
esse tipo de equipamento e também a primeira que ele é produzido no País.
Suas características mais marcantes são a resistência de seus componentes
e a robustez do gabinete, uma peça formada a partir da usinagem de um
bloco maciço de alumínio.
Toda Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do CTM foram realizados pelo setor
de Engenharia da Geocontrol. Ao todo, foram seis meses de estudos e
trabalho. A produção do equipamento no Brasil fortalece a indústria nacional
de Defesa, o que atende o previsto na Estratégia Nacional de Defesa (END).
Além disso, o Guarani é um dos projetos prioritários das Forças Armadas
Brasileiras destacados no Plano de Articulação e Equipamento de Defesa
(PAED) e END. (GEOCONTROL, 2016).

Na época em que era comandante do CCOMGEX (2010 até 2014), o então


General de Divisão Santos Guerra concedeu uma entrevista comentando a respeito
do CTM­EB, transcrita abaixo:

“O CTM1­EB rompeu uma barreira tecnológica”


Ao produzir o CTM1­EB, a Geocontrol responde a uma necessidade
estratégica de Defesa do nosso País, garantindo autonomia e independência
na fabricação de produtos militares. Além disso, mostra que somos capazes
de produzir sofisticados equipamentos de acordo com exigentes requisitos
militares e concorrer e vencer em mercado dominado por grandes empresas
estrangeiras. Abaixo você confere a entrevista com o Comandante de
Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército General Antonino dos Santos
Guerra Neto.
Geocontrol - Qual a importância de ter brasileiros produzindo equipamentos
para a área de Defesa e disputando espaço com empresas estrangeiras?
General Santos Guerra - O fornecimento de equipamentos, com tecnologia
embarcada, para a área de Defesa por parte de uma empresa brasileira nos
garante autonomia, continuidade do fornecimento e independência, mesmo
em situações de crise. Responde a uma necessidade estratégica de um país
da envergadura do Brasil.
Geocontrol - Qual a importância de valorizar a tecnologia nacional na
estratégia de defesa do Exército do nosso país?
General Santos Guerra - A geração de empregos e renda no Brasil, com os
recursos públicos alocados para a Defesa, nos realiza como administrador
desses recursos. É empolgante saber que o mercado nacional pode ser
desafiado a produzir sofisticados equipamentos e responder na altura das
melhores empresas estrangeiras do ramo, não deixando nada a desejar.
Geocontrol - Qual a avaliação que o Exército faz do CTM1?
96

General Santos Guerra - Acreditamos que o CTM1­EB rompeu uma barreira


tecnológica que poderá impulsionar o desenvolvimento de uma série de
produtos que são necessários para o Sistema de Comando e Controle das
Forças Armadas. O CTM1­EB atende com plenitude nossos requisitos
técnicos e estamos muito confiantes de que seremos usuários desse primeiro
computador militar para uma série de sistemas militares embarcados que hoje
carecem de uma solução adequada, produzida no Brasil e com preços
competitivos.
Geocontrol - De que maneira o computador embarcado melhora o trabalho
do Exército Brasileiro?
General Santos Guerra - Essa primeira aquisição do CTM1­EB destina­se
aos nossos novos Blindados Guarani e vai oferecer à guarnição do carro
condições de plena consciência situacional no campo de batalha, operando
o programa C2 em Combate, desenvolvido pelo Exército Brasileiro. O
Ambiente tecnológico do Blindado Guarani é bastante moderno, utilizando
equipamentos de comunicações e intercomunicadores sofisticados, que
necessitavam, para completar o sistema, de um moderno computador
robustecido, seguindo exigentes requisitos militares, para completar as
funcionalidades de comando e controle. (GEOCONTROL, 2016)

Segundo GEOCONTROL (2014, p.3), o CTM é um computador desenvolvido


para ser utilizado em ambientes operacionais militares. Suas características vão
desde a resistência a água e poeira até suportar quedas bruscas e temperaturas
elevadas. Utiliza processadores modernos e tela capacitiva.

Figura 79 ­ CTM­EB
Fonte: GEOCONTROL (2016) e GEOCONTROL (2014, p. 5)

Um dos grandes diferenciais do CTM­EB é a funcionalidade de destruir o cartão


SD12. Assim, é possível destruir permanentemente as informações inseridas pelos
equipamentos rádio no GCB, impedindo o acesso do inimigo a informações sensíveis.

12 Cartões Secure Digital (SD) são pequenos cartões de memória não­voláteis.


97

2.7.3.4. Software Gerenciador do Campo de Batalha (GCB)

O GCB foi desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS),


subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do EB. Segundo Brasil
(2015f, p.2), ele foi concebido para atender às necessidades de comando e controle
nos níveis táticos até subunidade como sistema componente do SisC² da VBTP­MR
Guarani.
O GCB utiliza o Sistema Operacional Linux 64 bits, mais rápido, mais seguro
que outros sistemas operacionais e de código aberto. Na verdade, trata­se de uma
versão do Sistema Operacional Linux Ubuntu 12.04 LTS, sem acesso ao ambiente
gráfico. Assim, para o usuário, aparentemente apenas o GCB é executado no
computador CTM­EB.
Após instalado e configurado, o GCB necessita de alguns parâmetros
especificamente programados no Rádio Harris RF­7800V­V560 para que seja possível
o estabelecimento dos enlaces. Esses parâmetros encontram­se citados em Brasil
(2015f, p. 17) e já estão ajustados na programação feita pelo autor, distribuída para
as OM que estão recebendo as VBTP­MR Guarani com o SisC² já instalado.
Os rádios, ao permitirem a comunicação de dados, estabelecem links de rede.
O GCB interpreta esse sinal como se fosse um cabo de rede (porém via rádio),
interligando os diversos CTM­EB que estão com o GCB instalado. Em outras palavras,
podemos comparar o SisC² da VBTP­MR Guarani como a rede sem fio que
costumamos ter em nossas residências, ressalvadas as devidas proporções. Pode­se
dizer que o GCB (instalado no CTM­EB) representa um computador doméstico, o
SOTAS M2/IP e os rádios representam o roteador sem fio.
O GCB necessita também das configurações de endereçamento IP13 dos rádios
e do próprio GCB, para estabelecer o relacionamento e identificar os elementos de
rede no Software. O anexo C traz um modelo lógico para determinação dos endereços
IP necessários em uma configuração de SU.
Quanto aos Mapas, é possível gerar mapas e importá­los conforme a
necessidade do operador.

13Endereço IP – número de 32 bits composto de quatro octetos (bytes) que identifica


um dispositivo de rede (computador, rádio, impressora, software, etc).
98

Na figura a seguir, é possível identificar algumas informações essenciais que o


GCB transmite ao operador, como conectividade, hora atual, informações das viaturas
(oriundas do MIV), nome do posto e ícones das demais funcionalidades.

Figura 80 ­ Tela de operação do GCB


Fonte: Brasil (2015f, p. 29)

2.7.3.4.1. Módulo de Interfaceamento Veicular (MIV)

No painel do MIV são apresentadas as seguintes informações:


­ relógio (oriundo do bateria interna do CTM­EB);
­ alarmes da viatura: falha no motor, fogo no motor, ameaça biológica ou nuclear
(QBRN) e fogo na cabine; e
­ sensores da viatura: rotação do motor (RPM), velocidade (km/h), temperatura (ºC),
combustível (%).

Figura 81 ­ GCB – MIV


Fonte: Brasil (2015f, p. 30)
99

2.7.3.4.2. Barra de ferramentas Mapas

Essa barra de ferramentas apresenta as principais funcionalidades


relacionadas aos mapas. As ferramentas de régua e curvímetro facilitam o
planejamento das operações.
Barra de ferramentas Zoom in Zoom out
Mapas

Autocentralizar

Figura 82 ­ GCB ­ Barra de ferramentas Mapas – Geral, Zoom in, Zoom out e autocentralizar
Fonte: Brasil (2015f, p. 31 a 36)
100

Régua

Figura 83 ­ Barra de ferramentas Mapas – Régua


Fonte: Brasil (2015f, p. 39 e 41)
101

Curvímetro

Figura 84 ­ Barra de ferramentas Mapas – Curvímetro


Fonte: Brasil (2015f, p. 43)

2.7.3.4.3. Barra de ferramentas das funcionalidades principais

Essa barra de ferramentas apresenta as principais funcionalidades:


­ calcos: permite a criar, editar e apagar calcos;
­ forças inimigas: permite a visualização e o compartilhamento quando da localização
das forças inimigas;
­ mensagens: permite o envio e o recebimento de mensagens;
­ configurações: permite a configuração do sistema;
­ sair: desliga o computador.
102

Funcionalidades principais Forças inimigas plotadas no mapa

Submenu calco

Calco

Mensagem Recebimento de nova mensagem

Figura 85 ­ Principais Funcionalidades ­ Forças Inimigas ­ Calco – Mensagens


Fonte: Brasil (2015f)
103

2.7.3.5. Outros componentes

Além dos componentes principais apresentados anteriormente, faz­se


necessário abordar também outros equipamentos que fazem parte do SisC².

2.7.3.5.1. Módulo de Interfaceamento Veicular (MIV)

Desenvolvido pela IVECO, trata­se do computador de bordo da VBTP­MR


Guarani. Sua interface de dados é conectada ao CMSU do SOTAS, possibilitando que
qualquer dispositivo de rede previamente programado busque informações no MIV.

2.7.3.5.2. Localizador de Norte ­ North Find System (NFS)

Fabricado pela Elbit, o Localizador de Norte permite a geolocalização de


coordenadas e azimutes. É utilizado principalmente com o armamento remotamente
controlado da VBTP­MR Guarani.

Figura 86 – NFS
Fonte: AEL International (2013)

Uma linguagem comum - coordenadas de localização e ângulos


azimutais ­ é o elemento essencial para o gerenciamento no campo de
batalha ­ a capacidade de coordenar todos os elementos do campo de
batalha para o alcance rápido e eficaz dos alvos. A medição das coordenadas
do alvo requer a capacidade de medir a posição azimutal e a própria posição.
Antes do COMET, sensores inertes de custo elevado eram necessários para
a medição azimutal em um ambiente magnético complexo como onde há
veículos de batalha armados. Estas unidades não eram acessíveis para a
maioria das aplicações e assim, uma língua comum não podia ser gerada. O
COMET fornece este recurso para todos os tipos de plataformas de
armamento – com torre e sem torre ­ a um preço acessível e transforma o
campo de batalha digital totalmente coordenado em uma realidade.
(AEL INTERNATIONAL, 2013, p. 2)
104

2.7.3.5.3. O rádio para a tropa desembarcada

Na atualidade, a comunicação da tropa desembarcada com a tripulação da


VBTP­MR Guarani é feita exclusivamente pelo telefone externo. Porém, na concepção
o SisC² buscou­se outras alternativas, como foi apresentado no histórico, do uso do
rádio UHF.
O rádio RF­7800V­V560, existente no Guarani, tem sua versão portátil, o RF­
7800V­HH. As características técnicas são praticamente iguais, sendo perfeitamente
compatíveis, conforme será apresentado a seguir:

Funcionalidade/característica RF-7800V-V560 (Veicular) RF-7800V-HH (Portátil)


Faixa de frequência 30­108 MHz 30­108 MHz
Entrada de energia 20­32 VDC bateria
Peso 11,3 Kg 0,91 Kg (com bateria)
FM voz analógica, FM voz analógica,
FSK (2.4 kbps MELP e 16 kbps FSK (2.4 kbps MELP e 16 kbps
Modos de Transmissão CVSD), FSK/TCM (64 kpbs) CVSD), FSK/TCM (64 kpbs)
SK/TCM (192 kbps) SK/TCM (192 kbps)
Forma de onda BMS Forma de onda BMS
Saída de RF 50 ohms 50 ohms
5W, 20W e 50W, selecionado 0,25W, 2W, 5W e 10W,
Potência de saída
pelo usuário selecionado pelo usuário
Squelch Desligado/sem ruído/tom/digital Desligado/sem ruído/tom/digital
Temperatura de operação ­30ºC a 60ºC ­20ºC a 60ºC (com bateria)
Imersão ­ 5m
Resistência à Umidade 90% (conforme MIL­STD­810) 95% (conforme MIL­STD­810)
Resistência à poeira/areia Conforme MIL­STD­810 Conforme MIL­STD­810
Salto de frequência Quicklook 1A, 2 e 3 Quicklook 1A, 2 e 3
Largura de Banda (dados) Até 192 kbps por IP (ethernet) Até 192 kbps por IP (ethernet)
Largura de Bando do canal 25 Khz ou 75 Khz 25 Khz ou 75 Khz
AES 128/256kbps ou CITADEL I AES 128/256kbps ou CITADEL I
Criptografia
e II® e II®
Vocoder MELP/CVSD MELP/CVSD
GPS Interno Interno
Transmissão de dados e voz
Sim Sim
simultânea
Transmissão de voz em Dual
Sim Sim
PTT
Porta para conexão internet Sim Sim
Utilização por interface WEB Sim Sim
Tabela 28 ­ Comparação RF­7800V­V560 com RF­7800V­HH
Fonte: Harris (2013) e Harris (2013)

Apesar da falta de um rádio UHF, o rádio VHF RF­7800V­HH pode ser utilizado
para as tropas desembarcadas, com total compatibilidade com o SisC² das VBTP­MR
Guarani.
105

Figura 87 ­ Rádio RF­7800V­HH portátil


Fonte: http://en.calameo.com/read/001238206ef0c1faaa57b, p. 16, editado pelo autor, e Harris (2014)
106

3. METODOLOGIA

A presente seção objetiva descrever os procedimentos que serão utilizados


para o levantamento de informações sobre o assunto, na confecção dos instrumentos
de coleta de dados, em sua validação e tratamento. Posteriormente, pela comparação
dos dados obtidos com a Revisão de Literatura, por meio de análise criteriosa, será
possível buscar respostas às questões de estudo e à solução do problema da
pesquisa.

3.1. OBJETO FORMAL DE ESTUDO

Trata­se de estudo bibliográfico e de pesquisa de campo, que terão por método


a leitura exploratória e seletiva de material de pesquisa e a escolha do espaço da
pesquisa, a seleção do grupo de pesquisa, o estabelecimento dos critérios de
amostragem e a definição de instrumentos e procedimentos para análise dos dados.
As fontes de pesquisa serão baseadas em manuais atualizados pelo Centro de
Doutrina do Exército, manuais já consagrados no Exército Brasileiro, manuais
existentes nos demais Exércitos do mundo, e trabalhos acadêmicos do meio civil e
militar.
Como se trata de assunto específico, com poucas publicações a respeito, os
relatórios de desempenho dos equipamentos e de experimentações doutrinárias
realizadas serão fundamentais para a confecção do trabalho. Serão pesquisadas,
para compor a fundamentação literária necessária, as diversas publicações do
Exército, como: a revista Verde Oliva, Atas de Reuniões e documentações diversas
pertencentes ao acervo do Escritório de Projetos do Exército (relacionados ao Projeto
Guarani), da gerência técnica do projeto Guarani na Diretoria de Fabricação do
Exército, da fabricante da viatura e atual integradora do Sistema de Comunicações
IVECO LA, do Centro de Doutrina do Exército e do CCOMGEX. Memórias para
Decisão, relacionadas ao Projeto Guarani, também contribuirão para a formulação do
trabalho.
Tais questionamentos direcionarão a busca pela solução do problema,
estabelecendo relação de causa e efeito entre as variáveis, uma vez que serão
verificadas por instrumentos de coleta de dados, organizando de forma lógica e
buscando facilitar a conclusão a respeito do tema.
107

3.1.1. Definição Conceitual das Variáveis de Estudo

A atual dissertação de mestrado aborda a seguinte temática: Possibilidades e


Limitações do SisC² das VBTP­MR GUARANI no contexto de uma Cia Fuz Mec,
orgânica de um BI Mec, em Operações.
Através do enunciado acima, é possível identificar alguns componentes de
estudo da presente pesquisa. Dentre eles, destacam­se:
­ ambiente/contexto: possibilidades e limitações do SisC² das VBTP­MR
Guarani; e
­ variáveis:
­ “A” ­ operação do SisC² das VBTP­MR Guarani; e
­ “B” ­ a Cia Fuz Mec, orgânica do BI Mec, em Operações.
A relação existente entre as duas variáveis observadas auxiliará na solução do
problema de pesquisa, uma vez que ambas são parte integrante do problema e
possuem entre si uma relação de causa e efeito, a qual pode ser enunciada da
seguinte maneira:
­ a variável “A”, quando modificada, trará mudanças na ocorrência da variável
“B”. No sentido inverso, essa relação não é observada. Por isso, “A” é denominada
variável independente; e
­ a variável “B”, quando modificada, não trará mudanças na ocorrência da
variável “A”, no atual contexto. Assim, “B” é denominada variável dependente.
Visando melhor compreensão da importância dessas variáveis (dependente e
independente), durante a execução do trabalho de pesquisa, serão identificadas e
apresentadas a definição conceitual de cada uma delas.
Variável Independente: operação do SisC² das VBTP­MR Guarani.
Compreende­se por operação do SisC² das VBTP­MR Guarani as atividades
relacionadas à utilização dos meios de Tecnologia da Informação e Comunicações
(TIC) existentes no atual projeto das VBTP­MR Guarani, conforme detalhado na
revisão de literatura. A operação do SisC² visa extrair o máximo das potencialidades
já existentes, em proveito da Cia Fuz Mec, orgânica do BI Mec, em Operações.
Variável Dependente: A Cia Fuz Mec, orgânica do BI Mec, em Operações.
Define­se a Cia Fuz Mec, orgânica do BI Mec, em Operações, como a fração
militar composta por um efetivo de pessoal (companhia), e material (VBTP­MR
Guarani) determinado, com uma característica especial atribuída (mecanizada), com
108

o SisC² específico para permitir o C² entre os diversos níveis, denominados como


superior (BI Mec) e subordinado (Pel Fuz Mec e GC).

3.1.2. Conceito Operacional das Variáveis de Estudo

Realizada a definição conceitual das variáveis da presente dissertação, cabem


as seguintes perguntas:
­ Que fatores influenciam cada variável?
­ Essa influência pode ser medida?
As respostas a essas perguntas serão fornecidas por intermédio dos quadros
de definição operacional das variáveis de estudo:

Variável Dimensão Indicadores Forma de Medição


­ Características técnicas dos rádios,
Meios de TIC
intercomunicador, Tablet Robustecido e ­ Revisão de Literatura
existentes
Software Embarcado;
Operação ­ Grau de conhecimento da utilização dos
do SisC² rádios;
das ­ Grau de conhecimento da utilização do
Capacitação
VBTP­MR intercomunicador;
dos ­ Questionário
Guarani ­ Grau de conhecimento da utilização do Tablet
operadores
Robustecido;
­ Grau de conhecimento do Sotware
embarcado;
Tabela 29 ­ Definição Operacional da Variável Independente
Fonte: o autor

Variável Dimensão Indicadores Forma de Medição


­ Composição efetivo de
A Cia Fuz Mec, ­ Efetivos previstos; ­ Revisão de Literatura
pessoal
orgânica do BI Mec,
­ Composição do efetivo ­ VBTP­MR Guarani
em Operações. ­ Revisão de Literatura
de material previstos
Tabela 30 ­ Definição Operacional da Variável Dependente
Fonte: o autor

3.2. AMOSTRA

A amostra para a pesquisa será composta pelos militares e civis com


experiência relacionada ao SisC² da VBTP­MR Guarani, seja por participarem do
Projeto Estratégico Guarani, por estarem servindo em OM contemplada com o
recebimento das VBTP­MR com o sistema instalado, por terem participado do Estágio
Emergencial de Comando e Controle em Viaturas Blindadas (EsCom, 2015), do
Estágio de Comando e Controle em Viaturas Blindadas (BEsCom, 2016), seja por
terem realizado outros cursos/estágios relacionados ao tema.
109

3.3. DELINEAMENTO DA PESQUISA

Será realizada uma pesquisa aplicada de cunho qualitativo descritivo por meio
de revisão literária, aplicação de questionários e entrevistas, valendo­se do método
indutivo para generalizar os resultados obtidos para os integrantes da população
objeto, bem como a participação deste autor em experimentações doutrinárias
relacionadas ao assunto.
A técnica de pesquisa com revisão da literatura do estado da arte e os
instrumentos de coletas mencionados fornecerão dados de militares com experiência
na atividade objeto do estudo, visando responder às questões de estudo e apresentar
resultados presenciados pela amostra, procurando preencher as lacunas do
conhecimento sobre o assunto.
Os instrumentos de coletas de dados bem como os de medidas visam
estabelecer relação entre a variável dependente e independente, verificando relação
de causa­efeito e em que prováveis dimensões uma afeta a outra.
O corte cronológico será a partir do ano de 2010, tendo em vista a realização
dos primeiros testes individualizados dos equipamentos que compõem o SisC² terem
ocorrido a partir daquele ano. A amostra será avaliada próxima à data da conclusão
do trabalho, pois, durante este período (2016), haverá uma tendência de aumento da
população a ser pesquisada, levando em conta a difusão do conhecimento e a
distribuição de VBTP­MR Guarani com o sistema instalado, fato que provocará a
busca pelo conhecimento. Além disso, está prevista a realização de uma
experimentação doutrinária de Cia fuz mec e BI Mec, com aproximadamente 50
(cinquenta) VBTP­MR Guarani com o SisC² já instalados, no Campo de Instrução de
Barão de São Borja (SAICÃ), em Rosário do Sul­RS, de 10 a 22 de novembro de 2016.

3.3.1. Procedimentos para a Revisão de Literatura

Para a busca de informações, serão reunidos os manuais de campanha que


tratam sobre o estado da arte nos assuntos de interesse e citados nas fontes de busca.
Serão procurados artigos recentes que tratam sobre o assunto na rede mundial de
computadores, “internet”.
Para a definição de termos, redação do Referencial Teórico e estruturação de
um modelo teórico de análise, que viabilizasse a solução do problema de pesquisa,
será realizada uma revisão de literatura com a seguinte estrutura:
110

a. Fontes de busca
­ Manuais de Campanha sobre Infantaria, Infantaria Blindada, Infantaria
Mecanizada e Operações;
­ Livros e monografias da Biblioteca da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
e da Biblioteca da Escola de Comando e Estado­Maior do Exército;
­ Monografias do Sistema de Monografias e Teses do Exército Brasileiro; e
­ Questionários e entrevistas.
b. Estratégia de busca para as bases de dados eletrônicas.
A busca em base de dados eletrônica será feita em computadores da Biblioteca
da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), que possuem banco de trabalhos
acadêmicos de anos anteriores.
Na rede mundial de computadores, “internet”, serão utilizados os seguintes
termos descritores: "Projeto Guarani, Companhia de Fuzileiros Mecanizada, Infantaria
Mecanizada, operações militares, Gerenciador do Campo de Batalha,
Intercomunicador SOTAS e Rádio Harris RF­7800V­V560/V511", para busca em
páginas de pesquisa, respeitando as peculiaridades de cada base de dados.
Após a pesquisa eletrônica, as referências bibliográficas dos estudos
considerados relevantes serão revisadas, no sentido de encontrar artigos não
localizados na referida pesquisa.

3.3.2. Procedimentos Metodológicos

Com a revisão literária e a coleta de dados, buscar­se­á obter condições de


formular os instrumentos de coleta de dados propostos. As fontes de dados, no
primeiro momento, são os manuais de campanha, que refletirão o estado da arte em
termos de doutrina militar. Em seguida, consulta a trabalhos acadêmicos de outros
militares que pesquisaram problemáticas similares e relatórios de experimentações
doutrinárias, que validaram o estado da arte desejado ou o refutaram, fruto da
incapacidade do SisC² ou da falta de experiência para seu uso pleno.
Os militares que serão alvos dos questionários e entrevistas constituirão outra
fonte de dados de relevância para a pesquisa. Como estratégia para coleta dos dados,
buscar­se­á aplicar a militares que tenham experiência em, no mínimo, um
equipamento que compõem o SisC². Conforme o grau de experiência, será possível
também avaliar o desempenho do SisC², comprovando ou não que se o conhecimento
111

prévio dos equipamentos, aliado à experiência prática, apresenta resultado superior


em relação a apenas à experiência prática.
Por fim, a Experimentação Doutrinária que será realizada em Rosário do Sul­
RS, de 10 a 23 de novembro de 2016, será uma grande oportunidade para o teste do
SisC² existente.
Para obtenção de dados e fontes, seguir­se­ão os seguintes critérios:
Critérios de inclusão:
­ Manuais, trabalhos acadêmicos, relatórios diversos, relatórios de
experimentação doutrinários, manuais técnicos, Atas de Reunião, Memória para
Decisão, Revistas, Publicações Diversas, acervos documentais, entre outros,
publicados a partir de 1999 até o período da conclusão do trabalho (2016).
­ Manuais, trabalhos acadêmicos e relatórios ou estudos publicados em
português, espanhol, alemão, italiano ou inglês.
­ Militares com experiência em, no mínimo, um equipamento que compõe o
SisC² da VBTP­MR Guarani.
Critérios de exclusão:
­ Manuais e outros documentos publicados antes de 1999.

3.3.3. Instrumentos

Para coleta de dados, será aplicado um questionário on­line com uma série
ordenada de perguntas a serem respondidas objetivamente pelo pesquisado. O
questionário é limitado em extensão e com instruções básicas para preenchimento,
não sendo obrigatório responder a todos os questionamentos.
As instruções visam explicar o propósito de aplicação do instrumento,
ressaltando a importância da colaboração do entrevistado, conforme orientação do
Manual de Metodologia da Pesquisa Científica da EsAO (2006).
Com as questões a serem levantadas, pretende­se conseguir uma mensuração
coerente e lógica da variável dependente e independente do problema estudado. Tal
mensuração será perseguida, tabulando­se dados levantados das opiniões dos
militares que forem voluntários a participar da pesquisa.
Os instrumentos de coleta de dados visarão apoiar na identificação das
possibilidades e limitações do SisC².
112

3.3.4. Análise de Dados

Serão verificadas as possibilidades e limitações encontradas no SisC² da


VBTP­MR Guarani, que serão comparadas ao Estado da Arte Factível desejado desde
a concepção da arquitetura do sistema e nos Requisitos Operacionais Básicos já
aprovados.
Com os dados levantados, será utilizada a estatística descritiva que tem a
premissa básica de sintetizar valores de mesma natureza, sendo possível ter uma
visão da variação desses valores, organizando e apresentando os dados de três
formas: tabelas, medidas descritivas e gráficos.
O tratamento estatístico descritivo dos dados levantados na pesquisa será
realizado com auxílio de Software de análise estatística gerados a partir de
questionários on­line que serão empregados. Assim será possível demonstrar
graficamente tendências centrais de opiniões dos militares participantes do estudo.
113

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir serão apresentados e discutidos os resultados da pesquisa


bibliográfica e documental realizada, bem como dos questionários e resultados das
experimentações doutrinárias relacionadas ao assunto.
Este tópico visa verificar quais são as possibilidades e limitações do SisC² da
VBTP­MR Guarani, no contexto de uma Cia Fuz Mec, orgânica de um BI Mec, em
Operações. Para atingir o objetivo da presente seção, os dados obtidos foram
analisados e serão apresentados e discutidos a seguir.

4.1. COMPARAÇÃO ENTRE A CIA FUZ MEC EM DIFERENTES EXÉRCITOS E


NO BRASIL

As Cia Fuz Mec em diferentes Exércitos são bastante semelhantes. No quadro


resumo a seguir, é possível identificar mais facilmente as similitudes e diferenças:

Exército/País Composição da Cia Fuz Efetivo Viaturas Tipo de Viatura Blindada


Mec da Cia Fuz Mec
Brasil ­ 3 Pel Fuz Mec VBTP­MR Guarani
­ 1 Sec Cmdo 14
­ 1 Pel Ap
Brigada ­ 3 Pel Fuz Mec Stryker ICV (M1126)
Stryker/EUA ­ 1 Pel MGS Stryker MGS (M1128)
17
­ 1 Sec Morteiros
­ 1 Turma de Caçadores
Inglaterra ­ 3 Pel Fuz Mec LAV III Piranha
1014
­ 1 Sec Ap
França ­ 3 Pel Fuz Mec AMX 10P, sobre lagartas
­ 1 Sec Cmdo 16
­ 2 Sec Morteiros Médios
Espanha ­ 3 Pel Fuz Mec M113 ou BMR600
­ 1 Sec Cmdo ­
­ 1 Pel Ap
Itália ­ 3 Pel Fuz Mec SUPER AV
­ 1 Sec Cmdo 16
­ 1 Pel Ap
Argentina ­ 3 Pel Fuz Mec VBTP TAM
­ 1 Seç Cmdo ­
­ 1 Pel Ap
Uruguai ­ 3 Pel Fuz Mec VBTP TBP M64
­
­ 1 Seç Cmdo
Tabela 31 ­ Quadro comparativo da constituição da Cia Fuz Mec em diferentes Exércitos
Fonte: o autor

14Cálculo deduzido pelo autor, em função da capacidade das viaturas e do efetivo


previsto.
114

De maneira genérica, as Cia Fuz Mec são constituídas por três Pel Fuz Mec,
cada um com três GC, normalmente com nove homens cada. O GC é a fração
essencial de combate do Pel Fuz Mec. A Sec Cmdo (ou Gp Cmdo) é responsável
pelas funções inerentes ao Cmdo da Cia Fuz Mec. As estruturas de apoio,
relacionadas à logística, armas anticarro, morteiros ou caçadores, concentram­se em
um Pel Ap ou em seções específicas, diretamente subordinadas ao Cmdo da Cia Fuz
Mec.
Assim, pode­se concluir parcialmente que as composições da Cia Fuz Mec nos
diversos Exércitos ao redor do globo, inclusive no EB, seguem um padrão lógico que,
por sua vez, demandam um SisC² muito semelhante. Assim as ligações entre as 14
VBTP­MR existentes em uma Cia Fuz Mec são uma necessidade básica para o efetivo
comando e controle da SU.

4.2. COMPARAÇÃO ENTRE A COMPOSIÇÃO DO SISC² DA VBTP­MR GUARANI


E OUTRAS VIATURAS

A base de qualquer SisC², para qualquer tipo de aplicação, é o meio de


transmissão das informações que circulam no sistema. No caso do SisC², utilizado
nas VBTP­MR Guarani, o meio é o rádio.
O meio rádio a ser utilizado é diretamente dependente da frequência que será
necessária, conforme necessidade doutrinária específica. De maneira geral, pode­se
dizer que uma frequência mais baixa tem uma menor capacidade de transmissão de
dados, porém atinge distâncias maiores; enquanto frequências mais altas atingem
distâncias menores, no entanto apresentam maior capacidade de transmissão de
dados. Outras variáveis também precisam ser consideradas, como os amplificadores
de potência, que ampliarão o alcance de determinada frequência, e o tipo de antena,
que acarretará em maior ou menor ganho. Tudo isso influencia na escolha de qual
equipamento deve mobiliar determinada viatura e reflete no custo benefício, pois pode
duplicar ou quadriplicar a necessidade de investimento.
As VBTP­MR Guarani são dotadas de dois rádios VHF, com amplificação de
potência de 50 Watts e antena vertical. Até o presente momento, não há outro tipo de
rádio no SisC², embora estejam sendo realizados estudos para implementação de um
rádio UHF, conforme já existia na concepção inicial do SisC², visando atender, da
melhor forma, a tropa desembarcada.
115

A escolha desse equipamento ocorreu devido a diversos fatores.


Primeiramente, devido à doutrina, já que a frequência desse equipamento rádio é a
prevista para comunicações nível SU. A padronização, no âmbito do EB, de
equipamentos rádio VHF de um mesmo fabricante (Harris), variando somente o
modelo conforme cada finalidade, possibilitou a interoperabilidade entre as frações.
Apesar de ainda não ter sido implantado um rádio UHF para a tropa desembarcada,
o rádio VHF portátil é perfeitamente compatível, conforme detalhado na revisão de
literatura.
As Medidas de Proteção Eletrônicas (MPE) existentes, como salto de
frequência e criptografia, possibilitam a segurança necessária para a efetiva
comunicação entre as VBTP­MR Guarani. O software GCB, inclusive, só permite a
troca de dados entre os terminais quando a comunicação via rádio é criptografada.
Pelo fato de a frequência de VHF ser utilizada tradicionalmente em todos os
Exércitos, o custo dos equipamentos (cerca de USD 18.200,00 cada), apesar de
aparentemente elevado, é compatível com os valores de mercado e, quando
comparado a outros equipamentos que utilizam novas tecnologias, como os rádios
multibanda (HF/VHF/UHF), por exemplo, esses valores são facilmente superados
(hoje aproximadamente USD 40.000,00 cada, dependendo do modelo). O custo
benefício, nesse caso, pode praticamente duplicar o custo de todo o SisC².
Essa padronização de equipamentos facilitou a logística relativa a suprimento
e manutenção. Assim foi possível concentrar a aquisição de conjuntos e suprimentos,
possibilitando melhores condições de negociação junto aos fornecedores e
compensações contratuais devido aos altos valores envolvidos. Como exemplo, pode­
se citar que, somente em 2016, foram adquiridos cerca de 200 conjuntos rádio para
VBTP­MR Guarani, que serão instalados ao longo dos próximos anos (2017/18), ao
custo de aproximadamente USD 3,6 milhões. Como exemplo de compensação
financeira, há a possibilidade de capacitação de pessoal e fornecimento de
suprimentos sem custos para o EB, como já realizado em oportunidades passadas.
Há ainda aspectos que facilitam a manutenção desses equipamentos, pois a
capacitação é concentrada em apenas um tipo de equipamento de um único
fabricante. A alta complexidade tecnológica e o alto custo de bancadas de
manutenção (aproximadamente USD 1 milhão cada) forçaram a concentração em
determinados locais, como alguns Parques Regionais de Manutenção, além do
próprio CCOMGEX, excluindo os Batalhões Logísticos da cadeia de manutenção Cl
116

VII, ficando estes responsáveis por identificar qual dos equipamentos do SisC²
apresenta pane. Além disso, instituiu­se a troca direta, já prevista na doutrina de
logística, a qual prevê que, quando determinado equipamento ficar indisponível por
tempo maior que o aceitável (normalmente por estar aguardando determinado
suprimento), troca­se diretamente o conjunto ou a parte dele que se encontra com
defeito, possibilitando assim a disponibilidade do SisC² no mais curto prazo possível.
Das viaturas apresentadas na revisão de literatura, é possível gerar o
seguinte quadro resumo:

Viatura Rádios Intercom Computador Software para


Mecanizada/ (faixa de Campo de
Blindada frequência) Batalha
LAV III VHF e HF Sim Sim Sim
LAV III H VHF Sim Sim Sim
LAV II VHF e HF Sim ­ ­
LAV II H ­ ­ ­ ­
Stryker ICV VHF e UHF Sim Sim Sim
Patria AMV VHF ­ ­ ­
Pandur II ­ ­ ­ ­
Boxer APC
VHF e UHF ­ ­ ­
Variant
Bushmaster VHF, HF e UHF ­ ­ ­
GIAT VAB ­ Sim ­ ­
VBCI ­ Sim Sim Sim
Bradley VHF Sim Sim Sim
Super AV ­ ­ ­ ­
M113B BR VHF Sim ­ ­
Urutu VHF Sim ­ ­
VBTP­ MR
VHF (2) Sim Sim Sim
Guarani
Tabela 32 ­ Comparação dos SisC² de diferentes tipos de viaturas
Fonte: O autor

A existência de rádios HF na constituição dos SisC² de diferentes Exércitos leva


à conclusão de que eles são utilizados para comunicações por voz a longas distâncias,
pois a capacidade de transmissão de dados é bastante limitada nessa faixa de
frequência. São provavelmente utilizados para comunicação da Cia Fuz Mec com os
BI Mec ou com a Bda Inf Mec.
Os rádios VHF existentes são utilizados para comunicação entre as Viaturas
de uma mesma Cia Fuz Mec e entre as Cia Fuz Mec e o BI Mec. Como dispõem de
uma capacidade razoável de transmissão de dados, são utilizados como meio de
117

comunicação de dados do SisC² (transmissão de mensagens, imagens, calcos,


geolocalização etc).
Já os rádios UHF são utilizados pela tropa desembarcada. O pequeno volume
e a tecnologia já consagrada facilitam a integração do soldado desembarcado com o
SisC².
Quanto aos demais componentes (intercom, computador e software
embarcado), pode­se observar que a maioria das viaturas pesquisadas apresentam
composição similar, já que são itens básicos para o funcionamento de um SisC².
Assim, pode­se concluir parcialmente que o SisC² da VBTP­MR Guarani está
em sintonia com os demais sistemas utilizados no mundo. Os equipamentos rádio que
constituem esse SisC² atendem à necessidade de comunicações, de acordo
apresentado na figura 19 (Distâncias rede rádio – BI Mec e Cia Fuz Mec), de 30 Km
de frente por 20 Km de profundidade. Ao ser analisada a tabela 4 (Distâncias em
Operações), nas operações de vigilância, os alcances podem ser prejudicados, pois
necessitam de enlaces de até 64 Km. Porém, o intercomunicador existente pode ser
utilizado na função repetidora. Isso duplica o alcance do rádio e, como em virtude da
longa distância o rádio já não conseguiria realizar a transmissão de dados, não há
impacto relevante no sistema, mas uma alternativa de uso, que demanda a
capacitação dos operadores para seu uso efetivo.
Assim, é uma possibilidade do SisC² estabelecer enlaces de comunicações por
até 30 Km de frente e 20 Km de profundidade. Como limitação, o SisC² pode
estabelecer ligações por voz de até 64 Km de distância, sem transmissão de dados,
com o uso do recurso de repetidora oriunda do intercomunicador.

4.3. A EXPERIMENTAÇÃO DOUTRINÁRIA DE PEL FUZ MEC, REALIZADA EM


APUCARANA­PR, DE 17 A 19 DE MAIO DE 2016

A seguir serão transcritos os documentos relativos à experimentação, visando


subsidiar a análise de seu conteúdo no decorrer do capítulo.
A citada experimentação buscou responder os seguintes objetivos:
3. OBJETIVOS
a. Retomar os trabalhos de Expr Dout do Pel Fuz Mec que necessitem de
diligências complementares, a fim de obter números que embasem um apoio
científico e estatístico para a futura validação;
b. Retificar, ratificar ou complementar os conhecimentos obtidos nas
atividades de Expr Dout de anos anteriores, principalmente nas que utilizaram
a VBTP­MR Guarani;
118

c. Complementar os Dados Médios de Planejamento (DAMEPLAN) do Pel


Fuz Mec;
d. Levantar subsídios para a elaboração ou atualização de cadernos de
instrução, de manuais de campanha e de outros documentos doutrinários;
e. Identificar as táticas, técnicas e procedimentos (TTP) relacionados com
o Pel Fuz Mec e o uso dos modernos Materiais de Emprego Militar (MEM) de
dotação;
f. Consolidar os conhecimentos obtidos em anos anteriores,
proporcionando ao mesmo tempo adestramento dos recursos humanos com
os MEM que serão empregados na Inf Mec;
g. Identificar problemas e propor soluções para o prosseguimento da Expr
Dout nos demais escalões da Função de Combate Movimento e Manobra
(Cia Fuz Mec e BI Mec).
h. Identificar as táticas, técnicas e procedimentos (TTP) relacionados com
a Cia Fuz Mec e o BI Mec no uso dos modernos Materiais de Emprego Militar
(MEM) de dotação.
i. Consolidar os conhecimentos obtidos em anos anteriores.
j. Identificar problemas e propor soluções para o prosseguimento da Expr
Dout nos demais escalões da Função de Combate Movimento e Manobra
(Cia Fuz Mec e BI Mec).
(BRASIL, 2016c, p. 2)

Para atingir os objetivos propostos, foram estabelecidos Elementos Essenciais


de Informações Doutrinárias (EEID), que foram avaliados e respondidos conforme
apresentados a seguir:
EEID 06

Com a evolução tecnológica, que trouxe novos MEM para o Sistema


Operacional Manobra, existem cargos no Pel Fuz Mec que podem ser
eliminados ou mesmo criados?

Objetivos

Levantar a viabilidade de inclusão ou supressão de cargos no Pel Fuz Mec


em razão da necessidade de operar de forma eficaz os novos MEM do Pel
Fuz Mec em uma operação de bloqueio e controle de estrada e em um
patrulhamento ostensivo mecanizado.

Tarefas a serem executadas Níveis a serem atingidos

1Retificar ou ratificar a proposta de QCP 1.1 Verificar a necessidade de


elaborada pelo EME considerando a cada VBTP possuir outros
necessidade de militares aptos a operar elementos habilitados a
o MEM de dotação do Guarani operar o Sis Com e GCB.
Resposta:
1.1 Referente à instrução, foi verificada a necessidade de o Cmt Carro possuir
um conhecimento mais aprofundado em relação ao funcionamento do Sistema
de Comando e Controle (Sis C2). Ocorrem situações em que há a
necessidade de se transitar entre canais diante da possibilidade de o Cmt via
a assumir outras atribuições no decorrer da missão. Sugerimos ainda, que
exista dentro de cada Grupo de Combate 1 (um) militar habilitado a operar o
Sis C2 para que eventuais panes de maior complexidade que possam ocorrer
durante a missão sejam sanadas, principalmente quando a fração atuar de
forma descentralizada. Nesse sentido, salvo melhor juízo, consideramos que
um Cb Cmt de esquadra, dada a complexidade de uso do material em questão,
seria o militar mais adequado a assumir esse encargo dentro do GC.
119

O EEID 06 ratificou dificuldades quanto a operação e capacitação. Como é


citado na resposta, faz­se necessário que no mínimo dois militares tenham
conhecimento avançado do SisC², preferencialmente o Cmt GC/Cmt VBTP e o Cmt
Esquadra, sendo que este último deve ter conhecimento ainda mais aprofundado
visando sanar panes que por ventura venham a ocorrer.
EEID 07

Os meios de comunicações atualmente “embarcados” e existentes nas atuais


para estabelecimento de ligações com a Cia Fuz e mesmo com o BI Mtz, são
suficientes e seguros/eficientes para o futuro Pel Fuz Mec? Observação:
deve­se buscar levantar DAMEPLAN.

Objetivos
Levantar as possibilidades e limitações de emprego dos meios de
comunicações orgânicos da Cia Fuz Mtz operando em um PBCE e em um
Patrulhamento Ostensivo Mecanizado.
Tarefas a serem executadas Níveis a serem atingidos

Resposta:
O único equipamento rádio disponível na OM para emprego em operações
militares corresponde à Rádio Falcon II que pode ser empregada em conjunto
com o Sis Com do Guarani. Assim sendo, esse EEID será trabalhado no EEID
11.

Observações
Limitadores do EEID
A OM não possui meio físico disponível (Central Telefônica) para dispor de
meios físicos durante a ocupação de um PBCE.

EEID 11
Essas novas VBTP­MR, previstas para mobiliar as tropas da Inf Mec, são
adequadas para atender o futuro Pel Fuz Mec? E seus meios de comunicação
“embarcados”, são suficientes, seguros e eficientes?
Objetivos
Levantar as possibilidades e limitações do material de comunicações
embarcado na VBTP Guarani e as particularidades de seu uso em um PBCE
e em um Patrulhamento Ostensivo Mecanizado.
Tarefas a serem Níveis a serem atingidos
executadas
1 Levantar as 1.1 Verificar quais adequações seriam necessárias
características, no Programa Padrão de Instrução a fim de
possibilidades e habilitar um elemento do GC na operação dos
limitações dos Sis C² do Guarani.
Sis Com que
equipam as 1.2 Verificar qual a distância máxima de utilização
VBTP Guarani e do Sis Com do Guarani (Falcon II e Falcon III)
seu uso em um para utilização em uma área edificada.
ambiente 1.3 Verificar a possibilidade de operar um Posto
urbano. Rádio Móvel para comunicações com o Esc Sup
dentro do Guarani.
120

1.4 Quais os impactos ou necessidade de ajustes na


utilização dos sistemas de antenas (fechada ou
aberta) do Guarani em uma operação de
Patrulhamento.

Resposta:
1.1 – Referente à instrução foi verificado a necessidade de o Cmt de carro
possuir um conhecimento mais aprofundado sobre a forma de operação do
Sis C2. Sugerimos que, o Programa Padrão de Instrução contemple os
seguintes assuntos:
P/ Comandante de Carro: Operações e Manutenção da rede de voz,
Operação do GCB, Resolução de Panes básicas.
P/ Atirador e Cb Cmt de Esquadra: Operação da rede de voz.
P/ Motorista: Operação Básica da rede de voz.
Demais elementos Mecanizados: Apresentação dos Componentes do
Sistema.
1.2 – Segundo o manual técnico do equipamento rádio, as distâncias de
utilização são: Rádio veicular entre 20 e 24 Km de distância desde que a
antena esteja esticada e em ângulo correto. O rádio portátil possui uma
utilização entre 8 e 12 km de distância. Devido a algumas peculiaridades da
área edificada, como a existência de redes de alta tensão, lugares com
variadas edificações, presença de antenas de alta potência, entre outras,
essas características proporcionam perda do seu alcance total do
equipamento rádio, diminuindo o raio de alcance de cobertura das
Comunicações. Ao testarmos o Sis C2 em contato com o rádio portátil,
verificamos um raio de alcance girando de 6 km com antena ancorada e 9 km
com antena erguida. A rádio da VBTP em contato com outra VBTP foi
possibilitou um alcance de 9 km com antena ancorada e 12 com ela erguida
em uso normal.
1.3 – O posto rádio móvel constituiu, no exercício, uma boa alternativa para
utilização e gerenciamento do Sis C2 em uma operação que venha a envolver
longas distâncias. Para sua operação em Vtr Mtz, seriam necessárias viaturas
que possuíssem o Módulo Operacional de Comunicações e rádio veicular
compatível com o do Sis C2 do Guarani. Outra forma de utilização
experimentada foi a utilização do Guarani como posto rádio. Houve
dificuldades nessa situação pelo fato de ainda não possuirmos uma VBTP
Guarani adaptada para ser uma Vtr de posto rádio. Observamos que ao
empregarmos uma VBTP comum com esse propósito, além do evidente
subemprego, teríamos a necessidade de efetivo considerável do Pel sendo
designado apenas para prover a segurança do posto rádio.
1­4 – Durante a realização do Exercício, levantamos algumas dificuldades
relacionadas à operação do Sis C2 que, salvo melhor julgamento, poderiam
ser aperfeiçoados. Tais dificuldades consistem em:
1.4.1 – Headset – Há uma constante reclamação dos operadores do
Sistema com relação a tal componente pois o tamanho do mesmo dificulta a
colocação e retirada do capacete além de causar um considerável nível de
desconforto ao operador.
Sugestão: Aquisição de Capacetes que se adequem a tal componente ou a
troca do tipo de headset por um menor que possa se adequar aos capacetes
que usamos atualmente. A própria família dos Falcon’s disponibiliza vários
modelos que seriam mais viáveis, para que em um eventual combate urbano,
ao desembarcar, os operadores pudessem usar o mesmo equipamento sem
a necessidade de retirá­lo e, nesse caso, apenas retirar o conector do rádio
da VBTP e acoplá­lo no equipamento portátil, o que daria a esse componente
uma excelente consistência operacional.
1.4.2 Antena – Este componente tem apresentado alguns problemas aos
operadores pelo fato do mesmo não possuir ajuste de altura e apenas de
inclinação, o que no combate urbano obriga o operador a utilizá­la de forma
ancorada para que não haja colisão com os muitos obstáculos encontrados
nas vias urbanas, tais como fios de alta tensão, fios telefônicos dentre outros.
121

Desta forma a Antena tem comprometida sua parte física pois a mola da base
pode com o tempo, pelo fato da antena andar sempre ancorada, perder sua
elasticidade comprometendo assim a correta posição da Antena na posição
vertical. Tecnicamente, o raio de alcance da Antena fica comprometido pois,
estando ancorada, a antena permanece quase que totalmente na posição
horizontal fazendo com que boa parte das ondas refletidas pela Antena vá ao
solo. Tal ação influencia diretamente no alcance da antena e causa também
indiretamente uma limitação operacional, pois o raio de cobertura do Sis C2
será diminuído.
Sugestão: Mudança da Antena para um modelo hidráulico para que possa ser
regulada a altura sem comprometê­la fisicamente e sem comprometer sua
utilização operacional.
1.4.3 – Rádio Portátil – Outra queixa por parte dos operadores e que
verificamos foi com relação ao rádio portátil. Atualmente utilizamos o modelo
Falcon III 7800V HH, rádio extremamente eficiente tecnicamente pois se
comunica muito bem com o rádio da VBTP Guarani (mesmo porque é o
mesmo rádio apenas na versão portátil). Porém, no quesito operacional,
consideramos que o referido apresenta dificuldades causadas pelas suas
dimensões comprometendo a portabilidade do operador. Apesar de ser um
rádio tecnicamente portátil suas dimensões e de sua antena dificultam
bastante a operação principalmente no combate urbano no qual o operador já
possui um equipamento individual mais complexo (colete balístico, colete
tático, etc). Logo o rádio nesse contexto está se tornando um fator mais
adverso do que favorável para o operador pelos fatores citados anteriormente.
Sugestão: A troca desses rádios por outros portáteis da mesma família Falcon
(que falem com os da VBTP guarani) de dimensões menores e que realmente
permitam a boa portabilidade para o operador de preferência com Headset,
pois torna fácil e intuitiva as comunicações para a tropa elevando bastante o
nível operacional da mesma.

Já no EEID 11, ao ser avaliada a necessidade de capacitação para operação


do SisC², é possível identificar que a responsabilidade pelo conhecimento mais
aprofundado está sendo atribuído ao Cmt GC/Cmt VBTP, sendo atribuído ao Cb Cmt
Esquadra apenas o conhecimento das redes de voz. Isso demonstra certa indefinição
quando se trata da responsabilização pela necessidade de conhecimento que será
fruto das futuras capacitações a serem realizadas conforme o que será previsto no
Programa Padrão de Instrução.
As operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) têm sido executadas com
maior frequência pelas Forças Armadas nos últimos anos. Esse tipo de operação
insere um elemento limitador no SisC² da VBTP­MR Guarani: as fontes de
interferência, geralmente caracterizadas por áreas edificadas, cercas, fios elétricos
etc. Em sua concepção, não houve a previsão de emprego da VBTP­MR
especificamente em áreas urbanas. Por essa razão, o rádio VHF existente na viatura
não é o mais apropriado para esse tipo de operação, razão pelo qual não foi o
escolhido pelo EB para essa finalidade. Como pode ser constatado no EEID 11, o
alcance do equipamento rádio, durante os testes, foi reduzido à metade do previsto
em manual. A antena, devido a sua dimensão (quase 3 metros de altura), transforma­
122

se em um elemento complicador nos deslocamentos urbanos, visto que


frequentemente pode esbarrar nos obstáculos, vindo a ser danificada ou colocando
em risco a própria viatura e sua tripulação como quando, por exemplo, venha
eventualmente tocar a fiação elétrica. Além disso, quando necessária sua fixação para
realização de deslocamentos, a posição em que a antena é fixada diminui o ganho e,
consequentemente, o alcance.
O rádio portátil, cujo alcance também é reduzido nesse tipo de operação,
apresenta sua antena (na versão portátil) como complicador, pois, devido à frequência
(VHF), tem dimensão considerável (cerca de 1,5 metros), o que provoca transtornos
para a tropa desembarcada quando de seu manuseio, pois além do rádio também faz­
se necessária a operação de diversos equipamentos.
Quando ao headset, ou combinado de cabeça, o modelo adquirido não é
perfeitamente compatível com o capacete em uso atualmente no EB. Apesar de ser
possível sua utilização, há o desconforto natural para o operador em virtude desse
problema. Porém, ao ser abordada a questão das conexões entre o headset e o rádio,
há um claro equívoco, pois o primeiro faz parte do intercomunicador (conector
proprietário), com uma conexão completamente distinta do rádio (conector padrão
OTAN), fato que impossibilita essa conexão entre o headset e o rádio portátil quando
o operador estiver desembarcado.

4.4. A EXPERIMENTAÇÃO DOUTRINÁRIA DA CIA FUZ MEC E BI MEC,


REALIZADA EM ROSÁRIO DO SUL­RS, DE 10 A 22 DE NOVEMBRO DE 2016.

A seguir serão transcritos os conteúdos dos documentos relativos à


experimentação abordada neste capítulo, visando subsidiar a análise de seu conteúdo
em relação ao tema, que será realizado imediatamente na sequência.
A citada experimentação buscou responder os objetivos apresentados abaixo:

3. OBJETIVOS
a. Dar prosseguimento às atividades de Expr Dout da Inf Mec nesta Grande
Unidade (GU), de acordo com os parâmetros e metas estabelecidas no Plano
de Expr Dout de 2016.
b. Contribuir para o estabelecimento de uma doutrina de emprego da
Infantaria Mecanizada do Exército Brasileiro (EB), em consonância com o
processo de implantação da Bda Inf Mec pioneira do EB, ora em curso, por
transformação da 15ª Bda Inf Mtz.
c. Dar continuidade aos trabalhos de Expr Dout nível Companhia de
Fuzileiros Mecanizado (Cia Fuz Mec) e Batalhão de Infantaria
Mecanizado (BI Mec) que necessitem de diligências complementares.
123

d. Retificar, ratificar ou complementar os conhecimentos obtidos nas


atividades de Expr Dout de anos anteriores.
e. Complementar os Dados Médios de Planejamento (DAMEPLAN) da Cia
Fuz Mec e do BI Mec.
f. Levantar subsídios para a elaboração ou atualização de cadernos de
instrução, de manuais de campanha e de outros documentos doutrinários.
g. Contribuir para a elaboração das Condicionantes Doutrinárias e
Operacionais (CONDOP) e Requisitos Operacionais Básicos (ROB) dos
diversos Materiais de Emprego Militar (MEM), que estarão relacionados ao
emprego da nova “natureza” da Arma de Infantaria, a Inf Mec.
h. Identificar as táticas, técnicas e procedimentos (TTP) relacionados com a
Cia Fuz Mec e o BI Mec no uso dos modernos Materiais de Emprego Militar
(MEM) de dotação.
i. Consolidar os conhecimentos obtidos em anos anteriores.
j. Identificar problemas e propor soluções para o prosseguimento da Expr
Dout nos demais escalões da Função de Combate Movimento e Manobra
(Cia Fuz Mec e BI Mec).
(BRASIL, 2016b, p. 2)

Para atingir os objetivos propostos, foram estabelecidas as seguintes etapas:


6) Descrição sumária da Expr Dout Inf Mec 2016
A experimentação doutrinária tem o objetivo principal de responder aos EEID
propostos no anexo “B”.
Para isso, sua execução foi planejada em cinco etapas:
1ª Etapa: Execução da Expr Dout nível Cia Fuz Mec, utilizando o simulador
virtual (VBS) do CI Bld, sendo conduzido e executado pelo 30º BI Mec e
apoiado pelo CI Bld;
2ª Etapa: Realização da Expr Dout no terreno com a realização de tiro real e
maneabilidade no CIBSB, conduzido e executado pelo 33º BI Mec e 34º BI
Mec;
3ª Etapa: Expr Dout nível Cia Fuz Mec, no terreno, com ênfase na SU que
realiza a Def A. Será um Exc de dupla ação, na qual duas SU mobiliados pelo
33º e o 34º BI Mec irão realizar um Atq Coor e uma SU, mobiliada pelo 30º BI
Mec, executará uma Def Pos.
4ª Etapa: Expr Dout nível BI Mec, no terreno, com realização de M Cmb e Atq
Coor. A M Cmb será conduzida pelas SU mobiliadas pelo 33º BI Mec e o 34º
BI Mec, sendo retardado pela FOROP constituída por 01 Pel C Mec do
16ºEsqd C Mec. O Atq Coor será um Exc de dupla ação, na qual duas SU
mobiliadas pelo 33º BI Mec e o 34º BI Mec irão realizar uma Ultr e um Atq
Coor contra uma SU mobiliada pelo 30º BI Mec, que executará a Def Pos.
Neste Atq Coor, o Pel C Mec do 16º Esqd C Mec irá constituir a tropa em
contato a ser ultrapassada.
5ª Etapa: Demonstração de um Atq Coor nível BI Mec, a duas SU mobiliadas
pelo 33º BI Mec e 34º BI Mec e uma formatura de apronto operacional do BI
Mec.
(BRASIL, 2016b, p. 3 e 4)

Para a realização dessas etapas, foi confeccionado pelo E3 da 15ª Bda Inf Mec
o calco de operações, que pode ser visualizado a seguir.
Partindo da Área de Trens de Unidade (ATU) do 33º BI Mec e do 34º BI Mec
(fora da carta), iniciou­se uma marcha para o combate ao longo do Eixo de Progressão
Guarani (E Prog Guarani), passando pela Linha de Contato Alfa (LCt Alfa) até chegar
a Linha de Contato Bravo (LCt Bravo). Nesse ponto, o E Prog Guarani dividiu­se,
dando origem ao Eixo de Progressão Aço (E Prog Aço). Na linha de contato Charlie
124

(LCt Charlie), foi ocupada uma posição defensiva. A partir da Linha de Partida (LP),
desenvolveu­se o ataque coordenado, com o objetivo de conquistar Objetivo 1 (O1) e
Objetivo 2 (O2).

Figura 88 ­ Perfil do terreno coerente com o calco de operações


Fonte: o autor utilizando Google Earth
125

Figura 89 ­ Calco de Operações da Experimentação Doutrinária de Cia Fuz Mec e BI Mec


Fonte: E3 da 15ª Bda Inf Mec

Como é possível observar no perfil do terreno, as comunicações são muito


favorecidas, tendo em vista que ocorre visada direta em praticamente toda a área de
operações, com pequena variação de altitude, e a distância entre o ponto inicial e o
ponto final é de cerca de 17 Km.

Para que fosse possível avaliar o desempenho e uso dos equipamentos do


SisC², foram estabelecidos diversos EEID. Esses EEID foram avaliados durante a
126

execução das operações Defensivas, Marcha para o Combate e Ataque Coordenado.


Como Oficial designado para avaliar o desempenho desses EEID, foi escalado o 1º
Ten Muniz, da 15ª Cia Com Mec, que participou, como aluno, do Estágio de Comando
e Controle em Viaturas Blindadas, realizado no BEsCom, em 2016.

EEID 37
Qual a distância máxima dos enlaces rádio com transmissão em claro,
utilizando embaralhamento de voz, com transmissão em claro com salto de
frequência e criptografada com salto de frequência?
TAREFA EVENTO
E1 Será feito o Ctt Rad em rede com
transmissão em claro e com
Executar o apoio embaralhamento de voz entre os carros
de Com em uma mais distantes entre si na Cia.
Def Pos com uma E2 Será feito o Ctt Rad com transmissão
T1 Cia Fuz Mec. em claro e com salto de frequência entre
os carros mais distantes entre si na Cia.
E3 Será feito o Ctt Rad e com transmissão
criptografada e salto de frequência entre
os carros mais distantes entre si na Cia.

Durante a Operação Defensiva:


A distância máxima dos enlaces rádio dentro dos eventos supracitados ficou
amarrada com a doutrina prevista para a frente de um evento de defesa (1,2
km a 1,6 km – âmbito Cia), que é muito aquém da distância total que o rádio
possuí de capacidade. Sendo assim, em todos os eventos foi possível
estabelecer as comunicações utilizando sempre uma frequência entre 40 e
60 Mhz com a potência LOW. Mesmo assim foi testado o enlace rádio máximo
que se pode fazer a transmissão de uma mensagem com o equipamento
Falcon III através de testes que nos deram essa resposta.
Considerando estarmos em uma situação vantajosa em relação ao terreno, e
com equipamento em sua potência máxima (50W), conseguimos estabelecer
as comunicações em uma distância de até 50km, observou­se, porém, que,
quando utilizamos medidas de proteção eletrônica (MPE) no rádio como por
exemplo, embaralhamento de voz (E1) salto de frequência (E2) e criptografia
(E3), estas tendem a diminuir sua distância máxima de transmissão em torno
de 30%.
Durante a Marcha para o Combate:
A distância máxima dos enlaces rádio dentro dos eventos supracitados ficou
amarrada com a doutrina prevista para distância de uma coluna de marcha
(20km a 25km), nesse caso, precisamos utilizar a máxima potência do
equipamento, mesmo assim, em todos os eventos foi possível estabelecer as
comunicações utilizando sempre uma frequência entre 40 e 60 Mhz. Porém,
tendo em vista os desníveis do terreno durante a coluna de marcha e algumas
panes no equipamento¹, observamos que em determinados pontos alguns
carros não conseguiam contato com os demais, fazendo com que a
comunicação fosse efetuada por outro meio². A falta de equipamento veicular
para o grupo de exploradores também dificultou as comunicações deste
destacamento com o seu escalão superior, pois tivemos que utilizar o meio
portátil do FALCON III, o qual não possui a potência necessária para todo o
alcance solicitado.
Observou­se, também, que, quando utilizamos medidas de proteção
eletrônica (MPE) no rádio estas tendem a diminuir sua distância máxima de
transmissão em torno de 30%.
127

¹ Equipamento queimado, rádio de voz invertido com rádio de dados, antena


quebrada ou carro sem antena, rádio desligado, variação de potência ao
ligar/desligar o VBTP, PTT intermitente, programação não configurada
corretamente, speaker ativado. ² Motorola XTS.
Durante o Ataque Coordenado:
A distância máxima dos enlaces rádio dentro dos eventos supracitados ficou
amarrada com a doutrina prevista para distância de um ataque coordenado,
nesse caso, pudemos utilizar a mínima potência do equipamento que, mesmo
assim, em todos os eventos será possível estabelecer as comunicações
utilizando sempre uma frequência entre 40 e 60 Mhz. Porém, tendo em vista
os desníveis do terreno, durante o deslocamento, e algumas panes no
equipamento¹, observamos que em determinados pontos alguns carros não
conseguiam contato com os demais, fazendo com que a comunicação fosse
efetuada por outro meio².
Observou­se, também, que, quando utilizamos medidas de proteção
eletrônica (MPE) no rádio estas tendem a diminuir sua distância máxima de
transmissão em torno de 30%.
¹ Equipamento queimado, rádio de voz invertido com rádio de dados, antena
quebrada ou carro sem antena, rádio desligado, variação de potência ao
ligar/desligar o VBTP, PTT intermitente, programação não configurada
corretamente, speaker ativado. ² Motorola XTS.
Conclusão:
Conclui­se, pois, que as distâncias atingidas são interferidas quando da
utilização de alguma medida de proteção eletrônica, tendo em vista o
aumento de informações a serem repassadas de um rádio para o outro.
Ressalta­se, também, que o Rádio Falcon III possuí três tipos de função as
quais protegem as informações, que são elas: frequência fixa ou salto de
frequência; claro ou digitalizado, criptografado ou não criptografado. Quando
utilizado em frequência fixa, em claro e não criptografado ele atinge sua maior
distância.
Fonte: 1º Ten Muniz, em 22/11/2016

O foco deste EEID está na distância máxima que o equipamento tem a


capacidade de atingir. A distância máxima atingida foi de 50 Km sem implementar os
recursos de MPE (salto de frequência, criptografia etc). Quando esses recursos foram
ativados, em todas as operações testadas, houve a percepção de perda de alcance
de aproximadamente 30%.
Essa perda é normal, pois a transmissão das informações, por questões
técnicas, demanda maior sobrecarga quando utiliza a frequência. Para exemplificar, é
como se estivéssemos dirigindo um carro popular e um carro forte em uma rodovia. O
carro popular desenvolve sua velocidade e tem determinado rendimento km/l. Já se
estivermos dirigindo um carro forte (maior proteção ao conteúdo), a velocidade e o
rendimento km/l serão inferiores, pois há maior consumo e peso quando comparado
com o primeiro.
De qualquer forma, as distâncias atingidas, com ou sem MPE, atendem
perfeitamente ao exigido pela doutrina. Vale ressaltar que o ajuste de potência é uma
MPE que necessita da intervenção manual do operador, pois para distâncias muito
curtas (em relação ao previsto para o equipamento), como nas operações de ataque
128

coordenado e defesa, se o rádio permanecer em potência alta (HIGH) pode interferir


nas redes das demais VBTP­MR. Para exemplificar, uma Cia Fuz Mec tem, em sua
composição, 14 VBTP­MR. Cada uma delas tem dois rádios. Assim, 28 rádios,
transmitindo em potência máxima, em uma linha de 1,5 Km de frente (frente da Cia
Fuz Mec), podem gerar uma interferência por sobrecarga de potência no espectro
eletromagnético15, conhecida como interferência por radiofrequência, conforme citado
a seguir:
Interferência por radiofrequência
...
Os transmissores de comunicações também emitem harmônicas que podem
interferir nos sistemas sem fio. Em geral, nos raros casos em que ocorre
interferência por transmissores de comunicações, ela é resultado da
intermodulação de equipamentos defeituosos. Transmissores de
comunicações mal regulados ou com manutenção precária podem emitir
harmônicas ou sinais espúrios em excesso. As interferências desse tipo de
origem são prováveis somente quando o transmissor de comunicações
estiver próximo. As antenas dos transmissores de comunicações geralmente
são colocadas nos topos dos edifícios. Se o transmissor for potente e a
antena estiver próxima, a interferência em sistemas sem fio se torna uma
possibilidade. O mesmo pode ser verdade quando um veículo com um
transmissor bidirecional potente estiver passando por um local em que haja
sistemas sem fio em uso. Nessa situação, os sinais espúrios de um
transmissor mal ajustado ou defeituoso podem causar interferência. Em
alguns casos, o sinal do transmissor forte pode sobrecarregar o receptor sem
fio e causar interferência, devido à intermodulação. (Audio­Technica, 2016)

Segundo a empresa ESS (ESS, 2016), especializada na área eletromagnética,


ao analisar situações semelhantes ocorridas em estádios de futebol americano,
concluiu que para evitar esse tipo de interferência é necessário analisar como a
energia é transmitida entre o transmissor e o receptor.
Em operações militares, esse tipo de análise é inviável, o que aumenta a
probabilidade desse tipo de interferência.
Os problemas técnicos constatados nesse EEID (equipamento queimado, rádio
de voz invertido com rádio de dados, antena quebrada ou carro sem antena, rádio
desligado, variação de potência ao ligar/desligar o VBTP, PTT intermitente,
programação não configurada corretamente, speaker ativado) demonstram que o
treinamento necessita ser mais intensivo, já que alguns tipos de problemas (como

15 O espectro eletromagnético é o intervalo completo da radiação eletromagnética


que contém as ondas de rádio, as microondas, o infravermelho, os raios X, a radiação
gama, os raios violeta e a luz visível ao olho humano. (fonte:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/espectro­eletromagnetico.htm, acessado
em 21/11/2016)
129

rádio queimado ou desligado) são extremamente básicos e devem ser checados pelo
operador. Isso ratifica as necessidades evidenciadas no capítulo 4.3
O EEID a seguir visou avaliar se, quando as 14 VBTP­MR Guarani (Cia Fuz
Mec) estiverem com o GCB ativado, tanto o GCB quanto o rádio das viaturas
conseguiram corresponder às expectativas do sistema, tendo em vista o intenso fluxo
de dados.
EEID 38
Qual a capacidade de transmissão de dados da rede da Cia Inf Mec? Existe
compatibilidade entre as necessidades de dados do GCB com as
capacidades de transmissão de dados do rádio, quando em uma rede
completa no nível da Cia Inf Mec?
TAREFA EVENTO
E1 Os carros de um Pel estão ligados ao CGB
do Cmt Pel e este visualiza a Pos das VBTP
Executar o no software.
apoio de Com
E2 Os carros de dois Pel estão ligados ao GCB
em uma Def
T1 do Cmt Cia e este visualiza a Pos das VBTP
Pos com uma
no software.
Cia Inf Mec.
E3 Todos os carros da Cia Inf Mec estão
ligados ao GCB do Cmt Cia e este visualiza
a Pos das VBTP no software.

Durante a Operação Defensiva:


A capacidade total de transmissão de dados do sistema FALCON III é de
192kbps, entretanto a sua efetividade varia de 60% a 70% do total tendo em
vista a utilização de dados com informações relativas a configuração e
programação do equipamento.
À medida que a frente perde a visada direta, há uma tendência de que a
transmissão de dados para o software GCB funcione com algumas restrições
por conta das limitações que esta possui quando a visada é obstruída por
alguma vegetação, rede de alta tensão ou elementos que interrompem o
envio de dados de forma limpa. Mesmo que ocorram determinados
incidentes, a demanda de dados solicitada pelo GCB, tanto no âmbito Pelotão
(E1) quanto no âmbito Companhia (E2 e E3), é atendida parcialmente pelo
rádio configurado para emissão de dados, prejudicando o princípio da
oportunidade, previsto no Manual C11­1, ou seja, uma vez que a informação
não chegue a tempo de atender a demanda do decisor, ou chegue de forma
comprimida, as comunicações perdem sua total eficiência.
Durante a Marcha para o Combate:
A capacidade total de transmissão de dados do sistema FALCON III é de
192kbps, entretanto a sua efetividade é muito aquém do total tendo em vista
algumas limitações das condições de propagação.
À medida que a frente perde a visada direta, há uma tendência de que a
transmissão de dados para o software GCB funcione com algumas restrições
por conta das limitações que esta possui quando a visada é obstruída. Mesmo
que ocorram determinados incidentes, a demanda de dados solicitada pelo
GCB, tanto no âmbito Pelotão (E1) quanto no âmbito Companhia (E2 e E3),
é atendida sempre que há visada direta.
Durante o Ataque Coordenado:
À medida que o ataque inicia seu deslocamento e se expande no terreno,
perdendo a visada direta, há uma considerável perda da capacidade de
transmissão dos dados entre os veículos, fazendo com que o GCB funcione
130

com algumas restrições por conta das limitações que o equipamento possui
quando a visada é obstruída. Mesmo que ocorram determinados incidentes,
a demanda de dados solicitada pelo GCB, tanto no âmbito Pel (E1), quanto
no âmbito Companhia (E2) e no âmbito Batalhão (E3) é atendida, entretanto
tivemos grandes dificuldades para colocar o sistema em prática, mesmo que
minimamente. Tal fato pode ser diagnosticado pela presença de muitos rádios
conectados à rede, gerando um travamento total do equipamento em todos
os escalões.
Conclusão:
Alguns procedimentos, por parte da equipe de suporte e apoio aos sistemas
de rádio da Diretoria de Fabricação e Cia C2 (CCOMGEx) foram realizados
para que parte dessas situações fossem resolvidas. Alguns problemas
puderam ser identificados e sanados em campo. Os problemas que não
puderam ser resolvidos de forma imediata foram relatados para que possam
ser verificados de forma mais centralizada por equipes com maiores
condições de análise e execução daquela inconsistência.
De forma paralela ao serviço de apoio e suporte à equipe de comunicação,
coletamos informações que eram reportadas por parte dos usuários que
ocorriam no software, tais como:
­ Erros na interface de comunicação
­ Erros no sistema
­ Melhorais na Interface com Usuário
­ Situações diversas em que o sistema reiniciava ou não inicializava
­ Inconsistências nas leituras dos dados recebidos via rádio
­ Melhorias de usabilidade (calungas)
Fonte: 1º Ten Muniz, em 22/11/2016.

Nos momentos em que o GCB funcionou corretamente, tanto os rádios quanto


o GCB suportaram o intenso tráfego de dados. Porém, para que isso acontecesse,
era necessária a manutenção da visada direta entre as VBTP­MR, o que em uma
operação militar não é possível 100% do tempo, o que poderá provocar a perda da
oportunidade da informação.
Outra constatação importante é que, infelizmente, o sistema não apresentou
conectividade todo o tempo que permaneceu ativo, mesmo quando se encontrava em
visada direta entre as VBTP­MR. Como o sistema é de propriedade intelectual do
Exército, esses problemas serão estudados pela equipe do CDS que acompanhou os
testes, para que seja encontrada a causa, que provavelmente foi provocada pelo
excesso de potência de transmissão, falha em algum parâmetro da programação do
rádio, problemas com o equipamento rádio ou falhas de programação do GCB.

EEID 39
É viável utilizar o VBTP como repetidora rádio fonia, utilizando SOTAS?
TAREFA EVENTO
Uma VBTP possui dois equipamentos
Rlz uma M Cmb configurados em redes rádio distintas (A
descoberta não e B). Outras duas viaturas terão
T2 apoiada diurna E1 configuradas, respectivamente, a rede
integrando rádio A e a rede rádio B. A VBTP que está
como Btl Vgd configurada com as duas redes ativará a
função de rpt do SOTAS.
131

Durante a marcha para o combate:


A viabilidade do emprego do SOTAS como repetidora depende da utilização
de uma VBTP somente com essa função, pois com essa configuração ocorre
a perda do rádio de dados (desativando o GCB), o qual, também, executa o
roteamento do sinal de voz para os demais carros no terreno.
Durante a marcha também observamos que pode haver falha na transmissão
do sinal da repetidora, tendo em vista o deslocamento do blindado por locais
onde o sinal não é recebido ou transmitido da melhor forma.
Conclusão:
Observou­se, portanto, após executado o teste, que não há necessidade do
emprego de uma repetidora diante da manobra em questão, pois a
comunicação consegue atingir sua finalidade dentro da distância prevista da
coluna de marcha entre os carros mais distantes, desde que todos possuam
equipamento rádio veicular.
Fonte: 1º Ten Muniz, em 22/11/2016.

A repetidora do intercomunicador SOTAS permite a conexão de dois


equipamentos rádio iguais ou distintos, o que aumenta a capacidade de alcance
desses equipamentos. Porém, no caso do SisC² da VBTP­MR Guarani, faz­se
necessário utilizar os dois rádios VHF existentes, o que desabilita a função de
transmissão de dados, desativando o GCB. A ativação da repetidora permite atingir
os 64 Km previstos em uma operação de vigilância, quando a VBTP­MR atuará de
forma isolada. Durante a experimentação foi constatado que o alcance normal do rádio
foi suficiente para a Marcha para o Combate da experimentação e, quando foi utilizada
a função de repetidora, houve perdas momentâneas na comunicação quando a viatura
que fazia essa função encontrava­se em áreas sujeitas a maior interferência (regiões
baixas, próximas a vegetações etc). Isso demonstra que, para futuras operações ou
experimentações, faz­se necessário planejar posições para que a VBTP­MR que
venha a desempenhar essa função ocupe locais onde há maior probabilidade de
propagação.

EEID 40
É possível estabelecer uma configuração básica padronizada, que possa
ser utilizada para o SisC2 da VBTP?
TAREFA EVENTO
Executar o
apoio de Com Será utilizada uma configuração
T1 em uma Def E1 padronizada antes do exercício para todas
Pos com uma as VBTP.
Cia Inf Mec.

Durante a operação defensiva:


Após o início do exercício foram feitas configurações padronizadas para os
equipamentos rádio a serem utilizados em todas as Companhias, entretanto,
observamos a necessidade de que essa padronização seja feita antes da
operação se iniciar, pois seria possível executarmos mais testes de forma a
suprimir quaisquer panes e falhas de configuração antes do exercício
Durante a marcha para o combate:
132

Após o início do exercício foram feitas configurações padronizadas para os


equipamentos rádio a serem utilizados em todas as Companhias,
entretanto, observamos a necessidade de que essa padronização seja feita
antes da operação se iniciar e não fosse alterada as funções de cada carro,
pois seria possível executarmos mais testes de forma a suprimir quaisquer
panes e falhas de configuração antes do exercício. Também se observou a
necessidade de pessoal adestrado para realizar as programações durante
os exercícios, quando, por pane ou desconfiguração, essa programação é
zerada. Tendo em vista esse acontecimento e o baixo quantitativo para
realizar essas configurações, demorou­se em torno de 1h30 para que todos
os carros fossem reconfigurados, tempo que poderia ser minimizado caso o
próprio operador possuísse conhecimento necessário.
Durante o ataque coordenado:
Após o início do exercício foram feitas configurações padronizadas para os
equipamentos rádio a serem utilizados em todas as Companhias,
entretanto, observamos a necessidade de que essa padronização seja feita
antes da operação se iniciar e não fosse alterada as funções de cada carro,
pois seria possível executarmos mais testes de forma a suprimir quaisquer
panes e falhas de configuração antes do exercício. Também se observou a
necessidade de pessoal adestrado para realizar as programações durante
os exercícios, quando, por pane ou desconfiguração, essa programação é
zerada. Tendo em vista esse acontecimento e o baixo quantitativo para
realizar essas configurações, demorou­se em torno de 1h30 para que todos
os carros fossem reconfigurados, tempo que poderia ser minimizado caso o
próprio operador possuísse conhecimento necessário.
Conclusão:
Concluímos, portanto, que a utilização de uma configuração padronizada
entre os carros é de grande importância e imprescindível para o atingimento
do objetivo, haja vista que não há tempo hábil para a programação de uma
grande quantidade de equipamentos no decorrer da operação.
Observou­se também que há necessidade de adestramento dos militares
que operam o sistema, a fim de que possam realizar a programação nos
carros que foram desprogramados por algum tipo de pane, pois não há
viabilidade de um militar por companhia ficar encarregado de reconfigurar
os equipamentos em caso de pane, haja vista o tempo para que essa
atividade ocorra.
Panes comuns observadas durante o exercício:
­ Carta carregada através da visão de satélite (Google Earth) em alguns
carros, sobrecarregando demais o sistema.
­ Antena de dados quebrada, inviabilizando a utilização do rádio de dados.
­ Calunga não diminui o tamanho conforme se dá o zoom na carta.
­ Calunga opaco dificultando a visão através do mesmo.
­ Dificuldade em ajustar a rádio na frequência correta e melhor para
determinado terreno.
­ Calungas não aparecem na carta mesmo com o rádio de dados em
condições.
­ Interface travada
­ Não funcionamento do botão de energia do CTM
Fonte: 1º Ten Muniz, em 19/11/2016.

Por fim, a programação padronizada mostrou ser imprescindível para o


funcionamento do SisC². Porém, foi constatada a necessidade, já existente no Cap
4.3, de adestramento dos operadores, visando melhorar o desempenho e a eficiência
do uso do sistema. Não há tempo para realização ou ajustes durante a execução de
uma manobra, devido à complexidade do equipamento e à necessidade de
coordenação com os demais operadores.
133

4.5. ANÁLISE DO SISC² DA VBTP­MR GUARANI

Para que seja possível analisar se a composição atual do SisC² atende ao


propósito para o qual foi concebido, foi enviada uma pesquisa on­line para militares e
civis que trabalham com o referido sistema.
A experimentação doutrinária da Cia Fuz Mec e BI Mec, com a ampla utilização
da VBTP­MR Guarani, possibilitou a comparação entre a pesquisa realizada mediante
questionário e a realidade constatada pelos operadores e uma equipe de apoio
designada para esse fim.
As perguntas foram concebidas de forma que o pesquisado seguisse uma linha
lógica de raciocínio. Para fins de análise, não será seguida exatamente a ordem
cronológica das perguntas.

1. O Sr é oficial, praça ou civil?

A primeira pergunta da pesquisa visa demonstrar que, além dos militares, há


civis envolvidos com o SisC². Embora este autor tenha conhecimento da participação
de diversos civis, apenas um respondeu à pesquisa. Observa­se também a divisão
proporcional de oficiais e praças que operam o SisC².
134

2. Qual o seu envolvimento com as Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal


(VBTP) Guarani?

Com essa pergunta, pode­se observar que a ampla maioria dos pesquisados
estão envolvidos com instruções relativas ao SisC² (46,2%) ou então são operadores
(30,8%).

4.5.1. Análise do Intercomunicador SOTAS IP

Conforme consta na revisão de literatura, o Intercomunicador SOTAS IP é


responsável pela comunicação interna, tanto de voz quanto de dados.
6. Quanto à existência do Intercomunicador SOTAS no Sistema, o Sr considera:
135

A resposta unânime demonstra a necessidade da existência de um


intercomunicador e, consequentemente, a aprovação por parte dos pesquisados em
relação ao modelo escolhido pelo EB.

7. Quanto ao uso do Intercomunicador SOTAS com capacete, o Sr considera:

Demanda já constatada em outras oportunidades, a resposta a esse


questionamento comprovou que os atuais capacetes existentes no EB não são
adequados ao uso com o Intercomunicador adquirido. A maioria (58,3%) dos
pesquisados julga necessária a aquisição de outro modelo de capacete para uso
dentro da VBTP­MR Guarani.
Durante a experimentação doutrinária da Cia Fuz Mec e BI Mec, este autor
testou a compatibilidade do fone de ouvido com o capacete em uso no Exército. A
constatação inicial é de que é possível o ajuste, conforme pode ser visto nas figuras
a seguir. Porém, ouvidos os operadores embarcados nas viaturas, foi relatado que é
necessário um capacete de tamanho maior que o normalmente utilizado, para que
seja possível realizar um melhor ajuste. Na ocasião em que o fone é removido pelo
operador para dar prosseguimento a outras atividades, como o combate
desembarcado por exemplo, há excessiva folga e grande possibilidade de o capacete
136

sair do ajuste desejado, devido ao espaço deixado pelos fones de ouvido. Outro
aspecto negativo é que, por ser adaptado ao capacete, existe o natural desconforto.
A alça de sustentação, que utiliza velcro para ajuste, pode ser utilizada diretamente
sobre a cabeça, provocando desconforto por ocasião da pressão oriunda do capacete,
ou sobre o capacete, que devido a sua superfície lisa, escapa a todo instante.
137

Figura 90 ­ Headset adaptado ao capacete balístico utilizado no EB


Fonte: o autor
138

8. Quanto ao uso do Intercomunicador SOTAS para a comunicação interna na


viatura, o Sr considera:

A possibilidade de comunicação por voz entre o Chefe da Viatura, o Motorista,


o Atirador e mais um membro da tripulação, com redução de ruído e sem a
necessidade de pressionar nenhum dispositivo, como os tradicionais push­to­talk
(PTT), são certamente as qualidades que levaram a unanimidade entre os
pesquisados.

9. Quanto ao uso do Intercomunicador SOTAS para comunicação via rádio, com


outras Viaturas ou postos, o Sr considera:
139

As mesmas qualidades destacadas na pergunta anterior também se aplicam às


razões encontradas para a unanimidade dessa resposta, com a única diferença de
que, nesse caso, faz­se necessário o acionamento do PTT. A troca de redes rádio
com o simples acionamento de um botão no AUS contribui para a simplicidade do
sistema.

10. Quanto ao uso da Estação de Usuário Avançada (AUS) do Intercomunicador


SOTAS, para ajustar configurações, o Sr:

Já quanto ao AUS, que é responsável pelo gerenciamento do intercomunicador,


a maioria do público pesquisado (46,2%) demonstrou conhecer apenas as
funcionalidades básicas. A surpresa positiva foi o fato de apenas dois pesquisados
terem pouco conhecimento a respeito desse componente. O conhecimento básico foi
confirmado, por este autor, na experimentação doutrinária.
140

11. Quanto ao uso da função de Repetidora (RRB) do Intercomunicador SOTAS, que


permite interconectar os 2 (dois) rádios existentes na Viatura para ampliar o alcance
do equipamento, o Sr:

A função de repetidora permite ampliar o alcance da rede rádio, utilizando dois


equipamentos para replicar o sinal, alcançando, de modo geral, o dobro da distância
prevista. A maior parcela do público pesquisado (46,2%) já utilizou essa
funcionalidade, sendo constatado que apenas 15,4% a desconheciam. Tal fato
demonstra que o conhecimento a respeito da utilização do intercomunicador está
sendo replicado onde é utilizado o SisC².
A seguir encontra­se uma figura, gerada por computação gráfica, oriunda da
video­aula do intercomunicador SOTAS, produzida especificamente para o EB, na
qual é possível visualizar a função repetidora. O rádio “A” encontra­se em uma rede e
o rádio “B” em outra. Cada rede está em uma faixa de frequência distinta e utilizando
criptografias diferentes. O intercomunicador, por sua vez, recebe o sinal “puro”, sem
criptografia e sem frequência (via cabo) dos rádios, simplesmente retransmitindo o
sinal para o outro equipamento. A função repetidora independe dos equipamentos
rádio serem idênticos ou diferentes.
141

Figura 91 ­ RRB ­ Rebroadcast ­ Repetidora do Intercomunicador


Fonte: SOTAS, 2016

12. Quanto à utilização, de maneira geral, do intercomunicador SOTAS, o Sr


considera:

A maioria (76,9%) do público pesquisado considera o intercomunicador SOTAS


fácil e prático de ser utilizado. Isso implica em facilidade nas atividades de instrução e
ratifica a escolha feita pelo EB.
142

4.5.2. Análise do Rádio RF-7800V-V560

13. Quanto aos Rádios Harris RF­7800V­V560, qual o nível de conhecimento em


relação à programação que o Sr tem:

O rádio RF­7800V­V560, conforme apresentado na revisão de literatura, atua


na frequência de VHF e pode ser programado manualmente (difícil e sujeita a erros)
ou por software (mais simples e com mínima probabilidade de erros).
Todo o público pesquisado demonstrou ter conhecimento a respeito da
programação do rádio, sendo que 46,2% consideram­se conhecedores avançados do
equipamento. Tal fato proporciona um melhor desempenho do SisC², já que os
operadores têm melhores condições de explorar as capacidades do equipamento e
menor tempo de resposta quando ocorrem falhas.
143

14. Quanto aos Rádios Harris RF­7800V­V560, o Sr considera o software de


programação do rádio ­ CPA ­ Computer Programming Application:

O software, utilizado para programação (CPA), foi considerado pelos


pesquisados como de fácil ou média complexidade. Isso ratifica a escolha do tipo de
rádio feita pelo EB, na medida em que não há alta complexidade na utilização do
software de programação.

15. Quanto à operação manual dos Rádios Harris RF­7800V­V560, como alterar a
frequência, desligar e ligar o som, ativar ou desativar a criptografia, etc, o Sr considera:

Todos os pesquisados demonstraram conhecer a operação manual do rádio,


seja com maior ou menor conhecimento. Esse fato proporciona melhor
aproveitamento das funcionalidades e menor tempo de resposta a falhas.
144

16. Quanto à atualização de Firmware, o Sr considera esse procedimento:

A atualização de firmware é um procedimento pelo qual o hardware


(componente físico composto por memórias, placas, chips etc) do rádio pode ser
atualizado, seja para corrigir falhas, seja para evolução do equipamento. Durante a
atualização de firmware, existe o risco de dano definitivo no equipamento, caso não
sejam seguidas, passo a passo, as instruções do fabricante. Esse risco, por vezes,
inibe o operador de executar a atualização, seja por desconhecimento, seja por receio
de danificar o equipamento.
A maior parte do público pesquisado (53,8%) reportou que considera fácil
executar esse procedimento. Outra boa parcela (30,8%) considera de dificuldade
média. Isso demonstra que o público alvo detém maior conhecimento a respeito do
material do que o esperado.
145

17. O Sr constatou, em alguma oportunidade, que o rádio apresentou travamento,


sendo necessária sua reinicialização?

A maior parte do público pesquisado relatou que, em alguma oportunidade,


constatou que o rádio “travou”. Como o rádio é gerenciado por um software, ele se
comporta como um computador, cujo sistema pode apresentar travamento. A origem
desse travamento pode ser provocada por diversas razões, desde o
superaquecimento até alguma falha não diagnosticada no equipamento. Travar
deveria ser exceção, e não algo fácil de ser percebido.

25. Quanto ao alcance do equipamento Rádio Harris RF­7800V­V560, o Sr participou


de operações e constatou que a comunicação por voz chegou a estabelecer enlace
no limite de:
146

O objetivo dessa pergunta foi diagnosticar principalmente se o rádio está


efetivamente sendo utilizado. A propagação na frequência de VHF é extremamente
sensível a interferências, como descrito a seguir.

Ondas de comprimento menor que 10 metros, ou seja, aquelas com frequência


acima de 30MHz (VHF, UHF, etc), geralmente se propagam somente em linha reta,
e essa característica se acentua a medida que se aumenta a frequência. Outra
característica das ondas nessas faixas é que são incapazes de varar paredes (de
concreto). Assim, a cobertura de um rádio que opere nessas faixas é limitada ao
“campo de visada direta” do ser humano (ou LOS, line­of­sight, em inglês). Essa é
a principal razão pela qual as estações de rádio FM e de televisão necessitam de
torres altas, ou instaladas no topo de morros altos: quanto maior a altura, maior é o
alcance do sinal, pois a curvatura da Terra limita o campo de visão direta. (FLACH,
2013, p. 109 apud MAGNONI e CARVALHO, 2010, p. 62).

A figura a seguir exemplifica a propagação do sinal eletromagnético em relação


à curvatura da terra.

Figura 92 ­ Propagação do sinal eletromagnético em relação à curvatura da terra


Fonte: desconhecida
147

Figura 93 ­ Propagação em VHF


Fonte: http://www.popa.com.br/docs/tecnicas/vhf.htm, acesso em 18/11/2016.

Nas oportunidades em que o rádio foi empregado, os utilizadores chegaram a


reportar distâncias superiores a 50 Km. Cabe ressaltar que as distâncias inferiores a
50 Km, constatadas pela maioria dos pesquisados, não significa que os rádios por
eles utilizados não atinjam ou tenham atingido distâncias maiores. A propagação do
sinal é extremamente sensível a obstáculos, vegetação e até mesmo em relação à
frequência escolhida, que pode estar sofrendo interferência em determinado
momento.
Segundo Flach (2013, p. 115 a 119), durante testes realizados no Rio de
Janeiro, durante o Estágio de Formação de Instrutores dos Rádios Harris, o rádio RF­
7800V­V555, análogo ao RF­7800V­V560, teve desempenho acima do esperado. O
Rádio veicular chegou a atingir distâncias de 61 Km, superando obstáculos de vulto
com mais de 700 metros de altura, conforme apresentado nas figuras e tabelas a
seguir:
148

Figura 94 ­ Mapa do Rio de Janeiro com os locais dos testes


Fonte: Flach, 2013, p. 114

Altitude Distância
Nome do
Descrição do Ponto Aproximada Aproximada
Ponto
(em metros) ECR (em Km)
Morro Monte Alegre – Campo de Instrução
ECR 105 ­
Gericinó
Entroncamento Rodovia Presidente Dutra com
Dutra 58 36
Estrada Rio ­ São Paulo
UF Rural Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 34 30
Seropédica Estrada Rio – São Paulo ­ Seropédica 14 24
Av Brasil Avenida Brasil 21 14
CTEx Centro Tecnológico do Exército 4 22
Riocentro Riocentro 6 14
Mirante Hotel Mirante Hotel 14 10
Fortaleza de
Fortaleza de Santa Cruz 17 30
Santa Cruz
Itaboraí Itaboraí 60 62
Tabela 33 ­ Posições, altitude e distâncias aproximadas
Fonte: Flach, 2013, p. 114

Figura 95 ­ Perfil do terreno entre Seropédica e a Estação Controladora da Rede (ECR)


Fonte: Flach (2013, p.117)
149

Figura 96 ­ Perfil do terreno entre os pontos de Seropédica e a ECR, com altimetria


Fonte: Flach (2013, p.116)

Distância máxima/potência Distância máxima/potência


Visada direta Altitude aproximada do obstáculo
Portátil Veicular Portátil Veicular
24 Km (HIGH+),
Voz Claro 61 Km (HIGH+) 61 Km (HIGH 5/5) 40 Km (HIGH)
*antena Dipolo
PT 30,5 Km (HIGH) 61 Km (LOW 2/2) 727 metros
260 metros
Voz 30 Km (HIGH)
Criptografada 61 Km (HIGH+) 61 Km (HIGH) Não testado 679 metros
MELP/CVSD
Dados
14 Km (LOW) 14 Km (LOW)
Mensagens 30,5 Km (HIGH) 61 Km (HIGH)
267 metros 267 metros
MACA 2
Dados Arquivos 8 Km (HIGH) *2
30,5 Km (HIGH) 61 Km (HIGH) *1 Não testado
MACA 2 227 metros
Salto de
Frequência 8 Km (HIGH)
2 Km 61 Km (HIGH) Não testado
QUICKLOOK 227 metros
1A
8 Km (HIGH)
TNW 2 Km 61 Km (HIGH) Não testado
227 metros
TNW como 8 Km (HIGH)
Não testado 30,5 Km (HIGH) Não testado
Repetidor 227 metros
Em movimento
Não testado 3 Km Não testado Não Testado
Voz claro
*1 (236k de 1 a 3 minutos 25 KHz, 236k em 45 segundos 75KHz)
*2 (236k em 6 segundos 25KHz, 236k em 3 segundos 75KHz)
Tabela 34 ­ Resultados dos testes com o RF­7800V­HH e RF­7800V­V555
Fonte: Flach (2013, p.119)

Em abril de 2016, no Campo de Instrução de Gericinó, foram realizados alguns


testes com os rádios das VBTP­MR Guarani pelo autor. Constatou­se que a
comunicação foi estabelecida a uma distância de 6 Km, em baixa potência (LOW),
mesmo com um obstáculo de 100 metros de altitude entre os postos e a presença de
muita vegetação, dois fatores que diminuem a capacidade do enlace rádio. As figuras
a seguir demonstram graficamente o teste realizado.
150

Figura 97 ­ Teste rádio VBTP­MR Guarani em Gericinó


Fonte: o autor utilizando Google Earth

Figura 98 – Perfil do terreno entre o ponto inicial dos testes e o ponto final dos testes
Fonte: o autor utilizando Google Earth

Já durante a experimentação doutrinária da Cia Fuz Mec e BI Mec, ocorreram


alguns problemas inesperados. Conforme apresentado na revisão de literatura, a
distância entre as VBTP­MR Guarani, nas diversas situações táticas, normalmente é
entre 50 e 100 metros. A tabela 4 (Distâncias em Operações), destaca que a frente,
durante uma operação ofensiva, deve chegar a no máximo 1,5 Km. Como uma Cia
Fuz Mec é dotada de 14 VBTP­MR Guarani, isso significa que existirão 28 rádios,
sendo 14 para as redes de voz e 14 para a rede de dados do GCB, transmitindo muito
próximos uns dos outros. Assim, foi possível constatar que, em determinados
momentos, ocorreram falhas principalmente nas redes de voz, provavelmente devido
à curta distância entre as VBTP­MR e, mesmo com os rádios em potência baixa, é
151

muito provável que houve excesso de tráfego de ondas eletromagnéticas no local,


devido ao excessivo número de equipamentos em utilização.
Durante essa experimentação doutrinária, um dado que chamou a atenção foi
a grande quantidade de antenas danificadas (cinco), aparentemente sem causas
como fortes impactos, por exemplo. Isso pode significar que esse tipo de antena não
é o mais apropriado para viaturas blindadas.
Conclui­se parcialmente que o meio rádio escolhido, o RF­7800V­V560, é
adequado ao SisC² da VBTP­MR Guarani. O alcance de 30 Km de frente por 20 Km
de profundidade, visualizado na concepção do SisC², é atingido na totalidade das
ocasiões em que há visada direta, ou seja, inexistem obstáculos para a comunicação
entre os postos. Com a presença de obstáculos não é possível garantir o enlace,
porém em boa parte das ocasiões que o equipamento foi testado, a comunicação foi
estabelecida.
Quando são implementadas medidas de segurança ou de transmissão de
dados, é observada a perda no alcance, de aproximadamente 30%.

4.5.3. Análise do Computador Tático Militar

18. Quanto à sensibilidade ao toque da tela do CTM, o Sr considera:

Uma das principais reclamações dos usuários nos diversos níveis é em relação
a sensibilidade do toque na tela do CTM. A tela do CTM é do tipo resistiva e
monotoque, permitindo ao operador que toque a tela mesmo utilizando luvas, porém
somente um toque de cada vez. A maior parte dos usuários (69,2%) considerou a
sensibilidade razoável, ao passo que 23,1% a considerou péssima.
152

Durante a experimentação doutrinária de Cia Fuz Mec e BI Mec, foi constatado


que o desempenho e a precisão da tela para os comandos e digitação foi inferior ao
esperado. Pesa também a falta de um aplicativo/funcionalidade específico para que
seja possível calibrar a tela. Verificou­se também a necessidade de um teclado
embutido, e não apenas o teclado virtual, para que seja possível mitigar o uso quando
ocorrerem problemas na calibração da tela. Em outras oportunidades foi constatado
também o descalibramento da tela quando a mesma era molhada. Isso, conforme o
fabricante, ocorre porque a água acumula na base da tela, atraindo a sensibilidade da
tela para aquele local, como se ela estivesse sendo pressionada todo o tempo.
A evolução tecnológica natural dos meios de Tecnologia da Informação irá
substituir o tipo de tela e, consequentemente, melhorar a experiência dos usuários
com esse tipo de tecnologia.

19. Quanto ao desempenho (velocidade de processamento) do CTM, o Sr considera:

Com a evolução tecnológica constante, o desempenho de processamento


passa a ser fator preponderante para o usuário. A maior parcela do público pesquisado
considerou ótima (23,1%) ou razoável (53,8%) o desempenho de processamento das
informações no CTM. Já 23,1% do público considerou esse quesito como péssimo.
Durante a experimentação doutrinária da Cia Fuz Mec e BI Mec, foi
diagnosticado o baixo desempenho do processamento por ocasião do carregamento
de cartas do terreno.
153

20. Quanto ao dispositivo de destruição física de dados (cartão SD), o Sr:

Esse dispositivo visa apagar e destruir os dados relevantes, de maneira rápida


e eficiente, para evitar que o inimigo se aproprie de informações sensíveis geradas
pelo GCB, como calcos, mensagens e posições das VBTP­MR Guarani. A ampla
maioria dos pesquisados (84,6%) conhece essa funcionalidade do CTM, ao passo
apenas 15,4% a desconhecem. Isso demonstra a necessidade de intensificação das
instruções a respeito do assunto.
Conclui­se parcialmente que o CTM, em seu estado tecnológico atual,
necessita de melhorias de hardware, visando proporcionar uma melhor experiência
ao usuário.

4.5.4. Análise do software GCB

21. Quanto à instalação do Software GCB, o Sr considera:


154

Fase crítica para o correto funcionamento do sistema, a instalação do GCB


exige bom conhecimento de informática e uma série de procedimentos em sequência
para que seja bem­sucedida. A maior parte dos usuários (84,6%) consideram esses
procedimentos fáceis.

22. Quanto à configuração inicial, necessária para ajustar o GCB com as


configurações já inseridas no equipamento rádio, o Sr considera:

Após realizada a instalação do GCB, o Oficial de Comunicações e seus


auxiliares necessitam configurar cada GCB conforme o planejamento realizado e
coerente com a programação realizada no rádio RF­7800V­V560.
Conceitos básicos de redes de computadores são necessários para que seja
possível entender como e por que essas informações e parâmetros estão sendo
inseridas no GCB. Identificação do endereço IP do rádio, do próprio GCB,
designações relativas às subordinações, etc, são alguns desses parâmetros.
Por essa razão, 84,6% consideraram de média complexidade a inserção
desses parâmetros.
155

23. Quanto à geração de mapas para o GCB, o Sr considera os procedimentos


necessários:

Para que seja possível utilizar o GCB em sua plenitude, é necessário realizar a
geração de mapas de cada região onde ocorrerá determinada operação. A ampla
maioria destacou que esse procedimento é de média complexidade.
Fato que chama atenção é que os mapas não são oriundos da base de dados
cartográficos do Exército.
Uma necessidade apresentada pelos operadores durante a experimentação
doutrinária de Cia Fuz Mec e BI Mec foi a disponibilização de mapas com opção de
relevo, vista essa informação ser fundamental em operações.

24. Quais funcionalidades do GCB o Sr utilizou/utiliza em operações?


156

As respostas apresentadas demonstram que mais da metade dos usuários faz


ou já fez uso de algumas das principais ferramentas do GCB em operações.

26. Quanto ao alcance do equipamento Rádio Harris RF­7800V­V560, o Sr participou


de operações e constatou que a consciência situacional exibida no GCB chegou a
estabelecer enlace no limite de:

A consciência situacional exibida no GCB é diretamente dependente do


equipamento rádio. Apesar de as redes de voz já terem atingido até mais de 60 Km,
as redes que servem de base para o GCB atingiram, conforme os usuários, até 20 Km
de distância.
157

27. Quanto à troca de mensagens utilizando o GCB, o Sr conseguiu, na maioria das


oportunidades:

A maioria do público alvo (46,2%) respondeu que a troca de mensagens


enfrentou restrições, principalmente devido à perda de enlace entre os rádios. Já uma
parcela considerável (38,5%) respondeu que foi possível realizar a troca de
mensagens sem maiores problemas.
As respostas a esse questionamento demonstram que a funcionalidade está
efetivamente sendo usada.

28. Quanto à consciência situacional (exibição do posicionamento por GPS das


demais viaturas) disponibilizada no GCB, o Sr:
158

A consciência situacional permite ao usuário identificar as viaturas dentro da


mesma rede de dados. A correta configuração inicial do GCB, coerente com a
programação já existente no rádio são fatores decisivos para o correto funcionamento.

Figura 99 ­ GCB durante a experimentação doutrinária de Cia Fuz Mec e BI Mec


Fonte: 1º Ten Gustavo Serio Buscher

Durante a experimentação doutrinária de Cia Fuz Mec e BI Mec, foram


constatados problemas para conexão do GCB com os demais postos da rede e,
consequentemente, da exibição das posições dos carros. Ainda não foi possível
diagnosticar todas as causas desse problema.
159

4.6. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DO SISC² DA VBTP­MR GUARANI

3. Em relação à aprendizagem do Sistema de Comando e Controle (SisC2) das


VBTP Guarani, o Sr conheceu esse sistema:

Neste quesito, observa­se que a maior parcela dos pesquisados conheceu o


sistema em estágios (38,5% + 15,4%). Porém, 38,5% responderam que conheceram
o sistema nas atividades diárias. Assim, é possível concluir que o ensino do SisC² está
sendo replicado ao usuário final.

4. Em relação ao conhecimento do Sistema de Comando e Controle (SisC2) das VBTP


Guarani, o sr considera que:
160

Em contrapartida, a maioria do público alvo (53,8%) respondeu que considera


ter tido instruções teóricas e práticas insuficientes.

5. Em relação ao conhecimento e prática do Sistema de Comando e Controle (SisC2)


das VBTP Guarani, o sr considera que:

Quando aliado o conhecimento do SisC² à prática, a ampla maioria (69,2%)


respondeu que considera ter conhecimento teórico e prático suficiente.
Essa realidade foi colocada à prova durante a experimentação doutrinária de
Cia Fuz Mec e BI Mec. Foi constatado o conhecimento básico sobre o sistema e, por
vezes, desconhecimento. Reclamações baseadas no fato de que o rádio não estava
funcionando na rede de voz, por diversas vezes foram resolvidas simplesmente ao
ligar o equipamento rádio. Desconhecimento quanto ao ajuste de potência e
ativação/desativação de criptografia foram aspectos constantemente observados. O
acionamento indevido do PTT do intercomunicador, transmitindo ininterruptamente,
foi outra pane observada com frequência.
161

29. O Sr tem conhecimento do manual do GCB?

O manual do GCB (Brasil, 2015f), confeccionado pelo CDS, é a ferramenta


básica para que seja possível entender e configurar o GCB. Praticamente a totalidade
do público tem conhecimento desse meio de ensino.

30. O Sr tem conhecimento da Nota de Aula de Operação e Programação dos Rádios


Harris?

Esse documento, confeccionado por este autor, é uma ferramenta importante


para entender o funcionamento e operar corretamente o meio rádio em questão.
Quase a totalidade do público também tem conhecimento desse meio de ensino.
162

31. O Sr tem conhecimento da Nota de Aula Experimental do Intercomunicador


SOTAS?

Esse documento, confeccionado por uma equipe, dentre os membros encontra­


se este autor, é de fundamental importância para a operação do intercomunicador
SOTAS. A ampla maioria também já tomou conhecimento dessa publicação.

32. O Sr tem conhecimento da Video­Aula que aborda a operação do


Intercomunicador SOTAS?

A video­aula sobre a operação do Intercomunicador SOTAS foi concebida com


o objetivo de facilitar o ensino do citado equipamento, deixando mais atraente e prático
para o usuário. Em parceria com a produtora Combo Filmes, o vídeo foi patrocinado
pela Thales NL, fabricante do intercomunicador SOTAS, fruto de compensação
financeira (off­set) das compras realizadas em prol do Projeto Guarani. Este autor
também participou na confecção do roteiro e das gravações.
163

O conhecimento da maior parte do público demonstra que o objetivo proposto,


capilarizar o conhecimento, está sendo atingido, uma vez que o material só foi
disponibilizado digitalmente.

33. O Sr julga necessário um Caderno de Instrução que aborde todos os componentes


do SisC2 da VBTP Guarani?

Praticamente a totalidade do público pesquisado considera necessária a


existência de um caderno de instrução que aborde todo o SisC² da VBTP­MR Guarani.
Durante a experimentação doutrinária constatou­se também que não há,
atualmente, um dispositivo de hardware ou software que seja capaz de diagnosticar
falhas em todo o SisC². Isso dificulta o diagnóstico de eventuais falhas e acarreta em
indisponibilidade do sistema.
164

5. CONCLUSÃO

O presente trabalho, com base na revisão de literatura e nos instrumentos de


coleta de dados, buscou levantar as possibilidades e limitações do SisC² das VBTP­
MR Guarani, no contexto de uma Cia Fuz Mec, orgânica de um BI Mec, em
Operações.
Os documentos que regem atualmente o SisC² da VBTP­MR Guarani,
apresentados na revisão de literatura, são os seguintes:
­ Portaria Nr 060­DCT. Homologa os Requisitos Técnicos Básicos­EB80­RT­
76.003, 1ª Edição, 2014, do Sistema de Comando e Controle da Viatura Blindada de
Transporte de Pessoal (SC2 VBTP); e
­ Portaria Nr 332­EME. Aprova os Requisitos Operacionais Básicos do Sistema
de Comando e Controle da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (SC2 VBTP)
(EB20­ROB­04.008), 1ª Edição, 2015.
Baseado nesses documentos, na revisão de literatura e na apresentação de
resultados, é possível concluir que os componentes do SisC² têm as seguintes
possibilidades e limitações:

Equipamento Rádio Harris Família Falcon III VHF RF-7800V-V560 (ou V511)
Possibilidades Limitações
­ tem a capacidade de transmitir voz, a ­ não atua na mesma faixa de
distância mínima de 32 Km, com frequência das comunicações terra­
transmissão segura, em visada direta; avião, impossibilitando comunicação
­ tem a capacidade de transmitir voz, com com aeronaves do EB e da FAB;
criptografia e transmissão segura, a ­ possui interface em inglês;
distância mínima de 16 km; ­ possui antenas com robustecimento
­ tem a capacidade de transmitir dados a questionável; e
no mínimo 9,6 kbps, com criptografia e ­ ter conector de áudio diferente do
transmissão segura, a distância mínima de intercomunicador, o que impossibilita a
16 km, em potência média (20 W), em simples desconexão e conexão por
terreno de relevo ondulado e vegetação ocasião do embarque/ desembarque.
arbustiva;
­ permite a seleção antecipada pelo
operador de frequências ou faixas de
frequências a serem utilizadas no
estabelecimento dos enlaces rádio;
­ permite, ao operador, o ajuste da potência
de transmissão do equipamento rádio;
­ permite a comunicação por voz entre o
Cmt Vtr, quando embarcado, e pelo menos
1 (um) dos Fuz Bld desembarcado, usando
meios de comunicações sem fio, à distância
165

de pelo menos 1,5 km, em relevo ondulado


e vegetação herbácea, com segurança.
­ possui recursos de Medidas de Proteção
Eletrônica (salto de frequência, criptografia,
segurança nas transmissões, etc);
­ possui sistema de autoteste que
possibilite diagnosticar falhas
automaticamente; e
­ possui constituição modular, que permite
a troca de componentes para manutenção;

Intercomunicador SOTAS M2/IP


Possibilidades Limitações
­ possui conjunto telefônico de cabeça, com ­ possui interface em inglês;
fone e microfone, que arma ­ possui fones de ouvido sem a perfeita
automaticamente o transmissor com a voz compatibilidade com os capacetes já
do operador, dando a este liberdade para existentes no EB; e
as mãos, com ajuste de sensibilidade; ­ possui conector de áudio diferente do
­ permite a comunicação por voz entre os rádio, o que impossibilita a conexão
integrantes da guarnição da viatura e pelo direta em um rádio portátil por ocasião
menos 1 (um) dos Fuz Bld embarcados, de do desembarque da viatura. O conector
forma simultânea ou seletiva, usando meios do intercomunicador não é o mesmo
de comunicação com fio. utilizado no padrão OTAN.
­ permite a comunicação por voz entre o
Cmt Vtr, quando embarcado, e pelo menos
1 (um) dos Fuz Bld desembarcado, usando
meios de comunicações com fio utilizando
dispositivo instalado na parte externa da
viatura;
­ é interoperável com outros rádios
existentes no EB;
­ possui sistema de autoteste que
possibilita diagnosticar falhas
automaticamente;
­ possui constituição modular, que permite
a troca de componentes para manutenção;
­ tem a capacidade de integrar rádios na
função de repetidora; e
­ possui serviços de áudio com redução de
ruído;

CTM
Possibilidades Limitações
­ é uma plataforma computacional ­ não possui regulagem física de brilho
robustecida; e contraste;
­ possui dispositivo de destruição de dados; ­ não possui teclado físico acoplado; e
­ não possui calibramento da tela;
166

GCB
Possibilidades Limitações
­ permite a inserção e a apresentação de ­ não é nativamente compatível com
informações de C2; outros Sistemas de C² da Força
­ apresenta o geoposicionamento na carta Terrestre;
topográfica; ­ não é nativamente compatível com
­ é de propriedade intelectual do EB; Cartas Topográficas do Banco de
­ tem a capacidade de enviar mensagens Dados Geográfico do Exército; e
para outro GCB; ­ não apresenta a geolocalização dos
­ tem a capacidade de enviar calcos de elementos desembarcados da VBTP;
operação para outro GCB;
­ tem a capacidade de enviar pontos de
interesse para outro GCB;
­ possibilita a identificação e divulgação da
tropa inimiga;
­ apresenta ao Cmt VBTP informações
relativas ao estado da viatura;
­ utiliza abreviaturas padronizadas pelo MD,
EB ou OTAN;
­ possui interface em português;
Tabela 35 ­ Possibilidades e limitações do SisC² da VBTP­MR Guarani
Fonte: o autor

A avaliação do SisC² da VBTP­MR Guarani, realizada no decorrer do presente


trabalho, demonstrou que há coerência com os sistemas que existem em viaturas
similares em uso nos demais Exércitos do Mundo.
O SisC² abriu um novo leque de possibilidades antes inexistentes na Infantaria
Mecanizada. Agora os tripulantes das VBTP­MR podem se comunicar internamente
(motorista, cmt VBTP, atirador e demais tripulantes) sem a necessidade de pressionar
botão algum, utilizando um sistema que é acionado apenas pela voz e que conta com
um avançado sistema de redução de ruído, filtrando as interferências do ambiente,
como por exemplo o barulho produzido pelo motor. Essa foi uma das razões de,
durante o questionário on­line submetido durante o presente trabalho, o
intercomunicador ter sido considerado indispensável por todos os pesquisados. A
principal novidade apresentada no SisC² é a função repetidora, que permite à
Infantaria Mecanizada a ampliação da cobertura do equipamento rádio ou, até mesmo,
a integração entre quaisquer tipos de rádio que venham a ser utilizados, independente
da frequência ou criptografia desses equipamentos.
As comunicações entre os carros agora são dotadas da segurança necessária
para evitar que a Guerra Eletrônica inimiga consiga tirar proveito de eventuais
informações que venham a ser capturadas. A criptografia utilizada pelos
167

equipamentos rádio, além da possibilidade de utilização de salto de frequência,


agregam a tecnologia que sempre foi desejada para a execução das operações
militares. Outro dispositivo de segurança é a possibilidade de apagar as informações
relativas à programação do equipamento (frequências, chaves criptográficas etc), nas
situações em que o equipamento rádio corra risco de ser capturado por uma força
inimiga.
O CTM, primeiro computador militarizado adquirido pelo EB fruto da indústria
nacional, apresenta uma novidade essencial nas situações de combate: a
possibilidade de destruir fisicamente as informações digitais que circulam na rede. O
dispositivo de destruição física de dados (cartão SD), em que ficam armazenadas
informações trocadas entre as VBTP­MR, traz a segurança necessária aos
operadores para evitar que informações sensíveis cheguem ao conhecimento do
inimigo, já que não é possível destruir o equipamento, tendo em vista seu elevado
grau de robustecimento.
O GCB é o que mais influências traz para a infantaria mecanizada. Agora todos
os Cmt Vtr podem compartilhar informações rapidamente, como por exemplo, a
localização de um inimigo. A criação de calcos, o envio de mensagens, o cálculo de
distâncias em linhas retas ou curvas evitam erros de comunicação, aumentam a
eficiência do combate e simplificam a execução das operações, pois diminuem a
margem para interpretação das ordens emanadas pelos superiores. Uma premissa
importante relativa à segurança dos dados do GCB é o fato de ele somente
estabelecer enlaces com outras VBTP­MR quando as comunicações via rádio entre
elas estiverem criptografada.
Por outro lado, o SisC² ainda precisará percorrer um longo caminho até que se
estabeleça no estado da arte tão sonhado quando de sua concepção. As melhorias
evidenciadas pelos usuários abordam todos os componentes, e até mesmo geram
demandas que não foram imaginadas no passado, como o eventual emprego em
operações de GLO, para os quais o rádio VHF não é o mais apropriado.
É possível elencar as seguintes melhorias, listadas pelos usuários e pelo autor,
que ainda são desafios a serem superados/implementados:
Equipamento Rádio Harris Família Falcon III VHF RF-7800V-V560 (ou V511)
­ traduzir a interface de usuário para Português;
­ traduzir a interface do software de programação do rádio;
168

­ melhorar o robustecimento das antenas ou trocar o tipo de antena atualmente


utilizado; e
­ fabricar um conector de rede, em parceria com o fabricante do intercomunicador,
para permitir a conexão direta entre o rádio e o intercomunicador, sem a
necessidade de conexões intermediárias, resultando em maior eficiência e menor
possibilidade de panes físicas.

Equipamento rádio para a tropa desembarcada


­ adotar o rádio TPP 1400, da Imbel, como o rádio para a tropa desembarcada, visto
que ele atende em melhores condições a tropa mecanizada (peso, volume,
dimensão da antena e alcance) quando comparado ao atualmente utilizado (RF­
7800V­HH)

Intercomunicador SOTAS M2/IP


­ traduzir a interface de usuário para Português;
­ modificar o headset (combinado de cabeça) para um modelo perfeitamente
ajustado aos capacetes já existentes no EB, ou adquirir um capacete ajustado a
essa necessidade;
­ modificaros conectores, do padrão proprietário da THALES para o padrão OTAN,
o que permitiria a conexão direta do headset com os rádios da Harris. Outra opção
seria alterar a conexão intermediária do headset (que conecta o headset ao PTT),
com o conector padrão OTAN; e
­ fabricar um conector de rede, em parceria com o fabricante do equipamento rádio,
para permitir a conexão direta entre o intercomunicador e o rádio, sem a
necessidade de conexões intermediárias, resultando em maior eficiência e menor
possibilidade de panes físicas.

CTM
­ melhorar a capacidade de processamento;
­ alterar o tipo de tela touchscreen, de um modelo monotoque para multitoque,
similar aos tablets e celulares existentes hoje no mercado;
­ inserir um dispositivo físico para calibramento da tela;
­ inserir um teclado físico;
169

­ inserir uma ou duas portas USB sem a necessidade de outras conexões


intermediárias (adaptações);
­ inserir uma placa de rede sem fio, visando facilitar a manutenção remota quando
a viatura não estiver em utilização; e
­ inserir um GPS no próprio CTM, tornando a geolocalização redundante para o
SisC².

GCB
­ inserir a funcionalidade de destruição de dados via software, o que possibilitaria a
substituição da destruição física de dados do cartão SD, reduzindo custos para
aquisição do CTM ou de outro concorrente;
­ atualizar o relógio do GCB baseado no GPS do rádio, com fuso horário corrigido,
e não pelo relógio do CTM, ou permitir o ajuste manual do horário;
­ ampliar a variedade de testes de conexão com os demais equipamentos do SisC²,
visando facilitar a detecção de falhas;
­ variar o zoom das localizações das peças de manobra (calungas), conforme a
necessidade do usuário.

Embora não seja objetivo do presente trabalho, foi possível constatar que a
flexibilidade tão desejada do SisC² da VBTP­MR Guarani esbarra nas peculiaridades
das tropas de cavalaria mecanizada, tendo em vista que a constituição dos elementos
de combate é mista (VBTP­MR, Vtr Leves, VBCI etc), ao passo que na infantaria
mecanizada são semelhantes (todos VBTP­MR). Como o SisC² foi projetado para
servir tanto para a infantaria mecanizada quanto para cavalaria mecanizada, no futuro
será necessário adaptar o sistema ou instalá­lo em outros tipos de viaturas.
A falta de interoperabilidade com outros Sistemas de C² do EB é uma limitação
fundamental e básica. Apesar de existir a possibilidade de integração, faz­se
necessário o desenvolvimento de um novo software capaz de fazer a ponte entre o
SisC² e os demais sistemas existentes e em desenvolvimento.
O crescente emprego da VBTP­MR Guarani em operações de GLO exigirá, em
um futuro próximo, a inserção dos rádios da família Motorola no SisC², já que esses
rádios compõem o Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT), voltado para
comunicações críticas e já instalado nas principais cidades do Brasil. O desempenho
do SRDT, em ambientes urbanos, é sensivelmente superior aos rádios VHF utilizados
170

atualmente no SisC², que por sua vez, são superiores em outros aspectos aos rádios
do SRDT, calcados principalmente no fato de serem mais apropriados para
Operações Militares tradicionais, fora da área urbana. Pensando nisso, quando foi
concebido o SisC², o intercomunicador SOTAS, em todas as suas versões, já foi
adquirido com a funcionalidade de integrar­se a esses rádios, restando apenas a
aquisição do cabo que realiza a conexão entre o rádio e o intercomunicador.
Porém, para efetivar o funcionamento dos rádios da família Motorola no SisC²
da VBTP­MR Guarani serão necessárias adaptações no projeto, tais como adaptação
da alimentação elétrica para 12V e posicionamento da antena. Esta pode ser em uma
posição determinada ou fixada por magnetismo na parte externa da viatura, exigindo
em qualquer um dos casos, um ponto de passagem, algo complexo quando se trata
de perfurar uma viatura blindada.
Como o SRDT já dispõe de um software de C² próprio, o PACIFICADOR, não
há interferência entre os sistemas, mas redundância, pois permite ao escalão superior
a geolocalização de cada VBTP­MR Guarani com um rádio da família Motorola,
independente de sua subordinação.
Novos desafios também devem ser considerados em relação à cadeia de
manutenção. A remoção dos Batalhões Logísticos da cadeia de manutenção em
tempo de paz é uma medida racional, já que nunca foi possível atender plenamente
às necessidades de pessoal qualificado, equipamentos e suprimento para
manutenção. Uma solução, quando uma Bda Inf Mec venha a ser empregada em
operações, é destacar uma equipe de apoio direto, oriunda dos Parques Regionais de
Manutenção ou do CCOMGEX, para realizar a manutenção necessária.
A capacitação de pessoal ainda é incipiente. Isso pode ser comprovado nas
experimentações doutrinárias de Pel Fuz Mec e Cia Fuz Mec, em que puderam ser
constatadas falhas básicas na operação do equipamento. Ao mesmo tempo, foram
identificados problemas técnicos até então desconhecidos, que nada têm a ver com o
conhecimento do material, pois extrapolam aquilo que é ensinado nos bancos
escolares. Aos poucos, as escolas de formação e especialização estão inserindo os
conhecimentos teóricos e práticos necessários à operação dos componentes do
sistema. Antes da realização de futuras experimentações doutrinárias, é prudente a
realização de exercícios técnicos de comunicações, visando ao melhor desempenho
possível. Faz­se necessária a confecção de um manual sobre todo o SisC², o que
facilitaria em muito o ensino e a operação do sistema.
171

Ponto negativo do SisC², o rádio RF­7800V­HH é utilizado pela tropa


desembarcada. Seu volume, peso e principalmente a dimensão da antena não são
adequados para a tropa mecanizada. Fruto dessa constatação, já está em
desenvolvimento o rádio TPP­1400, versão veicular que, futuramente, passará a fazer
parte dos equipamentos que compõem SisC² da VBTP­MR Guarani, juntamente com
o rádio TPP­1400 portátil, que já foi padronizado como rádio que está equipando o
soldado do EB.
Em síntese, o SisC² da VBTP­MR Guarani foi planejado e concebido
minuciosamente e está coerente com outros sistemas existentes no mundo.
Problemas e falhas técnicas são aceitáveis para um sistema que busca chegar ao
estado da Arte. Somente o uso intensivo, a capacitação constante e a correção das
falhas encontradas permitirão que o SisC² evolua e ocupe lugar de destaque nas
futuras operações militares a serem executadas sob responsabilidade do Exército
Brasileiro.
Por fim, conclui­se que o emprego do SisC² da VBTP­MR Guarani influencia
positivamente o desempenho de uma Cia Fuz Mec, pois possibilita comunicações com
qualidade digital por voz e dados de forma eficiente e segura, em tempo oportuno,
proporcionando a consciência situacional necessária, facilitando o comando e controle
em qualquer tipo de operação militar que venha a ser empregada. Por outro lado,
exige do fuzileiro mecanizado maior conhecimento sobre o assunto, sob pena de não
utilizar as funcionalidades tão desejadas para aumentar o dano ao inimigo e reduzir
nossas perdas em combate. Acompanhar a evolução da arte da guerra e manter­se
atualizado é essencial para qualquer Exército que almeja estar entre os protagonistas
mundiais.
172

Anexo A

PORTARIA NR 023, DE 13 DE MAIO DE 1999

Aprova os Requisitos Operacionais Básicos Nr 09/99 Viatura


Blindada Transporte de Pessoal Média, De Rodas (VBTP ­ MR)

O CHEFE DO ESTADO­MAIOR DO EXÉRCITO, no uso das atribuições que


lhe confere o inciso II do art. 3º do Capítulo III do regulamento do Estado­Maior do
Exército (R ­ 173), aprovado pela Portaria Nr 226, de 27 de abril de 1998, e de
conformidade com o inciso nº 6) do art. 6º, das IG 20­11, aprovadas pela Portaria
Ministerial Nr 270, de 13 de junho de 1994, e com o art. 13, bloco Nr 10, das IG 20­
12, aprovadas pela Portaria Ministerial Nr 271, de 13 de junho de 1994, ouvidos o
DMB e a SCT, resolve:

Art. 1º Aprovar os Requisitos Operacionais Básicos Nr 09/99, relativos a Viatura


Blindada Transporte de Pessoal ­ Média, de Rodas (VBTP ­ MR).
Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.

REQUISITOS OPERACIONAIS BÁSICOS Nr 09/99


1. TÍTULO
VIATURA BLINDADA TRANSPORTE DE PESSOAL ­ MÉDIA, DE RODAS (VBTP­
MR).

2. DESCRIÇÃO DOS REQUISITOS OPERACIONAIS BÁSICOS


a. Absolutos
01) Ser operada e manutenida, no mínimo, sob quaisquer condições climáticas da
Área Operacional do Continente (AOC), excluída a área estratégica da Amazônia.
(peso dez)
02) Possuir sistema de freios de serviço e de estacionamento que sejam eficientes
mesmo quando molhados. (peso dez)
03) Possuir indicadores e medidores que dêem ao motorista informações sobre o
funcionamento dos sistemas vitais da viatura. (peso dez)
04) Possuir silhueta baixa, altura máxima de 2,70 m (dois vírgula setenta metros),
excluindo a torreta e o armamento. (peso oito)
173

05) Apresentar ergonomia adequada à operação de seus diversos


equipamentos.(peso sete)
06) Possuir raio de giro inferior a 11 m (onze metros). (peso oito)
07) Possuir peso máximo de 250.000 N (duzentos e cinqüenta mil Newtons),
quando totalmente equipada para o combate. (peso sete)
08) Possuir características de suspensão e direção que lhe permitam trafegar com
segurança em rodovias das classes especial, 1(um), 2 (dois), 3 (três) e 4 (quatro).
(peso dez)
09) Possuir boas condições de trafegabilidade através campo e em rodovias das
classes 3 (três) e 4 (quatro), nas regiões de provável emprego das unidades para as
quais se destina, dentro da doutrina de emprego dessas OM. (peso dez)
10) Possuir sistema de direção servo­assistido, com capacidade de funcionamento
mecânico quando houver falha no sistema principal. (peso oito)
11) Possuir trem de rolamento, no mínimo, do tipo 6 x 6 (seis por seis). (peso dez)
12) Transpor, com carga máxima, rampa com inclinação mínima de 60% (sessenta
por cento), com os sistemas de lubrificação, alimentação de combustível e de
arrefecimento em condições normais de trabalho, subindo e descendo, de frente e de
ré. (peso dez)
13) Transpor, com carga máxima, rampa lateral com inclinação mínima de 30% (trinta
por cento), com os sistemas de lubrificação, alimentação de combustível e de
arrefecimento em condições normais de trabalho, transitando de frente e de ré. (peso
dez)
14) Transpor degrau mínimo de 0,50 m (zero vírgula cinqüenta metros), com carga
máxima. (peso dez)
15) Ultrapassar vão horizontal (trincheira) mínimo de 1,30 m (um vírgula trinta metros),
com carga máxima. (peso dez)
16) Possuir vão livre, em relação ao solo, superior a 0,50 m (zero vírgula cinqüenta
metros). (peso dez)
17) Possuir condições de ser aerotransportada em aeronave do tipo C­130 ou similar.
(peso dez)
18) Possuir caixa de transmissão automática. (peso dez)
19) Desenvolver, com carga máxima, velocidade superior a 90 km / h (noventa
quilômetros por hora) em rodovia plana da classe 2 (dois). (peso dez)
20) Possuir autonomia superior a 600 km (seiscentos quilômetros), em rodovia da
174

classe 2 (dois), sem a utilização de reservatórios suplementares ou portáteis de


combustível. (peso dez)
21) Sustentar velocidade mínima de 2 km / h (dois quilômetros por hora) com o motor
em torque máximo. (peso oito)
22) Possuir motor localizado na parte dianteira da viatura. (peso dez)
23) Possuir motor alimentado a óleo diesel. (peso dez)
24) Possuir sistema de transmissão que permita o uso seletivo da tração, com
acionamento no compartimento do motorista. (peso sete)
25) Possuir sistema elétrico de 24 V (vinte e quatro volts) nominais.(peso dez)
26) Possuir pelo menos 1(um) extintor de incêndio com carga suficiente para debelar
início de incêndio na viatura ou na carga transportada. (peso nove)
27) Possuir eficiente sistema de combate a incêndios. (peso nove)
28) Possuir sistema de ar condicionado capaz de manter, no interior da viatura, as
condições de conforto térmico e o funcionamento eficiente dos equipamentos
eletrônicos. (peso oito)
29) Possuir freio motor. (peso oito)
30) Possuir eficientes sistemas de ventilação e exaustão forçadas nos
compartimentos do motorista e de combate. (peso nove)
31) Possuir sistema automático para enchimento e esvaziamento de pneus,
comandado do compartimento do motorista. (peso nove)
32) Possuir sistema de iluminação militar, que permita o deslocamento da viatura com
disciplina de luzes.(peso dez)
33) Possuir rodas e pneus que permitam o deslocamento da viatura com segurança,
mesmo após haverem sido perfurados por projetis de armamento leve ou estilhaços
de granadas, por cerca de 30 km (trinta quilômetros), a uma velocidade superior a 30
km / h (trinta quilômetros por hora). (peso dez)
34) Possuir sistema com bomba elétrica e manual para esgotamento d'água que
porventura penetre na viatura durante a travessia de cursos d'água. (peso dez)
35) Possuir ferramental para a manutenção de 1º escalão, acondicionado em bolsa
própria ou local específico na viatura, de fácil acesso e manuseio. (peso sete)
36) Possuir clinômetro no compartimento do motorista, de fácil leitura, que informe o
grau de inclinação longitudinal e transversal da viatura. (peso oito)
37) Possuir alças de amarração para o seu transporte multimodal, içamento e
reboque rodoviário. (peso oito)
175

38) Possuir, na parte traseira, engate padronizado pelo Exército Brasileiro que permita
tracionar viaturas reboque ou do mesmo tipo. (peso oito)
39) Possuir tomada elétrica padronizada, com o correspondente cabo, que possibilite
a partida do motor ou a recarga da bateria por meio de outra viatura ou equipamentos
externos. (peso sete)
40) Possuir suporte externo para 2 (dois) camburões de 20 l (vinte litros) padronizado
pelo EB. (peso sete)
41) Possuir fixadas em local adequado, ferramentas de sapa e cabos de aço ou fita
de poliéster, padronizados pelo EB, para rebocar outras viaturas. (peso sete)
42) Possuir arranjo físico interno que propicie conforto e segurança à guarnição
e à tropa transportada. (peso oito)
43) Possuir tomada de ar, com engate rápido, para o sistema de freio do
reboque.(peso oito)
44) Possuir portas individuais para o embarque e o desembarque do motorista
e do comandante da viatura. (peso dez)
45) Possuir escotilhas no teto, que permitam o acesso da guarnição à parte superior
da viatura. (peso dez)
46) Possuir manuais de operação, de manutenção até 2º escalão e de manutenção
de 3º e 4º escalões, escritos em língua portuguesa. (peso oito)
47) Ser pintada nas cores e padrão estabelecidos pelo Exército Brasileiro. (peso sete)
48) Ser anfíbia, fluvial e marítima, sem preparação. o tempo necessário ao
acionamento dos equipamentos de navegação deve ser inferior a 2' (dois minutos).
(peso dez)
49) Possuir comando único para o sistema de navegação e, também, comandos
individuais para os subsistemas que o constituem. (peso dez)
50) Possuir propulsão aquática que lhe permita navegar com facilidade em rios com
correntezas de, no mínimo, 1,5 m / s (um vírgula cinco metros por segundo).(peso
oito)
51) Desenvolver velocidade igual ou superior a 9 km / h (nove quilômetros por hora)
nas vias aquáticas sem correnteza. (peso oito)
52) Atender aos preceitos regulamentares dos órgãos oficiais nacionais de trânsito
nos aspectos relacionados à iluminação, sinalização e segurança. (peso sete)
53) Possuírem os componentes do sistema de iluminação, interna e externa,
adequada proteção. (peso sete)
176

54) Possuir blindagem básica do chassi e torre, que ofereça proteção em toda a
viatura, à penetração de projetis 7,62 mm Pf (sete vírgula seis dois milímetros
perfurante) , disparados a 30 m (trinta metros) da viatura. (peso dez)
55) Possuir blindagem básica do chassi e torre, que ofereça proteção na parte frontal,
num arco mínimo de 30º (trinta graus), à penetração de projetis 12,7 mm Pf (doze
vírgula sete milímetros perfurante), disparados a 100 m (cem metros) da viatura.
(peso dez)
56) Possuir blindagem básica do chassi e torre, que ofereça proteção em toda a
viatura à penetração de estilhaços de granadas de artilharia de 155 mm (cento e
cinqüenta e cinco milímetros), com explosão a 10 m (dez metros) da viatura, com 70%
(setenta por cento) de confiabilidade. (peso dez)
57) Possuir blindagem básica do chassi, que ofereça proteção na parte inferior,
contra a explosão de minas antipessoal até 30 N (trinta Newtons) de alto­explosivo
(HE) "High Explosive ". (peso dez)
58) Possuir blindagem básica do chassi e torre, que ofereça proteção em toda a
viatura, a artifícios inflamáveis do tipo "Coquetel Molotov". (peso dez)
59) Possuir condições de receber blindagem adicional externa de placas de aço, em
todo o chassi e torre, de forma a aumentar sua proteção blindada na parte frontal, num
arco mínimo de 30º (trinta graus), contra a penetração de granadas 25 mm Pf (vinte e
cinco milímetros perfurante), disparadas a uma distância de 1.000 m (mil metros) da
viatura. (peso nove)
60) Possuir condições de receber blindagem adicional externa de placas de aço, em
todo o chassi e torre, de forma a aumentar sua proteção blindada nas laterais da
viatura, contra a penetração de projetis 12,7 mm Pf (doze vírgula sete milímetros
perfurante), disparados a 1.000 m (mil metros) de distância. (peso nove)
61) Possuir condições de receber blindagem adicional interna, nos compartimentos
do motorista e de combate, que aumente a capacidade de sobrevivência da tropa
embarcada e da guarnição, protegendo­a de estilhaços que penetrem a blindagem
externa, decorrentes do impacto direto de granadas de 25 mm (vinte e cinco
milímetros), minas anticarro e estilhaços de granadas de artilharia. (peso nove)
62) Possuir o compartimento do motorista banco com regulagem horizontal e vertical.
(peso oito)
63) Possuir o compartimento do motorista cinto de segurança com fixação em 3 (três)
ou 4 (quatro) pontos. (peso oito)
177

64) Possuir o compartimento do motorista periscópios de visão diurna e noturna, com


ângulo de visão que permita ao motorista conduzir a viatura com segurança, quando
dirigindo com a escotilha fechada.(peso dez)
65) Possuir o compartimento do motorista painel com instrumentos, indicadores
e medidores que permitam ao motorista uma visão completa da situação de todos os
sistemas vitais da viatura. A localização do painel e os instrumentos devem permitir
que o motorista, mesmo quando dirigindo com a cabeça para fora da escotilha, possa
ter uma visão clara das informações sem comprometer a segurança. (peso oito)
66) Possuir o compartimento do motorista escotilha com sistema de abertura,
fechamento e trancamento eficiente, operável por um combatente. (peso oito)
67) Possuir infra­estrutura para a instalação dos equipamentos de comunicações
em uso no Exército Brasileiro, para o escalão ao qual a viatura se destina. (peso dez)
68) Possuir um conjunto de baterias para o sistema rádio, independente das fontes de
energia da viatura. (peso oito)
69) Possuir um sistema de intercomunicadores para a guarnição da viatura. (peso
nove)
70) Possuir telefone externo acoplado ao sistema de comunicações. (peso oito)
71) Possuir quilometragem média entre falhas superior a 4.000 km (quatro mil
quilômetros). (peso oito)
72) Exigir menos de 200 (duzentos) homens por hora de manutenção corretiva,
excetuando­se os serviços de 1º escalão, nos primeiros 30.000 km (trinta mil
quilômetros). (peso oito)
73) Possuir índice de disponibilidade superior a 80%. (peso oito)
74) Possuir coluna de direção regulável. (peso sete)
75) Possuir ampla porta traseira, que permita o embarque e desembarque da carga
transportada e o rápido embarque e desembarque da tropa. A abertura e o fechamento
da porta devem ser acionados a partir do compartimento do motorista. (peso dez)
76) Possuir condições de transportar com segurança e conforto, independente do
tipo de armamento ou torre com que for dotado, 1(um) comandante, 1 (um) atirador,
1 (um) motorista e 7 (sete) fuzileiros. (peso dez)
77) Possuir no compartimento de combate bancos, com cintos de segurança,
para a tropa transportada e guarnição da viatura. (peso oito)
78) Possuir no compartimento de combate alças de segurança presas ao teto da
viatura, exceto na torre, para uso da tropa transportada e guarnição. (peso oito)
178

79) Possuir, no compartimento de combate, porta de acesso ao compartimento


do motor ou painel removível, que permita a realização de trabalhos de manutenção
sem sair da viatura e sem a necessidade da abertura da tampa externa do
compartimento do motor. (peso oito)
80) Possuir condições para instalação de torre blindada com movimento horizontal de
360º (trezentos e sessenta graus), acionada eletricamente ou por sistema hidráulico,
com cesto, armada com 1(um) canhão automático de 25 mm (vinte e cinco milímetros)
e com 1 (uma) metralhadora externa de 7,62 mm (sete vírgula sessenta e dois
milímetros), guarnecida por 2 (dois) homens, com tubos lançadores de granadas
fumígenas, com eficiente sistema de pontaria e periscópio de visão diurna e noturna
para o atirador, além de periscópio de visão diurna e noturna para o comandante.
(peso dez)
81) Possuir condições para instalação de torre blindada com movimento horizontal de
360º (trezentos e sessenta graus), acionada eletricamente ou por sistema hidráulico,
armada com 1(uma) metralhadora 12,7 mm (doze vírgula sete milímetros) (acionada
eletricamente do interior da viatura), guarnecida por 1 (um) homem, com tubos
lançadores externos de granadas fumígenas. (peso dez)
82) Possuir condições para instalação de torre blindada com movimento horizontal de
360º (trezentos sessenta graus), acionada manualmente, armada com 1 (uma)
metralhadora 12,7 mm (doze vírgula sete milímetros) ou 7,62 mm (sete vírgula
sessenta e dois milímetros), guarnecida por um homem. (peso dez)
b. Desejáveis
01) Possuir sistema de defesa química biológica e nuclear (DQBN). (peso seis)
02) Possuir escotilha de escape, por baixo do carro. (peso cinco)
03) Possuir sistema de detecção de incidência de raios laser sobre o carro. (peso
seis)
04) Possuir baixa assinatura térmica. (peso seis)
05) Possuir baixa assinatura radar. (peso seis)
06) Possuir sistema de aquecimento, capaz de manter as condições de conforto no
interior da viatura, mesmo quando operando em regiões de frio intenso. (peso seis)
07) Possuir gerador auxiliar para a alimentação do sistema de comunicações e
de outros equipamentos, por períodos de tempo mínimos de oito horas, com a viatura
parada e desligada. (peso seis)
08) Possuir sistema automático para detecção e extinção de incêndios. (peso seis)
179

09) Possuir sistema de suspensão com regulagem de altura do chassi em relação ao


solo, que funcione com a viatura parada e em movimento. (peso seis)
10) Possuir condições para a instalação de sistema de orientação e navegação
por satélites ("Global Positioning System" ­ GPS). (peso quatro)
11) Possuir GPS. (peso quatro)
12) Possuir condições de ser lançado de aeronave militar, por intermédio de pára­
quedas ou vôo a baixa altura. (peso cinco)
13) Possuir guincho, montado externamente (fixo ou amovível), capaz de tracionar
viatura semelhante. (peso cinco)
14) Possuir peso máximo de combate, quando equipada com torre blindada armada
com canhão de 25 mm (vinte e cinco milímetros), inferior a 150.000 N (cento e
cinqüenta mil Newtons). (peso seis)
15) Possuir condições de transportar carga útil de 35.000 N (trinta e cinco mil
Newtons). (peso seis)
c. Complementar
01) Possuir motor multicombustível. (peso dois)
180

Anexo B

PORTARIA Nº 332­EME, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2015.

Aprova os Requisitos Operacionais Básicos do Sistema de


Comando e Controle da Viatura Blindada de Transporte Pessoal
(SC2 VBTP) (EB20­ROB­ 04.008), 1ª Edição, 2015.

O CHEFE DO ESTADO­MAIOR DO EXÉRCITO, no uso das atribuições que


lhe confere o inciso VIII, do art. 5º, do Regulamento do Estado­Maior do Exército (R­
173), aprovado pela Portaria do Comandante do Exército nº 514, de 29 de junho de
2010, e em conformidade com o item 6, do art. 6º, das Instruções Gerais para o
Funcionamento do Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército (IG
20­11), aprovadas pela Portaria Ministerial nº 270, de 13 de junho de 1994, e com o
Bloco nº 10, do art. 13, das Instruções Gerais para o Modelo Administrativo do Ciclo
de Vida dos Materiais de Emprego Militar (IG 20­12), aprovadas pela Portaria
Ministerial nº 271, de 13 de junho de 1994, resolve:
Art. 1º Aprovar os Requisitos Operacionais Básicos do Sistema de Comando e
Controle da Viatura Blindada de Transporte Pessoal (SC2 VBTP) (EB20­ROB­
04.008), 1ª Edição, 2015.
Art. 2º Revogar a Portaria nº 161­EME, de 13 de agosto de 2013.
Art. 3º Determinar que esta portaria entre em vigor na data de sua publicação.

1. TÍTULO
Requisitos Operacionais Básicos do Sistema de Comando e Controle da
Viatura Blindada de Transporte Pessoal (SC2 VBTP) (EB20­ROB­04.008), 1ª Edição,
2015.

2. REFERÊNCIAS
a) Diretrizes para a Elaboração dos Requisitos Operacionais Básicos ­ ROB,
aprovadas pela Portaria nº 052 ­ 3ª SCh/EME, de 17 OUT 86;
b) Atributos Essenciais para o Material Rádio Componente do Sistema Tático de
Comunicações do Exército (SISTAC), estabelecidos pela Portaria nº 012­EME­RES,
de 13 MAR 01;
181

c) C 11­1, Emprego das Comunicações, 2ª Edição, 1997, aprovado pela Portaria nº


019­EME, de 14 MAR 1997;
d) C 2­20, Manual de Campanha Regimento de Cavalaria Mecanizado, 2ª Edição,
2002, aprovado pela Portaria nº 085­EME, de 30 OUT 02;
e) C 2­30, Manual de Campanha Brigada de Cavalaria Mecanizada, 2ª Edição, 2000,
aprovado pela Portaria nº 118­EME, de 08 DEZ 00;
f) C 17­20, Manual de Campanha Forças­Tarefas Blindadas, 3ª Edição, 2002,
aprovado pela Portaria nº 086­EME, de 30 OUT 02;
g) C 34­1, Emprego da Guerra Eletrônica, 2ª Edição, 2009, Portaria nº 024­EME, de
22 ABR 09;
h) C 100­10, Manual de Campanha Logística Militar Terrestre, 2ª Edição, 2003,
aprovado pela Portaria nº 125­EME, de 22 DEZ 03;
i) CONDOP nº 01/03 ­ Sistema de Comando e Controle da Forca Terrestre nível
Brigada e Divisão de Exército, aprovadas pela Portaria nº 001­EME­Res, de 17 FEV
03;
j) CONDOP nº 07/2012 ­ Sistema de Comando e Controle das Viaturas Blindadas,
aprovadas pela Portaria nº 144­EME­Res, de 27 SET 12;
k) CONDOP nº 02/13 ­ Nova Família de Blindados de Rodas do Exército Brasileiro,
aprovadas pela Portaria nº 02­EME/Res, de 14 FEV 13;
l) IG 20­11, lnstruções Gerais para o Funcionamento do Sistema de Ciência e
Tecnologia do Exército (IG 20­11), aprovadas pela Portaria Ministerial nº 270, de 13
de junho de 1994;
m) IG 20­12, lnstruções Gerais para o Modelo Administrativo do Ciclo de Vida dos
Materiais de Emprego Militar, aprovadas pela Portaria Ministerial nº 271, de 13 JUN
1994;
n) MD35­G­01, Glossário das Forças Armadas, aprovado pela Portaria Normativa nº
196/EMD/MD, de 22 FEV 07;
o) MD33­M­02, Manual de Abreviaturas, Siglas, Símbolos e Convenções
Cartográficas das Forças Armadas, aprovado pela Portaria Normativa nº
513/EMD/MD, de 26 MAR 08;
p) ROB nº 09/01 ­ Conjunto Rádio Grupo 3 (Unidade/Subunidade independente) ­
Categoria 1, Versão 3 (V3), aprovados pela Portaria nº 100­EME, de 30 AGO 01;
q) ROB nº 01/03 ­ Sistema de Comando e Controle da Forca Terrestre nível Bda e
DE, aprovados pela Portaria nº 032­EME, de 19 MAI 03;
182

r) ROB nº 01/11 ­ Viatura Blindada Transporte de Pessoal ­ Média de Rodas (VBTP


MR), aprovados pela Portaria nº 004­EME, de 20 JAN 11.
s) ROB nº EB20­ROB­04.001 ­ Sistema de Comando e Controle da Viatura Blindada
de Transporte de Pessoal ­ SC2 VBTP, aprovados pela Portaria nº 161­EME, de 13
AGO 13.

6. DESCRIÇÃO DOS REQUISITOS OPERACIONAIS BÁSICOS


3.1. SUBSISTEMA GERENCIADOR DE CAMPO DE BATALHA (SGCB)
3.1.1. REQUISITOS OPERACIONAIS ABSOLUTOS
3.1.1.1 ­ Permitir a instalação e a utilização do Software de comando e controle
padronizado pelo EB. (Peso dez)
3.1.1.2 ­ Possuir acesso a Sistema de Informações Geográficas (SIG), que permita:
a) a visualização do terreno, em conformidade com os padrões adotados pelo EB;
b) a sobreposição de camadas gráficas (layers) de informação;
c) a inserção de calcos desenhados localmente, fazendo a distinção entre os mesmos;
d) a inserção manual de símbolos e recursos gráficos na carta digitalizada; e
e) o registro de pontos de interesse na carta digitalizada. (Peso dez)
3.1.1.3 ­ Permitir o envio de calcos digitalizados para outros SC2. (Peso dez)
3.1.1.4 ­ Permitir o envio de pontos de interesse para outros SC2. (Peso dez)
3.1.1.5 ­ Apresentar ao Comandante da Viatura a identificação e o posicionamento
dos meios e das tropas de seu escalão, bem como dos escalões subordinados e
vizinhos de mesmo nível. (Peso dez)
3.1.1.6 ­ Atualizar, com oportunidade, todas as informações relativas aos meios e às
tropas. (Peso dez)
3.1.1.7 ­ Permitir ao Comandante da Viatura selecionar o nível de detalhamento das
tropas apresentadas (p. ex. homem, esquadra, grupo de combate, pelotão,
companhia, etc.). (Peso nove)
3.1.1.8 ­ Apresentar ao Comandante da Viatura a identificação e o posicionamento
dos meios e das tropas inimigas dentro da zona de ação, inseridos oportunamente,
diferenciando as posições inimigas confirmadas das prováveis ou estimadas. (Peso
dez)
3.1.1.9 ­ Apresentar ao Comandante da Viatura informações quanto à velocidade e
inclinação lateral da viatura, bem como informações operacionais oriundas dos
sensores e do sistema de comando e controle. (Peso nove)
183

3.1.1.10 ­ Nas viaturas com estação de armas remotamente controladas, apresentar


para o Comandante da Viatura informações relacionadas ao estado daquele sistema
de armas. (Peso nove) 3.1.1.11 ­ Permitir ao Comandante da Viatura visualizar
informações sobre a quantidade de munição e de combustível remanescentes nos
carros de sua fração. (Peso nove)
3.1.1.12 ­ Permitir ao Comandante da Viatura consultar informações de estado da
viatura e do sistema de armas disponibilizando­as de forma individual e consolidada,
por meio de relatórios e gráficos. (Peso nove)
3.1.1.13 ­ Possibilitar a comunicação com outros SC2 por mensagens de texto
assíncronas. (Peso dez)
3.1.1.14 ­ Apresentar o posicionamento dos meios e das tropas em coordenadas
geográficas e retangulares. (Peso dez)
3.1.1.15 ­ Utilizar as abreviaturas, siglas, símbolos e convenções cartográficas
padronizadas pelo MD, pelo EB e pela OTAN. (Peso dez)
3.1.1.16 ­ Permitir ao operador selecionar, em tempo de execução do SGCB, o padrão
de abreviaturas, siglas, símbolos e convenções cartográficas aplicado àquele
subsistema. (Peso nove)
3.1.1.17 ­ Permitir a transmissão e reprodução de arquivos de áudio, vídeo e imagens,
em todos os formatos padronizados pelo EB. (Peso dez)
3.1.1.18 ­ Possuir plataforma computacional robustecida, em conformidade com os
padrões adotados pelo EB. (Peso dez)
3.1.1.19 ­ Possuir interfaces de comunicação de dados para acesso às informações
deestado da viatura e do sistema de armas, bem como para comunicação com
dispositivos externos portáteis de armazenamento de dados. (Peso dez)
3.1.1.20 ­ Fornecer acesso aos códigos fonte dos programas computacionais
desenvolvidos e às ferramentas e aplicativos auditáveis. (Peso dez)
3.1.1.21 ­ Fornecer a descrição técnica de todos os protocolos de comunicação
utilizados pelo Gerenciador do Campo de Batalha (GCB). (Peso dez)
3.1.1.22 ­ Realizar a transmissão de arquivos. (Peso dez)
3.1.1.23 ­ Realizar cópia de segurança (“backup”) do SGCB da viatura em arquivo
com formato padronizado pelo Exército Brasileiro (EB) e e que possa ser processada
pelas ferramentas também padronizadas pelo EB. (Peso dez)
3.1.1.24 ­ Permitir a sincronização de viaturas. (Peso dez)
3.1.2. REQUISITOS OPERACIONAIS DESEJÁVEIS
184

3.1.2.1 ­ Apresentar, para o Comandante da Viatura, a identificação e o


posicionamento dos Fuz Bld orgânicos da VBTP, quando desembarcados, utilizando
as informações de geoposicionamento disponibilizadas pelo equipamento rádio do
Fuz Bld. (Peso seis)
3.2. SUBSISTEMA DE COMUNICAÇÕES
3.2.1. REQUISITOS OPERACIONAIS ABSOLUTOS
3.2.1.1 ­ Possibilitar comunicação de voz a distância mínima de 32 km (trinta e dois
quilômetros)
para os Escalões Superiores, Vizinhos e Subordinados, com clareza e intensidade
regulares, com relevo ondulado e vegetação herbácea, com emprego de COMSEC
(“Communications Security”), sem presença de Medidas de Ataque Eletrônico (MAE)
e TRANSEC (“Transmission Security”), empregando meios de comunicação sem fio.
(Peso dez)
3.2.1.2 ­ Realizar a comunicação de voz à distância mínima de 16 km (dezesseis
quilômetros) para os Escalões Superiores, Vizinhos e Subordinados, com clareza e
intensidade regulares, com relevo ondulado e vegetação arbustiva, com emprego de
TRANSEC e COMSEC, sem presença de MAE, empregando meios de comunicação
sem fio. (Peso dez)
3.2.1.3 ­ Realizar comunicação de dados à distância mínima de 16 km (dezesseis
quilômetros) para os Estalões Superiores, Vizinhos e Subordinados, com taxa de
transmissão mínima de 20 kbps (vinte kilobits por segundo), com relevo ondulado e
vegetação herbácea, com emprego de COMSEC, sem presença de MAE,
empregando meios de comunicação sem fio. (Peso dez)
3.2.1.4 ­ Realizar a comunicação de dados à distância mínima de 8 km (oito
quilômetros) para os Escalões Superiores, Vizinhos e Subordinados, com taxa de
transmissão mínima de 9,6 kbps (nove vírgula seis kilobits por segundo), com relevo
ondulado e vegetação arbustiva, com emprego de COMSEC e TRANSEC, sem
presença de MAE, empregando meios de comunicação sem fio. (Peso dez)
3.2.1.5 ­ Restabelecer automaticamente a comunicação de dados, após eventual
interrupção do enlace rádio. (Peso dez)
3.2.1.6 ­ Possibilitar comunicação simultânea de voz e dados com 2 (dois) outros SC2
VBTP, empregando meios de comunicação sem fio distintos sintonizados em
diferentes frequências, com a utilização de COMSEC. (Peso dez)
185

3.2.1.7 ­ Possuir conjunto telefônico de cabeça com fone e microfone, com função
selecionável que permita o acionamento automático do transmissor por meio da voz
do operador e que possua ajuste de sensibilidade. (Peso dez)
3.2.1.8 ­ Prover serviços de áudio com redução ativa de ruído. (Peso nove)
3.2.1.9 ­ Permitir a seleção antecipada de frequências ou faixas de frequência a serem
utilizadas no estabelecimento dos enlaces rádio. (Peso dez)
3.2.1.10 ­ Possibilitar o ajuste, pelo operador, da potência de transmissão do
equipamento rádio. (Peso dez)
3.2.1.11 ­ Permitir a comunicação por voz entre os integrantes da guarnição da viatura
e pelo menos um dos Fuz Bld embarcados, de forma simultânea ou seletiva, usando
meios de comunicação com fio. (Peso dez)
3.2.1.12 ­ Permitir a comunicação por voz entre o Cmt Vtr, quando embarcado, e pelo
menos um dos Fuz Bld desembarcados, usando meios de comunicação sem fio.
(Peso dez)
3.2.1.13 ­ Possuir mecanismo de COMSEC que possa ser ativado e desativado pelo
operador. (Peso dez)
3.2.1.14 ­ Possuir mecanismo de TRANSEC que possa poderá ser ativado e
desativado pelo operador. (Peso dez)
3.2.1.15 ­ Possibilitar o emprego de Medidas de Proteção Eletrônica (MPE) antiMAE
no campo das comunicações. (Peso dez)
3.2.1.16 ­ Possuir interoperabilidade com os Conjuntos Rádio dos Grupos 1, 2 e 3 em
uso no
Exército Brasileiro, em comunicação de voz e sem emprego de COMSEC e
TRANSEC.(Peso dez)
3.2.2. REQUISITOS OPERACIONAIS DESEJÁVEIS
3.2.2.1 ­ Realizar a comunicação por dados entre os integrantes da guarnição da
viatura e pelo menos um dos Fuz Bld orgânicos da VBTP V2, quando embarcados,
com taxa de transmissão mínima de 10 Mbps (dez megabits por segundo). (Peso seis)
3.2.2.2 ­ Permitir a comunicação por dados entre o Cmt Vtr e pelo menos um dos Fuz
Bld orgânicos da VBTP , quando desembarcados, usando meios de comunicação com
e sem fio. (Peso seis)
3.2.2.3 ­ No caso da comunicação usando meios sem fio, deve realizar a comunicação
entre o rádio do Fuz Bld e o da viatura a distâncias de pelo menos 1 Km (um
quilômetro), com taxa de transmissão mínima de 192 kbps (cento e noventa e dois
186

kilobits por segundo), com relevo ondulado e vegetação herbácea, com emprego de
COMSEC, e sem a presença de MAE. (Peso seis)
3.2.2.4 ­ No caso da comunicação usando meios sem fio, deve possibilitar a
comunicação entre o rádio do Fuz Bld e o da viatura a distâncias de, pelo menos, 1
km (um quilômetro), com taxa de transmissão mínima de 9,6 kbps (nove vírgula seis
kilobits por segundo), com relevo ondulado e vegetação herbácea, com emprego de
COMSEC e TRANSEC, e sem presença de MAE. (Peso cinco)
3.2.2.5 ­ No caso da comunicação usando meios sem fio, realizar a comunicação entre
o rádio do Fuz Bld e o da viatura a distâncias de pelo menos 1,5 Km (um vírgula cinco
quilômetros), com clareza e intensidade regulares, com relevo ondulado e vegetação
herbácea, com emprego de TRANSEC e COMSEC, e sem a presença de MAE. (Peso
seis)
3.2.2.6 ­ Funcionar como estação repetidora para o sinal rádio de outros SC2 VBTP.
(Peso seis)
3.2.2.7 ­ Possuir interoperabilidade com os Conjuntos Rádio dos Grupos 1, 2 e 3 em
uso no Exército Brasileiro, em comunicação de voz e com emprego de COMSEC ou
TRANSEC. (Peso seis)
3.2.2.8 ­ Possuir interoperabilidade com os Conjuntos Rádio dos Grupos 1, 2 e 3 em
uso no Exército Brasileiro, em comunicação de dados e com emprego de COMSEC e
TRANSEC. (Peso seis)
3.2.2.9 ­ Possuir, como opcional, meio de comunicação sem fio que possibilite a
comunicação de voz a distâncias acima de 70 km (setenta quilômetros) para os
Escalões Superiores, com clareza e intensidade regulares, com relevo ondulado e
vegetação herbácea, com emprego de COMSEC, sem presença de MAE. (Peso seis)
3.2.2.10 ­ Possuir, como opcional, meio de comunicação sem fio que possibilite a
comunicação de voz com aeronaves do EB e da FAB, com emprego de COMSEC,
sem presença de MAE. (Peso seis)
3.2.2.11 ­ No caso da comunicação usando meios com fio, deverá possuir dispositivo
instalado na parte externa da viatura que possa ser utilizado pelo Fuz Bld para
comunicar­se com o Cmt Vtr. (Peso seis)
3.3. SUBSISTEMA SENSORES
3.3.1. REQUISITOS OPERACIONAIS ABSOLUTOS
3.3.1.1 ­ Possuir sistema de geoposicionamento que forneça a latitude, longitude e
altitude da viatura, com precisão de até 5 m (cinco metros) na determinação da
187

posição viatura quando parada ou quando em deslocamento em velocidade de até 90


km/h (noventa quilômetros por hora). (Peso dez)
3.3.1.2 ­ Gerar alarme para o Comandante da Viatura quando os sensores da viatura
indicarem aquecimento excessivo do motor, baixa pressão de óleo e incêndio no
compartimento do motor. (Peso nove)
3.3.2. REQUISITOS OPERACIONAIS DESEJÁVEIS
3.3.2.1 ­ Gerar alarme para o Comandante da Viatura, quando algum dos sensores
instalados na viatura indicar a intrusão de agentes QBRN na VBTP. (Peso seis)
3.3.2.2 ­ Gerar alarme para o Comandante da Viatura, quando algum dos sensores
instalados na viatura indicar que a VBTP está em área contaminada por agentes
QBRN. (Peso seis)
3.3.2.3 ­ Possuir sistema de navegação georreferenciado redundante. (Peso seis)
3.4. GERAIS DO SC2 VBTP
3.4.1. REQUISITOS OPERACIONAIS ABSOLUTOS
3.4.1.1 ­ Operar com a viatura em movimento, com velocidade relativa igual ou
superior a 180 km/h (cento e oitenta quilômetros por hora), em movimentos de
aproximação e de afastamento. (peso dez)
3.4.1.2 ­ Ser alimentado pelo sistema elétrico da viatura. (Peso dez)
3.4.1.3 ­ Ser capaz de operar continuamente por, pelo menos, 300 h (trezentas horas).
(Peso dez).
3.4.1.4 ­ Operar com o motor da viatura desligado, durante um período de pelo menos
6 h (seis horas), em regime de trabalho 1/1/8 (transmissão, recepção, espera). (Peso
dez)
3.4.1.5 ­ Possuir tempo de inicialização de, no máximo, 3 min (três minutos). (Peso
dez)
3.4.1.6 ­ Realizar autoteste de todos os subsistemas, mostrando visualmente, na
interface de operação, as falhas encontradas e permitindo que o operador interrompa
essa visualização. (Peso nove).
3.4.1.7 ­ Possuir mecanismo de segurança que realize controle de acesso ao
Subsistema SGCB, empregando autenticação do operador. (Peso dez)
3.4.1.8 ­ Possuir mecanismo de segurança que, quando acionado pelo operador,
realize a destruição lógica das configurações e dos dados armazenados no SC2.
(Peso dez)
188

3.4.1.9 ­ Possuir interface visual (“display”) regulável e que permita ser operada sob
condições de luminosidade ambiente variando entre o escuro total e incidência direta
da luz do sol no visor. (Peso nove)
3.4.1.10 ­ Possuir índice de confiabilidade igual ou superior a 90% (noventa por cento).
(Peso dez)
3.4.1.11 ­ Possuir índice de disponibilidade igual ou superior a 70% (setenta por
cento). (Peso dez)
3.4.1.12 ­ Possuir Tempo Médio entre Falhas (“Mean Time Between Failures” ­ MTBF)
compatível com a classe do equipamento e o tipo de emprego. (Peso dez)
3.4.1.13 ­ Ser de construção modular. (Peso dez)
3.4.1.14 ­ Possuir módulos intercambiáveis. (Peso dez)
3.4.1.15 ­ Possuir Tempo Médio para Reparo (“Mean Time to Repair ­ MTTR), no 2º
escalão de manutenção, não superior a 3 h (três horas). (Peso dez)
3.4.1.16 ­ Possuir hardware e Software que atendam, no que couber, às
recomendações de usabilidade e ergonomia constantes da norma MIL­STD­1472G.
(Peso dez)
3.4.1.17 ­ Possuir manuais de operação e manutenção no idioma português do Brasil,
em conformidade com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. (Peso dez)
3.4.1.18 ­ Possuir rusticidade que lhe permita ser operada e manutenida quando a
VBTP for submetida a quaisquer condições de termperatura, pressão e umidade da
Área Operacional do Continente. (Peso dez)
3.4.1.19 ­ Possuir todos seus equipamentos sem apresentar superfícies cortantes,
arestas vivas, elementos salientes ou componentes pontiagudos que possam
constituir risco de lesão, por cortes ou perfurações, ao pessoal embarcado. (Peso dez)
3.4.1.20 ­ Possuir todos seus equipamentos fornecidos nas cores padronizadas pelo
Exército Brasileiro (EB). (Peso oito)
3.4.1.21 ­ Possuir proteção para o operador contra descargas atmosféricas. (Peso
dez)
3.4.1.22 ­ Possuir dimensões e peso apropriados à instalação do SC2 nas VBTP
empregadas pelo EB. (Peso dez)
3.4.1.23 ­ Ser robustecido, em conformidade com os padrões adotados pelo EB. (Peso
dez)
3.4.1.24 ­ Ser resistente a choques e vibrações, em conformidade com os padrões
adotados pelo EB. (Peso dez)
189

3.4.1.25 ­ Ser resistente a poeira e água, em conformidade com os padrões adotados


pelo EB. (Peso dez)
3.4.1.26 ­ Ser compatível, no que couber, com o Sistema de Comando e Controle da
Força Terrestre nível Bda e DE. (Peso dez)
3.4.2. REQUISITOS OPERACIONAIS DESEJÁVEIS
3.4.2.1 ­ Possuir simulador que permita realizar o adestramento de pessoal na
configuração, operação e manutenção do SC2 VBTP, com interface padrão HLA 1516,
a fim de permitir sua integração com outros sistemas de simulação e jogos de guerra
utilizados pelo EB. (Peso seis)
3.4.2.2 ­ Possuir recurso do tipo “Computer Based Training” (CBT) que permita realizar
treinamento de pessoal na configuração, operação e manutenção do SC2 VBTP e
empregue as especificações do padrão “Sharable Object Reference Model” (SCORM).
(Peso seis)
3.4.2.3 ­ Possuir meios de prevenção de erros de montagem dos equipamentos,
como, por exemplo, no caso de inversão de polaridades. (Peso cinco)
3.4.2.4 ­ Possuir meios de prevenção de erros de operação dos equipamentos, como,
por exemplo, no caso de exclusão acidental de arquivos. (Peso cinco)
3.4.2.5 ­ Permitir alimentação pela rede de energia elétrica comercial. (Peso seis).
3.4.2.6 ­ Apresentar interfaces no idioma português do Brasil, em conformidade com
o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. (Peso seis).
3.4.2.7 ­ Ser interoperável com o Sistema de Comando e Controle do MD. (Peso seis)
3.4.2.8 ­ Ser interoperável com o Sistema de Comando e Controle das demais Forças
Armadas. (Peso seis)
190

Anexo C
Exemplo de planejamento de programação do Rádio RF­7800V­V560 para funcionamento com o GCB
Função SU Pel GC Frequência MHz Canal Rede LAN Multicast IP CTM 1 EB Indicativo
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
Cmt 1ªCia 1 0 0 38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW 192.168.100.1 255.0.0.1 192.168.100.2 GCB100
30.155 5 Voz Cmt SU
38.525-38.725 (25) 6 Voz Salto
38.525-38.725 (25) 7 Voz TNW
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
SCmt 1ª Cia 1 0 1 38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW 192.168.101.1 255.0.0.1 192.168.101.2 GCB101
30.155 5 Voz Cmt SU
38.525-38.725 (25) 6 Voz Salto
38.525-38.725 (25) 7 Voz TNW
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
Cmt 1º Pel/1ªCia 1 1 0 192.168.110.1 255.0.0.1 192.168.110.2 GCB110
30.155 5 Voz Cmt SU
38.525-38.725 (25) 6 Voz Salto
38.525-38.725 (25) 7 Voz TNW
30.205 10 Voz Cmt 1 Pel
33.755 1 Dados 25
Cmt 1ºGC/1ºPel/1ªCia 1 1 1 192.168.111.1 255.0.0.1 192.168.111.2 GCB111
33.755 2 Dados 75
191

Função SU Pel GC Frequência MHz Canal Rede LAN Multicast IP CTM 1 EB Indicativo
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
30.205 10 Voz Cmt 1 Pel
40.000 11 Voz Cmt GC
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
Cmt 2ºGC/1ºPel/1ªCia 1 1 2 192.168.112.1 255.0.0.1 192.168.112.2 GCB112
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
30.205 10 Voz Cmt 1 Pel
41.000 11 Voz Cmt GC
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
Cmt 3ºGC/1ºPel/1ªCia 1 1 3 192.168.113.1 255.0.0.1 192.168.113.2 GCB113
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
30.205 10 Voz Cmt 1 Pel
42.000 11 Voz Cmt GC
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
Cmt 2º Pel/1ªCia 1 2 0 192.168.120.1 255.0.0.1 192.168.120.2 GCB120
30.155 5 Voz Cmt SU
38.525-38.725 (25) 6 Voz Salto
38.525-38.725 (25) 7 Voz TNW
30.255 10 Voz Cmt 2 Pel
33.755 1 Dados 25
Cmt 1ºGC/2ºPel/1ªCia 1 2 1 33.755 2 Dados 75 192.168.121.1 255.0.0.1 192.168.121.2 GCB121
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
192

Função SU Pel GC Frequência MHz Canal Rede LAN Multicast IP CTM 1 EB Indicativo
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
30.255 10 Voz Cmt 2 Pel
43.000 11 Voz Cmt GC
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
Cmt 2ºGC/2ºPel/1ªCia 1 2 2 192.168.122.1 255.0.0.1 192.168.122.2 GCB122
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
30.255 10 Voz Cmt 2 Pel
44.000 11 Voz Cmt GC
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
Cmt 3ºGC/2ºPel/1ªCia 1 2 3 192.168.123.1 255.0.0.1 192.168.123.2 GCB123
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
30.255 10 Voz Cmt 2 Pel
45.000 11 Voz Cmt GC
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
Cmt 3º Pel/1ªCia 1 3 0 192.168.130.1 255.0.0.1 192.168.130.2 GCB130
30.155 5 Voz Cmt SU
38.525-38.725 (25) 6 Voz Salto
38.525-38.725 (25) 7 Voz TNW
32.805 10 Voz Cmt 3 Pel
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
Cmt 1ºGC/3ºPel/1ªCia 1 3 1 192.168.131.1 255.0.0.1 192.168.131.2 GCB131
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
193

Função SU Pel GC Frequência MHz Canal Rede LAN Multicast IP CTM 1 EB Indicativo
32.805 10 Voz Cmt 3 Pel
46.000 11 Voz Cmt GC
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
Cmt 2ºGC/3ºPel/1ªCia 1 3 2 192.168.132.1 255.0.0.1 192.168.132.2 GCB132
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
32.805 10 Voz Cmt 3 Pel
47.000 11 Voz Cmt GC
33.755 1 Dados 25
33.755 2 Dados 75
38.525-38.725 (25) 3 Dados Salto
Cmt 3ºGC/3ºPel/1ªCia 1 3 3 192.168.133.1 255.0.0.1 192.168.133.2 GCB133
38.525-38.725 (25) 4 Dados TNW
32.805 10 Voz Cmt 3 Pel
48.000 11 Voz Cmt GC
* Não haverá conflito de IP nas redes porque somente uma rede poderá ser utilizada de cada vez.
* As redes de voz não utilizarão IP, pois não estão com MACA ativado.
194

Anexo E
Questionário

Pesquisa de Mestrado ESAO ­ Sistema de Comando


e Controle nas Viaturas Guarani
Possibilidades e Limitações do Sistema de Comando e Controle das Viaturas Blindadas para
Transporte de Pessoal Média de Rodas (VBTP­MR) GUARANI no contexto de uma
Companhia de Fuzileiros Mecanizada, orgânica de um Batalhão de Infantaria Mecanizado, em
Operações.

1. O Sr é oficial, praça ou civil?


Marcar apenas uma oval.

Oficial
Praça
Civil

2. Qual o seu envolvimento com as Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal (VBTP)


Guarani?
Marcar apenas uma oval.

Envolvido com o desenvolvimento das Viaturas


Envolvido com as instruções das Viaturas (exceto Comando e Controle)
Envolvido com as instruções do Sistema de Comando e Controle das Viaturas

Aluno de estabelecimento de ensino, aprendendo o Sistema de Comando e Controle


das Viaturas
Usuário/Operador

Outro: ________________________________________
195

3. Em relação a aprendizagem do Sistema de Comando e Controle (SisC2) das VBTP


Guarani, o Sr conheceu esse sistema:
Marcar apenas uma oval.

No 1º Estágio de Comando e Controle da VBTP Guarani (2015), ministrado na


EsCom, em Brasília
No 2º Estágio de Comando e Controle da VBTP Guarani (2016), ministrado no
BESCOM, no Rio de Janeiro
Durante instruções de cursos ministrados no CIBLD ­ Santa Maria
Durante instruções de cursos ministrados na EsCom ­ Brasília
Durante instruções da Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional (CTTEP)
Quando aluno em Escola de Formação (AMAN, EsSA, etc)

Não conheceu o sistema completo, mas teve a oportunidade de conhecer partes


do sistema em outros cursos específicos (Harris, Intercom THALES, GCB, etc)
Conheceu o sistema nas atividades diárias
Não conhece o sistema

4. Em relação ao conhecimento do Sistema de Comando e Controle (SisC2) das VBTP


Guarani, o sr considera que:
Marcar apenas uma oval.

Teve instruções teóricas e práticas excessivas


Teve instruções teóricas e práticas suficientes
Teve instruções teóricas e práticas insuficientes
Não teve instruções teóricas e práticas

5. Em relação ao conhecimento e prática do Sistema de Comando e Controle (SisC2) das VBTP


Guarani, o sr considera que:
Marcar apenas uma oval.

Tem conhecimento teórico e prático suficiente


Tem conhecimento teórico e prático insuficiente
Não tem conhecimento para operar o sistema

Outro:____________________________________
196

Intercomunicador SOTAS
O Intercomunicador SOTAS é responsável pela comunicação entre os tripulantes da Viatura.

Composição do SOTAS

6. Quanto a existência do Intercomunicador SOTAS no Sistema, o Sr considera:


Marcar apenas uma oval.

Indispensável
Dispensável
Desconhece/Não sabe do que se trata

7. Quanto ao uso do Intercomunicador SOTAS com capacete, o Sr considera


Marcar apenas uma oval.
Perfeitamente ajustável, não sendo necessárias alterações em relação ao capacete

Possivelmente ajustável, sendo necessários alguns ajustes no capacete

É necessária a aquisição de outro modelo de capacete para possibilitar o uso

8. Quanto ao uso do Intercomunicador SOTAS para a comunicação interna na viatura, o Sr


considera
Marcar apenas uma oval.

Essencial
Dispensável
Desnecessária
197

9. Quanto ao uso do Intercomunicador SOTAS para comunicação via rádio, com outras
Viaturas ou postos, o Sr considera
Marcar apenas uma oval.

Essencial
Desnecessária
Nunca utilizei

Outro: ______________________________

10. Quanto ao uso da Estação de Usuário Avançada (AUS) do Intercomunicador SOTAS, para
ajustar configurações, o Sr
Marcar apenas uma oval.

Domina as configurações e faz uso constante


Utiliza somente funções básicas, como trocar o rádio em uso, ajuste de volume,
etc. Sabe do que se trata porém não costuma fazer uso
Não sabe do que se trata

11. Quanto ao uso da função de Repetidora (RRB) do Intercomunicador SOTAS, que permite
interconectar os 2 (dois) rádios existentes na Viatura para ampliar o alcance do equipamento,
o Sr
Marcar apenas uma oval.

Já fez uso
Sabe que existe a funcionalidade, porém não sabe como utilizá­la

Sabe que existe a funcionalidade, sabe como utilizá­la, porém nunca teve a
oportunidade de testá­la
Desconhecia essa funcionalidade
Não sabe do que se trata

12. Quanto à utilização, de maneira geral, do intercomunicador SOTAS, o Sr considera


Marcar apenas uma oval.

Fácil e prático de utilizar


Difícil e complexo de utilizar
Não tem consideração a fazer
198

Rádios Harris RF­7800V­V560

13. Quanto aos Rádios Harris RF­7800V­V560, qual o nível de conhecimento em relação à
programação que o Sr tem:
Marcar apenas uma oval.

Avançado: conhece profundamente a programação do rádio, sendo capaz de utilizar


todas as formas de transmissão (frequencia fixa, salto de frequencia e TNW) e criptografias
(claro, AES e Citadel)
Intermediário: conhece superficialmente a programação do rádio, sendo capaz de
utilizar parcialmente as formas de transmissão e criptografia
Básica: conhece basicamente a programação do rádio, sendo capaz de abrir um
arquivo de programação já confeccionado e inserí­lo no rádio
Nenhum: não sabe como programar o rádio

14. Quanto aos Rádios Harris RF­7800V­V560, o Sr considera o software de programação do


rádio ­ CPA ­ Computer Programming Application
Marcar apenas uma oval.

De fácil utilização
De média complexidade
Extremamente complexo
Não sabe do que se trata
199

15. Quanto a operação manual dos Rádios Harris RF­7800V­V560, como alterar a frequencia,
desligar e ligar o som, ativar ou desativar a criptografia, etc, o Sr considera
Marcar apenas uma oval.

Tem conhecimento da maior parte das funcionalidades disponíveis no equipamento, sendo


capaz de realizar até mesmo uma programação simples diretamente no painel do rádio

Tem conhecimento básico em relação a operação manual do equipamento, sendo


capaz de trocar canais, ativar e desativar som/criptografia, etc
Não sabe como utilizar o rádio manualmente

16. Quanto a atualização de Firmware, o Sr considera esse procedimento


Marcar apenas uma oval.

de fácil realização
de dificuldade média
de alta complexidade
não sabe do que se trata

Outro: ______________________________________________

17. O Sr constatou, em alguma oportunidade, que o rádio apresentou travamento, sendo


necessária sua reinicialização?
Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

Computador Tático Militar (CTM)

Tablet Robustecido
200

18. Quanto a sensibilidade ao toque da tela do CTM, o Sr considera:


Marcar apenas uma oval.

Ótima
Razoável
Péssima

19. Quanto ao desempenho (velocidade de processamento) do CTM, o Sr considera


Marcar apenas uma oval.

Ótima
Razoável
Péssima

20. Quanto ao dispositivo de destruição física de dados (cartão SD), o Sr


Marcar apenas uma oval.

Sabe do que se trata e como utilizá­lo


Desconhece o assunto

Gerenciador do Campo de Batalha (GCB)


Desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS)

GCB

21. Quanto a instalação do Software GCB, o Sr considera


Marcar apenas uma oval.
201

Difícil
Fácil

22. Quanto a configuração inicial, necessária para ajustar o GCB com as configurações já inseridas
no equipamento rádio, o Sr considera
Marcar apenas uma oval.

Altamente complexas
De média complexidade
Fáceis
Não sabe do que se trata

23. Quanto a geração de mapas para o GCB, o Sr considera os procedimentos


necessários:
Marcar apenas uma oval.

Altamente complexos
De média complexidade
Fáceis
Não sabe do que se trata

24. Quais funcionalidades do GCB o Sr utilizou/utiliza em operações?


Marque todas que se aplicam.

Régua
Curvímetro
Autocentralizar
Calcos
Mensagens
Forças inimigas

Desempenho do Sistema
202

25. Quanto ao alcance do equipamento Rádio Harris RF­7800V­V560, o Sr participou de


operações e constatou que a comunicação por voz chegou a estabelecer enlace no limite de

Marcar apenas uma oval.

Até 5 km de distância
Até 10 km de distância
Até 20 km de distância
Até 30 km de distância
Até 50 km de distância
Acima de 50 km de distância
Nunca testou

26. Quanto ao alcance do equipamento Rádio Harris RF­7800V­V560, o Sr participou de


operações e constatou que a consciência situacional exibida no GCB chegou a estabelecer
enlace no limite de
Marcar apenas uma oval.

Até 5 km de distância
Até 10 km de distância
Até 20 km de distância
Até 30 km de distância
Até 50 km de distância
Acima de 50 km de distância
Nunca testou

27. Quanto à troca de mensagens utilizando o GCB, o Sr conseguiu, na maioria das


oportunidades:
Marcar apenas uma oval.

Realizar a troca de mensagens sem maiores problemas

Realizar a troca de mensagens com restrições, devido a perda de enlace entre


os equipamentos rádio
Não conseguiu realizar a troca de mensagens, devido a alguma falha que não
conseguiu diagnosticar
Não conhece essa funcionalidade

28. Quanto à consciência situacional (exibição do posicionamento por GPS das demais viaturas)
disponibilizada no GCB, o sr
Marcar apenas uma oval.

Conhece e utiliza frequentemente essa funcionalidade


Conhece, porém não conseguiu configurar essa funcionalidade
Desconhecia essa funcionalidade
203

Ensino

29. O Sr tem conhecimento do manual do GCB?


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

30. O Sr tem conhecimento da Nota de Aula de Operação e Programação dos Rádios Harris?
Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

31. O Sr tem conhecimento da Nota de Aula Experimental do Intercomunicador SOTAS?


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

32. O Sr tem conhecimento da Video­Aula que aborda a operação do Intercomunicador


SOTAS?
Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

33. O Sr julga necessário um Caderno de Instrução que aborde todos os componentes do SisC2
da VBTP Guarani?
Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
204

34. O Sr tem alguma consideração, contribuição ou crítica a relatar sobre o SisC2 da VBTP Guarani?
Aproveite para relatar problemas, oportunidades de melhoria, sugestões, etc. A resposta é anônima e
servirá de ferramenta para evolução do sistema.

MUITO OBRIGADO POR SUA PARTICIPAÇÃO !


Sua contribuição será essencial para a evolução do Sistema de Comando e Controle da VBTP
Guarani.
Caso conheça algum militar/civil que tem alguma experiência com o SisC2 da VBTP Guarani, e o
mesmo concorde em responder a esse questionário, solicito que o interessado envie e­mail para
[email protected].

Clique em enviar para finalizar o formulário.


205

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