Prova Conhecimentos Gerais Pse 2016-1-1a Fase

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CENTRO DE PROCESSOS SELETIVOS

1º PROCESSO SELETIVO ESPECIAL DE 2016


PSE 2016-1 – 1ª Fase – Curso de Medicina

5 de junho de 2016

EDITAL Nº 1 – COPERPS, DE 30 DE MARÇO DE 2016

Nome: ___________________________________ N.º de Inscrição: _________

BOLETIM DE QUESTÕES

LEIA COM MUITA ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES SEGUINTES.

1 Este BOLETIM DE QUESTÕES contém 45 QUESTÕES OBJETIVAS DE CONHECIMENTOS GERAIS, sendo 9 de


Língua Portuguesa, 9 de Matemática, 9 de História, 9 de Geografia e 9 de Literatura. Cada questão objetiva
apresenta cinco alternativas, identificadas com as letras (A), (B), (C), (D) e (E), das quais apenas uma é correta.
2 Confira se, além deste BOLETIM DE QUESTÕES, você recebeu o CARTÃO-RESPOSTA, destinado à marcação das
respostas das questões.
3 É necessário conferir se a prova está completa e sem falhas, bem como se o seu nome e seu número de
inscrição conferem com os dados contidos no CARTÃO-RESPOSTA. Caso exista algum problema, comunique-o
imediatamente ao fiscal de sala.
4 Após a conferência, assine seu nome no espaço próprio do CARTÃO-RESPOSTA, em conformidade com a assinatura
constante em seu documento de identidade.
5 A marcação do CARTÃO-RESPOSTA deve ser feita com caneta esferográfica de tinta preta ou azul.
6 No CARTÃO-RESPOSTA são serão computadas as questões cujas alternativas estiverem sem marcação, com marcação
a lápis, com mais de uma alternativa marcada e aquelas que contiverem qualquer espécie de corretivo sobre as
alternativas.
7 O CARTÃO-RESPOSTA não pode ser dobrado, amassado, rasurado, manchado ou danificado de qualquer modo. Não é
permitida a utilização de qualquer espécie de corretivo. O Cartão-Resposta somente será substituído caso contenha falha
de impressão e/ou se os dados contidos no cartão não corresponderem aos seus.
8 O CARTÃO-RESPOSTA será o único documento considerado para a correção da prova objetiva.
9 Quando terminar a prova, devolva ao fiscal de sala todo o material relacionado no item 2 acima e assine a LISTA
DE PRESENÇA. A assinatura do seu nome deve corresponder àquela que consta no seu documento de identificação.
10 O tempo disponível para a prova é de três horas, com início às 14 horas e término às 17 horas, observado o horário
local.
11 O candidato na condição de PcD que solicitou tempo adicional tem direito 1 (uma) hora além do tempo determinado para
a prova.
12 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas
no BOLETIM DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
UFPA 2016
1º PROCESSO SELETIVO ESPECIAL DE 2016 - PSE 2016-1
EDITAL Nº 1 – COPERPS, DE 30 DE MARÇO DE 2016

MARQUE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA NAS QUESTÕES DE 1 A 45.

LÍNGUA PORTUGUESA

QUE FERIMENTOS MERECEM O CORAÇÃO PÚRPURA?


1 Em alguns casos, questões sobre virtude e honra são óbvias demais para ser negadas.
2 Consideremos o recente debate sobre quem seria merecedor do Coração Púrpura. Desde 1932, o Exército
3 dos Estados Unidos outorga essa medalha a soldados feridos ou mortos pelo inimigo durante um combate.
4 Além da homenagem, a medalha permite privilégios especiais nos hospitais para veteranos.
5 Desde o início das atuais guerras do Iraque e do Afeganistão, um número cada vez maior de
6 veteranos vem sendo diagnosticado com estresse pós-traumático e recebendo tratamento. Os sintomas
7 incluem pesadelos recorrentes, depressão profunda e suicídios. Pelo menos 300 mil veteranos foram
8 diagnosticados com estresse pós-traumático ou depressão profunda. Os defensores desses veteranos
9 propuseram que também a eles fosse concedido o Coração Púrpura. Dado que as lesões psicológicas
10 podem ser no mínimo tão debilitantes quanto as físicas, argumentam, os soldados que sofrem tais traumas
11 deveriam receber a condecoração.
12 Depois que um grupo de consultores estudou a questão, o Pentágono anunciou, em 2009, que o
13 Coração Púrpura seria reservado aos soldados com ferimentos físicos. Veteranos com problemas mentais
14 e traumas psicológicos não receberiam a medalha, ainda que tivessem direito a tratamentos médicos pagos
15 pelo governo e a subsídios dados a deficientes. O Pentágono forneceu duas razões para essa decisão:
16 problemas de estresse pós-traumático não são causados intencionalmente pela ação inimiga e são difíceis
17 de diagnosticar de forma objetiva.
18 O Pentágono tomou a decisão certa? Por si sós, essas razões não são convincentes. Na Guerra do
19 Iraque, uma das lesões que mais habilitava os combatentes a receber o Coração Púrpura era o rompimento
20 de tímpano causado por explosões em um pequeno raio de proximidade. Diferentemente de balas e
21 bombas, no entanto, essas explosões não são uma tática inimiga deliberada com o objetivo de ferir ou
22 matar; elas são (como o estresse pós-traumático) um efeito colateral da ação em campo de batalha. E,
23 apesar de os problemas traumáticos serem mais difíceis de diagnosticar do que um membro fraturado, o
24 dano que ocasionam pode ser mais grave e duradouro.
25 Como foi revelado em uma discussão mais aprofundada sobre o Coração Púrpura, o que está
26 verdadeiramente em questão é o significado da condecoração e das virtudes que ela homenageia. Quais
27 são, então, as virtudes relevantes? Diferentemente de outras medalhas militares, o Coração Púrpura
28 condecora o sacrifício, não a bravura. Ele não pressupõe nenhum ato heroico, apenas um dano infligido
29 pelo inimigo. A questão é saber que tipo de ferimento deve ser considerado.
30 Um grupo de veteranos chamado Ordem Militar do Coração Púrpura é contra a condecoração por
31 danos psicológicos, alegando que isso “rebaixaria” a homenagem. Um porta-voz do grupo alegou que
32 “derramar sangue” deveria ser uma qualificação essencial. Ele não explicou por que os ferimentos sem
33 sangue não deveriam ser incluídos. Mas Tyler E. Boudreau, capitão fuzileiro reformado que apoia a
34 inclusão dos danos psicológicos, faz uma convincente análise da discussão. Ele atribui a oposição
35 mencionada a uma postura arraigada entre os militares, que veem o estresse pós-traumático como um tipo
36 de fraqueza. “A mesma cultura que exige um comportamento rigoroso também encoraja o ceticismo quanto
37 à possibilidade de a violência da guerra atingir a mais saudável das mentes (...). Infelizmente, enquanto
38 nossa cultura militar mantiver o desdém pelos danos psicológicos de guerra, é pouco provável que tais
39 veteranos algum dia recebam um Coração Púrpura”.
(Trecho da obra: SANDEL, M. J. Justiça: o que é fazer a coisa certa? (tradução de Heloisa Matias e Maria Alice
Máximo). 17ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. p. 18-20. Texto adaptado).

1 Michael J. Sandel é um professor de filosofia de Harvard, nos Estados Unidos. Uma de suas proezas é
transformar questões aparentemente banais, de nosso cotidiano, em tópico de discussões relevantes sobre,
por exemplo, o que deve ser considerado justo e ético numa sociedade livre. No presente texto, o referido
autor teve como objetivo principal
(A) revelar o posicionamento autoritário e discriminatório do Pentágono em relação aos veteranos de guerra.
(B) responder à pergunta “Que ferimentos merecem o Coração Púrpura?”, debatendo sobre a quem interessa a
guerra e o que há de virtude nela.
(C) criticar um comportamento machista arraigado nos meios militares, que considera o estresse pós-traumático
como fraqueza.
(D) promover uma reflexão sobre os argumentos apresentados no debate acerca de quem seria merecedor da
condecoração Coração Púrpura.
(E) refletir sobre o comportamento rigoroso de um grupo de militares que consideram o “derramar sangue” como
virtude e honra.
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2 A palavra “ferimentos”, no título do texto, foi usada pelo autor como recurso
I retórico, para expressar sarcasmo em relação à condecoração Coração Púrpura.
II eufemístico, em respeito à dor das vítimas de guerra.
III metafórico, para significar os custos sociais da guerra.
IV metonímico, para se referir às vítimas de guerra.
V semântico, para abranger tanto os traumas físicos quanto os psíquicos.
Estão corretas as afirmações
(A) I e V.
(B) III e IV.
(C) IV e V.
(D) II, III, V.
(E) I, II e IV.

3 Com relação ao excerto “Em alguns casos, questões sobre virtude e honra são óbvias demais para ser
negadas.” (linha 1), é correto afirmar que esse trecho
(A) introduz os dois tópicos fundamentais da temática do texto: virtude e honra do Exército dos Estados Unidos.
(B) não concorre para a progressão temática nem para a compreensão da exposição argumentativa.
(C) expressa a tese do autor com relação a quem merece o Coração Púrpura entre as vítimas de guerra.
(D) é usado como estratégia argumentativa pelo autor para introduzir um debate a ser desenvolvido no texto.
(E) resume uma crítica do autor à indústria da guerra e ao cinismo das autoridades que condecoram, com
símbolos inúteis, as vítimas mutiladas de guerra.

4 Em relação ao excerto “Desde 1932, o Exército dos Estados Unidos outorga essa medalha a soldados feridos
ou mortos pelo inimigo durante um combate. Além da homenagem, a medalha permite privilégios especiais
nos hospitais para veteranos.” (linhas 2 a 4), é correto afirmar:
I Para algumas vítimas de guerra, o Coração Púrpura não terá outra relevância a não ser a própria
homenagem.
II A palavra além (em “Além da homenagem”) indica que a homenagem não é o aspecto mais significativo
da medalha concedida pelo Exército dos Estados Unidos.
III A expressão “Desde 1932” deixa subentendido que o Coração Púrpura é uma condecoração tradicional
do Exército dos Estados Unidos.
IV O trecho “a medalha permite privilégios especiais” pressupõe que todos os militares do Exército dos
Estados Unidos têm privilégios nos hospitais para veteranos.
Estão corretas as afirmações
(A) I e III.
(B) I e IV.
(C) III e IV.
(D) II e III.
(E) II e IV.

5 Para o autor, as razões apresentadas pelo Pentágono, por si sós, “não são convincentes” (linha 18), porque
I “o Coração Púrpura condecora o sacrifício, não a bravura”. (linhas 27 e 28)
II a condecoração também é feita a combatentes que tiveram “o rompimento de tímpano causado por
explosões em um pequeno raio de proximidade”. (linhas 19 e 20)
III “o que está verdadeiramente em questão é o significado da condecoração e das virtudes que ela
homenageia”. (linhas 25 e 26)
IV “apesar de os problemas traumáticos serem mais difíceis de diagnosticar do que um membro fraturado, o
dano que ocasionam pode ser mais grave e duradouro”. (linhas 23 e 24)
V “A questão é saber que tipo de ferimento deve ser considerado”. (linha 29)
Estão corretas as explicações
(A) I, II e III.
(B) II e IV.
(C) I e IV.
(D) III, IV e V.
(E) II e V.
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6 O pronome “Ele”, no trecho “Ele não pressupõe nenhum ato heroico, apenas um dano infligido pelo inimigo”
(linhas 28 e 29), refere-se ao
(A) Pentágono.
(B) sacrifício.
(C) Coração Púrpura.
(D) significado da condecoração.
(E) estresse pós-traumático.

7 No que concerne à progressão temática do texto, pode-se afirmar:


(A) O primeiro e segundo parágrafos têm a mesma função: introduzir o debate sobre o Coração Púrpura, sem
emitir juízo de valor.
(B) No terceiro parágrafo, o autor expõe o posicionamento de um grupo de consultores do Pentágono e as
reivindicações dos veteranos com problemas mentais.
(C) A pergunta introduzida no início do quarto parágrafo (linha 18) foi usada pelo autor como recurso de coesão
textual, mas sem efeito argumentativo.
(D) O quinto parágrafo, no seu primeiro período, introduz uma ideia de conformidade, para posteriormente
apresentar argumentos que corroboram o posicionamento defendido no parágrafo anterior.
(E) Para concluir o último parágrafo, o autor usa como recurso argumentativo o discurso de terceiro, eximindo-se,
assim, de assumir um posicionamento.

8 No excerto “Ele atribui a oposição mencionada a uma postura arraigada entre os militares (...)” (linhas 34 e
35), a palavra arraigada expressa o sentido de que a referida postura é
(A) exagerada.
(B) radicada.
(C) comprovada.
(D) comum.
(E) banalizada.

9 Com relação às vozes presentes no texto, é correto dizer que


(A) as citações no último parágrafo se alinham com o posicionamento do autor.
(B) o verbo argumentar (“argumentam”), no último período do segundo parágrafo (linha 10), sinaliza que o autor
desse discurso é “Os defensores desses veteranos”.
(C) a forma verbal “seria”, no primeiro período do terceiro parágrafo (linha 13), modaliza a introdução de um
discurso direto.
(D) os dois pontos, no último período do terceiro parágrafo (linha 15), introduzem, de forma indireta, o discurso do
Pentágono.
(E) o autor, nos dois últimos períodos do texto (linhas 36 a 39), se utiliza do recurso das aspas para introduzir o
discurso literal de “Um grupo de veteranos”.

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MATEMÁTICA

10 O gráfico abaixo, retirado do Boletim Epidemiológico 16 de 2016 do Ministério da Saúde, registra os casos de
dengue por semana, no Brasil, nos anos de 2014, 2015 e início de 2016.

Com base no gráfico, pode-se afirmar que


(A) o maior número de casos de dengue ocorreu em 2014.
(B) o número de casos de dengue tem comportamento crescente próximo da vigésima segunda semana.
(C) os dados das 7 primeiras semanas de 2016 indicam uma diminuição do número de casos em relação a 2014
e 2015.
(D) o gráfico de 2015 permite afirmar que houve mais de um milhão de casos em 2015.
(E) o maior número de casos ocorre em cada ano na décima-quarta semana.

11 Em um quarto no qual uma pessoa se encontra estão 12 mosquitos “Aedes aegypti”, dos quais 5 estão
contaminados pelo vírus da dengue. Se 4 distintos mosquitos dos 12 existentes picam a pessoa, a
probabilidade de ela ser picada por pelo menos um mosquito contaminado é de
(A) 7/99.
(B) 92/99.
(C) 4/7.
(D) 5/12.
(E) 24/495.

12 Em uma turma de cinquenta alunos de Medicina, há dezoito cursando Anatomia, quinze cursando Citologia e
treze cursando Biofísica. Seis alunos cursam simultaneamente Anatomia e Citologia, cinco cursam
simultaneamente Citologia e Biofísica e quatro cursam simultaneamente Anatomia e Biofísica. Dezesseis
alunos não cursam nenhuma destas disciplinas. O número de alunos que cursam, simultaneamente,
exatamente duas disciplinas é
(A) 31.
(B) 15.
(C) 12.
(D) 8.
(E) 6.

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13 Um tanque cilíndrico de 0,8 m de raio, com eixo na vertical em relação ao solo, está com combustível que é
consumido em um veículo à razão média de 4 km por litro. Se o veículo se mover a 50 km/h, a velocidade da
coluna de combustível em cm/h é de
(A) 8,2.
(B) 4,3.
(C) 2,1.
(D) 1,8.
(E) 0,6.

14 Uma substância ingerida pelo organismo é excluída pelo sistema excretor segundo uma função exponencial.
A vida média é o tempo que metade de uma quantidade ingerida leva para decair à metade, que, para a
substância em questão, é de 12 horas. A quantidade da substância, em miligramas, a ser ingerida de modo
que, ao final de 36 horas, a quantidade restante seja de 10 mg é de
(A) 30.
(B) 60.
(C) 80.
(D) 90.
(E) 100.

15 Uma solução salina a 3% deve ser combinada com uma solução salina a 7% para se obter uma solução
salina a 4%. Para se obter 10 litros de solução a 4%, deve-se misturar as soluções a 3% e a 7% em
quantidades em litros iguais a, respectivamente,
(A) 7,5 e 2,5.
(B) 7,0 e 3,0.
(C) 6,5 e 3,5.
(D) 6,0 e 4,0.
(E) 5,5 e 4,5.

16 Um barco navega de Belém a Bujaru subindo o rio Guamá contra a correnteza e volta de Bujaru a Belém a
favor da correnteza, a qual é de 20 km/h. Sabendo que a distância entre as cidades é de 60 km e o trajeto é
realizado em 4 h, pode-se afirmar que a velocidade do barco em km/h, descendo o rio, foi de:
(A) 46.
(B) 48.
(C) 50.
(D) 54.
(E) 60.

17 O coração bombeia aproximadamente 70 cm3 de sangue por batida e em média bate 65 vezes por minuto.
Uma pessoa de 70 kg tem aproximadamente 5,5 litros de sangue, e uma perda de 40% desta quantidade leva
à morte por choque. Considere uma situação na qual, em um acidente, uma pessoa tenha uma artéria
parcialmente cortada, por onde vai perder 25% do sangue bombeado. Sem socorro apropriado, o intervalo de
tempo em que a pessoa perderá 40% de seu sangue, aproximadamente, será de
(A) 01min 56seg.
(B) 02min 05seg.
(C) 03min 10seg.
(D) 04min 20seg.
(E) 12min 20seg.

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18 A ponte estaiada sobre o Rio Guamá, na estrada Alça Viária próxima a Belém, PA, tem um vão livre de 320m.
A forma do piso da ponte sobre o vão é circular, com raio de 4 000 m.

Com o formato circular, a altura máxima do vão em relação às extremidades aumenta em metros, de
(A) 3,00.
(B) 3,10.
(C) 3,20.
(D) 3,30.
(E) 30,0.

HISTÓRIA

19 Depois de quase nove décadas, em março de 2016, os Estados Unidos, simbolicamente, reatam as relações
com Cuba.

Fonte: Operamundi.uol.com.br. Acessado em 11/04/2016.


A charge demonstra que ainda existem questões que devem ser resolvidas pelos dois países, considerando-
se que o governo de Fidel Castro, após a Revolução, decretou a
(A) distribuição de terras de propriedade de estrangeiros aos pequenos agricultores, iniciando, assim, uma
Reforma Agrária. No ano de 2016, os dois países precisam tomar atitudes para o reatamento diplomático
definitivo, como a devolução de terras aos norte-americanos pelo governo cubano; e os Estados Unidos
deverão permitir a livre entrada dos cubanos em seu país.
(B) invasão da baía dos Porcos, área de segurança dos Estados Unidos, localizada no Caribe. A política de
reatamento diplomático entre Cuba e Estados Unidos só estará consolidada quando houver a devolução dos
mísseis pelo governo norte-americano e o fim do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos à Cuba.
(C) suspensão das exportações de açúcar e petróleo para os Estados Unidos e países do hemisfério sul. A visita
de Barack Obama à Cuba é considerada um passo inicial para o reatamento das relações diplomáticas com o
regime Castrista, que insiste em manter a ditadura do proletariado.
(D) assinatura de acordos humanitários e sociais com a União Soviética como estratégia de evitar o isolamento
de Cuba. Desde então, houve o rompimento diplomático e de relações comerciais entre Cuba e os Estados
Unidos, o que somente terminou com a visita de Barack Obama a Fidel Castro.
(E) nacionalização de refinarias de petróleo, bancos e empresas estrangeiras, o que levou os Estados Unidos a
aplicar uma série de sanções econômicas à Ilha. Para consolidar o reatamento das relações
emblematicamente reproduzida na visita do Presidente Obama à Cuba, os Estados Unidos precisam
suspender o embargo econômico e o governo cubano promover mais liberalismo econômico e político.
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20 É atribuído a Aristóteles o seguinte fragmento de uma obra do século IV a.C.


É essencial que cada escravo tenha uma finalidade claramente definida. É tanto justo quanto vantajoso
oferecer a liberdade como prêmio; quando o prêmio, e o período em que puder ser atingido, forem definidos
claramente, isto os fará trabalhar de boa vontade.
(CARDOSO, Ciro Flamarion. Trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p. 108).
Na concepção grega, o escravo era um objeto de propriedade, mas ao mesmo tempo um ser humano que
(A) poderia ser vendido, alugado, emprestado, doado e confiscado. Todavia, o Estado também poderia conceder
a liberdade àqueles que denunciassem conspiração ou malversação do dinheiro público, se assim fosse
comprovado, e seus donos deveriam premiar os bons escravos com prêmios e alforias.
(B) deveria ter respeito ao ex-dono e, mesmo alforriado, teria que continuar a cumprir certas tarefas, como a de
participar de uma colheita anual; em relação ao Estado, deveria continuar com a sua obrigação de limpar ruas
e fabricar moedas.
(C) deveria ser alforriado ao denunciar as revoltas planejadas pelos escravos de ganho, pois somente assim
ganharia a plena liberdade; esse mecanismo não era aplicado aos escravos de guerra e aos escravizados por
dívida.
(D) era utilizado nos serviços agrários, visto que a Grécia vivia em constantes guerras que terminavam por
convocar todos os agricultores para os campos de batalha; os escravos e os metecos ficavam sendo os
responsáveis pelo abastecimento da cidade e só em tempos de paz eram alforriados.
(E) deveria ser libertado assim que cumprisse o contrato de cinco colheitas de azeitonas e construísse dois
moinhos; os escravos do Estado deveriam cumprir com a obrigação de participar de duas batalhas, ajudando
o exército grego a sair vitorioso.

21 No regime escravocrata brasileiro é importante observar que os sujeitos escravizados mantinham laços de
solidariedade, associações religiosas e redes de sociabilidade, portanto eram agentes de sua história. Ao
rigor do cotidiano violento que lhes impunham os senhores escravocratas, esses sujeitos, como forma de
reação, praticaram
(A) fugas em massa o que causou um sério prejuízo aos donos de fazendas de café, que contavam com a
vigilância de capatazes e a cumplicidade de contrabandistas de escravos para seu controle parcial.
(B) insurreições, fugas individuais e coletivas, assassinato de feitores e senhores, o que favoreceu a formação de
quilombos ou mocambos, sobretudo após o surgimento do quilombo de Palmares.
(C) roubo de produtos da fazenda que terminavam por ser vendidos na cidade por escravos que viviam “sobre
sí”; o resultado das vendas era revertido para as irmandades de homens negros e santas casas de
misericórdia.
(D) fugas para as matas localizadas em áreas pantanosas, como forma de dificultar a captura pelo capitão-do-
mato; além disso, os negros contavam com a ajuda dos índios catequizados na formação de quilombos.
(E) contrabando de café para os navios negreiros vindos da África, utilizando-se o resultado da venda para a
compra de alforrias e a aquisição de armamentos para a defesa dos quilombos.

22 No Estado democrático ateniense, a Assembleia do Povo era o poder soberano. Contudo, a democracia
ateniense tinha limites, como se observava na composição da Assembleia uma vez que nela se estabelecia
o(a)
(A) direito à manifestação livre a todos os habitantes da Ática, desde que fossem filhos de pais atenienses e
mães metecas.
(B) participação de homens ricos, possuidores de terras e de um número pequeno de escravos urbanos e
vinculados à elite.
(C) exclusão dos hoplitas e estrangeiros, mesmo que esses tivessem cargos e fossem possuidores de alguma
honra militar.
(D) participação de cidadãos atenienses maiores de vinte anos, filhos de pai cidadão e de mãe ateniense,
excluindo-se as mulheres e os escravos.
(E) participação de cidadãos atenienses maiores de 18 anos, desde que esses fossem honrados e tivessem pelo
menos um escravo.

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23 Mesmo antes da ruptura da colônia brasileira com a metrópole portuguesa em 1822, José Bonifácio de
Andrada e Silva já admitia que seria muito difícil
[...] a liga de tanto metal heterogêneo, como brancos, mulatos pretos livres e escravos, índios, etc., em um
corpo sólido e político.
(SILVA, Ana Rosa Cloclet da. Construção da nação e escravidão no pensamento de José Bonifácio: 1783-1823.
Campinas, SP: Ed. da Unicamp,1999. p. 178.).
Na presente fala do “Patriarca da Independência” em relação à sociedade brasileira, é importante observar
que existe uma preocupação de ordem social na construção da Nação brasileira. Bonifácio considerava que a
(A) heterogeneidade dos habitantes do Brasil, marcada pela presença de negros e índios, revelava-se um
problema para a construção de um projeto nacional com a edificação de um Império do Brasil mais civilizado.
(B) presença de gente de tantas cores e condições poderia atrapalhar a convivência harmoniosa entre os
habitantes da futura Nação, sobretudo porque os índios eram muito belicosos e os negros não se adaptariam
à liberdade.
(C) presença de negros na sociedade brasileira decorrente do escravismo colonial atrapalhava a construção da
Nação por não servir à sustentabilidade da economia agro-exportadora e monocultora do café.
(D) mistura de raças não era recomendável para uma colônia que queria se tornar uma monarquia constitucional
reconhecida por todos os países europeus, principalmente pelos anglo-saxões, que eram abolicionistas.
(E) grande dificuldade seria colocar em prática o processo de catequização dos índios e de civilização aos
negros africanos, sobretudo porque esses grupos eram considerados pelos homens brancos como incapazes
de sair da barbárie.

24 A imagem abaixo se refere á cena de “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin, na qual aparece a figura de
um operário em cima de uma engrenagem.

(ECO, Humberto (org.). História da Beleza. 5 ed. Rio de Janeiro: Record, 2015. p.399).
A cena do filme de Chaplin (1936) é muito emblemática por estar associada às novas condições de vida
advindas da
(A) Revolução Francesa, que impunha aos camponeses uma carga de trabalho muito pesada, obrigando-os a
limpar as engrenagens que moviam os relógios públicos.
(B) Revolução Americana, que transformou os colonos ingleses em operários das grandes indústrias
metalúrgicas instaladas no oeste dos Estados Unidos.
(C) Revolução Inglesa, que determinou aos operários na Grã-Bretanha o uso de uniformes no espaço da fábrica,
de modo a evitar acidentes de trabalho.
(D) Revolução Russa, que impôs aos trabalhadores das fábricas automotivas uma carga de trabalho superior a
12 horas por dia, sobretudo durante o verão europeu.
(E) Revolução Industrial, que na organização industrial impunha aos trabalhadores longas horas de trabalho,
dedicadas a mesma tarefa na linha de produção.

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25 Norman Hampson, autor de História Social de la Revolución Francesa, aborda as tensões na sociedade
francesa do século XVIII:
A França do ancien régime... era uma sociedade extremamente complexa, caracterizada por grandes
variações locais em todos os níveis. Por uma série de razões – políticas, econômicas, sociais e religiosas –
as tensões foram se tornando cada vez maiores durante a segunda metade do século XVIII (...).
(Apud MARQUES, Adhemar et al. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2008. p. 18).
Considerando o que diz Hampson, essa realidade da sociedade francesa daquele século se expressa nas
tensões decorrentes da
(A) alta dos tributos implementados durante o reinado de Luís XVI, que atingiu, sobretudo, os servos que viviam
em glebas fora dos muros da cidade e que eram arrendadas pelos aristocratas do 2º Estado.
(B) tomada de consciência da classe trabalhadora que vivia no campo, ao reconhecer que era explorada pela
Corte, a qual tinha como única função nomear, convocar ou demitir ministros, impedindo o rei de governar.
(C) luta de classes que se estabeleceu entre burgueses e camponeses, representantes das então recentes forças
produtivas que se estabeleceram na França após a superação do feudalismo e do clericalismo.
(D) sobrecarga de taxas sobre o campesinato enquanto as ordens privilegiadas (nobreza e clero) ocupavam os
lugares honoríficos e lucrativos, ao mesmo tempo em que a burguesia ficava fora do poder.
(E) dependência em que vivia a burguesia em relação à nobreza, que tudo controlava desde os impostos até a
produção de alimentos, como forma de evitar a revolução no campo.

26 No início do século XX, as principais cidades brasileiras foram invadidas por estrangeiros atraídos pela
propaganda do fácil enriquecimento. No cenário das cidades, tornaram-se comuns os pregões dos
vendedores de rua. A historiadora Ecléa Bosi destaca um pregão famoso nas ruas de São Paulo de um
vassoureiro francês: “Liberté, Egalité, Fraternité, Vassouré”. Também em Belém do Pará, ouvia-se um pregão
dos chamados turcos: “Ouro quebrado pra vender? Eu compra... Ouro quebrado, meu freguesa...”, retratado
pelo escritor De Campos Ribeiro.
(BOSI, Edéa. Memória e Sociedade. SP: 3º ed., Cia das Letras, 1994.)
A presença de vendedores de rua estrangeiros, tanto em São Paulo quanto em Belém do Pará, decorreu da
urbanização das cidades em razão do (da)
(A) concentração de fábricas na cidade de São Paulo, as quais exigiam mão de obra estrangeira; e da
exploração do látex na região amazônica, que exigia um numeroso exército de trabalhadores, na cidade de
Belém, que também tivessem o pendor para o comércio.
(B) desenvolvimento industrial que ocorreu na cidade de São Paulo; e da expansão da economia da borracha na
região amazônica, atraindo para ambas as cidades um expressivo contingente de estrangeiros.
(C) declínio do trabalho artesanal nas cidades do sudeste, especialmente São Paulo; e da existência de uma
economia gomífera a qual exigia que os trabalhadores nacionais fossem para os seringais, enquanto os
estrangeiros preferiam ficar na cidade, comercializando nas ruas por existirem poucas vendas na cidade.
(D) fracasso na arregimentação de libertos para o comércio nas indústrias, visto que esses trabalhadores
estavam mais afeitos ao canavial; e na situação da coleta do látex, que envolveu a maioria dos trabalhadores
nacionais porque os estrangeiros se recusavam ao trabalho extrativista.
(E) declínio da produção caseira pelos trabalhadores libertos, que não davam conta das encomendas dos
capitalistas paulistas; e do fato de o comércio de rua, em Belém, depender exclusivamente dos estrangeiros
considerados mais hábeis no trato com os moradores da cidade.

27 O surgimento de fábricas na cidade de São Paulo, no final do século XIX, impôs aos proprietários brasileiros
a necessidade de melhor disciplinar os trabalhadores. As condições de trabalho nas fábricas eram precárias
e, diante desse contexto de fragilidade da classe trabalhadora, o que se observa é a
(A) organização da massa trabalhadora em associações mútuas que tinham o objetivo de impedir que os
operários fossem demitidos sem qualquer direito trabalhista previsto em leis sindicais.
(B) presença da polícia nas fábricas, especialmente nas têxteis, como forma de impedir eventos de quebra-
quebra das máquinas, organizados pelos anarquistas estrangeiros que tinham longa tradição de luta em seus
países.
(C) repressão aos trabalhadores que desafiassem seus patrões com reinvindicações, haja vista a fragilidade dos
sindicatos, que eram constantemente reprimidos pela polícia.
(D) presença de um número significativo de trabalhadores do campo na área urbana, os quais, por serem mais
ingênuos eram melhor controlados pelos seus patrões, os quais constantemente os enganavam no
cumprimento das leis trabalhistas.
(E) ação coletiva dos trabalhadores rurais empregados nas fábricas e acostumados à obediência ao senhor, o
que tornou mais difícil a consolidação dos sindicatos de orientação marxista-leninista.
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GEOGRAFIA

28 Considere as informações do texto e da figura.


Texto I
Percebemos uma nítida oposição entre uma África onde se situa uma das mais famosas (talvez até a mais
popular) civilização de todos os tempos, o Egito, e as regiões restantes do continente, compreendendo os
desertos (Saara e Kalahari), as latitudes equatoriais (Senegal a Angola), as das florestas (bacia do Zaire) e o
sul.
LANGER, j, Civilizações Perdidas no Continente Negro: o imaginário arqueológico sobre a África. Mneme. Revista de
Humanidades. V. 07. N. 14, fev./mar. de 2005 – Semestral. P. 53. Adaptado.

Texto II

Fonte: https://www.pinterest.com/pin/32299322304340181/?from_navigate=true.
Acessado em 10/04/2016.
Os dados sobre o continente africano apresentados no texto e na figura enfatizam
(A) sua diversidade cultural e físico-biológica.
(B) seus conflitos tribais e a degradação ambiental.
(C) a tradição dos ancestrais e o potencial turístico do local.
(D) sua superioridade econômica e o perigo do mundo tropical.
(E) o histórico de escravidão e a exploração dos seus recursos naturais.

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29 Observe a figura.

Fonte: http://www.brasil.gov.br/governo/2015/07/mercosul-24-anos-de-luta-pela-integracao-regional.
Sabendo-se que a formação de blocos econômicos surge num contexto de fortalecimento das economias
regionais, pode-se afirmar, com base no gráfico apresentado, que a cooperação tem como objetivo:
(A) consolidar a hegemonia dos países historicamente mais industrializados.
(B) estimular a circulação de mão de obra para atender às empresas com tecnologia de ponta.
(C) eliminar as tarifas cobradas para as transações comerciais entre os países membros.
(D) padronizar o consumo entre os diversos povos que ocupam o espaço sul-americano.
(E) promover a entrada de produtos vindos de fora do bloco para tornar o mercado mais competitivo.

30 Amazônia legal é composta por oito estados (Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Rondônia, Mato
Grosso e Tocantins) e parte do estado do Maranhão, os quais totalizam cerca de vinte milhões de habitantes
com um perfil progressivamente urbano (60% da população da Amazônia legal), caracterizado por um
crescimento vegetativo de sua população e no qual as migrações são intra-regionais, flutuando de zonas
rurais para as urbanas e rural-rural, sendo este último uma resposta à conversão de novas áreas para
pastagem e grãos, como, por exemplo, Rondônia-Roraima e Rondônia-Amazonas.
FERREIRA, M et SALATI. Forças de transformação do ecossistema amazônico. ESTUDOS AVANÇADOS 19 (54), 2005,
p. 27. Adaptado.
De acordo com o texto, a referida área representa:
(A) território dinâmico sob o aspecto social e econômico.
(B) ambiente para exploração irrestrita dos recursos naturais.
(C) região com elevada suscetibilidade aos eventos extremos.
(D) conjunto de estados que optaram pelo desenvolvimento sustentável.
(E) espaço de fragmentação e isolamento territorial quanto às demandas mercado nacional.

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31 A utopia de um desenvolvimento com o máximo de florestas em pé não pode ser eliminada por princípio em
função de mudanças radicais do Código Florestal, sendo necessário pensar no território total de nosso país,
sob um ampliado e correto Código de biodiversidade.
Ab’Sáber, A.N. Do Código Florestal para o Código da Biodiversidade. biota Neotrop. 10(4):
http://www. biotaneotropica.org.br/v10n4/pt/abstract?point-of-view+bn01210042010. p. 335.
De acordo com o argumento do autor, o desenvolvimento econômico apresentado está associado à (ao)
(A) desigualdade econômica regional.
(B) distribuição espacial da vegetação nativa.
(C) interesse político na conservação da natureza.
(D) regulamentação para monoculturas produtivas.
(E) necessidade do reflorestamento com espécies exóticas.

32 Observe o gráfico.

Fonte: escolaeducaçao.com.br/o-clima-nas-cidades-inversao-termica-e-ilhas-de-calor/.
Acessado em 10 de abril de 2016.
A comparação entre a diversidade de uso do solo e elementos do clima, como mostra o gráfico, nos leva a
concluir que a presença da vegetação, nos espaços urbanos,
(A) favorece a redução da temperatura por provocar chuvas torrenciais episódicas.
(B) proporciona o conformo térmico por fornecer umidade e sombreamento à população.
(C) influencia na mobilidade das pessoas por servirem de proteção aos raios e trovoadas.
(D) elimina o efeito estufa por absolver os elementos químicos industriais lançados na atmosfera.
(E) interfere na rede telecomunicações por impedir a transmissão das informações meteorológicas.

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33 Leia o texto.
A violência pode ser direta ou indireta, ativa ou passiva. A violência direta é a violência física empregada
contra a pessoa, contra a ocupação e contra a posse camponesa. Ela pode ser deflagrada por particulares ou
pelo Estado e constitui principalmente em assassinatos, tentativas de assassinato, ameaças de morte,
despejos da terra, expulsões da terra e outras formas que causem danos físicos ou psicológicos aos
trabalhadores rurais e camponeses ou a seus bens. As tentativas de assassinato, ameaças de morte e
expulsões da terra são formas de violência privada contra os camponeses.
Fonte: http://www2.fct.unesp.br/nera/atlas/violencia.htm.
Acessado em 10 de abril de 2016.
Historicamente, o Brasil tem registrado muitos conflitos no campo com inúmeras vítimas, como retrata o texto.
Entre os vários fatores que explicam tais conflitos, aqueles que envolvem as formas de trabalho no campo
decorrem da
(A) diversidade cultural dos moradores.
(B) relação de exploração da mão de obra.
(C) desmobilização dos agricultores locais.
(D) aumento de trabalhadores urbanos na zona rural.
(E) crescimento de empregos na agricultura orgânica.

34 Observe a figura.

ASIA
EUROPA

ÁFRICA

"Die Ganze Welt In EinemKleberbat" - Heinrich Bünting, 1581.


Tradução: O Mundo Inteiro numa Folha de Trevo. Exemplo de mapa com simbolismo religioso, no qual o mundo é
representado por uma folha de trevo, que delimita os três continentes, destacando-se Jerusalém ao Centro.
A América está à parte deste mundo.
Fonte: http://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/historia-da-cartografia/a-idade-media.html.
Acesso em 10 de abril de 2016.
Essa forma de representação gráfica contribui para relacionar a produção cartográfica com a história da
humanidade. Sobre esse tema, está correta a assertiva:
(A) Na Idade Média, a intensa investigação religiosa consolidou-se a visão heliocêntrica do mundo.
(B) No período das grandes navegações, a imprecisão dos equipamentos usados nas viagens levou aos conflitos
de colonização do Novo Mundo.
(C) Na Antiguidade, a transmissão oral do conhecimento sobre a localização impossibilitou a construção de
mapas.
(D) Durante a Guerra Fria, o investimento em sistemas de monitoramento via satélite foi utilizado pela ciência
para a produção cartográfica.
(E) No mundo contemporâneo, os mapas são isentos de interesses políticos porque sua construção é baseada
em sistema de informação geográfica.

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35 O mapa e o climograma são ferramentas utilizadas para representar informações sobre o meio físico.

1 1
1

1
1

Fonte: CHRISTOPHERSON, R.W. Geossistemas: Uma introdução à Geografia


Física, 7ª ed. Porto Alegre, Bookman, 2012. Páginas 289-290.

Sobre as informações contidas no mapa e climograma, pode-se dizer que o tipo climático apresentado na
área 1 é
(A) tropical.
(B) desértico.
(C) equatorial.
(D) tropical de altitude.
(E) subtropical úmido.

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36 Observe a charge.

Fonte: http://ongcidade.blogspot.com.br/2011_08_01_archive.html.
Acessado em 10 de abril de 2016.
Nesse texto, expressa-se a ideia de que no espaço urbano, a segregação social está relacionada à
(A) pluralidade de religião.
(B) vulnerabilidade climática.
(C) distribuição dos serviços.
(D) concentração industrial.
(E) especulação imobiliária.

LITERATURA

37 Na obra de Gregório de Matos (c. 1633-1696), o tema do amor terreno recebe um tratamento típico do
Barroco, pelo acúmulo de metáforas e antíteses, como se vê em:
(A) “Com razão o respeito só me agrada, / E em vão o afeto a injúrias me convida. / Que se nos corações o amor
é vida, / A vida nos desprezos não é nada.”
(B) “Entre as partes do todo a melhor parte / Foi a parte, em que Deus pôs o amor todo, / Se na parte do peito o
quis pôr todo, / O peito foi do todo a melhor parte.”
(C) “O alegre do dia entristecido, / O silêncio da noite perturbado / O resplandor [resplendor] do sol todo
eclipsado, / E o luzente da lua desmentido!”
(D) “Hoje pó, ontem Deidade [divindade] soberana, / Ontem sol, hoje sombra, ó Senadores, / Lises imperiais
enfim são flores, / Quem outra cousa crê, muito se engane.”
(E) “Por entre o Beberibe, e o Oceano / Em uma areia sáfia [grosseira], e [a]lagadiça / Jaz o Recife povoação
mestiça, / Que o Belga edificou ímpio tirano.”

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38 Segundo Antonio Candido, Álvares de Azevedo (1831-1852) pode ser definido como o “poeta da noite, do
sono e do sonho” (Na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 1989. p. 46), daí a frequência com que a mulher
amada é vista dormindo, como em:
(A) “E o pálido mimo da minha paixão / Num longo soluço tremeu e parou, / Sentou-se na praia, sozinha no chão,
/ A mão regelada no colo pousou!”
(B) “Quando falo contigo, no meu peito / Esquece-me esta dor que me consome: / Talvez corre o prazer nas
fibras d’alma: / E eu ouso ainda murmurar teu nome!”
(C) “A tua alma infantil junto da minha / No fervor do desejo, / Nossos lábios ardentes descorando / Comprimidos
num beijo.”
(D) “Sonharei... lá enquanto, no crepúsculo, / Como um globo de fogo o sol se abisma / E o céu lampeja no clarão
medonho / De negro cataclisma.”
(E) “Virgem do meu amor, o beijo a furto / Que pouso em tua face adormecida / Não te lembra do peito os meus
amores / E a febre do sonhar de minha vida?”

39 Na poesia lírica do poeta romântico português Almeida Garrett (1799-1854), a mulher é representada ora
como angelical, ora como agente de perdição. O último aspecto está exemplificado no seguinte trecho:
(A) “Anjo és tu, que esse poder / Jamais o teve mulher, / Jamais o há de ter em mim. / Anjo és, que me domina /
Teu ser o meu ser sem fim.”
(B) “Era um anjo de Deus / Que se perdera dos Céus / E terra a terra voava. / A seta que lhe acertava / Partira de
arco traidor.”
(C) “Não te amo. És bela, e eu não te amo, ó bela. / Quem ama a aziaga estrela / Que lhe luz na má hora / Da
sua perdição?”
(D) “Pois essa luz cintilante / Que brilha no teu semblante / Donde lhe vem o esplendor? / Não sentes no peito a
chama / Que aos meus suspiros se inflama / E toda reluz de amor?”
(E) “Quem bebe, rosa, o perfume / Que de teu seio respira? / Um anjo, um silfo? Ou que nume / Com esse aroma
delira?”

40 José Veríssimo (1857-1916), ficcionista e etnógrafo paraense, retrata as crenças dos indígenas amazônicos
nos seguintes termos: “O selvagem brasileiro, quer a grande família tupi-guarani, quer a tapuia, estava em
religião, no período fetichista, quando teve lugar a descoberta. Possuíam apenas um supernaturalismo ou
animismo inicial, vago, sem crenças definidas. Ainda aos mitos que o medo, a má observação dos
fenômenos, a explicação por força mal dirigida das causas, faziam nascer no seu espírito infantil, não reve-
lava votar outro culto senão o do terror, esse mesmo momentâneo, pois que, cessada a causa dele, tratava-
os com profunda indiferença.”
(VERÍSSIMO, José. Estudos amazônicos. Belém: EDUFPA, 1970. p. 54).
Sob a perspectiva de Veríssimo, a alternativa que exemplifica a presença do mito no cotidiano amazônico é:
(A) “Isto bastava-lhe, contudo, para rezar quando no silêncio da noite ouvia o assobio do Matintapereira ou o pio
rouco e agourento de uma ave noturna. À noite, cansada do brincar de todo o dia, deitava-se, muitas vezes
com o mesmo vestido ou camisão que trouxera durante o dia, e dormia no mesmo quarto com seus pais.”
(B) “O sr. Porfírio atacou sucessivamente a carne cozida, o tambaqui moqueado e um prato seu predileto, a
maniçoba, preparado com mocotós de paca e grelos de mandioca, tudo ajudado de enorme quantidade de
farinha, que, servindo-se da ponta dos dedos, à guisa de colher, lançava à boca, de longe, com perícia e
certeza de indígena.”
(C) “Durante longo tempo, Porfírio não saía dele senão para ir à cidade em tempo de eleições, do júri, ou a uma
ou outra festa. Ali Rosinha nascera e crescera à lei da natureza, vivendo na promiscuidade indecente dos
moleques e curumins, seus companheiros constantes de brinquedos no terreiro da casa, sob os coqueiros e
laranjeiras, nos passeios por baixo do cacoal, e nos banhos e pescarias a caniço da margem do rio.”
(D) “Foi nas suas idas e vindas entre a casa e a escola que principiou a namorar. Ali, no trato com suas
condiscípulas, nas palestras que precedem à abertura da aula, enquanto a mestra está lá para dentro
tratando da família e da casa, tinha aprendido a considerar o homem de uma maneira que nós nos sentimos
inábil para explicar.”
(E) “A noite era clara e úmida. A lua, como uma enorme gema de ovo deslizando no céu de um azul
diáfano, lavava a natureza num banho de orvalho e de luz. Havia um silêncio absoluto, apenas cortado
pelo uivar triste e lúgubre de um cão que vinha de longe e chegava fraco aos ouvidos de Rosinha.”

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41 No epílogo de Três casas e um rio (1958), de Dalcídio Jurandir (1909-1979), é narrada a travessia da baía do
Guajará com destino a Belém, capital do Pará, e descrita toda a inquietação do protagonista que toma conta
da personagem, como se evidencia no trecho:
(A) “A madrugada levava-lhe ressentimentos e inquietudes, vestindo-o da inocência e ambição com que queria
encontrar e conquistar Belém, ver o mundo que os matos e as nuvens escondiam teimosamente. Através
daqueles cachos de nuvens desenhavam-se ruas, colégios e residências, estava na avenida Gentil
Bittencourt.”
(B) “O piloto aplicava ali o seu dom, a velha experiência de vinte anos, olhar na proa, perna esticada, atento às
ciladas da onda, narinas abertas farejando horizontes. Ágil, astucioso, sutil como índio na selva, fundia-se na
escuridão e na tormenta, mãos e pés atados a cana do leme e aos cabos, como se fossem peças da
embarcação.”
(C) “Ao nascente, na claridade que polia o azul sobre o mato, o furo da Mucura, a boca do Arapiranga de onde se
desatavam as velas para a baía. Perto, num baixio, as águas fazendo espuma afinavam seus instrumentos.
[...] À proa, um tripulante preparava café no fogão de lata junto da bujarrona [vela no mastro principal]
enrolada.”
(D) “À entrada do rio Cutijuba, já depois de atravessar a baía, o barulho das vagas picando miúdo e com fúria
dava a impressão de que quebravam potes. Uma canoa carregada de bilhas, panelas de barro, 18
frasqueiras de cachaça e 40 potes de mel, havia ali naufragado.”
(E) “Na boca verde do rio, antes invisível, as águas nasciam pela primeira vez. Pelos contornos da paisagem, um
azul quase violeta com manchas de névoa escura e brilhos foscos. Franjas luminosas infiltravam-se pelos
arvoredos marginais, salpicando a maré.”

42 Entre os excertos de Broquéis (1893), de Cruz e Sousa (1861-1898), o que exemplifica a aliteração, recurso
por excelência do Simbolismo é:
(A) “Eternas, imortais origens vivas / Da Luz, do Aroma, segredantes vozes / Do mar e luares de contemplativas,
/ Vagas visões volúpicas, velozes...”
(B) “Aladas alegrias sugestivas / De asa radiante e branca de albornozes, / Tribos gloriosas, fúlgidas, altivas, / De
condores e de águias e albatrozes...”
(C) “Dentre o chorar dos trêmulos violinos, / Por entre os sons dos órgãos soluçantes / Sobem nas catedrais os
neblinantes / Incensos vagos, que recordam hinos...”
(D) “Gargalha, ri, num riso de tormenta, / Como um palhaço, que desengonçado, / Nervoso, ri, num riso absurdo,
inflado / De uma ironia e de uma dor violenta.”
(E) “Impotência cruel, ó vã tortura! / Ó Força inútil, ansiedade humana! / Ó círculos dantescos da loucura! / Ó luta,
Ó luta secular, insana!”

43 Em 19/05/1928, Mário de Andrade (1893-1945) escreveu uma carta a Alceu Amoroso Lima acerca de
Macunaíma:
“Macunaíma já é uma tentativa tão audaciosa e tão única (não pretendo voltar ao gênero absolutamente), os
problemas dele são tão complexos apesar dele [sic] ser um puro divertimento (foi escrito em férias e como
férias) que complicá-lo ainda com a tal de antropofagia me prejudica bem o livro. [...] Pois diante de
Macunaíma estou absolutamente incapaz de julgar qualquer coisa. Às vezes tenho a impressão de que é a
única obra de arte, deveras artística, isto é, desinteressada que fiz na minha vida. No geral meus atos e
trabalhos são muito conscientes por demais pra serem artísticos. Macunaíma não. Resolvi escrever porque
fiquei desesperado de comoção lírica quando lendo o Koch Grünberg percebi que Macunaíma era um herói
sem nenhum caráter nem moral nem psicológico, achei isso enormemente comovente nem sei porque, de
certo pelo ineditismo do fato, ou por ele concordar um bocado bastante com a época nossa, não sei... [...]
Mas se principio matutando um pouco mais sobre o livro que escrevi sem nenhuma intenção, me rindo
apenas das alusões à psicologia do brasileiro que botava nele, principia surgindo tanto problema tratado,
tanta crítica feita dentro dele que, tanto simbolismo até, que nem sei parece uma sátira tremenda. E não é
não. Nem a caçoada [zombaria] vasta que faço da sensualidade e pornografia brasileira, tive intenção de
fazer sátira.”
(FERNANDES, Lygia (Org.). 71 cartas de Mário de Andrade. Rio de Janeiro: São José, [19--]. p. 31-2).
Da leitura dos excertos transcritos, é correto inferir que Mário de Andrade
(A) não tinha plena consciência do caráter inovador do texto que havia escrito por “puro divertimento”.
(B) considera que o ponto mais importante de Macunaíma gira em torno da discussão da psicologia do brasileiro.
(C) nega que seu livro tenha um caráter crítico em relação às convenções literárias da época.
(D) caracteriza Macunaíma como “um herói sem nenhum caráter nem moral nem psicológico”.
(E) pondera que realizar um trabalho de modo muito consciente potencializa o caráter artístico deste.
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44 O poeta modernista Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) aborda, entre outros temas, a experiência
existencial do homem da grande cidade, como se verifica em:
(A) “Quem me fez assim foi minha gente e minha terra / e eu gosto bem de ter nascido com essa tara. / Para
mim, de todas as burrices a maior é suspirar pela Europa. / A Europa é uma cidade muito velha onde só
fazem caso de dinheiro / e tem umas atrizes de pernas adjetivas que passam a perna na gente.”
(“Explicação”)
(B) “Nesta cidade do Rio, / de dois milhões de habitantes, / estou sozinho no quarto, / estou sozinho na América.
// Estarei mesmo sozinho? / Ainda há pouco um ruído / anunciou vida a meu lado.” (“A bruxa”)
(C) “Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, / onde as formas e as ações não / encerram nenhum
exemplo. / Praticas laboriosamente os gestos universais, / sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo
sexual.” (“Elegia 1938”)
(D) “No deserto de Itabira / a sombra de meu pai / tomou-me pela mão. / Tanto tempo perdido. / Porém nada
dizia. / Não era dia nem noite. / Suspiro? Voo de pássaro? / Porém nada dizia. / Longamente caminhamos.”
(“Viagem na família”)
(E) “Em vão me tento explicar, os muros são surdos. / Sob a pele das palavras há cifras e códigos. / O sol
consola os doentes e não os renova. / As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.” (“A
flor e a náusea”)

45 Leia o texto a seguir:


AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas [trilhos] de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio [trem] de corda
Que se chama o coração.
(PESSOA, Fernando. “Autopsicografia”. In: Obra Poética. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 164-5)
Acerca do poema de Fernando Pessoa (1888-1935), é correto afirmar:
(A) O trecho “Não as duas que ele teve, / Mas só a que eles não têm” indica que o eu lírico não indaga acerca do
ato de ler.
(B) A referência a “Esse comboio de corda / Que se chama o coração” exemplifica uma retomada de elementos
românticos pelo autor.
(C) O texto exemplifica uma reflexão acerca da ficção poética e esclarece a concepção de arte do autor.
(D) Segundo o texto, o poeta age como um fingidor, ao inspirar-se em sua própria vida para escrever.
(E) O excerto “E os que leem o que escreve, / Na dor lida sentem bem,” indica que os leitores não participam do
fingimento poético.

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