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Conversa inicial
Estimado aluno, nesta aula viajaremos no tempo e apreenderemos mais
a respeito de algumas teorias administrativas.
A primeira parada dessa viagem é no começo do século XX, com as
grandes transformações que ocorreram na sociedade. No primeiro tema da
nossa aula, aprenderemos sobre a Administração Científica e seu principal
pensador, Frederick Taylor. Estudaremos também as ideias do empresário
Henry Ford, criador na marca de automóveis Ford, desenvolvedor da linha de
produção, que visa a otimização de tempo.
Na sequência, estudaremos as ideias de Henri Fayol que, na mesma
época de Taylor, preocupou-se com a estrutura da empresa. Ele é o pioneiro em
apresentar as funções do administrador e a divisão estrutural da empresa.
Em um terceiro momento, conheceremos a Teoria da Burocracia,
baseada nas ideias do sociólogo, jurista e economista alemão Max Weber.
E, para finalizar, vamos nos dedicar no estudo do modelo japonês de
administração e um pouco da história da empresa Toyota, que é a grande
referência nesse modelo de gestão. Além disso, estudaremos as escolas de
qualidade com base nos principais pensadores da qualidade total.
Venha aprender e descobrir as principais teorias administrativas que
transformaram o modo de administrar uma empresa e continuam influenciado os
grandes gestores atualmente! Bons estudos!
Contextualização
Pense no seu cotidiano, no seu modo de agir. Analise seu local de
trabalho, faça uma análise sobre suas atividades diárias. Depois, liste cinco
delas e como você as desempenha. Verifique como e onde estão localizados os
materiais que você utiliza para realiza-la. Quanto tempo você leva de
deslocamento? Esses materiais estão próximos de você? Como você os utiliza?
Depois, anote quanto tempo você necessita para realizar cada atividade.
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Após essas anotações, repense seu contexto. Será que organizar de
modo diferente o seu local, você produzirá mais e com melhor qualidade?
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muitos trabalhadores não cumpriam suas funções;
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tempo leva e o quanto custa para a empresa. Por meio desse estudo, é possível
determinar o tempo médio de produção.
Na segunda fase da pesquisa, as experiências profissionais de Taylor
permitiram realizar observações sobre o comportamento humano e o rendimento
da produtividade dos trabalhadores, bem como a necessidade de aprimoramento
na seleção dos funcionários. Algumas constatações de Taylor:
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Em suas pesquisas sobre a Administração Científica, Taylor apresenta
que é importante separar a administração do processo de fabricação. O
planejamento é responsabilidade da administração e a execução
responsabilidade da fábrica (Maximiano, 2011).
Taylor salienta que para a maioria das pessoas os interesses dos
empregadores e empregados são antagônicos. Entretanto, para a Administração
Científica, os interesses de ambos são únicos e com a mesma direção. A
prosperidade do empregador não pode existir a longo prazo se não for
acompanhada pela prosperidade do empregado.
Para Taylor, a Administração Científica consiste em 4 princípios
básicos: planejar, preparar, controlar e executar.
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Agora, vamos estudar e abordar a história e as ideias de Henry Ford,
empresário que deixou uma grande contribuição à prática da produção em série.
Henry Ford foi o fundador da marca de carros Ford e criador da linha de
montagem. Que tal entendermos o contexto em que isso ocorreu? Vamos
novamente viajar no tempo, e conhecer um pouco dessa história.
O americano Henry Ford (1863-1947) nasceu no estado de Michigan e
iniciou sua vida profissional como mecânico e, posteriormente, tornou-se
empresário. Projetou um modelo de carro e, em 1899, fundou sua primeira
fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada. Em 1903 fundou a Ford
Motor Company. Entre 1905 e 1910 promoveu grande inovação por ter
idealizado as linhas de montagem. Ficou conhecido como o inventor do carro
popular.
No início do século XX, os carros já não eram novidade, mas eram
acessíveis apenas às pessoas com maior poder aquisitivo, pois eram caros e
fabricados artesanalmente.
Quando a Ford adotou a primeira linha de montagem, os funcionários não
precisavam de tanta qualificação. Ao lado da esteira rolante, cada um adicionava
uma peça ao corpo do carro. O barateamento foi brutal, o modelo T, que
originalmente era vendido a 800 dólares, teve o preço reduzido para 290. Ford
aumentou o salário dos trabalhadores para 5 dólares ao dia. Isso também
estimularia o consumo e vendas de automóveis.
Propostas de Ford
Além de seu nome estar ligado à criação da linha de montagem, Henry
Ford foi quem mais elevou os dois princípios da produção em massa, que é a
fabricação de peças padronizadas e trabalho especializado (Maximiano, 2005).
A linha de montagem adotada por ele objetivava agilizar o trabalho para
possibilitar o aumento da produção.
A racionalização da produção proporcionou a linha de montagem,
permitindo a produção em massa, com as seguintes características de
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padronização: o maquinário, o material, a mão de obra e o design do produto.
Isso tudo gera um custo mínimo (Chiavenato, 2004).
De acordo com Maximiano (2005), a produção em massa se baseia em
peças e componentes padronizados e intercambiáveis e especialização do
trabalhador.
Maximiano (2005) destaca que, para alcançar a padronização, Ford
passou a utilizar o mesmo sistema de calibragem para todas as peças, em todo
o processo de manufatura. Isso gerou o “controle da qualidade”.
Ford também buscou tornar o processo produtivo mais simplificado, com
a diminuição do número de peças de seus produtos Por exemplo, o bloco de seu
motor era uma única peça fundida, enquanto o motor dos concorrentes era
fabricado com várias peças separadas.
Na produção em massa, cada etapa do processo produtivo é realizada
por um trabalhador diferente, cada pessoa e cada grupo tem uma tarefa fixa
dentro de uma etapa de um processo bem-definido. Assim, as qualificações do
trabalhador resumem-se aos conhecimentos para a execução de uma tarefa.
Sob uma perspectiva crítica, podemos considerar isso como um trabalho
alienado, no qual o trabalhador não tem controle nem processo produtivo nem
dos resultados.
Para acelerar a produção, Ford adotou três princípios que, de acordo com
Chiavenato (2004), são:
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Princípio da produtividade: aumentar a capacidade de produção do
homem no mesmo período, por meio da especialização e da linha de
montagem.
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Administração. Além disso, trata de forma mais clara os cinco elementos
primários da Administração: prever, organizar, comandar, coordenar e
controlar (POCCC).
Para Fayol, a administração é uma atividade comum a qualquer
empreendimento humano: exige planejamento, organização, direção,
coordenação e controle. Para ele, todos deveriam estudá-la, o que exigiria uma
teoria geral da Administração.
Para cumprir esse objetivo, Fayol criou e divulgou sua própria teoria e
dividiu a empresa em seis atividades ou funções da empresa. São elas:
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Autoridade e responsabilidade: é o direito de dar ordens e o poder para
obediência.
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Tema 3: Escola burocrática
Você com certeza já vivenciou “momentos burocráticos” e ficou pensando
“quem inventou essa tal de burocracia?”. Entretanto, veremos neste tema que a
ela não apresenta somente características negativas. Ao contrário, é um modo
de gerir uma empresa ou uma sociedade. Por meio dos princípios burocráticos,
podemos estabelecer critérios e elementos para melhor coordenarmos e
controlarmos determinados eventos. Mas qual é a origem da burocracia? Onde
começou? Quem pensou esse modo de organização social?
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Tipos de sociedade
Em um primeiro momento, Weber faz uma análise e distingue a sociedade
em três tipos (Chiavenato, 2014, p. 258):
Tipos de autoridade
Para cada tipo de sociedade, Weber identifica um tipo de autoridade.
“Autoridade significa a probabilidade de que um comando ou ordem específica
seja obedecido”. (Chiavenato, 2014, p. 258). Ela representa o poder
institucionalizado, significa dizer: quem tem poder o impõe, pois tem
legitimidade, por isso, é aceito e reconhecido.
Weber então apresenta três tipos de autoridades, conforme o tipo de
sociedade:
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importante destacar que o poder carismático não tem base racional, é
instável e facilmente adquire características revolucionárias.
Características da burocracia
Depois de entendermos os tipos de sociedade e liderança, vamos então
entender o que é burocracia e quais são suas características.
De acordo com Chiavenato (2014, p. 258), “a burocracia é uma forma de
organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos
meios aos objetivos (fins) pretendido [sic], a fim de garantir a máxima eficiência
possível no alcance destes objetivos”.
A formalidade, a impessoalidade e o profissionalismo são pilares que
alicerçam a burocracia. Podemos dizer que esta acontece no cotidiano e
estamos rotineiramente envolvidos no processo. É importante lembrar que a
base dela é a racionalidade.
Uma organização que se prevalece da burocracia é uma organização com
as seguintes características:
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os trabalhos são divididos conforme as competências, de modo que cada
uma saiba qual é sua função;
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Tema 4: Modelo japonês de Administração
Depois de conhecer o modelo americano de gestão (Taylor e Ford),
entender a estrutura organizacional por intermédio das teorias do francês Fayol,
e perceber a importância da burocracia por meio de Weber, neste tema, vamos
viajar para o oriente e abarcar um pouco da cultura e do modo de vida japonês,
que também influenciou o modelo de gestão de empresas.
A administração japonesa poderia ser classificada como um modelo
fortemente embasado na participação direta dos trabalhadores, em especial, na
participação da produtividade e eficiência voltada à tarefa e na linha gerencial
das relações e desenvolvimento humano, desenvolvida e implementada
principalmente pelos americanos (Ferreira; Reis; Pereira, 1997). As
peculiaridades da administração japonesa merecem uma discussão mais
profunda, pois vão além de técnicas gerenciais, a exemplo de sua cultura.
A cultura organizacional das empresas japonesas é uma das respostas
para o sucesso do modelo japonês de administração, contudo não é a única.
Para avançarmos no entendimento desse modelo faz-se necessário
compreender os elementos históricos que levaram a emergência do modelo de
administração japonesa. Vamos lá!
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país destruído no pós-guerra, precisava reerguer-se, por isso, implantou em
seus setores produtivos o conceito fundamental de evitar o desperdício e de
buscar a melhoria contínua, aprimorando produtos por meio do “fazer bem feito
e na primeira vez” (Scatena, 2012). O combate ao desperdício e o trabalho em
grupo são elementos da cultura japonesa que ajudam a explicar sua hegemonia.
Depois da guerra, a escassez de recursos provocou enormes dificuldades
que só se amenizaram com um trabalho metódico e duro. O trabalho em equipe
está enraizado desde seus tempos imemoriais. No sistema feudal japonês, havia
a necessidade de associação para manutenção de sua identidade e amor
próprio. Da mesma forma, a cultura do arroz – que requer colaboração, a
estrutura arquitetônica das residências – proporcionava relacionamentos e uma
interdependência das pessoas em sociedade (Maximiano, 2006).
O período pós-guerra caracterizou-se por uma crise generalizada, o que
levou a um esforço de levantar o país por meio de três pilares: um partido político
forte e consolidado no poder, a paz trabalhista e a unificação do povo. Segundo
Ferreira, Reis e Pereira (1997), o governo comprometeu-se com: a educação e
a valorização cultural da instrução, a alta taxa de poupança interna, a ampla
utilização de serviços públicos de consultoria para o desenvolvimento
empresarial, a compra de tecnologia e a manutenção da essência dos valores
culturais, apesar do processo de ocidentalização do estilo de vida, ocorrido a
partir da restauração do país. Forma-se assim um amplo contexto em que se
insere a administração japonesa.
Além da análise das variáveis culturais, vale destacar a busca pela
profissionalização da gestão japonesa. No ano de 1946, Deming, Juran e Crosby
fundaram a JUSE (Sindicato de Cientistas e Engenheiros do Japão). Deming
ministrou palestras para líderes e gerentes das indústrias do Japão, com o
objetivo de ajudar o país a reerguer-se para alterar a reputação dos produtos e
serviços que, naquela época, eram de má qualidade.
O Japão instituiu o conceito de qualidade dentro de suas indústrias e se
difundiu com a cultura, precedendo assim ao que conhecemos atualmente como
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gestão da qualidade total. Esse conceito foi utilizado inicialmente na indústria
automobilística da Toyota. A filosofia de qualidade alavancou a economia
afetada pela guerra, criando força para as indústrias e ganhando espaço no
mercado internacional.
O período pós-guerra trouxe recessão e crise econômica para a Toyota,
houve paralisação de fábricas, corte de salários e demissões. Kiichiro Toyoda
tomou a decisão de assumir toda a responsabilidade e pediu demissão da
presidência, passou a atuar como gestor na área da produção e teve o salário
reduzido, procurando diminuir a insatisfação dos colaboradores revoltados. Com
a demissão de Kiichiro, Eiji Toyoda, seu primo, toma posse do cargo de
presidente da Toyota Motor Company.
O sistema japonês de administração – conhecido como Toyotismo – foi
amplamente disseminado no Brasil a partir da década de 1980, quando as
grandes empresas nacionais e multinacionais passaram a adotar as práticas
desse modelo para melhorar sua produtividade e competitividade.
O Japão foi destruído na Segunda Guerra e se reconstruiu. Após 25 anos
decorridos, despontava no mercado internacional com produtos de ótima
qualidade e baixo custo se comparados aos norte-americanos. Produtos
eletrônicos e do setor automobilístico foram os primeiros a serem inseridos no
mercado internacional, causando incomodo aos países ocidentais que, pela
primeira vez, perderam hegemonia (Scatena, 2012).
O aumento da produtividade no sistema japonês está fundamentado na
eliminação de desperdícios, disciplina, no fortalecimento do trabalho em equipe,
na utilização das ideias dos próprios funcionários (Maximiano, 2006; Scatena,
2012). Para compreendermos a atuação do modelo toyotista, a seguir serão
apresentadas suas principais propostas.
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administração, a Toyota Motor Co., que, após a Segunda Guerra Mundial,
buscou formas de maximizar a produção, reduzindo custos simultaneamente.
O Sistema Toyota nasceu nos anos 1950, quando Toyoda e Ohno
visitaram a Ford, nos Estados Unidos, e concluíram o modelo privilegiava o
desperdício, seja pelo grande porte das fábricas, seja pelo excesso de estoques
e mão de obra com especialidades limitadas. Diante da escassez de recursos
causada pela Segunda Guerra Mundial, o modelo fordista era inviável. A Toyota
precisava simplificar e modificar o sistema de Ford. Assim, nasceu o elemento
básico do sistema toyotista: a eliminação de desperdícios (Maximiano, 2006).
Segundo Maximiano (2006), o sistema Toyota preconiza três principais
ideias para a eliminação do desperdício.
A racionalização da mão de obra da Toyota consiste em agrupar os
operários em equipes, as quais recebem um conjunto de tarefas de montagem,
com a missão de coletivamente executá-las da melhor maneira possível.
O método just in time visa reduzir ao mínimo o tempo de fabricação e o
volume de estoques. Há um fluxo contínuo de materiais alinhados à
programação da produção, a fim de minimizar os níveis de estoques. Evita-se o
desperdício com produtos parados na fábrica.
O sistema de produção flexível consiste em fabricar produtos de acordo
com encomendas dos clientes. Destaca-se que os funcionários da Toyota tinham
autonomia para a adaptação dos moldes das prensas, que fazem as latarias dos
veículos, para atendimento das necessidades dos clientes.
De acordo com Ferreira, Reis e Pereira (1997) e Scatena (2012), as
características básicas do sistema japonês são:
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Kaizen: melhoria contínua de todos os processos e atividades que
resultam no produto final até à entrega ao cliente.
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não estava adequado para o consumo? As mães os descartavam ou o utilizam
em outras atividades (Lelis, 2012).
Por meio da reflexão anterior, percebemos que a qualidade influencia
muitas das atividades cotidianas e organizacionais. Nesse sentido, vale a pena
compreender a evolução da histórica da qualidade, a fim de que possamos
avaliar o grau de adoção das práticas de gestão de qualidade listadas na gestão
das organizações na atualidade.
De acordo com Maximiano (2009), no início do século XX, a qualidade
significava uniformidade e ausência de variação. Na produção em massa, as
peças deveriam ser idênticas e em conformidade com as especificações
técnicas, e a qualidade era controlada por meio da inspeção. Nesse período,
começaram a ser empregadas as primeiras ferramentas estatísticas.
No fim da década de 1930, nascia o controle estatístico da qualidade e
setores específicos nas empresas dedicados a esse trabalho. O foco ainda
permanecia no levantamento das variabilidades da produção. Em 1940, Shewart
criou o gráfico de controle de processos, que permitiu, além de verificar as
inconsistências nos processos produtivos, verificar suas causas. Esse controle
do processo englobava todo o processo produtivo, assim, a qualidade estava
voltada para a indústria e processos fabris (Lelis, 2012).
A indústria norte-americana havia empreendido enormes esforços na
produção de artefatos de uso militar, negligenciando a produção de bens de
consumo. A qualidade dos produtos estava cada vez pior, privilegiava-se
quantidade em detrimento da qualidade. Situação diferente enfrentava o Japão,
pois surgiam padrões e normas de qualidade e o foco passou a recair na
prevenção de defeitos. Nascia o conceito de qualidade total por intermédio,
especialmente, das ideias de Juran. Começaram a ser criados sistemas de
qualidade, que deixavam de ser responsabilidade de um setor específico e
passava a ter o envolvimento de todos da empresa (Lelis, 2012).
A partir da década de 1970, o ocidente passou a reagir à hegemonia dos
produtos japoneses, iniciando-se o período conhecido como era da gestão da
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qualidade total, cuja principal característica era o foco no cliente e nos processos
de gestão. Nas décadas de 1980 e 1990, a gestão da qualidade tornou-se
extremamente difundida, especialmente porque o mundo queria conhecer as
ferramentas que promoveram o renascimento e o sucesso industrial do Japão.
Na década de 1980, também surgiram as normas ISO, como um símbolo de
reconhecimento da qualidade (Lelis, 2012).
Nas próximas seções, iremos acompanhar a evolução da qualidade com
base na apresentação das principais ideias dos gurus da qualidade.
Joseph M. Juran
Joseph M. Juran nasceu na Romênia, em 1904, e foi para os Estados
Unidos com oito anos de idade. Em 1920, ingressou na Universidade de
Minnesota, onde se formou em Engenharia Elétrica. Também dedicou-se ao
estudo do direito, obtendo diploma pela Loyola University, na Chicago School of
Law. Em 1979, fundou o Instituto Juran, uma das maiores instituições voltadas
para a qualidade no mundo. Assim como Deming, Juran teve maior
reconhecimento de suas ideias no Japão e tornou-se conhecido no mundo após
a sua primeira visita ao país, em 1954. Ele faleceu em Rye, Nova York, aos 103
anos (Barros; Bonafini, 2014).
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Philip Crosby
Philip Crosby nasceu em 18 de junho de 1926, nos Estados Unidos. Serviu
na Segunda Guerra Mundial, na Guerra da Coreia e, entre uma guerra e outra,
estudou Medicina na Ohio College. Em 1979, fundou a Philip Crosby Associates,
uma empresa de consultoria em gestão da qualidade. Crosby faleceu em 2001,
seu nome está associado aos conceitos de “zero defeito” e “fazer bem na
primeira vez” (Barros; Bonafini, 2014).
Kaoru Ishikawa
Kaoru Ishikawa nasceu em 1915, em Tóquio, e faleceu no mesmo local,
em 1989. Gradou-se em química aplicada pela Faculdade de Engenharia da
Universidade de Tóquio, em 1939. Em 1947, voltou à universidade para estudar
metodologias estatísticas. Em 1949, Ishikawa ingressou na União Japonesa de
Cientistas e Engenheiros (JUSE), um grupo de pesquisa que atua no controle da
qualidade (Barros; Bonafini, 2014).
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Genichi Taguchi
Genichi Taguchi nasceu em janeiro de 1924, em Tokamachi, Japão.
Iniciou seus estudos em engenharia têxtil, porém, em 1942, interessou-se por
estatística. De 1948 a 1950 trabalhou para o Instituto de Estatística Matemática
e ganhou reconhecimento por sua atuação em experimentos industriais
relacionados à produção de penicilina. Em 1950, começou a trabalhar na
Electronic Communications Laboratory (ECL), da Nippon Telegraph and
Telephone Corporation, apenas no controle da qualidade estatística.
Taguchi passou a ser popular no Japão sob a influência de Deming e da
JUSE. Entre 1954 e 1955, foi professor no Indian Statistical Institute, onde
trabalhou com Fisher e Shewhart. Em 1962, logo após concluir seu doutorado
na Universidade de Kyushi, Taguchi deixou a ECL e começou a lecionar
engenharia na Universidade de Aoyama Gakuin, em Tóquio. A partir de 1982 foi
assessor da Japanese Standards Institute e diretor executivo do American
Supplier Institute. Foi criador do movimento Robust Design, ganhou por quatro
vezes o prêmio Deming do Japão, sendo o primeiro deles por sua contribuição
ao desenvolvimento da estatística aplicada à qualidade. Faleceu em junho de
2012, no Japão (Barros; Bonafini, 2014).
Então, finalizamos o conhecimento sobre as diferentes escolas
administrativas. Após a leitura deste material, você acredita que um princípio
administrativo é mais importante que o outro? Reflita!
Síntese
Chegamos ao fim de mais um encontro! Nesta aula, que foi nossa viagem
através do tempo e da história dos princípios administrativos, aprendemos sobre
a importância de algumas teorias e seus principais pensadores. Ainda, podemos
observar em como cada teoria influenciou e continua influenciando a forma de
gestão da empresa contemporânea. Continue aproveitando a disciplina de
Fundamentos da Gestão! Esperamos que tenha a aproveitado e nos
encontramos na próxima aula. Até lá!
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Referências
BARROS, E.; BONAFINI, F. (Org.) Ferramentas da qualidade. São Paulo:
Pearson, 2014.
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