Minuta Cras Sergipe
Minuta Cras Sergipe
Minuta Cras Sergipe
No mês de maio do ano de 2010 realizou-se a pesquisa CREPOP com psicólogas(os) que
atuam nos Centros de Referência da Assistência Social – CRAS. As informações aqui
apresentadas se baseiam nos dados coletados durante o Georreferenciamento1 e nos encontros
presenciais2 (Reunião Específica e Grupo Fechado) ocorridos em Aracaju/SE. Apresentamos a
seguir um quadro geral com o número de participantes em cada encontro:
De acordo com o Informativo SUAS, Edição nº14, relativo ao Censo CRAS 2009, a região
nordeste apresenta o maior número de Centros de Referência da Assistência Social – contaram-
se 2.016. Em Sergipe, de acordo com dados do site do MDS, existem 98 CRAS no estado.
Contudo, dados da Secretaria de Estado da Inclusão e Desenvolvimento Social – SEIDES
apontam que esse número seria em 107 e quase todos os 75 municípios sergipanos possuem um
CRAS ao menos.
a) Rede de Referência
o Há sobrecarga de demandas vindas dos demais setores tais como educação, saúde,
justiça, etc. para o CRAS, a exemplo de pedidos de atendimento/acompanhamento
psicológico, produção/elaboração de laudos e pareceres técnicos;
o Nota-se uma fragilidade nas articulações intersetoriais havendo pouco ou nenhum diálogo
entre os serviços;
o No interior do estado não há a articulação da rede, justificada pela ausência dos serviços
nos dados municípios.
1
O Georreferenciamento consiste na localização das (os) profissionais de psicologia na política pública em questão.
2
Estes dois encontros possuem objetivos de pesquisa distintos: na Reunião Específica investigamos o Campo da
Prática, já no Grupo Fechado, discutimos o Núcleo da Prática - este conceito versa sobre aspectos ligados às
Atividades Específicas, Teorias e Conceitos etc. A etapa presencial em Sergipe aconteceu no dia 21 de maio de 2010.
b) Dificuldades dos serviços/ Condições de Trabalho
Limitações Materiais:
o Falta de material didático – filmes e jogos educativos, que estimulem o debate nos grupos;
o Iniquidade salarial entre membros da equipe, bem como com psicólogas(os) de outros
setores;
Outros:
o Instalações físicas inadequadas tais como a ocorrência do uso de prédios e/ou casas
improvisadas sediando os serviços; ausência de rampa de acesso para cadeirantes e
demais dificuldades de locomoção além da ausência de salas de acolhimento ou com as
devidas estruturas que reservem os direitos dos usuários;
o Forte presença de práticas assistencialistas – ainda é lugar comum para grande maioria
dos gestores;
De acordo com as(os) profissionais presentes, são atividades específicas da(o) psicóloga(o):
o Fazer encaminhamentos;
o Computador, internet, impressora, prancheta, caneta, data show, som, papel, cartolina,
filmadora, vídeo, fotos;
o Técnicas vivenciais;
o Testes psicológicos;
o Dinâmica de grupo;
d) Teorias e Conceitos:
• Autores: Michel Foucault, Gilles Deleuze, Feliz Guatarri, Quintal de Freitas, Paulo Freire,
etc..
Pode-se aqui expor que há uma infinidade de possibilidades para os profissionais no campo
das Políticas de Assistência Social; possibilidades técnicas, metodológicas, perceptivas,
analíticas, teóricas, inclusive grandes e cada vez mais crescentes possibilidades de trabalho. O
quantitativo de Centros de Referência da Assistência Social tem crescido e há grandes chances
de multiplicação e, ainda que a NOB/RH traga que em municípios de pequeno e médio porte a
sua equipe deva ser constituída por dois profissionais de nível superior sendo um do serviço social
e outro preferencialmente da psicologia, a prática habitual vigente ainda é contratar esses(as)
profissionais citada como equipe de referência. Contudo, chegou-se ao entendimento de que se
as(os) psicólogas(os) estiverem cada vez mais apropriados das especificidades dessas políticas,
teriam mais competência para se posicionarem, para assumirem atitudes éticas, comprometidas e
fortalecedoras da profissão. Isso se daria, principalmente, através da formação continuada de
desenvolvimento das habilidades.