Relação Entre Aspectos Psicológicos ...
Relação Entre Aspectos Psicológicos ...
Relação Entre Aspectos Psicológicos ...
RESUMO
INTRODUÇÃO
1
Autor do Artigo
2
Autora do Artigo
3
Orientador do Artigo
1
impactado por muitos fatores, dentre eles os fatores técnico-táticos, físicos e os
fatores psicológicos.
Para que um atleta alcance o seu ápice em sua carreira, vários fatores devem
ser trabalhados com suas devidas particularidades. Começando pelo simples
fato de que um atleta de alto rendimento não alcança seus objetivos, sem uma
equipe de profissionais ao seu lado, ajudando em sua preparação. Vale
ressaltar que, não basta apenas o atleta estar preparado, se sua equipe não
estiver, e vice e versa.
A vida de um atleta de alto rendimento, como podemos ver nas mídias e nas
competições mundiais, como os Jogos Olímpicos, não é fácil. Percebe-se o
quanto esses atletas são levados ao extremo esforço físico e de desgaste
psicológico, e o quanto são cobrados para fazerem isso.
Com esses pontos nos deparamos com algumas barreiras e dúvidas, quais
sejam: os aspectos psicológicos que afetam o rendimento dos atletas,
positivamente ou negativamente, durante uma competição, estão ligados aos
aspectos emocionais ou sentimentais? Esses aspectos podem ser treinados?
Quais são os fatores que podem gerar controle ou descontrole emocional nos
atletas de alto rendimento durante as competições?
Já nos deparamos diversas vezes como a simples fala “esse atleta é uma
máquina“, e com isso percebemos que muita das vezes os atletas são tratados
como máquinas e não como seres humanos. Concordando com o que diz
Bracht (2019), em seu livro “Educação Física no Brasil: o que ela vem sendo e
o que ela pode ser”, o corpo é considerado um elemento da natureza, a
natureza em nós, sendo o seu funcionamento comparado com um de uma
máquina. Esse tipo de afirmação ignora o fato de que todo atleta de alto
rendimento tem uma vida fora do esporte, ou seja, ele possui uma vida social,
uma família, problemas, e outros fatores que podem atrapalhar o seu
rendimento.
Com isso percebemos que não basta apenas o atleta ter um excepcional
rendimento físico, mas também deve ter um ótimo equilíbrio psicológico.
2
Assim, pretendemos averiguar a interferência do aspecto mental no que se
refere aos aspectos psicológico-sociais ou sentimentais dos atletas de alto
rendimento, associados a prática e a preparação deles para competição,
investigando ainda porque esses fatores interferem no seu resultado final.
REFERENCIAL TEÓRICO
3
A Psicologia, enquanto ciência, através de suas diversas áreas e linhas de
atuação, tem procurado compreender a complexidade humana. Para tanto, os
psicólogos investigativos partem dos aspectos subjetivos como as emoções e
os pensamentos dos seres humanos, como também dos seus
comportamentos.
4
diferentes motivos explicam a diferença de desempenho e atitude de
cada pessoa. (CASTRO, 2016, p.54)
A emoção pode ser definida como um impulso de origem nervosa que leva o
indivíduo a uma determinada ação. Essas emoções são acompanhadas
geralmente de uma reação motora ou glandular, por exemplo, taquicardia,
provocada pelo medo ou pelo choro, que pode aparecer junto com emoções
diferenciadas. Essas e outras reações orgânicas são desencadeadas a partir
da interpretação sobre a natureza do objeto e suas consequências. E também
estão associadas às funções de adaptação e sobrevivência do indivíduo.
As emoções possuem uma importante base fisiológica, mas
manifestam-se também no campo social mobilizando as atividades
humanas, fazendo parte da comunicação interpessoal e atuando
como motivadoras do comportamento humano (CASTRO,2016, p.56).
5
Esporte é uma atividade competitiva institucionalizada que envolve
esforço físico vigoroso ou o uso de habilidades motoras relativamente
complexas, por indivíduos, cuja participação é motivada por uma
combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos (BARBANTI, 2012,
p. 57).
6
Deschamps e Rose Júnior (2006) afirmam que na prática de esportes, atletas
de alto nível tem seu desempenho impactado por muitos fatores,
destacando-se três: técnico/tático, físico e psicológico.
Durante uma competição muitas coisas podem acontecer, e sabemos que hoje
em dia não são apenas os elementos físicos e técnicos/táticos que contam
para um resultado expressivo. Também os fatores psicológicos estão sendo
determinantes.
4
Não consta número de página por se tratar de um documento eletrônico.
7
Devido a evolução midiática do esporte em geral, todo esse trabalho de
desempenho envolve um processo psicológico intenso para que o atleta possa
suportar as mudanças e a pressão, e assim poder se tornar uma referência
como imagem, transformando o atleta em um herói, capaz de enfrentar
qualquer obstáculo ou dificuldade. O objetivo do treinamento psicológico é
fazer com que o atleta desenvolva e aprimore características motivacionais,
cognitivas, emocionais e sociais.
Conforme Samulski (2009, p.86) cita em seu livro, segundo Weinberg & Gould
(1999, p.326), “a concentração é a capacidade de manter o foco de atenção
sobre os estímulos relevantes do meio ambiente. Quando o ambiente muda
rapidamente, consequentemente o foco de atenção precisa ser mudado
também. Pensamentos sobre aspectos irrelevantes podem aumentar a
frequência de erros durante a competição”. Esse estado de concentração, pode
ser influenciado por diversos fatores que estão ocorrendo no ambiente
presente, podendo ser fatores internos ou externos, variando desde de
estímulos visuais e auditivos, a hora do dia, entre outros. (SAMULSKI, 2009,
p.90).
8
Os métodos e as técnicas, elementos-padrão do THP, originaram-se
de muitas fontes, principalmente da própria psicologia. Essas áreas
incluíam modificação do comportamento, teoria e terapia cognitivas,
terapia emotiva racional, estabelecimento de metas, controle da
atenção, relaxamento muscular progressivo e dessensibilização
sistemática. (WEINBERG E GOULD, 2017, p.231-232)
Com isso percebemos que o papel do psicólogo não é de fato aplicado apenas
nos atletas, e sim em toda a equipe vinculada ao atleta.
A percepção do serviço da Psicologia do Esporte depende da
interação de fatores como experiência passada dos atletas com o
psicólogo esportivo, expectativas do grupo, confiança mútua e a
especificidade da situação. Desta forma, a maneira como o psicólogo
será apresentado aos membros da equipe esportiva é de fundamental
importância para o desenvolvimento do rapport (estabelecimento do
vínculo terapêutico) (Lacrampe e Chamalidis, 1995, apud. VIEIRA et
al, 2010, p.398).
9
comunicação entre os grupos esportivos e os psicólogos. Neste ponto a
linguagem cotidiana dos técnicos e dos atletas é norteada por termos técnicos
específicos de cada esporte, por isso o psicólogo deve buscar este
conhecimento para não encontrar grande resistência dos praticantes do
esporte e do exercício físico.
METODOLOGIA
10
representatividade possível no território nacional. Alcançamos um total de 27
respondentes, sendo 18 respondentes do sexo masculino e 9 do sexo feminino,
da categoria do Infantil ao Sênior.
11
Fonte: Pesquisa realizada pelos autores.
Dos 20 atletas que treinam e competem por clubes da região sudeste, 8 deles
são do Espírito Santo, 3 no estado de São Paulo, 6 no estado de Minas Gerais
e 3 no estado do Rio de Janeiro. Os demais atletas que participaram da
pesquisa treinam nos estados do Rio Grande do Norte, Paraná, Acre, Ceará e
Jacksonville (EUA).
12
Figura 2 - Gráfico de nível de competitividade dos atletas entrevistados.
13
Sobre o acompanhamento com o psicólogo, descobrimos que apenas 15 dos
27 atletas entrevistados fazem acompanhamento com um profissional, para
ajudá-los a lidar com essa situação. E desses 15 atletas, apenas 5 fazem
acompanhamento com um profissional cedido pelo clube, os demais fazem o
acompanhamento por iniciativa própria, particular. A Figura 3 apresenta a
frequência dos encontros do atleta com seu psicólogo.
Outro dado coletado pelo questionário foi que, dos 27 atletas, 88,9% já tiveram
algum resultado esportivo afetado por aspectos emocionais. A maioria dos
atletas afirmam, que para um bom desempenho, o atleta deve ter um bom
controle emocional, e que esses aspectos podem sim influenciar nos resultados
da competição, seja positivamente ou negativamente. Conforme pode ser
observado na Figura 4, 96,3% dos respondentes concorda que esses aspectos
podem ser treinados.
14
Figura 4 - Gráfico em relação a treinamento psicológico.
Dentre os aspectos psicológicos mais relatados pelos atletas, que eles sentem
durante o período competitivo, estão o nervosismo e a ansiedade. Abrantes
(2007) afirma que muitas das derrotas no mundo esportivo são justificadas pela
falta de controle dos estados emocionais. Em nosso estudo, 78% dos atletas
afirmam não conseguirem controlar os aspectos emocionais durante a
competição. Os nadadores relatam, que o nível de nervosismo, ansiedade e
estresse sofre variações de acordo com o nível da competição, ou seja, varia
de um campeonato estadual, nacional ou internacional. Acreditamos que isso
ocorra devido ao nível técnico exigido, pois quanto maior o nível da competição
maiores serão as exigências técnicas. Para um atleta, tudo o que importa
nesses momentos competitivos é que seus resultados sejam positivos, para
terem a certeza que todo o seu treinamento e sua periodização não tenha sido
15
em vão. Mas, para isso, é essencial que consigam manter o foco e
concentração.
16
Nos questionamos então se, os demais atletas, que não realizam nenhum
treinamento mental com algum profissional, podem ter o desempenho afetado
em relação aos outros nadadores que fazem este tipo de preparação? Quando
observamos os resultados, percebemos que ambas as categorias (que
realizam encontros e os que não realizam os encontros) já foram afetados por
algum fator psicológico, seja ele estresse, ansiedade, nervosismo, dentre
outros. Dos 15 atletas que fazem acompanhamento, 14 relataram que já
tiveram resultados negativos influenciados por algum aspecto emocional ou
sentimental, já em relação aos 12 nadadores que não realizam esses
encontros, 10 já tiveram resultados negativos por influência destes fatores.
Fazendo uma comparação, percebemos que ambos os lados são prejudicados
tecnicamente por conta dessa falta de controle emocional.
17
emocional para o seu rendimento, estes atletas não realizam nenhum tipo de
treinamento ou preparação com um profissional, o que nos leva ao
questionamento anterior, novamente, porque estes atletas não realizam esses
encontros? Pelo fato do clube não disponibilizar esse tipo de treinamento com
um profissional? Por que o clube não disponibiliza um profissional da área de
psicologia esportiva para fazer um acompanhamento com esses atletas, já que
o aspecto psicológico também faz parte da preparação desses nadadores? Por
que esses atletas que não fazem acompanhamento não procuram um
profissional para realizar esse tipo de treinamento? O custo de um psicólogo
esportivo é alto, para que o clube e os atletas não façam um
acompanhamento? Ainda temos respostas para essas indagações, mas nosso
estudo indica que essas questões devem ser estudadas e pesquisadas mais a
fundo.
Nossos dados não nos permitem afirmar que um atleta não possa ter sucesso
em sua carreira sem acompanhamento de um psicólogo esportivo, mas é
possível afirmar que os atletas de natação investigados percebem a influência
dos fatores emocionais como algo central nos resultados obtidos em
competições, e concebem a presença de um psicólogo esportivo é como
fundamental em sua preparação.
18
CONCLUSÃO
REFERÊNCIA
BRACHT, Valter. Educação Física Escolar no Brasil. O que ela vem sendo e o que
pode ser. Ijuí, RS, Brasil: Editora Unijuí, 2019. E-book. ISBN 9788541902892.
19
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788541902892/. Acesso
em: 12 set. 2022.
RIOS, Ediara Rabello Girão et al, Senso comum, ciência e filosofia: elo dos
saberes necessários à promoção da saúde. TEMAS LIVRES FREE THEMES,
Ciência & Saúde Coletiva, Vol.12, Ed.2, Abril 2007 p.501-509, Faculdade
Christus. Rua João Adolfo Gurgel 133, Papicu, 60190-060 Fortaleza - CE, - .
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232007000200026. Acesso
em: 25 nov. 2022.
20