?Utf8?b?Tgl2cm8grmvuw7rtzw5vcybkysbuzwnub2xvz2lhieu ? ?Utf8?b?Zhvjywnpb25hbcatierlym9yywggtw9yzwlyys5wzgy ?
?Utf8?b?Tgl2cm8grmvuw7rtzw5vcybkysbuzwnub2xvz2lhieu ? ?Utf8?b?Zhvjywnpb25hbcatierlym9yywggtw9yzwlyys5wzgy ?
?Utf8?b?Tgl2cm8grmvuw7rtzw5vcybkysbuzwnub2xvz2lhieu ? ?Utf8?b?Zhvjywnpb25hbcatierlym9yywggtw9yzwlyys5wzgy ?
Conselho Editorial
Alessandra Dale Giacomin Terra – Universidade Federal Fluminense
Andréa Cristina Marques de Araújo – Universidade Fernando Pessoa
Andrelize Schabo Ferreira de Assis – Universidade Federal de Rondônia
Bianca Gabriely Ferreira Silva – Universidade Federal de Pernambuco
Cristiana Barcelos da Silva – Universidade do Estado de Minas Gerais
Cristiane Elisa Ribas Batista – Universidade Federal de Santa Catarina
Daniel Ordane da Costa Vale – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Danyelle Andrade Mota – Universidade Tiradentes
Dayanne Tomaz Casimiro da Silva - Universidade Federal de Pernambuco
Diogo Luiz Lima Augusto – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Elis Regina Barbosa Angelo – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Ernane Rosa Martins - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
Ezequiel Martins Ferreira – Universidade Federal de Goiás
Fábio Pereira Cerdera – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Francisco Oricelio da Silva Brindeiro – Universidade Estadual do Ceará
Glaucio Martins da Silva Bandeira – Universidade Federal Fluminense
Helio Fernando Lobo Nogueira da Gama - Universidade Estadual De Santa Cruz
Inaldo Kley do Nascimento Moraes – Universidade CEUMA
João Paulo Hergesel - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Jose Henrique de Lacerda Furtado – Instituto Federal do Rio de Janeiro
Jordany Gomes da Silva – Universidade Federal de Pernambuco
Jucilene Oliveira de Sousa – Universidade Estadual de Campinas
Luana Lima Guimarães – Universidade Fede ral do Ceará
Luma Mirely de Souza Brandão – Universidade Tiradentes
Mateus Dias Antunes – Universidade de São Paulo
Milson dos Santos Barbosa – Universidade Tiradentes
Naiola Paiva de Miranda - Universidade Federal do Ceará
Rafael Leal da Silva – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Rita Rodrigues de Souza - Universidade Estadual Paulista
Willian Douglas Guilherme - Universidade Federal do Tocantins
Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-89950-67-7
Editora e-Publicar
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
[email protected]
www.editorapublicar.com.br
Apresentação
Cada vez mais as tecnologias digitais se fazem presentes na sociedade atual. Estas
Frente a este cenário de grandes incertezas mas em busca da qualidade da educação, é com
tecnologia educacional: rumos de ensino integrados, volume 1", composta por 30 capítulos de
pesquisadores da área.
Neste sentido os capítulos trazem diálogos que visam contribuir com a atuação docente e o
CAPÍTULO 2 ....................................................................................................................... 27
A IMPORTÂNCIA DAS AULAS PRÁTICAS DA DISCIPLINA DE QUÍMICA PARA
ALUNOS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
(TDAH)1 ............................................................................................................................ 27
Juvenal Severino Pereira
Andréa Celina Ferreira Demartelaere
CAPÍTULO 3 ....................................................................................................................... 50
ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA PARA
ESTIMULAR A APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM TRANSTORNO DE
DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) ............................................ 50
Juvenal Severino Pereira
Andréa Celina Ferreira Demartelaere
CAPÍTULO 4 ....................................................................................................................... 65
ENSINO REMOTO, EAD, PANDEMIA E DISPARIDADE SOCIAL .......................... 65
Diogo Salviano de Almeida Maroso
Christiane Novo Barbato
CAPÍTULO 5......................................................................................................................... 85
ASPECTOS QUÍMICOS DA QUANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS PELO MÉTODO
COLORIMÉTRICO DE BIURETO: UMA REVISÃO ON-LINE NO ENSINO TÉCNICO DE
QUÍMICA .......................................................................................................................... 85
Letícia Rodrigues Schmitz
Kézia Vitoria Pires Vailant
Edailson de Alcântara Corrêa
CAPÍTULO 6 ....................................................................................................................... 96
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS DIDÁTICOS DIGITAIS PARA O ENSINO E
APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ......................................................................... 96
Wellingtânia Ferreira Santana
Kleyfton Soares da Silva
RESUMO
A presente pesquisa busca identificar especificamente no ano de 2020 quais são as tecnologias
digitais contemporâneas que estão presente em sala de aula e que permitem a ampliação do
conhecimento sobre os fatos históricos no ensino da disciplina de História em turma do 9º ano
do Ensino Fundamental Séries Finais. Estas permitem a imersão e a compreensão do assuntos
abordadospelo docente para que esses sejam significativos aos educandos? Com a abordagem
qualitativa na modalidade de entrevista semiestruturada para observação e mensuração das
informações levantadas no Ensino Fundamental Séries Finais, no Distrito Federal. Pesquisamos
quais são os instrumentos, astécnicas, e os recursos que são utilizados e a relevância destes em
relação a forma como os fatos históricos são abordados e reconstruídos com o auxílio das
tecnologias digitais contemporâneas utilizadas em sala de aula. Como abordagem conceitual e
teórica, utilizamos, Santos e Filho (2019); Santo, Silva e Moura (2019); Tori (2010); Toschi
(2005); Bogdan e Biklen (1994); Gil (2006) e Marques (2012).
PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento. Ensino. Aprendizagem. Ensino Fundamental.
Tecnologias contemporâneas.
INTRODUÇÃO
O interesse por estudar as diretivas aqui apresentadas partiu da realidade de sala de aula
e os desafios enfrentados no âmbito do ensino de História, o qual se vê cada vez mais “invadido”
pelas tecnologias digitais contemporâneas 1. Assim, na busca por identificar como podemos
fazer para que a prática docente seja mais atrativa e estimule os alunos através da tecnologia
realizamos uma revisão de literatura, elucidando estudos que dialoguem com a temática
proposta.
1 O termo tecnologias contemporâneas de informação e comunicação segundo Almeida (2019) é uma sigla que
foi utilizada inicialmente no Reino Unido, numa proposta de currículo escolar elaborado no fim dos anos 90. “[...]
A expressão remete a todo e qualquer tipo de tecnologia que trate informação e auxilie na comunicação, podendo
ser na forma de hardware, software, rede ou telemóveis em geral” (ALMEIDA, 2019).
Segundo destacam Castro e Lopes (2015, p.01) “não é de hoje que a educação vem
sofrendo transformações e uma delas que tem se destacado é o avanço tecnológico”. Com isso,
buscando elucidar melhor o presente trabalho, o dividimos em três tópicos: o primeiro, dedicado
ao estudo da história do ensino de História, o segundo, compreendendo a diferenciação entre
ensino “tradicional” e o “inovador”, e terceiro tópico procuramos identificar como o ensino de
história ocorre na atualidade em meio a inserção das novas tecnologias.
Assim, buscamos com essa compreensão identificar se os fatos históricos tiveram sua
abordagem ampliada com o uso das tecnologias digitais contemporâneas em sala de aula e se o
processo de ensino mediado por estas tecnologias, tornam-se significativos para os alunos.
REFERENCIAL TEÓRICO
2 Segundo Bittencourt (2012) conhecimento histórico é a apreensão de conceitos e categorias que no processo de
construção histórico-social, e com os seus próprios meios sociais, permite a compreensão crítica da vida humana
e de nós mesmos. Apreensão está que é essencial para a efetivação das visões históricas de mundo.
(...) estudo mnemônico sobre o passado criado para sedimentar um origem branca e
cristã, apresentada por uma sucessão cronológica de realizações de “grandes homens”
para uma “nova” disciplina constituída sob paradigmas metodológicos que buscam
incorporar a multiplicidade de sujeitos construtores da nação brasileira e da história
mundial” (BITTENCOURT, 2018, p. 127)
A partir do que nos elucida Bittencourt (2008), notamos que no seu início, o ensino da
disciplina de História passava apenas pela leitura dos documentos históricos oficiais e que o
aluno apenas deveria memorizar datas, personagens e situações elencadas pelo professor.
Porém, sem apresentar reflexões ou problematizações. Ou seja, partia da ideia de que “ensinar
é transmitir um conhecimento e aprender é repetir tais conhecimentos da maneira como foi
transmitido” (BITTENCOURT, 2008, p.230).
Segundo Ciampi (2003) a partir desta abordagem restritiva, tendenciosa e com uso da
autoridade para direcionar a prática docente, o ensino da disciplina de História gerava o
desinteresse dos alunos pois vinculava-se ao “ensino positivista, narrativo, burocrático e
repetitivo”, algo que acompanhou/ acompanha o ensino da História durante/ há muito tempo.
Quanto ao legado contemporâneo, de acordo com Ciampi (2003) pode ser notado que o
“desestimulo atrela-se a falta de inovação na forma de transmitir o conhecimento histórico, uma
vez que, o aluno se mantem em contato com um mundo moderno que dispõe de inúmeras
formas de tecnologia” (CIAMPI, 2003, p.112). Ainda para a referida autora o sistema de ensino
com essas características, que não estimula a interação com as tecnologias digitais
contemporâneas, desestimulam alunos e professores, pois faz do ensino algo “monótono e
pouco atrativo” (CIAMPI, 2003, p.113).
A partir do que destacou Ciampi podemos inferir que o ensino da disciplina de História
necessita vencer obstáculos metodológicos e atualizar-se com os recursos disponíveis em sua
prática. Compactuando com essa visão Schmidt (2004) nos auxilia a compreender que o ensino
Na carreira docente, sempre ouvimos falar da relação entre o ensino tradicional e o dito
inovador. No âmbito da disciplina de História não é diferente e por muito tempo vimos a
“decoreba” como tradicional e o “diferente” como inovador. Contudo, entendemos que a
educação exige que compreendamos que a complexidade das partes não explica o todo e nem
o todo explica as particularidades das partes, uma vez que há a comunicação entre elas. Com
isso, um ensino pode ter ora ares de inovador ora de tradicional, numa forma dialógica. Assim,
se faz necessário para a compreensão de alguns “fenômenos complexos, que juntemos duas
noções que a princípio são antagônicas, e que são, ao mesmo tempo, complementares”
(MORIN, 2013, p. 19).
Na relação entre o inovador e o ensino de História, Fonseca (2009) destaca que ensinar
a disciplina de História é ultrapassar as barreiras limitantes do momento atual, vivenciado, e uni-
lo ao passado na busca de se identificar suas causas e consequentemente suas possibilidades.
Uma vez que:
(...) a história pode ser contada por diversas formas, assim sendo diferentes alguns
pontos da outra, mas isso não deixa de ser uma história, é sim o olhar, a subjetividade
de quem está contando, onde eles usaram dessa fala para dizer que entenderam que a
história é contada a partir de um olhar (LIMA, 2019, p. 33).
Dessa maneira o ensino da disciplina de História necessita ampliar as possibilidades de
compreensão do aluno, permitindo que ele busque na sua vivência cotidiana o elo com os fatos
históricos que estão presentes na sociedade da qual faz parte. Assim, seja ele protagonista,
investigando, questionando, interpretando, discordando, concordando etc, o importante é que
esteja socialmente envolvido. Para que isso ocorra, segundo Fonseca (2009), o professor da
disciplina de História necessita trabalhar os conteúdos de forma que integre estes a vida do
aluno, para que:
(...) com sua maneira própria de ser, pensar, agir e ensinar, transforma seu conjunto
de complexos saberes em conhecimentos efetivamente ensináveis, faz como que o
aluno não apenas compreenda, mas assimile, incorpore e reflita sobre esses
ensinamentos de variadas formas. É uma reinvenção permanente. O processo de
ensino-aprendizagem histórico tem como papel fundamental o professor que tem a
possibilidade de apresentar diversas leituras e acontecimentos que marcaram a
história. Nesse contexto o professor tem papel cidadão e educativo (FONSECA, 2009,
p.540).
Em suma, o professor e o aluno são os protagonistas no processo de ensino e
aprendizagem, e necessitam dialogar com os fatos e documentos históricos para que a História
seja construída e inserida em um processo que ultrapasse as visões que se limitam e que se
colocam como verdade. Dessa forma, entendemos que a discussão sobre o tradicional e o
inovador não se encerram com esta breve explanação, mas nos coloca a refletir sobre como,
enquanto professores estamos atuando. Tradicional? Inovador? Ou ora um, ora outro? Cremos
ser uma resposta diária.
Por fim, realizando uma das nossas propostas iniciais, a de levantar possibilidades
quanto ao uso das tecnologias digitais contemporâneas no auxílio do ensino da disciplina de
História seguem algumas elucidações. Uma delas seria por meio de visitas interativas aos
museus, aos sítios arqueológicos em sua maioria online, a exemplo o museu Casa de Cora
Coralina3. Onde é possível ver objetos de época, conhecer as edificações, ter acesso às pinturas
e sinais de expressão humana. Sendo possibilidades de ampliação do conhecimento histórico
importante, principalmente se contextualizado previamente em sala de aula. Outra possibilidade
metodológica é a leitura de manuscritos, visualização de imagens e até os documentos oficiais
por meio de realidade aumentada4. As quais permitem mesclar elementos reais com virtuais e
assim construir projetos que possibilitem a imersão do aluno no ambiente fictício.
Segundo Moran (2006), com o uso das tecnologias em sala de aula, a priori na disciplina
de História, é possível realizar pesquisas na Internet, com a orientação do professor, dividido
em dois momentos, um com o apoio docente e outro sem, destacando também a autonomia do
aluno. Com o olhar atento do docente as trocas de experiências e informações com os alunos e
3 Acesso virtual ao Museu Casa de Cora Coralina pode ser realizado pelo:
http://www.museucoracoralina.com.br/site/. Acesso em: 02 dez 2020, às. 23:23:23.
4 De acordo com o site Realidade Amentada Brasil (2020), REALIDADE AUMENTADA (RA) é uma tecnologia
que permite misturar o mundo virtual com o real, possibilitando maior interação com objetos que só estão limitados
à nossa imaginação, facilitando e abrindo uma nova dimensão na maneira de como nós executamos tarefas. A
realidade aumentada veio para mudar a forma de como vemos o mundo. (REALIDADE AUMENTADA, 2020)
METODOLOGIA
Ainda que os indivíduos que fazem investigação qualitativa possam vir a seleccionar
questões específicas à medida que recolhem os dados, a abordagem à investigação não
é feita com o objetivo de responder a questões prévias ou de testar hipótese. Privilegiam,
essencialmente, a compreensão dos comportamentos a partir da perspectiva dos
sujeitos da investigação. [...] Recolhem normalmente os dados em função de um
contacto aprofundado com os indivíduos, nos seus contextos ecológicos naturais. (id.
ib., p.16).
A pesquisa qualitativa utilizando a técnica de entrevista semiestruturada considera a
relação ativa entre o ambiente e o indivíduo que gera um vínculoindissociável entre objeto de
estudo e a subjetividade do sujeito; que não se consegue mensurar em números de forma
simplista, necessita de interpretação das variáveis utilizadas.
Dessa forma a análise qualitativa requer um número mínimo de casos para garantir uma
margem aceitável de segurança naquilo que se está investigando a partirdas fontes.
RESULTADOS E AFINS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste breve artigo foi abordar o uso das tecnologias digitais contemporâneas
de informação e comunicação no ensino da disciplina de História, destacando os principais
Como principais entraves que este trabalho identificou temos a dificuldade de acesso,
em sua primeira apreensão e na disponibilização para que estas tecnologias digitais alcance
todos os alunos, este obstáculo leva os docentes e terem em certo momento resistência a sua
implementação. A utilização das tecnologias digitais contemporâneas de informação e
comunicação e dos meios para que sejam disponibilizados podem gerar maiores
distanciamentos e não ser compreendida como possibilidade de melhoria no processo de ensino
e aprendizagem, percebemos que o inovador é visto como desestruturador e ameaçador para a
prática docente tradicionalista, mas é necessário que o tradicional conviva com o inovador para
que se consiga alcançar os alunos e permiti-lhes apreensão dos conceitos estudados de maneira
significativa para estes.
Este trabalho não consegue esgotar toda a temática sobre o uso das tecnologias digitais
contemporâneas de informação e comunicação em sala de aula, e não é esta nossa pretensão.
Sabemos que o processo de ensino e aprendizagem é constantemente estimulado a se reinventar
e a inserção de uma nova ferramenta ou dispositivo necessita de tempo para que seja
incorporado e assim utilizado e sua abordagem mensurada.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Hugo. Mas afinal de contas, o que é tics? (2019). Disponível em:
https://isitics.com/2019/07/01/mas-afinal-de-contas-o-que-e-tics/. Acesso em: 01 jul. 2020.
BERTOLLETI, Vanessa Alves; COELHO, João Paulo Pereira; COELHO, Marcos Pereira.
UMA ANÁLISE HISTÓRICA DO ENSINO DE HISTÓRIA NO BRASIL: Regime Militar
(1968-1972) e Conservadorismo Pedagógico. IX Congresso Nacional de Educação –
EDUCERE. III Encontro Sul brasileiro de Psicopedagogia, 26 a 29/10/2009. PUCPR.
Disponível em: < https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2009/2631_1897.pdfB>. Acesso em
29 nov. 2020.
CASTRO, Darlene Teixeira; LOPES, Raabe Corado. A importância das tecnologias digitais
no processo de ensino e aprendizagem. Revista Humanidades e Inovação. Palmas. Ano 2.
N.2. ago./dez.2015. Disponível em:
<https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/download/67/99>. Acesso
em :29 nov. 2020.
LIMA, Jéssica Natane Pessoa de. PIBID: A Importância da aula de História, enquanto
disciplina escolar. In: Educação no Século XXI - Volume 25 –História: Editora Poisson – Belo
Horizonte - MG: Poisson, 2019.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU,
1986. Disponível em: <https://interdisciplinarmacken zie.files.wordpress.com/2015/02. Acesso
em: 30 out. 2020.
MORIN, Edgar. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios; 6. ed. ALMEIDA,
Maria da Conceição de; CARVALHO, Edgard de Assis, (Orgs); tradução de Edgard de Assis
Carvalho. São Paulo: Cortez, 2013.
SANTOS, Maria Aparecida Lima dos. ENSINAR HISTÓRIA HOJE: trilhas e cenários. In:
Ensinar história no século XXI: dilemas e perspectivas/ organizado por Fabricio Lyrio Santos,
Sérgio Armando Diniz Guerra Filho. Cruz das Almas/ BA: UFRB. 2019.
RESUMO
A disciplina de química é um desafio para o professor, pois necessita de estratégias no processo
de ensino-aprendizagem com os portadores de Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade,
viabilizando a atenção e memorização dos conteúdos. Portanto, o objetivo da pesquisa visa o
ensino da disciplina de química de forma lúdica aos alunos com TDAH. A revisão bibliográfica
foi feita com pesquisas científicas, de forma quantitativa. As práticas metodológicas se deram
com Atividades, por exemplo a 1, o Bingo de química orgânica, o aluno marca a cartela, se o
grupo ou a substância química for citada. O vencedor é aquele que completa primeiro, a linha
ou coluna, ou toda a cartela. Na 2, o Palpite químico, os peões que os jogadores utilizam, ficam
sobre a marca “início”, no tabuleiro. O aluno apanha uma das cartas, verificando qual a
categoria indicada na marca d’água: S = Substância, E = Elemento, V = Vidraria e F =
Fenômeno. Coloca a ficha sobre a categoria para indicar à temática e as dicas naquela rodada.
A 3, Tabela maluca, o aluno escolhe o número, e deve acertar o elemento químico com sua ficha
colorida, colocando sobre o elemento no tabuleiro, o jogo finaliza quando os participantes
acertarem ou acabarem as dicas. Através dessas atividades com riquezas de possibilidades
ofertadas nas escolas para a resolução de problemas com práticas inovadoras, possuem fontes
de inserção lúdica na disciplina de química, ampliando as oportunidades de conhecimentos, e
contribuindo para que os alunos sejam inseridos no mundo do trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Jogos Lúdicos. Transtorno neuropsiquiátrico.
INTRODUÇÃO
Somente nos anos de 1937 e 1941, surgiram artigos sobre o tratamento de crianças
hiperativas, destacando o início da terapia com medicação, em geral através de estimulantes. O
exemplo clássico foi o descobrimento acidental utilizando medicamentos composto de
anfetamina para o tratamento, obtendo resultados eficazes para a síndrome do TDAH
(BROWN, 2017).
Nessa mesma época, o Manual Diagnóstico, conhecido como DSM, reconhece que o
distúrbio origina-se na infância e que as dificuldades permanecem, muitas vezes, até a idade
adulta. O progresso nos estudos sobre o transtorno continuou, e, na década de 1980, o TDAH
passou a ser o transtorno psiquiátrico infantil mais bem estudado. Essa década ficou marcada
pela publicação do transtorno no DSM-III, sendo criados subtipos do TDA baseados na
presença ou não da hiperatividade (BALDO et al., 2002).
O tratamento pode ser feito com uma equipe multidisciplinar (médicos, psicólogos,
psicopedagogos, fonoaudiólogos, professores), psicoterapias e terapias farmacológicas. As
terapias se dão com o uso de medicamentos como a Ritalina, que é uma droga estimulante mais
comum, tem mostrado uma maior eficácia na melhora do comportamento no âmbito escolar e
social (DUPAUL; STONER, 2007).
Tal fato pode ser explicado pois quando o aluno compreende o conteúdo trabalhado em
sala de aula, ele amplia sua reflexão sobre os fenômenos que acontecem à sua volta, podendo
gerar consequentemente, discussões, além de exporem suas ideias, aprendem a respeitar as
opiniões de seus colegas, além das aulas práticas que desperta e mantém o interesse dos alunos;
de envolvê-los em investigações científicas; de desenvolver a capacidade de resolver
problemas; de auxiliar a compreender conceitos básicos; e de desenvolver habilidades
(ROSITO, 2000).
Pode-se caracterizar como função lúdica toda e qualquer atividade que proporcione
prazer, alegria, satisfação, desde que a sua realização não seja imposta por alguém e que ela
esteja sujeita a regras claras e subentendidas por todos. Dessa forma, jogos, brincadeiras,
atividades lúdicas, ou seja, qualquer atividade que seja voluntária e provoque o prazer
(SOARES, 2018).
Huizinga (1999), define jogos como algo lúdico, divertido. O jogo é utilizado com o
caráter educacional no ambiente escolar e tem tido visível crescimento em sua importância pelo
fato de incentivar a participação, a crítica, a busca da novidade e da ousadia, sem desprezar a
importância do respeito e da cooperação. Jogos e atividades no computador são excelentes
estimulantes.
Há algo que o jogador procura atingir e, nessa procura, ocorre o despertar do interesse
que chama a atenção de quem dele participa, fazendo aflorar habilidades que, muitas vezes,
estão escondidas, e auxilia o indivíduo a encontrar soluções aos diferentes problemas que
encontra em distintas situações durante o desenvolver de sua existência (DUPAUL; STONER,
2007).
Para Ward (2010), os jogos oferecem aos alunos a aquisição da linguagem científica de
modo interessante e podem ser considerados uma rica oportunidade de aprendizagem. O
aprendizado não ocorre no modelo formal, o aluno busca a construção do conhecimento pelos
desafios que forma.
Assim, atividades que apresentam essas características (regras, desafios, liberdade, entre
outras) poderão ser um excelente recurso didático para o professor na facilitação da construção,
pelos alunos, de conceitos existentes. O processo de aprendizagem ocorre de forma divertida
sem que o aluno perceba que esteja havendo uma experiência de aprendizagem (WARD, 2010).
Dessa forma, percebe-se, que nas aulas práticas, existem alternativas para lidar com as
especificidades de alunos com TDAH. Esse tipo de aula pode ajudar no processo de interação
na tríade professor, conteúdo e aluno, pois, ao usufruir de diferentes didáticas, pode ser útil para
despertar e manter a atenção dos portadores de TDAH (BENCZIK, 2000).
Partindo do senso comum de que a disciplina de química é uma das disciplinas que os
alunos apresentam dificuldade na aprendizagem, as quais seriam os métodos apresentados
pelo(s) educador(es) de forma que todo e qualquer aluno possa compreender? A Base Nacional
Comum Curricular (BRASIL, 2018) recomenda que química seja um conhecimento que sirva
como meio para a compreensão e atuação sobre os elementos químicos que deram origem do
mundo.
Mesmo sendo considerada por professores e alunos como uma disciplina complexa e
difícil, por sua suposta falta de aplicação/contextualização, frequentemente demonstraram
índices de aceitação abaixo do esperado. Por isso é importante que o professor esteja capacitado
para trabalhar no processo de ensino-aprendizagem desses alunos. Visto que a disciplina de
química é um desafio para os portadores de TDAH, pois ela exige muito mais que uma simples
memorização dos conteúdos e ou soluções, necessitando de uma maior atenção e concentração
(SELMER, 2018).
MATERIAL E METÓDOS
OBJETIVOS
METODOLOGIA
Deve ser realizado para os alunos que estudaram o conteúdo de química orgânica,
hidrocarbonetos, as funções: álcool, fenol, aldeído, cetona e ácido carboxílico.
Regras:
- As cartelas são feitas com papel sulfite, contendo o símbolo dos grupos funcionais e das
substâncias orgânicas;
- Os vencedores são aqueles que completarem primeiro, a linha ou coluna, ou aquele que
completar toda a cartela;
- A cada rodada pode ser acertada de acordo com as regras, podendo assim, valer as três (3)
linhas, colunas ou a cartela inteira;
- O aluno deverá sinalizar que ganhou, gritando a palavra “Bati”. Assim o sorteio é interrompido
e o professor irá comprovar toda a jogada realizada na cartela (Figura 1).
OBJETIVOS
Como Jogar:
3) A cada dica lida o aluno deve tentar encontrar a resposta correta da substância, do
elemento, da vidraria ou do fenômeno químico indicado na carta do “jogador leitor”. Se a
resposta estiver correta, o aluno continuará andando com seu peão, ou seja, avançando o
número de casas no tabuleiro, correspondendo ao sorteio feito através do lançamento de um
dado. Se a resposta estiver errada, o “jogador leitor” andará o número de casas que estiver
indicada no dado.
5) Terminada as dicas, o próximo jogador deve se tornar o “jogador leitor”, outra carta
é retirada e, assim, inicia-se um novo processo.
6) Uma das dicas contida na ficha de cada categoria é “um palpite a qualquer hora”,
que dá o direito ao aluno, a dizer seu palpite mesmo que não seja a sua vez.
TABELA MALUCA
As dicas que aparecem nas cartas são sobre os elementos químicos da tabela periódica,
as propriedades e aplicações podem ser aumentadas e alteradas, bem como o número de
elementos químicos que compõem o jogo.
OBJETIVO
• Trinta e seis cartas, cada uma contendo o nome de um elemento químico e suas
propriedades e aplicações no dia-a-dia;
NÚMERO DE PARTICIPANTES:
3 a 5 alunos.
COMO JOGAR:
1) Cada aluno recebe dez fichas de uma mesma cor.
2) As cartas (Figuras 5 A, B e C) serão embaralhadas e colocadas sobre a mesa com a face
voltada para baixo.
3) O primeiro aluno retira a carta e entrega ao jogador leitor, escolhendo um número de 1-4,
em seguida, o leitor dá a dica escolhida.
5) Se por acaso ninguém acertar o elemento químico, o leitor da carta é quem coloca
sua ficha no elemento correspondente no tabuleiro.
7) Vence o aluno que terminar primeiro suas fichas, portanto, o objetivo do jogo
é preencher o maior número de elementos químicos na tabela periódica e acertar.
Alcalinos terrosos
Outros metais Gases nobres
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atividade 3, na Tabela maluca o aluno que escolheu o número deve tentar acertar o
elemento químico, se ele acertar sua ficha colorida (ou da equipe) será colocada sobre o
elemento no tabuleiro, vale ressaltar que o jogo finaliza quando os participantes acertarem ou
Visto que, uma das exigências para se alcançar a educação de qualidade é aprimorar o
conhecimento sobre o processo do ensinar e do aprender na busca da compreensão sobre a
complexidade dos sintomas dos alunos com transtornos do TDAH e tentar intervir
adequadamente na aprendizagem, enfrentando os desafios e unindo a teoria e a prática como
um processo evolutivo do ensino inclusivo nas escolas, fortalecendo a equidade, ampliando as
oportunidades de conhecimentos, melhorando o desempenho escolar e, contribuindo para que
esse alunos sejam inseridos no meio social e no mundo do trabalho.
REFERÊNCIAS
DUPAUL, George Jones; NEVES, Stoner Guilherme TDAH nas escolas: estratégias de
avaliação e intervenção. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda., 2007.
HODSON, Adolfo. Becoming critical about practical work: changing views and changing
practice through action research. International Journal of Science Education,
v. 20, n. 6, p. 683-694, 1998.
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo:
Perspectiva, 1999.
LIMA, Maria Emília Caixêta de Castro.; JÚNIOR, Orlando Gama André; BRAGA, Selma
Ambrosina de Moura. Aprender ciências: um mundo de materiais. Belo Horizonte: Ed.
UFMG. 1999. 78 p.
SOARES, Marlon Herbert Flora Barbosa. Jogos para o Ensino de Química: Teoria, Método e
Aplicações. Guarapari-ES: ExLibris, 2018.
WARD, Hellen; RODEN, Judith; HEWLETT, Claire; FOREMAN, Julie. et al. Ensino de
Ciências. Porto Alegre: Artmed, 2010.
RESUMO
Para garantir a inclusão dos alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH) é necessário rever o currículo escolar, visto que, o professor é responsável por criar
novas estratégias didático-pedagógicas para trabalhar com essa demanda e melhorar a qualidade
do ensino-aprendizagem e a socialização dos alunos dentro e fora da escola. O objetivo da
presente revisão bibliográfica foi explanar estratégias didático-pedagógicas na disciplina de
Biologia para estimular a aprendizagem dos alunos com TDAH. A revisão foi feita através de
pesquisas científicas, de forma quantitativa. As práticas metodológicas se deram por meio de
três atividades lúdicas: Jornada de um embrião, o jogo de tabuleiro cíclico com o sistema
digestivo e o baralho bacteriano. Entretanto, pensar em atender às necessidades especiais dos
alunos portadores de TDAH, exige respeito às peculiaridades quanto ao processo de ensino-
aprendizagem. Este é um dos desafios na construção da escola inclusiva: ressignificar a prática
docente, além das práticas tradicionais de ensino, inovar as práticas as estratégias didático-
pedagógicas para elevar a aprendizagem e a autoestima dos alunos, tornando-se sujeitos de
direitos, inseridos dentro da sociedade e capacitados para o mundo do trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino. Conhecimento. Metodologias. Jogos Lúdicos. Transtorno
neuropsiquiátrico.
INTRODUÇÃO
Para garantir a inclusão dos discentes com TDAH é necessário rever o currículo escolar,
fazer algumas modificações e adaptações que irá promover o ensino-aprendizagem, visto que,
o docente é responsável por criar novas estratégias didático-pedagógicas para trabalhar com
essa demanda na intenção de melhorar a qualidade ensino e colaborar para a formação crítica,
humana e assim, facilitar a aprendizagem e socialização dos alunos portadores de TDAH dentro
e fora da escola (SILVA; SOUZA; AQUINO, 2016).
REFERENCIAL TEÓRICO
O ensino lúdico pode ser um ótimo instrumento pedagógico para os docentes, pois irá
fazer com que os estudantes explorem o mundo e os seus objetos, desenvolvendo os seus
conhecimentos de modo prazeroso. Para isso o professor deve estimular a ludicidade de modo
interajam entre si de forma espontânea, na observação e na investigação das informações do
universo de cada indivíduo (SATO; LIMA, 2017).
Essas estratégias fazem parte da pesquisa e planejamento de ensino das ciências, pois
não é somente transmitir informações e apresentar conteúdo de um livro didático, vai muito
além disto. É instruir-se de maneira que colabore para a formação de cidadãos críticos e
reflexivos na visão das coisas e do mundo (SANTOS; FRANCKE, 2017).
METODOLOGIAS
JORNADA DE UM EMBRIÃO
Todos os cartões contidos no jogo serão impressos em papel sulfite A4, recortados no
tamanho 7 x 7cm, colados em papel cartão e plastificados manualmente com papel contact.
O Cartão “Passe a vez”; “Bonificação”; “Volte (x) casas”: cartões que proporcionam
mais dinâmica ao jogo; - 2 peões de plástico para os jogadores se moverem no tabuleiro; - 1
dado de seis faces; - 1 ampulheta para marcação de tempo; - 1 manual de instruções para auxiliar
a aplicação da atividade.
O objetivo desse jogo é saber como ocorre todo o processo de fecundação até o
nascimento do ser humano. O ganhador, é quem tiver o maior número de acertos, conseguir
percorrer todo o tabuleiro e chegar em primeiro lugar.
O tabuleiro foi confeccionado em chapas de eucatex 0,30 x 0,40, duas chapas para cada
tabuleiro. Foram utilizadas fitas silver tape para unir as placas. As cartas atalho e órgão foram
confeccionadas em Papel Couchê, e as perguntas contidas nas cartas foram adaptadas a série no
qual o jogo foi aplicado, com diferentes níveis de dificuldades.
O tabuleiro cíclico serve para dar voltas, e o ganhador é quem conclui primeiro o
percurso do jogo (Figura 2).
Também há casas de sorte ou revés (Figura 5), onde o aluno executa a ordem descrita
na carta.
BARALHO BACTERIANO
A rodada consiste em passar uma de suas cartas para o jogador da direita, e deve ser
repassada simultaneamente, é claro que irá repassar a carta que é intrusa da doença que escolheu
para jogar.
Por isso, os professores devem realizar as atividades de maneira eficaz, com formação
adequada, e buscarem estratégias pedagógicas que facilitem aprendizagem dos alunos com
TDAH, visto que, uma das melhores maneiras de apresentar o conteúdo na disciplina de
Biologia como uma ciência que estuda os seres vivos com o mundo, a compreensão da vida e
de tudo que está relacionado a ela, através de modelos didáticos, a partir dos quais os alunos
conseguem visualizar de uma maneira mais prática e dinâmica as informações teóricas passadas
pelo professor, facilitando o ensino-aprendizagem, podendo assim ser assimilado de forma mais
eficaz.
REFERÊNCIAS
RESUMO
Neste artigo buscou-se identificar as influências da pandemia da COVID-19 no ensino superior
e os impactos sociais causadores de disparidades sociais, no contexto acadêmico, a partir da
necessidade do distanciamento social e do uso do Ensino a Distância – EaD, enquanto meio
para dar continuidade às atividades acadêmicas. Para a análise dos dados, optou-se pela
utilização das teorias previamente levantadas, em conjunto com entrevistas de quatro docentes
e de quatro alunos, que ocorreram por meio de entrevistas semiestruturadas, seguindo um
roteiro não-rígido, aberto a discussões e à inclusão de impressões baseadas na narrativa dos
entrevistados, seguindo o modelo de categorização. Discutiu-se, por meio da revisão
bibliográfica e das entrevistas realizadas, as disparidades sociais que o ensino remoto e o EaD
podem reforçar, e se chegou à resposta de que a realidade dos indivíduos entrevistados indica
tanto uma manutenção quanto uma produção dessas disparidades sociais.
PALAVRAS-CHAVE: Docência no Ensino Superior; Ensino Remoto; Pandemia COVID-19.
INTRODUÇÃO
Dessa forma, para a análise dos dados, optou-se pela utilização das teorias previamente
levantadas, em conjunto com a pesquisa de campo por meio do modelo de categorização.
Segundo Minayo (2002), trabalhar com categorias significa estabelecer classificações, agrupar
elementos, ideias ou expressões acerca de um conceito, modelo comum em pesquisas
qualitativas. A participação de docentes e de alunos na pesquisa ocorreu por meio de entrevistas
A terceira parte se atém aos resultados das entrevistas dos oito indivíduos participantes
da pesquisa, entre eles quatro professores e quatro alunos, de instituições públicas e de privadas,
relacionando suas experiências entre si e com as reflexões trazidas pelos autores consultados.
Conforme ressalta Reis (2020), apesar dos esforços mundiais para gerir e conter a
propagação da COVID-19, a epidemia atingiu diversos países, cada um em uma escala
específica, o que por sua vez aprofundou ainda mais os vincos assimétricos entre grupos e
classes sociais, com risco intensificado sobre os mais vulneráveis, que aqui no Brasil têm uma
cor, uma raça e uma classe social bem definidas.
O processo de suspensão dos serviços entendidos como não essenciais incorreu também
sobre a realidade acadêmica, que passou tanto a se relacionar com as influências sociais da
pandemia enquanto objeto de estudo, como também teve sua rotina afetada tendo de submeter
as aulas presenciais a um processo de virtualização dos espaços de estudo, pois o calendário
acadêmico se encontrava ameaçado diante da possibilidade de interrupção do ano letivo. (REIS,
2020)
Petri (1996, apud Oliveira et al., 2020) descreve o ensino a distância como uma
ferramenta alternativa que visa democratizar o conhecimento, pois viabiliza o acesso tanto a
professores quanto a instituições de ensino, possibilitando, portanto, o acesso à educação, a
lugares e a pessoas que antes não tinham esse acesso, mas que buscam por ela. De acordo com
o MEC (2020), a definição de ensino a distância destaca que:
É a partir do uso do EaD enquanto modelo durante o período de pandemia, que algumas
realidades sociais de marginalização já existentes passam a ficar ainda mais ressaltadas.
Oliveira at al. (2020) destacam que enquanto uma parcela da sociedade consegue ter acesso à
internet, computadores, tablets e smartphones, bem como consegue reservar um espaço com
condições adequadas para realizar seus estudos (um espaço silencioso, com escrivaninha e com
os recursos tecnológicos citados acima), há uma outra parcela social que sequer consegue
realizar refeições diárias como café da manhã, almoço e jantar. Nesse sentido, os autores
É relevante também refletir sobre os interesses (ou a falta desses) com relação à mão de
obra qualificada no Brasil, que tem sua importância questionada por parte considerável das
grandes indústrias e empresas capitalistas, que parecem não perceber a importância da
qualificação de sua força trabalhadora, mesmo quando o discurso, contraditório, afirma que
aqui não dispomos de oferta de mão de obra especializada ou qualificada.
A partir dessa perspectiva, é possível questionar, por exemplo, a que se deve a expansão
do ensino superior (sobretudo no âmbito da iniciativa privada). Esse investimento visa à
democratização e acesso ao ensino superior, ou à expansão mercantil e à ampliação dos meios
de produção do capital da classe burguesa? Enquanto isso, a qualidade do ensino permanece
frágil, e seguimos mantendo um sistema social que explora as classes sociais marginalizadas,
enquanto privilegia a classe social mais alta (PEREIRA; SOUZA, 2017).
Essa é uma realidade que foge às propostas oficiais sobre o que a modalidade EaD, que
serve como modelo ao ensino remoto atual, deveria servir, pois, de acordo com o Plano
Nacional de Educação (Brasil, 2001), a modalidade EaD deve funcionar como um caminho
para universalizar e democratizar o ensino brasileiro, sobretudo diante dos déficits no âmbito
da Educação, além de servir também como meio para o desenvolvimento cultural.
Ainda, o uso das TICs, bem como o de AVAs, devem estar devidamente adequados aos
moldes de cada cenário acadêmico, pois eles precisam atender não apenas à função de
comunicação entre discentes e docentes, mas também agregar valor pedagógico às atividades
acadêmicas. Dessa forma, essas tecnologias passam a contribuir ainda com as mudanças e
desenvolvimento da forma como se ensina/aprende nas universidades (MOORE; KEARLEY,
2010, apud MENDONÇA et al., 2020).
A autonomia ou a flexibilidade proposta por essa virtualização do ensino, bem como por
cursos na modalidade EaD, esbarram com o abismo que divide as classes socias brasileiras,
pois segundo Reis (2020, p. 3): “[...] 20 milhões de domicílios não possuem acesso à internet.”
Embora o acesso à banda larga tenha facilitado a maneira com a qual nos relacionamos
com o trabalho, os estudos, e revolucionado a nossa comunicação com as pessoas com as quais
nos relacionamos em geral, tornar as tecnologias digitais populares não é tarefa fácil, sobretudo
quando consideramos as condições socioeconômicas do Brasil, que privilegiam determinados
grupos sociais, em detrimento de outros (DARODA, 2012 apud CALEJON; BRITO, 2020).
Nessa perspectiva, a virtualização do ensino pode servir muito mais como um caminho
de exclusão e de reforço da disparidade social, do que meio de democratização do ensino, como
se espera que seja, pois pode contribuir de forma a demarcar ainda mais o vinco social que
separa as classes sociais brasileiras, uma vez que as classes sociais privilegiadas têm livre
acesso às TICs, enquanto as classes socias menos favorecidas não, o que torna díspar a
sequência e continuidade do ano letivo (REIS, 2020).
Neste item, trazemos as vozes dos quatro professores e dos quatro alunos entrevistados,
buscando traçar paralelos entre eles e observar os pontos em que se aproximam ou se destoam,
a fim, ainda, de verificar se a realidade vivenciada por cada um dos participantes vai ao encontro
dos aspectos discutidos pelos autores referenciados neste texto.
Eu tentei explicar uma situação verbalizando, então ah, faz os eixos estruturais nos
pilares, e os alunos não sabiam o que era isso. E aí eu falei: aquele assim,
Por sua vez, tanto os alunos de instituições particulares, como os de instituições públicas
relataram que faziam uso de algum AVA apenas para acesso de conteúdo extra ou complementar
às atividades presenciais, uma pontuação que vai ao encontro com a fala de todos os professores
participantes desta pesquisa. O aluno Venti (Instituição Pública) relatou ainda, que há uma
disciplina para a licenciatura que é totalmente on-line, porém, essa disciplina não conta com
aulas presenciais ao vivo, mas sim, com videoaulas gravadas, seguindo o modelo EaD.
Por outro lado, a professora Suri (Instituição Pública) contou que a instituição cedeu
algumas apostilas que não foram muito úteis. Ela relatou que quem organizou o treinamento foi
a coordenação de seu departamento, sendo que cada departamento se organizou à sua maneira.
Disse: “Se você perguntar para a instituição, ela vai dizer: ‘Nossa, nós demos ótimos
treinamentos!’ Mas esse treinamento não teve nada de eficaz, nada, não serviu para nada”.
O professor Vati (Instituição Particular) considera ter um conhecimento que vai de bom
para ótimo na utilização das TICs, AVAs e dos aparelhos tecnológicos em si. Ele disse que
consegue fazer uso dessas ferramentas de maneira intuitiva e que tem um conhecimento básico
até mesmo sobre o funcionamento físico de dispositivos computacionais, enquanto a professora
Zari (Instituição Particular) diz ter se surpreendido, pois nunca foi uma pessoa ligada a
tecnologias, nem costuma fazer uso delas. No início, disse, sofreu um bocado, mas atualmente
conseguiu se adaptar e faz uso das ferramentas com mais facilidade.
As alunas Nari e Cori (ambas de Instituições Particulares) classificam como boas suas
habilidades com TICs, AVAs e aparatos computacionais. Nari destacou que tem facilidade com
ferramentas intuitivas, e comentou ainda que percebe que muitos colegas de sala não
apresentam a mesma facilidade que ela tem em lidar com essas ferramentas:
Eu percebi muita gente assim com problema, mesmo que com bastante tempo de aula,
que ficava com dificuldade de achar as informações [...] aluno que entrava numa sala
e às vezes o professor postava link de outra sala, e o aluno ainda ficava meio perdido,
também casos de não saber onde ficava a mensagem, não conseguir acessar alguma
pasta [...] (NARI, Instituição Particular)
Os alunos Venti e Zanti, ambos de instituições públicas, classificam suas habilidades
como intermediárias/avançadas. Venti relatou que como trabalha com o modelo de ensino EaD,
Por outro lado, o aluno Zanti (Instituição Pública) relatou que mesmo considerando suas
habilidades intermediárias, algumas das TICs e AVAs utilizadas na instituição de ensino em que
estuda não são nada intuitivas:
[...] no [nome do AVA] não aparece o nome da disciplina, aparece o código dela, então
se você sabe que você tem que fazer alguma coisa de [disciplina], você tem que
lembrar que [disciplina] tem o código [número do código] de 2020, por que se você
fez a matéria em 2018 vai aparecer lá também, e aí você tem que entrar lá, e aí lembrar
que é aquilo [...] então é bem menos intuitivo [...] (Zanti, aluno de Instituição Pública).
Quando questionados sobre a importância da realização de capacitações, todos os
professores concordaram que treinamentos para o manuseio das TICs e dos AVAs são
importantes. A Professora Sati (Instituição Pública) ressaltou que é possível aprender sozinha,
mas esse é um processo que toma muito tempo, e que na instituição em que trabalha, mesmo o
treinamento inicial é pouco eficaz:
Não chega a aprofundar muito nessa parte burocrática, isso eu aprendi de fato mesmo,
a como fazer um lançamento, com a pessoa que senta do lado [...] Não chega a ir para
um lado prático. Para lançar nota você vem aqui, clica aqui... (Professora Sati,
Instituição Pública).
O Professor Vati (Instituição Particular) acentuou que os treinamentos poderiam ser
divididos por níveis, uma vez que os professores que já conhecem sobre uma determinada
ferramenta podem se sentir desestimulados em ter que rever aquilo que já sabem: “[...] nem
todos os professores, não digo que sejam muitos, mas, existe uma quantidade significativa de
professores que não tem essa destreza de utilizar esse tipo de ferramenta”.
Ele pontuou que acha interessante que os professores das instituições sejam replicadores
dos treinamentos para seus alunos, servindo como um suporte ao aluno que apresenta
dificuldade com alguma das ferramentas.
[...] chegou a nós [...], a coordenação comentou conosco, com todos os professores,
que os alunos se queixaram que eles ficam um pouco confusos com a maneira
diferente com a qual os professor tem trabalhado. Ela mencionou até que estavam
usando plataformas diferentes. Mas isso parte também por uma desorganização da
própria instituição em si [...] (Zari, Instituição Particular).
Zari constata o que Moore & Kearley (2010 apud Mendonça et al., 2020) asseveram
sobre a necessidade das TICs e AVAs estarem devidamente adequadas a cada contexto e modelo
acadêmico, pois para além da função de comunicar, essas ferramentas devem agregar valor
pedagógico, o que não acontece quando há uma constante troca entre uma ferramenta e outra.
A Professora Suri (Instituição Pública) não vê necessidade em ser treinada com relação
a didática, mas, vê importância no treinamento para o uso das TICs e AVAs. Contou que de
cinco provas, três não deram certo. Ela relata:
Essa semana eu dei provas tá?! Foi ótimo. Primeiro dia a prova lá no Forms
tudo bonitinho, agendado colocado, a prova abre tal hora... a prova não abriu
para os alunos! A outra prova foi... mas foi com as respostas... é teste né, e aí
foi com as minhas respostas [...], a outra, a prova abriu, mas ela estava para
ser editada [...]
Por sua vez, os quatro alunos consultados concordam que há importância em ser
treinado para o manuseio das TICs e AVAs. Venti (Aluno de Instituição Pública) chama a
atenção para a importância dos treinamentos para professores e alunos mais velhos, que ele
afirma ter menos destreza com essas ferramentas.
Zanti (Aluno de Instituição Pública) diz achar importante uma orientação para as
pessoas que já têm algum conhecimento como ele, e para outras pessoas que não têm
conhecimento quase nenhum sobre essas ferramentas, seria interessante um treinamento mais
específico, para o bem coletivo. Diz que por falta da opção de receber um treinamento, ou de
um campo para pesquisa dentro dessas mesmas ferramentas, ele fica restrito a ter que pedir
apoio aos colegas de classe. Com relação à importância dos treinamentos, Zanti parece
coadunar com as convicções do professor Vati (Instituição Particular) quando ele propõe
treinamentos adequados a cada nível de conhecimento das TICs e AVAs.
[...] tiveram aulas que a gente perdeu um tempo considerável tentando acertar na
utilização dessas ferramentas, a gente como alunos e os professores. Então se a gente
tivesse tido um treinamento antes, a gente não teria perdido esse tempo de aula.
Sobre o acesso às aulas, as professoras Suri e Sati, ambas de instituição públicas,
afirmaram ter ciência de poucos casos em que seus alunos não conseguiram acessar suas aulas.
A professora Suri relata que isso acontece apenas quando há interrupções no serviço de internet
do aluno, ou quando alguém perde o celular. Já a professora Sati disse se recordar de um caso
no qual a aluna tinha dificuldade de acesso pois a família tinha que dividir um computador, e
O quê que eu percebo, assim isso geral nas duas faculdades! Muitos alunos têm
computador, mas têm computadores ruins! Não são computadores que têm uma
capacidade de processamento suficiente para rodar os programas, estar conectado na
sala de aula, compartilhar tela, compartilhar áudio e vídeo [...] (Vati, Professor de
Instituição Particular)
Vati relatou ainda que já aconteceu de seus alunos deixarem de participar em áudio ou
vídeo por estarem em ambientes como o da empresa em que trabalham ou em partes da casa
nas quais havia outros membros da família. Contou também que um de seus alunos da primeira
instituição foi o único a relatar não ter internet em sua casa, e por isso não conseguia acessar às
aulas ao vivo ou gravadas. Esse aluno morava na zona rural de sua cidade. Após algum tempo
ele conseguiu acesso à internet, mas tinha um computador ruim, então eles tinham que usar o
celular para algumas das atividades.
A Professora Zari (Instituição Particular) relatou que nem todos os seus alunos
conseguem acessar às aulas, e por razões diferentes. Disse que existem os alunos que moram
em zonas rurais e não têm acesso à internet, que há alunos que não possuem um computador e
também há alunos que dividem esses equipamentos com outras pessoas de suas casas, e que no
horário de aula não conseguiam usar o dispositivo. Disse ainda que numa das faculdades em
que ela leciona, a instituição decidiu abrir o laboratório de informática para que alguns alunos
pudessem assistir às aulas utilizando a infraestrutura da faculdade, já que o aluno não tinha
acesso a esses recursos em sua casa. Essa atitude ocorreu após ela e outros professores,
conversarem com alguns dos alunos que eram bons alunos no modelo presencial, mas que
deixaram de participar quando o ensino passou a ser remoto. Esses alunos informaram suas
dificuldades de acesso remoto às aulas aos professores, que conversaram com a coordenação e
com a direção.
Todos os alunos consultados nesta pesquisa afirmaram ter acesso às aulas on-line,
embora alguns deles tenham feito algumas ressalvas com relação à sua participação nessas
aulas.
Venti (Aluno Instituição Pública) relata que os professores não cobraram a presença dos
alunos por entenderem que o mesmo cenário onde se trabalha é o mesmo cenário onde se dorme,
estuda, etc. Então, ele diz que houve uma liberdade para que os alunos pudessem escolher se
iriam assistir à aula ou não.
[...] os professores tiveram um movimento de não cobrar a presença nas aulas, então
isso dava um certo conforto para quem eventualmente não podia por conta do trabalho
[...] estamos em um momento pandêmico em que o seu trabalho te consome, e aí de
repente você piscou e já está na hora da aula, só que você está na mesma mesa de
trabalho, você está no mesmo lugar que você estava desde manhã, você pode também
não querer assistir a essa aula [...]
Zanti (Aluno de Instituição Pública) relatou que não consegue estar presente durante as
aulas; ele consegue acessar às aulas, mas não participa. Contou que tem essa dificuldade mesmo
com relação às aulas gravadas que podem ser acessadas posteriormente. “[...] eu só via aula
gravada quando eu tinha atividade, que eu precisava acessar aquela informação”. Segundo
ele, uma de suas dificuldades é o tempo que seu trabalho demanda. Conta que quando ele ia até
a instituição, utilizava-se de alguns recursos como sentar mais à frente e chegar mais cedo para
tirar dúvidas, mas atualmente, com a pandemia, o cenário de estudo e de trabalho é o mesmo.
“[...] o mesmo lugar que eu trabalho é o lugar que eu estudo, então as vezes eu estou
aqui trabalhando, aí a aula começa as 7 eu paro as 6, desço para comer alguma coisa,
quando eu volto começa a aula, mas eu não consigo prestar a atenção. Então fica mais
fácil de você desconcentrar né, porque aí você abre uma aba e acabou, o mundo é seu,
você pode fazer o que você quiser, e você tá lá na aula teoricamente, o professor vai
te dar presença e tudo mais” (Zanti, Aluno de Instituição Pública)
Ele relata ainda que os dias em que acompanhou a aula de maneira síncrona foram dias
nos quais ele sabia que iria ter uma atividade durante a aula. Contou também que no cenário
atual, fica difícil distinguir o tempo de trabalho, do tempo de estudo, do tempo de lazer, do
tempo de descanso, e isso influencia sua presença na aula. Aqui, as falas de Zanti e Venti, ambos
alunos de instituições pública, se coadunam no que se refere às tarefas do dia a dia e a
indistinção de tempo para cada tarefa.
Zanti alegou não ter sofrido com falta de internet ou dificuldades com relação ao
computador, mas contou que tem conhecimento de pessoas que não conseguiram acessar às
aulas por conta da internet ou do computador, e também soube de casos em que pessoas
deixaram de assistir à aula por conta de alguma doença.
Nesse aspecto, as falas de todos os alunos e professores nos remetem aos apontamentos
feitos por Reis (2020), que destacam que a autonomia e flexibilidade propostas pelos modelo
de aula remota e pelo EaD, fazem com que nos deparemos com as distâncias entre as classes
sociais de cada aluno, uma vez que alguns alunos dispõem de maior tempo para investir em
seus estudos, enquanto para outros alunos, há a necessidade da divisão do tempo (que fica
prejudicado) entre atividades acadêmicas e laborais, sem contar os alunos que possuem acesso
limitado ou não possuem acesso à internet, aparatos computacionais, às TICs e aos AVAs.
Zari relata que, além das questões do acesso às ferramentas como computadores, TICs,
etc., a questão do ambiente é muito importante e gera dificuldades significativas para o processo
de ensino aprendizagem. Sobre isso ela diz:
Zari (Instituição Particular) também relata que essa transição do modelo presencial para
o modelo remoto tem sido muito difícil para ela, diz que não tem conseguido dar o melhor de
si, mas entende que existe um conjunto de fatores que a fazem acreditar nisso, como a falta do
treinamento por exemplo.
Outros pontos destacados como dificuldades para ela foram a questão da perda da
sociabilização com os alunos, com os quais nos minutos anteriores ao início da aula, ela
costumava conversar um pouco, o que contribuía na construção da sua relação com seus alunos,
aspecto do qual sua posição vai ao encontro com a do professor Vati (Instituição Particular),
que assevera o quanto a falta da convivência inviabiliza determinadas atividades acadêmicas.
[...] na faculdade é diferente, as pessoas sabem que você está lá, que você está
cumprindo o seu horário [...] em casa eu ficava no início nessa apreensão! Você tem
que começar no minuto exato! Porque está gravando, por que se der algum problema,
vão ver que eu deixei de cumprir com o trabalho [...] (Zari)
É interessante notar que este apontamento de Zari coaduna com o que foi destacado
pelos alunos Venti e Zanti (Instituições Públicas) acerca da forma com que o trabalho tem
adquirido maior impacto na vida tanto de professores, quanto de alunos.
A Professora Zari (Instituição Particular) relatou ainda que sente ter uma demanda de
trabalho maior, ou uma dificuldade maior em distinguir o tempo de trabalho do tempo de
descanso. Diz que seus alunos agora a solicitam com uma frequência maior, sem considerar o
momento ou o meio pelo qual irão contatá-la, pois mandam mensagens nas redes sociais,
diferente do que acontecia no modelo presencial.
A Professora Suri (Instituição Pública) destacou como uma das maiores dificuldades, o
desempenho muito alto dos alunos nas avaliações. Ela acredita que alguns alunos façam as
provas de outros, ou que eles troquem informações entre si, o que ela acredita ser mais evitável
no modelo presencial, e até mesmo no modelo EaD, no qual o aluno precisava ir até o polo de
ensino para realizar a prova presencialmente.
Nari, aluna de instituição privada, disse não passar por nenhuma dificuldade com
relação ao acesso às aulas ou ao uso de TICs e do AVA. No entanto, uma das maiores
dificuldades que tem, é o fato de não receber os feedbacks de seus erros. Sobre essa questão ela
ressaltou que:
[...] muitos professores não conseguiram dar um retorno da nota [...], por exemplo, a
lista de exercícios, a gente mandou pra eles e recebeu a nota. A gente teve sim a
oportunidade de na aula tirar as dúvidas né, mas por exemplo o que eu errei eu não
sei, por que eu errei, no que eu errei [...].
Segundo ela, as notas atualmente são compostas por uma gama de exercícios, como uma
forma de substituição das provas, e depois dos alunos enviarem esses exercícios, os professores
só retornam a nota, sem a correção dos exercícios. O que os alunos têm feito, é discutir entre
eles e comparar as notas, sendo que aqueles que conseguem notas mais altas, apontam os
possíveis erros daqueles que conseguiram notas mais baixas.
Zanti (Instituição Pública), apontou como um dos maiores problemas nesse cenário, a
saúde mental do aluno e do professor. Ele alegou que a instituição em que estuda já tem um
histórico de produção dessas questões relacionadas à saúde mental e que para ele, no cenário
de pandemia essa realidade é intensificada. Ele também pontuou as questões com relação ao
computador, ressaltando que muitos alunos não conseguem seguir com suas atividades por não
possuírem um computador de qualidade. Com relação aos computadores sem qualidade, o
apontamento de Zanti vai ao encontro do que alegou o professor Vati (Instituição Particular),
que chamou atenção para como alguns de seus alunos não conseguem realizar as atividades
acadêmicas, em decorrência de seus aparatos computacionais inadequados.
Zanti (aluno de Instituição Pública) elencou ainda o gerenciamento do tempo, que para
os alunos que não trabalham, é diferente do gerenciamento do tempo dos alunos que trabalham,
o que gera vantagens aos alunos que não possuem outras atividades para além das acadêmicas.
Por último, ele ressaltou a questão das habilidades, tanto de professores como de alunos, com
relação às TICs. Disse ainda que os professores sabem pouco das plataformas e que não usam
todo o potencial dessas ferramentas (como o de dividir salas, criar enquetes, etc).
Cori (aluna de Instituição Particular) relatou que tanto ela quanto alguns colegas
enfrentaram dificuldade de acompanhar as aulas por conta do computador. Contou que no
semestre anterior ela dispunha de um computador antigo que não possuía as ferramentas como
Word e Excel, e que dadas as condições de seu equipamento, ela precisava utilizar o computador
do trabalho para realizar as atividades acadêmicas. Ela também relatou que uma outra grande
dificuldade foi a dispersão com relação às aulas síncronas.
[...] eu acessava a aula, mas por estar em casa, muitas vezes eu dispersava um pouco
e não conseguia estar 100% o tempo todo na aula, durante as 3, quase 4 horas durante
a aula. Então tinha muita coisa que eu perdia, mesmo estando presente na aula, e daí
eu tinha que rever depois os materiais que os professores passavam, ou no dia da
prova, eu dava uma checada geral, para conseguir concluir a prova sem passar nada.
(Cori, Instituição Particular).
Quando perguntei a ela sobre o que a dispersava, ela disse que por fazer as aulas logo
após chegar do trabalho, sentia fome e ia jantar, esse era um fator de dispersão. Um outra fator
destacado por ela, são as notificações do celular.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pôde perceber, através das entrevistas cedidas por professores e alunos, tanto
de instituições públicas quanto de instituições privadas, embora haja diferença entre as medidas
tomadas em ambos os contextos acadêmicos, boa parte das experiências relatadas nesta
pesquisa assemelham-se.
Por sua vez, os alunos, tanto de instituições públicas, como de instituições privadas,
relataram ter recebido orientações por e-mail, mas não passaram por nenhum treinamento e não
puderam contar com o suporte de seus professores, pois esses apresentavam dificuldades no
manuseio das ferramentas utilizadas para as aulas remotas.
Embora todos os entrevistados tenham relatado ter acesso às TICs, aos AVAs e aos
aparatos computacionais, todos pontuaram conhecer alguém com intercorrências ou
impossibilidades de acesso. Incluem-se aqui os próprios entrevistados, que pontuaram diversas
situações que atravancavam de alguma forma sua relação com as atividades acadêmicas,
Embora a escolha desta pesquisa não tenha observado questões como gênero, idade,
faixa de renda, entre outros aspectos, que podem constituir um campo fértil para pesquisas
futuras, sobretudo no âmbito da pesquisa quantitativa, pode-se constatar que os relatos e
experiências narrados nesta pesquisa coadunam e corroboram com o proposto pelos autores
aqui referenciados. Isso demonstra que o EaD e o ensino remoto podem contribuir tanto com a
produção, como com a manutenção dos vincos da disparidade social, visto que a realidade dos
sujeitos entrevistados aponta para a dificuldade no acesso, ou no uso de aparatos
computacionais, TICs e AVAs, o que faz com que o processo de ensino-aprendizagem fique
prejudicado. Isso não significa afirmar que o ensino remoto ou o EaD devem ser abandonados,
mas aponta para a necessidade de pesquisas e ajustes acerca desses modelos, de forma a adequá-
los para que, de fato, contribuam para a democratização da Educação, e não para a produção e
a manutenção das disparidades sociais, já tão evidentes e severas na sociedade brasileira.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Portal MEC. O que é educação a distância, 2020. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12823:o-que-e-educacao-a-
distancia. Acesso em: 09/11/2020.
MINAYO, M. C. de S. (Org.). Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 14. ed. Rio de
Janeiro: Vozes, 2002.
RESUMO
O método colorimétrico de biureto é uma técnica eficiente, de baixo custo e um dos mais
utilizados para a determinação do teor de proteínas totais em amostras biológicas. Diante da
relevância do procedimento, o estudo objetivou revisar e descrever os aspectos químicos da
quantificação de proteínas pelo método de biureto, no Ensino Técnico em Química de forma
on-line, durante a pandemia da Covid-19 em 2021. Como método, realizaram-se levantamentos
bibliográficos, estudos e descrição da caracterização química de ensaios técnico-científicos
observados na determinação do teor de proteínas pelo método de biureto. Os resultados obtidos
possibilitaram evidenciar e caracterizar quimicamente a proteína, o sulfato de cobre e as
interações das reações químicas em nível molecular voltada à identificação e quantificação. O
ensino do método de quantificação de proteínas on-line pode corroborar, nesse período, na
compreensão de dados teóricos, no aprimoramento do lúdico e na prática dos fenômenos
observados nas reações químicas do método de biureto no curso técnico em química.
PALAVRAS-CHAVE: Proteínas. Biureto. Biotecnologia. EaD. Biologia.
INTRODUÇÃO
5Programa de Estágio Supervisionado do Curso Técnico em Química do Instituto Federal de Rondônia – IFRO,
campus Porto Velho Calama.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A célula é a unidade básica de vida quanto à sua estrutura e fisiologia. Parte das
atividades metabólicas das células envolvem pelo menos um tipo de proteína que,
epistemologicamente, tem origem do gr.: protos - “a primeira” ou a “mais importante”
(FRANCISCO JUNIOR; FRANCISCO, 2006; FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2014). São
macromoléculas constituídas por uma única cadeia ou mais de aminoácidos ou moléculas
anfóteras que apresentam resíduos de aminoácidos que se ligam por ligação peptídica formando
um complexo (com até 70 aminoácidos) - polipeptídeo. Entretanto, quando o composto tiver
número superior a 70 aminoácidos considera-se proteína (MEDEIROS; RESENDE & MAIA,
2015).
METODOLOGIA – DESENVOLVIMENTO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1: Representação dos ensaios para determinação de proteínas totais em tubos de ensaios (a) e,
em (b), a representação da reação química com a formação de ligação peptídica por condensação.
a
Fonte: (a) Modificada de Santos et al. (2013) & (b) copilada de Poian et al. (2010).
O dipeptídeo (Figura 1b) originado da reação possui um dipolo elétrico formado durante
a ligação peptídica quando o oxigênio assume um caráter parcialmente negativo em decorrência
da atração da nuvem eletrônica, enquanto que o nitrogênio assume um caráter parcialmente
positivo (POIAN et al., 2010).
Fonte: Brown; Lemay; Bursten (2005) [a] & Francisco (2014) [b].
Quanto à cor do complexo, essa se dá graças a sua capacidade de absorver luz visível –
radiação eletromagnética com onda de comprimento entre 450 e 750 nm (Figura 4). O
composto somente irá absorver a radiação visível quando essa possuir a energia necessária para
promover um determinado elétron do estado fundamental ao seu estado excitado (BROWN;
LEMAY; BURSTEN, 2005). A energia é inversamente proporcional ao seu comprimento de
onda, representados na equação: E = hv = h(c/λ). Nessa, o E é a energia usada para levar um
elétron de um orbital “d ocupado” para um orbital “d vazio”, com maior energia; h é a constante
de Planck; c é a velocidade da luz; v é frequência da radiação e λ é o comprimento (SOUZA,
2016).
b
Fonte: Souza & Neves (2021).
O resultado positivo se dá na reação pela capacidade do íon de cobre (II) promover as
ligações com ligações peptídicas (ligantes), onde um par de elétrons disponíveis de cada
nitrogênio interage com o Cu2+, formando um complexo entre duas cadeias adjacentes
(ALMEIDA et al., 2013; MACHADO, 2017) (Figura 6).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
ALMEIDA, Vanessa Vivian de; CANESIN, Edmilson Antônio; SUZUKI, Rúbia Michele;
PALIOTO, Graciana Freitas. Análise qualitativa de proteínas em alimentos por meio de reação
de complexação do íon cúprico. Rev. Química Nova na Escola, vol. 35, n. 1, p. 34-40, fev.
2013.
BRITO, Cássia Almeida; FREITAS, Leonardo Viana de. Caracterização de proteínas via
método de biureto como proposta interdisciplinar para o ensino de química de coordenação.
Rev. Experiências em Ensino de Ciências, Rio de Janeiro, vol. 13, n. 5, out. 2018.
BROWN, Theodore Lawrence; LEMAY Jr., H. Eugene; BURSTEN, Bruce Edward. Química:
a ciência central. Ed. 9. Trad. Robson Mendes Matos. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2005.
FOOD INGREDIENTS BRASIL. Dossiê Proteínas: Proteínas. n. 28, p. 30-58, fev. 2014.
FULTON, Alice B.; ISAACS, William B. Titin, a huge, elastic sarcomeric protein with a
probable role in morphogenesis. BioEssays, vol.13, n. 4, p.: 157–61, 1991.
KOUZA, Maksim. Numerical simulation of folding and Unfolding of proteins. 2013. 123f.
Dissertação, Doutorado em Filosofia – Instituto de Física da Academia Polonesa de Ciência,
Varsóvia - Polônia, 2013.
LEE, John D. Química inorgânica não tão concisa. Ed. 5. Trad. Henrique E. Toma; Koiti
Araki; Reginaldo C. Rocha. São Paulo: Edgard Blucher, 1999.
LODISH, Harvery, et al. Molecular Cell Biology, 5th ed. New York, New York: WH Freeman
and Company, 2004.
MEDEIROS, Rebecca Vasconcellos Botelho de; RESEND, Rodrigo R.; MAIA, Saulo Robério
Rodrigues. Você está ingerindo muita proteína? Experimento para analisar a presença de
proteínas em alimentos. Rev. Nanocell News, vol. 2, n. 7, fev. 2015.
NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Ed. 7. Trad.
Carla Dalmaz; Carlos Termignomi; Maria Luiza S. Pereira. Porto Alegre: Artmed, 2019.
PASINI, Giovani Delevati; CARVALHO, Élvio de; ALMEIDA, Lucy Hellen Coutinho. A
educação híbrida em tempos de pandemia: algumas considerações. Disponível em:
www.ufsm.br/app/uploads/sites/820/2020/06/Textos-para-Discussao-09-Educacao-Hibrida-
em-Tempos-de-Pandemia.pdf. Acesso em: 19 setembro 2020.
POIAN, Andrea Da; FOGUEL, Debora; PETRETSKI, Marílvia Dansa; MACHADO, Olga
Tavares; FIALHO, Ana Paula Abreu. Bioquímica I. Ed. 5. Rio de Janeiro: Tereza Queiroz,
2010.
SANTOS, Ana Paula S. Azevedo dos et al. Bioquímica Prática: protocolo para análises de
biomoléculas e exercícios complementares. 2013. 93f. Universidade Federal do Maranhão.
Disponível em:
https://repositorio.ufma.br/jspui/bitstream/1/445/1/Livro%20de%20Bioquimica%20Pratica.pd
f. Acesso em 15 maio de 2021.
SHRIVER, Duward F.; ATKINS, Peter W. Química Inorgânica. Ed. 5. São Paulo: Bookman,
2003.
SOUZA, Karina Aparecida de Freitas Dias de; NEVES, Valdir Augusto. Experimentos de
Bioquímica: Caracterização de aminoácido e Proteínas: reações coradas. Disponível em:
http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_proteinas/reacoes_coradas.htm.
Acesso em: 07 maio de 2021.
ZAIA, Dimas Augusto Morozin; ZAIA, Cássia Thais Bussamra Vieira; LICHTIG, Jaim.
Determinação de proteínas totais via espectrofometria: vantagens e desvantagens dos métodos
existentes. Rev. Química Nova, Londrina, vol. 21, n. 6, p. 787-793, nov. 1998.
ZUCCO, César. Química para um mundo melhor. Rev. Química Nova, vol. 34, n.5, p. 733,
2011.
RESUMO
Este trabalho traz reflexões sobre a importância dos jogos didáticos virtuais para o ensino e
aprendizagem de saberes matemáticos. Sabemos que a matemática é considerada por muitos
estudantes como uma disciplina de difícil assimilação, causando desinteresse e baixo
desempenho escolar. Uma possível causa desse efeito pode estar atrelada ao método de ensino
tradicional ainda evidente atualmente. Como uma alternativa para facilitar a assimilação dos
saberes matemáticos, pode-se utilizar os jogos educativos digitais como complemento ao
processo de ensino e aprendizagem. O objetivo desta pesquisa foi refletir sobre a eficiência do
uso dos jogos educativos como recurso didático para auxiliar no desempenho dos alunos nas
aulas de matemática. A pesquisa de cunho qualitativo e bibliográfico foi conduzida a partir do
levantamento na plataforma Google Acadêmico, a partir da qual foram extraídos artigos e
monografias para analisar a pertinência e funcionamento dos jogos educativos na aprendizagem
de matemática.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino e Aprendizagem. Jogos Didáticos Digitais. Matemática.
INTRODUÇÃO
Na sociedade que está cada vez mais permeada de tecnologias, onde os alunos são
considerados “nativos digitais”, conforme destaca Prensky (2001), a escola precisa estar
acompanhando esses aparatos tecnológicos e saber utilizá-los. Atualmente é necessário mais do
No entanto, para que o jogo didático cumpra o seu papel, é necessário planejamento
adequado e regras bem definidas. Os jogos por si só não são ferramentas transformadoras do
ensino da matemática, mas recursos didáticos capazes de dinamizar e facilitar o ensino dessa
disciplina.
Diante do exposto, a questão que norteou o desenvolvimento desta pesquisa foi: “De
que forma os jogos didáticos digitais podem motivar o aluno e auxiliá-lo no seu processo de
aprendizagem matemática?”. A partir desta questão, foi conduzida uma pesquisa de cunho
qualitativo e bibliográfico, cujo objetivo foi verificar a eficácia do uso de jogos virtuais como
recurso didático para auxiliar no desempenho dos alunos nas aulas de matemática.
É notório como o ensino está passando por uma reestruturação quanto às metodologias
na sala de aula, o que tem refletido em mudanças dentro das estruturas escolares e métodos de
ensino. Há tempos as escolas estão em busca de alternativas diversas para trabalhar o ensino da
matemática, de forma que este ensino possa beneficiar o educando, tanto na vida profissional
quanto na resolução de problemas do seu cotidiano.
Neste sentido, Souza (2002, p. 132) mostra a importância de se trabalhar com o jogo na
sala de aula como facilitador do ensino da matemática.
O jogo virtual, jogo digital, jogo eletrônico, videogame ou como é mais conhecido:
game (Lemes, 2009), pode ser definido como
uma atividade lúdica composta por uma série de ações e decisões, limitada por regras
e pelo universo do game, que resultam em uma condição final. As regras do universo
do game são apresentadas por meios eletrônicos controlados por um programa digital.
As regras e o universo do game existem para proporcionar uma estrutura e um
contexto para as ações de um jogador. As regras também existem para criar situações
interessantes com o objetivo de desafiar e se contrapor ao jogador. As ações do
jogador, suas decisões, escolhas e oportunidades, na verdade, sua jornada, tudo isso
compões a “alma do game”. A riqueza do contexto, o desafio, a emoção e a diversão
da jornada de um jogador, e não simplesmente a obtenção da condição final, é que
determinam o sucesso do game. (SCHUYTEMA, 2008, p. 7)
Contudo, os autores Balasubramanian e Wilson (2006) citados por Savi e Ulbricht
(2008, p. 2) relatam que os jogos digitais possuem os seguintes componentes:
Os jogos eletrônicos podem ser classificados como, ação, árcade, aventura, esportes;
educativos, estratégia, habilidade; plataforma, simulação de corrida, avião etc, RPG,
puzzle, Quiz e cartas. Cada tipo possui metas e objetivos diferentes, onde os mesmos
exigem que os jogadores tenham habilidades cognitivas diferentes para executar cada
tipo de jogo conforme seus objetivos.
Ainda, os jogos educacionais possivelmente se enquadram em um dos outros grupos,
mas que consideram fortemente os critérios didáticos e pedagógicos associados aos conceitos
que objetivam transmitir, tendo foco no ensino e aprendizagem.
Nas escolas, em que o foco é preparar os alunos para a vida social, ou seja, formando
cidadãos críticos, torna-se extremamente importante às escolas acompanharem esta nova
geração de nativos digitais, conforme orientações da BNCC (2018), a qual sugere o trabalho
com tecnologias digitais da informação e comunicação para uso crítico, reflexivo e ético nos
espaços escolares. Nesse contexto, as tecnologias devem ser inseridas com o objetivo de
construção de conhecimentos, em que os alunos serão os construtores do seu conhecimento,
resultando, possivelmente, em aprendizagem significativa.
Ouros aspecto que merece destaque é que os alunos de hoje “já nascem” manuseando
um celular, conforme afirma Prensky (2001, p. 1):
(...) os nativos digitais têm acesso à tecnologia desde a infância. Logo cedo seus
principais sites são de jogos e sua maior fonte de pesquisa é a internet. Como
consequência, os Nativos Digitais comunicam de formas fundamentalmente
diferentes de qualquer geração anterior. Os alunos de hoje – do maternal à faculdade
– representam as primeiras gerações que cresceram com esta nova tecnologia. Eles
passaram a vida inteira cercados e usando computadores, vídeo games, tocadores de
música digitais, câmeras de vídeo, telefones celulares, e todos os outros brinquedos e
ferramentas da era digital.
Como base neste princípio sobre tecnologias, os jogos eletrônicos surgem como uma
ferramenta metodológica facilitadora que complementa o processo de ensino, capaz de associar
os conteúdos com a realidade dos alunos.
Segundo Savi e Ulbricht (2008, p. 5), “os jogos são utilizados em diferentes níveis de
ensino, indo desde a pré-escola até cursos de graduação, especialização e cursos corporativos”.
No quadro a seguir são encontrados os trabalhos analisados, os quais foram sete artigos
e três Trabalhos de Conclusão de Curso/Monografia.
Quadro 1: Abordagem do uso dos Jogos Educativos no Processo de Ensino Aprendizagem da matemática como
estratégias pedagógicas
Silva e Silva (2020) enfatizam que os alunos não possuem interesse pelos conteúdos
matemáticos e uma possível causa seria a falta de associação com a realidade dos mesmos e,
uma sugestão para modificar essa realidade, é utilizar uma metodologia diferenciada e
dinâmica, propondo o lúdico como ferramenta pedagógica. Através do lúdico é possível
construir uma aprendizagem significativa, desenvolvendo nos alunos o espírito crítico,
questionador, auxiliando na resolução de problemas do cotidiano e nas atividades escolares,
tornando a matemática uma disciplina prazerosa.
Segundo Silva e Silva (2020, p. 85), através dos jogos matemáticos foi possível perceber
Para Buchinger (2019, p. 58), os “jogos são muito importantes dentro da educação
infantil”, pois aborda o lúdico, a brincadeira. Aliás, é brincando que as crianças aprendem,
desenvolvem conceitos e resolvem problemas, mas
“precisamos tomar cuidado para que no mesmo tempo em que tem uma vencedora se
sentindo importante tem outra que acabou perdendo e devemos pensar em como fazer
essas crianças que acabaram perdendo também se sintam importante e capaz”
(BUCHINGER, 2019, p. 59).
Ribeiro (2020), por meio de sua pesquisa que foi dividia em duas etapas - aplicação de
aulas pelos métodos tradicional e alternativo - com os conteúdos referentes ao Tratamento da
Informação, para alunos da 7° ano de uma escola municipal de São Carlos (SP), averiguou que
a utilização de recursos tecnológicos com os jogos didáticos matemáticos melhorou
Fontes (2016), assim como Buchigner (2020), evidencia o lúdico - os jogos - como
facilitador do processo de ensino e aprendizagem, pois através dele é possível aprender
brincando, despertando o interesse pelos conceitos matemáticos, tornando-os atraentes,
dinâmicos, prazerosos e atrativos, tanto para o ensino fundamental quanto para o médio,
desenvolvendo a aprendizagem significativa, algo que normalmente não ocorre com a
metodologia de ensino tradicional. “Desse modo, o jogo apresenta um papel fundamental no
processo de Ensino, sendo importante para desenvolver a capacidade de pensamentos e
raciocínios dos alunos” (FONTES, 2016, p. 13). Mas ressalta que para a eficiência deste
recurso é necessário um planejamento adequado e o docente assume o papel de mediador,
fazendo intervenções quando necessário.
Paiva (2016) apresenta, através de sua pesquisa com alunos da 2ª e 3ª séries do Ensino
Médio, uma reflexão sobre a prática pedagógica, em que constatou que o Ensino Tradicional
ainda é constante no processo de ensino e aprendizagem, tornado a matemática abstrata, sendo
considerada uma disciplina chata e difícil.
Segundo Paiva (2016), para modificar tal realidade é preciso que os professores
busquem estratégias, métodos pedagógicos que despertem o interesse dos alunos para o estudo
e a utilização dos jogos didáticos no Ensino da matemática como uma alternativa, por ser
dinâmica, prazerosa, por desenvolver o cognitivo, criatividade, autonomia e raciocínio lógico,
sendo um facilitador do processo de ensino e aprendizagem.
Paiva (2016) desmistifica a matemática como sendo uma disciplina difícil e complexa
de se aprender, enfatizando que é preciso quebrar os bloqueios mentais que os alunos criam.
Para isso, é necessário planejamento na criação e implementação de jogos didáticos, para que
não se torne apenas uma brincadeira, jogar por jogar, mas que seja possível assumir o papel
César e Santos (2018, p. 6), contribuem com a literatura especializada quando pensam
que
Macêdo et al. (2017) afirmam que as tecnologias estão presentes nas vidas dos
estudantes, porém, algumas escolas ainda não as utilizam como um recurso metodológico,
devido à quantidade de material, acesso à internet, capacitação, conseguir conciliar o uso das
tecnologias com o conteúdo, entre outros. Mas acredita que as tecnologias presentes na sala de
aula sejam um recurso que pode motivar e despertar o interesse dos alunos.
Quanto aos professores, observamos que ainda possuem resistência em utilizar os jogos
dentro da sala de aula, devido a algumas questões, tais como falta de tempo, falta de materiais,
dificuldades para o “controle” da turma, falta de capacitação para trabalhar com os jogos,
insegurança quanto à eficácia dos jogos educativos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta nova “era”, com as mídias cada vez sedutoras, em que quase tudo pode ser
resolvido através de um dispositivo móvel, a escola precisa estar acompanhando o
desenvolvimento de aparatos tecnológicos e saber utilizá-los em favor da aprendizagem. Nos
dias atuais é preciso mais do que domínio de conteúdo, pois, para evitar alunos dispersos e
desestimulados é indispensável que professores se insiram no mundo tecnológico. Assim é
possível ensinar despertando o interesse dos estudantes, além de alcançar a desmistificação da
“tão temida” matemática.
REFERÊNCIAS
BORIN, J. Jogos e Resolução de Problemas: Uma estratégia para as aulas de matemática. 2ª ed.
São Paulo: IME-SP, 1996.
CRAWFORD, C. The Art of Digital Game Design. Washington State University, Vancouver,
1982.
LOPES, M. G. Jogos na Educação: criar, fazer, jogar. 3ª edição. São Paulo: Cortez, 2000. 23
p. 2020.
MACÊDO, P. H.; Lima, M. M.; Santos, W. Jogo Digital como Auxílio no Estudo da
Matemática: Um Estudo de Caso com Estudantes do Ensino Fundamental I. Recife – PE:
Anais do XXIII Workshop de Informática na Escola (WIE 2017).
SCHUYTEMA, P. Projeto de jogos: uma abordagem prática. São Paulo, Cengage Learning,
2008.
Susana Da Costa Mota, Acadêmica das Ciências Sociais – licenciatura, UFSM, servidora
publica municipal, Santa Maria-RS
Leonice Aparecida De Fátima Alves Pereira Mourad, Doutora em Geografia, UFSM,
professora da UFSM
Isadora Luiza Francisca Alves Flores, Mestre em Estudos Latino Americanos, UNILA,
Doutoranda da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
RESUMO
O presente artigo, que constitui em um artigo de revisão bibliográfica, objetiva apresentar,
alguns apontamentos e possibilidade de utilização de vídeo aulas como recurso didático, bem
como, apresentar uma discussão sobre os conceitos de tecnologia, vídeo e videoaula; Apresentar
critérios para análise de videoaulas, e; Apresentar sugestões para elaboração de videoaulas. A
maximização da utilização desse recurso está relacionada ao contexto da pandemia do
Coronavírus (COVID-19), que demandou dos docentes a utilização desses recursos, algumas
vezes sem um rigor mais expressivo na seleção e utilização do mesmo. Ao final do artigo
apresentamos sugestões de uso das vídeo aulas. O estudo visa demonstrar através de uma
pesquisa qualitativa, descritiva e bibliográfica que o uso da videoaula no espaço pedagógico
pode ser o de um instrumento capaz de promover discussões e construções de novos saberes,
podendo se tornar um material didático de grande importância.
PALAVRAS CHAVE: Vídeoaula; ensino remoto; TIC’s.
INTRODUÇÃO
O ano de 2020 foi desafiador para a Educação, pois com a pandemia do Coronavírus
(COVID-19) as aulas presenciais e suas atividades foram suspensas em todas as modalidades e
níveis de ensino nas escolas estaduais, municipais, públicas e privadas, e como a parada abrupta
das atividades revelou uma grande falta de preparo, tanto das instituições de ensino, como dos
profissionais/docentes da educação presencial para lidar com a situação, pois alguns professores
não estavam aptos tecnologicamente a fazerem uso dessa ferramenta como recurso didático, o
que levou muitos a optarem por apenas repassar a seus alunos o material já disponível na
internet.
Considerando esse contexto, o presente artigo será elaborado com o objetivo geral de
analisar o uso da videoaula como recurso didático, bem como, possui os seguintes objetivos
Esta mídia foi escolhida por ser uma das mais populares, possuindo grande capacidade
de atrair e manter concentrado o público, além de ser capaz de difundir uma grande quantidade
de informações. Sendo assim o estudo visa demonstrar através de uma pesquisa qualitativa,
descritiva e bibliográfica que o uso da videoaula no espaço pedagógico pode ser o de um
instrumento capaz de promover discussões e construções de novos saberes, podendo se tornar
um material didático de grande valor no ensino e tem como público-alvo docentes e discentes
que assistem videoaulas, bem como ambiciona servir de fonte de estudo para aqueles que
desejam elaborar as suas próprias produções.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
O que os professores fazem a cada dia de sua vida profissional para enfrentar o
problema de ter de ensinar a um grupo de estudantes determinados conteúdos, durante
certo tempo, como o fim de alcançar determinadas metas, é conhecimento na ação, é
tecnologia (SANCHO, 1998, p.40).
Com base nessa percepção, fica evidente que a utilização da tecnologia está
intrinsicamente ligada às ações costumeiras e cotidianas da sala de aula. Por isso, a
compreensão dessas ações precisa superar os desafios para chegar ao entendimento dos
problemas educacionais (CAMPOS; SADER NETO, 2019). Porém Campos e Sader Neto
ressaltam que existem duas posturas extremas em relação ao conhecimento tecnológico no
processo de ensino: os termos tecnofilia e tecnofobia são formas que muitos utilizam ocultando
a problemática da educação escolar (CAMPOS; SADER NETO, 2019).
Com isso, a escola tem o desafio de trazer essas novas ferramentas tecnológicas para o
ambiente de ensino, articulando-as com conhecimentos escolares e o uso do vídeo no espaço
pedagógico pode ser o de um instrumento capaz de promover discussões e construções de novos
saberes, podendo se tornar um material didático de grande valor no ensino (CAMPOS; SADER
NETO, 2019).
O professor deve estar aberto a aprender a aprender; atuar a partir de temas emergentes
no contexto e de interesse dos alunos; promover o desenvolvimento de projetos
cooperativos; assumir atitude de investigador do conhecimento e da aprendizagem do
aluno; proporcionar a reflexão, a depuração e o pensar sobre o pensar; dominar
recursos tecnológicos; identificar as potencialidades de aplicação destes recursos na
prática pedagógica; desenvolver um processo de reflexão na prática e sobre a prática,
reelaborando continuamente teorias que orientem sua atividade de mediação
(BOZZETTO, 2003, p.04).
O professor deve estar consciente do seu novo papel perante os alunos, não mais de o
dono da verdade, mas como um interlocutor privilegiado, que provoca reflexões. Por isso o
Vale ressaltar que essas ferramentas não resolvem problemas educacionais como
também não substituem o papel do professor, elas complementam e ajudam na didática do
professor, sendo assim a incorporação das mídias no cotidiano do ambiente de ensino pode ser
de grande valia para todos os envolvidos. Porém, para que isso aconteça de forma produtiva, é
necessário que as instituições e os docentes estejam bem preparados para lidar com a tecnologia.
Santoro diz que “o vídeo é um meio de comunicação com modo de produção e exibição
próprias, com conteúdo e público específicos” (SANTORO, 1989, p.18). E segundo Silva “o
vídeo é um recurso que pode ser manuseado com facilidade para se atingir objetivos específicos,
já que proporciona a visualização e a audição, toca os sentidos, envolve os alunos” (SILVA,
2009, p.09).
A linguagem do vídeo tem uma natureza sintética, articula imagens, sons, falas e poucos
textos, criando uma superposição de códigos e significações, predominantemente audiovisuais
(MORAN, 2020). O vídeo tem um poder de ilustração muito forte, prende atenção quando bem
estruturado e elaborado. Tem movimento, áudio e, muitas vezes, é autoexplicativo. A tecnologia
está cada vez mais presente na vida dos alunos e em virtude desse dinamismo, a produção de
vídeos digitais de curta duração está cada vez mais popular.
Normalmente, os textos encontrados nos vídeos são títulos, legendas, massa de textos e
textos de apoio, incluindo caracteres alfanuméricos para a demonstração de cálculos,
identificação de variáveis e gráficos, além disso, “a tipografia utilizada na composição dos
vídeos varia entre a digital e a manuscrita realizada em folhas de papel, lousa digital e interfaces
de programas gráficos” (SCHNEIDER; CAETANA; RIBEIRO, 2012, p.04).
A tipografia faz com que o conteúdo ganhe forma, a linguagem um corpo físico e as
mensagens um fluxo social (LUPTON, 2008). Ela pode ser digital, referindo-se às famílias de
tipos que são utilizados nos computadores pessoais em diversas aplicações e que podem ser
colocados em escala, segundo o tamanho desejado, ou então manuscritas, referindo-se à forma
quotidiana de escrita manual, muito utilizada nos vídeos considerados caseiros (SCHNEIDER;
CAETANA; RIBEIRO, 2012).
Para Lilian Menezes o uso de vídeo como ferramenta didática é relativamente novo,
sendo mais visível a partir da década de 1990, “com a difusão e popularização do formato VHS,
iniciada nos anos 80, relacionado diretamente à TV e ao cinema, o vídeo no ambiente escolar
era visto inicialmente como momento de lazer e entretenimento” (MENEZES, 2008, p.01).
Para que o vídeo seja aproveitado da melhor forma possível, ele deve estar dentro do
planejamento escolar, para que não haja improvisos ou que o vídeo seja usado apenas como
“tapa-buraco”. Sobre o planejamento das atividades, Brandão e Mello, destacam os seguintes
aspectos (BRANDÃO; MELLO, 2013, p.93):
Portanto o vídeo pode ser um recurso didático poderoso, porém, existem situações em
que o uso do vídeo pode ser o contrário do esperado. Silva relata algumas situações em que o
uso do vídeo age de forma contrária ao esperado, tornando-se prejudicial para a aula (SILVA,
2009, p.13):
Os alunos aprendem mais ou melhor quando textos, imagens ou sons não relevantes
ao assunto são excluídos, evitando distrações que dividem o limitado potencial de
atenção com os recursos que realmente contribuem para o significado da unidade de
aprendizagem (FILATRO, 2008, p.76).
Portanto, cada recurso didático precisa ser pensado dentro da metodologia prevista pelo
curso, pois, segundo Filatro “é a funcionalidade, em termos comunicacionais e psicológicos,
que determina sua efetividade na aprendizagem” (FILATRO, 2008, p.78).
Também podem ser utilizadas de diversas maneiras, em sua grande maioria, apresentam
o professor/apresentador abordando conteúdos, na maioria das vezes teóricos, sobre
determinado tema, sendo assim, para a produção de uma videoaula, pode ser necessário um
investimento elevado, pois são utilizados processos divididos em: pré-produção, gravação, pós-
produção e acompanhamento metodológico durante a roteirização. No entanto, as videoaulas
precisam apresentar algumas características como: a) duração máxima: em virtude da
necessidade de manter a atenção do aluno; b) abordagem com caráter prático: mostrar ao aluno
os conteúdos teóricos aplicados de forma prática, explorando situações vivenciadas em
empresas ou que se aproximem do cotidiano do aluno; c) recursos audiovisuais: apresentar o
conteúdo de forma didática e ao mesmo tempo atrativa, para que as chances do aluno assistir à
videoaula até o fim sejam ampliadas.
De acordo com Dallacosta et al. a videoaula, quando bem planejada, consegue “fazer
com que os alunos participem ativamente, muitas vezes procurando certo conteúdo que os
professores têm dificuldade de encontrar devido às diversidades e acessibilidade de fontes de
informações em nossa sociedade” (DALLACOSTA et al., 2004 apud SPANHOL; SPANHOL,
p.03). Sendo assim o uso de videoaula como recurso didático, tem potencial para se tornar
grande aliado de professores e alunos no processo de aprendizagem, desde que seu uso seja
inteligente e planejado.
2 METODOLOGIA
Em relação aos objetivos deste estudo, o tipo de pesquisa utilizada é a descritiva, pois
conforme Gressler "a pesquisa descritiva descreve, sistematicamente, fatos e características em
uma determinada população ou área de interesse" (GRESSLER, 2004) e é a mais indicada para
se obter um melhor entendimento das origens e motivos de um determinado fenômeno.
Para Bonat a pesquisa descritiva não tem como objetivo a proposição de soluções, mas
sim a descrição de fenômenos. Isso não significa que nessa modalidade de pesquisa não exista
interpretação ou aprofundamento e conforme o autor “o objeto é analisado de forma a penetrar
em sua natureza, descrevendo todos os seus lados e características” (BONAT, 2009, p.12).
Para encontrar artigos que tratam do tema foram realizadas buscas nas plataformas
Google Acadêmico, Scielo, Portal Domínio Público, Biblioteca Digital de teses e Dissertações
de faculdades e no Youtube. As combinações para a busca foram: Vídeo como recurso didático;
Vídeo nas escolas; Vídeo e o ensino; Videoaulas.
Deste modo, a pesquisa irá permitir a reunião de literatura sobre o tema do estudo. A
abordagem utilizada neste estudo será a qualitativa, pois conforme Bonat ela “permite um
estudo da natureza, do alcance e das interpretações possíveis para o objeto estudado, não se
prende, apenas, na análise de dados, pois ela busca a essência da teoria ou do fenômeno”
(BONAT, 2009).
Gomes propõe critérios para análise de vídeos educativos com objetivo de auxiliar
professores na seleção ou produção desses materiais. Para tanto, o autor elenca uma lista extensa
de itens organizados em cinco categorias (APÊNDICE A) considerados como fundamentais
para uma boa análise de audiovisuais didáticos (GOMES, 2008, p.486).
Pode-se perceber que a análise de um produto audiovisual não é tarefa das mais simples,
ao contrário, além de tomar tempo, ela requer do professor uma gama de conhecimentos
teóricos e práticos, que inclui noções da linguagem audiovisual, de estética e atualização teórica
em seu campo de saber, além de clareza dos propósitos pedagógicos para o uso do material. No
entanto as cinco categorias propostas por Gomes tentam sistematizar uma avaliação que, “de
Entretanto, destaca que “o professor não precisa analisar item a item em suas análises,
deixando a critério de cada um a escolha dos itens e a atribuição de pesos e escalas às categorias,
caso necessário” (GOMES, 2008 apud SOUZA, BORGES; BARRO, 2020, p.984).
Considerando que não existe um modelo a ser seguido para a avaliação de videoaulas,
Barrére recomenda que o avaliador selecione os itens para formar seus critérios de avaliação
conforme sua necessidade e entendimento. Contudo o autor ressalta que “a avaliação de vídeos
traz características não inerentes à profissão do professor” (BARRÉRE, 2014 apud SOUZA,
BORGES; BARRO, 2020, p.985).
Com base em tudo que foi abordado no referencial teórico este artigo busca explanar
sobre o uso da videoaula como recurso didático, porém antes de concluir considera pertinente
apresentar sugestões para docentes e discentes que elaboram e\ou assistem as mesmas, bem
como para quem deseja, futuramente elaborar sua própria videoaula:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com certeza o ano de 2020 reservou muitos desafios para a educação, entretanto, a
continuidade da aprendizagem não pode depender exclusivamente dos esforços individuais dos
professores, é necessário engajamento de toda a rede de ensino e das unidades federativas para
que o ensino seja garantido aos estudantes. Também é preciso oferecer formação aos
profissionais, pois com a nova realidade ensino, tecnologia e trabalho a distância vão se tornar
mais presentes e vão se tornar uma necessidade.
A tecnologia faz parte da realidade na qual vivemos e por meio da internet, que pode
ser acessada em aparelhos celulares, computadores, notebooks e tablets estamos conectados a
tudo e a todos. A era da informação e da tecnologia mudou completamente o cenário da
educação e é possível que os educadores ampliem a relação ensino-aprendizagem, fazendo uso
de recursos que diminuam as barreiras físicas e do tempo, indo além da sala de aula
convencional, como no casos dos ambientes virtuais e sites colaborativos.
Porém, não se deve apenas introduzir tecnologias, ou mesmo apresentar vídeos nas
aulas, o uso precisa ser contextualizado e planejado para atender as necessidades pedagógicas
Deste modo, conclui-se que a videoaula pode ser um recurso didático de extrema
importância para a aprendizagem, desde que seja usada com inteligência, planejamento e
parcimônia, pois em uma sociedade como a que vivemos, em que os celulares com acesso à
internet se tornaram objetos extremamente populares, e as inovações tecnológicas são quase
que diárias, é impossível que uma instituição escolar sobreviva fazendo um bom trabalho sem
que se atualize tecnologicamente.
Sendo assim, as instituições de ensino não devem enxergar a tecnologia como um rival
na disputa pela atenção dos alunos, mas sim como uma aliada na construção do saber no
ambiente de ensino. Para isso, cabe às escolas o desenvolvimento de um ambiente propício para
a utilização da tecnologia, em especial a videoaula, e cabe aos professores a atualização dos
seus métodos de ensino, para que a tecnologia seja acrescentada como um recurso didático às
práticas pedagógicas, e assim, o conteúdo teórico seja apresentado pelos
professores/apresentadores de forma a ser aplicado na prática pelos alunos/telespectadores.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini; MORAN, José Manuel (Org.). Integração das
Tecnologias na Educação: salto para o Futuro. Brasília: Posigraf, 2005.
BETETTO, Joelma Ribeiro. O uso do vídeo como recurso pedagógico: conceitos, questões e
possibilidades no contexto escolar. Trabalho de Conclusão de Curso, Curso de Pedagogia,
Universidade Estadual de Londrina, londrina, 2011.
CAMPOS, Bruno Veríssimo; SARDE NETO, Emílio. O uso de vídeo como recurso didático
no ensino de geografia. Meu Artigo Brasil escola, 2019. Acessado em 28 de outubro de 2020.
Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/geografia/o-uso-video-como-
recurso-didatico-no-ensino-geografia.htm
DEMO, Pedro. Tecnofilia & Tecnofobia. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v.
35, n.1, jan./abr. 2009. Acessado em 20 de novembro de 2020. Disponível em:
https://www.bts.senac.br/bts/article/view/251/233
FILATRO, A. Design Instrucional na Prática. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2008.
FILHO, João G. Gestalt do Objeto: sistema de leitura visual da forma. 8ed. São Paulo:
Escrituras Editora, 2009.
GOMES, L. F. Vídeos didáticos: uma proposta de critérios para análise. Revista Brasileira de
Estudos Pedagógicos 2008, 89, 477. Acessado em 25 de novembro de 2020. Disponível em:
http://www.rbep.inep.gov.br/ojs3/index.php/rbep/article/view/3710
GRESSLER, Lori Alice. Introdução à pesquisa: projetos e relatórios. 2ª ed. rev. atual. São
Paulo: Loyola, 2004.
LUPTON, Ellen; PHILLIPS, Jennifer C. Novos Fundamentos do Design. São Paulo: Cosac
Naify, 2008.
MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. In:
Tecnologia educacional. Editora Papirus. Campinas, SP. 2009. p. 101-111.
NUNES, Sônia Maria Serrão. O vídeo na sala de aula: um olhar sobre essa ação pedagógica.
Monografia, Curso de Especialização em Mídias na educação, Universidade Federal do Amapá,
Macapá, 2012.
SCHNEIDER, Catiúcia Klug; CAETANO, Lélia; RIBEIRO, Luis Otoni Meireles. Análise de
vídeos educacionais no Youtube: caracteres e legibilidade. CINTED-UFRGS. Novas
Tecnologias na Educação. V. 10 Nº 1, julho, 2012.
SILVA, Janete Borges. O vídeo como recurso didático. Monografia Programa de Formação
Continuada em Mídias na Educação, Universidade Federal do Rio Grande, Chuí, Rio Grande
do Sul, 2009.
SILVA, Marco. Sala de aula interativa: educação, comunicação, mídia clássica. 5ªed. São
Paulo: Edições Loyola, 2010.
SOUZA, T.; BORGES, F. A.; BARRO, M. R. Características das Videoaulas mais Populares
dos Canais de Química do YouTube Edu. ISSN 1984-6835, Revista Virtual de Química, 2020,
volume 12, nº4, 981-992. Data de publicação na Web: 7 de Julho de 2020. Acessado em 30 de
outubro de 2020. Disponível em: http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v12n4a06.pdf
RESUMO
As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), disseminadas no cotidiano,
modificaram e modificam, substancialmente, as ações e as formas de pensamento das pessoas.
Portanto, a educação não pode ficar alheia e precisa investir na formação dos professores para
sua integração aos currículos escolares. A partir desse pressuposto, este trabalho analisa os
dados obtidos com a consulta a 56 professores em exercício da docência, durante o ano de 2020,
quando foi adotado o ensino remoto emergencial, para garantir o distanciamento social,
necessário para evitar a disseminação do novo coronavírus (Sars Cov2). Os participantes,
predominantemente pedagogos, relataram lacunas em sua formação inicial e continuada no
tocante às TDIC. Paradoxalmente, ao autoavaliarem o uso que fazem das TDIC, a partir das
categorias: apêndice curricular, reforço de conteúdos ministrados, recurso didático-pedagógico
e uso integrado ao currículo, optaram pelas duas últimas. Tal paradoxo parece revelar equívocos
nas concepções sobre integração curricular das TDIC, o que indica a necessidade de
investimentos na formação continuada pautada na reflexão e em oportunidades para a
familiarização e experimentação, para a mudança no pensamento dos educadores e em suas
práticas pedagógicas. O ensino remoto emergencial revelou não somente as lacunas nessa
formação, mas outros agravantes como a fragilidade de uma política de manutenção e reposição
dos poucos equipamentos existentes nas escolas e o descompromisso com a urgência de
expansão da internet banda larga nas escolas e em espaços públicos de convivência, que
escancararam a profunda desigualdade social repercutida nas desigualdades de acesso à
internet. diante da complexidade desses fatores, será muito importante que as experiências
vividas durante a pandemia e os desafios enfrentados sejam oportunidade para que
pesquisadores, formadores e educadores em geral possam repensar antigas práticas, descobrir
outras que funcionam com a mediação das TDIC para integrá-las, de fato, ao currículo escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino Remoto; Formação Inicial; Formação Continuada; Saberes da
Experiência.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O ano de 2020 balançou as estruturas da educação, assim como dos demais setores de
serviços. De um dia para o outro, os educadores se viram obrigados a reinventar-se diante da
pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV2). As instituições de ensino superior (IES) ou básico,
sem tempo para planejar, preparar os quadros docentes e discentes, para fazer educação de
forma mediada pelas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) se viram
forçadas a migrar do ensino presencial para o remoto. Assim, é natural o surgimento de muitas
Nesse sentido, muito ainda há de ser revisto, pois uma pesquisa divulgada em 2019, pelo
Centro Regional de Estudos para o desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC),
mostra que menos da metade dos professores das escolas públicas e privadas do Brasil, o
equivalente a 43%, teve acesso na graduação a disciplinas focadas na reflexão e uso das TDIC
para a promoção de aprendizagem.
Nas palavras de Prado (2005, p.5), por vezes as TDIC são “incorporadas por meio de
uma disciplina direcionada apenas para instrumentalizar sua utilização, ou ainda, de forma
agregada a determinada área curricular”, mas os dados revelam que nem tal instrumentalização
vem acontecendo a contento. A inclusão de disciplinas específicas sobre TDIC, nas
licenciaturas, não é suficiente para formar professores para seu uso. E, embora não seja essa a
perspectiva da integração curricular, pode ser um primeiro passo até a integração que pressupõe
incorporação destas “à sala de aula, à escola, à vida e à sociedade, tendo em vista a construção
de uma cidadania democrática, participativa e responsável” (PRADO, 2005, p.5).
Integrar as TDIC é um processo bem maior que a informatização das escolas, pois
“representa a integração curricular abrangendo a tecnologia e toda sua multiplicidade de
linguagens” (ALMEIDA, 2014 s/p). Quando as TDIC são integradas ao currículo, constituem-
se web currículos (ALMEIDA; ASSIS, 2011; ALMEIDA; ALVES; LEMOS, 2014). Elas
Ora, o uso integrado das TDIC ao currículo, de acordo com Sanches (2001, 2002),
ocorre quando elas se encontram imbricadas no desenvolvimento de atividades pedagógicas,
tal como se fossem invisíveis, pois professores e alunos se apropriam delas e as utilizam para
aprender, propiciando “a reconfiguração da prática pedagógica, a abertura e plasticidade do
currículo e o exercício da coautoria de professores e alunos” (ALMEIDA; VALENTE, 2012,
p.60).
Costa, Ribeiro e Ferreira (2016) refletem sobre o distanciamento ente o uso pedagógico
das TDIC e o emprego frequente dos computadores pelas pessoas, para diversos fins em suas
vidas. As autoras apresentam dois motivos principais para tal distância: a ausência de uma
integração curricular e de uma formação dos professores para utilização pedagógica das TDIC.
Tais barreiras precisam ser vencidas, pois pela mediatização das TDIC “o desenvolvimento do
currículo se expande para além das fronteiras espaços-temporais da sala de aula e das
instituições educativas; supera a prescrição de conteúdos apresentados em livros, portais e
outros materiais” (ALMEIDA; VALENTE, 2012, p.60).
Total 2 9 12 7 30
Fonte - GONÇALVES, 2015, p.192
Pensando em tais categorias nos propusemos a dar continuidade à investigação-ação no
contexto do ensino remoto. Estariam os professores compreendendo como as TDIC podem
auxiliar no desenvolvimento do ensino remoto? Que usos estão fazendo delas? Como
autoavaliam esse uso? E, principalmente, como a compreensão do pensamento destes
professores poderá indicar caminhos para o aperfeiçoamento do currículo das licenciaturas e,
também, indicar horizontes para a formação continuada daqueles que já passaram pela
graduação e estão em exercício profissional?
ABORDAGEM METODOLÓGICA
Como o ensino remoto era no momento da coleta de dados (segundo semestre de 2020),
uma realidade em todos os segmentos e níveis da educação, o critério para inclusão de
participantes foi somente encontrar-se em exercício docente, no momento. Assim, o link com
solicitação de respostas ao questionário foi enviado a vários grupos de professores, tendo
retorno de 56 participantes.
A formação para uso de TDIC precisa capacitar o professor para a criação de contextos
de interação com seus alunos e destes entre si. Cabe destacar que nessa interação, cada
indivíduo deve ser construtor, protagonista de sua própria aprendizagem e não receptor de
informações (FELIX; LISBOA, 2018). Portanto, a mera inclusão de disciplinas, direcionadas
para instrumentalizar a utilização das TDIC no currículo das licenciaturas é insuficiente para
uma formação consistente e coerente com as necessidades para a futura atuação. Nesse sentido,
os participantes foram indagados sobre a presença das TDIC em sua formação (Gráfico 2).
Lagarto e Lopes (2016) destacam que a resposta às dificuldades de inserção das TDIC
no contexto escolar está diretamente vinculada à formação inicial dos professores. Mas, nossas
pesquisas encontraram resultados diferentes dos deles. Os autores afirmam ter observado
evoluções significativas na quantidade de professores que vêm recebendo uma capacitação nos
cursos de licenciatura para trabalhar com as TDIC. Essa prática se mostra ideal nos contextos
de formação de professores. É fundamental que durante o curso, haja investimento na
exploração dos recursos tecnológicos, permitindo que os futuros professores reflitam sobre as
ações das quais as TDIC façam parte, familiarizem-se com elas e desenvolvam atividades que
poderão ser realizadas futuramente com seus alunos, pensando nos conteúdos e nos objetivos
que pretendem atingir (ALMEIDA, 2014).
Entretanto, a formação inicial dos participantes da nossa pesquisa deixou lacunas, dado
que reforça a necessidade de investimento em formação continuada, seja ofertada pelos órgãos
públicos, pelas instituições privadas ou por meio de investimento pessoal dos professores das
diferentes redes de ensino. A última forma parece ser predominante entre aqueles que se
encontram melhor capacitados na área, conforme revelou pesquisa do Cetic (2019), com
professores de escolas urbanas. Nove em cada dez entrevistados na referida pesquisa relataram
que a fonte de aprendizagem para conseguir utilizar as TDIC resulta de sua busca pessoal por
capacitação.
Gráfico 3 – Avaliação dos participantes sobre o suporte recebido para iniciar o ensino remoto
Nesse mesmo contexto, outra possível forma de uso das TDIC pode ser em práticas de
ensino e de aprendizagem nas quais as funções dadas aos instrumentos tecnológicos se
assemelham às do caderno, utilizado como bloco de notas. Desta forma, entretanto, tal uso
ocorre de maneira reducionista e reprodutivista, desconsiderando seu potencial inovador. As
interações constantes dos estudantes com as TDIC, podem provocar diferentes efeitos
cognitivos, dente eles novas maneiras de interpretação dos fenômenos. amplificação de funções
cerebrais, a ramificação da cognição e empreendimento de construções por abstração (COLL;
MONEREO, 2010).
Entretanto, como a formação docente com foco no uso das TDIC se insere no bojo da
formação docente continuada e sofre dos mesmos males que esta, as práticas formativas nem
sempre são reflexivas. Entende-se que o caráter mecanicista comumente vinculado às políticas
públicas que organizam o processo de trabalho e, consequentemente, do tempo para
aprendizagem dos professores brasileiros, não têm permitido espaço e tempo para a reflexão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até o ano de 2019, os educadores vinham refletindo e usando em seus discursos, teorias
sobre a necessidade de mudanças ou inovação curricular, a flexibilização dos conteúdos
curriculares e a contextualização dos conteúdos com a realidade social. Também se tornou
discurso recorrente a necessidade de integração das TDIC aos currículos escolares.
REFERÊNCIAS
LAGARTO, J. R.; LOPES, M. da L.. Digital literacy teachers of the 2nd and 3rd cycles of Viseu
(Portugal) County schools. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, v. 23, 2016.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
24782018000100201&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 jul. 2020.
RESUMO
A utilização de jogos auxilia o professor tanto no desenvolvimento de determinados conteúdos
quanto na verificação da aprendizagem dos alunos, por ser uma ferramenta didático-pedagógica
que estimula a participação dos alunos. Por isso, o objetivo dessa pesquisa é analisar a
viabilidade do uso de jogos no PowerPoint como ferramenta didático-pedagógica no processo
de alfabetização cartográfica. Para atingir esse objetivo foram construídos quatro jogos no
PowerPoint, testados e posteriormente aplicados a alunos do Ensino Fundamental. Os
resultados apontam a eficácia na utilização dos jogos construídos, pois, foi possível perceber:
uma interação maior dos alunos entre si e com o docente; o trabalho cooperativo realizado a
partir do erro dos alunos que não acertavam a resposta, ou seja, os demais ensinavam e execução
correta; o desenvolvimento da descentração espacial; o domínio progressivo dos pontos
cardeais, colaterais, coordenadas geográficas; divisão da Terra em hemisférios, bem como a
importância deles para a orientação no espaço geográfico.
PALAVRAS-CHAVE: Jogos. Ludicidade. Ensino de Geografia.
INTRODUÇÃO
Antunes (1998, p. 18) faz uma analogia dessas inteligências com um prédio com nove
janelas diferentes, cada uma delas com um momento certo para entreabrir-se e outro para
escancarar-se. Algumas dessas janelas começam se abrir ainda no ventre materno, a maioria no
nascimento e outras nos primeiros anos de vida. A janela de oportunidades citada por este autor
corresponde ao período ideal para desenvolver determinada inteligência. A ideia da janela é
positiva, pois, se ela está "escancarada", temos um grande momento para seu estímulo, se está
parcialmente fechada, o estímulo é válido, mas a aprendizagem será um pouco mais difícil. O
fechamento da janela de oportunidade representa uma dificuldade maior para aprender e não
um impedimento para a aprendizagem (ANTUNES, 1998, p. 22).
Com relação à inteligência espacial, essa janela de oportunidade está aberta dos 5 aos
10 anos, nesse período acontece no cérebro da criança a regulação dos sentidos de lateralidade
e direcionalidade, aperfeiçoamento das noções de direita e esquerda e a percepção do corpo
como espaço (ANTUNES, 1998, p. 22). O autor propõe que nessa fase da criança sejam
realizadas tarefas que explorem o seu desenvolvimento cognitivo de “lateralidade e
direcionalidade através de jogos operatórios que explorem a noção de direita, da coordenação
motora esquerda a percepção do corpo no espaço, como natação, judô e alfabetização
cartográfica” (ANTUNES, 1998, p. 22).
Para Vesentine (2003, p. 30) se os educandos são fascinados pelos computadores, pela
imagem no lugar da escrita, por jogos, então é interessante incorporar tudo isso na estratégia de
ensino. Na visão de Antunes, deve-se observar que:
Nem todo jogo é um material pedagógico. Em geral, o elemento que separa um jogo
pedagógico de um outro de caráter apenas lúdico é que os jogos ou brinquedos pedagógicos são
desenvolvidos com a intenção explícita de provocar uma aprendizagem significativa, estimular
a construção de um novo conhecimento e, principalmente, despertar o desenvolvimento de uma
habilidade operatória (ANTUNES, 1999, p. 38).
METODOLOGIA
A presente pesquisa enquadra-se como uma pesquisa qualitativa. Para Minayo (1998),
a pesquisa qualitativa é aquela que se aplica ao estudo da história, das relações, das
representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das interpretações que os
humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e
pensam. Para ela, a pesquisa qualitativa passa por três fases: a) fase exploratória, na qual se
amadurece o objeto de estudo e se delimita o problema de investigação; b) fase de coleta de
dados, em que se recolhem informações que respondam ao problema; e c) fase de análise de
dados, na qual se faz o tratamento, por inferências e interpretações, dos dados coletados.
Os gatilhos/disparadores são ações inseridas nas animações para que essas ocorram ao
clicar em determinado objeto no slide. As animações surgem na tela à medida que os objetivos
“gatilhados” são clicados. Isso permite que uma animação apareça e desapareça de acordo com
a vontade do editor não obedecendo uma sequência linear da apresentação.
Os jogos não podem ser apresentados aos alunos de forma aleatória apenas para ocupá-
los durante determinado período de tempo, deve ter uma finalidade pedagógica bem definida.
Para Lopes (2005), deve existir planejamento e preparação antecipada. A autora afirma que:
Quadro 01: Conteúdos de Geografia que estão diretamente relacionados aos jogos
Capacidades /Direitos de
Jogo Eixo temático Conteúdos/Conceitos
Aprendizagem
A equipe Azul Norte seria a equipe vitoriosa de acordo com a imagem B da figura 01.
Ao revelar o campo escolhido pelo jogador pode surgir “setas” ou “bombas”. As setas
indicam que o jogador pode continuar jogando e as bombas que o jogador deve passar a vez.
O jogo tem como objetivo deslocar-se pelo tabuleiro de um ponto para outro seguindo
as orientações dos pontos cardeais e uma trajetória sugerida pelo jogo como mostra a imagem
A da figura 04. Cada partida possui três trajetórias sugeridas e os jogadores devem a partir do
ponto de referência da rodada deslocar-se de um ponto para o outro. O professor pode dividir a
sala em quantas equipes julgar necessário. Vence a rodada a equipe que conseguir descolar-se
seguindo as orientações e as trajetórias corretamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de alfabetização cartografia deve começar nas séries iniciais e perpassa todo
Ensino Fundamental. Mesmo alunos do 6º ano apresentaram dificuldades iniciais quando
iniciaram a jogar em virtude do não domínio das noções de lateralidade e orientação que
deveriam ter sido construídas em séries anteriores.
Esta pesquisa preocupou-se em não somente observar e descrever essas dificuldades dos
alunos, os problemas enfrentados pelos professores no processo de alfabetização cartográfica,
mas também em contribuir de forma prática e efetiva através de uma ferramenta didático-
pedagógica capaz de auxiliar os professores no difícil processo de alfabetização cartográfica.
A utilização dos jogos surpreendeu os alunos do 6º ano, pois os alunos não acreditavam
que os jogos eram feitos no PowerPoint, essa curiosidade foi importante para despertar a
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Rosangela Doin de; PASSINI, Elza Yasuko. O especo geográfico: ensino e
representação. 15ª ed. São Paulo: Contexto, 2008.
ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. Campinas, São Paulo: Papirus,
1998.
KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 13. ed. São Paulo:
Cortez, 2010.
LOPES, Maria da Glória. Jogos na educação. Criar, fazer e jogar. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MINAYO. M.C.S. O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11ª ed. São
Paulo: HUCITEC, 2008.
OLIVEIRA, Raíssa Nunes; FONSECA, Gildette Soares. Desafios de ser professor de Geografia
no Brasil. In: XVIII ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, Anais.
Águas de Lindóia, novembro, 2012.
PASSINI, Elza Yasuro. Alfabetização Cartográfica e o livro didático: uma análise crítica. Belo
Horizonte: Lê, 1998.
VENTURI, Luis Antonio Bittar (org). Praticando a geografia: técnicas de campo e laboratório.
São Paulo: Oficina de Textos, 2005.
RESUMO
Este trabalho consiste em um relato de experiência na formação pedagógica das autoras durante
o ano de 2020, ano atípico por conta da pandemia de Covid-19. Justificamos a necessidade de
flexibilização que a educação mundial precisou vivenciar nesses tempos de distanciamento
físico com o auxílio das tecnologias da informação e da comunicação na educação (TICs),
Realidade Virtual e Aumentada. Temos como objetivo relatar as experiências. Na abordagem
metodológica qualitativa, observação-participante, pesquisa documental e bibliográfica. A
educação pode estar em muitos lares, por meio digital, com acesso à internet, seja em aulas
remotas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) como também na formação imersiva
em realidade virtual, na Universidad Católica de la Santísima Concepción (UCSC). Como
aporte teórico utilizamos: Paulo Freire (1997), Henry Jenkins (2009), Vani Kenski (2012),
Romero Tori e Marcelo Hounsell (2018), entre outros. Como resultados agregamos à nossa
formação docente o ensino e a aprendizagem em realidade virtual e no idioma espanhol.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Formação pedagógica. Tecnologias educacionais.
Experiências.
INTRODUÇÃO
O projeto oportunizou pensar em uma nova perspectiva para a educação, tal qual a
pandemia tem nos direcionado, uma educação online, uma educação das telas, na qual os
encontros são distantes e os abraços já não são tão calorosos e afetuosos. Mas, também, mesmo
com um pouco desses encontros sendo afetados pelo distanciamento possibilita, novamente, ter
a sensação, mesmo que ainda distante, dessas trocas serem feitas, pois na realidade virtual
podem ser simuladas. Mostra-se que a escola, mesmo durante esse momento pandêmico, ainda
pode ser habitada pelos corpos, neste caso da formação Chile ocupadas por avatares que nos
representaram. Pode ser transitada e é devolvida a todos os sujeitos participantes um pouco da
escola viva. Dessa forma, podemos vivenciar e aprender como estudantes e docentes em
formação na realidade virtual e aumentada no Software Singularity.
6
Disponível em: http://www.nuted.ufrgs.br Acesso em: junho de 2021.
7
Disponível em: https://www.udesc.br/proreitoria/proen/espine Acesso em: junho de 2021.
O projeto contribuiu para refletir sobre o uso de tecnologias como metodologias ativas
em sala de aula e (re)pensar propostas instigadoras e desafiadoras em tempos de pandemia de
Covid-19, utilizando de materialidades e metodologias virtuais que alcançassem e atingissem
os estudantes qualitativamente.
Um exemplo desse processo pode ser visto no segundo encontro que se caracterizou
pela temática Preguntas generadoras que buscava uma escuta aos conhecimentos prévios de
cada estudante sobre determinado assunto. Ressaltamos que, para cada reto (desafio),
poderíamos escolher uma temática e um conteúdo de trabalho; também, uma determinada etapa
de educação dentro de nossa área de formação, caso quiséssemos, pois nessa turma havia
colegas de diferentes áreas, como estudantes de licenciatura em química.
Assim, é possível perceber uma vasta discussão que pode ser abrangida apenas nessa
proposta, o que não foi diferente nos outros retos, trazendo não apenas reflexões quanto às
práticas, mas novas possibilidades. Como, por exemplo, na proposta de organizadores gráficos
que nos traz uma vasta discussão quanto às formas de sistematização dos conteúdos,
impactando em nossa formação como estudantes em tempos de pandemia, onde estamos cada
vez mais dispersos. Assim, propõe-se a pensar como promover uma forma de compreensão dos
conteúdos de forma a garantir esse aprendizado sem prejuízo ao estudante.
Ainda, propõe que pensemos como avaliar esse estudante, construindo um saber de que
a avaliação deve ser processual e não estanque e rígida, constituindo-se continuamente a partir
de observações e escutas durante todo o processo que irão percorrendo ao longo das propostas,
considerando suas experiências, potencialidades e desenvolvimentos a cada momento para que,
se necessário, o planejamento seja alterado conforme suas necessidades e anseios.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tivemos essa experiência relatada ao longo deste trabalho e, dessa forma, continuamos
nossa formação na pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria, através das tecnologias
educacionais como Google Meet, Moodle, apresentando trabalhos com powerpoints e layouts
do Canva, além de grupos no Whatsapp, como forma de aproximar os estudantes dos docentes
e de permitir que a educação continue seu rumo de um jeito inusitado para quem ainda não tinha
familiaridade, mas totalmente possível hoje.
Nesse sentido, o uso de metodologias ativas, como a que vivemos nessa experiência,
permite refletir subjetivamente sobre uma educação contemporânea que vem sendo constituída
a partir do avanço de novas tecnologias. Dessa forma, dentro do processo de formação inicial
em que estamos inseridas e no momento o qual nos encontramos no país, essa experiência
proporciona diversas aprendizagens como utilização de avatares, salas interativas em realidade
aumentada, comunicação via fórum no Moodle, escritas conjuntas via drive do Google e
reuniões via Google Meet que agregam em nosso processo formativo, fornecendo mecanismos
inovadores de ensino-aprendizagem.
EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. [org.]. As cem linguagens das crianças: a
experiência de Reggio Emillia em transformação. Porto Alegre: Penso, 2016.
FREIRE, P.; FAUNDEZ, A. Por uma pedagogia da pergunta. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra,
1985.
TORI, R; HOUNSELL, M. da S.; KIRNER, C. Realidade virtual. In: TORI, R.; HOUNSELL,
M. da S. [org.]. Introdução a Realidade Virtual e Aumentada. Porto Alegre: SBC, 2018, p.
11-29. Disponível em: http://blog.esemd.org/2018/10/livro-introducao-realidade-virtual-
e.html. Acesso em: setembro de 2020.
TORI, R.; HOUNSELL,M. da S.; KIRNER, C. Realidade aumentada. In: TORI, R.;
HOUNSELL, M. da S. (org.). Introdução a Realidade Virtual e Aumentada. Porto Alegre:
SBC, 2018, p. 30-59. Disponível em: http://blog.esemd.org/2018/10/livro-introducao-
realidade-virtual-e.html. Acesso em: setembro de 2020.
RESUMO
Durante o desenvolvimento de um serious game voltado para a mediação do ensino do suporte
básico de vida diante de uma parada cardiorrespiratória, foi sendo notada a necessidade de
estudar os efeitos das associações que se estabeleceram entre os atores humanos e não humanos
durante todo o processo de construção do artefato tecnológico. No início, parecia ser uma
atividade que exigia ações “puramente” técnicas. No entanto, na prática, percebeu-se que a
construção do game se realizou em um ambiente heterogêneo, com posições de poder
individuais e institucionais, ideologias, políticas, contextos tecnológicos e regulatórios, entre
outros que permitiram ou restringiram a construção do artefato. Neste contexto, este artigo
possui como objetivo descrever a construção de um serious game na área da saúde tornando
visível a rede sociotécnica estabelecida a partir da Teoria Ator-Rede. Trata-se de uma pesquisa
empírica de método qualitativo, baseada na cartografia, com procedimento de produção de
dados através da observação e entrevista. A partir da realização desta cartografia foi possível
trazer visibilidade para as inúmeras associações entre diversos e heterogêneos elementos
(humanos e não humanos) na construção do serious game, conformando uma realidade híbrida,
o que muitas vezes é ignorada em trabalhos que envolvem produção de tecnologia. Esta
experiência de desenvolvimento e análise das relações que se estabeleceram em todo o
processo, se configurou também como uma importante metodologia ativa para potencializar o
aprendizado dos alunos envolvidos e a aquisição de novas habilidades cognitivas e relacionais.
PALAVRAS-CHAVE: Serious game; Rede sociotécnica; Teoria Ator-Rede.
INTRODUÇÃO
Neste trabalho, nos propomos a discutir a construção de um serious game para a área da
saúde, especificamente o suporte básico de vida diante de uma parada cardiorrespiratória, por
meio da perspectiva da Teoria Ator-Rede (TAR), que se baseia no princípio da simetria ao
manter sob o mesmo arcabouço de análise elementos humanos e não humanos, evitando a visão
compartimentalizada da realidade (LATOUR, 2012).
Para Silva (2011), não é possível pensar o desenvolvimento tecnológico apenas a partir
de uma perspectiva sociodeterminista ou tecnodeterminista, perspectivas dicotômicas que
evidenciam o predomínio da agência social ou da agência técnica sobre o homem, mas sim a
partir de relações sociotécnicas imbricadas, sem condições de causalidade ou linearidade. Nesta
perspectiva, a construção de um artefato tecnológico envolve a associação entre diferentes
atores humanos e não humanos, formando um coletivo implicado, uma rede sociotécnica,
segundo Latour (2012).
A rede sociotécnica não pode ser entendida como o local por onde as coisas passam, se
deslocam ou são depositadas, mas sim como processos nos quais relações se estabelecem e se
transformam. A rede é o próprio movimento das associações que formam o social. Não se refere
à rede da cibernética, da internet, do sistema de esgotamento sanitário ou da rede ferroviária,
mas remete a fluxos, circulações, alianças e deslocamentos, nos quais os atores envolvidos
interferem e sofrem interferências constantes (LATOUR, 2012). Deste modo, é possível pensar
que coisas/objetos e pessoas participem conjuntamente das ações na construção de um game e
devem ser considerados em todo o processo, pois a importância não está apenas no sujeito
(humano), ou no objeto/coisa (não humano), mas na rede sociotécnica que eles performam ao
se associarem, a fim de traduzirem informações transformando-as em conhecimento, ação,
prática.
8
Um ator se define como qualquer pessoa, instituição ou coisa que age, que produz efeitos no mundo ou sobre ele,
que têm agência (LATOUR, 2012).
Durante a construção do serious game foi sendo percebida a existência e os efeitos das
associações entre humanos e os não humanos que se fizeram e desfizeram durante todo o
desenvolvimento. Para Jesus (2014), a compreensão desse processo, social e coletivo, pelo qual
os artefatos tecnológicos são construídos, busca trazer visibilidade para a rede de atores que os
sustentam. Um processo no qual “elementos do social, do técnico, do conceitual e do textual
são justapostos e então convertidos (ou traduzidos) para um conjunto de produtos científicos,
igualmente heterogêneos” (LAW, 1992, p.2). Desse modo, a partir da Teoria Ator-Rede foi
possível desvelar o processo de construção, entendendo como se articularam os vários atores
envolvidos no desenvolvimento do serious game, bem como as relações estabelecidas e seus
efeitos. Mas não um desvelamento absoluto, apenas um desvelamento segundo o local e o
ângulo de quem olha (JESUS, 2014).
No início do desenvolvimento do game, parecia ser uma atividade que exigia ações
“puramente” técnicas. No entanto, na prática, percebeu-se que a construção do game se realizou
em um ambiente heterogêneo, com posições de poder individuais e institucionais, ideologias,
políticas, contextos tecnológicos e regulatórios, entre outros que permitiram ou restringiram a
construção do artefato. Neste contexto, este artigo possui como objetivo descrever a construção
de um serious game na área da saúde tornando visível a rede sociotécnica estabelecida a partir
da Teoria Ator-Rede
Como a “rede é um conceito, não uma coisa” (LATOUR, 2012, p.192), ela não deve ser
utilizada para indicar qualquer representação gráfica ou um agrupamento de elementos
interconectados por linhas que imobilizam a sua estrutura. Para Rezende (2016), uma vez que
a TAR não remete a formas previamente organizadas, a rede apenas se torna visível por meio
do relato feito pelo próprio investigador, cuja missão é demonstrar a dinâmica na qual atores
induzem uns aos outros a agir, ao deslocamento, a tomar rumos inesperados. A Teoria Ator-
Rede revela, deste modo, o seu alto caráter metodológico, sendo uma ferramenta útil para
observar e descrever a formação de redes.
9
Refere-se ao conjunto de medidas e procedimentos técnicos que inicialmente são prestados à vítima de parada
cardiorrespiratória objetivando a manutenção da vida.
Segundo Huizinga (2014), um jogo pode ser definido como uma atividade voluntária,
exercida dentro de determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente
consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotada de um fim em si mesma, acompanhada de
um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência diferente da vida cotidiana.
O jogo esteve presente na vida das pessoas desde a era primitiva e vem sendo estudado
como elemento importante no desenvolvimento humano. O jogar, dentro do processo educativo,
pode se performar em um momento de experimentação e de problematização, pois caminhos
não lineares podem dar lugar à uma multiplicidade de associações e agenciamentos.
De acordo com Gee (2010), bons jogos digitais integram bons princípios de
aprendizagem e têm muito para nos ensinar sobre a aprendizagem dentro e fora das escolas.
Assim, os jogos digitais podem contribuir significativamente para aprendizagem, assumindo
um caráter facilitador e motivador nas interações suscitadas durante as aulas, nas relações
sociais, entre outros, mas para isto acontecer é preciso que o mesmo possua um propósito bem
definido e uma metodologia adequada.
Na área da saúde, como são jogos cuja finalidade muitas vezes envolve ensinar a salvar
vidas, os serious games precisam ser fiéis às situações apresentadas, sem, no entanto,
comprometer o componente de imersão e motivação, característica comum nos jogos. Os
benefícios proporcionados vão além do conhecimento e das habilidades adquiridas, pois
permitem que os jogadores lidem com situações ou ambientes que são impossíveis de
reproduzir na vida real, por razões de tempo, custo e até mesmo segurança (VASCONCELLOS
et al., 2018). Segundo a Digital Group (2017), mesmo os games baseados apenas em uso online,
isto é, sem realismo sensório-motor, apresentam benefícios para o aprendizado dos jogadores.
Nesse cenário, os serious games acabaram se tornando novas metodologias para o ensino e
treinamento em saúde que unem jogos digitais e educação, fomentando a construção de
conhecimentos, práticas e habilidades de uma maneira prazerosa e estimulante.
Como a Teoria Ator-Rede objetiva descrever a associação dos diferentes atores em redes
construídas e mantidas para alcançar um objetivo particular, a exemplo do desenvolvimento de
um game, a mesma se adéqua aos objetivos propostos nesta pesquisa.
É importante entender o termo ator nesta teoria, pois este pode ser qualquer elemento
(humano ou não humano) que interage, promove mudanças, que tem agência (faz agir outros
atores) e produz efeitos, constituindo-se na ação e formando redes. O ator, na expressão
Nesta perspectiva, os objetos/coisas não podem mais ser considerados como simples
instrumentos ou próteses/prolongamentos do homem, pois ao constituírem a rede eles podem
também “autorizar, permitir, conceder, estimular, ensejar, sugerir, influenciar, interromper,
possibilitar, proibir, etc.” (LATOUR, 2012, p.109), afetando as escolhas e possibilidades dos
outros atores. Eles deixam de ser apenas artefatos e passam a participar das ações nas situações
cotidianas, provocando transformações.
Law (1992) esclarece ainda que a não distinção entre pessoas e objetos/coisas não é uma
posição ética, mas uma atitude analítica, que não implica em classificar pessoas como
máquinas, nem negar direitos, deveres e responsabilidades geralmente atribuídas aos humanos.
O autor concebe pessoa como um efeito produzido por uma rede de materiais interativos e
homogêneos e exemplifica, “se você me tirar o computador, meus colegas, meu escritório, meus
livros, minha mesa de trabalho e meu telefone, eu não seria um sociólogo que escreve artigos,
ministra aulas e produz conhecimento. Eu seria uma outra coisa, e o mesmo é verdade para
todos nós” (LAW, 1992, p. 5).
De acordo com Callon (2008), um bom termo a ser usado nesta conjuntura é o
agenciamento sociotécnico, a fim de descrever a grande diversidade de agências. Segundo o
autor, o problema não é saber se os seres humanos são dotados de intenção ou se são capazes
de certa forma de conhecimento, não está em debate a capacidade de agenciamento dos seres
humanos. A questão consiste em saber quais são os agenciamentos que existem e que são
capazes de fazer, de pensar e de dizer, a partir do momento em que se introduz nestes
agenciamentos não só o corpo humano, mas os procedimentos, os textos, as materialidades, as
técnicas, os conhecimentos abstratos e os formais. Existem agenciamentos diferentes uns dos
outros capazes de fazer coisas igualmente diferentes (CAMILLIS; BUSSOLAR;
METODOLOGIA
Neste caminhar, se faz preciso descobrir os atores que falam pela rede, tanto os
concordantes quanto os discordantes. Deste modo, entre os atores humanos foram entrevistados
os desenvolvedores (estudantes e professores). As entrevistas foram gravadas e posteriormente
transcritas. Todos os atores assinaram o Termo de Assentimento do Menor e o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Na perspectiva da TAR, a observação deve ser detalhada, sem pressa, atenta a qualquer
detalhe, pois o que importa são os fluxos, as negociações, seguir o que foi traçado e jamais
traçar para seguir (BORTOLATO; CRUZ, 2019). Nesta pesquisa, o processo de caminhar pela
rede também aconteceu por meio da observação participante. A observação participante
proporciona maiores evidências dos rastros deixados pelos atores, destacando os não humanos,
resultando em um mapeamento com mais propriedade do fenômeno. As observações foram
inscritas em um diário de campo.
DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO
O serious game foi construído no formato 3D, single player (um único jogador) e com
o motor gráfico da plataforma Unity, por ser gratuita e proporcionar uma interface intuitiva e
interativa para o desenvolvimento dos games. Em relação à plataforma de design foi utilizado
O cenário escolhido foi um parque aquático por possibilitar que novas situações de
emergência como afogamento, traumatismos e convulsões possam ser adicionadas no futuro,
ampliando as possibilidades educativas para a temática de primeiros socorros. Toda mecânica
da simulação foi baseada no guideline da American Heart Association (2020), sendo este a
referência para os principais protocolos médicos de ressuscitação cardiopulmonar no Brasil.
MAPEAMENTO DA REDE
“(...) eu queria trabalhar com algo relacionado a jogos e ele (orientador), me informou
que conhecia uma aluna de enfermagem que gostaria muito de produzir jogos
educacionais. Eu achei que era uma ótima oportunidade e pedi para entrar em contato
e basicamente começou a criar a ideia” (Desenvolvedor 1).
“Tivemos que assistir alguns vídeos sobre como funciona os primeiros socorros”
(Desenvolvedor 2).
Esta fala mostra como a rede conformada fez-fazer, mobilizando os alunos a buscarem
conhecimentos em diferentes mídias para produzirem melhor o jogo.
“Tivemos uma aula básica de suporte básico de vida para que a gente pudesse sentir
um pouco para poder reproduzir isso de forma mais realista” (Desenvolvedor 1).
“Foi muito importante a questão do encontro que tivemos com a professora que
mostrou um pouco na prática e conseguimos até usufruir disso não só para os meninos
que estavam desenvolvendo, mas para os meninos que faziam parte das linhas de
pesquisa diversas que nós temos e conseguimos mostrar para eles não só a
possibilidade do desenvolvimento do jogo, mas conseguimos mostrar para eles o
quanto isso é importante saber na vida real” (Professor Desenvolvedor).
Feito todo o levantamento sobre a temática a ser abordada no jogo, partiu-se para a
definição do cenário. Como pesquisado, a maioria dos casos de parada cardiorrespiratória
ocorre em ambiente extra-hospitalar e com isso definiu-se que toda a narrativa do serious game
se daria em um parque aquático, pensando na possibilidade de posteriormente acrescentar
outros tipos de situações envolvendo primeiros socorros.
Importante pontuar que a ideia inicial seria produzir um jogo em 2D pela habilidade que
um dos alunos-desenvolvedores já possuía com essa linguagem de programação, porém no
decorrer da trajetória de criação, percebeu-se que seria mais interessante produzir um jogo 3D
por ser mais realista e servir como um melhor simulador para o treinamento em saúde, visto
que o público-alvo seria estudantes da área da saúde e a população leiga. Assim, os alunos-
desenvolvedores assumiram a tarefa da construção de um jogo 3D mesmo sem possuírem
nenhum curso específico na área de programação.
Entretanto, este novo formato impôs um maior tempo para desenvolvimento visto que
exigia maior habilidade de programação por parte dos alunos da iniciação científica, que foram
buscar informações através de chats, fóruns de discussão, leituras e experimentações. Esta
mudança de planejamento fez com que novos atores não humanos (novos programas de
modelagem) fossem adicionados à rede, o que produziu inquietação, o movimento de busca
pelo conhecimento e experimentação de diferentes possibilidades. Surgiu um espaço inventivo
que permitiu aos alunos entrarem em um movimento de criação, pois foram inquietados,
forçados a inventar, a pensar, a trilhar novos caminhos. A produção do conhecimento não se
limitou a simples assimilação de um manual, mas foi performado enquanto experimentação do
problema, criação e produção de realidade, gerando multiplicidades de formas de pensar e de
modos de conhecer.
Percebemos neste momento a agência dos não humanos, pois quando Latour (2012) fala
em agência, não está se referindo a uma intenção, a uma ação deliberada pelos atores, e sim à
capacidade desses em provocar, em motivar outros atores na rede a executar uma ação. Ou seja,
o agenciamento não abrange uma intencionalidade, e sim tem a qualidade de modificar, auxiliar,
mediar uma nova ação.
Para a construção do game, foram utilizados softwares de código fonte aberto (gratuitos)
e softwares pagos, sendo neste ponto evidenciado a participação da gestão escolar.
“(...) uma coisa que ajudou bastante a gente também foi o conhecimento em inglês
porque quase 100% das coisas que a gente encontrava era em inglês porque
geralmente o pessoal no Brasil não trabalha muito com esse tipo de coisa,
principalmente os jogos em 3D” (Desenvolvedor 1).
A partir da TAR não é possível compreender a competência em outro idioma como uma
característica inata desses alunos, pois não há essências, tudo deriva da relação estabelecida
entre os atores. A habilidade de se comunicar em outro idioma surgiu da mobilização dos alunos
por suas próprias experiências vividas anteriormente, pelas redes relacionais das quais fizeram
parte, pelos vínculos que já haviam estabelecidos, e contribuiu para as novas associações que
estabeleciam na rede para construção do game.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BORTOLATO, Márcia Melo; CRUZ, Dulce Márcia Cruz. Adoção do moodle por professores
universitários na perspectiva da teoria ator-rede. Educ. Perspectiva, v. 10, p. 1-15, 2019.
CALLON, Michel. Elaborating the notion of performativity. Le Libellio d’Aegis, v.5, n° 1, pp.
18-29, 2008.
GEE, James Paul. Bons Vídeojogos + Boa Aprendizagem: Coletânea de Ensaios sobre os
Vídeojogos, a Aprendizagem e a Literária.Portugal: Pedágio, 2010.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: O jogo como elemento da cultura. 8ed. São Paulo:
Perspectiva, 2014.
OLIVEIRA, Kaio Eduardo de Jesus Oliveira et al. Jogos pervasivos, realidade aumentada e
teoria ator-rede: ludicidade e educação na cibercultura. In: 10º Encontro Internacional de
Formação de professores, 2017, Aracajú. Anais... Aracaju: Universidade Tiradentes, 2017.
Disponível em: https://eventos.unit.br/enfope2017. Acesso em: 15 dez 2019.
VARELA, Francisco. Sobre a competência ética. Lisboa, Portugal: Ed. 70, 1995.
VASCONCELLOS, Marcelo Simão et al. O jogo como prática de saúde. Rio de Janeiro,
Editora: Fiocruz, 2018.
RESUMO
O artigo apresenta o processo histórico da construção de indicadores de qualidade da Educação
Superior na modalidade digital, tendo como cenário analítico o período compreendido entre
2008 e 2018. Para conhecer o perfil e expectativas dos alunos que ingressam na universidade,
na modalidade estudada, foi realizada pesquisa qualiquantitativa, de análise descritiva por meio
de um questionário elaborado. O objetivo foi gerar um panorama preciso para identificar as
principais dimensões de análise, extraídas do questionário elaborado, que possam subsidiar a
construção dos indicadores. Concluiu-se que qualidade deve ser abordada como categoria
multidimensional e dinâmica e que a construção de indicadores de qualidade é necessária para
o planejamento de ações acadêmicas em um cenário de crescimento acelerado, com
preocupações permanentes acerca de sua efetivação em qualquer cenário educacional.
PALAVRAS-CHAVE: ensino superior; avaliação institucional; educação a distância; educação
digital.
INTRODUÇÃO
A Constituição Federal (1988), em seu Art. 205, busca garantir o direito de todos à
educação, sendo dever do Estado promover essa democratização. Já o Art. 206, inciso VII da
Constituição Federal (1988) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n.º 9.394
(1996), Título II, Art. 3.º, parágrafo IX, determinam que o ensino no Brasil será ministrado com
base no princípio da garantia de padrão de qualidade. A fim de assegurar ao cidadão esse
princípio, foi previsto no Art. 214 da Constituição Federal (1988) o Plano Nacional de Educação
(PNE) com a finalidade de articular e definir diretrizes, objetivos e metas e estratégias de
implementação, bem como a manutenção e o desenvolvimento do ensino em seus diversos
níveis, etapas e modalidades. O Plano Nacional da Educação 2014-2024 [PNE] (Ministério da
Educação, 2014), em seus incisos II e III, destaca a universalização e a melhoria de qualidade
do ensino. A meta 12 do PNE aponta para os desafios da política de expansão da educação
superior em termos de inclusão e qualidade. Por isso, propõe elevar a taxa bruta de matrícula
Todavia, com relação à educação superior, no período compreendido entre 2008 e 2018,
observou-se um significativo aumento de matrículas10, acompanhando o crescimento do
Produto Interno Bruto [PIB], porém mais expressivo na rede privada de ensino e na modalidade
digital11, segundo o Censo da Educação Superior 2014 [CENSO] (2016)12. A exceção foi o
período entre 2015 e 2016, quando ocorreu uma desaceleração de -0,2% seguindo os anos de
recessão na economia, conforme indicações do PIB de -3,8% e -3,6%, respectivamente. O
número de matrículas em curso de graduação e em curso sequencial se elevou de 4.944.877 em
2006 para 8.052.254 em 2016 (CENSO, 2016). Esse crescimento teve significativa participação
das instituições de ensino superior privadas, que, em 2016, respondiam por 75,3% (6.058.623)
do total de matrículas nos cursos de graduação. A rede pública participou com 24,7%
(1.990.078). Nesse mesmo ano, das 2.407 instituições de educação superior (IES) existentes no
Brasil, 87,7% (211) eram IES privadas e 12,3% (296) públicas (CENSO, 2016). Por modalidade
de ensino, em 2016, 71,5% das matrículas de instituições presenciais e 91,8% em cursos digitais
ocorreram na rede privada (Lima, 2018)13.
10 Apesar do corte temporal da pesquisa, os dados recentes do Censo da Educação Superior 2019 e os Censos da
Ead de 2017, 2018, 2019 corroboram as análises realizadas e reforçam as hipóteses apresentadas no texto.
11 Este artigo optou pelo uso do termo educação digital no lugar de educação a distância (Ead) a fim de avançar
em relação a uma uma concepção da EaD como um“processo que enfatiza a construção e a socialização do
conhecimento; a operacionalização dos princípios e fins da educação, de forma que qualquer pessoa,
independentemente do tempo e do espaço, possa tornar-se agente de sua aprendizagem, devido ao uso de
materiais diferenciados e meios de comunicação, que permitam a interatividade (síncrona ou assíncrona) e o
trabalho colaborativo/cooperativo.” (MOREIRA e SCHLEMMER, 2020, p. 14) A concepção digital, enquanto
modalidade, compartilha desses pressupostos e enfatiza a necessidade de o estudante ter um dispositivo com
acesso à internet para acessar plataformas digitais e aplicativos de ensino. Todavia isso não significa um
distanciamento. A mediação dos softwares e espaços tecnológicos digitais, ao contrário, viabilizam interação,
interatividade, conexão e colaboração ativa em tempo real entre os agentes do processo. As estratégias de
comunicação (aulas ao vivo via software, vídeos, podcast, fóruns, grupos de debate remoto, gamificação,
realidade virtual com quadro interativos, laboratórios digitais interativos), bem como modelagens cada vez mais
híbridas, com encontros síncronos e assíncronos, tendem a permitir maior personalização, customização e
aproximação das necessidades formativas estudantis. Essa percepção aconteceu a partir dos últimos anos, não
captado em documentos institucionais anteriores a 2018, em particular pela maior adesão, principalmente pelo
imperativo da pandemia mundial ocasionada pelo SARS-CoV-2, ao ensino remoto.
12 O Censo da Educação Superior 2019, apontou uma diferença, segundo categorias administrativas (presencial
e ead) entre 2018 e 2019 do número de vagas oferecidas para os cursos de graduação, com crescimento de 45%
para Ead e uma retração de 5,2% para os cursos presenciais (Censo, 2019, p.13). O número de ingressantes em
2019 (3.625.915) aproximou a participação nessas modalidades com 56,2% para a modalidade presencial e 43,8%
para a distância (p. 14). Segundo análise do Censo houve um salto neste último de 16,1% em 2009 para 43,8%
em 2019.
13 Os dados do Censo de 2019 mantêm essa diferença. “Com mais de 6,5 milhões de alunos, a rede privada tem
três em cada quatro alunos de graduação. Em 2019, a matrícula, na rede pública, cresceu 0,1% e, na rede privada,
2,4%.” (Censo, 2019, p. 19). Somente em 2019 o setor público respondia por 24,2% de matrículas e o privado
em 75,8%. Na rede privada a partir de 2016 a matrícula em cursos presenciais “tem diminuído, esse
comportamento é acompanhado pelo aumento do ritmo de crescimento dos cursos EaD” (p. 27), sendo 35%
nesta modalidade. Vale considerar em números absolutos a diferença. Em 2009 havia 3.764.728 estudantes
em cursos presenciais e 665.429 em digitais. Essa diferença reduziu em 2019, com 4.231.071 e 2.292.607,
respectivamente. (p.27).
Tal percepção permite o avanço rumo à noção de qualidade social que tangencia as
medições restritas às proficiências acadêmicas, considerando-as dentro de um contexto de
formação ampliada por parte dos alunos. Como nos lembram Dalben e Almeida (2015, p. 18),
“qualidade é um conceito subjacente ao de avaliação, um delineamento que leva à qualidade
social permitiria dar outro enfoque às avaliações externas”.
Tomando como base nos critérios definidos pelo grupo de trabalho para elaboração do
Mapa de Inovação e Criatividade, disponibilizado pelo MEC (Brasil, 2015), chama
especialmente a atenção os seguintes indicadores de qualidade estabelecidos:
• Claro está que esses indicadores foram escolhidos tendo por referência a atuação da
educação no formato presencial. Na aproximação desses indicadores com os dados
advindos da coleta realizada – resguardado o fato de que os retornos analisados
compreendem somente manifestações de alunos ingressantes, o que nos permite ter
como referência somente os seus perfis de ingresso, pretende-se evidenciar de que forma
esses elementos podem ser abarcados pela educação superior digital e como se
evidenciam os desafios para o avanço do trabalho realizado.
Por isso, sinalizar se uma instituição educacional tem qualidade coloca cada pesquisador
diante de uma gama de conceitos, representações ou concepções de qualidade que devem
embasar as práticas, as políticas educativas, as dimensões e os fatores que apontam para essa
construção almejada. Observa-se, por exemplo, que na delimitação do perfil dos egressos nos
projetos pedagógicos institucionais e nos projetos pedagógicos de cursos de graduação e de
curso superior tecnológico é frequente encontrar a preocupação em formar cidadãos críticos,
éticos, capazes de contribuir para o desenvolvimento humano, para o bem-estar da sociedade e
aptos a exercerem profissões atuais e futuras. De certa forma, vinculam-se entre uma visão
economicista e de equidade. Desse modo, compreende-se a percepção de que, como destacam
Lousada e Martins (2005, p.75), “as universidades são depositárias das esperanças sociais de
grande parte da população, que espera e cobra resultados, benefícios sociais e culturais efetivos
das IES”. Nessa perspectiva, as instituições passam a delimitar planejamentos, operações e
mecanismos de acompanhamento dos ingressantes, concluintes e egressos.
Por sua vez, seguindo a linha do perfil dos egressos e seu êxito acadêmico, os recentes
estudos tratam o tema práticas institucionais extracurriculares e aptidões físicas (Silva &
Ehrenberg, 2017; Vaz & Oliveira, 2016), trajetórias escolares de estudantes das classes
populares, o efeito dos cursos pré-universitários populares e o impacto de ser estudante
trabalhador (Dias, 2017; Niquini et al., 2015), efeitos das políticas como o Sistema de Seleção
Unificada (Sisu) e a evasão dos alunos e políticas de inclusão (Nogueira, Nonato, Ribeiro &
Flontino, 2017; Queiroz, Miranda, Tavares & Freitas, 2015; Martins & Lacerda, 2015), até as
Em 25 de junho de 2014 foi sancionado o Projeto de Lei n.º 8.035 (2010), transformado
na Lei n.º 13.005 (2014) que aprovou o PNE para o atual decênio. As diretrizes do PNE
elencadas no Art. 2º, entre outros parágrafos, determina de forma indiscutível a universalização
(parágrafo II), a “IV - melhoria da qualidade da educação” e o “VIII - estabelecimento de meta
de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto –
PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e
equidade”. Por sua vez, o Art. 5º dispõe que a “execução do PNE e o cumprimento de suas
metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas” e prevê que, a cada
dois anos, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira [INEP]
deverá construir instrumentos de monitoramento e avaliação e “publicará estudos para aferir a
evolução no cumprimento das metas” do PNE.
A Lei n.º 13.005 (2014) estabelece 20 metas e 254 estratégias. Cinco metas são
dedicadas à educação superior: as de número 12,13,14,16 e 20. Este estudo concentrou atenção
nesses aspectos e, especialmente, na Meta 12, qual seja: “Elevar a taxa bruta de matrícula na
educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada
a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento
público”.
No entanto, a mudança da política do Fies entre 2015 e 2017 afetou os ingressantes nos
cursos presenciais nas instituições privadas. De acordo com a Portaria Normativa n.º 10 (2015),
as ofertas de vagas no Fies se destinavam, prioritariamente, para cursos com notas 5 e 4 no
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), fator que reduziria a
possibilidade de oferta para cursos principalmente da rede privada e Digital para as regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo-se o Distrito Federal). Anteriormente, 60% estavam
14 O Relatório de 2019 reforça essa análise. O PROUNI (Programa Universidade para Todos) ofertou em 2019
411.930 novas bolsas, “das quais 219 mil foram ocupadas, ou seja 53%. Durante o período de 2016 a 2019, já
foram ofertadas 1.489.224 novas bolsas do Prouni” (RELATÓRIO, 2019, p. 33). Também desenvolveram ações
como a “Bolsa Permanência, que beneficiou, em 2019, uma média mensal de 8,6 mil bolsistas. Desde sua criação,
em 2005, o Prouni atendeu, até 2019, mais de 2,69 milhões de estudantes” (idem).
Em 2017, foi publicada uma nova portaria, a Portaria Normativa n.º 25 (2017) que
determinava novas regras para o Fies e o Programa de Financiamento Estudantil (PFies). A
renda foi alterada para até três salários mínimos, na modalidade de financiamento do Fies e até
cinco salários mínimos, na modalidade de financiamento do P-Fies. Como isso, criaram-se três
categorias de ingressantes pelo financiamento: os estudantes com renda de até três salários
mínimos e, neste caso, seguindo a norma de 2015, acabou a carência de 18 meses após o fim
do curso e o estudante terá que começar a pagar assim que se formar; para estudantes com renda
de até cinco salários mínimos, as taxas passaram a ser de 2,5% a 3%, mas somente para cursos
nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; os estudantes dessa mesma faixa de renda, de todo
o país, poderão solicitar recursos de bancos privados. Quanto ao ProUni, iniciado em 2004,
para obter as bolsas integrais é preciso ter renda familiar mensal de até 1,5 salário mínimo e
para as bolsas parciais de 50%, a renda não pode exceder três salários mínimos. As mudanças
projetadas para 2018 buscavam direcionar as ofertas para cursos de formação de professores,
por meio do Edital n.º 2 (2018).
Fonte: Elaborado pelas autoras, com base nos dados do Censo da educação superior 2012: resumo técnico
(2014), Censo da educação superior 2013: resumo técnico (2015), Censo da educação superior 2014: resumo
técnico (2016), Censo da educação superior 2015: notas estatísticas (2015), Censo da educação superior 2016:
principais resultados (2016) e Mapa do ensino superior no Brasil (2015) e (INEP, 2013).
No período 2012-2016, conforme o Censo da Educação Superior de 2016, apesar da
crise em 2015, há um crescimento total de 12.6% nas matrículas, passando de 7.037.688
matrículas em 2012 para 8.048.701 estudantes matriculados nas redes pública e privada em
2016. com os dados sistematizados no gráfico, observa-se uma prevalência do crescimento para
as matrículas na rede privada, o que pode indicar que, mesmo nesse contexto adverso, as
instituições privadas apresentaram um maior número de matrículas se comparadas com o
número de matrículas na rede pública. Esse quadro se consolida quando, em interseção com
dados do ano-base 2016, aponta-se o investimento da rede privada. Em 2016, o ensino superior
ofereceu 184.158 vagas a mais, em relação ao ano de 2015. Além disso, nesse mesmo período,
entre 2015 e 2016, houve um aumento na contratação de professores com doutorado, com novos
2.077 professores nessa condição. Isso foi mais expressivo nas universidades (se comparado
com centros universitários e faculdades, mesmo que estas ainda ofertem mais vagas) e nas
regiões Sudeste, Sul e Nordeste (Lima, 2018), o que reforça a melhoria das avaliações das
instituições no Sinaes.
1113850 1153572
Presencial Digital
Fonte: Elaborado pelas autoras, com base nos dados do Censo da educação superior 2012: resumo técnico
(2014), Censo da educação superior 2013: resumo técnico (2015), Censo da educação superior 2014: resumo
técnico (2016), Censo da educação superior 2015: notas estatísticas (2015), Censo da educação superior 2016:
principais resultados (2016) e Mapa do ensino superior no Brasil (2015) e (INEP,2013).
Enquanto o ensino presencial teve uma redução de 1,2% nas matrículas em relação ao
ano anterior, o ensino digital teve expansão de 7,2%. Com isso, os cursos digitais atingem a
Vale destacar que a oferta de cursos na modalidade digital já estava prevista no Art. 80
da Lei n.º 9.394 (1996) e passou pela última atualização pelo Decreto n.º 5.622 (2005). Nesse
período, a educação digital cresceu fortemente no país. De acordo com informativo do
Ministério da Educação [MEC] (Brasil, 2017a) em 2015 o total de cursos digitais era de 1.4731,
o que representou um crescimento de 10% ao ano desde 2010, com 1,3 milhão de estudantes
matriculados, ou seja, uma elevação de 50% entre os anos indicados.
Esse quadro do setor nos últimos anos gerou a necessidade de ações regulatórias e
avaliativas dos órgãos do poder público e das próprias instituições a fim de acompanhar o
processo de expansão na Educação digital, em especial para criar mecanismos de permanência
e excelência nos cursos digital. Um dos fatores que mais pesam na permanência dos estudantes
é o relacionamento com os alunos (Rodríguez, Fita, & Torrado, 2004). Para estabelecer essa
relação, é chave conhecer o perfil dos ingressantes, como já apontam diversas pesquisas sobre
transição (Fagundes, Luce & Espinar, 2014).
15 Essa questão segue pertinente a partir da constatação do crescimento de novos polos em 2018 (ABED, 2019),
principalmente em cidades em que as IES não atuavam. Segundo o Censo Ead.Br 2019:
O Censo EAD.BR 2018 demonstrou uma diminuição no número total de polos nas regiões do país (10.317), em
comparação com dados apresentados em 2017 (11.108). No entanto, em 2019 houve uma recuperação, que elevou
o total de instalações ao patamar de 2017 (11.008 polos). Esse número está em consonância com a visão de
crescimento da base de alunos EAD no ensino superior, que aumentou em 2019 a uma taxa de 19,1% (dados do
INEP), o que pode estar associado ao aumento na rede de polos. O aumento total de polos também representa uma
estabilização após a liberação da abertura de polos pelo novo marco regulatório. (p. 21)
O objetivo deste estudo foi evidenciar o quadro atual da expansão da Educação digital
no ensino superior brasileiro a fim de identificar as principais dimensões de análise, extraídas
de um questionário elaborado, que possa subsidiar a construção dos indicadores de qualidade.
Para tratar da questão proposta, valeu-se de um estudo de caso exploratório em uma
universidade da rede privada do Estado do Rio de Janeiro. O estudo de caso se justifica pela
contemporaneidade dos sujeitos que serve, por dar base à investigação e por sua capacidade de
lidar com uma série de evidências procedentes dos questionários aplicados aos estudantes.
Como instrumento para a coleta de dados, elaborou-se um questionário intitulado “Momento 1
- A transição para a Universidade”, para os alunos ingressantes nos diversos cursos digitais
oferecidos pela instituição em análise.
VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
PROVA PILOTO
AMOSTRA
A coleta dos dados foi realizada em março de 2018. A amostra do estudo piloto foi
identificada pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da instituição, que enviou o questionário
de forma on-line à lista de alunos ingressantes e matriculados no primeiro período do ano letivo.
Com relação à dimensão 1, perfil dos estudantes, a maioria dos alunos – sendo (52%)
mulheres e (48%) homens, entre 26 e 40 anos – que respondeu ao questionário piloto estão
matriculados nos cursos de Engenharia de Produção (17,9%), Administração (9,5%), Análise
de Desenvolvimento de Sistemas (9,5%%), Letras (Português/Inglês) (9,5%), seguido de
Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Negócios Imobiliários, Processos Gerenciais,
Gestão Financeira, Gestão de Tecnologia da Informação (com 4,8% cada). Desses alunos, 52%
realizaram vestibular da instituição e somente 23% entraram como notas do Enem. Dos 84
respondentes, 38% já realizaram outro curso na modalidade digital e 77,7% dos estudantes
exercem atividade remunerada. Quanto ao background familiar, 8,3% têm a mãe e 13,1% o pai
com curso superior completo – o que começa a indicar a relevância dessa formação de ensino
superior no grupo familiar e que direciona para analisar a questão da inclusão expressa na Meta
12.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados do questionário do estudo piloto.
Até o momento das dimensões 1, 2 e 3, os dados tendem a indicar, de forma preliminar,
que a concepção de qualidade em termos de empregabilidade e eficiência (visão economicista)
da instituição de ensino deverá ser um dos aspectos a ser abordado em etapas posteriores de
investigação, pois perpassa a representação social dos que buscam esse ensino. Não é por menos
que, ao serem questionados sobre a escolha da universidade em estudo, o fator determinante foi
o seu prestígio no mercado e as expectativas quanto à sua estrutura de ensino. O aspecto
meritocrático se faz presente na leitura dos respondentes.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados do questionário do estudo piloto.
Nesses aspectos iniciais não está contemplada, nas representações sociais, uma visão
que considere a equidade e o pluralismo como meios de garantir a diferenciação.
Sobre a dimensão 4, acesso aos estudos universitários, em uma escala do tipo Likert de
um a cinco, onde um significa nada e cinco muito, em um conjunto de quatro perguntas sobre
Um fator que precisa ser acompanhado e que poderá ter impacto nos índices de
permanência ou de evasão trata do ânimo dos estudantes (Gráfico 6). Ainda que preliminares
na investigação piloto, os dados coletados indicam que há uma alta expectativa dos
matriculados nos cursos digitais, em uma média ponderada de 4,6.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados do questionário do estudo piloto.
O que pode envolver as preocupações de definição de uma educação de qualidade?
Dourado e Oliveira (2009) alertam para os múltiplos aspectos a serem considerados nesses
casos, como a dinâmica pedagógica, os diferentes perfis, a forma como se delineiam os
processos de ensino-aprendizagem até as expectativas de aprendizagem que projetam para os
alunos e a estruturação efetiva desses processos. E, se vinculado ao próximo indicador, o grau
de informações que o aluno tem do curso que irá estudar, há uma expectativa de mercado, mas
sem de fato saber se a estrutura responderá a isso.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados do questionário do estudo piloto.
Não obstante, vale observar que, devido ao número de alunos questionados para o teste
piloto, ainda não foi possível realizar a análise de confiabilidade dos itens do questionário, a
qual será concretizada após a aplicação do questionário definitivo, quando será possível extrair
os indicadores de qualidade acadêmica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De forma complementar e como resultado disso, o êxito acadêmico será tratado dentro
de um contexto de referência de expansão de ensino superior na modalidade digital, na busca
pela democratização expressa no PNE e nas políticas públicas de criação de um novo marco
regulatório com a efetiva criação de polos nos cursos ofertados digitalmente.
Associação Brasileira de Educação a Distância [ABED]. (2016). Censo EAD Brasil 2015:
relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil. Curitiba: Intersaberes. Recuperado
em 4 outubro, 2018, de http://abed.org.br/arquivos/Censo_EAD_2015_POR.pdf
Associação Brasileira de Educação a Distância [ABED]. (2017). Censo EAD Brasil 2016:
relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil. Curitiba: Intersaberes. Recuperado
em 4 outubro, 2018, de http://abed.org.br/censoead2016/Censo_EAD_2016_portugues.pdf
Associação Brasileira de Educação a Distância [ABED]. (2021). Censo EAD Brasil 2019/2020:
relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil. Curitiba: Intersaberes. Recuperado
em 21 julho, 2021 de CENSO_EAD_2019_PORTUGUES.pdf (abed.org.br)
Braga, M. J., & Xavier, F. P. (2016). Transição para o ensino superior: aspiração dos alunos do
ensino médio de uma escola pública. Educar em Revista, Curitiba, 62, 245259. Recuperado em
4 outubro, 2018, de http://www.scielo.br/pdf/er/n62/1984-0411er-62-00245.pdf
Castro, F., & Oliveira, A. C. C. de. (2016). Associação entre a aptidão física relacionada à saúde
e o desempenho acadêmico em adolescentes. Rev. bras. cineantropom. desempenho hum.
[online]. vol.18(4), 441-449. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198000372016000400441&lng=en
&nrm=iso&tlng=en
Censo da educação superior 2012: resumo técnico. (2014). Brasília: Inep. Recuperado em 4
outubro, 2018, de
http://download.inep.gov.br/download/superior/censo/2012/resumo_tecnico_censo_edu
cacao_superior_2012.pdf
Censo da educação superior 2014: resumo técnico. (2016). Brasília: Inep. Recuperado em 4
outubro, 2018, de
http://portal.inep.gov.br/documents/186968/484154/Resumo+Técnico++Censo+da+Educação
+Superior+2014/18f31c19-9885-4d1d-ba5306008b11531e?version=1.0
Censo da educação superior 2015: notas estatísticas. (2015). Recuperado em 4 outubro, 2018,
dehttp://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2015/Notas
_Estatisticas_Censo_Superior_2015.pdf
Costa, A. R., Alves, F., Gonçalves, P., & Araújo, A. M. (2012). Expetativas acadêmicas dos
alunos do ensino superior: construção e validação de uma escala de avaliação. Psicologia,
Educação e Cultura, 16(1), 70-85. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/20072
Dalben, A., & Almeida, L. C. (2015). Para uma avaliação de larga escala multidimensional.
Estudos em Avaliação Educacional, 26(61), 12-28. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/eae/article/view/3140
Decreto n.º 5.622, de 19 de dezembro de 2005. (2005). Regulamenta o art. 80 da Lei n.º 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Recuperado em 4 outubro, 2018, de http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/dec_5622.pdf
Decreto n.º 9.057, de 25 de maio de 2017. (2017). Regulamenta o art. 80 da Lei n.º 9.394, de
20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Recuperado
em 4 outubro, 2018, de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm#art24 Dias,
R. L. C. (2017). Trajetória escolar de estudantes das classes populares e acesso ao ensino
superior. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 98(248), 212-229. Recuperado em 4
outubro, 2018, de http://rbep.inep.gov.br/index.php/rbep/article/view/2679/pdf
Edital n.º 2, de 11 de janeiro de 2018. (2018). Programa Universidade para Todos – Prouni:
processo seletivo: primeiro semestre de 2018. Diário Oficial da União, 10(3), 1-4. Recuperado
em 4 outubro, 2018, de http://prouniportal.mec.gov.br/legislacao/legislacao-2018/242-edital-n-
2-de-11-dejaneiro-de-2018/file
Fagundes, C.V. (2014a). Percepção dos estudantes universitários acerca do acesso à educação
superior: um estudo exploratório. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 95(241), 508-
525. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
http://rbep.inep.gov.br/index.php/rbep/article/view/3026/pdf
Fagundes, C.V., Luce, M. B., & Espinar, S. R. (2014). O desempenho acadêmico como
indicador de qualidade da transição do ensino médio-educação superior. Ensaio: Avaliação e
Políticas Públicas em Educação, 22(84), 635-670. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v22n84/a04v22n84.pdf
Lei n.º 13.005, de 25 de junho de 2014. (2014). Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE
e dá outras providências. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei-13005-25-junho-2014-
778970publicacaooriginal-144468-pl.html
Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (1996). Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
Lima, L. L. (2018). Números do ensino superior privado no Brasil 2017: ano-base 2016.
Brasília: Abmes. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
https://abmes.org.br/arquivos/publicacoes/numeros_ensino_superior_privado_2016.pdf
Lousada, A. C. Z., & Martins, G. A. (2005). Egressos como fonte de informação à gestão dos
cursos de Ciências Contábeis. Revista Contabilidade & Finanças, 1(37), 73-84. Recuperado
em 4 outubro, 2018, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-
70772005000100006
OS_PESQUISA_QUANTITATIVA.pdf
Martins, D., & Lacerda, C. B. F. (2015). Exame Nacional do Ensino Médio e acesso de
estudantes surdos ao ensino superior brasileiro. Pro-Posições, 26(3), 78, 83-101. Recuperado
em 4 outubro, 2018, de http://www.scielo.br/pdf/pp/v26n3/0103-7307-pp26-03-0083.pdf
Morosini, M. C., Fernandes, C. M. B., Leite, D., Franco, M. E. D. P., Cunha, M. I. & Isaia, S.M.
A. (2016). A qualidade da educação superior e o complexo exercício de propor indicadores.
Revista Brasileira de Educação, 21(64), 13-37. Recuperado em 12 dezembro, 2018, de
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v21n64/1413-2478-rbedu-21-640013.pdf
Niquini, R. P., Teixeira, R. L., Sousa, C. A., Manelli, R. N., Luz, A. A., Cavadinha, S. L. T., &
Fischer, F. M. (2015). Características do trabalho de estudantes universitários associadas ao seu
desempenho acadêmico. Educação em Revista, 31(1), 359-381. Recuperado em 4 outubro,
2018, de http://www.scielo.br/pdf/edur/v31n1/0102-4698edur-31-01-00359.pdf
Nogueira, C. M. M., Nonato, B. F., Ribeiro, C. M., & Flontino, S. R. D. (2017). Promessas e
limites: o Sisu e sua implementação na universidade federal de Minas Gerais. Educação em
Revista, Belo Horizonte, 33(e161036), 1-31. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
http://www.scielo.br/pdf/edur/v33/1982-6621-edur-33-e161036.pdf
Portaria Normativa n.º 10, de 31 de julho de 2015. (2015). Dispõe sobre o Fundo de
Financiamento Estudantil - Fies. Diário Oficial da União, 146(1), 99-100. Recuperado em 4
outubro, 2018, de
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1723 1-
port-normativa-n10-30042010&category_slug=marco-2015-pdf&Itemid=30192
Portaria Normativa n.º 25, de 28 de dezembro de 2017. (2017). Dispõe sobre o processo
seletivo do Fies e P-Fies. Diário Oficial da União, 249(1), 16-19. Recuperado em 4 outubro,
2018, de http://fies.mec.gov.br/arquivos/portaria_normativa_25_21122016.pdf
Projeto de Lei n.º 8.035 de 2010. (2010). Estabelece o Plano Nacional de Educação - PNE
para o decênio 2011-2020, e dá outras providências. Câmara dos Deputados. Recuperado em 4
outubro, 2018, de
https://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=831421&fil
ename=PL+8035/2010
Rodríguez, S., Fita, E., & Torrado, M. (2004). El rendimento académico en la transición
secundaria. Revista de Educación, 334(2004), 391-414. Recuperado em 4 outubro, 2018, de
http://www.revistaeducacion.mec.es/re334/re334_22.pdf
Soares, A. B., Francischetto, V., Dutra, B. M., Miranda, J. M., Nogueira, C. C. C., Leme, V. R.,
Araújo, A. M. & Almeida, L. S. (2014). O impacto das expectativas na adaptação acadêmica
dos estudantes no ensino superior. Psico-USF, Bragança Paulista, 19(1), 49-60. Recuperado
em 4 outubro, 2018, de http://www.scielo.br/pdf/pusf/v19n1/a06v19n1.pdf
Sousa, L. S. L., & Lima, D. C. B. P. (2015). Educação superior a distância e Conselho Nacional
de Educação: relações e ações. Anais do Seminário Políticas e Administração da Educação da
Região Centro-Oeste, Goiânia, GO, Brasil.
Vaz, F. C., & Oliveira, A. C. C. (2016). Associação entre a aptidão física relacionada à saúde e
o desempenho acadêmico em adolescentes. Revista Brasileira de Cineantropometria e
Desempenho Humano, 18(4), 441-449. Recuperado em 27 novembro, 2018, de
http://www.scielo.br/pdf/aval/v22n2/1982-5765-aval-22-02-00332.pdf
RESUMO
O surgimento da pandemia causado pela COVID-19, ocorrido no Brasil em março de 2020,
evidenciou limitações preexistentes na avaliação da aprendizagem do ensino fundamental.
Diante disso, foi necessário que se pensasse qual a visão dos educadores sobre avaliação e
práticas de aplicação no formato virtual. Nesse contexto, esta pesquisa objetivou analisar os
desafios enfrentados pelos docentes neste período de ensino no ato avaliativo, bem como, as
contribuições que o uso das novas tecnologias traz para aplicação desse novo processo. Como
embasamento teórico, o estudo, de cunho bibliográfico e pesquisa de campo, foi fundamentado
em autores como Cipriano Luckesi (2011), Jussara Hoffman (1994), Marco Santos (2002), Léa
Fagundes (2008) Edméa Santos (2019), dentre outros que defendem a avaliação mediadora e
contínua, princípios de uma educação contemporânea e que faz frente ao uso das novas
tecnologias digitais. Assim, foram observados os desafios e conquistas dos docentes que atuam
em escolas do Município de Caucaia-Ceará, por meio da análise de entrevistas realizadas com
professores de ensino fundamental, descrevendo experiências vivenciadas com suas turmas, em
tempos pré-pandêmicos e durante a pandemia. Os resultados da pesquisa mostraram o avanço
do conhecimento docente tanto nas tecnologias digitais, como na forma de avaliar, o que veio
propor uma reflexão sobre a evolução do aprimoramento da prática educativa.
PALAVRAS-CHAVE: Educação; Novas tecnologias; Avaliação; Docente.
1 INTRODUÇÃO
A educação brasileira e porque não dizer mundial tem vivenciado um período atípico no
ensino desde março de 2020, quando as escolas tiveram seus trabalhos presenciais
interrompidos devido a propagação da COVID-19 em nosso país, a exemplo de outros.
Portanto, este estudo surgiu da necessidade de pesquisar, coletar dados e fazer uma
análise crítica das práticas pedagógicas utilizadas pelos docentes nos tempos pré-pandêmico e
durante a pandemia, no ato de avaliar.
Considerando-se que o nosso alunado sempre foi o centro da aprendizagem e que hoje,
mais que em outros espaços de tempo, os agentes da educação tiveram que descobrir e adequar
novas metodologias para que os alunos aprendessem e, desta forma, criar meios de fazê-lo
autônomo neste novo processo.
Sobre o vínculo formado por meio das interações Escola e Família, entende-se que “...
a interação não é apenas base para o desenvolvimento humano. Ela é a condição para a própria
vida” (Lea Fagundes, 2008, p.11). Nesse sentido, Interação e interatividade estão diretamente
relacionadas às novas tecnologias.
De acordo com Silva (2002, p.20), o termo “interatividade” surgiu na década de 1970
na área da comunicação e não da informática, como muitos pressupõem. Tal expressão buscava
Visto isso, este artigo pretende também identificar as dificuldades dos docentes no ato
avaliativo no formato de aulas remotas, descobrir suas limitações no uso das novas tecnologias
digitais e motivar a busca por novas práticas digitais que, para os educadores, neste movimento
reflexivo e contínuo sobre suas práxis, muito contribui na geração de mudanças significativas.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fim de que haja a reflexão do uso das novas tecnologias no ato avaliativo, precisamos
entender um pouco as características e os tipos de avaliação.
Libâneo (2013), por Menezes (2021, p.4), resume bem as características da avaliação,
quando diz que para ele a avaliação reflete a unidade, objetivos, conteúdos e métodos, revisa
Refletindo um pouco sobre como a avaliação era aplicada antes da pandemia e qual a
sua finalidade, percebemos que era vista ou usada apenas como forma de dar uma nota, para
promover ou reter os alunos. Era realizada, na grande maioria, de forma impressa, com
perguntas e respostas, tendo como base para sua elaboração conteúdos aplicados em sala de
aula por um período de tempo, seguindo um roteiro de estudos pré-estabelecidos.
Quanto à nota, era atribuída após realizada a avaliação escrita ou trabalho voltado a um
determinado tema e, após esse momento, essa era somada a mais duas outras, com critérios pré-
acordados, para só então, ser tirada uma média.
A partir desses critérios, pode-se deduzir que a avaliação tinha um cunho meramente
punitivo ou estava a serviço da promoção, pois, tão logo a média chegasse a um nível mínimo,
adotado pela instituição de ensino, o aluno era considerado aprovado para o ano seguinte ou
retido no mesmo ano.
Luckesi (2011), por Menezes (2021, p.4) discorre que o sistema educacional brasileiro
hoje não avalia a aprendizagem do educando, mas sim o examina. Os exames escolares operam
na conceituação de um desempenho acadêmico, de modo classificatório, tornando-se muitas
vezes seletivos e excludentes.
Sabemos que existem três tipos de avaliação: diagnóstica, aquela que avalia a
aprendizagem do aluno no início do ano letivo afim de descobrir seus conhecimentos prévios e
em que fase do processo educativo ele está; a formativa, que mostra os resultados da
aprendizagem do aluno durante a jornada do processo de ensino e aprendizagem por meio de
atividades e com isso tem-se a capacidade de reformular os objetivos e a somativa que tem sua
função de classificação ao fim do processo educativo anual. A somatória destas três avaliações
é o resultado da avaliação dessa aprendizagem, medida durante o ano em diferentes momentos.
O que se pode frisar é que, muitas vezes, com esta forma de avaliar por períodos
determinados de tempo e usando apenas alguns poucos critérios para se fazer essa avaliação,
limitam-se os resultados e escondem-se lacunas e brechas que deixam de serem trabalhadas
com o aluno, fazendo com que o engessamento da avaliação mascare os reais resultados.
Assim, a escola precisa saber as dificuldades que esse aluno tem, realizando uma boa
avaliação diagnóstica. Portanto, a prática deve ser ressignificada. É de grande relevância a
reflexão em toda a prática docente, sobretudo na avaliação.
À perspectiva da ação avaliativa como uma das mediações pela qual se encorajaria a
reorganização do saber. Ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade
intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando
coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as (HOFFMANN,
1991, p. 67).
Reitera a autora, ao dizer que:
Hoffmann (1994, p.51-9) afirma ainda que “acompanhar pode ser definido por favorecer
e não simplesmente por estar junto”, ou seja, o acompanhamento do processo de construção de
conhecimento implica favorecer o desenvolvimento do aluno, orientá-lo nas tarefas, oferecer-
lhe novas leituras ou explicações, sugerir-lhe investigações, proporcionar-lhe vivências
enriquecedoras e favorecedoras à sua ampliação do saber. Não significa acompanhar todas as
suas ações e tarefas para dizer que está ou não apto em determinada matéria. Significa, sim,
responsabilizar-se pelo seu aprimoramento, pelo seu "ir além”.
Mas como fazer isso em uma realidade remota, virtual? Como atuar como professor
mediador por meio de telas de celulares, tablets ou computadores?
O ato de avaliar torna-se ainda mais desafiador mediante o formato online, isso porque,
o acesso e interações entre professores a alunos, que são tão necessários para o sucesso da
aprendizagem satisfatória, fica atrelado a vários fatores como meios tecnológicos, apoio da
família, domínio das novas tecnologias, acesso à internet, dentre outros.
Os docentes tiveram que adaptar-se e criar novas formas, não só de ensinar e avaliar,
mas fazerem isso, utilizando-se de diversas interfaces que, rapidamente foram impelidos a
conhecer e aprender a usar novas tecnologias e equipamentos, plataformas online, a resolver
problemas técnicos, aprender a linguagem virtual, enfim se inserir na cibercultura.
Uma das palavras desse contexto virtual que os professores tiveram que se adaptarem é
a cibercultura. Estávamos acostumados a uma cultura puramente didática-pedagógica centrada
apenas nos conhecimentos adquiridos nos nossos cursos de pedagogia, acostumados com
metodologias que se utilizavam ou mesmo dependiam de livros didáticos, papéis, lousa, pincéis.
Agora, com o advento da cibercultura, tivemos que nos organizar mental, psicológica e
fisicamente para adentrarmos neste mundo virtual e adquirirmos diversos conhecimentos e
tecnologias dessa nova cultura.
Léa Fagundes (2008, p7) define a cibercultura como cultura em rede, também conhecida
como cultura digital que, sintetiza a relação entre a sociedade contemporânea e as novas
tecnologias da informação.
A partir daí vieram as interações por meio de telas com os gestores escolares, com as
famílias e com as crianças. E de repente, algo tão almejado e tão esperado nos Projetos Políticos
Pedagógicos (PPP) das escolas que é, o envolvimento com a família e a parceria família e
escola, teve que se estabelecer na prática diária.
Nesse ínterim, os conhecimentos prévios, tanto dos profissionais da educação como dos
responsáveis das crianças, serviram de base para esse momento: o uso das novas tecnologias.
...o uso das tecnologias analógicas, como a imprensa, a edição de jornais, a impressão
de livros, o rádio, as gravações dos sons, a fotografia, o cinema e a TV, preparou a
sociedade da informação e tem influenciado continuamente as formas de pensar, mas,
a difusão do uso das tecnologias digitais, e, portanto, “novas” TICs, é que está gerando
mudanças surpreendentes. Enquanto as tecnologias analógicas ampliam os poderes
...a presença das novas TICs não garante que o “ensino” tradicional e repressor,
descontextualizado e hierárquico se apodere delas como ferramentas a serviço da
reprodução dos modelos da sociedade industrial (IDEM, p.8).
Diante desta visão ampliada da difusão do conhecimento defendida por Léa Fagundes
(2008), os docentes se encontram em uma posição de desafios a serem identificados e vencidos.
Para que aconteça essa metanoia é fundamental que os docentes estejam abertos a conhecerem
e se apropriarem desta nova cultura digital, para prosseguirem no seu agir educativo de forma
mais intencional, prazerosa e com resultados eficientes e positivos. O educador precisa estar
aberto a essas novas concepções de ensino e aprendizagem e saber usar as novas tecnologias a
seu favor.
Além disso, devemos levar em conta, nesta linha de formulação do pensamento crítico
e reflexivo, que se faz necessário perceber a importância das interações e relações humanas que
se firmam e vão se estabelecendo neste formato de aulas online e destacamos, neste panorama,
Marco Silva (2002, p.20).
Segundo Silva, (2002, p.20), para que haja interatividade, fazem-se necessários três
engajamentos:
Silva (2002, p.20) defende a interatividade em sala de aula. Uma teoria bastante
significativa e de suma importância para a avaliação da aprendizagem. Nessa teoria prevalece
a interação entre o emissor e o receptor tendo ambos o mesmo direito de participação,
proporcionando assim uma comunicação mais aberta e criativa para todos os envolvidos neste
processo.
3 METODOLOGIA
Nesse contexto, a pesquisa foi realizada em duas etapas. A primeira foi destinada ao
estudo bibliográfico que, segundo Gil (2007, p. 65), a principal vantagem “[...] é o fato de
permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que
aquela que poderia pesquisar diretamente, e que se torna particularmente importante em relação
ao universo a ser pesquisado”.
Na segunda etapa foi realizada a pesquisa de campo, com a qual torna-se evidente que,
nesse tipo de pesquisa, há sempre uma tentativa de o pesquisador capturar a perspectiva dos
participantes e a ênfase é dada ao processo e não ao produto.
Logo após, foi feita a catalogação dessas referências bibliográficas e o estudo desses
teóricos.
Uma vez enviada aos docentes a pesquisa e havendo o retorno por parte deles,
realizamos o levantamento de dados, os quais serão apresentados a seguir.
A pesquisa foi realizada no mês de junho de 2021 com professores das escolas públicas
de ensino fundamental I e II do Município de Caucaia-Ceará, que se propuseram a participar
do estudo.
O grupo foi formado por quatro docentes, sendo dois do ensino fundamental I e dois do
ensino fundamental II, todos lotados nas escolas da localidade de Matões-Caucaia, sendo
identificados como P1 e P2 os do ensino fundamental I, P3 e P4 os do fundamental II.
A elaboração do questionário foi feita pelo google forms, contendo cinco questões
relacionadas ao ensino remoto e presencial, principalmente, ao que se refere à avaliação.
A pandemia nos trouxe muito sofrimento, com perdas irreparáveis. Nos fez trocar o
quadro branco por telas de celular, telas de computador e pelos aplicativos digitais.
Nos fez perceber o quanto estávamos estagnados. Precisamos lidar com a pressão de
se adaptar a ferramentas virtuais, preparar atividades que mantenham os alunos
estimulados e, ao mesmo tempo, estar disponíveis para esclarecer dúvidas. No início
foi muito difícil para mim, pois o novo assusta, mas me esforcei, me reinventei e
consegui me adaptar (P2).
Sendo assim podemos, de imediato, identificar as angústias iniciais dos professores, eles
têm a exata noção de seus sentimentos a partir de quando o ensino passou a mudar.
Na questão dois que investiga como se dava a avaliação presencial antes do período
pandêmico, as respostas denotam que todos faziam uso da avaliação somatória que se dava por
meio de trabalhos e provas, somados a outras categorias como assiduidade, interesse, realização
das atividades, entre outras.
Com relação a terceira questão que se refere as tecnologias digitais utilizadas nesse novo
tempo para realizar a avaliação da aprendizagem dos alunos e como se dá a avaliação da
aprendizagem neste formato online, os professores enfatizam que é preciso ter a “capacidade
de analisar o conhecimento prévio e fazer intervenções nas dificuldades apresentadas por eles,
com atividades e aulas lúdicas, que estimulem a autoestima, interesses e avanços nos níveis de
aprendizagens, principalmente, nos casos de alunos que não tem acesso aos serviços de
internet” (P1).
Denota o P2 que o maior desafio de avaliar com o uso das novas tecnologias é a “demora
na devolutiva das avaliações, problemas de internet e sua falta de experiência com o Google
Forms”. Ressalta que, “devido à falta de conhecimento dessas novas ferramentas que, para a
grande maioria dos alunos, ainda é um grande desafio” (P2).
Com isso, percebemos que, hoje, após mais de um ano de pandemia, os docentes são
capazes identificar algumas fragilidades no ensino presencial como um todo e conseguem
definir o que os limitava. Reconhecem que precisaram em um curto espaço de tempo fazer uma
análise crítica de suas práticas e viram a necessidade urgente de se adaptarem com a mesma
rapidez que o vírus se espalhava. E com o passar dos dias e dessas adaptações logo perceberam
que, pedagogicamente, seus desafios não se consistiam apenas em como ensinar remotamente,
ou como usar uma ou outra tecnologia, mas começaram a buscar formas e maneiras de avaliar
a aprendizagem ofertada pelas instituições de ensino, as quais eles estão inseridos e ainda, como
fazer essa avaliação de maneira remota, utilizando as novas tecnologias.
A quarta questão diz respeito aos teóricos/autores que lhe dão base para este novo
modelo de avaliar. Foi investigado qual teórico ou autor os docentes se baseiam para formular
suas avaliações de aprendizagem.
Percebemos quanto às respostas dessa questão que alguns tem propriedade acerca dos
teóricos que perpassam pela linha da avaliação da aprendizagem, mas quando se trata de autores
que abordam o uso das novas tecnologias muitos dos pesquisados ainda não conhecem e,
portanto, não tem ainda quem os inspire. Foram citados exemplos de teóricos renomados e
conhecidos como tradicionais no meio educacional, com um prisma geral, falaram de Paulo
Freire, Lev Vygotsky, Jean Piaget, Carl Rogers, Ana Teberosk, Emília Ferreiro, Magda Soares
e Henri Wallon, outros como Auguste Comte,José Moran, Dilma Ramos de Oliveira, Thomaz
Edson Veloso e os já destacados no presente artigo como Cipriano Luckesi, Jussara Hoffmann
e Edméa Santos.
Refletindo-se a prática docente no ato do avaliar, online, percebemos que existem muitas
limitações e desafios a serem vencidos.
Seminários, trabalhos, debates e avaliações. Atividades avaliativas online. São recursos como
Avaliação diagnóstica, formativa e somativa. (P3) videoaula, livro digital, avaliação online... (P3)
Inicialmente, a diagnóstica pra perceber a situação Com limitações, pois não temos um contato maior
que a criança se encontra. A comparativa, com crianças e familiares. Analiso as
analisando as crianças após o conteúdo ministrado. crianças/responsáveis quando realizo as atividades
Apesar de não compactuar com a somativa, devido de vídeo chamada e quando posso ter um contato
as nossas leis, temos que usá-la. (P4) mínimo com elas. Uso vídeos e o Google
formulário, infelizmente, não posso usar os outros
como Kahoot, Edpuzze, etc. Porque muitos
responsáveis não possuem celulares que possam
atender a esses recursos. (P4)
Fonte: Quadro elaborado pelos autores, segundo respostas dos investigados
Nesse contexto, torna-se necessário repensarmos os conceitos avaliativos de outrora e
passar a conhecer, assimilar e aderir novos conceitos de aplicação dessas avaliações, fazendo
uso das novas tecnologias, descobrimos novas intencionalidades e critérios para se avaliar.
O processo avaliativo, portanto, deve ser visualizado como uma atividade meio e não
uma atividade-fim. Os professores e estudantes devem reconhecer esse momento
educativo a serviço da aprendizagem e não do punitivo, cujas fragilidades, limites e
potencialidades sejam propagandeadas e passíveis de uma intervenção mais efetiva
(SOUZA, 2018, p.1451-1457, por MENEZES, 2021, p.5).
Para Menezes (2021, p.5), esse contexto torna-se ainda mais imperativo em tempos em
que as interações dos estudantes com os professores foram adaptadas e mediadas por meio das
ferramentas digitais. Os avanços individuais na realização das tarefas e no manuseio das
ferramentas digitais devem ser ponderados frente aos sentimentos e manifestações dos alunos.
É assim que Andrade (2021), por Menezes (2021, p.5) anuncia a necessidade de:
Algumas estratégias podem e devem ser utilizadas no ato avaliativo online e também no
agir docente, em sala de aula, de uma forma geral, segundo Menezes (2021, p.6) São elas:
Além destes e, especificamente, para a aplicação dos tipos de avaliações, temos para
aplicação de uma avaliação diagnóstica a sugestão de utilização do Jamboard, o Padlet ou o
Mentimeter.
As avaliações somativas podem ser aplicadas por meio de testes, quizzes, questionários
online com o uso do google formulários, dentre outros.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
E refletindo sobre os desafios da avaliação neste novo modelo, nota-se que cada
educador deve estar ciente que necessita apropriar-se das teorias pedagógicas e necessita
participar de formações voltadas para o uso de novas tecnologias, recebendo o apoio da escola
e da família, que se mostram tão necessários e urgentes neste novo ensino,
REFERÊNCIAS
GARCIA, Tania Cristina Meira; MORAIS, Ione Rodrigues Diniz; ZAROS, Lilian Giotto;
REGO, Maria Carmem Freire Diógenes. Ensino Remoto Emergencial: proposta de design
para organização das aulas. Natal: SEDS/UFRN, 2020.
PADILHA, Rodrigo e NUNES, Dimalice Estratégias para considerar a produção dos alunos
e avaliar no segundo semestre Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/20394/estrategias-para-considerar-a-producaodos-alunos-
e-avaliar-no-segundo-semestre Publicado em NOVA ESCOLA 07 de Junho |2021.
SILVA, Marco Antônio de Meneses. Sala de Aula Interativa.3. ED. Rio de Janeiro: Quarteto,
2002.
RESUMO
Uma das principais preocupações da gestão escolar tem sido a maneira de avaliar o aluno para
gerar resultados, contudo, com o advento da pandemia, houve o distanciamento social e,
consequentemente, a estratégia utilizada pela escola para avaliação da aprendizagem sofreu
algumas alterações. Portanto, isso tem sido um desafio enfrentado por todos os envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem de um modo geral, pois agora essa ação avaliativa deve se
dar de forma remota. Para que aconteça o ato de avaliar, o uso das ferramentas digitais se tornou
indispensável, gerando a necessidade de readaptação e preparação dos profissionais da área. A
partir de então, teriam que desenvolver habilidades no uso e manuseio dos recursos tecnológicos
para aquisição das competências digitais, com a finalidade de inserir novos meios de avaliar os
discentes. Assim, esse artigo tem por objetivo verificar o papel e os desafios da gestão escolar
frente à avaliação da aprendizagem na modalidade do ensino remoto e, apresenta como
embasamento teórico, os estudos de Edméa Santos (2019), Paulo Freire (2012), Cipriano
Luckesi (1998), Heloisa Luck (1996), dentre outros, os quais defendem a utilização das mídias
digitais na avaliação da aprendizagem e seus conceitos, a importância da abordagem dialógica
para o ensino e a postura da gestão participativa nesse contexto remoto.
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação; Ensino Remoto; Gestão.
1. INTRODUÇÃO
Em fevereiro de 2020 a infecção pelo Sars-CoV-2 chegou ao Brasil. Mais foi apenas em
março que houve a quarentena em todo o país e tivemos que mudar nossa realidade de ir e vir.
Segundo as informações jornalísticas já são mais de 3 milhões de vítimas no mundo todo. Com
isso, o cenário educacional mudou. Não tivemos tempo de nos planejar ou rever planos
Dessa forma, a gestão escolar que já vivenciava os desafios cotidianos se viu agora
diante de um desafio maior que é o ensino remoto.
Novos desafios e exigências são apresentados à escola, que recebe o estatuto legal de
formar cidadãos com capacidade de não só enfrentar esses desafios, mas também de
superá-los. Como consequência, para trabalhar em educação, de modo a atender essas
demandas, torna-se imprescindível que se conheça a realidade e que se tenham as
competências necessárias para realizar nos contextos educacionais os ajustes e
mudanças de acordo com as necessidades e demandas emergentes no contexto da
realidade externa e no interior da escola. No contexto dessa sociedade, a natureza da
educação e as finalidades da escola ganham uma dimensão mais abrangente,
complexa e dinâmica e, em consequência, o trabalho daqueles que atuam nesse meio
(LÜCK, 2009, p. 16)
Assim, o estudo aqui apresentado, tem como objetivo verificar o papel e os desafios da
gestão escolar frente à avaliação da aprendizagem na modalidade do ensino remoto.
Pedro e Chacon (2017) dizem que “as habilidades necessárias para uma utilização
consciente e positiva das TDIC são denominadas como competências digitais”. Desse modo,
entendemos que as competências digitais na educação é a capacidade de o professor
desenvolver habilidades para manusear as ferramentas digitais, agregando conhecimentos,
valores, práticas e aflorando um aprendizado criativo, crítico e colaborativo com os discentes.
Vale ressaltar que o uso das interfaces tecnológicas que são aplicadas para a prática das
aulas síncronas e assíncronas, não veio substituir a forma tradicional de ministrar aulas, mas
para somar e enriquecer as práticas e estratégias pedagógicas.
Os aplicativos como WhatsApp, Google Sala de aula, Meet etc. são exemplos de
suportes, nos quais, a sua utilização tem possibilitado a relação ensino aprendizagem durante o
período de pandemia.
A convergência entre virtual e real tem sido discutida há algum tempo [...]. Mais
recentemente, essa abordagem tem se popularizado, e o termo blended learning
começa a se consolidar. Com essa abordagem, os educadores podem lançar mão de
uma gama maior de recursos de aprendizagem, planejando atividades virtuais ou
presenciais, levando em consideração limitações e potenciais que cada uma apresenta
Com isso, uma gestão que instiga o diálogo e a colaboração tem em suas raízes a gestão
democrática, o que possibilita um fazer pedagógico sendo construído por muitas mãos.
Diante desse desafio, vimos a necessidade de alcance dos alunos com relação a
aprendizagem. Para tanto, se faz necessário repensar a forma de avaliação de modo remoto.
No enforque sobre avaliação, Gadotti (1997, p.17) diz que a avaliação é essencial à
educação, inerente e indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento,
reflexão, sobre a ação. O autor entende que a avaliação não pode ser deixada de lado, mesmo
em um período de dificuldade como o que se está vivendo, ou seja, se faz necessária para a
escola e, é através dela, que passamos a refletir, questionar e transformar as ações institucionais.
Que a avaliação seja feita numa perspectiva formativa, de maneira contínua, voltada
não apenas para aprovar ou reprovar ao final da disciplina, mas sim para apoiar a
tomada de consciência sobre o próprio processo de aprendizagem em curso, de tal
maneira que os alunos percebam o que já aprenderam bem, o que precisam aprender
mais e quais ações formativas devem realizar (PIMENTEL e CARVALHO, 2020, p.).
Na continuidade, Luckesi (1998) confirma o pensamento dos autores, afirmando que:
Para tal, o gestor escolar teve que se reinventar e conduzir seus professores a essa nova
realidade. A avaliação, agora, não seria mais a que ocorre no chão da escola, mas uma avaliação
que acontece pelo acesso às mídias digitais, como explicam Pimentel e Carvalho (2020):
Visto isso, entendemos que o processo avaliativo, não é fácil, mas pode ser dinamizando
com diferentes ferramentas tecnológicas, implicadas ao uso de metodologias, sabendo-se que
não existe formato específico.
3. METODOLOGIA
Como estamos diante de um cenário incomum dentro dos aspectos educacionais, se faz
necessário a utilização da pesquisa exploratória, uma vez que somente a vivência educativa,
nesse momento desafiador é que pode possibilitar uma visão holística do objeto de estudo.
Dessa forma, passamos a analisar os resultados obtidos nas respostas dos gestores
escolares.
Quanto ao perfil das entrevistadas, são duas gestoras escolares do sistema de ensino
público da educação básica que, serão representadas pelas letras (A1) e (A2).
A entrevistada (A1) tem 11 anos de experiência entre sala de aula e gestão escolar, sendo
formada em Pedagogia, especialista em Psicopedagogia e Gestão Escolar Institucional e Clínica
e Mestranda em Educação. A entrevistada (A2) é formada em Pedagogia, especialista em
Metodologias do Ensino Fundamental e Médio e Mestre em Educação, possui 20 anos de
experiência entre sala de aula e gestão escolar.
A gestora (A1) deixou claro que “a gestão escolar atual vive um tempo de adaptações e
mudanças na sua prática gestora, pois realmente, existem mudanças ocorridas desde março de
2020 que geraram vários conflitos, dúvidas e anseios acerca da prática educativa em geral e
isso nos desafiou, mexeu com as estruturas” (Entrevistada A1).
O quadro (1) apresenta as respostas das gestoras quando questionadas sobre a avaliação
no formato presencial, os tipos de avaliação e como ocorre a avaliação no ensino remoto com
o uso das tecnologias digitais.
Assim, a educação online não é totalmente nova pois alguns autores já realizavam
pesquisas importantes sobre essa temática.
De acordo com a avaliação no ensino remoto foi perguntado aos gestores quais autores
defendem essa avaliação e como eles definem esse ensino. Seguem- se as respostas dos
gestores:
Jussara Hoffman no eixo da avaliação, Lea Fagundes e Edméia Santo no eixo das
tecnologias digitais. De forma geral essas 3 autoras defendem uma avaliação
mediadora, uma avaliação interativa e continua, que acontece com o uso das novas
tecnologias de forma dinâmica, prática e participativa. Com o olhar dessas 3 autoras
é possível ampliar o leque de opções para aplicação das avaliações neste novo formato
(A1).
Sendo que a gestora (A2) falou em:
No quadro (2) abaixo, estão elencadas as respostas das gestoras sobre o desafio da
avaliação no ensino remoto, se nesse ensino facilitou a realização dessas avaliações e quais
estratégias são utilizadas para vencer os desafios.
O maior desafio do ensino é Com a mudança de paradigmas, foi A integração da Escola com a
organizar ferramentas capazes de inevitável a revisitação dos comunidade e com os pais é um
proporcionar e dar suporte propósitos da avaliação da dos fatores importantíssimos para o
pedagógico às famílias e alunos aprendizagem, dos instrumentos bom funcionamento da escola e
nesse formato de ensino remoto. É adequados e da análise das conhecimento de causa de cada
preciso diálogo para que o contexto respostas dos alunos, em busca de família para a qualidade do ensino
da educação não perca terreno, ou evidências mais consistentes dos e assim se compreender as
seja, sua essência, que é níveis de proficiência e dos dificuldades de forma mais
proporcionar um espaço dinâmico conteúdos que deverão ser específica, contribuindo com as
e criativo. Pois, para a retomados (A2). necessidades de acordo com a
contemporaneidade essa realidade de cada uma (A2).
interrelação tornou-se relevante
para a atuação do docente e
discente (A2).
Em seguida, as gestoras ressaltam que, por um lado, a avaliação foi possível devido a
utilização de instrumentos adequados que favoreceram a intervenção do estudante podendo ser
corrigidos resultados negativos em tempo real. Contudo, faz a ressalva sobre a dificuldade de
acesso aos equipamentos tecnológicos.
Quando indagadas a respeito das estratégias que poderiam ser aplicadas para vencer as
dificuldades da avaliação remota, elas citaram o estudo e a parceria entre a escola e a
comunidade.
Acompanhamento dos alunos em suas tarefas diárias com foco no envolvimento das
atividades e devolutivas das tarefas, levantamento das habilidades de aprendizagem
adquiridas ou defasagem dos estudantes nos componentes curriculares de língua
Portuguesa, matemática e etc., contendo critérios de avaliação diária e assim analisar
os resultados das avaliações diagnósticas e realizar ações para recuperar a
aprendizagem dos educandos, adotando sempre nas minhas práticas os documentos
norteadores da Educação como a OPMC dentre outros. (A2)
Dessa forma, fica evidente que a educação passou por mudanças e adaptações que irão
ser vivenciadas dentro do ambiente escolar no retorno presencial. Isso porque, a aquisição de
novos conhecimentos e a reflexão sobre a avaliação mudou a dinâmica desse processo e
possibilitou a fusão dos modelos avaliativos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com isso, foram elencadas algumas ferramentas digitais que tem mediado a relação
professor-aluno, algumas delas tomam destaque como WhatsApp, Google Formulário,
Jamboard e Google Meet que, como relatado, tornam-se de grande apoio no novo processo
educacional.
Nesse contexto, consideramos que a educação passou por mudanças significativas das
quais, a gestão escolar e o processo avaliativo não serão os mesmos, pois as implementações
de novas práticas pedagógicas vieram somar com o fazer educacional proporcionando ações
que serão utilizadas no ensino.
REFERÊNCIAS
CORONA vírus chega ao Brasil um mês antes do que se sabia, diz estudo da Fiocruz. Jornal
Nacional, Brasil, 11 mai. 2020. Disponível em:<https://g1.globo.com/jornal-
FREIRE, Paulo, A pedagogia do oprimido. Ed. especial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,2012.
177
FOX, K.; DEWAN, A.; Mortes por Covid-19 no mundo podem ser o dobro do estimado,
segundo
estudo.Cnn,Brasil,21jun.2021.Saúde.Disponívelem:<https://www.cnnbrasil.com.br/saude/202
1/05/08/mortes-por-covid-19-no-mundo-podem-ser-o-dobro-do-estimado-segundo-estudo
21/06/21 Acesso em: 21 jun. 2021.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. Ed. São Paulo:Atlas,2019, 50
LUCK, H. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Positivo, 2009. 16p.
LUCK, H. Gestão educacional: estratégias e ação global e coletiva no ensino. In: FINGER,
Almeri et al. Educação: caminhos e perspectivas. Curitiba: Champagnat, 1996. 37
PEDRO, Ketilin Mayra; CHACON, Miguel Cláudio Moriel. Pesquisas na internet: Uma análise
das competências digitais de estudantes precoces e/ou com comportamento dotado. Educar em
Revista, n. 66, 2017.
RESUMO
A oficina abordou a elaboração de atividades de Matemática utilizando tecnologias digitais e
teve como objetivo principal apresentar ferramentas tecnológicas para a elaboração de
atividades no contexto de aulas remotas, destacando suas potencialidades na aprendizagem de
conteúdos matemáticos, tendo como objetivos específicos: desenvolver, com os participantes
do curso, atividades utilizando tecnologias que abordam conteúdos Matemáticos; apresentar
softwares/plataformas para professores de Matemática da Educação Básica e aplicar as
atividades elaboradas pelos participantes, com as turmas da Educação Básica, utilizados na
elaboração de atividades de Matemática no contexto de aulas remotas. A oficina foi realizada
de forma on-line por meio da plataforma do Google Meet, com professores de Matemática de
escolas da rede pública de Petrolina e Juazeiro. A partir dos dados obtidos por meios de
questionários, verificou-se que a oficina auxiliou os participantes na elaboração de atividades
para o contexto do ensino remoto.
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Ensino remoto. Softwares.
INTRODUÇÃO
Nesse sentido, foram explanadas algumas ferramentas que fazem parte do pacote G-
suite, tais como o Google Formulários e o Jamboard, além de outras plataformas on-line que
foram o Socrative, Canva e o Mentimeter.
Entendemos que enquanto Universidade, não podemos ficar alheios a todas estas
adequações do processo de ensino/aprendizagem, diante deste novo cenário educacional. Tendo
em vista os argumentos apresentados, justifica-se o presente trabalho pela importância do
mesmo como facilitador deste processo de ensino/ aprendizagem de Matemática.
O impacto das novas tecnologias sobre as escolas afeta tanto os meios a serem
utilizados nas instituições educativas, quanto os elementos do processo educativo, tais
como a valorização da ideia da instituição escolar como centro do conhecimento; a
transformação das infraestruturas; a modificação dos papeis do professor e do aluno;
a influência sobre os modelos de organização e gestão; o surgimento de novas figuras
e instituições no contexto educativo; e a influência sobre metodologias, estratégias e
instrumentos de avaliação. (BRASIL, 2013, p. 163)
Nesta mesma perspectiva, Freitas et al. (2020, p. 3) apontam que “a partir da inserção
das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, espera-se que os alunos se sintam mais
motivados a aprender e os professores a ensinar, uma vez que essa metodologia tende a
aproximar professor e aluno”. Neste sentido, os autores enaltecem que o papel do professor,
Trazendo o uso das tecnologias para o contexto que vivenciamos, Valencia (2020)
evidencia que as condições geradas pela pandemia, tais como, distanciamento social e
confinamento tornaram a implementação da tecnologia como recurso pedagógico, em todas as
áreas, inclusive na matemática, uma necessidade irrenunciável.
Para Valencia (2020, p. 3), “a utilização de tecnologias digitais não implica na repetição
de uma série de atividades tradicionais realizadas com lápis e papel”. Dessa forma, o professor
de matemática, ao fazer uso dos recursos tecnológicos, necessita também “introduzir novas
metodologias e novas estratégias de avaliação que forneçam elementos para o desenvolvimento
das competências matemáticas dos estudantes”. (p. 3)
METODOLOGIA
O presente estudo é de cunho qualitativo, em que a fonte direta dos dados é o ambiente
natural, no qual o investigador despende uma grande parte de tempo nesses espaços, tentando
elucidar a questão investigativa (BOGDAN, BIKLEM, 1994). Dessa maneira, o ambiente de
investigação foi o contexto de capacitação de professores de Matemática da Educação Básica.
Além deste, foi empregado outro questionário com perguntas abertas, em que os
professores participantes tinham liberdade para relatar sobre a participação e motivação dos
alunos envolvidos, destacando as potencialidades de cada plataforma empregada como também
os pontos fracos de se utilizar essas metodologias em sala de aula.
RESULTADOS
A oficina tinha o intuito de agregar conhecimento e prática de uma forma mais dinâmica,
mesmo com esse cenário de pandemia, observou-se o quanto essa experiência foi significativa
para aprendizagem dos docentes, como também para os estudantes da Educação Básica. Os
quadros 2, 3, 4 e 5 detalham essa vivência.
Outra peculiaridade é que o Google Formulário é uma plataforma mais prática e simples
de ser empregada. A sua versatilidade também faz com que ela possa ser facilmente adequada
para se trabalhar qualquer conteúdo e em diferentes turmas. O que explica a grande diversidade
de conteúdos e anos escolares encontrada no Quadro 2 relacionada à ferramenta.
Quadro 3 - Relate como foi a participação dos alunos na atividade que você desenvolveu com eles, destacando a
interação, motivação, entre outros.
Grupo A Como não foi on-line, a interação se limitou ao software. Mas os alunos gostaram pela
praticidade e sempre se motivam quando é algo novo (para aqueles que querem)
Grupo B Fiz com apenas dois alunos pois, eles estão em fase de avaliação diagnóstica. Eles
amaram.
Grupo C Como o objetivo era gravar a aula, não houve interação motivada pela atividade.
Grupo D Os alunos acharam super divertido realizar as atividades com o auxílio da professora
Grupo E Eles acharam o jogo bem interessante, diferente, divertido e incentivador.
Grupo F Participaram mais de 70% dos alunos que tem acessibilidade, onde eles relataram que
tinha gostando da atividade e que gostariam de fazer outras atividades com a utilização
de tecnologias digitais.
Grupo G Inicialmente, o Professor da turma realizou uma revisão envolvendo medidas de
tendência central. Em seguida, apresentou-se brevemente a proposta da plataforma
mentimeter. Posteriormente, disponibilizou-se os dois links, contendo no total 4
questões, 1 sobre cada conceito. Após a resolução dos alunos, corrigiu-se as questões
juntamente com os mesmos. Por fim, foi proposto duas questões, uma em forma de
ranking e uma em forma nuvem de palavras, nas quais os estudantes puderam expressar
suas ideias e/ou opiniões em consonância com os conceitos abordados na aula.
Vale destacar que em todas as etapas da atividade, os discentes demonstraram interesse,
esforço e curiosidade, nos quais os mesmos questionaram, participaram, interagiram
com os professores e resolveram com prontidão as questões propostas.
Fonte: Dados da pesquisa
A partir da leitura dos relatos dos professores no Quadro 3, pode-se observar que os
alunos tendem a se sentirem atraídos pela atividade proposta, tendo em vista que as atividades
foram realizadas a partir de tecnologias digitais, sendo esse um dos motivos que pode ter
Grupo D Nele o usuário pode fazer pesquisas de múltiplas escolhas, fazer questões com
respostas curtas.
Grupo E A praticidade na elaboração, aplicação e correção das atividades.
Grupo F Dentro do contexto de ensino remoto, uma das ferramentas que se mostrou mais
eficiente nesse momento, google formulário além de despertar e motivar o interesse
dos alunos nas atividades é acessível para todos que tem acesso à internet.
Grupo G A plataforma Mentimeter possibilita a exploração de diferentes tipos de perguntas,
obtendo uma variedade bastante satisfatório de dados, seja na forma de ranking, nuvens
de palavras, múltipla escolha, gráficos etc.
Outra potencialidade a ser destacada é o acompanhamento em tempo real das respostas
que podem ser utilizadas na correção, bem como permite ao professor realizar a
exposição das respostas apresentadas pelos alunos imediatamente após a resolução dos
mesmos.
Vale destacar ainda, a interatividade, dinamismo e curiosidade que esse recurso
tecnológico permite agregar nas aulas de matemática.
Fonte: Dados da pesquisa
A partir dos relatos destacados no Quadro 4, fica evidenciada a praticidade presente no
Google Formulários, tanto para o professor elaborar as atividades e obter as respostas, quanto
para o aluno acessar e responder o formulário. Sendo que após ser disponibilizado um link de
acesso, a plataforma consiste em responder um formulário de perguntas abertas ou fechadas, no
qual o acesso pode ser realizado em dispositivos simples com o mínimo de conexão com à a
internet.
Quadro 5 - Relato das dificuldades e pontos negativos que poderão ser melhorados nas próximas aplicações
Grupo A Versão free não permite inserir imagens nas alternativas (muito limitada).
O aluno responde várias vezes.
O aluno envia incompleto/questões abertas, a maioria em branco.
Identificação do aluno/ Ele escreve o que quer (sem coleta de email), poderia ter
colocado uma questão sendo o nome do aluno completo e outra a turma.
Grupo B A Internet dos meus alunos é o principal ponto negativo.
Ainda vale ressaltar que, é consenso da maioria que eles gostariam de conhecer outras
plataformas para o desenvolvimento de atividades de matemática, conforme as respostas
apresentadas no item 4 (pergunta no Quadro 1) da figura 1 e que as atividades desenvolvidas
na oficina irão auxiliar na aprendizagem de conteúdos matemáticos dos estudantes da Educação
Básica (Item 5, figura 1).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da análise dos resultados obtidos no questionário e nos relatos, acreditamos que
a quantidade de ferramentas que foram trabalhadas e a conexão de internet foram fatores que
influenciaram diretamente no desenvolvimento da oficina, fazendo com que alguns
participantes não se sentissem preparados para desenvolver atividades com essas ferramentas.
Outro ponto a ser discutido, após a análise dos resultados, é a acessibilidade dos alunos
com relação às plataformas utilizadas pelos professores, em que a democratização do acesso
aos recursos tecnológicos continua sendo um problema social a ser enfrentado.
REFERÊNCIAS
RESUMO
Este trabalho surgiu com uma inquietação pessoal, se despontou em forma de um paradoxo; eis
que se vislumbra agigantando-se um desinteresse e apatia de alunos com os assuntos
pedagógicos, didáticos, com as aulas tradicionais e convencionais, além do afastamento aos
seus professores; no entanto de forma inversa, o imensurável interesse e fascínio pela
conectividade, pelo mundo virtual, em especial para com as novas tecnologias de informação e
comunicação (TICS), games, gamificação, internet das coisas, inteligência artificial, enfim tudo
que esteja em conexão com os smartphones. Há uma habilidade espontânea e inata dos jovens
e crianças com os dispositivos móveis, interagem como se fossem extensões de seus próprios
corpos, a ponto de se arriscar chamar a atual geração de smart skills. Tal fenômeno chamou a
atenção e contribuiu a ponto de se levantar uma hipótese para solucionar a inquietação e
construir e apresentar o problema desta pesquisa. Podem as TICS, o mobile learning com a
aplicação do BYOD em sintonia com as metodologias contribuir para se inovar no ensino e
aprendizagem? Com um olhar na ciência, tecnologias, sociedade e sustentabilidade, elegeram-
se como um problema pontual o barulho e a perturbação do sossego, para ser solucionado como
as novas tecnologias. E com a metodologia do design thinking, seguindo uma trilha qualitativa
e documental pautada em obras da UNESCO, como projeto questionou-se sobre o excesso de
barulho e ruídos na escola? Como medir, Quais as consequências para a saúde? Como objetivos,
solucionar problemas pontuais com TICS e BYOD que possam contribuir para aproximação
entre professores e alunos. Criar um protótipo para conscientizar sobre a saúde auditiva,
questionar e analisar se as metodologias ativas podem fazer parte deste desafio? Diante do
exposto, percebe-se e entende-se que a metodologia tradicional de ensino está desgastada, sem
dizer, segundo a UNESCO (2017) a internet e as TIC já fazem parte dos aprendizes em seu
cotidiano, e por que não podem fazer parte também de suas atividades educacionais? Com este
pressuposto se desenvolveu um aprendizado por projeto, com turmas dos sextos e sétimos anos
do ensino fundamental, e ensino médio, o resultado deste aprendizado foi à percepção que os
alunos com as novas tecnologias, desafios, conteúdos formais e informais, mediados pelo
professor, e assistidos por uma curadoria tecnológica tornam-se um protagonistas na produção
de conhecimentos, por meio da cooperação e empatia aprendem para situações ao longo de suas
vidas, preconizado pela Agenda 2030, além de reforçar a cidadania e o entendimento da
diversidade.
PALAVRAS – CHAVE: BYOD, Mobile learning, Metodologias Ativas, Smart Skills, TIC.
16 Trabalho apresentado no Congresso Gobal Virtual Educa realizado em Lisboa, Portugal. Ecossistemas
Educacionais para a era digital - https://virtualeduca.org/congresoglobal/
Este relato surgiu com um quadro reflexivo que se compõe desta forma: um encanto,
uma insatisfação, um incômodo, uma frustação e por fim uma angústia que se constituiu ao
longo de quinze anos de magistério em escolas públicas fundamentais e secundárias na região
metropolitana de Curitiba, no sul do Brasil, em bairros muito pobres e violentos, muito distantes
do centro.
Enfatiza-se que além do distanciamento geográfico , há o das benesses das regiões mais
abastadas; onde o Estado também distancia-se, torna-se mínimo a deixar os cidadãos
vulneráveis a má fé dos sujeitos que sente-se confortados com o falso sentimento de impunidade
e de toda sorte de sofismas e sofistas contemporâneos.
Nos últimos cinco anos soma-se a atuação no ensino superior à distância, com trabalho
home office e BYOD, somados alguns cursos de especializações, além de um mestrado
profissional, sem dizer a presença em muitos congressos e seminários com inúmeros trabalhos
e palestras apresentados que de alguma forma colaboraram com uma visão holística, sistêmica
e complexa para a educação e produção do conhecimento e situação antropológica do professor
do ensino médio e fundamental.
Conhecido como BYOD, o modelo vem causando uma mudança sem precedentes na
educação superior e no ensino a distância ao permitir que mais alunos acessem os
materiais pedagógicos através da tecnologia móvel. Com o aumento do número de
pessoas que têm acesso ou possui um dispositivo móvel, as iniciativas BYOD
mostram-se promissoras para alunos de todos os cantos do mundo, embora possam
ser radicalmente diferentes nas diversas regiões e países.
Depois do encanto, acredita o autor não a ser um sonho quixotesco ou um devaneio
utópico ou poético, não obstante, sentindo-se ―seguroǁ em terra firme para trazer a tona, a
insatisfação com a apatia dos estudantes em relação aos conteúdos escolares e a crescente e
contínua onda de violência que ceifa milhares vidas de jovens no Brasil.
Embora o Brasil seja um país diplomaticamente pacífico, os números internos das baixas
causadas por homicídios, são de países em conflitos armados, sendo um dos principais
Preocupante também é o som alto utilizado em fones de ouvidos que estão deixando
jovens com sérias lesões auditivas, perceptíveis em quando conversam, perdem a noção do
volume da própria voz, expressam-se aos berros. Este é o quadro criado para delinear este
trabalho.
O uso de dados móveis para apoiar avaliações formativas, particularmente, ficará cada
vez mais viável, já que os professores poderão coletar informações dos seus alunos
rápida e facilmente através de dispositivos móveis em todas as etapas do processo de
aprendizagem. Contudo, isso vai exigir investimentos em formação docente, já que os
Desde 2017 as escolas públicas do estado do Paraná contam com um aplicativo para
celulares e computadores para realizar chamadas diárias, lançamentos de notas e informações
pedagógicas, inovação que facilitou o trabalho dos professores, além de se constituir uma das
influências a contribuir para se elaborar este propalado, além do mais, nesta época de
quarentena para a prevenção do corona vírus, o mobile learning é um bom instrumento para
manter os alunos ocupados em suas casa.
Teacher e Student, para sua utilização, diga-se que é intuitiva, é necessário registar login
Disponíveis no ―Play Storeǁ, e pelo fato de não haver custo favorece a procura pelos
jovens, funciona com o sistema ―androidǁ, utilizado na maioria dos celulares e também
com sistema IOS. É possível utilizar em português e ou em várias línguas, um motivo a amais
para ser empregado para o aprendizado de outras línguas.
pproprpr
Escolha do idioma
(fig.1 as duas versões do aplicativo socrative, para as metodologias ativas, estudantes podem assumirem o papel
de professor e construírem os seus próprios quizzes para compartilharem com que desejarem)
Incentiva-se que a primeira prática com o BYOD seja feita de forma híbrida, ou melhor
um blended, que seja alternado entre sala de aula e laboratório de informática, e leituras prévias,
fins se aprimorar teoricamente e tecnicamente para depois se utilizar os devices, para tal além
de um assunto ou conteúdo previsto em planejamento, o aprendizado referente ao mundo da
conectividade, por exemplo conceitos de spam, email, mobile learning, BYOD, em sintonia
com o assunto apresentado, como exemplo, a mitologia grega e o teogonia, prevista para a
atividade, duas aulas.
(fig.2. Alunos do primeiro ano do ensino médio, no laboratório de informática – 2018, em aprendizado sobre a
utilização do Socrative e análise de conceitos da área de tecnologia da informação, além da cibersegurança, para
posteriormente usá-los em seus próprios devices)
MULTIPLA ESCOLHAS;
FALSO E VERDADEIRO;
RESPOSTAS DIRETAS.
(fig. 3 . A questões são disponibilizadas em forma de múltipla escolhas, falso ou verdadeiro e ou uma resposta
objetiva. É possível inserir imagens: gráficos, fotos, mapas, documentos).
Escolher um desafio não é uma tarefa fácil, um dos caminhos para o êxito, curadoria
com a ludicidade e afetividade, além do que, com um olhar no decorrer do dia a dia, só assim
questiona-se, neste caso em específico, por que há tanto barulho na escola? Por que os
estudantes gritam e não falam? O Barulho e ruídos como arrastar de móveis podem causar
problemas para a saúde, e o que se dizer de motocicletas barulhentas e carros com som
altíssimo, além do incômodo a perturbação do sossego, falta de empatia ou falta de
conhecimento?
É possível se conquistar silêncio em uma sociedade tão adepta ao som alto, e qual a
possibilidade de meditar conforme os ensinamentos das filosofias orientais, e até mesmo criar
momentos de silêncio e meditação? É possível se conquistar os benefícios do silêncio como o
mobile learning, é possível se criar um game para alertar sobre a saúde auditiva? Sobre o
controle de ruídos e barulhos?
Las escuelas necesitan computadoras, tabletas y otros dispositivos TIC que se integren
de manera inteligente en el ambiente educativo para optimizar el uso del aprendizaje
facilitado por Internet. Estos deben ser mantenidos, 19 actualizados y ciber-seguros.
También necesitan una fuente confiable de electricidad. Los costos totales de
propiedad — capitales y operacionales — deben incluirse en los presupuestos, y la
importancia de las restricciones financieras no debe ser subestimada. Es posible que
los edificios escolares deban ser rediseñados para hacer un uso eficaz del aprendizaje
facilitado por Internet. Estos también son aspectos importantes para facilitar el acceso.
(INTERNET SOCIETY, 2017, p. 4).
Desenvolveu-se o projeto PSIU NA ESCOLA, uma atividade com o intuito de aprender
brincando e fazendo pesquisas na escola e nas próprias casas e comunidade com a intenção de
se levar o aprendizado para além do muros escolares e para toda a vida do estudante , com a
possibilidade do mobile learning ser uma caminho seguro e possível, (uso de nossos celulares).
A conquista de se alcançar um ouvir saudável com empatia.
O desafio surgiu em uma aula cotidiana de filosofia, a partir de uma explanação sobre
as culturas orientais, em especial sobre a meditação e a valorização de momentos de silêncio se
desenvolveu o interesse pelo assunto Barulho e excesso de barulho na sociedade, em especial a
ocidental. De forma empática concluiu-se sobre a dificuldade de se obter o silêncio e emissão
de sons moderados no cotidiano.
De forma muita descontraída, os alunos relatam que recebem muitas faltas devido os
professores não os ouvirem, averiguou-se os principais motivos, o principal o excesso de
barulho e falta de atenção. Também surgiu a inquietação, o como medir o som, motivo para ser
apresentado o decibilímetro on line, por meio da internet nos próprios celulares, motivo de
muita euforia, curiosidade e expectativa, os aprendizes questionaram sobre os limites que o
ouvido humano pode suportar, ponto de partida para o projeto PSIU. Disponibilizou-se no
(Fig 8 – turmas de ¨6º ano no laboatório de informática, treinamento técnico e de segurança, funcionalidade,
possibilidades e perspectivas, a priori em computadores, posteriormente em devices ou mobiles. Conceitua-se
BYOD, mobile learning, quizz, gamificação, barulho, ruído, empatia e a perturbação do sossego e surdez.)
O intuito do desafio foi implementar uma sala de aula híbrida, e a partir de conteúdos
formais com os desafios para se solucionar problemas pontuais que podem ter efeitos globais.
Compreendeu-se que aluno do século XXI faz parte da teia global, o celular torna- se
um instrumento pedagógico e didático, sendo a figura do professor, continua oportuna, agora
com mediação e curadoria nas novas tecnologias. Confirma a UNESCO (2016, p. 53):
Los docentes deben adquirir nuevas habilidades para utilizar eficazmente los recursos
de Internet. La experiencia global ha demostrado la importancia del desarrollo
profesional en la mejora de las habilidades de los docentes para usar Internet e
introducir nuevos tipos de aprendizaje en el aula y con alumnos individuales. Los
administradores educativos también deben aprender cómo sacar el máximo provecho
a la información disponible a través del aprendizaje en línea para mejorar los
estándares de la educación y destinar recursos. Crear estas capacidades será
fundamental para maximizar el valor del Internet para la educación
A recepção dos alunos com o projeto e delegação de responsabilidades é formidável,
muitos expandem o projeto para familiares, amigos e comunidade, o mais interessante e que
causa ―espantoǁ, a partir da utilização do BYOD realizam as atividades sem enfrentamentos ou
reclamações. Entendem e aceitam os desafios, ora individuais, ora coletivos, pois para tal,
desperta-se o engajamento, assim compartilhamento de informações, o que os concede um
sentimento de pertencimento, afirmação, embora com toda sua subjetividade e estética,
estimula a criatividade. Para refletir:
Para que exista inovação e tecnologia nas salas de aula, os educadores necessitam do
ambiente adequado, infraestruturas, dispositivos de apoio
e liderança. Fazer com que a tecnologia digital beneficie os estudantes e funcionários
exige uma abordagem que combine a formação dos professores, programas
curriculares e materiais educativos que sejam adequados para modelos de ensino
apoiados digitalmente. Esta abordagem a nível organizacional destinada a aplicar
tecnologias digitais no ensino e na aprendizagem reflete-se na ferramenta de auto
avaliação SELFIE, que já foi experimentada em escolas de 14 países (COMISSÃO
EUROPEIA, 2018,p.6)
―O professor conduz, incentiva e desafia; os aplicativos motivam e encantamǁ
(Churkin, 2019, p.132). O desafio de auxiliar prevenção dos males causados pelo barulho,
causou muitas perspectivas e possibilidades, muitas ideias e trocas de opiniões, além do que
revelou que até então nunca foi falado sobre este tipo de violência. Além do enriquecimento
epistemológico, a autoestima dos jovens é alimentada, ―percebem-se empoderados,ǁ e em
um pertencimento ontológico.Conforme Internet Society (2017, p. 6):
professor torna-se um curador, pois pode decidir e INTUIR o que é melhorem termos
de tecné para o seu aluno.
. https://www.internetworldstats.com
REFERÊNCIAS
FAVA, Rui .Educação 3.0:Aplicando o Pdca nas Instituições de Ensino – 1ª ed.São Paulo:
Saraiva, 2014.
SOCRATIVE. https://www.socrative.com
UNESCO, Repensar a educação: rumo a um bem comum mundial, Brasília, Brasil, 2016.
INTRODUÇÃO
Art. 4º A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino
fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível
superior, em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras:
Libras/Língua Portuguesa como segunda língua.
Parágrafo único. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos
no caput.
Art. 5º A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos
anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou
curso normal superior, em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído
línguas de instrução, viabilizando a formação bilíngüe.
§ 1º Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na
educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em
nível médio na modalidade normal, que viabilizar a formação bilíngüe, referida no
caput. (BRASIL, 2005)
No contexto da formação de professores para os alunos surdos e com deficiência
auditiva, os CAS (Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez) começam a ganhar sucesso
devido ao trabalho voltado para desenvolver as potencialidades dos alunos surdos e com
deficiência auditiva, proporcionando-lhes as condições especializadas.
Para realizar uma garantia da oferta de educação bilíngue para os estudantes surdos e
também com deficiência auditiva, o Ministério da Educação teria a proposta da criação do
Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos, a ser realizado a partir de parcerias
firmadas com as Secretarias de Educação dos Estados, o Instituto nacional de Educação de
Surdos (INES) e a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS).
Gomes (2016) aborda a cultura lúdica que já está evoluída devido à chegada de novos
brinquedos. As brincadeiras desenvolvidas coletivamente nas ruas, principalmente transmitidas
de geração para outra, como rodinha, ciranda, amarelinha, cabo de guerra, pique, bolinha de
Considerando que a partir da evolução dessa cultura lúdica, a criança faz cultura,
participa ativamente da sociedade, cria e recria com características próprias as funções da
Cibercultura17, ela pode intervir em todo o processo cultural. Gomes (2016) coloca Fantin
(2008), afirmando que a criança interage com o mundo, vivenciando formas especificamente
infantis de inteligibilidade, representação e simbolização. Nesse contexto, as palavras de
Sarmento (2004), versando os três eixos estruturadores mais destacados das culturas da infância
presentes nas brincadeiras de antigamente e nas brincadeiras atuais como a Interatividade: as
crianças aprendem nas culturas de pares, o que significa a Interatividade, pois pode tanto estar
fora quanto na rede, e a Ludicidade: as crianças interagem nos brinquedos tradicionais ou nos
brinquedos tecnológicos já que são desenvolvidas atividades sérias e envolventes em ambas, a
Fantasia: as crianças podem transpor o real imediato e o reconstruir criativamente pela
imaginação. Isso trata-se de um imaginário sempre potencializado pelo mundo real ou pelo
tecnológico.
Gomes (2016), no seu trabalho, destaca os aplicativos virando brinquedos nas mãos das
crianças, porque em tempos digitais, elas adotaram os aplicativos para smartphones e tablets,
exemplificados por TICs. Alguns aplicativos podem incentivar o desenvolvimento das
capacidades cognitivas, auxiliando no aprendizado de cores, formas, na coordenação motora e
no processo de alfabetização.
Vale ressaltar que a educação infantil é a principal fase das brincadeiras, considerando
o tempo onde a criança está descobrindo o mundo, criando e experimentando, pois o brincar dá
prazer. Podemos refletir que uma das áreas mais favorecidas com as TIC’s é a educacional,
porque a tecnologia tem alguma possibilidade de incentivar um maior desenvolvimento de
aprendizagem e comunicação entre as pessoas surdas. Sendo assim, as atividades digitais
praticadas pelas crianças surdas contemporâneas podem incentivar o desenvolvimento das
capacidades cognitivas e linguísticas e fazem que elas possam transpor e (re)construir o real
17 Segundo Lévy (1999, p.17), o termo Cibercultura significa “o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais),
de práticas, de atitudes, de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do
Ciberespaço”, ou rede.
O trabalho pode se desenvolver com base na análise de dados coletados da busca dentro
de Periódicos Capes de descritores que contém as palavras “dificuldades de professores surdos
na utilização das TIC’s no ensino de Libras”. A quantidade de palavras utilizada justifica-se por
buscar esse assunto em diferentes fontes de informação. Seus resultados poderiam ser
analisados utilizando-se filtros referentes aos conteúdos, e outras buscas teriam reunido alguns
tipos de publicações, tais como periódicos, bases de dados e livros disponíveis via portal de
Periódicos Capes.
Tudo isso foi feito para alcançar os objetivos indicados a respeito da situação de uma
atuação dos professores surdos no ensino de Libras em relação à aprendizagem dos discentes,
porque eles poderiam enfrentar os grandes desafios: dificuldade na utilização das TIC’s na sala
de aula.
Por fim, este trabalho trata-se principalmente das abordagens propostas na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), particularmente considerando a Libras e os processos de
Formação de professores surdos por meio do uso de Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC’s). Acreditamos que inúmeros professores surdos têm dificuldade na utilização das TIC’s,
seja no ensino virtual ou em sala de aula, para mediar as interações de ensino com os seus
alunos, principalmente no ensino de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Pretendemos que o
resultado da coleta de dados referentes às obras acadêmicas a respeito das dificuldades que os
professores surdos de Libras demonstram na utilização das TIC’s seja analisado pelos
profissionais na área de educação e linguística.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ministério da Educação, Brasília, DF:
MEC, 2018. Disponível em <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/> Acesso em 27 mai. 2021.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -
Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 abr. 2002.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm> Acesso em 24
mai. 2021.
GOMES, Suzana dos Santos. Infância e Tecnologias. In: COSCARELLI, Carla Viana.
(Org.). Tecnologias para aprender. 1º ed. São Paulo: Parábola, 2016, v., p. 145-158.
RESUMO
A avaliação da aprendizagem consiste em um dos mais complexos procedimentosrealizados
por professores no ambiente escolar. Diante disso, este artigo surge com o objetivo analisar as
dificuldades enfrentadas por professores do ensino fundamental anos iniciais, 3º ao 5º ano que
atuam em escolas do município Pedra Branca, Sertão paraibano, para desenvolvimento do
processo de avaliação da aprendizagem no ensino remoto emergencial, que está em vigência
devido à pandemia de Covid-19. Esta pesquisa é de cunho exploratório e de campo, a qual
utilizou como procedimento de coleta de dados questionário, elaborado no google forms, junto
a dez professores/as de duas escolas da rede municipal de ensino da cidade de Pedra Branca/PB.
Evidenciou-se, portanto, que o processo de avaliação da aprendizagem, segundo os/as
professores/as é perpassado por dificuldades de variados alcances, sendo o distanciamento entre
professor-aluno, a ausência do acompanhamento familiar e a ausência de ferramentas
tecnológicas para alunos e professores são as principais causas, apontadas pelos/as
professores/as participantes.
PALAVRAS-CHAVE: Pandemia. Covid-19. Aprendizagem. Ensino remoto. TICs.
INTRODUÇÃO
O processo avaliativo no ambiente escolar pode ser considerado o mais complexo dos
procedimentos pedagógicos, uma vez que requer do professor grandes habilidades que
considerem os avanços apresentados pelos alunos , como forma de entendimento e
acompanhamento do seu desenvolvimento.
O interesse por este tema surgiu diante da necessidade de, enquanto professorade uma
escola pública, acompanhar as aprendizagens dos discentes ao longo do ensino remoto e, assim,
me deparando com o desafio de desenvolver da melhor forma possível,as práticas pedagógicas
planejando as atividades que seriam enviadas para os estudantes, através de estratégias como
atividades impressas grupo de whatsapp e outros mecanismos. Atividades estas pensadas como
meios de avaliar as aprendizagens.
Um dos pressupostos que norteiam este trabalho é a concepção de que a avaliação não
deve ser concebida como ações de exclusão, mas sim incorporada aos objetivos de
democratização do ensino, favorecendo a aprendizagem. Portanto, precisa ser considerada
como um aspecto mais amplo que influencia, de uma maneira ou de outra, na ação educativa.
Por essa razão, com esse trabalho objetiva-se analisar como são desenvolvidos os
processos avaliativos durante o ensino remoto, em turmas do 3º ao 5 º do ensino fundamental
no município de Pedra Branca-PB, uma vez que o contexto do ensino emergencial desencadeou
uma configuração inusitada e inesperada nas ações deensinar e aprender, nos mais distintos
lugares deste imenso território brasileiro
O professor deve ter propostas claras sobre o que, quando e como ensinar e avaliar, a
fim de possibilitar o planejamento de atividades de ensino para a aprendizagem de
maneira adequada e coerente com seus objetivos. É a partir dessas determinações que
o professor elabora a programação diária de sala de aula e organiza sua intervenção
de maneira a propor situações de aprendizagem ajustadas às capacidades cognitivas
dos alunos (BRASIL, 1997, p. 39).
De acordo com as orientações apontadas pelo documento supracitado verifica-se uma
maior preocupação em colocar o ensino como sendo potencializador da aprendizagem e para
tal se faz necessário que esta aprendizagem seja acompanhada de modo que o professor consiga
visualizar de forma clara os avanços adquiridos por seus estudantes ao longo de um
determinado período, bimestre, trimestre, semestre ouao final do ano letivo.
A pandemia gerada pelo novo coronavírus afetou todos os recantos deste imensoBrasil
do maior ao menor dos municípios e, neste caso, o município de Pedra Brancanão ficou de
fora dos impactos por ela gerada. A educação, de modo particular da rede municipal de ensino
que é o objeto de análise deste estudo teve que adotar o modelo remoto de ensino por meio da
utilização de ferramentas digitais.
O município de Pedra Branca-PB dentro dos princípios legais que dispõe baseado no
Decreto Municipial Nº 008/2020 de 07 de maio de 2020 sobre o regime especial de atividades
Com a utilização do ensino remoto emergencial a rede municipal de ensino adotou como
mecanismos de acompanhamento da aprendizagem, a entrega de atividades impressas pelos
estabelecimentos escolares, as quais devem ser respondidas e devolvidas aos professores e
professoras, por parte dos alunos e/ou dos seus responsáveis. Outra medida adotada foi a
utilização do aplicativo whatsapp para envio de atividades e aulas gravadas cuja a simples
visualização é considerada como participação.
Para os alunos que não dispunham de celular e internet a medida adotada foi o envio de
atividades impressas. Forma esta desafiadora, tanto para o aluno como para o professor, pois
ele recebe as atividades sem nenhuma orientação, necessitando fazê-las, muitas vezes sozinho,
sem explicação ou mediação do professor. Para este profissional, a dificuldade é,
principalmente, o ato de avaliar, pois ele recebe as atividades impressasrespondidas, mas no
momento da correção não tem a certeza de que foram feitas pelos alunos de fato. E tais
atividades são os únicos instrumentos disponíveis para o acompanhamento da aprendizagem.
Como, então possibilitar que os alunos avancem na aprendizagem, se não há um diagnóstico
com fontes confiáveis para possíveis ajustes noprocesso? Portanto, aumenta o abismo entre
estudantes, filhos da classe trabalhadora e àqueles de origem abastada.
A partir desta percepção, que por sinal se deu tardiamente em 7 de maio do ano letivo
de 2020 de acordo com o decreto municipal 008/2020. A partir de então foi que a Secretaria
Muncipal de Educação iniciou o ensino remoto e foram traçadas estratégias para realização das
aulas e dos mecanismos para avaliação, conforme veremos a seguir na análise dos dados
coletados, junto a professoras/es de escolas públicas.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para uma melhor compreensão acerca da temática analisada e sobre a atual conjuntura
do ensino remoto emergencial no município de Pedra Branca-PB buscou-se analisar como se
dá o processo de avaliação do conhecimento e os mecanismos utilizados por um grupo de
professores/as, para acompanhamento do processo de ensinoe aprendizagem de seus alunos,
bem como as dificuldades enfrentadas neste processo.
Os dados foram preocupantes, pois apenas 20% dos professores disseram ter realizado
algum curso voltado ao uso das TICs como ferramentas pedagógicas e 80% responderam não
ter realizado nenhum curso ou formação continuada neste seguimento.O que explica parte do
cenário de preocupação, medo, angústia vivenciado por muitos que não tinham os
conhecimento básicos para o manuseio destas ferramentas.
A este respeito, Mercado (1998 apud Beira; Nakamoto, 2016, p. 826) para que a inserção
e uso das citadas ferramentas em sala de aula atinjam efeitos positivos, é fundamental
Foi solicitado aos/as professores/as para que apontassem as ferramentas que utilizam
para o processo de desenvolvimento de suas aulas e para envio de atividades para os alunos.
Verificou-se, portanto que todos/as professores/as fazem uso do aplicativo whatsapp e de
apostilas impressas pela instituição, mas 30% destes afirmaram utilizar também o google meet
para aulas síncronas e 40% afirmaram usar o google forms para elaboração de
atividades/provas.
Whatsapp 100%
Apostilas 100%
fessor A Subjetiva
fessor B Complexa (2x)
fessor C Impossível
fessor D Difícil (2x)
fessor E Em construção
fessor F Faz de contas
fessor G Ineficaz
fessor H Quantitativa
Fonte: SILVINO, Maria Vanderly (2021).
O modelo de avaliação adotado no ensino remoto é muito mais quantitativo (soma das
atividades enviadas) do que qualitativo o que contraria a LDB -9394/96 que diz no seu Art. 24
(BRASIL, 1996) que a avaliação deve ser contínua e cumulativa priorizando os aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
60
%
60
%
50
%
40 20 20
% %
20
%
10
%
Sim Não Parcialmente
Diante disso, foi perguntado se os/as educandos/as participam ativamente das atividades
propostas , através dos diferentes mecanismos utilizados para estas funções, eo resultado não
foi nada satisfatório. Apenas 30% dos professores responderam que seus alunos participam
ativamente enquanto 70% deles afirmaram não haver uma participação ativa neste modelo de
ensino.
De acordo com Moreira, Henriques e Barros (2020, p. 358) “As e-atividades permitem
uma aprendizagem online ativa, participativa, individual ou em grupo. São importantes porque
empregam princípios úteis para a aprendizagem bem como uma escolha de tecnologias
adequadas”. Porém no caso apontado pelos professores participantes da pesquisa não se trata
apenas de uma escolha de tecnologias, massobretudo, sua ausência em muitas residências dos
Por fim, buscou-se entender quais são as ações tomadas pelos professores quando estes
conseguem perceber que um determinado aluno não está tendo um bom desempenho nas
realizações de suas atividades. Todos/as os/as professores/as responderam, porém houve uma
repetição de frases que foram sintetizadas a partir das respostas predominantes (Quadro 2).
Diante do exposto, percebeu-se que há uma enorme barreira entre o ato de lecionar e de
avaliar, pois requer dos professores várias ações/estratégias para que compreendam as lacunas
no aprendizado do aluno. Porém, verifica-se que estas dificuldades têm se tornado ainda
maiores com a utilização do ensino remoto, pois o distanciamento entre professores/as e
alunos/as não permitem o “olho no olho” e a interatividade, que é comum nas aulas presenciais.
Para Hoffmann (2012, p.13) “avaliar não é julgar, mas acompanhar um percurso de vida
da criança, durante o qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões, com intenção de
favorecer o máximo possível seu desenvolvimento”. Neste sentido, o professor terá a função
de estabelecer a mediação do processo de ensino-aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos dias atuais, a avaliação tem se tornado ainda mais complexa devido ao modelo de
ensino remoto que colocou professores e alunos em situação de distanciamento exigindo o
domínio de outros mecanismos, sobretudo, tecnológicos.
Neste sentido, verificou-se que para haja uma avaliação mais consistente no ensino
remoto é preciso uma maior participação dos pais no acompanhamento do processo de
desenvolvimento de atividades, o que ocorre parcialmente. Isto, associado a outros problemas
que já eram comuns no ensino presencial como a não realização de atividades, faltas constantes,
carência de materiais, entre outros tem gerado dificuldadespara o processo avaliativo.
FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
GRILLO, Marlene Correro; FREITAS, Ana Lúcia Sousa de. Autoavaliação: por que ecomo
realizá-la? In: GRILLO, Marlene Correro; GESSINGER, Rosana Maria (org.) Por que ainda
falar em avaliação? Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
NERICI, Inúcleo Giusepe. Introdução à didática geral. São Paulo: Atlas, 1992.
PEDRA BRANCA. Decreto n. 008/2020. Decreta retorno das aulas na rede municipal de ensino
mediante ensino remoto, no dia 07 de maio de 2020 e dá outras providências.Diário Oficial do
Município, Pedra Branca-PB, 07 mai 2020. Disponível em:
https://www.pedrabranca.pb.gov.br/. Acesso em: 20 mai. 2021.
RESUMO
Este artigo teve como tema “Educação Digital”. Sabemos que perante esta sociedade em que
vivemos atualmente está passando constantemente por grandes avanços, e com eles surgem os
recursos tecnológicos cada vez mais sofisticados que vem contribuindo significativamente com
o desenvolvimento da educação, pois por meio dela temos uma gama de informações
disponíveis e de forma rápida, portanto cabe aos professores buscarem capacitações para
acompanharem estes avanços tecnológicos que vem ocorrendo no processo da informação da
educação digital. Tomando como base estas mudanças, procuraremos aqui em nosso artigo
discutir e refletir sobre a utilização das tecnologias de informação e de comunicação na
educação e os conhecimentos necessários que os educadores devem possuir para poderem atuar
com este modernismo tecnológico nas instituições escolares.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia de Informação; Educação; Prática Docente; Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Pensando em acompanhar estes avanços, foi que os PCNs e PCNEM fazem alusão para
que os educadores façam uso das tecnologias da informação em sala de aula, sendo assim,
muitos dos professores se encontram com estas exigências e se veem despreparados para fazer
uso delas, sendo assim necessitam buscar se capacitar para fazerem uso em sua prática
Entretanto, vale salientar que não apenas é necessário se ter os recursos tecnológicos em
sala de aula, mas que, para as Tecnologias de Informação e Comunicação possa ser um
instrumento de formação dos sujeitos na escola, se faz necessário que em primeiro lugar busque
se capacitar para poder fazer uso com eficiência desta tecnologia, para assim repassar aos alunos
seus conhecimentos.
Muitos profissionais ainda não estavam prontos para trabalharem de forma digital,
porém a demanda por essa modalidade surgiu e não poderia ser ignorada, desta maneira,
municípios e estados buscaram formas de ampliar a capacidade de alcance da educação digital,
as pressas foram lançadas estratégias que visavam o pleno acesso a internet e a disponibilização
de ferramentas de acesso para aqueles alunos que não tinham condições, contudo, esse incentivo
não teve grandes proporções e não houve o preparo necessário para isso.
Não basta oferecer computadores e uma rede de internet para que a educação digital
aconteça de forma plena, é necessário preparar o alunado e os profissionais para usarem essa
ferramenta em favor da educação, apenas dessa maneira é possível uma inclusão da educação
digital que permita a integração educacional, como nos mostra o autor a seguir:
Sendo assim, a escola, por ser uma instituição formal que tem por função a produção do
conhecimento, possui como principal objetivo formar cidadão que possa fazer uso dos recursos
tecnológicos em prol de sua aprendizagem.
Fazer uso destas tecnologias é um processo longo, e que terá que fazer uso de dois
grandes processos que não se pode confundir, mas que juntos irão se interagir para a produção
do conhecimento: a teoria da tecnologia e a Pedagógica, sendo assim não podemos ficar
admirados com as atitudes dos educadores com relação às tecnologias de informação e
comunicação.
O uso da educação digital é algo extremamente novo, e seus recursos devem ser
desenvolvidos para propor uma melhor construção e compreensão do conhecimento e que
venha contribuir com o processo da transformação do conhecimento. E para isto se faz
necessário que o professor busque também a renovação da sua prática pedagógica.
De acordo com FREIRE (200, p.24), “mudar é difícil, mas é possível”. Tomando como
base este pensamento freiriano, podemos dizer a educação deve ser pensada além do
condicionamento e da acomodação, e que esta jamais deverá ficar presa ao determinismo,
assim, o objetivo deve ser acatado pela sua razão de ser, pois desta forma produzirá o
conhecimento por meio dele. E que o uso da tecnologia deve sempre ser utilizada de forma
crítica para que assim consigamos adquirir novos conhecimento que nos forneça meios para
conduzirmos a intervenção ética e política do mundo.
Escola que não hipoteque o futuro do jovem e não constranja a sua vontade, a sua
inteligência, a sua consciência em formação a mover-se dentro de um trilho com direção pré-
fixada. Uma escola de liberdade e de livre iniciativa e não de uma escola de escravidão e
mecanicidade. (GRAMSCI, 1975, p.82)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que se atinja este objetivo se faz necessário um planejamento prévio para que
possamos garantir que professores e alunos estejam preparados para utilizar de tais ferramentas,
isto deve acontecer para nos prepararmos para fazer uso destas tecnologias com eficiência.
Portanto é extremamente necessária uma preparação técnica e pedagógica para que os
profissionais da educação possam realmente fazer uso com eficácia desta tecnologia.
FREIRE, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. 4. ed., São Paulo:
Editora Unesp, 2000.
KENSKI, V. M. Em direção a uma ação docente mediada pelas tecnologias digitais. In:
BARRETO, R. G. (Org.) Tecnologias educacionais e educação à distância: avaliando políticas
e práticas. Rio de janeiro: Quartet, 2001.
RONDELLI, E. Quatro passos para a inclusão digital. IN: Revista I-Coletiva, 24 jun. 2003.
Disponível em http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/5/4passos.htm Acesso em: 07 de
julho de 2021
RESUMO
O uso das novas tecnologias educacionais como ferramenta didática no processo de ensino e
aprendizagem ainda se apresenta para muitos professores um desafio no trabalho docente. É
importante considerar que a tecnologia faz parte do contexto atual e que questionamentos e
reflexões sobre qual é a real importância e de que forma ela pode influenciar as ações
pedagógicas, estão presentes nas instituições educacionais. Neste sentido, objetivou-se neste
estudo, identificar os principais desafios apontados por professores na utilização dos recursos
tecnológicos em sua prática pedagógica, trazendo uma reflexão sobre a falta de acessibilidade
quanto ao uso de tais recursos no ambiente escolar. Aborda também questões relacionadas à
importância de capacitações dos professores referente ao conhecimento e utilização dos novos
recursos tecnológicos, além de contribuições que tais recursos podem oferecer no processo de
ensino-aprendizagem. A pesquisa foi desenvolvida por meio de abordagens qualitativa e
quantitativa em que foram caracterizadas por dois questionários que auxiliaram a análise dos
dados. De acordo com os resultados obtidos, conclui-se, principalmente à falta de capacitações
tecnológicas docentes, além da escassez de recursos necessários no ambiente de trabalho, pois
a integração de tais recursos tecnológicos na prática pedagógica docente é de grande
importância.
Palavras-chave: inovações tecnológicas, prática pedagógica, ensino, aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Neste contexto, a maneira pela qual o docente realiza seu trabalho é de fundamental
importância. As mudanças que estão ocorrendo tão rapidamente no cotidiano atual exigem dos
profissionais da educação um novo posicionamento em relação à educação. Todavia, observa-
se professores que ainda apresentam dificuldades no uso das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC’s) em seu trabalho docente. Tendo em vista estas dificuldades como um
norte, é que o presente estudo foi elaborado e desenvolvido, enfatizando a preocupação em
analisar as modificações ocorridas na prática docente com a inserção das novas tecnologias
educacionais, vistas como modificações concretas no ensino-aprendizagem e como
consequente alteração no processo do trabalho do professor, assim como também um desafio a
ser enfrentado no sentido de melhoria (ou não) das suas condições pedagógicas.
A abordagem metodológica utilizada nesta pesquisa para coletar dados se deu por meio
da abordagem qualitativa e quantitativa e envolveu a técnica da aplicação do questionário,
visando uma compreensão sobre os desafios presentes no processo de trabalho docente com a
inserção de novas tecnologias educacionais. Quanto a forma de abordagem do problema, pode
ser classificada como pesquisa de campo, segundo seus procedimentos técnicos.
Com a finalidade em conhecer a real situação do docente referente ao seu trabalho dentro
da sala de aula com a utilização dos novos recursos tecnológicos, a capacitação referente à
DESENVOLVIMENTO
Para Oliveira:
O auxílio da informática no atual sistema educacional pode ser encarado como uma
grande inovação no processo de aprendizagem, desde que seus recursos sirvam para
desenvolver uma melhor compreensão e obtenção de conhecimento, pois, caso
contrário, essa ferramenta refletirá apenas o uso de uma tecnologia com a finalidade
de facilitar tarefas, e não alcançará o objetivo de ser contribuinte ao processo de
transformação da realidade (OLIVEIRA, 2005. P. 14).
Tecnologia educacional remete-se ao uso de recursos tecnológicos como ferramenta
para melhorar a qualidade do ensino, contribuindo assim, no aperfeiçoamento do
desenvolvimento socioeducativo, da socialização do saber e da informação pelo aluno. Em vista
disso, o conhecimento e o domínio do saber se torna reponsabilidade do professor, todavia, a
tecnologia poderá ser uma ferramenta didática muito importante na transposição desse saber,
sendo adequada ao perfil dos alunos.
Vale ressaltar que a utilização desses recursos tecnológicos venha a aumentar de maneira
gradativa nos tornando cada vez mais dependentes, pois trazem a ideia de facilidade,
praticidade, e as inovações que ocorrem com tanta rapidez, obrigam os seres humanos a viver
em uma constante aquisição de habilidades para o uso. De acordo com Silva Leite (2014), “As
últimas décadas têm sido marcadas por uma aceleração no processo de desenvolvimento das
tecnologias e a escola não pode ficar alheia a este fato”. E ainda acrescenta, “a tecnologia
educacional se ocupa do estudo teórico-prático da presença e do papel dos recursos tecnológicos
na educação”.
É possível observar, ao voltar nosso olhar para a sala de aula, como a cultura escolar
tem sido gerada. De acordo com Forquin (1993), “a escola tem características, ritmos e
linguagens próprias”. Além disso, Viñao (2000) afirma que “as instituições escolares são
constituídas por aspectos relacionais externos e internos”. E com certeza, um dos principais
aspectos externos a influenciar a escola no momento atual tem sido o avanço das Tecnologias
de Informação e Comunicação.
Oliveira e Alencar (2001, 2002) ressaltam que “Um professor criativo é aquele que está
aberto a novas experiências e, assim sendo, é ousado, curioso, tem confiança em si próprio,
além de ser apaixonado pelo que faz”. “Trabalha com idealismo e prazer, adotando uma postura
de facilitador e quebrando paradigmas da educação tradicional”. Diante dessa perspectiva, a
capacitação dos professores precisa contribuir para uma reflexão sobre a teoria e a prática das
inovações tecnológicas educacionais e oportunizar a utilização dessas novas ferramentas na
prática pedagógica. Isso não quer dizer que seja preciso abandonar as velhas práticas, e sim
adequar-se das novas tecnologias para que possa promover a transformação necessária.
(...) melhorar a qualidade dos processos de ensino aprendizagem nas escolas públicas
brasileiras, por meio da universalização do uso de tecnologias da informação e da
comunicação (TIC) no sistema público de ensino, que permitam a utilização e o acesso
individual dos alunos a conteúdos e instrumentais digitais de qualidade para o uso
pedagógico, de forma autônoma e colaborativa, aumentando com isso a permanência
e o crescimento dos alunos da educação básica nos sistemas federal, estadual e
municipal (Fundo Nacional de Desenvolvimento da educação [FNDE], 2010, párr. 4).
Todas as mudanças tecnológicas da atualidade também mudam nossa maneira de
apreender novos conhecimentos, pois estamos perante novas formas de ensinar e de aprender,
os recursos tecnológicos que antigamente eram limitados apenas em um mimeógrafo e um
retroprojetor, hoje muitas escolas estão equipadas com vários tipos de ferramentas tecnológicas.
O grande problema é a capacidade crítica em saber lidar com tantas informações e recursos
tecnológicos e não à falta de informações, pois, às próprias tecnologias é que permitem o acesso.
Após a observação e análise dos dados coletados na pesquisa, referente aos desafios que
os professores de duas escolas estaduais do município de Tailândia-PA enfrentam com a
inserção das inovações tecnológicas em sua prática pedagógica, conclui-se que é imprescindível
considerar que as ferramentas tecnológicas não se resumem apenas ao acesso, pois a habilidade
e competência no uso dessas ferramentas implicam sobre tudo, no conhecimento crítico e
consciente das mesmas, refletindo acerca das ações que acontece no cotidiano. Todavia, é
fundamental que a escola reconheça e valorize os saberes, habilidades e interesse dos alunos,
se aproximando das suas linguagens, de maneira à ressignificar os conhecimentos que os
mesmos trazem para o ambiente escolar.
Com a inserção das TIC’s são muitos os desafios a serem enfrentados, pois tanto o
professor quanto os alunos, necessitará se aprofundar na busca do conhecimento para que assim,
possam superar os desafios que surgem no cotidiano escolar. Com fundamento nas respostas
obtidas pelos sujeitos da pesquisa, foi possível verificar que os principais desafios apresentados
pelos (as) professores (as), é o fato das escolas não disporem de equipamentos em número
suficiente para serem utilizados em sala de aula, assim como a falta de formações tecnológicas,
pois é necessário ter conhecimento para o uso adequado de tais recursos na prática pedagógica.
Através dos autores pesquisados e das respostas obtidas dos com a presente pesquisa,
foi possível perceber que não é necessário apenas integrar os recursos tecnológicos no processo
de ensino e aprendizagem no ambiente escolar. É preciso aperfeiçoamento, capacitação e
interação com o manuseio de tais recursos, para que se obtenha resultados satisfatórios na
prática pedagógica em sala de aula. O professor precisa vencer esse desafio em usar as
tecnologias em sala de aula. Todavia, somente através desta mudança os desafios aqui
apresentados e muitos outros que venham surgir, poderão ser superados, haja vista, que a
tecnologia avança rapidamente, dessa forma os professores terão que se atualizarem sempre,
aliando teoria à prática.
REFERÊNCIAS
Implicações para a aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo Editora, 2005, p. 15-37.
RESUMO
O presente artigo é uma revisão bibliográfica que visa refletir sobre a questão do ensino remoto
e as tecnologias educacionais. Entende-se que, no contexto de Educação 4.0, as Metodologias
Ativas de Aprendizagem possuem papel de destaque, pois proporcionam a utilização de
diversas ferramentas midiáticas que trazem inovação para a melhor compreensão do estudante
dentro da sala de aula. Nesse sentido, primeiramente, o diálogo será entender a diferença entre
ensino remoto e educação a distância. Posteriormente, a ênfase será dialogar sobre os limites e
possibilidades do ensino remoto nos diferentes níveis e modalidades de ensino. Na sequência,
a discussão será sobre as ferramentas digitais que favorecem o ensino remoto. Assim, para
finalizar, a reflexão será para entender como acontece a transposição didática e a execução da
prática pedagógica mediada por novas tecnologias educacionais. Para tanto, o aparato teórico
utilizado são os documentos normativos que regem o ensino brasileiro como a LDBEN/96, a
Base Nacional Comum Curricular (2017), dentre outros. Além disso, buscamos os pressupostos
teóricos de autores renomados que dialogam sobre o assunto, como por exemplo, Carvalho
Neto (2017), Moran (2015), Pellizzer (2020), dentre outros. Diante do exposto, infere-se que
os equipamentos, aplicativos ou dispositivos de tecnologia tornaram-se indispensáveis para o
desenvolvimento de atividades pedagógicas e, assim, cabe aos docentes adaptar-se a esse novo
contexto educacional totalmente tecnológico.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Novas Tecnologias. Ensino Remoto. Educação a Distância.
INTRODUÇÃO
Com isso, ao início do período letivo do ano 2020, foi necessário instaurar o “ensino
remoto” em todos os níveis de ensino, objetivando o mínimo de interferência na aprendizagem,
minimizando as consequências devido a paralisação do ensino presencial e amenizando o
contato com o novo coronavírus devido ao distanciamento social.
Assim, devido ao coronavírus ter gerado efeito emergencial, fez com que as propostas
de educação ofertadas ocorresse por meios tecnológicos, onde intensificou o avanço das
tecnologias, em escala social, cultural, educacional e econômica.
Diante disso, o objetivo deste estudo é refletir sobre a questão do ensino remoto e as
tecnologias educacionais. Apresentando a diferença entre o ensino remoto e a educação a
distância, onde erroneamente se confunde, enfatizando os limites e possibilidades do ensino
remoto nos diferentes níveis e modalidades de ensino.
Serão apontadas na sequência, algumas das inúmeras ferramentas digitais para o ensino
remoto que foram utilizados como forma emergencial pelas escolas e professores durante o
período em que os mesmos necessitaram de adaptação devido a pandemia. Isto posto, cabe ao
educador definir o que mais lhe convém diante os objetivos estabelecidos e desfrutar dos
benefícios que a tecnologia pode lhe proporcionar.
Com o intuito reflexivo, será abordado também sobre a transposição didática e prática
pedagógica mediada por tecnologias, no qual desafia os professores a realizar análises sobre o
O ensino remoto tem características próprias, e pode se dizer que segue o modelo de
ensino de estudos presenciais, onde aluno e professor estão paralelamente conectados e
interagindo por meio das tecnologias.
Logo, o ensino remoto não pode ser chamado de Educação a Distância, pois trata de um
modelo de ensino presencial adaptado com o objetivo de levar a aula/conteúdo até o aluno.
Ainda, o ensino a distância é um modelo realizado de forma estruturada, planejada, com apoio
de tutores/professores, recursos audiovisuais e pdfs e podcasts, dentre outros recursos, que o
diferenciam do ensino remoto.
Apesar das orientações do documento legal, ainda pairam dúvidas sobre a eficácia de
tais atividades, principalmente, se podem favorecer ou não o processo de ensino e de
Segundo Maia e Matar (2007), a EaD é destinada a atividades onde o aluno e professor
estão separados fisicamente. Mas, como podemos descrever essa modalidade de ensino? Bem,
como elucidado anteriormente, a Educação a Distância é considerada uma modalidade de
ensino onde o estudante tem autonomia para estudar e livre acesso ao conteúdo. Utilizando,
muitas vezes, das mesmas tecnologias que o estudante do ensino remoto emergencial, e inserido
no mesmo conceito de distanciamento físico-geográfico entre docente e discente. Porém, vale
ressaltar que o EaD conta com bases sólidas e toda a metodologia de ensino é voltada para a
autossuficiência do estudante.
Tudo muda o tempo todo no mundo e nesse momento social e histórico, estamos
vivenciando a Quarta Revolução Industrial, a qual promoveu evolução dos recursos
tecnológicos, transformando as ações do mundo físico para o digital. Assim, a tecnologia
transformou o modo de viver, de trabalhar e de produzir em todos os campos/esferas sociais.
Ela foi incorporada à sociedade gradativamente e, atualmente, a utilização de tecnologias
digitais é intensa, sendo, muitas vezes, quase impossível não utilizá-las.
Diante de tal cenário, na esfera educacional não é diferente, pois a educação não é
obsoleta. Assim, as mudanças também foram muito significativas nesse segmento, porque
precisa atender às necessidades da era 4.0. A instituição escolar é considerada uma das
instituições mais importantes da sociedade, uma vez que, possui duas funções primordiais:
socializar e democratizar o acesso ao conhecimento.
1. Modelo sistêmico: as instituições precisam avaliar o cenário atual, com intuito de preparar
estratégias para a mudança da abordagem de ensino;
Então, nesse momento, houve uma corrida por parte dos professores e equipes
pedagógicas para entender como promover o ensino de qualidade. Considerando esse contexto,
os pilares da E4 servem como parâmetros para essa demanda atual, uma vez que, sugerem a
adequação das atividades frente às necessidades atuais. Como exemplo dessa adequação existe
a crescente utilização da tecnologia no contexto educacional, não apenas como pano de fundo,
mas sim como recurso necessário para o desenvolvimento de todas as atividades pedagógicas.
Diante disso, infere-se que o contexto social favoreceu a utilização de novos recursos
digitais na esfera educacional, como por exemplo, as tecnologias digitais de informação e
comunicação que, anteriormente eram utilizadas apenas no EAD, atualmente, são primordiais
Diante do exposto, infere-se que o âmbito da Educação teve e tem que desenvolver e
adaptar métodos didáticos que possibilitam a aprendizagem dessa nova geração tecnológica.
Isso se justifica, porque fazemos parte de um mundo globalizado, no qual as tecnologias
computacionais e digitalizadas estão em ascensão. Nesse sentido, os meios digitais têm sido
uma das maiores ferramentas inseridas em sala de aula para a adaptação das estratégias e das
metodologias de ensino.
A Educação Básica atualmente é composta por três etapas, conforme o Artigo 21, “I -
educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio”
(BRASIL, 1996).
A educação brasileira conta ainda com algumas modalidades de ensino que perpassam
todos os níveis da educação nacional. São elas:
● Educação de Jovens e Adultos (EJA): atende as pessoas que não tiveram acesso à
educação na idade apropriada.
● Educação a Distância (EAD): atende aos educandos em tempos e espaços diversos, com
a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação. De acordo com o Decreto nº
9.057/2017, compete às autoridades dos sistemas de ensino estaduais, municipais e distritais,
autorizar os cursos e o funcionamento de instituições de EAD nos seguintes níveis e
modalidades, em seu Artigo 8 da LDBEN.
O Portal da Educação MEC, traz as regulamentações para cada nível de ensino, desde a
Educação infantil até a Educação Superior, bem como das modalidades de ensino.
Nos dias atuais a tecnologia faz parte das atividades mais constantes, como pagamentos
de contas, acesso de bancos, trocar mensagens, dentre outros afazeres que tem facilitado muito
nossas vidas.
Dessa forma, escolas e professores não poderiam deixar de aderir essa facilidade da
tecnologia, abraçando assim o uso das ferramentas digitais em salas de aulas. Mas para que isso
Alguns profissionais, pais, professores, ainda se encontram resistente quanto a este novo
estímulo dentro das escolas, muitas vezes por medo de que o método tradicional seja esquecido,
logo, devemos ressaltar que a inclusão das ferramentas digitais deve ocorrer de forma
consciente de maneira gradativa, com responsabilidade e principalmente sem perder a essência
do que é e para que serve a educação, ou seja, não é cabível que a educação permaneça fora da
revolução tecnológica que vem ocorrendo no mundo, principalmente devido a existir diversas
dessas tecnologias voltadas especificamente para este âmbito e cada vez mais estão sendo
criadas de maneira inovadora, interativas, práticas, etc (SIMÕES, 2019).
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) - Esta é uma plataforma que deve ser
utilizada em todos os ensinos remotos, pois possibilita a comunicação e interação entre
professor e alunos, ou mesmo entre os próprios alunos, além de permitir de forma mais assertiva
o acompanhamento do desempenho de aprendizagem, respeitando as diferenças e
individualidade de cada aluno. Nesta plataforma é possível inserir materiais digitais, livros
digitais, atividades/conteúdos aprendidos e complementares, etc., auxiliando o estudante no que
diz respeito ao seu comprometimento, autonomia, amadurecimento diante ao seu papel como
responsável por seus estudos (PELLIZZER, 2020).
Stoodi - Plataforma voltada para o Ensino Médio e oferece mais de 5 mil vídeo aulas de
todas as disciplinas e 30 mil exercícios resolvidos. Assim, além dos estudantes terem acesso às
aulas, tem disponível plano de estudos, correção de redações, resumos, simulados e as últimas
edições da prova do Enem (PELLIZZER, 2020).
Escola Digital - Uma plataforma voltada aos estudantes, pais e professores onde
centraliza mais de 30 mil recursos digitais gratuitos, definidos a partir das disciplinas, etapas
de ensino ou tipos de mídia, para diferentes fases escolares. Exemplo: Mídias (animações,
aplicativos móveis, áudios, apresentação multimídia, aula digital, blog, experimento, jogos,
infográfico, ebooks, softwares, vídeos, quiz e muito mais); Disciplinas (Artes, Filosofia,
Ciências Naturais, Física, Ed. Física, Inglês, Matemática, História, Sociologia, Química,
Português, Ensino Religioso, Espanhol e Libras); Etapas (Educação Infantil, Ensino
Fundamental I e Ensino Fundamental II – ano a ano, Ensino Médio, Educação de Jovens e
Adultos e Educação Especial); Apoio ao professor (Curso de tecnologia da Educação -gratuito
e totalmente online, materiais pedagógicos, planejamento de aulas e atividades) (PELLIZZER,
2020; SIMÕES, 2019).
Case Beta - Plataforma que que organiza e auxilia o professor, pois através desta
ferramenta é possível calcular médias das atividades dos alunos, ter acesso ao desempenho de
seus alunos através de porcentagens, calcular a média final indicando a aprovação ou
reprovação do aluno (NUTEDS, 2021).
Moodle - É uma sala de aula virtual onde o aluno tem a possibilidade de acompanhar
atividades do curso pela internet. Através desta plataforma, o aluno tem acesso aos conteúdos
disponibilizados pelos professores, além de postar atividades, debater o tema em fóruns de
discussão, tirar dúvidas via mensagens, entre outros recursos. O Moodle é uma das principais
plataformas de sustentação das atividades a distância (OLIVEIRA, et al., 2021).
Dessa forma, muitos caminhos podem ser percorridos dentro do âmbito da tecnologia
do ensino remoto, basta o educador escolher o que mais lhe cabe de acordo com o objetivo pré-
estabelecido e aproveitar todos os benefícios da inovação tecnológica, porém sem se esquecer
do sentido e significado da palavra educação.
Un contenu de savoir ayant été designé comme savoir à enseigner subit dès lors un
ensemble de transformations adaptatives qui vont le rendre apte à prendre place parmi
les objets d’enseignement. Le ‘travail’ qui d’un objet de savoir à enseigner fait un
objet d’enseignement est appelé la transposition didactique. (CHEVALLARD, 1991,
p. 39).
Assim, o termo “transposição didática” implica a diferenciação entre saber acadêmico
ou saber sábio (aquele que os pesquisadores descobrem) e saber escolar (aquele que está nos
livros didáticos), que são de natureza e funções distintas, nem sempre evidentes nas análises
sobre a dimensão cognitiva do processo de ensino e aprendizagem. Ao definir como
“transposição didática” o processo de transformação de objetos de conhecimento em objetos de
ensino e aprendizagem, Chevallard iniciou um movimento de se repensar os mecanismos e os
interesses dos participantes desse processo, o professor e aluno.
Para tanto, com o avanço das tecnologias a escola e a atuação docente têm o seu papel
social bastante questionado com relação à importância do saber escolar e de sua finalidade
social.
Assim, trabalhar com tecnologias tendo como objetivo criar encontros com maior
intensidade de interessantes e motivadores dos professores com os alunos não significa
privilegiar a técnica de aulas expositivas e recursos audiovisuais, mais convencionais ou
modernos, que são usadas para a propagação de informações, conhecimentos, experiências ou
técnicas. Isto é, não significa simplesmente substituir o quadro-negro e o giz por slides criados
no PowerPoint e reproduzidos no datashow.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o que foi apresentado no primeiro tópico, infere-se que, no que se refere
à área da educação, o ensino remoto no Brasil criou forças a fim de minimizar os impactos
causados pela pandemia do novo coronavírus. Considerando esse contexto, foi apresentado um
paralelo entre ensino remoto e educação à distância. Diante do exposto, entendemos que
enquanto o ensino remoto, considerado emergencial, segue o mesmo formato de aulas
presenciais, vimos que a EaD conta com bases sólidas e regulamentadas. É importante destacar
que nessa modalidade de ensino o aluno tem autonomia para criar sua rotina de estudos, assim
consegue organizar os seus horários de estudos. Ao analisar as duas modalidades em questão,
percebe-se a semelhança entre elas: é o fato de que aluno e professor estão em espaços físico-
geográficos diferentes, além disso as aulas são síncronas e assíncronas.
REFERÊNCIAS
GAROFALO, D. 8 passos para levar ferramentas digitais para sala de aula. 7 de março de 2018.
Disponível em: Nova escola.org.br. Acesso em: 26 de junho de 2021.
LOPES, A. R.C. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: EDUERJ. 1999.
MAIA,C.; MATTAR, J. ABC da EaD: a educação a distância. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
MEC, MEC orienta instituições sobre ensino durante pandemia. Disponível em:
<https://www.gov.br/pt-br/noticias/educacao-e-pesquisa/2020/06/mec-orienta-instituicoes-
sobre-ensino-durante-pandemia>. Acesso em: 10 de jul 2021.
SIMÕES, P. 12 Ferramentas digitais para usar em sala de aula. Ensino Guia de Educação,
2019. Disponível em: canaldoensino.com.br. Acesso em 23 de junho de 2021.
RESUMO
Este relato apresenta os elementos que constituem a estrutura do relato de experiência dos
desafios na utilização das novas tecnologias em tempos pandêmicos no processo ensino e
aprendizagem, de uma escola pública. Com o novo Corona vírus, as mudanças tiveram que
acontecer de forma rápida e eficaz. Os desafios de uma professora da educação básica, da rede
estadual do estado de Goiás. Então, surgiu algumas questões: como ensinaríamos sem os alunos
em sala de aula? Como seriam as aulas para aqueles que não tinham condições de terem
equipamentos eletrônicos? Como seria para os que não tem acesso à internet? Como nós
professores daríamos aulas do chão das nossas casas? Os questionamentos foram muitos, porém
não podia desesperar nesse momento. O foco será analisar uma maneira de atingir todos os
alunos e garantir o aprendizado de forma igual. A pandemia propiciou novos aprendizados na
evolução do uso das tecnólogas em sala de aula, tanto para os professores como os alunos. As
tecnologias existem há muito tempo, mas as escolas, os professores e os alunos ainda não estão
equiparados para sua eficácia e eficiência, tão pouco, professores fazem verdadeiras obras na
busca de uma educação de qualidade. Devido o momento pandêmico a educação teve uma
evolução no uso das tecnologias em aula remotas. É importante essa mudança para a evolução
do aprendizado, sendo que a internet pode oferecer conhecimento de forma ampla e de fácil
acesso. Apesar de todas as vantagens oferecidas, deve-se também analisar a forma que as
tecnologias nas escolas devem ser introduzidas e os limites que devem ser respeitados. A sala
de aula vem se tornando um lugar de aprendizagem com o auxílio da tecnologia. Além de um
meio de aprendizagem, é utilizada também como forma de interação entre professor e professor,
e também professor e aluno, transformando a escola em ambiente atrativo, interessante a todos.
A estrutura na educação vem sendo transformada pelas tecnologias.
PALAVRAS-CHAVE: Desafios. Tecnologia. Aprendizagem. Pandemia.
INTRODUÇÃO
O objetivo deste relato é socializar como a pandemia do novo corona vírus impactou e
trouxe inúmeras fragilidades ao ensino e muitas indagações para uma professora, sendo a
mesma autora desse texto. Durante a minha trajetória na educação, nunca imaginei passar por
momentos como esses que temos vivido e apesar das adversidades estamos vendo a educação
e o ensino e aprendizagem evoluírem em meio ao caos. No início disso tudo, pairavam algumas
questões em minha cabeça. Entre elas a de como ensinaríamos sem os alunos em sala de aula?
Como seriam as aulas para aqueles que não tinham condições de terem equipamentos
eletrônicos? Como seria para os que não tem acesso à internet? Como nós professores daríamos
aulas do chão das nossas casas? Entre outros questionamentos.
A sala de aula sempre foi um grande espaço de aprendizagem, com Covid-19 ela não
deixou de existir, passou a ser remota, passando por grandes modificações sem perde o
verdadeiro sentido, que é o de ensinar. Os professores em tempos pandêmicos buscam
significar, tornando-a mais prazerosa e eficiente para aquisição de conhecimentos. Com o uso
das tecnologias podemos ampliar este espaço, conhecendo não apenas o pequeno mundo em
que se vive, mas buscando novos conceitos, linguagens, expressões. Trazendo novas
metodologias de ensino, as tecnologias oferecem ferramentas que geram maneiras diferentes de
ensinar. O uso das tecnologias assume uma função importante na educação, sendo necessária
também uma análise dessa nova ferramenta de ensino com planejamento, para desviar o foco
do que esperamos dos alunos.
Para Paulo Freire, ensinar exige compreender que a educação é uma forma de
intervenção no mundo. A prática educativo-crítico é formada por experiência humana, sendo a
educação um meio de entrar no mundo. E educação não pode ser classificada como reprodutora
e nem como desmascarada a daqueles que acreditam saber tudo, e sim uma educação dialética
e construtora de saberes. Ser professor é abrir as possiblidades ética, reconhecendo que o
homem e mulher são seres capazes de compara, avaliar, de escolher e de decidir as
Os desafios iniciais foram muitos. Como ministra aulas de Língua Portuguesa e Língua
Inglesa para alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio de forma remota? O que fazer
para alcançar todos os alunos e garantir o aprendizado deles? Como chegar até os alunos que
não tem acesso à internet? Responder estes questionamentos tornou-se algo frequente no
cotidiano dos professores em tempos de pandemia. Nas primeiras semanas de isolamento social
tudo parecia incerto e assustador. Tínhamos uma urgência e uma necessidade de planejar,
organizar, montar, adaptar, bem como diversificar conteúdos e modelos para ministrarmos aulas
on-line. Fez-se necessário a testagem de várias plataformas, dentre elas: Google Meet, Zoom
Meet, Classroom e Whatzapp e como ferramenta auxiliar You Tube.
Inicialmente, tudo era desconhecido. Pelo pouco conhecimento que tínhamos do novo
Covid-19, chegamos a pensamos que ficaríamos em isolamento por um curto espaço de tempo,
mas isso não ocorreu. Assim, houve uma preocupação muito grande por parte da equipe gestora
e dos professores no sentido de dar continuidade ao desenvolvimento do nosso processo de
ensino.
Nossa equipe mobilizou-se para adequar a melhor metodologia a ser utilizada durante
as aulas. Então, estas passaram a ser ministradas de forma on-line por meio da Plataforma do
Classroom, com postagem de vídeos e atividades. Foi necessário desenvolver uma rotina de
aprendizagem que contemplasse todos os alunos, pois alguns não tinham aparelho celular,
computador ou mesmo acesso à internet. Diante disso, tivemos que nos adaptar também a essa
realidade e elaborar conteúdos, exercícios, avaliações que seriam impressas na escola para que
os alunos pudessem buscar e estarem realizando em casa. O colégio disponibilizou um aparelho
celular com internet e WhatsApp para que os alunos enviassem a foto das atividades realizadas
em casa.
Em tempos de pandemia nós professores temos aprendido muito, foi um momento único
em nossas vidas, no qual paramos para observar que a educação tem tomado novos rumos, os
quais faz se necessária a implementação de mudanças significativas na estrutura educacional
brasileira. Sabe-se que a escola é um ambiente que favorece a construção e o desenvolvimento
do conhecimento e a formação do saber de educandos e educadores, mas nos últimos meses ela
passa por momentos de grandes transformações em meio a uma pandemia que agravou ainda
mais a crise social, financeira em nosso país.
Desse modo, é de se esperar que a escola, tenha que “se reinventar”, se desejar
sobreviver como instituição educacional. É essencial que o professor se aproprie de
gama de saberes advindos com a presença das tecnologias digitais da informação e
da comunicação para que estes possam ser sistematizadas em sua prática pedagógica.
A aplicação e mediação que o docente faz em sua prática pedagógica do computador
e das ferramentas multimídia em sala de aula, depende, em parte, de como ele entende
esse processo de transformação e de como ele se sente em relação a isso, se ele vê
todo esse processo como algo benéfico, que pode ser favorável ao seu trabalho, ou se
ele se sente ameaçado e acuado por essas mudanças. (SOUZA et. al., 2011, p.20).
A pandemia do Covid-19 trouxe novas analises do processo do ensino e aprendizagem
nas escolas, que é necessário saber elaborar, escolher o momento propício para aplicar as
tecnologias, pois é complexo e exige interesse, criatividade e tempo. Porém, os resultados são
satisfatórios, pois promove uma harmonia no ambiente escolar, e significativo no processo de
aprendizagem.
Para Lévy (2000), as tecnologias intelectuais, assim chamadas por não serem simples
instrumentos, mas por influírem no processo cognitivo do indivíduo, vão ser os parâmetros
utilizados nessa busca de compreensão da estrutura caótica social. As tecnologias sempre
estiveram presentes na sociedade e, de certa forma, influenciam na percepção e
conceitualização do mundo. Portanto, é notório dizer que, a presença das novas tecnologias nas
mais diversas esferas da sociedade contemporânea, é imprescindível, orientar os docentes para
uso das novas tecnologias de comunicação e de informação, como tecnologias interativas em
projetos políticos pedagógicos, tanto no seu desenvolvimento contínuo, quanto na sua prática
em sala de aula, se faz imprescindível. Essa urgência se deve, não apenas, no sentido de preparar
as pessoas para usufruí-las, mas especialmente, para prepará-los como leitores críticos e
escritores conscientes das mídias que servem de suporte a essas novas tecnologias de
informação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Faço menção a Paulo Freire que tratava em favor dos oprimidos e olhava para uma
formação para além da sala de aula e presava pela transformação das pessoas as quais ele
ensinava, seu trabalho era voltado para a crítica do contexto social e das relações humanas e
que por isso sofreu com as duras penas do militarismo. Para os dias de hoje é urgente que se
estabeleça relações firmes entre conhecimento e vida.
Como professora faço esse movimento de trazer uma aprendizagem significativa e mais
humana tentando enxergar meu aluno como alguém que precisa estar atento aos assuntos sociais
e que estão pertinentes a nossa nova realidade. Não deixando que alguns fiquem excluídos por
falta de acesso ou por questões como falta de recurso. É preciso pensar, agora mais do que
nunca em uma formação para além da sala de aula. Demo (2008, p. 134) fomenta sobre a
importância do professor para que as tecnologias possam ser devolvidas em sala de aula, "temos
que cuidar do professor, porque todas essas mudanças só entram bem na escola se entrarem
pelo professor, ele é a figura fundamental". Não há como substituir o professor. Ele é a
tecnologia das tecnologias, e deve se portar como tal.
REFERÊNCIAS
RESUMO
A realização de cálculos numéricos é uma atividade presente na rotina de muitos profissionais,
principalmente aqueles da área das ciências exatas, onde a realização desse tipo de cálculo é
rotineira e, em geral, exige uma boa precisão numérica. Tais cálculos, contudo, são realizados
por meio de recursos computacionais sofisticados como calculadoras científicas e softwares
matemáticos. O uso dessas ferramentas de cálculo é comum também entre estudantes
universitários, principalmente aqueles que cursam engenharia, no desenvolvimento de projetos
e na aprendizagem de conceitos e procedimentos pertinentes à área. Todavia, a realização de
cálculos numéricos e o uso de recursos computacionais são pouco difundidos nas escolas de
ensino médio e, dessa maneira, é possível que o seu potencial como recurso didático não esteja
sendo aproveitado no ensino da matemática básica. Neste trabalho, propõe-se uma reflexão
sobre o uso de recursos computacionais no ensino da matemática e apresenta-se resultados de
uma análise realizada com base em trabalhos de pesquisas e extensão do autor e em trabalhos
de professores de matemática egressos do PROMAT com o intuito de identificar
potencialidades que esses instrumentos podem possibilitar para o ensino e a aprendizagem da
matemática. Identificou-se que os recursos computacionais podem possibilitar a
contextualização dos conteúdos de matemática, o desenvolvimento de atividades
interdisciplinares, a dinamização das aulas e a experimentação no ensino da disciplina,
constituindo-se numa ferramenta de apoio pedagógico fundamental para o ensino da
matemática.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Matemática, Metodologia de Ensino, Recursos Didáticos,
Cálculo Numérico, TDICs.
INTRODUÇÃO
Um fato, porém, é que problemas reais que necessitam da matemática para a sua
resolução ou compreensão necessitam de conhecimentos, competências e habilidades que vão
além daqueles obtidos exclusivamente com o estudo da disciplina na educação básica. Por
exemplo, o estudo por si só dos logaritmos não capacita o estudante para compreender
fenômenos naturais nos quais escalas logarítmicas são aplicadas, como por exemplo, a
magnitude de um terremoto ou o pH da água. Dessa maneira, é necessário que o ensino da
disciplina busque dialogar com os problemas tratados em outras disciplinas curriculares e com
situações do cotidiano dos alunos, realizando, sempre que possível, a resolução de problemas
reais. Em outras palavras, é importante que o ensino da matemática se volte, em alguma medida,
à realidade que está além dos livros didáticos da disciplina e também dos espaços escolares. E
assim sendo, metodologias e recursos didáticos adequados precisam ser utilizados. É nesse
contexto que os recursos computacionais podem ser instrumentos de grande relevância para o
ensino e a aprendizagem significativos da matemática.
Ainda neste contexto, é possível que estejamos diante de um novo paradigma no ensino
da matemática – a impossibilidade do professor de matemática permanecer indiferente ao uso
dos recursos tecnológicos, principalmente os computacionais, nas aulas de matemática. Ao
mesmo tempo, é natural que as seguintes questões emirjam deste contexto: em que medida o
uso de recursos computacionais pode contribuir para a melhoria do ensino básico de
matemática? Que caminhos devemos seguir para o uso adequado e efetivo dos recursos
computacionais? Respostas a essas questões têm sido apresentadas por meio de vários trabalhos
de pesquisas realizados, principalmente, no âmbito do Mestrado Profissional em Matemática
em Rede Nacional - PROFMAT. Este fato é muito importante, pois os egressos desse programa
são majoritariamente professores que atuam na educação básica, possibilitando a realização de
pesquisas em suas próprias salas de aulas.
Com relação a utilização de softwares e novas tecnologias nas aulas de matemática, pelo
menos 11,7% dos trabalhos de conclusão de curso, defendidos entre 2013 e 2016, versaram
sobre o assunto (SBM, 2017). Porém, mesmo considerando trabalhos realizados até 2020,
verifica-se que ainda são poucos os que tiveram como foco o uso de ferramentas
computacionais ou a realização de cálculos numéricos para resolver problemas reais ou
contextualizados nas aulas de matemática. Uma análise implícita possível é que podem haver
entraves que dificultam o uso de recursos computacionais nas aulas da disciplina. Pode-se
especular ainda, na existência de tais entraves, que as suas origens podem ser as mais diversas
possíveis, indo desde a própria concepção de educação do professor, ao não valorizar o uso
desses recursos no ensino da disciplina; até as limitações físicas e programáticas das escolas,
uma vez que estas podem não dispor de laboratórios ou de equipamentos suficientes para
atender todos os seus alunos e professores.
Por outro lado, disciplinas curriculares, como Biologia, Química e Física, possuem
problemas e situações didáticas clássicas que podem ser melhores compreendidas quando
acompanhadas de simulações ou cálculos numéricos complexos. Isto é, a aprendizagem dessas
situações podem ser potencializadas quando exploradas a partir de um modelo matemático
adequadamente construído. Por exemplo, a recente pandemia da Covid-19, doença causada por
um vírus, que é objeto de estudo da Biologia, colocou em evidência o fato de que a compreensão
de um fenômeno não se dá apenas a partir dos conhecimentos de uma única área da ciência.
Com efeito, no caso apontado, conhecimentos de Geografia, História, Química, Física e
Matemática, dentre outros, se juntaram aos da Biologia para explicar causas, impactos e meios
de prevenção do contágio e da transmissão da doença. Especificamente em relação a
matemática, os números e a dinâmica de espalhamento da doença pelo planeta possibilitaram
que esta ficasse em evidência por vários momentos nos noticiários do mundo todo. Uma das
imagens mais apresentadas na TV foi a curva de crescimento do número de infectados pela
doença em determinadas localidades, geralmente no período de 1 semana. Tal curva ilustrava o
crescimento exponencial do número de infectados pela doença, fato que trouxe preocupações
diversas às autoridades do mundo inteiro, no sentido de tomar providências para desacelerar o
nível de sua transmissão, como o isolamento ou o distanciamento social. É possível que a falta
A título de ilustração do que foi discutido até aqui, será apresentado a seguir um exemplo
de atividade prática que pode ser realizada com estudantes do ensino médio a fim de apresentar
e motivar os professores da disciplina sobre o uso de recursos computacionais e do cálculo
numérico como ferramentas relevantes para o ensino básico, se apoiando na perspectiva da
resolução de problemas, do aprender a aprender e da interação entre as disciplinas do currículo
Fonte: IBGE
Outros problemas podem ser levantados a partir desta questão inicial. Por exemplo, com
esses dados é possível fazer uma previsão da população do município de Petrolina para o ano
de 2020?
Com relação ao problema proposto sobre estimativa populacional, a atividade pode ser
enriquecida com a discussão de temas transversais e ou abordagens inter e transdisciplinares
se, por exemplo, questões relacionadas à oferta de serviços de saúde, moradia, mobilidade
urbana, segurança e educação para a população forem consideradas nas discussões em sala de
aula. Dessa maneira, o conteúdo de matemática seria carregado de significados e diversos
conceitos de outras disciplinas seriam melhor compreendidos com o auxílio da matemática.
Dados quatro pontos, (𝑥𝑥0 , 𝑦𝑦0 ), (𝑥𝑥1 , 𝑦𝑦1 ), (𝑥𝑥2 , 𝑦𝑦2 ) e (𝑥𝑥3 , 𝑦𝑦3 ) e supondo que 𝑥𝑥0 < 𝑥𝑥1 <
𝑥𝑥2 < 𝑥𝑥3 , o polinômio interpolador de grau 3, para esses dados, é o único polinômio do tipo
tal que
Com esse polinômio pode-se estimar valores para a variável 𝑦𝑦 associados a valores da
variável 𝑥𝑥 que estão compreendidos entre 𝑥𝑥0 e 𝑥𝑥3 .
Os coeficientes 𝑎𝑎0 , 𝑎𝑎1 , 𝑎𝑎2 e 𝑎𝑎3 do polinômio interpolador pode ser calculado através da
resolução do seguinte sistema linear
A depender do tipo de problema que se pretende resolver por meio de uma interpolação
cúbica, como no caso da estima populacional, a resolução do sistema linear (3) e o cálculo de
valores do polinômio (1) podem se tornar uma atividade muito laboriosa devido aos números
envolvidos nas operações. Com efeito, usando os dados da Tabela 1, fazendo 𝑥𝑥0 = 1996, 𝑥𝑥1 =
Uma matriz quadrada como a que aparece no lado esquerdo da equação (4), cujos termos
de cada linha estão em progressão geométrica, é chamada de matriz de Vandermonde. Este tipo
de matriz costuma aparecer em alguns livros didáticos de matemática do ensino médio, porém,
quase sempre, fora de algum contexto real.
No que diz respeito à resolução do sistema linear (4), o uso de um recurso computacional
será bastante adequado e muito benéfico ao ensino da matemática. Com efeito, apesar de os
procedimentos necessários para obter a solução da equação (4) envolverem cálculos básicos
como potenciação, multiplicação de matrizes e resolução de um sistema linear, que
possivelmente já são habilidades desenvolvidas por alunos do ensino médio, contudo, o
tamanho dos números envolvidos e a dimensão do sistema linear tornaria a resolução cansativa
e desmotivante. No caso do sistema linear (4), a solução encontrada considerando precisão de
4 casas decimais após a vírgula, é 𝑎𝑎0 = 144,3317; 𝑎𝑎1 = 96357,6029; 𝑎𝑎2 = −99,7049 e 𝑎𝑎3 =
0.0258. Dessa maneira, o polinômio interpolador de grau 3 para o problema de estimativa
populacional considerado é dado por
que, por conter números decimais de diferentes magnitude, difere dos exemplos
comumente apresentados nos livros didáticos de matemática adotados nas escolas brasileiras.
Atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas nos últimos anos pelo autor,
possibilitaram mapear algumas potencialidades do uso dos recursos computacionais no ensino
da matemática. Por exemplo, o projeto de extensão Scilab nas Escolas buscou desenvolver com
uma turma de terceiro ano do ensino médio de uma escola pública de Petrolina-PE atividades
de matemática com o uso do software Scilab. Ao final das atividades, foi aplicado um
questionário aos alunos e os resultados obtidos destacam que 100% dos alunos consideraram
as atividades do projeto relevantes; 100% afirmaram que o Scilab ajudou na compreensão de
conceitos de matemática; 82% gostariam que seus professores utilizassem recursos como o
Scilab nas aulas de matemática; e 100% dos participantes indicariam aos colegas a participação
em atividades envolvendo o Scilab (CLAUDIO; SILVA, 2018).
Por outro lado, uma pesquisa bibliográfica realizada no âmbito do Profmat, constatou-
se que os recursos Computacionais têm sido propostos nos trabalhos de conclusão desse curso
com objetivos diversos. Dentre eles, destacam-se as proposições com objetivo de complementar
e/ou aprofundar conteúdos de matemática; facilitar o processo de ensino e aprendizagem de
algum conteúdo específico; possibilitar a visualização gráfica de modelos matemáticos;
possibilitar a verificação de propriedades e conjecturas; trabalhar a contextualização de
conteúdos da disciplina; realizar ou automatizar cálculos numéricos; e, por fim, tornar as aulas
mais atrativas (SILVA, 2019).
Considerando uma análise desses trabalhos podemos sumarizar o potencial dos recursos
computacionais para o ensino da matemática em três categorias.
Giraldo, Caetano e Mattos (2013) defendem que é possível empregar situações em que
o software gere resultados inesperados ou aparentemente errados para motivar a investigação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do ponto de vista das pesquisas realizadas no âmbito do PROFMAT, o uso dos recursos
computacionais pode favorecer a contextualização dos conteúdos, o desenvolvimento de
atividades interdisciplinares e um ambiente mais dinâmico e prazeroso nas aulas de matemática.
Além disso, esses recursos podem ser aplicados satisfatoriamente na experimentação e
simulação matemática. De um modo geral, o uso de recursos computacionais no ensino de
matemática foram abordados com sucesso em vários trabalhos do PROFMAT e receberam
avaliação positiva de alunos do ensino médio. Por outro lado, os professores acham
interessantes, mas apontam dificuldades no desenvolvimento de atividades em sala de aula.
No entanto, para que se obtenha os resultados desejados com o uso desses recursos, se
faz necessário a superação de alguns desafios como a superação da infraestrutura precária das
escolas públicas, a concepção e planejamento das atividades de ensino de modo coletivo, o
engessamento do currículo escolar, a formação docente, a adequação software x conteúdo, a
aproximação entre universidade e escolas para troca de saberes.
Acreditamos que o uso de tais recursos pode se tornar em um novo paradigma no ensino
da matemática, visto que tais ferramentas são frutos do desenvolvimento da matemática e por
isso devem ser utilizadas, não somente para favorecer o seu ensino e a aprendizagem, mas
também para permitir aos alunos o acesso a uma gama maior de aplicações práticas.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, L.N (2014). Breves considerações sobre a utilidade dos sistemas de computação
algébrica. Revista do Professor de Matemática. n. 83. SBM. Disponível online em:
https://rpm.org.br/cdrpm/83/1.html. Acesso em: 31 de maio de 2021.
CEOLIM, Amauri Jersi; HERMANN, Wellington. Ole skovsmose e sua educação matemática
crítica. RPEM, Campo Mourão, Pr, v.1, n.1, jul-dez. 2012. Disponível
em:http://revista.unespar.edu.br/index.php/rpem/article/view/377. Acesso em: 31 de maio de
2021.
CLAUDIO, G. B.; SILVA, L. M. Computação cientifica nas escolas através do software Scilab.
Revista de Extensão da UNIVASF, Petrolina, v. 6, n. 1, p. 51-59, 2018. Disponível em:
https://www.periodicos.univasf.edu.br/index.php/extramuros/article/view/914. Acesso em:31
de maio de 2021.
GIRALDO, V., PINTO, F.R., CAETANO, P.A. Silvani. Recursos Computacionais no Ensino
da Matemática. Coleção PROFMAT, SBM. 2013. 423p
Unesco Brasil. Computador na Escola – a dura realidade nas escolas. Revista TICs nas Escolas,
vol 3, n. 1, 2008.
VOLL, Alex Monteiro. Simulação computacional no ensino médio: estudo das funções afim e
quadrática a partir de questões de cinemática do Enem/ Alex Monteiro Voll. – 2019. 137 f. : il.
Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional - PROFMAT) -
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Matemática e Estatística. Disponível
em: https://www.profmat-sbm.org.br/dissertacoes/. Acesso em:31 de maio de 2021.
Maria Aparecida Ferreira Gaia Lima Feitosa, Mestre em ciências da educação, UFP
RESUMO
A inclusão escolar de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) é uma realidade
nas escolas brasileiras, onde cada vez mais lidamos com diversidades, sejam elas culturais,
sociais e educacionais. Ao professor cabe o papel de lidar com esses alunos e repensar sua
prática pedagógica quanto ao uso e aplicação da comunicação em sala de aula, sua formação,
seu currículo, indicando um amplo universo de questões sobre inclusão a serem observados e
repensados em relação ao universo escolar. A educação inclusiva mostra possibilidades de
complexas situações, dentro da escola, do aluno com NEE, que envolvem prioritariamente, a
relação professor - aluno e o processo de ensino - aprendizagem. Este estudo, com recurso a
metodologia quantitativa, teve como objetivo analisar as práticas de professores de três escolas
públicas, de 1º ao 9º ano, acerca da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). Foi
aplicado um questionário online a 21 professores, cujos resultados apontaram para a
necessidade de conhecimento mais aprofundado sobre os recursos de CAA, tais como
“softwares” disponíveis na internet, para serem trabalhados com alunos em educação inclusiva.
PALAVRAS-CHAVE: Comunicação Aumentativa Alternativa (CAA); Tecnologia; Inclusão.
INTRODUÇÃO
A forma de comunicação humana mais natural e adotada pelas pessoas, com aparelho
vocal ativo e audição normal, é a fala (PINHEIRO; GOMES, 2013). Não obstante, um número
significativo de pessoas não consegue comunicar através da fala, pelo que, segundo Oliveira e
Nunes (2007), tal fato pode trazer consequências adversas à comunicação e à interação social
dos sujeitos, tornando a sua vida difícil e cheia de obstáculos. Para estas pessoas, são necessárias
formas alternativas ou complementares de comunicação. Corrobora da mesma opinião Ponte
(2009), para o qual, em algumas crianças com fala comprometida, é necessário criar
alternativas, o mais cedo possível, de modo a não pôr em causa o seu desenvolvimento.
Assim, para estes casos, surgiu a Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), que
promove, por meio de símbolos, gestos, recursos, técnicas e estratégias, um suporte parcial ou
total à comunicação de sujeitos que apresentam déficits de comunicação verbal (PINHEIRO;
GOMES, 2013).
Desta forma, segundo Gil (2009), Sameshima (2011) e Santana, Santos e Pereira (2012),
o recurso à CAA teve como grande finalidade tornar o aluno, com problemas de comunicação,
o mais independente e competente possível, nas suas situações comunicativas, dado que
proporciona o desenvolvimento da linguagem daqueles que têm dificuldades na fala ou não a
têm, incluindo a escrita, possibilitando, assim, a sua participação nos diferentes contextos
comunicativos e a sua sociabilização. Ainda no que se refere à comunicação alternativa e
aumentativa, Netto (2012) alerta para fato de que ela não tem como objetivo substituir a
linguagem oral, mas é um meio para atingi-la.
METODOLOGIA
O estudo que aqui se apresenta, de tipo descritivo e de caráter exploratório, teve como
objeto de estudo três escolas públicas do município de Maceió/AL – Brasil.
Com base nos Gráficos 1 e 2, verifcamos no Gráfico 1 que a grande maioria dos
participantes 95% (n= 20) possuem formação na área de CAA e apenas 5% (n= 1) não possui
formação na área de CAA, no Gráfico 2, 86% (n= 18) dos participantes não possuem
experiência na área de CAA e 14% (n= 3) afirmam ter experiência na área de CAA.
5%
Sim
Não
95%
14%
Sim
Não
86%
29%
Sim
71% Não
Gráfico 04: Curiosidade em aplicar Comunicação Aumentativa Alternativa (CAA) como metodologia de
educação inclusiva
33%
Sim
67%
Não
Dentro dessa perspectiva inclusiva, pôde-se observar que a escola possui objetivos de
incluir seus alunos, cada qual com suas Necessidades Educativas Especiais (NEE), mas
podemos destacar que assim como a socialização do aluno, a habilidade comunicativa venha
a ser uma meta da escola. A indisponibilidade de equipamentos como computadores, tablets na
escola são fatores que dificultam o processo inclusivo, principalmente no que se refere à
tecnologia, no processo ensino - aprendizagem e na relação professor - aluno no âmbito da
CAA. Ao professor coube o papel de mediador quando lhe foi possível oferecer tais ferramentas
ao seu aluno com NEE.
REFERÊNCIAS
Gil, I. (2009). Processos comunicativos de uma criança com Paralisia Cerebral no contexto
escolar. Tese de doutoramento. Brasília, Universidade de Brasília.
Nogueira, C. (2009). Educação especial - Comunicar com crianças com paralisia cerebral.
Editorial Novembro.
Santana, C., Santos, A. e Pereira. A. (2012). Inclusão escolar: a utilização da tecnologia assistiva
na educação regular. Anais, pp. 345-355.
Santarosa, L., Conforto, D., Passerino, L., Carneiro, M., Geller, M. e Estabel, L. (2010).
Tecnologias digitais acessíveis. Porto Alegre, JSM Comunicação Ltda.
RESUMO
A presente pesquisa traz informações sobre a importância do processo de ensino-aprendizagem
da Botânica vivenciado, de modo remoto, em uma turma da Educação de Jovens e Adultos, do
Ensino Médio de uma Escola da Rede Estadual de Pernambuco, localizada no município de
Recife, Pernambuco, Brasil. O desenvolvimento da pesquisa realizou-se em dois momentos:
primeiro realizou-se em condições de campo, onde observou-se, acompanhou-se e realizou-se,
registro fotográficos do abacateiro(Persea americana: abacate variedade “Hass”) ilustrando
assim, desde a fase da floração até o aparecimento frutos, seguido da descrição morfológica das
características morfológicas vegetativas e reprodutivas da planta adulta, tipo de germinação,
ilustrações da plântula e planta jovem in situ. De posse desses resultados, elaborou-se um jogo,
com o registro fotográfico obtido, como estratégia didática no processo de ensino e
aprendizagem dos conteúdos de Botânica. Já no segundo momento, realizou-se uma aula de
forma remota, na Escola da Rede Estadual, na turma da modalidade EJA do Ensino Médio, e
em seguida realizou-se a aplicação do jogo intitulado “aprendendo sobre as características
botânicas e a importância do abacate”, para consolidar o conhecimento e viabilidade do jogo
como estratégia didática no processo de ensino aprendizagem associado ao tema abordado.
Durante o desenvolvimento da aula remota, foi possível observar que os registros fotográficos
e a aplicação do jogo mostraram-se bastante significativos, interessantes e lúdicos,
verificando-se que os alunos faziam associações com os conhecimentos prévios, consolidando
os conhecimentos dos mesmos e despertando a curiosidade. Conclui-se destacando que o uso
de atividades que envolvam jogos e atividades práticas podem e devem ser usados no processo
de ensino aprendizagem de Botânica tanto de forma remota, como presencial.
PALAVRAS-CHAVE: Botânica. Ciências. Educação Básica. Lúdico.
INTRODUÇÃO
O estudo das ciências naturais e seus impactos sempre causaram fascínio e despertaram
a curiosidade da espécie humana, os entendimentos dos fenômenos naturais proporcionaram à
espécie ferramentas que o ajudaram a progredir e se perpetuar.
Diante do exposto, essa pesquisa teve por objetivo trazer informações sobre a
importância do processo de ensino-aprendizagem da Botânica vivenciado, de modo remoto, em
uma turma da Educação de Jovens e Adultos, do Ensino Médio de uma Escola da Rede Estadual
de Pernambuco, localizada no município de Recife, Pernambuco, Brasil. Tal abordagem cntou
com informações desde a fase de floração até a importância nutricional do fruto da espécie
popularmente conhecida por abacate (Persea americana; abacate variedade “Hass) ,
correlacionando-se com a estratégia didática o uso de um jogo ilustrado com os registros
fotográficos tirados durante as observações no campo durante o desenvolvimento da pesquisa.
A alimentação saudável tem como aliado o consumo de frutos, eles possuem grande
importância, se expressando de várias formas, desde o fornecimento de vitaminas e minerais
essenciais à prevenção de doenças, são fontes de micronutrientes e a ausência do consumo
periódico pode causar uma série de problemas como: diminuição na capacidade de
aprendizagem e maior suscetibilidade à infecções.
De acordo com Santos e Alves (2013) são conhecidas 200 espécies do gênero Persea,
distribuídas na América e Ásia, no Brasil a ocorrência se limita a 22 espécies sendo oito delas
registradas no Nordeste brasileiro: Persea americana, Persea aurata, Persea caesia, Persea
alba, Persea glabra, Persea willdenovii, Persea major, Persea fulva.
Existem várias finalidades para o ensino da Botânica na educação básica, dentre elas
Ursi et al. (2018, p.8-9) destacam a ampliação do conhecimento pelos estudantes para
desenvolverem a análise e o pensamento crítico, formando cidadãos com capacidade de
reflexão e tomada de decisões com maior consciência, além dos conceitos centrais da botânica
como fotossíntese, classificação da diversidade e evolução eles defendem os aspectos
ambientais, ecológicos, filosóficos, culturais, históricos, médicos, éticos e estéticos.
METODOLOGIA
Procedimento Metodológico
De posse dos resultados obtidos na pesquisa de campo elaborou-se uma aula intitulada
“Conhecendo as Características Botânica e a Importância do Abacate na Alimentação” e um
jogo pedagógicos intitulado “Aprendendo sobre as características botânicas e a importância do
abacate”.
Procedimento metodológico
Para dinamizar o ensino da botânica, para que a mesma se torne interativa e divertida,
como também para mostrar para os alunos a importância da articulação da pesquisa de campo
com a aula remota, confeccionou-se um jogo didático interativo com o registro fotográfico de
todas as fases da espécie selecionada durante o experimento para serem trabalhado na aula
remota em uma turma da modalidade da EJA Ensino Médio.
-Procedimento do jogo
Procedimento metodológico
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a classificação de Judd et al. (2009) com base no APG III, o abacateiro
pertence as Angiospermas Magnoliideae, família Lauráceae.
Segundo Schultz (1985) esses frutos são deliciosos”, “podendo ser consumidos in
natura, geralmente com açúcar e limão, batidos com leite(vitaminas) ou ainda em saladas”
(LORENZI et al., 2006). Jud et al. (2009.p.244) afirma que “os frutos dessa espécie são
dispersos principalmente por aves e mamíferos”. O fruto não se abre quando maduro,
Internamente apresenta mesocarpo carnoso de coloração verde ou amarelo -creme com
presença de fibras de sabor suave, conforme descreve Braga(1976). A semente do abacateiro
apresenta um formato arredondado, de tamanho grande de coloração amarelada, sendo coberta
pelo endocarpo de coloração amarronzada. Confirmando as observações de Braga (1976).
Corroborando também com as descrições de Carvalho e Nakagawa (2000); Damião Filho e
Finda a aula remota, aplicou-se uma dinâmica na qual os alunos identificaram conceitos
abordados através da associação entre conceito e imagens, em uma espécie de jogo da memória
remoto, houve a participação de aproximadamente da turma, as associações feitas pelos alunos
foram corretas.
Atualmente constata-se que o ensino da botânica nas turmas da Educação básica é tido
como enfadonha e desinteressante no processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido Ursi et
al. (2018, p.10) afirmam que:
Quanto o material usados nas das aulas de botânica, segundo Santos, Chow e
Furlan(2012, p.9) ressaltam que “há uma carência na disponibilidade de material de apoio
destinado a professores da educação básica, principalmente material que seja de fácil acesso e
que forneça protocolos de aulas práticas alternativas, de baixo custo, lúdicas e contextualizadas”
De acordo com relato da professora regente, houve uma boa adesão, pois ao alunos do
EJA, é uma turma com educação diferenciada devido a heterogeneidade dos alunos, ressalta
também a individualizada de cada aluno e as dificuldades encontradas por ser um semestre
atípico devido a pandemia do Covid 19 e a imposição de novos métodos de ensino, antes não
abordados. Ressalta também as dificuldades encontradas, por parte dos alunos para o acesso a
esse tipo de ensino devido a falta de conexão de internet, de equipamentos como celulares ou
computadores, bem como, questões pessoais e de saúde enfrentadas neste momento singular.
Corroborando o que Pires, Reis e Souza (2020, p.15) afirmam que, quando se analisa a oferta
de ensino remoto na modalidade EJA, percebe-se que as dificuldades postas pelos educandos
se potencializam nesta modalidade. Além das dificuldades de acesso às tecnologias, outro
elemento se apresenta como entrave: as condições familiares e de moradia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AMABIS, J., M.; MARTHO, G., R. Fundamentos da Biologia Moderna, volume: único, 4
ed, São Paulo, Editora: Moderna 2006 p. 839
ANJOS, C.B; MOURA, O.S.; BIGIO, N. C.I.A percepção do ensino de botânica no ensino
médio. REH- Revista Educação e Humanidades. v. II, n.2, 2021, p. 609-631 .2021.
CANELLA, D.S. et al. Consumo de hortaliças e sua relação com os alimentos ultra processados
no Brasil. Revista Saúde Pública. 2018; p. 52:50. Disponível em: <
https://www.scielo.br/pdf/rsp/v52/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872018052000111.pdf >.
Acesso em: 20 de Jan. de 2021
DUKE, J.A. Keys for the identification of seedling of some priminent woody species in weight
forest types in Puerto Rico. Annals of the Missouri Botanical Garden, Missouri, v.53, n.3,
p.314-350, 1965.
LOPES, A. C. S.; MENEZES, M.C.; ARAÚJO M.L. O ambiente alimentar e o acesso a frutas
e hortaliças: “Uma metrópole em perspectiva”. Saúde Sociedade. São Paulo, v.26, p. 764-773,
2017. Disponível em: < https://www.scielosp.org/article/sausoc/2017.v26n3/764-773/ > Acesso
em 17 de abr. de 2020.
NEGRI, T.C.; BERNI, P.R.A.; BRAZACA, S.G.C. Valor nutricional de frutas nativas e exóticas
do Brasil. Biosaúde. Londrina, v.18, n.2, p. 82-96, 2016. Disponível em: <
www.uel.br/revistas/uel/index.php/biosaude/article/view/27615 > acesso em 20 de nov. de
2020.
RAVEN, P. H. et al. Biologia Vegetal. 5ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1996. 728 p.
RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001 906 p.
SCHULTZ, A. R.H . Introdução ao estudo da botânica sistemática. 5 .e.d. rev. Porto Alegre,
Ed. Da Universidade, UFRGS,1985.v.2
RESUMO
As experiências em sala de aula desenvolvidas nos Estágios Supervisionados se constituem em
momentos fundamentais na formação inicial de um futuro docente. Contudo, os sujeitos
históricos de cada realidade educacional em diálogo com a essência de cada componente de
ensino precisam sentir as necessidades que o tempo histórico exige para assim promoverem as
mudanças e adaptações que vierem a ser pertinentes que se façam. Assim, ao considerar desde
o princípio a realidade de distanciamento físico/presencial imposta pela pandemia do novo
coronavírus/2019, algumas experiências docentes foram pensadas e propostas para que os
licenciados/estagiários desenvolvessem por via do trabalho remoto com o auxílio de novas
tecnologias. Objetivando o ensino e a aprendizagem de um objeto de conhecimento muito
distante no tempo histórico/cronológico do tempo presente – a Pré-História – propomos e
praticamos uma experiência dialogada com a História regional e local mediada por ferramentas
próprias das novas tecnologias em turmas de sexto ano do Ensino Fundamental de uma escola
pública. Ademais, apresentamos a seguir a narrativa de um “diário de bordo” que conta como
se deu o referido trabalho desde o planejamento até a culminância dessa experiência formativa.
PALAVRAS-CHAVE: Estágio Supervisionado; Ensino remoto; Pré-História; História
regional/local; experiência formativa.
INTRODUÇÃO
O uso do Diário de Bordo não é algo novo. Sua origem remonta-se ao período das
grandes navegações, nas quais os capitães em alto mar precisavam registrar em um caderno
tudo o que acontecia na viagem, desde às novas terras descobertas à até os problemas
enfrentados, assim, estando eles à bordo, surgiu-se a famosa expressão “diário de bordo”
(CAÑATE, 2010).
No que diz respeito ao seu uso pedagógico, trata-se de uma ferramenta que apresenta
um grande potencial educativo, pois, como aponta Canãte (2010),
Com o uso do diário de bordo, o aluno pode desenvolver a escrita que supõe um
processo de expressão e de objetivação do pensamento que explica sua atitude de
reforçar ou constituir a consciência daquele que escreve. Escrever sobre si é auto
revelar-se, é um recurso privilegiado de tomada de consciência de si mesmo, pois
permite “atingir um grau de elaboração lógica e de reflexibilidade”, de forma mais
acabada do que na expressão oral (CAÑATE, 2010, p. 41-42).
Assim, sendo o diário de bordo uma possibilidade para a expressão da compreensão do
estudante acerca do objeto de conhecimento estudado e sua relação com a História Regional e
Local, a sua utilização aqui se apresentou como uma ferramenta essencial, pois foi permitindo
o desenvolvimento da consciência história destes. Nesse sentido, estando inseridos no contexto
remoto, a proposta trouxe uma inovação para a sua utilização, a qual tratou-se da construção de
um diário de bordo virtual.
Para isso, foi utilizado uma plataforma digital, conhecida como “Padlet”, a qual trata-se
de um recurso virtual, online, gratuito e colaborativo. O recurso possibilita aos usuários
comentar e curtir em materiais publicados, bem como, compartilhar com demais usuários, como
a exemplo, os estudantes, para a publicação, visualização e/ou edição do material postado, onde
na nossa realidade foram orientados a produzirem suas histórias/textos, tendo como proposta o
relato da vivência de um dia na pré-história de Barreiras ou São Desidério, narrativas essas, que
deveriam ser evidenciadas características sobre os objetos de conhecimento vistos no decorrer
das aulas.
Nesse sentido, foi dado início às atividades. O primeiro momento ocorreu no dia quinze
(15) de julho de 2021, no qual, se foi apresentado um pouco do projeto de intervenção e refletido
a função da disciplina de História na nossa sociedade. Desse modo, foi problematizado junto
aos estudantes a relevância do conhecimento histórico em nossas vidas. Também foi
apresentado a estes, um pouco acerca do trabalho do historiador, bem como, os materiais que
ele utiliza, refletindo para a importância das fontes no processo de pesquisa histórica. Nesse
momento, foram utilizadas algumas fotografias produzidas pelo grupo de pesquisa
“Arqueologia do Oeste da Bahia - UFOB” correspondentes às pinturas rupestres e artefatos
líticos lascados encontrados nos sítios arqueológicos da Gruta das Pedras Brilhantes (São
Desidério) e Serra do Mimo (Barreiras).
A partir dessa atividade, foi possível começar a perceber a maior participação dos
estudantes, como também, a surpresa em saber acerca destas fontes e da presença desses sítios
arqueológicos da e na região Oeste da Bahia, principalmente a respeito da presença de pinturas
Ao fim desse momento, foi realizado um Jogo de Quiz, produzido na página virtual
Wordwall, tendo como proposta o ambiente de um programa de televisão intitulado “Barreiras
tem História”, a atividade teve como objetivo aferir a aprendizagem dos estudantes em
decorrência do objeto de conhecimento discutido.
Como atividade de sala de aula, foi desenvolvido com os estudantes a produção de uma
linha do tempo tendo em vista o povoamento do homem na Terra e a sua relação com a região
Oeste da Bahia, problematizando os períodos pré-históricos: Paleolítico, Neolítico e Idade dos
Metais, de modo, a refletir as particularidades de cada um e as associações possíveis com o
território regional em pauta. Para isso, se fez o uso de um recurso virtual presente no
PowerPoint, o SmarArt. Para a produção desta atividade, foi compartilhado a tela na sala de
aula do Google Meet, ao tempo que era perguntado aos estudantes os próximos passos a seguir.
Tratou-se aqui da produção de um material didático compartilhado, no qual, aqueles sujeitos
participantes foram fundamentais no processo de construção do conhecimento.
O terceiro momento ocorreu no dia vinte e dois (22) de julho de 2021, e compreendeu a
realização de uma problematização mais sistematizada acerca das discussões em torno do
povoamento da América, tendo como recorte especial o Nordeste brasileiro, com os estudos de
Niède Guidon em São Raimundo Nonato (PI), e também os estudos da arqueóloga Maria da
Conceição de Moraes Coutinho Beltrão (UFRJ) que tem trabalhos publicados acerca do
povoamento na região Oeste da Bahia. Como metodologia, foi utilizado um mural ilustrativo,
construído no Padlet e compartilhado em tela na sala de aula do Google Meet, como também,
no grupo de WhatsApp da turma para a participação dos estudantes em momentos assíncronos.
O quarto e último momento foi destinado para finalizar a discussão da aula anterior.
Após a finalização, foi exibido um trecho do documentário O Lugar Antes de Mim - Ep.01
Gruta das Pedras Brilhantes, produzido em parceria com a Universidade Federal do Oeste da
Bahia (UFOB) no ano de 2018, e que traz relatos e depoimentos de pesquisadores em sua
maioria arqueólogos que desenvolveram pesquisas na região. Nele, apresentam características
acerca dos primeiros hominídeos que povoaram o território, avançando pelos vários tipos de
sítios comuns no Oeste da Bahia, perpassando pela Serra do Mimo à Gruta das Pedras
Brilhantes.
Na segunda parte da aula, foi apresentado aos estudantes a folha de roteiro para a
construção da última narrativa que deveria ser enviada ao professor/estagiário para a devida
Figura 5: Orientação para uma produção narrativa a compor o “Diário de bordo virtual”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. O tutorial que ensina como criar jogos de história usando
apenas o formulário do Google (Notícia). In: Café História – história feita com cliques.
Disponível: https://www.cafehistoria.com.br/tutorial-gamificação/ensino-historia/. Publicado
em: 5 mai. 2020. ISSN: 2674-5917. Acesso: 08 de maio de 2021.
SARAIVA, K. Educação à distância: outros tempos, outros espaços. Ponta Grossa/PR: UEPG,
2010.
RESUMO
Este estudo teve como objetivo analisar o processo de elaboração e validação de vídeos
educativos por profissionais de educação de instituições de ensino do Brasil. Nessa perspectiva,
foi realizado um mapeamento sistemático da literatura que buscou identificar, dentre os estudos
analisados: a temática abordada; os recursos tecnológicos e a metodologia utilizados.
Metodologicamente, a pesquisa contemplou etapas típicas de um mapeamento sistemático de
literatura e, após a execução dessas etapas, foram analisados 6 estudos. Diante da análise dos
resultados, foi observado que as temáticas abordadas se concentram na área de saúde e ciências
exatas, especificamente em química, não sendo encontrados vídeos educativos no campo da
matemática e física. Os vídeos são produzidos por empresas especializadas ou pelos próprios
autores do artigo utilizando softwares de edição de vídeo e animações. Destaca-se que alguns
estudos seguiram as fases de pré-produção, produção e pós-produção. O processo de validação
seguiu a validação por juízes especialistas e usuários, ou validação apenas por usuários.
Conclui-se que o desenvolvimento de vídeos educativos pode apresentar rigor técnico e
científico, potencializando esse tipo de material educativo no processo de aprendizagem na
temática abordada.
Palavras- Chave: Material educativo; Tecnologias Educacionais; Educação.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
● Estratégia de busca
A busca pelos artigos relacionados aos objetivos do estudo ocorreu na Base de dados
Portal de Periódicos Capes, com publicação de 2015 a 2021. Dessa forma, foram selecionados
seis estudos escritos em língua portuguesa, que apresentavam o processo de elaboração e
validação de vídeo educativo.
A seleção dos artigos publicados no período de 2015 a 2021, ocorreu em duas etapas.
Na primeira, dois pesquisadores realizaram a leitura dos títulos e dos resumos dos artigos,
considerando os critérios de exclusão para a seleção de trabalhos. Na segunda etapa, os artigos
foram lidos integralmente, ocorrendo a seleção final dos estudos que atendiam aos critérios de
inclusão e exclusão estabelecidos (Quadro 1).
RESULTADOS
Os resultados obtidos, a partir dos dados coletados, serão apresentados em três tópicos,
conforme as questões de pesquisas apresentadas na Metodologia deste trabalho.
Quanto aos recursos tecnológicos utilizados na elaboração dos vídeos (Quadro 4),
constatou-se que na maioria dos trabalhos analisados, os próprios autores do artigo optaram por
participar ativamente no processo de criação e edição das cenas ao invés de fazer uma
contratação de empresa especializada.
Os vídeos apresentados por Francisco Junior, Benigno (2018) e Bastos, Rezende Filho,
Pasto Junior (2015), referem-se a trabalhos elaborados por estudantes do Ensino Médio e
Ensino Superior, respectivamente, nos quais foram utilizados recursos tecnológicos para
gravação com algumas limitações de captação de áudio e imagem, os autores não especificam
quais programas foram utilizados na edição dos vídeos.
O vídeo apresentado por Rodrigues Junior et al (2016) foi elaborado por uma empresa
especializada, envolvendo seis profissionais especializados na área de produção de vídeo, que
incluía diretor de cena, diretor fotográfico, operador de câmera, iluminação, operador de som,
assistente elétrico / maquinário e cenógrafo, além de atores profissionais. A contratação de
empresa especializada ocorreu também na elaboração do vídeo apresentado por Galindo Neto
et al (2019), no entanto foi escolhido o desenvolvimento de vídeo com animações digitais. Essa
opção, de acordo com os autores, se deve ao fato de que as animações possibilitam
aperfeiçoamento estético dos desenhos e demandam um menor tempo para produção, além de
possuírem aparência mais atrativa para o público.
Os vídeos foram avaliados por intérpretes e alunos surdos do Ensino Médio de escolas
estaduais e municipais do município de Maranguape-CE, sendo aplicado um questionário que
O vídeo foi validado por um grupo de usuários, formado por estudantes do curso de
medicina que responderam um questionário eletrônico, com sete perguntas fechadas sobre a
qualidade do vídeo, o tempo de duração, a linguagem, a clareza do tema, adequação do
conteúdo da aula e o uso de vídeos como recurso pedagógico. Além destas, havia uma pergunta
aberta para exposição das críticas e sugestões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do mapeamento sistemático da literatura, foram analisados seis (6) estudos que
tratavam sobre o processo de elaboração e validação de vídeos educativos. A partir dos dados
analisados, foi possível apresentar a temática abordada em cada vídeo, destacando os recursos
tecnológicos utilizados e a metodologia utilizada na elaboração e validação desses materiais
educativos.
Quanto aos recursos tecnológicos utilizados nos vídeos, observa-se que em alguns
estudos foram utilizadas ferramentas com qualidade menor para capitar áudio e imagens e ainda
todo o processo de edição e criação das cenas foi realizado pelos idealizadores do vídeo. Nesses
trabalhos, foram utilizados programas de animação on-line e editores de vídeos. Em outros
estudos, o processo de criação das cenas e edição foi realizado por uma empresa especializada,
no entanto, é importante destacar, que a falta de experiência na elaboração vídeo não
compromete o objetivo final da produção, uma vez que em alguns estudos foram analisados
aspectos de construção do conhecimento, a exemplo do vídeo elaborado pelos estudantes do
Ensino Médio, retratado no trabalho de Francisco Junior, Benigno (2018).
Em relação à metodologia da produção dos vídeos, destaca-se que a maioria dos estudos
seguiram as fases de pré-produção, produção e pós-produção. Quanto ao processo de validação,
alguns seguiram a validação por juízes especialistas e usuários, outros foram validados apenas
por usuários.
Por fim, destaca-se que o processo de elaboração e validação de vídeos educativos pode
apresentar rigor técnico e científico, potencializando esse tipo de material educativo no
processo de aprendizagem na temática abordada. Como sugestão para trabalhos futuros, sugere-
se que seja realizado uma revisão da literatura incluindo trabalhos publicados em anais de
Congressos Nacionais de Educação para que outros estudos possam ser analisados.
REFERÊNCIAS
DOI - http://dx.doi.org/10.1590/1983-211720175170102
GALINDO NETO, N.M. et al. Construção e validação de vídeo educativo para surdos acerca
da ressuscitação cardiopulmonar. Rev. Latino-Am. Enfermagem .2019;27:e3130
DOI: 10.1590/1518-8345.2765.3130
LIMA, V. S. et al. Produção de vídeo educacional: estratégia de formação docente para o ensino
na saúde. Reciis – Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2019 abr.-jun.;13(2):428-38
http://dx.doi.org/10.29397/reciis.v13i2.1594
PAIVA, A. P.R.C; VARGAS, E.P. Material Educativo e seu público: um panorama a partir da
literatura sobre o tema. Revista PRÁXIS. Volta Redonda-RJ.Vol.9. n. 18, 2017. Disponível em:
http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/praxis/article/view/769. Acesso em: 03 de Janeiro de
2021.
PETERSEN, Kai et al. Systematic mapping studies in software engineering. In: 12th
International Conference on Evaluation and Assessment in Software Engineering (EASE)
12. 2008. p. 1-10.
http://dx.doi.org/10.5902/1984686X24101
RESUMO
A atual pandemia do Coronavírus trouxe um panorama diferenciado em vários aspectos,
educação, economia, saúde pública, turismo e entre outros. No Brasil, o Ministério da Educação
(MEC) adotou orientações para o ensino durante esse período, atividades pedagógicas poderiam
ser realizadas de forma não presencial. Nesse sentido, diante da realidade desafiadora, o projeto
de Iniciação Científica (IC) Saúde do Viajante Surdo, de uma IES da cidade de Fortaleza, Ceará,
se adaptou a um formato de ensino para dar continuidade nas atividades acadêmicas de
pesquisas através da tecnologia e metodologias remotas. Esse estudo, trata-se de um relato de
experiência sobre a construção de um vídeo educativo em Libras para o viajante surdo. O
material foi disponibilizado em formato audiovisual e inserido em uma plataforma streaming
de compartilhamento de vídeos e no portal de objetos educacionais Educapes. A experiência de
produção e publicação do vídeo contribuiu significativamente para o aprendizado pessoal da
autora. Os desafios de adaptação foi imenso, com os encontros em webconferências, adaptações
e novos conhecimentos sobre ferramentas virtuais, com potencialidades de manter um vínculo
entre as pessoas do grupo, compartilhamento de estudos, conteúdos gravados e informações,
podendo assim dar continuidade as atividades programadas de pesquisa.
Palavras-Chave: Filme e Vídeo Educativo. Educação em Saúde. Pessoa com deficiência
auditiva. COVID-19.
INTRODUÇÃO
Viajar sozinho ou em grupo, seja com amigos, familiares ou colegas de trabalho, é algo
que precisa de planejamentos. Renda e Teotónio (2017) mencionam que os turistas estão cada
vez mais informados em relação aos destinos que pretendem ir, pois não querem ter o temor de
A saúde do turista pode ser conceituada como o estudo dos problemas de saúde que
podem afetá-lo antes, durante e depois da viagem. Dessa forma, deve ocupar-se com questões
individuais, que dependem de características físicas, psicológicas e comportamentais do
indivíduo, mas também envolve condições ambientais e institucionais da origem e do destino
da viagem (MATOS; BARCELLOS, 2010). Quando o viajante deixa o lugar onde vive em
busca de um ambiente desconhecido, deve estar ciente de sua exposição a riscos de saúde. Em
qualquer destino de viagem, o turista terá que lidar com perigos conhecidos ou desconhecidos,
percebidos ou despercebidos ou até mesmo planejados (MATOS; BARCELLOS; CAMARGO,
2010).
O grupo de pesquisa Saúde do Viajante Surdo, é composto por quatro integrantes, duas
professoras e duas alunas do curso de Enfermagem, no qual os produtos de pesquisa objetiva
influenciar diretamente na promoção de saúde para a população surda, levando informações e
orientações para um estilo de vida mais saudável de forma acessível.
Um dos maiores desafios que os surdos enfrentam na área da saúde, por exemplo, são
os grandes obstáculos referentes à acessibilidade ao SUS, materiais acessíveis e informações,
principalmente pela barreira comunicativa e a difícil inclusão destes na sociedade ouvinte.
MÉTODO
A edição de vídeo foi feita através do aplicativo disponível para smartphones Android e
IOS chamado In Shot, sendo possível selecionar os melhores fragmentos do vídeo e uni-los,
como também incluir a legenda em Português, estando assim também acessível àqueles que não
conhecem a Libras.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Além disso, alerta sobre ter informações com antecedência sobre o clima, hábitos
alimentares e culturais do local de destino para ter uma estadia segura e saudável, e que após o
retorno da viagem, caso apresente febre ou outros sintomas como diarreia, problemas de pele
ou respiratórios, procure imediatamente um serviço de saúde e informe quais as regiões que
visitou.
Carvalho (2019), afirma que os surdos frequentemente buscam mais informações por
meio on-line quando se trata da organização das viagens, levando em consideração as opiniões
de familiares e amigos, e que procuraram informações com menos frequências em agências de
viagens ou guias.
CONCLUSÃO
É fundamental que o setor saúde atue no estreitamento das relações entre o turismo,
acessibilidade aos surdos e acesso a informações. Embora seja reconhecida a relação entre as
atividades de turismo e suas consequências para a saúde coletiva, a colaboração entre a área de
REFERÊNCIAS
HODGES, C.; MOORE, S.; LOCKEE, B.; TRUST, T.; BOND, A. The difference between
emergency remote teaching and online learning. Educause Review, Washington, 27 mar. 2020.
Disponível em: https://er.educause.edu/articles/2020/3/the-difference-between-emergency-
remote-teaching-and-online-learning
TOMÉ, M.; AMORIM, E.; SMITH, M. L. A análise do conteúdo informativo nos websites
oficiais de turismo sobre a saúde do viajante e os riscos referentes à Covid-19. IJSSTH, n. 21,
p. 7, 2020.
RESUMO
A tríade Educação, Comunicação e Tecnologia nunca esteve tão difundida, passamos por um
momento de grande transformação em que o professor tem sido constantemente desafiado a
buscar novas práticas pedagógicas, assim o trabalho com metodologias ativas e a tecnologia
digital tem sido fundamental para promover aprendizagens mais significativas, onde o professor
é o agente mediadorque instiga a busca de novas aprendizagens. Nesta direção as salas
informatizadas são espaços privilegiados para aprendizagem ativa, entretanto seu potencial
precisa ser melhor compreendido e otimizado. Nesse sentido, tem-se por objetivo nesse texto,
instrumentalizar os professores elencando ferramentas, aplicativos e recursos por categorias de
utilização, assim como,programas e softwares de Tecnologia Assistiva que contribuem
significativamente para comunicação, autonomia e independência dos alunos público-alvo da
Educação Especial.
PALAVRAS-CHAVE: Sala Informatizada, Metodologias Ativas, Tecnologias Digitais, Inclusão
Digital.
INTRODUÇÃO
A sociedade atual é regida pelas tecnologias, as quais têm impulsionado novas reflexões
e ações em relação ao processo de ensino e aprendizagem, oferecendo uma variedade de opções
metodológicas que podem contribuir com a prática educativa em todos os níveis, modalidades
e áreas de ensino.
Sendo a escola um espaço socialmente instituído para formação humana o uso das
tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), tornou-se um riquíssimo
instrumento, promovendo aprendizagens mais significativas, apoiando os professores na
implementação de metodologias ativas, alinhando o processo de ensino e aprendizagem à
realidade dos estudantes e despertando maior interesse e engajamento dos alunos.
Gomes e Moita (2016), apontam a necessidade dos gestores e professores fazerem uso
adequado das tecnologias digitais, se beneficiando das muitas opções para pesquisa, interação
e elaboração de conhecimentos de forma crítica, ativa e participativa, onde o professor assuma
o papel de mediador dos conhecimentos.
https://www.youtube.com/watch?v=_pdSAN6PO6w&lc=Ugy3AqjkzfRlHQC02Uh4AaABAg
A escola padronizada, que ensina e avalia a todos de forma igual e exige resultados
previsíveis, ignora que a sociedade do conhecimento é baseada em competências
cognitivas, pessoais e sociais, que não se adquirem da forma convencional e que
exigem proatividade, colaboração, personalização e visão empreendedora. (MORAN,
2015, p. 16).
Nesta direção as práticas tradicionais vão gradativamente perdendo o sentido, não se
tendo a atenção e o interesse dos alunos. Fato que evidencia a urgência dos professores se
beneficiarem da tecnologia, permitindo a integração de todos os espaços e tempo. Onde o
ensinar e aprender acontece numa interligação simbiótica, profunda, constante entre o que
chamamos mundo físico e mundo digital.
O aluno formado por internet e multimídia e que está sempre conectado está pronto
para aprender com os colegas a desenvolver atividades significativas, a contribuir em
cada etapa de um projeto. O currículo precisa ser repensado para que se torne
importante para o aluno, para que este se sinta protagonista, sujeito, personagem
principal. A escola tem de se adaptar ao aluno e não o contrário. (MORAN, 2007,
p.23)
Logo, a contribuição das salas informatizadas pode ser ilimitada, contudo, sua utilização
necessita ser otimizada para o que são estabelecidos alguns indicativos:
Silva (2020, p. 16-18) em seu livro Guia prático de Metodologias Ativas com uso de
Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação, disponibilizou uma lista de ferramentas,
aplicativos e recursos por categoria de utilização, selecionamos alguns para indicar:
Edmodo - (www.edmodo.com);
Gosoapbox - (www.gosoapbox.com);
Mentimeter – (www.mentimeter.com);
PlayBuzz - (www.playbuzz.com);
PollMaker - (www.poll-maker.com);
ProProfs - (www.proprofs.com);
VoxVote - (https://www.voxvote.com).
Padlet - (https://pt-br.padlet.com/);
EstiNet - (www.estinet.com);
Multisim - (https://www.multisim.com);
Phet - (https://phet.colorado.edu/ptbr).
Blackbord - (www.blackboard.com);
Moodle - (moodle.org).
Facebook - (www.facebook.com);
Instagram - (www.instagram.com);
Skype - (www.skype.com);
WhatsApp - (www.whatsapp.com);
Youtube - (www.youtube.com).
Educaplay - (www.educaplay.com);
QuizUp - (www.quizup.com).
AtubeCatche - (www.atube.me);
Canva - (https://www.canva.com/pt_br/);
Openshot- (www.openshot.org);
Pixton- (www.pixton.com/br);
Powtoon- (www.powtoon.com).
Como visto inúmeros são os recursos das TDCIs que contribuem para o processo de
ensino e aprendizagem, otimizando as metodologias ativas, as fontes e possibilidades não se
esgotam e isso se aplica também como Tecnologia Assistivaao computador aos alunos público-
alvo da educação especial (PAEE). Dessa forma, deixaremos a seguir indicativos de programas
e softwares que contribuem significativamente para comunicação, autonomia e independência.
Figura1:Braille Fácil
Figura2:Projeto DOSVOX
(Software gratuito acessível com várias funções, sintetizador de voz e permissão de uso
de figuras para representar ações e sentimentos, permitindo ao usuário a formulação de
sentenças);
Figura6: Motrix
(Este software permite pessoas com deficiências motoras graves, a se comunicar através
da Internet).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
EDYBURN, D. L. Would you recognize Universal Design for Learning if you saw it? Ten
propositions for new directions for the second decade of UDL. Learning Disability
Quarterly, 33 (1): 3341. 2010.
MORAN, José de. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção Mídias
Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Vol.
II. 2015. Disponível em: http://rh.unis.edu.br/wp-content/uploads/sites/67/2016/06/Mudando-
a-Educacao-com-Metodologias-Ativas.pdf Acesso em 21/03/2021.
RESUMO
O referido artigo tem o intuito de fazer uma discussão sobre alguns recortes de obras
bibliográficas que salientam a importância da formação continuada dos(as) professores(as) para
a utilização e manuseio das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC’s) no
âmbito escolar e em suas respectivas aulas. A pesquisa possui características de natureza pura,
com uma abordagem qualitativa e essência descritivo-exploratória, na qual foi realizada a partir
de buscas bibliográficas de revisão narrativa, tendo sido fundamentada em artigos científicos,
capítulos de livros, resenhas críticas e entre outros. As principais bibliografias foram Stahl
(1997), Ponte (2000), Peralta e Costa (2007), Chimentão (2009) e Rosa (2013). O trabalho
surgiu pela necessidade de evidenciar quão relevantes são as formações continuadas para o
melhor desenvolvimento das práticas pedagógicas dos(as) docentes. Por fim, espera-se que,
com a leitura deste artigo, os mencionados profissionais possam se conscientizar sobre a
relevância da busca contínua por conhecimentos e da urgência de estreitar os laços entre
tecnologia e educação.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Docência. Formação Continuada. Aperfeiçoamento.
Tecnologias Digitais.
INTRODUÇÃO
Por isso, o referido artigo tem por objetivo discutir alguns recortes de obras
bibliográficas que ressaltam a importância da formação continuada dos(as) professores(as) para
o uso e manuseio cotidiano das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC’s)
no ambiente escolar e em suas respectivas aulas, partindo do princípio de que tais habilidades
professorais deveriam ter sido adquiridas há tempos, devido aos grandes avanços tecnológicos
e a entrada predominante das instituições de ensino, quer sejam públicas ou privadas, no mundo
da tecnologia digital.
PERCURSO METODOLÓGICO
[...] a formação continuada não descarta a necessidade de uma boa formação inicial,
mas para aqueles profissionais que já estão atuando, há pouco ou muito tempo, ela se
faz relevante, uma vez que o avanço dos conhecimentos, tecnologias e as novas
exigências do meio social e político impõem ao profissional, à escola e às instituições
formadoras, a continuidade, o aperfeiçoamento da formação profissional.
É a partir dessa constante necessidade de atualizações que o educador ou educadora tem
por obrigação, como responsável pelas mediações dos conhecimentos nas escolas, estar sempre
inteirado e informado, porém não somente em relação às notícias científicas e aos eventos
cotidianos, mas, sobretudo, no que diz respeito à evolução das práticas pedagógicas e as
modernas tendências na área das tecnologias educacionais.
Parece evidenciar-se que boa parte da educação no futuro ocorrerá num espaço criado
pela combinação de computadores e telecomunicações. O processo ensino-
aprendizagem será online, mediatizado e apoiado por redes de computadores, e os
educadores devem estar preparados para melhor explorar todas essas facilidades, que
estarão à disposição de seus alunos.
Envolvidos nesse princípio, convém ressaltar a importância da contínua e factual
preparação dos professores e professoras para o uso significativo das Tecnologias Digitais da
Informação e Comunicação (TDIC's), visto que, aceleradamente, estamos nos tornando
totalmente dependentes dos recursos tecnológicos, dando vida a uma nova era, a era das
tecnologias digitais. Para Stahl (1997, p. 3), “a disponibilidade de novas tecnologias, com o
aumento do conhecimento sobre os processos cognitivos, sobre a comunicação humana e a
comunicação homem-máquina, e a facilidade crescente de manipulação da informação estão
abrindo inúmeras perspectivas para a educação”. Sendo assim, fundamentada na teoria de que
as tecnologias estão ressignificando a educação e que a, partir disso, as ações educacionais
poderão ganhar múltiplas faces, Stahl (1997, p. 5-6) adverte:
Para que as novas tecnologias digitais educacionais deem certo é preciso que os(as)
responsáveis pela sua mediação e integração tenham confiança na sua capacidade de êxito. Para
um melhor entendimento do argumento evidenciado, Peralta e Costa (2007, p. 79)
exemplificam que “a confiança dos professores é entendida não apenas como a percepção da
probabilidade de sucesso no uso das TIC para fins educativos, mas ainda em que medida o
professor entende esse sucesso como dependendo do seu próprio controlo”.
Além disso, sobre o uso das tecnologias digitais na educação, Ponte (2000, p.73) declara
que "as novas tecnologias surgem aqui como instrumentos para serem usados livre e
criativamente por professores e alunos, na realização das actividades mais diversas” e que se
torna essencial:
[...] levar a escola a contribuir para uma nova forma de humanidade, onde a tecnologia
está fortemente presente e faz parte do quotidiano, sem que isso signifique submissão
à tecnologia. As TIC podem contribuir de modo decisivo para mudar a escola e o seu
papel na sociedade. A escola pode passar a ser um lugar da exploração de culturas, de
realização de projectos, de investigação e debate. O professor poderá ser um elemento
determinante nestas actividades. (IBIDEM, 2000, p.89).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996.
RIBEIRO, Ana Elisa. Tecnologia digital. Minas Gerais: Revista Termos de Alfabetização,
Leitura e Escrita para educadores. Disponível em:
http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/tecnologia-digital Acesso
em: 03 de Ago. de 2021.
ROSA, Rosemar. Trabalho docente: dificuldades apontadas pelos professores no uso das
tecnologias. Uberaba: Revista Encontro de Pesquisa em Educação, v. 1, n° 1, p. 214-227, 2013.
STAHL, Marimar M. Formação de professores para uso das novas tecnologias de comunicação
e informação. In: CANDAU, V. M. (org). Magistério: Construção Cotidiana. Petrópolis – RJ:
Vozes, 1997.