Texto 1
Texto 1
O livro aborda a relação entre as palavras de Deus e suas ações, destacando como a linguagem é
fundamental para compreender a natureza e as ações divinas, conforme descrito na Bíblia. No
Antigo Testamento, as palavras e ações de Deus estão intimamente ligadas, como na criação e no
estabelecimento de alianças. No Novo Testamento, a relação entre as palavras de Cristo e a ação de
Deus na salvação é enfatizada, especialmente na teologia protestante da justificação e no chamado
eficaz de Deus para a salvação.
A relação entre Deus e suas palavras é íntima, evidenciada na obediência às palavras divinas e na
identificação completa de Deus com elas. As palavras humanas, especialmente na Bíblia, são
consideradas como palavras de Deus, refletindo sua capacidade de comunicação. Jesus Cristo é
visto como o cumprimento das promessas da aliança do Antigo Testamento e como a Palavra
encarnada que revela Deus.
E também explora a questão da autoridade das Escrituras, discutindo diferentes abordagens
teológicas. Alguns teólogos defendem uma visão mais restrita da Palavra de Deus na Bíblia,
enquanto outros reconhecem toda a Bíblia como Palavra de Deus. A abordagem bíblica sugere que
encontrar as palavras das Escrituras é encontrar Deus em ação, sendo a base para a doutrina das
Escrituras.
Aborda também os atributos tradicionais das Escrituras, como necessidade, suficiência, clareza e
autoridade, destacando sua importância na fé cristã. Reconhece que ao longo da história, essas
doutrinas podem perder seus fundamentos bíblicos originais, tornando-se mais uma tradição do que
uma expressão fiel da fé. Por isso, busca preservar esses tópicos tradicionais, fundamentando-os
explicitamente nas Escrituras e na teologia.
Necessidade das Escrituras: Destacada pelos reformadores como João Calvino, que comparou a
necessidade das Escrituras à necessidade de lentes para corrigir a visão, argumentando que apenas
elas são essenciais para esclarecer o conhecimento de Deus e para a salvação.
Suficiência das Escrituras: Embora não seja explicitamente mencionada na Bíblia, foi amplamente
aceita pelos cristãos ao longo dos séculos, afirmando que as Escrituras são completas e abrangentes
em tudo o que é necessário para a fé e a vida cristã.
Clareza das Escrituras: Associada à Reforma Protestante e especialmente articulada por Martinho
Lutero, defende que as Escrituras são claras em seu conteúdo essencial e acessíveis aos crentes com
a orientação do Espírito Santo, embora possam haver partes obscuras.
Autoridade das Escrituras: Refere-se à autoridade de Deus ao falar através delas, sendo fundamental
para o relacionamento entre Deus e seus seguidores. A autoridade das Escrituras está mais sobre
Deus do que sobre o próprio texto, pois é por meio delas que conhecemos e respondemos a Deus.
Além disso, discute-se a inerrância das Escrituras como uma implicação de sua inspiração divina,
ressaltando que isso não deve ser o ponto central da doutrina, mas sim sua identidade como palavra
de Deus e meio de revelação divina. A interpretação correta das Escrituras deve considerar o
contexto histórico e cultural, bem como as diferentes formas literárias presentes no texto. Refletindo
sobre a aplicação da doutrina das Escrituras, começando com o significado do sola Scriptura,
destacando sua evolução histórica e sua relação com a tradição. Ele explora duas visões históricas
sobre essa relação e como os reformadores buscavam retornar à posição da igreja primitiva. A
ênfase está em garantir que todas as tradições de interpretação estejam a serviço das Escrituras, que
são a autoridade suprema. A relação entre as Escrituras e a comunidade cristã é discutida,
destacando o debate sobre a autoridade da igreja em relação às Escrituras e as funções ministeriais
da igreja em relação a elas. O texto também aborda a relação entre o sola Scriptura e a autoridade da
igreja visível, além de enfatizar a importância da igreja em capacitar os crentes a compreenderem
corretamente as Escrituras. A pregação é fundamental na vida da igreja, e o autor explora os
desafios associados a ela, incluindo questões de autoridade e a relação entre o Espírito Santo e as
Escrituras na pregação. Ele destaca a importância da inspiração bíblica plenária na pregação
autêntica e a necessidade de humildade por parte dos pregadores. O texto conclui enfatizando a
importância da leitura individual da Bíblia, mas reconhecendo sua dependência da leitura e
exposição coletivas das Escrituras na igreja.