Bosvaldo Maquiavel
Bosvaldo Maquiavel
Bosvaldo Maquiavel
Procedimento Aministrativo
Ano de Frequencia: 3º
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Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 5
1.3Problematização...................................................................................................................... 6
1.4.Hipóteses ............................................................................................................................... 6
3.Desenvolvimento .......................................................................................................................... 7
3.3.1.Características ................................................................................................................. 8
Conclusão ...................................................................................................................................... 12
Referências .................................................................................................................................... 13
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Introdução
Em Moçambique o processo de descentralização traz um novo parâmetro de relacionamento entre
o governo central e o governo local, criando oportunidade de coabitação de diferentes actores
dentro do mesmo espaço político, com atribuições e competências distintas, com um único
objectivo, maior flexibilidade na administração pública e consequentemente melhor prestação de
bens e serviços públicos.
A descentralização, mesmo que na teoria pareça fácil, foi extremamente complicada. Este processo
passava pela reforma e redimensionamento do Estado, (Chichava e Faria, 1999).
Não é apreensão esgotar o tema que o trabalho é submisso, porém é indispensável falar em prol de
uma das causas que tornou sólida a democracia em nosso país.
1.Objectivos do trabalho
A definição dos objectivos determinam o que o pesquisador quer atingir com a realização do
trabalho de pesquisa, pois são sinónimo de meta, fim e podem ser gerais e específicos.
1.1.Objectivo geral
MARCONI e LAKATOS (2001) referem que os objectivos gerais "estão ligados a uma visão
global e abrangente do tema, quer dos fenómenos, eventos e quer das ideias estudadas."
1.2.Objectivos específicos
Assim a pesquisa tem como objectivos específicos:
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1.3Problematização
No mundo actual, são várias as ideias difundidas em relação ao Governo local e estado
democrático. Uma dessas ideias é a de que, os governos locais são normalmente reorganizados à
medida que os países levam a cabo processos de transições democráticas e servem de campo de
treino para a consolidação da democracia, (McCarnery citado por Smith; 1998). Em Moçambique
ocorre o mesmo pois, ao nível político o processo da descentralização iniciado nos anos 90 foi e
continua sendo visto como uma forma de aprofundamento da democracia, (Faria e Chichava-1999;
Correia2002; Guambe-1998 e Mazula-1998).
1.4.Hipóteses
Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 90) “A hipótese é uma possível resposta ao problema de
pesquisa, orienta a busca de outras informações”.
Respondendo a questão, avançamos com o pressuposto de que a nível político o maior benefício é
a democracia, mesmo ela podendo ser verificada fora da descentralização, em Moçambique é
destacada pela descentralização. No campo económico, é um tanto óbvia, a centralização pecava
em não conseguir desenvolver os mais íntimos locais do nosso mapa, ponto este que é certeiro na
descentralização, sendo românticos diríamos “começar a pirâmide económica de baixo para cima”.
2.Metodologia da pesquisa
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular para
uma questão mais ampla, mais geral.
Para Lakatos e Marconi (2007), Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de
dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não
contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões
cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais me baseio.
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3.Desenvolvimento
3.1.Descentralização em Moçambique
Após o país ter alcançado a independência, em 1975, o Estado moçambicano adoptou um sistema
político e económico centralmente planificado. Este era um modelo socialista da administração
pública (Canhanga, 2001). As reformas iniciadas na altura criaram um novo sistema unificado e
centralizado de administração.
3.1.2 Conceito
A descentralização é um conceito eminentemente político, pois significa governo próprio para as
entidades descentralizadas. Governo próprio, por sua vez, implica autonomia (não soberania, que
é atributo exclusivo dos Estados nacionais).
Em 1994 é publicada a Lei-quadro dos distritos municipais (Lei 3/94). “Em termos concretos, o
disposto na nessa Lei significava uma democratização nos níveis hierárquicos de Administração
Estatal abrangidos pelo PROL. A referida democratização ia se operacionalizar em dois sentidos:
primeiro em relação ao processo da eleição de titulares dos órgãos distritais, e em segundo diz
respeito à abertura de espaço para a participação e responsabilização dos titulares dos órgãos
distritais pela população, ou seja, significativa transformação dos distritos administrativos em
Municípios, tal como se configura hoje”, (Nuvunga; 2000:).
Contudo, esta lei 3/94 foi tida como inconstitucional, pois não estava previsto em nenhum capítulo
da Lei mãe (Constituição) a criação de órgãos com este tipo de poder.
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3.3. Autarquias Locais
Autarquias locais são pessoas públicas dotadas de órgãos representativos próprios, que visam a
prossecução dos interesses das populações respectivas sem prejuízo dos interesses nacionais e da
participação do Estado, são os Municípios (Cidades e Vilas) e as povoações (Circunscrição
territorial do Posto Administrativo).
3.3.1.Características
Tutela Administrativa: estão sob tutela do Estado (Legalidade e meritocracia dos actos –
MAE, MFP e MPF).
Poder Regulamentar: têm poder para regulamentar sobre matérias no âmbito das suas
atribuições, respeitando os limites constitucionais e tutelares.
Principio da Legalidade: agem com estrito fundamento na Lei.
3.3.2.Órgãos representativos
De acordo com Alves & Cossa (1997) estes órgãos caracterizam-se da seguinte forma:
Desta forma o conflito gerado pela governação centralizada tem agravado as relações entre as
instituições e, por outro lado, a falta de clareza das responsabilidades dos intervenientes, tem
impedido a existência de uma estrutura governamental transparente e de canais de comunicação e
participação mais inclusivos”. Para estas autoras ao nível das autarquias verifica-se uma fraca
participação e não há uma maior inclusão dos munícipes no processo da governação local.
4.Benefícios da descentralização
A descentralização pode diminuir as severas limitações do controle do planejamento
nacional centralizado, mediante a delegação de autoridade a funcionários que atuam fora
da sede do Governo.
Pode diminuir os efeitos negativos da burocracia, típicos do planejamento central e das
políticas de desenvolvimentos dos países em desenvolvimento.
A descentralização de funções permite aos funcionários locais um conhecimento e uma
sensibilidade maiores em relação aos problemas e necessidades locais.
A descentralização pode, também, facilitar uma melhor penetração das políticas nacionais
em áreas distantes da capital, principalmente nas zonas rurais.
Pode permitir maior representatividade para os diferentes grupos étnicos, tribais, políticos
e religiosos na formulação de decisões, contribuindo, assim, para uma maior equidade na
alocação do recurso e do investimento.
Pode também contribuir para melhorar a capacidade administrativa e técnica dos Governos
locais e de instituições privadas nas regiões e províncias, permitindo-lhes desempenhar
funções que, de outro modo, não poderiam exercer.
A eficiência do Governo central pode ser aumentada liberando-se os altos funcionários de
tarefas de rotina que poderiam ser desempenhadas por funcionários locais.
A descentralização pode, ainda, permitir uma estrutura através da qual as atividades de
vários ministérios e outros órgãos do Governo central, envolvidos no processo de
desenvolvimento, possam ser coordenados mais eficientemente, inclusive com as
lideranças locais e organizações não-governamentais nas diferentes regiões.
Uma estrutura governamental descentralizada é indispensável à participação cidadã no
processo de planejamento e administração do desenvolvimento.
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5.Importância no desenvolvimento
A Descentralização ocupa um lugar de fundamental importância no desenvolvimento do país,
estando cientes disso, decidimos trazer de forma clara e objectiva.
Às autarquias cabe o papel principal na regularização da posse da terra, melhoria nas garantias
dessa posse e na sistematização dos mercados de terra, em grande medida corruptos, factores que
são reconhecidos internacionalmente como fundamentais para a canalização de investimentos e
poupanças, para que os pobres possam aceder aos bens. No entanto, há ainda um longo caminho a
percorrer até que as autarquias possam exercer estas funções de um modo satisfatório. Iniciativas
agrícolas, urbanas e periurbanas, para que haja garantia de alimentos e criação de emprego, podem
ser apoiadas por um eficaz planeamento urbano e direitos de uso da terra, bem como por alguns
serviços de apoio específicos. As autarquias podem contribuir para um clima de investimento mais
atraente e para a criação de emprego, através de uma gama de instrumentos, incluindo
investimentos em infraestruturas físicas de importância crucial (p. ex: estradas urbanas), redução
da burocracia (p. ex. licenças para funcionamento de negócios) e a prestação de serviços públicos
através de parcerias público-privadas.
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Conclusão
Feito o trabalho, fazendo-se uma análise crítica do tema em estudo, se constata necessário trazer
algumas considerações deste tema, que pela sua complexidade é igualmente importante na história
de Moçambique.
Com base na filosofia de um Estado socialista, baseado nos princípios do centralismo democrático,
a partir de 1983, houve um reconhecimento público e oficial, de que o sistema administrativo é
excessivamente centralizado. Mas a guerra civil, as calamidades naturais dificultavam qualquer
tipo de reforma administrativa. Entretanto, nos finais dos anos 80 sob os auspícios das agências
multilaterais, o Estado moçambicano assistiu a um processo de redemocratização política das
sociedades nacionais.
AS reformas resultaram num sistema de governação local de duas formas: uma que é de devolução
de poderes, funções e recursos (descentralização politica), e a outra que é a descentralização
administrativa, que consiste na transferência de recursos, tarefas e poder de decisão para as
autoridades hierarquicamente inferiores (os distritos).
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Referências
ALVES, Armando Teixeira e COSSA, Benedito Ruben. Guião das Autarquias Locais. Maputo,
1998.
CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a Administração Geral. Makron Books. São Paulo, 2000.
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