Interdiciplinaridade

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Índice

VII. Bibliografia1.Introdução......................................................................................................2

1.1.Objectivos:.............................................................................................................................2

1.1.2Geral:....................................................................................................................................2

1.1.3.Especificos:.........................................................................................................................2

2.Metodologia..............................................................................................................................2

3.A interdisciplinaridade..............................................................................................................3

3.1.Níveis de interacção entre as disciplinas................................................................................3

3.1.1.Multidisciplinaridade..........................................................................................................3

3.1.2.Pluridisciplinaridade...........................................................................................................4

3.1.3.Interdisciplinaridade............................................................................................................4

4.Tipos de interdisciplinaridade...................................................................................................4

4.1.Interdisciplinaridade heterogénea..........................................................................................4

4.1.2. Pseudo-interdisciplinaridade..............................................................................................4

4.1.2.Interdisciplinaridade auxiliar..............................................................................................5

4.1.3. Interdisciplinaridade compósita.........................................................................................5

5.Interdisciplinaridade nas Ciências Sociais................................................................................6

VI.Conclusão................................................................................................................................8
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1.Introdução
A interdisciplinaridade é um evento permanente no campo da pesquisa. No domínio do
ensino, é um processo contínuo de integração, formação e transformação de disciplinas. Pode ser
vista como um pressuposto epistemológico e uma condição pedagógica. Ela pode ser praticada
sem ser mencionada. Enquanto os cientistas trabalham concentrados na busca de soluções para
problemas científicos relevantes, os professores enfrentam os desafios dos conflitos e das
relações entre as diferentes disciplinas. A interdisciplinaridade tem vindo a crescer nos últimos
anos. Apesar de não se tratar de algo particularmente recente no plano internacional, tardou a
chegar, sobretudo ao mundo académico. Não obstante, a investigação interdisciplinar tornou-se
numa abordagem popular nas ciências sociais. Com esse trabalho pretende-se fazer uma analise
sobre a interdisciplinaridade nas ciências sociais.

1.1.Objectivos:

1.1.2Geral:
 Compreender a interdisciplinaridade nas ciência sociais.

1.1.3.Especificos:
 Descrever os Níveis de interacção entre as disciplinas
 Mencionar os Tipos de interdisciplinaridade.
 Explicar a interdisciplinaridade nas ciências sociais.

2.Metodologia
Para a realização e materialização do presente trabalho recorreu-se a vários
procedimentos que combinados permitiram a coerência da pesquisa desde a selecção de
documentos e análise de obras bibliográficas.
3.A interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade parte da palavra "interdisciplinar", que tem, como conceito, o que
é um comum a duas ou a mais disciplinas. Diz respeito ao processo de ligação entre as
disciplinas. Sendo assim, interdisciplinaridade é uma proposta onde a forma de ensinar leva em
consideração a construção do conhecimento pelo aluno. Ela é uma prática que não dilui as
disciplinas no contexto escolar, mas que amplia o trabalho disciplinar na medida em que
promove a aproximação e a articulação das actividades docentes numa acção coordenada e
orientada para objectivos bem definidos

Segundo Ivani Fazenda, a interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália em meados da


década de 60, num período marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas,
reivindicavam um ensino mais sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e
económica da época. A interdisciplinaridade teria sido uma resposta a tal reivindicação, na
medida em que os grandes problemas da época não poderiam ser resolvidos por uma única
disciplina ou área do saber. Desde então, sua presença no cenário educacional tem se
intensificado e, recentemente, mais ainda, com os Parâmetros Curriculares. (FAZENDA,1994).

Além de sua forte influência na legislação e nas propostas curriculares, a


interdisciplinaridade ganhou força nas escolas, principalmente no discurso e na prática de
professores dos diversos níveis de ensino. Quando falamos em interdisciplinaridade, estamos de
algum modo nos referindo a uma espécie de interacção entre as disciplinas ou áreas do saber.
Todavia, essa interacção pode acontecer em níveis de complexidade diferentes. E é justamente
para distinguir tais níveis que temos como multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade,
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade foram criados.

3.1.Níveis de interacção entre as disciplinas

3.1.1.Multidisciplinaridade
A multidisciplinaridade representa o primeiro nível de integração entre os
conhecimentos disciplinares. Muitas das actividades e práticas de ensino nas escolas se
enquadram nesse nível, o que não as invalida. Mas, é preciso entender que há estágios mais
avançados que devem ser buscados na prática pedagógica. Segundo Japiassú, a
multidisciplinaridade se caracteriza por uma acção simultânea de uma gama de disciplinas em
torno de uma temática comum. Essa actuação, no entanto, ainda é muito fragmentada, na medida
em que não se explora a relação entre os conhecimentos disciplinares e não há nenhum tipo de
cooperação entre as disciplinas.

3.1.2.Pluridisciplinaridade
Na pluridisciplinaridade, diferentemente do nível anterior, observamos a presença de
algum tipo de interacção entre os conhecimentos interdisciplinares, embora eles ainda se situem
num mesmo nível hierárquico, não havendo ainda nenhum tipo de coordenação proveniente de
um nível hierarquicamente superior.

3.1.3.Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade representa o terceiro nível de interacção entre as disciplinas. É
caracterizada pela presença de uma axiomática comum a um grupo de disciplinas conexas e
definida no nível hierárquico imediatamente superior, o que introduz a noção de finalidade.

4.Tipos de interdisciplinaridade

4.1.Interdisciplinaridade heterogénea
Vem a ser uma espécie de enciclopedismo, baseada na “soma” de informações
procedentes de diversas disciplinas. Pertencem a esse tipo os enfoques de carácter enciclopédico,
combinando programas diferentemente dosados. Tais programas objectivavam garantir uma
formação ampla e geral. (JAPIASSU, 1976)

4.1.2. Pseudo-interdisciplinaridade
Para Japiassu (1976) o nexo de união é estabelecido em torno de uma espécie de
“metadisciplina”. Neste caso existe uma estrutura de união, normalmente um modelo teórico ou
um marco conceitual, aplicado para trabalhar em disciplinas muito diferentes entre si. Dessa
maneira, pertencem a esse tipo as diversas tentativas de utilização de certos instrumentos
conceituais e de análise, considerados epistemologicamente “neutros”, para fins de associação
das disciplinas, todas devendo recorrer aos mesmos instrumentos de análise que seriam o
denominador comum das pesquisas. Por exemplo, na Idade Média, a Teologia foi considerada a
ciência global à qual todos os outros saberes se subordinavam. Nos séculos XVI a XVII a
Filosofia toma a precedência e se torna o modelo do verdadeiro conhecimento. Nos séculos
XVIII e XIX, a Física começou a reinar absoluta entre as ciências como o modelo perfeito da
actividade científica. Todas as outras ciências, para serem consideradas científicas, se obrigavam
a seguir o modelo da Física. No Século XX, o modelo se deslocou para a Biologia.

4.1.2.Interdisciplinaridade auxiliar
Este tipo de associação consiste, essencialmente, no fato de uma disciplina tomar de
empréstimo a uma outra seu método ou seus procedimentos. Em alguns casos, este tipo de
interdisciplinaridade não ultrapassa o domínio da ocasionalidade e das situações provisórias. Em
outros, é mais durável, na medida em que uma disciplina se vê constantemente forçada a
empregar os métodos de outra, é o caso, por exemplo, da pedagogia que constantemente precisa
recorrer à psicologia. (Idem)

4.1.3. Interdisciplinaridade compósita


Para japiassu. É levada a efeito quando se trata de resolver os grandes e complexos
problemas colocados pela sociedade actual: guerra, fome, delinquência, poluição dentre outros.
Trata-se de reunir várias especialidades para encontrar soluções técnicas tendo em vista resolver
determinados problemas, apesar das contingências históricas em constante mutação. Todavia,
nem os domínios materiais nem tampouco os domínios de estudo dessas disciplinas, com seus
níveis de integração teórica, entram numa real interacção. O que se verifica é apenas uma
conjugação de disciplinas por aglomeração, cada uma dando sua contribuição, mas guardando a
autonomia e a integridade de seus métodos, de seus conceitos-chaves e de suas epistemologias.
5.Interdisciplinaridade nas Ciências Sociais
Berma (2004) afirma que a Interdisciplinaridade tem sua raiz na chamada Ciência
Moderna. A partir do século XX, ganha um contorno mais pronunciado, quando sustenta a ideia
de que o conhecimento científico deveria ter um crio mais abrangente e que não poderia ser
relegado pura e simplesmente ao disciplinar. Entretanto, em pleno século XXI, a discussão sobre
a relação disciplinar interdisciplinar ainda gera certo desconforto na academia quando pensada
por meio de configurações com bases positivistas. De fato, a ciência ainda privilegia o
desenvolvimento de um saber especializado, sobretudo em algumas esferas do conhecimento.
Igualmente, nem sempre a sua produção para além do disciplinar é bem recebida na academia.
Erro epistemológico. Pensar o interdisciplinar compreende produzir um conhecimento que busca
novos horizontes. Deste modo, remete a um entendimento mais alargado daquilo que se
configura como ciência, indo além da especialidade do saber. Assim, falar sobre
interdisciplinaridade presume falar sobre saber. O saber, entretanto, pressupõe mais do que ter
conhecimento. Antes de qualquer coisa, implica em como o conhecimento será utilizado no
quotidiano e, ainda, de que maneira gera a transformação do sujeito cognoscente e do mundo
vivido, para usar um conceito habermasiano.

Há, uma preocupação inerente ao interdisciplinar para que haja uma interacção mútua
entre diferentes disciplinas, conteúdos e entre si mesmo. Essa interacção vai além da simples
junção de conceitos teóricos. De forma singular, pressupõe, por essência, o encontro inter-
relacionado, isto é, a busca pela transformação por meio do conhecimento, no sentido de
provocar mudanças no campo social, económico, político e cultural. Esse é, sem dúvida, o ofício
e a finalidade da ciência para além do positivismo. (BROTO 2009)

Para o mesmo autor, a produção do conhecimento é possível por meio da relação que
estabelece com a prática quotidiana. Apesar dos desafios enfrentados na academia, como, por
exemplo, a disputa pela competência, as Ciências Sociais Aplicadas nutrem, já há algum tempo,
uma preocupação com a produção do conhecimento crítico e transformador. Pode-se dizer que,
nas últimas décadas, as ciências de cunho social vêm produzindo conhecimento argumentado,
isto é, um saber criado dialecticamente na relação mediatizada entre a tese, a antítese e a síntese
dos fenómenos estudados. Ou seja, tanto na academia quanto no exercício quotidiano
profissional, há um intuito de ruptura com práticas conservadoras que periodizam a
especificidade no entendimento de um determinado fato social.

Fazende (1994) diz que nas Ciências Sociais Aplicadas, há evidências que mostram o
interesse em produzir um conhecimento que vai além das especificidades, buscando,
concretamente, uma articulação com outros saberes, mas sem anular o específico de cada
disciplina. Portanto, para tratar do interdisciplinar é preciso ter uma vontade e uma postura que
ultrapassem o disciplinar. A postura interdisciplinar contempla uma série de condições e
habilidades que permitem aos sujeitos compartilhar conhecimentos, experiências e, sobretudo,
propiciar um novo espaço social académico, o qual permite a criação de novas tecnologias de
saber colectivo. Logo, pode-se dizer que a produção de conhecimento interdisciplinar depende da
construção de um espectro que vai além do trabalho e da pesquisa com perfil disciplinar. É
necessário criar um perfil que saiba construir um conhecimento colectivo.

Para Brewer (1999) cabe a cada disciplina, em particular, pensar suas estratégias de
desenvolvimento e análise da realidade social em conjunto com outras disciplinas. Assim, criar
projectos de ensino, de pesquisa e de extensão que levem em consideração a participação de
diferentes conhecimentos é emergente no contexto actual das universidades.
VI.Conclusão.

Depois de leituras e analise de alguns artigos científicos que tratam questões inerentes a
interdisciplinaridade nas ciências sócias foi possível epilogar que a interdisciplinaridade, de uma
forma resumida interdisciplinaridade é parte de um movimento que busca a superação da
disciplinaridade. Interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália em meados da década de 60,
num período marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas, reivindicavam um
ensino mais sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e económica da
época. A interdisciplinaridade teria sido uma resposta a tal reivindicação, na medida em que os
grandes problemas da época não poderiam ser resolvidos por uma única disciplina ou área do
saber.
VII. Bibliografia
BERMA, Madeline; Sulehan, Junaenah Being Multi-Disciplinary in Development Studies: Why
and How, Akademika. (2004).

BREWER, Garry (1999). The challenges of interdisciplinarity, Policy Sciences, 32, 327-337.

BROTO, Vanesa Castán et al. (2009). Practising interdisciplinarity in the interplay between
disciplines: experiences of established researchers, Environmental Science & Policy .1922-933

FAZENDA, Ivani C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 4. ed. Campinas:


Papirus, 1994.

JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

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