1 Conceito de Família Contemporânea

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

ARTIGO

CONCEITO DE FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA: UMA


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DOS ANOS 2006-2010

THE CONCEPT OF CONTEMPORARY FAMILY: A BIBLIOGRAPHY REVIEW


FROM 2006 TO 2010

RESUMO: O objetivo da pesquisa foi caracterizar ABSTRACT: The aim of this research was to re- RAIANE STRAIOTTO
as estruturações familiares na atualidade, por view the academic literature from 2006 to 2010 in PIATO
meio de uma revisão bibliográfica das publica- order to describe family structures in contempo- Universidade Estadual de
ções sobre família nos anos de 2006 a 2010. rary times. Sixty-one articles were analyzed in Maringá
Analisou-se 61 artigos, buscando identificar qual order to identify both the evident configuration of
a configuração de família evidente em cada um family portrayed and the subjacent meaning of it. ROZILDA DAS NEVES
destes e qual a conotação de família que se mos- Results were organized in the following categories
ALVES
trava subjacente. Os resultados permitiram a cria- of meanings: nuclear family, single-parent family,
ção das seguintes categorias de sentido: família extended family, patriarchal family, plural family, Universidade Estadual de
Maringá
nuclear, monoparental, extensa, patriarcal, plural, homosexual-parents family, adoptive family and
com pais homossexuais, adotivas e famílias que families that choose not to have children. It was
optam por não terem filhos. Identifica-se a preva- identified the prevalence of the bourgeois nuclear SHEILA REGINA
lência do modelo burguês de família nuclear family model as an ideal; which indicates the in- CAMARGO DE MARTINS
como a ideal; um ranço do movimento higienista fluence of hygienist movement in Brazil and its Universidade Estadual de
no Brasil que defende a família nuclear como si- advocacy of nuclear family as a standard of well Maringá
nônimo de bem estar para seus membros. Os re- being. However, results show that nuclear family
sultados, contudo mostram que a família nuclear is not always satisfactory.
não é necessariamente satisfatória.
KEYWORDS: family configuration, contemporary
PALAVRAS-CHAVE: configuração familiar, con- times, nuclear family, social transformations
temporaneidade, família nuclear, transformações
sociais.

A estrutura e a dinâmica de relacionamento familiar têm sofrido alterações ao


longo da história (Crepaldi Andreani, Hammes, Ristof, & Abreu, 2006; Ponciano,
2003). Isso significa que a configuração familiar e suas funções são tecidas em
contextos históricos e sociais distintos. Para compreender as características da
família ao longo do tempo, convém fazer uma breve descrição de algumas mu-
danças que já ocorreram na estrutura da família ocidental ao longo da história.
Até os séculos XVI – XVII, a estrutura familiar e a estrutura social se mistura-
vam, quase não existindo uma delimitação de início e término de cada uma delas,
isso porque as famílias eram extensas, pais e filhos conviviam com parentes pró-
ximos e parentes distantes, e apenas a linhagem era vista como limite familiar
(Ariès, 1975; Poster, 1979; Ponciano, 2003). A relação entre eles era norteada por
uma hierarquia, já pré-estabelecida, em que o pai (mais velho) ocupava a posição
mais alta e os demais papéis eram distribuídos de modo que permitisse a realiza-
ção do trabalho que aquela família exerceria para sobrevivência. Essa forma de
organização familiar é descrita por Ariès (1975) como aquela em que prevaleciam
Recebido em: 15/08/2013
além dos laços de sangue, os valores da honra e da solidariedade. Aprovado em: 07/10/2013

NPS 47.indd 41 27/11/2013 14:10:34


Os sentimentos de respeito, ódio e te- também com suas crianças, o que evi-
42 NPS 47 | Dezembro 2013
mor eram os que permeavam a relação dencia a origem do sentimento de in-
pai e filho, este último sentia o poder fância nas famílias e consequentemen-
paterno de forma dolorosa, afinal se- te na sociedade. A mãe passa a buscar
riam os filhos que, posteriormente, as- em primeiro lugar o bem-estar de seu
sumiriam o lugar de seu pai (Ponciano, filho, sentindo-se emocionalmente
2003). O legado familiar era perpetuado muito mais ligada a ele. Isso é um dos
por meio de suas posses e bens, todo es- elementos que explica a origem da pri-
forço familiar girava em torno de man- vacidade familiar (Ponciano, 2003). A
ter dotes e aumentar riquezas que se- família nuclear se tornou a célula base
riam entregues como herança ao filho da sociedade e ficou responsabilizada
primogênito ou ao filho que demons- por educar seus filhos e ensiná-los so-
trasse melhores condições de manter ou bre a cultura, o que mostra a conquista
aumentar essa riqueza (Ariès, 1975). da criança por seu lugar dentro da fa-
Porém, a partir do século XVI e, es- mília (Àries, 1975). Por outro lado, a
pecialmente do XVIII até início do sé- mulher, naturalizada mãe, perde sua
culo XIX, as características sociais se multiplicidade de lugares, reforçando
alteraram. Inicialmente sob a influên- a opressão a partir do controle de seu
cia de religiosos, da emergência do papel materno. Dentro da dinâmica
sentimento de infância e de família, nuclear, ao pai recai o papel de prote-
assim como da valorização da escola- ção física e moral, além do papel de
rização e, depois, com o advento da provedor da família; à mãe, os cuida-
Revolução Industrial. Nesse período, a dos básicos para com o filho e acalento
produção de bens deixa de ser feita de seu marido (Poster, 1979; Ponciano,
nos centros urbanos, prioritariamente, 2003).
pelos artesãos e passa a ser produzida Fatores sociais e históricos, princi-
nas fábricas por intermédio de máqui- palmente a segunda guerra mundial, a
nas, o que aumentou a velocidade de possibilidade de contracepção intro-
produção (produção em massa). A duzida pela pílula anticoncepcional
mudança na produção social de bens vão conduzindo à construção de novas
acarretou a necessidade de mão-de- formas de organização familiar com
-obra nas cidades, conduzindo ao êxo- mudanças nos papéis e funções de
do rural. As famílias começaram a se seus membros (Walsh, 2005). Houve
concentrar nas cidades para trabalha- um crescente questionamento sobre os
rem nas fábricas, o que colaborou para valores e práticas tradicionais em mui-
que a família se dissociasse em arran- tos aspectos da vida social: sexualida-
jos menores compostos, em geral, pe- de, família, direitos individuais e dos
los membros mais próximos como integrantes das classes populares. O
pais e filhos. Essa estruturação ficou movimento feminista que surgiu nos
conhecida por família nuclear (Pon- anos 1960 nos Estados Unidos marcou
ciano, 2003). o início das revisões sobre o papel da
A nova estruturação familiar deixou mulher na sociedade e nas relações de
de ser formada principalmente por forma geral (Gonçalves, 2007; Narvaz
conveniência financeira (manutenção & Koller, 2007; Guedes, 1995)
de bens e preservação de dotes) e se Tais movimentos ensejaram revi-
caracterizou por entrelaçamentos de sões, por exemplo, sobre o mito do
sentimentos de amor e cumplicidade, amor materno, preconceitos raciais e
não só para com seus conjugues, mas sobre a própria família enquanto insti-

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 42 27/11/2013 14:10:34


tuição capaz de prover o acolhimento mento, mas que tivessem interface Uma revisão bibliográfica dos
e promover o esperado desenvolvi- com a psicologia. Foi feita a leitura dos anos 2006-2010 43
Raiane Straiotto Piato
mento da autonomia dos indivíduos. resumos dessa primeira amostra de ar-
Na contemporaneidade, com a in- tigos, com a finalidade de identificar
fluência das novas tecnologias sobre a aqueles que contemplassem a consti-
sociedade, especialmente relacionadas tuição familiar que era considerada
às formas de reprodução assistida e as em seu estudo. Após essa etapa, obte-
influencias sociais do mundo globali- ve-se uma amostra de 61 artigos.
zado, ocorreram profundas transfor- Foi realizada uma leitura aprofun-
mações culturais, como a diminuição dada dessa amostra e destacada a con-
das diferenças e aumento da velocida- figuração familiar evidente em cada
de de trocas de informações com refle- um destes artigos, mesmo que o obje-
xos em todas as relações sociais. Com tivo do estudo não fosse a configura-
a família, parece não ser diferente, ela ção da família em questão. Procurou-
vai se formando de maneira mais am- -se também identificar, no contexto do
pla com novos modelos e diferentes artigo, se era possível compreender
formas de ligações entre os membros, qual a conotação de família que se
coerentemente com os ideais valoriza- mostrava subjacente para os autores.
dos por movimentos sociais em distin- Os resultados permitiram a criação
tas épocas da história (Walsh, 2005; de categorias de sentido que foram
Rios & Gomes, 2009a, 2009b; Fonseca, discutidas como segue na seção se-
Lacerda, & Maftum, 2006). guinte.
Para se compreender a conceitua-
ção de família e os significados que lhe
são atribuídos diante dos novos pa- RESULTADOS
drões contemporâneos nos textos
científicos especialmente do campo da Os 61 artigos que possibilitam a iden-
psicologia, a presente pesquisa buscou tificação da configuração familiar es-
caracterizar como as estruturações fa- tão organizados na Tabela 1 de acordo
miliares vigentes na contemporanei- com as categorias de sentido.
dade são descritas, por meio de uma Alguns artigos trouxeram mais de
revisão bibliográfica das publicações uma configuração familiar em seus es-
da área da psicologia, ou relacionadas tudos, portanto estão computados
a tal campo do saber, sobre a família mais de uma vez. Conforme a Tabela
no período de 2006 a 2010, no Brasil. 1, no ano de 2006 foram analisados
sete (7) artigos, sendo que três apre-
sentam a família monoparental, dois,
MÉTODO a família extensa, um, a família pa-
triarcal, um, a família plural, e dois, a
A pesquisa bibliográfica foi realizada família com pais homossexuais. No
por meio da busca de artigos na Cole- ano de 2007, foram analisados quinze
ção SciELO e LILACS, usando os des- (15) artigos, sendo que nove apresen-
critores: família, psicologia e Brasil, tam a família nuclear consanguínea;
encontrando um total de 227 artigos. quatro, a família monoparental; um, a
Dos artigos encontrados foram sele- família plural e um, a família adotiva.
cionados os referentes aos anos de No ano de 2008, foram analisados
2006 a 2010, obtendo um total de 117 doze (12) artigos, sendo que nove
artigos de diversas áreas do conheci- apresentam a configuração de família

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 43 27/11/2013 14:10:34


NPS 47 | Dezembro 2013
Tabela 1.
44 Categorias das configurações familiares distribuídas pelos anos de publicação
Família/Ano 2006 2007 2008 2009 2010 Total

Nuclear consanguínea 0 9 9 11 14 43
Monoparental 3 4 1 4 2 14
Extensa 2 0 1 0 0 3
Patriarcal 1 0 0 3 0 4
Plural 1 1 1 0 5 8
Adotiva 0 1 1 1 1 4
Pais homossexuais 2 0 0 0 0 2
Opta por não ter filhos 0 0 0 2 0 2

nuclear consanguínea; um, a família ções sobre o futuro da entidade fami-


monoparental; um, a configuração de liar pode ser entendida como busca
família extensa; um, a família plural por preparo profissional para lidar
(coabitada/disfuncional) e um, a fa- com as inúmeras configurações e di-
mília adotiva. No ano de 2009 foram nâmicas familiares que lhe aparecem
analisados quinze (15) artigos sendo nos campos de trabalho.
que onze apresentam a configuração Para melhor organização do traba-
de família nuclear consanguínea; qua- lho, foram construídas 8 categorias de
tro, a família monoparental; três, a análise: Família Nuclear Consanguí-
configuração de família patriarcal; nea, Família Monoparental, Família
um, a família adotiva e um, a família Extensa, Família Adotiva, Família com
que opta por não ter filho. Por último, pais Homossexuais, Família Plural, Fa-
no ano de 2010, foram analisados doze mília Patriarcal e Família que opta por
(12) artigos sendo que quatorze apre- não ter filhos.
sentam a configuração de família nu- Família Nuclear Consanguínea: O
clear consanguínea; dois, a família modelo de família nuclear estava pre-
monoparental; cinco, a família plural sente em 43 artigos, destes, 19 apre-
(coabitada/disfuncional) e um a famí- sentam a configuração de família nu-
lia adotiva. clear, mas não trazem qual a conotação
desta família para o autor (Silva, Ma-
cedo, Dernt & Bergami, 2007; Garbin,
DISCUSSÃO Garbin, Arcieri & Lima, 2007; Montei-
ro, Costa, Nascimento & Aguiar, 2007;
De maneira geral, foi possível consta- Schneider & Ramires, 2007; Barbosa,
tar o crescente número de artigos pu- Costa & Vieira, 2008; Finkel & Espín-
blicados acerca da família, indepen- dola, 2008; Carvalho & Galvão, 2008;
dente do tema discutido no artigo a Paiva & Ronzani, 2009; Veras & Mo-
família era a fonte de pesquisa desses reira, 2009; Almeida, Costa & Gomes,
autores. De 2006 para 2010, as publi- 2009; Valentini & Alchieri, 2009; Cas-
cações de família cresceram em média tro, 2010; Silva & Fleith, 2010; Pocinho
85,7%, esse fenômeno pode ser enten- Correia, Carvalho & Silva, 2010; Cos-
dido como uma crescente preocupa- ta, Lima & Pinheiro, 2010; Pereira &
ção com o sistema familiar por parte Fernandes, 2010; Anton & Piccinini,
dos pesquisadores, especialmente da 2010; Folly & Rodrigues, 2010; Silva,
psicologia (40 artigos). Suas preocupa- 2010). Pode-se supor que tais autores

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 44 27/11/2013 14:10:34


adotam esta configuração familiar em continuam se modificando. Contem- Uma revisão bibliográfica dos
seus estudos. pla, portanto, o modelo do ideário anos 2006-2010 45
Raiane Straiotto Piato
Em geral, a família nuclear é basea- burguês de família, mas não como
da no tradicionalismo social de família único possível (Diniz, Santos & Lopes,
ideal burguesa, que ainda se sustenta 2007; Dufour, 2007; Gabardo, Junges
após uma longa transformação histó- & Selli, 2009; Andrade & Romagnoli,
rica. Para este ideário a família é um 2010). Surpreendentemente ainda se
local de privacidade e âmbito de aca- faz presente como ideal e desejado,
lento, onde os pais cuidam de seus fi- haja vista o não questionamento deste
lhos e lhe dão o ensinamento moral, modelo por 19 dos textos aqui estuda-
sendo sua relação pautada em um sen- dos. Assim como ilustram Martins,
timento de amor, compromisso, cui- Silva, Zahr, Arone e Roque (2007), em
dado e cumplicidade, como se passou sua pesquisa sobre qual o ideal e o real
a defender depois do aparecimento do de família para alguns pais e filhos en-
sentimento de infância e de família volvidos na violência doméstica. No
(Ariès, 1975). artigo se observou que o ideal de famí-
Além disso, o estabelecimento de lia, para os pais participantes, está no
papéis é bem delimitado, pois ao pai vínculo consanguíneo que deveria
recai o papel de provedor econômico e unir a família – composta por pais e
defensor físico de seus filhos e à mãe, filhos.
o papel de educadora moral, provedo- Outros autores argumentam con-
ra e cuidadora doméstica (Júnior & trariamente a este ideário burguês que
Andrade, 2007; Böing, Crepaldi & a família está em movimento e que
Moré, 2008; Neuber, Valle & Palamin, constantes transformações vêm acon-
2008; Jorge, Ramirez, Lopes, Queiroz tecendo em seus arranjos e até mesmo
& Bastos, 2008; Barboza, Chic, Marti- em sua dinâmica de relacionamento.
nes & Nascimento, 2009; Muniz & Ei- Transformações estas que acompa-
senstein, 2009; Grubits, Freire & No- nham o movimento histórico desde o
riega, 2009). Esse ideário chegou ao século XIX, tais como: envolvimento
Brasil junto com a família real, com parental com o cuidado do bebê, des-
ela iniciaram-se movimentos visando vinculação da mulher com a imagem
à adequação dos costumes locais aos de mãe (resultado da revolução de gê-
vigentes na Europa que tinham como nero), transformação na relação pais e
objetivo a higienização e educação das filhos (liberdade de expressão), sepa-
crianças segundo os preceitos consi- ração conjugal (liberdade de escolha),
derados científicos. A fase infantil era inter-relação entre o subsistema con-
vista como fase privilegiada para a jugal, mudança no papel social da mu-
possibilidade de imprimir a educação lher (inserção no mercado de trabalho,
desejada, tendo as mães dessas famí- luta pela igualdade de gêneros), indus-
lias como fonte de educação para esse trialização e urbanização crescente
fim. Esse modo de controle social (Santos, Brochado, & Moscheta, 2007;
usou da sistematização dos conheci- Böing et al., 2008; Barboza et al., 2009;
mentos tradicionais em conhecimen- Rios & Gomes, 2009; Gabardo et al.,
tos científicos (Santo, Vilela, & Ferre- 2009; Falcke & Zordan, 2010; Nasci-
ri, 2006). mento & Trindade, 2010).
Como afirma Walsh (2005) a famí- Concomitantemente, percebe-se a
lia contemporânea apresenta “estrutu- origem da maior participação do pai
ras familiares múltiplas” (p. 27) que na relação com seus filhos, incluindo

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 45 27/11/2013 14:10:34


os cuidados diários. A explicação para mulheres de não se desfazer de seus
46 NPS 47 | Dezembro 2013
a mudança dessa dinâmica familiar maridos e suportarem situações con-
está no fato de que hoje os pais esco- flituosas, como essas, por medo de en-
lhem por serem pais, afinal contam frentar o preconceito social e as difi-
com as ajudas contraceptivas, além de culdades acerca de sua condição de
dividirem com a mulher o mercado de mãe chefe de família.
trabalho, o que gerou a necessidade de Até mesmo a naturalização da ma-
participação do mesmo no cuidado de ternidade e da identidade feminina
seu filho (Beltrame & Bottoli, 2010; pode ser prejudicial para a criança,
Dessen, 2010). Além disso, a possibili- como analisam Barbosa e Pegoraro
dade de legitimidade da paternidade (2008) em seu estudo no qual as mães
pelos exames de DNA, o asseguramen- carregam o fardo de integral responsa-
to dos direitos de todos os filhos (tidos bilidade para com o cuidado de seus
em uniões legais ou não) são fatores filhos, além da necessidade de traba-
que, ao lado de outras mudanças jurí- lhar fora de casa, situação que as dei-
dicas sobre a instituição família, como xaram sobrecarregadas e, por isso, vo-
o reconhecimento dos direitos e deve- lúveis a cometer atos de violência
res de ambos os pais na educação dos contra estes.
filhos contribuem para mudanças sig- Este modelo, portanto, que é preva-
nificativas nesse processo (Cezar-Fer- lente no imaginário social não pode
reira, 2004). definir, por si só, a saúde do funciona-
Vinte e quatro dos artigos selecio- mento da família.
nados reconhecem que a configuração Família monoparental: O modelo de
de família nuclear não deve ser ideali- família monoparental foi evidenciado
zada, pois as condições sociais em que em 14 artigos. Este modelo passou a
esta se sustenta pode gerar uma rela- ser reconhecido pela justiça brasileira
ção disfuncional entre seus membros pelo artigo 226, parágrafo 4°. O reco-
como, por exemplo, as famílias estuda- nhecimento constitucional foi efetua-
das por Granjeiro e Costa (2008) e do por conta da grande emergência
Cantelmo, Matta, Costa e Paiva (2010), dessa configuração na sociedade, se-
em que o pai abusa sexualmente de sua guida pela luta de pessoas por repro-
filha enquanto faz os cuidados básicos dução in vitro. Algumas leis que possi-
desta. Isso mostra uma divergência no bilitaram esse reconhecimento foram:
que diz respeito aos sentimentos, que a Lei nº. 4.121, (emancipando a mu-
se espera permear a família nuclear, lher casada) em 1922 e a Lei nº. 6.515
segundo os preceitos burgueses. Pode- que regulamenta o divórcio em 1977
-se pensar que há nesse âmbito fami- (Ferro & Maluschke, 2007).
liar, o sentimento de medo e culpa, Pela análise desses artigos podem-
além de uma necessidade econômica -se identificar as principais motiva-
na base da vulnerabilidade para a ções histórico-sociais que levam ao
ocorrência de situação de violência se- monoparentalismo: a liberdade de es-
xual infantil. O descompasso no fun- colha afetiva, capitalismo e feminismo
cionamento de tais famílias supera a crescente. Os meios para a constitui-
simples constatação da configuração ção do monoparentalismo são em pri-
familiar, uma vez que são inúmeros os meiro, segundo e terceiro lugares res-
motivos que contribuem para a manu- pectivamente: o divórcio, viúvez e
tenção de uma família nessas circuns- gravidez precoce. A revolução de gê-
tâncias, tais como: as dificuldades das nero caminhou paralela ao capitalis-

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 46 27/11/2013 14:10:34


mo crescente e trouxe com ela a luta com uma mulher portadora de HIV. Uma revisão bibliográfica dos
das mulheres caracterizada pelo femi- (Carvalho & Galvão, 2008). Assim, anos 2006-2010 47
Raiane Straiotto Piato
nismo. Essa luta, entre outras coisas, mesmo após tantos movimentos so-
reivindicou a liberdade e igualdade da ciais, a sociedade ainda carrega o po-
mulher junto à sociedade, assim, a li- der de julgamento que se apodera das
berdade de escolha conjugal foi uma vidas das pessoas, principalmente mu-
consequência que se evidencia na con- lheres, em especial portadoras de HIV,
figuração familiar (Walsh, 2005). que são, muitas vezes, fadadas ao fra-
A maioria das famílias monoparen- casso social e ao julgamento moral.
tais são famílias chefiadas por mulhe- Não podemos ignorar que há outros
res, isso acontece quando a mãe é a casos em que os maridos/companhei-
provedora econômica da família, não ros morrem, o que também contribui
coabitando com os pais de seus filhos na conformação deste modelo de fa-
por motivos diversos (falecimento, di- mília.
vórcio ou separação). As pesquisas Alguns autores (Costa, Penso, Rufi-
apontam que as mulheres vivenciam o ni, Mendes, & Borba 2007, Cezar-Fer-
papel de mãe de forma naturalizada, reira, 2004) veem o divórcio como
por isso não relatam maiores dificul- parte de um ciclo de vida, e por isso
dades em desenvolver a educação de carregado de possibilidades de mu-
seus filhos sozinha, porém o papel de danças e crescimentos para a família
provedora econômica é, muitas vezes, que o configura. Esta é uma visão con-
carregado de dificuldade, pois na so- temporânea do monoparentalismo
ciedade ainda se tem grande ranço do que começa a se fazer evidente nos úl-
papel de provedor econômico o pai timos anos. Possivelmente é por meio
(Andreani, Custódio & Crepaldi, 2006; desta ideia que a intervenção psicoló-
Nascimento, Coelho, Jesus & Martins, gica pode agir junto a situações de di-
2006; Perucchi & Beirão, 2007; Bir- vórcio; contribuindo assim para redu-
man, 2009; Barros, Lima, Frej & Melo, zir o número e os efeitos destrutivos
2009; Pegoraro, 2009; Gabardo et al, deste, que prolongam a união fragili-
2009; Shine & Souza, 2010; Roja, zada do casal por conta de disputas in-
2010). termináveis.
A gravidez precoce também é um A família monoparental é, portanto,
fator que colabora para a formação de retratada nos artigos estudados como
famílias monoparentais chefiadas por predominantemente formada pela
mulheres, e, nessa situação, muitas mãe-mulher, enfatizando a sobrecarga
adolescentes tendem a criar seu filho de tarefas e as dificuldades, inclusive
no âmbito da família de origem, mui- financeiras para o sustento da prole.
tas vezes, por não terem mais ligações Considerando que as pessoas, inclusi-
afetivas com o pai dele e também não ve os homens, podem optar pela cria-
terem condições financeiras (Dias & ção dos filhos sozinhas, talvez fosse
Aquino, 2006; Monteiro et al., 2007). interessante a realização de estudos
Outro fator que contribui para essa sobre famílias monoparentais de am-
configuração familiar é o fato de que bos os sexos.
mulheres portadoras do vírus HIV são Família Extensa: Esta categoria de
abandonadas pelos homens/maridos/ família esteve presente em 3 artigos.
companheiros, pois o preconceito de Evidenciou-se que as famílias de baixa
sua doença leva muitos deles a não su- renda apresentam uma constituição
portarem a situação de se relacionar com o número maior de membros en-

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 47 27/11/2013 14:10:34


trelaçados por ligação relacional mais rados membros da família, mas sim
48 NPS 47 | Dezembro 2013
intima. Fator explicado por suas con- objetos de seus pais, logo a família era
dições econômicas desfavoráveis que considerada como formada por pais
demandam apoio da rede familiar ex- (mãe e pai) e possíveis pessoas com
tensa; por vezes, as famílias extensas se enlace consanguíneo que moravam
veem impossibilitadas de manter fi- juntos, como avós e tios. Neste perío-
nanceiramente seus membros e bus- do, não havia necessidade do reconhe-
cam ajuda na rede de apoio da família cimento de um vínculo emocional en-
de origem, não só por conta de suas tre os membros da família que pudesse
necessidades econômicas como tam- uni-los intimamente. A família era lo-
bém por suas necessidades emocio- cal de transmissão de saber tradicio-
nais. Assim, a própria delimitação fa- nal e de perpetuação dos bens familia-
miliar e o pertencimento de seus res, sendo o homem mais velho o
membros são influenciados pelas con- patriarca da família e portador do
dições estruturais e econômicas em maior saber e poder dentro desta
que vivem. Essa conotação de família (Grubits et al., 2009). No século XIX,
extensa é vista pelos autores como o filho passa a ocupar o lugar central
emergente na atualidade. Justificam na família brasileira, porém não se-
que se constitui por mudanças dentro gundo seus interesses pessoais de ne-
da família de origem, como o nasci- cessidade afetivas e emocionais, mas
mento de netos, por gravidez precoce, segundo os interesses de sua posição
ou a vinda de parentes distantes que se social, como aponta Perroti (apud Oli-
agregam como membros originários veira, 2009).
da mesma, e citam como exemplo as Os estudos reunidos na presente ca-
famílias compostas por avós, pais, ne- tegoria discutem a família patriarcal
tos e tios, constituições familiares mais tradicional, na qual a ênfase recaia so-
vistas nas camadas sociais desfavoreci- bre a questão de transmissão do nome
das (Habigzang, Azevedo, Koller & e dos bens (família-linhagem) em de-
Machado, 2006; Dias & Aquino, 2006; trimento das relações afetivas e da dis-
Böing et al, 2008). tribuição do poder em seu seio. O pa-
Tal configuração familiar é identifi- pel de poder ilimitado do homem
cada também como comum nas cama- (patriarca) foi muito questionado pelo
das populares por vários autores. Para movimento feminista, mas ainda per-
eles, contudo, tal modelo co-existe com manece em muitos sentidos, como na
outros ao longo da história e se destina iniquidade dos ganhos salariais entre
ao apoio mútuo em um contexto socio- homens e mulheres em favor daqueles
econômico hostil. (Minuchin, Cola- e isso tende a se refletir na maior difi-
pinto & Minuchin, 1999; Hines, 1995; culdade de muitas mulheres sustenta-
Fonseca, 2005; Walsh, 2005) rem seu lar.
Família Patriarcal: O modelo de fa- Família Plural: A categoria família
mília patriarcal foi observado em 3 ar- plural foi descrita em 8 artigos e pode
tigos. O artigo de Santo et al. (2006) ser entendida, segundo alguns auto-
traz referencia à família patriarcal com res, como todas as configurações fa-
uma breve retrospectiva histórica so- miliares evidentes na contemporanei-
bre esta família presente no século dade que vão além da família nuclear
XVIII. Argumentam que, por volta burguesa (Nascimento & Trindade,
dos séculos XVIII e XIX, os filhos me- 2010; Ferrari, 2010). Há famílias plu-
nores de sete anos não eram conside- rais também chamadas abrangentes

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 48 27/11/2013 14:10:34


ou coabitadas, em que residem os ou viúva. Segundo dados históricos, a Uma revisão bibliográfica dos
membros da família nuclear e os avós, adoção recebeu diferentes significados anos 2006-2010 49
Raiane Straiotto Piato
tios, netos de gravidez precoce, ou, em seu percuso: na idade antiga, sua
ainda, netos que vão morar com seus valoração estava relacionada à perpe-
avós por necessidades sociais (mães tuação do nome de família; na Idade
encarceradas, mãe que saem para tra- média, não era bem vista, por conta da
balhar). Ou até mesmo em situações influência da igreja, já que aumentaria
contrárias, em que, muitas vezes, a co- o reconhecimento de filhos bastardos
abitação de avós junto às famílias nu- e, na idade moderna, com Código Ci-
cleares se dá, por adoecimento destes, vil, há o reconhecimento legal do filho
ocasionando a troca de papéis com adotivo (Pinto & Picon, 2009).
seus filhos. O cuidado do idoso de- Como na idade antiga a adoção
pendente sempre coube à família bra- acontecia com o intuito de obtenção
sileira, porém, a participação das mu- de maior número de mão de obra ao
lheres no mercado de trabalho gera trabalho familiar, a adoção sofre o pre-
uma maior sobrecarga às filhas (Brito conceito da falta de legitimação afetiva
& Rabinovich, 2010; Borge, Breta, dos filhos adotivos (Maux & Dutra,
Azevedo & Barbosa, 2008; Ferrari, 2010). Porém, atualmente, a adoção é
2010). pautada no desejo de se tornar mãe e
Ao se discutir a ideia de família plu- pai e na conquista da reciprocidade do
ral, os autores descrevem como carac- amor da criança. “A diferença não im-
terística desta relação familiar a possi- pede o acolhimento, assim como a se-
bilidade de escolha afetiva de seus melhança não garante a verdadeira
membros, ou seja, o indivíduo selecio- aceitação, portanto os laços da adoção
na os membros constituintes da famí- se fazem pela disponibilidade amorosa
lia segundo seus enlaces socioafetivos e pela conquista recíproca do amor en-
(Habigzang et al., 2006; Müller, Beiras tre a criança e a família” (Costa & Fer-
& Cruz, 2007; Ferrari, 2010). reira, 2007, p. 8). Sobre as causas das
Pode-se dizer que nesta categoria de adoções, encontra-se que 71% adotam
análise encontram-se os modelos fa- por não terem condições biológicas de
miliares atuais e plurais, isto é, que não conceber um filho; em caso de ado-
seguem um modelo idealizado e que, ções unilaterais, 100% adotam por afi-
conforme discute Szymanski (2001), nidade com a criança; 38% por quere-
correspondem aos modelos de família rem garantir os benefícios da criança e
que sempre existiram no Brasil, espe- 46% por estarem casado(a) com o pai/
cialmente nas camadas populares e se mãe da criança (Mariano & Ferreira,
caracterizam pelas soluções reais de 2008).
configuração de muitas famílias. Igualados na lei aos filhos naturais,
Família Adotiva: A família adotiva os mitos, segredos e preconceitos a
foi abordada em 4 artigos. Existem al- respeito da adoção parecem refletir
gumas formas de adoção possíveis à concepções históricas e requerem
constituição brasileira tais como ado- maior empenho de discussão científi-
ção unilateral, na qual apenas um dos ca e social.
cônjuges realiza a adoção do filho do Família de Pais Homossexuais: Este
outro, adoção conjunta, na qual o casal modelo de família foi observado em 2
realiza a adoção da criança e adoção artigos. A liberdade de escolha de par-
singular, na qual uma pessoa adota a ceiros permitiu que casais homos-
criança sendo ela solteira, divorciada sexuais desejassem a formação de fa-

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 49 27/11/2013 14:10:34


mílias com filhos, porém, a justiça vez que as decisões tomadas pelo casal
50 NPS 47 | Dezembro 2013
brasileira, até o período estudado en- são legitimadas por ele, como apon-
tendia a família como união estável ou tam Rios e Gomes (2009a, 2009b).
matrimônio entre duas pessoas de se- Essa é uma tendência que acompa-
xos diferentes, o que impossibilitava a nha igual direção internacional, de-
adoção de uma criança pelo casal ho- mandando discussões a respeito da
mossexual. Assim era possível apenas redução das taxas de nascimento e au-
que casais homossexuais fizessem a mento do envelhecimento da popula-
adoção usando o nome de apenas um ção nacional. Como discutem os arti-
dos cônjuges do casal, ou seja, até en- gos, para aqueles que optam por não
tão ao olhar da justiça, homossexuais serem pais, esta parece ser, cada vez
não tinham respaldo legal para a cons- mais, uma possibilidade menos carre-
tituição de uma família com filhos gada de pressões sociais.
(Futino & Martins, 2006; Nascimento
et al., 2006).
Tal situação também refletia um CONSIDERAÇÕES FINAIS
processo de preconceito social e apre-
sentava consequências emocionais e O estudo permitiu obter um panora-
de segurança inclusive financeira im- ma de como a área da Psicologia, em
portantes para todos os integrantes especial, tem visto a família na socie-
dessa configuração familiar. Recente- dade e como isso ajudou a organizar e
mente a situação se modificou, o que sistematizar os diversos sentidos utili-
tende a colaborar para o aumento dos zados para designar as diversas confi-
níveis de bem-estar de seus membros. gurações familiares que são apresenta-
Família que opta por não ter filhos: das na atividade profissional. A
Esta categoria de família esteve pre- princípio pode-se notar a crescente
sente em 2 artigos que argumentam preocupação dos profissionais da psi-
sobre as condições sociais da contem- cologia em estudar e abordar melhor a
poraneidade. Entre estas, a exigência família. Entendeu-se que esta atitude
de sucesso profissional e o apoio dos se deu pela necessidade de acompa-
avanços da medicina com métodos nhar a diversidade cultural e estrutural
contraceptivos levaram ao aumento sofrida pela família na atualidade.
do número de famílias que optam por Entretanto, o número de estudos di-
não terem filhos. Esses fatores eviden- recionados à família nuclear ainda su-
ciam a superação da maternidade pera fortemente os estudos sobre as
como natureza feminina, deixando de outras configurações familiares, evi-
ser destino e passando a ser opção. Se- denciando a permanência do ideário
gundo Rios e Gomes (2009a, 2009b), o de família nuclear burguesa que se dis-
sentimento de amor pelo filho é cons- seminou enfaticamente no Brasil com
truído histórica e socialmente e por o movimento higienista, e, por isso, a
isso ele pode não existir. Casais que legitimidade da família, tanto para o
optam por não terem filhos se caracte- senso comum como para alguns com-
rizam, predominantemente, por um ponentes da sociedade acadêmica,
desejo maior de dedicação ao sucesso ainda está muito marcada como famí-
profissional, além de considerarem lia nuclear.
maior flexibilidade e liberdade de ren- Discussão que já foi realizada por
da para investimentos pessoais. Essa Severo, Dimenstein, Brito, Cabral e
configuração não é patológica, uma Alverga (2007) em relação à área da

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 50 27/11/2013 14:10:34


saúde mental, pela antropóloga Fonse- seus membros, cumplicidade, intimi- Uma revisão bibliográfica dos
ca (2005) em relação ao trabalho dos dade e reciprocidade. Esses critérios, anos 2006-2010 51
Raiane Straiotto Piato
profissionais de saúde, Cruz e Guares- aparentemente amplos demais, são os
chi (2004) na psicologia jurídica e por mais necessários para um relaciona-
Szymanski (2001) na relação da famí- mento familiar que seja construtivo
lia com a escola. Da mesma forma que para todos os seus integrantes.
discutem tais autores, os achados do
presente estudo indicam que, para
uma parcela significativa da amostra, a REFERÊNCIAS
ideia de família nuclear é sinônimo de
saúde e bem-estar para seus membros. Almeida, C. C., Costa, G. O., & Gomes,
Contudo, verificou-se também que K. V. (2009). Segredos e conflitos fa-
não necessariamente a organização de miliares: um estudo de caso. Revista
família nuclear é de toda satisfatória, do Nesme, 6(1), 88-99.
uma vez que se mostraram casos de fa- Andrade, L. F., & Romagnoli, R. C.
mílias que mantêm a estrutura nuclear (2010). O Psicólogo no CRAS: uma
por questões sociais e vivem situações cartografia dos territórios subjeti-
à margem da patologia por razões de vos. Psicologia Ciência e Profissão,
conflitos entre os membros. Assim, 30(3), 604-619. doi: 10.1590/S1414-
pretendeu-se dissociar o ideário de fa- 98932010000300012.
mília nuclear, do ideário de saúde e Andreani, G., Custódio, Z. A. O., & Cre-
bem-estar de seus membros, pois a fa- paldi, M. A. (2006). Tecendo as re-
mília que proporciona bem-estar, saú- des de apoio na prematuridade. Ale-
de emocional, segurança física e psico- theia, (24), 115-126.
lógica foi vista em quase todas as Anton, M. C., & Piccinini, C. A. (2010).
formas de configuração familiar emer- O impacto do transplante hepático
gentes na atualidade, desde que a rela- infantil na dinâmica familiar. Psico-
ção pessoal entre seus membros per- logia: Reflexão e Crítica, 23(2), 187-
mitisse a disseminação do respeito e 197. doi: 10.1590/S0102-
companheirismo recíproco. 79722010000200001.
Percebeu-se também que os fatores Ariès, P. (1981). História social da
sociais foram os grandes responsáveis criança e da família. Rio de Janeiro:
pelas transformações na estrutura fa- LTC.
miliar. Modificações como envolvi- Barbosa, S. M., Costa, P. N. T., & Vieira,
mento parental com o cuidado do N. F. C. (2008). Estágios de mudan-
bebê, desvinculação da mulher com a ça dos pais nas conversas com os fi-
imagem de mãe, liberdade de expres- lhos sobre prevenção Hiv/Aids. Re-
são, independência financeira da mu- vista latino-americana Enfermagem,
lher e luta pela igualdade de gêneros, 16(6), 81-87. doi: 10.1590/S0104-
estão em curso. 11692008000600013.
Com a diversidade de configura- Barbosa, P. Z., & Pegoraro, R. F. (2008).
ções familiares emergentes observou- Violência doméstica e Psicologia
-se a impossibilidade de se elaborar Hospitalar: possibilidades de atua-
um conceito único e fechado para o ção diante da mãe que agride. Saúde
significado de família. Mas, com o es- Sociedade, 17(3), 77-89. doi:
tudo, viu-se que a família deve ter al- 1 0 . 1 5 9 0 / S 0 1 0 4 -
guns critérios, tais como: proporcio- 12902008000300009.
nar segurança física e psicológica a

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 51 27/11/2013 14:10:34


Barboza, A. L. A., Chic, E. R. G. A., Carvalho, C. M. L., & Galvão, M. T. G.
52 NPS 47 | Dezembro 2013
Martines, E. L. C. D., & Nascimento, (2008). Enfrentamento da AIDS en-
T. G. (2009). Mães de Sonhos: uma tre mulheres infectadas em Fortale-
proposta de reflexão e intervenção za – CE. Revista da Escola de Enfer-
nas relações familiares. Saúde e So- magem, 42(1), 90-97. doi: 10.1590/
ciedade, 18(sup.1), 57-62. doi: S0080-62342008000100012.
1 0 . 1 5 9 0 / S 0 1 0 4 - Castro, E. H. B. (2010). A experiência
12902009000500010. do câncer infantil: repercussões fa-
Barros, P. C. M., Lima, A. O., Frej, N. Z., miliares, pessoais e sociais. Revista
& Melo, M. F. V. (2009). Era uma Mal-estar e Subjetividade, X(3),
casa ...!? Discurso, dinâmica fami- 971-994.
liar e contingências da rua. Psicolo- Cezar-Ferreira, V. A. M. (2004). Famí-
gia em Estudo, 14(3), 447-453. doi: lia, Separação e Mediação: uma vi-
1 0 . 1 5 9 0 / S 1 4 1 3 - são psicojurídica. São Paulo: Méto-
73722009000300005. do.
Beltrame, G. R., & Bottoli, C. (2010). Costa, N. R. A., & Ferreira, M. C. R.
Retratos do envolvimento paterno (2007). Tornar-se pai e mãe em um
na atualidade. Barbarói, (32). processo de adoção tardia. Psicolo-
Birman, J. P. (2009). Perverso e Biopolí- gia: Reflexão e Crítica, 20(3), 425-
tica. Psicologia Clínica, 21(2), 381– 434. doi: 10.1590/S0102-
396. doi: 10.1590/S0103- 79722007000300010.
56652009000200009. Costa, L. F., Penso, M. A., Rufini, B. R.,
Brito, E. S., & Rabinovich, E. P. (2008). Mendes, J. A. A., & Borba, N. F.
A família também adoece!: Mudan- (2007). Família e abuso sexual: si-
ças secundárias à ocorrência de um lêncio e sofrimento entre a denún-
acidente vascular encefálico na fa- cia e a intervenção terapêutica. Ar-
mília. Comunicação Saúde Educa- quivos Brasileiros de Psicologia,
ção, 12(27), 738-794. doi: 10.1590/ 59(2), 245-255.
S1414-32832008000400009. Costa, R. P. B., Lima, M. C. P., & Pinhei-
Böing, E., Crepaldi, M. A., & Moré, C. L. ro, C. V. Q. (2010). Os impasses da
O. O. (2008). Pesquisa com famílias: educação na adolescência contem-
aspectos teóricos-metodológico. porânea. Boletim de Psicologia,
Paidéia, 18(40), 251-266. doi: LX(132), 097-106.
1 0 . 1 5 9 0 / S 0 1 0 3 - Crepaldi, M. A., Andreani, G., Hammes,
-863X2008000200004. P. S., Ristof, C. D., & Abreu, S. R.
Borge, P. L. C., Breta, R. P., Azevedo, S. (2006). A participação do pai nos
F., & Barbosa, J. M. M. (2008). Perfil cuidados da criança: segundo a
dos idosos frequentadores de gru- concepção de mães. Psicologia em
pos de convivência em Belo Hori- Estudo, 11(3), 579–587. doi:
zonte, Minas Gerais. Cadernos de 10.1590/S1413-73722006000300014
Saúde Pública, 24(12), 2798-2808. Cruz, L., & Guareschi, N. (2004). Sobre
doi: 10.1590/S0102- a psicologia no contexto da infân-
-311X2008001200008 cia: da psicopatologização à inser-
Cantelmo, C. A., Matta, K. W., Costa, L. ção política. Aletheia, (20), 77-90.
F., & Paiva, K. L. (2010). Vitimiza- Dessen, M. A. (2010). Estudando a fa-
ção secundária: o irmão testemu- mília em desenvolvimento: desafios
nha o abuso sexual da irmã. Boletim conceituais e teóricos. Psicologia
de Psicologia, LX(132), 015-028. Ciência e Profissão, 30 (nº especial),

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 52 27/11/2013 14:10:35


202-219. doi: 10.1590/S1414- drome de Down: uma revisão de li- Uma revisão bibliográfica dos
98932010000500010. teratura. Psicologia da Educação, 30, anos 2006-2010 53
Raiane Straiotto Piato
Dias, A. B., & Aquino, E. M. L. (2006). 9-23.
Maternidade e paternidade na ado- Fonseca, C. (2005). Concepções de fa-
lescência: algumas constatações em mília e práticas de intervenção: uma
três cidades do Brasil. Cadernos de contribuição antropológica. Saúde e
Saúde Pública, 22(7), 1447-1458. Sociedade, 14(2), 50-59. doi:
doi: 10.1590/S0102- 1 0 . 1 5 9 0 / S 0 1 0 4 -
-311X2006000700009 12902005000200006.
Diniz, N. M. F., Santos, M. F. S., & Lo- Fonseca, A. L. N., Lacerda, M. R., &
pes, R. L. M (2007). Representações Maftum, M. A. (2006). O Cuidado
sociais da família e violência. Revis- transpessoal de enfermagem no do-
ta Latino-americana de Enferma- micílio ao portador de transtorno
gem, 15(6). Retirado de http://www. mental e sua família. Cogitare Enfer-
scielo.br/pdf/rlae/v15n6/pt_19.pdf. magem, 11(1), 7-15.
doi: 10.1590/S0104- Futino, R. S., & Martins, S. (2006). Ado-
11692007000600020. ção por homossexuais – uma nova
Dufour, V. (2007). A criança, o bo- configuração familiar sob os olhares
nhomme e a família. Epistemo-so- da psicologia e do direito. Aletheia,
mática, IV(2), 29-48. (24), 149-159.
Falckei, D., & Zordan, E. (2010). Amor, Gabardo, R. M., Junges, J. R., & Selli, L.
casamento e sexo: opinião de adul- (2009). Arranjos familiares e impli-
tos jovens solteiros. Arquivos Brasi- cações à saúde na visão dos profis-
leiros de Psicologia, 62(2), 143-155. sionais do Programa Saúde da Fa-
Ferrari, I. F. (2010). Mulheres encarce- mília. Revista de Saúde Pública,
radas: elas, seus filhos e nossas polí- 43(1), 91-7. doi: 10.1590/S0034-
ticas. Revista Mal-estar e Subjetivi- 89102009000100012.
dade, X(4), 1325-1352. Garbin, C. A. S., Garbin, A. J. I., Arcieri,
Ferro, J. S., & Maluschke, B. (2007). Re- R. M., & Lima, A. (2007). La percep-
visitando questões sobre lei, trans- ción de los líderes de la comunidad
gressão e família em suas interações de la pastoral del niño en la violen-
com a Psicologia, a Psicanálise, o cia doméstica en las familias asisti-
Direito e a interdisciplinaridade das de la zona oeste de Londrina –
possível. Psicologia: Teoria e Pesqui- PR. Acta Odontológica Venezolana,
sa, 23(nº. especial), 89-96. doi: 45(2), 1-5.
1 0 . 1 5 9 0 / S 0 1 0 2 - Granjeiro, I. A. C. L., & Costa, L. F.
37722007000500017. (2008). O estudo psicossocial foren-
Finkel, L. A., & Espíndola, V. B. P. se como subsídio para a decisão ju-
(2008). Cirurgia cardíaca pediátri- dicial na situação de abuso sexual.
ca: o papel do psicólogo na equipe Psicologia: Teoria e Pesquisa, 24(2),
de saúde. Psicologia para América 161-169. doi: 10.1590/S0102-
Latina, (13). Retirado de http://pep- 37722008000200005.
sic.bvsalud.org/scielo. Grubits, S., Freire, H. B. G., & Noriega, J.
p h p ? s c r i p t = s c i _ A. V. (2009). Influência de aspectos
arttext&pid=S1870-350X20080002 sociais e culturais na educação de
00004&lng=pt&nrm=iso. crianças indígenas. Psico-USF,
Folly, D. S. G., & Rodrigues, M. R. F. 14(3), 365-374. doi: 10.1590/S1413-
(2010). O fazer do psicólogo e a Sín- 82712009000300012.

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 53 27/11/2013 14:10:35


Habigzang, L. F., Azevedo, G. A., Koller, Estudos e Pesquisas em Psicologia,
54 NPS 47 | Dezembro 2013
S. H., & Machado, P. X. (2006). Fato- 10(2), 356-372.
res de risco e de proteção na rede de Minuchin, P., Colapinto, J., & Minuchin,
atendimento a crianças e adolescen- S. (Cols.). (1999). Trabalhando com
tes vítimas de violência sexual. Psi- famílias pobres. Porto Alegre: Artes
cologia: Reflexão e Crítica, 19(3), Médicas.
379-386. doi: 10.1590/S0102- Monteiro, C. F. S., Costa, N. S. S., Nasci-
79722006000300006. mento, P. S. V., & Aguiar, Y. A. (2007).
Hines, P. M. (1995). O ciclo de vida fa- A violência intra-familiar contra
miliar nas famílias negras pobres. adolescentes grávidas. Revista Bra-
In: Betty Carter & Monica McGol- sileira Enfermagem, 60(4), 373-376.
drick (Cols.). As mudanças no ciclo doi: 10.1590/S0034-
de vida familiar: uma estrutura para 71672007000400002.
a terapia familiar. (pp. 440-465). Müller, F. G., Beiras, A., & Cruz, R. M.
Porto Alegre: Artes Médicas. (2007). O trabalho do psicólogo na
Jorge, M. S. B., Ramirez, A. R. A., Lopes, mediação de conflitos familiares:
C. H. A. F., Queiroz, M. V. O., & Bas- reflexões com base na experiência
tos, V. B. (2008). Representações so- do serviço de mediação familiar em
ciais das famílias e dos usuários so- Santa Catarina. Aletheia, (26), 196-
bre participação de pessoas com 209.
transtorno mental. Revista da Escola Muniz, J. R., & Eisenstein, E. (2009).
de Enfermagem, 42(1), 135-142. doi: Genograma: informações sobre fa-
10.1590/S0080-62342008000100018. mília na (in)formação médica. Re-
Júnior, N. G. S. S., & Andrade, A. N. vista Brasileira de Educação Médica,
(2007). “É melhor pra você!”: nor- 33(1), 72–79. doi: 10.1590/S0100-
matização social da infância e da 55022009000100010.
família no Brasil. Revista do Depar- Nascimento, C. C., Coelho, M. R. M.,
tamento de Psicologia, 19(2), 423- Jesus, M. R. P., & Martins, W. V.
438. doi: 10.1590/S0104- (2006). Apego e perda ambígua:
80232007000200012. apontamentos para uma discussão.
Mariano, F. N., & Ferreira, M. C. R. Revista mal-estar e subjetividade,
(2008). Que perfil da família bioló- VI(2), 426–449.
gica e adotante, e da criança adota- Nascimento, C. R. R. N., & Trindade, Z.
da revelam os processos judiciais? A. (2010). Criando meninos e me-
Psicologia: Reflexão e Crítica, 21(1), ninas: investigação com famílias de
11-19. doi: 10.1590/S0102- um bairro de classe popular. Arqui-
7972200800010000. vos Brasileiros de Psicologia, 62(2),
Martins, C. S., Silva M. A. I., Zahr, N. 187-200.
R., Arone, K. M. B., & Roque, E. M. S. Neuber, L. M. B., Valle, T. G. M., & Pa-
T. (2007). A dinâmica familiar na lamin, M. E. G. (2008). O adolescen-
visão de pais e filhos envolvidos na te e a deficiência auditiva: as rela-
violência doméstica contra crianças ções familiares retratadas no Teste
e adolescentes. Revista Latino-ame- do desenho em cores da família.
ricana Enfermagem, 15(5), 889-894. Revista Brasileira Crescimento e De-
doi: 10.1590/S0104- senvolvimento Humano, 8(3), 321-
11692007000500002. 338.
Maux, A. A. B., & Dutra, E. (2010). A Oliveira, M. H. P. (2009). A representa-
adoção no Brasil: algumas reflexões. ção de si mesmo em narrativas au-

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 54 27/11/2013 14:10:35


tobiográficas de escritores brasilei- Rios, M. G., & Gomes, I. C. (2009). Ca- Uma revisão bibliográfica dos
ros. Memorandum, 17, 107-121. samento contemporâneo: revisão de anos 2006-2010 55
Raiane Straiotto Piato
Paiva, F. S., & Ronzani, T. M. (2009). literatura acerca da opção por não
Estilos parentais e consumo de dro- ter filhos. Estudos de Psicologia,
gas entre adolescentes: revisão siste- 26(2), 215-225. doi: 10.1590/S0103-
mática. Psicologia em Estudo, 14(1), -166X2009000200009.
177-183. doi: 10.1590/S1413- Rios, M. G., & Gomes, I. C. (2009). Es-
73722009000100021. tigmatização e conjugalidade em
Pegoraro, R. F. (2009). Papéis atribuí- casais sem filhos por opção. Psicolo-
dos à família na produção da loucu- gia em Estudo, 14(2), 311-319. doi:
ra: algumas reflexões. Boletim Aca- 1 0 . 1 5 9 0 / S 1 4 1 3 -
demia Paulista de Psicologia, 29(2), 73722009000200012.
253-273. Rojas, M. C. (2010). Secretos y verda-
Pereira, A. P. A., & Fernandes, K. F. des en la familia: Su incidencia en
(2010). A visão que o irmão mais las problematicas de la niñez. Cons-
velho de uma criança diagnosticada trução psicopedagógica, 18(16), 24-
com síndrome de Down possui da 33.
dinâmica da família. Estudo e Pes- Santo, A. A. E., Vilela, A. M. J., & Ferre-
quisas em Psicologia, 10(2), 507- ri, M. A. (2006). A imagem da in-
529. fância nas teses da Faculdade de
Perucchi, J., & Beirão, A. M. (2007). medicina do Rio de Janeiro – (1832-
Novos arranjos familiares: paterni- 1930). Psicologia em Estudo, 11(1),
dade, parentalidade e relações de 19-28. doi: 10.1590/S1413-
gênero sob o olhar de mulheres che- 73722006000100003.
fes de família. Psicologia Clínica, Santos, M. A., Brochado, J. U., & Mos-
19(2), 57–69. doi: 10.1590/S0103- cheta, M. S. Grupo de pais de ho-
56652007000200005. mossexuais. Revista Eletrônica Saú-
Pinto, M. C. N., & Picon, P. (2009). de Mental Álcool e Drogas, 3(2),
Adoção: proposta preliminar para 1-16, 2007. Retirado de http://www.
uma abordagem psicoterápica cog- eerp.usp.br/resmad/artigos.asp.
nitivo-comportamental para pais Schneider, A. C. N., & Ramires, V. R. R.
adotantes. Revista Brasileira de Te- (2007). Vínculo parental e rede de
rapias Cognitivas, 5(1), 3-17. apoio social: relação com a sintoma-
Ponciano, E. L. T., & Carneiro, T. F. tologia depressiva na adolescência.
(2003). Modelos de família e inter- Aletheia, (26), 95-108.
venção terapêutica. Interações, Severo, A. K. S., Dimenstein, M., Brito,
VIII(16), 57–80. M., Cabral, C., & Alverga, A. R.
Pocinho, M. D., Correia, A., Carvalho, R. (2007). A experiência de familiares
G., & Silva, C. (2010). Influência do no cuidado em saúde mental. Ar-
gênero, da família e dos serviços de quivos Brasileiros de Psicologia,
psicologia e orientação na tomada 59(2), 143-155.
de decisão de carreira. Revista Bra- Shine, S. K., & Souza, A. S. L. (2010).
sileira de Orientação Profissional, Atendendo famílias incapazes de
11(2), 201-212. pensar: a perspectiva do psicólogo
Poster, M. (1978). Teoria Crítica da Fa- judiciário. Boletim de Psicologia,
mília. (1ª Ed.) (Trad. Álvaro Ca- LX(132), 1-14.
bral). Rio de Janeiro: Zahar Edito- Silva, P. V. C., & Fleith, D. S. (2010). Fa-
res. tores familiares associados ao de-

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 55 27/11/2013 14:10:35


senvolvimento do talento no espor- de Jeffrey Young: revisão da litera-
56 NPS 47 | Dezembro 2013
te. Revista Brasileira de Psicologia do tura. Contextos clínicos, 2(2), 113-
Esporte, 3(4), 19-41. 123.
Silva, J. L., Macedo, R. M. S., Dernt, A. Veras, L., & Moreira, V. (2009). A com-
M., & Bergami, N. B. B. (2007). Um preensão do mundo vivido da
estudo das relações interpessoais criança sertaneja com câncer: con-
em famílias com farmacodepen- tribuições do livro “Dudu vai ao
dentes. Psicologia em Estudo, 12(1), hospital”. Revista SBPH, 12(1), 3-16.
61-70. doi: 10.1590/S1413- Walsh, F. (2005). Fortalecendo a
73722007000100008. resiliência familiar. (Trad. Magda
Szymanski, H. (2001). A Relação Famí- França Lopes). São Paulo: Rocca.
lia/Escola: desafios e perspectivas.
Brasília: Plano Editora.
Valentini, F., & Alchieri, J. C. (2009).
Modelo clínico de estilos parentais

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 47, p. 41-56, dezembro 2013.

NPS 47.indd 56 27/11/2013 14:10:35

Você também pode gostar