Apostila - Legislação Imobiliária
Apostila - Legislação Imobiliária
Apostila - Legislação Imobiliária
Legislação Imobiliária
Prof. Esp. Tiago Augusto de Macedo Binati
Impresso por Claudia Heitor, E-mail [email protected] para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por
direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2024, 19:52:40
AUTOR
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Bons estudos!
Impresso por Claudia Heitor, E-mail [email protected] para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por
direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2024, 19:52:40
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 5
Direito Imobiliário. Conceito e Noções. Bens Imóveis. Da
Documentação Imobiliária. Do Corretor de Imóveis. Noções de
Obrigações e Contratos. Dos Vícios do Negócio.
UNIDADE II ................................................................................................... 27
Negócios Jurídicos Imobiliários. Compra e Venda. Promessa de
Compra e Venda. Permuta. Contrato de Corretagem. Locação.
Operações Built To Suit. Contrato de “Time Sharing”.
UNIDADE I
Direito Imobiliário. Conceito e Noções.
Bens Imóveis. Da Documentação
Imobiliária. Do Corretor de Imóveis.
Noções de Obrigações e Contratos.
Dos Vícios do Negócio.
Prof. Esp. Tiago Augusto de Macedo Binati
5
Impresso por Claudia Heitor, E-mail [email protected] para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por
direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2024, 19:52:40
Ramo do direito privado, o direito imobiliário pode ser entendido como o responsável
por estabelecer as regras que regem as relações de aquisição e a perda da propriedade,
posse, locação, usucapião, incorporações imobiliárias, condomínio, doação, permuta, ces-
são de direitos, nanciamentos imobiliários, o direito de construir, o direito de vizinhança, o
registro de imóveis e tantos outros institutos jurídicos relacionados ao bem imóvel.
O direito imobiliário tem por alicerce o direito de propriedade, englobando as mais
diversas formas de negociação e criação de obrigações jurídicas envolvendo imóveis.
O direito imobiliário se relaciona também com outras áreas especícas do Direito
como direito empresarial, urbanístico, ambiental e tributário, formando um encadeamento
de conceitos, princípios e noções que bem regulamentam e trazem entendimento aos ne-
gócios imobiliários em toda sua amplitude e complexidade.
E justamente em razão de sua extensão, há um vasto leque de leis que tratam do
direito imobiliário, sendo a principal delas o Código Civil (Lei nº 10.406/2002), que apresenta
determinações sobre propriedade, posse, vizinhança, condomínio, comissão de correta-
gem, etc., além de prever, em capítulo próprio, sobre os contratos, de reiterada aplicação
no direito imobiliário e também objeto do nosso estudo.
Vale frisar que recentes alterações no Código Civil trouxeram regramentos a ins-
titutos até então considerados novos, como os condomínios em multipropriedade (Arts.
1.358-B e seguintes) e os Fundos de Investimento (Arts. 1.368-C e seguintes).
O Código Civil disciplina sobre os bens imóveis no seu LIVRO II (DOS BENS),
TÍTULO ÚNICO (Das Diferentes Classes de Bens), CAPÍTULO I (Dos Bens Considerados
em Si Mesmos), Seção I (Dos Bens Imóveis), dos artigos 79 e seguintes, no que importa o
disposto no art. 79, in verbis:
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
articialmente.
O art. 79 dene os bens imóveis por natureza, ou seja, os que não se podem
transportar, sem alterar sua natureza. Se bem analisado o imóvel por natureza seria apenas
o solo, mas o legislador ordinário incluiu na mesma classicação as acessões.
O mesmo Código Civil estabelece, ainda, os conceitos de posse e propriedade,
sendo a posse tratada nos arts. 1.196 e seguintes, e à propriedade nos arts. 1.228 e se-
guinte.
Ao que importa para o nosso estudo, vejamos os principais dispositivos legais:
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância as-
sim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos,
senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas
móveis que nele estiverem.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turba-
ção, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo
receio de ser molestado.
Pela posse, por outro lado, apesar da amplíssima proteção jurídica sobre o tema
(vide Art. 1.210, Código Civil), tem-se o pleno exercício dos poderes de uso e fruição da
coisa, sem possibilitar, em regra, a disposição da propriedade.
São exemplos do exercício de posse (sem propriedade) a relação locatícia, da ces-
são de direito, usufruto, arrendamento, penhor, compromisso de compra e venda e outros.
Tais noções se mostram importantes para melhor compreensão das inúmeras
formas em que pode se dar uma transação imobiliária, sendo que o conhecimento resulta
em economia por permitir ao prossional um melhor planejamento nanceiro e tributário do
negócio, agindo sempre preventivamente e evitando riscos e prejuízos.
Costumo dizer que o direito imobiliário, na grande maioria das vezes, trabalha com
sonhos. O sonho da casa própria, o sonho de uma moradia confortável e ampla, o sonho
de uma grande empresa ou de um pequeno comércio, tudo relacionado aos imóveis, sua
estrutura, localização e situação jurídica.
E mais importante que a concretização desses sonhos é a documentação dos ne-
gócios originados por meio do direito imobiliário, como a compra e venda, permuta, doação,
locação, cessão de uso, arrendamento, e outros, até mesmo para garantir ao intermediador
ou auxiliar do negócio documentar seu trabalho e evitar problemas negociais que podem
desaguar no Poder Judiciário.
Por isso, a importância dos operadores do ramo imobiliário - empresários, correto-
res, construtores, investidores ou qualquer outra classe - terem conhecimento não apenas
do aspecto construtivo e mercadológico do imóvel, mas também da legislação relativa aos
negócios imobiliários, evitando problemas e tendo mais segurança nas negociações.
E por isso a elaboração de um documento claro, juridicamente previsto, em boa
escrita, com previsão de riscos e resultados, torna-se cada vez mais importante para a
segurança das negociações imobiliárias.
Não ache que tudo sempre vai dar certo. Imprevistos precisam ser previstos!
O que se percebe é que grande parte das reclamações dos consumidores nas mais
diversas formas de contratação no ramo imobiliário é sob a alegação de desconhecimento
ou omissão da prestação de informação quando da celebração do negócio.
Com o avanço das tecnologias e o frequente uso das redes sociais para as mais
diversas espécies de manifestação – inclusive e principalmente publicidades – é necessário
que se tenham meios de assegurar como legítima e verdadeira, uma mensagem de Face-
book ou WhatsApp, por exemplo.