Psicologia Social

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PSICOLOGIA SOCIAL E

COMUNITÁRIA
A FORMAÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL – CONTEXTUALIZAÇÃO.
OBJETIVOS DA AULA:

1. Código de ética do psicólogo: psicologia e compromisso


social

2. Definição de Psicologia Social

3. Percurso de construção da Psicologia Social dos Estados


Unidos, Europa e América Latina (aspectos históricos)

4. Psicologia social no Brasil


CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICÓLOGO:
PSICOLOGIA E COMPROMISSO SOCIAL
Princípios Fundamentais

I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade


e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.

II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades
e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.

III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade
política, econômica, social e cultural.
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

∙ Psicologia Social é o estudo do comportamento nas interações, nos encontros


e nas relações sociais.

∙ Psicologia social consiste hoje em um campo que se situa na interface da


psicologia e da sociologia, buscando compreender a natureza e as causas do
comportamento social humano.

∙ Toda a psicologia é social, desde que assuma a natureza histórica social


do ser humano. A psicologia se torna social, a partir do momento que
percebe o ser humano, como parte da história e participante ativo.

Ex: curso de psicologia (História,- presente, passado e futuro - de cada um fez


esse caminho)
∙ É a nossa relação, nos nossos encontros com o mundo que nos cerca é que nos
define e somos definidos.

∙ A ciência acompanha o movimento histórico: portanto, o conhecimento científico é


histórico, não há neutralidade: a pesquisa também é uma ação social - qual a
relevância social para a realização da pesquisa? Qual a relevância social da
psicologia?

∙ Ex: cenário da ciência na pandemia.


PERCURSO DE CONSTRUÇÃO DA
PSICOLOGIA SOCIAL
∙ Inicialmente, todo conhecimento era dedicado a igreja

∙ Posteriormente com a chegada das instituições em 1870 (entre os séculos XVIII


e XIX), a ciência começa a ganhar outras concepções.

∙ Formam-se as faculdades de medicina e a ciência fica com o saber biológico,


onde também a psicologia científica começa a aparecer. Paradigma Biomédico

∙ Assim, majoritariamente, explicações psicológicas e sociais eram dadas pelo


biológico. (influência do darwinismo e do positivismo)

∙ Dicotomia entre mente e corpo, entre razão e emoção.


∙ No período pós Guerras há uma hegemonia dos EUA do conhecimento –
intensas pesquisas no âmbito experimental (correntes teóricas
comportamentais e cognitivistas)

Essa hegemonia se deu tanto a reconstrução das universidades europeias e


japonesas quanto a colonização cultural nas américas que antecederam a
crise da psicologia social nos anos 70.
∙ O objetivo é a construção teórica de leis sobre o comportamento e a percepção dos
indivíduos na sociedade, apostando na ideia de que a psicologia do indivíduo
explica a psicologia da sociedade.

∙ Essa psicologia social norte americana mantinha uma postura individualizante,


experimentalista e a-histórica – mantendo uma distinção entre individuo e
sociedade.

∙ A psicologia social passou a ser compreendida como o estudo das interações


humanas e se debruçou sobre problemas relativos às atitudes, valores e
motivação.

∙ Utilizando da percepção grupal como dispositivo de produtividade: período de


progresso e reconstrução social.
A psicologia social norte-americana é caracterizada:

1) o individualismo – preocupação em formular leis psicológicas relativas ao


indivíduo em suas relações sociais,
2) o experimentalismo,
3) a microteorização,
4) o etnocentrismo – generalização teórica de experimentos
norte-americanos para a aplicação em outras culturas,
5) o cognitivismo – devido à prevalência dessa concepção em
relação ao behaviorismo
6) o a-historicismo – devido à busca de formulação teórica de leis
generalizáveis para o comportamento do indivíduo em sociedade.
∙ Entretanto, concomitante a essa hegemonia norte americana, há preocupações na
Europa sublinhadas socialmente pela ascensão do nazismo, como a análise do
papel da obediência à autoridade, do poder social, do conformismo e da
agressão.

∙ Assim, ocorreram diversas construções teóricas na Alemanha, França, Inglaterra.


(sociólogos, filósofos, psicólogos)

∙ Na França, por exemplo, a tradição psicanalítica foi retomada após o movimento


de maio de 1968 e a tradição norte-americana foi criticada por ser "uma ciência
ideológica, reprodutora dos interesses da classe dominante, e produto de
condições históricas específicas".
∙ Esse movimento repercutiu na Inglaterra: em 1972 analisaram a "crise" sob o
ponto de vista epistemológico – era "a crítica ao positivismo, que em nome da
objetividade [perdia] o ser humano."

∙ Tal tendência norte americana revelou‑se incapaz por si só de explicar o


comportamento social em todas as suas nuances.
∙ O quanto o controle em laboratório não correspondia à realidade social –
questionamento da neutralidade científica – a perda do humano em seu tratamento
a-histórico, a dicotomia entre individuo e sociedade, e principalmente, pelo fato de
que esses modelos não condizem com a realidade.

∙ Pesquisador manipula previamente as variáveis a serem analisadas.


∙ Os questionamentos voltam‑se principalmente à sua relevância social, isto é, ao
fato de essa vertente da psicologia social usar uma linguagem científica cada
vez mais neutra e afastada dos problemas sociais reais e, consequentemente,
desenvolver modelos e teorias que não são capazes de contribuir para a
explicação da nova realidade social que surgia.

∙ Além disso, criticava‑se a artificialidade dos experimentos conduzidos em


laboratório, a falta de compromisso ético de seus mentores e a excessiva
fragmentação dos modelos teóricos.
Portanto, em consequência da excessiva individualização da
psicologia social e dos movimentos sociais ocorridos nos anos de
1970 (como o feminismo, por exemplo), tendo se caracterizado pelo
questionamento das bases conceituais e metodológicas da psicologia
social psicológica até então dominante, no que tange à sua validade,
relevância e capacidade de generalização
∙ Há momento de discussão e crítica de que o psicólogo corria o risco de atuar como
mantedor do status quo, disciplinador, fiscalizatório nas comunidades.

∙ A crise da psicologia social é objeto de denúncia no Congresso de Psicologia


Interamericana, realizado no ano de 1976 em Miami, com a participação de psicólogos
sociais de vários países da América Latina.
∙ No Congresso posterior, que ocorreu em Lima, Peru, no ano de 1979, algumas
diferenças expressivas puderam ser observadas, ou seja, as críticas à psicologia social
norte-americana eram mais precisas e visavam uma redefinição da psicologia social.
∙ A ciência precisa trazer respostas para as problemáticas emergentes e a psicologia,
enquanto ciência, também modificou seu campo de atuação.
∙ Incomodados com a leitura individualista e elitista que a psicologia
alcançava, começou-se a pensar numa nova forma de atuação profissional.

∙ Profissionais se dirigiram para as comunidades com um olhar de educação


e conscientização com o caráter de construção e interpretação da
realidade.

∙ Tais críticas suscitaram grande resistência da comunidade científica


estabelecida à época. No entanto, contribuíram para o movimento de
internacionalização da psicologia social, responsável pelo desenvolvimento de
uma psicologia social europeia, mais preocupada com o contexto social, e, mais
recentemente, de uma psicologia latino‑americana.
Música

Há possibilidade de falar de uma única psicologia?


PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL
∙ Durante a maior parte do século XIX, o Brasil teve o status político de regime
monárquico – marcado pelas diferenças sociais (escravidão).
∙ Com o fim da escravidão ideia da transformação da diferença biológica em
justificativa da desigualdade social permitiu a conclusão de que, com a
população eminentemente negra que habitava o Brasil, o objetivo de construir
uma nação civilizada seria praticamente um sonho impossível

∙ Manoel Bomfim (1868-1932), médico sergipano radicado no Rio de Janeiro,


tendo em vista o caráter contra-hegemônico de sua interpretação do “atraso”
nacional: focalizada na história político-econômica ao invés de na biologia e
na raça.
∙ 1940 – Momento de consolidação das primeiras universidades, assim como a
constituição de campos disciplinares. A psicologia social como disciplina:
medicina, direito, filosofia.

∙ Os teóricos eram brasileiros formados nas universidades dos EUA.

∙ Psicologia reconhecida como profissão em 27 de agosto 1962. No currículo


mínimo que então se estabeleceu, encontrava-se a psicologia social dentre as
matérias obrigatórias.
APESAR DE VOCÊ AMANHÃ HÁ DE SER
OUTRO DIA...
∙ Os moldes da psicologia social no Brasil seguem e hegemonia dos
EUA - individualismo, experimentalismo, microteorização,
etnocentrismo, utilitarismo, cognitivismo e a-historicismo.

∙ A crise da psicologia social: critica a metodologia e teoria - análises


que detectavam que os pressupostos implícitos e o tipo de
categorização utilizada envolviam a manutenção do status quo tanto
na estrutura da teoria quanto na da sociedade.
∙ Novos problemas, novos objetos, novas abordagens e métodos foram
construídos naquele momento de crise – qual a aplicabilidade dessa
psicologia para a questão social no Brasil?

∙ Dessa forma a multiplicidade do cotidiano tornou-se de interesse da psicologia,


ou seja, pesquisas voltadas para as situações concretas da vida.

∙ Iniciando uma nova forma de pesquisa – qualitativa, com metodologia de


entrevista, observação participante, história de vida, história oral,
pesquisa intervenção.

∙ Quem somos? O que buscamos? Qual nossa contribuição social? A quem


estamos servindo?
∙ Compromisso social de transformação.

∙ O homem é histórico e suas relações o constroem. Ele é produto e produtor da


história. No entanto, sem o pensamento crítico ele deixa de lado sua
potencialidade de criador de sua própria história e reproduz palavras
hegemônicas regidas pelas ideologias dominantes. (Naturalização de
problemáticas complexas)

∙ Assim, a psicologia social crítica não está em formular leis gerais sobre o
comportamento social, mas sim no entendimento das relações de dominação
ideológicas e de sua possível saída através da compreensão de suas
potencialidades de ação – possibilidade de transformação social.
∙ Os psicólogos sociais devem contribuir para a construção de identidades
pessoais, coletivas e históricas capazes de romper a situação de alienação das
maiorias populares oprimidas e desumanizadas.

∙ Os psicólogos latino-americanos têm direcionado suas investigações para


as temáticas dos estereótipos, autoimagem, identidades sociais,
nacionalismo, movimentos sociais, poder social, relações de gênero,
violência doméstica, direitos reprodutivos da mulher, entre outros.
REVISANDO:

A PSICOLOGIA SOCIAL EM SEU INÍCIO ERA IMPORTADA DOS ESTADOS UNIDOS


O QUE FOI A CRISE DOS ANOS 70 PARA A PSICOLOGIA SOCIAL
DEPOIS DA DITADURA, PSICOLOGIA JÁ CONSOLIDADA ENQUANTO PROFISSÃO,
COMEÇOU A SE PREOCUPAR COM AS DEMANDAS SOCIAIS.
A QUEM SERVE A PSICOLOGIA?

FAÇA UMA ANÁLISE DO CENÁRIO ATUAL E REFLITA O QUE HÁ DO PASSADO NO


PRESENTE?
LEITURAS OBRIGATÓRIAS:

PSICOLOGIAS – LIVRO
CAPÍTULO 6 - PSICOLOGIAS EM CONSTRUÇÃO
CAPÍTULO 9 – A PSICOLOGIA SOCIAL
CAPÍTULO 11 – A MULTIDETERMINAÇÃO DO HUMANO: UMA VISÃO EM PSICOLOGIA

O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL


PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL
LINGUAGEM

O HOMEM EM MOVIMENTO
IDENTIDADE

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