O Papel Das Ferramentas Da Qualidade Na Gestão Das Organizações
O Papel Das Ferramentas Da Qualidade Na Gestão Das Organizações
O Papel Das Ferramentas Da Qualidade Na Gestão Das Organizações
Resumo:O objetivo deste artigo é refletir acerca do papel das Ferramentas de Qualidade com base em
sua utilização nas organizações. Este estudo se baseou em uma Revisão Narrativa de Literatura
caracterizado pela análise de artigos que descrevem o papel e a contribuição do uso das FQs dentro das
organizações. As Ferramentas da Qualidade podem gerar resultados relevantes às organizações como:
melhoria nos processos internos, produtos e serviços, aumento da produtividade e lucro, melhoria na
gestão dos recursos e no processo de comunicação interna da empresa. Assim, a adoção de ferramentas
de qualidade será de grande importância para os resultados nas organizações, aumentando sua
produtividade e competitividade no mercado.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As FQs foram criadas em um processo de refinamento e de contribuição de vários
estudiosos da qualidade. Durante a década de 20, o estatístico Walter Shewhart (1891-1967),
dos Laboratórios Bell, desenvolveu os conceitos básicos da moderna engenharia da qualidade
(KAMALANATHAN e SANTHAKUMARAN, 2021).
Para Shewhart, o produto ou serviço é determinado pela combinação de fatores como
os equipamentos, os recursos humanos, a metodologia, o ferramental e a matéria-prima
(LINS, 2000). Shewhart atribuía a alguma “causa especial” o que a provocava e que precisaria
ser eliminada. Assim, o acompanhamento por meio de cartas de controle e de gráficos
apontava se as amostras estavam sob controle ou não (LINS, 2000). Elas mensuravam o
desempenho dos processos, auxiliando na detecção de problemas e no desenvolvimento de
soluções por meio de diagramas, gráficos, filosofias e instrumentos (DE NADAE et al, 2009).
Acredita-se que a junção desses itens pode auxiliar a manter a qualidade dos processos, de
forma a identificar gargalos, falhas e também se antecipando e sanando possíveis problemas
que possam ocorrer. Outra contribuição às ferramentas da qualidade foi o ciclo de melhoria
contínua, com uma abordagem sistematizada para a solução dos problemas na empresa,
conhecido como ciclo Plan-Do-Check-Act (PDCA) (MILOSEVIC et al., 2021).
O controle estatístico do processo é considerado por muitos autores como o princípio
da gestão da qualidade (BARBALHO, 1996; EXLER e DE LIMA, 2017). As ferramentas da
qualidade são instrumentos necessários para que os sistemas de gestão da qualidade tenham
máxima eficácia, pois desenvolvem, implantam, monitoram e melhoram os preceitos da
qualidade nas organizações (BAMFORD e GREATBANKS, 2005).
2.1. DEFINIÇÃO DE QUALIDADE
O conceito de qualidade torna-se cada vez mais abrangente e evidente nas
organizações. Nos últimos anos nunca se ouviu falar tanto sobre qualidade, pois trata-se de
algo essencial a ser considerado nos processos, serviços e produtos. A qualidade enquanto
conceito evoluiu ao longo do tempo de forma a adequar-se ao mercado, considerando a
evolução dos negócios e a intensificação da concorrência, obrigando assim as organizações a
uma constante busca pela melhoria contínua dos seus produtos por meio do aprimoramento de
seus processos (LUPPI e ROCHA, 1998).
O conceito de qualidade relaciona-se tanto a produtos como serviços e contempla
elementos como satisfação do cliente, controle de processos, padronização, melhoria
contínua, parcerias à jusante e à montante na cadeia (BATTIKA, 2003; LAKHAL, PASIN e
LIMAM, 2006). Por meio desse conceito, pode-se obter melhorias e benefícios conjuntos e
racionalização de tempo e insumos.
Portanto, quando se fala de qualidade nas empresas, muitos pensam em somente
satisfazer apenas as necessidades dos seus clientes, mas é imprescindível que toda a
organização esteja envolvida nos processos de melhoria. Assim, para garantir qualidade em
uma organização, é preciso avaliar seu real objetivo, no qual inclui sua missão, visão e valores
contemplados na empresa. Com base nisso é possível então mensurar e controlar a alta
qualidade do seu negócio e assim se tornar mais competitiva no mercado.
O histograma tem como função mostrar a distribuição dos dados por meio
Histograma
de um gráfico de barras indicando o número de unidades em cada categoria.
Deste modo, uma vez implantado, o ciclo deve tornar-se uma constante nas
organizações, ou seja, criando um verdadeiro círculo constante objetivando a melhoria
contínua.
Os programas e ferramentas da qualidade podem identificar a origem dos problemas,
sua extensão e a forma de solucioná-los, além da identificação dos principais gargalos, falhas,
antecipando e agindo antes que os problemas ocorram (DE NADAE; DE OLIVEIRA e DE
OLIVEIRA, 2009). Portanto, as ferramentas da qualidade podem e devem ser utilizadas pelas
organizações; no entanto, é necessário que cada empresa faça sua escolha de acordo com seus
objetivos e verifique a que melhor se adapte à sua gestão no momento.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constata-se que todas as FQs elevam os níveis de qualidade da organização,
solucionando ou minimizando os problemas, diminuindo os custos com produtos e processos,
executando melhor os projetos e melhorando a participação em todos os níveis da
organização. Outro fator predominante das FQs, é identificar problemas já existentes no
processo, as causas raízes e solucioná-las de forma eficiente.
Sendo assim, é necessário identificar qual ferramenta será mais apropriada para a
organização no momento oportuno e desta forma será possível obter resultados satisfatórios.
Trata-se de ferramentas importantes que ajudam a aprimorar os processos internamente
tornando-os mais eficazes. Considerando a eficácia dessas ferramentas, compreende-se o quão
necessário e importante é a utilização das FQs nas organizações.
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