Educaçãoadistância

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

Reitor
Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, S]

Vice-Reitor
ao
A educação a distância em tranmç
Pe. José Ivo Follmann, S]

Tendências e desafios

Otto Peters
WE EDITORA UNISINOS
Diretor
Tradução
Pe. Pedro Gilberto Gomes, S]
Leila Ferreira de Souza Mendes
Conselho Editorial
Anna Maria Hecker Luz
Carlos Alberto ]ahn
Luis Henrique Rodrigues
Maria da Graça Krieger
Pe. Pedro Gilberto Gomes, S]

Editora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos


EDITORA UNISINOS
AV. Unisinos, 950
93022—000 São Leopoldo RS Brasil

Telef: 51.35908239
Fax: 5135908238 EDITORA UNISINOS
[email protected] 201 2
3. Conceitos e modelos

Este capítulo trata do fato de que a educação a distância é um for—


mato de ensino e aprendizagem que não e' deforma alguma bem de-
finido efixo. Pelo contrário, sempre esteve em estado de transição.
Hoje está em um estado de rápida transição. O resultado deste de-
senvolvimento é que podemos identificar uma considerável varie-
dade de modos como os alunos aprendem a distância, especialmen-
te se remontarmos à história deste formato e focalizarmos as
práticas correntes em várias partes do mundo. Se quisermos com-
preender a essência — e a verdadeira missão — da educação a dis—
tãncia, devemos ir além do modelo que por acaso conheçamos e
nosfamiliarizarmos com outros conceitos deste tipo em particu-
lar de ensino e aprendizagem também. Destaforma, será possível
descobrir ideias pedagógicas tipicas que são inerentes à educação
a distância.

trodução

Quando dei um seminário virtual sobre as teorias de educação a


distância, regalei—me com a rara possibilidade de discutir ideias e pro—
blemas deste campo com participantes de todas as partes do mundo. O
principal problema deste seminário, na verdade o maior obstáculo, era
que estávamos tentando falar e interpretar uma mesma coisa, qual seja,
a educação a distância no terceiro grau, mas a maioria dos participan-

67
OTTO PETERS A EDUCAÇÃO A DISTANCIA EM TRANSIÇÃO

tes tinha diferentes conceitos disso na cabeça. Discutimos o assunto


Verdadeira natureza da educação a distanCia
nos referindo a diferentes sistemas de referência. O que tornava a situa—
7/7—< “*
ção ainda mais difícil era que alguns participantes não tinham cons—
ciência disso e insistiam que estavam certos quando se referiam nova-
Existe uma diferença estriª/ªl entre educação universitária con-
mente a seus próprios conceitos, que obviamente eram os únicos que
cional e educação a 15 ªaa. E claro que todos conhecemessa dife-
haviam vivenciado. Criticavam as idéias apresentadas por outros par—
ça. Elsie—óbvia. Émesmo assim não é de forma alguma triv1al lidar 5
ticipantes, porque não podiam ser reconciliadas com suas vivências
«m ela. Acredito que o exame e a análise dessa diferençae fundamení
pessoais e não podiam ser aplicadas ao ensino e aprendizagem em suas
para a verdadeira compreenmstamma de ensmar eNaprender.
universidades.
' muitos membros do corpo docente que acreditam e es,/tao mesmo
Parece que tal disparidade de opiniões é típica de seminários que
- vencidos de que a única diferença e' apenas a ”distancia, e a impor—
incluem participantes de todos os continentes. É um fenômeno novo.
cia da mídia técçr—iicãínecessária para transpor o abismo entre quem
Na era da globalização na qual agora adentramos, temos que nos acos—
iria «e'-quem aprende. Na opinião deles, o resto do processo de enSir
tumar com isso. No passado, era fácil discutir problemas quando todos
- aprendizagem permanece idêntico. No entanto, esta opiniao esta
os participantes se referiam ao mesmo cenário cultural e à mesma tra-
I
ada mostra uma abordagem equivocada à educação a distanCia e 4(/ 1 ª
dição de ensino e aprendizagem. Mas agora a situação mudou. O que
A º a uma atitude pedagógica inadequada. É muito mais do que isso.
podemos aprender com esta experiência? . N
ou mencionar apenas o seguinte:
º Em primeiro lugar: devemos tentar ser pacientes e tolerantes º o objetivo humanitario especial, qual seja, a educaçao dos mal
quando discutimos diferentes noções, conceitos, modelos ou
piêp'afãdos edeixados de lado, incluSive das minorias;
desenvolvimentos da educação a distância em outros países.
0 ã extensão da educação universitária a adultos e pessoas com
”Humildade e um certo grau de cautela” (Bates 1997, p. 100) são
obrigações profissionais e familiares,. ao objetivo de realizar a
recomendados. aprendizagem permanente, a uma univerSidade que seja aberta

0
Em segundo lugar: em nossa era de globalização, não devemos
a todas as? pessoaanue são capazes de estudar e a quem se da
tentar fazer valer nossa opinião, mas pelo contrário nos interes— uma ”segunda/chance” de aproveitar e lucrar com a educaçao
sarmos por outras soluções. Devemos aprender mais e tentar _. -.,, , ,.

compreender conceitos estrangeiros também. SHRED“; N . ,.


º as oportunidades sem paralelo de educaçao Cientifica con inua
t. _
º Em terceiro lugar: teorizar sobre conceitos de educação a dis-
da, que é tão necessária em nossa epoca de constante mudança
tância pode nos ajudar e pode ser benéfico neste processo. Aju— tecnológica, social e cultural; . , .
da—nos a compreender nossos pontos de vista mais profunda—
º sua contribuição para a reforma univerSitaria; e . ”
mente. Ficamos conscientes de critérios com os quais podemos º sua função de precursora da futura ”univerSidade Virtual .
medir, criticar e melhorar nossa própria prática. Tudo isso deve ser mantido em mente quando pensamos sobre
º E finalmente: o objetivo pedagógico último desta forma de en-
aprendizagem aberta e a distância. Esta aprendizagem-não, e apenas \ 4
sino e iniciar e apoiar processos de metacognição igualmente
aprendizagem convencional com a ajuda de uma midia tecnica em X““
em professores e nos alunos. Este processo pode ser facilitado ar icular. É uma abordagem totalmente diferente, com estudantes, -
lidando-se com vários conceitos e modelos de educação a dis-
o letivos, métodos, mídias e estratégias diferentes e, ac1ma de tudo,
tância.

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OTTO PETERS
A EDUCAÇÃO A DISTÁNCIA EM TRANSIÇÃO

objetivos diferentes na política educacional.


sui generis.
A educação a distância é mídia técnica. Portanto, a interaçãºeducacional tambem nao e na—
mas sim uma interação artificial. Não pode ser feita mais ou me—
wbcõnscientemente, mas ténªue ser planejada, desenhada, cons—
.
- a testada e avaliada com consciênc1a4tot'ãl'dos ob)et1vos e meios .
,

. . . i .osífEàfà “é““úfhããb'õiªãág'egn bemdiferente. É necessário que se


Uma ruptura com a tradição acadêmica
umocálculo de metas e meios. E um processo mais ou menos Clenti—
.. É revelador que uma disciplina científicaespecral seja necessªria
ª Não podemos tratar dos aspectos conceituais a desenvolver este tipo de ensino e aprendizagem: tecnologia e u-
calizar em seu lugar a diferença mais óbvia.
aqui. Devemos fo— « onal ou design instrucional. Isso significa que temosmde lidar com
lentes de ensino e aprendizagem acadêmicas
As formas típicas e preva— « a forma bem diferente deueduçação. A situação instrucional, o cli-
em faculdades. Ambas as formas são
são dar palestras e aulas
“»»—___
'
. _a_ªprendizagem, '
os metodos " e os métodos de
de apresentaçao
orais, isto é,
usam uma forma na- isição de conhecimento são diferentes na maioria do tempo. Nao ha
_ L tural de interação, qual seja, falar e ouvi
r em situações face a face. Esta m'fããéãó'dírêtã ênffê profe—SSOres e alunos porque ha artefatos er;
forma de interação tem sido praticada há
milênios. E usada também
em outras situações da vida. Em outras pala eles. Não têm que lidar compessoas, mas Sim com estes artefatos.
aº » «..-“ªo. um...

// educacional e instrucional é não apenas


vras,-o veículo da interação . -uagem escrita, que e um dos artefatos, difere da linguagem falada
bem conhecido como também « suas formas típicas de apresentação e em suas convençoes.
altamente internalizado por todos. E
umªpadrão cultural uniXÉríal.
Isso dá uma sensação de segurança a prof Devíamos reconhecer e admitir que a mudança de ensmo e apren-
essores e alunos. De certa for- ? agem oral para um sistema mediado tecnicamente representa um_
ma, eles sabem o que esperar. O comportamento do prof
essor e o do .mpimento_4 ériohçom a tradição acadêmica. Pe fato, temoslque en:
aluno são inconscientemente governados por
interação pedagógica relativamente fácil.
convenções. Isso torna a í ntar com determinação uma revoluçao que e agravada pe a emer
» Áglunos e' muito mais dirigida a problema
A atenção de professores e , ncia da mídia de informação e comunicação digital. Isso provoca 1n—
_ * m. (neles, do que em problemas dõ'n
s de conteúdos, e concentrada wuietude e uma certa insegurança tanto nos professores quanto] nos
sário processo de interação. E, por dunes e dificulta as coisas. Walter Perry, agora Lord Perrv of Wa ton,
LªM“ ' assim dizer, entendido por si meseces mo, pelo menos na mente da maioria
dos professores e alunos. Esta pode ser - ªrcebeu isso ao lembrar os primeiros anos de expenencra nafºpãn
a razão da ausência de uma pe- niversity britânica. Ele escreveu: ”A nossa ea maneira mas d1 1ç1976e
dagogia espe cial do ensino—éAda aprendizagem acadêrnicosn
d'õãíãi'íéã'ê'de a maioria dos professores univ arnãioria conseguir um diploma já inventada pelo espirito humano ( erry ,
quando são confrontados com uma exigênci
ersitários se oporªa—ela p. 167).
a assim tão irracional. -
Na educação a distância, no entanto,
as coisas são bªrdÉrentes.
As formas típicas e prevalentes de ensino
e aprendizage ' não o falar
e ouvir em situações face a face, mas apre
sentar materigªático im-
presso e usá—lo a fim de adquirir conhecimento Novos comportamentos de aprendizagem e ensmo
. Falar e ouvir são subs—
tituídos por escrever e ler, outro padr
ão cultural que, no
entanto, é rela—
tivamente novo e, certamente, comparat
modo de interagir natural, mas artificial
ivamente difícil. Não e' um Outra prova da diferença fundamental entre educaçao conven—
, que não pode ocorrer sem cional e educação a distância pode ser apresentada se olharmos mais

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OTTO PETERS
A EDUCAÇÃO A DISTANCIA EM TRANSIÇÃO

; de perto o comportamento de aprendizagem e ensin


o que é necessário -nceitos e modelos
na educação a distância.
, Os alunos terna , _, senvolver, se acostumar eaté mesm
ointer—
”& nalizar uma nova abordagem) porque têm que
organizar a aprendiza— Como já mencionado, não há apenas um conceito de educaçãoa
« gem independentemente e têm que assumir para
'! ‘
si muitas responsabi—
lidades que antes eram dos professores. Têmâ istância, mas sim uma variedade deles. Frequentemente tais concdii
úe “ser iã'fivo's'nwão apenas - . são tão sólidos e convincentes que são transformados emlum “(110,1 t);
x
rj ao executar suas tarefas de aprender, mas
1 (ilk/11 r’v- l
também ao interpretar e re— l . que pode ser testado e colocado em pratica. ªlem disso, taist mo L;“.—
fletir criticamente sobre o que estão fazendo quando
aprendem. De ou— ,,. odem cristalizar—se ou mesmo petrificar—se se forem insti uCionb .
tra forma não podem jamais melhorar a aprendiz
jj
agem sem interven— L dos. Consciente ou subconscientemente, certas noçoes e ideias so trc
ção exter na. Se não forem ativos, nada acontecerá
. Adultos que traba— educação a distância criam e dão forma a estas instituiçpes. POiãan oa
lham e que têm família podem prontamente assu
mir a responsabilida— ria útil apresentar um pequeno numero de modelos se eCioInad os, jg
i de, ma_siniiitos/Vãoachar difícil manter—se moti
vados para uma mu— 'ue isso da novos insights de seus fundamentos conceituais. o emoi
w danç
a de tal natureza no comportamento de aprendiz
‘\ l_k agem. A A“ ". lstinguir os seguintes modelos: ,,
( (
Os professores têm que planejar tudo muito cuid
adosamente com ' o modelo da ”preparação para exame , .
.t.: " ' antecedência, porque têm que—construir os artef
atos mencionadosa'ci— º o modelo da educação por correspondenCia;
* Í '“ t “ ma, que têm que ser capazes de realizar as funçõ
es de ensino necessá— * o modelo multimídia (de massa);
., , rias. Mais tarde, no processo, têm que se manter
l ,ª"
informados e ficar to— º o modelo de educação a distância em grupo;
talmente conscientes do que está
acõ'fifecendo no processo ensino-
M aprendizagem, no qual possivelmente milhares º o modelo do aluno autônomo;
vidos. Têm que conseguir dados relevantes
de alunos estão envol— 0 o modelo de ensino a distância baseado na rede; .
sobre o progresso deste º o modelo da sala de aula tecnologicamente estendida.
“ proce sso eªavaliá—lo constantemente. Hoje em dia esper
il a—se que
apre- Desta forma, Várias coisas podem ser conseguidas Simultanea—
sentem parte dos conteúdos, por exemplo,
sob a forma de hipertexto e mente: informar aos leitores sobre algumas ideias fundameâteíis por
; hipermídia. Devem estar motivados e até
ansiosos para ajudar _osalu— º. trás da educação aberta e a distância, despertando o interesse. ei %pr
&) nos a se tornarem; independentes, embo
ra isso seja, de
fato, uma exi- |lguns modelos típicos, e até paradigmaticos, que neg). sao ain ae Seão
(", “gência parªdoxal. Acima de tudo, têm tamb
ém que desenvolver 0 há— conhecidos e remetê-los a univerSidades de ens-mo a istanCia qu
L g. , ' 'ªbito de (efletir sobre o modo especial
como ensinam a distância. É ob— estruturadas a partir destes modelos.
. i ‘f' x”:» vio que isªi'ã'ó 'pode ser feito sem
a total consciência das diferenças
decisivas entre a educação a distância e a educ
ação face a face em sala
de aula.
"' II
Se compreendermos que estas diferenças
existem, podemos en— O modelo da ”preparaçao para exame
tender por que é totalmente inadequado julgar a educ
ação a distância
aplicando os critérios da educação face a
face. No entanto, isso é fre—
quentemente feito.
Este modelo não é discutido na literatura. Muitos profissionais
chegam a negar a existência dele. No entanto, é na verdade utilizado e
representa um certo papel na educação a distanCia tanto historica-

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OTTO PETERS
A EDUCAÇÃO A DISTANCIA EM TRANSIÇÃO

V
a 1821
em ensinar e
U em centros de estudo especiais estão empenhados
os estudantes com competência profissional.

,» O modelo depreparação par


' " m A ,“
a exame foi institucionali
Cloka Un' zado quan— -elo da educação por correspondência
.tl para * ' lVersldade
des defavorecer “_ananeíÉ
a uele -
~ fºi fundªd ' l o XIX
a em meados do s ecu
" Oxford OfCamsbÉidg o podiam se matricular nas Universid a—
” -
e ou amente utiliza-
' >
univerSIdade q ue nªº pºdiam fre u
' Este é de longe o modelo mais antigo e mais ampl
“ f * * "Nººr—ºlªª rio in?”
. , moravam nas colônias_ do Impéq .,“
“fit" qualquer exame” mais o
I, por assim dizer, o modelo de ”preparação para
o regular, apresentando textos didát icos escritos ou impressos,
onal entre a insti-
as, correção e correspondência regular ou ocasi
es e relativamente
lo de ensino e os estudantes. Este modelo é simpl
Enema] De re ,,1 to, porque os te xtos didáticos podem ser
produzidos em massa
, f os exames e receber ” reconhecer que em um
mada d ,, g e . Ha tambem umayer são chinê d º The Regent, s ' 'a prensa tipográfi ca. Devemos entender e
número considerá—
t” . ” e automstrução odo de 150 anos este mo delo desenvolveu um
para a prep _. " a educação a
ario (Song 1999). Mais de
um milh~
— K 33 95“? mºdelº! Chª" , de abordagens pedagógicas específicas típicas para
nhecidas, em outras
trabalham já conse ' tância que não são necessárias, e portanto desco
« :
dirigem ex-
distância desta forma. as de instrução acadêmica. São relevantes porque se
, antes que freq uentam as
. . , . ‘lcitamente a alunos a distância e não a estud
ão e nosso interesse
versidades. No momento, quando nossa atenç
de informação e co-
ão nos tremendos avanços da mídia eletrônica
de ensinar a dis—
unicação, há o perigo de que esta arte em particular
s, seja deixada de lado, ig-
.
e ”pre are tiço - ncia, com suas estratégias e técnicas típica
s. Eles poderi. am argume
, . ntar morada e, finalmente, perdida.
p açao para exame” se
m quaisquer é usado am-
O modelo de educação por correspondênci a ainda
mund ial na info rmat izaç ão da educa-
plamente, apesar do interess e
gran de parte pela s universi-
ção a distância. E utilizado também em
univ ersi dade s multimí—
dades que se orgulham em anunciar que são parte
esen ta uma
dia abertas. Muito frequentemente ele também repr s sis-
gógi co deste
substancial do ensino e da forma até ao núcleo peda
e nada antiquado nos
temas de ensino-aprendizagem. Portanto, é útil ndên—
familiarizar mos com a metodologia da educação por
.
correspo .
.
1 Grau conter"Idº Pºla universid d . . . .. , .
. Uma instituiçao tipica que usa este modelo tem srdo a Unrversrda-
..
" aflllada
institu“lçao eaalunO
ou aprovadªa pela uen~ o esmdou nela
univegsidadz ou est ' cia.
universidade está tentando
de da África do Sul. No momento, esta
.

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OTTO PETERS
A EDUCAÇÃO A DISTANCIA EM TRANSICAO

não ficar para trás de outras univer


sidades aber
tas acrescentando ele- ' ' ade s aber-
ches2 De acordo com eles, os defensores das unrversrd
mentos de modelos mais modernos.
fac
Instituições típicas são também
uldades por correspondência no vinculam a este termo as seguintes expectativas:
Reino Unido, e, por exemplo, a . Barateamento do ensino universitario; t marem parte
Ecole Unioerselle francesa. Elas ass
tância acadêmica. O sistema
entaram as bases da educação a dis— 0 Capacitação de um número maior de pessoas a o
delas está ultrapassado, fora
de moda, na vida cultural; . . . .
coberto de poeira. No entanto, quem
metodologia do ensino a distânci
quer compreender plenamente a ' Alívio das universidades trad1c1onais lotadas,
a terá que est
udar este modelo, por— . Formação de novos grupos de estudantes, . dade ca ªCitando
que ele representa a primeira ger
ação de todo o desenvolvimento ' Apoio a uma maior democratização da some , d pt forma
dessa forma de educação.
mais' _
essoas a estu darem enquanto _ traba lham , es a las e
tornarItJdo o mundo no qual Vivem mais transparente para e ,
capacitando—as a agir autonomamente; d m agada há
' Dar a aprendizagem permanente, que tem Sl” 0 p p
O modelo multimídia (de
massa)
décadas, melhores oportunidades de realizaçao, qualifiquem
º Mais '
' chances e incentiv _
' os para que as . pe ssoas se . rem no
mais de tal forma que estejam capacrtadas a sobrev1ve
Este modelo foi desenvolvido nos , .
anos setenta e oitenta do século mundo do trabalho de ho]e; _ , mb0_
passado. Seu traço mais característico
integrado do rádio e da televisão
é o uso regular e mais ou menos ' Um outro motivo importante nao consta deste cataloglo, eo das
juntamente com material impres
sob a forma de material de curso estr so ra tenha representado um papel significativªl nã fun Íçãantes
uturado pré-preparado, que pode '
universm ' lades aber tas: dar acesso a‘ . umve ' rsi a eI a esf ul. osto
ou não ser a mídia principa
l e dominante, e o apoio mais ou
menos sis— ' ' “ formal para nelas ingres sarem. sso . o p . .
temático aos estudantes por mei
o de centros de estudo. Tomou—se
im- sem ' ' na窺
quªhflªª
em pratica '
Op en Un1versr ty
'_ britanic
' ” ' a e na
, . e1t
a (Herºn-
Odpen. dUniver51t
portante porque ajudou a dar for
ma à estrutura de muitas universi
da- na Holanda, mas nao " em muitos ,outros . pai ses .
ev1 o mmm]—
tes tradições acadêmicas, estrategias de aprendizado c
, designa uma nova era no desenv
da educação a distância, a saber, a seg olvimento mente determinadas e condiçoes socraês, delo em particular
unda geração desta modalidade '
º A Open UniverSi d. ta . &
' ty b ritânica levou es e mo “
fel. ao.
de ensino e aprendizagem acadêmica. ” multimi
de educaçao ' (em massa) a
' ' dia (;
do foram
is a nua a per
Há outra característica important
apoiou o movimento em prol da
e neste modelo. Deu início e Mais de trinta universidades abertas em todo o mun
aprendizagem aberta e universid influenciadas por seus avanços notaveis.
abertas. Estas universidades são ades
abertas não apenas por causa da
ção de novos métodos e mídias. Há ado —
razões mais profundas para se
apoiar esta nova modalidade de
aprendizagem, a saber, motivos
tativas que têm um e ten—
pano de fundo social. O termo ”unive
ta” pode ser interpretado de um mod rsidade aber—
o multidimensional. Van den
Boom e Schlusmans (198 9, p. 6) mostraram estas dimensões
em seu estudo Didactics of Open claramente
Education — Background, Analysis
and 2 A didática da educação aberta — background, análise e abordagens.

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OTTO PETERS
A EDUCAÇÃO A DISTANCIA EM TRANSIÇÃO

O modelo de educação a distânci


a em grupo -delo do aluno autônomo

Este modelo dá espaço para o desenvolvimento da aprendizagem


. «pendente. Seu objetivo é a educação do aluno autônomo, o que é,
-lgogicamente falando, um objetivo ambicioso e exigente mas tam-
ue fr promissor. Os estudantes não apenas organizam a aprendiza-
. , , .mas sim por gru
q equentam classes obrigatorias ond p os d e estu d antes por si mesmos como, por exemplo, no modelo por correspon—
e seguem as explicações de cia ou no modelo multimídia de massa, como também assumem
fas curriculares, são responsáveis pela determinação dos propósi-
e objetivos, pela seleção dos conteúdos, pela decisão de quais es-
tégias e mídias querem empregar e até pela mensuração do êxito
seu aprendizado.
Neste modelo, os professores pararam de apresentar repetida-
.
. . , nte os conteúdos, palestra após palestra ou curso impresso pré-pre—
, . ..
. rado um após o outro. Aqui, a longa tradição de ensino expositivo
; Agou ao fim. Pelo contrário, os professores funcionam como orienta—
,
.. . «-res pessoais e individuais, facilitadores, que se encontram regular—
.
nte com os estudantes mais ou menos uma vez por mês para longas
minuciosas entrevistas. Nestes encontros, os estudantes apresentam,
- scutem e negociam seus objetivos e planos. Os acordos a que chegam
o fixados na forma de um contrato entre o aluno, o professor e a uni-
Versidade. Cada uma das partes promete participar ativamente do pro—
ªi to. O contrato guia e apoia os alunos, que trabalham sozinhos princi-
palmente utilizando as instalações locais de aprendizagem. São enco-
Ihjados a buscar também a ajuda de especialistas locais na área de co-
nhecimento que estão estudando. Na literatura, esta forma de educa-
ção a distância é chamada de “aprendizagem por contrato”. Sua im—
portância aumentará porque a educação a distância para adultos no fu—
turo terá que ser autônoma, ou pelo menos conter elementos da apren-
dizagem autônoma, especialmente no ambiente informatizado de
aprendizagem.
O objetivo pedagógico geral deste modelo é substituir a exposi—
ção de conteúdos para os alunos, encorajando-os a adquiri-los por si
mesmos. Os estudantes devem ser habilitados e capacitados a se torna-

78 79
OTTO PETERS A EDUCAÇÃO A DISTANCIA EM TRANSIÇÃO

rem estudantes autoconscientes, autoconfiantes e autônomos. Isso


me— ha v;
ncia tradicional. Um exemplo que vem provando seu vªlor
rece ser elogiado. No entanto, uma crítica seria que este modelo não é
anos é o curso online ”Master of Distance Education da nivers
realmente um modelo de educação a distância porque não tem a vanta—
aryland University College.
gem de ensinar a um número (muito) grande de alunos. Um professor
conseguirá orientar e apoiar apenas de Vinte a trinta alunos. O Empire
States College trabalha usando este modelo como base.
ente
Modelo de ensino em sala de aula estendido tecnologicam

O modelo de educação a distância baseado na rede ªª


' Este modelo foi desenvolvido nos Estados Unidos e ficou popuà
orgtaniztaêm é
« cipalmente nos últimos dez anos, espeCialmente em
e am .
. mais de um campus. Temos que tratar dele aqui porqu
Este modelo está surgindo no presente como parte da transforma— ue.
mado de ”educação a distância”. O arranjo tipico e como se1ãegi
ção digital do modo como trabalhamos e vivemos. Torna possível tra- faícud a ele;
professor dá aula em uma sala dexaula (ou estudio) da
balhar em um ambiente informatizado de aprendizagem. Esta é uma , .ulas ou instruções são transmitidas para duas ou rnaissa as te afur-
situação de aprendizagem muito conveniente. Os alunos têm acesso renCiaaDes ad?) 0
, meio de cabo, satélite ou sistema de Videoconfe
até aos programas didáticos e aos bancos de dados mais remotos que eixan Sín-
, um único professor pode dar aula para varias turmas,
contém informações relevantes. Podem trabalhar offline ou online. Po- çao ao vnffo endo
- esso mais econômico. A vantagem e que e mstru
dem usar CD—ROMs com cursos de educação a distância sob a forma de gem aze
«na. Desmond Keegan (1995, p. 108) resume esta vanta
hipertexto ou apenas com bancos de dados a serem utilizados enquan— “ Cia '
' como ” eª ]
i tância
w—
rência a esta forma de teleconferen
to estudando um assunto (sistemas especialistas). Podem participar de
seminários, workshops, reuniões com tutores e com orientadores, gru— s em ehdlfl-
aáãrcâo'esta modalidade diferente e, para os especialista
pos de estudo ou grupos para realização de projetos, todos Virtuais, e a existir ? Eugene Rubin (19197 ),chíie
? ão a distância, estranha veio
bater papo com seus colegas. A maior vantagem pedagógica, no entan- of Mary an rind-
. Instituto de Educação a Distância da University
to, é que os alunos são desafiados a desenvolverem novas formas de basãia noITpOdelO
rsity College, dá as seguintes razões. Este modelo se
aprendizagem, buscando, encontrando, adquirindo, avaliando, jul— d 1 usa—
0 da sala de aula estendida. Pressupoe—se que o .me or
gando, modificando, armazenando, manuseando e recuperando infor— mo e o
ra se ensinar ou para se fazer um curso univerSitarioeo
mação quando necessário. Têm a chance de aprender fazendo suas rSidade
_. nas universidades tradicionais.__Em quase todas as unive
próprias descobertas e serem introduzidos à aprendizagem fazendo na fredntíldre
pesquisa.
lr($$—Estados Unidos isso significa que um palestrante fica
aula varia data“—
grupo de estudantes. O que acontece nas salas de
Este modelo é certamente complexo e exigente. Mas é promissor real. O egsinoea or egta
.o a curso, mas é sempre interativo e em tempo
porque disponibiliza novas dimensões de empenho pedagógico na ~e (ãecªivog.
da que se baseia em teleconferênCiatenta limitar este lit/1,0
educação a distância. Por enquanto, podemos perceber que a função temp o rea sao
razão os critérios "grupo", ”interaçao e
do computador e do ensino e da aprendizagem baseados na rede terá çao
Rubin que também está familiarizado com sistemas de educa
que ser diferente da função da educação convencional e da educação a e as desvanta-
. distância que existem fora dos Estados Unidos, admit

80 81
OTTO PETERS A EDUCAÇÃO A DISTANCIA EM TRANSIÇÃO

mais integra—)
gens deste modelo. Não é tão eficiente quanto normalmente se espera 'cialmente na Austrália. No entanto, os experimentos
restr ingem ]a lml ar (
do ensino a distância, porque o tamanho das turmas que podem ser eo— tes e pedagogicamente úteis não são os que se
aân c:]
nectadas, e o número delas, é limitado. A eficiência aqui tem a ver ape— lno em sala de aula, mas aqueles que deliberadamente clobocl
0 a ec
nas com não haver um palestrante em cada uma das salas conectadas. Mica funções individuais e particulares em um Sistema g
Não é possível sequer falar simplesmente de ensino em sala de aula es— o a distância onlinel '
tendida porque Os alunos nas salas de aula conectadas frequentemente
têm a sensação de estarem alienados da sala de aula principal. As pa-
lestras frequentemente são mortalmente chatas. Os palestrantes—preci—
sam de treinamento e experiência especiais. odelos híbridos
O que há de tão atraente nesta situação? Por que é tão popular?
Basicamente, os professores são provavelmente atraídos por este méto-
lªã
_do de dar aula porque parece_gnão_.d_if_erir do método usado em univer— A quais destes modelos devemos dar preferência??? dkepã
mCl Ao “ac g dos
sidad—esª tra 1c10nals. ão exigeªum processo cansativo de reajuste, fatores econômicos e de infraestrutura, mas tambe
osueando
nemªíomvimentos que tomem muito tempo. Os aspectos ltural, das tradições de ensino e. aprendigagem aca .emàco
de infor maçao e cogiqniccaiça qm não
negativos são o esforço técnico considerável e o investimento substan- |vanços das mídias tecnológicas
an ,1ªtum,)-
cial de capital necessário para este modelo (cf. Bates 2000, p. 23), que a criação do novo sistema de educaçao aberta a 'IS
e cer ue a
serve apenaspara estender seu alcance. Mas a extensão é conseguida encionarmos a importância das politicas educacronais
nos eseqãíeferercr]1 dos
apenas em um grau minimo e quando se abre mão de vantagens im— mais. Qualquer que seja a decisão, nao devemos
qu d mudangas
portantes dos modelos dois e três. Perdemos a independência quanto .ducação a distância é sui generis e exrfge abordagens
nesta (Jara e OSSível
aos locais e horários de aprender, tão valiosos para alunos adultos que formatos tradicionais de educação. Alem disso,
uma Pªle “(Sin
trabalham, a possibilidade de educação em massa por meio de econo— constantes, devemos ter sempre em mente o modelo e
u a ão a
mia de escala, os cursos de alta qualidade cuidadosamente planejados universidade do futuro quando desenvolvermos novos. cursq
dnar educcusçsões
e pré—preparados, a escolha dos melhores especialistas para redigir os no a distância. A universidade do futuro tera que combi
nte infor matiã a (ãe ªâªdêmico
cursos, e a oportunidade indubitável de atender aos que carecem de distância, aprendizagem em um ambie
9555315555-
atendimento fora da universidade. Estas deficiências são o motivo de em 1 a eiaustivas face a face em espaços de apreâi isa
fg pizçlenivemídàãe
Sir John Daniel ter atacado o defensor deste modelo, ”examinando com reais qúépermitam que os estudantes partrcrpemzz
).
dureza o erro de tentar ensinar às massas via satélite e Videoconferên— êldªelcriação do conhecimento (cf. Peters 2001, p,
.
universidade de Várias idade
4 —"
modal , . a)
_, s e a educaçao
cia” (Eisenstadt e Vincent 1998b, p. 28). Na verdade, ele rejeita esta do futuro será uma “___“.
nto basrc<
”abordagem a aprendizagem a distância que envolve ensinar a grupos distância será um elemento proeminente, se nao o eleme
corpp1 dds fªir;
em salas de aula distantes por meio de Videoconferências” (Daniel dela. Isso não se aplica apenas à transmissãolpara ucrin
alprenossg Eda-
1998b, p. 28) e recomenda em seu lugar conferência por computador dantes dispersos, mas principalmente aos metodos . e
pela rede. os pode m estim u ar iados
autônoma, autodirigida. Os sete model
1nstru c1onai s aprop r ..
A despeito de todo o ceticismo quanto a este modelo especial de tividade quando planejarmos sistemas
ensino a distância, não podemos ignorar sua relevância na educação
superior nos Estados Unidos e sua gradual difusão por todo o mundo,

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