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FACULDADE MACIÇO DE BATURITÉ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM

PEDAGOGIA

Maria Alexandra Saldanha Pinheiro da Silva

OS BENEFÍCIOS DAS BRINCADEIRAS


PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

1
FACULDADE MACIÇO DE BATURITÉ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM

PEDAGOGIA

OS BENEFÍCIOS DAS BRINCADEIRAS


PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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FACULDADE MACIÇO DE BATURITÉ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM

PEDAGOGIA

OS BENEFÍCIOS DAS BRINCADEIRAS


PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Pedagogia da Faculdade do Maciço

de Baturité - FMB como requisito parcial à

obtenção do título de licenciatura em

Pedagogia.

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FACULDADE MACIÇO DE BATURITÉ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM

PEDAGOGIA

OS BENEFÍCIOS DAS BRINCADEIRAS


PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Pedagogia da Faculdade do Maciço

de Baturité - FMB como requisito parcial à

obtenção do título de licenciatura em

Pedagogia.

Aprovada em: / /

BANCA EXAMINADORA

Professora (Mestre)

(Maria de Fátima Martins Sales)

Prof. (Especialista)
(Marta Valesca) FMB

Prof. (titulação)
(Nome do membro da banca) FMB

4
Maria Alexandra Saldanha Pinheiro da Silva
Lúcia Helena Gonçalves Martins

RESUMO
As brincadeiras são importantes por fazerem parte do mundo das crianças e por
proporcionarem o desenvolvimento intelectual. O presente trabalho aborda o tema do
lúdico na Educação infantil de forma clara e objetiva, através de informações obtidas
através de fontes bibliográficas. O objetivo deste trabalho foi investigar os benefícios das
brincadeiras durante o período da educação infantil para o desenvolvimento
socioemocional, motor e intelectual da criança, apontando o brincar como algo
indispensável para o amadurecimento das ações e pensamentos. Foi desenvolvida uma
pesquisa bibliográfica nessa perspectiva para fundamentar de forma teórica, tendo em vista
que a Educação Infantil é uma etapa indispensável, na qual a criança descobre e cria seu
próprio mundo, onde o brincar é parte essencial para o desenvolvimento da identidade e da
autonomia da criança.
Palavras-Chaves: Educação Infantil. Brincadeiras. Desenvolvimento.

5
ABSTRACT

Play is important because it is part of children's world and provides intellectual


development. This work addresses the theme of play in early childhood education
in a clear and objective way, through information obtained from bibliographic
sources. The objective of this work was to investigate the benefits of playing during
the period of early childhood education for the child's socio-emotional, motor and
intellectual development, pointing out playing as something essential for the
maturation of actions and thoughts. A bibliographical research was developed from
this perspective to provide a theoretical basis, considering that Early Childhood
Education is an indispensable stage, in which the child discovers and creates their
own world, where playing is an essential part for the development of identity and
autonomy. of child.

Keywords: Early Childhood Education. Jokes. Development.


:

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 08

2. O BRINCAR NA INFÂNCIA: AUTONOMIA E PROTAGONISMO...........................12

3. AS CONTRIBUIÇÕES DO BRINCAR PARA O DESEMVOLVIMENTO.................13

4. CONTRIBUIÇÕES DOS JOGOS SEGUNDO A TEORIA DE KISHIMOTO............16

5. METODOLOGIA......................................................................................................17

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 17

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 18

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 20
1 INTRODUÇÃO

Não tem como discorrer sobre criança e ou infância sem arremeter as brincadeiras
ou ao ato de brincar, pois ambas pode-se dizer que estão intrinsicamente ligadas. A criança
desde a sua mais tenra fase de desenvolvimento faz uso das brincadeiras para sentir-se
integrada ao meio aonde encontra-se inserida, é por meio do brincar que ela interage com o
outro, explora objetos, buscar responder seus próprios questionamentos, sobre si e também
sobre os outros, ao tentar engajar-se a sua comunidade socializadora ela usa as brincadeiras
para compreender o mundo e a realidade de um modo geral ou até mesmo por partes, a
criança de um certa maneira já nasce com uma natureza de explorador com uma sede de
descobrir, aprender, e compreender como tudo a sua volta funciona. Sendo assim a forma
que ela mais se sente habilitada é através das brincadeiras, juntamente em pequenos grupos
ou individualmente, e podendo assim fazer uso de suas habilidades adquiridas no decorrer
da sua evolução, sendo assim possível compreender que a melhor forma que cada criança
encontra para se sentir ligada ao seu meio é por intermédio do brincar.
E conforme as falas de Oliveira (2013) vem ressaltar o quão formidável é para
o desenvolvimento da criança de um modo amplo as brincadeiras, a autores discorre que:
A brincadeira aflora a criatividade, fazendo com que a criança não tenha
medo da imposição do adulto. E somente brincando a criança viaja em um
mundo de ilusão, sendo ela mesma o autor, pois na brincadeira se cria
novos fatos, ambientes, sentido consegue-se representar, cantar, dançar,
tudo por intervenção da sua criatividade na brincadeira (OLIVEIRA, 2013,
p. 4)

É compreendido então nas falas da autora acima, que as brincadeiras dão as


crianças voz e vez, além da coragem de desafiar a si e ao outro, faz com que cada indivíduo
esteja apito a agir, pensar e comunicar-se em qualquer dialética e seja em qualquer faixa
etária em que esteja, a capacidade de expor seus anseio e suas reais necessidades inerentes
a cada uma de suas fases de crescimento, além de contribuir em aprendizagens essenciais
que os beneficiam seja em qual for a área que cada sujeito busque se engajar ou executar.
Para Winnicott (1982) o que mais importa é que:

A criança adquire experiência brincando. As experiências tanto externas


como internas podem ser férteis para o adulto, mas para a criança essa
riqueza encontra-se principalmente na brincadeira e na fantasia. Tal como
as personagens dos adultos se desenvolvem através de suas experiências da
vida, assim as das crianças evoluem por intermédio de suas próprias
brincadeiras feitas por outras crianças e por adultos. Ao enriquecerem-se,
as crianças ampliam gradualmente suas capacidades de exagerar a riqueza
do mundo externamente real. A criança é a prova evidente e constante da
capacidade criadora, que quer dizer vivência. (WINNICOTT, 1982, p.
163).

Ou seja o que se pode entender nas alegações de Winnicott (1982) é que as


experiências que as crianças absorvem nos momentos das brincadeiras tornam-se bem mais
valorosas do que se fossem repassadas de qualquer jeito pelo adulto, enquanto as ações no
ato de brincar para o adulto é somente uma brincadeira sem qualquer importância para a
criança o brincar torna-se um pequeno ensaio para o que é real no seu cotidiano e desta
forma o uso de estratégias angariadas nas brincadeiras poderão assim contribuir e
complementa para o seu desenvolvimento pleno conforme a sociedade espera de todo e
qualquer indivíduo.
Na educação infantil que é a etapa inicial em que a criança ingressa em um
novo mundo e por assim dizer um outro grupo socializador, a sua natureza brincante
continua sendo a sua maior e melhor ferramenta usada, para que assim consiga absorver
novos conhecimentos diferente daqueles que foram aprendidos no seio familiar. Essa etapa
(Ed. Infantil), é vista e dada bem mais ênfase nos dias atuais e que muitos especialista
sobre infância e sobre educação reforçam como sendo a mais importante para a evolução
integral da criança, sendo por meio da educação infantil que novas habilidades são
acrescentas aquelas apreendidas no grupo familiar.
O olhar da criança vai tornando-se ainda mais amplo e ao mesmo tempo
refinado para um mundo de descobertas e de diferentes conhecimentos que vão moldando
tanto seu intelecto quanto e ou seu caráter, é também na educação infantil que a descoberta
de sua individualidade e a autonomia são alcançadas, a descoberta de sua identidade e
personalidade, vem juntamente com a necessidade de querer fazer parte de um grupo no
qual sinta-se acolhido e se encaixe bem.
Sendo de certo modo a função das instituições de ensino infantil assumir e
trazer vias e recursos adequados e atualizados para que a criança ao inserir-se no ambiente
educacional ofertado pela escola não sinta-se como um ser intruso ou como um frágil
passarinho que acabou de sair do ninho e está aprendendo a voar, o papel das escola de
educação infantil em meio ao desenvolvimento educacional e integral da criança vem com
uma importante missão e responsabilidade de capacitar as pequenas mentes ainda em
processo de maturação intelectual e cognitiva a se fazerem entender qual é a sua função em
meio a sociedade, além é claro de conduzi-las a buscar transformar o seu espaço de acordo
com as suas reais necessidades, mas sempre pensado também no outro, existindo assim
uma genuína necessidade das instituições educacionais infantis e dos adultos que a
compõem fazer uma reflexão.
Como busca a autora Friedmann (2012), apontar quando diz que:
Pensar em trazer o brincar como protagonista da escola é um avanço para a
educação, porque assim tomamos consciência da importância que ele tem para o
desenvolvimento integral das crianças, descobrindo nele um meio de conhecê-las
9
mais profundamente, a fim de adequar propostas lúdicas e preservar suas
culturas. (FRIEDMANN, 2012, pág.162)

As brincadeiras estão para as crianças como a escola está para o


desenvolvimento da educação formativa ou formadora, que busca trazer e fazer do
aprendizado integral de todo e qualquer cidadão que nela (escola) adentrar um
complemento em sua transformação cidadã, e que por mais complexo possa parecer um
indivíduo em suas primeiras fases de crescimento, a sua capacidade de evolução e de
adaptação sempre estarão presentes, e as brincadeiras sejam elas: simples, complexas, em
grupos ou individuais, de movimento ou não, sempre podem beneficiar habilidades
ainda não alcançadas por esses indivíduos ainda bem pequenos.

As brincadeiras aos olhos das criança é bem mais que momentos de diversão,
são ações que trazem sim um conjunto de sensações como: alegria, euforia, empatia e até
mesmo descontentamentos com algo que não saiu bem no momento do brincar, porem
todas essas reações e sentimentos contribuem para que a criança consiga aprender sobre
suas próprias ações e emoções além de contribuir significativamente para a maturação
cerebral e corporal delas (crianças), o conhecimento embutido no ato do brincar aos olhos
das crianças tem um valor inestimável que a faz querer sempre aprender sobre qualquer
coisa que a beneficie por completo.
Como relata Velasco (1996) quando diz que:
Brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou intelectuais.
Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular, e até mesmo de desenvolver
as capacidades inatas podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo.
Já quando brinca a vontade tem maiores possibilidades de se tornar um adulto
equilibrado, consciente e afetuoso. (VELASCO, 1996, p. 78)

Sendo assim trazendo essa prerrogativa de que a natureza pura, investigadora e


singela das crianças adquirem conhecimentos que os beneficiam ao longo de todo o seu
desenvolvimento por meio da simplicidade do ato de brincar, é que então se buscou fazer a
abordagem do tema que será explanado durante todo o processo de estruturação deste
projeto, que ao mesmo tempo busca discorre e firma que são vastos os benefícios das
brincadeiras para a aprendizagem das crianças em sua fase inicial da educação infantil,
além de se fazer necessário que toda é qualquer pratica pedagógica ou metodológica
utilizada nas instituições de ensino infantil, sejam alicerçadas com uma boa dosagem de
atividades e ou ações brincantes para as turmas de educação infantil, e mesmo que o
trabalho com a primeira infância possa transparecer desafiadora para os profissionais que
trabalham com crianças bem pequenas, estes tenham a capacidade de desenvolver
estratégias direcionada, bem estruturadas e que acima de tudo tenham o respeito para com a
criança que ainda está passando por inúmeros processos tanto corpóreo, quanto emocional
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e intelectual.
A seguinte pesquisa busca responder de que modo as brincadeiras podem vir a
beneficiar a aprendizagem das crianças na educação infantil? Os objetivos gerais da
pesquisa foram ressaltar que as brincadeiras beneficiam tanto o desenvolvimento físico e
intelectual das crianças quanto colaboram para que ela aprendam todo e qualquer conteúdo
desenvolvido e abordado em sala de aula na educação infantil.

O BRINCAR NA INFÂNCIA: AUTONOMIA E PROTAGONISMO

As brincadeiras na infância moldam cada criança em independente de qual fase


a mesma esteja, sendo assim como visa a autora Friedmann (2012), ressalta em sua obra:
“O Brincar na Educação Infantil; Observação Adequação e Inclusão”, Friedmann (2012)
busca trazer observações para o meio educacional e que até mesmo são pertinentes ao que
desrespeita ao protagonismos e a real necessidade e importância atribuída as brincadeiras
nas instituições de ensino infantil, a autora ainda enfatiza que por meio das adequações
ligadas as brincadeiras as metodologias e as práticas educacionais tornam-se enriquecedor
o conhecimento transferido pelo educador, do mesmo modo que o conhecido e renomado
Psicanalista Infantil Winnicott (1982), em meio as páginas de seu livro intitulado “A
criança e o Seu Mundo”, a criança conquista experiências, serão levadas ao longo de toda a
sua formação, que a pesar dos adultos não acharem que as brincadeiras não tenha qualquer
importância, mas que na visão da criança é algo totalmente diferente, no brincar mesmo
que seja em meio ao mundo imaginativo delas (crianças), o conhecimento de mundo e de si
mesma está incorporado, que o brincar as levam a perceber que fazem parte do meio social
no qual ela pode expressar seus desejos e anseios quando necessários, as reposta ao seus
questionamentos podem ser respondidas enquanto brincam.
Em sua publicação que traz como título “O Faz de Conta e o Desenvolvimento
Infantil”, a especialista Oliveira (2013), destaca que enquanto brincam as crianças sentem-
se livre, e até mesmo sentem-se emponderadas a ponte de desafiar-se e desafia os adultos
que as impõem regras e ou limites, tais ações não precisam ser vistas por adultos e nem
muito menos pelas instituições de ensino e os educadores como algo ruim, pelo contrário, é
a partir desses momentos em que a criança está fazendo uso de sua personalidade no ato do
brincar, o que adulto e instituições educacionais devem fazer é conduzir as crianças por
vias serenas seguras e de fácil compreensão para elas, trazer o conhecimento por meio do
brincar seja uma aprendizagem formal ou informal sempre será bem mais aceita pelas

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crianças, pois seu imaginário envolto a momento lúdicos, permitem que crianças e adultos
se conectem entre si, ocasionando assim um maior e melhor interação e troca mutua de
aprendizado entre a criança e outros indivíduos sejam eles adultos e ou crianças.
Para Velasco (1996), as brincadeiras trazem benéficos que vão ainda mais
além do desenvolvimento e da maturação cerebral das crianças, brincadeiras que as
conduzem e ultrapassa questões psicomotoras como a autora discorre em sua obra
“Brincar: o despertar Psicomotor”, quando bem trabalhadas na educação infantil fazem
com que crianças pequenas evoluam e alcancem seus objetivos em cada momento que
esteja passando, ou seja para cada fase e faixa etária em que a criança possa estar, o
brincar e as brincadeiras podem ser selecionadas, e conduzidas com maior naturalidade
e simplicidade, e de acordo com as reais necessidades que a criança precisa, todavia as
instituições de educação infantil precisam conduzir o trabalho com as brincadeiras
pensando sempre no bem estar, e na formação integral de cada criança de maneira
individualizada, mas ao mesmo tempo fazendo um trabalho pensando na formação de cada
indivíduo para o convívio pleno e em sociedade do uma maneira em geral.

AS CONTRIBUIÇÕES DO BRINCAR PARA O DESENVOLVIMENTO

Durante o desenvolvimento intelectual e social a criança passa por varias


etapas, e como podemos perceber o brincar é uma delas, através do brincar a criança
amadurece suas ideias e consegue perceber o mundo no qual está inserida, construindo
assim sua própria personalidade sem a intervenção de um adulto. “Brincar é muito
importante, pois enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também
ensina, sem que ela perceba, os hábitos necessários ao seu crescimento” (BETTELHEIM,
apud MALUF, 2003, p.19).
Piaget analisou e estabeleceu relações entre o jogo e o desenvolvimento
intelectual. Segundo Piaget (1975), a prática lúdica valoriza o desenvolvimento infantil,
pois as atividades lúdicas proporcionam a imaginário, a aquisição de regras e a apropriação
do conhecimento. “Para o autor, ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o
nível de seus estágios
cognitivos e constrói conhecimentos” (KISHIMOTO,2008, p.32).
Segundo os estudos de Piaget, existem três tipos de estruturas que caracterizam
o jogo infantil e fundamenta a classificação por ele proposta: -Jogos de exercício: são as
atividades lúdicas para as criança de 0 anos até o aparecimento da linguagem, ou seja, no
período sensório-motor. São atividades (jogos sonoros, visuais, olfativos, gustativos,
motores e de manipulação) caracterizam-se pela repetição de gestos e de movimentos
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simples e têm valor exploratório. -Jogos simbólicos: São jogos de ficção e imitação, que
compreende a idade dos 2 aos 7 anos aproximadamente. Por meio de atividades do faz-de-
conta, a criança realiza sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angústias,
aliviando tensões e frustrações. Destacam-se os jogos de papéis, faz-de-conta e
representação. -Jogos de regras: são desempenhados por crianças a partir dos 7 anos de
idade. A regra é o elemento básico deste tipo de jogo. Há dois tipos de regras nesse jogo:
contratual e momentânea, propostas pelas próprias crianças que surge da organização
coletiva das atividades lúdicas e são indispensáveis para o desenvolvimento moral,
cognitivo, social, político e emocional.
Para Piaget, o jogo apresenta contribuições para o desenvolvimento cognitivo,
oferecendo o acesso a mais informações e tornando mais rico o conteúdo. O jogo infantil
propicia a exercício do intelecto, utilizando a análise, a observação, a atenção, a
imaginação, o vocabulário, a linguagem e outras dimensões próprias do ser humano. Piaget
demonstrou que as atividades lúdicas conscientizam, sensibilizam e socializam, destacando
a importância de aplicá- las nas diferentes fases da aprendizagem escolar.

Na perspectiva Vygotsky, o brinquedo tem intrínseca relação com o


desenvolvimento infantil, especialmente na idade pré-escolar. Embora os autores não o
considerem como o único aspecto predominante na infância, é o brinquedo que
proporciona o maior avanço na capacidade cognitiva da criança. É por meio do brinquedo
que a criança se apropria do mundo real, domina conhecimentos, se relaciona e se integra
culturalmente.
Vygotsky (1994) atribui importante papel ao ato de brincar na formação do
pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança desenvolve seu estado cognitivo,
visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de compreende e aprende a entrar em uma relação
cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.
Para Vygotsky (1998) o sujeito se constitui nas relações com os outros, por
meio de atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas
e semióticas. Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição privilegiada
para a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de
que ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis. Ainda, o autor refere-se à
brincadeira como uma maneira de expressão e apropriação do mundo das relações, das
atividades e dos papéis dos adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se
de novos conhecimentos surge, nas crianças, através do brincar. A criança por intermédio
da brincadeira, das atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes

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situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados
e atitudes.
A atuação do adulto precisa ser o de ofertar e estimular a criança a brincar,
dando a mesma as condições necessárias para expressarem suas criações, emoções, medos
e alegrias. Algumas escolas já dão este incentivo à criança oferecendo métodos didáticos
diferentes, incluindo o brincar como um método de ensino aprendizagem que dá a criança o
livre arbítrio de querer aprender, além de ser uma forma prazerosa de aprender também é
uma forma prazerosa de ensinar, usando o brincar em sala de aula o professor pode
perceber na criança uma vontade maior de querer aprender e de se relacionar. Brincando a
criança se tornar um ser capaz.

Se observamos as ações de uma criança que brinca e de uma criança que


não costuma brincar irá notar que aquela que brinca e participa de atividades recreativas,
tem um comportamento mais maduro que as demais, também conseguem se relacionar de
maneira espontânea demonstrando muita segurança no que faz e no que fala, além de ter
sempre a curiosidade em descobrir algo novo, tornando-se um ser capaz de controlar suas
atitudes dentro do contexto social.

Zanluchi (2005, p. 89) corrobora que “Quando brinca, a criança prepara-se a


vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e
social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas.” Assim
podemos afirmar que parte do desenvolvimento infantil depende das condições de infância
oferecida as mesmas, onde o brincar é o ponto de partida para que a criança tenha uma
educação voltada para uma aprendizagem satisfatória que facilita não só a vida da criança
mais também das pessoas que fazem parte e são responsáveis por sua educação. Quando
damos as crianças a liberdade de aprender e ao mesmo tempo a liberdade de brincar,
estamos facilitando sua aprendizagem e desenvolvimento, permitindo que a mesma se sita
mais incentivada a aprender. Desse modo é preciso da mais incentivo as brincadeiras tanto
no ambiente escolar como no familiar.

CONTRIBUIÇÕES DOS JOGOS SEGUNDA A TEORIA DE KISHIMOTO

Segundo Kishimoto (2002) a brincadeira e os jogos foram criados para


atribuir no espaço onde a função do brincar garante o reconhecimento da importância que
favorece a brincadeira no meio da aprendizagem, como uma forma de desenvolver a
imaginação e a vivência das relações, através dos brinquedos. No entanto o brincar deve está

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ligado à proposta pedagógica e não ser considerado um espaço isolado para a brincadeira.
A brincadeira deve ser uma atividade essencial e integrada em uma proposta de
ensino, que incorpora o lúdico como eixo do trabalho infantil. Este autor acrescenta ainda
que, quando uma situação lúdica é verdadeiramente criada por um adulto para estimular
algum tipo de aprendizagem, surge uma enorme extensão no que diz a dimensão educativa.
Porém, o jogo diminui na sua construção do conhecimento, muitas vezes o jogo e
simplesmente um jogo, e não uma área de conhecimento, já a ludicidade motiva cada
criança. Portanto, o brincar apresenta a dimensão lúdica e dimensão educativa.
Para Kishimoto (2007) afirma que, quando uma brincadeira é escolhida pela
criança, ela pode naturalmente proporcionar o prazer ou desprazer e com isso trazer várias
formas de conhecimento e poder interagir com o mundo. Já a brincadeira direcionada pelo
educador, com a intenção de construir seu conhecimento e compreender o mundo em que
está inserida. Tem uma grande mudança, pois ali existe um objetivo explicito onde o
mesmo pretende alcançar seu objetivo, com a suposta brincadeira.
Ainda nesse contexto estudado de Kishimoto (2007), atento para o fato de que
o jogo atribui na aprendizagem da criança, o jog tem suas significações. Tais regras que
permitem diferenciar cada jogo, a ludicidade, ou seja, quando a criança joga, está
executando as regras do jogo e, dessa forma a criança está desenvolvendo seu potencial
através do jogo, que não deixa de ser uma atividade.

A brincadeira contribui no campo educacional como meio de aprendizagem na


educação infantil, segundo Kishimoto (2007) a brincadeira é uma prática onde a criança
desempenha e concretiza as regras do jogo, executando a ação lúdica. Podendo dizer que o
lúdico é uma ação. Sendo assim, brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a
criança, ajudando melhorar seu desenvolvimento educacional.
Já na discussão de BRUNER, 1983 apud KISHIMOTO, 2007, p. 33, traz
sua observação relevante sobre brincadeiras feita por CHOMOS (2007, p.83).
[...] brincadeiras infantis como a brincadeira de vendar os olhos com
um pano estimulam a criatividade, mas na Concepção de Chomsky faz a
descoberta das regras e colabora com a aquisição da linguagem. E
ajuda na que se desenrola nas brincadeiras que dá significado as
coisas que permite à criança decodificar objetos e aprende a falar.

KISHIMOTO (2007) explica que, o jogo é um meio, que favorece no


desenvolvimento e na inteligência facilitando o entendimento da criança. Assim a forma
lúdica de ensinar, ajuda exatamente no cognitivo, na interação facilitando o aprendizado na
prática de jogos e brincadeiras de forma espontânea de aprender, como meio de recreação.

15
Portanto, essa brincadeira é visto como momento prazeroso para as crianças, dando-lhe a
criança o jogo como meio propicio no conhecimento da criança.

METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, que é a


busca de uma problematização de um projeto de pesquisa a partir de referencias publicadas,
analisando e discutindo as contribuições culturais e cientificas. Segundo Lakatos e Marconi
(1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de
toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisados, em livros, revistas,
jornais, boletins, monografias, teses, dissertações, material cartográfico, com o objetivo de
colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo.

A pesquisa bibliográfica constitui uma excelente técnica para fornecer


aopesquisador a bagagem teórica, de conhecimento, e o treinamento cientifico que habilitam
a produção de trabalhos originais e pertinentes. Isso porque ela tem por objetivo conhecer as
diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema, dando suporte a
todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema,
na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da
justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final.

RESULTADO E DISCUSSÃO

De acordo com as respostas da educadora por meio da entrevista escrita e


gravada, conceitua interações e brincadeiras como sendo “fundamentais para o processo de
ensino/aprendizagem na educação infantil”, bem como, aponta o “desenvolvimento nas
áreas afetiva, cognitiva e motora dos educandos” como benefícios provenientes das
interações e brincadeiras para os alunos do Pré-Escolar. Para Vigotsky (1998), apud, Silva e
Müller (2014, p. 243), “as pessoas não nascem como um copo vazio, elas são formadas de
acordo com as experiências às quais são submetidas”.

Quanto à existência de profissional específico para o desenvolvimento de


atividades e práticas pedagógicas ligadas as interações e brincadeiras com as crianças, a
educadora informou que infelizmente não há esse profissional na escola, apenas as próprias
educadoras é que preenchem esse papel. Sobre a existência de olhar e práticas pedagógicas
nos momentos recreativos, bem como as atividades adotadas e desenvolvidas nesses

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momentos, informou que não há um olhar pedagógico, que as brincadeiras são livres e
apenas supervisionadas. Disse ainda que em sala, há um horário reservado para brincadeiras
de roda, dramatizações, músicas, já no recreio as brincadeiras são livres e não há orientação.
Almeida (2007), apud, Silva e Müller (2014, p. 248) diz que:

[...] o ato de brincar (jogar, participar) é que revela o conteúdo


do brinquedo. A criança, ao puxar alguma coisa, torna-se um
cavalo; ao brincar com areia, torna-se padeiro; ao esconder-se,
torna-se guarda. Nada é mais adequada a criança que associar
em suas construções os materiais mais heterogêneos: pedras,
bolinhas, papéis e madeiras [...].
Nota-se que as brincadeiras livres, ou mesmo, o ato de brincar como diz a autora,
possibilita a criança incontáveis formas de se divertir usando um dom muito importante e
essencial para a fase em que se encontra: ser criança.

Perguntada sobre possíveis dificuldades para a realização de atividades lúdicas por


meio de interações e brincadeiras, a professora respondeu que há sim dificuldades, dentre
elas a “falta de interesse de alguns alunos, sala superlotada, falta de material para atividades
lúdicas, etc”. Tizuko Kishimoto, apud, Moruzzi (2014, p. 24) diz que a, “[...] formação do
educador lúdico, amplia nosso olhar para as representações do brincar na realidade
brasileira, traz o folclore, as brincadeiras de rua, os brinquedos produzidos por crianças nos
fazem olhar para os personagens folclóricos brasileiros [...].

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O brincar como se pode perceber é algo que já nasce com a criança, não
podemos falar de brincar sem citar a criança como sujeito de Direitos, o brincar é um
Direito e a brincadeira faz da criança um ser capaz de descobrir o mundo de maneira
espontânea, além de despertar nas mesmas a autoconfiança, possibilidade de fala,
socialização e autonomia diante dos desafios de cada atividade recreativa.
A Educação Infantil é uma importante fase para a aprendizagem, já que a
mesma serve de base para um bom aprendizado, pois nesse momento que são
desenvolvidas as capacidades motoras, afetivas, sociais e culturais das crianças,
preparando-as para enfrentar um novo ciclo da educação.

Diante disso, entender a função do brincar no processo educativo é conduzir a


criança, ludicamente, para as suas descobertas cognitivas, afetivas, de relação interpessoal
e de inserção social, já que a brincadeira leva a criança ao conhecimento da língua oral,
escrita e da matemática.

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A interação também é algo possibilitado a criança através do brincar, onde são
oferecidos meios que permitem que a mesma conheça e exponha novas ideias e
pensamentos e é nesta simples troca que a criança passa a se relacionar com uma maior
facilidade com as pessoas e com o ambiente no qual esta inserida.
Assim sendo, o brincar oportuniza a criança investigar e criar sempre coisas
novas,cada atividade pedagógica possui novas regras que tornam-se métodos educativos
que ajudam na evolução dos pensamentos desenvolvidos na infância. É preciso que pais e
Educadores saibam oferecer as crianças ambientes apropriados para que as mesmas possam
criar atividades recreativas que permitem que elas se sintam seguras e protegidas. Por que
tanto as atividades realizadas em casa como as realizadas no ambiente escolar são
indispensáveis para o desenvolvimento intelectual e social da criança sabendo que o
brincar livre faz com que a criança seja seu próprio orientador ela sozinha consegue
explorar o meio em que se encontra. Enquanto no brincar dirigida a criança terá sempre
alguém orientando-o em todas as situações.
O brincar tem papel fundamental no desenvolvimento da criança, pois é ele
que faz com que a criança desenvolva seus sentidos e suas coordenações. Brincando a
criança se torna um ser mais sociável, pois adquiri uma confiança capaz de manifestar na
mesmas atitudes que as torna responsável por sua própria personalidade. A criança através
das brincadeiras desenvolve cada vez mais sua capacidade de imaginar, criar, entender e
viver diferentes situações no cotidiano, porque ela se torna mais madura e segura no que
faz e no que fala.

REFERÊNCIAS

FRIEDMANN, Adriana. O Brincar na Educação Infantil: Observação, Adequação e


Inclusão. São Paulo: editora Moderna, 2012.

KISHIMOTO, Tisuko M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 11ª ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez, 2002

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