Didática e Legislação FGV

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DIDÁTICA E LEGISLAÇÃO FGV

BNCC

COMPETÊNCIAS GERIAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA:

São 10:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o


mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a
criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às
mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-
cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na
vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias
do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as
dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais,
seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários
 TDICS-- TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO.

As TDICs devem ser incorporadas ao currículo de maneira integrada, não


apenas como ferramentas, mas como meios para promover a aprendizagem ativa, a
autonomia dos alunos e a construção colaborativa do conhecimento, alinhadas às
demandas e possibilidades do mundo digital.

EDUCAÇÃO INTEGRAL: BNCC E OS CURRÍCULOS

A BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação


integral. Reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao
desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não
linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam
ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir
uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto –
considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao
seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e
diversidades.
Ações pedagógicas que caracterizam o currículo em ação:

 Contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, identificando


estratégias para apresentá-los, representá-los, exemplificá-los, conectá-los e
torná-los significativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos quais as
aprendizagens estão situadas;
 Decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes
curriculares e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares para
adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à
gestão do ensino e da aprendizagem;
 Selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas
diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos complementares,
se necessário, para trabalhar com as necessidades de diferentes grupos de alunos,
suas famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos de
socialização etc.;
 Conceber e pôr em prática situações e procedimentos para motivar e engajar os
alunos nas aprendizagens;
 Construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de
resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem,
tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola,
dos professores e dos alunos;
 Selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e tecnológicos para
apoiar o processo de ensinar e aprender;
 Criar e disponibilizar materiais de orientação para os professores, bem como
manter processos permanentes de formação docente que possibilitem contínuo
aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem;
 Manter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão pedagógica e
curricular para os demais educadores, no âmbito das escolas e sistemas de
ensino.
 Definição da BNCC
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos
de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano
Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se
exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), e está orientado
pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e
à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado
nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN).
TENDÊNCIAS PEDAGOGICAS

 Progressista critico social dos conteúdos


O método parte da relação direta da experiência do aluno confrontada com o
saber sistematizado.
TIPOS DE PLANEJAMENTO

 Plano de aula
É um detalhamento do plano de ensino. As unidades (conteúdos) e subunidades
(tópicos) que foram previstas em linhas gerais deverão ser especificadas e
sistematizadas para uma situação didática real.
O professor na elaboração do plano de aula deve considerar que o tempo de
duração dos momentos didáticos do desenvolvimento metodológico variam
conforme o processo de ensino-aprendizado.
LETRAMENTO

 LETRAMENTO MATEMÁTICO

Capacidade de identificar e compreender o papel da matemática no mundo, de fazer


julgamentos embasados e de usar e se envolver na resolução matemática das
necessidades de sua vida, enquanto cidadão consciente e reflexivo.

 LETRAMENTO DIGITAL.

A adoção de práticas pedagógicas que fomentem a capacidade crítica, criativa e


reflexiva dos alunos diante das mídias digitais, garantem o acesso, a produção e a
disseminação responsável da informação em diversos formatos midiáticos.
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Lei nº 13.146/2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência


(Estatuto da Pessoa com Deficiência).

CAPÍTULO IV

DO DIREITO À EDUCAÇÃO

Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de
forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades
físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e
necessidades de aprendizagem.

Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da


sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a
salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.

Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar,


incentivar, acompanhar e avaliar:

I - Sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como


o aprendizado ao longo de toda a vida;

II - Aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de


acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;

III - Projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional


especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às
características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo
em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;
IV - Oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na
modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes
bilíngues e em escolas inclusivas;

V - Adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que


maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência,
favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em
instituições de ensino;

VI - Pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas


pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia
assistiva;

VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento


educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de
disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;

VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas
instâncias de atuação da comunidade escolar;

IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos


linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;

X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial


e continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento
educacional especializado;

XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional


especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de
profissionais de apoio;

XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de


tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes,
promovendo sua autonomia e participação;

XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em


igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas;

XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de


educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com
deficiência nos respectivos campos de conhecimento;

XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a


atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;

XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais


integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às atividades
concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino;
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;

XVIII - articulação Inter setorial na implementação de políticas públicas.

§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino,


aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI,
XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a
cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades,
anuidades e matrículas no cumprimento dessas determinações.

§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se refere o


inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:

I - Os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica devem, no


mínimo, possuir ensino médio completo e certificado de proficiência na Libras;

II - Os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de


interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir
nível superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em
Libras.
DIDÁTICA DE COMENIUS

 Libâneo atribui a Lohannes Amos Comenius a posição de precursor do ideal


moderno de educação. Comenius escreveu a “didática magna”.
 Comenius, uma voz quase solitária em seu tempo, defendia a escola como o
“locus” fundamental da educação do homem, sintetizando seus ideais
educativos na máxima: “Ensinar tudo a todos”, e que para ele, significava os
fundamentos, os princípios que permitiriam ao homem se colocar no mundo não
apenas como espectador, mas, acima de tudo, como ator.
 Objetivo central da educação comeniana era formar o bom cristão, o que
deveria ser sábio nos pensamentos, dotado de verdadeira fé em Deus e capaz de
praticar ações virtuosas, estendendo-se a todos: os pobres, os portadores de
deficiências, os ricos, às mulheres.
 Comenius aponta como necessária a constante busca do desenvolvimento do
indivíduo e do grupo, pois um melhor conhecimento de si mesmo e uma melhor
capacidade de autocrítica levam a uma melhor vida social, assim como deve
haver a solidez moral que pode ser conseguida por meio da educação.

BERNARD CHARLOT

Segundo Charlot, a educação poder ser encarada como um triplo processo de


construção em que a educação é entendida como uma “produção de si, por si”

 Os três processos da educação

Processo de hominização: O de cada um se tornar um ser humano

Processo de singularização: O de cada um se tornar um ser humano único

Processo de socialização: o de cada um se tornar parte de um coletivo social.

Esta maneira de conceber a aprendizagem confere centralidade ao sujeito


aprendem-te, o qual aprende a viver com outros seres humanos com os quais partilha o
mundo. Esta centralidade decorre, quer da atribuição de sentido a experiências
complexas, quer da mobilização de experiências vividas, o que sustenta um processo
recursivo permanente unindo teoria e ação.
DIDÁTICA E A ORGANIZAÇÃO DO ENSINO

 A didática investiga os fundamentos, condições e modos de realização do


ensino;
 A didática deve converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos
de ensino.
 A didática deve selecionar conteúdos e métodos em função dos objetivos de
ensino.
 A didática deve estabelecer vínculos entre ensino e aprendizagem.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988

CAPÍTULO III

DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

SEÇÃO I

DA EDUCAÇÃO

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições


públicas e privadas de ensino;

IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V - Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei,


planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos, aos das redes públicas;

VI - Gestão democrática do ensino público, na forma da lei;


VII - garantia de padrão de qualidade.

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar


pública, nos termos de lei federal.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais
e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e
processos próprios de aprendizagem.

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – PNE

Art. 2º São diretrizes do PNE:


I - Erradicação do analfabetismo;

II - Universalização do atendimento escolar;

III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e


na erradicação de todas as formas de discriminação;

IV - Melhoria da qualidade da educação;

V - Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos
em que se fundamenta a sociedade;

VI - Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;

VII - Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;

VIII - Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como


proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de
expansão, com padrão de qualidade e equidade;

IX - Valorização dos (as) profissionais da educação;

X - Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à


sustentabilidade socioambiental.

Art. 5º A execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de


monitoramento contínuo e de avaliações periódicas, realizados pelas seguintes
instâncias:

I - Ministério da Educação - MEC;

II - Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Comissão de Educação, Cultura


e Esporte do Senado Federal;

III - Conselho Nacional de Educação - CNE;

IV - Fórum Nacional de Educação.

§ 1º Compete, ainda, às instâncias referidas no caput: I - divulgar os resultados do


monitoramento e das avaliações nos respectivos sítios institucionais da internet;

II - Analisar e propor políticas públicas para assegurar a implementação das estratégias


e o cumprimento das metas;
III - Analisar e propor a revisão do percentual de investimento público em educação.

DCNs

 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS PARA A


EDUCAÇÃO BÁSICA

Seção II – Ensino Fundamental

Art. 23. O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, de matrícula obrigatória
para as crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade, tem duas fases sequentes com
características próprias, chamadas de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, em
regra para estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com 4 (quatro)
anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos.

Parágrafo único. No Ensino Fundamental, acolher significa também cuidar e


educar, como forma de garantir a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o
estudante desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens
culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe
possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens.

Art. 24. Os objetivos da formação básica das crianças, definidos para a Educação
Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino Fundamental, especialmente
no primeiro, e completam-se nos anos finais, ampliando e intensificando,
gradativamente, o processo educativo, mediante:

I – Desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o


pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II – Foco central na alfabetização, ao longo dos 3 (três) primeiros anos;

III – Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da


economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta a
sociedade;

IV – O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a


aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

V – Fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e


de respeito recíproco em que se assenta a vida social.

Art. 25. Os sistemas estaduais e municipais devem estabelecer especial forma de


colaboração visando à oferta do Ensino Fundamental e à articulação sequente entre a
primeira fase, no geral assumida pelo Município, e a segunda, pelo Estado, para evitar
obstáculos ao acesso de estudantes que se transfiram de uma rede para outra para
completar esta escolaridade obrigatória, garantindo a organicidade e a totalidade do
processo formativo do escolar.

2.6.2. Avaliação

Do ponto de vista teórico, muitas são as formulações que tratam da avaliação. No


ambiente educacional, ela compreende três dimensões básicas:

I – Avaliação da aprendizagem;

II – Avaliação institucional interna e externa;

III – Avaliação de redes de Educação Básica.

 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO


FUNDAMENTAL DE 9 (NOVE) ANOS

PRINCÍPIOS
Art. 6º Os sistemas de ensino e as escolas adotarão, como norteadores das políticas
educativas e das ações pedagógicas, os seguintes princípios:

I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à dignidade da


pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo para
combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.

II – Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao


bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos ambientais; da busca
da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros
benefícios; da exigência de diversidade de tratamento para assegurar a igualdade de
direitos entre os alunos que apresentam diferentes necessidades; da redução da pobreza
e das desigualdades sociais e regionais.

III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; do


enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade; da valorização
das diferentes manifestações culturais, especialmente a da cultura brasileira; da
construção de identidades plurais e solidárias.

Art. 7º De acordo com esses princípios, e em conformidade com o art. 22 e o art. 32 da


Lei nº 9.394/96 (LDB), as propostas curriculares do Ensino Fundamental visarão
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe os meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores, mediante os objetivos previstos para esta etapa da escolarização, a saber:

I – O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno


domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II – A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes, da


tecnologia e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III – A aquisição de conhecimentos e habilidades, e a formação de atitudes e valores


como instrumentos para uma visão crítica do mundo;

IV – O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de


tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

AVALIAÇÃO: PARTE INTEGRANTE DO CURRÍCULO


Art. 32 A avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores e pela escola como
parte integrante da proposta curricular e da implementação do currículo, é
redimensionadora da ação pedagógica e deve:

I – Assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser contínua,


cumulativa e diagnóstica, com vistas a:

a) identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar problemas


de ensino;

b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens de acordo com


as necessidades dos alunos, criar condições de intervir de modo imediato e a mais
longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o trabalho docente;

c) manter a família informada sobre o desempenho dos alunos;

d) reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de avaliação,


inclusive em instâncias superiores à escola, revendo procedimentos sempre que as
reivindicações forem procedentes.

II – Utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais como a observação, o registro


descritivo e reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os portfólios, exercícios,
provas, questionários, dentre outros, tendo em conta a sua adequação à faixa etária e às
características de desenvolvimento do educando;

III – fazer prevalecer os aspectos qualitativos da aprendizagem do aluno sobre os


quantitativos, bem como os resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas
finais, tal como determina a alínea “a” do inciso V do art. 24 da Lei nº 9.394/96;

IV – Assegurar tempos e espaços diversos para que os alunos com menor rendimento
tenham condições de ser devidamente atendidos ao longo do ano letivo;

V – Prover, obrigatoriamente, períodos de recuperação, de preferência paralelos ao


período letivo, como determina a Lei nº 9.394/96;

VI – Assegurar tempos e espaços de reposição dos conteúdos curriculares, ao longo do


ano letivo, aos alunos com frequência insuficiente, evitando, sempre que possível, a
retenção por faltas;

VII – possibilitar a aceleração de estudos para os alunos com defasagem idade-série.


ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)

Capítulo IV

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Art. 53. A criança e ao adolescente têm direito à educação, visando ao pleno


desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação
para o trabalho, assegurando-se lhes:

I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - Direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias


escolares superiores;

IV - Direito de organização e participação em entidades estudantis;

V - Acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se


vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou
ciclo de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho


Tutelar os casos de:

I - Maus-tratos-Tratos envolvendo seus alunos;

II - Reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;

III - elevados níveis de repetência.

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA


INCLUSIVA

 IV - OBJETIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO


ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem


como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de
ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e
continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de
educação especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do
atendimento educacional especializado; formação de professores para o atendimento
educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão;
participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos
transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação
intersetorial na implementação das políticas públicas.

 VI - DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO


ESPECIAL NA PESPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se


expressa por meio de serviços de estimulação precoce, que objetivam otimizar o
processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviços de saúde e
assistência social. Em todas as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento
educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos,
constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino. Deve ser realizado no turno
inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado que realize esse
serviço educacional.

O acesso à educação tem início na educação infantil, na qual se desenvolvem as


bases necessárias para a construção do conhecimento e desenvolvimento global do
aluno.

O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar


e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a
plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas.

Para o ingresso dos alunos surdos nas escolas comuns, a educação bilíngue –
língua portuguesa/libras desenvolver o ensino escolar na língua portuguesa e na língua
de sinais, o ensino da língua portuguesa como segunda língua na modalidade escrita
para alunos surdos, os serviços de tradutor/intérprete de libras e língua portuguesa e o
ensino das libras para os demais alunos da escola.

O atendimento educacional especializado para esses alunos é ofertado tanto na


modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais. Devido à diferença linguística,
orienta-se que o aluno surdo esteja com outros surdos em turmas comuns na escola
regular.

A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o


conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às
possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica processual e
formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual,
prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções
pedagógicas do professor.

No processo de avaliação, o professor dever criar estratégias considerando que


alguns alunos podem demandar ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e o
uso da língua de sinais, de texto em braile, de informática ou de tecnologia assistiva
como uma prática cotidiana.

Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na perspectiva da


educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e
guia intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos alunos com necessidade de apoio
nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras, que exijam auxílio
constante no cotidiano escolar.

Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua
formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e
conhecimentos específicos da área.

GARANTIAS:

 Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação


superior;
 Atendimento educacional especializado;
 Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;
 Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais
profissionais da educação para a inclusão escolar;
 Participação da família e da comunidade;
 Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos
transportes, na comunicação e informação;
 Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

AVALIAÇÃO ESCOLAR

 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO

Avaliação somativa: Consiste em verificar o nível de domínio dos conteúdos pré-


estabelecidos ao final de um período de ensino, como um bimestre, semestre ou ano. Ela
pode ser feita por meio de provas ou trabalhos finais, somatório de exames realizados ao
longo do ano ou avaliações híbridas (provas + trabalhos). Seu objetivo é informar e
classificar os alunos de acordo com os critérios definidos pela escola.

Avaliação diagnóstica: Parte do conhecimento prévio dos alunos, identificando suas


habilidades ou dificuldades de aprendizagem podendo ser aplicada no início do
processo de ensino aprendizagem.
Avaliação formativa: Verifica o progresso e as dificuldades de aprendizagem dos
alunos ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Permite que sejam feitos ajustes
às necessidades dos alunos.

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