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ARTIGO/PIBID

BREVE REFLEXÃO SOBRE OS PARADIGMAS EDUCACIONAIS


NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL BRASILEIRA.
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INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem como objetivo a análise da transição do paradigma da


Educação Especial no modelo segregado a perspectiva da educação inclusiva no
Brasil,bem como destacar as mudanças ocorridas e o novo olhar da escola para a
Educação Especial e a verdadeira inclusão dos portadores de necessidades
especiais no ambiente escolar como seres pensantes e que conseguem aprender e
conviver socialmente com a escola como um todo.

É de grande importância a compreensão de todo o processo para a busca de


melhorias para lidar com a diversidade de situações que temos que nos deparar
todos os dias num eterno aprendizado que é a educação breve reflexão sobre os
paradigmas educacionais no contexto da educação especial brasileira.

A proposta de educação inclusiva ganhou força a partir da segunda metade da


década de 90 com a difusão da conhecida Declaração de Salamanca,que dentre
outros pontos propõe que as escolas regulares devem se adequar para receber os
alunos com necessidades especiais,construindo uma sociedade inclusiva com
educação para todos.

Segundo Fernandes (1999), os médicos descobriram a necessidade de


escolarização dessa clientela que vivia misturada nos hospitais psiquiátricos sem
distinção de idade. A presença do aluno com necessidades especiais no ambiente
escolar agora ganha um âmbito terapêutico, pautada por exames médicos,
psicológicos, de inteligência e uma classificação etiológica.

Em instituições especializadas o foco era o trabalho com terapias individuais


de acordo com cada deficiência sem se preocupar com o desenvolvimento
acadêmico dos alunos,sem perspectiva para a alfabetização.Nos anos 70 houve a
preocupação de garantir o acesso á escola dos portadores de deficiência numa
nova perspectiva voltada para a aprendizagem modificando o modelo médico que
era predominante até então.
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Apesar de todos os esforços ainda não conseguiu seu objetivo principal de


oferecer o ensino a todos ,pois a educação especial ainda funcionava como um
serviço paralelo.No início da década de 80 começou a se consolidar em nosso país
a filosofia de integração e normalização que tem como objetivo fazer com que todos
usufruam das condições normais de vida participando das mesmas atividades
sociais. Nesse período o modelo segregado de educação especial passou a ser
questionado e começou a seguir o que já era determinado no artigo 208 da
Constituição Federal de 1988, “a inserção de todos os alunos no sistema regular de
ensino”.

Para uma melhor adequação dessa clientela notou-se a necessidade de


investigação e estudo voltados para a psicologia da aprendizagem e para os
aspectos psicossociais. O conceito de Escola Inclusiva de acordo com as Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação Especial (1988) implica na valorização da
diversidade buscando sempre novas técnicas e metodologias para atender a todas
as necessidades dos alunos.

Porém apesar de tantas mudanças se ainda existe a necessidade de falar de


inclusão é porque muitos tem sido excluídos na esfera social e educacional portanto
é necessário que haja uma reflexão sobre o que é ser excluído e estar excluído.
Como indaga o pesquisador David Rodrigues(2003): ‘pode a escola ser inclusiva
numa sociedade que não é?”

Refletindo sobre esse aspecto será que realmente conseguimos compreeder o


significado de especial quando se trata do aluno? Na verdade utilizamos este termo
para indicar que aquele determinado aluno necessita de cuidados e metodologias
especiais para que possa haver o aprendizado ,incluindo ele nas propostas
desenvolvidas em sala de aula. Ainda existem muitos profissionais que não
conseguem saber a diferença e faz com que o aluno se sinta excluído mesmo
participando do grupo . É necessário que ele sinta que é útil e ativo naquele meio.
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FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

Segundo estudos de Gareth Morgan,a escola pode ser vista de várias formas
diferentes utilizando suas metáforas.Em uma delas a escola é comparada a uma
máquina e nesse ponto de vista existe um conjunto de engrenagens onde cada uma
tem uma função.As pessoas ,ou “engrenagens” são submissas ,sem
autonomia ,apegando-se as normas ,não havendo espaço para a diversidade.Se
consideramos a escola como um ser vivo o gestor teria que adaptar as mudanças do
meio ambiente criando um sistema aberto onde seria compreendida como um todo.
Morgan ainda compara a escola ao cérebro ,enfatizando a importância do
processamento de informações ,da inteligência e da aprendizagem tornando a
escola uma organização inovadora com estímulo a diversidade e a autorregulação.

Podemos considerar então que as relações entre as pessoas na escola não


são mecânicas e sim muito complexas gerando a necessidade de um gestor com
perfil democrático e flexível capaz de lidar com a diversidade de opiniões de todos
que estão a sua volta,envolvendo a escola como um todo. O perfil do diretor
influencia diretamente no andamento das ações da escola tanto no que diz respeito
aos funcionários quanto ao cliente principal “o aluno”,que é o principal prejudicado
quando as relações e as idéias não tem um objetivo comum.

O modelo Segregado de Educação Especial ,baseado no modelo médico e


clínico apesar de ser muito criticado teve um ponto positivo ,o médicos despertaram
para a questão da necessidade de escolarização dessas pessoas.Atualmente a
Educação Especial atravessa a educação básica porém não se caracteriza como
nível de ensino e nem substitui a escolarização mas garante que todos sejam
matriculados e freqüentes no ensino comum,além de receberem Atendimento
Educacional Especializado/ AEE.

A educação inclusiva encontra seu fundamento na Constituição Federal de


1988,que determina a igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola para todos e a oferta de AEE preferencialmente no ensino regular.
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Hoje fala-se sobre o trabalho com um currículo diferenciado e flexibilizado aos


alunos que fazem parte do parte do público alvo da Educação Especial e de acordo
com o documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (Brasil,2008) oferece as seguintes orientações para a mudança:

 Transversalidade da educação especial;


 Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados de ensino;
 Formação de professores para o atendimento educacional especializado e
demais profissionais da educação para a inclusão escolar ;
 Participação da família e da comunidade;
 Acessibilidade;
 Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

O AEE é uma das ações que proporcionaram mudanças significadas na


organização da escola e fundamenta-se no Decreto Federal N° 7611/2011 e na
Resolução CNE/CEB N° 04/2009 e parecer CNE/CEB N° 13/2009.

O documento Politica Nacional de Educação Especial na Perspectiva da


Educação Inclusiva define quem necessita da Educação Especial : os alunos com
deficiência,transtornos globais de desenvolvimento,altas habilidades /superdotação.

Além disso direciona as ações para os mesmos,evitando que os profissionais


confundam e direcionem suas atividades rotulando esses alunos como
indisciplinados e com problemas de aprendizagem.

A escola é parte de uma sociedade complexa ,regulada por leis e tem sido a
legislação externa à escola quem vem fornecendo garantias dos direitos dos alunos .

Devemos pensar e promover um currículo no qual a diferença seja considerada


como um ponto de partida para a elaboração de propostas pedagógicas que
contemplem as necessidades dos alunos que temos. Apesar de toda a evolução
ocorrida na escola como um todo para receber e atender com qualidade esse alunos
com necessidades especiais ainda tem muita coisa a ser revista e trabalhada para
que realmente posssamos chegar ao objetivo principal que é o de acabar com
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qualquer forma de exclusão ,mesmo encontrando barreiras impostas pela


sociedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração que a educação é a base de tudo ,devemos


propor uma mudança partindo da escola para transformar os conceito e preconceitos
de uma sociedade que até hoje exclui o seu semelhante . Assim trabalhar as
diferenças se torna um bicho de sete cabeças e ao invés de incluir acabamos
separando os alunos para justificar a segregação.

Em todos os aspectos a família em parceria com a escola devem se valer


do aparato legal para que faça valer seus direitos de convívio e aprendizagem.
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REFERÊNCIAS

GLAT, Rosana e Edicléia Mascarenhas Fernandes. Artigo publicado na revista


inclusão n°1,2005,MEC/SEESP

BATTINI,Okçana e Fábio Luiz da Silva.Sociedade,educação e cultura:Função


social da escola,2013.

VIANNA,Carlos Roberto e Rosane Aparecida Favoreto da Silva.Pacto Nacional


pela Alfabetização na Idade Certa/Educação inclusiva,2014.

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