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Revista Caatinga

ISSN: 0100-316X
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Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Brasil

Moreira, José Nilton; Andrade Lira, Mario de; Ferreira dos Santos, Mercia Virginia; Andrade Ferreira,
Marcelo de; Arruda Santos, Gladston Rafael de
CONSUMO E DESEMPENHO DE VACAS GUZERÁ E GIROLANDO NA CAATINGA DO SERTÃO
PERNAMBUCANO
Revista Caatinga, vol. 20, núm. 3, julio-septiembre, 2007, pp. 13-21
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Mossoró, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=237117565003

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Pro-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

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CONSUMO E DESEMPENHO DE VACAS GUZERÁ E


GIROLANDO NA CAATINGA DO SERTÃO PERNAMBUCANO

José Nilton Moreira


Pesquisador do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – EMBRAPA, BR 428, Km 152, Zona Rural, Caixa Postal 23, Petrolina - PE, Cep: 56302-970,
[email protected]

Mario de Andrade Lira


Professor do Departamento de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, Rua Dom Manoel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife-PE, Cep. 52171-900, [email protected]

Mercia Virginia Ferreira dos Santos


Professora do Departamento de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, Rua Dom Manoel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife-PE, Cep. 52171-900

Marcelo de Andrade Ferreira


Professor do Departamento de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, Rua Dom Manoel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife-PE, Cep. 52171-900

Gladston Rafael de Arruda Santos


Pesquisador do Instituto de Pesquisa Agronômica - IPA, Empresa de Pernambucana de Pesquisa Agropecuária, Av.
General San Martin, 1371, Bonji, Recife – PE, Cep: 50761-000

Resumo - O trabalho foi realizado durante período chuvoso na Estação Experimental de Serra Talhada – IPA com o
objetivo de avaliar o consumo e a produção de leite de vacas das raças guzerá e girolando tendo como base da
alimentação a vegetação da caatinga e recebendo suplementação energética e protéica. Oito animais das duas raças
com 60 dias de lactação e 450 kg de peso vivo, no início do experimento, foram distribuídos em dois quadrados
latinos. Cada período experimental teve duração de 21 dias, sendo 14 destinados à adaptação dos animais às rações
e sete para coleta. Observou-se uma produção de leite variando de 5,29 a 6,19kg/vaca/dia para os diferentes
tratamentos. Os animais que receberam suplementação apresentaram uma maior produção de leite que os não
suplementados, não havendo diferença significativa entre as suplementações. A percentagem de gordura não variou
entre os tratamentos. Um consumo médio de 2,2% do peso vivo foi observado. Os animais da raça girolando
apresentaram maior consumo de matéria seca e maior produção de leite que os da raça guzerá .
Palavras-chave: Pasto Nativo, Suplementação Energética, Suplementação Protéica.

FOOD INTAKE AND PERFORMANCE OF GUZERA AND


HOLSTEIN/ZEBU IN THE CAATINGA VEGETATION OF
PERNAMBUCO
Abstract - With In many areas of the Northeast semi-arid, the native vegetation of caatinga is the main fodder
support for ruminants feeding. This experiment was accomplished to evaluate Guzera and 5/8 Holstein/Zebu milk
production, having the caatinga vegetation as the base of their diet and with energetic and protein supplement. Eight
animals from the two races, with 60 days of lactation and 450 kg of live weight, in the beginning of the experiment,
were distributed in two Latin Squares (4X4). Each experimental period lasted 21 days, being 14 for the adaptation
of the animals to the ration and seven for the collection. The milk production ranged from 5.29 to 6.19 kg/cow/day
for the different treatments. The animals, which received supplementation, produced more milk than those that did
not receive it. There were no significant differences among the supplementations. The milk fat percentage did not
vary among the treatments. An average consumption of 2.2% of live weight was observed. The animals from the
5/8 Holstein/Zebu had a bigger intake of dry matter, and more milk production than those from the Guzera race.
Key Words: Native Pasture, Protein Supplementation, Energy Supplementation.

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14 Consumo e Desempenho de Vacas Guzerá ...

INTRODUÇÃO produtores no nordeste brasileiro (ARAÚJO et


Com o acúmulo de conhecimento das al., 2001). Em termos quantitativos a caatinga, no
sociedades a vegetação nativa passou a ser período chuvoso, apresenta uma disponibilidade
modificada, com o enriquecimento das plantas de fitomassa relativamente expressiva. Silva
consideradas úteis e a retirada das nocivas, até (1988) observou para as condições de caatinga
chegar ao cultivo de plantas selecionadas. Este intacta, uma disponibilidade de fitomassa de
processo foi responsável pelo enorme 2.575 kg/MS/ha. Em termos qualitativos Silva et
crescimento da produção de alimentos que tem al. (1997), trabalhando no sertão de Pernambuco,
sustentado a crescente massa populacional do constataram que, em termos de proteína, por
globo (SAMPAIO e SAMPAIO, 2002). exemplo, a dieta de bovinos alimentados na
Entretanto, no caso específico da caatinga, essa caatinga está quase sempre acima do nível
atitude induziu processos que degradaram este mínimo necessário, em qualquer época do ano.
ecossistema com perdas de solo (pela erosão) e Experimentos de produção de leite em
da biodiversidade da fauna e da flora (pelo caatinga são escassos, no entanto, Lira et al.
extrativismo predatório), o que tem reduzido a (1998), revisando trabalhos realizados no Estado
produção agrícola e pastoril em níveis de Pernambuco, na área de produção animal,
incompatíveis com a geração de uma renda onde os dados de ganho de peso animal eram os
sustentável (ARAUJO FILHO, 2002). únicos disponíveis, estimaram a energia
Em alguns sítios ecológicos da caatinga em metabolizável da forragem considerando o peso
que predominam as forrageiras anuais do estrato vivo do animal e o ganho diário. A estimativa
herbáceo, por apresentarem um crescimento levou a resultados de 6,8 MJ/kg de forragem da
rápido, é comum, durante o período chuvoso, se caatinga durante o período chuvoso.
observar excesso de forragem (SILVA et al., Considerando um consumo de 2,5% do peso
1999). Entretanto, na maior parte do sertão, a vivo, uma forragem com essa concentração de
vegetação da caatinga caracteriza-se pela energia leva a produções de 5,2 kg de leite/vaca/
predominância de um estrato arbustivo-arbóreo dia (CARDOSO, 1988). Ainda que a produção da
composto por plantas de baixo potencial maioria dos nossos produtores esteja em torno ou
forrageiro, com baixa capacidade de suporte, abaixo desse patamar torna-se necessário a
resultando em um baixo rendimento animal utilização de suplementos, objetivando aumentos
(LIMA, 1984). Apesar disto, constitui-se no na produtividade animal nas condições do semi-
suporte forrageiro básico da maioria das árido nordestino.
propriedades que se dedicam à pecuária nessa Portanto, este trabalho objetivou avaliar o
região. Guimarães Filho et al. (1995) relataram efeito da suplementação no consumo do pasto e
valores de 12 - 15 ha/UA/ano para a capacidade na produção de leite de vacas guzerá e girolando
de suporte da caatinga e 6 - 8 kg de ganho de a partir da utilização da vegetação da caatinga, no
peso vivo/ha/ano. Considerando-se apenas a período chuvoso, no sertão de Pernambuco.
época chuvosa do ano, a capacidade de suporte
da caatinga fica em torno de 4 - 5 ha/UA/ano. MATERIAL E MÉTODOS
Com uma capacidade de suporte desta
magnitude e uma estrutura fundiária onde mais A pesquisa foi realizada na Estação
de 90% dos estabelecimentos têm área inferior a Experimental de Serra Talhada, da Empresa
100 ha (IBGE, 1997), a alternativa para os Pernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA,
sistemas pecuários do semi-árido seria procurar cuja precipitação média anual é de 927,9 mm/
ganhos de produtividade no fator terra. Isto só ano, dos quais aproximadamente 70%
seria possível com um manejo racional da concentram-se durante os meses de janeiro a
caatinga, utilizando-a apenas naquele período de abril. A área onde foi conduzida a pesquisa, tem
2 a 4 meses ao ano. Para o restante do ano, o predominância de solo tipo Bruno Não Cálcico,
sistema produtivo poderia ser complementado considerado típico e representativo da região,
com pastos cultivados, gramíneas e leguminosas, apresentando também manchas de Podzólico
usadas em pastejo e na forma de forragem Vermelho Amarelo Eutrófico, textura arenosa
conservada e com uso de concentrados. Para as média e relevo suave ondulado segundo IPA
áreas onde é possível se fazer a agricultura, os (1986). A cobertura florística é do tipo caatinga,
restolhos poderiam dar um complemento muito complexa e irregular, com predominância
importante ao sistema, assim como o cultivo da de arbustos e árvores e um estrato herbáceo
palma forrageira já bastante praticado por muitos bastante escasso (MOURA,1987).

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MOREIRA, J.N. et al. 15

Foram utilizadas oito vacas em lactação, experimentais constaram de três formas de


sendo quatro da raça Guzerá e quatro da raça suplementação (energética, protéica e energético-
Girolando, todas no segundo período de lactação, protéica), além da testemunha não suplementada.
com idade aproximada de 5 anos e peso vivo em As suplementações foram fornecidas de maneira
torno de 450 kg, além de dois animais fistulados a propiciar uma produção adicional de 5 kg de
no esôfago. O experimento teve a duração de 84 leite/vaca/dia, supondo-se que a caatinga, na
dias divididos em 4 períodos de 21 dias cada, época das águas, tem potencial para
sendo 14 dias de adaptação e sete dias de coleta fornecimento de nutrientes para mantença e
em cada período. O manejo sanitário e produção de 5 kg de leite/vaca/dia (leite
reprodutivo foi o mesmo empregado na Estação ordenhado + leite mamado pelo bezerro).
do IPA em que são realizadas as vacinas Foi utilizado o milho, como fonte de energia,
obrigatórias e que as matrizes ficam com os sendo fornecidos 2,2 kg de milho/vaca/dia. Como
touros durante todo o ano. Foi também fornecido fonte protéica utilizou-se o farelo de algodão,
sal mineralizado e água à vontade. fornecendo 1,6 kg de farelo de algodão/vaca/dia.
Para determinação da composição botânica da Para o tratamento energia + proteína foram
dieta selecionada pelos animais utilizaram-se utilizadas proporções de 50% de milho e 50% de
dois animais fistulados no esôfago, conforme farelo de algodão, e fornecidos 2,4 kg da mistura/
metodologia descrita por Bishop e Froseth vaca/dia, admitindo-se que tanto a proteína como
(1970). Os animais fistulados, nos sete dias de a energia seriam limitantes (NRC, 1989). Os
coleta de cada período, depois de um jejum de 14 animais recebiam a suplementação logo após a
horas, tinham acesso à pastagem durante 40 ordenha que era realizada às 06:00 horas e
minutos portando uma bolsa coletora posteriormente eram conduzidos para a caatinga.
confeccionada em lona impermeável, com tela de O experimento foi conduzido durante os
nylon ao fundo para saída do excesso de saliva. meses de março a junho, correspondendo ao
Após o pastejo, o material da extrusa era período chuvoso da região. As composições
recolhido e dividido em duas frações, sendo bromatológicas das principais espécies
acondicionado em sacos plásticos e levadas ao encontradas na caatinga, da extrusa e dos
freezer para análises posteriores, sendo uma suplementos são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Teores médios de matéria seca (MS), material mineral (MM), proteína bruta (PB), extrato
etéreo (EE) fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) da pastagem,
dos suplementos e da extrusa, na época chuvosa no sertão de Pernambuco

Variáveis Nutrientes na MS (%)


MS MM PB EE FDN FDA
Caatinga 49,84 8,69 11,55 1,79 53,01 39,91
Milho moído 87,26 8,43 9,79 3,80 11,02 3,65
Farelo de algodão 89,54 7,20 36,40 1,05 30,44 18,24
Extrusa 16,24 13,37 11,18 2,11 64,45 51,25

destinada à determinação da composição Foi utilizado delineamento experimental em


bromatológica e a outra para a composição ensaio alternativo, quadrado latino, com dois
botânica da dieta. quadrados, sendo um para cada raça. Os animais
O experimento compreendeu uma área de 50 entraram no período experimental no segundo
ha de caatinga destinados às vacas e aos animais mês de lactação, sendo realizada apenas uma
fistulados e dois hectares de capim-buffel, ordenha manual diária. Os bezerros foram
capim-corrente e pasto nativo reservados aos aleitados naturalmente, recebendo uma teta por
bezerros, que tiveram acesso a um concentrado à dia, em rodízio, no momento da ordenha. Os
base de farelo de milho e farelo de algodão desde animais fistulados não receberam suplementação.
o início do experimento, fornecendo-se até o O consumo diário de matéria seca do pasto
limite de 0,5kg/cab./dia. Os tratamentos (CMS) foi estimado, utilizando-se, como

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16 Consumo e Desempenho de Vacas Guzerá ...

indicador externo, o óxido crômico (Cr2O3). Em bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN),
cada período, as vacas receberam, durante 15 fibra em detergente ácido (FDA), extrato etéreo
dias, sendo dez no período de adaptação e cinco (EE), material mineral (MM), proteína insolúvel
no período de coleta, uma porção diária de 20 g em detergente neutro (PIDN), proteína insolúvel
de Cr2O3, acondicionadas em cartucho de papel em detergente ácido (PIDA) e lignina (Lig). A
introduzido diretamente no esôfago dos animais, digestibilidade "in vitro" da matéria seca
usando-se um tubo de PVC de ¾ de polegada, (DIVMS) foi determinada pelo método de dois
adaptado para essa finalidade. estágios, conforme Tilley e Terry (1963) no
A coleta de fezes foi realizada durante os Laboratório de Nutrição Animal da Embrapa
períodos de coleta nos segundo e sexto dias às Semi-Árido. A estimativa dos teores de
15:00 e 08:00 horas, respectivamente. Para os carboidratos totais (CHOT) foi feita de acordo
cálculos da produção fecal, utilizou-se a fórmula: com a fórmula: CHOT = 100 - (PB + EE + MM),
PF = indicador administrado (g/dia) / descrita por Sniffen et al. (1992), enquanto os
concentração do indicador nas fezes (%), carboidratos não fibrosos (CNF) foram estimados
conforme descrito por Smith e Reid (1955). Para pela fórmula: CNF = 100 – (FDN + PB + EE +
os cálculos do consumo de matéria seca foi usada MM), conforme Mertens (1997). O cálculo do
a fórmula CMS = PF / (1- DIVMS). NDT foi feito de acordo com Weiss (1999).
Na correção da produção para 4% de gordura Os dados foram analisados utilizando o
utilizou-se a equação proposta pelo NRC (2001), programa Statistical Analysis System - SAS
PLCG = 0,4 x (kg de leite produzido) + 15 x (% (2002), sendo feita análise de variância,
de gordura) x (kg de leite produzido). A comparação de média utilizado o teste de Tukey
produção de leite ordenhada (PLO) foi ao nível 5% de probabilidade e avaliando
determinada pela pesagem do leite ordenhado interação entre raças e tratamentos.
enquanto que a produção de leite estimada (PLE)
foi feita dividindo-se a PLO por 3 (número de RESULTADOS E DISCUSSÃO
tetas ordenhadas) e multiplicando-se por 4 O consumo de MS é um dos fatores
(número total de tetas). A avaliação da variação determinantes do processo produtivo, sendo que a
dos pesos vivos das vacas e dos bezerros foi feita baixa produção de bovinos nos trópicos está
a cada 21 dias, no início e final de cada período quase sempre associada a um consumo deficiente
experimental. (DETMANN, et al., 2001). No caso presente,
Amostras do pasto e dos suplementos foram praticamente não houve substituição da forragem
levadas ao laboratório de Nutrição Animal da pelo concentrado, já que não se observou
UFRPE para avaliação da composição diferença significativa (P>0,05) no consumo de
bromatológica conforme Silva e Queiroz (2002), pasto entre animais suplementados e não
determinando-se matéria seca (MS), proteína suplementados (Tabela 2), enquanto os animais

Tabela 2. Consumo de matéria seca do pasto, em função da suplementação e das raças utilizadas durante
o período chuvoso no sertão de Pernambuco

Consumo
Tratamentos
MS (kg) MS (%PV) MS (g/kg PV0.75 )
Suplementação energética 7,64a 1,80a 81,49a
Suplementação protéica 7,73a 1,72a 78,03a
Sup. energética + protéica 8,38a 2,05a 90,51a
Sem suplementação 8,18a 1,93a 87,59a
Raças
Guzerá 7,35a 1,87a 83,13a
Girolando 8,42b 1,86a 85,68a
Cv ( % ) 14,43 15,94 15,47

Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (P>0,05) pelo teste de Tukey

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suplementados com milho e algodão (Tabela 3), Os animais que receberam suplementação
tiveram um consumo total superior aos animais apresentaram maior podução de leite que os não
não suplementados e aos que receberam somente suplementados não havendo diferença
suplementação protéica, não se diferenciando dos significativa entre as suplementações (Tabela 5).
animais suplementados apenas com milho. Para leite corrigido, as vacas suplementadas com
O consumo de nutrientes digestíveis totais proteína, isoladamente, ou associada à energia,
(NDT) encontrado, especialmente para o produziram mais leite que as não suplementadas.
tratamento sem suplementação, de acordo com o Quando da concepção do experimento,
NRC (1989) não é suficiente para a produção de estimou-se o potencial de produção diária de leite
leite observada (Tabela 4). Pressupõe-se que as para animais alimentados exclusivamente com a
vacas foram capazes de selecionar uma dieta de vegetação da caatinga em 5 kg/dia (LIRA et al
melhor qualidade que os animais fistulados. O 1998), o que se confirmou, visto que a média de
fato desses últimos ficarem em jejum por 14 PEL dos animais não suplementados foi de 5,29
horas, antes da coleta e da caatinga ser muito kg/dia. Entretanto, a resposta para a
densa, em algumas áreas, limitando a entrada dos suplementação foi muito baixa, já que dos 5 kg
animais portando as bolsas coletoras poderiam adicionais esperados, em média cada animal só
explicar esta diferença. aumentou cerca de um kg/dia. Isto poderia ser

Tabela 3. Consumo de matéria seca total em função da suplementação e das raças utilizadas durante
o período chuvoso no sertão de Pernambuco
Consumo
Tratamentos
MS (kg) MS (%PV) MS (g/kg PV0.75 )
Suplementação energética 9,60ab 2,26ab 102,57ab
Suplementação protéica 8,79b 2,06b 93,60b
Sup. energética + protéica 10,54a 2,52a 113,78a
Sem suplementação 8,18b 1,93b 87,59b
Raças
Guzerá 8,75a 2,22a 98,91a
Girolando 9,81b 2,16a 99,85a
Cv ( % ) 12,26 13,91 13,35

Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (P>0,05) pelo teste de Tukey

Tabela 4. Consumo de proteína e de nutrientes digestíveis totais (NDT) do pasto, do suplemento e total,
conforme suplementação e raças utilizadas no período chuvoso no sertão de Pernambuco
Consumo (g/cabeça/dia0
Tratamentos
Proteína NDT
Pasto Supl. Total Pasto Supl. Total
Supl. energética 852,23a 191,69c 1043,90b 2844,44a 1670,00a 4518,50a
Supl. protéica 821,88a 530,00a 1351,00a 2728,20a 960,00c 3685,80b
Supl. Energ. + protéica 937,62a 498,90b 1436,50a 3130,62a 1630,00b 4764,30a
Sem suplementação 913,63a - 913,63b 3060,83ª - 3060,80b
Raças
Guzerá 821,17a 305,13a 1126,31a 2740,93a 1065,00a 3807,28a
Girolando 941,50b 305,13a 1246,63b 3141,11b 1065,00a 4207,50b
Cv ( % ) 17,53 - 13,02 17,57 - 12,90

Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (P>0,05) pelo teste de Tukey

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explicado pela substituição da forragem pelo entre si (Tabela 5).


concentrado ou pelo potencial de produção dos Considerando que o efeito da suplementação
animais. com concentrado foi mínimo, e de acordo com
Um dos objetivos da suplementação de vacas Mertens (2001) o consumo de forragem com alto
leiteiras em pastejo é aumentar o consumo total teor em fibra aumenta a percentagem de gordura
de matéria seca (MS), quando comparado com os do leite, a alimentação com a forragem da
resultados obtidos com o animal somente em caatinga contribuiu para a elevação desses
pastejo (STOCKDALE, 2000). Entretanto, valores. Resultados semelhantes foram relatados
quando suplementos energéticos são fornecidos a por Santos (2003), que trabalhou com animais
vacas leiteiras em pastejo, há, geralmente, uma das mesmas raças, e um pouco inferiores foram
redução no consumo de pasto, levando a uma relatados por Mattos et al. (2000), que,
resposta freqüentemente pequena, devido à trabalhando com animais 5/8 holandês/zebu,
substituição direta do pasto, pelo suplemento obtiveram valores entre 3,87 e 4,01%. Por outro
(ASSIS, 1986). De acordo com Gomide (1993), a lado, os resultados obtidos foram bastante
resposta à suplementação varia de 0,5 a 1,5 litros superiores aos teores encontrados por Jobin et al.
de leite/kg de concentrado consumido. Como, em (2001) e Carmo et al. (2001) que trabalharam
média, no presente estudo, cada animal recebeu com animais da raça Holandesa, com diferentes
valores próximos a 2 kg/cab/dia, nesse caso a suplementações e encontraram respectivamente
resposta situou-se no limite inferior de 0,5 kg teores de 3,41 e 3,52.
leite/kg concentrado/cabeça/dia. Apesar do peso vivo dos animais não ter sido
Por outro lado, considerando que os animais analisado estatisticamente, ocorreu variação
da raça Guzerá apresentaram uma média de PEL positiva, com valores que variaram de 170 a 540
para todos os tratamentos, inferior a 5 kg/dia e g/dia, durante o período experimental. Assim, se
que os da raça Girolando ficaram em torno de os de uma maneira geral, a PLE pode ser
7 kg/dia fica evidenciado que os resultados considerada baixa, como os animais
obtidos estão mais relacionados ao potencial de apresentaram ganho de peso em todos os
produção dos animais, que à substituição da tratamentos, isto vem demonstrar o baixo
forragem pelo concentrado. Os animais da raça potencial leiteiro daqueles animais, uma vez que
Girolando apresentarem maior produção de leite os mesmos encontravam-se, no início do
e um maior consumo de MS que os da raça experimento, no segundo mês de lactação.
Guzerá. Ainda que não tenha havido diferença Resultados semelhantes foram observados por
entre o consumo relacionado ao peso vivo e peso S a n t o s ( 2 0 0 3 ) , t e s t an d o d i fe r e n t e s
metabólico, visto que os animais da raça suplementações associadas ao pasto diferido de
Girolando eram mais pesados, essa diferença, em capim buffel, no desempenho de vacas Guzerá e
termos absolutos, teria sido suficiente para Girolando, que obteve uma PLE variando de 3,47
aumentar a produção. a 5,52 kg/vaca/dia. Já Albuquerque et al. (2002),
Não são muitos os resultados de pesquisa com avaliando o efeito de diferentes suplementações
animais leiteiros com produções variando em na produção de vacas 5/8 holandês/zebu e,
torno de 5 a 6 kg/dia, como as observadas no utilizando pastagem diferida no agreste de
presente estudo. Entretanto, Lima et al. (2001), Pernambuco, obtiveram produções de leite "in
avaliando o consumo de vacas Gir e mestiças natura" que variaram de 3,38 a 5,33 kg/vaca/dia.
com esse patamar de produção em pastagem de Em ambos os casos, atribuiu-se baixa produção
capim tanzânia, observaram consumo de pasto da de leite à má qualidade do pasto diferido e, como
ordem de 11,01 e 9,55 kg de MS/vaca/dia ou consequência, à limitação do consumo. No
2,37% e 2,34% do peso vivo, respectivamente presente estudo, que apresentou uma PLE
para as vacas cruzadas e vacas Gir. Por outro variando de 5,29 a 6,19 kg/vaca/dia atribui-se a
lado, Ruas et al. (2000), trabalhando com vacas baixa produção, muito mais ao potencial
Nelore paridas recebendo suplementação produtivo dos animais, vistas as suplementações,
protéica, a pasto, observaram valores muito que às condições da alimentação.
próximos aos do presente tabalho com 9,83; 2,13 A produção de leite de vacas alimentadas
e 98,92 respectivamente para consumo de MS em exclusivamente com a vegetação da caatinga no
kg/dia, em percentagem de peso vivo e em g/kg período chuvoso do ano, com uma lotação de
de peso metabólico. 5ha/cabeça, foi semelhante a outros sistemas de
As dua raças estudadas apresentaram um alto produção a pasto praticados no nordeste
teor de gordura do leite e bastante semelhantes brasileiro.

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19 MOREIRA, J.N. et al.

Tabela 5. Produção estimada de leite (PEL), teor de gordura (TG) e produção estimada de leite corrigido
para 4% de gordura (PELc) em função da suplementação e das raças utilizadas durante o período seco
no sertão de Pernambuco
Tratamentos PEL PELc Gordura
(kg/vaca/dia) (kg/vaca/dia) (%)
Suplementação energética 6,01b 5,98ab 4,15a
Suplementação protéica 6,13b 6,58b 4,54a
Sup. energética + protéica 6,19b 6,58b 4,50a
Sem suplementação 5,29a 5,58a 4,33a
Raças
Guzerá 4,79a 5,00a 4,41a
Girolando 7,02b 7,35b 4,35a
Cv ( % ) 7,69 10,35 10,57

Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (P>0,05) pelo teste de Tukey

CONCLUSÃO ASSIS, A.G. Alimentação de vacas leiteiras.


O ganho observado com a suplementação, Coronel Pacheco: Embrapa-CNPGL, 1986. 54 p.
não recomenda o uso dessa prática para as (Embrapa – CNPGL. Documentos, 26).
condições que se realizou o experimento.
A vegetação nativa da caatinga permitiu um BISHOP, J.P.; FROSETH, J.A. Improved tech-
consumo de matéria seca capaz de atender as niques in esophageal fistulization of sheep.
necessidades dos animais. American Journal Veterinary Research, Schaum-
As raças avaliadas apresentaram produções burg, v. 31, n. 8, p. 1505-1507, 1970.
que as recomendam para sistemas mistos de
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