Resumo Dos Pensadores Da Educação

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PENSADORES DA EDUCAÇÃO – RESUMO

1. JEAN PIAGET
2. LEV VYGOTSKY
3. HENRI WALLON
4. PAUO FREIRE
5. MARIA MONTESSORI
6. PIERRE BOURDIEU
7. ANTONIO GRAMSCI
8. MICHEL FOUCAULT
9. IOHANNES AMOS COMENIUS
Começamos com um dos principais teóricos, PAULO FREIRE, colocou em
foco a criticidade na infância.

Paulo Freire é conhecido mundialmente e foi o mais memorável educador


brasileiro. Ele propôs a criticidade dos alunos em sala de aula,
condenando o ensino que era oferecido pelas escolas, voltadas para o
ensino da elite, deixando muitos alunos sem receber uma educação de
qualidade, qualificada como educação bancária. E ainda, criticava a ideia
de transmitir conhecimento de professor para aluno. Para ele, ninguém
ensina nada a ninguém, o indivíduo precisa aprender entre si e ser
mediado pelo mundo. Quer saber mais, leia nosso resumo do livro
Pedagogia da Autonomia.

Indicação de livro: Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire, Editora Paz e


terra, 1996.

MARIA MONTESSORI, idealizou uma Educação para a vida.

Montessori foi a primeira mulher a se formar em medicina em seu país,


também foi pioneira na pedagogia, quando focou na auto- educação do
aluno, contra o papel do professor como fonte única de conhecimento.
Para Montessori, a educação é uma conquista da criança, pois já
nascemos com a capacidade de ensinar a nós mesmos, caso tenhamos
condições para isso.
A base de sua teoria é a individualidade, atividade e a liberdade do aluno,
com foco no conceito individual como simultaneamente, sujeito e objeto
do ensino. Ela defendia a Educação além do acúmulo de informações,
para Montessori, o objetivo da escola é a formação integral da criança.

Indicação de livro: A descoberta da criança. Pedagogia científica, Maria


Montessori, Editora Kirion, 1997.

JEAN PIAGET, também um dos teóricos mais estudados para concurso


de professor, favoreceu a atividade mental do aluno.
Piaget foi um dos teóricos mais influentes na educação, chegando se
tornar sinônimo de Pedagogia. Embora nunca tenha atuado como
pedagogo, e nem possui um método próprio, ele dedicou sua vida a
observação científica rigorosa da aquisição do conhecimento pela
criança.
Ele criou um campo de investigação que chamou de epistemologia
genética, teoria que foi centrada no desenvolvimento natural da criança.
Segundo Piaget, o pensamento infantil passa por quatro estágios de
desenvolvimento, são eles: fase sensório-motora: nascimento até cerca
de 2 anos, fase pré-operacional: de 2 a 7 anos, estágio operacional
concreto: 7 a 11 anos e estágio operacional formal: 11 anos ou mais.
Uma das grandes contribuições de Piaget foi o raciocínio lógico
matemático, fundamental na escola, segundo ele, este conhecimento só
pode ser ensinado dependendo da estrutura de conhecimento da criança.

Indicação de livro: A psicologia da criança, Paulo Jean Piaget, Bertrand


Brasil, 1990.

LEV VYGOTSKY, também está na lista dos teóricos da educação,


contribuiu com a experiência relação homem e mundo.

Vygotsky morreu de forma prematura a mais de 70 anos, porém, suas


obras ainda continuam em debate em diversos países até os dias atuais.
Ele atribuía um papel importante as relações sociais e ao
desenvolvimento intelectual, por isso a corrente pedagógica que teve
origem pelo seu pensamento ficou conhecida como sócio-construtivista
ou sócio-interacionismo.
O pensador da ênfase ao social e ao interpessoal, em oposição a Jean
Piaget que atribui o conhecimento a processos internos. Embora
discordassem, suas obras normalmente complementam uma a outra,
formando novos métodos de ensino.
Segundo Vygotsky o aprendizado decorre da compreensão do homem
como um ser que se forma em contato com a sociedade, ou seja, “na
ausência do outro, o homem não se constrói homem”, segundo ele.
Para o pensador, a formação acontece na relação dialética entre o sujeito
e a sociedade ao seu redor, e essa relação não é passível de
generalização. O mais importante na teoria de Vygotsky é a interação que
cada um estabelece com o ambiente, chamando de experiência
pessoalmente significativa.

Indicação de livro: Pensamento e linguagem, Lev Vygotsky, Editora


Martins Fontes, 1991

CELESTIN FREINET, mestre do trabalho e bom senso, dos pensadores


Listamos também Freinet, educador que, em meados do século XX, lutou
contra o ensino tradicional, centrado no professor e na cultura
enciclopédica. Trouxe uma educação ativa e popular, tanto para a
organização da rede de ensino como no aprendizado em si.
Ele acreditava que era necessário transformar a escola por dentro, pois é
dela que se manifestam as contradições sociais.
Para Freinet, o trabalho e a cooperação vêm em primeiro lugar,
defendendo que “não é o jogo que é natural da criança, mas sim o
trabalho”, seu maior objetivo é criar uma escola do povo.

Indicação de livro: Uma pedagogia de atividade e cooperação, Celestin


Freinet, Editora Vozes, 2010

HENRI WALLON, defende o processo de evolução individual.

Wallon defende o processo de evolução do indivíduo que depende da


capacidade biológica em conjunto com o meio ambiente, afetando de
alguma forma seu desenvolvimento. Ao nascer, segundo Henri, a pessoa
nasce com um aparelho fonador em ótimas condições, mas só vai atingir
o desenvolvimento, quando estiver em um ambiente que o estimule a
aprender.
Wallon, assim como Piaget, divide o desenvolvimento da criança em
cinco etapas, sendo elas: impulsivo-emocional; sensório-motor e
projetivo; personalismo; categorial; e puberdade e adolescência. Ao
longo do processo de desenvolvimento, a afetividade e a inteligência se
alternam, embora não sejam funções exteriores uma a outra, ao
reaparecer como atividade dominante, uma incorpora as conquistas da
outra.

Indicação de livro: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil,


Henri Wallon, Editora Vozes, 2011

JOHN DEWEY, defensor da instituição democrática.

A teoria de Dewey se inclui na educação progressista, com o objetivo de


educar a criança como um todo, no crescimento físico, emocional e
intelectual.
O princípio de Dewey é que os alunos aprendem realizando tarefas
associadas ao conteúdo ensinado. Para ele, é preciso incluir atividades
manuais e criativas para que as crianças sejam estimuladas a
experimentar e pensar por si mesmas.
Dewey defendia a democracia não só no campo institucional, mas
também no interior das instituições.
Indicação de livro: John Dewey / Robert B. Westbrook; Anísio Teixeira,
José Eustáquio Romão,Verone Lane Rodrigues (org.). – Recife: Fundação
Joaquim Nabuco, Editora
Massangana, 2010

HOWARD GARDNER, o teórico que defende a diversidade da inteligência.

Dos pensadores, este se dedica a estudar a forma como o pensamento se


organiza, entrando em um grande conflito quando alega que a inteligência
não pode ser medida pelo raciocínio lógico- matemático, geralmente
sendo o mais valorizado nas instituições.
Para o pensador há vários tipos de inteligência: musical, espacial,
linguística, interpessoal, intrapessoal, corporal, naturalista e existencial,
se tornando a teoria das inteligências múltiplas, que atraiu a atenção dos
professores, fazendo com que suas teorias se aproximassem do universo
educacional.

Indicação de livro: Inteligências múltiplas ao redor do mundo, Howard


Gardner, Editora Artimed, 2010.

JOSÉ CARLOS LIBÂNEO, em sua teoria o autor destaca a busca de uma


educação transformadora.

Para este autor, tenho preferência do livro que indiquei.


Para Libâneo, a educação deve servir como instrumento de luta para a
transformação dos conceitos sociais. Através do conhecimento, que
possibilita a liberdade intelectual e a política, para que as pessoas
pudessem dar o real valor a informação, julgando de forma mais crítica e
tomando decisões livres.
A preparação dos alunos para o processo produtivo e para a vida em
sociedade deve envolver conceitos, habilidades, valores e atitudes que
propiciem uma visão em conjunto, levando o indivíduo a ter capacidade
de tomar decisões, fazer análises, interpretar informações, trabalhar em
equipe, dentre outros.
Em segundo plano, Libâneo auxilia os alunos nas competências de
pensar de forma autônoma, crítica e criativa para desenvolver meios de
busca pela informação.

Indicação de livro: Democratização da escola pública: A pedagogia


crítico-social dos conteúdos, José Carlos Libâneo, Edições Loyola, 1985.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Aristóteles
Aristóteles
384 a.C. - 322 a.C

A educação é a transformação em ato das potencialidades dos homens

De todos os grandes pensadores da Grécia antiga, Aristóteles foi o que


mais influenciou a civilização ocidental. Até hoje, o modo de pensar e
produzir conhecimento deve muito ao filósofo. Foi ele o fundador da
ciência que ficaria conhecida como lógica, e suas conclusões nessa
área não tiveram contestação alguma até o século 17.

No campo da educação sua importância também é grande, porém de


modo indireto. Para Aristóteles, a educação visa à virtude, ou excelência
moral, que corresponderia à ideia de uma razão relativa às questões da
conduta. Tal disposição supõe a precedência de uma escolha dos atos a
serem praticados e de um hábito construído e firmado pela repetição.

"Há uma relação entre política e educação na Grécia antiga. Na Política de


Aristóteles, o homem é definido como um ser cível que é por natureza
levado a viver em sociedade. O homem só terá vida plena se inserido em
uma cidade-Estado, pois essa é condição indispensável para sua
existência. A Pólis é um organismo vivo, cujo fim é assegurar as
necessidades materiais para a sobrevivência do homem e uma vida
intelectual melhor. Logo, todo indivíduo possui seu fim último ligado à
Pólis, visto ser no interior desta que serão determinadas as suas
atividades. Existe uma unidade orgânica entre a natureza política do
indivíduo e o Estado.

Dentro dessa fisiologia política de Aristóteles, a educação entra como


aquela capaz de desenvolver as condições necessárias para a segurança
do regime e para a saúde do Estado. É a educação que fornece unidade
orgânica ao Estado; ela deve ocupar toda a vida do cidadão, desde a sua
concepção. Só aquele capaz de legislar deve contribuir para a educação.
Logo, a educação não pode ser negligenciada, sendo deixada a cargo de
cada cidadão. Ela é responsabilidade do legislador, o único que pode
estabelecer leis e princípios gerais. É somente através da educação que o
homem irá desenvolver aquela que é considerada por Aristóteles a mais
importante das ciências, justamente porque tem por objeto o bem-estar
comum, ou seja, a Política. Tal educação será promovida através de um
conjunto de atividades pedagógicas coordenadas, tendo em vista uma
cidade perfeita e um cidadão feliz.

São funções do legislador:

Guiar os cidadãos à prática das virtudes;

Ocupar-se da educação dos jovens;

Estabelecer leis que promovam a educação conforme a moral e ligada à


vida política no Estado, o que estabelece o equilíbrio político no seu
interior;

Tornar a educação um assunto público;

Promover o fim do indivíduo que deve coincidir com o fim do Estado.

O Estado, com a ajuda dos pais, buscará a realização do bem político


através da educação familiar, privada e pública, segundo os seguintes
períodos de instrução:

Procriação e período pré-natal, em que se tem o cuidado com a


alimentação das gestantes;

A nutrição (1 ano), pequena infância (dos 2 aos 5 anos), primeira infância


(dos 5 aos 7 anos), em que se deve habituar a criança ao movimento e às
lições;

A educação (dos 7 aos 14 anos), a adolescência (dos 14 aos 21 anos),


tendo como base a literatura e as ciências;

E a maioridade, em que se prestará o serviço militar até os 35 anos.


Após esse período, o homem, bem formado, estará apto para legislar,
pois já comprovou ter o domínio de si e das necessidades da cidade. Para
Aristóteles, a felicidade se define em uma ação perfeita e no exercício da
virtude. A felicidade do Estado está ligada ao saber e à vontade dos
cidadãos. Ela é a atividade para a qual tende a virtude, é o resultado da
virtude humana e, sendo assim, pertence à categoria dos bens divinos
por excelência. É uma atividade que possui seu fim próprio, enquanto que
as outras tendem para ela.

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Já a virtude é a condição necessária para se alcançar a felicidade. Não é


um instrumento, mas um hábito voluntário, consequência da prática que
deve ser estimulada pela educação. Há uma dicotomia sobre a alma nesse
sentido:

A parte racional (lógica), que divide a razão teórica da razão prática e

A parte privada (sensação, sentimentos, paixão) que deve obedecer à


lógica.

A educação deve considerar as divisões da alma, cultivando ações que


correspondam à parte superior da alma. Assim surge também a divisão
das virtudes. São elas:

Intelectuais: sabedoria, inteligência, bom-senso, justiça;

Morais: generosidade e temperança.

As primeiras estão ligadas ao ensino e por isso necessitam da


experiência e do tempo. As segundas proveem do hábito e não são inatas.
As virtudes, portanto, são qualidades da alma adquiridas somente com a
atividade e o esforço e é justamente aí que entra a educação.
"

Veja mais sobre "Aristóteles e a educação" em:


https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/aristoteles-educacao.htm

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da


Educação - Comenius

"As escolas, fazendo que os homens se tornem Jan Amos


verdadeiramente Komensky
humanos, são sem dúvida as oficinas da humanidade." 1592-1670

Jan Amos Komensky defendia uma educação para a vida cotidiana, com
sistematização de todos os conhecimentos e o estabelecimento de um sistema
universal de educação, com oportunidades para as mulheres. Ele sustentou a
ciência ao mesmo tempo que exaltava a majestade divina. Uma de suas
principais obras, Didáctica Magna (1628-1632), expõe esses princípios.
A Didáctica Magna marca o início da sistematização da pedagogia e da
didática no Ocidente. A obra, à qual o autor se dedicou ao longo de sua
vida, tinha grande ambição. Comenius chama sua didática de ‘magna’
porque ele não queria uma obra restrita, localizada. No livro, o pensador
realiza uma racionalização de todas as ações educativas, indo da teoria
didática até as questões do cotidiano da sala de aula. A prática escolar,
para ele, deveria imitar os processos da natureza.

Ele perseguiu desde a juventude a unificação da totalidade do


conhecimento humano, porque imaginava que ele era finito e imutável. A
construção de uma enciclopédia do saber e sua adaptação às
capacidades infantis são o grande tema da pedagogia de Comenius, e
para sustentá-la ele criou uma base filosófica que denominou “pansofia”,
a procura de um princípio básico que harmonizasse todo o saber. Ao
contrário de seu pensamento educacional, que suscitou interesse pela
Europa afora, a pansofia não teve seguidores.

Comenius adotou o método empírico de explorar o mundo, em


contraposição às verdades impostas pelo ensino medieval. Pela
experimentação, ele acreditava que todos poderiam vir a enxergar a
harmonia do universo sob o caos aparente. “Comênio queria mudar a
escola com a didática e a sociedade com a educação”, diz Gasparin.
“Era um grande idealista.”

Educação »

A Pedagogia de Comenius
Por Ana Lucia Santana
Ouça este artigo:

Jan Amos Comenius foi uma significativa liderança religiosa


no contexto em que viveu, de 1592 a 1670. Ele era devotado
seguidor de Jan Huss e, predecessor do filósofo Jean Jacques
Rousseau, foi o criador da Pedagogia Moderna. Seu ideal
pedagógico era movido pelo preceito "Ensinar tudo a todos",
o qual resumia as bases e as normas que regem o Homem no
seu desempenho na esfera terrena, como criador de sua
trajetória.

Este educador tinha como principal meta trazer o ser para


perto do Criador, transformando os indivíduos em cristãos
exemplares, dotados do poder de exercitar suas virtudes
potenciais, que devem irradiar na direção de todos,
independente do status econômico, de gênero ou de
condições físicas e mentais. Para ele, a didática podia ser
definida como a prática de educar e também enquanto ofício
de ensinar.

Dotado de um humanismo ímpar e de uma visão globalizante,


Comenius era atraído por todas as esferas do conhecimento;
assim, sonhava em construir uma pansofia, ou seja, uma
sabedoria que abrangesse a totalidade. Ele acreditava,
portanto, que o saber verdadeiro deveria incorporar a filosofia
orientada pela razão, a ciência com suas inclinações empíricas
e a religião, se realmente aspirasse a edificar a humanidade.

Comenius defendia a necessidade da educação das crianças


em idade tenra, aconselhando, para esse fim, que se
construíssem escolas maternais; desta forma estes seres
teriam a chance de conquistar desde cedo conhecimentos
básicos que poderiam ser desenvolvidos depois.
Sua intenção era que o Homem fosse educado para a vida
eterna porque, como ele acreditava, ele era espírito destinado
à imortalidade; desta forma, seu aprendizado tinha que ir
além dos desejos e ideais materiais. Daí a necessidade vital
de buscar não somente bens terrenos, mas acima de tudo a
sabedoria e as qualidades que o conduzissem para o Criador.

Sua pedagogia preconiza que se deve iniciar o aprendizado


pelos sentidos, pois é através deles que se percebe os
estímulos exteriores e, portanto, o que se considera real;
assim, as percepções sensoriais seriam impressas no interior
do ser e, depois, analisadas pelos instrumentos racionais.

Os fundamentos de sua didática são o entendimento, a


conservação e a práxis; por meio deles o indivíduo atinge três
qualidades elementares – a aquisição de vastos
conhecimentos, virtudes e religiosidade, que estão
intimamente vinculadas aos dons do intelecto, da vontade e
da memória.

O educador crê que todas as pessoas são igualmente


portadoras de uma condição humana, embora manifestem
inteligências distintas, para ele produtos de um grau elevado
ou de uma carência de harmonia própria; por essa razão as
mentes devem ser moldadas logo cedo, para que os intelectos
se desenvolvam sem tantas discrepâncias.

A doutrina pedagógica de Comenius convida a mente


racional a adotar diante do Cosmos uma postura inquiridora e
inclusiva de todas as esferas do conhecimento. Sua obra,
fruto de intensos diálogos com filósofos como Bacon e
Descartes, visa contribuir para que o Homem, desde a
infância, passando pela juventude, complete sua evolução
rumo à perfeição espiritual e intelectual.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação - Herbart

“Virtude é o nome que convém ao objetivo pedagógico


em sua totalidade. É a ideia da liberdade interior convertida
em realidade permanente numa pessoa.”
1776 - 1841
Johann Friedrich Herbart foi o precursor da psicologia experimental aplicada à
pedagogia. Este autor via a educação como ciência. Ele trouxe para a
pedagogia o caráter de objetividade de análise, a psicometria, o rigor e a
sistematização do método. Segundo Herbart, a ação pedagógica se orienta por
três procedimentos: o governo, a instrução e a disciplina.

O governo é a forma de controle da agitação da criança, inicialmente exercido


pelos pais e depois pelos mestres, com a finalidade de submeter a criança às
regras do mundo adulto e viabilizar o início da instrução.

A instrução é o principal procedimento da educação e pressupõe o


desenvolvimento dos interesses. O interesse determina quais as ideias e
experiências que receberão atenção por parte do indivíduo. Herbart não separa
a instrução intelectual da instrução moral, pois para ele uma é condição da
outra. Para que a educação seja bem-sucedida é conveniente que sejam
estimulados o surgimento de múltiplos interesses.

A disciplina é a responsável por manter firme a vontade educada, no caminho e


propósito da virtude, supondo autodeterminação, que é uma característica do
amadurecimento moral levando para a formação do caráter que está sendo
proposto, ao contrário do governo, que é heterônomo e exterior, mais
adequado ao trato com as crianças pequenas.

Para ele, a principal função da educação em uma sociedade é a aquisição de


ideias por parte dos alunos. A ideia-chave de sua pedagogia é que a instrução
é a base da educação. Não lhe interessava se a educação fortaleceria a
democracia ou a cultura política.

Sua concepção de aluno parte do pressuposto que os "espíritos" humanos são


tábulas rasas, sem qualquer conteúdo, o qual deve ser adquirido através do
processo de ensino. Para ele, o conhecimento é dado pelo mestre ao aluno, de
modo que só mais tarde o aplica a experiências vividas, é uma educação pela
instrução, neste caso, com um caráter intelectualista.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Rousseau

"O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado".


1712-1778
• "Em 1762, Jean-Jacques Rousseau publicou Emilio ou Da
Educação. Este tratado, de uma total novidade para a época, encontrou
grande sucesso, revolucionando a pedagogia e serviu de ponto de partida
para as teorias de todos os grandes educadores dos séculos XIX e XX.
Trata-se de um romance pedagógico que conta a educação de um órfão
nobre e rico, Emilio, de seu nascimento até seu casamento.

• Fiel a seu princípio, segundo o qual o homem nasce naturalmente


bom, Rousseau estima que é preciso partir dos instintos naturais da
criança para desenvolvê-los. A educação negativa (essa que propõe o
filósofo), na qual o papel do preceptor (professor) é, sobretudo, o de
preservar a criança, deveria substituir a educação positiva que forma a
inteligência prematuramente e impensadamente. O ciclo completo desta
nova educação comporta quatro períodos:

• 1. O primeiro período vai de 0 a 5 (zero a cinco) anos,


correspondendo a uma vida puramente física, apta a fortificar o corpo
sem forçá-lo; período espontâneo e orientado graças, notadamente, ao
aleitamento materno;

• 2. O segundo período vai de 5 aos 12 (cinco a doze) anos e é aquele


no qual a criança desenvolve seu corpo e seu caráter no contato com as
realidades naturais, sem intervenção ativa de seu preceptor;

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• 3. O preceptor intervém mais diretamente no terceiro período que
vai de 12 a 15 (doze a quinze) anos, período no qual o jovem se inicia,
essencialmente pela experiência, à geografia e à física, ao mesmo tempo
em que aprende uma profissão manual ou ofício;

• 4. Dos 15 aos 20 (quinze aos vinte) anos compreende-se o quarto


período em que o homem floresce para a vida moral, religiosa e social.

• Este é, pois, o modelo básico de educação proposto por Rousseau


para substituir a educação tradicional que, em nome da civilização e do
progresso, obriga os homens a desenvolverem na criança a formação
apenas do intelecto em detrimento da educação física, do caráter moral e
da natureza própria de cada individuo."

• Veja mais sobre "A educação no “Emílio” de Rousseau" em:

• •

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Bachelard

"Nós acreditamos, com efeito, que o progresso científico


manifesta sempre uma ruptura , perpétuas rupturas, entre
conhecimento comum (senso comum) e conhecimento
científico, desde que se aborde uma ciência evoluída, uma
ciência que, pelo próprio facto das suas rupturas, traga a marca
da modernidade. (...) Podemos pois colocar a descontinuidade
epistemológica em plena luz. (...) A própria linguagem da 1884 -1962
ciência está em estado de revolução semântica permanente".

Gaston Bachelard critica as concepções continuístas da História das Ciências,


introduzindo a categoria de ruptura para assinalar a dupla descontinuidade
histórica e epistemológica que na mesma se verifica. A contínua
retificação dos conhecimentos anteriores é a chave de todo o progresso
científico. A ciência não é pois um conhecimento absoluto, nem rigoroso,
mas apenas cada vez mais aproximado do sentido profundo da
natureza. O progresso científico faz-se por meio de sucessivas rupturas.

Além do conceito de rupturas, criou o conceito de fenomenotécnica, que


são "fenômenos que não estão naturalmente na natureza. Só por uma
desrealização da experiência comum se pode atingir um realismo da
técnica científica." (Bachelard, 1934)

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação - Dewey

"Eu acredito que educação é o método fundamental do


progresso social e da reforma (...).
Através da educação a sociedade formula o seu próprio
propósito, podendo o organizar
seus próprios meios e recursos...dirigindo-os no sentido em
que ela pretende mover-se."
(My Pedagogic Owed, 1897) 1859 - 1952

John Dewey foi o criador da chamada Escola Nova. Acreditava na educação


pela ação e criticava a educação tradicional, o intelectualismo e a
memorização. Ele pregava uma educação que propiciasse à criança condições
de resolver por si própria seus problemas. Para ele, a experiência pessoal era
fundamental.

Partindo das ciências naturais, do materialismo, do behaviorismo e da


experiência prática, concebeu o pensamento como um instrumento para o
intercâmbio, definindo, por isso, sua filosofia como pragmatista. Dizia que a
escola não poderia ser uma preparação para a vida, mas, sim, a própria vida.
Atribuía grande valor às atividades manuais e à divisão das tarefas como
estímulo à cooperação e à criação de um espírito social.

Como psicólogo, sustentou a ideia de que todas as formas de relação


conduziam basicamente a uma adaptação ao meio (funcionalismo).

Seus críticos, porém, dizem que ele pecava em não questionar a sociedade e
seus valores, acabando por reforçar a adaptação do aluno à sociedade.
Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -
Decroly

“Convém que o trabalho das crianças não seja uma


simples cópia; é necessário que seja realmente
a expressão de seu pensamento.”
1871- 1932

Jean-Ovide Decroly foi diretor da Escola "École d'Ermitage" (1907), cujo o


ensino era direcionado aos meninos considerados de infância irregular, e que
se tornou famosa como exemplo da Escola Nova. Ali aplicou ao ensino de
crianças normais as conclusões extraídas da educação de excepcionais
(Montessori).

Baseado em suas contrariedades durante sua educação em sua infância (era


considerado indisciplinado), seu método se destaca ao conciliar medidas
psicológicas e educativas na prática educacional com as crianças.

No campo da expressão, Decroly dedicou cuidadosa atenção à questão da


linguagem. Para ele, não só a palavra é meio de expressão mas também, entre
outros, o corpo, o desenho, a construção e a arte. Com a ampliação do
conceito de linguagem, que a linguística viria a corroborar, Decroly pretendia
dissociar a ideia de inteligência da capacidade de dominar a linguagem
convencional, valorizando expressões “concretas” como os trabalhos manuais,
os esportes e os desenhos.

A educação era centrada no aluno, ou seja, buscava a possibilidade de o aluno


conduzir o próprio aprendizado e, assim, aprender a aprender. Alguns de seus
pensamentos estão bem vivos nas salas de aula e coincidem com propostas
pedagógicas difundidas atualmente. É o caso da ideia de globalização de
conhecimentos – que inclui o chamado método global de alfabetização – e dos
centros de interesse.

O princípio de globalização de Decroly se baseia na ideia de que as crianças


apreendem o mundo com base em uma visão do todo, que posteriormente
pode se organizar em partes, ou seja, que vai do caos à ordem.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação - Freinet


"A democracia de amanhã se prepara
na democracia da escola"
1896-1966

Celestin Freinet, educador francês que desejava criar um sistema democrático


de educação, livre de contradições sociais. Para ele, a escola tradicional era
fechada, contrária à descoberta, ao interesse e ao prazer da criança e a escola
nova também, principalmente os modelos Decroly e Montessori, eram
criticados por Freinet. Seu objetivo básico era desenvolver uma escola popular.

Freinet foi criador, na França, do movimento da escola moderna. O movimento


pedagógico fundado por ele caracteriza-se por sua dimensão social,
evidenciada pela defesa de uma escola centrada na criança, que é vista não
como um indivíduo isolado, mas fazendo parte de uma comunidade. A escola
por ele concebida é vista como elemento ativo de mudança social e é também
popular por não marginalizar as crianças das classes menos favorecidas.

Este educador questionava a definição de materiais, de locais e de condições


especiais para a realização do trabalho pedagógico. Propõe o trabalho/jogo
como atividade fundamental, com técnicas construídas com base na
experimentação e documentação, que dão à criança instrumentos para
aprofundar seu conhecimento e desenvolver sua ação.

Algumas técnicas da pedagogia de Freinet: o desenho livre, o texto livre, as


aulas-passeio, a correspondência interescolar, o jornal, o livro da vida (diário e
coletivo), o dicionário dos pequenos, o caderno circular para os professores,
etc. Essas técnicas têm como objetivo favorecer o desenvolvimento dos
métodos naturais da linguagem (desenho, escrita, gramática), da matemática,
das ciências naturais e das ciências sociais. Porém, essas técnicas não são um
fim em si mesmas, e sim, momentos de um processo de aprendizagem que, ao
partir dos interesses mais profundos da criança, propicia as condições para o
estabelecimento da apropriação do conhecimento.

Sua proposta é centralizada na criança e baseada sobre alguns princípios:

senso de responsabilidade expressão


senso cooperativo criatividade
sociabilidade comunicação
julgamento pessoal reflexão individual e coletiva
autonomia afetividade
Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -
Gramsci

foto de gramsci
1891 - 1936

“A tendência democrática de escola não pode consistir apenas


em que um operário manual se torne qualificado, mas
em que cada cidadão possa se tornar governante.”

Antonio Gramsci se distinguia de seus pares por desacreditar de uma


tomada do poder que não fosse precedida por mudanças de
mentalidade. Para ele, os agentes principais dessas mudanças seriam
os intelectuais e um dos seus instrumentos mais importantes, a escola.

Alguns conceitos criados ou valorizados por Gramsci hoje são de uso


corrente em várias partes do mundo. Um deles é o de cidadania. Foi ele
quem trouxe à discussão pedagógica a conquista da cidadania como um
objetivo da escola. Ela deveria ser orientada para o que o pensador
chamou de elevação cultural das massas, ou seja, livrá-las de uma visão
de mundo que, por se assentar em preconceitos e tabus, predispõe à
interiorização acrítica da ideologia das classes dominantes.

Gramsci deteve-se particularmente no papel da cultura e dos intelectuais


nos processos de transformação histórica. Suas ideias sobre educação
surgem desse contexto. Muitos pensadores clássicos da educação,
entre eles Comenius (1592-1670) e Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778), subordinavam o processo pedagógico à natureza. A própria
evolução das crianças daria conta de grande parte do aprendizado.
Gramsci tinha outra ideia: "A educação é uma luta contra os instintos
ligados às funções biológicas elementares, uma luta contra a natureza,
para dominá-la e criar o homem ‘atual’ à sua época", escreveu.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Steiner
foto de Rousseau
1861-1925
“A Natureza faz do homem um ser natural; a
sociedade faz dele um ser social somente
o homem é capaz de fazer de si um ser livre.”

Em 1919, logo após a primeira guerra mundial, Rudolf Steiner criou uma
escola na qual se aplicava uma proposta, criada por ele mesmo,
denominada pedagogia Waldorf, que tinha como bases da
aprendizagem as vivências, o cultivo do querer agir por meio da
atividade corporal, o sentir por meio do trabalho artístico e artesanal e, o
pensar, desde a relação com o imaginário de contos, lendas e mitos até
o pensamento abstrato científico, já em séries mais avançadas.

Partindo de uma concepção holística do homem, orientada a partir de


pontos de vista antropológico, pedagógico, curricular e administrativo
fundamentados na Antroposofia, método de conhecimento da natureza,
do ser humano e do universo, de concepção espiritualista. Nela o ser
humano é apreendido em seu aspecto físico, anímico (psico-emocional)
e espiritual, de acordo com as características de cada um e da sua faixa
etária, buscando-se uma perfeita integração do corpo, da alma e do
espírito, ou seja, entre o pensar, o sentir e o querer.

Parte da hipótese de que o ser humano não está determinado


exclusivamente pela herança e pelo ambiente, mas também pela
resposta que do seu interior é capaz de realizar, em forma única e
pessoal, a respeito das impressões que recebe do mundo. O homem é
concebido como tendo uma existência material e transitória, já que,
nessa existência, encontra possibilidades de desenvolver uma
identidade espiritual própria e autônoma, pois que o ser humano não
nasce com todas as suas aptidões desenvolvidas, sendo portador de um
potencial de predisposições e capacidades que, ao longo de sua vida,
lutam por se desenvolver.

O processo pedagógico, através do ensino, atuando durante o


desenvolvimento desse ser humano, procura dar as condições para
quem o vivência de poder vir a definir sua própria vida. É claro que esse
objetivo para o processo pedagógico pressupõe um currículo concebido
de forma diferente do currículo tradicional.

O ensino teórico é sempre acompanhado pelo prático, com grande


enfoque nas atividades corpóreas (ação), artísticas e artesanais, de
acordo com a idade dos estudantes; o cultivo das atividades do pensar,
inicia-se com o exercício da imaginação, do conhecimento dos contos,
lendas e mitos, até gradativamente atingir-se o desenvolvimento do
pensamento mais abstrato, teórico e rigorosamente formal, mais ou
menos na época de ensino médio. Essa não exigência de atividades que
necessitam de um pensar abstrato muito cedo é também um dos
grandes diferenciais em relação a outros métodos de ensino.

O Saber, desta forma, não é a finalidade básica da educação, não é o


fim último a ser atingido, mas o meio para que o aluno alcance harmonia
e estabilidade no seu processo de autoconhecimento e também do
conhecimento da realidade que o cerca.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Makarenko
foto de Makarenko
1888 - 1939

“É preciso mostrar aos alunos que o trabalho e a vida


deles são parte do trabalho e da vida do país"

Anton Semionovich Makarenko foi diretor da Colônia Gorki, instituição


rural que atendia crianças e jovens órfãos que haviam vivido na
marginalidade. Lá ele pôs em prática um ensino que privilegiava a vida
em comunidade, a participação da criança na organização da escola, o
trabalho e a disciplina.

O método criado por ele era uma novidade porque organizava a escola
como coletividade e levava em conta os sentimentos dos alunos na
busca pela felicidade – aliás, um conceito que só teria sentido se fosse
para todos. O que importava eram os interesses da comunidade e a
criança tinha direitos impensáveis na época, como opinar e discutir suas
necessidades no universo escolar.

Mais que educar, com rigidez e disciplina, ele quis formar


personalidades, criar pessoas conscientes de seu papel político, cultas,
sadias e que se tornassem trabalhadores preocupados com o bem-estar
do grupo, ou seja, solidários. Na sociedade comunista de então, o
trabalho era considerado essencial para a formação do homem, não
apenas um valor econômico.
Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -
Montessori
foto de Maria Montessori
1870-1952

"A inteligência da criança observa amando e não


com indiferença, isso é o que faz ver o invisível."

Maria Montessori foi a primeira mulher a se formar em medicina na Itália.


Depois de sua licenciatura em Pedagogia, dedicou-se à educação de
crianças excepcionais num hospital psiquiátrico em Roma. Desenvolveu
o sistema montessoriano que se apoia no trinômio: atividade,
individualidade e liberdade. Ela acreditava que os estímulos externos
formariam o espírito da criança, precisando, portanto, ser determinados.

Favorecia o livre desenvolvimento da atividade infantil pela concentração


na aprendizagem de jogos e pela realização de tarefas autônomas
preparadas por adultos. No modelo criado por Montessori, a criança teria
liberdade para lidar com objetos preestabelecidos, como os conjuntos de
jogos e outros materiais que ela desenvolveu. A manipulação de objetos
tem importância central em seu modelo. Os pés e as mãos têm grande
destaque nos exercícios sensoriais criados por Montessori.

Para ela, a coordenação motora se desenvolve com o movimento.


Sendo assim, o autocontrole e a capacidade de decisão seriam os
principais objetivos da aprendizagem. O sistema desenvolvido por
Montessori ganhou destaque pelas técnicas inovadoras usadas em
jardins de infância e primeiras séries do ensino formal. Os principais
jogos criados por ela e que são utilizados nos dias de hoje são o
Material Dourado e o Alfabeto Móvel.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Piaget
foto piaget
1896-1980

"O professor não ensina, mas arranja modos


de a própria criança descobrir. Cria situações-problema."
Principal representante da psicologia da aprendizagem, que centra suas
investigações nas estruturas cognitivas, Jean Piaget defendia a ideia de
que o conhecimento não existe: aquilo a que se dá este nome é um
conjunto de capacidades intelectuais hierarquicamente classificadas que
requerem uma visão científica mais global. Tinha como objetivo estudar
a evolução do pensamento da infância até a adolescência, procurando
entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o
mundo. Pesquisador que desenvolveu muitas investigações, que
constituíram a base do construtivismo, cujos resultados são utilizados
por psicólogos e que receberam e recebem diversas interpretações e
consequentes propostas didáticas. Piaget concebia a criança como um
ser dinâmico, que a todo o momento interage com a realidade.

Segundo sua teoria denominada "epistemologia genética", a partir do


nascimento os seres humanos são submetidos a fases de
desenvolvimento cognitivo, do qual ele descreveu quatro estágios de
desenvolvimento: sensório, pré-operacional, operacional concreto e
operacional formal. Ele acreditava que essas etapas devem ser
preenchidas de forma linear e do conhecimento foi construído pelo
indivíduo através da ação e que, portanto, o meio ambiente e os
conhecimentos inatos ou não influenciou nesta evolução. Seu trabalho
foi em grande parte observacional e ele é creditado com o uso de termos
como assimilação e acomodação.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Vygotsky
foto de Vygotsky
1896-1934

"O caminho do objeto até a criança e desta até o


objeto passa por outra pessoa.”

Lev Semenovitch Vygotsky enfatizava o papel da linguagem e do


processo histórico social no desenvolvimento do indivíduo. Sua questão
central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o
meio. Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas também interativo,
pois adquire conhecimentos a partir de relações intra e interpessoais. É
na troca com outros sujeitos que o conhecimento e as funções sociais
são assimilados. O professor, portanto, tem o papel explícito de interferir
nos processos e provocar avanços nos alunos, criando o que ele
chamava de zonas de desenvolvimento proximal. O aluno, no modelo de
Vygotsky, não é apenas o sujeito da aprendizagem, mas aquele que
aprende com o outro aquilo que seu grupo social produz.

Existem pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por


Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a
criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a
capacidade de aprender com outra pessoa. Assim, a aprendizagem
interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de
desenvolvimento proximal (distância entre aquilo que a criança faz
sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto;
potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as
pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o
potencial) nas quais as interações sociais são centrais, estando então,
ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-
relacionados; assim, um conceito que se pretenda trabalhar como, por
exemplo, em matemática, requer sempre um grau de experiência
anterior para a criança.

O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de


internalização da interação social com materiais fornecidos ela cultura,
sendo que o processo se constrói de fora para dentro. A ideia central
para a compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento
humano como processo socio-histórico é a ideia de mediação: enquanto
sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos,
mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos
sistemas simbólicos de que dispõe, portanto enfatiza a construção do
conhecimento como uma interação mediada por várias relações, ou
seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito
sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação
feita por outros sujeitos.

Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo


como resultado de um processo socio-histórico, enfatizando o papel da
linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa
teoria considerada histórico-social.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Anísio Teixeira
foto de Anísio Teixeira
1900-1971
"Com efeito, todo o presente modo de pensar do homem é modo de
pensar em termos de mudança. A essência do método científico está em
sua posição de juízo suspenso. Tudo que fazemos se funda em
hipóteses, sujeitas obviamente a mudanças. Tais mudanças decorrem
de novos conhecimentos, os novos conhecimentos decorrem de novas
experiências e tais novas experiências do fluxo ininterrupto de
mudanças..."

Anísio Spínola Teixeira, considerado o principal idealizador das grandes


mudanças que marcaram a educação brasileira no século XX, Anísio
Teixeira foi pioneiro na implantação de escolas públicas de todos os
níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para
todos. Como teórico da educação, Anísio não se preocupava em
defender apenas suas ideias. Muitas delas eram inspiradas na filosofia
de John Dewey, de quem foi aluno ao fazer um curso de pós-graduação
nos Estados Unidos. Por este motivo foi um dos difusores das ideias de
Dewey no Brasil.

Em 1932, Anísio assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova


que divulgava, ao povo e ao governo, as principais diretrizes de um
programa de reconstrução educacional, proposto por um grupo de
educadores, alguns dos quais já haviam comandado reformas no ensino
público do País, como, por exemplo, Lourenço Filho (Ceará/1922-1923)
e Fernando de Azevedo (Distrito Federal/1927-1930).

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Arroyo
foto de Miguel Arroyo

"Tenho muita esperança neste curso, esperança de que ele produza


um saber novo, humilde, que se interroga, e que nós nos deixemos
interrogar,
que escutemos as interrogações que vêm da dinâmica da sociedade".
Arroyo, referindo-se ao curso Pedagogia da Terra, da UFMG

Miguel González Arroyo foi professor da UFMG e atualmente


acompanha propostas educativas em várias redes estaduais e
municipais do país. Presta assessoria a projetos de educação aos
governos populares; acompanha de perto o Setor de Educação do MST.
Foi Secretário Adjunto de Educação da Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte, coordenando e elaborando a implantação da proposta
político-pedagógica "Escola Plural". Suas ideias estão relacionadas à
educação popular, cultura escolar, gestão escolar, educação básica e
currículo.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação - Carl


Rogers
foto de Rogers
1902-1987

"Por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem que é mais


do que uma
acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma
modificação,
quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que
escolhe ou nas suas
atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se
limita a um aumento
de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas
da sua existência."

No Brasil as ideias de Carl Ransom Rogers tiveram difusão na década


de 70, em confronto direto com as ideias do Comportamentalismo
(Behaviorismo), que teve em Skinner um de seus principais
representantes. Rogers é considerado um representante da psicologia
humanista e da corrente humanista em educação.

Como proposta de metodologia, a não-diretividade é característica. É um


método não estruturante de processo de aprendizagem, pelo qual o
professor não interfere diretamente no campo cognitivo e afetivo do
aluno. Na verdade, Rogers pressupõe que o professor dirija o estudante
às suas próprias experiências, para que, a partir delas, o aluno se
autodirija. Rogers propõe a sensibilização, a afetividade e a motivação
como fatores atuantes na construção do conhecimento. Uma das ideias
mais importantes na obra de Rogers é a de que a pessoa é capaz de
controlar seu próprio desenvolvimento e isso ninguém pode fazer para
ela.

Defende a necessidade da aprendizagem ser significativa, o que,


segundo ele, acontece mais facilmente quando as situações são
percebidas como problemáticas. Portanto, pode-se dizer que só se
aprende aquilo que é necessário, não se pode ensinar diretamente a
nenhuma pessoa. Nesta perspectiva, a função do professor consistiria
no desenvolvimento de uma relação pessoal com seus alunos e de o
estabelecimento de um clima nas aulas que possibilitasse a realização
natural dessas tendências; portanto o professor é um facilitador da
aprendizagem significativa, fazendo parte do grupo e não estando
colocado acima dele; este também é um dos pressupostos básicos da
teoria de Rogers, ou seja, o aspecto interacional da situação de
aprendizagem, visando às relações interpessoais e intergrupais.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


César Coll
foto de César Coll

"A realidade sociocultural e econômica do aluno influencia


em seu desempenho, assim como as condições de trabalho
do professor e o aparato que o sistema oferece
para ele formar-se e aprimorar sua prática."

César Coll Salvador foi um dos principais coordenadores da reforma


educacional espanhola e consultor do MEC na elaboração dos
Parâmetros Curriculares Nacionais, aqui no Brasil. Logo nos primeiros
debates sobre a reforma educacional brasileira, em meados dos anos
1990, ficou decidido que o modelo para as mudanças seria o
implementado na Espanha sob a coordenação de César Coll Salvador,
da Universidade de Barcelona. Das discussões no MEC, das quais Coll
participou como assessor técnico, surgiram os Parâmetros Curriculares
Nacionais.

Inspirado em Jean Piaget, Coll orienta todo seu pensamento numa


concepção construtivista de ensino-aprendizagem. Ele afirma que a
preparação de um currículo precisa satisfazer todos os níveis da escola.
Para ele o que importa é o que o aluno efetivamente aprende, não o
conteúdo transmitido pelo professor. O novo currículo proposto por Coll
contempla ainda os temas transversais, que devem estar presentes em
todas as disciplinas e séries da Educação Básica. O ideal, acredita ele, é
que aulas e explicações sobre saúde, sexualidade ou meio ambiente
estejam totalmente integradas ao dia a dia. Pode parecer complexo, mas
é simples. Basta colocar as conversas sobre alimentação saudável,
reciclagem, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a
importância do saneamento básico, entre tantos assuntos, na pauta de
todos os professores.

Atualmente, Coll é Professor de Psicologia Evolutiva e da Educação na


Faculdade de Psicologia da Universidade de Barcelona.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação - Cury


foto de Jamil Cury
1945- ....

"A Gestão Democrática do Ensino Público não anula, mas convive com
certas
especificidades hierárquicas da escola(...) A relação posta na
transmissão de
conhecimento implica a hierarquia de funções(mestre/aluno) e isto não
quer
dizer nem hierarquia entre pessoas e nem quer dizer que o aluno jamais
chegue
à condição de mestre. Pelo contrário, a relação de conhecimento
existente
na transmissão pedagógica tem como fim, não a perpetuação da
diferença
de saberes, mas a parceria entre os sujeitos."

Carlos Roberto Jamil Cury é especialista em políticas públicas na área


de Educação e suas ideias e discussões tratam da Gestão Democrática,
Lei de Diretrizes e Bases (LDB), política educacional, ensino superior,
educação básica e educação de jovens e adultos. Pesquisador da
Legislação Brasileira, atualmente é membro de comissão da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,
professor adjunto da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e
membro da CEB - Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional
de Educação (CNE)

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Dermeval Saviani
imagem do educador
1944- ...

"A Pedagogia Histórico-Crítica não é outra coisa senão aquela


pedagogia empenhada decididamente em colocar a educação
a serviço da referida transformação das relações de produção."

Idealizador da Pedagogia por ele denominada Histórico-crítica,


Dermeval Saviani defende que uma das funções da escola é possibilitar
o acesso aos conhecimentos previamente produzidos e sistematizados.
O problema é o caráter mecânico dessa transmissão, isto é, o fato dela
ser feita desligada das razões que a justificam e sem que os professores
disponham de critérios para discernir entre aqueles conhecimentos que
precisam ser transmitidos e aqueles que não precisam. Segundo
Saviani, isso abre espaço para sobrecarregar os currículos com
conteúdos irrelevantes ou cuja relevância não é alcançada pelos
professores, o que os impede de motivar os alunos a se empenhar na
sua aprendizagem.

Para ele, essa situação torna as matérias curriculares desinteressantes


para os alunos os quais passam a considerar o ensino como algo
enfadonho, uma obrigação carente de sentido da qual eles buscam
livrar-se assim que possível. Ele defende que é exatamente na medida
em que os professores conseguem lidar criticamente com os
conhecimentos disponíveis, distinguindo entre o que é pedagogicamente
relevante e o que não o é, que eles ganham condições de produzir seus
próprios conhecimentos e, assim, o seu ensino deixa de ser mera
transmissão incorporando também uma contribuição original.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Edgar Morin
imagem do educador
1921 - ...

“A escola, em sua singularidade, contém em si


a presença da sociedade como um todo.”

No lugar da especialização, da simplificação e da fragmentação de


saberes, Edgar Morin propõe o conceito de complexidade. Ela é a ideia-
chave de O Método, a obra principal do sociólogo, que se compõe de
seis volumes, publicados a partir de 1977. O pensamento complexo,
segundo Morin, tem como fundamento formulações surgidas no campo
das ciências exatas e naturais, como as teorias da informação e dos
sistemas e a cibernética, que evidenciaram a necessidade de superar as
fronteiras entre as disciplinas.

Em sua defesa da religação dos saberes, Morin tocou numa inquietação


disseminada nos dias atuais, quando a tecnologia permite um acesso
inédito às informações. Por isso, em 1999 a ONU - Organização das
Nações Unidas - solicitou para que ele sistematizasse um conjunto de
reflexões que servissem como ponto de partida para se repensar a
educação do próximo milênio. Assim nasceu o texto Os Sete Saberes
Necessários à Educação do Futuro.

A lista proposta por Morin começa com o estudo do próprio


conhecimento. O segundo ponto é a pertinência dos conteúdos, para
que levem a “apreender problemas globais e fundamentais”. Em
seguida, vem o estudo da condição humana, entendida como unidade
complexa da natureza dos indivíduos. Ensinar a identidade terrena é o
quarto ponto e refere-se a abordar as relações humanas de um ponto de
vista global. O tópico seguinte é enfrentar as incertezas com base nos
aportes recentes das ciências. O aprendizado da compreensão, sexto
item, pede uma reforma de mentalidades para superar males como o
racismo. Finalmente, uma ética global, baseada na consciência do ser
humano como indivíduo e parte da sociedade e da espécie.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Emilia Ferreiro
imagem da educadora
1936- ...

"Ler não é decifrar, escrever não é copiar"

Emilia Beatriz María Ferreiro Schavi foi doutoranda de Jean Piaget.


Promoveu a continuidade do trabalho de Piaget sobre epistemologia
genética - uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento
natural da criança - estudando um campo que ele não havia explorado: a
escrita.

A partir de 1974, na Universidade de Buenos Aires, desenvolveu uma


série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões
apresentadas na sua mais importante obra: Psicogênese da Língua
Escrita, publicado em 1979 e escrito em parceria com a pedagoga
espanhola Ana Teberosky. A obra apresenta os processos de
aprendizado das crianças, chegando a conclusões que puseram em
questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita.

Emília afirma que a construção do conhecimento da leitura e da escrita


tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola
ou fora dela. Neste processo, a criança passa por etapas, com avanços
e recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo. O tempo
necessário para o aluno transpor cada uma das etapas é muito variável.

De acordo com a teoria exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda


criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada:
pré-silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua
falada;
silábica: interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a
cada uma;
silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação
de algumas sílabas;
alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.
Nos anos 1980, suas ideias causaram no Brasil um grande impacto
sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização,
influenciando os Parâmetros Curriculares Nacionais. Emilia é hoje
professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do
Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Gardner
foto de Gardner
1943- ...

"A educação precisa justificar-se realçando o entendimento humano.”


“Todos os indivíduos têm potencial para ser criativos, mas só serão se
quiserem.”

Howard Gardner, influenciado por Piaget, em 1983 Gardner e uma


equipe de pesquisadores divulgaram a teoria das inteligências múltiplas,
questionando a visão predominante de inteligência centrada em
habilidades linguísticas e lógico-matemáticas.

Para Gardner, a inteligência consiste na habilidade de resolver


problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais
ambientes culturais. Na teoria, ele concluiu, a princípio, que há sete tipos
de inteligência:
Lógico-matemática é a capacidade de realizar operações numéricas e
de fazer deduções.
Linguística é a habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e a
escrita para atingir objetivos.
Espacial é a disposição para reconhecer e manipular situações que
envolvam apreensões visuais.
Físico-cinestésica é o potencial para usar o corpo com o fim de resolver
problemas ou fabricar produtos.
Interpessoal é a capacidade de entender as intenções e os desejos dos
outros e consequentemente de se relacionar bem em sociedade.
Intrapessoal é a inclinação para se conhecer e usar o entendimento de
si mesmo para alcançar certos fins.
Musical é a aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais.
Mais tarde, Gardner acrescentou à lista as inteligências natural
(reconhecer e classificar espécies da natureza) e existencial (refletir
sobre questões fundamentais da vida humana) e sugeriu o agrupamento
da interpessoal e da intrapessoal numa só.

Em cada pessoa, as inteligências se combinam de forma diferente. Na


educação, a teoria de inteligências múltiplas implica o desenvolvimento
de avaliações adequadas às diversas habilidades, a criação de
currículos específicos para cada saber e um ambiente educacional mais
amplo e variado.

Atualmente, Gardner é professor especializado em Educação e em


Neurologia pela Universidade de Harvard.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Gadotti
imagem do educador
1941- ...

"O diálogo se dá entre iguais e diferentes, nunca entre antagônicos."

Moacir Gadotti possui um grande número de publicações em que


desenvolve uma proposta educacional cujos eixos são a formação crítica
do educador e a construção da Escola Cidadã, numa perspectiva
dialética integradora da educação e orientada pelo paradigma da
planetariedade. Atualmente, é presidente do Conselho Deliberativo do
Instituto Paulo Freire.
Pensadores da Educação - Hannah Arendt
imagem hannah arendt
Hannah Arendt
1906 - 1975

“A escola não é de modo algum o mundo, nem deve ser tomada como
tal; é antes a instituição que se interpõe entre o mundo e o domínio
privado do lar.”

Hannah Arendt (1906-1975) foi uma das principais pensadoras da


política no século 20, mas sua obra inspira estudos em outras áreas,
entre elas a educação.

A pensadora abordou o assunto em dois textos, A Crise na Educação


(incluído no livro "Entre o Passado e o Futuro") e, mais indiretamente,
Reflexões sobre Little Rock, escritos em 1958 e 1959, respectivamente.
Na época, as salas de aula nos Estados Unidos - para onde se mudou
em 1940 - se viam invadidas por questões sociais como a violência, o
conflito de gerações e o racismo.

Disponibilizamos a seguir recursos variados que ilustram o pensamento


de Hannah Arendt.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Jacques Delors
imagem do educador
1925- ...
“À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de
um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo
tempo, a bússola que permite navegar através dele”

Jacques Lucien Jean Delors, economista e político francês, estudou


Economia na Sorbonne. Foi professor visitante na Universidade Paris-
Dauphine (1974-1979) e na Escola Nacional de Administração (França).
De 1992 a 1996, presidiu a Comissão Internacional sobre Educação
para o Século XXI, da UNESCO. Neste período, foi autor do relatório
"Educação, um Tesouro a descobrir", em que se exploram os Quatro
Pilares da Educação.
Durante seu trabalho na UNESCO, apontou como principal
consequência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma
aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares,
que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação
continuada. Os pilares e os saberes e competências a se adquirir são
apresentados, aparentemente, divididos. Essas quatro vias não podem,
no entanto, dissociar-se por estarem interligadas, constituindo interação
com o fim único de uma formação holística do indivíduo.

A seguir, uma síntese dos quatro pilares para a educação no século XXI,
segundo Rodrigues:
Aprender a conhecer – É necessário tornar prazeroso o ato de
compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que
não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que
valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É
preciso, também, pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o
pensar.
Aprender a fazer – Não basta preparar-se com cuidados para se inserir
no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões
pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de
emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e
de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores
necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma
certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser
flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem
trabalhadas.
Aprender a conviver – No mundo atual, este é um importantíssimo
aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a
compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a
administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no
esforço comum.
Aprender a ser – É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e
estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico,
imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em
relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não
negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se
prever grandes consequências na educação. O ensino-aprendizagem
voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto
de preocupação constante dos professores deverá dar lugar ao ensinar
a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer
sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim,
ser socialmente competente.
Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -
Libâneo
imagem do educador
1945- ...

"Integrar os aspectos material/formal do ensino e, ao mesmo tempo,


articulá-los com
os movimentos concretos tendentes à transformação da sociedade,
eis os propósitos da pedagogia crítico-social dos conteúdos."

José Carlos Libâneo é o criador do termo Pedagogia Crítico social dos


conteúdos, seus pensamentos estão relacionados à teoria da educação,
didática, formação de professores, ensino e aprendizagem, organização
e gestão da escola. Atualmente, desenvolve pesquisas dentro da teoria
histórico-cultural.

É professor da Universidade Católica de Goiás, no Programa de Pós-


Graduação em Educação. É membro do Conselho Editorial das
seguintes revistas: Olhar de Professor (UEPG), Revista de Estudos
Universitárias (Sorocaba), Educativa (UCG), Espaço Pedagógico (UPF),
Interface- Comunicação, Saúde e Educação (Unesp Botucatu),
parecerista da Revista Brasilera de Educação e Revista Brasileira de
Estudos Pedagógicos. Membro do Conselho Editorial da Editora Unijui.

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Lobrot
imagem do educador
1924- ...
"...pedagogia burocrática é uma pedagogia fundada, essencialmente, na
coação. Não é assim devido
a uma maldade inerente aos pedagogos, mas o é pela sua própria
natureza. Não é uma pedagogia
que tenha em conta os interesses, quando eles se apresentam, a
procura do indivíduo na
dinâmica da sua ação concreta, mas sim uma pedagogia que pretende
realizar um plano
logicamente ordenado e, a priori, um programa, uma progressão...
só acidentalmente este 'plano', programa ou progressão vão ao encontro
dos interesses
profundos e expressos pelo indivíduo.. Só acidentalmente é eficaz."
Michel Lobrot inventou o método "Non Directional Palestrante" e a
"Pedagogia Institucional", na qual defende o conceito de autogestão.
Para ele toda autoridade provém do medo que temos do outro, sendo
que este medo é uma forma de defesa: se o outro pode me atacar, devo
antecipar-me a ele. Assim, a autoridade é uma capacidade de mudar a
vontade do outro impondo a ele a nossa vontade, utilizando-se da
repressão ou da coerção.

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Paulo Freire
imagem do educador
1921-1997

"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no


trabalho, na ação-reflexão."
"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a
sociedade muda."

Paulo Freire se opôs aos privilégios das classes dominantes, as quais


impedem a maioria de usufruir os bens produzidos pela sociedade. Para
ele, a modificação desse quadro deveria partir dos próprios oprimidos,
depois de um trabalho de conscientização e politização. Sua principal
ideia refere-se a dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos dominantes e
a pedagogia do oprimido. A pedagogia do dominante é fundamentada
em uma concepção bancária de educação, predomina o discurso e a
prática, da qual deriva uma prática totalmente verbalista, dirigida para a
transmissão e avaliação de conhecimentos abstratos, numa relação
vertical, o saber é dado, fornecido de cima para baixo; é autoritária, pois
manda quem sabe. Nesta concepção, denominada por Freire de
Educação Bancária, o sujeito da educação é o educador, sendo os
educandos como vasilhas a serem enchidas pelo conhecimento
depositado pelo educador.

Segundo Freire, a Pedagogia do Oprimido é uma proposta de oposição


à esta realidade. Nesta concepção a educação surgiria como prática da
liberdade, que deve surgir e partir dos próprios oprimidos. Não é
suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas
que se disponha a transformar essa realidade. Sua proposta se
configura como um trabalho de conscientização e politização.
A educação, segundo Freire, deveria passar necessariamente pelo
reconhecimento da identidade cultural do aluno, sendo o diálogo a base
de seu método. O conteúdo deveria estar de acordo com a realidade
cultural do educando e com a qualidade da educação, medida pelo
potencial de transformação do mundo.

Atuou na Educação de Jovens e Adultos, privilegiando o diálogo e o


trabalho em grupos e valorizando os conhecimentos trazidos pelos
educandos. A partir disso desenvolveu uma metodologia para a
Alfabetização de Jovens e Adultos condizente com suas ideias e com
sua prática. Ela conta com os seguintes passos:
levantamento do universo vocabular dos grupos, para a escolha das
palavras geradoras
organização dos círculos de cultura, formados por pequenos grupos, sob
a coordenação de uma pessoa, que não precisa necessariamente ser
um professor
a representação de uma das palavras, já que estas pertencem ao
universo vocabular dos educandos, aliada à sua experiência de vida,
gerará temas correlatos, descobrindo-a como suma situação
problemática
reúne-se todo o material possível para ampliar a consciência e a
experiência dos educandos
passa-se à visualização da palavra e ao processo de decodificação em
unidades menores, para reconstituí-la posteriormente.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Perrenoud
imagem do educador
1944-...

"Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos


cognitivos
(saberes, capacidades, informações, etc.) para solucionar uma série de
situações."

Philippe Perrenoud é o criador dos termos Competências e Habilidades,


Perrenoud é Professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da
Educação na Universidade de Genebra. Depois do doutorado em
Sociologia, em que estudou as desigualdades sociais e a evasão
escolar, ele passou a se dedicar ao trabalho com alunos, às práticas
pedagógicas e ao currículo dos estabelecimentos de ensino do cantão
de Genebra.

O modelo educacional proposto por Perrenoud é baseado num ciclo de


avaliação de três anos, ou seja, em vez de um ano, a criança tem três
para desenvolver as competências estabelecidas para aquela faixa
etária. Assim, segundo o sociólogo, o aluno tem muito mais chances de
não ser reprovado se não adquirir uma determinada habilidade em um
ano, já que tem mais tempo para amadurecer e aprender.

Suas ideias pioneiras e vanguardistas sobre a profissionalização de


professores e a avaliação de alunos serem hoje consideradas fonte
única para todos pesquisadores em educação e assessores em políticas
educacionais, estando na base, inclusive, dos Novos Parâmetros
Curriculares Nacionais e do Programa de Formação de Professores
Alfabetizadores (PROFA), estabelecidos pelo Ministério da Educação do
Brasil (MEC) a partir da década de 90.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Pierre Bourdieu
foto de Bordieau
1930-2002

“Nada é mais adequado que o exame para


inspirar o reconhecimento dos veredictos escolares
e das hierarquias sociais que eles legitimam”

Crítico dos mecanismos de reprodução das desigualdades sociais,


Pierre Bourdieu destaca em sua obra os condicionamentos materiais e
simbólicos que agem sobre nós (sociedade e indivíduos) numa
complexa relação de interdependência. Ou seja, a posição social ou o
poder que detemos na sociedade não dependem apenas do volume de
dinheiro que acumulamos ou de uma situação de prestígio que
desfrutamos por possuir escolaridade ou qualquer outra particularidade
de destaque, mas está na articulação de sentidos que esses aspectos
podem assumir em cada momento histórico.

A estrutura social é apresentada por Bourdieu como um sistema


hierarquizado de poder e privilégio, determinado tanto pelas relações
materiais e/ou econômicas (salário, renda) como pelas relações
simbólicas (status) e/ou culturais (escolarização) entre os indivíduos.
Dessa forma, a diferente localização dos grupos nessa estrutura social
deriva da desigual distribuição de recursos e poderes de cada um de
nós.

Por recursos ou poderes, Bourdieu entende mais especificamente o


capital econômico (renda, salários, imóveis), o capital cultural (saberes e
conhecimentos reconhecidos por diplomas e títulos), o capital social
(relações sociais que podem ser revertidas em capital, relações que
podem ser capitalizadas) e por fim, mas não por ordem de importância,
o capital simbólico (o que vulgarmente chamamos prestígio e/ou honra).
Assim, a posição de privilégio ou não-privilégio ocupada por um grupo
ou indivíduo é definida de acordo com o volume e a composição de um
ou mais capitais adquiridos e ou incorporados ao longo de suas
trajetórias sociais. O conjunto desses capitais seria compreendido a
partir de um sistema de disposições de cultura (nas suas dimensões
material, simbólica e cultural, entre outras), denominado por ele habitus.

A produção do gosto

Nas décadas de 60 e 70 do século passado, Bourdieu se envolve em


uma série de pesquisas de caráter qualitativo e quantitativo sobre a vida
cultural, sobre as práticas de lazer e de consumo de cultura entre os
europeus, sobretudo, entre os franceses.

Dessas experiências de investigação Bourdieu publica, em 1976, uma


grande pesquisa intitulada Anatomia do gosto. Mais tarde, essa mesma
pesquisa passa a ser objeto do livro intitulado: A distinção – crítica social
do julgamento. Nessas duas obras, Bourdieu e uma equipe de
pesquisadores tentam explicar e discutir a variação do gosto entre os
segmentos sociais. Isto é, analisando a variedade das práticas culturais
entre os grupos, Bourdieu acaba por afirmar que o gosto cultural e os
estilos de vida, ou as maneiras de se relacionar com as práticas da
cultura estão profundamente marcadas pelas trajetórias sociais vividas
por cada sujeito.

Mais especificamente Bourdieu afirma que as práticas culturais são


determinadas, em grande parte, pelas trajetórias educativas e
socializadoras dos agentes. Dito com outras palavras, Bourdieu afirma
que o gosto cultural é produto e fruto de um processo educativo,
ambientado na família e na escola e não fruto de uma sensibilidade inata
dos agentes sociais.

Capital cultural incorporado


Bourdieu põe em discussão, dessa forma, o consenso relativo à crença
de que gosto e os estilos de vida seriam uma questão de foro íntimo.
Para o autor, o gosto seria, ao contrário, o resultado de imbricadas
relações de força poderosamente alicerçadas nas instituições
transmissoras de cultura da sociedade capitalista.

Para fundamentar essa afirmação, Bourdieu argumenta que essas


instituições seriam a família e a escola; seriam elas responsáveis pelas
nossas competências culturais ou gostos culturais. A distinção entre
esses dois tipos de aprendizado, o familiar e o escolar, refere-se a duas
maneiras de adquirir bens da cultura e com eles se habituar. Ou seja, os
aprendizados efetuados nos ambientes familiares seriam caracterizados
pelo seu desprendimento e invisibilidade, garantindo a seu portador um
certo desembaraço na apreensão e apreciação cultural; por sua vez, o
aprendizado escolar sistemático seria caracterizado por ser voluntário e
consciente, garantindo a seu portador uma familiaridade tardia com a
produção cultural.

O descompasso educacional

A perspectiva crítica sobre a produção do gosto cultural nas sociedades


capitalistas tem por princípio que todas as relações educativas e
socializadoras são relações de comunicação. Isto é, a mensagem
comunicativa, mais propriamente o conjunto de regras culturais
disponibilizadas pela escola, sobretudo aquelas relativas às artes
eruditas ou à cultura letrada dependem da posse prévia de códigos de
apreciação.

Consequentemente, diria Bourdieu, em uma sociedade hierarquizada e


injusta como a nossa, não são todas as famílias que possuem a
bagagem culta e letrada para se apropriar e se identificar com os
ensinamentos escolares. Alguns, os de origem social superior, terão
certamente mais facilidade do que outros, pois já adquiriram parte
desses ensinamentos em casa. Existiria uma aproximação e uma
similaridade entre a cultura escolar e a cultura dos grupos sociais
dominantes, pois estes há muitas gerações acumulam conhecimentos
disponibilizados pela escola. Nesse sentido, o sistema de ensino que
trata a todos igualmente, cobrando de todos o que só alguns detêm (a
familiaridade com a cultura culta), não leva em consideração as
diferenças de base determinadas pelas desigualdades de origem social.
Bourdieu detecta então um descompasso entre a competência cultural
exigida e promovida pela escola e a competência cultural apreendida
nas famílias dos segmentos mais populares.
Em síntese, para Bourdieu o sistema escolar, em vez de oferecer
acesso democrático de uma competência cultural específica para todos,
tende a reforçar as distinções de capital cultural de seu público. Agindo
dessa forma, o sistema escolar limitaria o acesso e o pleno
aproveitamento dos indivíduos pertencentes às famílias menos
escolarizadas, pois cobraria deles os que eles não têm, ou seja, um
conhecimento cultural anterior, aquele necessário para se realizar a
contento o processo de transmissão de uma cultura culta. Essa
cobrança escolar foi denominada por ele como uma violência simbólica,
pois imporia o reconhecimento e a legitimidade de uma única forma de
cultura, desconsiderando e inferiorizando a cultura dos segmentos
populares.

Organização do Trabalho Pedagógico - Pensadores da Educação -


Skinner
foto de Skinner
1904-1990

"O condicionamento operante modela o comportamento


como o escultor modela a argila."

A obra Burrhus Frederic Skinner é a expressão mais célebre do


behaviorismo - corrente que dominou o pensamento e a prática da
psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950. O behaviorismo
restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado
como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos.
O princípio do behaviorismo é que só é possível teorizar e agir sobre o
que é cientificamente observável.

A teoria de Skinner baseia-se na ideia de que o aprendizado ocorre em


função de mudança no comportamento manifesto. As mudanças no
comportamento são o resultado de uma resposta individual a eventos
(estímulos) que ocorrem no meio. Assim, uma resposta produz uma
consequência. Quando um padrão particular Estímulo-Resposta(S-R) é
reforçado (recompensado), o indivíduo é condicionado a reagir. A
característica que distingue o condicionamento operante em relação às
formas anteriores de behaviorismo é que o organismo pode emitir
respostas, em vez de só obter respostas devido a um estímulo externo.

O reforço é o elemento-chave na teoria S-R de Skinner. Um reforço é


qualquer coisa que fortaleça a resposta desejada. Pode ser um elogio
verbal, uma boa nota, ou um sentimento de realização ou satisfação
crescente. A teoria também cobre reforços negativos - uma ação que
evita uma consequência indesejada.

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