Uicg Ficha 1 PDF 2024.

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INSTITUTO INDUSTRIAL E COMERCIAL “7 DE SETEMBRO” DE

XAI- XAI
QUALIFICAÇÃO: CV5- CONTABILIDADE

MÓDULO: UTILIZAR INSTRUMENTOS DE CONTROLO DE GESTÃO


Código: UC ADG025010191

Ficha de Apoio

RESULTADO DE APRENDIZAGEM: Identificar os instrumentos disponíveis para o


Controlo de gestão

Xai-Xai, 2024

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Introdução
O planeamento é uma habilidade fundamental para o sucesso em qualquer área da vida,
incluindo a organizacional. Saber como planear e definir metas é essencial para alcançar
objetivos e realizar sonhos. No ambiente organizacional, o planeamento pode ser ainda
mais importante, já que envolve a gestão do tempo, o cumprimento de prazos e a
organização de tarefas.

Existem diferentes níveis de planeamento que podem ser aplicados na rotina das
empresas, cada um com suas particularidades e objetivos específicos. Nesta ficha, irá-se
explorar os diferentes níveis de planeamento e como eles podem ajudar as empresas a ter
sucesso nos seus negocios. Irá se falar sobre o planeamento estratégico, tático e
operacional, ilucidando os seus utilizadores numa perpectiva comparativa para melhor
percepção.

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Planificação
Segundo Peter Drucker (1962), diz respeito às implicações das decisões tomadas no
presente momento, através de um processo sistemático e constante de tomada de decisões,
cujos efeitos e consequências deverão ocorrer no futuro. A planificação envolve a
resposta de perguntas como: O que deve ser feito? Quem vai fazer? Como vai fazer?
Quanto tempo irá fazer? Quanto irá custar? etc.

Estratégia
No dicionário da Oxford, o termo estratégia tem a ver com acções militares ou de
guerrilha.

Estratégia é a resposta para a pergunta: “Como fazer?”. Em outras palavras, estratégia é


simplesmente um conjunto de acções que permitem uma organização alcançar os
resultados esperados, explorando no máximo as forças da sua organização para fazer face
às oportunidades e dinâmicas do ambiente externo de modo a servir melhor as
necessidades dos clientes (Fisk e Barron,1989).

Niveis de planeamento

1. Planificação estratégica
P. Como começamos a planear o futuro?
R. A planificação estratégica é um processo estruturado e participativo de definição da
orientação futura da sua organização. É uma ferramenta de gestão que ajudará a sua
organização a identificar a sua capacidade actual, as suas necessidades e os seus
objectivos. Há vários métodos para efectuar a planificação estratégica, mas o mais simples
é mediante a resposta a quatro perguntas essenciais:
• Onde estamos agora?
• Para onde vamos?
• Como lá chegar?
• Como saber se já chegámos ou não?

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Da planificação estratégica resulta o plano estratégico que é um instrumento de
gestão usado para ajudar as organizações a executarem melhor as suas tarefas
focalizando os recursos e as energias para garantir o máximo alcance dos objectivos
comuns da organização, ou seja é um instrumento usado para verificar e ajustar a
direcção da organização em resposta às dinâmicas do ambiente externo da organização.

Por outra a Planificação estratégica corresponde ao nível mais alto da hierarquia da


organização, que define a visão de longo prazo da organização, objectivos abrangentes
e as estratégias para alcançá-los. É a bússola que guia toda a organização, tendo como
Intervenientes: Alta administração, como CEO, directores e conselho de administração.

Dez passos de planificação estratégica


1. Aprovar um processo de planificação estratégica – em reunião com o pessoal
chave, os membros do Conselho de Administração e alguns intervenientes externos
interessados, discuta a importância da planificação estratégica, os custos em termos
temporais e os passos e recursos a serem utilizados para se estabelecer e implementar o
plano.
2. Definir ou analisar a missão da organização – Certifique-se de que há consenso
acerca da razão pela qual a organização existe, quais são os seus objectivos e a quem
serve; em seguida, redija a declaração de missão.
3. Executar uma análise ambiental (SWOT - Forças, Fraquezas, Oportunidades e
Ameaças) – Esta análise recorre normalmente a um componente externo para identificar
e avaliar as oportunidades e as ameaças no ambiente externo, e a outro interno para
avaliar as forças e fraquezas organizacionais.

Oportunidades são situações externas, actuais ou futuras que, se adequadamente


aproveitadas pela empresa, podem influencia-la positivamente.

Ameaças são situações externas, atuais ou futuras que, se não eliminadas, minimizadas
ou evitadas pela empresa, podem afecta-la negativamente.

Forças são características da empresa, tangíveis ou não, que podem ser potencializadas
para optimizar seu desempenho.

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Fraquezas são características da empresa, tangíveis ou não, que devem ser minimizadas
para evitar influência negativa sobre seu desempenho.

Este conceito pode ser sintetizado no pensamento de Zun Tsu, em seu livro "A Arte da
Guerra":
'Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e a nós mesmos (ambiente interno), não
precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não
ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao
inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas."

4. Identificar questões e escolhas fundamentais – Discuta e especifique as


prioridades da organização em termos de momento e importância.
5. Desenvolver uma visão partilhada da organização – Este passo fornece
essencialmente uma imagem daquilo que a organização será se for bem-sucedida na
implementação do plano estratégico. Pode descrever a organização de forma geral, quanto
à sua missão e quanto a tipos de programas, acção dentro e fora da sua comunidade alvo
e quanto às relações com os intervenientes interessados.
6. Desenvolver uma série de objectivos – É extremamente útil transformar a
perspectiva numa série de objectivos organizacionais principais, que sejam
preferencialmente apontados sob a forma de declarações de estado descritivas da
organização.
Os objectivos geralmente devem ser SMART (“Specific, Measurable, Achievable,
Realistic and Time bound”): Específicos; Mensuráveis; Alcançáveis e congruentes com a
missão e estrutura organizacional; Realísticos; Temporais.

Exemplos de objectivos:
✓ Duplicar as receitas municipais durante os próximos 2 anos através do aumento
das medidas de supervisão e controle no pagamento dos impostos autárquicos (a receita
actual é de 120.000,00MT);
✓ Reduzir o nível de absentismo ou abandono dos trabalhadores de 10% para 2%
dentro de 2 anos;
✓ Aumentar o número de fiscais rodoviários municipais de 50 para 100 nos
próximos 2 anos;

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✓ Alcatroar 150 km de estradas a nível do Município de Xai-Xai durante os
próximos 2 anos.

7. Estabelecer as estratégias principais – O ênfase deve ser colocado nas


estratégias abrangentes, incluindo os programas novos e os actuais, a sua fundamentação
e as abordagens colaborativas e outras.
8. Desenvolver um plano de acção – Este deve determinar metas e objectivos
específicos datados e avaliados anualmente.
9. Preparar uma declaração escrita – Esta deve resumir cada um dos passos
supramencionados.
10. Integrar procedimentos – As mudanças no ambiente externo e na organização
implicam alterações ao plano estratégico. É importante ter procedimentos para
monitorizar e, caso necessário, alterar os objectivos e as estratégias

PLANEAMENTO TÁTICO
De acordo com Oliveira (2006, p.48) “[...] o planeamento táctico tem por objectivo
optimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto,
trabalha com decomposições dos objectivos, estratégias e políticas estabelecidas no
planeamento estratégico [...]”.

Ao contrário do planeamento estratégico que considera a empresa como um todo, o


planeamento táctico foca nos objectivos de médio prazo e nas estratégias e acções que
afectam somente parte da empresa, ou seja, é o planeamento desenvolvido pelos níveis
intermediários dentro da empresa, que tem como objectivo principal a utilização dos
recursos disponíveis, de maneira mais eficiente possível na execução dos objectivos
fixados previamente, de acordo com uma estratégia já determinada.

No planeamento táctico tem-se um nível menor de incertezas, porque as análises e as


interpretações dos ambientes internos e externos são feitas no planeamento estratégico.
As decisões no planeamento táctico apresentam uma facilidade maior de serem revistas,
pois sua abrangência é mais restrita e de impacto menos profundo quando comparadas
ao do planeamento estratégico. Os intervenientes são: Gerentes de nível médio, como
gerentes de departamento, gerentes de projeto e gerentes de produto.

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Questões essenciais: ◼ O quê fazer? ◼ Dá para fazer? ◼ Vale a pena fazer? ◼ Quem
faz? ◼ Como fazer bem? ◼ Funciona? ◼ Quando fazer?

PLANEAMENTO OPERACIONAL

O planeamento operacional pode ser considerado como a formalização, principalmente


através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação
estabelecidas. Portanto, nesta situação têm-se, basicamente, os planos de acção ou planos
operacionais. (OLIVEIRA, 2006, p. 49)

O planeamento operacional pode ser definido como a materialização prática para


a realização dos objectivos definidos no planeamento estratégico. Nele são
estabelecidos as responsabilidades, os recursos humanos, os recursos financeiros e
os recursos materiais e o cronograma de trabalho. É nesta etapa que a empresa
organiza, identifica e escolhe as alternativas operacionais viáveis à execução das
metas estabelecidas no planeamento estratégico. Estas alternativas operacionais
são os recursos, os procedimentos, os produtos, os prazos e os responsáveis pela a
execução do plano.

Normalmente o planeamento operacional é elaborado pelos níveis inferiores da empresa,


focando basicamente nas actividades do dia-a-dia e corresponde a formalização das
metodologias de desenvolvimento e implementação já estabelecidas, criando as
condições adequadas para sua execução. O planeamento operacional corresponde ainda
a um conjunto de partes do planeamento táctico Segundo Maximiano (2004, p.146) o
processo de planeamento operacional compreende as seguintes etapas:
✓ Identificação e análise dos objectivos.
✓ Elaboração de cronogramas.
✓ Elaboração de orçamentos.
✓ Identificação e avaliação de riscos.

Em suma o planeamento operacional preocupa-se com os métodos operacionais e


alocação de recursos: ◼ Detalhamento das etapas do projeto; ◼ Métodos, processos e
sistemas aplicados; ◼ Pessoas: responsabilidade, função, atividades/tarefas; ◼

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Equipamentos necessários; ◼ Prazos e cronograma, tendo como intervenientes: Gerentes
de primeira linha e supervisores, como supervisores de produção, líderes de equipe.

DIFERENÇAS ENTRE OS TRÊS TIPOS DE PLANEJAMENTO

Baseando-se nas variáveis de prazo, amplitude, riscos, actividades e flexibilidades, a


diferença básica entre os planos estratégico, táctico e operacional pode ser visto da
seguinte forma:

A seguir encontram-se as diferenças entre o planeamento estratégico e planeamento


táctico; e planeamento táctico e planeamento operacional.

Diferenças entre o planeamento estratégico e o planeamento táctico

Na consideração dos níveis estratégicos e táctico, pode-se ter alguma dificuldade de


diferenciá-los, pois não existe distinção absoluta entre eles. O primeiro está voltado à
dimensão estratégica da empresa, referindo-se a seus objectivos e a sua eficácia. O
segundo está mais voltado aos meios para alcançar os objectivos especificados, ou
seja, refere-se aos componentes da empresa e a sua eficiência.

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Na elaboração do planeamento táctico, encontram-se dificuldades de ordem prática, pois
é necessário definir objectivos de mais curto prazo, ou seja, partições dos objectivos de
longo prazo, a fim de que a consecução dos primeiros possa levar à concretização dos
últimos.

Conforme Oliveira et al (2006, p.51) “estratégia e táctica são dois aspectos de


comportamento”. Enquanto a estratégia é relacionada aos objectivos de longo prazo e
com os modos de persegui-los que afectam a empresa como um todo; a táctica faz
relação com metas de curto prazo e com os meios necessários de atingi-las que afectam
somente uma parte da empresa.

O planeamento táctico envolve um horizonte de tempo intermediário, geralmente um ao


ou menos. E o planeamento operacional é considerado a tomada de decisão de curto
prazo, frequentemente feita em horas, dias ou semanas. É comum encontrarmos dados
muito apurados e precisos e seus métodos devem ser capazes de manipular um grande
volume de dados.

Matriz de produtos e clientes

A matriz de produtos e clientes é uma ferramenta de planeamento estratégico que ajuda


as empresas a alinhar seus produtos e serviços às necessidades de seus clientes. Essa
matriz é uma tabela que lista os produtos ou serviços de uma empresa em uma coluna e
os clientes ou segmentos de mercado em outra coluna. A interseção de cada linha e
coluna representa a atratividade de um produto ou serviço para um determinado cliente
ou segmento de mercado. A matriz de produtos e clientes pode ser usada para uma
variedade de propósitos, incluindo:
➢ Identificar oportunidades de crescimento e expansão de negócios;
➢ Avaliar o desempenho de produtos e serviços atuais;
➢ Desenvolver novos produtos e serviços;
➢ Tomar decisões de marketing e vendas.

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A matriz de produtos e clientes pode ser construída de várias maneiras,
dependendo dos objetivos específicos da empresa. No entanto, a maioria das
matrizes inclui as seguintes categorias: • Atratividade do mercado: Essa categoria
reflete o tamanho e o crescimento do mercado-alvo, bem como a concorrência. •
Atratividade do produto: Essa categoria reflete a qualidade, o desempenho e o
preço do produto ou serviço. • Atratividade do cliente: Essa categoria reflete as
necessidades e desejos dos clientes-alvo.

Aqui está um exemplo de como uma matriz de produtos e clientes pode ser usada:
Produto Cliente Atratividade Atratividade Atratividade
do mercado do produto do cliente
Carros Famílias de Alto Alto Alto
classe média
Carros Executivos Alto Alto Médio
Carros Jovens Médio Baixo Baixo
solteiros
Carros Jovens Médio Alto Alto
desportivos solteiros
Carros Executivos Alto Alto Médio
desportivos

Neste exemplo, a empresa pode identificar que os carros são altamente atraentes para
famílias de classe média e executivos. A empresa também pode identificar que os carros
desportivos são altamente atraentes para jovens solteiros. A empresa pode usar essas
informações para desenvolver estratégias de marketing e vendas que sejam
direccionadas a esses segmentos de mercado. A matriz de produtos e clientes é uma
ferramenta poderosa que pode ajudar as empresas a tomar decisões estratégicas
melhores.

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Referências Bibliográfica.

BRASILIANO, A. C. R.; BRANCO, L. Manual de planejamento tático e técnico em


segurança empresarial. São Paulo, Sicurezza, 2003.
CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 2.ed. São Paulo, Makron
Books, 1994.
CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento estratégico: fundamentos e aplicações.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
Jordan, H.; Carvalho das Neves, J. e Azevedo Rodrigues, J. (2015). O controlo de
Gestão ao serviço da estratégia e dos gestores, 10ª Edição, Lisboa: Áreas Editora

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