Etica - Decreto 46.644 14 - Código de Conduta Etica

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RENATA GLANZMANN

DECRETO 46.644/14
DISPÕE SOBRE O CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA
DO AGENTE PÚBLICO E DA ALTA
ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL
DECRETO 46644/14
Art. 1º – O Código de Conduta Ética do Servidor Público e
da Alta Administração Estadual, instituído pelo
Decreto nº 43.673, de 4 de dezembro de 2003, e
d i s c i p l i n a d o p e l o
Decreto nº 43.885, de 4 de outubro de 2004, passa a
denominar-se Código de Conduta Ética do Agente Público
e da Alta Administração Estadual e a reger-se pelas
normas estabelecidas neste Decreto.
DECRETO 46644/14
Art. 2º – O Código de Conduta Ética do Agente Público e da
Alta Administração Estadual é instrumento de orientação e
fortalecimento da consciência ética no relacionamento do
agente público estadual com pessoas e com o patrimônio
público.

Parágrafo único – No texto deste Decreto, equivalem-se as


expressões “Código de Conduta Ética do Agente Público e da
Alta Administração” e “Código de Ética”.
DECRETO 46644/14
Art. 3º – Para fins deste Código de Ética considera-se agente público todo
aquele que exerça, ainda que transitoriamente e sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, convênio, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública
em órgão ou entidade da Administração Pública Direta ou Indireta do Poder
Executivo Estadual, inclusive os integrantes da Alta Administração do Poder
Executivo Estadual de que trata o Capítulo II do Título IV deste Código de Ética.
Parágrafo único – O agente público deve prestar compromisso solene de
acatamento e observância ao disposto neste Código de Ética, em formulário
próprio estabelecido pelo Conselho de Ética Pública – Conset, a ser arquivado
juntamente com os documentos comprobatórios de seu vínculo com o Poder
Executivo no respectivo órgão ou entidade.
DECRETO 46644/14
Art. 4º – As condutas elencadas neste Código de Ética, ainda que tenham
descrição idêntica à de outros estatutos, com eles não concorrem nem se
confundem.

Art. 5º – Este Código de Ética não impede a criação e a existência de códigos


de ética específicos, desde que esses não contrariem o disposto neste Decreto.

Art. 6º – As atividades de divulgação e orientação sobre conduta ética no


Poder Executivo Estadual são de competência do Conset e das Comissões de
Ética existentes em cada órgão ou entidade, segundo as disposições
constantes deste Código de Ética e das Deliberações do Conset.
DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS
Art. 7º – A conduta do agente público integrante da Administração
Pública do Poder Executivo Estadual deve reger-se pelos seguintes
princípios:
I – boa-fé;
II – honestidade;
III – fidelidade ao interesse público;
IV – impessoalidade;
V – dignidade e decoro no exercício de suas funções;
VI – lealdade às instituições;
VII – cortesia;
DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS

VIII – transparência;
IX – eficiência;
X – presteza e tempestividade;
XI – respeito à hierarquia administrativa;
XII – assiduidade;
XIII – pontualidade;
XIV – cuidado e respeito no trato com as pessoas,
subordinados, superiores e colegas; e
XV – respeito à dignidade da pessoa humana.
DOS DIREITOS E GARANTIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO

Art. 8º – Como resultantes da conduta ética que deve imperar no ambiente de


trabalho e em suas relações interpessoais, são direitos e garantias do agente
público:

I – igualdade de acesso e oportunidades de crescimento intelectual e


profissional em sua respectiva carreira;

II – liberdade de manifestação, observado o respeito à imagem da instituição e


dos demais agentes públicos;

III – igualdade de oportunidade nos sistemas de aferição, avaliação e


reconhecimento de desempenho;
DOS DIREITOS E GARANTIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO

IV – manifestação sobre fatos que possam


prejudicar seu desempenho ou reputação;
V – sigilo a informação de ordem pessoal;
VI – atuação em defesa legítima de seu interesse
ou direito; e
VII – ciência do teor da acusação e vista dos
autos, quando estiver sendo investigado.
Dos Deveres Éticos Fundamentais
Art. 9º – São deveres éticos fundamentais do agente público:
I – agir com lealdade e boa-fé;
II – ser justo e honesto no desempenho de funções e no
relacionamento com subordinados, colegas, superiores
hierárquicos, parceiros, patrocinadores e usuários do serviço;
III – observar os princípios e valores da ética pública;
IV – atender prontamente às questões que lhe forem
encaminhadas;
V – ser ágil na prestação de contas de suas atividades;
Dos Deveres Éticos Fundamentais
VI – aperfeiçoar o processo de comunicação e contato com o público;
VII – praticar a cortesia e a urbanidade e respeitar a capacidade e as
limitações individuais de colegas de trabalho e dos usuários do serviço
público, sem preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor,
idade, religião, preferência política, posição social e outras formas de
discriminação;
VIII – representar contra atos que contrariem as normas deste Código
de Ética;
IX – resistir a pressões de superiores hierárquicos, contratantes,
interessados e outros que visem a obter favores, benesses ou
vantagens ilegais ou imorais, denunciando sua prática;
Dos Deveres Éticos Fundamentais
X – comunicar imediatamente aos superiores todo ato ou fato
contrário ao interesse público, para providências cabíveis;
XI – participar de movimentos e estudos relacionados à
melhoria do exercício de suas funções, visando ao bem
comum;
XII – apresentar-se ao trabalho com trajes adequados ao
exercício da função;
XIII – manter-se atualizado com instruções, normas de serviço
e legislação pertinentes ao órgão ou entidade de exercício;
Dos Deveres Éticos Fundamentais

XIV – facilitar atividades de fiscalização pelos órgãos


de controle;
XV – exercer função, poder ou autoridade de acordo
com a lei e regulamentações da Administração
Pública, sendo vedado o exercício contrário ao
interesse público; e
XVI – divulgar e estimular o cumprimento deste
Código de Ética.
Das Vedações
Art. 10 – É vedado ao agente público:
I – utilizar-se de cargo, emprego ou função, de facilidades, amizades,
posição e influências para obter favorecimento para si ou para outrem;
II – prejudicar deliberadamente a reputação de subordinados, colegas,
superiores hierárquicos ou pessoas que dele dependam;
III – ser conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao
Código de Ética de sua profissão;
IV – usar de artifícios para procrastinar ou dificultar exercício de direito
de qualquer pessoa;
Das Vedações
V – deixar de utilizar conhecimentos, avanços técnicos e
científicos ao seu alcance no desenvolvimento de suas
atividades;
VI – permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram
no trato com o público ou com colegas hierarquicamente
superiores ou inferiores;
VII – pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber ajuda
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou
vantagem, para si ou outra pessoa, visando ao cumprimento
de sua atribuição, ou para influenciar outro servidor;
Das Vedações
VIII – alterar ou deturpar teor de documentos;
IX – iludir ou tentar iludir pessoa que necessite de atendimento em
serviços públicos;
X – desviar agente público para atendimento a interesse particular;
XI – retirar de repartição pública, sem autorização legal, documento,
livro ou bem pertencente ao patrimônio público;
XII – usar informações privilegiadas obtidas em âmbito interno de seu
serviço, em benefício próprio, de parentes, amigos ou de terceiros;
XIII – apresentar-se embriagado ou drogado para prestar serviço;
Das Vedações
XIV – permitir ou contribuir para que instituição que atente contra a
moral, honestidade ou dignidade da pessoa humana tenha acesso a
recursos públicos de qualquer natureza;
XV – exercer atividade profissional antiética ou ligar seu nome a
empreendimentos que atentem contra a moral pública;
XVI – permitir ou concorrer para que interesses particulares
prevaleçam sobre o interesse público;
XVII – exigir submissão, constranger ou intimidar outro agente público,
utilizando-se do poder que recebe em razão do cargo, emprego ou
função pública que ocupa; e
XVIII – participar de qualquer outra atividade que possa significar
conflito de interesse em relação à atividade pública que exerce.
Das Vedações
Art. 11 – Para os fins deste Código de Ética, ao agente público é vedada
ainda a aceitação de presente, doação ou vantagem de qualquer
espécie, independente do valor monetário, de pessoa, empresa ou
entidade que tenha ou que possa ter interesse em:
I – quaisquer atos de mero expediente de responsabilidade do agente
público;
II – decisão de jurisdição do órgão ou entidade de vínculo funcional do
agente público; e
III – informações institucionais de caráter sigiloso a que o agente
público tenha acesso.
Das Vedações

Art. 12 – O agente público que fizer denúncia infundada


estará sujeito às sanções deste Código.
DO CONSELHO DE ÉTICA PÚBLICA – CONSET

Art. 13 – O Conselho de Ética Pública – Conset, criado


pelo Decreto nº 43.673, de 4 de dezembro de 2003, passa
a reger-se pelas normas estabelecidas neste Decreto,
competindo-lhe:
I – assessorar o Governador e os Secretários de Estado em
questões que envolvam normas deste Código de Ética;
II – receber denúncias sobre atos de autoridade
praticados em contrariedade às normas deste Código de
Ética e proceder à apuração de sua veracidade, desde que
devidamente instruídas e fundamentadas;
DO CONSELHO DE ÉTICA PÚBLICA – CONSET
III – instaurar, após as apurações pertinentes, processo ético
que envolva conduta de integrante da Alta Administração
Estadual, assim como decidir sobre recursos contra decisão
sua ou proferida em processos instaurados pelas Comissões de
Ética do Poder Executivo;
IV – submeter ao Governador do Estado sugestões de
aprimoramento deste Código de Ética;
V – dirimir dúvidas a respeito da interpretação das normas
deste Código de Ética e deliberar sobre os casos omissos;
VI – promover ampla divulgação deste Código de Ética;
DO CONSELHO DE ÉTICA PÚBLICA – CONSET
VII – convocar qualquer autoridade ou agente público do
Poder Executivo para prestar esclarecimento sobre denúncias
em desfavor da respectiva instituição ou de seus dirigentes;
VIII – responder consultas de autoridades e de agentes
públicos em matéria regulada por este Código de Ética;
IX – emitir parecer acerca de enquadramento em hipóteses de
impedimento para fins de nomeação, designação ou
contratação, a título comissionado, de pessoas para o exercício
de funções, cargos e empregos no Poder Executivo Estadual; e
X – elaborar o seu regimento interno.
DO CONSELHO DE ÉTICA PÚBLICA – CONSET
Art. 14 – O Conset é composto por sete membros, escolhidos
e designados pelo Governador do Estado entre brasileiros de
reconhecida idoneidade moral, reputação ilibada e dotados de
notórios conhecimentos de Administração Pública.
§ 1º – O exercício da função de conselheiro, no âmbito do
Conset, é considerado de relevante interesse público, não
enseja qualquer espécie de remuneração, sendo permitido o
pagamento de verbas indenizatórias para despesas com
deslocamento, hospedagem e alimentação.
§ 2º – Cabe ao Governador do Estado escolher o Presidente
do Conselho, entre seus membros.
DO CONSELHO DE ÉTICA PÚBLICA – CONSET

§ 3º – Os membros do Conset cumprirão mandato de três


anos, admitida uma recondução.
§ 4º – O voto de desempate compete ao Presidente.
Art. 15 – A Secretaria Executiva do Conselho de Ética
Pública tem por finalidade o apoio técnico e
administrativo às ações de competência do Conset.
Art. 16 – Normas complementares ao funcionamento do
Conset serão estabelecidas em Deliberação.
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
Art. 17 – Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública
Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual haverá uma Comissão de
Ética com a finalidade de divulgar as normas deste Código de Ética e
atuar na prevenção e na apuração de falta ética no âmbito da
respectiva instituição.
Art. 18 – Compete à Comissão de Ética:
I – orientar e aconselhar o agente público sobre ética profissional no
respectivo órgão ou entidade;
II – alertar agentes públicos quanto à conduta no ambiente de trabalho,
especialmente no tratamento com as pessoas e com o patrimônio
público;
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
III – adotar formas de divulgação das normas éticas e de
prevenção de falta ética;
IV – registrar condutas éticas relevantes;
V – decidir pela instauração e conduzir processo ético,
observadas as normas estabelecidas no Título V deste Decreto
e em Deliberações do Conset;
VI – elaborar seu regimento interno, observadas normas e
diretrizes expedidas pelo Conset; e
VII – exercer outras atividades que lhe forem atribuídas ou
delegadas pelo Conset.
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
Art. 19 – A Comissão de Ética é composta por três titulares e dois suplentes
escolhidos pelo dirigente máximo entre os agentes públicos em exercício no
órgão ou entidade e com mandatos de três anos, sendo facultada uma
recondução por igual período.
§ 1º – Exceções ao disposto no caput deste artigo serão analisadas pelo
Conset e deliberadas em reunião plenária.
§ 2º – A atuação em Comissão de Ética não enseja remuneração e os
trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação de relevante
serviço público.
§ 3º – Os órgãos e entidades regionalmente estruturados podem instituir
Comissões de Ética Regionais, que receberão normas e diretrizes expedidas
pelo Conset, por meio da respectiva Comissão de Ética Central.
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Art. 20 – Para fins deste Código de Ética considera-


se gestor público, o agente público que por força do
cargo, emprego ou função recebe poder público
para coordenar e dirigir pessoas e trabalhos.
Art. 21 – A atuação do gestor público deve pautar-
se especialmente nas seguintes condutas:
I – adotar medidas para evitar conflitos de interesse
privado com o interesse público;
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
II – tratar respeitosamente subordinados e demais colegas de trabalho;
III – combater práticas que possam suscitar qualquer forma de abuso
de poder;
IV – utilizar, exclusivamente, o poder institucional que lhe é atribuído
por meio do cargo, função ou emprego público que ocupa, para
viabilizar o atendimento ao interesse público;
V – buscar a excelência na qualidade do trabalho, utilizando a crítica,
quando necessária, de forma construtiva e em caráter reservado,
focando o ato ou fato e não a pessoa; e
VI – apoiar a divulgação e adoção de condutas éticas no ambiente de
trabalho.
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Art. 22 – É vedado ao gestor público receber auxílio-


transporte, hospedagem e demais recursos financeiros ou
favores de particulares que possam gerar dúvidas quanto
a sua probidade ou imparcialidade.
Parágrafo único – É permitida a participação em eventos,
desde que tornada pública qualquer remuneração, bem
como pagamento de despesas de viagem pelo promotor
do evento, que não poderá ter interesse em decisão a ser
proferida pelo gestor.
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Art. 23 – É permitido ao gestor público o exercício não


remunerado de encargo de mandatário, desde que não
implique a prática de atos de comércio ou quaisquer
outros incompatíveis com o exercício do seu cargo,
emprego ou função, nos termos da lei.
Art. 24 – O gestor público deverá informar a existência de
eventual conflito de interesses, bem como comunicar
qualquer circunstância ou fato impeditivo de sua
participação em decisão coletiva ou em órgão colegiado.
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Art. 25 – É vedado ao gestor público opinar


publicamente sobre:
I – honorabilidade e desempenho funcional de outro
gestor público estadual;
II – mérito de questão a ele submetida, para decisão
individual ou em órgão colegiado; e
III – matérias não atinentes a sua área de
competência.
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO
Art. 26 – A Alta Administração do Poder Executivo Estadual compõe-
se dos seguintes gestores públicos:
I – Governador e Vice-Governador;
II – Secretários de Estado, Secretários-Adjuntos, Subsecretários, Chefes
de Gabinete e equivalentes hierárquicos de órgãos da Administração
Direta do Poder Executivo Estadual, bem como titulares de unidades
administrativas ligadas diretamente ao dirigente máximo ou ao
subsecretário e equivalentes hierárquicos;
III – Dirigentes e Vice-Dirigentes de entidades da Administração Indireta
do Poder Executivo Estadual, seus Chefes de Gabinete e titulares de
unidades administrativas ligadas diretamente ao dirigente máximo;
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO
IV – ocupantes de cargo de direção e assessoria direta ao Governador,
Vice-Governador e dirigente máximo de órgão ou entidade da
Administração Pública Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual;
V – Presidentes de órgãos colegiados deliberativos de empresas
públicas e sociedades de economia mista do Poder Executivo;
VI – Presidentes de Conselhos Estaduais; e
VII – outros agentes públicos, conforme deliberado pelo Conset.
Parágrafo único – Para efeito deste Código de Ética, o termo
“autoridade pública” equivale aos gestores públicos da Alta
Administração.
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO
Art. 27 – A autoridade pública deve possibilitar à sociedade
aferir a lisura de processo decisório governamental e adotar
mecanismos de consulta, visando à transparência de sua
gestão.
Art. 28 – A autoridade pública contribuirá para o
fortalecimento da conduta ética na instituição, apoiando as
ações da Comissão de Ética.
Art. 29 – A autoridade pública enviará ao Conset, no prazo de
dez dias contados do início do exercício no cargo, emprego ou
função, declaração de informações sobre sua situação
patrimonial e de trabalhos exercidos anteriormente.
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO
Parágrafo único – Compete ao Conset, por meio de
Deliberação, a regulamentação da forma de encaminhamento
da declaração, os critérios de atualização das informações, a
documentação a ser anexada, as medidas em razão do
descumprimento do envio e demais questões pertinentes ao
cumprimento do disposto neste artigo.
Art. 30 – A autoridade pública que mantiver participação
superior a cinco por cento do capital social ou votante de
sociedade de economia mista, instituição financeira ou
empresa que negocie com o Poder Público deverá comunicar
esse fato ao Conset.
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO
Art. 31 – Informações pertinentes à situação patrimonial da autoridade
pública serão analisadas pelo Conset e arquivadas em envelope
lacrado, que poderá ser reaberto para efeito de reexame ou atualização
de informações.
Parágrafo único – As alterações relevantes no patrimônio da autoridade
pública deverão ser imediatamente comunicadas ao Conset.
Art. 32 – Propostas de trabalho ou negócio futuro em setor privado e
negociações que envolvam conflito com o interesse público deverão ser
imediatamente informadas ao Conset, independentemente de sua
aceitação ou rejeição.
Parágrafo único – Cabe ao Conset regulamentar a forma de
encaminhamento da informação de que trata o caput .
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO
Art. 33 – Após deixar o cargo, função ou emprego público, a
autoridade pública não poderá:
I – atuar em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica,
inclusive sindicato ou associação de classe, em processo ou negócio do
qual tenha participado, em razão do cargo, emprego ou função; e
II – prestar consultoria a pessoa física ou jurídica, inclusive sindicato ou
associação de classe, valendo-se de informações não divulgadas
publicamente a respeito de programas ou políticas do órgão ou da
entidade da Administração Pública Estadual a que esteve vinculado ou
com que tenha tido relacionamento direto e relevante nos seis meses
anteriores ao término do exercício de função pública.
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO
Art. 34 – Na ausência de lei que estabeleça outro prazo, será de quatro meses,
contados da saída da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, o
período de interdição para atividade incompatível com cargo, função ou
emprego público anteriormente exercido, obrigando-se a autoridade a
observar, nesse prazo, as seguintes regras:
I – não aceitar cargo, emprego ou função de administrador ou conselheiro, ou
estabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica com a qual tenha
mantido relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores à
da saída do Poder Executivo; e
II – não intervir, em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, junto a
órgão ou entidade da Administração Pública Estadual com que tenha tido
relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores à da saída
do Poder Executivo.
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO

Art. 35 – Ao deixar o cargo, emprego ou função,


a autoridade pública deverá observar as
limitações constantes deste Código de Ética e as
deliberadas pelo Conset.
Art. 36 – O Conset informará ao Governador do
Estado o nome da autoridade que descumprir o
disposto neste Código de Ética.
DO PROCEDIMENTO E DAS SANÇÕES ÉTICAS
Art. 37 – A apuração de fato com indícios de desrespeito a este Código
de Ética será instaurada em razão de denúncia fundamentada ou de
ofício pela Comissão de Ética ou pelo Conset.
§ 1º – A apuração será conduzida pela Comissão de Ética ou pelo
Conset, segundo respectivas competências, e poderá ocorrer mediante
averiguação preliminar ou processo ético.
§ 2º – A averiguação preliminar pode culminar em processo ético ou
arquivamento com ou sem recomendação.
§ 3º – O processo ético será instaurado quando a Comissão ou o Conset
entender que a conduta seja passível de sanção .
DO PROCEDIMENTO E DAS SANÇÕES ÉTICAS

Art. 38 – Observadas as competências originária e recursal e


após o devido processo ético, a violação do disposto neste
Código de Ética, acarretará as seguintes sanções aplicáveis
pela Comissão ou pelo Conset:
I – advertência; ou
II – censura.
Parágrafo único – A ocorrência de mais de uma advertência
no mesmo período avaliatório de desempenho ou uma de
censura é considerada violação grave a este Código de Ética.
DO PROCEDIMENTO E DAS SANÇÕES ÉTICAS

Art. 39 – Da decisão final em Processo Ético caberá:

I – pedido de reconsideração à instância responsável pela


abertura do processo ético; e

II – recurso ao Conset.
DO PROCEDIMENTO E DAS SANÇÕES ÉTICAS

Art. 40 – Na hipótese de aplicação de sanção, após


esgotados os recursos, serão informados:
I – a chefia imediata e o dirigente máximo do órgão
ou entidade em que o agente público sancionado
está em exercício; e
II – o Governador, no caso de sanção de agente da
Alta Administração do Poder Executivo Estadual.
DO PROCEDIMENTO E DAS SANÇÕES ÉTICAS

Parágrafo único – Cópia da síntese de ocorrência


ética será enviada:
I – à unidade de gestão de pessoas, para ser juntada
e considerada no processo de avaliação de
desempenho do agente público sancionado; e
II – ao Conselho de Ética Pública.
Art. 41 – O Conset pode avocar processo em
trâmite na Comissão de Ética.
DO PROCEDIMENTO E DAS SANÇÕES ÉTICAS

Art. 42 – A Comissão de Ética e o Conset não podem escusar-


se de proferir decisão em processo ético, alegando omissão
deste Código de Ética que, se existente, será suprida pela
invocação dos princípios que regem a Administração Pública.
Art. 43 – O exercício de apuração de falta ética prescreve em
dois anos.
§ 1º – O prazo de prescrição começa a ser contado a partir da
data de ocorrência do fato.
§ 2º – A instauração de averiguação preliminar ou processo
ético interrompe a prescrição.
DO PROCEDIMENTO E DAS SANÇÕES ÉTICAS

§ 3º – A prescrição intercorrente não se aplica


nos procedimentos éticos de que trata este
Código de Ética.
Art. 44 – Normas complementares à matéria
tratada neste Título V serão estabelecidas em
Deliberação do Conset.
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 45 – Os atuais mandatos de membros de


Comissões de Ética serão ajustados conforme o
disposto no art. 19 deste Código de Ética.
Art. 46 – (Revogado pelo inciso III do art. 50
do Decreto nº 47.058, de 14/10/2016.)
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 47 – Ficam revogados os


Decretos nº 43.673, de 5 de dezembro de
2003, nº 43.885, de 4 de outubro de 2004, e
nº 44.591, de 7 de agosto de 2007.
Art. 48 – Este Decreto entra em vigor na data de
sua publicação.

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