2023 03 27 17 49 30 54607995 Caderno de Questoes de Texto Cesgranrio
2023 03 27 17 49 30 54607995 Caderno de Questoes de Texto Cesgranrio
2023 03 27 17 49 30 54607995 Caderno de Questoes de Texto Cesgranrio
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio............................................................................. 4
Gabarito............................................................................................................................................ 29
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUSTAVO GONÇALVES MELO - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Apresentação
Olá! Preparado(a) para resolver questões de Texto da banca CESGRANRIO? Espero que sim!
Bom, vamos direto ao ponto: nesta breve apresentação, destacarei o padrão de abordagem
do conteúdo de Texto nas provas mais recentes da CESGRANRIO.
O padrão geral da prova é este: as duas primeiras questões são de Interpretação de texto;
as demais questões são de gramática (com uma questão ou outra de semântica/coesão entre
as questões de gramática). Essa sequência é apenas uma constatação: analisando as provas
anteriores, é assim que a prova se estrutura. Sobre o tipo de texto abordado pela banca, predo-
mina o verbal (jornalísticos e literários).
Os conteúdos mais abordados são estes:
• 1. compreensão de informações explícitas no texto (isto é, não se exige do candidato a
realização de inferências muito complexas);
• 2. significação contextual das palavras (sinonímia, principalmente);
• 3. Coesão sequencial (valor semântico dos pronomes) e referencial (pronomes).
Bom, temos agora um panorama geral. Agora é partir para a resolução das questões.
Ah, já ia me esquecendo: preciso te lembrar que o Gran Cursos oferece um ótimo espaço
de diálogo entre nós: o Fórum de Dúvidas. Nele, você pode registrar uma dúvida, um pedido
de esclarecimento, uma observação etc. Faça uso dessa ferramenta, ok? Faça também uso do
espaço de Avaliação do material, apresentando seu elogio/crítica/sugestão. Eu sempre ouço
as suas demandas.
Bom, agora é praticar!
Aos trabalhos, então!
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No final do primeiro parágrafo, lemos que “nos imaginários construídos pelas diferentes mí-
dias, não era mais associada apenas à prostituição, ao tráfico de drogas e às habitações ‘fave-
lizadas’”. Esse retrato mostra que a Zona Portuária, até o início do século XXI, era vista como:
uma área desvalorizada social e urbanisticamente (alternativa a). Não se fala em “mancha no
cenário carioca”, “região cercada de arranha-céus”, “reduto dominado pelo crime organizado”
ou “bairro histórico com poucas áreas habitáveis”.
Letra a.
Segundo o Dicionário Houaiss (2009), o vocábulo “mais” será advérbio quando significar “já”,
“agora” frases negativas: “não chove mais” > “já não chove”/”agora não chove”. Assim, a alter-
nativa c reescreve corretamente o sentido da forma “mais”: não não era associada. Por isso, as
demais alternativas estão incorretas.
Letra c.
O sentido contextual do vocábulo “via” no trecho em análise é “caminho que parte de um ponto
conduzindo a outro ponto”; mais especificamente, o sentido é “obra viária que se estende ligan-
do localidades, urbanas ou interurbanas, destinada ao trânsito de veículos e/ou pedestres”. O
mesmo sentido está em (a): “Esta estrada é a melhor via para chegar a São Paulo”. Nas demais
alternativas, o sentido é distinto: valor preposicional em (b) e (e); valor de “exemplar/cópia” em
(d); forma verbal (verbo “ver”) em (c).
Letra a.
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Baiano nascido em 1931 na cidade de Ipecaetá, interior do estado, Diolino abriu seu primei-
ro estabelecimento em 1968, no bairro do Rio Vermelho, reduto boêmio de Salvador. Localiza-
do em uma garagem, ganhou o nome de MiniBar.
A batida de limão – feita com cachaça, suco de limão galego, mel de abelha de primeiríssi-
ma qualidade e açúcar refinado, segundo o escritor Ubaldo Marques Porto Filho – chamava a
atenção dos homens, mas Diolino deu por falta das mulheres da época. É que elas não queriam
ser vistas bebendo em público, e então arranjavam alguém para comprar as batidas e bebiam
dentro do automóvel.
Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veículos, em que os garçons iam
até os carros que apenas encostavam e saíam em disparada. A novidade alavancou a fama do
bar. No auge, chegou a produzir 6.000 litros de batida por mês.
(SETO, G. Folha de S.Paulo. Caderno “Cotidiano”. 17 maio 2019, p. B2. Adaptado.)
Nos dois últimos parágrafos, podemos ler que o principal motivo do sucesso da vendagem no
estabelecimento de Diolino Damasceno foi o sistema original de atendimento direto aos veí-
culos (“em que os garçons iam até os carros que apenas encostavam e saíam em disparada.
A novidade alavancou a fama do bar”). Essa informação pode ser conferida pela leitura direta
do texto, sem necessidade de inferências mais complexas. As demais alternativas estão incor-
retas, porque não constituem o motivo central do sucesso da vendagem no estabelecimento.
Letra e.
Beira-mar
Quase fim de longa tarde de verão. Beira do mar no Aterro do Flamengo próximo ao Morro
da Viúva, frente para o Pão de Açúcar. Com preguiça, o sol começava a esconder-se atrás dos
edifícios. Parecia resistir ao chamado da noite. Nas pedras do quebra-mar caniços de pesca
moviam-se devagar, ao lento vai e vem do calmo mar de verão. Cercados por quatro ou cinco
pescadores de trajes simples ou ordinários, e toscas sandálias de dedo.
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Bermuda bege de fino brim, tênis e camisa polo de marcas célebres, Ricardo deixara o
carro em estacionamento de restaurante nas imediações. Nunca fisgara peixe ali. Olhado com
desconfiança. Intruso. Bolsa a tiracolo, balde e vara de dois metros na mão. A boa técnica
ensina que o caniço deve ter no máximo dois metros e oitenta centímetros para a chamada
pesca de molhes, nome sofisticado para quebra-mar. Ponta de agulha metálica para transmitir
à mão do pescador maior sensibilidade à fisgada do peixe. É preciso conhecimento de juiz para
enganar peixes.
A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso montar o caniço. Abriu a bolsa de
utensílios. Entre vários rolos de linha, selecionou os de espessura entre quinze e dezoito centé-
simos de milímetro, ainda fiel à boa técnica.
– Na nossa profissão vivemos sempre preocupados e tensos: abertura do mercado,
sobe e desce das cotações, situação financeira de cada país mundo afora. Poucas coisas
na vida relaxam mais do que pescaria, cheiro de mar trazido pela brisa, e a paisagem maríti-
ma – costuma confessar Ricardo na roda dos colegas da financeira onde trabalha.
(LOPES, L. Nós do Brasil. Rio de Janeiro: Ponteio, 2015, p. 101. Adaptado.)
Para responder corretamente esta questão, é preciso conhecer o vocábulo “diletantismo”, que
significa “dedicação a uma arte ou ofício exclusivamente por prazer”. Pela leitura do texto (e
especialmente do último parágrafo), percebe-se que Ricardo praticava a pesca por diletantis-
mo nas horas de folga ou de lazer. Seu ofício principal era atuar no mercado financeiro. Pela
leitura do texto, não se pode afirmar o que está expresso em (a), (b), (d) ou (e). Essas alternati-
vas ou extrapolam ou reduzem o que se diz no texto.
Letra c.
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Glossário:
Mobilidade urbana – É a facilidade de locomoção das entre as diferentes zonas de uma cidade.
Acessibilidade urbana – É a garantia de condições às pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida, para a utilização, com segurança e autonomia, dos espaços públicos.
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Como a questão faz referência apenas ao segundo parágrafo e diz “antes disso”, devemos
observar o primeiro parágrafo. Nele, lemos a informação de que houve uma “ampliação da po-
pulação urbana mundial” (que, inclusive, tende a aumentar no futuro) – e por isso a alternativa
(a) está correta (e as demais alternativas, incorretas).
Letra a.
O vocábulo “então” pode ser substituído por “portanto”, pois ambos são conclusivos. “Se bem
que” é ressalva; “embora” é concessivo; “para que” é final; “porque” é explicativo (ou causal).
Letra d.
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Por “expressa o contrário”, devemos entender: é ANTÔNIMO de. O contrário de “impedir” é “fa-
cilitar” (segundo o Dicionário Houaiss, também são antônimos de “impedir” as palavras “con-
sentir”, “deixar” e “desimpedir”).
Letra c.
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Embora a cúpula da ONU sobre moradia e urbanismo, Istambul, 1996, tenha apresentado
uma visão de cidades sustentáveis, ela fracassou ao não ter integrado uma perspectiva de di-
reitos humanos. Portanto, os compromissos assumidos na ocasião viraram letra morta.
Duas décadas mais tarde, face a uma enorme desigualdade, os direitos humanos voltam
à discussão. Desta vez, os estados têm a responsabilidade histórica de mostrar seu compro-
misso na matéria. Para atingir esse objetivo, é preciso definir normas de direitos humanos e
princípios de participação, transparência e prestação de contas, bem como não discriminação
e respeito à diversidade. Só assim seremos capazes de planejar espaços em que as pessoas
desfrutem do direito a viver sem discriminação, sejam homens, mulheres, crianças, jovens,
idosos, migrantes, indígenas, afrodescendentes, LGBTI, com deficiência e outros.
Por conseguinte, é preciso projetar cidades seguras, em que a ordem e a segurança cidadã con-
vivam com a liberdade de expressão e a manifestação pacífica; e em que seja possível convergir
em atividades sociais e culturais sem suspeição ou susceptibilidade a políticas de limpeza social.
Aproveitando o impulso, os governos da América do Sul devem assumir o compromisso de
construir as cidades do futuro onde seus povos vivam livres de penúrias e possamos exercer
nossos direitos em igualdade de condições. Só assim seremos capazes de alcançar o maior
objetivo da Agenda 2030: não deixar ninguém para trás.
(INCALCATERRA, Amerigo. 29 set. 2016. ONUBR. Nações Unidas do Brasil. Disponível em: https://nacoesuni-
das.org/artigo-o-futu-ro-das-cidades. Acesso em: 10 fev. 2018. Adaptado.)
A forma pronominal “onde” é locativa: faz referência a lugar. Em (a), temos exatamente esse uso:
“os espaços onde”. Nas demais alternativas, a forma pronominal está sendo empregada incorre-
tamente, pois não faz referência a um termo locativo: questões; modelos; ideias; propostas.
Letra a.
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O vocábulo que denota oposição (adversão) está presente em (b): “embora”. Lembre-se: a con-
junção “embora” é concessiva. Na concessão (para a banca), há uma espécie de oposição par-
cial, o que permite essa classificação. Nas demais alternativas, as palavras são: (a) explicativa;
(c) conclusiva; (d) final; (e) consequência/consecutiva.
Letra b.
A internet quebrou a rígida centralização no fluxo mundial de dados, criando uma situação
inédita na história recente. As principais potências econômicas e militares do planeta deci-
diram partir para a ação ao perceberem que seus segredos começam a ser divulgados com
facilidade e frequência nunca vistas antes.
As mais recentes iniciativas no terreno da espionagem virtual mostram que o essencial é
o controle da informação disponível no mundo - não mais guardar segredos, mas saber o que
os outros sabem ou podem vir a saber. Os estrategistas em guerra cibernética sabem que a
possibilidade de vazamentos de informações sigilosas é cada vez maior e eles tendem a se
tornar rotineiros.
A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou
de forma vertiginosa o acervo mundial de informações. Diariamente circulam na web pouco
mais de 1,8 mil petabytes de dados (um petabyte equivale a 1,04 milhão de gigabytes), dos
quais é possível monitorar apenas 29 petabytes.
Pode parecer muito pouco, mas é um volume equivalente a 400 vezes o total de páginas
web indexadas diariamente pelo Google e 156 vezes o total de vídeos adicionados ao YouTube
a cada 24 horas.
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Como não é viável exercer um controle material sobre o fluxo de dados na internet, os
centros mundiais de poder optaram pelo desenvolvimento de uma batalha pela informação. O
manejo dos grandes dados permite estabelecer correlações entre fatos, dados e eventos, com
amplitude e rapidez impossíveis de serem alcançados até agora.
Como tudo o que fazemos diariamente é transformado em dados pelo nosso banco, pelo
correio eletrônico, pelo Facebook, pelo cartão de crédito etc., já somos passíveis de monito-
ração em tempo real, em caráter permanente. São esses dados que alimentam os softwares
analíticos que produzem correlações que servem de base para decisões estratégicas.
(CASTILHO, Carlos. Observatório da imprensa. 21 ago. 2013. Disponível em:http://observatoriodaimprensa.
com.br/codi-go-aberto/quando-saber-o-que-os-espioes-sabem-gera-uma--guerra-virtual-pela-informa-
cao/. Acesso em: 29 fev. 2018. Adaptado.)
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Como se não fosse feito de carne e músculos, e sim de serenidade e graça – com um pou-
co de respiração –, a mão se move, e o lápis que ela segura deixa um rastro preto, um risco
que parece ser – e é – o cabelo de alguém. A mão, como se mal roçasse o papel, desenha a
testa, o nariz, a boca e dois dentes enormes. A orelha, o pescoço, um olho. Finalmente, traça
uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca, em um sorriso aberto.
É agosto de 2009. No estúdio de uma rádio em Buenos Aires, ao final de um programa em que
foi entrevistado, o argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, desenha Felipe, um dos perso-
nagens da sua tira Mafalda. A mão – a mão dele – não se deteve, não hesitou nem uma só vez:
uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constante da água do mar, desenhou esse
rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais de setenta anos. Agora, em 2014,
essa dança líquida sobre o papel é algo que Quino já não faz mais. A mão responde, mas ele
já não a vê.
– Ah, você já vai, que sorte.
Alicia Colombo tem o cabelo grisalho, curto e volumoso. Usa saia e blusa muito escuras, e
uma faixa larga que ajuda a prender a roupa.
– Não, Alicia. Acabei de chegar.
– Ah – diz ela, simulando frustração. – Eu achei que você estava indo embora e disse: “Que
bom, que entrevista mais curtinha”.
São 15h30 de uma tarde de setembro em Buenos Aires. O apartamento onde Quino e sua
mulher, Alicia Colombo, vivem há anos é grande, mas não enorme; prolixo, mas não luxuoso.
Fica no Bairro Norte, a poucos metros da avenida Santa Fé. Sobre a mesa da sala há camisas e
suéteres recém-passados, e o espaço parece pequeno, repleto de móveis: várias cadeiras, um
par de poltronas, uma mesa baixa, uma estante de livros, uma cristaleira com louças antigas.
– Você viu essas cadeiras? – pergunta Alicia. – Compramos de um senhor, o sr. Gentile.
Havia comprado todos os móveis de uma confeitaria e os vendia. Nós as cortamos um pouco,
porque eram muito altas.
Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
– Luz, luz – diz. – Como Goethe, que antes de morrer pediu: “Luz, mais luz”.
Usa um suéter escuro, jeans e os óculos de sempre, bifocais, que exageram o tamanho de
seus olhos.
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– Temos uma cadeira de balanço – prossegue Alicia. – Compramos numa casa de leilões
que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a 70 quadras. Como não tínhamos grana
para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
– Caminharam 70 quadras com a cadeira de balanço pendurada no braço?
– É que era 1960, estávamos recém-casados. Sabe o que acontece? A gente não tinha grana.
Quino e Alicia Colombo estão juntos há 54 anos. Ela, doutora em Química, trabalhava na
Comissão Nacional de Energia Atômica, mas deixou o cargo porque o trajeto de ônibus a partir
de um bairro para onde se mudaram começou a demorar demais. Desde então, trabalha como
agente do marido. Quino é envolvido pela luz que entra pela janela em uma brancura irreal e faz
o cabelo crepitar sobre suas têmporas. Fala com gula sobre cinema, ópera, teatro: de tudo que
foi ver nas últimas semanas. Ao final da sessão de fotos, se levanta e caminha até o elevador
para se despedir da fotógrafa, que lhe pergunta pelo Prêmio Príncipe de Astúrias concedido a
ele em 2014, na categoria Comunicação e Humanidades.
– Eu gostaria que ele me fosse entregue por Leonor, a princesinha das Astúrias – diz.
(GUERRIERO, Leila. El País. 19.10.2014)
016. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale
a alternativa com a sequência correta.
a) V – F – V
b) F – V – F
c) F – F – F
d) V – V – V
e) F – F – V
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017. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que o termo destacado expressa a noção se-
mântica de localização.
a) Finalmente, traça uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca,
em um sorriso aberto.
b) Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
c) Como não tínhamos grana para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
d) A mão responde, mas ele já não a vê.
e) Compramos numa casa de leilões que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a
70 quadras.
A semântica de localização está expressa em “onde”, no trecho “Quino, 82 anos, se senta sob a
luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.” (alternativa b). Nas demais expres-
sões, temos outros valores: (a) “até então” = limite temporal; (c) “como” = causa; (d) “mas” =
adversidade; (e) “a” = distância.
Letra b.
018. (QUESTÃO INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que apresenta uma função do texto
precedente.
a) instruir o leitor sobre como desenhar.
b) argumentar a favor da importância de Quino para a cultura argentina.
c) traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições e narrações sobre eventos
cotidianos.
d) expor fatos e dados sobre a obra de Quino.
e) descrever e narrar as ações de Alicia Colombo, esposa de Quino.
A função central do texto é traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições
e narrações sobre eventos cotidianos, como corretamente analisado pela alternativa (c). A no-
ção de “função” é importante, e deve ser lida como “função central, principal”: nela, você deve
se perguntar algo como “por que o texto foi produzido?”. A resposta certamente não será (a)
“instruir o leitor sobre como desenhar”, (b) “argumentar a favor da importância de Quino para a
cultura argentina, (d) “expor fatos e dados sobre a obra de Quino” ou (e) “descrever e narrar as
ações de Alicia Colombo, esposa de Quino”.
Letra c.
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019. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.
a) V – F – F
b) V – V – F
c) F – F – V
d) V – V – V
e) F – F – F
Apenas a última afirmativa é falsa: no texto, lemos explicitamente que “A maioria dos estados
e municípios está em virtual falência, com excesso de pessoal ativo em áreas intermediárias
da burocracia.” A afirmativa desconsidera o valor das formas “A maioria” e “em virtual falência”,
o que traz alterações significativas ao que se expressa originalmente no texto. Por isso, a se-
quência correta é V – V – F (alternativa b).
Letra b.
020. (INÉDITA/2021) Observe o termo destacado no período que segue: “O lobby das corpora-
ções do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que impede demissões até
por inoperância no setor público”. Tal termo, nesse caso, tem sentido equivalente a
a) fresta.
b) abertura.
c) fenestra.
d) fenda.
e) barreira.
Os termos “fresta” (a), “abertura” (b), “fenestra” (c) e “fenda” (d) possuem sentido contrário à
ideia de “muralha”/”barreira”, tal como adotada no trecho em análise. Assim, é sinônimo de
“muralha” o vocábulo “barreira” (e), já que ambos são utilizados com o sentido de “coisa/estra-
tégia que se utiliza para resguardar algo de algum perigo, de contrariedades etc. ou que inibe,
impede a realização de alguma coisa”.
Letra e.
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021. (INÉDITA/2021) Com base na tipologia textual e tendo em vista a estrutura e a finalidade
textual, o texto precedente classifica-se como, predominantemente,
a) expositivo.
b) injuntivo.
c) argumentativo.
d) narrativo.
e) descritivo.
O texto analisado é um Editorial, gênero argumentativo por excelência. Nesse tipo de gênero,
o autor (o corpo editorial de um veículo de comunicação) posiciona-se em relação a temáticas
da realidade. No texto, observamos com clareza a apresentação de argumentos e encadea-
mentos lógicos utilizados com vistas ao convencimento do leitor. Por isso, as demais alter-
nativas estão descartadas, pois não predomina (e, em muitos casos, inexiste) exposição (a),
injunção (b), narração (d) ou descrição (e).
Letra c.
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No sexto parágrafo, lemos a seguinte afirmativa do autor: “[os gastos] passaram a ser consi-
derados ‘inexequíveis’, ‘insustentáveis’ e até ‘irresponsáveis’ no momento em que não é mais
possível associar a vaga ao “prestígio” de se ter aquilo que somente alguns têm.”
Vê-se, então, que o autor faz referência (indeterminada) a um discurso que se posiciona dessa
forma. No entanto, ele é contrário a essa percepção (ou discorda dela, como podemos inter-
pretar pela leitura global do texto). É por isso que a alternativa (d) está incorreta.
As demais alternativas estão corretas, pois, de fato: no quarto parágrafo, o autor indica que
o que foi exposto nos três primeiros parágrafos servirá de base analítica para fundamentar
seu ponto de vista sobre o assunto abordado; ao longo do texto, o autor adota as aspas como
recurso argumentativo; no último parágrafo do texto, o autor apresenta explicitamente uma
proposta interventiva; predomina no texto a linguagem formal.
Letra d.
023. (INÉDITA/2021) Quanto aos mecanismos de coesão textual empregados no texto prece-
dente, assinale a alternativa correta.
a) No penúltimo parágrafo, o sujeito da oração “são irrisórios” está elíptico.
b) No último parágrafo, a expressão “essa instituição” retoma “escola ginasial pública”.
c) Em “Dessa rica e atual fortuna crítica” (3º parágrafo), a forma pronominal “dessa” antecipa
uma informação que será apresentada na sequência do texto.
d) A conjunção “embora” (5º parágrafo) introduz uma oração adversativa.
e) Em “Pintada de povo, passou a ser identificada com a instabilidade orçamentária irrespon-
sável e passou a receber prognósticos sombrios” (11º parágrafo), o autor adota a elipse do
sujeito como estratégia para não repetir o referente da forma verbal “passou”.
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024. (INÉDITA/2021) Com base na tipologia textual e tendo em vista a estrutura e a finalidade
textual, o texto precedente classifica-se como, predominantemente,
a) expositivo.
b) argumentativo.
c) injuntivo.
d) descritivo.
e) narrativo
025. (INÉDITA/2021) Em “o prestígio é afirmado não quando a pessoa ostenta o que tem, mas
quando ostenta que tem aquilo que nem todos têm” (3º parágrafo), a expressão em destaque
indica que a oração que vem a seguir é
a) concessiva.
b) aditiva.
c) adversativa.
d) comparativa.
e) alternativa.
A conjunção “mas”, no trecho em análise, introduz uma oração adversativa (a qual se opõe ao
que se expressa na oração anterior). Assim, as demais alternativas devem ser descartadas,
pois apresentam formas coesivas diferentes.
Letra c.
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Fileiras de lojas fechadas, com paredes e portas sujas e cobertas de rabiscos, voltaram a
espalhar-se pelo Brasil como símbolos do recrudescimento da crise. O primeiro trimestre, já
nem se discute, foi muito ruim, e as projeções para todo o ano têm piorado seguidamente. Essa
piora reflete a frustração, já nos primeiros meses, de uma recuperação mais firme a partir da
mudança de governo. Uma dessas expectativas era de expansão do comércio varejista. Em
pouco tempo o otimismo encolheu. Nos primeiros três meses, 39 lojas cerradas foram o saldo,
em todo o País, de aberturas e fechamentos de pontos comerciais. O número pode parecer in-
significante, mas indica a interrupção, ou até reversão, de uma tendência iniciada no trimestre
final de 2017. O saldo positivo, no período de outubro a dezembro do ano passado, foi de 4.840
lojas abertas no varejo. Em 2018, primeiro ano, depois da crise, com mais pontos abertos que
fechados, 11 mil unidades foram acrescentadas ao universo varejista.
A previsão para este ano era de 22 mil lojas a mais, disse ao Estado o economista-chefe
da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes. Essa previsão, acrescentou, se
vai derreter, como se têm derretido tantas outras, e ainda há o risco de se fechar o ano com
saldo negativo.
Em países mais prósperos, o fechamento de lojas físicas tem sido em grande parte de-
terminado pela expansão do comércio eletrônico. Compras desse tipo aumentam também
no Brasil, mas o fechamento de lojas físicas tem sido produzido de forma predominante pela
contenção de gastos das famílias.
O Brasil saiu da recessão em 2017 e, depois de dois anos de lenta recuperação, o nível de
atividade continua muito baixo. Segundo algumas estimativas, o Produto Interno Bruto (PIB)
do primeiro trimestre deste ano deve ter sido pouco menor que o dos três meses finais de
2018. O balanço oficial deve ser divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Positiva ou negativa, a taxa de variação será quase certamente muito pró-
xima de zero.
Não têm surgido sinais de maior dinamismo neste segundo trimestre. Por isso as estima-
tivas para o ano têm piorado. No mercado, a mediana das projeções indica uma expansão de
1,23% para o PIB, em 2019, segundo o último boletim Focus do Banco Central (BC). Quatro
semanas antes essa mediana ainda estava em 1,70%.
Há mais de um mês, portanto, a ideia de uma expansão de 2% quase se esfumaçou. Mes-
mo esse desempenho, se confirmado, seria abaixo de medíocre, quando comparado com os
de outras economias emergentes. A nova mediana é quase igual à da semana anterior, 1,24%.
A diferença, embora muito pequena, é significativa, porque confirma a piora persistente das
expectativas. O crescimento projetado para a indústria se manteve em 1,47% nas duas últimas
sondagens. Há um mês estava em 2%.
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026. (INÉDITA/2021) Sobre o texto precedente, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) No trecho “Fileiras de lojas fechadas, com paredes e portas sujas e cobertas de rabis-
cos, voltaram a espalhar-se pelo Brasil como símbolos do recrudescimento da crise” (1º
parágrafo), a palavra “recrudescimento” pode ser substituída por “abrandamento”.
( ) No trecho “A diferença, embora muito pequena, é significativa, porque confirma a piora
persistente das expectativas” (6º parágrafo), o vocábulo “embora” pode ser substituído
por “ainda que”.
( ) No trecho “Essa previsão, acrescentou, se vai derreter, como se têm derretido tantas
outras”, o autor adota a linguagem figurada.
a) F – F – F
b) V – V – V
c) F – V – V
d) F – F – V
e) F – V – F
A sequência nos mostra que apenas a primeira afirmativa é falsa, já que “recrudescimento” sig-
nifica “surgimento com maior intensidade” – e na afirmativa temos o sentido contrário (abran-
damento). Nas demais alternativas, temos afirmativas verdadeiras, já que, nos trechos em aná-
lise, o vocábulo “embora” pode ser substituído por “ainda que” e a expressão “se vai derreter”
está sendo empregada em sentido figurado.
Letra c.
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028. (INÉDITA/2021) No excerto “Compras desse tipo aumentam também no Brasil, mas o
fechamento de lojas físicas tem sido produzido de forma predominante pela contenção de
gastos das famílias.”, a conjunção “mas”, na expressão em destaque, indica:
a) adversidade
b) concessão
c) finalidade
d) adição
e) comparação
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No trecho em análise, a conjunção “mas” é adversativa (alternativa “a”). Assim, as demais alter-
nativas estão invalidadas: não se trata de uma conjunção (b) “concessiva”, (c) final, (d) aditiva
ou (e) comparativa.
Letra a.
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Passada, porém, a manifestação a favor, deve o governo se voltar aos entendimentos com
o Congresso, espaço institucional para as mudanças necessárias nas leis, a fim de que o país
saia da estagnação em que se encontra. Não pode considerar que avanços que venham a ser
alcançados na reforma da Previdência e outras se deverão às pressões das ruas, usadas quase
sempre com intenções antidemocráticas.
(Editorial, O Globo. 28.05.2019)
029. (INÉDITA/2021) Sobre o texto precedente, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) No último parágrafo do texto, o primeiro período pode ser reescrito da seguinte forma:
“Passada, porém, a manifestação a favor, deve o governo voltar-se aos entendimentos
com o Congresso; espaço institucional para as mudanças necessárias nas leis, afim de
que o país saia da estagnação em que se encontra.”
( ) No trecho “O bolsonarismo entendeu que deveria responder às manifestações de “es-
querda”, embora a defesa da educação seja uma bandeira suprapartidária.”, a conjun-
ção “embora” pode ser substituída pela expressão “conquanto”.
( ) O emprego do sinal indicativo de crase em “à margem das máquinas sindicais lulopetis-
tas” e “levaram às ruas palavras de ordem contra a reforma” é justificado pela mesma
regra gramatical.
a) V – F – F
b) V – V – V
c) F – V – F
d) F – F – F
e) F – V – V
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GABARITO
1. a 11. c 21. c
2. c 12. a 22. d
3. a 13. b 23. e
4. e 14. e 24. b
5. c 15. d 25. c
6. d 16. a 26. c
7. a 17. b 27. c
8. b 18. c 28. a
9. d 19. b 29. c
10. b 20. e 30. a
Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).
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