ESTATUTOFGO

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

ESTATUTO DO FUNDO DE GARANTIA DE OPERAÇÕES

CAPÍTULO I – DO FUNDO

Art. 1º O Fundo de Garantia de Operações - FGO, constituído pelo Banco do Brasil


S.A., regido pelo presente Estatuto e demais disposições legais e regulamentares
que lhe forem aplicáveis, terá prazo indeterminado.
§ 1º O FGO, de natureza privada, tem patrimônio próprio separado do patrimônio
dos cotistas e do Administrador, sendo sujeito a direitos e obrigações próprias.
§ 2º O FGO tem por finalidade garantir parte do risco dos empréstimos e
financiamentos concedidos pelas instituições financeiras cotistas do Fundo, no
âmbito do Sistema Financeiro Nacional – SFN para micro, pequenas e médias
empresas, micro empreendedor individual, e autônomos transportadores rodoviários
de carga, na aquisição de bens de capital inerentes a sua atividade.
§ 3º Para fins do disposto neste Estatuto, considera-se média empresa aquela cujo
faturamento bruto anual não ultrapasse R$ 15 milhões.
§ 4º O patrimônio do FGO será formado:
I – pela integralização de cotas;
II - pela receita decorrente da cobrança de comissão pela concessão de garantia;
III - pela remuneração de suas disponibilidades e dos itens integrantes do seu ativo;
IV - pelos valores oriundos da recuperação de crédito de operações que foram
garantidas com recursos do FGO;
V - pelas devoluções efetuadas pelos agentes financeiros de garantias honradas; e
VI – por outros recursos que lhe sejam destinados.
§ 5º O FGO responderá por suas obrigações com os bens e direitos integrantes de
seu patrimônio, não respondendo o Administrador, ou os cotistas, por qualquer
obrigação do FGO, salvo, no caso dos cotistas, aquelas relacionadas à
integralização das cotas que subscreverem.
§ 6º As alterações do Estatuto do FGO serão aprovadas em Assembléia de Cotistas.
Art. 2º A liquidação e dissolução do FGO ficará condicionada à prévia quitação da
totalidade dos débitos garantidos ou à liberação das garantias pelos credores.
Parágrafo único. Liquidado e dissolvido o FGO, o seu patrimônio será devolvido aos
cotistas, com base na situação patrimonial à data da dissolução ou liquidação.
Art. 3º Para adesão ao FGO, os Agentes Financeiros deverão ser previamente
habilitados pelo Administrador, devendo, para tanto, apresentar Pedido de
Habilitação, assinado por representante legal, em que conste descrição de sua
estrutura de governança, de suas políticas e processo de crédito relacionados à
contratação de operações enquadradas no presente Estatuto, bem como declaração

1
da aptidão de seu processo às regras do Fundo, conforme modelo a ser fornecido
pelo Administrador.
Parágrafo único Os Pedidos de Habilitação serão avaliados e deferidos
individualmente pelo Administrador, que poderá contratar entidade para certificação,
a qualquer tempo, do processo de crédito descrito na forma do caput deste artigo.

CAPÍTULO II – DA ADMINISTRAÇÃO
Art. 4º O FGO será administrado, gerido e representado, judicial e extrajudicialmente
pelo Banco do Brasil, doravante designado, simplesmente, Administrador.
§ 1º Compete ao Administrador:
I - administrar e dispor dos ativos do FGO em conformidade com a política de
investimentos fixada neste Estatuto;
II - propor o valor máximo e o prazo de vigência das garantias a serem outorgadas
pelo FGO, considerando parâmetros e metodologias compatíveis com as utilizadas
pelo mercado, o disposto no Capítulo V deste Estatuto e as informações repassadas
pelo agente financeiro cotista concedente do financiamento;
III - avaliar o valor do patrimônio, considerando parâmetros e metodologias
compatíveis com as utilizadas pelo mercado e o disposto neste Estatuto;
IV - outorgar as garantias pelo FGO;
V - representar o FGO, ativa ou passivamente, judicial ou extrajudicialmente;
VI - zelar pelo equilíbrio entre os ativos e garantias prestadas pelo FGO;
VII - deliberar sobre a gestão e alienação dos bens e direitos do FGO, zelando pela
mitigação de riscos e pela manutenção de sua rentabilidade e liquidez;
VIII - submeter, à Assembléia de Cotistas, Plano de Terceirização de Serviços,
incluindo critérios a serem utilizados na escolha dos prestadores de serviços; e
IX - impugnar garantias ou honras prestadas em desacordo com as normas do
Fundo.
§ 2º A responsabilidade do Administrador estende-se à gestão das garantias,
atividade que compreende a avaliação, a outorga, o acompanhamento, a quitação e
a liberação de garantias prestadas pelo FGO.
§ 3º O Administrador poderá contratar terceiros para exercer, total ou parcialmente,
a gestão de ativos do FGO, individual ou conjuntamente.
§ 4º O administrador poderá também contratar instituição para realizar as atividades
de custódia, controladoria e escrituração da emissão, resgate de cotas e tesouraria,
além de outros serviços aprovados em Assembléia de Cotistas.
§ 5º Quando os ativos forem constituídos por valores mobiliários, a contratação
referida no § 3º somente deverá ser feita com pessoas jurídicas autorizadas pela
Comissão de Valores Mobiliários – CVM para o exercício da atividade de
administração de carteira, as quais responderão administrativamente por seus atos,

2
em conjunto com o Administrador, na forma da regulamentação em vigor.
§ 6º Cada prestador de serviço contratado responde perante o FGO e os cotistas por
seus próprios atos e omissões contrários à lei, a este Estatuto e às disposições
regulamentares aplicáveis.
§ 7º A responsabilidade pela gestão dos ativos do FGO é do Administrador, ainda
que contrate pessoas jurídicas para a realização dessa tarefa, hipótese na qual o
Administrador responderá, perante os cotistas, solidariamente ao gestor contratado,
devendo constar do contrato com o gestor cláusula expressa nesse sentido, sob
pena da contratação não produzir nenhum efeito perante o FGO e os cotistas.
Art. 5º Fica o Administrador autorizado a realizar todas as operações, praticar todos
os atos que se relacionem com o objeto do FGO, e exercer todos os direitos
inerentes à propriedade dos bens e direitos integrantes do patrimônio do FGO,
inclusive o de ações, recursos e exceções, podendo abrir e movimentar contas
bancárias, adquirir e alienar livremente títulos ou quaisquer outros bens e direitos
pertencentes ao FGO, bem como transigir.
Art. 6º Constituem obrigações do Administrador:
I – certificar o processo de crédito dos agentes financeiros cotistas do FGO, podendo
contratar, às expensas do FGO, entidade para tal fim, observado o artigo 3º;
II - selecionar, em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Assembléia de
Cotistas, empresas, sociedades e entidades aptas para, em nome do Fundo e às
expensas dos agentes financeiros cotistas, realizar a recuperação das garantias
honradas pelo FGO;
III - observar o nível máximo de inadimplência por agente financeiro cotista previsto
neste Estatuto;
IV - implementar sistema de acompanhamento das operações garantidas pelo FGO,
garantindo acesso a auditoria independente;
V - debitar aos agentes financeiros os valores referentes às Comissões de
Concessão de Garantia, impugnações, devoluções de avais honrados e recuperação
de crédito, repassando-os ao FGO, atualizados pro rata die pela variação da Taxa
Selic;
VI - creditar aos agentes financeiros os valores relativos à honra de garantia, a
débito do FGO;
VII - estabelecer os procedimentos a serem observados pelos agentes financeiros na
operacionalização do FGO;
VIII - verificar o desempenho do agente financeiro cotista na condução de operações
realizadas com garantia do FGO, no que diz respeito a níveis de inadimplência,
atrasos no envio das informações a serem fornecidas, e outros aspectos, podendo o
Administrador considerá-lo impedido de realizar novas operações garantidas pelo
FGO, mediante rescisão do Instrumento, observado o direito de defesa;
IX - custodiar, às suas expensas, atualizados e em perfeita ordem, os documentos
do FGO;
X - receber rendimentos ou quaisquer valores devidos ao FGO;

3
XI - agir sempre no único e exclusivo benefício do FGO, empregando na defesa de
seus direitos a diligência exigida pelas circunstâncias e praticando todos os atos
necessários a assegurá-los, judicial ou extrajudicialmente;
XII - manter custodiados em instituição prestadora de serviços de custódia,
devidamente autorizada pela CVM, os títulos e valores mobiliários de titularidade do
FGO, bem como os bens e direitos pertencentes ao FGO;
XIII - divulgar tempestivamente aos cotistas qualquer ato ou fato relevante relativo ao
FGO ou às suas operações, inclusive propositura de demandas judiciais e variações
bruscas significativas no patrimônio do Fundo;
XIV - divulgar, mensalmente, o valor do patrimônio do FGO, o valor patrimonial da
cota, a rentabilidade apurada no período, o valor das garantias já concedidas e o
saldo disponível para outorga de novas garantias, por meio da página do FGO
disponível na Internet;
XV - manter à disposição dos cotistas, em sua sede, informações, atualizadas
mensalmente, relativas a:
a) valor patrimonial das cotas e dos bens e direitos integrantes do patrimônio do
FGO; e
b) relação das demandas judiciais e das extrajudiciais em que o FGO seja parte,
indicando objeto, valores discutidos e sumários do andamento;
XVI - remeter aos cotistas, trinta dias após o encerramento de cada semestre,
listagem dos bens e direitos integrantes do patrimônio do FGO, indicando o
respectivo valor;
XVII - preparar, anualmente, as demonstrações contábeis e financeiras e o relatório
de administração do FGO;
XVIII – contratar, às expensas do FGO e de acordo com a diretrizes estabelecidas
pela Assembléia de Cotistas, auditoria independente para realizar a verificação,
certificação e emissão de parecer a respeito das demonstrações contábeis,
financeiras e operacionais do FGO;
XIX - divulgar em jornais de grande circulação ou na página do FGO disponível na
Internet, no prazo de até noventa dias após o encerramento do exercício social:
a) o relatório de administração do FGO;
b) as demonstrações contábeis e financeiras do FGO; e
c) o parecer do auditor independente.
Parágrafo único. As obrigações, vedações e responsabilidades concernentes ao
Administrador aplicam-se aos gestores por ele contratados.
Art. 7º O Administrador responde por quaisquer danos causados ao patrimônio do
FGO, decorrentes de:
I - atos que configurem má gestão ou gestão temerária;
II - atos que configurem violação da Lei, do Estatuto do FGO, de determinação da
Assembléia de Cotistas; ou

4
III - operação de qualquer natureza realizada entre o FGO e seus cotistas ou
quaisquer terceiros, quando caracterizada situação de conflito de interesse de
conhecimento do Administrador.
Art. 8º O Administrador segregará a gestão e a contabilidade do FGO de suas
demais atividades e ainda:
I - estabelecerá práticas claras e precisas que assegurem o bom uso de instalações,
equipamentos e arquivos comuns à gestão do FGO e outras atividades do
Administrador;
II - adotará procedimentos operacionais visando à preservação de informações
confidenciais pelos administradores, empregados e prestadores de serviço do
Administrador envolvidos na gestão do FGO;
III - zelará para que somente funcionários envolvidos com a administração e gestão
do FGO tenham acesso às informações confidenciais; e
IV - estabelecerá políticas relacionadas à aquisição e alienação de valores
mobiliários, por parte de administradores e empregados envolvidos na gestão do
FGO.
Parágrafo único. O Administrador segregará as funções de gestor do FGO das
funções de financiador dos empréstimos e financiamentos garantidos pelo Fundo, as
quais serão realizadas por Diretorias distintas.
Art. 9º É vedado ao Administrador, no exercício das funções de gestor do patrimônio
do FGO e utilizando os recursos do Fundo:
I - investir em valores mobiliários de sua emissão, ou de emissão de suas
subsidiárias, exceto ações do Banco do Brasil S.A. para replicação de indexador
previsto no artigo 14 deste Estatuto;
II - negociar ativos do FGO desnecessariamente, com a finalidade de aumentar sua
remuneração;
III - conceder ou tomar empréstimos, adiantar rendas futuras aos cotistas ou abrir
créditos sob qualquer modalidade, ou ainda conceder garantias a pessoas naturais
ou jurídicas, salvo se relativamente aos financiamentos e empréstimos objeto de
garantia pelo FGO;
IV - prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer forma, exceto conforme
disposto neste Estatuto;
V - aplicar recursos na aquisição de cotas do próprio FGO;
VI - prometer rendimento predeterminado aos cotistas;
VII - realizar operações do FGO quando caracterizada situação de conflito de
interesse de seu conhecimento, exceto na condição de credor de operações
garantidas pelo FGO;

VIII - onerar, sob qualquer forma, os ativos do FGO, exceto conforme disposto neste
Estatuto; e
IX - negociar com títulos e valores mobiliários não registrados pela CVM, exceto com
relação aos títulos públicos federais.
5
§ 1º É vedado ao Administrador, assim como às suas controladas, coligadas e
fundos por elas geridos, receber qualquer vantagem ou benefício direto ou indireto,
não previsto neste Estatuto, relacionado a atividades do FGO sob sua
administração, que não seja transferido para benefício dos cotistas, exceto quanto a
honras das operações garantidas pelo FGO.
§ 2º Na vedação de que trata o inciso I deste artigo, não está compreendida a
integralização, pelos próprios cotistas, de cotas do FGO com valores mobiliários de
emissão do Administrador ou das sociedades por ele controladas, e a sua posterior
alienação, nem o exercício dos direitos inerentes aos valores mobiliários
integralizados.

CAPÍTULO III – ATRIBUIÇÕES DOS AGENTES FINANCEIROS


Art. 10º Os agentes financeiros comprometem-se a:
I – pagar ao FGO o valor referente às Comissões de Concessão de Garantia, nos
termos do artigo 22, atualizadas, pro rata die, pela variação da taxa apurada no
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC, obtida mediante o cálculo
da taxa média ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em
títulos públicos federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de
compensação e liquidação de ativos, na forma de operações compromissadas,
podendo exigi-las dos beneficiários dos financiamentos e dos empréstimos;
II - promover, por intermédio das entidades, sociedades e empresas selecionadas
pelo Administrador, a ação de cobrança das honras de avais prestadas pelo FGO,
obrigando-se a cumprir os procedimentos citados no artigo 24 deste Estatuto;
III - não repassar ao FGO quaisquer despesas necessárias à recuperação dos
valores inadimplidos;
IV - repassar ao FGO parcela do produto da recuperação de crédito na cobrança
extrajudicial, atualizada, pro rata die, pela variação da Taxa Selic;

V - encaminhar ao Administrador relação pormenorizada dos procedimentos que


adota para cobrança dos seus créditos próprios; e
VI - fornecer, na forma estabelecida pelo Administrador, informações relativas às
operações de crédito com garantia do FGO, necessárias para a adequada gestão
financeira, patrimonial e operacional do Fundo, em especial, a classificação de risco
da operação, segundo critérios constantes da Resolução CMN nº 2682/1999, ou da
Resolução que venha a substituí-la, sem considerar a garantia potencial a ser
oferecida pelo FGO para a avaliação referida.

CAPÍTULO IV – POLÍTICA DE INVESTIMENTO


Art. 11. O FGO, em sua política de investimento, promoverá a gestão e
administração de sua carteira de ativos financeiros, títulos e valores mobiliários,
moeda corrente ou outros direitos com valor patrimonial, buscando a manutenção de
sua rentabilidade, segurança e liquidez.

6
Parágrafo único. Os resultados obtidos pela variação dos ativos componentes da
carteira ou quaisquer outros proventos recebidos impactarão o valor da cota do
FGO.
Art. 12. O patrimônio do FGO poderá estar aplicado, observados os limites máximos
deste artigo, em:
I - até 100% em valores em caixa, títulos públicos federais e cotas de fundos de
investimentos de renda fixa;
II - até 30% em ações de companhias listadas em Bolsa de Valores e outros ativos
mobiliários negociados em Mercado de Balcão organizado (SOMAFIX e
BOVESPAFIX); e
III – até 15% em operações compromissadas.
Parágrafo único. Constatada eventual situação de desequilíbrio passivo nos limites
definidos nos incisos I, II e III, competirá à Assembléia de Cotistas definir alternativas
e prazos para sua adequação.
Art. 13. O Administrador, bem como os fundos de investimentos e carteiras por ele
administrados ou pessoas a ele ligadas, poderão atuar como contraparte em
operações realizadas pelo FGO, não podendo o Administrador, entretanto, aplicar
recursos do FGO em títulos de sua emissão, aceite ou coobrigação ou de empresas
a ele ligadas, observado o disposto no § 2º do artigo 9º deste Estatuto, exceto na
aquisição de ações do Banco do Brasil S.A. para replicação de indexador previsto no
artigo 14.
Art. 14. Na aplicação do patrimônio do FGO, o Administrador deverá buscar, pelo
menos:
I - para os ativos referidos nos incisos I e III do artigo 12, uma rentabilidade atrelada
ao índice de renda fixa de mercado IMA-B, referenciado em títulos públicos e
divulgado pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro
(ANDIMA) ou, na falta desse, por índice de renda fixa a ser calculado com base nas
NTN-B, LTN e/ou NTN-F negociadas em mercado.
II - para os ativos referidos no inciso II do artigo 12, uma rentabilidade atrelada ao
IBOVESPA.
Art. 15. A marcação dos ativos do FGO deve ser feita a mercado, em conformidade
com as regras estabelecidas pela CVM.
Art. 16. Fica o Administrador autorizado a realizar operações com derivativos de
qualquer natureza, exclusivamente para fins de proteção das posições do Fundo.
Art. 17 O disposto nos artigos 12, 13, 14 e 15 deste Estatuto não se aplica aos
títulos e valores mobiliários recebidos pelo FGO em razão da integralização de suas
cotas, pelo prazo de 3 (três) anos contados da integralização;
§ 1º Não serão considerados como infringência aos limites de que trata o artigo 12
deste Estatuto, pelo prazo de 3 (três) anos contados da ocorrência, eventuais
excessos decorrentes de:
I – valorização de determinados ativos relativamente à variação dos demais; ou

7
II – recebimento de ações em bonificação, em razão do exercício do direito de
conversão de valores mobiliários em ações ou do exercício do direito de preferência
para subscrição de valores mobiliários.
§ 2º Até o respectivo enquadramento nos limites do artigo 12 deste Estatuto, o FGO
não efetuará novos investimentos que agravem os excessos verificados, exceto nas
hipóteses do parágrafo primeiro deste artigo.

CAPÍTULO V – DAS GARANTIAS


Art. 18. O valor máximo a ser garantido pelo FGO será limitado a 12 (doze) vezes o
montante dos recursos que constituem o patrimônio do Fundo.
Art. 19. O FGO limita-se a conceder garantia de:
I - no máximo, 80% do valor da operação de investimentos, sendo o valor da
garantia limitado a R$ 500 mil (quinhentos mil reais) por proponente, devendo o
mutuário prover as demais garantias exigidas pelo agente financeiro cotista;
II - no máximo, 60% do valor da operação de empréstimos para capital de giro,
sendo o valor da garantia limitado a R$ 150 mil (cento e cinquenta mil reais) por
proponente, com garantia fidejussória com recursos líquidos compatíveis com a
obrigação; ou
III - no máximo, 80% do valor da operação de empréstimos para capital de giro,
sendo o valor da garantia limitado a R$ 100 mil (cem mil reais) por proponente, com
garantia fidejussória sem recursos líquidos compatíveis com a obrigação.
§ 1º Será admitida a constituição de garantias de risco por conta do FGO juntamente
com a de outros fundos garantidores e instrumentos mitigadores de riscos, com
exceção de fundo de garantia administrado pelo BNDES – Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, desde que o montante máximo garantido não
ultrapasse o percentual estabelecido nos incisos I, II e III deste artigo.
§ 2º Os limites das garantias a serem concedidas pelo FGO poderão ser alterados
por decisão da Assembléia de Cotistas.
§ 3º Os agentes financeiros deverão exigir dos mutuários, para as operações
garantidas pelo FGO, a vinculação de garantias fidejussórias, independentemente
da disponibilidade de recursos computáveis.
§ 4º Os agentes financeiros poderão exigir dos mutuários contragarantias reais que
totalizem valor igual ou superior à parcela do financiamento não garantida pelo FGO,
não sendo computadas as garantias concedidas por outros fundos garantidores para
suprir esta exigência.
§ 5º Independente do disposto nos §§ 3º e 4º, os agentes financeiros, nas operações
garantidas pelo FGO, deverão reduzir do percentual de garantia tradicionalmente
exigido, a proporção equivalente ao risco assumido pelo FGO.
§ 6º Caberá ao Administrador avaliar os bens e direitos que compõem o patrimônio
do FGO a cada prestação de garantia para os fins previstos no caput do presente
artigo.

8
§ 7º O valor total garantido pelo FGO, por agente financeiro, não poderá superar
50% (cinqüenta por cento) do valor total de garantias passíveis de concessão pelo
Fundo, podendo esse percentual ser alterado por decisão da Assembléia de
Cotistas.
§ 8º O Administrador pode estipular, como condição para obtenção de garantia pelo
Fundo, que uma percentagem mínima das operações de crédito a serem realizadas
pelo agente financeiro sejam necessariamente garantidas pelo FGO.
§ 9º A percentagem mínima de que trata o § 8º deve ter como referência um período
máximo para realização das operações de crédito pelo agente financeiro, nunca
inferior a trinta dias, podendo ser especificada por modalidade de aplicação e porte
dos tomadores das operações de crédito.
Art. 20. A contratação de operações, com garantia do FGO, fica condicionada à
adesão dos agentes financeiros cotistas ao Estatuto e ao Manual de Procedimentos
Operacionais do FGO – MPO-FGO.
§ 1º A contratação de operações com garantia do FGO fica condicionada a
integralização prévia, pelo agente financeiro cotista, das cotas em volume
correspondente a 0,5% (meio por cento) do valor total garantido pelo FGO para a
instituição financeira, na forma do artigo 25.
§ 2º Havendo baixa das operações de crédito e das garantias a elas vinculadas, o
valor da cota poderá ser utilizado para a contratação de novas operações, na forma
do contrato firmado com o agente financeiro e deste Estatuto.

Art. 21. As operações objeto de garantia do FGO deverão estar enquadradas nas
linhas de empréstimo e financiamento no âmbito do Sistema Financeiro Nacional –
SFN.
Art. 22. A Comissão de Concessão de Garantia – CCG será calculada conforme
fórmula definida no Manual de Procedimentos Operacionais, sendo exigida no ato da
concessão do empréstimo ou financiamento, podendo, a critério do agente
financeiro, ser repassada ao mutuário e acrescida ao saldo devedor original da
operação, situação na qual poderá ser financiada pelos mesmos prazos e taxas da
operação contratada.
§ 1º A fixação do fator K (fator de concessão de garantia) deverá ser realizada com
base em conceitos financeiros, econômicos e probabilísticos para dimensionar o
montante de recursos necessários ao pagamento de honras futuras derivadas das
perdas nas operações garantidas pelo FGO e preservar o patrimônio do FGO no
longo prazo.
§ 2º A alteração do fator K (fator de concessão de garantia) dependerá de aprovação
pela Assembléia de Cotistas.
§ 3º O fator K (fator de concessão de garantia) deve ser definido com base nas
características das operações garantidas e poderá ter valores diferentes para
operações de investimentos e de capital de giro.
§ 4º O Administrador deverá reavaliar o fator K (fator de concessão de garantia)
anualmente, ou sempre que o desempenho do Fundo assim exigir.
§ 5º No caso de renegociação da dívida, será admitida a dilação do prazo de
garantia do FGO e a elevação do valor financiado, devendo ser cobrada Comissão
9
de Concessão de Garantia - CCG complementar relativa ao prazo e ao valor
adicionados, na forma prevista neste artigo.
§ 6º Para cálculo da CCG complementar, será tomado por base o valor do saldo
devedor à época da renegociação, acrescido de eventuais parcelas a liberar, sendo
exigível no dia em que firmada a renegociação da dívida.

CAPÍTULO VI – DO CONTROLE, ACIONAMENTO E EXECUÇÃO DAS


GARANTIAS
Art. 23. Os agentes financeiros que detiverem operação inadimplida garantida pelo
FGO, poderão encaminhar ao Administrador a solicitação de honra da garantia
somente após o nonagésimo dia consecutivo da inadimplência e após terem
adotado todos os procedimentos extrajudiciais de recuperação de crédito aplicados
aos seus próprios haveres.
§ 1º O prazo máximo para solicitação da honra pelo agente financeiro cotista é de
cento e oitenta dias consecutivos, contados a partir da data da inadimplência da
operação garantida ou da data de constatação, pelo agente financeiro, do
descumprimento de cláusulas contratuais pelo mutuário que possam caracterizar o
vencimento antecipado da dívida, não sendo devido o ressarcimento da CCG ao
agente financeiro a qualquer título.
§ 2º O Administrador estabelecerá as informações a serem repassadas pelo agente
financeiro cotista por ocasião da solicitação da honra.
§ 3º Os agentes financeiros serão responsáveis pela veracidade das informações
prestadas, permanecendo a documentação referente às operações garantidas pelo
FGO à disposição do Fundo, do Administrador e de empresa contratada pelo FGO
para fiscalização das operações garantidas.
§ 4º A análise da documentação das operações que contarem com a honra de
garantia do FGO será de responsabilidade dos agentes financeiros.
§ 5º A solicitação da honra de garantia prestada à operação somente poderá ocorrer
após o prazo de carência definido no instrumento de crédito firmado entre o agente
financeiro e o mutuário, exceto nos casos de descumprimento de cláusulas
contratuais.
§ 6º Sob nenhuma hipótese, as despesas ou custas, judiciais ou extrajudiciais,
incluindo, mas sem se limitar, os honorários advocatícios, poderão ser repassadas
ou arcadas pelo FGO, devendo ser inteiramente suportadas pelo agente financeiro
cotista contratante da operação.
§ 7º Em caso de renegociação com redução do prazo da operação, redução do valor
financiado ou liquidação antecipada da dívida, a CCG já recolhida ao Fundo não
será devolvida.
§ 8º Os valores recebidos pelos agentes financeiros serão deduzidos do saldo
devedor da operação previamente ao pedido da honra ao FGO.

10
Art. 24. O Administrador procederá a honra da garantia no prazo de até 5 (cinco)
dias úteis, contados do recebimento da comunicação formal referida no caput do
artigo 23.
§ 1º O FGO honrará as garantias prestadas em até 7 (sete) pontos percentuais da
carteira garantida, por agente financeiro cotista, de acordo com a fórmula definida no
Manual de Procedimentos Operacionais para apuração do índice de inadimplência.
§ 2º A metodologia de cálculo utilizada para apurar o percentual estabelecido no §1º
poderá considerar diferentes períodos de contratação, portes de empresa e
modalidades de aplicação.
§ 3º Na honra da garantia pelo FGO, os recursos respectivos serão transferidos,
mensalmente, aos agentes financeiros, atualizados, pro rata die, pela variação da
Taxa Selic.
§ 4º Na cobrança dos valores honrados pelo FGO, o agente financeiro cotista deverá
incumbir, às suas expensas, empresas, entidades ou sociedades selecionadas pelo
Administrador para adotar os procedimentos necessários para a recuperação
daqueles valores, podendo, inclusive, parcelar os débitos, observados os prazos
máximos das linhas de crédito contratadas.
§ 5º Quando ocorrer a recuperação de crédito honrado pelo FGO, caberá ao agente
financeiro cotista parcela do valor recuperado, calculada com base no percentual do
risco assumido pelo agente.
§ 6º O valor a ser honrado pelo FGO será calculado na data da solicitação da honra
da garantia, multiplicando-se o percentual da garantia contratada pelo saldo devedor
da operação, atualizado pelos encargos de normalidade previstos no instrumento de
crédito firmado pelo agente financeiro com o mutuário, inclusive para as parcelas em
atraso.
§ 7º Para efeitos de recuperação, os valores honrados pelo FGO, enquanto não
liquidados pelo devedor, serão atualizados pro rata die pela variação da Taxa Selic
capitalizados mensalmente, até a data da liquidação junto ao Fundo.
§ 8º Ocorrendo a impugnação de honras, os agentes financeiros deverão restituir ao
FGO os valores honrados, atualizados pela Taxa Selic.
§ 9º No caso de reconsideração de impugnação de honra por parte do
Administrador, o respectivo valor será devolvido ao agente financeiro cotista,
corrigido pela Taxa Selic.

CAPÍTULO VII – DAS COTAS


Art. 25. A integralização das cotas poderá ser realizada em dinheiro, títulos da dívida
pública, ações, títulos privados ou outros direitos com valor patrimonial.

§ 1º Os bens e direitos transferidos ao FGO serão avaliados de acordo com os


ativos integralizados, conforme discriminado a seguir, com indicação dos critérios de
avaliação adotados:

11
I- no caso de ações, a fonte primária dos preços será a última cotação diária de
fechamento, referentes às negociações realizadas no mercado acionário divulgada
pela Bolsa de Valores de São Paulo BOVESPA;
II - no caso de títulos públicos federais, a fonte primária dos preços unitários será a
ANDIMA, tomando-se por base o preço médio de negociação no dia da apuração; e
III – no caso de títulos privados ou outros direitos com valor patrimonial, serão
utilizados modelos matemáticos e estatísticos, na ausência de mercado secundário
consistente.
§ 2º Em defesa do interesse dos cotistas, o Administrador poderá recusar novas
aplicações a qualquer tempo.
§ 3º O valor da cota será calculado por dia útil, com base em avaliação patrimonial
que considere o valor de mercado dos ativos financeiros integrantes da carteira,
deduzidos os valores relativos a passivos não liquidados pelo Fundo.
Art. 26. O FGO não pagará rendimentos a seus cotistas, assegurando-se a qualquer
deles, o direito de requerer o resgate total ou parcial de suas cotas, correspondente
ao patrimônio ainda não comprometido com a concessão de garantias, fazendo-se a
liquidação com base na situação patrimonial do Fundo.
§ 1º Fica o Administrador obrigado a verificar o equilíbrio entre o valor dos ativos e
das garantias outorgadas, somente podendo atender ao pedido de resgate até o
montante não comprometido com a outorga de garantias, consideradas no seu total,
respeitadas as regras contidas neste Estatuto.
§ 2º Para fins de emissão de cotas do FGO o Administrador utilizará o valor da cota
do dia da efetiva disponibilidade dos recursos investidos.
§ 3º Entende-se como valor da cota do dia, para os fins de sua emissão, aquele
resultante da divisão do valor do patrimônio líquido do FGO pelo número de cotas,
ambos apurados no encerramento do dia, ou seja, no horário de fechamento dos
mercados em que o FGO atua.
§ 4º O Administrador realizará o pagamento do resgate de cotas do FGO no 5º
(quinto) dia útil da data de solicitação de resgate pelo cotista, observado o disposto
neste Estatuto.
§ 5º Para o pagamento de resgate de cotas do FGO, será utilizado o valor da cota
em vigor no 1º (primeiro) dia útil subseqüente ao da respectiva solicitação de
resgate, sendo que o valor da cota será aquele resultante da divisão do valor do
patrimônio líquido do FUNDO pelo número de cotas do FUNDO, ambos apurados no
encerramento desse dia, ou seja, no horário de fechamento dos mercados em que o
FUNDO atua.
§ 6º Na impossibilidade de converter os ativos em dinheiro ou de fazê-lo em prejuízo
do próprio cotista, ficará este obrigado a receber o respectivo ativo ou optar pela
prorrogação do prazo de resgate.
§ 7º O valor do resgate de que trata o caput é limitado ao valor das cotas que
exceder à exposição do fundo em operações originadas pelo respectivo cotista.

CAPÍTULO VIII – DA REMUNERAÇÃO


12
Art. 27. O Administrador receberá, pelos serviços de administração e gestão da
carteira de ativos e do passivo do FGO, as seguintes remunerações:
I - taxa de administração da carteira de ativos, em percentual de 0,15% a.a. (quinze
centésimos por cento ao ano), incidente sobre o total dos recursos do FGO do dia
anterior ao da apuração, calculado e provisionado diariamente e cobrado até o
terceiro dia útil do mês subsequente à razão de 1/252 (um duzentos e cinqüenta e
dois avos), referente à administração e gestão da carteira de ativos do FGO; e
II – valores relativos à remuneração do Administrador e cobertura das despesas
incorridas em atividades administrativas e de suporte à gestão de garantias,
debitados diretamente ao Fundo, a serem fixados em Assembléia de Cotistas, da
seguinte forma:
a) um valor fixo de R$ 0,00 (zero reais) por operação contratada com a garantia
do FGO, cobrado mensalmente;
b) um valor variável correspondente a 1% (um por cento) ao ano incidente sobre
a totalidade de ativos do FGO, cobrado mensalmente.
§ 1º De forma a preservar o princípio da manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro do FGO, os valores indicados nos incisos I e II acima poderão ser
renegociados, devendo qualquer alteração ser submetida à aprovação da
Assembléia de Cotistas.
§ 2º Na hipótese de o Administrador realizar a contratação de terceiros para exercer
total ou parcialmente a gestão de ativos do FGO, na forma no § 3º do artigo 4º deste
Estatuto, a totalidade ou parte da taxa de administração prevista no inciso I do caput
poderá ser paga diretamente pelo Fundo ao terceiro contratado.
§ 3º O valor da remuneração, quando definido pela Assembléia de Cotistas na forma
deste artigo, deverá permitir a remuneração dos recursos alocados pelo
Administrador de forma compatível com a taxa de rentabilidade perseguida em suas
demais atividades.

CAPÍTULO IX – DA ASSEMBLÉIA DE COTISTAS


Art. 28. Compete à Assembléia de Cotistas:
I - examinar, anualmente, as contas relativas ao FGO, e deliberar sobre as
demonstrações contábeis e financeiras e o relatório de administração apresentado
pelo Administrador;
II - aprovar as alterações do Estatuto do FGO;
III - deliberar sobre:
a) substituição do Administrador;
b) fusão, incorporação, cisão, transformação, dissolução ou liquidação do FGO;
c) alteração da remuneração do administrador;
d) o nível máximo de honra por agente financeiro estabelecido no §1º do artigo 24;

13
e) o plano de Terceirização de Serviços, incluindo critérios a serem utilizados na
escolha dos prestadores de serviços.

Art. 29. A Assembléia de Cotistas não deliberará sobre pagamento de garantias.


Art. 30. A Assembléia de Cotistas se reunirá:
I - ordinariamente uma vez por ano, quando da apresentação das demonstrações
contábeis e financeiras; e
II - extraordinariamente sempre que o Administrador indicar a necessidade, ou por
solicitação dos cotistas.
Art. 31. A representatividade de cada cotista na Assembléia de Cotistas será
proporcional à sua participação no total de cotas do Fundo Garantidor.

CAPÍTULO X – DOS ENCARGOS E DESPESAS DO FGO


Art. 32. Constituirão encargos do FGO, a serem debitados pelo Administrador, as
seguintes despesas:
I - honra das garantias prestadas aos beneficiários do FGO em operações de crédito
realizadas pelos agentes financeiros cotistas;
II - remuneração do Administrador, dos consultores especializados e empresas a
que se referem os incisos I e II do artigo 6º, se houver;
III - taxas, impostos ou contribuições federais, estaduais, municipais ou autárquicas
que recaiam ou vierem a recair sobre os bens, direitos e obrigações que compõem o
patrimônio do FGO;
IV - honorários e despesas do auditor independente encarregado da auditoria dos
procedimentos contábeis e operacionais do FGO e das demonstrações contábeis e
financeiras do Fundo;
V - comissões, emolumentos e quaisquer outras despesas relativas às operações
com ativos mobiliários efetuadas em nome ou para benefício do FGO;
VI - honorários de advogados, custas e despesas correlatas incorridas em razão de
defesa dos interesses do FGO, judicial ou extrajudicialmente, inclusive o valor de
condenação eventualmente imputada ao FGO;
VII - quaisquer despesas inerentes à constituição, liquidação e dissolução do FGO e
realização de Assembléia de Cotistas;
VIII - taxa de custódia de títulos ou valores mobiliários do FGO; e
IX - outras despesas necessárias e de interesse exclusivo do FGO.

CAPÍTULO XI – NORMAS CONTÁBEIS E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


Art. 33. O FGO terá escrituração contábil destacada da relativa ao Administrador.

14
Parágrafo único. O exercício social do Fundo compreende o período de 1º de janeiro
a 31 de dezembro de cada ano.
Art. 34. As informações a serem divulgadas, anualmente, pelo Administrador do
FGO, compreendem:
I – Demonstrações Contábeis e Financeiras:
a) Balanço Patrimonial;
b) Demonstração do Resultado; e
c) Demonstração do Fluxo de Caixa;
II - Parecer do Auditor Independente; e
III - Relatório de Administração.
Parágrafo único. As seguintes notas explicativas serão objeto de divulgação:
I - valor de mercado dos ativos; e
II - informação sobre os gastos com a administração do FGO e com os consultores
especializados.
Art. 35. O relatório de administração deverá conter, no mínimo:
I - descrição dos negócios realizados no ano, especificando, em relação a cada um,
os objetivos, os montantes dos investimentos feitos, as receitas auferidas, a origem
dos recursos investidos, bem como a rentabilidade apurada no período;
II - informações, baseadas em premissas e fundamentos devidamente explicitados,
sobre:
a) conjuntura econômica do mercado financeiro em que se concentrarem as
operações do ativo do FGO, relativas ao ano findo;
b) as perspectivas da administração para o ano seguinte;
c) o valor de mercado dos bens e direitos integrantes do patrimônio do FGO,
incluindo o percentual médio de valorização ou desvalorização apurado no período,
com base em análise técnica especialmente realizada para esse fim, em
observância dos critérios de orientação usualmente praticados para avaliação dos
ativos financeiros e valores mobiliários integrantes do patrimônio do FGO, critérios
estes que deverão estar devidamente indicados no relatório;
III - relação das obrigações contraídas no período;
IV - a rentabilidade nos últimos quatro semestres calendários;
V - o valor patrimonial da cota, por ocasião dos balanços, nos últimos quatro
semestres calendários; e
VI - a relação dos gastos incorridos pelo FGO em cada um dos dois últimos
exercícios, especificando valor e percentual em relação ao patrimônio líquido médio
semestral em cada exercício.

15
Art. 36. Os demonstrativos contábeis seguirão as regras estabelecidas pela
autoridade competente.

CAPÍTULO XII – DA VISTORIA DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO


Art. 37. O Administrador e os agentes financeiros permitirão e facilitarão a realização
de inspeções técnicas, administrativas, financeiras e contábeis solicitadas pela
Assembléia de Cotistas, no que se refere às operações garantidas pelo FGO,
inclusive normativos regulamentares da cobrança das operações.

Art. 38. Os agentes financeiros farão constar nos instrumentos de crédito cláusula
em que os mutuários permitirão e facilitarão a realização de inspeções técnicas,
administrativas, financeiras e contábeis solicitadas pela Assembléia de Cotistas, e o
livre acesso de inspetores e auditores ao empreendimento financiado.

CAPÍTULO XIII – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS


Art. 39. A alteração deste Estatuto não poderá ocorrer em detrimento dos direitos
assegurados em contrato aos beneficiários de garantias outorgadas pelo FGO.
Art. 40. Fica eleito o foro da cidade de Brasília, Distrito Federal, com expressa
renúncia de qualquer outro, por mais privilegiado que possa ser, para quaisquer
ações nos processos judiciais relativos ao FGO ou a questões decorrentes deste
Estatuto.

CAPÍTULO XIV – DA VIGÊNCIA DO ESTATUTO DO FUNDO


Art. 41. Este Estatuto entra em vigor na data de instituição do FGO.

16

Você também pode gostar