Romantismo em Portugal - 1 2 e 3 Geração

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Romantismo em Portugal

Séc. XIX
1ª, 2ª e 3ª geração

TERCEIRÃO 2023 – LITERATURA


PROFª KELLY MOLENTO
Contexto histórico:

• Os ideais da Revolução Francesa (1789) se espalham de


forma radical, levando os demais países da Europa a
buscarem uma transformação cultural e histórica.
• Aliado a Inglaterra, Portugal trava inúmeros conflitos e
batalhas, em especial, com a França;
• Crise da monarquia absolutista - liberalismo (liberdade de
iniciativa e de concorrência) e ascensão da burguesia ao
poder (Revolução Industrial – crescimento da
industrialização e do comércio);
• 1807 – Portugal desrespeita o Bloqueio Continental - Invasão
de Napoleão Bonaparte e fuga da família real para o Brasil (D.
João);
• 1820 – Revolução liberal: levou liberais portugueses ao
poder;
• 1822 – elabora-se a Constituição, de acordo com o novo
credo político (Independência do Brasil).
Características de destaque:

 Individualismo,  Nacionalismo,
também chamado destaque da
subjetivismo, ou chamada “cor local”
egocentrismo. ou seja, das
particularidades de
cada região.
O Romantismo Português passou por três diferentes gerações. A
primeira geração, da qual Almeida Garret e Alexandre Herculano fazem
parte, foi marcada pela transitoriedade da escola anterior e as inovações
do Romantismo.
Em 1825 é publicado o poema
narrativo Camões, de Almeida
Garret – considerado marco inicial
do Romantismo em Portugal.

Sua obra é considerada uma espécie de


biografia sentimental de Luiz Vaz de Camões
(vida, aventuras e sofrimento).
Sua composição faz a transição entre o
Arcadismo e o Romantismo - permite alguns
elementos clássicos (versos decassílabos
brancos, formalismo, vocabulário culto,
racionalismo), mas carregados de inovações
românticas – subjetivismo, culto da saudade, o
sabor agridoce do exílio, melancolia, solidão...
A poesia de Garret

Seu livro Folhas Caídas é considerado pelos críticos como poesia


romântica de qualidade. Foi inspirado em seus sentimentos pela
Viscondessa da Luz, Rosa de Montúfar.
Prosa:
Lançada em 1846, a narrativa principal baseia-se no relato do narrador-
personagem a uma viagem realizada de Lisboa a Santarém, inspirada
num fato biográfico do autor. Há também a inserção da história de amor
entre Joaninha, a menina dos rouxinóis, e seu primo Carlos, história
conhecida pelo personagem ao chegar a Santarém.
No teatro: Frei Luís de Sousa

O drama inspira-se no episódio verídico vivido no


fim do séc. XVI por Madalena de Vilhena e por D.
Manuel de Sousa Coutinho, vigoroso prosador do
Seiscentismo (Barroco), que na história literária
recebe o nome de Frei Luís de Sousa. Como D.
João de Portugal, marido de D. Madalena,
desaparecera em batalha, na África, ela se casa
com D. Manuel e tem uma filha, D. Maria. Os
anos se passam e eis que um dia surge um
romeiro, vindo de Jerusalém, que diz trazer uma
mensagem de D. João, que, segundo ele, se
encontrava vivo e prisioneiro. Diante da notícia, o
casal entra em desespero, em virtude da
situação de adultério em que se encontrava.
Como saída, ambos se enclausuram num
convento. A filha morre subitamente. Ao leitor,
contudo, é revelada a identidade do romeiro.
Alexandre Herculano – 1810/1877
Entre o romance e a história
Ao lado de Almeida Garret, ele foi o responsável por
desenvolver um programa de reconstrução da cultura portuguesa.
Tenta resgatar o passado histórico de Portugal e dedica-se a recriar
a história portuguesa em romances ficcionais, que trazem em
comum traços de bravura e heroísmo.

Embora também tenha cultivado


poesias, foi na prosa de ficção que
Alexandre destacou-se, descrevendo
especialmente cenários da Idade
Média, mundo de fantasias em que
cavaleiros heroicos lutam contra um
exército e procuram salvar donzelas
indefesas.
Algumas de suas publicações:
 Lendas e narrativas – livro de contos, também de ambientação
medieval;
 O bobo (situado no século XII), Eurico – o presbítero (situado no
século VIII) e o Monge de Cister (situado no século XVI) –
romances;
 História de Portugal e Estabelecimento da Inquisição em
Portugal - historiografia de Portugal.
Os romances de Alexandre
Herculano misturam fatos
históricos devidamente
documentados, matéria literária
(trama amorosa, aventuras da
cavalaria medieval, fantasia,
imaginação) e, às vezes,
considerações sobre suas ideias
sociais, filosóficas, religiosas e
nacionalistas.
Eurico, o presbítero
Seu principal romance, retrata a invasão árabe na península ibérica ocorrida
no séc. VIII e a história de amor impossível entre Eurico e Hermengarda.
Eurico é um padre que se refugia na vida religiosa para tentar esquecer
Hermengarda, cuja mão lhe fora negada pelo pai dela, o duque de Cantárbia, em
virtude da baixa posição social do pretendente.
Quando ocorre a invasão árabe, Eurico - corajoso cavaleiro no passado –
torna-se o temido “cavaleiro negro”, que atemoriza os árabes com sua valentia e
ousadia. Contudo, os árabes vencem a guerra e invadem cidades, casas,
conventos e igrejas.
Eurico alia-se a um grupo de resistência que se esconde na floresta e tem
como líder Pelágio, irmão de Hermengarda.
Em meio às lutas, o cavaleiro e a moça se reencontram, e ela, em sonho,
revela seu amor por ele. Entretanto, a união entre os dois é agora mais
impossível ainda, porque ele se tornara padre. Depois de ter participado de uma
bem-sucedida emboscada contra os árabes, Eurico se deixa matar pelos
inimigos, pondo fim ao seu sofrimento amoroso e ao conflito religioso.
Hermengarda, ao saber, de sua morte, enlouquece.
2ª Geração
Camilo Castelo Branco – 1825/1890)
Um romântico profissional
A grande quantidade de romances e
novelas publicadas pelo autor
justifica o significado de “autor
profissional” durante o Romantismo.
Temas constantes:
A m o r t r á g i c o ;
S e n t i m e n t a l i s m o
Tr a n s f o r m a ç ã o d a s p e r s o n a g e n s p o r
amor;
G e s t o s p a s s i o n a i s ;
C o n s e q u ê n c i a s d e s a s t r o s a s ;
R i q u e z a d e v o c a b u l á r i o .
Camilo Castelo Branco - o rei da novela passional
• Amor de perdição, Amor de Salvação, O romance de um
homem rico – ultrarromantismo, tematizam o amor trágico.
• A queda de um anjo e Coração, cabeça e estômago – obras
satíricas;
• Eusébio Macário e A brasileira de Prazins – aproximando-se
do movimento literário seguinte, Realismo e Naturalismo.

Romance escrito em 15
dias, no tempo em que
estava na prisão, em
razão de seu romance
com Ana Plácido. Além
de ser inspirado num
caso verídico de um tio,
preso anteriormente na
mesma cadeia, muitas
situações têm ligação
com a biografia do autor.
Amor de perdição
Espécie de Romeu e Julieta à lusitana, Amor de perdição narra a
história do amor impossível entre Simão Botelho e Teresa de
Albuquerque, jovens pertencentes a famílias nobres e inimigas,
que tentam afastar os apaixonados: Simão é enviado a Coimbra,
enquanto Teresa, depois de se recusar a casar com seu primo
Baltasar Coutinho, é enviada a um convento, no Porto. Simão,
protegido pelo ferreiro João da Cruz e por Mariana, filha deste,
permanece em Viseu. Na partida de Teresa, enfurece-se com
Baltazar e o mata com um tiro, entregando-se em seguida à
justiça. Condenado à forca, tem depois sua sentença
transformada em exílio. Teresa, cheia de tristeza, adoece. No
capítulo final, Simão embarca para o exílio e, a distância, avista o
mosteiro em que Teresa se encontra e pressente sua morte.
Tomado de febre, morre na viagem. Ao ser lançado o corpo no
mar, Mariana, que sempre o amara e espontaneamente o
acompanhava ao exílio, lança-se ao mar e une-se a ele.
Na década de 1860, os escritores abandonam quase que totalmente
o ultrarromantismo da época anterior, dando lugar à simplicidade e
a sinceridade do lirismo.

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