AFSC Boletim SC Filatélica 78 AGOSTO 2022

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ASSOCIAÇÃO FILATÉLICA

E NUMISMÁTICA
DE SANTA CATARINA
BOLETIM INFORMATIVO NÚMERO 78
AGOSTO DE 2022

2022
Bicentenário da Independência do Brasil
Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina
AFSC

Rua dos Ilhéus 118 sobreloja 9 – Ed. Jorge Daux


CEP 88010-560 - Florianópolis, SC
Caixa Postal 9029 - CEP 88010-976

A AFSC, fundada em 6/8/1938, é uma Entidade sem fins lucrativos, reconhecida de Utilidade Pública pela
Lei Estadual 542 de 24/9/1951 e pela Lei Municipal 970 de 20/8/1970.

DIRETORIA eleita em julho de 2022 para o período de agosto/2022 a agosto/2023:

Presidente: Luis Claudio Fritzen


Vice-presidente: Demétrio Delizoicov Neto
Primeiro secretário: Romeu Odilo Trauer
Segundo secretário: Luiz Antônio de Oliveira Horn
Primeiro tesoureiro: Bernardo Bihr Lopes
Segundo tesoureiro: Fred Leite Siqueira Campos
Diretor de Sede: Cezar Augusto de Moraes Bolzan

Conselho Fiscal:
Lucia de Oliveira Milazzo Hugo Nestor Ciavattini (suplente)
Paulo Cesar da Silva Juliano Natal (suplente)
Rubens Moser Maurício Silva Soares (suplente)

A AFSC desenvolve um importante trabalho de divulgação do colecionismo em geral, além da


edição deste Boletim – Santa Catarina Filatélica.
Para suporte aos dispêndios decorrentes de suas atividades, a AFSC depende principalmente da
arrecadação de anuidades pagas por seus associados, que podem ser das seguintes categorias e valores,
válidos a partir de 2021:

Efetivos – residentes na Grande Florianópolis, com idade a partir de 18 anos ........... R$150,00
Juvenis – com idade inferior a 18 anos ........................................................................ R$20,00
Correspondentes no Brasil – residentes fora da Grande Florianópolis ....................... R$50,00
Correspondentes no Exterior – residentes fora do Brasil ............................................ US$35.00

ASSOCIE-SE!
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Reuniões regulares:
Quintas-feiras a partir das 18:30 horas e Sábados a partir das 14:30 horas

SCF – Santa Catarina Filatélica – Boletim semestral da AFSC – desde 1949

Para anunciar neste Boletim:


Página inteira: R$70,00 Meia página: R$40,00 Terço de página: R$30,00
Terceira capa: R$110,00 Quarta capa: R$140,00

2
Palavras do Presidente

Estamos às vésperas das comemorações oficiais do Bicentenário da Proclamação da Independência


do Brasil.
A Independência do Brasil foi o processo histórico de separação entre Brasil e Portugal, que se
estendeu de 1821 a 1825, colocando em violenta oposição as duas partes dentro do Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarve. As Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, instaladas em 1820, como
consequência da Revolução Liberal do Porto, tomaram decisões, a partir de 1821, que tinham como objetivo
reduzir a autonomia adquirida pelo Brasil, o que na prática o faria retornar ao seu antigo status de Colônia.
D. Pedro partiu para a Província de São Paulo para assegurar a lealdade dos locais à causa brasileira.
Ele alcançou a capital em 25 de agosto e lá permaneceu até 5 de setembro. Leopoldina, sua esposa, assumiu
a Regência durante a viagem de D. Pedro. Diante das exigências de Portugal para que ambos retornassem a
Lisboa, Leopoldina convocou uma sessão extraordinária do Conselho de Estado no dia 2 de setembro de
1822 e, juntamente com os ministros, decidiu pela separação definitiva entre Brasil e Portugal, assinando
então a Declaração de Independência. Em seguida, enviou o mensageiro Paulo Bregaro (hoje, Patrono dos
Carteiros) para entregar a D. Pedro uma carta informando sobre o ocorrido.
Em 7 de setembro, quando retornava ao Rio de Janeiro, D. Pedro recebeu a carta de José Bonifácio
e de Leopoldina. O Príncipe foi informado de que as Cortes tinham anulado todos os atos do gabinete de
Bonifácio e removido o restante de poder que ainda detinha. Foi nesse momento que se deu o chamado Grito
do Ipiranga, que simboliza a Independência Brasileira. Ao chegar à cidade de São Paulo, na noite de 7 de
setembro de 1822, D. Pedro e seus companheiros espalharam a notícia.
A separação oficial de Portugal só ocorreria em 22 de setembro de 1822, por meio de uma carta
escrita por D. Pedro a D. João VI. Nela, D. Pedro ainda chama a si mesmo de "Príncipe Regente" e a seu
pai de Rei do Brasil Independente. Em 12 de outubro de 1822, no Campo de Santana (mais tarde conhecido
como Campo da Aclamação), o Príncipe D. Pedro foi aclamado Dom Pedro I, Imperador Constitucional e
Defensor Perpétuo do Brasil. Era ao mesmo tempo o início do Reinado de D. Pedro I e, também, do Império
do Brasil.
A AFSC lembra a Independência do Brasil, contando neste Boletim com dois artigos representativos
da história.

Luis Claudio Fritzen


Presidente da AFSC

Nossa capa
Homenagem ao Bicentenário da Independência do Brasil
Quadro “Independência ou Morte” - Obra de Pedro Américo – 1888
Série de selos comemorativos “200 Anos de Independência” (2017 a 2022)

Índice dos artigos


Excepcionalmente neste número, o índice de artigos está publicado na página 66.

3
Marc Ferrez entre o Império e a República
Marcio Rovere Sandoval - Montreal, Canadá (*)

Figura 1 – Detalhe do reverso da cédula de 2 mil-réis da 8ª estampa, emissão da República


(1890-1920), R081; P.10, impressa pela American Bank Note Company (ABNCo.) de Nova York
para o Tesouro Nacional. Trata-se de uma gravura, realizada na ABNCo., da Rua 1° de Março
(antiga Rua Direita), provavelmente baseada1 em uma fotografia de Marc Ferrez de cerca de
1888. Em primeiro plano, temos o prédio dos Correios (18772), a Igreja da Santa Cruz dos
Militares (1770 a 1811), a Igreja da Ordem Terceira do Carmo (1755 a 1855), o arco do
passadiço3 que ligava o Paço (c.1738) ao Convento dos Carmelitas (c.1619). Ao fundo, casarios
no Morro do Castelo. Há também os bondes, ainda com tração animal, e tílburis. No canto
inferior direito da gravura, temos o número da placa de impressão do reverso, “30”4.

Introdução

Desde 1835, as cédulas do Tesouro Nacional passaram a ser impressas pela Perkins, Bacon & Petch
(PB&P)5 de Londres e seus sucessores, até 1870. Já nessas primeiras cédulas do Império, como tivemos a
oportunidade de analisar6, temos algumas imagens de cidades brasileiras, quais sejam, Rio de Janeiro,
Salvador e Recife. Vejamos:

1 A fotografia consta do Álbum de Vistas do Brasil, executado sob a direção do Barão do Rio Branco (1845-1912),
datado de 1889 ("Album de Vues du Brésil, exécuté sous la Direction de J.M. Da Silva Paranhos – Baron de Rio
Branco"), editado em Paris, na Imprimerie A. Lahure. O álbum destinava-se à promoção do Brasil no exterior, trazendo
um resumo iconográfico do país e de suas riquezas. Boa parte das fotografias do Rio de Janeiro que constam do álbum
é atribuída expressamente a Marc Ferrez, esta em questão, e algumas outras, não apresentam nenhuma menção ao
fotógrafo. O livro do Banco Safra destinado ao Museu de Valores do Banco Central, de 1988, afirma que a fotografia
que deu origem á gravura da cédula é de Marc Ferrez. Aceitamos essa afirmação, com reservas.
2 Indicamos a data ou o período de construção.
3 Não encontramos as datas referentes à construção dos arcos, mas provavelmente após a chegada da família Real
(1808-1809) e a sua demolição logo após a Proclamação da República (1890-1891).
4 Essa numeração servia para eventual comparação da cédula com a placa de impressão para verificação da
autenticidade. Muito utilizada no dólar americano. No Brasil, foi utilizada, posteriormente, na 2ª Família do Cruzeiro
(1978-1981), nos valores de 1.000 (estampa A – P.197), 100 (P.198), 200 (P.199), 500 (P200) 1000 (estampa B –
P.201) e 5.000 (P.202) Cruzeiros.
5 Primeiro grande impressor estrangeiro a se ocupar da impressão das cédulas brasileiras (1835-1870).
6 Sobre esse assunto, veja o artigo de nossa autoria: “A Perkins Bacon & Petch (PB&P) e as cédulas impressas para
o Tesouro Nacional (1835-1870)”, publicado no Boletim da AFSC n° 73 de agosto de 2018, pg. 4 a 23.

4
A gravura do ancoradouro do Rio de Janeiro, que aparece na cédula de 20 mil-réis da 6ª estampa,
emitida em 1870 (R047; P.A241), teve origem em uma fotografia de autoria do editor e fotógrafo francês
Victor Frond (1821-1881). Essa imagem, litografada, foi publicada no álbum de Charles Rybeirolles (1812-
1860), “Brasil Pitoresco, Álbum de vistas, Panoramas, Paisagens, Monumentos, Costumes, etc. com os
retratos de sua Majestade o Imperador D. Pedro II e da família imperial, fotografados por Victor Frond”,
publicado em Paris, em 1861.
De maneira semelhante, a imagem do Rio de Janeiro, que aparece na cédula de 500 mil-réis da 1ª
estampa, emitida em 1835 (R067; P.A209), ao que tudo indica, seria baseada em uma pintura de Felix
Émile Taunay (1795-1881), de cerca de 1828, denominada “Baia de Guanabara vista da Ilha das Cobras”.
A partir de 1869, a American Bank Note Company (ABNCo.) de Nova York passou, também, a
imprimir as cédulas do Tesouro Nacional. Em 1870, tornou-se o fornecedor exclusivo, permanecendo
nessa condição até 19007.
Durante a transição do regime Imperial para o Republicano, cinco estampas, impressas pela
ABNCo, foram aproveitadas do Império e utilizadas com uma nova “roupagem” republicana.
Assim, os valores de 1$000 (7ª estampa), 2$000 (8ª estampa), 5$000 (9ª estampa), 10$000 (8ª
estampa) e 20$000 réis (8ª estampa) foram reaproveitados através da atualização das gravuras, ou seja,
substituição dos símbolos imperiais e da efígie do Imperador por outros de natureza republicana.
A cédula que nos interessa desse grupo é a 2$000 réis da 8ª estampa (R024; P.A260 e R081; P.10).
Essa estampa, emitida inicialmente em 1888, traz, no anverso e no reverso, gravuras baseadas em
fotografias do eminente fotógrafo Marc Ferrez.
A outra cédula que será analisada é a de 100$000 réis da 6ª estampa de 1892 (R131; P.60). Trata-
se da primeira estampa própria da República. Ela traz no anverso uma gravura baseada, também, em uma
foto de Marc Ferrez.
Aqui, trataremos dessas duas cédulas que trazem no total três gravuras baseadas em fotografias
de Marc Ferrez.

Este estudo foi baseado apenas na análise das cédulas e das fotografias de Marc Ferrez, ou seja,
não utilizamos os arquivos da ABNCo. ou outras fontes porventura existentes. Assim, não temos a
pretensão de esgotar o assunto, eis que a bibliografia é escassa.

O fotógrafo8

Marc Ferrez (1843-1923), fotógrafo brasileiro de origem francesa, realizou seus trabalhos durante
o Império e as primeiras décadas da República (1860-1922). Deixou o mais importante legado visual sobre
o Brasil desse período.
Pela natureza de seu trabalho e considerada a época em que o desenvolveu9, ele se situa entre os
maiores nomes da fotografia em nível mundial.

7 Nesse final de século, a ABNCo. perdeu o monopólio da impressão das cédulas do Tesouro Nacional para a Bradbury
Wilkinson & Co. (BWC) de Londres. A concorrência durou pouco. Em 1903, a ABNCo. comprou a BWC, mantendo-
a como subsidiária autônoma. Mesmo com alguns concorrentes, a ABNCo. reinou absoluta até cerca de 1948, quando
a Thomas de La Rue (atual De La Rue) entrou no mercado brasileiro. A empresa acabou por perder os contratos em
1969, quando a Casa da Moeda passou a imprimir as cédulas brasileiras.

8 Trata-se de uma breve notícia sobre a vida e obra de Marc Ferrez.


9 Nos primórdios da arte fotográfica.

5
Era filho de Zeferino Ferrez 10 (1797-1851), escultor, gravurista, medalhista e professor franco-
brasileiro, integrante da Missão Artística Francesa de 1816, e entre muitos outros, abridor dos cunhos da
“Peça da Coroação”.
O nome de Marc lhe foi dado em homenagem ao tio, Marc Ferrez (1788-1850), que era escultor e
também integrante da Missão Artística Francesa.

Figura 2 – Autorretrato de Marc Ferrez em 1876, aos 33 anos. (Fonte: Instituto Moreira Salles).

Quando tinha apenas 7 anos, perdeu seus pais, sendo posteriormente enviado para a França para
realizar seus estudos. De retorno, ele passou a trabalhar na Casa Leuzinger11, onde aprendeu técnicas
fotográficas com o alemão Franz Keller.
Aos 21 anos, abriu a firma Marc Ferrez & Cia., um estúdio fotográfico, que o projetou como
fotógrafo. Em 1875, foi integrado à Comissão Geológica do Império do Brasil, chefiada pelo geólogo e
geógrafo canadense Charles Frederick Hartt.
De volta da expedição, viajou e fotografou as principais cidades brasileiras, com destaque para o
Rio de Janeiro.
Participou de diversas exposições nacionais e internacionais, sendo premiado com medalhas de
ouro na Filadélfia (1876) e Paris (1878). Aos 41 anos, foi ordenado cavaleiro da Ordem da Rosa, por D.
Pedro II.
Entre os seus muitos trabalhos, podemos destacar “Avenida Central: 8 de março de 1903 – 15 de
março de 1906” 12 , conhecido como o Álbum da Avenida Central, contendo plantas e fotografias das
fachadas dos edifícios da nova avenida, que, em 1913, passou a se chamar Avenida Rio Branco em
homenagem ao Ministro das Relações Exteriores, o Barão do Rio Branco (1845-1912), falecido no ano
anterior.

10 O nome de origem era Zéphyrin ou Zepherin Ferrez.


11 Antiga papelaria no Rio de Janeiro que, em 1840, foi convertida em oficina de gravura, tipografia e litografia, pelo
suíço Georg Leuzinger. A Casa Leuzinger se transformou numa das maiores empresas de impressão e artes gráficas
do século XIX.
12 A primeira tiragem do álbum foi de apenas 1.000 exemplares.

6
Figura 3 – Propaganda do estúdio fotográfico de Marc Ferrez, no Jornal O Cruzeiro de 5 de
novembro de 1890, p.3. Fonte: Biblioteca Nacional Digital.

Morreu no Rio de Janeiro, em 1923, aos 80 anos, deixando um imenso legado que, posteriormente,
foi incorporado à Coleção Gilberto Ferrez.
A Coleção Gilberto Ferrez conta com cerca de 15 mil imagens, que a tornavam sem rival entre os
acervos privados de fotografia brasileira do século XIX. Foi adquirida pelo Instituto Moreira Salles em 1998.
Gilberto Ferrez (1908-2000), o organizador da coleção, era neto de Marc Ferrez e é considerado
um dos maiores colecionadores e pesquisadores da iconografia urbana brasileira, dos períodos Colonial e
Imperial, além de pioneiro no estudo da história da fotografia no Brasil.
Entre as suas realizações, podemos citar o trabalho de pesquisa para a restauração do prédio do
Paço da Cidade do Rio de Janeiro, nos anos 80.

A antiga Rua Direita e o Paço da Cidade

Tivemos a oportunidade de comentar sobre a Rua Direita (atual 1° de março) quando tratamos da
sede do primeiro Banco do Brasil13. Na oportunidade, vimos que esta rua foi a via de expansão do núcleo
urbano do Rio de Janeiro, ligando o Morro do Castelo ao Morro de São Bento.
Foi a principal artéria da cidade durante pelo menos 300 anos, tendo nela ou em suas imediações,
o Paço, o Largo do Paço (com a proclamação da República passou a se chamar Praça XV de Novembro), o
Convento dos Carmelitas, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé (Capela Imperial), a Igreja da
Ordem Terceira do Carmo, a Igreja da Santa Cruz dos Militares, o antigo prédio do 1° Banco do Brasil
(demolido em 1870 para dar lugar, posteriormente, à sede do Banco do Brasil (1905) – hoje Centro Cultural
do Banco do Brasil no Rio de Janeiro (CCBB), entre outros.
A região começou a perder importância com a Proclamação da República e com as reformas
urbanas no início do século XX, como exemplo, a abertura da Avenida Central (atual Avenida Rio Branco),
inaugurada em 1904.

13 Veja a matéria de nossa autoria: Bilhetes e Notas do primeiro Banco do Brasil (1808 a 1829), publicada no
Boletim da AFSC n° 71, de agosto de 2016, p.7.

7
Figura 4 – Rua Direita (Atual 1° de março) no Rio de Janeiro, por Johann Moritz Rugendas in
Viagem Pitoresca pelo Brasil (PL 13 – Rue Droite à Rio de Janeiro – imagem colorida da edição
alemã – Malerische Reise in Brasilien Von Moritz Rugendas – 1835). Temos nessa gravura as
duas igrejas, o arco do passadiço e o Morro do Castelo ao fundo.

Figura 5 – Cartão Postal de 10 de março de 1900, vejamos o conteúdo:

“Rio de Janeiro – 10 /3-900


Ilmo. João – Ahi vai uma vista do Largo do Paço, Cathedral, Mercado e Ilha das Cobras tirada do Morro do
Castelo. Ela é antiga, pois hoje em dia o Largo do Paço já não é mais ajardinado, mas acha-se ali uma
estátua eqüestre do General Osório – Diga-me opportunamente se devo insistir na remessa semanal de
cartões de visitas ou se devo suspendela. Conte com seu amigo dedicado e sincero – Presser. Sem mais”.

8
Trata-se de um cartão-postal enviado do Rio de Janeiro para Porto Alegre, em 10 de março de
1900 e recebido no dia 19 daquele mesmo mês e ano.

A foto é de Marc Ferrez e foi tirada por volta de 1870. Podemos ver o antigo Convento do Carmo,
o Paço, a fachada da Câmara e da Cadeia, do outro lado da Praça temos o Hotel de France, o Arco do Teles,
o mercado e o ancoradouro e ao fundo a Ilha das Cobras. É possível notar a existência do passadiço entre
o Paço e o convento do Carmo (três arcos sobre a Rua Direita – hoje 1° de março). Sua existência deve-se
ao fato de que quando a família real ocupou o palácio em 1808, a rainha D. Maria I (cognominada a Louca
- mãe de D. João) ficou hospedada no Convento e para evitar que ela tivesse que passar pela rua, construiu-
se o passadiço. Ao que tudo indica esse passadiço foi demolido logo após a Proclamação da República,
uma vez que numa foto de 1892, ele já não mais existia.

Figura 6 – Detalhe do Mapa Arquitetural da cidade do Rio de Janeiro – Parte Comercial pelo
Engenheiro Bel. J. Rocha Fragoso, 1874.
À esquerda do mapa, temos o prédio do Paço, a Praça D. Pedro II (antigo Largo do Paço),
o Convento do Carmo14, a Rua 1° de março, com a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga
Sé e a Igreja da Ordem Terceira do Carmo e a Igreja da Santa Cruz dos Militares. Em 1874, estão
presentes ainda dois passadiços, um que ligava o Paço ao Convento e outro que ligava o Convento
às Igrejas.

A cédula de 2 mil-réis da 8ª estampa do Tesouro Nacional

14 No andar superior do Hospital da Ordem Terceira do Carmo e depois nos seus porões foi, inicialmente, instalada a
Real Biblioteca (vinda de Portugal com a Família Real) em 1810, lá permanecendo até 1855.

9
Figura 7 (página anterior) – Anverso da cédula de 2 mil-réis da 8ª estampa do Tesouro Nacional (1890-
1920), emissão da República (R081b; P.10b – specimen), impressa pela American Bank Note Company
(ABNCo.) de Nova York. À direita, em um medalhão, temos um trecho da Praça XV de novembro, com a
Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé e a Igreja da Ordem Terceira do Carmo. Em frente, o
Hotel de France. Gravura da ABNCo. baseada em uma fotografia de Marc Ferrez de cerca de 1880. Ao
lado esquerdo do medalhão, próximo à letra B, temos o número da placa de impressão do anverso, “57”.

As características da cédula de 2 mil-réis da 8ª estampa do Tesouro Nacional são as seguintes:


2 mil-réis 8ª estampa
Impressão: American Bank Note Company (ABNCo.) – Nova York
Império – Séries 1ª à 10ª (1889-1920) JM, LF 29, Icon. 33 (R024; P.A260)
Letras A, B, C, D, E e F
Dimensões: 165 mm X 74 mm
Placas de impressão: 6 cédulas por placa
Produzidas em 08/1888; Quantidade: 1.000.000; Números de série de 1-100.000
Emissão: maio de 1889 (fonte: Jornal do Agricultor)
Tabela de verificação das letras:
A,C ou E (números terminados em 1, 3, 5, 7 e 9)
B, D ou F (números terminados em 2, 4, 6, 8 e 0)
Fundo de segurança: No centro inferior do anverso “Império do Brazil” e “Dois mil-réis” em círculos.
Anverso: preto sobre sépia em calcografia e litografia. D. Pedro II
Reverso: preto e azul, em calcografia.
República – Séries 11ª à 140ª (1890-1920) JM, LF 30 e 31, Icon. 34 (R081; P.10)
Letras A, B, C, D, E e F (27ª e 28ª sem letra de verificação)
Dimensões: 165 mm X 75 mm
Placas de impressão: 6 cédulas por placa
Fundo de segurança do Império – 11ª à 45ª (no centro superior do anverso “Império do Brasil” e “Dois mil-
réis” em círculos). Na parte inferior o fundo está correto.
Fundo de segurança corrigido – República – 45ª à 140ª (1891). (no centro superior do anverso “Dois mil-
réis” em círculos e na parte inferior “República dos Estados Unidos do Brazil”).
Produzidas em:
03/1890 1.000.000 (11ª à 20ª)
04/1891 3.000.000 (21ª à 50ª)
11/1891 1.000.000 (51ª à 60ª)
06/1892 2.000.000 (61ª à 80ª)
12/1892 1.000.000 (81ª à 90ª)
03/1894 5.000.000 (91ª à 140ª)
Quantidade impressa: 13.000.000
Total emitido: 7.300.000 (Cleber Batista Gonçalves)
Tabela de verificação das letras: a mesma da cédula do Império.
Anverso: preto sobre ocre, em calcografia e litografia. Alegoria da Justiça.
Reverso: preto e azul em calcografia.

10
Figura 8 – Reverso da cédula de 2 mil-réis da 8ª estampa do Tesouro Nacional (1890-1920),
emissão da República (R081b; P.10b – specimen), impressa pela American Bank Note Company
(ABNCo.) de Nova York. No painel, temos trecho da Rua 1° de Março (antiga Rua Direita), gravura
da ABNCo., provavelmente baseada em uma fotografia de Marc Ferrez de cerca de 1888.

Comparação entre as fotografias e as gravuras

Figura 9 – Fotografia da Praça XV de Novembro (antigo Largo do Paço), no Rio de Janeiro, de


cerca de 1880. Autoria: Marc Ferrez. É possível ver o letreiro do “Hotel de France”. (Fonte:
Instituto Moreira Salles).

Figura 10 – Detalhe do anverso da cédula de 2


mil-réis da 8ª estampa, emissão do Império (R024;
P.A260). Apenas a parte central da fotografia foi
gravada, a correspondência é quase perfeita. O
letreiro do hotel não foi reproduzido.

11
Figura 11 – Fotografia da Rua 1° de Março (antiga Rua Direita), no Rio de Janeiro, de cerca
de 1888. Autoria provável: Marc Ferrez. (Fonte: “Album de Vues du Brésil, exécuté sous la
Direction de J.M. Da Silva Paranhos – Baron de Rio Branco”, 1889).

Figura 12 – Detalhe do reverso da cédula de 2


mil-réis da 8ª estampa, emissão da República
(R081b; P.10b). Podemos notar algumas
pequenas mudanças em relação à fotografia,
mas a vegetação, a posição do bonde e do
tilburi, são as mesmas.

A cédula de 100 mil-réis da 6ª estampa do Tesouro Nacional

12
Figura 13 (página anterior) – Anverso da cédula de 100 mil-réis da 6ª estampa do Tesouro Nacional (1892-
1901), R131; P.60 – specimen, impressa pela American Bank Note Company (ABNCo.) de Nova York. À
esquerda, temos um trecho da Rua 1° de Março, com a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé e
a Igreja da Ordem Terceira do Carmo em face da Praça XV de Novembro e bondes. Gravura da ABNCo.
baseada em fotografia de Marc Ferrez

As características da cédula de 100 mil-réis da 6ª estampa do Tesouro Nacional são as seguintes:


100 mil-réis 6ª estampa (198 mm X 93 mm) Impressão ABNCo.
Séries 1ª a 8ª (1892-1901) JM.201 (R131; P.60)
Letras A, B, C e D
Placas de impressão: 4 cédulas por placa
Produzidas em:
11/1889; Quantidade: 400.000; Números de série de 1-100.000 (séries de 1 a 4)
10/1893; Quantidade: 400.000; Números de série de 1-100.000 (séries de 5 a 8)
Emissão: 1892 (Cleber Batista Gonçalves)
Quantidade impressa: 800.000
Total emitido: 505.000 (Cleber Batista Gonçalves)
Tabela de verificação das letras:
A,C ou E (números terminados em 1, 3, 5, 7 e 9)
B, D ou F (números terminados em 2, 4, 6, 8 e 0)
Anverso: preto sobre policromia, em calcografia e litografia. Alegoria da República.
Reverso: preto e verde, em calcografia. Batalha dos Guararapes.

Figura 14 – Fotografia da Rua 1° de Figura 15 – Detalhe do anverso da


Março (antiga Rua Direita), no Rio de cédula de 100 mil-réis da 6ª estampa,
Janeiro, de cerca de 1890. Autoria: Marc (R131; P.60). Os três bondes estão
Ferrez. (Fonte: Instituto Moreira Salles). presentes e uma pessoa que se encontra
em frente à segunda igreja também foi
reproduzida. Em tamanho, as árvores
correspondem às da fotografia.

13
Conclusão

A cédula de 2 mil-réis da 8ª estampa é um dos mais belos exemplares da coleção de cédulas


brasileiras. O anverso dessa cédula traz a imagem da Praça XV de Novembro (antigo Largo do Paço, antes
da Proclamação da República). Uma fotografia de Marc Ferrez datada de cerca de 1880 (figura 9) apresenta
grande semelhança com a gravura da cédula, realizada em 1888 (figura 10).
Acreditamos, fortemente, que a fotografia foi utilizada pelos gravadores da ABNCo. para a
realização da gravura do anverso da cédula.
No reverso dessa cédula, temos um painel com uma vista da Rua 1° de Março (figura 12), sendo
que a fotografia que encontramos no livro executado sob a direção do Barão do Rio Branco guarda
semelhanças com a gravura da cédula e serviu, provavelmente, para a sua elaboração. Esta fotografia, sem
indicação de autoria no livro, pode ser de Marc Ferrez, mas persiste a dúvida. Não conseguimos ainda
localizá-la nos acervos existentes.
A semelhança da fotografia com a gravura não é exata, mas ela possui alguns elementos cuja
reprodução seria impossível, se o gravador não tivesse visto a imagem.
A cédula seguinte, a de 100 mil-réis da 6ª estampa, de 1892, é a primeira estampa própria da Era
Republicana. Apresenta uma imagem da Rua 1° de Março, tendo à frente o prédio do antigo Paço.
Quando da Proclamação da República, logo foi afastada a possibilidade da Presidência ocupar o
prédio do Paço, eis que intimamente ligado à Monarquia, apesar de não mais servir como residência do
Monarca.
Essa área da cidade foi deixada de lado após a Proclamação da República e foi por milagre e pela
atuação do Senador Paulo de Frontin que o antigo Palácio dos Vice-Reis não foi demolido. Em 1929, depois
de reformas, o palácio passou a ser ocupado pelo Departamento dos Correios e Telégrafos. Em 1938, foi
o primeiro prédio a ser tombado pelo recém-criado Serviço do Patrimônio Histórico, hoje Iphan. Foi
restaurado nos anos 1980, como vimos.
Essa região representada nas cédulas foi bem documentada pelos fotógrafos do século XIX,
notadamente por Marc Ferrez.

BIBLIOGRAFIA

AMATO, Claudio Patrick Et al. Cédulas do Brasil 1833 a 2011. 5ª edição, 2011.
COARACY, Vivaldo. O Rio de Janeiro no Século 17. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1944.
FERREZ, Gilberto. O Paço da cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Nacional Pró-Memória, 1984.
GONÇALVES, Cleber Baptista. Casa da Moeda do Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Moeda do Brasil, 2ª Edição, 1989.
Iconografia de Valores Impressos do Brasil. Banco Central do Brasil. Brasília 1979.
LISSA, Violo Idolo. Catálogo do Papel-Moeda do Brasil, 1771-1986, Emissões oficiais, bancárias e regionais. 3ª
edição, Brasília, Editora Gráfica Brasiliana Ltda., 1987.
MAGAN, Ricardo M. Latin American Bank Note Records: American Bank Note Archives. United States: R.M. Magan,
2005.
MEILI, Julius. O Meio Circulante no Brasil. Parte III – A Moeda Fiduciária no Brasil 1771-1900, Zurique, Tipografia de
Jean Frey, 1903.
O Museu de Valores do Banco Central do Brasil. São Paulo: Banco Safra, 1988.
PICK, Albert. Standart Catalog of World Paper Money - General Issues, 1368-1960, 16 th edition, Edited by Tracy L.
Schmidt, USA, 2016.
REIS, Nestor Goulart. Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo:
Imprensa Oficial do Estado: FAPESP, 2000.
TRIGUEIROS, F. dos Santos. Dinheiro no Brasil. Rio de Janeiro: Leo Cristiano Editorial Ltda., 2ª edição, 1987.
TRIGUEIROS, F. dos Santos. Iconografia do Meio Circulante. Vol. 8 das publicações oficiais do Sesquicentenário da
Independência - Gerência do Meio Circulante - Banco Central do Brasil - 1972.
WIKIPÉDIA (pesquisas diversas)

14
Anexo:

Figura 16 – Anverso da cédula de 2 mil-réis da 8ª estampa do Tesouro Nacional, emissão do Império (1889-
1920), R024; P.A260 – specimen, impressa pela American Bank Note Company (ABNCo) de Nova York. À
esquerda, temos a efígie de D. Pedro II e, ao lado, o Brasão Imperial. Ao lado superior direito do Brasão
Imperial, temos o número da placa de impressão, “7”.

Figura 17 – Reverso da cédula de 2 mil-réis da 8ª estampa, emissão do Império (1889-1920), R024; P.A260,
impressa pela American Bank Note Company (ABNCo.) para o Tesouro Nacional. Semelhante às figuras 1 e 8.

Figura 18 – Reverso da cédula de 100 mil-réis da 6ª estampa do Tesouro Nacional (1892-1901), R131; P.60
– specimen, impressa pela American Bank Note Company (ABNCo.) de Nova York. No centro, temos um
painel com quadro de Victor Meirelles intitulado Batalha dos Guararapes, travada contra os holandeses em
Pernambuco, em 1648. Essa mesma gravura foi utilizada pela ABNCo. na cédula de 200 mil-réis da 1ª estampa
(R188; P.107) da Caixa de Estabilização (1927-1951).

(*) Marcio R. Sandoval


E-mail:[email protected] Blog: http://sterlingnumismatic.blogspot.ca

15
BRASIL, 200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA
Roberto Antonio Pires – Santos, SP (*)

7 de setembro de 2022
Bicentenário da Independência do Brasil contado em selos

“Independência ou Morte”
Obra de Pedro Américo, pintado em 1888, em Florença, na Itália.
Encomenda da Corte Portuguesa - Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro.

Os Fatos da Independência do Brasil

A Independência do Brasil foi declarada em 07 de setembro 1822, quando aconteceu o


Grito do Ipiranga. A partir daí, o Brasil tornou-se uma Monarquia governada por D. Pedro I,
determinando o fim do laço colonial que existia com Portugal, declarando-se uma nação
independente.
Esse acontecimento foi o desfecho de eventos iniciados em 1808, ano em que a família real
portuguesa, fugindo das tropas francesas que invadiram Portugal, mudou-se para o Brasil.
O Rio de Janeiro, uma cidade com quase 40 mil habitantes nessa época, recebeu cerca de
15 mil funcionários civis e militares, inúmeros padres, a burocracia de toda a Administração
Pública e dos Tribunais, com milhares de caixas de documentos e até a Biblioteca do Rei.
Em 1815, o Brasil foi elevado à condição de reino, Reino de Portugal, Brasil e Algarve,
deixando de ser uma Colônia e adquirindo status igual ao de Portugal.

16
Para a Independência, proclamada em 1822, atuaram contingências políticas e pessoais
fortemente manipuladas pela perspicácia e grande autoridade moral e intelectual do cientista e
político paulista José Bonifácio de Andrada e Silva.
O primeiro país a reconhecer a Independência do Brasil foram os Estados Unidos, em maio
de 1824. O segundo foi Portugal, em 1825, por meio de um Tratado que obrigava o Brasil a
indenizar com 600.000 libras esterlinas as propriedades de Dom João VI no Rio de Janeiro e
assumir a dívida de 1.400.000 libras esterlinas que Portugal contraíra com a Inglaterra, em 1823,
totalizando 2.000.000 libras esterlinas. Começava nesse momento a nossa dívida externa, mas
também a liberdade sonhada e adquirida!

Os Porquês de Independência do Brasil


Foi a Revolução do Porto que deu início ao processo de Independência do Brasil, revolução
de caráter liberal que se iniciou em Portugal poucos anos depois da derrota definitiva de
Napoleão Bonaparte. A burguesia portuguesa exigia reformas que colocassem fim à crise
econômica e política e, ainda, desejava o fim do absolutismo. Havia uma grande insatisfação por
parte daquela classe com a liberdade econômica conquistada pelo Brasil durante o Período
Joanino. Com o deflagrar dessa revolução, foram formadas as Cortes Portuguesas, instituição
convocada para elaborar uma nova Constituição para o país e para liderar as reformas necessárias.
As Cortes passaram a exigir que o rei português, d. João VI, retornasse a Lisboa e que o
monopólio comercial fosse novamente instaurado no Brasil.
As duas exigências das Cortes Portuguesas logicamente repercutiram no Brasil de forma
negativa. A pressão sobre d. João VI para o seu retorno causou indignação geral e a ideia da
restauração do monopólio comercial foi considerada extremamente negativa, pois demonstrava a
intenção de recolonizar o Brasil.

Pressionado, d. João VI jurou


lealdade à Constituição portuguesa
em fevereiro de 1821, e, em abril,
partia, com a corte portuguesa, de
volta para Lisboa. No entanto, seu
filho, Pedro de Alcântara, permanecia
no Rio de Janeiro como Príncipe
Regente do Brasil.

Novas medidas determinadas


pelas Cortes Portuguesas, tais como,
envio de mais tropas portuguesas Pintura de François-René Moreau,
para o Brasil, transferência de retrata D. Pedro em meio ao povo.
instituições do Rio de Janeiro para
Lisboa e exigência do retorno do Príncipe Regente causaram insatisfação total no Brasil, fazendo
que se criasse um abaixo-assinado com 8.000 assinaturas (Clube da Resistência) contra o retorno
de D. Pedro a Portugal. Esse fato acabou levando ao Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822, ocasião
em que D. Pedro anunciou, publicamente, que desobedeceria a ordem portuguesa e permaneceria
no Brasil.

17
SEMANA DA PÁTRIA 1983
Selo Comemorativo
RHM C-1349 / 1983
Reprodução da Pintura de Georgina de Albuquerque
(1885-1962) - "Sessão do Conselho de Estado que
Decidiu a Independência" (1922), Acervo do Museu
Histórico Nacional no Rio de Janeiro/RJ.

No final de agosto daquele ano, uma carta ríspida


com novas ordens de Portugal chegava ao Brasil. As
Cortes criticavam “privilégios” brasileiros, exigiam o
retorno do Regente e chamavam José Bonifácio de traidor.
Essa nova carta fez a esposa de D. Pedro, D. Maria
Leopoldina, então Princesa Regente do Brasil (por conta
de uma ausência de Dom Pedro), convocar uma Sessão Extraordinária com o Conselho de Estado,
que redundou na assinatura do Decreto da Independência, declarando o Brasil separado de
Portugal. Sem tempo para esperar pelo marido, a Princesa precisou tomar uma decisão,
aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva. Era o rompimento oficial com Portugal.

DOM PEDRO I – VULTOS CÉLEBRES DO BRASIL


Selo Regular
RHM – 524 (29-1-1965)
NOVOS DESENHOS - DOM PEDRO I (1798-1834)
Efígie de Dom Pedro I

Após a assinatura do Decreto, ela enviou uma carta a D. Pedro para


que ele proclamasse a Independência do Brasil. A carta chegou em
7 de setembro de 1822, quando D. Pedro proclamou o Brasil livre de
Portugal, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo.
Enquanto aguardava pelo retorno de D. Pedro, Leopoldina, governante interina de um
Brasil já independente, idealizou a Bandeira do país. Ela foi coroada Imperatriz em primeiro de
dezembro de 1822, na cerimônia de coroação e sagração de D. Pedro I.

D. Pedro coroado Imperador do Brasil,


tornou-se D. Pedro I.
(Crédito de imagem: Georgios
Kollidas e Shutterstock)

18
A Monarquia no Brasil estendeu-se por 77 anos, de 1822 a 1889. Em 15 de novembro de
1889, aconteceu a Proclamação da República.
A Monarquia teve 3 fases:
Primeiro Reinado (1822-1831): o Imperador do Brasil foi D. Pedro I que foi coroado Imperador
em 1822 e abdicou do trono em 1831.
Período Regencial (1831-1840): hiato entre os dois Impérios. O Brasil foi governado por diferentes
Regentes ao longo de 9 anos.
Segundo Reinado (1840-1889): D. Pedro II assumiu o Trono após o Golpe da Maioridade e foi
Imperador do Brasil durante 49 anos.

A Independência do Brasil contada em Selos Postais


Todos os Selos emitidos pelos Correios sobre a Independência do Brasil, as Comemorações,
os Personagens Históricos, suas Histórias, seus Carimbos.

Primeiro Selo relativo à Independência do Brasil


Em 1890, no primeiro dia do ano, os Correios lançam os Primeiros 4 Selos Comemorativos
do Brasil, agora República, selos em comemoração ao 4º Centenário do Descobrimento do Brasil
e o Selo C-0002 nos brinda como sendo o primeiro selo relativo à Independência do Brasil.

CENA DA DECLARAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DO


BRASIL EM 7 DE SETEMBRO DE 1822
Selo Comemorativo
4º CENTENÁRIO DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL
(1500-1900)
RHM C-0002 / 01.01.1900

Centenário da Independência - 1922

CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA (1822-1922) E


EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DO CENTENÁRIO DA
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NO RIO DE JANEIRO/RJ
(07/09/1922 a 24/07/1923)
Selo Comemorativo
RHM C-0014 / 07.09.1922
Reprodução da Pintura "Independência ou Morte"
(1888) de Pedro Américo (1843-1905), Acervo do
Museu Paulista da USP em São Paulo/SP.

19
CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA (1822-1922) E EXPOSIÇÃO
INTERNACIONAL DO CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO
BRASIL NO RIO DE JANEIRO/RJ (07/09/1922 a 24/07/1923)
Selo Comemorativo
RHM C-0015 / 07.09.1922
Medalhões com a Efígie de Dom Pedro I (1798-1834) e com a
Efígie José Bonifácio de Andrade e Silva (1763-1838).
Separando os Medalhões uma Figura de Mulher
Representando o Anjo da Liberdade Com as Asas e os Braços
Abertos Empunhando Nas Mãos Duas Palmas.

CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA (1822-1922) E EXPOSIÇÃO


INTERNACIONAL DO CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO
BRASIL NO RIO DE JANEIRO/RJ (07/09/1922 a 24/07/1923)
Selo Comemorativo
RHM C- 0016 / 07.09.1922
Presidente do Brasil Epitácio Pessoa (1865-1942) e Vista do
Local da Exposição Internacional no Rio de Janeiro/RJ.

A Exposição, marco do período que abrange as duas primeiras décadas do século XX,
ocorreu em 1922, na cidade do Rio de Janeiro, em função do primeiro Centenário da
Independência do Brasil. A organização dos eventos comemorativos previa uma monumental
Exposição Nacional, mas houve tanto interesse de participação de outros países que ela se
transformou em Exposição Internacional do Centenário da Independência, aberta em 7 de
setembro de 1922, durante o governo do Presidente Epitácio Pessoa. Seu encerramento se deu
em julho de 1923. O evento ocupou extensa área que se estendia do Palácio Monroe ao Mercado
da Praça XV. Nessa área foram construídos prédios monumentais, para abrigar stands de 14 países
e de todos os estados brasileiros. Foram vinte pavilhões construídos, duas portas monumentais e
um parque de diversões.

Centenário da Entrada do Exército Pacificador – Salvador, Bahia - 1923

A Proclamação da Independência do Brasil foi recebida com restrições e resistência, no


Norte e Nordeste, principalmente nos importantes centros comerciais, controlados por ricos
homens de negócios portugueses. O foco da resistência mais sólido foi a Bahia.
Para enfrentar a situação, em 1823, José Bonifácio nomeou o general Labatut, ex-oficial
francês do exército de Napoleão, cujas tropas se fixaram no Recôncavo Baiano, apertando o cerco
para impedir o abastecimento dos revoltosos, enquanto a entrada e saída do porto eram
bloqueadas por uma pequena força naval composta de 170 marinheiros ingleses, além de uma
multidão de vagabundos apanhados nas ruas do Rio de Janeiro, sob o comando de Lorde
Cochrane, oficial escocês.
Cercado por mar e por terra, o general Madeira de Melo, comandante português, decidiu,
no dia 2 de julho de 1823, retirar da Bahia toda a guarnição portuguesa e voltar para Portugal,
levando quase todas as preciosidades das igrejas e da cidade e a maior parte dos negociantes
portugueses, transportando consigo os seus bens e riquezas.
Em mar aberto, prevaleceu a qualidade dos oficiais e marinheiros ingleses sobre o número
dos navios inimigos. Cochrane perseguiu-os até a boca do Tejo, em Lisboa, e aprisionou vários
deles com todas as suas riquezas. A vitória na Bahia teve grande repercussão dentro e fora do

20
Brasil e foi mais um episódio decisivo para a consolidação da Independência e da unidade
nacional.

CENTENÁRIO DA ENTRADA DO EXÉRCITO PACIFICADOR


EM SALVADOR/BA (1823-1923)
Selo Comemorativo
RHM C-0017 / 12.07.1923
Entrada do Exército Pacificador em Salvador/BA.

Centenário da Confederação do Equador – 1924

Proclamada a Independência, foi convocada pelo Imperador, em maio de 1823, a


Assembleia Constituinte para a elaboração da Constituição do Novo Império.
Uma Constituinte tumultuada com suspeitas infundadas de que D. Pedro procurava
atender aos interesses de Portugal e instaurar o Poder Absoluto, tudo acabando em arruaças no
Rio de Janeiro, prisão e exílio de José Bonifácio e seus irmãos Martim Francisco e Antônio
Carlos, intervenção militar e, finalmente, a dissolução da Assembleia.
A Constituição do Império acabou sendo redigida por uma Comissão nomeada pelo
Imperador e imposta ao país, no dia 23 de março de 1824.
A repulsa pela Constituição de 1824 foi muito grande, tendo havido maior resistência em
Pernambuco, onde, em 2 de julho, estourou uma revolução republicana, a revolta recebeu o nome
de Confederação do Equador.
Do Rio de Janeiro foi enviado, por mar, um exército de 1.200
homens, sob o comando do general Francisco de Lima e Silva, e uma
divisão naval, cujo comandante foi lorde Cochrane. As tropas
imperiais invadiram Olinda, em dia 12 de setembro e no dia 17, caiu
a freguesia do Recife. Foi o fim.
Mais uma vez se consolidava a Independência do Brasil.

CENTENÁRIO DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR (1824 – 1924)


Selo comemorativo
RHM C-0018 / 02.07.1924
Emblema da Confederação do Equador.

140º Aniversário da Proclamação da Independência do Brasil 1962

Carolina Josefa Leopoldina Francisca de Habsburgo-Lorena nasceu no Palácio de


Schönbrunn, em Viena, Áustria, no dia 22 de janeiro de 1797.
Em 1816, a Arquiduquesa foi escolhida para esposa de Dom Pedro. O casamento foi
celebrado por procuração, em Viena, no dia 13 de maio de 1817, quando Dom Pedro foi
representado pelo tio de Dona Leopoldina. Ela partiu de Viena no dia 15 de agosto, com comitiva
de 28 pessoas, entre elas, artistas e cientistas. Desembarcou no Rio de Janeiro em 5 de novembro

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de 1817. Em 1819, nasceu a primeira filha do casal, Maria da Glória (futura Dona Maria II, rainha
de Portugal). Teve mais seis filhos, entre eles, Pedro (II), o futuro imperador do Brasil. Maria
Leopoldina faleceu no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, no dia
11 de dezembro de 1826. Grande heroína do Brasil.

140º ANIVERSÁRIO DA PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


(1822 – 1962)
Selo Comemorativo
RHM C- 0476 / 07.09.1962
Efígie da Imperatriz Maria Leopoldina (1797-1826), esposa de Dom Pedro I.

Sesquicentenário da Independência - 1972

SESQUICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA (1822-1972)


Selo Comemorativo
RHM C-0753 / 04.09.1972

"A Fundação da Pátria Brasileira"


Reprodução da Pintura de Eduardo de Sá (1866-1940).

SESQUICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA
(1822-1972)
Selo Comemorativo
RHM C-0754 / 4.9.10972

"Aclamação de Pedro I Imperador do Brasil"


Reprodução da Pintura de Jean-Baptiste Debret
(1768-1848), Acervo do Museu Nacional de Belas
Artes do Rio de Janeiro/RJ.

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SESQUICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA (1822-1972)
Selo Comemorativo
RHM C- 0755 / 7.9.1972

"O Imperador Pedro I"


Reprodução da pintura de (1831) de Henrique José da Silva
(1772-1834). Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

SESQUICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA (1822-1972)


Selo Comemorativo
RHM C-0756 / 4.9.1972

Reprodução da Moeda de Ouro "Coroação de Dom Pedro I",


gravada e cunhada por Zéphirin Ferrez (1797-1851)

SESQUICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA (1822-1972)


Selo Comemorativo
RHM C-0757 / 4.9.1972
Reprodução da Escultura em Bronze "Grito do Ipiranga"
do Monumento do Ipiranga em São Paulo /SP.

A Independência na 4ª Exposição Interamericana de Filatelia - EXFILBRA 72

PROPAGANDA DA
4ª EXPOSIÇÃO INTERAMERICANA DE
FILATELIA-EXFILBRA 72, NO RIO DE JANEIRO/RJ
(26/08 a 02/09/1972)
Bloco
RHM B-032/1972

Detalhe da Pintura "Independência ou Morte"


(1888) de Pedro Américo.

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PROPAGANDA DA 4ª EXPOSIÇÃO INTERAMERICANA
DE FILATELIA-EXFILBRA 72, NO RIO DE JANEIRO/RJ
(26/08 a 02/09/1972)
Selo Comemorativo
RHM C-0743 / 19.07.1972

Selo Destacado do Bloco B-032 - Detalhe


da Pintura "Independência ou Morte"
(1888) de Pedro Américo.

Semana da Pátria - 1982

SEMANA DA PÁTRIA
Selo Comemorativo
RHM C- 1279 / 1.9.1982

Dom Pedro I e o Grito da Independência.

Semana da Pátria – 1984

SEMANA DA PÁTRIA 84
Selo Comemorativo
RHM C-1415 / 3.9.1984
Dom Pedro I e Caravela
Desenho de Solano Peixoto
Machado, de 13 anos.

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Sesquicentenário da Morte de Dom Pedro - 1984

SESQUICENTENÁRIO DA MORTE DE DOM PEDRO I


Emissão Conjunta com Portugal
Selo Comemorativo
RHM C-1417 / 24.09.1984
Dom Pedro I (1798-1834) - Imperador do Brasil entre
1822 e 1831 e Rei de Portugal em 1826.

Em 24 de setembro de 1834, em Queluz - Portugal, faleceu Dom Pedro I, primeiro Imperador


do Brasil. Governou entre 12 de outubro de 1822 e 7 de abril de 1831, data de sua abdicação.
Declarou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 e outorgou a primeira
Constituição Brasileira (1824). Sua relação conturbada com a Marquesa de Santos, que era a sua
amante, faz com que Dom Pedro I vá perdendo o status junto aos demais membros da política
brasileira. Tanto foi assim que em 1831, ele abdicou e voltou para Portugal sob o título de
Duque de Bragança. Assim que voltou enfrentou logo uma guerra contra o seu irmão que
durou dois anos pela luta do trono português. Poucos anos depois morre de tuberculose no
mesmo lugar onde nasceu (no quarto Dom Quixote no Palácio de Queluz).

200 Anos do Nascimento de Dom Pedro I - 1998

200 ANOS DO NASCIMENTO DE DOM PEDRO I (1798-


1834)
Selo Comemorativo
RHM C2169 /13.10.1998
Reprodução do Quadro "Retrato de Dom Pedro I"
(1830), de Simplício Rodrigues de Sá (1785-1839),
Coroa e Cetro de Dom Pedro I - Acervo Museu Imperial
de Petrópolis/RJ.

O Dia do Fico ocorreu em 9 de janeiro de 1822. Essa data ficou conhecida por esse nome, pois D. Pedro I,
então Príncipe Regente do Brasil, não acatou ordens das Cortes Portuguesas para que deixasse
imediatamente o Brasil, retornando para Portugal. D. Pedro I foi a uma das janelas do então Paço Real para
dizer que não retornaria a Portugal, e proclamou a famosa frase: “Se é para o bem de todos e felicidade
geral da nação, diga ao povo que fico”. Ela marca a adesão do Príncipe Regente ao Brasil e à causa
brasileira, que vai culminar em nossa Independência, no mês de setembro daquele ano. O Dia do Fico,
deste modo, é um dos marcos do processo de libertação política do Brasil em relação a Portugal.

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A Independência em Monumentos Históricos Brasileiros – 2017

MONUMENTOS HISTÓRICOS BRASILEIROS


Selo Comemorativo
RHM C-3702 / 11.08.2017
Selo Destacado da Trinca C-3701/C-3703
Estátua Equestre de Dom Pedro I de João Maximiano
Mafra (1823-1908)
Localizada na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro/RJ.

A Independência e alguns dos seus Heróis Nacionais – 2008

HERÓIS NACIONAIS
Selo Comemorativo
RHM C-2736 / 21.04.2008
1º Porte Carta Comercial
Efígie de Dom Pedro I (1798-1834)

D. Pedro I
Imperador do Brasil.

O nome de D. Pedro I foi inserido no Livro de Aço dos Heróis Nacionais, com inscrição feita em 5
de setembro de 1999. D. Pedro nasceu em Lisboa, filho de D. João e D. Carlota Joaquina, chegando ao Rio
de Janeiro em 1808 com a Família Real. Com o retorno dela para Portugal, em 1821, tornou-se Príncipe
Regente do Reino do Brasil. Em janeiro de 1822, D. Pedro anunciou sua decisão de permanecer no país e,
em 7 de setembro, proclamou a Independência do Brasil. No mesmo ano foi aclamado Imperador e coroado
com o título de D. Pedro I.

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HERÓIS NACIONAIS
Selo Comemorativo
RHM C-2741 / 2008
1º Porte Carta Comercial
Efígie de José Bonifácio de Andrada e Silva
(1763-1838)

José Bonifácio de Andrada e


Silva
Um dos Mais Importantes
Estadistas da Nação.

O nome de José Bonifácio foi inserido no Livro de Aço dos Heróis Nacionais, em 21 de abril de
2007, dentre as comemorações do quadragésimo sétimo aniversário de Brasília. Cognominado o Patriarca
da Independência, nasceu no dia 13 de junho de 1763, na cidade de Santos, estado de São Paulo. Em
Coimbra, Portugal, formou-se em Ciências Naturais e Direito, e graças aos seus grandes conhecimentos foi
convidado a entrar para a Academia de Ciências de Lisboa. Durante dez anos viajou pela Europa,
aprofundando os seus conhecimentos, retornando a Portugal em 1800, quando recebeu as honras de
desembargador e o título de doutor em Filosofia, sendo nomeado professor de Geognosia e Metalurgia em
Coimbra. Em 1819, retornou ao Brasil, iniciando uma fecunda carreira de homem público. Sua grande
capacidade e seus dotes políticos tornaram-no, junto a D. Pedro I, o principal articulador da nossa
Independência. O grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, foi, na verdade, o arremate do processo de
emancipação, do qual José Bonifácio foi o grande arquiteto. Era considerado o mais culto brasileiro do seu
tempo. Em 1831, D. Pedro I, ao abdicar da Coroa, indicou-o para tutor de seu filho, o herdeiro do trono e,
também, de suas irmãs. Nos últimos dias de sua vida mudou-se para a cidade de Niterói, onde veio a falecer,
em 6 de abril de 1838.

José Bonifácio de Andrada e Silva


Mentor da nossa Independência, Liberdade, nosso Patriarca.

Primeiro selo homenageando José Bonifácio de Andrada e Silva


Patriarca da Independência – 1909

LIBERTADORES DA AMÉRICA:
Brasil: José Bonifácio de Andrade e Silva (1763-1838)
Argentina: José de San Martin (1778-1850)
México: Miguel Hidalgo y Costilla (1753-1811) SELO PAN-AMERICANO
Estados Unidos: George Washington (1732-1799)
Selo Regular
Chile: Bernardo O'Higgins Riquelme (1778-1842)
RHM C-09 / 1909
Venezuela: Simón Bolívar (1783-1830) Denominado simplesmente
Mulher Representando a República “Pan-americano”, o selo não é
comemorativo, mas dedicado
aos mais destacados
“Libertadores da América”

Destinado ao porte panamericano, esse selo foi empregado para o correio ordinário, uma vez que
não vigorou o porte especial. Sua circulação foi internacional.
Da tiragem de 6 milhões, 1,5 milhão de selos foram sobretaxados em 1930 (Selo Regular 344).

27
José Bonifácio de Andrada e Silva, com toda certeza, é um dos homens mais importantes do
Brasil. Se em 21 de abril se comemora o dia de Tiradentes, se em 15 de novembro, a Proclamação da
República, Marechal Deodoro da Fonseca, se em 7 de setembro, dia da Independência,
homenageamos D. Pedro I, deveríamos também, nesse dia, comemorar efusivamente José Bonifácio
de Andrada e Silva e a Princesa Maria Leopoldina, pois esses dois foram os artífices da nossa
Independência, da nossa Liberdade.

JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA


Homenageado junto aos Libertadores da América
SELO PAN-AMERICANO SOBRESTAMPADO
Série “VOVÓ” Parte 2
RHM 344 - 1930

Repetição do SELO PAN-AMERICANO (RHM C-9) com Sobrestampa Preta


1000 réis sobre 200 réis
Heróis Libertadores da América:
Brasil: José Bonifácio de Andrade e Silva (1763-1838)
Argentina: José de San Martin (1778-1850)
México: Miguel Hidalgo y Costilla (1753-1811)
Estados Unidos da América: George Washington (1732-1799)
Chile: Bernardo O'Higgins Riquelme (1778-1842)
Venezuela: Simón Bolivar (1783-1830)
Mulher Representando a República + Sobrestampa "EXPRESSO”

VULTOS CÉLEBRES DA HISTÓRIA DO BRASIL


(SÉRIE "BISNETA" MODIFICADA
FILIGRANA CORREIO * BRASIL "Q" HORIZONTAL)
JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADE E SILVA (1763-1838)

RHM 510 (Classificação Especializada 510/23a) / 1959


Efígie de José Bonifácio - Cor: Vermelho Escarlate

VULTOS CÉLEBRES DA HISTÓRIA DO BRASIL


(SÉRIE "BISNETA" MODIFICADA
FILIGRANA CORREIO * BRASIL "Q" HORIZONTAL)
JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADE E SILVA (1763-1838)

RHM 511 / 1959 (Classificação Especializada RHM 511/24a)


Efígie de José Bonifácio - Cor: Ultramar Escuro
Fundo "Xadrez" Grande TIPO III

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1963 - BICENTENÁRIO DO
NASCIMENTO DE JOSÉ BONIFÁCIO DE
ANDRADA E SILVA (1763-1838)
Selo Comemorativo
RHM C-491 /1963
Efígie de José Bonifácio

SESQUICENTENÁRIO DA MORTE DE JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA


(1763-1838)
Selo Comemorativo

C-1582 / 1988
Efígie de José Bonifácio de Andrada e Silva,
Brazão do Brasil Independente e Cruz Ordem de Cristo.

Não há ninguém, na história do Brasil que, em


tão pouco tempo, tenha marcado mais nossa
trajetória como Nação Independente, do que
José Bonifácio de Andrada e Silva.

Se você perguntar aos brasileiros habitués de Nova York:


“Onde fica a Macy’s?”, a maior loja da cidade, certamente
terá uma resposta muito rápida, incluindo estações de
metrô próximas. Mas se você perguntar sobre a Estátua
de José Bonifácio, dificilmente conseguirá alguma
informação – e talvez até achem você “meio maluco”!

Monumento a José Bonifácio de Andrada e Silva, inaugurado em 1955, para fazer


parte de um conjunto de estátuas de Heróis da Independência dos países americanos.
Está no Bryant Park, esquina da Rua 40 Oeste, margem da Sexta Avenida, em
Manhattan, um local visível e valorizado, conhecido como Nikola Tesla Corner.

Sexta-feira, 22 de abril de 1955. Centenas de pessoas lotavam uma das bordas do encantador Bryant Park, para
prestar homenagem a um homem que, para a história das Américas, figurou entre os seus heróis, um
“libertador”, tal qual foram Simon Bolivar, José de San Martin e George Washington: José Bonifácio de Andrada
e Silva, comumente comparado com Benjamim Franklin, motivo de orgulho para os brasileiros.

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“Brasil – 200 Anos de Independência”
SÉRIE 200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA – 2017 (1º da Série de 6)
RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS BRASIL-ÁUSTRIA – BICENTENÁRIO (1817-
2017) DA VINDA DE DONA LEOPOLDINA (1797-1826)
Selo Comemorativo
RHM C- 3742 / 07.11.2017

Reprodução da Aquarela "Nau D. João VI" de Franz Joseph Fruhbeck


(1795-?); Reprodução da Gravura "Retrato da Princesa Leopoldina" de
Jules Antoine Vauthier (1774-1832); Assinatura "Maria Leopoldina".

SÉRIE 200 ANOS DE INDENPENDÊNCIA – 2018 (2º da Série de 6)


BICENTENÁRIO DA ACLAMAÇÃO (1818-2018) DE DOM JOÃO VI (1767-1826)
Selo Comemorativo
RHM C- 3754 / 16.05.2018
Reprodução da Pintura "Dom João VI" de José Leandro de Carvalho (1770-
1834), Acervo do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro/RJ.

SÉRIE 200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA – 2019 (3º da Série de 6)


BICENTENÁRIO DO RETORNO (1819-2019) DE JOSÉ BONIFÁCIO DE
ANDRADE E SILVA (1763-1838) AO BRASIL
Selo Comemorativo
RHM C- 3827 / 13.06.2019
Reprodução do Retrato de José Bonifácio, em Litografia da Sébastien
Auguste Sisson (1824-1898), Constante do Livro "Galeria dos
Brasileiros Ilustres", Acervo da Seção de Obras Raras do Centro de
Documentação e Informação da Câmara dos Deputados.

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200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA – 2020 (4º da Série de 6)
BICENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA (1820-
2020)
Selo Comemorativo
RHM C-3913 / 24.08.2020
Reprodução da Gravura "Constituição Portuguesa (Alegoria)" de
Constantino de Fontes (1777-entre1835e1840),
Acervo da Sociedade Martins Sarmento em Guimarães/Portugal.

200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA – 2021 (5º da Série de 6)


200 ANOS DO BRASIL NAS CORTES DE LISBOA
Selo Comemorativo
RHM C-4002/ 23.08.2021
Reprodução da pintura “Sessão das Cortes de Lisboa” de Oscar Pereira da
Silva. Acervo do Museu Paulista da USP.
A sessão retrata a participação de representantes das províncias
brasileiras na Assembleia em Portugal, em especial Antônio Carlos de
Andrada.

Os Pródromos (as preliminares) da


Aventura Parlamentar no Brasil.
Relevância das Cortes de Lisboa de
1821 para a História do Brasil.

200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA – 2022 (6º da Série de 6)


BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA
Selo Comemorativo
Emissão Conjunta Brasil e Portugal
RHM C-40_ _ / 29.06.2022
Reprodução da pintura “Sessão do Conselho de Ministros” de Georgina Moura
Andrade de Albuquerque, que faz parte do Acervo do Museu Histórico
Nacional e a pintura “Dom Pedro I” de Simplício Rodrigues de Sá, acervo do
Museu Imperial.
.

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Referências /Bibliografia / Site:
1.) Catálogo RHM – Catálogo Atualizado de Selos do Brasil
2.) Catálogo Brasileiro de Filatelia Temática - Cristian Guimarães Molina
3.) Livro "História Postal dos Selos Comemorativos no Brasil - 1900 a 1942” de Luiz A. Duff Azevedo
4.) Wikipedia – Diversos textos
5.) Maria Leopoldina – 140ºAniversário da Independência
( https://www.ebiografia.com/maria_leopoldina_da_austria/)
6.) Fonte: Editais dos Correios - ECT

(*) Roberto Antonio Pires


Diretor Social e Relações Públicas da FILABRAS
Associação dos Filatelistas Brasileiros
Santos – SP – Brasil – revisado em julho/2022.

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Entrevista
LUCIA DE OLIVEIRA MILAZZO
Peter Johann Bürger – Florianópolis, SC

Lucia de Oliveira Milazzo é filatelista desde os


doze anos de idade, quando ganhou seus primeiros selos.
Transferiu-se do Rio de Janeiro para Florianópolis em
1978, quando seu marido, Milton Milazzo Jr, veio
trabalhar numa Empresa aqui sediada. Em 1979, associou-
se à AFSC, e desde então participa e colabora com nossa
Associação. Colocamos algumas perguntas, que foram
respondidas pelo casal. Agradecemos aos dois pela
atenção com que nos atenderam.

SANTA CATARINA FILATÉLICA – Seu interesse pela Filatelia


é recente?
LUCIA MILAZZO – Não. Começou na adolescência. Eu
costumava visitar um amigo da família, alemão e
Lucia e Milton Milazzo, durante o
colecionador de selos. Eu ficava encantada com os selos
Encontro de Colecionadores em Timbó,
que via espalhados sobre a mesa e em caixinhas. Numa
no último mês de junho.
dessas visitas, aquele senhor, que já havia percebido meu
entusiasmo, resolveu me presentear com um punhado
generoso de selos do Reich e da Inglaterra. A partir daí, nunca mais deixei de mexer com selos.
SCF – Colecionar selos é um hobby caro?
LM – Em termos, sim. O sonho de todo colecionador é, no mínimo, melhorar sempre sua coleção. Mas isso
tem um preço e, às vezes, bem salgado. Porém, para o colecionador, preço não é o mais importante.
Quando houver oportunidade, certamente ele enriquecerá a coleção.
SCF – Como você encontra as peças que lhe interessam?
LM – Para mim, é o que eu aconselho, o melhor meio para se obter uma peça, é pela troca de material.
Gasta-se pouco e não dá trabalho. É olhar, avaliar se vale a pena, oferecer uma contrapartida e pronto,
está feito. Porém, nem sempre é tão fácil assim.
Hoje, as vendas sob ofertas - leilões -, estão em moda, valendo muito deles participarmos. Compra-se
barato e o leque de peças é grande, o razoável para encontrar bom material. As vendas sob ofertas são
ótimas para os iniciantes na Filatelia.
Existem, também, as lojas de material filatélico, onde colecionadores iniciantes e especialistas podem
encontrar o que desejam. Assim, montam uma coleção, devagar e pacientemente.
SCF – Que temas você coleciona?
LM – Eu tenho duas coleções que me fazem estudar e investir. São elas: “Castelos e Igrejas da França” e a
coleção de cartões-postais “Flanando pela França”. São competitivas.
Possuo, também, mais seis coleções tradicionais, montadas com selos obliterados. São elas: Grécia,
Inglaterra, Alemanha, Holanda, Austrália e Brasil. Cada uma tem a sua história. Todas elas são lindas e me
dão muita satisfação.
SCF – Que “peças” faltam em suas coleções?
LM – Em minhas coleções – desde sempre, estão faltando peças. Sempre que me fazem essa pergunta,
fico sem jeito, pois sei que há ainda um longo caminho a percorrer.

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SCF – Suas coleções competitivas já foram premiadas?
LM – As duas. Não é fácil obter uma medalha, pois a coleção precisa atender a vários requisitos, desde a
apresentação da coleção, passando pelo estado de conservação e raridade das peças. A coleção “Castelos
e Igrejas da França” participou de quatro exposições. O melhor resultado veio em 2008, na Exposição
FLORIPA- 2008 (Florianópolis), com medalha de vermeil.
Quanto à coleção “Flanando pela França”, o melhor resultado foi a medalha de ouro, conseguida na
BRAPEX 2021.
SCF – Desde quando você frequenta a AFSC?
LM – Desde que cheguei à Florianópolis, em 1978. Para mim foi uma experiência muito interessante, pois
até então eu colecionava “sozinha”, comprando peças principalmente nas agências de correios. Na AFSC,
eu descobri as vantagens de participar de uma Associação, trocando ideias e trocando selos. Acostumei-
me a usar os catálogos, o que me fez aprender mais sobre a filatelia. Consegui desenvolver as coleções de
países estrangeiros, pois a compra de selos ficou bastante facilitada.
SCF – Você sempre colaborou ativamente nos trabalhos desenvolvidos na AFSC. Quais foram os seus
principais trabalhos?
LM – É verdade. Nos tempos das reuniões infantis, aos sábados à tarde, até vigiar crianças, eu vigiei – Os
pais deixavam as crianças na AFSC para a reunião. Eu ajudava a criançada a compor as “coleções”. Ensinava
aquilo que era possível, no meio do falatório. Mas foi bom. Também fui por quase dez anos Diretora
Tesoureira. Lidar com “dinheiro” sempre preocupa.
SCF – Você não comentou sua experiência com o Boletim.
LM – Desde o número 51, de agosto de 2004, ajudo na confecção dos boletins, fazendo a revisão dos textos
a serem publicados. São 18 anos. Eu gosto da tarefa. Aprendo muito. Aliás, foi desde 2004 que o Milton,
meu marido, começou a participar ativamente da AFSC, quando aceitou a incumbência de editar o Boletim.
SCF – Seu marido é colecionador?
LM – Não. Ele é meu “ajudante”, foi requisitado para carregar minha pasta de selos e lidar com o
computador, pois sou uma negação no assunto. Ele sempre me acompanhou e, em 2005, decidiu associar-
se à AFSC.
SCF – Aproveito para perguntar diretamente ao Milton: Você já tentou iniciar uma coleção?
MM – Já tentei com os cartões-postais e cartões telefônicos, mas sinto que tenho dificuldades para o
desenvolvimento das coleções. Sempre fico “pelo meio do caminho”. Hoje, tenho uma boa quantidade de
cartões-postais e cartões telefônicos. Tenho também algum material sobre os automóveis da marca
Ferrari, como livros, folhetos de propaganda, canetas, camisas e bonés e duas centenas de miniaturas.
Também tenho selos, blocos e envelopes alusivos aos carros Ferrari. A peça que mais admiro é uma
máquina fotográfica, na cor vermelha, naturalmente. Comprei essa câmera durante um Encontro de
Colecionadores, em Florianópolis, de um amigo que me disse: “Trouxe uma peça de coleção
exclusivamente para você”. Quando eu a vi, numa caixa primorosa e com diversos acessórios, a marca
Ferrari estampada e o número exclusivo (de uma série de 10.000 exemplares produzidos), a primeira coisa
que pensei foi “meu dinheiro não vai dar”. Então ele me disse: “Não vou ganhar com esta venda. Quero
ver sua alegria ao comprar”. Comprei. Foi um dia especial. Esse e vários outros comerciantes sabem dessa
minha preferência pela marca Ferrari e me ajudam bastante.
SCF – Que outras atividades você pode citar?
MM – Durante vários anos colaborei na organização dos Encontros de Colecionadores promovidos pela
AFSC. Depois que comecei, procurei participar de Encontros em diversas cidades do Brasil, o que me
rendeu muitas alegrias e muitas amizades. E quero também lembrar o trabalho que desenvolvi com o
saudoso Eduardo Schmitt, que manteve durante alguns anos o site na internet chamado Schmittstamps.
Eu desenvolvia as páginas de exposição de materiais para venda. Também criei centenas de cartões-

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postais que ele editava, principalmente para montagem de máximos postais que fizeram muito sucesso
entre os colecionadores. E preparei a reprodução de mais de uma centena de cartões-postais do editor
Eugen Currlin, imigrante alemão que se estabeleceu em Blumenau no final do século XIX e foi um grande
livreiro e editor de cartões-postais. Lembro-me que montei uma coleção de um quadro, com alguns desses
cartões, chamada “Santa Catarina 100 Anos”, que expus na EXCART 2011, Exposição promovida pelo Clube
de Colecionadores de Juiz de Fora (MG). Minha coleção obteve o primeiro lugar, entre dez participantes.
SCF – Lucia, em relação aos Correios, você teria alguma sugestão para ser submetida à Área da Filatelia
Nacional? À luz do que ocorre em outros países?
LM – Sim. Eu gostaria que os Correios dessem mais atenção aos selos ordinários. Penso que precisamos
de mais séries desses selos, com bons temas, pois são muito usados para complementação de porte,
principalmente no caso de correspondências para o exterior. Muitas vezes somos obrigados a usar selos
com valor total acima da tarifa oficial. Isso desagrada a colecionadores e usuários comuns.
SCF – Além da AFSC, você tem vínculo com outras agremiações de colecionadores?
LM – Eu me associei à SPP e há muitos anos faço parte do LCC – London Cover Circuit – clube internacional
de troca de envelopes. Muito bom. Além disso, leio bastante sobre assuntos ligados à Filatelia.
SCF – Que mensagem vocês querem deixar?
LM/MM – O colecionismo tem o poder de agregar pessoas. Achamos que vale a pena investir em ações
que mantenham viva a nossa Associação, como alavanca para o crescimento de mais e mais
colecionadores. Faz bem para o coração e a alma.

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A série de Selos Regulares com Flores da Alemanha
Ulrich Schierz – Porto Alegre, RS (*)

A série de selos com flores é a de maior longevidade entre os selos regulares da Alemanha. Em
geral, por serem de uso comum, as séries de selos regulares têm longo período de vigência, além de muitas
vezes serem pouco elaboradas, não atraindo muitos colecionadores. Entretanto, e como veremos neste
estudo, essa série pode constituir uma coleção individual, ampla, com muitas apresentações e variações.
Cabe mencionar que essa série de selos regulares da Alemanha já vem sendo produzidas há mais de 15
anos, tendo sido emitidos os primeiros selos em 3 de janeiro de 2005. Desde o início da produção de selos
regulares alemães, havia apresentações comerciais distintas, inicialmente em folhas e cadernetas e, a
partir de 1951, também em rolos. A partir da série lançada em 1954, surge a numeração de controle, no
verso dos selos em rolos.
Antes de entrarmos no nosso tema, cabe detalhar a apresentação dos selos em rolos. Trata-se de
um rolo contínuo com determinado número de selos. Os números de controle, no verso, aparecem a cada
cinco selos e ocorrem em ordem decrescente, ou seja, o primeiro é aquele que indica o total de selos nesse
rolo, enquanto o último número ocorre no quinto selo antes do término do rolo. A seguir, encontramos
ainda cinco selos cegos, que servem para iniciar o rolo e assim permitir aproveitamento total de selos. A
numeração de controle tem como finalidade auxiliar o atendente de balcão que, ao término de seu turno,
quando do fechamento do caixa e mediante o número de controle, deve determinar quantos selos e qual
o valor remanescente no rolo. A seguir um exemplo, vindo de uma outra série de selos regulares em rolos.
Nos primeiros rolos, esta tira final era
colada no último selo. Nos rolos mais atuais
são a continuação, em branco e no mesmo
tamanho dos selos. Enrolados, formam o
furo que permite colocar o rolo no
dispensor, seja em balcões de agências, seja
em máquinas de vendas.
A série, chamada de “Flores”, é composta por 69 selos gomados com picote 14 e 25 selos
autoadesivos sincopados em 10 ¼ x 10. O primeiro, como mencionado, lançado em 3 de janeiro de 2005,
tinha valor de 95 Euro Cent, um selo gomado e picotado. O primeiro selo sincopado e autoadesivo foi
lançado em 7 de julho de 2005, no valor de 55 Euro Cent. Entretanto, há uma infinidade de diferentes
particularidades quanto às apresentações das diversas emissões. No final deste texto encontra-se uma
tabela com os códigos atribuídos a cada particularidade e/ou apresentação, bem como outra tabela
mostrando cada um dos 94 diferentes selos. Há ainda alguns outros itens que colecionadores
especializados incluem em suas coleções. Há registros de coleções mostrando todos os elementos que
com elas se relacionam, com mais de 120 páginas. Todos os números dos selos são aqueles do catálogo
Michel.
Basicamente, essa série é apresentada na forma de folhas de balcão com 10 selos, tendo as bordas
das folhas ricamente decoradas, na forma de rolos, como cadernetas, e como folhas sem decoração, em
papel siliconado, para selos autoadesivos.

As formas básicas dos selos, vistos individualmente, são


aquela gomada e com picote ou a autoadesiva sincopada.
Apesar de o catálogo Michel não mais indicar as diferenças dos
tipos com letras depois dos números, vamos dar a cada
apresentação um código para melhor identificar em qual dessas
formas cada uma das emissões pode ser encontrada. Para o selo
picotado, a letra “P” e para o sincopado, a letra “S”.

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Iniciemos com seis apresentações complementares, nas emissões picotadas advindas de folhas. Já
mencionamos terem essas folhas bordas decoradas. O especialista inclui em sua coleção, respectivamente,
um exemplar vindo com a borda superior e outro, com a borda inferior da folha. Além dessas duas, os
quatro cantos da folha são outra forma de complemento de coleção.

Vamos convencionar para os


exemplares com borda superior o código “Ps”;
com borda inferior “Pi”; para o canto superior
esquerdo “Pces” e para o inferior “Pcei”. E
então, para o canto superior direito “Pcds” e
aquele inferior “Pcdi”. Há ainda a possibilidade
de os selos terem somente as bordas laterais,
mas isso seria somente parcial de uma peça de
canto inteiro e, portanto, não vamos classificar
separadamente.

Vejamos as diferentes apresentações nessa série, para selos vindos de rolos. Inicialmente, como
já mencionado, eram rolos sequenciais, a tira cega final e, a cada cinco selos, o número de controle.
As primeiras emissões de selos gomados recebiam o
respectivo número com impressora de agulhas, no verso. Os
primeiros rolos continham somente 100 selos. Aos poucos,
devido à diversidade de procedimentos de venda, os rolos
foram se diversificando e aumentando, passando a ter 500,
2.000, 5.000 e finalmente 10.000 selos. Esse número elevado
se deve à comercialização em máquinas de venda. Então, foi
necessário diminuir o tamanho dos algarismos dos números de
controle. A impressão desses números ocorre sobre a goma.
Esses selos, codifiquemos com “PR”.

Aqui, ocorrem dois tipos de elementos complementares


em coleções de especialistas – as embalagens dos rolos, aquelas
para acondicionar os selos destinados a dispensores, sejam esses
comercializados em balcão ou em máquinas de vendas. As
embalagens variam de tamanho conforme a quantidade de selos
em cada rolo. Ainda podemos mencionar uma outra
complementação da coleção, elemento não classificado em
separado, mas que permite identificar se um selo advém de rolo.
Como o processo de produção ocorre em bandas contínuas, na
quantidade destinada a cada rolo, o picotar e posterior cortar das
tiras ocorrem após a impressão.
Esse corte posterior, até pelo comprimento das tiras do
rolo, pode ser irregular, fazendo com que o picote pareça
danificado. Na realidade o é, não pelo manuseio displicente do
atendente de balcão, mas como falha de produção. Entretanto,
essa não é uma variedade catalogada, tornando-se mais um
complemento curioso na coleção e, também, não a incluiremos
nas opções para uma coleção. Também a embalagem não será
catalogada, pois só pode ser obtida de atendentes de balcão ou
daqueles que abastecem as máquinas de venda.

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A partir de 2018, os selos gomados nas suas duas apresentações – em folhas e em rolos –
receberam um complemento de identificação, respectivamente elemento para auxiliar na venda e
contagem para fechamento de caixa. As folhas passaram a trazer, nas bordas direita e esquerda, um código
de barras. Como a configuração dos cantos não é alterada, manteremos o código já mencionado, até
porque essa forma de produção não é retroativa. Já nos selos de rolos, após cada cinco selos, encontramos
um segmento com o código de barras. Portanto, se esse segmento estiver junto ao lado superior da folha,
o selo não trará a numeração de controle. Se o segmento estiver na parte inferior do selo, esse trará o
número de controle. Teremos, pois, mais três variações de apresentação – a tira com 5 selos com o
segmento, os selos com a numeração e os selos com o segmento encima ou embaixo.

No exemplo da tira acima, pode-se observar a


localização do segmento com o código de barras que serve
tanto para ler o valor dos selos como quantos selos ainda
há no rolo. Para essa variedade, os codifiquemos como
“PRss”, quando o segmento estiver no lado superior do
selo; “PRsi”, quando estiver no lado inferior. Porém, há
ainda uma segunda variedade a ser observada. Se a
emissão foi produzida na gráfica própria dos Correios ou se
terceirizada, os números dos códigos de barras se
encontram em diferentes posições.

Portanto, teremos mais quatro códigos de identificação – o “PRss1”; “PRss2”; PRsi1” e “PRsi2”.
Essas diferenças não ocorrem em selos de mesmo valor, somente alguns valores da série são produzidos
por terceiros e esta é a forma de identificação de origem.
Ao se observar as vinhetas com códigos de barras, nas imagens acima, verificamos terem sido
usadas duas fontes distintas – observemos o “4” das duas vinhetas, um deles aberto, o outro fechado. Essa
diferença foi observada em novembro de 2019. E, também, que o número de controle no verso de cada
quinto selo passou do selo com a vinheta para o selo anterior, como podemos ver nas imagens abaixo.

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Para colecionadores especializados, a inclusão dessa diferença só pode ser comprovada mediante
a mostra de uma tira completa de 5 selos com a vinheta do código de barras. Ainda não há comprovação
se essa distinção ocorreu por falha no processo de produção ou se houve uma real modificação. Ela ocorre
somente nos selos de rolos de número Michel 3471.
Até aqui, a distinção entre um selo original de uma
folha ou de um rolo, mostra-se fácil. Entretanto, há ainda
uma outra maneira para distinguir ser um selo é originário
de uma folha. Na verdade, trata-se de um par de selos na
horizontal, neste estudo os “Ph”.
Há duas outras formas de apresentação de selos
dessa série. O correio alemão oferece a seus clientes a
possibilidade de encomenda de inteiros postais na forma
de envelopes e cartões-postais, ambos com o selo
impresso diretamente na peça.

Ambas as peças são utilizadas geralmente para promover eventos, fatos relevantes, promoção de
turismo, etc. Também é o cliente que define qual o valor de franquia que deseja, considerando o destino
da peça, se para uso regional ou para fora do país e, ainda, considerando o peso do conteúdo. Também há
distinção no preço de postagem entre uma carta e um cartão-postal. Essas peças são consideradas
complementos de coleção, não sendo catalogadas oficialmente e, portanto, não recebem um código para
este estudo.
Em 2007, foi apresentada uma folha com 10 selos, composta por três valores diferentes de selos,
totalizando o valor de venda de 1 Euro. Era um estudo para eventual apresentação de cadernetas.
Entretanto, os selos dessa folha apresentam formas distintas a serem colecionadas.

Esses três tipos de selos levam as


mesmas numerações sequenciais
do catálogo Michel, mas têm
apresentações distintas. Os selos
de 5 Euro Cent têm 4 formas
distintas de apresentação. A
primeira é o selo do canto
esquerdo superior da folha,
cortado encima e do lado
esquerdo “Pfcs”, o inferior
cortado embaixo e do lado
esquerdo “Pfci”.

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Os dois outros selos de 5 Euro Cent possuem o corte encima “Pfs” e embaixo “Pfi”. Os selos de 10
Euro Cent têm somente corte na parte superior e inferior da folha. Por fim, os selos de 20 Euro Cent
também têm os lados superior e lateral direito cortados, levando os códigos “Pfls” para o selo superior
e “Pfli” para o inferior. Essa foi a única modalidade comercial, nessa forma, dessa série.
O segundo conjunto de selos dessa série são os selos autoadesivos sincopados, que também
apresentam algumas formas distintas. Vejamos, a seguir.
Inicialmente, há de se mencionar que nem todos os valores
oferecidos como gomados com picote são apresentados na forma de
autoadesivos. Essa forma oferece somente valores de franquia padrão ou,
quando necessário, complemento de franquia decorrente do aumento das
tabelas de franquias. Como mencionado anteriormente, para o nosso
estudo, essas emissões recebem o código “S”.
Em todas as formas de apresentação dos produtos comerciais,
esses selos vêm sobre tiras ou folhas de papel siliconados. Em princípio,
são três as formas de apresentação de comercialização.
O primeiro selo autoadesivo dessa série foi emitido em 7 de julho de 2005, no valor de 55 Euro
Cent, correspondentes à franquia de uma carta de 20 g para postagem dentro da Alemanha. Era oferecido
em duas apresentações comerciais: na forma de rolos e em tiras com 5 selos.

Em rolos, tal como nas emissões picotadas, cada quinto selo possui um número de controle
impresso no verso. Porém, diferente desses, esse número não é impresso no verso do selo, mas sobre o
verso do papel siliconado. Se, ao serem os selos com picote de rolo e com o número de controle no verso
lavados com o devido cuidado, pode-se manter o número ou resquícios dele, comprovando assim serem
originários de rolos. Nos selos autoadesivos essa comprovação só é possível com selos novos, ainda sobre
o papel siliconado e o número impresso no verso. A segunda forma de produto comercial eram as tiras
com 5 selos. Na verdade, essas nada mais eram do que segmentos com 5 selos cortados de rolos. Os
clientes adquiriam as tiras para uso posterior. Ao selo com o número de controle atribuímos o código “SR”.

Em janeiro de 2006, foram Para comprovar que os selos são


lançados 3 selos auto-
originários de uma dessas folhas, é
adesivos, agora nas duas
necessário colecionar três selos na
formas já conhecidas e
horizontal, e independe se
ainda como folhinha de 10
selos. Se, nas tiras e nos cortados da fileira superior ou
rolos, o excedente do inferior da folhinha – “Sf3”.
papel de impressão fora
tirado, nas folhinhas ele
permaneceu – “Sf”.

As folhinhas são comercializadas dentro de um acartonado


ilustrado com a imagem dos selos e textos relacionados, dobrado para
proteger a folhinha. Há dois conjuntos comerciais, com 1 folha de 10
selos e com 5 folhas de 10 selos cada. Entretanto, o selo de 90 Euro
Cent também foi apresentado na forma de caderneta. No caso, essa
folhinha é ricamente decorada.

42
As capas dessas embalagens enriquecem uma coleção. É necessário, entretanto, contato com um
colecionador especializado para que sejam obtidas essas capas. Elas são alusivas a cada uma das flores
representadas nos selos.
Dessa caderneta, cujo código é
“CD”, também se pode incluir na coleção
um conjunto de 3 selos na horizontal,
agora com a borda decorada, superior ou
inferior. A capa dessa caderneta é outro
elemento para complementar a coleção,
já que há outro formato de embalagens
das folhinhas. Devido ao custo elevado,
essa foi a única caderneta emitida. Todos
os demais selos autoadesivos são
oferecidos somente na forma de
folhinhas ou tiras, além dos rolos, com
código “CDt”.

Como já mencionado, os selos em


rolos trazem no verso do substrato
de papel siliconado, o número de
controle. A forma de apresentação
dos rolos é idêntica àquela dos
selos picotados, com, 200, 500,
2.000 e 10.000 selos para
dispensores e máquinas de venda.
Há ainda uma outra forma de
embalagem – a caixa-dispensora.
Ela é fornecida a comerciantes
autorizados para a venda de selos
nos valores padrão.

Esses comerciantes autorizados são, em geral, franqueados menores, postos em locais turísticos,
que também comercializam, por exemplo, cartões-postais turísticos. Nesse caso, as caixas-dispensoras
contêm somente 500 selos, igualmente dotados de números de controle no verso.

Finalmente, tal como nos selos


gomados com picote, também os
sincopados são produzidos em gráficas
próprias dos Correios ou terceirizadas.
Observam-se leves diferenças entre as
duas origens, o sincopado possui
diferentes formas de corte – uma
arredondada mais rasa e outra levemente
mais profunda.

Nas páginas a seguir, a lista de todas as emissões e suas possíveis formas de apresentação.

43
Emissões da série “Flores” - entre 2005 e 2021

2005

2434 2435 2451 2462


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph

2463 2471 2472 2477 2480


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pfls, Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph,
Pfli Pfcs, Pfci, Pfs, Pfi
2471 Eo (2007) 2480 Eo (2007)
2471 Eu (2007) 2480 Eu (2007)
2480 Do (2007)
2480 Du (2007)

2006

2484 2485 2505 2506


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pfs, Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph
Pfi
2484 Do (2007)
2484 Du(2007)

2507 2513 2514 2515 2524


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 S, SR, Sf, Sf3 S, CD, CDt P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph

44
2529 2530 2534 2547 2568
P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph

2008

2669 2675 2694 2699


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph

2009 2010

2715 2716 2768


S, SR, Sf, Sf3 S, SR, Sf, Sf3 A, Wp, AR, OR, UR,
ERro, ERlo, ERru, ERlu

2011

2794 2835 2851 2877


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph

2012 2013

2968 2969 2971


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph

45
2014

3034 3043 3046 3046


S, SR, Sf, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 Falsificação, observa-
Pcds, Pcdi, PR, Ph se no sincopado
irregular

3082 3088 3094 3114 3121 I grade de


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei, impressão em 45°
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph

3121 II grade de 3115 3116 3117 3118


impressão em 75° P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph

2015

3121 3189 3190 3191


S, SR, Sf, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, A P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, PRss,
PRss, PRsi, PRss1, PRsi, PRss1, PRss2,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRsi1, PRsi2

2016 2017

3197 3199 3207


S, SR, Sf, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph,
PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2

46
3296 3303 3304 3314 3315
P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph,
PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2

2018

3324 3351 3365 3376


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph,
PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2

3399 3414 3424 3430 3431


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 S, SR, Sf, Sf3
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph,
PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2

3324 3351 3365 3376 3399


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph,
PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2

47
3414 3424 3430 3431 3432
P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 S, SR, Sf, Sf3 S, SR, Sf, Sf3
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph,
PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2

2019

3447 3459 3468 3469


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 A P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph,
PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2

3469 I = grade de 3469 II = grade de 3470 3470 I = grade de 3470 II = grade de


impressão em 45º impressão em 75º A, Wp, AR, OR, UR, impressão em 45º impressão em 75º
ERro, ERlo, ERru,
ERlu, SZd1, SZd2,
KbSZ1, KbSZ2

3471 3472 3473 3474 3475


P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei, P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph,
PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2

48
3481 3482 3483 3489
S, SR, Sf, Sf3 S, SR, Sf, Sf3 S, SR, Sf, Sf3 S, SR, Sf, Sf3

2020

3490 3509 3516 3535


S, SR, Sf, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei, S, SR, Sf, Sf3 P, Ps, Pi, Pces, Pcei,
Pcds, Pcdi, PR, Ph, Pcds, Pcdi, PR, Ph,
PRss, PRsi, PRss1, PRss, PRsi, PRss1,
PRss2, PRsi1, PRsi2 PRss2, PRsi1, PRsi2

2021

3556
P, Ps, Pi, Pces, Pcei, Não houve emissões
Pcds, Pcdi, PR, Ph, PRss, dessa série.
PRsi, PRss1, PRss2,
PRsi1, PRsi2

Portanto, para aqueles que se interessam por coleções especializadas, essa série oferece um
amplo leque de variações e opções. Porém, haverá a necessidade de se encontrar um parceiro de permutas
na Alemanha que possa buscar cada uma das emissões e especialidades. Em algumas situações,
principalmente no caso de selos com números de controle no verso, haverá a necessidade de colecionar
exemplares MNH. Por vezes, após a lavagem dos selos, algum resquício da numeração pode ser observado,
mas em geral essa impressão se perde. E mais, nos selos autoadesivos de rolos, a numeração está impressa
na lâmina siliconada e não no selo.

(*) Ulrich Schierz


Novembro de 2021

49
CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
1922
Luis Claudio Fritzen – Florianópolis, SC

No início da década de 1920, durante a administração do prefeito Carlos Sampaio (1920-1922), a


cidade do Rio de Janeiro foi preparada para a comemoração do Centenário da Independência política do
Brasil em relação à metrópole portuguesa (1822-1922), por meio da execução de um plano de obras que
previa, entre outras realizações, a finalização do arrasamento do Morro do Castelo, iniciado em 1904. Na
área proveniente do aterro marítimo foram construídos os pavilhões da Exposição Internacional do
Centenário da Independência, inaugurada em 7 de setembro de 1922 e encerrada, oficialmente, em 2 de
julho de 1923, cujo objetivo era mostrar os progressos da nação. A Exposição contou com a presença de
pavilhões nacionais e a participação de 14 pavilhões estrangeiros, construídos ao longo da Avenida das
Nações, aberta em área antes ocupada pelo mar e, também, em alguns quarteirões do antigo bairro da
Misericórdia.
As comemorações do Centenário da Independência de 1922 sob a forma de uma exposição
internacional representaram um importante marco, que se traduziu em avaliação e demonstração do
progresso do país e em idealizações quanto ao seu futuro. Ao mesmo tempo, simbolicamente, a Exposição
acenava para outros países com o potencial desenvolvimento brasileiro, descortinando-o e criando
visibilidade para investimentos externos.

A Exposição Internacional do Centenário da Independência foi


a maior exposição internacional realizada até hoje em terras brasileiras.
O Brasil teve, no total, 6.013 expositores, representando todos os
estados da federação. Circularam pela exposição mais de 3 milhões de
pessoas.
A Exposição do Centenário representou o fechamento de um
ciclo, especialmente na política do país. A crise política, iniciada nas
eleições de 1922, gerou a crise militar que deu origem ao movimento
tenentista, culminando com o fim da Velha República, na Revolução de
1930, com a tomada do poder por Getúlio Vargas. O quadro de
dirigentes do país mudou e a influência política dos grupos oligárquicos
foi transferida para os grupos tenentistas. A partir de então, buscou-se
a construção de uma nova nação, o que gerou reformas em diversos Cinderela. Logotipo
setores como os da educação, saúde, finanças, administração pública e oficial da Exposição.
gestão urbanística. Para a arquitetura, a Exposição significou um
momento de experimentação e os anos 1920 se mostram como um período de transição do ecletismo
para o modernismo. No urbanismo, a Exposição faz parte das grandes cirurgias e projetos urbanos, o
último da Velha República.
Não se pode olvidar, outrossim, que até o Congresso Postal de Madri, da União Postal Universal,
realizado em 13 de novembro de 1920, os selos “comemorativos” não podiam ter circulação internacional.
A partir de então, tinham valor de franquia para outros países e, como tal, serviriam como instrumento de
ampla divulgação. A primeira série de selos brasileiros a ser emitida, após a revogação da proibição, foi a
que lembrava o Centenário da Independência.

50
ESTUDOS PRELIMINARES

Eliseo D'Angelo, conhecido como Eliseu Visconti (1866 —1944), pintor, desenhista e designer
ítalo-brasileiro ativo entre os séculos XIX e XX e considerado um dos mais importantes artistas brasileiros
do período e o mais expressivo representante da pintura impressionista no Brasil, apresentou uma série
de estudos para selos postais, datados de 1921, em razão de um concurso organizado pelos Correios, que
tinha por objetivo as comemorações do Bicentenário da Independência.
Com essa proposta, Eliseu Visconti, em 1922, foi agraciado com a Medalha de Honra na Exposição
Internacional do Centenário da Independência.

Estudo de Eliseu Visconti para o selo de 100 Réis, insinuando


a figura feminina que coroa D. Pedro I, secundado por
próceres da Independência.

Já no exemplar de 150 Réis, temos as figuras de D. Pedro II e


do Marechal Deodoro da Fonseca. Ao centro, a figura
feminina constitui a representação alegórica da passagem do
Império para a República. A mulher, enfeitada com rosas,
coroa os dois personagens. No peito, encontra-se a inscrição
do valor facial do selo.

No esboço de selo de 200 Réis, à esquerda, aparece o retrato


de D. Pedro I. Entre ele e José Bonifácio de Andrada e Silva, o
Cruzeiro do Sul. À direita, o Presidente da República Epitácio
Pessoa. Ao centro, uma figura feminina coroa com uma das
mãos Epitácio Pessoa e, na outra, tem o escudo com o valor
do selo.

No livro “Eliseu Visconti – A Arte em Movimento”, Leonardo Cavalleiro e Claudio Lamas de Farias
comentam sobre esta série de selos projetados por Visconti [A821, A822 e A823]: “A segunda série de
estudos de selos postais realizados por Visconti data de 1921 e tinha como tema a comemoração do
Centenário da Independência. Esta série apresenta originais soluções gráficas, como às três composições
diferentes para o título “1º Centenário da Independência do Brasil” e a interseção de algarismos no espaço
reservado aos valores, um experimento tipográfico utilizado anteriormente nos estudos de cartas- bilhete.
A série foi projetada em resposta ao concurso proposto pelos correios, mas os selos não foram colocados
em circulação. A comparação com os selos emitidos pelos correios na mesma ocasião põe em evidência o
contraste entre a qualidade gráfica dos estudos de Visconti e a visão retrógrada que pautava o processo
de criação de selos postais no Brasil naquela época.”

51
OS SELOS ADOTADOS
Os Correios do Brasil não podiam se alijar das comemorações festivas. Encomendou uma série de
selos alusivos. O valor das tarifas postais havia subido em 1921 para 150 Réis, mas em 1922 as tabelas
tiveram uma correção para 200 Réis, ao primeiro porte nacional.
Impressos pelo sistema de gravura, em folhas com 100 exemplares, picotagem 13, encontramos
três selos distintos:

100 Réis. Cor azul, tiragem de 5.000.000 exemplares. Reproduz o


quadro Independência ou Morte, pintura de 1888 do artista
brasileiro Pedro Américo (1843 – 1905) . É considerada a
representação mais consagrada e difundida do momento da
Independência do Brasil, sendo o gesto oficial da fundação do Brasil.
Seu nome vem da exclamação de Dom Pedro I ao proclamar a
independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822: "É tempo!
Independência ou Morte! Estamos separados de Portugal!".

200 Réis. Cor vermelha, tiragem de 5.000.000 exemplares,


mostrando a imagem de duas personalidades importantes e
decisivas daquele momento histórico: Dom Pedro I e José Bonifácio
de Andrada e Silva, proclamador e patriarca da Independência do
Brasil, respectivamente.

300 Réis. Cor verde, tiragem de 3.000.000 exemplares. Retrata o


centro da Cidade do Rio de Janeiro, com um dos pavilhões
construídos para abrigar a Exposição do Centenário da
Independência do Brasil, realizada em 1922, servindo como Pavilhão
da Administração e do Distrito Federal. Mostra, também, a imagem
do presidente Epitácio Pessoa.

CURIOSIDADES FILATÉLICAS

Os filatelistas procuram, além do selo “tipo”, encontrar variedades ou acidentes de impressão, de


forma a obter exemplares diferenciados. Nessa emissão são relatadas poucas variedades.

A variedade mais conhecida é a falha na letra “G”,


de IPIRANGA, parecendo um “C” cedilhado,
formando a inexistente palavra IPIRANÇA.

52
Existem ainda exemplares “specimen”, que se
caracterizam por terem um furo de punção.
Há algumas folhas onde foi
omitida a picotagem central.

BIBLIOGRAFIA
CAVALLERO, Leonardo e LAMAS DE FARIA, Claudio
Eliseu Visconti – A Arte em Movimento
Ed. Holos, 2012
DUFF AZEVEDO, Luiz Antonio
História Postal dos Selos Comemorativos do Brasil
Ed. A+Comunicação, 2007
GUATEMOSIN, Dorvalino
Miscelânea Histórica, Postal e Filotélica Nacional
Ed. do Autor, 1935
MEYER, Peter e MEYER, Marcelo
Catálogo dos Selos do Brasil
Ed. RHM, 2019
OLIVÉ LEITE, Antonio
Catálogo de Variedades, Curiosidades e Acidentes de Impressão em selos comemorativos e aéreos do Brasil
Ed. Thurman, 1955

53
Hipócrates, o Pai da Medicina
Rogério A. Dedivitis – Santos, SP (*)

Considerado o pai da medicina, Hipócrates (460 aC-377 a.C.) foi um médico grego, o mais famoso
da Antiguidade e o iniciador da observação clínica.
Hipócrates nasceu na ilha grega de Kos, na costa da Ásia Menor, por volta de 460 a.C. Ele era filho
de Heráclides e Fenaretas, descendentes de Asclépio (Aesculapius), o deus grego da medicina, segundo a
mitologia. Ele pertencia a uma família de prestígio que, por gerações, dedicou-se à prática da medicina e
da magia.
Antes de Hipócrates, a doença era vista como resultado da ira dos deuses contra os homens. Os
doentes iam ao templo de Esculápio para pedir a ajuda dos sacerdotes. No entanto, Hipócrates negou os
poderes curativos dos deuses, buscando a explicação das doenças no mundo e não nos caprichos dos
deuses. Ensinando o método de observação cuidadosa dos pacientes, ele registrou os sintomas de doenças
e também muitos tratamentos.
Lenda ou realidade, Hipócrates é amplamente homenageado na filatelia. Emissões postais sobre
Hipócrates e sua obra são obrigatórias nas várias coleções temáticas de Medicina e Saúde.
A seguir, algumas peças filatélicas do acervo do autor.

San Marino - 1982


Scott 1.029
Austrália - 1968
Irã - 1982
Scott 173
Scott 1.226

Alemanha – 1969. Flâmula.

54
Grécia - 1996
Scott 1.841 Espanha - 1981
Carimbo comemorativo.

Romênia – 2010. Inteiro postal.

(*) Rogério Dedivitis - [email protected]

55
COLECIONADOR MIRIM
Experiências culturais para crianças
Telma Cristina Soares Ceolin – Vassouras, RJ

"Um grande colecionador começa pequeno.


Uma menina colecionadora é espetacular!"

O colecionismo traz muitos benefícios para a formação infantil, como o senso de organização, o
zelo, a socialização, a capacidade de negociação, a educação financeira, e o conhecimento cultural.
Por esta razão, em 2020 foi criado o Projeto Colecionador Mirim, iniciativa inédita que consiste na
realização de ações lúdicas educativas e culturais, incentivadoras do público infantil à prática do
colecionismo, por meio das redes sociais e pela produção de experiências culturais e educativas.
Com o apoio de instituições culturais, entre elas a Associação Amigos do Museu de Valores do
Banco Central, a Sociedade Numismática Brasileira, o Museu Eugênio Teixeira Leal - Memorial do Banco
Econômico, e de várias associações numismáticas e filatélicas brasileiras, de colecionadores e
comerciantes, o Projeto Colecionador Mirim promove a participação de crianças e seus familiares por meio
do perfil @colecionador_mirim_, que tem entre seus seguidores a Casa da Moeda do Brasil.

Não é sem motivo que Colecionador Mirim tem merecido cada vez mais
a atenção de todos, revelando uma proporção expressiva de jovens
colecionadores, pelos rincões do nosso país e, principalmente, ajudando pais a
incentivarem seus filhos a colecionar.
Diversos pais, mães e avós têm manifestado sua satisfação de
encontrar, assim, uma forma de trazer seus pequenos para o mundo do
colecionismo, o que muito alegra aqueles que são colecionadores e veem, em
seus descendentes, potenciais parceiros de hobby e guardiões de seus acervos.
Todos os tipos de coleção são prestigiados e, assim, surgem crianças que
colecionam: selos, cartões-postais, cédulas, moedas, gibis, bonecos, álbuns de
figurinhas, tazos, bonecos funkos, lápis e outros colecionáveis, como a
surpreendente Clarinha Coval, do Rio de Janeiro, com sua crescente coleção de
carrinhos Hot Wheels.

Desde a sua criação, o Colecionador Mirim insere-se, anualmente, na programação da Semana


Mundial do Brincar, promoção da Aliança pela Infância, movimento internacional que abrange mais de 20
países de todos os continentes, por meio do "Encontro Virtual de Colecionadores Mirins", com medalhas,
premiações e sorteios.

Assim, o Projeto Colecionador Mirim


trabalha em prol do resgate da prática do
colecionismo infantil, aproveitando o seu
grande potencial pedagógico e de
desenvolvimento de bons hábitos, o que
ocorre, especialmente, na numismática e na
filatelia, onde muitos elementos culturais
podem ser explorados, como o estudo da
história, da geografia e das artes, entre
outros.

56
Por tudo isso, a idealizadora do Projeto, que assina esta matéria, comemora o sucesso do seu
recém-lançado livro infantil Dinheiro no Tempo - História do Dinheiro com Arte e Diversão Para Crianças,
criado no âmbito do Colecionador Mirim para incentivar a educação financeira e a numismática. Com
conteúdo inédito e inovador e sob orientação pedagógica especializada, o livro foi lançado em dezembro
de 2021 no XV Congresso Brasileiro de Numismática, em São Paulo, vindo a inserir-se numa próspera
agenda de participações em eventos numismáticos ao longo deste ano, em diversas localidades do país.
O livro DINHEIRO NO TEMPO contém orientações para aplicação em oficinas arte-educativas, para
crianças de 8 a 12 anos, e foi concebido a partir da experiência abrangente da autora no âmbito cultural,
educativo e museológico. Contou com revisão pedagógica especializada em orientação educacional no
Ensino Fundamental, desenvolvimento de potenciais e altas habilidades e superdotação, arte na infância
e espaços escolares. Seu projeto teve relevância cultural reconhecida na Lei de Incentivo à Cultura
8.313/199 - aprovação Pronac nº 210502/14.04.2021, por "estimular a produção e a difusão de bens
culturais de valor universal, formadores e informadores de conhecimento, cultura e memória", mas, até
então, é realizado por produção independente.

O perfil Colecionador Mirim no Instagram é @colecionador_mirim_ e o livro DINHEIRO NO TEMPO pode


ser adquirido diretamente com a autora e em livrarias virtuais.

(*) Telma Cristina Soares Ceolin


Vassouras, RJ
Contato: (61)98226-4493

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O Projeto Colecionador Mirim® é idealizado e desenvolvido por


Telma Cristina Soares Ceolin, associada da SNB e da AFNB, foi
chefe do Museu de Valores do BC, e presidente da Associação
Amigos do Museu de Valores do BC, conselheira do Conselho
Internacional de Museus, representante do Comitê
Internacional de Museus Monetários na América Latina e,
atualmente, aposentada, é proprietária da Editora Jovem
Numismata Experiências Culturais e Educativas.

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GUERNICA, A CRUELDADE DE UMA GUERRA
Roberto Aniche – São Paulo, SP (*)

GEOGRAFIA – Guernica, cidade do Norte da Espanha, localiza-se a


nordeste de Bilbau, na província de Biscaia. É considerada a cidade
santa do País Basco, com 8,47 km² de área. Em 2021, a população era
de 17.093 habitantes.

SITUAÇÃO POLÍTICA E BOMBARDEIO - Em 1937, a Espanha estava


dividida em uma guerra civil que colocou nacionalistas e republicanos
em lados opostos. Os nacionalistas, de inspiração totalitária e
comandados pelo militar conservador Francisco Franco, tiveram
grandes dificuldades para derrubar o governo por meio das armas.
Setores de esquerda e outros defensores da legalidade impediram que uma tentativa de golpe tomasse o
país por meio da conquista da capital Madri.

Acuados, mas não vencidos, os nacionalistas decidiram atacar locais menos


protegidos do território hispânico. Dessa forma, acharam melhor iniciar suas
novas campanhas militares com a organização de ataques à região norte do
país. Iniciaram pela cidade de Guernica, núcleo urbano basco que
concentrava seis mil habitantes e nenhuma proteção oficial, escolhida para
um dos mais temíveis ataques aéreos do século XX.

Guernica foi a grande referência dos acontecimentos históricos e políticos


que salientavam a diferenciação entre os bascos e os espanhóis. Em 1936,
quando os conflitos da Guerra Civil Espanhola davam seus primeiros passos,
o próprio governo espanhol decidiu oficializar a completa autonomia política
dos bascos. Com isso, os nacionalistas (capitaneados pelo General Franco) passaram a considerar a região
basca como foco de traidores da causa.

Para retaliar os bascos, os nacionalistas tiveram o expresso apoio político e bélico


dos nazi-fascistas. A aproximação desses líderes se deve aos ideais partilhados,
e, especialmente, pelo interesse ítalo-alemão em testar a tecnologia bélica que
seria utilizada nos conflitos da Segunda Guerra Mundial. De acordo com os
registros, o ataque aéreo a Guernica teria sido
planejado por Wolfram von Richthofen, chefe
do Estado-Maior das Forças Armadas alemãs,
naquela época.

Em 26 de abril de 1937, as forças nazi-fascistas


iniciaram os ataques aéreos a Guernica. Foram
voos despejando bombas de até 250 quilos,
bombas incendiárias e metralhadoras contra a população civil. Os
ataques se concentraram no centro da cidade, onde havia uma
feira. Foram mais de 800 mortos (algumas referências chegam a
1.600) e mais de 1.500 feridos.

Foi o primeiro ataque aéreo contra civis registrado no mundo, e


serviu como “treino” para a história da aviação de guerra na
Segunda Grande Guerra.

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PABLO PICASSO - Pablo Ruiz Picasso nasceu em Málaga, em 25 de outubro de
1881 e faleceu em Mougins, França, em 8 de abril de 1973. Foi pintor, escultor,
ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo. Passou a maior parte da sua vida
na França. É conhecido como o co-fundador do cubismo, um estilo de pintura
(ao lado de Georges Braque). Entre suas obras mais famosas estão os quadros
cubistas As Meninas D’Avignon (1907) e Guernica (1937), uma pintura do
bombardeio alemão a Guernica, durante a Guerra Civil Espanhola.

Após estudar desenho e pintura em algumas


escolas da Espanha, seguiu, em 1900, para
Paris, capital artística da Europa. No verão
de 1906, durante uma estada em Andorra, sua obra entrou em uma nova
fase marcada pela influência das artes grega, ibérica e africana: era o
protocubismo, o antecedente do cubismo, do qual Picasso foi um dos
fundadores.
A eclosão da Guerra Civil Espanhola empurrou-o para uma maior
consciência política e do seu génio surgiu uma das suas obras pictóricas
mais emblemáticas e conhecidas, o mural "Guernica".

Pablo Picasso morreu com 91 anos de idade. Na noite anterior à sua


morte, ele havia brindado com os amigos dizendo “Bebam à minha
saúde. Vocês sabem que não posso beber mais”. Teria ido pintar até três
da manhã antes de dormir. Acordou na manhã seguinte com dores no peito e sem conseguir se levantar,
morreu poucos minutos depois de um infarto. Encontra-se sepultado no Castelo de Vauvenargues, Aix-en-
Provence, Provença-Alpes-Costa Azul, Sul de França.

A ENCOMENDA - GUERNICA é um quadro que foi encomendado a PABLO PICASSO pelo governo da
República Espanhola para ser exposto no pavilhão espanhol da Exposição Internacional de 1937, em Paris,
com a finalidade de atrair a atenção do público para a causa republicana durante a Guerra Civil Espanhola.
A obra representa o bombardeiro da cidade de Guernica, em abril de 1937. Foi pintado no mesmo ano,
durante os meses de maio e junho.

De enormes dimensões, 3,50 m por 7,80 m, a obra está pintada em branco e negro e uma grande variedade
de tons de cinza. Nos anos 40, quando a Espanha estava sob o regime da ditadura de Franco, Picasso optou
por deixar o quadro custodiado pelo MOMA – Museu de Arte Moderna de Nova York, e que só voltasse à
Espanha quando o país fosse uma democracia (apesar de ser uma monarquia parlamentarista). Em
setembro de 1981, a obra voltou finalmente à Espanha e, desde 1992, encontra-se em exibição
permanente no Museu de Arte Reina Sofia, em Madrid.

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Sobre as curiosidades que envolvem a pintura está a resposta de Picasso a um oficial nazista que numa
revista ao seu apartamento em Paris, durante a ocupação nazista, observa uma fotografia do painel e
pergunta ao artista: - Foi você quem fez isso? E Picasso responde: - “Não, vocês o fizeram”.

O QUADRO GUERNICA – É uma das obras mais emblemáticas do pintor, produzida em 1937, após o ataque
a Guernica, enquanto ele morava em Paris. A obra carrega uma forte crítica ao fascismo alemão e foi
criada, sob encomenda do Governo Republicano da Espanha para a Exposição Internacional de Paris.
Picasso já estava trabalhando em outra obra para expor no evento, no entanto o ataque a Guernica o
afetou a ponto de mudar de ideia, surgindo assim uma das mais icônicas obras da história da arte mundial.

Guernica é um grande mural que mede 351 cm por 782,5 cm, em óleo sobre tela. Por meio de fotos
divulgadas nos jornais da época, Picasso teve a ideia de retratar o horror da cidade de Guernica, quando
esta foi bombardeada pelos alemães. Portanto, a obra possui um caráter político ao mesmo tempo que
atenta para o poder de destruição da guerra.

Com características notadamente cubistas (perceptíveis pelas formas geométricas utilizadas), a atmosfera
criada pelo artista denota os horrores da guerra e suas terríveis consequências. Uma outra importante
característica está na escolha das cores. Picasso produziu uma obra monocromática ao escolher tons de
cinza, preto e branco, o que faz referência ao caráter documental das fotografias que o inspiraram na
produção do painel.

Uma reprodução em tapeçaria de Guernica, dada pelo espólio de Nelson A. Rockefeller em 1985, está
pendurada do lado de fora da Câmara do Conselho de Segurança na sede das Nações Unidas, em Nova
York. Em 2003, quando Colin Powell, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, falou ao Conselho de
Segurança sobre a guerra contra o Iraque, a tapeçaria foi escondida por uma cortina azul e pelas bandeiras
dos estados membros do Conselho.

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FINALMENTE – Não existe guerra boa ou ética. Toda e qualquer guerra começa no sentimento de egoísmo
e obsessão pelo poder, que, por meio de discursos de ódio inflama a população contra os nomeados de
inimigos. Toda e qualquer guerra rebaixa o ser humano a níveis demoníacos, aonde fazer o mal a outro ser
humano demonstra apenas superioridade da força bruta. Cada guerra mostra que parte da humanidade
não evoluiu nada, moral, ética e espiritualmente, apenas melhoraram os métodos de extermínio da
humanidade. Infelizmente...

Bibliografia:

Todos os links foram acessados em 1º de maio de 2022


SOUSA, Rainer Gonçalves. "O ataque a Guernica"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/guerras/o-ataque-guernica.htm.
https://www.infoescola.com/pintura/guernica.
https://web.archive.org/web/20160830131600/http://www.itaucultural.org.br:80/materiacontinuum/o
utubro-2011-o-horror-de-uma-guerra/.
https://www.mdenisecostello.com/2018/04/06/atozchallenge-guernica-picasso/.
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$guernica-(cidade).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guernica_y_Luno.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pablo_Picasso.
https://universomadrid.wordpress.com/2012/05/06/guernica-pablo-
picasso/#:~:text=GUERNICA%20%C3%A9%20um%20quadro%20encomendado%20a%20PABLO%20PICAS
SO,a%20causa%20republicana%20durante%20a%20Guerra%20Civil%20Espanhola.
http://www.danstopicals.com/guernica.htm

Para entender a pintura:


https://www.todamateria.com.br/guernica-de-pablo-picasso/

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Índice de Figuras

Fig. 1 – Mapa da Península Ibérica apontando para Guernica, ao norte da Espanha


Fig. 2 – Selo, Espanha, 1946 Y-ES 748, General Franco
Fig. 3 – Fotografia, Wolfram von Richthofen
Fig. 4 – Selo, Alemanha 1941 - Y-DR 687, Mussolini e Hitler
Fig. 5 – Selo, Italia 1941 - Y-434 Mussolini e Hitler
Fig. 6 – Fotografias, Guernica destruída
Fiig.7 – Selo, Polonia 1981 – Y-2545, Pablo Picasso
Fig. 8 – Painel, Museu de Arte Moderna, NY, quadro As Meninas D’Avignon
Fig. 9 – Quadro, Guernica
Fig. 10 – Bloco, Espanha 1981 – Y-BF29, mostrando o quadro Guernica

(*) Dr.Roberto Aniche


Médico Ortopedista
Sócio da SPP Soc. Philatélica Paulista
Membro da Sobrames Soc. Bras. Médicos Escritores
www.robertoaniche.com.br
[email protected]

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IECLB Selos
Solidariedade Por Meio da Venda de Selos
Herbert Knup – Belo Horizonte, MG (*)

Em 1979, Ano Internacional da Criança, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
lançou a Campanha do Selo Postal. O plano era coletar selos doados por pessoas ou empresas, a fim de
serem oferecidos a colecionadores e comerciantes. Os resultados financeiros dessa ação seriam
distribuídos a entidades que se envolvem com menores carentes no território nacional.
A ideia vingou e, desde então, a IECLB SELOS vem conquistando reputação ímpar entre os círculos
filatélicos e além, auxiliando dessa forma centenas de crianças carentes Brasil afora. Em 2021, aos 93 anos,
faleceu o fundador da IECLB Selos, Dieter Fertsch, depois de 37 anos de dedicação à entidade. Mas ele
continua sendo inspiração para todos no projeto que, desde abril de 2017, tem suas atividades em Belo
Horizonte, MG na Instituição Beneficente Martim Lutero – IBML.
Os anos 2020-2021 foram anos de superação e a IECLB Selos teve que se reinventar e se adaptar
durante a pandemia. Após dois anos, a equipe, agora, pode se reunir novamente para presencialmente
organizar os selos. Como em tudo nesta era Covid-19, ainda há que se ter muita paciência. Hoje, boa parte
das atividades filatélicas da entidade são feitas na casa dos voluntários, enquanto consultas e pedidos são
recebidos por e-mail e telefone celular. As diversas tecnologias de comunicação como o WhatsApp e e-
mail são essenciais para atender os colecionadores e suas necessidades.

Os selos doados são classificados e


organizados por países ou temas. Se não
houver selos especiais, são feitos pacotes de 80
a 200 gramas. Os selos especiais são vendidos
separadamente por mancolistas, sobretudo os
selos da Alemanha, Brasil e Suiça. A equipe usa
os catálogos Yvert-Tellier (francês) ou Michel
(alemão) para selos estrangeiros e o catálogo
RHM para selos nacionais. São praticados
preços de mercado e se procura primar por
absoluta honestidade e transparência, nunca
tentando empurrar material danificado ou sem
valor, sob qualquer pretexto.

A pandemia atraiu novos colecionadores e permitiu que muitas pessoas tivessem mais tempo para
se dedicar aos seus hobbies. Em 2021, as vendas da IECLB Selos aumentaram quase 20% em relação aos
números anteriores à pandemia.
São recebidas doações de selos de diversas partes do mundo. A IECLB Selos está ligada à Obra
Gustavo Adolfo da Igreja Luterana (IECLB) e, através dessa, ao Gustav-Adolf-Werk na Alemanha, que ajuda
a conseguir catálogos, classificadores e outros materiais necessários ao bom desempenho das funções.
Todo o trabalho é voluntário e a arrecadação com a venda de selos destina-se a projetos de apoio a
crianças e jovens em situação de risco social no Brasil.

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No inicio de 2021, foi concretizada a
doação de R$ 4.500,00 para o trabalho
com crianças e jovens da Associação
Luterana Prle Universalizaçãode
Direitos Sociais (Pró-Ludus) da
comunidade luterana de Gravatá, em
Pernambuco (no nordeste do Brasil,
ainda a região mais carente do país).
Na tentativa de mitigar as situações de
vulnerabilidade social, a atuação da
Pró Ludus busca promover ações
contínuas de acesso à educação com
60 crianças e adolescentes, através da
Brinquedoteca. Em 2022, foram
enviados R$ 5.000,00 para a Creche
Lupicínio, em Porto Alegre, RS.
Não há nada mais recompensador que ver uma criança sorrir durante estes tempos
complicados. A IECLB Selos apoiou a entrega dos presentes de Natal às 40 crianças do Centro Cantinho
Amigo, uma das unidades da IBML, em Ribeirão das Neves (um dos municípios mais pobres da região
metropolitana de Belo Horizonte), em conjunto com outros parceiros.
Os projetos sociais da IBML, como o
CCA, voltaram a funcionar em 2021,
mas durante o início da pandemia,
houve sempre o apoio às crianças e suas
famílias. No CCA são acolhidas e
cuidadas, em tempo integral, crianças
de dois a quatro anos. Além do trabalho
pedagógico e dos cuidados de higiene, a
creche propicia tranquilidade para
mães e pais que buscam melhorar suas
condições de vida.
Aquela coleção antiga,
guardada no fundo do armário ou do
baú, é presa fácil de "ferrugem" e de
traças. Antes que se desvalorize totalmente, doe-a. Ela será aproveitada para render valores para projetos
com jovens e crianças. Dediquemo-nos um pouco mais à solidariedade. Somos gratos a todos que ajudam,
através de pequenos gestos, a dar às crianças a esperança de um futuro melhor.

(*) Contato:
Herbert Knup / Coordenador IECLB Selos [email protected]
IECLB-Selos
IBML
Rua Dona Salvadora 37 - Serra
30220-230 Belo Horizonte – MG
Telefone de contato:
(31) 99660-8340 WhatsApp

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Índice de Artigos

Marc Ferrez entre o Império e a República 04

BRASIL, 200 Anos de Independência 16

SCF Entrevista Lucia Milazzo 34

A série de Selos Regulares com Flores da Alemanha 38

Centenário da Independência do Brasil – 1922 50

Hipócrates, o Pai da Medicina 54

Colecionador Mirim – Experiências Culturais para Crianças 56

Guernica, a crueldade de uma guerra 59

IECLB SELOS – Solidariedade por meio da Venda de Selos 64

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a
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