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RESUMO

O presente trabalho cujo tema é Estudo de possíveis Músicas Clássicas Angolanas, tem como
objetivo dar a conhecer o que é a música clássica, quais as suas características, e que factores
que determinam uma música como clássica. Iremos selecionar uma música de cada músico em
estudo e fazer uma análise das mesmas, para então determinarmos se elas são clássicas ou não.
Palavras-chave: Estudo, Possíveis, Música Clássica.
INTRODUÇÃO
O Presente trabalho é composto por três capítulos, no primeiro capítulo fazer a definição de
termos e conceitos, e fundamentar
OBJECTIVOS
Objetivo Geral:
Estudar possíveis músicas clássicas angolanas.
Objetivos Específicos:
Apresentar os fundamentos sobre a linguagem e o conceito de clássico na literatura
Identificar alguns estilos musicais angolanos.
Apresentar os fundamentos da música clássica angolana.
Analisar algumas músicas possíveis de se considerar clássica angolana.
PROBLEMA DE PESQUISA
No intuito de querer aprofundar mais a nossa ideia, mergulhamos no desafio de saber mais sobre
o tema. Para tal levantamos a seguinte questão:
Como considerar possíveis músicas clássicas angolanas?
HIPÓTESES
Provavelmente além do fator temporal e estilo, as músicas angolanas podem ser consideradas
clássicas por meio de alguns fatores, tais como: Valor social, cultural, histórico e político.
Que fatores que possam ser considerados para a formação de uma música clássica.
Possivelmente existem características próprias da linguagem musical clássica angolana.
JUSTIFICATIVA
A escolha do Tema deveu-se a um debate entre mim, Agostinho Vilola e Vânio de Carvalho
Vieira, com a necessidade de compreender a música clássica cujo debate levou-nos a questões
que não tínhamos respostas, e isto levou-nos a mergulhar para uma investigação.
METODOLOGIA
A investigação de um trabalho académico de carácter científico exige a definição de
procedimentos metodológicos para se encontrar e apresentar os conteúdos, mas também para se
poder verificar os resultados encontrados.
Quando se fala em método, busca-se explicar quais são os motivos pelos quais o pesquisador
escolheu determinados caminhos e não outros. OLIVEIRA (2011, p.7).
O método científico é fundamental para validar as pesquisas e seus resultados serem aceitos.
Dessa forma, a pesquisa, para ser ciência, requer um procedimento formal, realizado de modo
sistemático, utilizando para isto método próprio e técnicas específicas. RUDIO (1980).
OLIVEIRA (2011), citando Gil, o método científico é um conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos utilizados para atingir o conhecimento.
Os métodos utilizados são:
Quanto aos objetivos da pesquisa utilizamos a pesquisa bibliográfica e documental.
INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS
Segundo LAKATOS e MARCONI (2001), As técnicas de coleta de dados são um conjunto de
regras ou processos utilizados por uma ciência, ou seja, corresponde à prática da coleta de
dados.
Para elaboração do trabalho utilizamos a pesquisa documental e a bibliográfica (para ajudar na
coleta de dados por diferentes autores e no levantamento de dados passados).
CAP. I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O primeiro capítulo da presente pesquisa discorre-se sobre a fundamentação teórica, onde
abordaremos a definição de termos e conceitos para uma melhor compreensão do estudo.
1.1-DENINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS
1.1.1-ESTUDO

1.1.2- POSSÍVEIS

1.1.4-MÚSICA CLÁSSICA
Para uma melhor compreensão começaremos por definir o que é música e o que é clássico.
Música segundo Townsend mencionado por FERNANDO e SANTOS (2022), “é a arte de
combinar harmoniosamente vários sons, frequentemente de acordo com as regras.
Segundo ZUKERBANDL (1974), música é uma linguagem simbólica que transmite ideias e
emoções.
Para os autores a música é a combinação harmónica de sons com a finalidade de transmitir
conhecimentos, ideias e emoções.
Clássico segundo CAMACHO E TAVARES (2005), que tem autoridade; que serve de modelo;
habitual. Autor de obra consagrada pelo tempo.
Música Clássica
LINGUAGEM, LÍNGUA, FALA E ESTILO
Quem diz linguagem diz demarcação, significação e comunicação. Neste sentido todas as
práticas humanas são tipos de linguagem visto que têm a função de demarcar, de significar, de
comunicar.
Como instrumento de comunicação, a linguagem é essencialmente uma capacidade inerente aos
seres humanos. Por meio dela, eles travam um relacionamento consciente com seus
semelhantes. O interesse por seu estudo é muito antigo, expresso por mitos, lendas, cantos,
rituais ou por trabalhos eruditos que buscam conhecer essa capacidade humana. PETER (2004)
Segundo KRISTEVA (1996), linguagem é produzir objectos de arte ou discursos explicativos
como as religiões ou os mitos, é formar uma espécie de sistema linguístico secundário em
relação à linguagem, e instaurar na base desse sistema um circuito de comunicação com
sujeitos, um sentido e uma significação.
Para SAUSSURE (1916), a linguagem vem a ser uma moeda apresentando as duas faces
interdependentes: o lado social (língua) e o lado individual (fala). É uma faculdade comum a
todos os homens. É heteroclítica e multifacetada, tendo em vista abarcar vários domínios,
envolve aspectos físicos, fisiológicos e psíquicos.
A linguagem segundo (CUNHA e CINTRA, 2006), “é um conjunto complexo de processos-
resultado de uma certa actividade psíquica profundamente determinada pela vida social- que
torna possível a aquisição e o emprego concreto de uma língua qualquer”. Usa-se também o
termo para designar todo o sistema de sinais que serve de meio de comunicação entre os
indivíduos. Desde que se atribua valor convencional a determinado sinal, existe uma linguagem.
Para os autores a linguagem são códigos utilizados para transmitir conceitos, ideias e,
sentimentos.

1.4- DA MÚSICA À MUSICOLOGIA


Há indícios de que desde a pré-história já se produzia música, provavelmente como
consequência da observação dos sons da natureza. É de cerca do ano 60.000 a.C. o vestígio de
uma flauta de osso e de 3.000 a.C. a presença de liras e harpas na mesopotâmia.
A música segundo TUTI (2019), “é uma atividade que fascina e intriga a humanidade desde
tempos imemoriais”.
Para os autores a música é uma combinação de melodias e voz resultando na harmonia com a
finalidade de fascinar o ouvinte.
Não há registro histórico de que tenha existido uma sociedade ou comunidade, por menor ou
mais antiga que fosse, que não tivesse uma forma de expressão musical.
A palavra “música” vem do grego “mousiki” o que quer dizer a “arte das musas”, as 9 deusas da
mitologia grega que inspiram a criação humana, em termos de criatividade e produção de
conhecimento, nas áreas da literatura, e das ciências.
A origem da música parece anteceder a da linguagem. Existem evidências arqueológicas de que
nossos antepassados desenvolveram primeiro a capacidade de se comunicar por interjeições, ou
seja, sonoridades com regularidades rítmicas e tonais, como aquelas encontradas na música,
antes de desenvolverem a capacidade de abstração mental necessária para atribuição de
significados semânticos a sons particulares, para nomes, objetos e ações específicas, de onde se
desenvolveu a linguagem.
Existem relatos de comunidades de que não desenvolveram conceitos básicos, como a noção de
duração de tempo, formas de contagem de objetos ou seres, nomes para diferente cores, ou
mesmo um conceito religioso ou mitológico que explicasse as suas origens.
A música, assim como a linguagem, é uma comunicação sonora. No entanto, estas cumprem
funções bastante distintas. A música, apesar de eventualmente conter um certo grau de
significado, normalmente não apresenta um conteúdo semântico complexo, como é o caso da
linguagem. TUTI (2019).
De um modo geral, as músicas que são espontaneamente geradas pelas comunidades, costumam
expressar conteúdos emocionais e afetivos, estando muitas vezes ligadas à rituais, cerimónias ou
até a determinados estados de espírito. A linguagem apresenta a função de entendimento do
mundo através da categorização de sons referentes a objetos, ações e atributos.
Tanto música quanto linguagem se valem da modulação sonora de regularidades rítmicas, tonais
e de intensidade para compreender e expressar o mundo e a mente humana. Música e linguagem
são assim irmanadas e até compartilham as mesmas regiões cerebrais durante o seu
processamento. Ambas são atividades exclusivas e ubiquamente humanas e são formas de
comunicação sonora que transmitem conceitos distintos porém igualmente relevantes, tanto para
o indivíduo quanto para a sua intenção comunitária.
Como se sabe, o significado do sufixo “logia” é “o estudo de”, aplicando a este sufixo a palavra
“música”, tem-se o termo “Musicologia” que significa, em linhas gerais o estudo da música, em
todas as suas formas, expressões, aplicações, perspectivas e objetivos. Assim, entendemos que
Musicologia é o termo geral que se refere a todos os tipos de pesquisa em música, desde a sua
composição e performance até a sua composição.

1.4.1- MUSICOLOGIA
Através do estudo da música, é possível investigar a essência de uma parte fundamental da
natureza humana; o entendimento, o gerenciamento e a expressão de emoções.
Tal estudo envolve diferentes áreas e disciplinas do conhecimento humano, como a matemática,
a física, a filosofia, a história, a sociologia, a antropologia, a fisiologia, a psicologia, a
neurologia, as ciências computacionais, e a neurociência. As maiores vertentes da musicologia
são: Musicologia histórica, Etnomusicologia, Teoria musical e Musicologia sistemática (TUTI,
2019).
1.4.1.1- MUSICOLOGIA HISTÓRICA
É o campo mais estabelecido da musicologia, e com maior número de publicações. Este trata
basicamente do estudo da história da composição musical erudita europeia, ou seja, a música
ocidental registrada em notações musical.
Acredita-se que a origem da musicologia histórica ocorreu no século XVIII DC, com a
publicação do livro “Storia del la musica”, de Padre Giovanni Battista Martini (1706-1784). A
musicologia histórica baseia-se principalmente no estudo documentacional das obras musicais e
de seus compositores, a partir da análise de suas partituras e documentos da época relacionados
à obra e à vida do seu compositor.
1.4.1.2- A ETNOMUSICOLOGIA
O termo etnomusicologia vem de 2 palavras de origem grega: ethnos (que significa “povo ou
nação estrangeira”), e música. O termo foi cunhado pelo pesquisador e músico holandês Jaap
Kunst.
A Etnomusiclogia originou-se no final do século XIX DC com o surgimento da gravação
sonora, o que permitiu, pela primeira vez, o registro fono-gráfico do consequente estudo da
música que não era registrada na forma de notação musical, como é o caso das músicas
folclóricas, populares, indígenas, de povos e comunidades sem métodos ou tradições do registro
notacional de sua expressão musical.
Atualmente, a etnomusicologia se dedica ao estudo da música como fenómeno antropológico,
ou seja, a partir do estudo etnográfico dos aspectos, origens e impactos sociais, especialmente
culturais do fenómeno musical. Deste modo, a etnomusicologia concentra-se especialmente no
estudo da música como patrimônio cultural imaterial. Isto ocorre através de uma abordagem
pré-dominantemente qualitativado estudo das tradições e expressões culturais musicais.
1.4.1.3- A TEORIA MUSICAL
Trata do estudo dos métodos e práticas que permitem aos compositores e produtores musicais
criarem obras melhores, de modo mais eficiente e coerente, dentro de uma determinada
perspectiva doméstica vigente, ou atrelada à um estilo, género, arranjo, época, localidade,
necessidade mercadológica ou ideológica.
Sua abordagem é predominante empírica, ou seja, baseia-se na experiência musical do teórico, e
engloba disciplinas diversas, como a matemática, a acústica, aperceção musical e a semântica.
1.4.1.4- A MUSICOLOGIA SISTEMÁTICA
É o termo que se refere ao estudo empírico, sistemático e, portanto, fortemente quantitativo da
origem, natureza e apreciação do fenómeno musical. Alguns estudiosos argumentam que a
origem da musicologia sistemática vem da Grécia antiga, tendo suas raízes nos estudos de
Pitágoras, Platão, Aristóteles e Aristóxeno. No entanto, o termo só foi cunhado no final do
século XIX DC, por Guido Adler, que, nos moldes de outras disciplinas da época, no caso, o
direito e a teologia, propôs uma divisão similar ao estudo da música, entre duas grandes
disciplinas, a musicologia histórica e musicologia sistemática, sendo que esta última se
dedicaria exclusivamente a descobrir e a estudar as leis fundamentais que regem a criação a
expressão e a apreciação musical.
A musicologia sistemática é a área da musicologia que apresenta a maior interdisciplinaridade,
ou seja, a cooperação entre diversas áreas do conhecimento humano para o estudo da música.
1.4.2- CLASSIFICAÇÃO DA MÚSICA
A classificação de músicas é um processo fundamental na indústria musical, que consiste em
categorizar as músicas de acordo com diferentes critérios, como gênero, estilo, ritmo,
instrumentação, entre outros. Essa classificação permite que as músicas sejam organizadas e
catalogadas de forma eficiente, facilitando a sua busca e descoberta pelos ouvintes.
A classificação de músicas pode ser realizada de diferentes maneiras, dependendo do contexto e
dos objetivos. Uma das formas mais comuns de classificação é por gênero musical, onde as
músicas são agrupadas de acordo com suas características sonoras e estilísticas. Alguns
exemplos de gêneros musicais são rock, pop, hip-hop, eletrônica, jazz, entre outros.
Além da classificação por gênero, também é possível classificar as músicas de acordo com
outros critérios, como o ritmo, a instrumentação, a temática, a década de lançamento, entre
outros. Esses critérios adicionais permitem uma classificação mais detalhada e específica,
facilitando ainda mais a busca e a descoberta de músicas pelos ouvintes.
A importância da Classificação de Músicas
A classificação de músicas desempenha um papel crucial na indústria musical, pois permite que
as músicas sejam agrupadas de acordo com suas características e atributos. Isso facilita a
organização e a busca de músicas por parte dos ouvintes, tornando mais fácil encontrar músicas
que se encaixem em determinado gosto musical ou estado de espírito.
Além disso, a classificação de músicas também é essencial para profissionais da indústria
musical, como produtores, DJs e programadores de rádio, que precisam encontrar músicas
adequadas para determinados eventos, programas ou playlists. Através da classificação, esses
profissionais podem identificar rapidamente as músicas que se encaixam em suas necessidades e
preferências.
1.4.3- DIVISÃO DA MÚSICA
Tipos de elementos Artísticos
 Erudita;
 Popular;
 Religiosa;
 Folclórica.
 Melodia;
 Harmonia;
 Ritmo;
 Timbre.

A música é considerada por diversos autores, como uma prática cultural e humana. Embora nem
sempre é feita com este objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte,
considerada por muitos como sua função principal.
A criação, a performance, o significado e até mesmo a definição variam de acordo com a
cultura e o contexto social.
Dentro das artes, a música pode ser classificada como uma arte de representação, uma arte
sublime, uma arte de espetáculo. Para indivíduos de muitas culturas a música está extremamente
ligada a sua vida.
A Música expandiu-se ao longo dos anos, e atualmente se encontra em diversas utilidades, não
só como arte, mas também como militar, educacional ou terapêutica (musicoterapia).
A história da música é marcada por diferentes períodos musicais, cada um com suas
características distintas e estilos únicos. Entre os períodos mais conhecidos estão:
 Barroco;
 Clássico;
 Romântico;
Esses períodos tiveram um papel fundamental no desenvolvimento da música clássica.
PERÍODO DO BARROCO: ornamentação e expressão intensa
O período Barroco, que se estendeu aproximadamente do final do século XVI até meados do
século XVIII, foi marcado por uma estética ornamentada e uma expressão musical intensa. A
música barroca era caracterizada por linhas melódicas complexas, harmonias elaboradas e uma
profusão de ornamentações, como trinados, mordentes e apogiaturas.
Uma das características marcantes do Barroco é o baixo contínuo, uma prática musical na qual
um instrumento de baixo, como o violoncelo ou a viola da gamba, tocava a linha de baixo,
enquanto um instrumento de acompanhamento, como o cravo, improvisava acordes sobre essa
linha. Isso conferia uma sonoridade rica e texturizada às composições barrocas.
Nesse período a música também estava fortemente ligada à expressão de emoções e à retórica
musical. Compositores como Johann Sebastian Bach, George Frideric Handel e Antonio Vivaldi
deixaram um legado duradouro nesse período, com obras que exploravam toda a riqueza e
complexidade da música barroca.
PERÍODO CLÁSSICO: equilíbrio e forma simétrica
O período Clássico, que se estendeu aproximadamente do final do século XVIII até o início do
século XIX, foi marcado por uma busca pelo equilíbrio e pela forma simétrica. A música
clássica era caracterizada por melodias claras e bem estruturadas, harmonias simples e um foco
na proporção e na forma.
Durante esse período, a orquestra moderna começou a se desenvolver, com a adição de novos
instrumentos, como o clarinete e a trompa. Os compositores clássicos, como Wolfgang Amadeus
Mozart, Joseph Haydn e Ludwig van Beethoven, escreveram sinfonias, concertos e quartetos de
cordas que se tornaram pilares do repertório clássico.
Uma curiosidade interessante sobre o período Clássico é a forma sonata-allegro, que se tornou
uma estrutura comum para o primeiro movimento de muitas obras clássicas. Essa forma
consiste em três seções principais: exposição, desenvolvimento e recapitulação.
A exposição apresenta os temas musicais, o desenvolvimento os desenvolve e os modifica, e a
recapitulação traz de volta os temas iniciais, geralmente em uma tonalidade diferente, antes de
serem concluídos.
Classicismo é a fase em que a música, já liberta da pesquisa de novas formas, pode se
manifestar livremente, sendo descrita como a Arte Pura.
Alguns estudiosos definem a música de concerto como aquela que se baseia principalmente na
clareza, no equilíbrio, na objetividade da estrutura formal, em lugar do sentimentalismo
exagerado ou da falta de limites de linguagem musical.
ROSS (2007), A música clássica é também frequentemente utilizada na cultura pop como
música de fundo para filmes, programas de televisão e anúncios publicitários; como resultado
disto, a maior parte das pessoas no Ocidente regularmente - muitas vezes de maneira desavisada
- escuta peças de música clássica. Pode-se, assim, argumentar que os níveis relativamente
baixos de vendagem das gravações de música clássica não são um bom indicador de sua
popularidade real.
PERÍODO ROMÂNTICO: expressão individual e emoções intensas
O período Romântico, que se estendeu aproximadamente do início do século XIX até o início
do século XX, foi marcado por uma ênfase na expressão individual, nas emoções intensas e no
sublime. A música romântica era caracterizada por melodias expressivas, harmonias ricas e
complexas, e uma busca pela expressão dos sentimentos humanos.
Durante o período Romântico, a orquestra expandiu-se ainda mais, com a adição de novos
instrumentos e um maior número de músicos. Os compositores românticos, como Ludwig van
Beethoven (que transitou do período Clássico para o Romântico), Franz Schubert, Frédéric
Chopin e Pyotr Ilyich Tchaikovsky, compuseram obras que abrangiam uma ampla gama de
emoções, desde a melancolia até a euforia.
Uma curiosidade fascinante sobre o período Romântico é a valorização do nacionalismo
musical. Muitos compositores buscaram incorporar elementos musicais de sua cultura e folclore
nativos em suas composições, com o objetivo de criar uma identidade musical distintamente
nacional.
Essa tendência pode ser observada, por exemplo, nas obras de compositores como Bedřich
Smetana e Jean Sibelius.
Explorar esses períodos musicais nos permite apreciar a diversidade e a riqueza da música
clássica e entender como ela evoluiu ao longo do tempo.
1.4.3.1- MÚSICA POPULAR
Música popular é qualquer gênero musical acessível ao público em geral. Distingue-se da
música tradicional por ser escrita e comercializada como uma comodidade, sendo a evolução
natural da música tradicional, que seria a música de um povo transmitida ao longo das gerações.
Como o nome mesmo já diz, é a música do povo.
Na virada do século XX, a música popular apresentava-se sob a forma de ópera ligeira, ou
"opereta", e do entretenimento predominante nos teatros de variedades britânico e americano,
que atraíam grandes e entusiásticas plateias. Cinquenta anos depois, o mundo deixava-se
dominar pelo rock'n'roll. O catalisador dessa transformação surgiu quando descendentes de
escravos do oeste africano introduziram nos Estados Unidos o ritmo do jazz.

1.4.3.2- MÚSICA RELIGIOSA


Música religiosa, ou música litúrgica é a música executada ou composta para fins religiosos. É
oposta à música profana ou secular, e varia sua forma e seu propósito de acordo com a religião.
Não há registro da música cristã dos primórdios, à exceção de alguns poucos fragmentos do
Novo Testamento que provavelmente eram hinos.
Durante a Idade Média, o conceito de música sacra, para distingui-la da música do povo, e este
é provavelmente o núcleo principal da tradição musical cristã. As vertentes pentecostais, no
entanto, têm usado a chamada música gospel em seus cultos, que tendem a misturar a música
popular com hinos de louvores a Deus.
1.4.3.3- MÚSICA FOLCLÓRICA
A música folclórica é um tipo de canção popular e tradicional que faz parte da sabedoria de um
povo.
Este tipo de manifestação musical é transmitido pela tradição oral e, em muitas vezes, o autor da
mesma já foi esquecido ou nem mesmo chegou a ser conhecido pelo mundo.
De qualquer forma estes compositores anônimos dificilmente são profissionais, mesmo que
tenham um grande talento para isso.
1.4.3.3.1- PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA MÚSICA FOLCLÓRICA
As melodias folclóricas refletem o estilo local e preservam uma herança cultural de uma região
durante longos períodos, visto que encontramos músicas muito antigas dentre eles.
Elas podem ser interpretadas por um solista em um país ou por um coro em outra nação. É
comum que está alternância ocorra em cada um dos versos e estrofes.
As principais características da música folclórica são:
 Criação espontânea;
 Simplicidade e repetição nas letras;
 Relação com grupos regionais;
 Constitui uma herança cultural;
 Transmitida de geração em geração.
 Todos esses quesitos sempre acompanham cada uma das letras folclóricas.

1.4.3.4- A MÚSICA ERUDITA


O termo erudito vem do latim eruditus e pode significar ‘educado’ ou ‘instruído’. Por isso,
muitas pessoas acreditam que a música erudita é mais comum na classe alta e se distancia das
classes populares. No entanto, esse pensamento é apenas uma barreira estabelecida por parte da
sociedade. Música é cultura, algo que está em todos os lugares.
A música erudita, popularmente conhecida como música clássica, trata-se de uma manifestação
artística que combina os sons e seus elementos primordiais: altura, duração, timbre e
intensidade, de forma escrita relacionados através de símbolos. Ou seja, é o estilo musical que
não vem das tradições folclóricas ou populares.
Esse estilo de música foi desenvolvido seguindo o modelo da música secular e da liturgia
ocidental e esse período corresponde desde o século IX até o presente.
Há diversas categorias de música erudita, como óperas, sinfonias, concertos, recitais, oratórios,
etc.
A música clássica pode ser considerada pelo tempo e pelo estilo. Em termos de tempo a música
clássica geralmente se refere à tradição musical europeia que abrange ~um período de vários
séculos, incluindo a música do período medieval, renascentista, barroco. Clássico, romântico e
moderno. Cada período tem características musicais distintas e reflete as tendências artísticas e
culturais da época
Em relação ao estilo, a música clássica pode ser caracterizada
1.4.3.4.1- DIVISÃO CRONOLÓGICA DA MÚSICA CLÁSSICA:
As principais divisões cronológicas da música clássica são:
 Período da música antiga: inclui a música medieval (476 – 1400) e a renascentista
(1400 – 1600),
 Período da prática comum: inclui os períodos barroco (1600 – 1750), clássico (1730 –
1820) e romântico (1815 – 1910),
 Período moderno e contemporâneo: incluem a música clássica do século XX (1900 –
2000) e a música clássica contemporânea (1975 – presente).
As datas são generalizações, já que os períodos frequentemente se sobrepõem, e as categorias
são um tanto arbitrárias. O uso, por exemplo, do contraponto e da fuga, considerados
característico do período barroco, foi continuado por Haydn, que é classificado como um
compositor típico do período clássico. Beethoven, que frequentemente é descrito como o
fundador do período romântico, e Brahms, que é classificado como um romântico, também
usavam o contraponto e a fuga - porém outras características de suas obras definiram esta
categorização. ROSS (2007).

1.4.3.4.2- CARACTERÍSTICA DA MÚSICA CLÁSSICA


Segundo ROSEN (1988), A música clássica apresenta diversas características em relação ao
tempo e ao estilo.
Algumas das principais características incluem:
1. Tempo:
- Andamento variado: A música clássica pode ser composta em diversos andamentos, desde os
mais lentos (Adagio, Lento) até os mais rápidos (Allegro, Presto), permitindo uma ampla gama
de expressões musicais.
- Ritmos complexos: Muitas obras clássicas apresentam ritmos complexos e variações
rítmicas que desafiam os intérpretes e proporcionam um dinamismo único à música.
2. Estilo:
- Polifonia: A música clássica frequentemente emprega a técnica da polifonia, na qual várias
vozes musicais independentes são combinadas para criar harmonias complexas e texturas
sonoras ricas.
- Contraponto: O contraponto é uma técnica comum na música clássica na qual diferentes
linhas melódicas se entrelaçam de forma intricada e harmônica.
- Formas musicais tradicionais: A música clássica faz uso extensivo de formas musicais
tradicionais como sonata, sinfonia, concerto, fuga, entre outras, que fornecem estruturas sólidas
para o desenvolvimento musical.
- Harmonias elaboradas: A música clássica é conhecida por suas harmonias complexas e
sofisticadas, que muitas vezes exploram modulações e dissonâncias para criar tensão e
resolução emocional.
- Expressividade emocional: A música clássica é capaz de transmitir uma ampla gama de
emoções e sentimentos, desde a alegria e exuberância até a tristeza e melancolia, por meio de
nuances expressivas e dinâmicas.
Essas características combinadas contribuem para a riqueza e profundidade da música clássica,
tornando-a um gênero musical atemporal e fascinante.
1.4.4- DIFERENÇA ENTRE MÚSICA CLÁSSICA E POPULAR
Pode-se argumentar que a música erudita, em grande parte, mas nem sempre, tem como
característica uma maior complexidade. Mais especificamente, a música erudita envolve um
maior número de modulações (mudança da tónica), recorre menos à repetição de trechos
substanciais da peça musical (na música popular o refrão é comum), além de recorrer a um uso
mais vasto das frases musicais, que não são limitadas por uma extensão conveniente para a sua
popularidade entre o público (ou seja, que permita à música "entrar no ouvido" ou seja, na
memória). Na música erudita, o minimalismo vai contra estas tendências que se acabaram de
aplicar. No entanto, é normal que a música erudita permita a execução de obras mais vastas em
termos de duração (variando de meia hora a três horas). Ross (2007).
A música popular pode, no entanto, ser bastante complexa em diferentes dimensões. O jazz
pode fazer uso de uma complexidade rítmica que não acontece numa larga maioria de obras
clássicas. A música popular pode recorrer também a acordes complexos que destoariam (ou não,
mas, em todo o caso são pouco usados) numa peça erudita. A verdade é que aquilo a que se
chama de música erudita é um campo de uma vastidão enorme, difícil de espartilhar numa ou
noutra regra.

1.5- O CLASSICO NA MÚSICA E NA LITERATURA


Na música e na literatura o termo “clássico” é frequentemente utilizado para descrever obras
que são consideradas de grande importância, influência e qualidade. Abaixo estão algumas
definições mais específicas para cada área:
Na música, um clássico pode se referir a uma obra que se destaca por sua atemporalidade,
originalidade e influência duradoura. Muitas vezes, as obras clássicas na música são aquelas
compostas por grandes mestres como Bach, Beethoven, Mozart, entre outros. Em Angola
podemos encontrar (André Mingas, Rui Mingas, Urbano de Castro, Selda Paulo Flores, Totó ST,
Sibem etc.).
Além disso o termo clássico também pode ser usado para descrever um género musical
específico que se destaca pela sua sofisticação e estrutura complexa, como a música clássica.
Na literatura, um clássico é geralmente uma obra literária que resistiu ao teste do tempo e
continua sendo relevante e apreciada ao longo dos séculos. Essas obras muitas vezes abordam
temas universais, têm personagens bem desenvolvidos, uma narrativa envolvente a uma
linguagem rica. Exemplos clássicos angolanos incluem obras como: Sagrada Esperança
(Agostinho Neto), Mayombe (Pepetela), Luuanda (José Luandino Vieira), A Ultima flor do
Lácio (Rui de Noronha), etc.
Esses autores e suas obras são fundamentais para entender a evolução da literatura angolana e
seu papel na formação da identidade cultural do país.
Em resumo, tanto na música quanto na literatura, um clássico é uma obra que é considerada de
grande valor artístico e cultural, e que continua a ser apreciada e estudada ao longo do tempo.

A LITERATURA E A MÚSICA EM ANGOLA


A música e a literatura em Angola desempenham um papel fundamental na expressão da cultura
e identidade do país.
Na música, os estilos mais populares incluem o semba, kizomba, kuduro e o funaná. Estes
géneros musicais refletem a diversidade cultural de Angola, incorporando influências africanas,
portuguesas e brasileiras. Artistas angolanos como Bonga, Teta Lando e, Paulo Flores têm
contribuído significativamente para a cena musical do país, tanto a nível nacional como
internacional.
Na literatura, Angola tem uma rica tradição de escritores que abordam questões sociais, políticas
e culturais do país. Autores como Pepetela, Ondjaki, José Eduardo Agualusa e Lopito Feijóo são
reconhecidos internacionalmente pela sua escrita inovadora e pela forma como retratam a
realidade angolana. A literatura angolana é uma ferramenta importante para a preservação da
história e da memória do país, além de promover a diversidade de vozes e experiências dentro
da sociedade angolana.
Tanto a música quanto a literatura em Angola desempenham um papel vital na construção da
identidade nacional e na promoção da diversidade cultural do país. Ambas as formas artísticas
são valorizadas e apreciadas pelos angolanos, contribuindo para o enriquecimento da cena
cultural do país e para a projeção da cultura angolana no mundo.
ESTILOS MUSICAIS ANGOLANOS

1.8- A MÚSICA CLÁSSICA EM ANGOLA


A música clássica tem uma presença significativa em Angola, com uma tradição que remonta à
época colonial. Durante esse período, a música clássica era promovida principalmente por
instituições educacionais e grupos de elite. Após a independência de Angola em 1975, a música
clássica continuou a ser cultivada e apreciada, embora muitas vezes em um contexto mais
limitado.
Nos últimos anos, houve um ressurgimento do interesse pela música clássica em Angola, com o
surgimento de novas escolas de música, orquestras e iniciativas para promover a educação
musical clássica. Muitos músicos angolanos têm se destacado internacionalmente em campos
como a ópera, música de câmara e composição.
Além disso, eventos e festivais de música clássica têm sido organizados em Angola,
proporcionando oportunidades para artistas locais e internacionais se apresentarem e
compartilharem seu talento com o público angolano.
Alguns dos compositores clássicos angolanos do século XX e contemporâneos incluem:
1- Victor Gama - Compositor, músico e construtor de instrumentos musicais angolano,
conhecido por suas obras que combinam elementos tradicionais africanos com técnicas
contemporâneas.
2- Avelino Mikael - Compositor e pianista angolano, cujas composições abrangem uma
variedade de estilos, incluindo música clássica e jazz.
3- Totó ST - Cantor e compositor angolano, conhecido por suas baladas romântic as e
interpretação única. Ele é um dos artistas mais populares da cena musical angolana.
4- Ruy Mingas - Compositor e cantor angolano, conhecido por suas canções que
incorporam influências da música tradicional angolana .
5- Yola Semedo - Cantora angolana de renome, conhecida por sua interpretação emocional
e poderosa. Ela é uma das vozes mais reconhecidas da música angolana.
6- Sebem- conhecido como “Rei das Paranoias”, conhecido por suas letras cativantes e
performances eletrizantes, ele conquistou corações e fez todo mundo dançar. Sua
música como “felicidade” faz sentir-se vivo e conectado com a cultura nacional.
Esses são apenas alguns exemplos de compositores clássicos angolanos do século XX e
contemporâneos. A cena musical clássica em Angola está em constante evolução, e novos
talentos continuam a surgir, enriquecendo o cenário musical do país.
Em resumo, a música clássica tem uma presença vibrante e crescente em Angola, refletindo o
interesse contínuo e o compromisso com a arte musical de alta qualidade no país.

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