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ISSN: 2665-3184
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Universidad Pedagógica Nacional
Colombia
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uma alternativa à filosofia clássica da que não existe separação entre a história
ciência. Pickering (1992, p. 4) resume as internalista e a história externalista. Para
posições fundamentais desta corrente o autor, a história social das ciências
nos seguintes termos: é um projecto intelectual que tem por
“Em primeiro lugar, e como o seu objectivo resistir a esta separação. Esta
nome sugere, a principal problemá- visão relativista e socializadora do co-
tica da Sociologia do Conhecimento nhecimento científico vai receber fortes
Científico é a da ciência como con-
críticas, nomeadamente de filósofos
hecimento, e a sua principal marca é
como Bunge (sem data), Chalmers (1994)
a insistência de que o conhecimento
científico é constitutivamente social e Laudan (1996), entre outros.
em todos os aspectos que afectam o Ronald Giere (1989) contrapõe uma
seu núcleo teórico: o próprio conhe- proposta de conciliação, ao considerar
cimento científico só pode ser com- que se deve abandonar a tentativa de
preendido como um produto social. separar conteúdo e métodos da ciên-
Em segundo lugar, a Sociologia do cia da realidade psicológica e social,
Conhecimento Científico é decidida- procurando-se preservar uma imagem
mente empirista e naturalista”. da ciência do tipo representativo, uma
Este relativismo social, que não se vez que os mecanismos subjacentes ao
rege por critérios lógicos ou racionais desenvolvimento das ciências são tanto
para avaliar o conhecimento científico, já de natureza cognitiva quanto social.
que este se desenvolve sempre num con- Como o próprio autor refere: “reconhece-
texto social e os seus conteúdos sofrem se que a ciência é uma actividade intrin-
a influência daqueles que os elaboram secamente humana, mas ainda assim é
(Barnes, 1987), vai-se desmultiplicando uma actividade que produz modelos do
em diversas perspectivas da Sociologia mundo que se lhe ajustam melhor ou
do Conhecimento Científico, ao longo pior, embora nunca sejam perfeitos ou
das décadas de 1970 e 1980. No entanto, completos. Além do mais a ciência é uma
as relações entre algumas dessas pers- actividade cujas características podem
pectivas são problemáticas, pois embora ser estudadas com os métodos da própria
estejam unidas por uma recusa do aprio- ciência” (Giere, 1989, p. 84). Esta nova
rismo filosófico e uma sensibilidade face síntese procura articular, assim, o plano
às dimensões culturais das ciências, cognitivo e o plano social.
diferem em muitos aspectos; apesar da Como podemos verificar, o consenso
diversidade e discordâncias, avança- está longe de ser atingido. Matthews
se para o estudo da prática científica, (1992 a, p. 7), no Editorial do nº 1 da
para aquilo que de facto os cientistas revista Science & Education reconhece
fazem, e, no passo correspondente, em esta situação ao afirmar:
direcção ao estudo da cultura científica, “internalistas e externalistas conti-
entendendo-se por esta o conjunto de nuam a argumentar relativamente
à História da Ciência, as conclusões
recursos que a prática põe em funcio-
do ‘programa forte’ na Sociologia
namento (Pickering, 1992).
da Ciência está ainda em debate, os
Caminha-se, segundo Latour (1989), argumentos realista versus empirista
para uma história social das ciências, em (sic) na Filosofia da Ciência está lon-
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