Nic Sal Mon Ovos
Nic Sal Mon Ovos
ESCOLA DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
Belo Horizonte – MG
2019
RAÍSA GONÇALVES DIAS
Belo Horizonte – MG
2019
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Dedico esse trabalho aos meus pais, que nunca mediram esforços para que eu chegasse até
essa etapa da minha vida. “ Pai, mãe, essa vitória é nossa! ”
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AGRADECIMENTOS
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho, meus
sinceros agradecimentos, em especial;
A Deus pelo dom da vida, sabedoria e por ser meu maior sustento ao longo da caminhada.
Aos meus pais Marilene e Domingos por todo amor, apoio e por sempre me mostrarem a
importância dos estudos. Obrigada por se dedicarem tanto ao meu futuro e me permitirem
alcançar objetivos até então inimagináveis.
Ao Aloísio, com quem escolhi dividir minha vida e sonhos, pelo amor, carinho e por suportar
os dias difíceis tornando-os mais leves. A construção do nosso futuro é a razão de todo meu
esforço, e me impulsiona a seguir em frente.
Aos professores Leonardo José (DZOO), Nelson (DMVP) e Tadeu (DTIPOA) pela
contribuição e apoio permitindo a realização deste trabalho.
Aos funcionários da EV-UFMG e da Fazenda Prof Hélio Barbosa, em especial Fabiana, Marco
Antônio e Miltinho, sempre dispostos a ajudar em todas as demandas.
Aos técnicos dos laboratórios da Farmácia, Doença das aves e Nutrição pela disponibilidade
do espaço e pela orientação nas análises.
Ao Ronaldo Sanches pela disponibilidade e por compartilhar seu lindo dom da fotografia.
À Marcela pelo suporte essencial na iniciação do experimento com as aves. Aos alunos de IC
e colegas de Mestrado, em especial Caroline, Jade e Mailson, pela dedicação e auxílio durante
a realização das análises.
As pessoas maravilhosas que entraram na minha vida graças à veterinária, Camila, Danila e
Thais Michelle, que nossa amizade seja marcada de muitos encontros e momentos
compartilhados.
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“ Você pode encarar um erro como uma besteira a ser esquecida, ou como um resultado que
aponta a uma nova direção. ” Steve Jobs
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SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................................... 8
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 11
2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 11
2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... . 11
3. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 12
3.1 Estrutura e formação da casca do ovo ............................................................................. 12
3.1.1 Estrutura da casca do ovo ................................................................................................ 12
3.1.2 Formação da casca do ovo .............................................................................................. 14
3.2 Qualidade da casca ......................................................................................................... . 16
3.2.1 Fatores que interferem na qualidade da casca ................................................................. 17
3.3 Antimicrobianos, anticoccidianos e sua utilização em avicultura de postura ................. 21
3.3.1 Sulfonamidas ............................................................................................................... .... 22
3.3.2 Quinolonas ................................................................................................................. ..... 24
3.3.3 Anticoccidianos ............................................................................................................... 26
3.4 Métodos de avaliação da qualidade da casca .................................................................. 28
3.4.1 Resistência da casca ........................................................................................................ 28
3.4.2 Peso específico ............................................................................................................ .... 29
3.4.3 Peso e porcentagem da casca ........................................................................................ 30
3.4.4 Espessura da casca ......................................................................................................... . 30
3.4.5 Porosidade da casca ........................................................................................................ . 30
3.4.6 Teor de cálcio .................................................................................................................. 31
3.4.7 Coloração da casca ......................................................................................................... . 32
4 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 33
4.1 Local ...................................................................................................................... .......... 33
4.2 Aves ................................................................................................................................. 33
4.3 Ração ............................................................................................................... ................ 33
4.4 Tratamentos ................................................................................................................ ..... 34
4.5 Avaliações de qualidade da casca ................................................................................... 35
4.5.1 Avaliação da resistência da casca .................................................................................... 35
4.5.2 Avaliação do peso específico do ovo .............................................................................. 36
4.5.3 Avaliação do peso da casca ............................................................................................. 37
4.5.4 Avaliação da porcentagem da casca ................................................................................ 37
4.5.5 Avaliação da espessura da casca ..................................................................................... 37
4.5.6 Avaliação da porosidade da casca ................................................................................... 38
8
4.5.7 Avaliação do teor de cálcio da casca ............................................................................... 38
4.5.8 Avaliação da coloração da casca ..................................................................................... 40
4.6 Delineamento experimental ............................................................................................. 41
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 42
6. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 51
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 52
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Resultados médios dos valores de resistência da casca, peso específico dos
ovos, peso, porcentagem e espessura da casca, e teor de cálcio, dos ovos de
galinhas não tratadas (A) e tratadas com sulfaquinoxalina (B).
Tabela 2. Resultados médios dos valores de porosidade da casca dos ovos das galinhas
não tratadas (A) e tratadas com sulfaquinoxalina (B).
Tabela 3. Resultados médios dos parâmetros L* a* b*, dos ovos de galinhas não tratadas
(A) e tratadas com sulfaquinoxalina (B).
Tabela 4. Resultados médios dos valores de resistência da casca, peso específico dos
ovos, peso, porcentagem e espessura da casca, teor de cálcio e porosidade, dos
ovos de galinhas não tratadas (A) e tratadas com enrofloxacina (C).
Tabela 5. Resultados médios dos parâmetros L* a* b*, dos ovos de galinhas não tratadas
(A) e tratadas com enrofloxacina (C).
Tabela 6. Resultados médios dos valores de resistência da casca, peso específico dos
ovos, peso, porcentagem e espessura da casca, teor de cálcio e porosidade, dos
ovos de galinhas não tratadas (A) e tratadas com nicarbazina (D).
Tabela 7. Resultados médios dos parâmetros L* a* b*, dos ovos de galinhas não
tratadas (A) e tratadas com nicarbazina (D).
LISTA DE FIGURAS
Figura 4. Ovos com superfície enrugada produzidos por galinhas tratadas com o
antimicrobiano enrofloxacina (C), nos dias seis, sete, 11 e 15 do experimento.
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RESUMO
A qualidade da casca dos ovos de galinhas poedeiras é definida pelo grau de higiene, integridade,
resistência e deformações. Alguns fatores nutricionais, de manejo e ambientais podem causar a
perda da qualidade da casca de ovos e entre eles estão a utilização de alguns medicamentos
durante a fase de postura das aves. Com o objetivo de avaliar a qualidade da casca dos ovos de
galinhas poedeiras tratadas com os antimicrobianos sulfaquinoxalina e enrofloxacina e com o
anticoccidiano nicarbazina foram utilizadas 200 galinhas de postura (50 por tratamento), da
linhagem Lohmann Brown, com 60 semanas de idade. Os tratamentos definidos de acordo com o
antimicrobiano ou o anticoccidiano fornecido às aves via ração, foram os seguintes: A) aves que
receberam ração sem medicamento do primeiro dia até o 15º dia experimental (controle); B) aves
que receberam sulfaquinoxalina na concentração de 250 mg.Kg-1 de ração do primeiro dia até o
terceiro dia do experimento; C) aves que receberam enrofloxacina na concentração de 125 mg.Kg-
1
de ração do primeiro até o quinto dia e; D) aves que receberam nicarbazina na ração em
subdosagem de 40 mg.Kg-1 de ração (com a intenção de simular a contaminação acidental da
ração) do primeiro até o quinto dia. Após o período de tratamento, as aves dos tratamentos B, C
e D, receberam ração sem medicamento até o 15º dia experimental. Foram coletados os ovos dos
dias quatro, cinco, seis, sete, 11 e 15 do período experimental e foram realizadas as avaliações de
peso específico do ovo, peso, porcentagem, resistência, espessura, porosidade, coloração e teor
de cálcio da casca. Os resultados observados demonstraram diminuição das porcentagens e
aumentos das porosidades das cascas dos ovos tratados com sulfaquinoxalina, o que resultou em
redução do peso específico dos ovos; os ovos provenientes de galinhas tratadas com enrofloxacina
apresentaram cascas com deformações e perda de coloração e; o uso acidental de nicarbazina na
ração de galinhas poedeiras provocou a despigmentação das cascas dos ovos. Foi concluído que
o tratamento das aves com sulfaquinoxalina, enrofloxacina e nicarbazina durante o período de
postura resultou em piora da qualidade da casca dos ovos.
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ABSTRACT
The eggshell quality of laying hens is defined by the degree of hygiene, integrity, strength and
deformation. Some nutritional, management and environmental factors can cause loss of eggshell
quality and among them are the use of some medications during the laying phase of the hens.
With the aim of evaluating the quality of laying hens eggshell treated with antimicrobial
sulfaquinoxaline and enrofloxacin and with coccidiostatic nicarbazin, 200 Lohmann brown laying
hens (50 per treatment) with 60 weeks old were used. The treatments defined according to the
antimicrobial or coccidiostatic provided to the hens via feed were as following: A) hens that
received feed without medication from the first day to the 15th experimental day (control); B) hens
that received sulfaquinoxaline at the concentration of 250 mg.kg-1 of feed from the first day to the
3rd day of the experiment; C) hens that received enrofloxacin at the concentration of 125 mg.kg -1
of feed from the first to the 5th day and; D) hens that received nicarbazin in the feed underdosage
40 mg.kg-1 of feed (with the intention of simulating the accidental contamination of the feed) from
the first to the 5th day. After the treatment period, the hens of treatments B, C and D received feed
without medication until the 15th experimental day. Eggs were collected from days 4th, 5th, 6th, 7th,
11th and 15th of the experimental period for the determinations of specific weight of the eggs and
weight, percentage, resistance, thickness, porosity, coloration and calcium content of the eggshell.
The observed results demonstrated a decrease in the percentages and increases in the porosities
of the eggshells treated with sulfaquinoxaline, which resulted in a reduction in specific weight of
the eggs. Eggs from chickens treated with enrofloxacin showed deformed eggshells and loss of
color. The accidental use of nicarbazin in the laying hens feeding led to the depigmentation of
eggshells. It was concluded that the treatment of hens with sulfaquinoxaline, enrofloxacin and
nicarbazin during the laying period resulted in worsening of quality of the eggshells.
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1. INTRODUÇÃO
O Brasil está entre os dez maiores produtores de ovos comerciais do mundo, e segundo a
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em 2017, o país produziu cerca de 40 bilhões
de unidades, equivalente a 3,3 bilhões de dúzias. A maior parte da produção abasteceu o mercado
interno (99,74%) sendo que apenas 0,26% do volume produzido foi exportado, totalizando 6.045
toneladas. As exportações recuaram cerca de 40%, em relação a 2016, sendo o pior resultado dos
últimos dez anos (ABPA, 2018). Todavia, dados preliminares apontam elevação de até 10% na
produção de ovos em 2018, com 44,2 bilhões de unidades produzidas. O volume exportado
estimado supera as 10,8 mil toneladas, correspondendo a um crescimento de 80%. O consumo
interno poderá atingir as 212 unidades, com aumento de 10,4% em relação ao ano anterior
(ABPA, 2019).
A qualidade da casca interfere diretamente na qualidade do ovo, e essa deve ser suficientemente
forte para evitar trincas e quebras. Ovos trincados e quebrados resultam em grande prejuízo
econômico aos produtores, no entanto, tais perdas são difíceis de serem mensuradas devido à falta
de padronização e controle do processo produtivo (Baião e Cançado, 1997). Hunton (2005)
comparou a casca a uma embalagem natural do ovo, que protege seu conteúdo de contaminações
e avarias físicas durante o manuseio, transporte e comercialização, e dessa forma afirmou que a
qualidade interna dos ovos é diretamente relacionada à qualidade da casca, pois ela atua como
uma barreira de proteção física contra a invasão microbiana. Baptista et al. (2007) avaliaram a
influência do trincamento da casca do ovo sobre sua qualidade comercial e observaram que nos
ovos trincados ocorreu uma perda de qualidade mais intensa que nos ovos íntegros, verificada
pela maior perda de peso, aumento da câmara de ar, drenagem do volume da clara e diminuição
dos valores de unidades Haugh (UH).
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poucos medicamentos têm sido formulados especificamente para galinhas poedeiras, embora
vários medicamentos tenham sido aprovados para outras classes de aves de produção.
Diversos trabalhos têm relatado a perda de qualidade dos ovos de poedeiras tratadas com
medicamentos durante a fase de postura, como a redução do peso dos ovos e da espessura da casca
e a despigmentação de ovos vermelhos (Sherwood et al., 1956; Polin, 1959; Schwartz et al., 1975;
Jones et al., 1990; Hughes et al., 1991; Radwan et al., 1991; Malik et al., 2013; Samiullah et al.,
2017). O conhecimento dos efeitos gerados pelo uso de medicamentos sobre a qualidade dos ovos
é importante para tomar medidas que previnam a ocorrência de perdas resultantes, bem como a
adoção de boas práticas de medicação. O uso dos medicamentos deve ser realizado de forma
prudente, respeitando as dosagens e vias de administração, o princípio ativo e os produtos a serem
utilizados devem ser registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
e terem indicação específica para poedeiras, e a fase de produção de ovos, e o período de carência
devem ser respeitados, com descarte dos ovos produzidos antes de cumprido o período de retirada
(Borsoi e Palermo-Neto 2015).
2. OBJETIVOS
Realizar um estudo sobre a qualidade da casca dos ovos de galinhas poedeiras tratadas com os
antimicrobianos sulfaquinoxalina e enrofloxacina e com o anticoccidiano nicarbazina na ração.
- Avaliar o peso específico dos ovos de galinhas de postura tratadas com os medicamentos
sulfaquinoxalina, enrofloxacina e nicarbazina;
- Avaliar a porcentagem de casca dos ovos de galinhas de postura tratadas com os medicamentos
sulfaquinoxalina, enrofloxacina e nicarbazina;
- Avaliar o teor de cálcio presente nas cascas dos ovos de galinhas de postura tratadas com os
medicamentos sulfaquinoxalina, enrofloxacina e nicarbazina.
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3. REVISÃO DE LITERATURA
A estrutura da casca dos ovos é dividida em camadas (Fig. 1) e resulta de uma deposição
sequencial de fração orgânica e mineral que ocorre nos segmentos istmo e útero do oviduto da
galinha. A porção orgânica da casca consiste nas membranas da casca, nos sítios mamilares de
nucleação e na cutícula. A fração calcificada é composta pela camada mamilar, camada em
paliçada e camada de cristal vertical (Parsons, 1982). A casca representa 9 a 12% do peso total
do ovo, sendo constituída por carbonato de cálcio (94%), carbonato de magnésio (1%), fosfato de
cálcio (1%) e matéria orgânica, principalmente proteína (4%) (Stadelman, 1994).
CAMADA EM PALIÇADA
CAMADA MAMILAR
MEMBRANAS DA CASCA
As membranas da casca ou membranas testáceas são divididas em membrana interna, que envolve
o albúmen, e membrana externa, que permanece ligada à face interna da casca. Juntas formam a
câmara de ar ao se separarem na região mais larga do ovo e constituem uma das principais defesas
contra a invasão bacteriana (Fangaud, et al., 1967; Parsons, 1982; Stadelman, 1994). Ambas as
membranas são compostas por uma rede de fibras proteicas. Na visualização por microscopia de
varredura as fibras aparentam ser extensivamente ramificadas, devido à interação entre as fibras
adjacentes. A composição destas fibras foi determinada como sendo aproximadamente 95% de
proteína com uma pequena quantidade de polissacarídeo (Parsons, 1982). Wong Liong et al.
(1997) avaliaram as membranas da casca de ovos vermelhos tipo A, pelo uso da microscopia
confocal de varredura a laser, e relataram que as membranas da casca se dispõem como várias
camadas descontínuas e entrelaçadas, cuja diferenciação em membrana interna e externa é
possível pelas mudanças na posição, orientação e pela diferença no tamanho das fibras, sendo que
as fibras da camada externa apresentam maior espessura (1 a 7 µm) que as fibras da camada
interna (0,1 a 3 µm). Unidas entre si, as fibras formam as membranas externa e interna com
espessuras que variam de 50 a 70 μm e 15 a 26 μm respectivamente.
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Individualmente, cada sítio possui um topo largo de laterais achatadas e fortemente cimentadas,
formando uma estrutura rígida que serve de base para a região mais externa da casca, e uma base
mais estreita, formando canais de ar por toda a parte inferior da camada. A camada mamilar é
composta por minerais não cristalinos agregados concentricamente sobre material de matriz
granular que forma o sítio mamilar (Romanoff e Romanoff, 1949; Parsons, 1982).
A camada de cristal vertical é a porção calcificada mais externa da casca, localizada sobre a
camada em paliçada e abaixo da cutícula. Constituída por cristais curtos e finos, cujas colunas de
cristal se apresentam verticalmente orientadas, a camada de cristal vertical apresenta de 3 a 8 μm
de espessura. E ao contrário da camada anterior, não é observada a presença de vesículas de matriz
(Parsons, 1982; Fraser et al., 1999; Li-Chan e Kim, 2008).
A cutícula, que é a camada mais externa da casca do ovo, é composta por aproximadamente 3%
de cinzas, 5% de carboidratos e cerca de 90% de proteínas (principalmente na forma de proteínas
insolúveis) e glicoproteínas. Caracterizada por uma camada delgada de cerca de 10 a 30 µm de
espessura, ela cobre os canais dos poros por toda a superfície da casca, e tem as funções de impedir
a entrada de microrganismos no interior do ovo e a perda de água. Pelo microscópio eletrônico de
varredura, a cutícula se apresenta como uma estrutura irregular, com muitas rachaduras e fissuras,
formando camadas semelhantes a flocos (Parsons, 1982; Li-Chan e Kim, 2008).
Os poros são cavidades em forma de funis, amplos na superfície da casca e que se estreitam,
formando canais que penetram as camadas de cristal e terminam em fissuras adjacentes aos botões
mamilares, dessa forma, esses canais se estendem da cutícula às membranas da casca. Os poros
são preenchidos por fibras proteicas que evitam a penetração de microrganismos. Um ovo médio
de galinha possui entre 7.000 e 17.000 poros de diferentes tamanhos, o maior dos quais pode ser
visto a olho nu como pequenas depressões na superfície da casca. Estes poros não são
uniformemente distribuídos na casca, estando mais concentrados na região basal (extremidade
larga) da casca do ovo (Romanoff e Romanoff, 1949; Tullett e Deeming, 1982; Nys et al., 1999;
Hunton, 2005).
A formação do ovo é um processo biológico dinâmico que dura em torno de 25 horas. O processo
de formação ocorre no oviduto esquerdo da galinha, e se inicia com a captação do óvulo (gema)
pelo infundíbulo, nessa região ele permanece por cerca de 15 minutos, nessa porção do oviduto o
óvulo pode, ou não, ser fertilizado e recebe a primeira camada de albumina. A seguir o ovo passa
para a região do magno, onde é formada a maior parte (80%) do albúmen, permanecendo nesse
segmento por cerca de três horas. No próximo segmento, o istmo, são adicionadas as membranas
15
interna e externa da casca, água e sais minerais, cujo processo dura cerca de uma hora. Por fim, o
ovo chega ao útero, ou glândula da casca, onde são formados a porção calcificada da casca. Nesse
local também ocorre a adição dos pigmentos nos ovos de cor e o tempo de permanência nesse
segmento dura em média 21 horas (Romanoff e Romanoff, 1949; Nascimento e Salle, 2003; Sesti
e Ito, 2009).
A etapa de formação da casca, que ocorre no útero ou glândula da casca, se inicia na porção
tubular com a transferência de cálcio para as fibras da membrana da casca, resultando na formação
de microesferas de calcita na superfície externa da membrana externa do ovo, as quais crescem a
partir dos centros de cristalização (sítios mamilares de nucleação). A partir destes sítios, cristais
de calcita crescem radialmente em todas as direções, inserindo-se nas fibras da membrana e,
assim, ligam-se firmemente à parte calcificada da casca às membranas. O forte vínculo criado se
torna a base para a formação da casca. Na porção dilatada da glândula da casca, os cristais de
calcita continuam se formando, originando a camada de botões mamilares e a precipitação
subsequente forma as camadas paliçada e cristal vertical. Nessa porção ocorre também o aumento
do peso do ovo, que ganha cerca de 15 gramas, e a redução do teor de proteína do albúmen, de 20
para 10%. A porção mais externa do ovo, a camada orgânica da cutícula, é formada pela secreção
da mucosa do último segmento do oviduto sobre a superfície da casca recém-formada, essa seca
imediatamente em contato com o ar, e resulta no fechamento dos poros inibindo a entrada de
microrganismos no interior do ovo (Romanoff e Romanoff, 1949; Fangaud, et al., 1967; Parsons,
1982; Solomon, 1991; Nascimento e Salle, 2003).
A adição dos pigmentos da casca ocorre no final da deposição da casca, pelo revestimento de
células epiteliais presentes na superfície da glândula da casca. Os pigmentos sintetizados e
acumulados são transferidos para as porções mais externas da camada em paliçada (80 a 87%) e
também para a secreção de líquido visceral rico em proteínas, que constituem a cutícula (13 a
20%). Os pigmentos responsáveis pela coloração de ovos de aves selvagens e domésticas são
protoporfirina-IX (pigmento que se encontra em maior quantidade nos ovos vermelhos),
biliverdina-IX e seu quelato de zinco, esses pigmentos parecem ser originários das células do
útero. A intensidade de coloração dos ovos depende da quantidade de pigmento diretamente
depositado à camada superficial da casca e à cutícula (Butcher e Miles, 2017; Samiullah e Roberts,
2013; Samiullah, et al., 2017).
16
H2O ↔ H2CO3) (Baião de Cançado, 1997). O carbonato é necessário para se ligar ao cálcio que
chega à glândula da casca durante o processo de deposição da casca e, forma então, o carbonato
de cálcio (CaCO3). Mais de 90% do carbonato necessário para a síntese do CaCO3 tem origem no
metabolismo das células uterinas (Nascimento e Salle, 2003).
A alteração na forma representa a perda de qualidade da casca, uma vez que essa é responsável
pela definição do formato do ovo. O formato esperado dos ovos de galinha é o elíptico,
deformações como ocorrência de ovos arredondados, achatados, alongados e estreitos são
indesejáveis, pois além de comprometer a aparência, não são adequados às embalagens cujos ovos
são comercializados, aumentando a probabilidade de quebra e consequentemente de perdas (Jacob
et al., 2011).
Apesar da cor da casca não está relacionada aos fatores de qualidade do ovo, e não interferir no
sabor, valor nutricional e características culinárias (ovos brancos e vermelhos são igualmente
ricos em proteínas, vitaminas e sais minerais), ela interfere diretamente na aparência do produto,
que possui grande apelo comercial. A preferência do consumidor para ovos brancos ou vermelhos
é variável, tendo diferenças significativas entre os continentes. No geral, países da Europa, Ásia
e África preferem os ovos vermelhos, enquanto países das Américas e Oriente Médio preferem
ovos brancos. A coloração da casca deve estar de acordo com o esperado pelo consumidor, ovos
com problemas na uniformidade e intensidade de cor costumam ser rejeitados.
Os ovos das galinhas vermelhas apresentam várias intensidades de cor, normalmente a superfície
de cada ovo apresenta um tom mais uniforme. A distribuição desigual dos pigmentos sobre a
superfície da casca gera defeitos, como a presença de manchas escuras ou despigmentadas
espalhadas aleatoriamente na casca. Os problemas na coloração resultam da interferência na
síntese ou deposição dos pigmentos na superfície da casca pelas células epiteliais do oviduto,
especialmente nas últimas três a quatro horas da formação da casca (Romanoff e Romanoff, 1949;
Jacob et al., 2011; Araújo e Albino, 2011; Cavero et al., 2012; Butcher e Miles, 2017; Samiullah
et al., 2017).
A espessura da casca é definida pelas camadas que compõem a estrutura da casca, a má formação
dessas causam alterações na espessura final. A ocorrência de ovos com casca fina é bastante
comum, uma das causas é a expulsão prematura dos ovos da glândula da casca, devido a fatores
estressantes ou que causam irritação do oviduto (Romanoff e Romanoff, 1949). Alterações na
espessura aumentam a probabilidade da ocorrência de perda na integridade da casca, são
exemplos de defeito de integridade ovos trincados em diferentes graus, ovos trincados no útero,
ovos de cascas finas ou ausentes (Chukwuka, et al., 2011). As trincas dos ovos quebrados no útero
recebem uma camada de cálcio, a espessura dessa camada depende da proximidade de tempo da
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ocorrência da fratura com a ovoposição, podendo ser finas e facilmente visualizadas ou espessas
sendo percebidas somente por ovoscopia. A incidência de ovos trincados no útero aumenta com
a excitação das aves no período da tarde e noite, quando a casca começa a se formar no oviduto
(Jacob et al., 2011).
Por ser multifatorial, o problema com qualidade da casca requer diferentes abordagens para ser
minimizado, como investimento em linhagens de melhor qualidade de casca; controle de doenças
no plantel; adequada alimentação das aves, com uso de rações de qualidade e de acordo com a
fase de produção das aves; adoção de boas práticas de produção na granja, com minimização de
fatores estressantes; controle das condições ambientais; programação da renovação do lote em
tempo hábil, entre outros (Jacob, et al., 2011; Mazzuco, 2013; Butcher e Miles, 2015).
3.2.1.1. Genética
A qualidade da casca é influenciada pela genética das aves, visto que os parâmetros de qualidade
são influenciados pela hereditariedade, como tamanho e forma do ovo, coloração, textura e
espessura da casca (Romanoff e Romanoff, 1949).
A espessura da casca está relacionada ao tamanho da ave e do ovo, com o aumento da idade e
consequentemente do tamanho dos ovos, há uma piora na qualidade da casca, devido a uma menor
deposição de cálcio por unidade de superfície durante a formação da casca, uma vez que a
quantidade de cálcio depositado na casca permanece constante durante todo o ciclo de postura,
não acompanhando o aumento do tamanho do ovo. Tal fato foi observado por Barbosa et al.
(2012) ao avaliar a qualidade dos ovos de matrizes pesadas de 33 e 63 semanas idades. Os autores
afirmaram que matrizes mais velhas apresentaram ovos com menores espessura (0,435 mm) e
percentuais de casca (8,6%) em relação ao peso do ovo do que as matrizes mais jovens (0,457
mm e 9,5%), o aumento da idade resultou em piora de outros parâmetros de qualidade como
resistência e peso específico.
A medida que a ave envelhece os ovos diminuem a intensidade de cor, possivelmente devido a
uma menor síntese de pigmento, ou a deposição de uma mesma quantidade de pigmento sobre
uma superfície de casca proporcionalmente maior, devido ao aumento do ovo com a idade,
comumente aves mais velhas apresentam a região apical (extremidade mais fina) menos corada
(Butcher e Miles, 2017).
18
3.2.1.3. Nutrição
A dieta interfere diretamente na qualidade da casca dos ovos, sendo que essa deve suprir as
demandas nutricionais das aves nas diferentes fases de produção. Os nutrientes presentes na dieta
devem estar em níveis adequados de forma que um não interfira no aproveitamento do outro pela
ave. O cálcio é extremamente importante para a formação da casca do ovo, um único ovo
apresenta cerca de três gramas de cálcio, tornando necessária uma adequada suplementação desse
mineral nas aves em fase de postura. O cálcio requerido para a formação da casca provém
exclusivamente da dieta, sendo transportado pela corrente sanguínea na forma de cálcio iônico ou
ligado a uma fosfoproteína. O cálcio ionizado é utilizado na formação da casca, armazenado nos
ossos ou excretado, enquanto o cálcio ligado é incorporado à casca. A deficiência na dieta e
alterações no metabolismo do cálcio resultam na formação inadequada da casca, com diminuição
da taxa de cálcio em sua composição (Mendonça Jr, 1993; Baião e Cançado, 1997).
O manejo das aves deve ser adequado, de forma a minimizar os fatores estressantes que podem
levar a piora da qualidade dos ovos. Solomon (1991) relatou a piora na casca de ovos de galinhas
submetidas ao estresse no período anterior a chegada dos ovos na glândula da casca, a alteração
foi resultante da formação imperfeita da camada mamilar, e consequentemente, com
desorganização na deposição das outras camadas, com formação de ovos de casca fina. A
excitação das aves durante o período em que a casca está se formando no oviduto, fim da tarde e
período da noite, compromete a integridade da mesma, devido a ocorrência de ovos trincados no
útero, dessa forma o manejo deve ser programado para que as aves permaneçam mais tranquilas
possível nesse período, definindo o horário adequado ao arraçoamento e com adequação do
programa de luz (Jacob et al., 2011). O estresse pode levar a alterações na coloração da casca,
devido à liberação de hormônios, como a epinefrina, que causa atraso na ovoposição. E o ovo
permanece por mais tempo no interior do útero, com manutenção da deposição do carbonato de
cálcio na superfície dessa. Pode também haver interrupção na formação da cutícula e dessa forma,
os ovos não adquirem a tonalidade de cor esperada, apresentando coloração pálida e ou até
totalmente despigmentados (Butcher e Miles, 2017).
3.2.1.5. Temperatura
19
prioridade fisiológica resulta em alterações na produção dos ovos, com consequente perda de
qualidade da casca (Butcher e Miles, 2015).
3.2.1.6. Sanidade
Doenças que agem diretamente no trato reprodutivo, como Influenza aviária, Newcastle e
bronquite infecciosa, afetam diretamente a produção de ovos, interferindo também na cor dos
ovos, com formação de ovos de casca fina, de contorno irregular e anormalmente pálidos, os
problemas de qualidade de ovos resultante de doenças podem persistir por longos períodos
(Butcher e Miles, 2017).
3.2.1.7. Medicamentos
Drogas que interferem na formação da casca dos ovos, em especial que impedem a deposição da
cutícula, como as sulfonamidas e o anticoccidiano nicarbazina, levam a rápida despigmentação
dos ovos. A administração da nicarbazina às galinhas na dosagem de 5 mg por dia resultam na
produção de ovos pálidos dentro de 24 horas. O aumento dessa dosagem pode levar à
despigmentação completa da casca do ovo (Butcher e Miles, 2017).
A avicultura moderna não pode prescindir do uso de antimicrobianos (Spinosa et al., 2005). Nos
sistemas de produção usados no país, capazes de impor ao setor de produção uma dinâmica
diferente, o convívio entre animais em espaços restritos, de mesma linhagem, idade, nas mesmas
condições nutricionais e de higiene, alimentando-se da mesma ração, bebendo da mesma água e
respirando o mesmo ar, possibilita o aparecimento de doenças que não serão restritas a um único
indivíduo, mas, sim, a toda a população animal. Esse fato tem graves consequências do ponto de
vista de manejo, sanidade, mortalidade, rentabilidade do agronegócio e, principalmente, da
qualidade do alimento produzido (Palermo-Neto, 2011).
20
doença em todo o plantel, diz-se do uso metafilático (Companyó et al., 2009). O uso metafilático
é também chamado de tratamento de animais em risco ou tratamento de animais em contato.
Dessa forma, o antimicrobiano pode ser administrado na ração ou água (Spinosa e Tárraga, 2011).
3.3.1. Sulfonamidas
As sulfonamidas são antimicrobianos eficazes utilizados por via sistêmica, na prevenção e cura
das infecções bacterianas. São fármacos derivados da sulfanilamida, que tem estrutura similar à
do ácido para-aminobenzóico (PABA), uma substância essencial para a síntese de ácido fólico.
As sulfas agem como um antimetabólito, por inibição competitiva, impedindo a biossíntese do
ácido fólico e, consequentemente a síntese proteica pelas bactérias. As sulfonamidas e
diaminopirimidinas são drogas bacteriostáticas, mas quando combinadas, sua ação é
potencializada, agindo como bactericidas. São consideradas antimicrobianos de amplo espectro,
com atividade sobre bactérias Gram-negativos e positivos, clamídias e protozoários, sendo muito
úteis para o tratamento ou prevenção de coccidioses em frangos de corte. Seu uso tem sido
extensivo no controle de pulorose, tifo aviário, cólera aviária e coriza infecciosa das galinhas
(Górniak, 2011). Algumas das principais drogas pertencentes a esta classe são a sulfanilamida, a
sulfadiazina, a sulfapirimidina e a sulfaquinoxalina.
As sulfonamidas apresentam uma estreita margem de segurança, com um limite estreito entre o
efeito terapêutico e tóxico, em que mesmo doses terapêuticas podem causar efeitos deletérios
sobre o sistema imune, hematopoiético e reprodutivos das aves. A associação das sulfonamidas
com as diaminopiridinas (trimetoprim e ormetoprim) reduz riscos de toxicidade, com a redução
da dose de sulfa. Ainda que pouco tóxicas, as diaminopiridinas em doses elevadas podem causar
deficiência de ácido fólico e hipercalemia. As sulfonamidas são contraindicadas para galinhas
com mais de 16 semanas de idade, mesmo em associação com a diaminopiridina, pois podem
causar redução do apetite, queda do consumo de água, da produção dos ovos, do peso e da eclosão
(Ito et al., 2005).
21
sulfanilamida causa a perda da qualidade da casca dos ovos por reduzir a absorção intestinal de
cálcio e por diminuir sua disponibilidade, além de alterar a deposição normal dos componentes
da casca no ovo através do aumento contínuo da contratilidade uterina. Foi concluído que como
a maior parte do cálcio depositado na casca vem da dieta, a não absorção adequada desse nutriente
no intestino resultará em deficiência de íons cálcio no útero para a formação do carbonato de
cálcio, principal componente da casca; e que o aumento das contrações uterinas leva a uma
expulsão prematura do ovo com diminuição do tempo de permanência na glândula da casca.
3.3.1.1. Sulfaquinoxalina
A sulfaquinoxalina é classificada como uma sulfonamida entérica, por apresentar uma baixa
concentração plasmática após administração oral da dose terapêutica, sendo sua atuação
predominante no lúmen intestinal. Assim, a sulfaquinoxalina é comumente utilizada na avicultura
para o controle e tratamento de coccidioses além de auxiliar também na redução das perdas de
mortalidade por Pasteurella multocida, Salmonella gallinarum e paratifo. Sua utilização deve ser
criteriosa devido à ocorrência de fatores adversos. Especialmente em galinhas poedeiras, a
administração de sulfaquinoxalina pode causar queda de produção de ovos, perda da qualidade
da casca do ovo, despigmentação de ovos vermelhos e aumento da mortalidade. A literatura
também descreve a ocorrência de hepatomegalia, hemorragias no coração, rins, oviduto, intestino,
proventrículo, ceco, medula óssea pálida e dermatite gangrenosa (Ito et al., 2005).
Malik et al. (2013) avaliaram os efeitos do uso de sulfonamidas sobre parâmetros de qualidade
de ovos. Para essa avaliação as aves foram tratadas por três dias consecutivos com vários
medicamentos: sulfaquinoxalina (150 mg), sulfametazina sódica (70 mg) e sulfadiazina sódica
(70 mg). Os ovos foram coletados no dia anterior a medicação, durante os três dias de tratamento
e nos cinco primeiros dias após a retirada do medicamento. Esses foram submetidos às seguintes
avaliações da qualidade dos ovos: peso, comprimento e largura do ovo, peso e espessura da casca
e UH. O tratamento das aves resultou em perda de qualidade interna e externa dos ovos. Em
relação à qualidade externa, ocorreu perda de peso e diminuição da espessura das cascas, que
apresentaram superfícies malformadas e ásperas. Tal fato se justifica pela inibição da síntese de
ácido fólico pelas sulfonamidas, que resultam em anemia, com consequente redução dos níveis
de oxigênio na corrente sanguínea, dificultando a síntese de carbonato de cálcio, um dos principais
componentes da casca do ovo. Foram observados ovos manchados de sangue, tal ocorrência se
deve ao extravasamento de sangue no útero resultante da anemia hemolítica causada pelo uso da
sulfonamida.
3.3.2. Quinolonas
22
pelo bloqueio da ação da DNA girase e topoisomerase IV, impedindo processos necessários à
replicação bacteriana (Ito et al., 2005; Górniak, 2011).
O extensivo uso das quinolonas em aves tem sido facilitado por uma legislação de prescrição
muito flexível, pelo aparecimento dos medicamentos para uso em ração e água e pela sua eficácia
contra as salmonelas. Em vários países, as quinolonas são extensivamente utilizadas no
tratamento de lotes de aves infectadas por Salmonella Enteritidis (Górniak, 2011).
3.3.2.1. Enrofloxacina
A enrofloxacina é uma piperanil fluorociclopropil quinolona que possui amplo espectro de ação
contra bactérias. Seu principal metabólito formado em espécies de animais de produção é a
ciprofloxacina. Devido a seu amplo espectro de ação, o uso da enrofloxacina é indicado para o
tratamento de infecções por Escherichia coli, Pasteurella multocida, coriza infecciosa das
galinhas, infecções por Ornithobacterium rhinotracheale, celulite por Gram-negativos,
estafilococose, salmoneloses, dentre outras infecções (Ito et al., 2005).
3.3.3. Anticoccidianos
3.3.3.1. Nicarbazina
23
medicamento atua na fase de esquizonte de segunda geração, interrompendo o ciclo de formação
e desenvolvimento dos merozoítos, com consequente inibição do metabolismo mitocondrial do
parasita, limitando a disponibilidade de energia. O uso da nicarbazina é contraindicado, em
poedeiras e reprodutoras em fase de postura, pois a administração do medicamento pode resultar
em redução da eclodibilidade, despigmentação da casca e queda de postura, e em casos de
intoxicação, dispneia e hipertermia pela interferência nos mecanismos termorregulatórios
(Revoledo e Ferreira, 2005).
Jones et al. (1990) avaliaram os efeitos dos agentes anticoccidianos sobre a produção e qualidade
de ovos das galinhas da raça Leghorn com 26 semanas de idade. Foram testados os diferentes
medicamentos e suas respectivas dosagens: halofuginona (3 mg.kg-1), maduramicina (5 mg.kg-1),
monensina (100 mg.kg-1), narasina (70 mg.kg-1), nicarbazina (125 mg.kg-1), robenidina (33 mg.kg-
1
) e salinomicina (60 mg.kg-1). As aves receberam os tratamentos na ração durante dez dias, e
ração sem tratamento nos 16 dias seguintes. Os ovos foram coletados todos os dias do período
experimental e por mais três dias de pré-tratamento, e foram analisados nos parâmetros peso, UH,
espessura de casca e presença de manchas na gema. Os autores relataram que apenas o grupo
tratado com nicarbazina apresentou alterações em comparação ao grupo não tratado. Houve
redução do peso dos ovos, em que os menores pesos ocorreram nos dias nove e dez do tratamento
e cinco e seis do período de retirada. E as cascas dos ovos desse grupo tiveram diminuição da
espessura, estando mais finas nos dias nove e dez do tratamento e dias um e dois no período de
retirada.
Hughes et al. (1991) ao avaliar o efeito da contaminação da ração por nicarbazina sobre a
produção de ovos, fertilidade, eclodibilidade e pigmentação da casca. Verificaram que a
descoloração resultante do tratamento das aves com níveis de 25, 50 e 100 mg.kg-1 de nicarbazina
ocorreu a partir dos dias três e quatro para a menor dosagem (25 mg.kg-1) e no segundo dia para
as maiores dosagens (50 e 100 mg.kg-1), em que houve descoloração total (escore zero) nos dias
três e quatro dos ovos de galinhas tratadas com ração contendo 100 mg.kg-1 do anticoccidiano.
No experimento foi observado que a recuperação da coloração da casca ocorreu após seis, sete e
oito dias de interrupção do tratamento de menor ao de maior dosagem.
Samiullah et al., (2017) realizaram um trabalho com o objetivo de investigar o efeito da utilização
de nicarbazina na dieta de galinhas poedeiras marrons sobre a expressão dos genes envolvidos na
síntese de protoporfirinas e, na contagem mitocondrial das células do oviduto nos diferentes
estágios da formação do ovo e da casca. Foi verificado que no grupo controle o número de
mitocôndrias se manteve constante e no grupo tratado a contagem dessas caiu significativamente
entre no momento que se inicia a síntese do pigmento (período intermediário da formação da
casca no útero da galinha, ou seja, 15 horas após a ovoposição anterior). Foi observado também
24
que a expressão dos genes se altera normalmente nos diferentes estágios de formação da casca,
assim genes específicos estão mais ativos em determinados momentos, como por exemplo, o gene
δ-aminolevulínico sintase (ALAS1) que codifica uma enzima que catalisa a reação de formação
do primeiro composto da via das porfirinas, o ácido δ-aminolevulínico. O gene ALAS1, que está
localizado dentro da matriz mitocondrial, normalmente está mais ativo no período intermediário
da formação da casca no útero da galinha. Com o tratamento com nicarbazina esse gene não
aumentou sua expressão, se mantendo estavelmente baixo, interferindo na síntese do pigmento.
Foi observado a interação do tratamento com o estágio de formação da casca, de forma que no
grupo controle há aumento da concentração das protoporfirinas nos tecidos na fase final da
formação da casca. O anticoccidiano, no entanto levou a redução dessa concentração, e tais níveis
decresceram proporcionalmente com o aumento do tempo de administração da droga.
Diferentes métodos e equipamentos são utilizados para mensurar a força da casca em ovos, os
testes medem a força da casca de forma direta ou indireta, sendo que os mais utilizados são a
força utilizada para quebrar e deformação não destrutiva. Nos testes de compressão, os ovos são
colocados longitudinalmente entre duas placas paralelas e comprimidos, sendo a carga aumentada
regularmente. A força e a deformação são registradas, e o resultado é fornecido em termos de
força da casca. A força pode ser medida também por testes de impacto e perfuração (Hamilton,
1982).
25
colocados nos recipientes com as soluções da menor para a maior densidade. Na solução em que
o ovo flutuar será a gravidade determinada, e quanto maior a gravidade especifica melhor será a
qualidade da casca (Hamilton, 1982).
O método que utiliza o princípio de Arquimedes considera os dados de peso do ovo no ar e o peso
da água deslocada pelo ovo quando totalmente submerso, e expressa os valores de peso específico
em gramas por mililitros de água (g/mL H2O). Tal método foi utilizado por Barbosa et al. (2012)
para avaliação da qualidade da casca de ovos de matrizes de diferentes idades. Os autores
observaram que os ovos das matrizes mais velhas apresentaram menor peso específico que ovos
das matrizes jovens, demonstrando uma melhor qualidade de casca nos ovos de matrizes jovens.
A casca do ovo permite trocas gasosas entre o meio interno e externo. No entanto, as trocas são
mais intensas em cascas de menor qualidade, devido à diminuição da espessura e aumento dos
poros presentes na superfície. Ocorrendo maior perda de água no ovo após a postura em
consequência da evaporação, com aumento progressivo da câmara de ar e, consequentemente, a
diminuição da gravidade específica do ovo (Fangaud et al., 1967; Barbosa et al., 2012).
A espessura da casca é uma medida utilizada para estimar a qualidade externa dos ovos e está
diretamente relacionada com a resistência da casca. No entanto, não necessariamente um ovo com
maior espessura de casca apresenta maior resistência aos insultos mecânicos a que está sujeito.
Tal fato se deve aos fatores que compõem a força estrutural, que depende da forma, tamanho,
espessura e distribuição da casca no ovo. Assim, uma casca de menor espessura com altas
propriedades de força material pode ser mais forte que uma de maior espessura com baixa força
material (Hamilton, 1982).
A casca do ovo não é uniforme, há variações de espessura em maior ou menor grau por toda sua
extensão, normalmente a casca é mais fina na região equatorial, mais grossa no polo menor do
ovo e de espessura intermediária no polo maior. Uma das formas de medição da espessura da
casca é a utilização de equipamentos de medição como micrômetro ou paquímetro que expressa
a espessura da casca em milímetros. É importante determinar a metodologia para a medição,
delimitando o local onde será realizada ou utilizando uma média das medidas realizadas no ovo
(Bavaresco e Gentilini, 2011).
A quantidade de poros presente na casca interfere na qualidade da mesma. Diversos métodos são
utilizados para essa avaliação, como visualização por microscopia eletrônica e por coloração por
26
azul de metileno (Rahn, 1981; Peebles e Brake, 1985) e porosometria de mercúrio (Scala et al.,
2000).
Vilela et al. (2016) avaliaram a qualidade da casca de ovos de galinhas poedeiras em três idades
distintas (30, 50 e 70 semanas) e compararam ovos de casca normal, com ovos de casca vítrea (a
casca vítrea é uma condição que desqualifica os ovos e sugere perda de qualidade da casca,
caracterizada pela presença de pontos cinza claro de diferentes diâmetros em toda a superfície do
ovo). Para avaliação da porosidade da casca, foi utilizado o método de coloração com azul de
metileno com posterior contagem visual dos poros em áreas pré-definidas. Os autores verificaram
o aumento proporcional da porosidade da casca com a idade, tanto para ovos de casca normal
como vítrea. No entanto, as cascas vítreas apresentaram maior diâmetro dos poros, o que facilita
a entrada de microrganismos e possibilita maior perda de dióxido de carbono e água para o
ambiente, reduzindo a vida útil de prateleira.
O cálcio é o principal mineral que constitui a casca do ovo, correspondendo a 98% do componente
mineral presente. Alterações na composição da casca interferem na qualidade da casca, a redução
na deposição do carbonato do cálcio leva a formação de cascas finas e com pouca resistência
(Mateos, 1991).
Diversos métodos têm sido utilizados para a determinação do teor de cálcio presente nos ovos,
entre eles a termogravimetria, a complexação por EDTA, a fotometria (Pereira et al., 2009), a
cromatografia iônica e a espectroscopia de absorção atômica (Santos et al., 2012).
A coloração da casca pode ser avaliada por métodos qualitativos através do uso de padrões de cor
ou por equipamentos. O uso de padrões de cores, que contém as possíveis tonalidades dos ovos
vermelhos, dos mais claros (despigmentados) aos mais escuros, definem os escores para as
diferentes intensidades de cor. O ovo avaliado deve ser comparado às cores presentes, e recebe a
nota correspondente a cor a qual mais se assemelha, de acordo com a percepção e critério do
analista (Hughes et al., 1991)
O uso de equipamentos permite medir as nuances de cor que juntas compõem a coloração de dado
objeto. Assim, as cores são desmembradas, sendo expressas em termos de luminosidade (brilho),
matiz (cor) e saturação (vivacidade). Os colorímetros determinam a cor da casca objetivamente
por três parâmetros; L* luminosidade, com valor entre 0 (preto) e 100 (branco); a* matiz, em
função da escala vermelho (>0) a verde (<0); e b* matiz em função da escala azul (<0) a amarela
(> 0). Förster et al., (1996) avaliaram a coloração da casca de ovos vermelhos com uso do
colorímetro pelos parâmetros L* a* e b* e verificaram que os ovos mais atraentes tinham baixos
valores de L* e altos valores positivos de a* e b*. Esses autores definiram como boa cor de casca
os seguintes valores de referência: L* = 60, a* = 20 e b* = 30.
27
Os refletômetros são utilizados por muitos criadores de aves do mundo, e funciona pela leitura
percentual entre o preto e o branco que são expressos por 0% e 100% respectivamente. A maioria
dos mercados dos ovos vermelhos considera como uma leitura aceitável os valores de 25 a 40%
(TSS, 2019).
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Local
As aves foram criadas na Fazenda Experimental Prof. Hélio Barbosa (FEPHB) da Escola de
Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (EV/UFMG), localizada no município de
Igarapé, Minas Gerais.
As avaliações da qualidade da casca dos ovos: peso específico do ovo, peso da casca, porcentagem
de casca, espessura da casca e coloração da casca, foram realizadas no Laboratório de Aves e
Ovos do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal (DTIPOA) da
EV/UFMG.
4.2. As aves
Foram utilizadas 200 galinhas de postura, distribuídas entre os quatro tratamentos (50 aves por
tratamento), da linhagem Lohmann Brown, com 60 semanas de idade e pertencentes ao mesmo
lote. As aves foram alojadas em gaiolas de metal galvanizado, em grupos de cinco aves por gaiola
(dez gaiolas por tratamento), receberam água e ração à vontade e foram submetidas a manejo
semelhante aos usados nas criações comerciais. Todos os procedimentos de manejo e criação das
aves foram realizados de acordo com os Princípios de Experimentação Animal, adotados pelo
Comitê de Ética em Experimentação Animal (CEUA) da UFMG e aprovados sob o protocolo nº
298/2018.
4.3. A ração
As rações contendo os medicamentos a serem analisados foram formuladas pela adição dos
medicamentos, adquiridos no comércio na apresentação em pó, à ração produzida na fazenda e
homogeneizados com o auxílio de um misturador em “y” durante dez minutos. Entre a formulação
de um tratamento e outro o misturador era limpo com o auxílio de um soprador e posteriormente
era colocado para funcionar adicionando fubá de forma que não houvesse a contaminação de um
tratamento com possível resíduo de outro.
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A quantidade de ração produzida foi calculada pela informação de consumo da linhagem
fornecida pela empresa, que define que uma ave da linhagem Lohmann Brown, em produção,
consome cerca de 120 gramas por dia (LOHMANN BRASIL, 2016). Dessa forma, para o grupo
B, tratado durante três dias, foram produzidos 18 quilos de ração com medicamento e para os
grupos C e D, tratados durante cinco dias, foram produzidos 30 quilos de ração com medicamento
cada.
4.4. Tratamentos
Os tratamentos foram definidos de acordo com o medicamento administrado à ração das aves,
sendo os seguintes:
- Tratamento B: ração contendo 250 mg de sulfaquinoxalina por quilo, durante três dias;
- Tratamento C: ração contendo 125 mg de enrofloxacina por quilo, durante cinco dias;
As dosagens dos medicamentos usados foram calculadas com base nas informações constantes
na bula destes medicamentos. Para a nicarbazina foi utilizado um terço da dose recomendada para
a prevenção de coccidiose em frangos de corte, para simular uma contaminação da ração de
postura com o medicamento.
O período experimental teve duração de 15 dias. Após a coleta de todos os ovos do dia “zero”
foram fornecidas às aves as rações contendo os diversos antibióticos (tratamentos) para cada um
dos três grupos tratados e a ração do grupo controle. O grupo B recebeu a ração contendo
sulfaquinoxalina durante três dias e os grupos C e D receberam as rações contendo enrofloxacina
e nicarbazina, respectivamente, durante cinco dias. Após o período de três dias para o grupo B e
cinco dias para os grupos C e D, as aves voltaram a receber ração sem medicamento. As aves do
tratamento A (controle) receberam ração sem medicamentos, durante todo o período de criação.
Para as avaliações de qualidade de casca os ovos produzidos durante os dias quatro, cinco, seis,
sete, 11 e 15 do período experimental foram coletados, identificados, acondicionados em caixas
de papelão e enviados ao Laboratório de Aves e Ovos do DTIPOA. Os ovos produzidos nos outros
dias, devido à presença dos resíduos de medicamentos, não foram comercializados, sendo
coletados e descartados adequadamente.
Para a avaliação da resistência da casca foram utilizados 12 ovos de cada tratamento por dia de
coleta, esses ovos foram separados unicamente para essa análise.
A resistência da casca foi determinada pelo método de fratura por compressão, por meio do
aparelho TA.X T2 Texture Analyzer (Stable Micro Systems, Surrey, England) pertencente ao Setor
de Análise de Alimentos, da Faculdade de Farmácia da UFMG.
29
Na montagem do equipamento foi utilizada uma sonda P4 DIA Cylinder de aço inoxidável de 4
mm de diâmetro, um suporte de metal em forma de anel com 5 cm de diâmetro e um cadinho de
porcelana para o posicionamento do ovo. A programação do aparelho foi realizada de acordo com
Barbosa et al. (2012), em que foram definidos uma distância de 6 mm, força de gatilho de sonda
de 3,0 g e velocidade pré, durante e pós-teste de 3,0; 0,5; e 5,0 mm/s, respectivamente.
Para as avaliações de peso específico foram utilizados 12 ovos de cada tratamento por dia de
coleta. O método de análise utilizado é baseado no princípio de Arquimedes, o qual utiliza os
dados de peso do ovo no ar e o peso do ovo na água para calcular os valores do peso específico,
que são expressos em g/mL H2O, e obtidos pela fórmula:
(Peso do ovo no ar)
Peso específico=
(Peso do ovo no ar)-(Peso do ovo na água)
Para a obtenção dos valores de peso do ovo no ar e na água foi utilizado um equipamento adaptado
que permitisse a pesagem do ovo no ar e na água simultaneamente (Fig. 2). A estrutura utilizada
foi montada com uma balança de precisão de 0,01 g e dois suportes de ferro, um para sustentar
um recipiente contendo água destilada, a um nível acima da balança evitando o contato com a
mesma, e outro sobre a balança, contendo estrutura apropriada para mergulhar o ovo no recipiente
contendo água.
30
Após a montagem do equipamento, a balança foi zerada e iniciaram-se as pesagens dos ovos,
primeiro a pesagem do ovo fora da água, seguida da pesagem do ovo dentro da água. A balança
era zerada sempre antes da próxima pesagem. Os pesos obtidos foram anotados para o cálculo
posterior do peso específico.
Para a avaliação do peso da casca, os mesmos ovos utilizados para as avaliações de peso
específico foram quebrados e as cascas lavadas em água corrente para retirada de resíduos do
albúmen. As cascas foram mantidas em temperatura ambiente para secagem durante dez dias,
após esse período as cascas foram pesadas individualmente em balança de precisão de 0,01 g.
Para as avaliações de porcentagem da casca, foram utilizados os valores anotados de peso do ovo
no ar, obtido na avaliação do peso específico, e peso da casca, obtido na avaliação de peso da
casca. Os percentuais de casca foram calculados dividindo-se o valor de peso da casca pelo valor
de peso do ovo e multiplicando-se por 100.
Para as avaliações de espessura da casca foram aproveitadas as mesmas cascas utilizadas nas
análises de peso da casca. A mensuração da espessura da casca foi realizada pelo uso do
micrômetro modelo 25M-5 AMES® 0,01 mm (Fig. 3). As medições foram realizadas nas
diferentes regiões da casca; região apical, extremidade afilada, região equatorial e região basal,
extremidade alargada que contém a camada de ar. A espessura de cada ovo foi expressa pela
espessura média calculada com base nas medidas de espessura das três regiões anotadas.
Para a avaliação da porosidade da casca foram utilizados dez ovos de cada tratamento por dia de
coleta, esses ovos foram separados unicamente para essa análise. Foi utilizado o método de análise
pela contagem do número de poros pela microscopia óptica.
31
Os ovos foram quebrados e lavados para remoção do albúmen aderido a casca. Posteriormente
foram retirados cinco fragmentos da casca, de forma a incluir todas as três regiões (apical,
equatorial e basal), os fragmentos foram fervidos separadamente em hidróxido de sódio a 5%,
durante dez minutos, para remoção da cutícula, membranas e sujidades aderidas. Os fragmentos
foram secos a temperatura ambiente durante duas horas, após esse período, foram corados, na
face interna, por meio de conta-gotas com solução aquosa de azul de metileno a 1%, o excesso do
corante foi retirado de forma a não manchar a face externa da casca. Os fragmentos corados foram
secos à temperatura ambiente durante uma hora. Após esses procedimentos foi demarcada, com
a utilização de um molde, uma área de 1 cm2, dividida em quatro áreas de 25 mm2, na face externa
de cada fragmento de casca. A contagem dos poros foi realizada com uso de microscópio óptico
no menor aumento (10x), sendo a soma das quatro áreas de 25 mm2 considerada o número de
poros por cm2 para cada um dos fragmentos avaliados. A quantidade de poros por cm2 em cada
ovo foi calculada por meio da média dos cinco fragmentos avaliados.
Para a determinação do teor de cálcio presente na casca foram utilizadas três repetições de um
pool de três cascas de ovos por tratamento. O teste seguiu o método de oxidimetria (BRASIL,
2014) por ser o teste de eleição para a determinação de cálcio em produtos de origem animal.
Inicialmente foi realizado o procedimento de calcinamento dos cadinhos de porcelana, para isso
os cadinhos foram mantidos durante uma hora na mufla a 600 oC, após esse período essa foi
desligada e os cadinhos foram retirados quando a temperatura no interior da mufla atingiu a
temperatura próxima dos 150 oC. Os cadinhos foram colocados no dessecador por cerca de 30
minutos, até o resfriamento total.
Durante o calcinamento dos cadinhos foi realizada a moagem das amostras e, cada pool de três
cascas foi triturado com o auxílio de um conjunto de pistilo e gral em porcelana. A amostra
triturada foi acondicionada em saquinhos identificados.
Os cadinhos calcinados foram colocados em balança de precisão de 0,0001 g. A balança foi zerada
e foi pesado aproximadamente um grama da amostra do pool de cascas no cadinho, o peso
próximo a um grama foi anotado e utilizado posteriormente. Os cadinhos foram identificados
segundo a amostra correspondente. Foi realizado a pré-queima durante dez minutos em uma chapa
aquecida, posteriormente os cadinhos com as amostras foram colocados na mufla a 600 oC por
quatro horas. Os cadinhos foram retirados quando a temperatura no interior da mufla atingiu a
temperatura próxima dos 150 oC. Os cadinhos foram mantidos no dessecador até resfriarem
completamente, permitindo a realização dos próximos procedimentos.
As cinzas obtidas na queima das amostras foram utilizadas no preparo da solução mineral que
consiste na dissolução do produto da cinza em solução de ácido clorídrico (HCl) a 50% (1:1), a
fim de solubilizar os minerais presentes. As cinzas foram transferidas para um béquer de 250 mL,
o cadinho que continha as cinzas foi “lavado” com 10mL de solução de HCl 1:1, que foi
transferida para o béquer contendo as cinzas, o procedimento foi repetido com mais 10mL de
solução. O cadinho foi lavado com pouca quantidade de água destilada, retirando ao máximo o
32
resíduo contido no mesmo, e essa foi transferida para o mesmo béquer contendo os 20mL de
solução e as cinzas, que foi levado a chapa aquecedora, dentro da capela de exaustão, até levantar
fervura. Após a retirada da chapa e aguardar a saída dos vapores, foi realizada uma filtração,
utilizando papel filtro qualitativo, para um balão volumétrico de 250 mL. O béquer e o filtro foram
lavados repetidas vezes com água destilada para garantir que todo resíduo de minerais fosse
transferido, e o volume do balão foi completado com água destilada, sendo homogeneizado e
identificado. Essa solução foi utilizada nos próximos procedimentos, sendo chamada por solução
mãe ou solução estoque.
Avaliação do cálcio:
Para a avaliação do cálcio foi utilizado o método pela titulação com permanganato de potássio.
Para isso, 5 mL da solução estoque foi transferida para um erlenmeyer, e duas gotas do indicador
vermelho de metila 0,1% foram adicionadas. Esse foi levado à chapa até aquecer, quando em
ebulição, foram adicionados 20 mL de Oxalato de amônio. A solução foi neutralizada com
hidróxido de amônio 1:1 que foi adicionado até atingir a cor amarelo. De gota em gota, ácido
clorídrico 1:3 foi adicionado até atingir a coloração rósea. A solução resultante ficou em descanso
entre uma e três horas, e foi filtrada no funil sobre um Kitasato, usando o vácuo, durante a filtração
o erlenmeyer foi lavado com 10 mL hidróxido de amônio 1:50, duas vezes. As bordas do
erlenmeyer onde estava a solução e o funil usado na filtração foram lavados com ácido sulfúrico
a 5% quente, lavando assim todo precipitado retornando para o erlenmeyer num volume de 100 a
150 mL. Por fim, o erlenmeyer foi colocado na chapa para ferver e a titulação foi feita à quente
com o permanganato de potássio 0,05N até a primeira viragem para cor rosa claro. A porcentagem
do cálcio foi obtida pelo uso da fórmula:
(V x N x 0,02004 x D)
Teor de Cálcio=
Alíquota x peso da amostra
Em que:
N= normalidade do permanganato
A avaliação da cor da casca foi realizada pelo uso do aparelho colorímetro CR-400 (Minolta,
Konica, São Paulo, SP, Brasil). Foram utilizados 12 ovos de cada tratamento por dia de coleta.
O teste foi realizado no mesmo local do laboratório. O aparelho foi posicionado nas três regiões
da casca (apical, equatorial e basal), sendo evitadas as regiões com sujidades. Foram avaliados
três parâmetros de cor: L*, a* e b*, foram anotados os parâmetros de cor registrados para cada
região. Segundo Harder et al. (2007) o valor de a* caracteriza coloração na região do vermelho
(+a*) ao verde (-a*), o valor b* indica coloração no intervalo do amarelo (+b*) ao azul (-b*). O
valor L* nos fornece a luminosidade, variando do branco (L*=100) ao preto (L*=0).
33
4.6. Delineamento experimental
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado sendo quatro tratamentos e seis dias de
avaliação. Para as análises peso específico do ovo, peso, porcentagem, resistência, espessura e
coloração da casca foram utilizadas 12 repetições, para as análises de porosidade foram utilizadas
dez repetições e para avaliação de porcentagem de cálcio foram utilizadas três repetições de um
pool de três cascas.
Os dados foram analisados utilizando a metodologia dos quadrados mínimos ordinais, no software
de análise estatística R (Core Team, 2019). Os dados colhidos para cada variável analisada foram
testados quanto a sua normalidade e homocedasticidade pelos testes de Shapiro-Wilk e Bartlett,
respectivamente. Quando a amostra apresentou distribuição normal, porém não apresentou
homocedasticidade foi-se utilizado a metodologia dos quadrados mínimos generalizados para
obtenção dos modelos.
Para amostras que não apresentavam distribuição normal buscou-se a melhor transformação da
variável resposta através da transformação Box-Cox. Na impossibilidade de se obter distribuição
normal os dados foram analisados através da metodologia não paramétrica de transformação por
Rank alinhados (Alignet Rank Transformation) conforme descrito por Higgs et al. (1990) e
implementada no pacote R “ARTool’ (Wobbrock et al., 2011). Todas as médias foram
comparadas através do teste de Tukey (p<0,05).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das avaliações da qualidade da casca dos ovos das galinhas de postura que
receberam medicamentos (sulfaquinoxalina, enrofloxacina e nicarbazina) administrados à ração
foram comparados estatisticamente com os resultados das avaliações dos ovos obtidos pelas aves
do grupo controle (aves não medicadas). Assim foram verificados os efeitos do medicamento, do
dia de tratamento e a interação entre eles. Não houve efeito de interação para os parâmetros
resistência da casca, peso específico, peso, porcentagem e espessura da casa e teor de cálcio,
sendo avaliado os fatores separadamente. Houve interação para as características de coloração e
porosidade da casca, dessa forma o efeito obtido com o tratamento, para essas duas características,
depende igualmente do medicamento e do dia de administração ou retirada do mesmo.
Os resultados de resistência da casca, peso específico dos ovos, peso, porcentagem e espessura da
casca e teor de cálcio dos tratamentos A (controle) e B (sulfaquinoxalina) estão demonstrados na
Tab.1. Foram observadas diferenças significativas (P<0,001) para alguns parâmetros de qualidade
avaliados e os resultados demonstraram perda na qualidade da casca dos ovos de galinhas que
foram tratadas com o antimicrobiano sulfaquinoxalina.
34
qualidade da casca dos ovos. Foi observado também uma redução da porcentagem da casca dos
ovos das galinhas tratadas (9,43%) em relação as não tratadas (9,73%), essa redução demonstrou
uma menor proporção de quantidade de casca em relação ao ovo.
Não foram observadas diferenças (P>0,05) entre os tratamentos para os valores de resistência da
casca, peso e espessura da casca e teor de cálcio.
Tabela 1: Resultados médios dos valores de resistência da casca, peso específico dos ovos,
peso, porcentagem e espessura da casca, e teor de cálcio, dos ovos de galinhas não
tratadas (A) e tratadas com sulfaquinoxalina (B).
Resistência da Peso específico Peso da casca Espessura da Cálcio
Tratamento % de casca1
casca (g) (g/mL H2O)1 (g) casca (mm) (mg/Kg)
A diminuição da qualidade da casca dos ovos de galinhas tratadas com sulfonamidas também foi
observado por outros autores. Radwan et al. (1991) ofereceram sulfanilamida para aves e
observaram que o medicamento causa perda da qualidade da casca dos ovos por reduzir a absorção
intestinal de cálcio e por diminuir sua disponibilidade, além de alterar a deposição normal dos
componentes da casca no ovo através do aumento contínuo da contratilidade uterina. Malik et al.
(2013) relataram que o tratamento de aves de postura com medicamentos à base de sulfonamidas
(sulfaquinoxalina - 150 mg, sulfametazina sódica - 70mg e sulfadiazina sódica - 70 mg) resultou
em perda de peso e diminuição da espessura das cascas, que também apresentaram superfícies
malformadas e ásperas. Segundo esses últimos autores a perda da qualidade externa dos ovos
pode ser justificada pela diminuição da síntese de carbonato de cálcio, um dos principais
componentes da casca do ovo.
O tratamento com sulfaquinoxalina alterou a quantidade de poros presentes na casca (Tab. 2), e
os ovos das galinhas tratadas apresentaram maior quantidade de poros (134,49) que os ovos das
não tratadas (109,52). Essa alteração dependeu igualmente do dia do tratamento, e ocorreu no
quarto dia de experimento, que corresponde ao ovo produzido no último dia em que as aves
receberam o medicamento na ração. O aumento do número de poros pode ter contribuído para a
diminuição do peso específico dos ovos, por favorecer as trocas gasosas e permitir uma maior
perda de água.
Tabela 2-Resultados médios dos valores de porosidade da casca dos ovos das galinhas não
tratadas (A) e tratadas com sulfaquinoxalina (B).
Porosidade da casca1
Tratamento Dias de experimento
4 5 6 7 11 15 CV2
A 109,52bB 107,73aB 120,45aAB 116,26aAB 140,08aA 129,08aAB
18,6
B 134,49aA 123,55aA 115,01aA 130,56aA 114,85aA 119,83aA
1
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, são diferentes pelo teste de T (P<0,05).
2
CV: Coeficiente de variação.
Foi observado efeito da interação tratamento x dia de avaliação para o parâmetro cor da casca
(P<0,001). As aves que receberam sulfaquinoxalina na ração apresentaram redução dos valores
35
do parâmetro b* na região equatorial no último dia de avaliação (Tab.3). Porém, em nenhum outro
dia do tratamento, foram observadas diferenças nos parâmetros de cor avaliados (L*, a*, b*).
Tabela 3: Resultados médios dos parâmetros L* a* b*, dos ovos de galinhas não tratadas
(A) e tratadas com sulfaquinoxalina (B).
Coloração da casca1
Dias de experimento
Segundo Butcher e Miles (2017), drogas que interferem na formação da casca dos ovos, em
especial que impedem a deposição da cutícula, como as sulfonamidas, levam despigmentação dos
ovos. Porém, a alteração na cor no parâmetro b* encontrada nesse experimento não foi
considerada como efeito do tratamento medicamentoso, pois essa alteração só foi observada 12
dias após a retirada do medicamento e nos dias anteriores não foram observadas nenhuma
diferença entre os tratamentos e dias avaliados.
5.2. Qualidade da casca dos ovos de galinhas tratadas com o antimicrobiano Enrofloxacina
Os resultados de resistência da casca, peso específico dos ovos, peso, porcentagem e espessura da
casca, teor de cálcio e porosidade dos tratamentos A (controle) e C (enrofloxacina) estão
demonstrados na Tab.4. Não foram observadas diferenças (P>0,05) entre os tratamentos para
esses parâmetros de qualidade avaliados.
36
Tabela 4: Resultados médios dos valores de resistência da casca, peso específico dos ovos,
peso, porcentagem e espessura da casca, teor de cálcio e porosidade, dos ovos de
galinhas não tratadas (A) e tratadas com enrofloxacina (C).
Resistência Peso específico Peso da casca Espessura da Cálcio
Tratamento % de casca Nº poros
(g) (g/mL H2O) (g) casca (mm) (mg/Kg)
A 5186,55a 1.0807a 6,10a 9.73a 0,3996a 0,439a 123,08a
C 5330,57a 1.0797a 6,18a 9.63a 0,3973a 0,437a 113,67a
CV (%)1 20,73 NA2 9,03 9,52 6,66 NA2 18,6
Médias seguidas de letras iguais na coluna são semelhantes estatisticamente pelo teste de T (P>0,05).
1
CV: Coeficiente de variação.
2
NA: Não se aplica. Variáveis não paramétricas.
Apesar de não terem sido verificadas alterações nas avaliações de qualidade da casca (Tab.4),
alguns ovos produzidos pelas galinhas tratadas com enrofloxacina apresentaram alterações na
forma da casca, com superfícies malformadas e ásperas (Fig.4). As alterações ocorreram nos ovos
coletados a partir do sexto dia de experimento, um dia após a última administração do
medicamento.
Figura 4: Ovos com superfície enrugada produzidos por galinhas tratadas com o
antimicrobiano enrofloxacina (C), nos dias seis, sete 11 e 15 do experimento.
37
Tabela 5: Resultados médios dos parâmetros L* a* b*, dos ovos de galinhas não tratadas
(A) e tratadas com enrofloxacina (C).
Coloração da casca1
Dias de experimento
Apesar do uso de fluorquinolonas não ser aprovado para poedeiras, elas são muito utilizadas no
dia a dia da produção comercial de postura por ser um medicamento de amplo espectro de ação
contra bactérias e indicado para o tratamento de inúmeras infecções comuns em avicultura de
postura. E, como relatado no item 3 dessa dissertação, na literatura existente são documentados
os acúmulos de resíduos de enrofloxacina bem como de outras quinolonas no conteúdo interno
de ovos e em tecidos de aves tratadas. Porém, apesar de não haver na literatura nenhum trabalho
que relacione o uso da enrofloxacina com a qualidade da casca, existem relatos que descrevem a
perda da qualidade dessa.
5.3. Qualidade da casca dos ovos de galinhas tratadas com o anticoccidiano Nicarbazina
Os resultados de resistência da casca, peso específico dos ovos, peso, porcentagem, espessura e
porosidade da casca e teor de cálcio dos tratamentos A (controle) e D (nicarbazina) estão
demonstrados na Tab.6.
38
Tabela 6: Resultados médios dos valores de resistência da casca, peso específico dos ovos,
peso, porcentagem e espessura da casca, teor de cálcio e porosidade, dos ovos de
galinhas não tratadas (A) e tratadas com nicarbazina (D).
Peso específico Espessura casca Cálcio
Tratamento Resistência (g) Peso casca % de casca Nº poros
(g/mL H2O) (mm) (mg/Kg)
O tratamento das galinhas com o anticoccidiano nicarbazina resultou em perda de qualidade dos
ovos devido basicamente a despigmentação das cascas, sendo que com relação aos outros
parâmetros avaliados não houve diferença (P>0,05) entre os grupos não tratado e o que consumiu
a ração contaminada com o medicamento. Geralmente, não são utilizados anticoccidianos para
galinhas de postura, principalmente quando essas são criadas em gaiolas (como no caso do
presente trabalho), mas ocasionalmente pode ocorrer contaminação da ração durante sua produção
nas fábricas. Para simular essa contaminação da ração de postura com medicamento, o tratamento
D foi formulado com subdosagens de nicarbazina na ração.
Os resultados encontrados demonstraram que o medicamento nicarbazina, como foi utilizado, não
interferiu na formação e constituição das estruturas que formam a casca. No entanto, o tratamento
com o anticoccidiano foi realizado em uma baixa dosagem e por um curto período de tempo, o
que não permite afirmar se o mesmo, quando utilizado em altas dosagens e por um período
prolongado, não altera os parâmetros de qualidade avaliados. Como foi dito anteriormente,
normalmente a nicarbazina não é utilizada em aves de postura, dessa maneira, se ocorrer a
contaminação acidental a mesma será em baixas dosagens por um período curto de tempo.
Diferente dos resultados apresentados no nesse trabalho, Sherwood et al. (1956) demonstraram a
perda da qualidade dos ovos de galinhas reprodutoras em fase de postura tratadas com nicarbazina
por longos períodos. No experimento as aves receberam diferentes dosagens de nicarbazina (6,
20, 50, 125 e 700 mg.kg-1) durante 12 dias. Como efeito do tratamento, os autores relataram que
além da despigmentação da casca, foram observados aumento da mortalidade embrionária e queda
na eclodibilidade. A piora do desempenho reprodutivo das aves observada pelos autores pode
estar relacionada a piora da qualidade da casca dos ovos resultante do tratamento com nicarbazina.
O tratamento das aves com nicarbazina resultou em despigmentação de todas as regiões da casca
dos ovos (Tab. 7), essa despigmentação foi evidenciada pelo aumento da faixa branca (L*) e
diminuição da faixa vermelha (*a). Essas alterações foram identificadas a partir dos ovos
produzidos no terceiro dia de tratamento das aves até os ovos produzidos no sétimo dia do
experimento, ou seja, dois dias após o término do tratamento com o anticoccidiano (Fig.5).
39
No 11º dia de experimento as cascas não mais apresentavam a despigmentação, os ovos desse dia
foram formados cinco dias após a interrupção na administração da nicarbazina. Devido a
definição das datas de coleta dos ovos, não foram avaliados os ovos produzidos entre os dias sete
e 11, não podendo afirmar com exatidão com quantos dias de suspensão da nicarbazina os ovos
voltaram a coloração normal.
Tabela 7: Resultados médios dos parâmetros L* a* b*, dos ovos de galinhas não tratadas
(A) e tratadas com nicarbazina (D).
Coloração da casca1
Dias de experimento
O tempo necessário para a recuperação da coloração normal dos ovos após o tratamento com
nicarbazina depende da dosagem do medicamento administrada. Hughes et al. (1991) ao avaliar
o efeito da contaminação da ração por nicarbazina sobre a produção de ovos, fertilidade,
eclodibilidade e pigmentação da casca verificaram que a descoloração resultante do tratamento
das aves com níveis de 25, 50 e 100 mg.kg-1 de nicarbazina ocorreu a partir dos dias três e quatro
para a menor dosagem (25 mg.kg-1) e no segundo dia para as maiores dosagens (50 e 100 mg.kg-
1
). Foi observada uma descoloração total nos dias três e quatro dos ovos de galinhas tratadas com
ração contendo 100 mg.kg-1 do anticoccidiano. Os autores observaram que a recuperação da
coloração da casca ocorreu após seis, sete e oito dias de interrupção do tratamento para as
dosagens de 25, 50 e 100 mg.kg-1 respectivamente.
O mecanismo de interferência da nicarbazina na deposição dos pigmentos sobre a casca dos ovos
foi investigado por alguns autores. Polin (1959) avaliou a concentração das porfirinas na casca
dos ovos e a capacidade de síntese in vitro desses pigmentos pelos tecidos do oviduto de galinhas
tratadas como o anticoccidiano. E verificou que, com cinco dias de tratamento a concentração de
porfirinas na casca teve redução de 58% e 71% nos grupos tratados com 50 e 100 mg.kg-1 de
40
nicarbazina respectivamente. Foi observada que a diminuição da deposição do pigmento não está
relacionada a perda da capacidade de síntese in vitro do pigmento pelos segmentos do oviduto,
uma vez que essa foi mantida.
41
6. CONCLUSÃO
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