Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências Agrárias E Veterinárias Câmpus de Jaboticabal
Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências Agrárias E Veterinárias Câmpus de Jaboticabal
Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências Agrárias E Veterinárias Câmpus de Jaboticabal
DEDICO
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
Ao Diego Barrozo, pela amizade e por esclarecido as minhas dúvidas inúmeras vezes.
Aos colegas de trabalho Aline, Bruno, Dimas, Érika, Josiane, Juliana, Letícia,
Luana, Flávia, Jaqueline e Regiane, pelo companheirismo.
Aos amigos do Departamento Carla, Davi, Iara e Marcos pelo apoio e momentos
divertidos.
Ao Professor Dr. Danísio Prado Munari, Professor Dr. João Ademir de Oliveira e
Professor Dr. Valter Udler Cromberg pelos conselhos para aprimoramento do meu
trabalho.
SUMÁRIO
Análises estatísticas............................................................................................... 49
RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 50
CONCLUSÃO ................................................................................................................. 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 54
Capítulo 3 – Estimação dos componentes de variância e parâmetros genéticos e
fenotípicos da imobilidade tônica em perdizes (Rhynchotus rufescens).. 59
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 60
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 63
RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 66
CONCLUSÃO ................................................................................................................. 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 69
1
OBJETIVO
REVISÃO DE LITERATURA
Domesticação
domesticada (White Leghorn) com seu ancestral (Red Junglefow) mostrou um efeito
significativo da raça sobre o nível de medo em uma série de diferentes testes,
destinados para medir as reações aos diferentes tipos de estímulo assustador, em que
os pintinhos da raça domesticada mostraram menor nível de medo do que seus
ancestrais. Isto indica que domesticação tem sido associada com a seleção,
intencionalmente ou não, para menor nível de medo em aves, indicando que a seleção
para baixo nível de medo foi elemento importante na domesticação.
O medo é, provavelmente, um estado em dormência no animal (JONES, 1987).
Alguns animais reagem de modo ativo, enquanto outros mostram comportamento
inibido durante a reação de medo (KOOLHAS et al., 1999). Neste último caso, os
animais cessam toda atividade em curso e imediatamente ficam imóveis quando a
causa de perigo é detectada, reduzindo deste modo, a capacidade de avaliar e reagir
diante dos predadores (HAZARD et al., 2008). Desta forma, em meio natural, a reação
de medo aumenta a sobrevivência do animal, pois, geralmente, são induzidas por
situações que podem, de algum modo, estarem relacionadas à situação predador-
vítima (SUAREZ & GALLUP, 1983), ambiente não familiar, especialmente em grandes
campos abertos (GRIGOR, 1993), objetos novos, bem como a presença de humanos,
som e odores (DUNCAN, 1985; JONES, 1986).
Contudo, a reação de medo em sistemas de criação de animais pode ser
prejudicial (FORMANEK et al., 2008), visto que, o medo e a ansiedade são
considerados estados emocionais indesejáveis que podem reduzir o bem-estar, o
crescimento e o desempenho reprodutivo em animais domésticos. Assim, o
melhoramento ambiental é essencial para reduzir o medo em aves domésticas (JONES,
1996) e pode ter uma significância ética e econômica (SALVATIERRA & ARCE, 2001).
Uma técnica que tem sido usada em muitos estudos para medir o nível de medo
(JONES, 1986) é o método de imobilidade tônica (IT) também conhecido como
simulação de morte, que é um estado de sensibilidade reduzida pela imobilização física.
A duração do tempo em IT tem sido correlacionada positivamente com o nível de medo
medido pelo nível de corticosterona plasmática e outras medidas fisiológicas, bem como
a proporção de heterófilo/linfócito (JONES et al., 1988).
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jovens podem memorizar os seres humanos e outros objetos nos primeiros dias de
vida.
Em aves domésticas, o estado de ansiedade crônica ou estresse pode causar
prejuízos ao organismo do indivíduo e efeito desfavorável na produção de ovos, taxa de
crescimento e conversão alimentar (CRAIG & ADANS, 1984) Em codornas, o estresse
pode contribuir ao aparecimento de comportamentos indesejáveis como agressividade,
depressão e desvio social, que podem afetar tanto a saúde das aves como a
produtividade (DUNCAN, 1981; JONES, 1989; MILLS & FAURE, 1990).
Em sistemas de criação, a tecnologia moderna, aliada ao melhoramento genético
e adaptação ambiental, permitiu a produção em massa devido ao maior número de
animais alojados/m2. Entretanto, o tamanho do grupo pode ter um grande impacto sobre
o comportamento dos animais, especialmente em espécies em que o tamanho do grupo
na natureza é muito diferente do tamanho utilizado nas explorações zootécnicas
(RONDERBURG & KOENE, 2007). Por exemplo, para aves e suínos, o tamanho do
grupo encontrado no estado selvagem é geralmente muito menor do que o tamanho do
grupo encontrado em condições comerciais (COLLIAS et al., 1966; GONYOU, 2001) e
isso pode refletir-se negativamente no comportamento animal.
RONDERBURG & KOENE (2007) estudaram o efeito do grupo sobre o
comportamento de galinhas e constatou que grupo de maior dimensão levou a níveis
mais elevados de comportamentos prejudiciais (como canibalismo e bicagem da penas)
e aumentou o nível de medo e estresse em aves. Para minimizar estes problemas, os
autores sugeriram melhoria no sistema de alojamento e de manejo. Os resultados
encontrados por estes autores estão de acordo com o trabalho de BILČÍK et al. (1998),
que estudaram o efeito do tamanho do grupo sobre a IT em galinhas poedeiras em
grupos de 15, 30, 60 e 120 aves. Eles descobriram que a duração da IT foi maior nos
grupos de 120 do que em grupos de 15 aves, provavelmente devido ao aumento da
concorrência em grandes grupos. Este trabalho evidenciou que o tamanho do grupo
afetou o nível de medo nos animais, concluindo que embora a função da IT seja a
redução da chance do animal ser morto por predadores, o ambiente social é o fator
imediato que afeta o tempo em IT em aves domésticas.
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sexo sobre a IT mostrou que machos apresentaram menor tempo em IT do que fêmeas,
embora estes valores não foram estatisticamente significativos, confrontando com os
resultados encontrados por CAMPO & CARNICER (1993) e JONES & FAURE (1982)
que trabalharam com aves poedeiras e constataram que machos permaneceram maior
tempo em IT do que fêmeas, resultando em maior índice de medo nos machos.
CAMPO et al. (2005), em trabalho de IT e relação H/L, para verificar a influência
dos estímulos sonoros específicos em galinhas de postura, concluíram que ocorreu
influência negativa significativa de ruído (90 dB versus 65 dB) sobre o estresse e medo
de galinhas. A música clássica (75 versus 65 dB) não afetou o nível de estresse das
galinhas, mas apresentou um efeito crescente sobre o seu medo, comprometendo o
bem estar das aves. Desta forma, a crença de que a exposição ao ruído provoca
estresse nos animais de produção parece ser verdade, mas a alegação de que a
música pode proporcionar bem estar não, com estes estímulos sonoros específicos.
Portanto, as pesquisas realizadas para avaliar a característica de IT permitem
concluir que a variação do tempo em IT está relacionada com diversos fatores, tanto
genéticos como ambientais.
GROSS & SIEGEL (1983) propuseram que a relação H/L pode ser usada para
medir mudanças fisiológicas, enquanto que a concentração de corticosterona no
sangue é afetada por muitos fatores antes de ocorrerem alterações fisiológicas.
Portanto, a relação H/L deve ser uma melhor medida de mudança de ambiente a longo
prazo, e a concentração de corticosterona no sangue deve ser uma melhor medida de
alterações a curto prazo. Para isto, estes autores, em pesquisas com frangos de corte,
compararam o efeito da concentração de corticosterona plasmática e a relação
heterófilo/linfócito (H/L) para vários agentes estressores e observaram que a relação
H/L foi o melhor indicador para observar a importância do estresse crônico em aves
domésticas, enquanto que a concentração de corticosterona no sangue foi afetada por
muitos fatores antes da ocorrência da alteração fisiológica. Em resposta ao estresse,
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Seleção divergente
menor duração de Imobilidade tônica (CIT) apresentou maior peso corporal e maior
número de ovos postos do que a linhagem selecionada para maior duração de
imobilidade tônica (LIT). Os ovos postos pela linhagem LIT tiveram maior conteúdo de
albúmen, mas menor porcentagem de casca do que a linhagem CIT, concluindo que
houve uma relação entre índice de medo e produtividade nas codornas sob seleção
divergente para CIT ou LIT.
HAZARD et al. (2008) verificaram o comportamento de medo em codornas e
observaram que houve correlação entre o nível de corticocosterona e o tempo de
duração em IT, ou seja, aves com genótipo CIT apresentam maior nível de
corticosterona do que nas aves com LIT, sugerindo assim, que, a reação de medo afeta
o nível de corticosterona e, conseqüentemente, influi na resposta da relação
hipotálamo-hipófise-glândulas adrenais. Estes resultados concordam com os obtidos
por HAZARD et al. (2005), que relataram que as codornas LIT eram potencialmente
mais sensíveis a eventos estressantes que podem ocorrer durante o período de
criação, e a eventos estressantes prévios que podem aumentar suas capacidades
subseqüentes para dar conta de diferentes situações estressantes e têm limitada
ativação do eixo hipotálamo- hipófise- glândulas adrenais. Os mesmos resultados foram
identificados em espécies de patos (FAURE et al. 2003). Entretanto, HAZARD et al.
(2008) sugeriram que mais estudos devem ser realizados para esclarecer o
funcionamento do sistema endócrino em aves selecionadas para CIT ou LIT.
Estudo realizado por MILLS & FAURE (2000), mostrou que a seleção para
menores níveis de medo, ou seja, animais selecionados para CIT foram menos
perturbados pela presença humana do que animais selecionados em direção oposta.
Os animais com o genótipo CIT eram mais facilmente capturados e manejados pelos
tratadores do que animais com genótipo LIT. Este fato pode ser explicado pela redução
de medo aos humanos, mostrando que essa seleção genética pode ser usada para
reduzir a reação negativa aos seres humanos e melhorar o bem estar e a produtividade
animal.
HAZARD et al. (2008) verificaram a reação de medo em codornas submetidas ao
experimento de retenção, relatando que aves da linhagem CIT debateram-se com muito
21
Estrutura da população
Ciclo 2006/2007
A formação de 100 famílias foi realizada escolhendo aleatoriamente 256 fêmeas
e 164 machos evitando-se somente a endogamia. O número de aves alojadas em cada
box e a proporção de machos para cada fêmea para formação das famílias variou,
sendo que foram alojados de 3 a 5 animais/box. As aves deste ciclo deram origem à
população base na qual seriam separadas as linhagens de seleção cujos critérios eram
tempo de permanência em imobilidade tônica, comportamento de reintegração social e
controle (não selecionada).
Ciclo 2007/2008
Em julho de 2007, foram escolhidos aleatoriamente 354 aves, 234 fêmeas e 120
machos, para a formação do plantel de reprodução. A escolha dos machos e fêmeas
para a formação de 112 famílias foi realizada ao acaso evitando-se somente a
endogamia. A proporção de machos (M) para cada fêmea (F) para formação das
famílias constituiu de 1M:1F, 1M:2F, 1M:3F, 2M:2F, 2M:3F e 3M:3F.
A postura foi de 3224 ovos, porém, 548 ovos estavam bicados, quebrados ou de
casa mole, restando 2676 ovos viáveis para incubação. O embriodiagnóstico realizado
com ovos não eclodidos revelaram que 920 estavam férteis e 1000 inférteis, sendo
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assim, o nascimento neste ciclo foi de 469 perdigotos. Porém, somente 100 chegaram
aos 90 dias de idade, podendo ser realizadas as medidas de IT.
Com os dados, foi possível a elaboração das estatísticas descritivas do tempo de
permanência em IT, avaliado em segundos, e peso avaliado, em gramas, pelo
procedimento MEANS do programa SAS®. Foram eliminados todos os animais sem
informação, como a identificação do sexo e animais que eram filhos únicos.
A análise de variância foi realizada utilizando-se o procedimento GLM (SAS®).
Foram adotados também as seguintes fórmulas para calcular as taxas de fertilidade,
eclodibilidade, eclosão e o número de ovos postos por fêmea:
Número de ovos férteis
• Taxa de fertilidade = x 100
Número de ovos incubados
Número de ovos eclodidos
• Taxa de eclodibilidade = x 100
Número de ovos férteis
Número de ovos eclodidos
• Taxa de eclosão = x 100
Número de ovos incubados
Número de ovos postos
• Número de ovos postos por fêmea =
Número de fêmeas
Ciclo 2008/2009
Em julho de 2008, por ocasião do alojamento das aves para reprodução, foram
formadas as três sub-populações para os experimentos de seleção. A designação das
aves a cada sub-população foi totalmente ao acaso de modo que a variabilidade
existente na população base estivesse representada em cada uma das linhas
experimentais.
A progênie de cada linha nascida na estação reprodutiva de agosto de 2008 a
abril de 2009 (F1), foi submetida à avaliação do tempo de permanência em imobilidade
tônica (IT) quando atingiu 90 dias e 120 dias de idade, sendo também realizada a coleta
de sangue para obtenção da relação heterófilo/linfócito (H/L). Foram mantidas algumas
aves de reserva de cada sub-população para possível reposição de animais que
viessem a óbito durante o ciclo reprodutivo.
24
Manejo reprodutivo
Segundo SICK (1997), os ovos são de cor vinácea ou chocolate violáceo, tido
como os mais belos que se conhecem, sendo brilhantes e parecidos com porcelana.
Os ovos foram colhidos duas vezes ao dia, uma no período da manhã e outra no
período da tarde. Receberam uma etiqueta com informações do número do box de
origem, ordem e a data de postura. Estas mesmas informações foram anotadas nas
planilhas colocadas em cada box para ter melhor controle. A identificação dos ovos é o
procedimento inicial que possibilita a determinação do pedigree. Uma das dificuldades
na determinação da genealogia materna do indivíduo deve-se ao fato da fêmea não
fazer a postura em ninhos, sendo ineficaz o uso de ninho alçapão para esta espécie
(HOSHIBA et al., 2002).
As informações dos ovos com casca mole, trincados e quebrados também foram
anotados na planilha, para ter o controle de postura de cada box e posterior avaliação
do número de ovos postos por fêmea. Esses ovos foram descartados, pois, não
estavam viáveis para incubação.
Todos os ovos de casca íntegra foram levados ao Laboratório de Embriologia, do
Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, da FCAV/UNESP para incubação
(Figura 1- A e B). Os ovos, então, foram desinfetados com solução de formol a 5% e
foram tomados o peso, medidas longitudinais e verticais do eixo e em seguida foram
colocados nas incubadoras com giro automático (Figura 1A) a cada hora. A incubação
foi realizada diariamente. Após 16 dias, os ovos foram transferidos ao nascedouro
(Figura 1B), sendo pesados e colocados individualmente em sacos de filó possibilitando
a identificação de origem do perdigoto recém-nascido. Tanto a incubadora quanto o
nascedouro eram da marca Premium ecológica com capacidade para até 80 ovos e
foram mantidos a temperatura de 36oC e 60% de umidade.
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A ovoscopia não foi realizada, pois os ovos de perdizes são de coloração escura,
impossibilitando a visualização definida do seu interior. Assim, os ovos que não
eclodiram em 26 dias foram retirados dos nascedouros e submetidos ao
embriodiagnóstico, avaliando-se morte embrionária precoce (1 a 7 dias), morte
embrionária intermediária (8 a 15 dias) ou morte embrionária tardia (desenvolvimento
embrionário maior que 16 dias) ou como ovo claro (não fecundado).
A eclosão ocorreu por volta de 21 dias após a postura (Figura 1C). Após o
nascimento, os perdigotos eram pesados e recebíam anilhas provisórias constituídas
por abraçadeiras coloridas na pata, cuja combinação de cores correspondia ao número
do ovo e à linhagem a que pertenciam. Os perdigotos eram abrigados em criadeiras,
também instaladas no Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, possuindo em
seu interior lâmpadas para aquecer os filhotes e bandejas removíveis coletoras de
dejetos, possibilitando melhor limpeza que era realizada diariamente pelo tratador. Os
perdigotos receberam ração farelada contendo em sua formulação 28% de Proteína
Bruta e 2800 kcal/EM/kg e água com 1 gota de Vita Gold, ad libtum e após 5 a 10 dias
alojados nestas criadeiras, eram pesados e transferidos ao galpão de recria do Setor de
Animais Silvestres da FCAV/UNESP.
Sexagem
medida do tempo em IT afeta o nível de medo nos animais. Portanto, todas as medidas
IT foram realizadas no mesmo local, dando-se preferência ao período da manhã
quando o clima é mais ameno, evitando-se possível estresse causado pela
temperatura.
Inicialmente, as aves eram apanhadas cuidadosamente, colocadas em caixas
para serem levadas ao galpão de reprodução, que apresenta uma área isolada das
aves alojadas para reprodução e em seguida era anotado o peso de cada ave. Um fator
que influencia a duração do estado em imobilidade durante as avaliações experimentais
é a ordem em que as aves são capturadas, sendo os primeiros animais capturados os
menos estressados, consequentemente, estes animais permanecem por menor tempo
em imobilidade tônica em relação aos demais (MILLS & FAURE, 1990; GUANDOLINI,
2005). Assim, após a pesagem, as aves eram colocadas individualmente em uma caixa
de PVC medindo 50x50x50cm permanecendo dentro desta durante dez minutos, para
retirar possíveis efeitos que pudessem causar alterações no estado de permanência em
IT. A seguir, a ave era retirada da caixa de PVC e colocada em decúbito dorsal sobre
um leito de madeira em formato de V (Figura 2- A, B e C), com a cabeça pendendo para
fora deste leito e para que a IT fosse induzida, a ave era contida no peito e na cabeça
pelas mãos do avaliador durante 10 segundos. O observador posicionou-se a,
aproximadamente, 1 metro da ave, sempre mantendo contato visual com a ave até que
esta saísse do estado catatônico. O tempo foi medido em segundos por um cronômetro.
O tempo mínimo considerado neste estado foi de dez segundos e se antes deste tempo
o animal saísse do estado catatônico, então a IT era novamente induzida. Se o animal
não saísse do estado catatônico no período de 40 minutos, então, era retirado desta
posição e admitia-se o tempo de 40 minutos para esta ave.
Aos 120 dias de idade da ave, o tempo de permanência em IT foi novamente
medido.
30
Figura 2 – Ave em imobilidade tônica, visualizada por diferentes ângulos. (A) vista geral;
(B) vista lateral; (C) vista frontal
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44
INTRODUÇÃO
medo vem sendo realizados a fim de proporcionar aos animais maior bem estar e
otimizar a relação homem-animal, resultando assim, em melhores índices zootécnicos e
potencializando a produtividade e desempenho dos animais, com melhor custo
benefício.
Segundo JONES (1987) o medo é, provavelmente, um estado em dormência no
animal. Alguns indivíduos reagem de modo ativo, ou seja, lutam ou fogem, enquanto
outros mostram comportamento inibido durante a reação de medo (KOOLHAS et al.,
1999). Na incapacidade de lutar ou fugir, os animais cessam toda atividade em curso e
imediatamente ficam imóveis quando a causa de perigo é detectada, reduzindo deste
modo, a capacidade de avaliar e reagir diante dos predadores (HAZARD et al., 2008).
Desta forma, em meio natural, a reação de medo aumentaria a sobrevivência do animal,
pois, geralmente, é induzida por circunstâncias que podem, de algum modo, estarem
relacionadas à situação predador-vítima (SUAREZ & GALLUP, 1983); ambiente não
familiar, especialmente em grandes campos abertos (GRIGOR, 1993); objetos novos,
bem como a presença de humanos, som e odores (DUNCAN, 1985; JONES, 1986).
O medo é um estado emocional com respostas comportamental e fisiológica que
são fundamentais para adaptação e sobrevivência. As respostas comportamentais
estão ligadas com mecanismos psicológicos de atenção, aprendizagem e motivação. E
a resposta fisiológica, ocorre nas mudanças respiratórias e cardiovasculares.
O comportamento de medo estimula o sistema nervoso, fazendo com que o
hipotálamo produza mediadores químicos, o hormônio liberador da corticosterona
(CRH) que irá atuar sobre a adenohipófise estimulando a produção e secreção do
hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) e de β-endorfinas, sendo que o ACTH irá
através da circulação sangüínea até o córtex adrenal estimular a secreção de
glicocorticóides, principalmente a corticosterona. O sistema nervoso simpático também
é ativado, estimulando a liberação de adrenalina e noradrenalina nos terminais
nervosos simpáticos e na medula adrenal (DUKES, 1996).
Uma técnica que tem sido usada em muitos estudos para medir o nível de medo
(JONES, 1986) é o tempo de permanência em imobilidade tônica (IT) também
conhecido como simulação de morte. Este é um estado de sensibilidade reduzida pela
47
imobilização física, sendo que aves que permanecem menor tempo em IT apresentam
menor nível de medo. Em ambiente natural, a IT é uma reação de defesa do
comportamento anti-predador expressa pelo animal quando está em situações de
perigo, como por exemplo, quando é capturado (GALLUP, 1977; THOMPSON &
LIEBREICH, 1987). Fingindo estar morto, haveria uma grande chance de escapar em
um momento de descuido do predador. A reação de IT é, portanto, uma estratégia de
adaptação comportamental, presente em muitas espécies de aves (BILČÍK et al., 1998).
A duração do tempo em IT tem sido correlacionada positivamente proporção de
heterófilo/linfócito (JONES et al., 1988). GROSS & SIEGEL (1983) determinaram que a
relação heterófilo/linfócito (H/L) foi o melhor indicador para analisar a importância do
estresse crônico em aves domésticas, observando-se que em resposta ao estresse,
ocorreu aumento do número de heterófilos e decréscimo no número de linfócitos e a
relação H/L foi menos variável que as taxas de heterófilos e de linfócitos.
A redução no nível de medo, provavelmente, é um pré-requisito para a
domesticação bem sucedida. Imagina-se que os animais com menor reação de medo
teriam maior capacidade de lidar com estresse do cativeiro e, em consequência, terem
apresntado, potencialmente, maior adaptabilidade durante o início da domesticação
(CAMPLER et al, 2009). Assim, a mensuração de IT pode ser uma ferramenta auxiliar
para a domesticação.
O objetivo deste estudo foi verificar quais são as fontes de variação importantes
para a característica tempo em IT em perdizes criadas em cativeiro.
MATERIAL E MÉTODOS
Manejo
A coleta e a incubação dos ovos foram realizadas diariamente. Inicialmente, os
perdigotos eram abrigados em criadeiras, instaladas no Departamento de Morfologia e
Fisiologia Animal, até completarem 7 dias de idade. Após esse período, foram
transferidos ao Setor de Animais Silvestres do Departamento de Zootecnia da FCAV –
UNESP e instalados em boxes com área total de 10 m2, cujo piso concretado foi
coberto com cama de feno de gramínea Coast Cross (Cynodon dactylon). Em cada box
49
foram alojados 15 animais com idades semelhantes e, por volta da 10a semana, foram
transferidos para box com 20m2. A ração contendo 28% de proteína bruta e 2800 kcal
de energia metabolizável foi fornecida ad libtum, na forma farelada para aves com
idades até quatro semanas e peletizada para aves superiores a essa idade. O
fornecimento de água, também ad libtum, foi realizado utilizando bebedouros tipo cone
para os filhotes com até cinco semanas de idade e bebedouros pendulares para os
animais mais velhos.
Análises estatísticas
Com os dados coletados foi possível a elaboração das estatísticas descritivas do
tempo de permanência em imobilidade tônica (IT), avaliado em segundos e peso
avaliado em gramas, pelo procedimento MEANS do programa SAS® (SAS 9.1, SAS
Institute, Cary, North Carolina, USA). Animais que não possuíam informação de sexo e
peso e que apresentaram tempo de permanência em IT maior que 2000 segundos
foram eliminados, totalizando 134 aves excluídas do banco de dados.
A análise de variância foi feita pelo método dos quadrados mínimos, por meio de
50
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Número de aves, média, desvio padrão, valor mínimo e máximo do peso
corporal em gramas das fêmeas e dos machos de perdiz (Rhynchotus
rufescens).
Sexo Número de aves Média Desvio padrão Mínimo Máximo
Fêmea 303 506,79 103,12 238,00 754,00
Macho 240 460,56 97,83 196,00 724,00
Total 543 486,35 103,31 196,00 754,00
51
Transformado
2
R 0,16
CV 18,32
2
R = coeficiente de determinação; CV= coeficiente de variação.
52
370 363,15
350
Tempo (s)
330
316,43
310
290
Fêmea Macho
No ciclo 2007 – 2008 ocorreu queda de produção, podendo ser explicado pelo
fato de que várias perdizes morreram e o resultado da necropsia (dados não
apresentados) revelou presença de muco no saco aéreo, bem como, nas vias
54
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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59
INTRODUÇÃO
Segundo MILLS & FAURE (1990; 1991), o comportamento de medo tem forte
componente genético e a seleção desta característica tem sido desenvolvida em
codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica), que pode ser um modelo interessante
para se investigar o bem estar animal.
O medo pode ser avaliado pelo tempo de duração em imobilidade tônica (IT),
que é o período variável em que o animal permanece imóvel, induzido manualmente
pelo homem, sendo que menor permanência em IT indica menor índice de medo e
maior facilidade de adaptação em cativeiro (JONES & FAURE, 1981).
A duração do tempo em IT tem sido correlacionada positivamente com a
proporção de heterófilo/linfócito (JONES et al., 1988). GROSS & SIEGEL (1983)
determinaram que a relação heterófilo/linfócito (H/L) foi o melhor indicador para analisar
a importância do estresse crônico em aves domésticas, observando-se que em
resposta ao estresse, ocorreu aumento do número de heterófilos e decréscimo no
número de linfócitos. Os heterófilos são responsáveis pela defesa contra as bactérias e
os linfócitos auxiliam no reconhecimento e destruição de muitos tipos de agentes
patogénicos (MAXWELL, 1993).
Trabalho com linhagens de aves de postura, realizado por ALTAN et al. (2005),
revelou que a relação heterófilo/linfócito foi significativamente maior em machos do que
em fêmeas, sendo que os machos também permaneceram maior tempo em IT do que
as fêmeas. CAMPO et al. (2008) constataram que animais que apresentaram marcas
de bicadas pelo corpo apresentaram maior proporção de heterófilo/linfócito em
comparação com animais que não possuíam ferimentos em decorrência de bicagem.
Em animais machucados por bicadas, houve aumento de número de heterófilo e
diminuição de linfócitos. O tempo em IT também foi maior nas aves com marcas de
bicadas pelo corpo, indicando assim que ocorreram diferenças consistentes entre
grupos de animais machucados e não machucado pelas bicadas de aves.
A seleção é o processo de melhoramento que atua fazendo com que os
indivíduos portadores de determinados genes ou combinações gênicas favoráveis
deixem mais filhos do que outros que não possuem tais genes ou combinações gênicas
(PEREIRA, 2008). Esta provoca mudanças na média da população, pois a progênie
62
herda, em média, metade do valor genético aditivo dos pais. Assim, a seleção tem
provado ser uma ferramenta útil para a pesquisa do comportamento de medo em aves.
MILLS & FAURE (1991) provaram que é possível a seleção divergente para
comportamento de codornas selecionando-as para curto (CIT) e longo (LIT) período em
IT mostrando que, ao final de 20 gerações, a média e desvio padrão foram 248 ± 79 s, 9
± 16 s e 57 ± 39 s para as linhagens LIT, CIT e controle, respectivamente. A seleção
destas codornas ocorreu baseando-se nos dados de IT medidos aos 7 e 8 dias de
idade.
Análises realizadas por RICHARD et al., (2000), com codornas das linhagens LIT
e CIT também indicaram que as duas linhagens divergiram em suas respostas
fisiológicas ao medo, mas a natureza dessa diferença variou com a intensidade do
estímulo. Este fato pode ser explicado pelo trabalho realizado por MINVIELE et al.
(2002) em que se constatou que a linhagem selecionada para menor duração de
Imobilidade tônica apresentou maior peso corporal e maior número de ovos postos do
que a linhagem selecionada para maior duração de imobilidade tônica. Os ovos postos
pela linhagem LIT tiveram maior conteúdo de albúmen, mas, menor porcentagem de
casca do que os da linhagem CIT, concluindo que houve uma relação entre índice de
medo e produtividade nas codornas sob seleção divergente.
Estudo realizado por MILLS & FAURE (2000), mostrou que animais selecionados
para CIT eram menos perturbados pela presença humana e mais facilmente capturados
e manejados pelos tratadores do que aqueles selecionados em direção oposta,
concluindo que essa seleção pode ser utilizada para reduzir a reação negativa aos
seres humanos e melhorar o bem estar e a produtividade animal.
HAZARD et al. (2008) verificaram a reação de medo em codornas submetidas ao
experimento de retenção, relatando que aves da linhagem CIT debateram-se com muito
mais freqüência do que da linhagem LIT, especialmente no início da retenção. Além
disso, as codornas da linhagem LIT raramente mostraram comportamento de valentia
durante o período de retenção, evidenciando que esta linhagem tinha maior medo sob a
situação de contenção. Em conclusão, estes autores sugeriram que a seleção
divergente para imobilidade tônica em codornas resultou no desenvolvimento de
63
MATERIAL E MÉTODOS
idade e então, transferidas para boxes de 20m2, nos quais foram alojadas 15 aves/box
com idades semelhantes.
A ração, contendo 28% de proteína bruta e 2800 kcal de energia metabolizável,
foi fornecida ad libtum, na forma farelada para aves com idades até quatro semanas e
peletizada para aves com idades superiores a essa. O fornecimento de água, também
ad libtum, foi realizado utilizando-se bebedouros tipo cone para os perdigotos com até
cinco semanas de idade e bebedouros pendulares convencionais para os animais mais
velhos.
O manejo sanitário incluiu a verificação anual de endo e ectoparasitos. Não foi
feito qualquer programa de vacinação nas aves. Segundo SOUSA et al. (1999), a perdiz
(Rhynchotus rufescens) não manifesta os sintomas da doença de New Castle que
acomete as aves de granjas comerciais.
As medidas do tempo em IT foram realizadas quando os animais atingiram 90
dias de idade e os animais que nasceram na terceira geração, foram submetidos
novamente, à IT aos 120 dias de idade quando também foram colhidas amostras de
sangue para o cálculo da relação heterófilo/linfócito (H/L).
A coleta de sangue foi similar a do trabalho de CAMPO & DÁVILA (2002). A ave
foi retirada do box e o sangue coletado imediatamente, mediante punção da veia
braquial da asa, utilizando-se seringa descartável de 3mL e agulhas de calibre 0,45x13.
Para a confecção das lâminas, uma gota de sangue foi depositada sobre a lâmina
previamente limpa e foram realizadas extensões sangüíneas com auxílio de uma
lamínula, sendo feita duas amostras para cada animal.
No total, 100 leucócitos, incluindo as granulares – heterófilos, eosinófilos e
basófilos – e não granulares – linfócitos e monócitos – foram contadas das lâminas de
sangue de cada ave utilizando-se microscópio óptico comum, binocular, com objetiva
de 100X e oculares de 10X, e a relação heterófilo/linfócito foi calculada.
A medida de IT foi realizada de acordo com a metodologia descrita por JONES &
FAURE (1981). Antes da medida de IT, os animais foram retirados dos boxes e
pesados, colocando-os em seguida em uma caixa de PVC, individualmente, por 10
minutos. Em seguida, a ave foi retirada da caixa e colocada em decúbito dorsal sobre
65
um leito de madeira em formato de V, com a cabeça pendendo para fora deste leito e
para que a IT fosse induzida, a ave era contida no peito e na cabeça pelas mãos do
avaliador durante 10 segundos, restringindo-a contra a superfície do leito de madeira e
liberando-a em seguida. O observador, então, posicionou-se sentado a,
aproximadamente, um metro da ave, mantendo contato visual com ela até que a
mesma saísse do estado catatônico. O tempo mínimo e máximo, medido, em segundos,
por um cronômetro, admitido neste estado foi 10 segundos e 40 minutos,
respectivamente.
O programa SAS® (SAS 9.1, SAS Institute, Cary, North Carolina, USA) foi
utilizado na montagem do arquivo de dados e na formação dos grupos de aves, de
acordo com a época de nascimento, eliminação de animais que não possuíam
informações de peso e que apresentaram tempo de permanência em IT maior que 2000
segundos.
Para estimar os componentes de variância, necessários para estimar a
herdabilidade e os valores genéticos dos animais, foi utilizado o método de máxima
verossimilhança restrita, com algoritmos livres de derivadas, sob um modelo animal,
que considerou como efeitos fixos as variáveis independentes época de nascimento do
animal (composta pelo ano e a quinzena de nascimento) dentro de geração e o peso
corporal, como co-variável linear, e como aleatórios os efeitos genético e de ambiente
temporário de animal. Para tanto, utilizou-se o programa MTDFREML (Multiple Trait
Derivative-Free Restricted Maximum Likelihood), desenvolvido por BOLDMAN et al
(1995).
Foi usado o seguinte modelo animal: Y = Xβ + Z1a + Z2p + e
Em que:
Y = vetor de observações;
X = matriz de incidência associada aos efeitos fixos;
Z1 e Z2 = matrizes de incidência associadas aos efeitos aleatórios;
β = vetor de efeitos fixos;
a = vetor de efeitos aleatórios do animal;
p = vetor de efeitos aleatórios de ambiente permanente do animal;
66
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A média da relação H/L encontrada neste trabalho foi ligeiramente maior do que
os valores obtidos em aves poedeiras por GROSS & SIEGEL (1983), que estimaram a
relação em aves com 8 semanas de idade e obtiveram o valor de 0,42 ± 0,13. ALTAN et
al. (2005) avaliaram o comportamento de aves com 48 semanas de idade e
encontraram relação H/L igual 0,37 ± 0,01 para fêmeas e 0,42 ± 0,01 para machos.
Estes resultados indicam que a perdiz apresenta maior índice de estresse do que aves
domesticadas, podendo ser explicada, em parte, pelo fato dessa espécie ainda não
estar adaptada ao ambiente de cativeiro.
O valor da correlação entre a relação H/L e a característica IT foi -0,10, valor de
baixa magnitude. Resultado discordante foi relatado por ALTAN et al. (2005), que
encontraram valor para o coeficiente de correlação fenotípica igual 0,35 para os
machos e -0,06 para as fêmeas, sendo que o último valor não foi significativo.
Os componentes de variância e a herdabilidade do tempo de permanência em IT
de perdizes (Rhynchotus rufescens) estão apresentados na Tabela 2.
Componentes de variância IT
σ2a 35546,8200
σ2pe 0,4807
σ2e 85165,2658
2
h 0,29 ± 0,016
t 0,29
2 2 2
σ a = Estimativa de variância genética aditiva; σ pe = Estimativa da variância de ambiente permanente σ e
2
= Estimativa de variância residual; h = Coeficiente de herdabilidade; t = Coeficiente de repetibilidade.
68
A herdabilidade encontrada para IT foi igual a 0,29 ± 0,016, valor que pode ser
considerado de magnitude moderada, indicando que a seleção para esta característica
poderá ser eficiente para diferenciar a população original em dois grupos distintos, com
maiores e menores tempos de permanência em IT, já que existe evidência de ação
gênica aditiva na determinação desta característica. THOLON et al. (2002), que
trabalharam com aves desta mesma espécie, em situação de criação semelhante, mas
com idades mais avançadas, relataram estimativa semelhante. Este valor foi superior
ao obtido por MILLS & FAURE (1991), que estimaram herdabilidades variando entre
0,09 a 0,23 para característica tempo em IT, em codornas (Coturnix coturnix japonica)
selecionadas por 8 gerações.
Valores diferentes para a herdabilidade desta característica foram relatados por
ALTAN et al. (2005), que estudaram a característica IT em duas linhagens, fêmea e
macho, de aves de postura, selecionadas durante 12 gerações para produção de ovos
e encontraram valores iguais a 0,07 ± 0,07 para a linhagem macho e 0,55 ± 0,23 para a
linhagem fêmea.
A repetibilidade encontrada para característica IT foi 0,29, valor igual a
herdabilidade pois, a variância de ambiente permanente foi muito pequena, ou seja, não
teve efeito na variação do tempo de permanência em IT.
Os valores genéticos dos animais da terceira geração, que farão parte do ciclo
reprodutivo para formação das famílias da primeira linhagem de perdizes selecionadas
para maior tempo em imobilidade tônica (LIT), menor tempo em IT (CIT) e controle
(CON), variaram de -211,144 a +411,222 segundos para LIT, -217,346 a +201,013
segundos para CIT e de -195,888 a +195,539 segundos para CON.
CONCLUSÃO
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