ANALISE DOS MACRONUTRIENTES NO TECIDO VEGETAL (FOLHAS) - IMPORTANCIA E METODOLOGIA (1)

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO TRIÂNGULO MINEIRO – Campus Uberlândia


CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

NOMES
Ana Clara Costa Borges
Anayline Alves Soares
Camilli Pereira Jesus
Lorena Amaro Jesus

ANÁLISE DOS MACRONUTRIENTES NO TECIDO VEGETAL (FOLHAS) DAS


PLANTAS - IMPORTÂNCIA E METODOLOGIA

Uberlândia
2024
NOMES
Ana Clara Costa Borges
Anayline Alves Soares
Camilli Pereira Jesus
Lorena Amaro Jesus

ANÁLISE DOS MACRONUTRIENTES NO TECIDO VEGETAL (FOLHAS) DAS


PLANTAS - IMPORTÂNCIA E METODOLOGIA

Trabalho apresentado à disciplina Fertilidade do Solo e


Nutrição de Plantas do Curso Engenharia Agronômica
do Instituto Federal do Triângulo Mineiro - Campus
Uberlândia, como requisito parcial para a obtenção de
nota.

Orientador: Prof. Luis Augusto da Silva Domingues

Uberlândia
2024
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo do Nitrogênio…………………………………………………………………6


Figura 2 - Deficiência de nutriente nas folhas de café ………………………………………...8
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 IMPORTÂNCIA DOS MACRONUTRIENTES NAS PLANTAS
3 METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE MACRONUTRIENTES
4 CONCLUSÃO
1 INTRODUÇÃO

Os macronutrientes são elementos essenciais para o crescimento e desenvolvimento das


plantas. Eles incluem nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e
enxofre (S). Quanto aos micronutrientes, os principais para elas são: boro (B), cloro (Cl),
molibdênio (Mo), cobre (Cu), ferro (Fe), zinco (Zn) e manganês (Mn). A análise desses
nutrientes no tecido foliar é crucial para entender a saúde das plantas, a fertilidade do solo e a
produtividade agrícola. Este trabalho acadêmico tem como objetivo discutir a importância da
análise dos macronutrientes nas folhas das plantas, bem como as metodologias utilizadas para
essa análise.

2 IMPORTÂNCIA DOS MACRONUTRIENTES NAS PLANTAS

O fornecimento de nutrientes para as plantas é essencial, pois, além de formar as moléculas


orgânicas, eles atuam como catalisadores nas reações metabólicas, reduzindo o consumo de
energia.

Nitrogênio (N):
O nitrogênio é um componente fundamental de aminoácidos e proteínas, assim como de
clorofila. Sua presença é fundamental para a fotossíntese e para o metabolismo energético das
plantas. A deficiência de nitrogênio pode resultar em folhas amareladas (clorose) e redução do
crescimento. Nas plantas, o nitrogênio é absorvido do solo na forma de nitratos ou amônio.
Ele passa por um ciclo chamado de ciclo do Nitrogênio, complexo envolvendo a assimilação
de nitrogênio, a incorporação em compostos orgânicos e, eventualmente, a liberação de
nitrogênio de volta ao solo. Nitrificação é o processo pelo qual a amônia é convertida em
nitrito e, em seguida, o nitrito é transformado em nitrato. Esse processo representa a primeira
etapa da remoção biológica de nitrogênio, essencial para a transformação de compostos
nitrogenados em formas mais disponíveis e menos tóxicas para o ambiente. A desnitrificação
é o processo pelo qual nitratos e outras substâncias são convertidos em gás nitrogênio (N₂)
por ação de bactérias desnitrificantes. No solo, além das bactérias responsáveis pela
nitrificação, existem também as bactérias desnitrificantes, como as Pseudomonas
denitrificans. Na ausência de oxigênio atmosférico, essas bactérias utilizam o nitrato para
oxidar compostos orgânicos através da respiração anaeróbia. O processo de decomposição em
que compostos orgânicos nitrogenados se transformam em amônia ou íon amônio é
denominado amonificação.

Figura 1. Ciclo do nitrogênio.

Fonte: Estratégia vestibulares

Fósforo (P):

O fósforo (P) é um macronutriente primário essencial para o desenvolvimento e crescimento


das plantas. Ele desempenha um papel crucial no armazenamento e na transferência de
energia, sendo fundamental para a formação de compostos como glicose, frutose e ATP. Ele é
essencial para a fotossíntese, respiração e metabolismo dos carboidratos. Também
desempenha um papel vital no desenvolvimento das raízes, na floração e na frutificação. A
deficiência de fósforo pode levar a um crescimento reduzido e a um amadurecimento tardio
dos frutos. O ciclo do fósforo inicia-se com a liberação da substância no meio ambiente. Esse
processo é facilitado pelas chuvas, pelos ventos e pela ação do sol, que promovem o
intemperismo das rochas e liberam partículas de íons de fosfato no solo.

Potássio (K):
O potássio regula várias funções fisiológicas nas plantas, como a abertura e o fechamento dos
estômatos, influência na síntese de proteínas e na resistência a doenças. A deficiência de
potássio pode resultar em folhas secas, bordas queimadas e menor resistência a estresses
ambientais. Segundo a Embrapa, os solos brasileiros apresentam baixa disponibilidade de
potássio, que é o segundo nutriente mais demandado pelas plantas devido ao seu impacto
direto na produtividade e na qualidade das culturas. No solo, o potássio está presente como
um íon com carga positiva (K+), conhecido como cátion. Ele pode ser encontrado na solução
do solo, disponível para a absorção pelas plantas; na matéria orgânica, incorporado aos
componentes orgânicos do solo; e retido nos colóides, sendo denominado K-Trocável, pois
pode ser trocado com outros cátions presentes no solo. Além disso, o potássio pode estar
integrado à rede cristalina dos minerais do solo, conhecido como K-Não Trocável, onde está
firmemente ligado e não é facilmente trocado. Outra forma é o K-fixado, fortemente retido
entre as unidades cristalográficas de argilominerais como a vermiculita e a mica. A
disponibilidade do potássio no solo pode ser afetada pela natureza e quantidade de minerais
de argila, o pH do solo e a natureza dos cátions trocáveis.

Cálcio (Ca):
O cálcio é importante para a estrutura celular e o crescimento das raízes. Ele ajuda na
formação de paredes celulares e é vital para a divisão celular. Sintomas de deficiência incluem
apodrecimento do fruto e crescimento anormal das raízes. O indicador da disponibilidade de
cálcio nos solos é o Ca-trocável, que é extraído com uma solução de KCl 1 M. Embora os
níveis de Ca2 + na maioria dos solos brasileiros sejam frequentemente considerados baixos, o
cálcio é um elemento de mobilidade reduzida dentro das plantas. Como resultado, os sintomas
de deficiência geralmente aparecem nas folhas jovens. Essas folhas costumam ser menores do
que o normal, com a superfície entre as nervuras apresentando clorose, manchas necróticas e
uma tendência a se curvarem para baixo.

Magnésio (Mg):
O magnésio é um componente essencial da clorofila e participa da ativação de várias enzimas.
Sua deficiência pode causar clorose internerval, especialmente em folhas mais velhas. O
magnésio (Mg) desempenha um papel crucial na ativação de diversas enzimas e na
estabilidade dos ribossomos, além de ser um componente essencial do pigmento de clorofila.
Mais de 300 enzimas são influenciadas pelo magnésio. A disponibilidade de magnésio nos
solos é indicada pelo Mg-trocável, que é extraído com uma solução de KCl 1 M. O magnésio
é um elemento móvel dentro das plantas, e, por isso, os sintomas de deficiência costumam
aparecer nas folhas maduras. Essas folhas apresentam clorose na superfície entre as nervuras,
que com o avanço da deficiência, vai se tornando amarelada, enquanto as nervuras
permanecem verdes.
Enxofre (S):
O enxofre é um componente de aminoácidos e proteínas e está envolvido na fotossíntese e no
metabolismo energético. A deficiência de enxofre pode causar sintomas semelhantes à
deficiência de nitrogênio, como o amarelamento das folhas. O enxofre (S) é um
macronutriente aniônico secundário essencial para o desenvolvimento das plantas, atuando
junto com o nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Ele está presente na natureza de duas
formas: na matéria orgânica, como sulfetos e sulfatos, e de forma livre, disponível apenas em
depósitos vulcânicos ou sedimentares. Sua adsorção é mais eficiente em solos argilosos,
enquanto é comum ocorrer lixiviação em solos arenosos. O enxofre desempenha várias
funções importantes nas plantas, como o controle hormonal para o crescimento e
diferenciação celular, o auxílio na defesa contra pragas e doenças, e a formação de proteínas.
Além disso, melhora a qualidade nutritiva dos cereais, aumenta a produção de colmos e o teor
de sacarose na cana-de-açúcar, ajuda a reduzir o teor de nitrato em forrageiras e torna as
hortaliças mais macias. Os principais sintomas de deficiência de enxofre incluem clorose
uniforme ou nas folhas mais jovens, redução do crescimento da planta e das folhas,
diminuição do florescimento e uma coloração verde-amarelada nas folhas.

Figura 1. Folha de café canéfora sem clorose (A) e com clorose causada por deficiência de nitrogênio (B);
fósforo (C); potássio (D); cálcio (E); magnésio (F) e enxofre (G).

Fonte: Embrapa
3 METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE MACRONUTRIENTES

A análise dos macronutrientes nas folhas das plantas pode ser realizada através de várias
metodologias, sendo as mais comuns:

Coleta de Amostras:
- As amostras de folhas devem ser coletadas em condições semelhantes, preferencialmente no
início da manhã quando o teor de umidade é mais estável.
- Deve-se escolher folhas maduras e saudáveis, pois elas representam melhor a nutrição da
planta.

Preparação e Secagem das Amostras:


- As folhas devem ser limpas para remover sujidades e contaminantes, seguidas de secagem
em estufa a temperaturas controladas (em torno de 60°C) até peso constante.

Moagem:
- Após a secagem, as amostras são moídas para formar um pó fino, facilitando a análise
laboratorial.

Análises Químicas:
- Espectroscopia de Absorção Atômica (EAA): Usada para determinar a concentração de
nutrientes como N, P, K, Ca, Mg e S. O preparo da amostra envolve digestão ácida com
soluções como ácido nítrico e peróxido de hidrogênio.
- Análise de Ultra-Violeta (UV): Para quantificação de compostos específicos que podem
indicar a presença de certos macronutrientes.
- Métodos de Extração: Utilização de soluções extratoras como o ácido acético diluído para a
extração de macronutrientes solúveis.

Interpretação dos Resultados:


- Os resultados obtidos devem ser comparados com os níveis críticos estabelecidos na
literatura para a espécie em análise, permitindo a interpretação do estado nutricional da planta.

4 CONCLUSÃO
A análise dos macronutrientes no tecido vegetal, especialmente nas folhas das plantas, é uma
prática essencial para a agricultura moderna. Compreender a concentração desses nutrientes
permite um melhor manejo dos cultivos, contribuindo para a maximização da produção e a
saúde das plantações. A aplicação de metodologias adequadas de coleta e análise é
fundamental para garantir resultados precisos e informativos. Assim, a realização regular
desses testes pode auxiliar na tomada de decisões agronômicas, contribuindo para o
desenvolvimento sustentável da agricultura.

REFERÊNCIAS

BAYER, D. E.; FIORI, C. L.; GONÇALVES, A. C. (2017). "Nutrição vegetal: princípios e


práticas." Editora Universitária.

RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. (2005). "Biologia de Plantas." Artmed.

RAI, A. S.; MISHRA, A. K. (2015). "Plant Nutrients and Fertilizers." Academic Press.

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