ANALISE DOS MACRONUTRIENTES NO TECIDO VEGETAL (FOLHAS) - IMPORTANCIA E METODOLOGIA (1)
ANALISE DOS MACRONUTRIENTES NO TECIDO VEGETAL (FOLHAS) - IMPORTANCIA E METODOLOGIA (1)
ANALISE DOS MACRONUTRIENTES NO TECIDO VEGETAL (FOLHAS) - IMPORTANCIA E METODOLOGIA (1)
NOMES
Ana Clara Costa Borges
Anayline Alves Soares
Camilli Pereira Jesus
Lorena Amaro Jesus
Uberlândia
2024
NOMES
Ana Clara Costa Borges
Anayline Alves Soares
Camilli Pereira Jesus
Lorena Amaro Jesus
Uberlândia
2024
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
2 IMPORTÂNCIA DOS MACRONUTRIENTES NAS PLANTAS
3 METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE MACRONUTRIENTES
4 CONCLUSÃO
1 INTRODUÇÃO
Nitrogênio (N):
O nitrogênio é um componente fundamental de aminoácidos e proteínas, assim como de
clorofila. Sua presença é fundamental para a fotossíntese e para o metabolismo energético das
plantas. A deficiência de nitrogênio pode resultar em folhas amareladas (clorose) e redução do
crescimento. Nas plantas, o nitrogênio é absorvido do solo na forma de nitratos ou amônio.
Ele passa por um ciclo chamado de ciclo do Nitrogênio, complexo envolvendo a assimilação
de nitrogênio, a incorporação em compostos orgânicos e, eventualmente, a liberação de
nitrogênio de volta ao solo. Nitrificação é o processo pelo qual a amônia é convertida em
nitrito e, em seguida, o nitrito é transformado em nitrato. Esse processo representa a primeira
etapa da remoção biológica de nitrogênio, essencial para a transformação de compostos
nitrogenados em formas mais disponíveis e menos tóxicas para o ambiente. A desnitrificação
é o processo pelo qual nitratos e outras substâncias são convertidos em gás nitrogênio (N₂)
por ação de bactérias desnitrificantes. No solo, além das bactérias responsáveis pela
nitrificação, existem também as bactérias desnitrificantes, como as Pseudomonas
denitrificans. Na ausência de oxigênio atmosférico, essas bactérias utilizam o nitrato para
oxidar compostos orgânicos através da respiração anaeróbia. O processo de decomposição em
que compostos orgânicos nitrogenados se transformam em amônia ou íon amônio é
denominado amonificação.
Fósforo (P):
Potássio (K):
O potássio regula várias funções fisiológicas nas plantas, como a abertura e o fechamento dos
estômatos, influência na síntese de proteínas e na resistência a doenças. A deficiência de
potássio pode resultar em folhas secas, bordas queimadas e menor resistência a estresses
ambientais. Segundo a Embrapa, os solos brasileiros apresentam baixa disponibilidade de
potássio, que é o segundo nutriente mais demandado pelas plantas devido ao seu impacto
direto na produtividade e na qualidade das culturas. No solo, o potássio está presente como
um íon com carga positiva (K+), conhecido como cátion. Ele pode ser encontrado na solução
do solo, disponível para a absorção pelas plantas; na matéria orgânica, incorporado aos
componentes orgânicos do solo; e retido nos colóides, sendo denominado K-Trocável, pois
pode ser trocado com outros cátions presentes no solo. Além disso, o potássio pode estar
integrado à rede cristalina dos minerais do solo, conhecido como K-Não Trocável, onde está
firmemente ligado e não é facilmente trocado. Outra forma é o K-fixado, fortemente retido
entre as unidades cristalográficas de argilominerais como a vermiculita e a mica. A
disponibilidade do potássio no solo pode ser afetada pela natureza e quantidade de minerais
de argila, o pH do solo e a natureza dos cátions trocáveis.
Cálcio (Ca):
O cálcio é importante para a estrutura celular e o crescimento das raízes. Ele ajuda na
formação de paredes celulares e é vital para a divisão celular. Sintomas de deficiência incluem
apodrecimento do fruto e crescimento anormal das raízes. O indicador da disponibilidade de
cálcio nos solos é o Ca-trocável, que é extraído com uma solução de KCl 1 M. Embora os
níveis de Ca2 + na maioria dos solos brasileiros sejam frequentemente considerados baixos, o
cálcio é um elemento de mobilidade reduzida dentro das plantas. Como resultado, os sintomas
de deficiência geralmente aparecem nas folhas jovens. Essas folhas costumam ser menores do
que o normal, com a superfície entre as nervuras apresentando clorose, manchas necróticas e
uma tendência a se curvarem para baixo.
Magnésio (Mg):
O magnésio é um componente essencial da clorofila e participa da ativação de várias enzimas.
Sua deficiência pode causar clorose internerval, especialmente em folhas mais velhas. O
magnésio (Mg) desempenha um papel crucial na ativação de diversas enzimas e na
estabilidade dos ribossomos, além de ser um componente essencial do pigmento de clorofila.
Mais de 300 enzimas são influenciadas pelo magnésio. A disponibilidade de magnésio nos
solos é indicada pelo Mg-trocável, que é extraído com uma solução de KCl 1 M. O magnésio
é um elemento móvel dentro das plantas, e, por isso, os sintomas de deficiência costumam
aparecer nas folhas maduras. Essas folhas apresentam clorose na superfície entre as nervuras,
que com o avanço da deficiência, vai se tornando amarelada, enquanto as nervuras
permanecem verdes.
Enxofre (S):
O enxofre é um componente de aminoácidos e proteínas e está envolvido na fotossíntese e no
metabolismo energético. A deficiência de enxofre pode causar sintomas semelhantes à
deficiência de nitrogênio, como o amarelamento das folhas. O enxofre (S) é um
macronutriente aniônico secundário essencial para o desenvolvimento das plantas, atuando
junto com o nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Ele está presente na natureza de duas
formas: na matéria orgânica, como sulfetos e sulfatos, e de forma livre, disponível apenas em
depósitos vulcânicos ou sedimentares. Sua adsorção é mais eficiente em solos argilosos,
enquanto é comum ocorrer lixiviação em solos arenosos. O enxofre desempenha várias
funções importantes nas plantas, como o controle hormonal para o crescimento e
diferenciação celular, o auxílio na defesa contra pragas e doenças, e a formação de proteínas.
Além disso, melhora a qualidade nutritiva dos cereais, aumenta a produção de colmos e o teor
de sacarose na cana-de-açúcar, ajuda a reduzir o teor de nitrato em forrageiras e torna as
hortaliças mais macias. Os principais sintomas de deficiência de enxofre incluem clorose
uniforme ou nas folhas mais jovens, redução do crescimento da planta e das folhas,
diminuição do florescimento e uma coloração verde-amarelada nas folhas.
Figura 1. Folha de café canéfora sem clorose (A) e com clorose causada por deficiência de nitrogênio (B);
fósforo (C); potássio (D); cálcio (E); magnésio (F) e enxofre (G).
Fonte: Embrapa
3 METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE MACRONUTRIENTES
A análise dos macronutrientes nas folhas das plantas pode ser realizada através de várias
metodologias, sendo as mais comuns:
Coleta de Amostras:
- As amostras de folhas devem ser coletadas em condições semelhantes, preferencialmente no
início da manhã quando o teor de umidade é mais estável.
- Deve-se escolher folhas maduras e saudáveis, pois elas representam melhor a nutrição da
planta.
Moagem:
- Após a secagem, as amostras são moídas para formar um pó fino, facilitando a análise
laboratorial.
Análises Químicas:
- Espectroscopia de Absorção Atômica (EAA): Usada para determinar a concentração de
nutrientes como N, P, K, Ca, Mg e S. O preparo da amostra envolve digestão ácida com
soluções como ácido nítrico e peróxido de hidrogênio.
- Análise de Ultra-Violeta (UV): Para quantificação de compostos específicos que podem
indicar a presença de certos macronutrientes.
- Métodos de Extração: Utilização de soluções extratoras como o ácido acético diluído para a
extração de macronutrientes solúveis.
4 CONCLUSÃO
A análise dos macronutrientes no tecido vegetal, especialmente nas folhas das plantas, é uma
prática essencial para a agricultura moderna. Compreender a concentração desses nutrientes
permite um melhor manejo dos cultivos, contribuindo para a maximização da produção e a
saúde das plantações. A aplicação de metodologias adequadas de coleta e análise é
fundamental para garantir resultados precisos e informativos. Assim, a realização regular
desses testes pode auxiliar na tomada de decisões agronômicas, contribuindo para o
desenvolvimento sustentável da agricultura.
REFERÊNCIAS
RAI, A. S.; MISHRA, A. K. (2015). "Plant Nutrients and Fertilizers." Academic Press.