Estado de Deformação

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Estado de Deformação

Autor: Romeu Rony Cavalcante da Costa

Disciplina Mecânica dos Sólidos B


10.1 – Estado de Deformação
 O estado geral de deformação é representado por: εx, εy, εz, γxy,
γxz, γyz;
As componentes de deformação em um ponto podem ser medidas
por extensometria, entre outras formas dependendo do material;
 Inicialmente será abordado apenas o estado plano de deformação,
onde: εz = γxz= γyz = 0.
10.1 – Estado de Deformação
Pontos a considerar:
 O estado plano de tensão não gera, necessariamente, estado
plano de deformação e vice versa, isto é devido ao coeficiente de
Poisson;
 A tensão e a deformação de cisalhamento não são afetados pelo
Poisson.
10.2 – Equações de Transformação no Plano de Deformação

Convenção adotada para análise do estado plano de deformação:


 As deformações normais (εx, εy) serão positivas se provocarem
alongamento no elemento;
 A deformação de cisalhamento será positiva se o ângulo interno
AOB for menor que 90º;
 Tensões positivas provocarão
deformações positivas;
 Ângulo + SAH.
10.2.1 – Deformações normais e por cisalhamento
Desenvolvimento das equações de transformação de deformação:
 Determinar o alongamento de um segmento de reta dx’, sujeito
às componentes de deformação ex, ey, gxy, Figura (a);

dx  dx ' cos 

dy  dx' sen

 Semelhantemente ocorre na direção dy’, veja as demais


Figuras;
10.2.1 – Deformações normais e por cisalhamento
 Análise do estado de deformação
10.2.1 – Deformações normais e por cisalhamento
 Análise do estado de deformação
10.2.1 – Deformações normais e por cisalhamento
 Computando todas as parcelas de deformação nos eixos x’ e y’,
tem-se:

x '   x dx cos    y dysen    xy dy cos 


x '
A deformação normal ao longo da reta dx’ é:  x'  .
dx=dx’cosθ; dy=dx’senθ. Isso implica em: dx '

 x '   x cos    y sen    xy sen  cos 


2 2

 x ' y '   2 ( x   y ) sen  cos    xy (cos   sen  )


2 2
10.2.1 – Deformações normais e por cisalhamento
 Utilizando as identidades trigonométricas, tem-se:

x y x y  xy
 x'   cos 2  sen 2
2 2 2

 x'y' x y  xy
 sen 2  cos 2
2 2 2
x y x y  xy
 y'   cos 2  sen 2
2 2 2
10.2.2 – Deformações principais
Ausência de deformações cisalhantes;
No caso de materiais isotrópicos, os eixos de deformações
principais coincidirão com os das tensões principais.
 xy
tg 2 P 
x y
2 2
x y x y    xy 
 1, 2       
2  2   2 
10.2.3 – Deformações por cisalhamento máximo no
plano
A direção do eixo e a deformação por cisalhamento são dados
por:
x y
tg 2 S  
 xy
2 2
 máxPlano x y    xy 
     
2  2   2 
x y
 méd 
2
Revisão dos pontos:
 Devido ao efeito de Poisson, o estado plano de deformação não é
um estado plano de tensão e vice-versa;
 Um ponto sobre um corpo está sujeito ao estado plano de tensão
quando a superfície dele estiver livre de tensão;
 A análise do estado plano de deformação pode ser usada dentro do
plano das tensões, para analisar os extensômetros;
 No estado plano de deformações principais inexiste deformação
cisalhante;
 No estado de cisalhamento máxima no plano ocorre a deformação
normal média;
 O estado de cisalhamento máxima ocorre a 45º.
10.3 – Círculo de Mohr – Plano de Deformação
Procedimento de construção do círculo:
 Defina um sistema de coordenadas tal como mostra a figura;
 Defina o centro da circunferência;
10.3 – Círculo de Mohr – Plano de Deformação
Procedimento de construção do círculo [cont.]:
 Marque o ponto “A” (εx, γxy/2 ), no qual o eixo X coincide com
o eixo X’, daí θ = 0;
 Ligue o ponto A ao ponto C do círculo, com isso determina-se o
raio do círculo.
10.4 – Deformação cisalhante máxima Absoluta
 As tensões principais em três direções promovem igualmente
três deformações principais (εmáx, εint , εmin);
 No caso do material homogêneo e isotrópico, não há
deformação de cisalhamento;
 Desenhar o círculo de Mohr para deformações em três direções.
10.4 – Deformação cisalhante máxima Absoluta
 Deformações e Círculo de Mohr

A deformação por cisalhamento máxima


absoluta ocorre em:

 máxAbs   máx   mín


 máx   mín
 méd 
2
10.4 – Deformação cisalhante máxima Absoluta
Deformação plana:
 Quando as deformações têm o mesmo sinal [alongamento ou
contração] e εmin= 0;
A deformação por cisalhamento máxima é:
 máxAbs   máx
10.4 – Deformação cisalhante máxima Absoluta
Deformação plana:
 Quando as deformações têm sinal contrário [alongamento e
contração] e εint= 0;
A deformação por cisalhamento máxima é:
 máxAbs   máx   mín
10.5 – Rosetas de Deformação
 Esse nome se dá ao conjunto de três extensômetros, conforme
padrão específico, com a finalidade de especificar o estado de
deformação no ponto;
 Os extensômetros medem o estado de deformação apenas no
seu plano;
 O eixo normal ao plano do extensômetro é um eixo principal no
qual a deformação não é medida;
 A deformação fora do plano da roseta não afetará suas medidas.
10.5 – Rosetas de Deformação
 Os eixos dos extensômetros são posicionados segundo os
ângulos θa, θb, θc;
 Com as leituras εa, εb; εc, pode-se determinar: εx, εy, γxy no
ponto aplicando a equação de transformação;
 a   x cos 2  a   y sen 2 a   xy sen  a cos  a
 b   x cos 2  b   y sen 2 b   xy sen  b cos  b
 c   x cos 2  c   y sen 2 c   xy sen  c cos  c
 Em geral, as rosetas são posicionadas a 45º [θa=0º, θb=45º,
θc=90º] ou a 60º [θa=0º, θb=60º, θc=120º], sendo assim:
Rosetas a 45º
 x   a Rosetas a 60º 2
x  a 1  xy  ( b   c )
 y  c  xy  2 b  ( a   b )  y  ( 2 b  2 c   a ) 3
3
10.6 – Relações Materiais
 Material homogêneo, isotrópico e linear elástico;
 Aplica-se a lei de Hooke generalizada;
 Aplica-se o princípio da superposição:

1
 x  [ x   ( y   z )]
E
1
 y  [ y   ( x   z )]
E
1
 z  [ z   ( y   x )]
E
10.6 – Relações Materiais
Volume unitário (livre de tensões) Volume unitário (sob tensões)

v  (1   x ).(1   y ).(1   z ) Como, εx , εy, εz << 1  εyεz<<<<1


v  1  x   y   z
A variação de volume/ unidade de volume (dilatação volumétrica
específica) será:
e  v -1   x   y   z
10.6 – Relações Materiais
Substituindo as deformações:

 x   y   z 2 ( x   y   z ) 1  2
e  e ( x   y   z )
E E E
 x  y  z 3(1  2 )
A pressão hidrostática é: p  e p
3 E
E
Onde k é o módulo de compressibilidade volumétrica: k
3(1  2 )

A variação de volume/ unidade de volume (dilatação volumétrica


específica) será: p
e
k
10.6 – Relações Materiais
E 1
Da expressão: k 1  2 .  0  
3(1  2 ) 2
Como ν é um valor positivo para todo material de engenharia, tem-se:
1
0  
2
 Para ν = 0 – o material estica sem contração lateral;
 Para ν = 0,5  k = ∞  e = 0 – que é o material perfeitamente
compressível;
 Na região elástica, EM UMA DIRAÇÃO, EX. σx>0, σy=σz=0. O material
sofrerá aumento no volume. Porém, na fase plástica e = cte.
10.6 – Relações Materiais
Relação do Módulo de Elasticidade transversal com o Módulo de
Elasticidade longitudinal:

E
G
2 (1   )
10.6 – Vaso de pressão de paredes finas
1. Vasos cilíndricos ou esféricos são muito usados como
tanques reservatórios ou caldeiras;
2. Quando estão sob pressão, o material do qual eles são feitos é
submetido a carregamentos em todas as direções;
3. O termo “paredes finas” a um vaso que apresente a seguinte
relação entre o raio interno-espessura da parede r/t ≥ 10;
4. Especificamente, quando r/t = 10, os resultados da análise
preverá uma tensão aproximadamente 4% menor que a tensão
máxima real no vaso;
5. Para relações maiores, esse erro será até menor.
10.6 – Vaso de pressão de paredes finas
10.6 – Vaso de pressão de paredes finas
1. A variação da distribuição de tensão pela sua espessura não é
significativa, portanto considera-se uniforme ou cte;
2. A pressão aplicada no vaso é manométrica (p), visto que ele
mede a pressão acima da pressão atmosférica;
10.6 – Vaso de pressão de paredes finas
1. Análise de vaso de pressão cilíndrico
10.6 – Vaso de pressão de paredes finas
1. Análise de vaso de pressão cilíndrico
10.6 – Vaso de pressão de paredes finas
1. Análise de vaso de pressão cilíndrico: Círculo de Mohr

Tensão cisalhante máxima no plano 1-2

Tensão cisalhante máxima absoluta


10.6 – Vaso de pressão de paredes finas
2. Análise de vaso de pressão esférico
10.6 – Vaso de pressão de paredes finas
2. Análise de vaso de pressão esférico: círculo de Mohr

Tensão cisalhante máxima absoluta


10.6 – Vaso de pressão de paredes finas
1. Considerou-se que o vaso de pressão estivesse apenas sob o
estado de tensão biaxial, isto é tensão normal em duas
direções;
2. Mas na verdade o material do vaso terá uma tensão radial,
que age ao longo de uma linha radial, que varia de p até zero
na parede externa do vaso;
3. A desconsideração dessa tensão se dá pela premissa de que
r/t= 10, o que resulta em s2 e s1, respectivamente 5 e 10
vezes mais altas do que a tensão radial;
4. Estas equações só devem ser usadas para vasos sujeitos a
pressão manométrica interna;
5. No caso de pressão externa poderá promover instabilidade na
parede do vaso, podendo levar a possíveis falhas.
10.6 – Relações Materiais

  G  
G

π/4 1- νεx
β
1+ εx
m
1 (1   ) 
 m 2 1   x  m  x
   tg   tg   1 
4 2 m 1  x 1 x
1 2
2
Como εx <<<1 o denominador, torna-se igual a 1:  m  (1   ) x
m x E x E
 (1   )  (1   ) G
G E G m 2 (1   )

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