Manejo Odontológico Do Paciente Depressivo
Manejo Odontológico Do Paciente Depressivo
Manejo Odontológico Do Paciente Depressivo
Introdução
A depressão maior, endógena ou transtorno unipolar do humor é uma síndrome psiquiátrica, de caráter crônico e recorrente, caracterizada por desenvolver tristeza
profunda. É altamente prevalente entre a população geral1. Diante dessa patologia, algumas condições podem servir como ponto de gatilho, dentre elas, algumas doenças
sistêmicas, fatores genéticos, consumo de drogas lícitas e ilícitas e certos tipos de medicamentos1.
O paciente em estado depressivo, além de não comparecer às consultas odontológicas, poderá desenvolver problemas periodontais devido a displicência alimentar e de
higiene oral comuns a esse quadro. O apoio familiar para o paciente deve ser solicitado pelo Cirurgião-dentista (CD), pois é fundamental em casos de crises psicóticas e
quando há recusa ao atendimento especializado. Quando normalizado, ele retoma o empenho pelo seu bem-estar físico e mental e possivelmente recorrerá ao CD para iniciar
ou dar continuidade ao tratamento odontológico2.
A síndrome depressiva é companheira frequente de quase todas as patologias clínicas crônicas, e quando está presente acaba levando a piores evoluções, pior
aderência aos tratamentos propostos, pior qualidade de vida, e maior morbimortalidade como um todo. A depressão é frequentemente subdiagnosticada e, quando
diagnosticada corretamente, muitas vezes é subtratada. É importante ressaltar que é fundamental a participação do CD para correto tratamento da patologia clínica de base,
uma vez que a depressão e as doenças clínicas quase sempre se retroalimentam, interagindo para criar uma situação deteriorante3.
Interações medicamentosas X
Odontologia
GRUPOS DE
FÁRMACOS EFEITOS
ANTIDEPRESSIVOS
Fluconazol
Aumento da toxicidade do
Macrolídios e quinolonas
antidepressivo
Anti-histaminicos
Inibidores da recaptação de
NOR e 5HT (ADTs) Pico hipertensivo, arritmia
Drogas simpaticomiméticas
cardíaca e taquicardia
Aumenta os níveis plasmáticos
Morfina
da morfina
Aumento do risco de
Anti-inflamatórios não-esteroides
sangramento
Eritromicina Aumento no risco de
Inibidores seletivos da Fluconazol cardiotoxicicidade
recaptação de serotonina
Claritromicina Delírio e psicose
(ISRS)
Opióides Sindrome serotoninérgica
Aumento da toxicicidade do
Fonte: Imagem livremente baseada na literatura de Seger L. Alprazolam
antidepressivo
Inibidores da
Não é recomendado a utilização concomitante de opióide
monoaminaoxidase (IMAO)
Anestesiologia x Depressão
EFEITOS ADVERSOS DE INTERESSE ODONTOLÓGICO
Considerações Finais
É imprescindível o CD estar apto a elaborar o tratamento de acordo com as limitações impostas por essa patologia e compreender sinais do quadro
depressivo, investigando cuidadosamente o histórico de seu paciente a fim de garantir o correto acompanhamento profissional na área de saúde mental,
para que assim, este possa planejar e realizar o tratamento correto da patologia e manter sua qualidade de vida.
Referências Bibliográficas
1. Teng CT, Humes EC, Demetrio FN. Depression and medical comorbidity. Revista psiquiática clínica, 32 (3): 149-159; 2005.
2. Haddad AS, et al. Odontologia para pacientes com necessidades especiais. São Paulo: ed Santos; 2007.
3. Brunton LL, Lazo JS, Parker KL. Goodman & Gilman As bases farmacológicas da terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil; 2012.
4. Penildon S. Farmacologia. 6a Edição. Rio de Janeiro: ed. Guanabara Koogan; 2006.
5. Seger L. Pscicologia & Odontologia: Uma abordagem integrada.4ª ed. São Paulo: Ed Santos; 2002.
6. Chioca, Lea R et al. Antidepressivos e anestésicos locais: interações medicamentosas de interesse odontológico. RSBO (online):2010.
7. Baloch HA, Soares JC. Mood disorders. ACP Medicine. Hamilton, Ontrio, Canada. 2010.