Manejo Odontológico Do Paciente Depressivo

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Daniel Luiz Lins Farias¹, Igor Peixoto de Mello¹, Rafael da Silva Rios¹,Vitor Gustavo Moreira Lucas¹

Marcílio Otávio Brandão Peixoto², Ricardo Viana Bessa Nogueira²


Acadêmico de Odontologia¹, Professor da disciplina de Anestesiologia e Farmacoterapêutica²
CURSO DE ODONTOLOGIA - CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC – MACEIÓ/AL - BRASIL

Introdução
A depressão maior, endógena ou transtorno unipolar do humor é uma síndrome psiquiátrica, de caráter crônico e recorrente, caracterizada por desenvolver tristeza
profunda. É altamente prevalente entre a população geral1. Diante dessa patologia, algumas condições podem servir como ponto de gatilho, dentre elas, algumas doenças
sistêmicas, fatores genéticos, consumo de drogas lícitas e ilícitas e certos tipos de medicamentos1.
O paciente em estado depressivo, além de não comparecer às consultas odontológicas, poderá desenvolver problemas periodontais devido a displicência alimentar e de
higiene oral comuns a esse quadro. O apoio familiar para o paciente deve ser solicitado pelo Cirurgião-dentista (CD), pois é fundamental em casos de crises psicóticas e
quando há recusa ao atendimento especializado. Quando normalizado, ele retoma o empenho pelo seu bem-estar físico e mental e possivelmente recorrerá ao CD para iniciar
ou dar continuidade ao tratamento odontológico2.
A síndrome depressiva é companheira frequente de quase todas as patologias clínicas crônicas, e quando está presente acaba levando a piores evoluções, pior
aderência aos tratamentos propostos, pior qualidade de vida, e maior morbimortalidade como um todo. A depressão é frequentemente subdiagnosticada e, quando
diagnosticada corretamente, muitas vezes é subtratada. É importante ressaltar que é fundamental a participação do CD para correto tratamento da patologia clínica de base,
uma vez que a depressão e as doenças clínicas quase sempre se retroalimentam, interagindo para criar uma situação deteriorante3.

Importância da equipe multidisciplinar Mecanismo de ação


no tratamento do paciente depressivo
Pacientes depressivos necessitam da atenção de diversas áreas profissionais,
como mostrado na figura abaixo:

Fonte: Imagem livremente


baseada na literatura de Brunton
LL, Lazo JS, Parker KL.

Interações medicamentosas X
Odontologia
GRUPOS DE
FÁRMACOS EFEITOS
ANTIDEPRESSIVOS
Fluconazol
Aumento da toxicidade do
Macrolídios e quinolonas
antidepressivo
Anti-histaminicos
Inibidores da recaptação de
NOR e 5HT (ADTs) Pico hipertensivo, arritmia
Drogas simpaticomiméticas
cardíaca e taquicardia
Aumenta os níveis plasmáticos
Morfina
da morfina
Aumento do risco de
Anti-inflamatórios não-esteroides
sangramento
Eritromicina Aumento no risco de
Inibidores seletivos da Fluconazol cardiotoxicicidade
recaptação de serotonina
Claritromicina Delírio e psicose
(ISRS)
Opióides Sindrome serotoninérgica
Aumento da toxicicidade do
Fonte: Imagem livremente baseada na literatura de Seger L. Alprazolam
antidepressivo

Inibidores da
Não é recomendado a utilização concomitante de opióide
monoaminaoxidase (IMAO)
Anestesiologia x Depressão
EFEITOS ADVERSOS DE INTERESSE ODONTOLÓGICO

A técnica anestésica local adequada para o paciente depressivo deve ser


Inibidores da recaptação de NOR e 5-HT Secura na boca, estomatite, vômitos e xerostomia
realizada de maneira mais correta possível, a fim de promover o efetivo controle da
dor, e também evitar a administração intravascular, prevenindo assim os efeitos
Inibidores seletivos da recaptação de
colaterais sobre o sistema cardiovascular, como elevação da pressão arterial e serotonina
Vômitos, xerostomia, estomatite e boca seca

arritmias cardíacas, que são possivelmente potencializados pela administração em


altas doses ou por injeção intravascular acidental de vasoconstritores como Inibidores da monoaminaoxidase Boca seca

adrenalina, noraderenalina ou fenilefrina. Contudo é necessário que a


administração do anestésico local seja feita de forma lenta e com aspiração prévia6. Obs: As interações e efeitos adversos são particulares para cada fármaco.
Fonte: P.R. vade-mécum: vade-mécum de medicamentos.18.ed.São
Paulo: RGR Publicações, 2012.

Considerações Finais
É imprescindível o CD estar apto a elaborar o tratamento de acordo com as limitações impostas por essa patologia e compreender sinais do quadro
depressivo, investigando cuidadosamente o histórico de seu paciente a fim de garantir o correto acompanhamento profissional na área de saúde mental,
para que assim, este possa planejar e realizar o tratamento correto da patologia e manter sua qualidade de vida.

Referências Bibliográficas
1. Teng CT, Humes EC, Demetrio FN. Depression and medical comorbidity. Revista psiquiática clínica, 32 (3): 149-159; 2005.
2. Haddad AS, et al. Odontologia para pacientes com necessidades especiais. São Paulo: ed Santos; 2007.
3. Brunton LL, Lazo JS, Parker KL. Goodman & Gilman As bases farmacológicas da terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil; 2012.
4. Penildon S. Farmacologia. 6a Edição. Rio de Janeiro: ed. Guanabara Koogan; 2006.
5. Seger L. Pscicologia & Odontologia: Uma abordagem integrada.4ª ed. São Paulo: Ed Santos; 2002.
6. Chioca, Lea R et al. Antidepressivos e anestésicos locais: interações medicamentosas de interesse odontológico. RSBO (online):2010.
7. Baloch HA, Soares JC. Mood disorders. ACP Medicine. Hamilton, Ontrio, Canada. 2010.

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