Do Sintoma À Síndrome Psiquiátrica

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Do Sintoma à Síndrome

Psiquiátrica
Profa Pammella Carvalho
Componentes do Surgimento, da
Constituição e da Manifestação dos
Sintomas e dos Transtornos

 Em relação tanto aos sintomas como às síndromes, deve-


se buscar esclarecer quais são os possíveis FATORES
PREDISPONENTES e PRECIPITANTES e o surgimento dos
transtornos mentais.
Fatores Predisponentes Fatores predisponentes
sensibilizam o indivíduo
para as diversas
situações que a vida lhe
colocará e tornam as
 Antes de nascer, as pessoas carregam consigo a pessoas mais ou menos
vulneráveis para os
VULNERABILIDADE CONSTITUCIONAL para os distintos fatores precipitantes
transtornos
 Ao lado dessa vulnerabilidade estão fatores genéticos,
gestacionais e perinatais

 Os FATORES PREDISPONENTES são aqueles que se configuram


com a articulação da vulnerabilidade constitucional e as
primeiras experiências, no início da vida, que ocorrem na
primeira e na segunda infância (0-6 anos)
Fatores Precipitantes

 São eventos que ocorrem em proximidade temporal ao


surgimento propriamente dito dos sintomas e transtornos
mentais
 Exemplos: estresses, perdas, rompimentos, conflitos

Fatores precipitantes, associados à


vulnerabilidade constitucional e a fatores
predisponentes, ocorrem sempre em um
sujeito com uma história de vida
específica e um projeto de vida
Manifestação dos transtornos mentais

 Nem todos os aspectos da manifestação de uma doença


derivam diretamente do processo patológico de base
(relacionados à predisposição constitucional e a fatores
predisponentes);

 Há três fatores envolvidos nas manifestações das doenças


mentais (Karl Birnbaum):
1. O fator patogenético (patogênese)

 Relacionado à manifestação dos sintomas diretamente


produzidos pelo transtorno mental de base;
 Exemeplos: o humor triste, o desânimo e a inapetência
relacionados à depressão, ou as alucinações auditivas e a
percepção delirante relacionadas à esquizofrenia.
2.O fator patoplástico (patoplastia)

 Inclui as manifestações relacionadas à personalidade do


paciente, à história de vida específica do sujeito e aos
padrões de sentir e se comportar relacionados à cultura de
origem do indivíduo, seu meio familiar, religioso, de
classe social, profissional, que lhe eram particulares desde
antes de adoecer;
3.O fator psicoplástico (psicoplastia)

 Relaciona-se aos eventos e às reações do indivíduo e do


meio psicossocial posteriores ao adoecer.
 São as reações aos conflitos familiares, à desmoralização,
às perdas sociais e ocupacionais associadas aos episódios e
ao curso da síndrome ou do transtorno.
 Essas reações do meio, o padrão de interação do indivíduo
adoentado e seu meio sociofamiliar contribuem para
determinar o quadro clínico resultante.
Conceito de processo,
desenvolvimento, surto, fase, reação,
crise e episódio
 Os cursos longitudinais dos transtornos mentais crônicos
podem ser de dois tipos: processo e desenvolvimento
 Já os fenômenos agudos ou subagudos, com caráter
episódico, classificam-se em crises ou ataques, reações
vivenciais, fases e surtos
Transtornos Mentais Crônicos - Tipos

 PSICOLOGICAMENTE COMPREENSÍVEL (DESENVOLVIMENTO) -


refere-se à evolução psicologicamente compreensível de uma
personalidade, que pode ser normal, configurando os distintos
traços de caráter do indivíduo, ou determinando os transtornos da
personalidade e as neuroses.

 TRANSTORNO NÃO COMPREENSÍVEL PSICOLOGICAMENTE


(PROCESSO) - refere-se a uma transformação lenta e insidiosa da
personalidade, decorrente de alterações psicologicamente
incompreensíveis, de natureza endógena. O processo irreversível,
supostamente de natureza corporal (neurobiológica), rompe a
continuidade do sentido normal do desenvolvimento biográfico de
uma pessoa
Fenômenos agudos ou subagudos, com
caráter episódico

 Classificam-se em:
1) crises ou ataques,
2) reações vivenciais,
3) fases e
4) surtos.
 A crise, ou ataque, caracteriza-se, em geral, por surgimento e
término abruptos, com duração de segundos ou minutos,
raramente horas;
 A reação vivencial anormal caracteriza-se como um fenômeno
psicologicamente compreensível, desencadeado por eventos vitais
é comum utilizar-se o
significativos para o indivíduo que os experimenta;
 A fase refere-se particularmente aos períodostermo episódio dee de
de depressão
formaem
mania dos transtornos afetivos - fala-se, então, inespecífica,
fase
depressiva, fase maníaca e período interfásico quando não há
assintomático,
eutímico; condições de precisar a
natureza do fenômeno
 O surto é uma ocorrência aguda, que se instala de forma mais ou
menos repentina, fazendo eclodir uma doença de base endógena,
não compreensível psicologicamente. A característica do surto é
que ele produz sequelas irreversíveis, danos à personalidade e/ou
à esfera cognitiva e/ou afetiva do indivíduo.
Curso dos episódios de transtornos
mentais
 Remissão - É o retorno ao estado normal tão logo acaba o
episódio agudo.
 Recaída ou recidiva - É o retorno dos sintomas logo após
haver ocorrido melhora parcial do quadro clínico.
 Recuperação - É o retorno e a manutenção do estado normal,
já tendo passado um bom período de tempo sem que o
paciente apresente recaída do quadro.
 Recorrência - É o surgimento de um novo episódio, depois de
o indivíduo apresentar-se assintomático por pelo menos um
ano. Pode-se dizer que a recorrência é um novo episódio da
doença.
Perspectiva Sindrômica
Teoria das síndromes

 Na psicopatologia clássica, a chamada “teoria das


síndromes” foi defendida por autores como Johannes
Lange (1891-1938), Adolf Meyer (1866-1950), Bartolomé L.
Lloret (1905-1966), entre outros.
 Nessa teoria, postula-se que, no complexo sintomático
geral denominado “síndrome”, há SINTOMAS NUCLEARES
(como a alteração de nível de consciência e atenção
no delirium ou a mudança do humor e do ritmo psíquico
nos transtornos afetivos) e SINTOMAS PERIFÉRICOS (que se
articulam em torno e hierarquicamente de forma
secundária aos sintomas nucleares) (Jablensky, 2012).
 As síndromes são conjuntos de sinais e sintomas que se
agrupam de forma recorrente e são observados na prática
clínica diária.
 São agrupamentos estáveis de sintomas.
 Identificar síndromes é o primeiro passo no sentido de
ordenar a observação psicopatológica dos sinais e dos
sintomas dos pacientes;

 Após a precisa caracterização dos sinais e dos sintomas e


seu ordenamento em síndromes clínicas, é interessante
formular hipóteses diagnósticas relativas aos transtornos
mentais específicos definidos segundo sistemas
internacionais de diagnóstico e classificação
Referência

Dalgalarrondo, P. (2019). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais (3ª


ed.). Grupo A.

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