Toxicologia NRN Aula de Osvaldo Satana - 113708

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Toxicologia dos agrotóxicos e

Impactos na saúde humana

Osvaldo Aurélio Santana


CONCEITOS BÁSICOS
Intoxicação = Envenenamento
Condições: Substância - Vítima – Situação
 Veneno: Substância que, por sua natureza,
causa alterações à saúde
Toxicidade: Capacidade tóxica
Fatores: Substância - Organismo
AGENTES TÓXICOS
Grupos
• Medicamentos  Plantas
• Agrotóxicos/Uso Agrícola  Alimentos
• Agrotóxicos/Uso Doméstico An. Peçonhentos/Serpentes
• Agrotóxicos/Uso Saúde Pública  An. Peçonhentos/Aranhas
• Produtos Veterinários  An. Peçonhen./Escorpiões
• Raticidas  Outros Anim.Peç./Venenosos
• Domissanitários  Animais não Peçonhentos
• Cosméticos  Outro
• Prod. Químicos Industriais  Desconhecido ou Ignorado
• Metais
• Drogas de Abuso
Formas de Intoxicação
Aguda - Rápido aparecimento dos sintomas, exposição única ou por
curto período a produto extremamente ou altamente tóxico. Pode ser
acidental, ocupacional ou intencional.

Sub-aguda - Surgimento lento dos sintomas. Decorre de exposições


intermitentes ou continuadas, horas por dia ou por período longo a
substancias altamente ou medianamente tóxicas - sintomas são vagos
e subjetivos tais como cefaléia, fraqueza, mal estar, dor abdominal e
sonolência – geralmente são intoxicações ocupacionais.

Crônica - Surgimento tardio de sintomas, decorrentes de exposição


ao longo de meses ou anos a produtos medianamente ou pouco
tóxicos, ou a múltiplos produtos. Ocasionam danos irreversíveis, tais
como lesões hepáticas, renais, neuropatias e neoplasias. Geralmente
intoxicações ocupacionais ou ambientais.
A intoxicação pode resultar
em doença grave ou morte
em poucas horas, se a
vítima não for socorrida
adequadamente em tempo
útil.
DIAGNÓSTICO DE
INTOXICAÇÃO

Existem em geral 3 hipóteses


 Exposição a um veneno conhecido;
 Exposição a uma substância desconhecida que
pode ser veneno;
 Agravo de etiologia desconhecida, em que o
envenenamento deve ser considerado para o
diagnóstico diferencial.
CARACTERIZAR A
EXPOSIÇÃO TÓXICA AGENTE
--
ACIDENTE
--
PACIENTE
 Nome do produto x composição ? --
Solicitante

 Produtos Clandestinos ? Drogas ?


 Uso: Doméstico ? Agrícola ?
 Origem: Acidental ? T. suicídio ? T. homicídio?
 Apresentação ?
 Quantidade ?
 Via de exposição ?
 Duração da exposição ?
 Tempo decorrido ?
 Sintomas x Síndromes Tóxicas ?
ANAMNESE & EXAME FÍSICO
Grupo de Alto Risco

Crianças menores de 5 anos


Idosos
Alguns grupos de trabalhadores
Deficientes e doentes mentais
Analfabetos
Portadores de doenças agudas ou crônicas
Animais
TRATAMENTO DAS
INTOXICAÇÕES

Observação clínica apenas, conforme o risco


Técnicas para diminuir a absorção
Técnicas para aumentar a eliminação
Tratamento de suporte
Tratamento sintomático
Antídotos

> TEMPO <


EFICÁCIA
TRATAMENTO DE URGÊNCIA
A favor da vítima Contra o veneno
 Imediato: Reanimação das funções  Descontaminação digestiva:
vegetativas, tratamento do choque, Vômitos, lavagem gástrica,
apnéia, arritmia, fibrilação ventricular, antídotos in situ, carvão ativado e
etc. laxantes salinos.
 Mediato  Descontaminação Gasosa:
 Busca de possíveis Ventilação, Assistência respiratória.
complicações: metabólicas,  Descontaminação Cutâneo–
infecciosas, funcionais. Mucosa: Lavagem prolongada,
 Profilaxia integral: estudo do meio mudança de roupas, antídotos
interno. locais.
 Proteção antecipada segundo a  Antídotos: Competição (BAL),
ação conhecida do veneno, se quelação (EDTA), enzimologia.
nefrotóxico, hepatotóxico, etc.  Eliminação do Tóxico: Diurese
 Abstenção de iatrogenia anti- forçada, quelantes, alcalinização
tóxica. ou acidificação do meio interno.
 Tardio: Reabilitação, psicoterapia e  Outros: Ex-sanguíneo Transfusão,
clínica geral. diálise peritoneal, hemodiálise, etc.
O que exatamente é Agrotóxico?

Grupos de substâncias químicas


usadas principalmente para
combater “pragas” e doenças
presentes na agricultura, visando
manter a “produtividade”.

Estão entre os mais importantes fatores de


riscos para a saúde humana, especialmente
dos trabalhadores, e que causam danos ao
meio ambiente.
Agrotóxicos
Utilizados em grande escala por
vários setores produtivos e mais
intensamente pelo setor
agropecuário.
Agrotóxicos

As culturas onde mais se utilizam


agrotóxico são: soja, algodão,
cana de açúcar, milho e citros.

Cada brasileiro consome


aproximadamente 4,5L de agrotóxico por
ano. (Dossiê Abrasco 2015, Parte 1)
Outros efeitos dos agrotóxicos sobre
a saúde para além das intoxicações
Mutagênese e Câncer

Relação com o desenvolvimento de cânceres,


principalmente Linfoma Não-Hodgkin, linfomas,
leucemia, câncer testicular, de mama, de próstata,
sarcomas, de cólon, tumores cerebrais. Evidências de
mutagenicidade.

(Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2015; Alavanja et al.,2014; Alvarez-Moya et al., 2014; Cantor et al., 1992;

Chen et al., 2016; Cocco et al., 2005; Cockburn et al., 2011; Daniel et al., 2003; De Roos et al., 2003; Ding et al.,

2012; Engel et al., 2005; Eriksson; Karlsson, 1992; Eriksson et al., 1981; Garaj-vrhovac; Zeljezic, 2002; Garry et al.,

1996; Ghisi et al., 2016; Hoar et al., 1986; International Agency for Research on Cancer, 2107; Itoh et al., 2009;
!
Koutros et al., 2013; Miligi et al., 2006; Orsi et al., 2009; Pahwa et al., 2012; Park et al., 2009; Presutti et al., 2017;

Purdue et al., 2007; Skolarczyk et al., 2017; Snedeker, 2001; Soldin et al., 2009; Spinelli et al., 2007; Waddell et al.,

2001; Wolff et al., 2000; Yi et al., 2013; Zahm et al., 1990)


Toxicidade sobre o sistema reprodutivo,
Teratogênese/malformação congênita

Atraso no desenvolvimento motor, comportamental, intelectual,


reprodutivo, hormonal e imunológico, aborto e morte fetal relacionada à
anomalias congênitas. Inibição da espermatogênese, redução da viabilidade
e motilidade espermática, redução do número de espermatozoides, indução
de dano ao DNA, anormalidades morfológicas nos espermatozoides, perda
de libido, atividade antiandrogênica e impotência sexual. Efeitos tóxicos no
feto e em lactentes devido à capacidade de atravessar a placenta e ser
excretado pelo leite.
(Arbuckle et al., 1999; 2001; Bell et al., 2001; Bian et al., 2004; Friedrich, 2014; Krysiak-Baltyn et al., 2012; Lerda; Rizzi, 1991; Li et al., 2014; Lifeng et al., 2006; Mehrpour

et al., 2014; Michalakis et al., 2014; Montes et al., 2010; Rignell-Hydbom et al., 2012; Roberts et al., 2012; Shekharet al., 2011; Slotkin et al., 2006; Sonnenschein; Soto, 1998;

Sun et al., 2007; Swan et al., 2003; Xia et al., 2004; Xia et al., 2008)
Outros efeitos dos agrotóxicos sobre a saúde
para além das intoxicações
Desregulação endócrina

Efeitos sobre o hipotálamo, a pituitária e as gônadas masculina (testículo) e


feminina (ovário). Agrotóxicos podem suprimir, reduzir ou aumentar a
liberação de hormônios, afetando diversos sistemas, podendo levar
inclusive à atraso na puberdade e efeitos reprodutivos como infertilidade.
Alterações dos níveis de lipídios, diminuição do HDL, aumento de
triglicerídeos, insulina, peptídeo C e do hormônio tireoidiano TSH,
havendo maior risco de infarto agudo do miocárdio, obesidade e diabetes
tipo 2.
(Bian et al., 2004; Blanco-Muñoz et al., 2016; Campos; Freire, 2016; Cecconi et al., 2007; Chen et al., 2005; Defarge et al., 2016; Friedrich, 2014; Garey et al.,

1998; Garry et al., 2001; Go et al., 1999; Han et al., 2008; He et al., 2004; Lifeng et al., 2006; Mendes et al., 2014; Mehrpour et al., 2015; Rahman, 2013; Rattan et

al., 2017; Roberts; Karr, 2012; Schreinemachers, 2010; Sonnenschein; Soto, 1998; Viswanath et al., 2010; Xia et al., 2004; 2008; Ye et al., 2017; Yi et al., 2013)

!
Frequência de Intoxicações na Bahia
notificadas no SINAN, 2021

Ign/Branco 923
Outro 166
Metal 15
Planta tóxica 30
Prod. veterinário 40
Cosmético 73
Prod. químico 140
Raticida 243
Agrotóxicos 312- 5,5%
Prod. uso domiciliar 322
Drogas de abuso 417
Alimento e bebida 476
Medicamento 2,476
0 500 1000 1500 2000 2500

Fonte: Sinan/Divep/Sesab
Frequência de Intoxicações Conforme Tipo de Agrotóxico e
Circunstância da Exposição na Bahia, 2021

120

100

80

Agrotóxico saúde pública


60
Agrotóxico doméstico
Agrotóxico agrícola
40

20

0
Tentativa de Acidental Uso Habitual Ambiental Outros Ign/Branco
suicídio

Fonte: Sinan/Divep/Sesab
Toxicologia dos Agrotóxicos

Absorção: pele, pulmões


trato gastrointestinal

Plantas Família do trabalhador.

Frutas População do entorno.

Capim dos pastos e gado Vento e chuva

Solo Rios, lagos, etc.

(Conceição Filho, 2017)


Os agrotóxicos são também conhecidos
por outros nomes

Pesticidas
Praguicidas
Biocidas
Fitossanitários
Defensivos agrícolas
Venenos
“Remédios”
Pesticida, praguicida, agrotóxico são termos genéricos para
uma variedade de agentes ... A legislação brasileira
assume a denominação AGROTÓXICOS
VAMOS VER COMO OS AGROTÓXICOS
SE CLASSIFICAM
Classificação –Quanto ao Organismo alvo
(Para que se utiliza)

 Inseticida

Larvicida  Molusquicida

Formicida  Rodenticida

Pulguicida

Piolhicida
 Acaricida (ácaros)  Fungicida

Carrapaticida  Herbicida
 Nematicida  Bactericida
(nematóides, vermes)
Classificação – Quanto ao Grupo
Químico”Substância principal”
(Diferentes mecanismos de ação)

Derivados do
Carbamatos
Organoclorados
Cloronitrofenol
 Derivados
Organofosforados
cumarínicos
Organomercuriais
 Dipiridílicos
Derivados do  Piretróides e
Ácido
Piretrinas
Fenoxiacético  Tiocarbamatos
 Outros
Classificação – Quanto à Formulação
(modo de apresentação)

 Comprimidos  Pastilhas
 Concentrado Emulsionável  Pó Molhável
 Concentrado Solúvel  Pó Seco
 Emulsão Concentrada
 Pó Solúvel
 Solução Aquosa Concentrada
 Gel  Solução Não-aquosa
 Granulado concentrada
 Grânulos Autodispersíveis  Suspensão Concentrada
 Microgranulado  etc.
 Óleo Emulsionável
 Pasta
Agrotóxicos de Uso Agrícola

O risco de intoxicação depende:


 da toxicidade da substância;
 do tempo que o trabalhador está exposto;
 das condições ambientais;
 da via de entrada no organismo (respiratória, digestiva
ou cutânea) e
 da forma como os produtos são manipulados.
Considerações Importantes

1 Há uma variedade de substâncias e produtos que estão


agrupados sob o termo agrotóxico.

2 As substâncias transportadoras, aditivos, impurezas,


contaminantes e outros que estão presentes nos
agrotóxicos às vêzes são mais perigosas que a
substância principal.

3 Na maioria dos casos, os trabalhadores não conhecem


a composição dos produtos e não informam os dados
referentes à frequência, dose e tempo de
exposição, variáveis fundamentais na análise da
exposição ao risco e que não permanecem imutáveis
no cotidiano do trabalho.
Os agrotóxicos são a principal causa de óbito por intoxicação aguda
no Brasil = maior letalidade comparados aos demais agentes causadores
de intoxicações agudas

Facilidade de
acesso resulta em
seu uso em
tentativas de
suicídio
Perguntas aos pacientes nos serviços
de saúde
1. Você trabalha?
2. Qual a sua ocupação?
3. Que tipo de atividade você faz no seu
trabalho?
4. No seu trabalho você utiliza ou tem
contato com algum agrotóxico, veneno ou
“remédio” para pragas? há quanto tempo?
5. Quais são eles? Como você os utiliza?
6. Você recebe orientações quanto ao uso
desses produtos?
Grupos de Agrotóxicos
Herbicidas:
◦ Combatem “ervas daninhas”
◦ Produção mundial crescente, substituindo
a mão de obra na capina, na zona rural
 Fenoxiacéticos (2,4D) - Norton, Tordon
 Dipiridílicos (Diquate, Paraquate) – Queimoxone,
Gramoxone 200
 Glifosato (Glicina substituída) – Round-up, Glifos,
Agripec
 Uréia (Diuron) – Cention
 Triazina (Atrazina) – Ametrex, Atranex, Herbazin
Grupos de Agrotóxicos
Herbicidas:
• Derivado da glicina: ex.: glifosato (Roundup®).
- Um dos herbicidas mais utilizados na agricultura
mundial, com crescimento constante dos casos de
intoxicações acidentais, profissionais e intencionais.
- Tem efeito residual curto. Geralmente os resíduos no
solo têm uma meia-vida de menos de 60 dias.
- Formulação com surfactante que tem ação irritativa
dermatológica de importância clínica: toxic. 3x ↑ que o
i.a.
- Os solventes usados em formulações comerciais
podem alterar as propriedades toxicológicas.
Cont.
• Derivado da glicina: ex.: glifosato (Roundup®).
- Absorção no TGI: 30-36%; via dérmica: 5,5% ou
menos.
- Meia-vida: ~ 7 dias (168 h).
- Nos tecidos orgânicos, a cc mais elevada está nos
ossos.
- O glifosato não é metabolizado em humanos e sua
biotransformação é muito reduzida, sendo o restante
rapidamente excretado na urina como glifosato
inalterado.
- Eliminação fecal de 62-69% sem absorção e 14-29%
na urina.
- Não é esperado bioacumulação do glifosato tendo em
vista sua alta solubilidade em água e seu caráter
iônico.
• Derivados do ácido fenoxiacético: 2,4
diclorofenoxiacético (2,4 D) e 2,4,5 triclorofenoxiacético
(2,4,5 T).

- Centenas de produtos comerciais contêm herbicidas


clorofenólicos nas mais variadas formas,
concentrações e combinações.
- O Tordon® (mistura dos dois) foi o principal
componente do “agente laranja”, utilizado como
desfolhante na Guerra do Vietnã.
Cont.
• Derivados do ácido fenoxiacético: 2,4 D e 2,4,5 T

- Bem absorvido pela pele, via digestiva e inalação


- A longo prazo, a preocupação é com as dioxinas
(impurezas técnicas presentes nestes produtos) 
distúrbios reprodutivos e alguns tipos de câncer como
os linfomas.
Inseticidas
 Organofosforados (Acefato, Clorpirifós, Forato,
Matamidofós, Paration metílico, Temefós) – Folidol,
Fersol, Tamaron, Lorsban.
 Carbamatos (Aldicarbe, Metomil, Tiodicarbe) –
Lannate, Larvin, Temik.
 Piretróides (Cipermetrina, Deltametrina,
Permetrina) – Nortox, Deltaphós, Talcord.
 Organoclorados (Endossulfam) – Endofan
 Neonicotinóides (Acetamiprimido, Tiametoxam) –
Mospilan, Actara
Inseticidas

• Organofosforados (OF): são compostos orgânicos derivados dos


ácidos fosfórico, tiofosfórico, fosfônico ou ditiofosfórico.

• Carbamatos (CB): são derivados do ácido carbâmico.


Inseticidas

OF e CB
• grupos químicos mais frequentemente utilizados dentre os
agrotóxicos.
• mecanismo de ação: fosforilação (OF) ou carbamilação (CB).
• OF: inibidores funcionalmente irreversíveis da AChE  o tempo
necessário para liberar a enzima de inibição pode ser superior
ao tempo necessário para a síntese de uma nova enzima.
• CB: descarbamilação muito mais rápida  a recuperação
substancial da enzima pode ocorrer num período curto de
tempo.
Inseticidas

Organofosforados

- Potencial de risco de cada substância, dose, tempo e via de


exposição;
- Atravessam a barreira hematoencefálica e penetram no SNC,
levando a quadros de moderados a graves;
- Alguns compostos altamente lipofílicos (fention, dissulfoton)
depositam-se no tecido adiposo atuando por mais tempo e
persistindo por longos períodos nos tecidos.
Inseticidas

Carbamatos

- Têm inibição colinesterásica de curta duração;


- Não penetram efetivamente no SNC, resultando toxicidade
limitada;
- Gravidade do quadro: usualmente leve a moderada;
- O aldicarb, especialmente, tem alta toxicidade podendo levar a
quadros severos e podem evoluir ao óbito em poucas horas.
Inseticidas

OP e CB  Inibem a Colinesterases (ChE)

• Enzima que catalisam a hidrólise dos ésteres da colina


• Acetilcolina: mediadora da condução do impulso nervoso.

Tipos:
• lisofosfolipase = esterase neurotóxica (NTE)
• acetilcolina hidrolase = acetilcolinesterase (AChE)
• acilcolina hidrolase = butirilcolinesterase (BChE)
Inseticidas

As Colinesterases como Indicadores Biológicos da Exposição aos


Anticolinesterásicos

• Fatores que interferem nos níveis de atividade da enzima:


• Sexo
• Idade
• Estado nutricional
• Raça ( negros)
• ETC.
Inseticidas

As Colinesterases como Indicadores Biológicos da Exposição aos


Anticolinesterásicos

• os níveis basais da colinesterase sofrem variações de uma pessoa para


outra

realizar o teste basal (pré-exposição) antecipadamente nas pessoas que irão


ter contato com agrotóxicos OF e Cb.
Inseticidas

• Piretróides: são compostos sintéticos que apresentam estruturas


químicas semelhantes à piretrina, substância existente nas flores
do crisântemo (Pyrethrum).

- No SNC e SNP prolongam a abertura dos canais de Na da membrana


celular retardando a repolarização  paralisia nervosa.

- Bem absorvidos no TGI; absorção por via dérmica ↓ que VO.

- A exposição por inalação pode causar irritação de vias aéreas e reações de


hipersensibilidade.
Inseticidas

• Piretróides (cont)

- A metabolização é rápida em mamíferos, sem acumulação em tecidos.


Seus metabólitos são inativos. A eliminação é urinária.

- São rapidamente degradados no solo e nas plantas.

- Muito instáveis à luz, ar e condições alcalinas.

- Não são esperados resíduos em plantas e alimentos.


Toxicidade e DL50 mg/kg (ratos ou camundongos) dos píretros e
piretróides
Organoclorados

Exemplo: DDT, BHC, Aldrin,Clordane,


Endossulfam, Dissulfan, Endofan...
Inseticidas

• Organoclorados: são compostos à base de carbono, com átomos


de cloro.

- Prolongado efeito residual  alta persistência no ambiente


- Capacidade de se acumular nos seres vivos, principalmente, em
humanos
- Efeito carcinogênico observado em animais de laboratório.
- A toxicidade é variável, de moderada a alta.
- Proibido no Brasil.
Inseticidas
• Neonicotinóides:
• Classe relativamente nova de inseticidas
• Derivados da nicotina.
• Único autorizado para pulverização aérea.
• Altamente persistentes: >19 anos.
• Grande seletividade pelos receptores nicotínicos
dos insetos  baixa toxicidade para o ser humano.
• Desregula o sistema imune das abelhas tornando-as
susceptíveis a infecções de vírus.
Inseticidas

• Neonicotinóide (cont.):

Imidaclopride: 1ª geração; Acetamiprida: 1ª geração;

Nitempiram: 1ª geração; Tiametoxam: 2ª geração;

Clotianidina: 2ª geração; Dinotefurano: 2ª geração;

Tiaclopride: 2ª geração
Inseticidas

• Neonicotinóides (cont.):

• Tiaclopride e tiametoxam: potenciais carcinogênios humanos.

• Acetamiprida, o imidaclopride e o tiaclopride: os mais tóxicos


para as aves.

• Tiaclopride: o mais tóxico para os peixes.

• Muitos neonicotinóides são tóxicos para as abelhas.


Fungicidas
• Tio e Ditiocarbamatos (Maneb, Mancozebe,
Propinebe) – Positron, Antracol e Mancozebe

• Triazol (Tetraconazol, propiconazol) – Emerald,


Domark

• Dinitrofenol (Dinocape) – Karathane


Fungicidas

Modo de Ação dos Carbamatos e
Ditiocarbamatos
NÃO INIBEM A COLINESTERASE

São bastante irritantes para pele e mucosas.

A presença de Manganês em alguns compostos


pode determinar parkinsonismo por sua ação
no Sistema Nervoso Central.

A presença de etileno-etiluréia (ETU) como


impureza pode estar relacionada a casos de
câncer.
Fumigantes
 Fosfeto de Alumínio,
Fosfina (Gastoxin)
 Alta letalidade por V.O.
 Irritante respiratório
 Brometo de Metila
RATICIDAS
 BRASIL
 LEGAIS - À base de
anticoagulantes cumarínicos:
Grânulos ou iscas pouco
tóxicos e mais eficazes que
os clandestinos,
 ILEGAIS – Pesticidas ou
metais muito tóxicos.

Casos Graves e Fatais.


Diagnóstico e tratamento das
intoxicações por agrotóxicos

Osvaldo Aurélio Santana


Manifestações clínicas mais importantes para
suspeitar de intoxicação por agrotóxico

 Cefaléia
 Náusea
 Tontura
 Vômito
 Fraqueza
 Dores e cólicas abdominais
 Tremores musculares
 Dispnéia
 Hipotensão ou hipertensão
 Bradicardia (frequência cardiaca <60bpm) ou (taquicardia-
>120bpm) e outros
 Sudorese excessiva
 Câimbras e formigamentos
 Alergias (pele, olhos e aparelho respiratório)
HERBICIDAS
ACADEMIA NACIONAL DE CIÊNCIAS DOS EUA

 Há evidências suficientes da
associação estatística entre
exposição a herbicidas e
sarcomas de tecidos moles,
Doença de Hodgkin´s,
linfomas não Hodgkin´s,
cloracne e porfiria tardia
 Evidências sugestivas da associação entre exposição a
herbicida e cânceres respiratórios, de próstata e
mieloma múltiplo
 Evidências inadequadas para demonstrar a associação
para muitos outros cânceres e desordens
Herbicidas
Dipiridílicos
Entre eles, o PARAQUAT é altamente tóxico se
ingerido.
 Modo de Ação
Lesão inicial: irritação grave das mucosas.
Lesão tardia: após 7 a 14 dias começa a haver alterações proliferativas e irreversíveis no
epitélio pulmonar.
Seqüelas: insuficiência respiratória, renal e hepática.

 Sintomas de Intoxicação Aguda


Causam lesões cáusticas graves na pele e mucosas, unhas quebradiças, sangramento
nasal, conjuntivite e catarata.
Lesões hepáticas e renais graves.
Fibrose pulmonar e morte

 Tratamento
Medidas gerais, sintomáticas e de suporte. Recomendado uso de Terra Fuller
inicialmente. Internar em Unidade de Terapia Intensiva.

Fonte: opas/OMS
INTOXICAÇÃO AGUDA POR
PARAQUAT
PIRETRÓIDES
Manifestações clínicas
 Reações alérgicas:
urticária, rinite, bronquite.

 Neurológicas:
hiperexcitabilidade, parestesias, convulsões.
PIRETRÓIDES Tratamento
 Descontaminação GI
 Antihistamínicos
 Anticonvulsivantes:
 Benzodiazepínicos
 Vitamina E tópica : Parestesias
Organoclorados
Exemplo: DDT, BHC, Aldrin,Clordane...
 Modo de Ação
ESTIMULANTE DO SIST. NERVOSO CENTRAL. Em altas doses são indutores das
enzimas microssômicas hepáticas. São armazenados no tecido adiposo, em
equilíbrio dinâmico com a absorção.

 Sintomas de Intoxicação Aguda


PRIMEIRAMENTE DEPOIS
Irritabilidade Tontura
Dor de cabeça Náuseas e Vômitos
Cansaço Colapso
Mal-estar Convulsões

 Tratamento
Além de descontaminação geral e tratamento de suporte, controle do quadro
convulsivo com Diazepan 0,3 mg / Kg e/ou Fenobarbital 15 mg / Kg IV.

Fonte: OPAS/OMS
Inibidores de Colinesterases
MECANISMO DE AÇÃO

Inseticidas Organofosforados e Carbamatos

Inibição da Colinesterase

ACÚMULO DE ACETILCOLINA
(Síndrome Colinérgica)

Muscarínicos Nicotínicos S.N.C.


Inibidores de Colinesterase
MANIFESTAÇÕES MUSCARÍNICAS

 Respiratórias: broncorréia,
broncoespasmo, dispnéia,
insuficiência respiratória
 Gastrintestinais: náuseas,
vômitos,diarréia
 Cardiovascular: bradicardia,
hipotensão
 Glândulas: sudorese,
sialorréia, lacrimejamento
 Pupilas: miose
Inibidores de Colinesterase
MANIFESTAÇÕES NICOTÍNICAS

 Músculo Estriado:
fasciculações, arreflexia,
paralisia.
 Ganglio Simpático: hipertensão,
taquicardia, midríase.

MANIFESTAÇÕES DO S.N.C.
 Cefaléia, tremores, agitação,
labilidade emocional, confusão,
ataxia, fraqueza, convulsões,
coma, depressão de centros
respiratório e cardiovascular.
Intoxicação por
Inibidores de Colinesterases
DIAGNÓSTICO

 História de exposição

 Exame Físico : SÍNDROME


COLINÉRGICA

 Laboratório : Atividade de
AchE.
Intoxicação por
Inibidores de Colinesterases
Sindrome Colinérgica
 TRATAMENTO

 SUPORTE
 DESCONTAMINAÇÃO
 ATROPINIZAÇÃO
Intoxicação por Inibidores de
Colinesterases
TRATAMENTO GERAL

 Repouso absoluto
 Assistência Respiratória: aspiração, oxigênio úmido sob
cateter ou máscara, entubação s/n
 Controle de convulsões / ansiedade: Diazepan 5 a 10 mg EV
 Controle de dados vitais: TA, FC, temperatura
 Dieta zero enquanto utilizar o carvão ativado (máximo 72 h)
 Correção de distúrbios hidro-eletrolíticos e ácido-base
 CONTRA-INDICADO o uso de aminofilina, morfina e
digitálicos, pois podem precipitar arritmias graves.
Intoxicação por Inibidores de
Colinesterases
TRATAMENTO GERAL

 DESCONTAMINAÇÃO DIGESTIVA
 Lavagem Gástrica
 Carvão Ativado: A 1ª logo após a lavagem gástrica e
as subsequentes de 4/4 horas até 12h.
Intoxicação por Inibidores de
Colinesterases
Tratamento específico - Atropina

 Ação – Nos receptores muscarínicos

 Indicação – Broncorréia e/ou Bradicardia severa

 Bolus – Dose: Adulto 1 a 4 mg Crianças - 0,01 a 0,05 mg/Kg.


Freqüência: a cada 10 a 15 min. Repetir 3 a 4 vez até melhora dos
sinais muscarínicos.

 Infusão Contínua – Se necessário. Reavaliação constante.


 Solução Padrão: 20 ampolas em 250 ml de SG
 Gotejamento: 1 a 4 ml/Kg/hora ou 1 a 4 microgotas/Kg/minuto
(não usar equipo de gotas)
 Dificuldades – Taquicardia e Hipertensão
Intoxicação por Inibidores de
Colinesterases

TRATAMENTO DAS COMPLICAÇÕES

 Acidose
 Broncoaspiração
 Intoxicação Atropínica
Departamento de Nariño,
Colômbia
Intoxicacões por pesticidas
Costa Rica
SAIBA COMO AGIR...
Primeiros
Socorros

1. Se o veneno estiver no ambiente:

a. Abrir portas e janelas para ventilar o local;

b. Retirar pessoas e animais do ambiente contaminado.

Atenção – Proteger-se com luvas e máscara ao prestar


socorro.
SAIBA COMO AGIR...
Primeiros
Socorros
2. Contato com a pele:
a. Retirar roupas e sapatos da pessoa
atingida;
b. Lavar a pele com água corrente
abundante, sem esfregar.
SAIBA COMO AGIR...
Primeiros
Socorros

3. Contato com os olhos:

Lavar com bastante água corrente ou soro fisiológico.


SAIBA COMO AGIR...
Primeiros
Socorros
4. Se o veneno for ingerido:

Provocar vômitos ( ?).


Atenção, NUNCA provocar VÔMITOS quando:
 A vítima estiver desmaiada ou em convulsão;
 For criança com menos de 2 anos de idade;
 O produto ingerido for inseticida líquido,
querosene, gasolina, solventes, substância
cáustica ou ácidos em geral.
SAIBA COMO AGIR...
Primeiros Socorros
4. Se o veneno for ingerido(cont.):

• Remova qualquer veneno restante na boca, com


cuidado;
• Não induza vômitos;
• Não dê para a pessoa intoxicada ovos crus, sal, vinagre ou
sucos de frutas cítricas para induzir vômitos ou neutralizar o
veneno sem supervisão ou recomendação médica;
CUIDADO! Alguns produtos podem conter em seus rótulos dados
desatualizados sobre descontaminação e sobre seus antídotos, levando
a uma informação incorreta para o tratamento;

• Procure orientação médica adequada a cada tipo de envenenamento


SAIBA COMO AGIR...

Leve a vítima para o Serviço Médico mais


próximo.

 Se possível leve junto o produto,


embalagem ou rótulo.

 Ligue para o DISQUE INTOXICAÇÃO, para


saber como proceder 08002844343
SAIBA COMO AGIR...

LEITE ? NÃO USAR.


 Fator agravante
- acelera a absorção de agentes lipossolúveis.
- facilita a absorção de organofosforados, carbamatos e
piretróides.
 Inocuidade
- exposição por via respiratória
- propriedades demulcentes: recobre as paredes lesadas
do tubo digestivo, não impedindo a absorção do agente
tóxico
FIM

OBRIGADO!!!

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