Aula 6 e 8 Cont Beis IR e IRPJ
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Diferença entre contribuinte e responsável: art. 121 do CTN e art. 45, p.u. do CTN
FATO GERADOR:
Definição de Renda e Proventos de Qualquer Natureza
• https://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-r
evista-sumulas-2013_35_capSumula387.pdf
https://necct.org/estatisticas-e-estudos#:~:text=ARRECADA%C3%87%C3%83O%20TRIBUT%C3%81RI
A%20POR%20REGIME%20DE,IPI%20e%20INSS%2C%20dentre%20outros
.
A lei dispõe que a apuração desse acréscimo patrimonial das pessoas jurídicas pode ocorrer mediante
o uso de um dos seguintes regimes: (i) Lucro Real; (ii) Lucro Presumido; (iii) Simples Nacional e
(iv) Lucro Arbitrado.
Com exceção do Lucro Real, cuja adoção é faculdade de qualquer pessoa jurídica, os regimes
dispostos nos itens (ii) e (iii) possuem restrições quanto à sua opção. Com efeito, para que uma
empresa possa optar por tais regimes deve se enquadrar em certos critérios e requisitos existentes em
lei (v.g., limite de faturamento anual, ramo de atividade, etc.). Empresas proibidas, por lei, a optar
pelo Simples e pelo Lucro Presumido são, por exclusão, obrigadas a optar pelo Lucro Real.
SIMPLES NACIONAL
Tem uma lógica parecida com o lucro presumido, mas por outro lado, congrega uma série de
tributos, recolhidos mediante documento único de arrecadação dos seguintes tributos:
Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
Contribuição para o PIS/Pasep;
Contribuição Patronal Previdenciária (CPP);
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
LUCRO PRESUMIDO
a) características
Toma por base um lucro desvinculado do lucro contábil, que parte de uma presunção de
lucratividade por percentuais fixos.
Por outro lado, algumas empresas não podem optar, por exemplo, empresas consideradas
sofisticadas ou por critérios específicos: empresas com receita superior a 78 milhões;
instituições financeiras e assemelhadas; factoring; empresas com lucros auferidos no
exterior e empresas com benefícios fiscais específicos (como os regionais).
Neste regime pode-se optar por regime de caixa (liquidez) ou competência (despesa
incorrida e receita auferida).
Todas as receitas não relacionadas no objeto social são consideradas integralmente, não tem aplicação
de percentual de presunção de lucro.
Outro exemplo, a tributação de aluguel de imóvel vai ser tributada à alíquota de até
27,5% na pessoa física, por outro lado, na pessoa jurídica com lucro presumido, aplica 32%
sobre a receita e depois 34% de IR e CSLL (efeito final, tributação de aproximadamente
10%), portanto, vale mais a pena manter na pessoa jurídica.
Conforme ponderado linhas acima, o acréscimo patrimonial auferido pela pessoa jurídica é
identificado a partir da apuração do lucro líquido, que corresponde à diferença entre as receitas e as
despesas auferidas pela pessoa jurídica.
Justamente por demandar o conhecimento e a quantificação de todos os eventos que geram receitas
ou despesas para a pessoa jurídica, a apuração e a consequente fiscalização do lucro real são
trabalhosas.
Em razão dessas dificuldades, a legislação traz alternativas para a apuração da base de cálculo do
imposto. Interessa-nos, aqui, a forma de apuração identificada como lucro presumido.
O regime de apuração do imposto de renda pelo lucro presumido promove grande simplificação na
apuração da base de cálculo do tributo por ignorar as despesas incorridas no período de apuração.
Tal modelo preocupa-se apenas com a apuração das receitas mediante a presunção absoluta do
valor das despesas havidas pela pessoa jurídica no período.
Um exemplo ilustra como funciona essa forma de apuração. Para prestação de serviços, via de regra, a legislação
do lucro presumido indica que 32% da receita corresponde ao lucro. Sendo assim, caso uma empresa tenha
auferido receita de R$ 100,00, a própria lei estabelece que o seu lucro é de R$ 32,00. Ao presumir que o lucro é
de R$ 32,00, a lei pressupõe que a despesa, na hipótese, é de R$ 100,00 – R$ 32,00, ou seja, é de R$ 68,00.
Tal regime de apuração pode se mostrar vantajoso ou desvantajoso à pessoa jurídica. A análise da conveniência da
adoção desse regime se baseia, na maior parte dos casos, na verificação da margem de lucro praticada pela
empresa. Na hipótese versada acima, por exemplo, vimos que a lei presume uma margem de 32%, no caso, R$
32,00. Este valor será a base de cálculo para aplicação da alíquota do imposto de renda, pois para a lei,
independente de quanto realmente tenha sido, esse é o lucro da empresa. Assim, nesse exemplo, caso o lucro
efetivo da empresa tenha sido superior a R$ 32,00, essa opção será mais vantajosa, pois a base presumida pela lei
utilizada para fins fiscais é menor do quanto a empresa efetivamente lucrou. Em outras palavras, ainda que o lucro
da empresa tenha sido de R$ 70,00, esta, conforme determinado em lei, pagará imposto de renda somente sobre os
R$ 32,00. Da mesma forma, caso a empresa tenha incorrido em despesa de R$ 100,00, isto é, caso não tenha tido
qualquer margem de lucro sobre o serviço prestado, a adoção do lucro presumido mostra-se desvantajosa, haja
vista que, de acordo com o critério legal de presunção, aquela empresa lucrou R$ 32,00 e deverá pagar imposto
sobre isso, ainda, na verdade, que tenha apurado prejuízo, vale dizer, independente de ter percebido qualquer
lucro.
Justamente por implicar apuração de imposto diversa do lucro real, a opção pelo lucro presumido
vincula o contribuinte a adotar esse regime de apuração durante todo o ano-calendário. Assim se evita
que o contribuinte opte pelo regime que lhe aprouver, ao sabor da conveniência, após apurar qual deles
permitiria recolhimento menor de imposto.
Uma vez apurada a base de cálculo do imposto de renda sob o regime do lucro presumido, o
contribuinte deve aplicar a alíquota (a mesma aplicada ao Lucro Real) para calcular o valor do tributo
devido.
Assim, tornando ao exemplo acima, após apurar lucro de R$ 32,00 (32% de R$ 100,00), o contribuinte
deve aplicar a alíquota de 15% sobre esse valor e recolher ao erário o montante de R$ 4,80.
Conforme mencionado, o lucro presumido dispensa a apuração das despesas, pois presume o lucro do
contribuinte meramente a partir da identificação de suas receitas. Por essa razão, o legislador ocupou-
se em tentar ajustar da melhor forma possível essas presunções à realidade. É por isso que,
considerando as peculiaridades de cada ramo de atividade econômica, assim discriminou os
percentuais de presunção no art. 15 da Lei 9.249/95:
Atividades Percentuais
Atividades em geral (RIR/2018, art. 591) 8,0
Revenda de combustíveis 1,6
Serviços de transporte (exceto o de carga) 16,0
Serviços de transporte de cargas 8,0
Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32,0
Serviços hospitalares 8,0
Intermediação de negócios 32,0
Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer 32,0
natureza (inclusive imóveis)
Atividades de operação de empréstimo, de financiamento e de 38,4
desconto de títulos de crédito realizadas por Empresa Simples de
Crédito (ESC)*
*
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/programas/esc-empresa-si
mples-de-credito,069f67aaac49b610VgnVCM1000004c00210aRCRD
Conforme ponderado linhas acima, a opção pelo lucro presumido é vedada em determinadas
hipóteses, tais como quando o contribuinte tiver auferido receita superior a R$ 78 milhões no
ano anterior ou nas seguintes hipóteses (art. 14 da Lei 9.718/98 com a redação pela Lei
12.814/2013):
ser instituição financeira ou pessoa jurídica a ela equiparada;
a pessoa jurídica auferir de lucros no exterior;
a pessoa jurídica ser titular de benefícios fiscais relativos a isenção ou redução do
imposto;
a pessoa explorar atividades de factoring ou de securitização de créditos imobiliários,
financeiros
que explorem as atividades de securitização de crédito.
(Redação dada pela Lei nº 14.430, de 2022)
LUCRO REAL
É o lucro mais perto do lucro verdadeiro, mas não é o lucro efetivo, pois há ajustes ao
lucro societário para chegar ao lucro real.
Volta-se, aqui, ao conceito relacional de renda, que pressupõe o confronto entre as entradas e
as saídas patrimoniais do contribuinte. As entradas, aqui, correspondem às receitas, ao passo
que as saídas são representadas pelas despesas.
O lucro líquido, por vezes, não é idêntico àquele estabelecido pelas normas fiscais, visto
que o conceito de lucro para fins fiscais eventualmente se afasta do conceito contábil.
Nessas hipóteses, promove-se adaptação do lucro líquido apurado (conceito contábil) ao
lucro real (conceito jurídico). Essa adaptação é efetuada mediante a realização de adições,
exclusões e compensações ao lucro líquido, tudo conforme previsto pela legislação fiscal.
Assim, o lucro real, base de cálculo do imposto de renda, é obtido, basicamente, a partir da
seguinte equação: Receitas Tributáveis – Despesas Dedutíveis.
Tais adições e exclusões são necessárias, pois, os conceitos de despesas e receitas são
diferentes para a esfera contábil e fiscal. Vale dizer, nem tudo que é considerado como
despesa para fins contábeis é assim tratado para fins fiscais.
Dessa forma, aplicadas as citadas adições e exclusões ao lucro líquido, o valor positivo
resultante, denominado Lucro Real, será a base de cálculo para aplicação das alíquotas do
imposto de renda. Portanto, o Lucro Real ou Lucro Fiscal é o Lucro Líquido após a
realização das adições e exclusões legais.
.
Para facilitar a visualização das adições e exclusões, figure-se um exemplo: Uma empresa resolve
doar R$ 100.000,00 a um partido político. Para fins contábeis, essa doação é uma despesa e assim
será considerada para apuração do seu lucro líquido. Ocorre que, para fins fiscais, essa doação não
se qualifica como despesa. Assim, ao final do período de apuração, o valor considerado para fins
contábeis como despesa deverá, para fins de apuração do Lucro Real, ser adicionado ao Lucro
Líquido, formando, ao final, à base de cálculo do Imposto de Renda (Lucro Real).
O controle acerca das citadas adições e exclusões é realizado, ao final de todo período de apuração,
em um documento fiscal denominado Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR, obrigatório a
todas as empresas que apuram o imposto de renda pela sistemática do Lucro Real.
Tais adições e exclusões não podem desvirtuar a materialidade do tributo em foco, que só pode
incidir sobre a renda, que equivale ao acréscimo patrimonial auferido pelo contribuinte, conforme já
pontuado.
É que, embora o texto constitucional não verse explicitamente o conceito de renda, voz
dominante na literatura tributária expõe que a prefiguração das materialidades de todos os
impostos discriminados na Constituição é corolário da repartição de competências em matéria
tributária. Deveras, caso não houvesse um núcleo conceitual implícito para cada uma das
materialidades discriminadas nos arts. 153, 155 e 156 da Constituição, seria dado a qualquer ente
federativo manipular a competência que lhe foi outorgada e, assim, provocar sobreposição de
impostos, o que é vedado pelos arts. 146, I e 154, I, da Constituição.
Recentemente tal entendimento foi reafirmado em voto da Ministra Ellen Gracie nos seguintes
termos: “[…] o conceito de lucro é aquele que a lei define, não necessariamente, o que corresponde
às perspectivas societárias ou econômicas” (RE 344.994/PR).
Assim, a jurisprudência atual tende a afirmar que a definição de lucro real está ao talante do
legislador ordinário, não havendo sequer que guardar consonância com o conceito de renda que a
doutrina entende estar prefigurado no texto constitucional.
a) Alíquotas aplicáveis
Sobre o lucro real, base de cálculo do imposto, são aplicadas as seguintes alíquotas:
R$ 5M X 32% = R$ 1.600.000,00
IRPJ: 394.000,00
CSLL: 1.600.000 X 9% = 144.000,00
IRPJ: 454.000,00
CSLL: 1.840.000 X 9% = 165.600,00