Terapia Nutricional Oncologia

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Tratamento Nutricional

Preventivo para o paciente


Oncológico
Helen Sandra Pereira da Silva
Nutricionista CRN: 2556
Dezembro/2008
"Compreendi que a vida
não é uma
sonata que, para
realizar sua beleza,
tem que ser tocada até
o fim.
Dei-me conta, ao
contrário, de que a
vida é um álbum de
minissonatas.
Cada momento de
beleza vivido e
amado, por efêmero
que seja,
é uma experiência
completa que
está destinada à
eternidade.
Um único momento
de beleza e
de amor justifica a vida
inteira."

Rubem Alves
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE

 mata 7 milhões
 2ª causa de morte nos países
desenvolvidos
 perde apenas para doenças
cardiovasculares
 O câncer atinge 11 milhões de
pessoas a cada ano

REv. Bras Cancerol. 2002;48(2):175-9


Word Healh Organizacion .Câncer, 2006
IBRANUTRI
4000 hospitalizados na rede
pública
20,1% portadores de câncer
66,4% desnutridos
45 % grau moderado
+ 20 % grave
O câncer  o risco de desnutrição
em 8,1 vezes
Doença em TGI superior risco  em
15,7 vezes

Waitzberg, 2004.
Waitzberg & Baxter, 2004.
Câncer
Dieta inadequada representa cerca de 35% dos
diversos tipos de câncer
1809 Willian Lambe publicou recomendações
alimentares para prevenção do câncer

Rev. Nutr Campinas, 2004;17(4):491-505.


J Am Cancer Soc.,1995;30-38.
Causas de Deterioração
Nutricional
Efeitos clínicos gerais Anorexia,mal estar fadiga, febre,
prostração

Alterações bioquímicas Produção de citoquinas,


hipermetabolismo, ciclos
metabólicos alterados
Transtornos gastrointestinais Disfagia, vômitos, dor abdominal,
obstrução intestinal

Perdas externas e internas Sangramento, ascite, edemas

Anormalidades psicológicas Ansiedade, depressão

Arq. Gastroenterol. vol.39 no.4 São


Paulo Oct./Dec. 2002
CÂNCER

Efeitos
Efeitosdo
dotratamento
tratamento Efeitos
Efeitosdo
dotumor
tumor

Anorexia + alterações Déficit energético + alterações


físicas e psicológicas de macro e micronutrientes

Redução de ingesta Distúrbios


de nutrientes metabólicos

CAQUEXIA NO CÂNCER
Eur J Oncol Nutrs, 2005 (35)
CAQUEXIA

KAKOS = mau
HEXIS = condição,
estado
“Estado debilitado de
saúde”
Support Care Cancer. 2003:11(2):73-8.
Distúrbios Metabólicos no Câncer
Gordura Lipólise

Anorexia
Fator Hipotálamo
Mobilizador  do GE
de lipídeos

Fígado PTN da
fase
Insulina ,
cortisol e
aguda
Tumor AAs
glucagon

Músculos Proteólise

Fator Indutor de Proteólise


Eur J Oncol Nutrs, 2005 (35)
Em deficiência nutricional, a gordura é usada para
energia e a massa magra é preservada. A perda de
peso induzida pelo Ca é devido, principalmente, à
perda de massa magra.
Perfil Metabólico da Caquexia do Câncer
 da ingesta alimentar Anorexia, naúseas, vômitos, alteração de
paladar e olfato

Efeitos locais do tumor Odinofagia, disfagia , saciedade precoce, mal


absorção

Fatores psico-sociais Depressão, ansiedade, aversão alimentar

Radioterapia Anorexia, náuseas vômitos, alteração de


paladar e olfato, estomatite,mucosite e diarréia

Cirurgia Alterações na mastigação deglutição

Quimioterapia Odinofagia, disfagia, xerostomia, mucosite,


fístulas

CA Câncer J Clin. 1998 ;48(2):69-80


Avaliação Nutricional

Susceptibilidde a infeções
Resposta terapêutica
Prognóstico

Parâmetros clínicos, físicos,


dietéticos, subjetivos,
antropométricos, laboratoriais e
composição corporal
REv. Bras Nutr Clin. 2002;17(1):1-8
Limitações na Avaliação Nutricional de
Doentes com Câncer
Avaliação do Consumo Alimentar

Detectar se a alteração do hábito alimentar é de


causa primária ou secundária a doença

Tipo de câncer e doença avançada


Dificudade na ingestão que alteram o gasto energético e
de alimentos levam a quadros de caquexia

Paciente com déficit cognitivo, delírios, depressão ou astenia

Necessária a presença do cuidador responsável pelo paciente


Cabral & Correia. Dieta, Nutrição e Câncer. 2004. p 329-33.
Influência do EN no Prognóstico do
Câncer
Doença de
base

Tratamentos

EN prévio Deterioração
do EN
Condição
sócio-
econômica

Aspectos
psicológicos
“O verdadeiro heroísmo
consiste em persistir
por mais um momento
quando tudo perece
perdido."

W. F. Grenfel
PRINCIPAIS OBJETIVOS:

Cálculo das necessidades nutricionais


Manter ou recuperar o estado funcional
Normalizar a composição corpórea e os déficits
acumulados
Garantir o desempenho dos sistemas vitais
(capacidade de cicatrização, função imunológica)
Contribuir para melhor qualidade de vida
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

1. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Capacidade
Presença Avaliação
funcional Capacidade
de física e
quanto a funcional
sintomas antropométrica
alimentação
filme
filme
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

2. DOENÇA DE BASE – EFEITOS LOCAIS DO TUMOR

Disfagia ou odinofagia por obstrução


mecânica total ou parcial da luz
do tubo digestivo
Ulcerações em cavidade oral
dificultando a alimentação
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

2. DOENÇA DE BASE – EFEITOS LOCAIS DO TUMOR

Plenitude gástrica, vômitos, menor


capacidade de armazenamento,
dificuldade de esvaziamento gástrico
Obstrução parcial do TGI,
interferindo negativamente na
absorção de nutrientes
Deficiências enzimáticas e síndrome
de má absorção
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

3. TRATAMENTOS

Cirúrgico Radioterapia

Quimioterapia TMO
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

3. TRATAMENTOS - CIRURGIAS

- Comprometimento dos
processos de armazenamento,
Digestão e absorção
Restrições severas ou
eliminação da ingestão oral
Mutilações
Complicações

WAITZBERG, 2004.
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

3. TRATAMENTOS - RADIOTERAPIA

Localização Efeitos Colaterais


SNC Anorexia, náuseas e vômitos

Cabeça e Mucosite, disfagia, xerostomia, odinofagia, alterações


pescoço gustativas e olfativas, anorexia
Tórax Disfagia, odinofagia, esofagite, náuseas e vômitos

Abdômen e Náuseas, vômitos, diarréia, ulceração, fístula, obstrução


Pélvis

COTRIM, 2003.
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

3. TRATAMENTOS - QUIMIOTERAPIA

Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem


do tipo de droga utilizada, da dose utilizada e
se concomitante ou não à radioterapia.

COTRIM, 2003.
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

3. TRATAMENTOS - QUIMIOTERAPIA

Efeitos colaterais relacionados à alimentação


Náuseas, vômitos, anorexia, estomatite, mucosite, disgeusia,
dor abdominal, constipação, diarréia, fadiga, anemia,
nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, mielodepressão,
leucopenia.

COTRIM, 2003.
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

3. TRATAMENTOS – TMO

O paciente submetido ao transplante de medula


óssea é um candidato à desnutrição em
potencial, em virtude do aumento do metabolismo
e da diminuição da ingestão oral.

SHIBUYA & TRINTIN, 2003.


O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

3. TRATAMENTOS – TMO

Aumento do metabolismo: Febre, infecção, doença


do enxerto contra o hospedeiro, QT e RXT.
Decréscimo da ingestão oral,
Distúrbios gastrointestinais como:
 mucosite, enterites,
náuseas, vômitos, diarréia,
alterações da salivação,etc.

SHIBUYA & TRINTIN, 2003.


O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

4. ASPECTOS PSICOLÓGICOS

Diagnóstico
Mutilações
Limitações impostas pela doença
e pelo tratamento
Dependência
Suporte nutricional

Rev.
Rev.Nutr.
Nutr.vol.18
vol.18no.4
no.4Campinas
CampinasJuly/Aug.
July/Aug.2005
2005
O planejamento da Terapia Nutricional
deve considerar:

5. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS

-Alfabetização
-Situação econômica
-Acesso aos serviços básicos de saúde
-Pacientes institucionalizados

Rev.
Rev.Nutr.
Nutr.vol.18
vol.18no.4
no.4Campinas
CampinasJuly/Aug.
July/Aug.2005
2005
NUTRIÇÃO E PREVENÇÃO

A terapia Nutricional pode minimizar a depleção


metabólica, protéica e calórica. Além, de aumentar
a qualidade de vida do paciente tratado.
Que caminhos seguir??
Investir em terapia nutricional com nutrientes
imunomoduladores : prevenção

Importante montar protocólogo de tratamento.


Prevenção de mucosite:
Higiene da cavidade oral com bicarbonato de sódio –
à 10%., 02 x dia.
Uso de glutamina – 10g/dia, porém se submetido a
QT ou RXT – 20g/dia

• Aminoácido semi-essencial mais abundante


no sangue. É sintetizada em praticamente
todos os tecidos, principalmente na
musculatura esquelética.

• Em situações de stress metabólico, a


glutamina é consumida rapidamente.
Principais funções da glutamina no
organismo:
• Constitui importante fonte de energia para células de
rápida proliferação, como:

 Enterócitos
 Linfócitos
 Fibroblastos

Transporta nitrogênio entre os órgãos,


Fornece nitrogênio para a síntese de purinas, pirimidinas e
nucleotídeos;
É precursora de neuromediadores como o GABA (ácido
gama aminobutírico) – que induz efeito analgésico e pode
diminuir dores nos músculos e articulações
Prevenção: Proteção metabólica
• Ácidos graxos ômega-3, óleo de peixe – efeito
protetor.
• EPA (ácido eicosapentataenóico)- ácido graxo
polinsaturado de cadeia longa – da família do ômega-3.
• Reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias: IL-1,
IL-6 e TNF e a atividade da PIF.
• Proporciona estabilidade do peso e atenua as alterações
metabólicas.
• Dose ideal – EPA 2g/dia

Anticancer Research. 2003; 23: 5111-5115


Prevenção: Proteção metabólica
Substâncias antioxidantes - São capazes de atrasar
ou inibir as taxas de oxidação.

• Prevenção – contra formação


de substâncias agressoras

Linhas de defesa:
• Interceptação – interceptam
os radicais livres
• Reparo

Revista Brasileira de Cancerologia - Volume 47 n°3 Jul/Ago/Set 2001


Substâncias antioxidantes:
• Enzimáticas – enzimas produzidas pelo
organismo.

• Não enzimático - Vitaminas ( A, E e C) ,


flavonóides, licopeno, bilirrubina, minerais
( zinco, selênio, Manganês e cromo).

Revista Brasileira de Cancerologia - Volume 47 n°3 Jul/Ago/Set 2001


vitaminas
• A oferta de vitaminas antioxidantes como a A, E e
C associada às drogas antiblásticas resulta em
menores efeitos colaterais e permite que a
continuidade do tratamento empregado não seja
prejudicada, pois a toxicidade causada pelas
drogas antineoplásicas é fator limitante.
• Potencializam os efeitos das drogas
antineoplásicas, sem aumento dos efeitos
colaterais.

Revista
RevistaBrasileira
Brasileirade
deCancerologia
Cancerologia- -Volume
Volume47
47n°3
n°3Jul/Ago/Set
Jul/Ago/Set2001
2001
A formação dos RL pela QT é parte do
mecanismo de ação.
Interferem na síntese do ADN e do RNA de
proteínas.
Liberando substâncias tóxicas no organismo.
Afetando células sadias de rápida proliferação
celular.

Revista Brasileira de Cancerologia - Volume 47 n°3 Jul/Ago/Set 2001


• Vitamina A efeito citotóxico da droga
empregada, com toxidade reduzida. Lamsom e
Brigmall (2006).
• Dose recomendada: 3000UI vitamina A.
• Vitamina E lesão renal, com melhora da
função glomerular.
• crescimento celular maligno.
• Atua na prevenção da alopecia.
• Dose recomendada: 20 mg de acetato de ά
tocoferol.

Am. J. Nutr. 2008; 66 : 427 - 437


• Vitamina C : Reage diretamente com oxigênio
simples, radical hidroxila e radical superóxido.
• Regenera a Vitamina E,
• Poupa a Glutationa peroxidade.
• Dose recomendada : 500mg

Am. J. Nutr. 2008; 66 : 427 - 437


Minerais quelatos
Núcleo hormonal
Zinco e cromo
Síntese, liberação e metabolismo hormonal (Zn);
Metabolismo de CH (Zn, Cr): Zinco insulina e o cromo nos
receptores de membrana para insulina;
Coadjuvante na regulação da hiper ou hipoglicemia.

Núcleo Antioxidante
Zinco, cobre, manganês e selênio
• Antioxidantes: cofatores das enzimas SOD mitocondrial (Mn),
SOD citoplasmática (Cu, Zn) e glutationa peroxidade (Se),
• Ação nas inflamações, dores e processos degenerativos (Zn, Cu,
Mn).
Núcleo tecidual
Zinco, Cálcio, magnésio, cobre e ferro
Articulações: recuperação do tecido conjuntivo (Zn, Cu, Mn),
Prevenção da osteoporose,
Manutenção do crescimento e reparação dos tecidos (Zn),
Prevenção e profilaxia da anemia ferropriva (Fe).
Núcleo Imunológico
Zinco, magnésio e selênio
Síntese de proteínas e replicação celular.
Núcleo Neurotransmissor
Cálcio e magnésio
Ativação dos sistemas neuro-hormonais e equilíbrio das funções
neurotransmissoras: segundo mensageiros intracelular (Ca)
Contração muscular (Ca, Mg),
Produção de energia: produção e hidrólise de ATP (Mg)
Alerta mental a reação ao stress (Ca e Mg).
Para formulação:
• Ácido ascórbico - 300 a 500mg,
• Acetato de ά tocoferol – 20mg,
• Vitamina A – 3000 UI,
• Zinco quelato – 25 mg
• Cobre quelato – 02mg,
• Selênio quelato – 50mcg,
• Manganês quelato – 02mg
Excipiente ---- cápsula ou sachê.
Prevenção: Proteção TGI

• O intestino afeta a preferência por alimentos??

Estudos recentes mostraram que o tecido intestinal também contém receptores


de gosto. Mesmo que não estejam conectados às mesmas regiões do cérebro,
este usa a informação decisão sobre o alimento sendo digerido para tomar.
Chem. Senses Adv Accessm Oct 9, 2007
Prebióticos e probióticos

Componentes bioativos com efeitos funcionais

A microbiota intestinal humana exerce um


papel importante tanto na saúde quanto na
doença e a suplementação da dieta com
probióticos e prebióticos pode assegurar o
equilíbrio dessa microbiota.
Probióticos
• São microrganismos vivos, administrados em
quantidades adequadas, que conferem benefícios à
saúde do hospedeiro.
Prebióticos
• São carboidratos não-digeríveis, que afetam
beneficamente o hospedeiro, por estimularem
seletivamente a proliferação e/ou atividade de
populações de bactérias desejáveis no cólon.

Simbióticos: Probióticos + Prebióticos


Probióticos
 Quando  L. Bulgárico
leucócitos
menor que
1500, não
 S. Termófilo
prescrever.
• L. Acidófilo Imunidade,

IgA e IgM
• Bifidobactéria circulantes
• L. Casei

Fuller, 1989
Prebióticos x Probióticos
Prebióticos : induzem aumento de
probióticos no cólon

FOS : Bifidobactérias

Efeito probiótico

Kaur, Gupta, 2002


Continuidade no tratamento
Observar o paciente como todo,
Escutar, procurar entendê-lo,
Usar o toque como exame físico, também para
atenção e cuidado.
Fazer entendê-lo ser parceiro e principal ator deste
processo de reestruturação física emocional.
Caso necessário, ter suporte psicológico para
Ele e família.
Medidas para Avaliar Resultados
Medidas tradicionais:
Apetite,
Ingestão dietética,
Ganho de peso,
Composição corporal ( massa magra)
Resultados Centrados no paciente:
Nível de atividade física,
Força de preensão,
Estado funcional,
Qualidade de vida.
Conclusão:
O termo caquexia descreve a perda de peso grave
provocada por alterações metabólicas induzidas
pelo tumor, ocorre em fase avançada.
Porém, a perda de peso pode ocorrer nos estágios
iniciais e tardios do câncer.
Os pacientes devem ser abordados antes de se
instalar o estágio da caquexia.
"Somos as únicas criaturas
na face da terra capazes de
mudar nossa biologia pelo
que pensamos e sentimos!
Nossas células estão
constantemente
bisbilhotando nossos
pensamentos e sendo
modificados por eles. Um
surto de depressão pode
arrasar seu sistema
imunológico; apaixonar-se,
ao contrário, pode fortificá-
lo tremendamente.

Autor: DEEPAK CHOPRA


A alegria e a realização nos mantém saudáveis e
prolongam a vida.
A recordação de uma situação estressante, que não
passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo
de hormônios destrutivos que o estresse.
Autor: DEEPAK CHOPRA
"São nos pequenos gestos e atitudes do nosso dia-
a-dia que devemos proporcionar o mínimo de
alegria e compreensão a todos que nos cercam.
Que o espírito natalino encha os nossos corações.
Boas Festas e Feliz Ano Novo."

Muito Obrigada!
[email protected]

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