Material 1º Bimestre

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INTRODUÇÃO À

HISTÓRIA DO DIREITO
1. REALIDADE SOB DUAS FORMAS DISTINTAS
MUNDO DA NATUREZA MUNDO DA CULTURA
 Tudo aquilo que nos foi dado  Tudo aquilo que vem sendo construído
 pelo homem ao longo da história =
Existe independente da atividade
realidade humano-cultural-histórica.
humana = divino
 É aqui que se situa o DIREITO, pois o
 Trata-se de realidade natural
homem produz as leis culturais, que são
 Exemplo: normas imperativas – “dever ser”
“TERRA É UM PLANETA”  Exemplos:
Pelo princípio da causalidade na • O homem deve ser honesto;
natureza nada ocorre por acaso, pois • O pai e a mãe devem alimentar
cada fenômeno tem sua explicação em seus filhos;
uma causa determinante. Esse princípio
corresponde ao nexo existente entre a • O devedor deve pagar o credor;
causa e o efeito de um fenômeno. A • Não se deve matar ninguém;
gravidade nos explica que se a caneta
cair da mesa será atraída para o chã.
• O homem planeja e constrói seu
mundo de acordo com seus ideais;
2. DIREITO
2.1 ETIMOLOGIA DA PALAVRA
• A palavra "direito" vem do latim directus, a, um

reto, no sentido retidão, o certo, o correto, o mais adequado

• De rectum (reto) ou da palavra indoeuropeia rek-to nasceu a derivação:

Recht, no alemão Right, em inglês (law =lei)


Derectum, em latim Derecho, em espanhol
Diritto, em italiano Droit, em francês

• A definição nominal etimológica de “direito” é “qualidade daquilo que é regra”.


2.2 FINALIDADE
 O Direito tem a finalidade de regulamentar o comportamento humano na sociedade e sua característica
essencial é a força coercitiva atribuída pela própria sociedade
OU SEJA

COEXISTÊNCIA PACÍFICA

PAZ ORDEM SOCIAL


RELAÇÕES INDIVIDUAIS E COLETIVAS

E JUSTIÇA

“O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é a de favorecer o amplo relacionamento entre as
pessoas e os grupos sociais, que é uma das bases do progresso da sociedade” (Paulo Nader)
“O Direito propõe-se a promover os alicerces da convivência pacífica e promissora. Essa é a finalidade do
conjunto de normas jurídicas impostas pela sociedade a si mesma, através do Estado, para manter a ordem
e coordenar os interesses individuais e coletivos” (João Batista Nunes Coelho)
2.3 CONCEITOS
 Dicionário Aurélio: “Conjunto de normas/leis estabelecidas por um poder soberano,
que disciplinam a vida social de um povo”

Maior poeta italiano da literatura medieval que viveu


transição século XIII - XIV. Autor do poema épico “A
Divina Comédia” onde relata sua viagem imaginária ao
inferno, purgatório e paraíso.

 Dante Alighieri: “O Direito é uma proporção real e pessoal de homem para homem
que, se conservada, conserva a sociedade, se corrompida, corrompe-a.”
• Proporcional = heterônomo (está subordinado às leis), dita limites de
formas iguais
• Real = relação pautada nas coisas, no real, objeto, material
• Pessoal = humano, individual, coletivo
• Homem para homem = bilateralidade, ser entre homens e não homem e
coisa
• Conservada/Conserva = essencial para manter a ordem na sociedade. O
direito é tanto conservador como coercitivo
 Emmanuel Kant: O direito é o conjunto de condições segundo as quais o
arbítrio de cada um pode coexistir com o arbítrio dos outros, de acordo com
um lei geral de liberdade.

 Hans Kelsen: O direito é uma ordem normativa de coerção que reporta-se a


uma norma fundamental que deve corresponder a uma Constituição,
efetivamente, estabelecida e eficaz.

 Pontes de Miranda: “O Direito é processo de adaptação social, que consiste


em se estabelecerem regras de conduta, cuja incidência é independente da
adesão daqueles a que a incidência da regra jurídica possa interessar”.
 Miguel Reale: O direito é tridimensional, pois defende a existência de três etapas que
devem ser levadas em conta e estudadas em um caso jurídico:

FATO VALOR NORMA


Realidades políticas, Importância atribuída a Regulador das condutas das
econômicas e sociais de esses fatos existentes na pessoas de acordo com os
uma sociedade. sociedade. fatos e valores existentes.

Analise do fato à luz do valor que lhe era atribuído pela sociedade
em determinado tempo e das normas positivadas pelos legisladores da época.

O Direito é uma estrutura social axiológico-normativa.

É a ordenação ética coercível, heterônoma e bilateral atributiva das relações sociais, na


medida do bem comum. Sua definição, portanto, apresenta a soma das características
gerais e distintivas das normas éticas.
2.5 ASCEPÇÕES DA PALAVRA DIREITO
 Norma = modelo/padrão estabelecido, exemplo a ser seguido, imposição,
força;
 Faculdade = permissões, possibilidades natural ou adquirida de fazer algo;
 Justo = faz justiça, reto, íntegro, exato, prima pela equidade e equilíbrio,
isonomia, ou seja, por um julgamento justo

IMPARCIAL = se abstém de tomar partido ao julgar, julga


sem paixão e sim com a razão, não sacrifica a verdade ou
a justiça a considerações particulares
 Ciência = conhecimento atento, aprofundado, sistematizado adquirido via
observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias
de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente;
 Fato social = fenômeno que se verifica na totalidade e realidade da sociedade;
 Interesse = importante, útil ou vantajoso, moral, social ou materialmente;
 Função = obrigação, regra que relaciona cada elemento da sociedade.

O direito é um instrumento de pacificação social, que visa favorecer o amplo


relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, a fim de manter a
3. DIREITO NATURAL x DIREITO POSITIVO
DIREITO NATURAL
• Também é denominado de JUSNATURALISMO.
• Teoria que postula a existência de um direito cujo
conteúdo é estabelecido pela natureza e, portanto, é
válido em qualquer lugar para regular a vida humana
em sociedade
• Caracterizado por ser:
- universal;
- imutável;
- não é escrito;
- não é criado pela sociedade e nem é formulado
pelo Estado;
- é um Direito espontâneo que se origina da própria
natureza social do homem e que estabelece o que é
bom;
- é revelado pela conjugação da experiência e razão
e ligado à moral.
 São diversas as origens do direito natural:
• Para os helenistas, o direito natural corresponderia à natureza cósmica. Ex.: perfeição,
ordem e equilíbrio do universo;
• Para os Teólogos medievais, vinha de Deus;
• Para os racionalistas, o Direito Natural é produto da razão humana;
• Atualmente, a “corrente majoritária” afirma ser o direito natural baseado na natureza
humana
Todo ser é dotado de uma natureza e um fim, ou seja, a natureza do ser (suas
propriedades) define o fim a que este tende. Para se chegar a esse fim
devemos respeitar algumas normas, que compõe o Direito Natural.
 Direito natural é aquele que se compõe de princípios inerentes à própria essência
humanas, servem de fundamento ao Direito Positivo:

“o bem deve ser feito”


“não lesar a outrem”
“dar a cada um o que é seu”
“respeitar a personalidade do próximo”
“as leis da natureza"
 Ele que revela ao legislador os princípios fundamentais de proteção ao homem, já
que é constituído por um conjunto de princípios, com caráter universal, eterno e
imutável e pertencem a todos os tempos, não são elaborados pelos homens e
emanam de uma vontade superior porque pertencem à própria natureza humana:

"o direito de reproduzir"


"o direito de constituir família"
"direito à vida e à liberdade”

 Direito Natural é o direito legítimo, que tem raízes, que brota da própria vida, no
seio do povo.
 O direito natural é o pressuposto do que é correto, do que é justo, e parte do
princípio de que existe um direito comum a todos os homens e que o mesmo é
universal.
 Anteriormente, o direito natural tinha o papel de regular o convívio social dos
homens, que não necessitavam de leis escritas. Era uma visão objetiva. Com o
surgimento do direito positivo, através do Estado, sua função passa a ser uma
espécie de contrapeso às atividades legiferante do Estado (poder de estabelecer
leis/legislar), fornecendo subsídios para a reivindicação de direitos pelos cidadãos,
passando a ter um caráter subjetivo.
DIREITO POSITIVO
• Surgiu nos primórdios da civilização ocidental.
• Consolidou-se como esquema de segurança
jurídica a partir do século XIX.
• É um conjunto de princípios e regras que regem a
vida social do povo.
• Normas criadas e colocadas em vigor/emanada
pelo Estado – Poder Público – Poder Legislativo.
• Caracterizado por ser:
- norma legal;
- escrito E não escrito;
- Estabelece o que é útil;
- vigente em um determinado tempo, território;
- é criado pela sociedade e é formulado pelo
Estado.
4. DIREITO OBJETIVO x DIREITO SUBJETIVO
DIREITO OBJETIVO DIREITO SUBJETIVO

 É o direito norma de organização  É aquele que a pessoa possui em


social. razão do direito objetivo, isto é, o
 exercer o direito garantido pela
Conjunto de normas jurídicas de
norma.
determinado país que são impostas
às pessoas para regular suas  É a faculdade ou a possibilidade
relações. de agir e exigir algo, previsto no
 direito objetivo (norma).
É a norma propriamente dita.
 Gera dever e obrigação de
respeitar a norma.

A partir do conhecimento do direito objetivo que se deduz o direito subjetivo.


O direito objetivo garante o exercício do direito subjetivo, que gera o dever jurídico.

ONDE HÁ DIREITO, FATALMENTE, HÁ DEVER.


SUJEITO ATIVO
X
SUJEITO PASSIVO

SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO


 Também pode ser denominado  Também pode ser denominado como
como Autor, Requerente, Réu, Requerido, Demandado,
Demandante, Exequente, Exequido, Executado, Alimentante,
Alimentando, entre outros termos. entre outros termos.
 É a pessoa que tem um direito  É a pessoa que tem o dever jurídico
subjetivo

A responsabilidade de obedecer o
faculdade ou a possibilidade de agir e conjunto de normas jurídicas de
exigir algo, previsto no direito determinado país que são impostas às
objetivo (norma) pessoas para regular suas relações
5. INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL
 Buscam o bem comum e a paz social.
 A Moral, a Religião, as Regras de Etiqueta e o Direito são processos normativos
que visam controlar a sociedade. Contudo, o Direito é o que melhor cumpre
esse papel em razão de sua força coercitiva.
 Tipos de instrumentos de controle social:
• Direito = normas jurídicas, tem sanção, coação, força (Ex.: prisão);
• Moral = normas morais que sugerem condutas;
• Religião = normas religiosas, preceitos religiosos que sugerem condutas;
• Regras de Etiqueta = normas de trato social, moda, convenções,
etiqueta que sugerem condutas.
5.1 MORAL
• A palavra “MORAL" vem do latim mos/mores, que significa costume.
• É um conjunto de normas que são cumpridas por hábitos.
• Seu conceito varia com o tempo devido questões políticas, sociais, econômicas, culturais
logo
A moral de ontem pode NÃO ser a moral de hoje.

• Visa que a pessoa pratique o bem e não o mal.


• Possui caráter UNILATERAL, pois não existe sanção para o descumprimento da norma e
sim DEVER DE CONSCIÊNCIA
quando descumprido gera:
remorso, arrependimento, desgosto, sentimento de reprovação
logo, a moral é
AUTÔNOMA = fica apenas na consciência da pessoa cumprir a regra ou não
5.2 DIREITO x MORAL
 É preciso estabelecer a distinção entre Direito e Moral, apesar de ambos tratarem de normas de
comportamento e regularem as condutas das pessoas.
 Georges Ripert, ensina que:

“...entre a regra moral e a justiça inexiste diferença de domínio, de natureza e de finalidade. E


não pode haver, pois o direito deve realizar a justiça, que é uma ideia de moral. Porém, há uma
diferença forma, a regra jurídica é a regra moral imposta mais energicamente, dotada de sanção
exterior, necessária a atingir o seu objetivo. Mas o direito só pode desenvolver-se se
continuamente receber a influência da Moral, que é a sua origem e lhe serve de fundamento.”

 Teoria do Mínimo Ético

o Direito é classificado como uma parte da Moral, isto é, os valores jurídicos são, antes de tudo,
valores morais. Ex.: Direito de Família (mundo da natureza e da cultura – direito natural e
positivo – direito objetivo e positivo)

 O Direito NÃO se limita a abranger regras puramente morais


existem regras amorais (Ex.: divórcio, casamento homossexual, prostituição)
MIGUEL REALE: O direito é tridimensional, pois defende a
existência de três etapas que devem ser levadas em conta e
estudadas em um caso jurídico:
FATO VALOR NORMA
Analise do fato à luz do valor que lhe era atribuído pela
sociedade em determinado tempo e das normas positividade
pelos legisladores da época.
 Miguel Reale distingue o Direito da Moral sob os seguintes aspectos:

CARACTERÍSTICA DIREITO MORAL


Quanto ao objeto - Visa o bem social ou valores - Visa o bem individual ou
ou conteúdo de convivência valores da pessoa
Quanto à valoração - Bilateral - Unilateral
do ato - Visa à exteriorização do ato, - Visa à intenção, partindo da
partindo da intenção exteriorização do ato
Quanto à forma - Pode vir de fora da vontade - É autônomo: proveniente da
das partes (heterônomo) vontade das
- Coercível partes/consciência
- Deveres e sanções - NÃO há coação
- Deveres

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