Áreas Críticas LP

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ÁREAS CRÍTICAS DA LÍNGUA

PORTUGUESA

PRODUÇÃO ESCRITA
FERRAMENTAS DE
NORMALIZAÇÃO DA LÍNGUA
PORTUGUESA
1. GRAMÁTICA NORMATIVA
CELSO Cunha e Lindley Cintra. Nova Gramática do
Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 1987
2. GRAMÁTICA DESCRITIVA
Maria Helena Mira Mateus, Gramática da Língua
Portuguesa, Lisboa, Caminho, qualquer data
3. PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO
MAGNUS BERGSGROM, PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO DA
LÍNGUA PORTUGUESA
4. DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA – ACADEMIA OU
PORTO EDITORA
PERSPECTIVA GLOBAL DA
LÍNGUA PORTUGUESA
 CONSTRUÇÃO FRÁSICA
 As frases constroem-se a partir de predicadores, aos quais é
necessário, na maioria dos casos, associar argumentos.
 O predicador permite identificar o tipo de situação que o
falante pretende referir.
 Assim, se pronunciarmos as frases
 O Paulo deu uns livros à Ana
 e
 O Paulo emprestou uns livros à Ana
 Estamos a referir a dois tipos de estado de coisas diferentes,
sendo os predicadores – dar e emprestar – que permitem
identifica-los.
QUANTO AOS
ARGUMENTOS,
 o seu papel é indicar as entidades do mundo que estão
envolvidas na situação identificada pelo predicador.
 Nas frases que acabámos de dar como ilustração, essas
entidades são designadas, em ambos os casos, através
das expressões o Paulo, uns livros e a Ana.
 Os argumentos são elementos essenciais para a boa
formação da estrutura em que ocorre um predicado. A
sua supressão indevida dá origem a estruturas
agramaticais.
 Que queremos dizer com «elementos essenciais para a
boa-formação da estrutura em que decorre um
predicado».
O critério fundamental passa pela distinção entre
argumentos e modificadores
PARTAMOS DE UM EXEMPLO
ENVOLVENDO O
PREDICADO VERBAL PEDIR:
O Tiago pediu uma bola à Tia Sara
Nesta frase estão presentes três sintagmas – o Tiago, uma
bola e à Tia Sara – combinados com o verbo pedir.
Qualquer deles constitui um elemento essencial da
predicação.
A principal razão para considerarmos estes elementos
como essenciais é de ordem semântica.
Ele reside no facto de o predicado “pedir” identificar uma
situação específica do mundo em que intervêm
necessariamente três entidades, designado uma relação
que as associa nessa situação.
O predicado “pedir” requer sempre três argumentos.
OS MODIFICADORES
 caracterizam-se essencialmente, de um ponto de vista sintáctico,
pelo facto de, ao contrários dos argumentos, poderem ser omitidos
de uma frase sem quaisquer restrições e sem que daí resulte
agramaticalidade.
 A localização espacial e a localização temporal de um estado de
coisas são alguns dos valores semânticos dos modificadores.
 Há no entanto predicados verbais que requerem argumentos que
exprimem estes mesmos valores.
 Na frase a), temos um exemplo de uma expressão de valor
espacial – no Porto – funcionando como modificador.
 A mesma expressão aparece na frase b) como argumento do
predicado morar:
a) O Tiago pediu uma bola à Tia Sara no Porto
b) O Tiago mora no Porto
PROPRIEDADES DE
PREDICADOS RESPEITANTES À
SUA ESTRUTURA ARGUMENTAL
 PRIMEIRA PROPRIEDADE
 A enaridade do predicado tem a ver com o número de
argumentos que o predicado requer, independentemente de os
mesmos ocorrerem realizados ou vazios.
 SEGUNDA PROPRIEDADE
 Corresponde a diversos tipos de restrições que o predicado impõe
aos seus argumentos, uma vez que, obviamente, não é possível
combinar arbitrariamente qualquer predicado com quaisquer
expressões tomadas como argumentos.
 Três tipos de restrições:

i. Categoria sintáctica dos argumentos


ii. Aplicação das proposições argumentais adequadas
iii. Propriedades semânticas dos argumentos.
NÚMERO DE ARGUMENTOS
 O número de argumentos com que um predicado se pode
combinar constitui uma propriedade do próprio
predicado, que deve estar registada na sua entrada de
dicionário.
 PREDICADOS DE ZERO LUGARES:
 Alvorecer, amanhecer, anoitecer, chover, chuviscar,
entardecer, escurecer, nevar, relampejar, trovejar
a) Amanheceu
b) Está a nevar
c) Vai chover
PREDICADOS UNÁRIOS
 adormecer, dançar, desmaiar, dormir, espirrar, ladrar,
morrer, nadar, nascer, transpirar, uivar, voar
a) O menino já adormeceu
b) Os lobos uivam
c) Nasceram seis cachorrinhos
 PREDICADOS BINÁRIOS
 acreditar, amar, coser, desistir, engolir, fazer, ler, ouvir,
pintar, rasgar, temer, vencer, visitar
a) A costureira coseu a bainha das calças
b) O Jorge desistiu da corrida
c) Os Aliados venceram as forças do Eixo
PREDICADOS TERNÁRIOS
OU DE TRÊS LUGARES
 atirar,
colocar, dar, dizer, emprestar, informar, obrigar,
perguntar, persuadir, prometer
a) A bibliotecária colocou os livros na estante
b) A lei obriga os cidadãos a pagarem impostos
c) Os candidatos prometeram mundos e fundos aos eleitores
 PREDICADOS QUATERNÁRIOS
 arrastar, levar, passar, transferir, trazer

a) A corrente arrastou os troncos de uma margem do rio para


a outra
b) A Irene levou o dinheiro de casa para o banco
c) O navio trouxe mercadorias do Japão para Portugal
CATEGORIA SINTÁCTICA DOS
ARGUMENTOS: ALGUNS EXEMPLOS
 VERBOS UNÁRIOS
 [SN a Maria] tossiu
 Parece [F que amanhã vai estar bom tempo]
 VERBOS BINÁRIOS
 [SN o gato] bebeu [SN o leite]
 [SN O Paulo] mora [SP em Coimbra]
 [SN o Paulo] decidiu [F que ia viver para Faro]
 [F’ que o ministro se tivesse demitido] surpreendeu[SN
toda a gente]
 [F’ fechar a fábrica] significa [SN deixar muita gente no
desemprego]
VERBOS TERNÁRIOS
 [SN a Ana] ofereceu [SN um relógio] [SP ao pai]
 [SN a Ana] informou [SN o Pedro] [SP de que se ia casar]
 [SN esta joia] passou [SP de pais] [SP para filhos]
 [SN a Ana] pediu [SN ao pai] [F que lhe desse um
relógio]
NOMES UNÁRIOS
 [SN estes senhores] são pediatras
 [F que ontem esteve bom tempo] é verdade

 NOMES BINÁRIOS
 [SN o Paulo] é irmão [SP da Maria]
 [SN a situação actual] é consequência [SN de não teres
sido Presidente]
 ADJECTIVOS UNÁRIOS
 [SN estes frutos] são soberbos
 [F estar nesta casa] é muito agradável
ADJECTIVOS BINÁRIOS
 [SN a Ana ] está interessada [SP em alugar esta casa]
 [F irmos ou não a Paris] está dependente [SP da data de
exames]
PROPRIEDADES SEMÂNTICAS
 Todos os predicados têm traços semânticos inerentes,
que podem organizar-se em dois tipos.
 O primeiro tem a ver com os requisitos do verbo
relativamente aos traços inerentes dos seus argumentos.
 Exemplificando: o verbo molhar requer que ambos os
seus argumentos tenham o traço[+ CONCRETO] e [+
ANIMADO];
 O verbo falar – o intransitivo – requer que o seu único
argumento tenha os traços [+ CONCRETO] e [+
ANIMADO] e [+ HUMANO];
 O verbo reunir-se – o intransitivo – requer que o seu único
argumento tenha os traços [+ CONCRETO] e [+
ANIMADO] e [+ GRUPAL]\
PROPRIEDADES
SEMÂNTICAS
 O predicado complexo estar em vias de extinção requer
que o seu único argumento tenha os traços [+
CONCRETO] e [+ ANIMADO] e [+ ESPÉCIE];
 Para este tipo de traços semânticos inerentes dos
predicados têm-se usado duas designações:
a) Traços de selecção semântica;
b) Restrições de selecção semântica.
 Nas frases que se seguem, é evidente que a anomalia
semântica do segundo membro de cada par resulta de
incompatibilidade entre as restrições de selecção do
predicador e os traços semânticos inerentes ao
argumento.
EXEMPLOS
(ATENÇÃO: USO PRIMÁRIO,
NÃO RETÓRICO DAS
a. A Ana molhouEXPRESSÕES)
o tecido
b. *A Ana molhou a verdade
c. A lebre correu pelos campos fora
d. *A pedra correu pelos campos fora
 SEGUNDO TIPO DE TRAÇOS SEMÂNTICOS

i. A Rita esteve a cantar


ii. A Rita desmaiou
 Na frase i) a Rita tem o papel semântico de CONTROLADOR,
papel esse que não tem na frase ii)
 Como se vê, os papeis semânticos são atribuídos pelos
predicadores – neste caso, os verbos – aos seus argumentos.
PROPRIEDADES DE
ATRIBUIÇÃO DE PAPÉIS
SEMÂNTICOS
 Os verbos têm a propriedade de atribuírem papéis
semânticos aos seus argumentos.
 Em relação ao verbo cantar, diremos que ele tem a
propriedade inerente de atribuir ao seu único argumento
o papel semântico de CONTROLADOR.
 Pode exprimir-se esta mesma propriedade dizendo queo
verbo cantar tem o traço inerente [+ CONTROLADO].
 VEJAMOS EXEMPLOS

a) O Martim obrigou a Joana a falar


b) O Martim obrigou a Joana a ficar em casa
c) *O Martim obrigou a Joana a desmaiar
COMENTAR
AGRAMATICALIDADES
i. O Duarte espera que lhe arranjem o telhado
ii. O Duarte espera que lhe possam arranjar o telhado
iii. O Duarte pediu que lhe arranjem o telhado
iv. O Duarte pediu que lhe possam arranjar o telhado
 O contraste que agora nos interessa verifica-se entre os
predicados esperar e pedir.
 Repare-se que nas frases i) e ii) os dois predicados
aceitam o mesmo complemento frásico – que lhe
arranjem o telhado -,
 mas outro tanto não se verifica em iii) e iv), onde o
complemento frásico é que lhe possam arranjar o
telhado.
COMENTAR
AGRAMATICALIDADES
 A diferença crucial entre os dois complementos frásicos
está em que o segundo contém um predicado – poder
(possam) – que exprime um valor de possibilidade ou de
capacidade.
 Ora, se faz sentido esperar que algo seja ou se torne
possível para alguém;
 Já não faz sentido pedir a alguém que algo seja ou se
torne possível para esse alguém.
PROBLEMAS RELATIVOS AO
NÚMERO DE ARGUMENTOS
 «Desta vez actuaram no Porto,
espancando um jovem negro até ficar
inconsciente, colocando posteriormente
sobre carris da linha do comboio» (DN)
 «O amigo, ao vê-lo ser levado para a via
férrea foi buscar reforços para impedir
de ser trucidado» (DN)
 «Quem não é do Minho, mas permanece
alguns tempos, dar-se-á conta do
religiosismo folclórico dos cristãos
minhotos»
ADIÇÃO DE ARGUMENTOS
 «Sob impassível aparência, um capitão refugia
memórias duma carreira maculada pela
infâmia» (JI)
 «Estes resultados significam que mais uma vez
Mário Soares interpretou com fidelidade e
subtileza o papel que se assume de Presidente
de todos os portugueses» (DP)
 «Segundo a oposição, a revisão constitucional é
necessária antes das eleições, para permitir
que o Governo lidere o país para uma
democracia de facto». (DN)
UTILIZAÇAO DE
ARGUMENTOS ORACIONAIS
EM VEZ DE ARGUMENTOS
NOMINAIS
 «Um em cada 10 trabalhadores das
autarquias está actualmente contratado
a prazo na base do decreto lei 247/87.
Os sindicatos revelaram que vão
requerer a intervenção do provedor de
justiça. Exemplificaram que a
contratação a prazo prevista no referido
decreto é aplicada a 813 dos cerca de
9.600 trabalhadores da câmara de
Lisboa…» (CM)

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