HOFFMANN, E. T. A., Cuentos Fantásticos PDF
HOFFMANN, E. T. A., Cuentos Fantásticos PDF
HOFFMANN, E. T. A., Cuentos Fantásticos PDF
CUENTOS FANT.
€ ( • T e o d o r o
LA F A S O
E L C A N T O D E A N T O N I A - E L H I S H K F T R V T « CA'
E L
REFLEJO PERDIDO - C O P P E H U S
ANNUNCIATA
N ú m . Glas.
LA PUERTA TAPIADA - O L I V E R I O BRUSSON
Nfca». A u t o r _
N*m< A.*S —
Proaio :—
¿LyfV
Traducción de Enrique L. de Verneuü
m
Feckw.
Clasift«¿_ ILUSTRACIÓN DE
Catalogó—
'i AJSATKußrvmtr
:
•T ti
BARCELONA
« C A D Ä 0 0 1887
C0VARRÜ8W8
099309
(138 70,
FONDO
RICARDO COVARRUBIAS
c a m p a n i l l a p a r a l l a m a r á su a y u d a d e c á m a r a , Kas-
p a r , p u e s ya h a b í a p a s a d o con m u c h o la h o r a de acos-
t a r s e : el v i e n t o soplaba f u r i o s o , y María, h e r m o s a
joven q u e tenía casi oculta la cabeza en u n espeso
C A P I L L A A L F O H « J I « |
chai, l u c h a b a en v a n o c o n t r a el s u e ñ o . Á pocos p a s o s
BIBLIOTECA UNIVERSrrABlA e s t a b a O t t m a r , hijo del b a r ó n , g r a v e e s t u d i a n t e á q u i e n
u . A . » V I g u s t a b a filosofar sobre t o d a s las cosas.
— P a d r e — d i j o el j o v e n — ¿ c ó m o p u e d e u s t e d c r e e r
q u e los s u e ñ o s n o sean f e n ó m e n o s m i s t e r i o s o s q u e n o s
p o n e n en c o m u n i c a c i ó n con el m u n d o invisible?
— A m i g o m í o — r e p l i c ó el b a r ó n - y o o p i n o c o m o
los m a t e r i a l i s t a s , q u e no ven n a d a d e s o b r e n a t u r a l en
FONDO RICARDO esos p r e t e n d i d o s m i s t e r i o s de la n a t u r a l e z a , p r o d u c i -
COVARRy^ dos a e x p e n s a s d e n u e s t r a i m a g i n a c i ó n .
— P e r o ¿ n o p o d r í a s e r — o b j e t ó María, la h e r m o s a
doncella — q u e los s u e ñ o s de q u e tan poco a p r e c i o ha-
E s t a b l e c i m i e n t o t i p o g r á f i c o - e d i t o r i a l d e DANIEL CORTKZO V C céis f u e s e n r e s u l t a d o d e la f e r m e n t a c i ó n q u e se o p e r a
E. TEODORO HOFFMANN C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
en el c e r e b r o , y q u e s u s t r a e á n u e s t r o e s p í r i t u d e la
d o m i n a c i ó n d é l o s s e n t i d o s d u r a n t e las h o r a s d e s u e ñ o ,
p e r m i t i é n d o l e v a g a r e n las s u b l i m e s r e g i o n e s n o limi-
t a d a s p o r el espacio ni p o r el t i e m p o ?
— Q u e r i d a h i j a — r e p u s o el b a r ó n — a l oirte h a b l a r
asi, figuróme estar e s c u c h a n d o las e n f á t i c a s divagacio-
n e s d e n u e s t r o a m i g o Alban. Ya sabes h a s t a q u é p u n t o
llega m i i n c r e d u l i d a d r e s p e c t o á t o d o s los s i s t e m a s q u e
los v i s i o n a r i o s d e h o y i m p r o v i s a n . L o s s u e ñ o s son el
f r u t o d e la sobrexcitación febril d e n u e s t r o s ó r g a n o s ,
y v e o la p r u e b a d e ello en las d e s a g r a d a b l e s sensacio-
nes q u e p r o d u c e n m i e n t r a s d u r a n , y h a s t a d e s p u é s : Si
los s u e ñ o s establecieran v e r d a d e r a s r e l a c i o n e s e n t r e
n o s o t r o s y el m u n d o invisible ¿ p o r q u é no serían u n a
iniciación en las i n e f a b l e s d i c h a s q u e las religiones nos
h a c e n e s p e r a r m á s allá de la vida t e r r e s t r e ?
O t t m a r iba á p r o m o v e r u n d e b a t e sin fin sobre el
a s u n t o ; p e r o el b a r ó n no le dió t i e m p o .
— Hagamos punto a q u í — i n t e r r u m p i ó — p u e s no
estoy d e h u m o r para d i s c u t i r ; y p o r o t r a p a r t e , el d í a
d e h o y , 9 d e S e t i e m b r e , d e s p i e r t a en m í u n r e c u e r d o
de la j u v e n t u d q u e s i e m p r e m e p r o d u c e dolorosa i m -
presión.
— S i n e m b a r g o — r e p l i c ó el e s t u d i a n t e — ¿ n o está
d e m o s t r a d o q u e la influencia m a g n é t i c a . . . ?
_ ¡ O h ! — e x c l a m ó el b a r ó n — n o p r o n u n c i e s j a m á s
esa p a l a b r a d e l a n t e d e mi, p o r q u e eso del m a g n e -
t i s m o m e s u b l e v a ; q u i e n p r o f e s a e s e ' a r t e odioso p a -
ga con su vida m á s p r o n t o ó m á s t a r d e la culpable
c u r i o s i d a d q u e le i m p e l e á l e v a n t a r el velo con q u e
Dios oculta s u s o b r a s . R e c u e r d o m u y bien, hijos míos,
q u e en la época en q u e y o e s t u d i a b a en el colegio d e
Berlín, habia entre nuestros profesores u n h o m b r e
c u y a s f a c c i o n e s n o se b o r r a r á n j a m á s d e m i m e m o r i a ,
p u e s n o p o d í a m i r a r l e sin e x p e r i m e n t a r secreto es-
p a n t o . De e s t a t u r a g i g a n t e s c a , y flaco c o m o u n esque-
LA F A S C I N A C I Ó N
leto, t e n í a u n o d e esos s e m b l a n t e s q u e a p e n a s osaría
concebir la m á s e x t r a v a g a n t e i m a g i n a c i ó n ; y a d e m á s
estaba dotado de u n a fuerza y destreza admirables.
A l g u n a s v e c e s n o s refirió q u e , s i e n d o m a y o r al servi-
cio d e los d a n e s e s , h a b í a s e visto obligado á e x p a t r i a r -
se á c o n s e c u e n c i a d e u n d u e l o ; p e r o ciertas p e r s o n a s
s u p o n í a n q u e en vez de m a t a r l e a l m e n t e á su e n e m i g o ,
q u e e r a u n g e n e r a l , h a b í a l e a s e s i n a d o . El m a y o r e r a
h o m b r e d e c a r á c t e r m u y d u r o y d e u n a s e v e r i d a d sin
e j e m p l o con t o d o s los c o l e g i a l e s ; p e r o c i e r t o s días, su
carácter cambiaba completamente: entonces parecía
m u y benévolo y a f e c t u o s o ; y en a q u e l l o s m o m e n t o s
d e e x p a n s i ó n , c u a n d o n o s e s t r e c h a b a la m a n o , su con-
tacto hacía c i r c u l a r p o r n u e s t r a s v e n a s u n fluido s i n -
g u l a r q u e nos s o m e t í a á su influencia p o r no sé q u é
s i m p a t í a inexplicable. A q u e l l o s d í a s d e c a l m a e r a n
r a r o s , p u e s p r o n t o r e c o b r a b a su c a r á c t e r r í g i d o y la
severidad q u e t a n t o n o s a t e m o r i z a b a .
A l g u n a s veces se exaltaba h a s t a el d e l i r i o ; v e i a m o s -
le, v e s t i d o con su a n t i g u o u n i f o r m e rojo, r e c o r r e r á
g r a n d e s p a s o s las salas del colegio, e s g r i m i e n d o su ti-
z o n a en el vacío, cual si se hallase f r e n t e á u n f u r i o s o
a d v e r s a r i o ; d e s p u é s h a c í a a d e m á n d e p i s o t e a r un ca-
d á v e r , y al m i s m o t i e m p o p r o f e r í a h o r r i b l e s i m p r e c a -
ciones. O t r a s veces t r e p a b a á los á r b o l e s con la r a p i d e z
de u n g a t o m o n t é s , ó bien c o r r í a c o m o u n a fiera, lan-
z a n d o a g u d o s g r i t o s . E s t a s crisis d u r a b a n con f r e c u e n -
cia t o d o u n d í a ; p e r o al s i g u i e n t e el m a y o r e s t a b a
t r a n q u i l o , sin r e c o r d a r las e x t r a v a g a n c i a s d e la vís-
p e r a , si bien s u c a r á c t e r p a r e c í a c a d a vez m á s i n t r a t a -
ble y violento. En la c i u d a d y en el c o l e g i o d e c í a n s e
las cosas m á s e x t r a ñ a s acerca del m a y o r ; a l g u n o s ase-
g u r a b a n q u e poseía s e c r e t o s p a r a c u r a r t o d a s las e n -
f e r m e d a d e s p o r la i m p o s i c i ó n d e las m a n o s , y h a s t a
con u n a sola m i r a d a ; y esta opinión se había a r r a i g a d o
d e tal m o d o , q u e c i e r t o día el m a y o r se vió obligado á
s e r v i r s e d e su b a s t ó n p a r a alejar á v a r i a s p e r s o n a s q u e
o p r i m í a la e m p u ñ a d u r a d e su e s p a d a . N a d a bastó p a r a
le r o g a b a n hiciese en ellas la p r u e b a de su m i s t e r i o s o
volverle á la v i d a .
p o d e r . No f a l t ó q u i e n llegase á decir q u e a q u e l h o m b r e
El b a r ó n n o dijo u n a p a l a b r a m á s . O t t m a r , q u e
e s t a b a en relación con los e s p í r i t u s i n f e r n a l e s , y q u e
h a b í a e s c u c h a d o a t e n t a m e n t e , p a r e c í a m e d i t a r con
u n día ú o t r o su vida t e r m i n a r í a por u n a c a t á s t r o f e .
la f r e n t e a p o y a d a en u n a m a n o ; y María e s t a b a
S i n e m b a r g o , f u e r a cual f u e s e su c o n d u c t a con los
m u y a g i t a b a . E n a q u e l m o m e n t o , el p i n t o r F r a n z
d e m á s alumnos, manifestábase respecto á mí suma-
m e n t e benévolo y c a r i ñ o s o . No os r e f e r i r é t o d a s las B i c k e r t , a n t i g u o a m i g o d e la familia, q u e había e n t r a -
extrañas escenas que entre nosotros mediaron ; p e r o d o s i l e n c i o s a m e n t e en la sala d u r a n t e el r e l a t o del
voy á citaros un hecho q u e nunca he podido olvidar. barón, comenzó á reir estrepitosamente, diciendo:
En la n o c h e del 9 d e S e t i e m b r e d e 17..., s o ñ é q u e el ¡ V a y a u n a s h i s t o r i a s alegres para las n i ñ a s á la h o r a
m a y o r se a c e r c a b a á m i lecho, y q u e , fijando en m í d e a c o s t a r s e ! En c u a n t o á m í , a m i g o s m í o s , t e n g o u n
u n a m i r a d a p e n e t r a n t e , c u b r í a m e los ojos con la m a n o s i s t e m a del t o d o o p u e s t o al d e n u e s t r o q u e r i d o b a r ó n .
d e r e c h a , d i c i é n d o m e : «¡ Mísera c r i a t u r a t e r r e s t r e , r e - Sé p o r e x p e r i e n c i a q u e los s u e ñ o s d e la noche se p r o -
conoce en mi á t u s e ñ o r ! ¡ Yo t e n g o , c o m o Dios, la f a - d u c e n p o r las s e n s a c i o n e s e x p e r i m e n t a d a s d u r a n t e el
c u l t a d d e leer en t u p e n s a m i e n t o ! » C u a n d o h u b o día, y h e a q u í p o r q u é t e n g o s i e m p r e b u e n c u i d a d o ,
p r o n u n c i a d o e s t á s p a l a b r a s , p a r e c i ó m e q u e algo a g u - a n t e s d e a c o s t a r m e , de alejar t o d a p r e o c u p a c i ó n pe-
d o y frío, c o m o u n a hoja d e a c e r o , a t r a v e s a b a m i nosa, a l e g r a n d o m i e s p í r i t u con a l g ú n r e c u e r d o a g r a -
f r e n t e , p e n e t r a n d o en el c r á n e o ; e n t o n c e s p r o f e r í u n d a b l e del t i e m p o p a s a d o . Es u n a r e c e t a e x c e l e n t e
grito de espanto, despertóme 'inundado de un s u d o r c o n t r a la p e s a d i l l a . Debéis t e n e r en c u e n t a a d e m á s ,
frío, salté d e la c a m a , h a c i e n d o u n e s f u e r z o , y corrí á a m i g o s míos, q u e esos s u e ñ o s t e r r o r í f i c o s q u e á veces
la v e n t a n a p a r a r e f r e s c a r m e . ¡ C u á l n o sería m i e s p a n - n o s a t o r m e n t a n , c u a n d o n o s figuramos caer d e u n a
to al d i v i s a r , á la luz d e la l u n a , al t e m i b l e m a y o r , q u e t o r r e , ó q u e n o s c o r t a n la cabeza, y o t r a s mil c o s a s
v e s t i d o s i e m p r e con su u n i f o r m e r o j o , a b r í a la p u e r t a m á s ó m e n o s d e s a g r a d a b l e s , son r e s u l t a d o d e a l g ú n
del colegio q u e d a b a al c a m p o y c e r r á b a l a t r a s sí con dolor físico q u e i n f l u y e en n u e s t r a s f a c u l t a d e s m o r a -
e s t r é p i t o . . . ! Al p u n t o caí en t i e r r a p r i v a d o d e sen- les. E s c u c h a d : a h o r a r e c u e r d o u n s u e ñ o . — Y o t o m a b a
tido. p a r t e en c i e r t a o r g í a ; u n oficial y u n e s t u d i a n t e se
t r a b a n d e p a l a b r a s y a r r ó j a n s e los v a s o s á la c a b e z a ;
Al día s i g u i e n t e , cuacido referí á n u e s t r o i n s p e c t o r
p r o c u r o s e p a r a r l o s ; en la l u c h a m e s i e n t o g r a v e m e n t e
lo o c u r r i d o , a s e g u r ó m e q u e sin d u d a h a b í a s o ñ a d o ;
h e r i d o . e n la m a n o , y el dolor m e d e s p i e r t a . . . E n efec-
p e r o c o m o el m a y o r no llegase á la h o r a de c o s t u m b r e ,
to, con u n alfiler clavado en la colcha m e a c a b a b a d e
ni m u c h o t i e m p o d e s p u é s , f u e r o n á b u s c a r l e á su
h a c e r u n r a s g u ñ o , y m i m a n o s a n g r a b a . He t e n i d o
c u a r t o . La p u e r t a estaba a t r a n c a d a p o r d e n t r o , y se
necesitó u n a palanca p a r a d e r r i b a r l a . En m e d i o d e la otros sueños espantosos, y...
habitación vióse al m a y o r t e n d i d o é i n e r t e ; tenía los — ¡ A h ! — e x c l a m ó María — p o r f a v o r os p i d o q u e n o
ojos vidriosos, la boca llena de u n a e s p u m a s a n g u i n o - c o n t é i s esas cosas, p u e s m e h a c e n m u c h o d a ñ o . . .
lenta ; y su m a n o , r í g i d a ya p o r el f r í o d e la m u e r t e , — ¡No h a y favor q u e valga ¡ — e x c l a m ó B i c k e r t . —
H a b é i s d e s a b e r q u e en s u e ñ o s f u i c o n v i d a d o u n a vez
con su sistema al r e f e r i r n o s esos s u e ñ o s , p u e s ó q u i e -
á u n t h é magnifico p o r la p r i n c e s a A m a l d a s o n g i . Al
re q u e n o s d e s t e r n i l l e m o s de risa, ó no h a sabido i m a -
e n t r a r en el salón, luciendo m i m á s rico traje, p r e p a -
g i n a r c u e n t o s c o n f o r m e s con su t e o r í a . C o m o q u i e r a
r á b a m e ya á d i r i g i r la m á s elocuente declaración a m o -
q u e s e a , n o q u e d o m e n o s p e r s u a d i d o de q u e la v i r t u d
r o s a á la noble d a m a , c u a n d o de p r o n t o eché de v e r ,
magnética...
al fijar u n a m i r a d a satisfecha sobre m i p e r s o n a , q u e
— V a m o s — i n t e r r u m p i ó el b a r ó n — n o volvamos á to-
se m e h a b í a olvidado el calzón...
car ese a s u n t o . Prefiero q u e María n o s h a g a u n p o n c h e
Este chiste de Bickert f u é acogido p o r u n a r u i d o s a
p a r a q u e t o d o s conserven el b u e n h u m o r .
c a r c a j a d a ; p e r o sin d e j a r á s u s o y e n t e s t i e m p o de r e -
Bickert a p l a u d i ó la idea, y m i e n t r a s q u e la joven
c o b r a r s e , el alegre artista c o n t i n u ó la n a r r a c i ó n de s u s
hacía s u s p r e p a r a t i v o s , el p i n t o r se o c u p ó e n r e a n i m a r
sueños.
el f u e g o de la c h i m e n e a . C u a n d o el p o n c h e e s t u v o he-
— A h o r a voy á contaros—dijo—otra cosa m á s incon-
cho, O t t m a r llenó los vasos, y Bickert vació el suyo,
v e n i e n t e y h u m i l l a n t e . Una n o c h e soñaba q u e sólo
diciendo:
t e n í a veinte a ñ o s y q u e iba á bailar u n r i g o d ó n con
— J a m á s m e h a p a r e c i d o este licor t a n a g r a d a b l e
u n a m u j e r h e r m o s í s i m a ; h a b í a g a s t a d o m i ú l t i m o es-
como c u a n d o lo p r e p a r ó la h e r m o s a María, q u e p a -
c u d o p a r a e n g a l a n a r u n poco m i ú n i c o t r a j e ; llego,
rece c o m u n i c a r u n p e r f u m e celestial á c u a n t o ella
p e n e t r o e n t r e la brillante m u l t i t u d q u e se o p r i m e á la
toca. La influencia m i s t e r i o s a de su belleza p r o d u c e
p u e r t a del salón, y de r e p e n t e , u n m a l d i t o p e r r o de
ese efecto e n c a n t a d o r ; y en m i concepto, es el m a g -
a g u a s a b r e la p u e r t e c i l l a de u n a e s t u f a d e l a n t e de m i
n e t i s m o m á s incontestable...
y m e dice : « S e ñ o r galán, p o r ese a g u j e r o es p o r d o n -
—¡ V a y a , veo q u e v o l v e m o s al m a g n e t i s m o !—inte-
d e h a b é i s de p a s a r . . . » O t r o s u e ñ o : a n o c h e m e figuré
r r u m p i ó el b a r ó n ; — á fe m í a q u e no s a l d r e m o s esta
q u e m e h a b í a c o n v e r t i d o en h o j a de papel, y q u e u n
noche de lo fantástico y de lo e x t r a v a g a n t e . . . María es
a p r e n d i z de p o e t a , a r m a d o d e u n a p l u m a de pavo,
realmente una hermosa y buena h i j a ; pero gracias á
m u y m a l c o r t a d a , d e s g a r r á b a m e en t o d o s sentidos,
vosotros, p a r é c e m e q u e a l g ú n día la t o m a r é p o r u n
e s c r i b i e n d o en m i blanca superficie s u s r i m a s m u t i l a -
sér del o t r o m u n d o . P r o c u r e m o s , p u e s , v i v i r e n paz,
d a s á f u e r z a de t a c h o n e s . En fin, sabed q u e h a c e poco
sin t u r b a r esta existencia c o m ú n q u e t a n dulce m e
s o ñ é q u e u n c i r u j a n o m e d e s m o n t a b a los m i e m b r o s
parece...
u n o p o r u n o , cual si f u e s e u n a m u ñ e c a de m a d e r a , y
—Sin e m b a r g o — r e p l i c ó O t t m a r — m u c h o s d e s e o s
complacíase c r u e l m e n t e en ver el efecto q u e p r o d u c i -
t e n g o de r e f e r i r á n u e s t r o a m i g o B i c k e r t u n h e c h o
rían m i s pies p u e s t o s en m e d i o de la espalda, ó el
q u e Alban m e confió y q u e m e h a i m p r e s i o n a d o p r o -
brazo d e r e c h o a d a p t a d o á la p i e r n a i z q u i e r d a . . . P o r
f u n d a m e n t e . D u r a n t e su r e s i d e n c i a en la Universidad,
último...
Alban se relacionó con u n joven l l a m a d o T e o b a l d o ,
P e r o al llegar a q u í , el barón y s u s hijos p r o f e r í a n
q u e á p r i m e r a vista seducía á t o d o s c u a n t o s le m i r a -
tales c a r c a j a d a s , q u e el a m i g o F r a n z Bickert se vió
b a n ; e r a u n joven de c a r á c t e r afable y m u y sensible;
obligado á r e n u n c i a r á s u s c u e n t o s . E n t o n c e s O t t m a r
p e r o poco á poco, d e s d e q u e comenzó á s e r a m i g o de
t o m ó la p a l a b r a .
Alban, su carácter c a m b i ó ; veíasele s i e m p r e t r i s t e é,
— N u e s t r o a m i g o — d i j o — s e p o n e e n contradicción
B¿e.lO¡"C" n-
"ALFUTO*)
*bí!O. 1625 MONÍiftRty, MEXIC0
inquieto, y a u n q u e de espíritu meditabundo, comen- secreta le había e n s e ñ a d o Alban, y c u a n d o p o d í a so-
zó á e x a l t a r s e g r a d u a l m e n t e . Sólo Alban ejercía c i e r t o m e t e r l a al e s t a d o de s o n a m b u l i s m o , c o n v e r s a b a con
dominio sobre aquella naturaleza irritable, cuya ener- ella, evocando los d u l c e s r e c u e r d o s d e s u s j u e g o s d e
gía se a g o t a b a en e s t é r i l e s l u c h a s c o n t r a las m e z q u i n - la infancia, y de su t i e r n o y m u t u o afecto. Poco á
d a d e s d e la v i d a . poco, la joven se dejó d o m i n a r p o r el a s c e n d i e n t e m á -
D e s p u é s d e g r a d u a r s e en la U n i v e r s i d a d d e J..., Teo- gico d e la influencia q u e la r o d e a b a , y s i e m p r e q u e
b a l d o debía volver á su ciudad n a t a l p a r a c a s a r s e con volvía al e s t a d o d e s o n a m b u l i s m o , s u s s e n s a c i o n e s y
la h i j a d e s u t u t o r y vivir p a c í f i c a m e n t e con la c u a n - r e s p u e s t a s á las p r e g u n t a s q u e le d i r i g í a n , r e f e r í a n s e
tiosa r e n t a q u e s u s p a d r e s le h a b í a n d e j a d o . T o d a s s u s n a t u r a l m e n t e á T e o b a l d o y á s u s r e c u e r d o s de la in-
a s p i r a c i o n e s , sin e m b a r g o , r e s u m í a n s e en el e s t u d i o fancia. La d o m i n a c i ó n del joven llegó á ser t a n c o m -
del m a g n e t i s m o a n i m a l , del q u e s u a m i g o Alban le pleta, q u e s u novia a c a b ó p o r n o vivir m á s q u e con su
había d a d o las p r i m e r a s lecciones, y p r o p o n í a s e n a d a vida y su v o l u n t a d ; p a r e c í a q u e el a l m a d e su a m i g o
m e n o s q u e p r o s e g u i r h a s t a los ú l t i m o s l í m i t e s d e lo se h u b i e s e c o n f u n d i d o con la s u y a p r o p i a , y q u e sólo
posible el d e s a r r o l l o d e los m i s t e r i o s o s f e n ó m e n o s d e existiese en ella...
esa ciencia. Aquí llegaba O t t m a r en su h i s t o r i a , c u a n d o d e re-
P o c o t i e m p o d e s p u é s d e h a b e r v u e l t o á sus h o g a - p e n t e María, c a m b i a n d o d e color, profirió u n g r i t o
r e s escribió á Alban u n a carta d e s e s p e r a d a , a n u n c i á n - a g u d o , y s e g u r a m e n t e h u b i e r a caído en el suelo si
dole q u e d u r a n t e su ausencia, u n oficial d e t r o p a s Bickert n o h u b i e s e e s t a d o j u n t o á ella p a r a recibirla en
e x t r a n j e r a s , alojado p r o v i s i o n a l m e n t e e n ca"sa d e su s u s brazos. T o d o s a c u d i e r o n á socorrerla, p e r o n a d a
t u t o r , se había e n a m o r a d o d e la joven, c o n s i g u i e n d o bastó p a r a hacerla volver en s í : parecía m u e r t a .
q u e ella p a r t i c i p a s e d e su p a s i ó n . C u a n d o el oficial —¡ Dios mío—exclamó O t t m a r — s ó l o Alban p o d r í a
h u b o d e m a r c h a r con el c u e r p o d e ejército á q u e per- salvarla !...
t e n e c í a , s u a m a d a se entristeció t a n t o , q u e su juicio En a q u e l m i s m o m o m e n t o a b r i ó s e la p u e r t a y a p a -
s u f r i ó a l g u n a alteración, y llegóse á t e m e r p o r su reció Alban, q u e a d e l a n t á n d o s e con paso g r a v e , se
v i d a . El p o b r e T e o b a l d o , p u e s , n o sólo d e b í a l a m e n - acercó á la joven y le dijo, cual si h u b i e r a p o d i d o oirle:
t a r s e d e h a b e r p e r d i d o el corazón d e s u p r o m e t i d a , «¿Qué tenéis, María ?...» La hija del b a r ó n se e s t r e m e -
s i n o d e v e r s e e x p u e s t o á p e r d e r el ú n i c o objeto d e su ció al oir aquellas p a l a b r a s , hizo a l g u n o s m o v i m i e n t o s
a m o r . Alban le c o n t e s t ó al p u n t o q u e s u d e s g r a c i a n o y m u r m u r ó : «¡Dejadme, h o m b r e m a l d i t o , q u i e r o m o r i r
e r a i r r e p a r a b l e , y q u e el m a g n e t i s m o le d e v o l v e r í a in- al m e n o s sin p a d e c e r ! . . . » Alban se s o n r i ó , y fijando
f a l i b l e m e n t e la m u j e r a m a d a . T e o b a l d o , a p r o v e c h á n - sus m i r a d a s en los p r e s e n t e s , les dijo: «No t e m á i s n a d a ;
d o s e d e este consejo, p r e v i o el p e r m i s o d e la m a d r e es u n ligero acceso de fiebre, y p r o n t o q u e d a r á dor-
d e su n o v i a , f u é t o d a s las noches á s e n t a r s e j u n t o á mida ; d e a q u í á seis h o r a s , c u a n d o d e s p i e r t e , le d a r é i s
é s t a en el m o m e n t o en q u e , c e d i e n d o al s u e ñ o , e r a víc- doce g o t a s del licor c o n t e n i d o en este frasco.»
t i m a d e d o l o r o s a s pesadillas, d u r a n t e las c u a l e s repe- Así d i c i e n d o , e n t r e g ó á O t t m a r u n f r a s q u i t o d e pla-
tía d e c o n t i n u o el n o m b r e del oficial. T e o b a l d o ejerció ta, saludó, y retiróse c o m o había v e n i d o .
así g r a d u a l m e n t e en la joven la influencia c u y a v i r t u d —¡ Bien'.—exclamó B i c k e r t ; — h e a q u í o t r o d o c t o r
maravilloso... la m i r a d a p e n e t r a n t e , la voz p r o f é t i c a , el q u e p r e o c u p a v u e s t r a i m a g i n a c i ó n , sino ese m a l d i t o
el f r a s c o d e elíxir ; n a d a f a l t a . m a y o r d a n é s ; el b u e n Alban p a g a las c u l p a s de ese hom-
— A m i g o Bickert—dijo el a n c i a n o barón—la n o c h e bre maléfico, sin t e n e r su nariz g a n c h u d a y s u s n e g r o s
t e r m i n a m u y t r i s t e m e n t e . Desde q u e Alban se m a r - ojos p e n e t r a n t e s ; p e r o a u n q u e f u e s e u n poco visionario,
chó, con f r e c u e n c i a h e p e n s a d o q u e a l g ú n f a t a l acon- d e b é i s d i s p e n s a r l e esta ligera falta, p u e s t o q u e q u i e r e
t e c i m i e n t o nos le volvería á t r a e r . ¡ Dios q u i e r a q u e y practica el b i e n . D e j e m o s á u n lado las f l a q u e z a s del
mis presentimientos me hayan engañado ! h o m b r e y r i n d a m o s c u l t o á la alta ciencia del m é d i c o .
— P e r o , a m i g o mío—replicó B i c k e r t — m e parece q u e —Lo q u e decís, a m i g o F r a n z — i n t e r r u m p i ó el b a r ó n
d e b é i s c o n s i d e r a r c o m o m u y feliz y o p o r t u n a la lle- l e v a n t á n d o s e — n o es la e x p r e s i ó n d e v u e s t r o p e n s a -
g a d a d e Alban, p u e s al fin y al cabo es un d o c t o r hábil miento ; tratáis de disminuir mis inquietudes; pero
y n o h a b r é i s olvidado q u e en cierta época en q u e la c u a n t o s e s f u e r z o s h a g á i s s e r á n inútiles, p u e s bajo la
h e r m o s a María se q u e j a b a d e crisis n e r v i o s a s , c o n t r a f o r m a h u m a n a d e ese Alban veo u n sér i n f e r n a l del
las cuales e r a n i m p o t e n t e s todos los r e m e d i o s , Alban q u e t o d o se d e b e t e m e r . E s c u c h a d , a m i g o mío, lo m e -
s u p o c u r a r l a s en pocas s e m a n a s por m e d i o de ese jor será q u e a m b o s vigilemos á ese h o m b r e , p u e s en
m a g n e t i s m o q u e aborrecéis. Yo creo q u e es preciso él h a y , os lo r e p i t o , algo d e t e m i b l e y maléfico.
d e s e c h a r p r e o c u p a c i o n e s d e m a s i a d o e x a g e r a d a s con- L o s d o s a n t i g u o s a m i g o s se e s t r e c h a r o n la m a n o
t r a las ciencias m o d e r n a s , p u e s la n a t u r a l e z a oculta a n t e s d e s e p a r a r s e . La n o c h e estaba o s c u r a y silencio-
en su seno m i l e s d e s e c r e t o s , c u y o d e s c u b r i m i e n t o f u - sa; María, e n t r e g a d a al p a r e c e r á u n s u e ñ o letárgico,
t u r o c o s t a r á n u m e r o s o s siglos... se d e s p e r t ó á las seis h o r a s , y e n t o n c e s se le p r o p i n ó
— A f e m í a — i n t e r r u m p i ó el barón — n o e s t o y m á s el m e d i c a m e n t o p r e s c r i t o por el d o c t o r Alban. Algu-
a t r a s a d o q u e c u a l q u i e r a o t r o , ni soy e n e m i g o de los n o s m o m e n t o s d e s p u é s s e n t í a s e p e r f e c t a m e n t e bien y
p r o g r e s o s de la ciencia; p e r o á decir v e r d a d , mi aver- n o r e c o r d a b a la m e n o r cosa d e su a c c i d e n t e d e la vís-
sión al m a g n e t i s m o p r o v i e n e en g r a n p a r t e de no h a - p e r a . A q u e l día n o se p r e s e n t ó Alban á la h o r a de
b e r c o m p r e n d i d o n u n c a á ese Alban, a q u i e n m i hijo r e u n i r s e la familia p a r a c o m e r ; p e r o envió á d e c i r q u e
a p r e c i a t a n t o . I n ú t i l m e n t e m e e s f u e r z o para r e c o n o c e r u n a larga c o r r e s p o n d e n c i a le tenía m u y o c u p a d o .
a l g u n a expresión d e v e r d a d en la fisonomía c a m b i a n t e
de ese h o m b r e s i n g u l a r ; sé q u e d e b o estarle m u y a g r a - MARÍA Á ALDEGONDA
decido p o r la curación d e m i hija; y con la m e j o r v o -
« Q u e r i d a a m i g a d e m i infancia: ¡qué feliz m e h a he-
l u n t a d le ofrecería t o d o s los t e s o r o s d e u n rey; p e r o
cho t u c a r t a ! Al r e c o n o c e r t u e s c r i t u r a creí m o r i r m e
d e b o c o n f e s a r o s , q u e r i d o Bickert, q u e u n a r e p u l s i ó n
de alegría. ¡ Con q u é placer h e leído las b u e n a s noti-
invencible m e ha i m p e d i d o s i e m p r e m a n i f e s t a r l e m i
cias d e t u h e r m a n o Hipólito, m i prometido adorado!
g r a t i t u d . A p e s a r mío, c a d a día m e es m á s odioso; y
T u pobre amiga, querida Aldegonda, ha estado m u y
c u a n d o le m i r o , p a r é c e m e t e n e r á la vista á ese diabóli-
e n f e r m a , y n o p o d r í a e x p r e s a r t e los p a d e c i m i e n t o s q u e
co m a y o r d a n é s q u e en o t r o t i e m p o m e a t e m o r i z ó t a n t o .
e x p e r i m e n t a b a . P a r e c í a m e v e r al r e v é s t o d a s las cosas
— ¡Ah!—exclamó B i c k e r t — h e a q u í , p u e s , sin ir m á s
de la vida; el m e n o r r u i d o m e a t r a v e s a b a la cabeza
lejos, el secreto d e ese inexplicable odio. No es Alban
maravilloso... la m i r a d a p e n e t r a n t e , la voz p r o f é t i c a , el q u e p r e o c u p a v u e s t r a i m a g i n a c i ó n , sino ese m a l d i t o
el f r a s c o d e elíxir ; n a d a f a l t a . m a y o r d a n é s ; el b u e n Alban p a g a las c u l p a s de ese hom-
— A m i g o Bickert—dijo el a n c i a n o barón—la n o c h e bre maléfico, sin t e n e r su nariz g a n c h u d a y s u s n e g r o s
t e r m i n a m u y t r i s t e m e n t e . Desde q u e Alban se m a r - ojos p e n e t r a n t e s ; p e r o a u n q u e f u e s e u n poco visionario,
chó, con f r e c u e n c i a h e p e n s a d o q u e a l g ú n f a t a l acon- d e b é i s d i s p e n s a r l e esta ligera falta, p u e s t o q u e q u i e r e
t e c i m i e n t o nos le volvería á t r a e r . ¡ Dios q u i e r a q u e y practica el b i e n . D e j e m o s á u n lado las f l a q u e z a s del
mis presentimientos me hayan engañado ! h o m b r e y r i n d a m o s c u l t o á la alta ciencia del m é d i c o .
— P e r o , a m i g o mío—replicó B i c k e r t — m e parece q u e —Lo q u e decís, a m i g o F r a n z — i n t e r r u m p i ó el b a r ó n
d e b é i s c o n s i d e r a r c o m o m u y feliz y o p o r t u n a la lle- l e v a n t á n d o s e — n o es la e x p r e s i ó n d e v u e s t r o p e n s a -
g a d a d e Alban, p u e s al fin y al cabo es un d o c t o r hábil miento ; tratáis de disminuir mis inquietudes; pero
y n o h a b r é i s olvidado q u e en cierta época en q u e la c u a n t o s e s f u e r z o s h a g á i s s e r á n inútiles, p u e s bajo la
h e r m o s a María se q u e j a b a d e crisis n e r v i o s a s , c o n t r a f o r m a h u m a n a d e ese Alban veo u n sér i n f e r n a l del
las cuales e r a n i m p o t e n t e s todos los r e m e d i o s , Alban q u e t o d o se d e b e t e m e r . E s c u c h a d , a m i g o mío, lo m e -
s u p o c u r a r l a s en pocas s e m a n a s por m e d i o de ese jor será q u e a m b o s vigilemos á ese h o m b r e , p u e s en
m a g n e t i s m o q u e aborrecéis. Yo creo q u e es preciso él h a y , os lo r e p i t o , algo d e t e m i b l e y maléfico.
d e s e c h a r p r e o c u p a c i o n e s d e m a s i a d o e x a g e r a d a s con- L o s d o s a n t i g u o s a m i g o s se e s t r e c h a r o n la m a n o
t r a las ciencias m o d e r n a s , p u e s la n a t u r a l e z a oculta a n t e s d e s e p a r a r s e . La n o c h e estaba o s c u r a y silencio-
en su seno m i l e s d e s e c r e t o s , c u y o d e s c u b r i m i e n t o f u - sa; María, e n t r e g a d a al p a r e c e r á u n s u e ñ o letárgico,
t u r o c o s t a r á n u m e r o s o s siglos... se d e s p e r t ó á las seis h o r a s , y e n t o n c e s se le p r o p i n ó
— A f e m í a — i n t e r r u m p i ó el barón — n o e s t o y m á s el m e d i c a m e n t o p r e s c r i t o por el d o c t o r Alban. Algu-
a t r a s a d o q u e c u a l q u i e r a o t r o , ni soy e n e m i g o de los n o s m o m e n t o s d e s p u é s s e n t í a s e p e r f e c t a m e n t e bien y
p r o g r e s o s de la ciencia; p e r o á decir v e r d a d , mi aver- n o r e c o r d a b a la m e n o r cosa d e su a c c i d e n t e d e la vis-
sión al m a g n e t i s m o p r o v i e n e en g r a n p a r t e de no h a - p e r a . A q u e l día n o se p r e s e n t ó Alban á la h o r a de
b e r c o m p r e n d i d o n u n c a á ese Alban, a q u i e n m i hijo r e u n i r s e la familia p a r a c o m e r ; p e r o envió á d e c i r q u e
a p r e c i a t a n t o . I n ú t i l m e n t e m e e s f u e r z o para r e c o n o c e r u n a larga c o r r e s p o n d e n c i a le tenía m u y o c u p a d o .
a l g u n a expresión d e v e r d a d en la fisonomía c a m b i a n t e
de ese h o m b r e s i n g u l a r ; sé q u e d e b o estarle m u y a g r a - MARÍA Á ALDEGONDA
decido p o r la curación d e m i hija; y con la m e j o r v o -
« Q u e r i d a a m i g a d e m i infancia: ¡qué feliz m e h a he-
l u n t a d le ofrecería t o d o s los t e s o r o s d e u n rey; p e r o
cho t u c a r t a ! Al r e c o n o c e r t u e s c r i t u r a creí m o r i r m e
d e b o c o n f e s a r o s , q u e r i d o Bickert, q u e u n a r e p u l s i ó n
de alegría. ¡ Con q u é placer h e leído las b u e n a s noti-
invencible m e ha i m p e d i d o s i e m p r e m a n i f e s t a r l e m i
cias d e t u h e r m a n o Hipólito, m i prometido adorado!
g r a t i t u d . Á p e s a r mío, c a d a día m e es m á s odioso; y
T u pobre amiga, querida Aldegonda, ha estado m u y
c u a n d o le m i r o , p a r é c e m e t e n e r á la vista á ese diabóli-
e n f e r m a , y n o p o d r í a e x p r e s a r t e los p a d e c i m i e n t o s q u e
co m a y o r d a n é s q u e en o t r o t i e m p o m e a t e m o r i z ó t a n t o .
e x p e r i m e n t a b a . P a r e c í a m e v e r al r e v é s t o d a s las cosas
— ¡Ah!—exclamó B i c k e r t — h e a q u í , p u e s , sin ir m á s
de la vida; el m e n o r r u i d o m e a t r a v e s a b a la cabeza
lejos, el secreto d e ese inexplicable odio. No es Alban
CUENTOS FANTÁSTICOS
AI.BAN A TEOBALDO
BIBLIOTECA UMV..* * M
UNIVERSIDAB DE NUEVO
BIBLIOTECA U * ; - •("
"AliOtiiO Kt'.-o"
1625 MONTERREY, MEXICO
sor.» — « ¡ Un á n g e l ! o e x c l a m ó K r e s p e l , sin p o d e r re-
s i t o r d e m o d a : Krespel s o n r i ó y dijo i r ó n i c a m e n t e :
p r i m i r u n sollozo. Y l e v a n t á n d o s e b r u s c a m e n t e , cogió
« ¡ Yo q u i s i e r a q u e cien legiones d e diablos se llevasen
el bastón y el s o m b r e r o y salió p r e s u r o s o , c o m o u n
al i n f i e r n o á e s o s m ú s i c o s de la m u r g a ! » Y al cabo d e
h o m b r e t r a s t o r n a d o . P a r e c i ó m e tan e x t r a ñ o a q u e l p r o -
u n m o m e n t o g r i t ó de i m p r o v i s o con voz e s t e n t ó r e a : ceder, q u e no p u d e m e n o s d e p r e g u n t a r al p r o f e s o r
«¡Es u n serafín p a r a la a r m o n í a ; es el g e n i o del canto!» algo s o b r e la historia del c o n s e j e r o .
Y al d e c i r esto, f u r t i v a s l á g r i m a s h u m e d e c í a n s u s ojos.
— ¡ A h ! — m e dijo — e s u n h o m b r e m u y s i n g u l a r ;
Estas ú l t i m a s p a l a b r a s se r e f e r í a n á u n a célebre c a n t a -
c o n s t r u y e violines con t a n t a habilidad como la q u e
triz d e q u i e n h a b í a h a b l a d o u n a h o r a a n t e s con e n t u -
t i e n e para r e d a c t a r s u s m e m o r i a s ; c u a n d o acaba de
s i a s m o , y á n o c o m p r e n d e r l o n o s o t r o s asi, h u b i é r a m o s
h a c e r u n o d e esos i n s t r u m e n t o s le p r u e b a d u r a n t e
p o d i d o c r e e r q u e n u e s t r o h o m b r e e s t a b a loco.
una h o r a ó dos, h a c i é n d o l e p r o d u c i r s o n i d o s delicio-
L o s c r i a d o s sirvieron u n a liebre : K r e s p e l s e p a r ó los
s o s ; d e s p u é s le c u e l g a en la p a r e d j u n t o á los d e m á s y
h u e s o s y r e c l a m ó las patas, q u e le f u e r o n e n t r e g a d a s
n o vuelve á tocarle. Si p u e d e c o m p r a r el violín d e
a l e g r e m e n t e por la hija del p r o f e s o r , e n c a n t a d o r a niña
algún m a e s t r o célebre, le toca u n a vez, d e s m ó n t a l e
de cinco a ñ o s . L o s hijos de la familia p a r e c í a n a p r e -
d e s p u é s pieza p o r pieza y g u a r d a los pedazos en un
ciar m u c h o al c o n s e j e r o , y no t a r d é en conocer la c a u s a :
cofre m u y g r a n d e , q u e ya está lleno. — ¿ P e r o q u i é n
a c a b a d a la cena, K r e s p e l sacó del bolsillo u n a caja q u e
es esa A n t o n i a ? p r e g u n t é con i m p a c i e n c i a . — E s un
c o n t e n í a v a r i o s útiles d e acero, y c o m e n z ó á t o r n e a r
m i s t e r i o , contestó g r a v e m e n t e el profesor. El conse-
con los h u e s o s d e la liebre u n a i n f i n i d a d d e j u g u e t e s
jero vivía hace a l g u n o s a ñ o s en u n a casa aislada d e la
liliputienses, q u e sus a m i g u i t o s se r e p a r t í a n , profi-
calle ***, con u n a a n c i a n a a m a de g o b i e r n o ; s u s singu-
r i e n d o e x c l a m a c i o n e s d e placer.
lares c o s t u m b r e s e x c i t a r o n la c u r i o s i d a d d e sus veci-
De r e p e n t e , o c u r r i ó s e l e á la sobrina del p r o f e -
nos, y para s u s t r a e r s e á ella t r a b ó a l g u n o s conocimien-
sor M*** p r e g u n t a r al c o n s e j e r o : «¿Cómo sigue, a m i g o
tos, á fin d e p r e s e n t a r s e en v a r i o s salones. C o m o e r a
m í o , n u e s t r a q u e r i d a A n t o n i a ? » Krespel hizo u n a
a m a b l e , se le c o b r ó c a r i ñ o ; y t o d o s le tenían por cé-
m u e c a , c o m o el glotón q u e m u e r d e u n a n a r a n j a agria;
libe p o r q u e j a m á s h a b l a b a de su f a m i l i a . Al cabo d e
su faz p a r e c i ó n u b l a r s e , y c o n t e s t ó e n t r e d i e n t e s :
cierto t i e m p o se a u s e n t ó p o r a l g u n o s m e s e s , y el m i s m o
« ¿ N u e s t r a q u e r i d a A n t o n i a ? » El p r o f e s o r , e c h a n d o d e
día d e su vuelta vióse p o r la noche su habitación ilu-
v e r el m a l efecto p r o d u c i d o p o r la i n o p o r t u n a p r e -
m i n a d a ; u n a deliciosa voz de m u j e r mezclaba s u s n o t a s
g u n t a , d i r i g i ó u n a m i r a d a d e r e p r e n s i ó n á su s o b r i n a ,
con las d e un p i a n o y d e u n violín, q u e p r o d u c í a m á -
y p a r a d i s t r a e r al c o n s e j e r o de su mal h u m o r , p r e g u n -
gicos sonidos. Los t r a n s e ú n t e s se d e t e n í a n en la calle,
tóle, e s t r e c h á n d o l e c a r i ñ o s a m e n t e la m a n o : «¿ C ó m o
y los vecinos e s c u c h a b a n en las v e n t a n a s . A eso d e la
van los violines?» Al oir e s t o , el s e m b l a n t e d e Krespel
m e d i a n o c h e el c a n t o c e s ó ; e n t o n c e s oyóse la voz del
pareció s e r e n a r s e , y replicó al p u n t o : « M u y b i e n ,
consejero, d u r a y a m e n a z a d o r a ; o t r a voz d e h o m b r e
q u e r i d o p r o f e s o r ; a h o r a d e s m o n t o el célebre violín d e
parecía d i r i g i r l e r e c o n v e n c i o n e s , y d e vez en c u a n d o
A m a t i , q u e p o r u n a feliz c a s u a l i d a d p u d e a d q u i r i r úl-
las q u e j a s de u n a joven i n t e r r u m p í a n la d i s c u s i ó n . De
t i m a m e n t e , y e s p e r o q u e A n t o n i a h a r á lo demás».—
repente, la m u j e r profirió u n g r i t o p e n e t r a n t e ; d e s p u é s
« A n t o n i a es u n a niña e n c a n t a d o r a , r e p u s o el profe-
r e s o n ó en la escalera u n r u i d o c o m o d e pasos a p r e s u - tenía m á s de treinta ; u n o d e ellos, de c o n s t r u c c i ó n
r a d o s ; u n m a n c e b o salió d e la casa l l o r a n d o , s u b i ó á m u y a n t i g u a , estaba s u s p e n d i d o a m a y o r a l t u r a q u e
u n a silla d e posta q u e le e s p e r a b a cerca d e allí, y la casa los d e m á s , y a d o r n a d o con u n a corona d e flores.
volvió á q u e d a r silenciosa. T o d o s se p r e g u n t a b a n el — E s t e v i o l í n — m e dijo Krespel — e s la o b r a m a e s t r a
secreto d e a q u e l d r a m a ; p e r o c o m o al día s i g u i e n t e se de un a u t o r i g n o r a d o , y s u s s o n i d o s m a g n e t i z a b a n con
p r e s e n t a s e Krespel t r a n q u i l o y s e r e n o , s e g ú n c o s t u m - su irresistible e n c a n t o . J a m á s t u v e v a l o r p a r a d e s m o n -
bre, n a d i e osó i n t e r r o g a r l e . Sin e m b a r g o , la a n c i a n a tar ese i n s t r u m e n t o y e s t u d i a r su e s t r u c t u r a , p o r q u e
a m a d e g o b i e r n o n o p u d o r e s i s t i r á la t e n t a c i ó n d e m e parece q u e está a n i m a d o y q u e yo sería su asesino;
r e f e r i r en voz b a j a , a c u a n t o s q u e r í a n oiría, q u e el m u y r a r a vez le toco, y sólo p a r a mi A n t o n i a , q u e
consejero había t r a í d o c o n s i g o u n a joven l l a m a d a An- c u a n d o e s c u c h a sus s o n i d o s e x p e r i m e n t a las m á s dul-
tonia ; que un pretendiente, perdidamente enamorado ces sensaciones.
d e ella, los había s e g u i d o , y q u e había sido n e c e s a r i a Al oir el n o m b r e d e Antonia m e e s t r e m e c í , y d i j e al
la cólera del c o n s e j e r o p a r a e x p u l s a r l e d e la casa. E n consejero con el acento m á s c a r i ñ o s o :
c u a n t o á las relaciones d e A n t o n i a con K r e s p e l , eran —Mi b u e n a m i g o , ¿ no m e concederíais la gracia d e
un secreto q u e la a n c i a n a n o conocía a ú n ; p e r o dijo tocar d e l a n t e de mí, a u n q u e sólo f u e s e un m o m e n t o ?
q u e su a m o s e c u e s t r a b a o d i o s a m e n t e á la joven ; no la Krespel sonrió con ironía, y c o n t e s t ó m e con voz
p e r d í a d e vista j a m a s , y h a s t a p r o h i b í a l e c a n t a r para g a n g o s a , r e c a l c a n d o cada sílaba: «No, s e ñ o r e s t u d i a n -
d i s t r a e r s e . P o r eso el c a n t o d e A n t o n i a , q u e sólo se te, no p u e d e ser.» Esta contestación m e d e s c o n c e r t ó ;
había o í d o u n a vez, sirvió d e a s u n t o á u n a maravillosa no r e p l i q u é u n a sola palabra, y Krespel a c a b ó d e en-
l e y e n d a del b a r r i o : n i n g u n a c a n t a t r i z o b t e n d r í a ya s e ñ a r m e las c u r i o s i d a d e s d e su g a b i n e t e .
a p l a u s o s en la c i u d a d , p o r q u e , s e g ú n a s e g u r a b a n , sólo A n t e s de s e p a r a r n o s sacó d e u n a cajita un p a p e l
A n t o n i a sabía c a n t a r . doblado y m e lo e n t r e g ó , d i c i é n d o m e con la m a y o r
Lo q u e m e h a b í a d i c h o el p r o f e s o r i m p r e s i o n ó d e g r a v e d a d : « Joven, veo q u e a p r e c i á i s las a r t e s ; s e r v i o s
t a l m o d o m i e s p í r i t u , q u e t o d a s las n o c h e s p e n s a b a p u e s a c e p t a r esto c o m o u n r e c u e r d o precioso.» Y sin
en ello, h a s t a el p u n t o d e llegar á e n a m o r a r m e loca- e s p e r a r contestación, e m p u j ó m e s u a v e m e n t e h a s t a la
m e n t e de a q u e l l a á q u i e n no h a b í a v i s t o ; y a no p e n - p u e r t a , c e r r á n d o l a a p e n a s h u b e salido. Al a b r i r el pa-
s a b a sino en los m e d i o s de i n t r o d u c i r m e e n casa d e pel vi q u e contenía u n p e d a z o d e c u e r d a d e violín d e
K r e s p e l p a r a v e r á la m i s t e r i o s a A n t o n i a , j u r a r l e u n media p u l g a d a d e largo, con la s i g u i e n t e inscripción:
a m o r e t e r n o y s u s t r a e r l a á su t i r a n o . No o b s t a n t e , las « F r a g m e n t o de u n a d e las c u e r d a s d e violín con q u e
cosas t o m a r o n u n a s p e c t o m u y pacifico, p u e s a p e n a s el divino S t a m i t z m o n t ó su i n s t r u m e n t o la ú l t i m a vez
h u b e e n c o n t r a d o d o s ó t r e s veces al consejero, y hala- q u e tocó.» A p e s a r del p r o c e d e r algo b r u s c o del con-
g a d o su m a n í a h a b i é n d o l e d e violines, él m i s m o m e rogó sejero, n o p u d e resistir al deseo d e volver á su c a s a ; y
q u e f u e r a a verle a su casa. Dios s a b e lo q u e e x p e r i - 110 f u é poca f o r t u n a , p u e s en mi s e g u n d a visita encon-
m e n t é al oir a q u e l l a o f e r t a ; p a r e c i ó m e q u e el cielo se tré a la bella Antonia con K r e s p e l , o c u p a d a en a r r e -
a b r í a a n t e m í . El c o n s e j e r o Krespel m e e n s e ñ ó t o d o s glar las piezas de un violín q u e él d e s m o n t a b a . Era
s u s violines, sin p e r d o n a r u n o solo, y por c i e r t o q u e una joven c u y a i n t e n s a palidez m e l l a m ó la a t e n c i ó n ;
KF. CANTO DE ANTONIA
4>
EL CANTO DE ANTONIA
49
5I
EL MISTERIO
DE LA CASA DESIERTA
L aspecto d e
los n u m e r o -
sos y brillan-
tes edificios
d e la Residencia de
V*", y la belleza de los
p r o d u c t o s del a r t e y
d e la i n d u s t r i a con
q u e d i a r i a m e n t e se e n r i q u e c e , c o n s t i t u y e n las d e -
licias d e los c u r i o s o s y son la maravilla a d m i r a d a
d e t o d o s los v i a j e r o s . La calle p r i n c i p a l , flanqueada d e
s o b e r b i a s casas, y q u e c o n d u c e á la p u e r t a de"**, sirve
de paso c o n t i n u o á lo m á s escogido de la sociedad
q u e p a s a allí el t i e m p o v i s i t á n d o s e . En los p i s o s b a j o s
h a y l u j o s a s t i e n d a s ; y en los s u p e r i o r e s h á l l a n s e h a b i -
taciones d e las m á s c ó m o d a s : es el barrio d e la aristo-
cracia.
M á s de m i l veces h a b í a r e c o r r i d o y o a q u e l p a s e o
c u a n d o cierto día m i vista se fijó en u n a c a s u c h a , c u y o
aspecto c o n t r a s t a b a s i n g u l a r m e n t e con los a l r e d e d o -
res. F i g u r a o s u n c u a d r a d o d e p i e d r a s con c u a t r o ven-
tanas, q u e f o r m a b a un solo p i s o ; su a l t u r a n o excedía
a p e n a s d e la d e u n e n t r e s u e l o d e las m a g n í f i c a s casas
c o n t i g u a s á d e r e c h a é i z q u i e r d a ; el t e j a d o d e a q u e l
barracón, a g r i e t a d o por t o d a s p a r t e s , hallábase ya r u i -
noso, y los v i d r i o s r o t o s se h a b í a n s u s t i t u i d o con plie- nes d e un h o m b r e sensible, d i s p u e s t o á e x a l t a r s e . S i n
g o s d e papel g r i s ó azul. L a s c u a t r o v e n t a n a s e s t a b a n e m b a r g o , á p e s a r d e la explicación m a t e r i a l q u e s e m e
c e r r a d a s ; las del piso b a j o se h a b í a n t a p i a d o ; y en la había d a d o , n o p o d í a m e n o s d e m i r a r la casa d e s i e r t a
p u e r t a , e s t r e c h a , b a j a y sin c e r r a d u r a , i n ú t i l m e n t e se con u n s e n t i m i e n t o inexplicable q u e m e e s t r e m e c í a ;
h u b i e r a b u s c a d o u n a c a m p a n i l l a ó l l a m a d o r . E s t e de- mi e s p í r i t u r e c h a z a b a con cólera la idea d e q u e hu-
t e r i o r o indicaba u n a soledad c o m p l e t a ; a q u e l l a c a s u c h a biera confites en vez d e los f a n t a s m a s q u e t a n p o d e r o -
p a r e c í a a b a n d o n a d a hacía cien a ñ o s , y a u n q u e en ri- s a m e n t e m e h a b í a n p r e o c u p a d o ; y n o p e r d í a la e s p e -
g o r n a d a t i e n e d e p a r t i c u l a r u n a casa d e s i e r t a , el h e c h o ranza d e v e r a l g ú n día al m u n d o f a n t á s t i c o t o m a r
d e hallarse en u n b a r r i o tan rico, y en u n t e r r e n o q u e
p o d í a r e p o r t a r á su p r o p i e t a r i o u n a r e n t a c o n s i d e r a -
ble, p o d í a d a r o r i g e n á las s u p o s i c i o n e s : yo n o podía
p a s a r p o r d e l a n t e d e a q u e l l a especie d e r u i n a sin f o r -
j a r m e las m á s d i v e r s a s h i s t o r i a s .
C i e r t o d í a en q u e los e l e g a n t e s se c o d e a b a n en el
p a s e o , estaba y o d e pie, a p o y a d o en u n g u a r d a c a n t ó n
f r e n t e á la casa d e s i e r t a : u n h o m b r e á q u i e n n o h a b í a
visto hacía m u c h o t i e m p o d e t ú v o s e d e l a n t e d e mi y
m e d i s t r a j o de mi p r e o c u p a c i ó n ; e r a el conde P . , u n
s o ñ a d o r , p o r lo m e n o s t a n c u r i o s o y f a n t á s t i c o c o m o
yo. T a m b i é n h a b í a p e n s a d o m u c h o s o b r e el m i s t e r i o
d e la casa d e s i e r t a , p e r o s u s s u p o s i c i o n e s i b a n m u c h o
m á s lejos q u e las m í a s , p u e s llegó á c r e a r s e u n a his-
t o r i a tan e x t r a v a g a n t e , q u e a p e n a s h u b i e r a p o d i d o
a d m i t i r l a c o m o v e r d a d e r a la m á s a t r e v i d a i m a g i n a c i ó n .
Juzgue hasta q u é p u n t o quedaría chasqueado aquel
posesión d e aquella v i v i e n d a . La c a s u a l i d a d debía
p o b r e c o n d e c u a n d o d e s p u é s de b u s c a r el m á s trágico l a n z a r m e d e n u e v o m u y p r o n t o en la vía d e las s u p o -
d e s e n l a c e p a r a su h i s t o r i a , s u p o q u e la f a m o s a casa siciones.
d e s i e r t a e r a s i m p l e m e n t e el taller d e u n confitero,
A l g u n o s d í a s d e s p u é s d e e n c o n t r a r al c o n d e P , p a s é
c u y a t i e n d a e s t a b a c o n t i g u a : h a b í a n s e t a p i a d o las ven-
a eso d e las doce d e la m a ñ a n a p o r d e l a n t e d e la casa
t a n a s del piso bajo p a r a o c u l t a r á los t r a n s e ú n t e s el
desierta, y vi a g i t a r s e s u a v e m e n t e u n a cortinilla d e
a s p e c t o d e los h o r n i l l o s y crisoles; y las v e n t a n a s del
sarga v e r d e en la v e n t a n a m á s p r ó x i m a á la t i e n d a del
p r i m e r piso e s t a b a n c a l a f a t e a d a s p a r a p r e s e r v a r del
c o n f i t e r o ; u n a m a n o blanca, m u y bien t o r n e a d a , q u e
sol y d e los i n s e c t o s los confites a l m a c e n a d o s allí. E s t o s
tenia el d e d o m e ñ i q u e a d o r n a d o con un m a g n í f i c o bri-
m a l d i t o s d a t o s p r o d u j e r o n en mí el efecto d e u n a d u c h a
dante, se deslizó d e b a j o d e la cortinilla ; d e s p u é s vi u n
h e l a d a ; y ya no h a b í a s u e ñ o posible ni poesía ; n o se
brazo d e a l a b a s t r o q u e o s t e n t a b a u n a p u l s e r a d e oro-
n e c e s i t a b a m á s p a r a e c h a r p o r t i e r r a t o d a s las ilusio-
la m a n o d e p o s i t ó u n f r a s q u i t o . d e cristal en la saliente Dios sabe, q u e r i d o lector, h a s t a q u é p u n t o m e pre-
ocuparon estas palabras; intenté hacer hablar á mi
d e la v e n t a n a y d e s a p a r e c i ó .
h o m b r e ; p e r o t o d o c u a n t o p u d e a v e r i g u a r d e él, á
P e r m a n e c í inmóvil con la vista fija, cual si t u v i e s e
f u e r z a d e p r e g u n t a s , f u é q u e la casa desierta p e r t e n e -
los pies clavados en el suelo, h a c i e n d o al p a r e c e r u n a
cía á la c o n d e s a S*", la cual r e s i d í a en s u s t i e r r a s y n o
figura tan e x t r a ñ a , q u e en m e n o s d e diez m i n u t o s u n a
había v u e l t o hacía a l g u n o s a ñ o s . P o r lo d e m á s , la casa
m u l t i t u d d e c u r i o s o s se a g r u p ó á m i a l r e d e d o r , si-
p r e s e n t a b a el m i s m o a s p e c t o d e s d e t i e m p o i n m e m o -
g u i e n d o con la vista la dirección d e m i s m i r a d a s ; p e r o
rial, y n a d i e p a r e c í a c u i d a r s e d e hacer la m e n o r r e p a -
ya n o había m a n o s o n r o s a d a ni brazo d e a l a b a s t r o ; d e ración p a r a p r e s e r v a r l a d e u n a r u i n a i n m i n e n t e . Dos
m o d o q u e los p a p a n a t a s i m p e r t i n e n t e s h u b i e r o n d e s e r e s la h a b i t a b a n : u n a n c i a n o criado y u n p e r r o d e -
r e t i r a r s e sin v e r cosa a l g u n a . Aquella g e n t e m e recor- c r é p i t o q u e n o cesaba d e l a d r a r . La g e n t e baja del ba-
dó los t o n t o s d e cierto pueblecillo q u e se a g r u p a r o n rrio estaba c o n v e n c i d a de q u e en aquella casa h a b i t a -
cierta m a ñ a n a d e l a n t e de u n a casa g r i t a n d o : «¡mila- ban d u e n d e s , p u e s en ciertas épocas, y s o b r e t o d o al
g r o ! » , p o r q u e se h a b í a caído u n g o r r o d e a l g o d ó n d e a p r o x i m a r s e la fiesta de N a v i d a d , oíanse r u i d o s m u y
u n sexto piso sin r o m p e r s e u n a sola malla. S e p o d í a e x t r a ñ o s q u e t u r b a b a n el silencio d e la n o c h e ; y h a s t a
a p o s t a r ciento c o n t r a u n o q u e la m a n o s o n r o s a d a y el en c i e r t a s ocasiones oiase un e s t r é p i t o a t r o n a d o r . Al-
brazo d e a l a b a s t r o p e r t e n e c í a n en legítima p r o p i e d a d g u n a q u e o t r a vez, la voz cascada d e u n a vieja p a r e c í a
á la m u j e r , á la h e r m a n a ó á la h i j a del confitero, y esforzarse p a r a e n t o n a r u n a especie de c a n t o del o t r o
q u e el f r a s c o d e cristal c o n t e n í a p r o s a i c a m e n t e u n a m u n d o , y a p e n a s se d i s t i n g u í a n a l g u n o s m o n o s í l a b o s
m e d i d a d e j a r a b e d e grosella. ¡ He a q u í c ó m o u n e s p í - f r a n c e s e s m e z c l a d o s con u n a l e n g u a d e s c o n o c i d a . En
r i t u i n q u i e t o , p e r o j u s t o , sabe llegar á su objeto p o r fin, a ñ a d i ó el confitero, c o n d u c i é n d o m e á la t i e n d a ,
el c a m i n o m á s corto 1 O c u r r i ó m e la idea d e e n t r a r e n i veis ese t u b o de h i e r r o q u e sobresale d e aquella pa-
la t i e n d a del c o n f i t e r o p a r a o b t e n e r con m u c h o tacto r e d ? P u e s b i e n , en m e d i o del v e r a n o h e visto salir á
a l g u n a confidencia ; y m i e n t r a s t o m a b a u n a s pastillas veces p o r ese c o n d u c t o u n h u m o m u y espeso, cual si
d e chocolate, d i j e á m i h o m b r e : en el i n t e r i o r d e la casa h u b i e r a u n f u e g o infernal. En
varias ocasiones m e q u e j é al viejo criado, q u e nos a m e -
— A m i g o m í o , h a b é i s elegido m u y b u e n sitio p a r a
naza a cada i n s t a n t e con a l g ú n i n c e n d i o ; p e r o el t u n a n t e
vuestro establecimiento, y no debe faltaros comodi-
p r e t e n d e q u e eso e s el c a r b ó n de su cocina. Sólo el
d a d , g r a c i a s á esa casa vecina, d o n d e h a b é i s estable- diablo s a b r á lo q u e come ese viejo, p u e s el h u m o q u e
cido el l a b o r a t o r i o . sale de la c h i m e n e a e s p a r c e al m i s m o t i e m p o u n olor
—¿ Q u i é n diablos ha p o d i d o d e c i r o s — e x c l a m ó el
nada apetitoso.
i n d u s t r i a l m i r á n d o m e con s o r p r e s a — q u e y o m e u t i -
lizo d e la casa d e al lado? C i e r t a m e n t e m e c o n v e n d r í a ;
m a s á p e s a r d e t o d o s m i s e s f u e r z o s , a ú n no se ha con- En a q u e l m o m e n t o , la p u e r t a d e la t i e n d a hizo reso-
c l u i d o el negocio. P o r lo d e m á s , y bien r e f l e x i o n a d o , n a r u n t i m b r e a g u d o al a b r i r s e . El confitero se e x c u s ó
n o lo siento, p o r q u e en esa casa d e b e n o c u r r i r cosas para ir a d e s p a c h a r al p a r r o q u i a n o , y c o m o y o iba
e x t r a o r d i n a r i a s q u e p e r j u d i c a r í a n s i n g u l a r m e n t e al d e t r a s d e él, c o m p r e n d í al p u n t o p o r la señal d e c a -
i n q u i l i n o aficionado á la t r a n q u i l i d a d y al r e p o s o . beza q u e m e hizo d i s i m u l a d a m e n t e , q u e la p e r s o n a q u e
a c a b a b a d e e n t r a r era la m i s m a d e q u i e n h a b l á b a m o s . d e d o s h u e s o s o s , p e r o t a n f u e r t e m e n t e , q u e el b u e n
F i g u r a o s , q u e r i d o lector, u n h o m b r e c i l l o flaco y seco, h o m b r e profirió u n a e x c l a m a c i ó n d e dolor.
con la piel a p e r g a m i n a d a y a m a r i l l e n t a , nariz p u n t i - — Ya h a b é i s visto, caballero — m e dijo el i n d u s t r i a l
a g u d a , labios m u y d e l g a d o s , ojos d e color v e r d e gris, c u a n d o h u b o salido su p a r r o q u i a n o — l a especie de
sonrisa e s t ú p i d a y cabellos e m p o l v a d o s en f o r m a d e factótum del c o n d e S**% y el g u a r d i á n de la casa desier-
p i r á m i d e ; su t r a j e se c o m p o n í a d e u n levitón m u y ta. A l g u n a s veces m e he q u e j a d o del r u i d o q u e hacía
g a s t a d o por el u s o , q u e en o t r o t i e m p o d e b i ó s e r de por la n o c h e ; pero á t o d o m e r e s p o n d e « q u e e s p e r a á
color d e c a f é ; calzón c e ñ i d o s o b r e m e d i a s g r i s e s , y la familia d e su s e ñ o r hace t a n t o s a ñ o s , q u e es d e c r e e r
z a p a t o s d e p u n t a c u a d r a d a con h e b i l l a s d e s i m i l o r . De q u e no v e n d r á n u n c a . » No sé n a d a m á s , y con esto
las b o c a m a n g a s d e su levitón s o b r e s a l í a n d o s p u ñ o s t e n g o el h o n o r de s a l u d a r o s , p o r q u e ha llegado la h o r a
en q u e n u e s t r a s h e r m o s a s d a m a s v i e n e n á s e n t a r s e en
m u y r o b u s t o s q u e c u a d r a b a n bastante^ m a l con la voz
la tienda y se d i s p u t a n las d u l z u r a s q u e d i a r i a m e n t e
d e falsete y q u e j u m b r o s a con q u e el viejo pidió n a r a n -
i n v e n t o para s u s b o n i t a s bocas.
jas y c a s t a ñ a s confitadas, m a z a p á n y o t r a s golosinas.
El confitero se a p r e s u r ó á s e r v i r l o ; m i e n t r a s q u e el Al salir d e la t i e n d a del c o n f i t e r o c o m e n c é á b u s c a r
viejo, s a c a n d o d e sú bolsillo u n a escarcela d e c u e r o m e n t a l m e n t e u n a relación e n t r e el canto t r i s t e y s i n -
rojizo ya m u y g a s t a d a , t o m ó d e ella a l g u n a s m o - g u l a r q u e se había oído en la casa d e s i e r t a y el brazo
n e d a s r o ñ o s a s , y pagó, m u r m u r a n d o f r a s e s incohe- e n c a n t a d o r q u e poco a n t e s vi bajo la cortina d e s a r g a ,
rentes. p e r s u a d i é n d o m e al fin d e q u e , por u n a ilusión d e
— ¿ E s t á i s e n f e r m o , v e c i n o ? — l e p r e g u n t ó el confi- acústica, el confitero h a b r í a c r e í d o q u e era u n a voz d e
t e r o : — p a r é c e m e v e r o s t r i s t e ; p e r o eso será la e d a d vieja el c a n t o dulce, a u n q u e p l a ñ i d e r o , d e a l g u n a her-
m o s a m u j e r p e r s e g u i d a y cautiva d e u n odioso t i r a n o .
¿ n o es c i e r t o ? E s la e d a d . . .
O t r a vez volví á p e n s a r en el h u m o d e n s o q u e salía
— ¡ I l o h o , h o h o ! ¿ Q u i é n dice e s o ? — r e f u n f u ñ ó con
del c a ñ ó n d e la c h i m e n e a , y en el frasco d e cristal co-
e x p r e s i ó n d e e n o j o el s a t á n i c o v e j e t e , h a c i e n d o u n a
locado en la v e n t a n a ; y d e d u j e , sin b u s c a r ya m á s ,
p i r u e t a t a n p e s a d a q u e los v i d r i o s d e la t i e n d a r e t e m -
q u e la h e r m o s a d e s c o n o c i d a era víctima d e un a b o m i -
blaron, y p i s a n d o , en s u evolución, u n a pata del p e r r o
nable sortilegio. E n el vejete creí v e r u n h e c h i c e r o dis-
n e g r o q u e le a c o m p a ñ a b a , el c u a l p r o f i r i ó a g u d o s a u -
f r a z a d o ; m i c e r e b r o se exaltó, y m i l e s d e figuras dia-
llidos. bólicas se m e r e p r e s e n t a b a n en m i s i n s o m n i o s . P o r u n
— ¡Maldito a n i m a l ! — e x c l a m ó el viejo, a b r i e n d o la inefable e n c a n t o , el brazo d e a l a b a s t r o se u n i ó en m i
bolsa en q u e llevaba los confites p a r a a r r o j a r u n o al p e n s a m i e n t o con u n h o m b r o m a s blanco q u e la nieve,
p e r r o , q u e calló p o r g l o t o n e r í a , s e n t á n d o s e al p u n t o q u e m i s ojos creían v e r ; d e s p u é s la figura a d o r a b l e d e
con la gracia d e u n a ardilla. u n a joven s u r g i ó a n t e mí velada en aquella especie d e
— B u e n a s n o c h e s , vecino — dijo el vejete c u a n d o su a l u c i n a c i ó n ; y p a r e c i ó m e q u e la p l a t e a d a b r u m a q u e
p e r r o se h u b o c o m i d o la golosina, — b u e n a s n o c h e s ; m e ocultaba en p a r t e las f a c c i o n e s e n c a n t a d o r a s de
el p o b r e a n c i a n o g a s t a d o p o r la edad os d e s e a b u e n a a q u e l ángel se e s c a p a b a en f o r m a d e o n d a sin fin del
suerte y larga vida. frasco de cristal. P a r a c o n s e g u i r la libertad d e a q u e l
Así d i c i e n d o , e s t r e c h ó la m a n o del confitero con s u s
sér e n c a n t a d o r concebí los m á s descabellados proyec- sin l l a m a r la atención d e la m u l t i t u d ; al o t r o lado d e
t o s ; p r o f e r í a m a q u i n a l m e n t e las e x c l a m a c i o n e s m á s la calle divisé u n banco d e p i e d r a , f r e n t e á la m i s m a
caballerescas; pero de pronto parecióme q u e una mano casa, y al p u n t o f u i á s e n t a r m e en él. E n t o n c e s levan-
de e s q u e l e t o m e g o l p e a b a el o m ó p l a t o , r o m p i e n d o en to la v i s t a : sí, allí está la e n c a n t a d o r a joven q u e m i
mil p e d a z o s el f r a s c o m a r a v i l l o s o ; y e n t o n c e s la apa- m e n t e había a d i v i n a d o , p e r o p e r m a n e c e inmóvil y su
rición se desvaneció, d e j a n d o t r a s sí el eco m o r i b u n d o vaga m i r a d a n o se fija e n m í , p o r lo cual comienzo á
d e u n a triste q u e j a . creer q u e lo q u e m i s ojos h a n visto es sólo u n a m a g -
nífica p i n t u r a . De r e p e n t e p a s a j u n t o á m í u n q u i n q u i -
Al día s i g u i e n t e c o r r í á p r i m e r a h o r a á s i t u a r m e
llero, y s u p l í c a m e le c o m p r e a l g ú n o b j e t o p a r a estre-
f r e n t e á la casa d e s i e r t a , y o b s e r v é q u e h a b í a n p u e s t o
narse con s u e r t e , p o r q u e no h a v e n d i d o n a d a en t o d a
p e r s i a n a s , p u e s n o e s t a b a n la v í s p e r a ; d e m o d o q u e
la m a ñ a n a . Al p r o n t o le r e c h a z o con d u r e z a , p e r o in-
p a r e c í a u n a t u m b a . D u r a n t e t o d o el d í a n o d e j é d e
siste, y e x p o n e á mi vista t o d o s u s objetos, ofrecién-
r o n d a r p o r los a l r e d e d o r e s , y llegada la n o c h e volví á
d o m e u n espejito d e bolsillo, q u e coloca á cierta
p a s a r p o r d e l a n t e d e la c a s a ; la p u e r t e c i l l a , sin c e r r a - distancia de m i s ojos, lo cual m e p e r m i t e v e r con m u -
d u r a , estaba e n t o r n a d a , y el viejo a s o m a b a la cabeza cha claridad la v e n t a n a d e la casa d e s i e r t a y la ange-
por f u e r a . Al v e r esto, resolví hablarle, y a c e r c á n d o m e lical figura de la joven. A q u e l o b j e t o m e tienta p o d e -
á él, p r e g u n t ó l e c o r t é s m e n t e : r o s a m e n t e , y le c o m p r o sin r e g a t e a r ; m a s a p e n a s h a g o
— ¿No vive en esta casa el consejero d e H a c i e n d a uso d e él, u n acceso d e catalepsia p a r e c e fijar fatal-
Binder? m e n t e m i s ojos en el espejito, sin q u e m e sea posible
— No — c o n t e s t ó el vejete s o n r i e n d o con desconfian- a p a r t a r l o s ; d e r e p e n t e c r e o v e r los h e r m o s o s ojos d e
za;— j a m á s ha p u e s t o a q u í los p i e s ni v e n d r á n u n c a , m i s e d u c t o r a desconocida, i n t e r p u e s t o s e n t r e el espe-
y t o d o el m u n d o sabe q u e h a b i t a lejos d e este b a r r i o . jito y y o ; u n s e n t i m i e n t o d e t e r n u r a inefable h a c e
Al p r o n u n c i a r e s t a s p a l a b r a s r e t i r ó la cabeza y d i ó m e palpitar mi corazón...
con la p u e r t a en las n a r i c e s . Le oí t o s e r y a r r a s t r a r s e
p e s a d a m e n t e , p r o d u c i e n d o c o m o u n r u i d o d e llaves, y — T e n é i s u n precioso e s p e j i t o — m e dice d e p r o n t o
u n a voz j u n t o á m í .
p a r e c i ó m e q u e b a j a b a en el i n t e r i o r p o r u n a escalera.
P o r la p u e r t a e n t o r n a d a h a b í a o b s e r v a d o q u e en el D e s p i é r t o m e c o m o d e u n s u e ñ o , y n o es poca m i
v e s t í b u l o h a b í a t a p i c e s m u y r o í d o s , y sillones a n t i g u o s s o r p r e s a al v e r m e r o d e a d o d e u n círculo d e p e r s o n a s
d e tela escarlata. q u e n o conocía, y q u e s o n r í e n con expresión e q u í v o -
Á la m a ñ a n a s i g u i e n t e , á eso del m e d i o día, u n a ca, cual si m i r a s e n á u n loco.
f u e r z a irresistible m e a t r a j o al m i s m o sitio, y esta vez — T e n é i s u n e s p e j o maravilloso—repite la m i s m a
voz
; p e r o ¿ p o d r í a saberse q u é p r e o c u p a t a n t o vues-
vi, ó creí ver, e n la v e n t a n a del p r i m e r piso, la corti-
tra atención r ¿ E s t á i s acaso en relaciones con los es-
nilla d e s a r g a v e r d e m e d i o l e v a n t a d a ;' u n d i a m a n t e
píritus ?
brilló, y d e s p u é s u n a m u j e r e n c a n t a d o r a , a p o y a d a e n
la s a l i e n t e i n t e r i o r , t e n d i ó m e los brazos con a i r e s u - El i n d i v i d u o q u e m e dirigía esta p r e g u n t a , m e p a r e -
p l i c a n t e . P r e g u n t á n d o m e si s o ñ a b a , b u s q u é con la vis- ció u n a p e r s o n a f o r m a l ; v e s t í a con e l e g a n t e sencillez,
ta u n sitio d o n d e p u d i e r a c o n t i n u a r m i s o b s e r v a c i o n e s y la dulce e x p r e s i ó n d e su s e m b l a n t e i n s p i r a b a con-
fianza. No p u d e m e n o s d e confesarle sin r o d e o s lo q u e de m i alucinación, y cierta m a ñ a n a , al cogerlo p a r a
e x p e r i m e n t a b a , y p r e g ú n t e l e si n o había o b s e r v a d o p o n e r l e en mi t o c a d o r , p a r e c i ó m e q u e el cristal estaba
t a m b i é n a q u e l l a a d m i r a b l e figura. e m p a n a d o ; soplé la l u n a , p a s é s o b r e ella un p a ñ o y
—A f e m í a , caballero — c o n t e s t ó — c r e o t e n e r ojos m e m i r e . . . ¡ Oh ! a ú n m e e s t r e m e z c o al r e c o r d a r l o
b a s t a n t e b u e n o s , y Dios q u i e r a q u e no necesite las an- En vez d e m i s facciones, vi las de la m i s t e r i o s a desco-
t i p a r r a s h a s t a d e a q u í á m u c h o s a ñ o s . He visto la figu- nocida de la casa d e s i e r t a ; s u s ojos e s t a b a n llenos de
ra d e q u e h a b l á i s ; p e r o creo q u e es u n r e t r a t o al óleo, l a g r i m a s , y fijábanse en m í con u n a e x p r e s i ó n m á s
p i n t a d o p o r un excelente a r t i s t a . . . dolorida a ú n q u e la p r i m e r a vez.
Me a p r e s u r é á m i r a r d e n u e v o , p e r o y a h a b í a n La sensación q u e e x p e r i m e n t é f u é tan violenta q u e
c o r r i d o la cortinilla. los días s i g u i e n t e s no hice m á s q u e p a s a r y r e p a s a r
— V e d , caballero—añadió m i i n t e r l o c u t o r — e l ancia- p o r delante d e la casa d e s i e r t a . La i m a g e n d e la her-
n o c r i a d o del c o n d e S ' " \ d u e ñ o de esa c a s u c h a , acaba m o s a joven se m e r e p r e s e n t a b a en t o d o s m i s p e n s a -
d e d e s c o l g a r el r e t r a t o p a r a l i m p i a r el polvo, y ha m i e n t o s ; sólo vivía para el f a n t a s m a ; y p a r e c i ó m e q u e
v u e l t o á c e r r a r la v e n t a n a . e n t r e m, y a q u e l s é r d e n a t u r a l e z a desconocida se es-
—¿ Estáis s e g u r o ? — p r e g u n t é con aire c o n s t e r n a d o . tablecían relaciones físicas, a u n q u e invisibles. Poco á
— T a n c i e r t o c o m o q u e estoy vivo. M i r a n d o el objeto poco ca, en u n e s t a d o de languidez q u e m i n a b a los
en el espejito, u n a ilusión óptica os ha e n g a ñ a d o , y ó r g a n o s d e m i vida ; era u n a mezcla d e dolor y d e vo-
lo m i s m o m e h u b i e r a s u c e d i d o á mí á v u e s t r a edad, l u p t u o s i d a d q u e m e debilitaba, y no podía o p o n e r
con t a n a r d i e n t e i m a g i n a c i ó n . resistencia a l g u n a á aquella influencia s o b r e n a t u r a l
T e m i e n d o p e r d e r el juicio, y sin tener a p e n a s f u e r z a
— P e r o yo h e visto m o v e r la m a n o y el brazo—excla-
p a r a a n d a r , f u i á ver á u n m é d i c o célebre q u e se ocu-
m é d e n u e v o , p r e s a d e u n a s o m b r o difícil d e des-
p a b a e s p e c i a l m e n t e del t r a t a m i e n t o p r e v e n t i v o de las
cribir.
dolencias m e n t a l e s ; le referí t o d o c u a n t o m e p a s a b a
—No d i g o lo c o n t r a r i o — r e p l i c ó m i i n t e r l o c u t o r , son-
h a c a a l g ú n t i e m p o , y s u p l i q u é l e q u e no m e a b a n d o -
r i e n d o con irónica cortesía. Y d a n d o m e d i a vuelta,
nara en u n estado p e o r q u e la m u e r t e .
alejóse d i c i e n d o : — Desconfiad d e los e s p e j o s q u e el
diablo f a b r i c a . P a s a d l o b i e n . - T r a n q u i l i z a o s - m e dijo el d o c t o r - - t e n é i s el espí-
Ya c o m p r e n d e r é i s , q u e r i d o lector, c u á n t o debí su- ritu e n f e r m o , p e r o conocéis m u y bien la causa d e la
f r i r al v e r m e t r a t a d o c o m o u n visionario imbécil. Po- p e r t u r b a c i ó n , y esto es ya una condición favorable
seído d e cólera y a v e r g o n z a d o , corrí á e n c e r r a r m e en p a r a c u r a r o s . P o r lo pronto, dejad a q u í v u e s t r o espe-
mi casa, bien r e s u e l t o á no o c u p a r m e m á s de la casa jito; volved a casa ; b u s c a d a l g u n a o c u p a c i ó n q u e ab-
desierta. sorba t o d a s v u e s t r a s f a c u l t a d e s , y d e s p u é s de h a b e r
A l g u n o s a s u n t o s q u e debía a r r e g l a r m e ocuparon t r a b a j a d o a n i m o s a m e n t e , fatigad el c u e r p o p o r u n lar-
la noche
v a r i o s d í a s , c o n t r i b u y e n d o n o poco á c a l m a r mi cere- > ¡ d á visitar a v u e s t r o s
b r o ; por las n o c h e s , sin e m b a r g o , e x p e r i m e n t a b a so-
b r e x c i t a c i o n e s c a l e n t u r i e n t a s ; p e r o p u d e resistir sin un a l i l ^ T 1 0 ? C ° n e l l 0 S ' A g r e g a d á e s t e ^ m e n
™ a l i m e n t o f u e r t e , y p a r a b e b i d a , vinos g e n e r o s o s .
dificultad. Había vuelto á s e r v i r m e del espejito, causa T o d o v u e s t r o mal está solo en u n a idea fija ; si conse-
p e r d i e r o n poco á poco la m i r a d a , y s u s m i e m b r o s el
m o v i m i e n t o ; al fin q u e d ó rígido c o m o u n a e s t a t u a , y
sólo d e vez en c u a n d o a c o m e t í a n l e e s p a s m o s convulsi-
vos, p e r o n o se m o v í a . L l a m é al p u n t o á u n m é d i c o ,
q u e le s o m e t i ó á la influencia m a g n é t i c a , lo cual p a r e -
ció p r o d u c i r l e a l g ú n alivio; p e r o m u y p r o n t o h u b o de
r e n u n c i a r á este m e d i o , p o r q u e no p o d í a a d o r m e c e r
al p a c i e n t e sin e x p e r i m e n t a r á su vez c o m o u n a sensa-
ción de s u f r i m i e n t o q u e n o se podía explicar. Sin e m -
b a r g o , c u a n d o t e r m i n ó el acceso, el oficial, á q u i e n el
d o c t o r había i n s p i r a d o confianza por s u s a t e n c i o n e s ,
refirióle q u e en m e d i o d e s u s crisis se le a p a r e c í a la
i m a g e n d e u n a m u j e r , á la cual había conocido en
P i s a ; a q u e l f a n t a s m a t e n í a u n a m i r a d a q u e le a t r a v e -
saba el corazón c o m o u n h i e r r o c a n d e n t e , y c u a n d o
cesaba este dolor ficticio, caía en u n a especie de letar-
go, al q u e s e g u í a n m i g r a ñ a s intolerables a c o m p a ñ a d a s
d e u n a p o s t r a c i ó n c o m p l e t a d e t o d o s los ó r g a n o s , c o m o
si h u b i e s e a b u s a d o d e las v o l u p t u o s i d a d e s s e n s u a l e s .
P o r lo d e m á s , n o q u i s o r e f e r i r n u n c a lo q u e h a b í a p a -
sado en o t r o t i e m p o e n t r e él y la m u j e r de Pisa. C i e r -
to día, el coronel recibió o r d e n de p a s a r con su regi-
m i e n t o á la v a n g u a r d i a , y m i e n t r a s p r e p a r a b a n su
e q u i p a j e s e n t ó s e á la m e s a p a r a a l m o r z a r ; m a s a p e n a s
acercó á s u s labios u n a copa d e vino d e M a d e r a , cayó
m u e r t o , p r o f i r i e n d o u n g r i t o a h o g a d o . El m é d i c o
o p i n ó q u e a q u e l l o habia sido u n a t a q u e a p o p l é t i c o
f u l m i n a n t e . Dos ó t r e s s e m a n a s d e s p u é s recibí u n a
carta d i r i g i d a al coronel, y abríla sin vacilar, e s p e r a n -
d o q u e c o n t u v i e s e a l g u n o s d a t o s s o b r e la familia d e
mi h u é s p e d : la c a r t a - e r a d e Pisa, y sólo hallé en ella
las s i g u i e n t e s p a l a b r a s sin firma: « ¡ P o b r e a m i g o !
h
°y> 7 J á m e d i o día, A n t o n i a h a m u e r t o c r e y e n d o
a b r a z a r t u s o m b r a ! . . . » E r a n p r e c i s a m e n t e el día y la
h o r a en q u e el coronel había e s p i r a d o . T r a t a d d e ex-
plicar eso.
No p o d r í a e x p r e s a r el e s p a n t o q u e m e sobrecogió al agitaba en la m a n o u n a s correas, h a c i e n d o a d e m á n d e
r e c o n o c e r la analogía e n t r e m i s s e n s a c i o n e s y las q u e a d m i n i s t r a r un correctivo á la p o b r e m u j e r t e n d i d a en
e x p e r i m e n t a r a el coronel: u n a n u b e pasó p o r m i s ojos; el suelo. A d e l a n t é m e al p u n t o para c o n t e n e r su brazo:
z u m b á r o n m e los oídos, cual si r e s o n a s e j u n t o á ellos el p e r o r e c h a z á n d o m e con una f u e r z a d e q u e n o le h u b i e r a
l ú g u b r e t a ñ i d o d e u n a c a m p a n a , i m p i d i é n d o m e oir el creído capaz, limitóse á d e c i r m e : « ¡ E h ! ¿no veis q u e á
fin del r e l a t o ; m i i m a g i n a c i ó n se e x a l t ó h a s t a el deli- no ser p o r m í ya os h a b r í a e s t r a n g u l a d o esta loca ?
rio, y salí c o r r i e n d o d e la sala p a r a ir á la casa d e s i e r - ¡Salid, salid d e a q u í m á s p r o n t o d e lo q u e h a b é i s en-
ta. Desde lejos p a r e c i ó m e d i s t i n g u i r claridad d e t r á s trado!»
d e las p e r s i a n a s c e r r a d a s ; m a s al a c e r c a r m e , ya no vi Al oir e s t a s p a l a b r a s s o b r e c o g i ó m e u n v é r t i g o y m e
n a d a . Mi alucinación iba en a u m e n t o ; m e p r e c i p i t o lancé f u e r a d e la sala, b u s c a n d o á t i e n t a s u n a p u e r t a
contra la p u e r t a q u e cede á mi e m p u j e , y p e n e t r o en p a r a salir de aquella casa fatal; d e p r o n t o oí los g r i t o s
el vestíbulo, d o n d e u n v a p o r cálido y acre m e o p r i m e d e la loca mezclándose con el r u i d o d e los golpes q u e
la g a r g a n t a . . . De r e p e n t e oigo u n g r i t o d e m u j e r á d o s el viejo no le escaseaba, y quise volar en su auxilio;
p a s o s d e mí, y n o sé c ó m o hállome d e i m p r o v i s o en p e r o de p r o n t o p e r d í p i e , caí r o d a n d o p o r u n a escale-
u n salón r e s p l a n d e c i e n t e d e luces, d e c o r a d o con g r a n ra, y un m o m e n t o d e s p u é s chocaba c o n t r a la p u e r t a d e
lujo al estilo d e la E d a d - m e d i a , y de v a r i a s cazoletas un g a b i n e t e q u e se a b r i ó p o r la f u e r z a del golpe. Era
d e s p r e n d í a n s e n u b e s a z u l a d a s , q u e e m b a l s a m a n d o el una p e q u e ñ a habitación, y á juzgar por la c a m a d e s -
aire con e m b r i a g a d o r e s p e r f u m e s , e l e v á b a n s e h a c i a la hecha y las p r e n d a s d e vestir q u e vi en u n a silla, adi-
bóveda. viné q u e a q u e l era el c u a r t o del criado. A p e n a s h u b e
—¡Oh! ¡bienvenido seas, n o v i o mío!—exclamó la voz vuelto en m í , p e s a d o s p a s o s hicieron c r u j i r la escale-
d e m u j e r q u e a n t e s oí. r a : era el viejo, q u e volvía d e s p u é s de t e r m i n a d a la
ejecución n o c t u r n a .
Sólo e n t o n c e s fijé la a t e n c i ó n en u n a m u j e r joven,
q u e vestía t r a j e d e d e s p o s a d a , y q u e se a c e r c a b a á m i — ¡Caballero!—exclamó arrodillándose á mis pies
con los brazos a b i e r t o s ; al m i r a r l a m á s d e cerca, n o t é — q u i e n q u i e r a q u e seáis, os c o n j u r o á g u a r d a r el m á s
q u e t e n í a el r o s t r o a m a r i l l e n t o y e s p a n t o s a m e n t e cris- a b s o l u t o silencio s o b r e t o d o c u a n t o h a b é i s visto a q u í ,
p a d o , al p a r e c e r por la d e m e n c i a , y r e t r o c e d í con te- p u e s la m e n o r indiscreción m e p e r d e r í a , p o r q u e soy
m o r ; p e r o la m u j e r se a p r o x i m a b a s i e m p r e , y e n t o n - u n p o b r e viejo q u e no s a b r í a ya c ó m o g a n a r el p a n .
ces creí o b s e r v a r q u e aquel s e m b l a n t e tan feo e r a tan Acabo d e c a s t i g a r r u d a m e n t e á la loca, y la h e a t a d o
sólo u n a c a r e t a d e c r e s p ó n , bajo la cual se d i b u j a b a n bien en s u c a m a ; d e m o d o q u e t o d o está t r a n q u i l o
con d u l c e s u a v i d a d las facciones ideales del s é r q u e y o a h o r a . Id á d e s c a n s a r , b u e n caballero, d o r m i d en paz,
había s o ñ a d o . S u s m a n o s tocaban ya á las m í a s , c u a n - y olvidad, s o b r e todo, c u a n t o h a b é i s visto e s t a noche.
d o de p r o n t o cayó en t i e r r a , p r o f i r i e n d o u n g e m i d o , Al decir esto, el vejete cogió u n a luz, i n v i t ó m e á
y al m i s m o t i e m p o oí m u r m u r a r d e t r á s d e m í : « ¡ H u , pasar delante, h í z o m e s u b i r á pie la escalera q u e había
h u ! ¡á la c a m a , a m i g u i t a m í a , á la c a m a , ó d e lo con- b a j a d o d e cabeza, y c o n d ú j o m e á la p u e r t a d e salida,
t r a r i o p r o b a r á s las correas!» Al volver la cabeza vi d e - la cual c e r r ó c o r r i e n d o los cerrojos. Yo corrí á ence-
lante d e mí al h o m b r e del levitón d e color d e café q u e r r a r m e en mi habitación, m u d o d e a s o m b r o y p e n s a n -
d o en m i s i n g u l a r e n c u e n t r o : necesité casi e s f u e r z o s s e c r e t o al d o c t o r K***, q u i e n debía e n c a r g a r s e d e la
s o b r e n a t u r a l e s p a r a alejar de mi e s p í r i t u las e s p a n t o - c u r a c i ó n de la p o b r e d e m e n t e . En a q u e l m o m e n t o el
s a s a l u c i n a c i o n e s p r o d u c i d a s p o r el m a l d i t o espejo doctor, q u e p a s a b a j u n t o á n o s o t r o s , y á q u i e n y o
encantado. había c o n s u l t a d o s o b r e los r e m e d i o s p a r a c o m b a t i r
A l g ú n t i e m p o d e s p u é s e n c o n t r é en u n a r e u n i ó n al mis alucinaciones, detúvose para informarse de m i
conde P***, q u e c o n d u c i é n d o m e á sitio m á s r e t i r a d o , salud, lo cual m e p r o p o r c i o n ó ocasión d e o b t e n e r a l g u -
d í j o m e s o n r i e n d o q u e estaba s o b r e la pista d e los mis- nos detalles acerca d e la h i s t o r i a d e la m u j e r c a u t i v a
t e r i o s d e la casa d e s i e r t a . P r e c i s a m e n t e en a q u e l m o - en la casa d e s i e r t a .
m e n t o el criado a n u n c i ó q u e la m e s a e s t a b a servida, y Angélica, condesa d e Z***, dijo el d o c t o r , hallábase á
n o p u d e e s c u c h a r la n a r r a c i ó n del conde. Ofrecí m i los t r e i n t a a ñ o s en el a p o g e o d e su h e r m o s u r a , c u a n d o
m a n o á u n a s e ñ o r i t a p a r a d i r i g i r n o s al c o m e d o r , s e g ú n el conde d e S***, b a s t a n t e m á s joven, se e n a m o r ó d e
es c o s t u m b r e en la alta sociedad, y no f u é poca m i ella p e r d i d a m e n t e y n o p e r d o n ó m e d i o p a r a q u e se le
s o r p r e s a c u a n d o al fijar la vista en s u s facciones reco- a d m i t i e r a e n la f a m i l i a ; p e r o en u n v i a j e q u e hizo al
nocí las del s é r ideal q u e se r e t r a t a b a en m i e s p e j o . Al castillo d e Z*" á fin d e p e d i r la m a n o d e la q u e le h a b í a
m a n i f e s t a r yo á la d a m a q u e m e p a r e c í a h a b e r l a visto i n s p i r a d o t a n a r d i e n t e pasión, vió á Gabriela, h e r m a n a
en a l g u n a p a r t e , c o n t e s t ó m e q u e no podía ser así, p u e s d e A n g é l i c a ; este incidente t r a s t o r n ó t o d a s s u s s e n s a -
a c a b a b a d e llegar á W*** p o r p r i m e r a vez en su vida. ciones, c a m b i a n d o s ú b i t a m e n t e s u s p r o y e c t o s . D e s d e
Al c o n t e s t a r así, d i r i g i ó m e u n a m i r a d a t a n s e d u c t o r a , a q u e l i n s t a n t e , Angélica p e r d i ó á sus ojos t o d o s los
q u e m e electrizó. H a b l a m o s l a r g a m e n t e , y a u n q u e d u - e n c a n t o s d e q u e al p r i n c i p i o le p a r e c í a r e v e s t i d a ;
r a n t e la c o n v e r s a c i ó n m e m o s t r é algo a u d a z en m i s m i e n t r a s q u e Gabriela le p a r e c i ó r a d i a n t e d e h e r m o -
e x p r e s i o n e s , esto n o p a r e c i ó d e s a g r a d a r á la d a m a , q u e s u r a , p o r lo cual pidió su m a n o e n vez d e la d e A n g é -
p o r s u p a r t e m e dió p r u e b a s d e d i s t i n c i ó n y t a l e n t o . lica. E s t a ú l t i m a n o se quejó, p u e s su orgullo la i n d u j o
L l e g a d o s los p o s t r e s , y al servirse el c h a m p a ñ a , quise á c o n s i d e r a r la c u e s t i ó n bajo u n p u n t o d e vista m u y
llenar su copa, p e r o h a b i e n d o c h o c a d o el cristal p o r consolador. « No es ese joven p r e s u m i d o q u i e n me d e s -
inadvertencia, produjo un sonido triste y agudo. En p r e c i a , solía d e c i r ; yo soy la q u e n o le quiero.» Sin
el m i s m o m o m e n t o o b s e r v é q u e la f r e n t e d e la linda e m b a r g o , d e r e p e n t e d e j ó de p r e s e n t a r s e en sociedad,
d a m a se c u b r í a d e u n a palidez m o r t a l , y p a r e c i ó m e y sólo a l g u n a vez se la e n c o n t r a b a en la p a r t e m á s
q u e a c a b a b a d e oir la voz d e falsete d e la m i s t e r i o s a s o m b r í a y solitaria del p a r q u e d e su p a d r e .
a n c i a n a d e la casa d e s i e r t a . En el t r a n s c u r s o d e la C i e r t o día, los s e r v i d o r e s del castillo d e Z*** persi-
n o c h e b u s q u é ocasión d e r e u n i r m e con el conde P***, g u i e r o n á u n a cuadrilla de g i t a n o s l a d r o n e s q u e hacía
p o r q u i e n s u p e q u e la s e d u c t o r a joven con q u i e n h a b í a a l g ú n t i e m p o asolaba el pais con el pillaje y el i n c e n -
h a b l a d o era la c o n d e s a E d w i n e d e S*", c u y a tía estaba dio, y en u n a c a r r e t a c o n d u j e r o n bien m a n i a t a d o s á
e n c e r r a d a c o m o loca en la casa d e s i e r t a . A q u e l día s u s p r i s i o n e r o s h a s t a el p a t i o del castillo. E n t r e a q u e -
m i s m o , m a d r e é hija h a b í a n visitado á la infeliz reclu- llos b a n d i d o s , la f i s o n o m í a m á s n o t a b l e e r a la d e u n a
s a ; y c o m o el viejo c r i a d o se sintiera i n d i s p u e s t o d e a n c i a n a flaca y d e c r é p i t a , c u b i e r t a , m á s b i e n q u e ves-
r e p e n t e , las d o s d a m a s h u b i e r o n de c o m u n i c a r s u triste tida, d e u n o s a n d r a j o s de color d e e s c a r l a t a , y q u e , d e
p i e en la c a r r e t a , g r i t a b a i m p e r i o s a m e n t e q u e le era les en l i b e r t a d y se les dió p a s a p o r t e p a r a q u e conti-
preciso b a j a r . El conde Z'**, i n f o r m a d o d e aquella cap- n u a r a n su viaje. En c u a n t o á la vieja de los a n d r a j o s
t u r a , habia salido d e s u s h a b i t a c i o n e s y daba o r d e n d e de color d e escarlata, h a b í a d e s a p a r e c i d o sin q u e se
p r e p a r a r los s u b t e r r á n e o s p a r a q u e p u d i e r a n servir d e p u d i e r a saber en q u é d i r e c c i ó n . Cada c u a l hizo s u s
prisión á los m e r o d e a d o r e s q u e la s u e r t e ponía en s u s reflexiones y n o pocas h i p ó t e s i s sobre la c o n d u c t a del
m a n o s , c u a n d o d e r e p e n t e la c o n d e s a Angélica p e n e - conde d e Z"": decíase q u e el jefe d e los g i t a n o s h a b í a
t r ó en el p a t i o , con el cabello d e s c o m p u e s t o , y c a y e n d o t e n i d o u n a larga conferencia n o c t u r n a con el noble
de rodillas, pidió con r u e g o s y sollozos gracia p a r a los s e ñ o r , en la cual a m b o s se hicieron revelaciones ex-
g i t a n o s . D e s p u é s hizo brillar u n p u ñ a l i t o q u e llevaba traordinarias.
oculto y declaró q u e se d a r í a m u e r t e en el acto si se Sin e m b a r g o , a c e r c á b a s e el m o m e n t o d e celebrarse
hacia el m e n o r d a ñ o á aquella p o b r e g e n t e , c u y a ino- el m a t r i m o n i o d e G a b r i e l a : la v í s p e r a del d i a f i j a d o
cencia e s t a b a d i s p u e s t a á d e m o s t r a r . p a r a la c e r e m o n i a , Angélica hizo c a r g a r en u n coche
— ¡Viva la h e r m o s a ! — g r i t ó la a n c i a n a — n o se m e t o d o c u a n t o p o s e í a y a b a n d o n ó el castillo, a c o m p a ñ a -
o c u l t a b a q u e t ú s e r í a s u n a b o g a d o á q u i e n se a t e n - da en su f u g a d e u n a sola m u j e r , q u e , s e g ú n se dijo,
dería. p a r e c í a u n a g i t a n a . P a r a e v i t a r u n escándalo, el c o n d e
Y c o m o Angélica cayese sin s e n t i d o , cual si la h u - d e Z**" explicó el incidente con u n m o t i v o plausible,
biese a n i q u i l a d o aquella explosión d e e n e r g í a , la a n - a n u n c i a n d o q u e su hija, afligida por u n c a s a m i e n t o
ciana, r o m p i e n d o las l i g a d u r a s q u e la s u j e t a b a n , arro- q u e excitaba s u s celos, h a b í a solicitado la d o n a c i ó n d e
dillóse j u n t o á la c o n d e s a y prodigóla los m á s solícitos u n a casita s i t u a d a en W . . . , d e c l a r a n d o q u e deseaba
c u i d a d o s . Sacó d e su bolsillo u n f r a s c o lleno d e u n r e t i r a r s e allí p a r a t e r m i n a r s u s d í a s en el a i s l a m i e n t o
licor en q u e parecía n a d a r u n pez d o r a d o , y a p e n a s le m á s a b s o l u t o . D e s p u é s de s u s bodas, el c o n d e S***
aplicó s o b r e el seno d e Angélica, la h e r m o s a joven m a r c h ó con su joven esposa á D..., para r e s i d i r en
a b r i ó los ojos, levantóse d e u n salto, c o m o si u n a nue- c i e r t o d o m i n i o , d o n d e , d u r a n t e un a ñ o , los recién ca-
va vida circulara en s u s v e n a s , y d e s p u é s d e a b r a z a r s a d o s d i s f r u t a r o n d e la m á s c o m p l e t a felicidad. De
e s t r e c h a m e n t e á la vieja g i t a n a , c o n d ú j o l a al i n t e r i o r r e p e n t e la s a l u d del conde se alteró, sin q u e se p u d i e -
del castillo. El conde Z***, á quien a c o m p a ñ a b a n en se a d i v i n a r la c a u s a ; u n p a d e c i m i e n t o í n t i m o p a r e c í a
a q u e l m o m e n t o su esposa y su hija Gabriela, c o n t e m - g a s t a r los ó r g a n o s de su v i d a ; r e h u s a b a t o d o s los cui-
p l a b a a q u e l l a escena e x t r a ñ a con u n a especie d e sor- d a d o s , y su e s p o s a n o p u d o c o n s e g u i r q u e le confesase
p r e s a mezclada de e s p a n t o . Los g i t a n o s , q u e se h a b í a n cuál era el m a l oculto q u e m i n a b a su existencia. Al
m a n t e n i d o i m p a s i b l e s , f u e r o n c o n d u c i d o s á los s u b t e - fin, d e s p u é s d e r e s i s t i r s e m u c h o , cedió á la v o l u n t a d
rráneos. d e los m é d i c o s , q u e le p r e s c r i b í a n u n viaje d e recreo,
Al día s i g u i e n t e r e u n i ó s e el consejo d e justicia, se y á poco m a r c h ó á Pisa. Gabriela, q u e e s t a b a en el ú l -
hizo c o m p a r e c e r á los p r i s i o n e r o s y sometióseles á u n t i m o m e s de su e m b a r a z o , n o p u d o s e g u i r l e en aquella
severo i n t e r r o g a t o r i o ; el conde Z"* declaró d e s p u é s , e x c u r s i ó n ; y la n i ñ a q u e dió á luz d e s a p a r e c i ó poco
en alta voz, q u e los reconocía i n o c e n t e s d e t o d o s los t i e m p o d e s p u é s d e n a c e r , sin q u e se p u d i e s e sospe-
actos d e v a n d a l i s m o c o m e t i d o s en sus t i e r r a s ; d e j ó s e - c h a r q u i é n sería el a u t o r ó a u t o r a del r a p t o . La aflic-
ción d e la m a d r e c o n t r i s t a b a á t o d o s , c u a n d o , p a r a m a - v e r d a d es q u e Angélica n o ha q u e r i d o a b a n d o n a r su
y o r d e s g r a c i a , llegó u n m e n s a j e r o del conde d e Z*** en r e t i r o ; h a b i t a sola en la casita d o n d e el c o n d e S*** f u é a
q u e se a n u n c i a b a q u e el conde S " \ en vez d e hallarse m o r i r á su lado. El s e c r e t o d e lo q u e o c u r r i ó e n t r e
en Pisa, a c a b a b a d e m o r i r en W . . . , en la casita solita- a q u e l l o s d o s s e r e s s i g u i ó siendo u n m i s t e r i o i m p e n e -
ria d o n d e Angélica se h a b í a r e t i r a d o : e s t a ú l t i m a e r a trable.
, p r e s a de u n a locura e s p a n t o s a , q u e los m é d i c o s no El c o n d e d e Z*" h a m u e r t o . Gabriela ha v e n i d o á
podían combatir. W . . . con E d w i n e p a r a a r r e g l a r a s u n t o s d e f a m i l i a ; y,
L a p o b r e Gabriela volvió á r e u n i r s e con su p a d r e . en c u a n t o a la r e c l u s a de la casa d e s i e r t a , hállase á la
Cierta n o c h e q u e r e f l e x i o n a b a t r i s t e m e n t e s o b r e la do- d i s c r e c i ó n b r u t a l del viejo g u a r d i á n , q u e , viviendo
ble p é r d i d a d e su esposo y d e s u n i ñ a , parecióle oir s i e m p r e en la soledad, se h a v u e l t o m a n i á t i c o .
sollozos, y, d e s p u é s d e e s c u c h a r a t e n t a m e n t e , recono-
ció q u e a q u e l ligero r u m o r p r o v e n í a d e u n a h a b i t a c i ó n El d o c t o r K"* t e r m i n ó su r e l a t o diciendo q u e m i i m -
i n m e d i a t a á la a l c o b a : l e v á n t a s e al p u n t o i n q u i e t a , p r e v i s t a p r e s e n c i a e n la casa d e s i e r t a h a b í a p r o v o c a d o ,
coge la lamparilla y a b r e con s u a v i d a d la p u e r t a . . . en los s e n t i d o s e m b o t a d o s d e Angélica, u n a crisis
| Q u é v e ! La g i t a n a d e los a n d r a j o s d e color d e escar- c u y o r e s u l t a d o p o d r í a r e s t a b l e c e r el equilibrio de s u s
lata está s e n t a d a en el suelo, con la m i r a d a fija, y en f a c u l t a d e s . P o r lo d e m á s , la h e r m o s a i m a g e n q u e y o
s u s b r a z o s a g í t a s e u n a c r i a t u r a q u e llora. R a r a vez el h a b í a visto r e f l e j a r s e en m i e s p e j o era la de E d w i n e ,
i n s t i n t o m a t e r n a l e n g a ñ a á las m u j e r e s : la c o n d e s a q u e , en el m o m e n t o d e m i c u r i o s a c o n t e m p l a c i ó n , vi-
Gabriela ha r e c o n o c i d o al p u n t o á s u n i ñ a ; p r e c i p í t a s e sitaba el asilo d e Angélica. P o c o t i e m p o d e s p u é s d e
s o b r e la vieja y a r r á n c a l e de los brazos el i n o c e n t e sér; estos a c o n t e c i m i e n t o s , q u e e s t u v i e r o n á p u n t o d e tras-
la g i t a n a q u i e r e r e s i s t i r , p e r o a q u e l l a violencia acaba t o r n a r m i c e r e b r o , u n a p r o f u n d a tristeza m e obligó a
d e a g o t a r s u s f u e r z a s , y vuelve á caer p e s a d a m e n t e d e j a r la r e s i d e n c i a d e W . . . ; y la e x t r a ñ a i m p r e s i ó n
p a r a no l e v a n t a r s e m á s . La c o n d e s a p r o f i e r e g r i t o s de q u e m e d o m i n a b a n o se disipó del t o d o h a s t a q u e ia
e s p a n t o ; los criados y t o d a la g e n t e del castillo llegan loca h u b o m u e r t o .
m o m e n t o s d e s p u é s , p e r o sólo ven ya u n c a d á v e r en
t i e r r a . El c o n d e d e Z*** se t r a s l a d a á la casita d e W . . .
p a r a i n t e r r o g a r á Angélica s o b r e la n i ñ a p e r d i d a y e n -
c o n t r a d a : en p r e s e n c i a d e s u p a d r e , la p o b r e loca p a -
rece r e c o b r a r un poco d e lucidez; p e r o m u y p r o n t o
el mal ejerce su f u n e s t o d o m i n i o ; Angélica comienza
á d i v a g a r ; s u s facciones se d e s c o m p o n e n y a d q u i e r e n
u n a odiosa s e m e j a n z a con las d e la g i t a n a d i f u n t a ;
llora y solloza, y con roncos y frenéticos acentos, insta
á los p r e s e n t e s á d e j a r l a sola.
El d e s g r a c i a d o p a d r e hace c r e e r al m u n d o q u e la
loca está e n c e r r a d a en u n o d e s u s castillos, p e r o la
EL REFLEJO PERDIDO
peza excitó la r i s a , m a s y o p r o c u r é m a n t e n e r m e s e r e n o
A h o r a bien, t o d o s los a ñ o s el diablo elige precisa-
p a r a l u c h a r c o n t r a la f a t a l i d a d ; sólo J u l i a n o se h a b í a
m e n t e e s t a época p a r a h a c e r m e a l g u n a j u g a r r e t a á su
r e í d o , y su m i r a d a se fijaba en m í con u n a e x p r e s i ó n
m o d o , y voy á citar u n a e n t r e mil. El c o n s e j e r o d e jus-
q u e m e hizo concebir a l g u n a e s p e r a n z a .
ticia d e n u e s t r a c i u d a d a c o s t u m b r a b a á o r g a n i z a r en
A los p o c o s m o m e n t o s l e v a n t ó s e p a r a p a s a r á u n
la n o c h e d e S a n S i l v e s t r e u n a brillante r e u n i ó n en ce-
salón c o n t i g u o , d o n d e u n i m p r o v i s a d o r d i v e r t í a á los
l e b r i d a d del p r ó x i m o a ñ o n u e v o . E n t r é en el salón d e
p r e s e n t e s . El a d o r n o blanco d e Julia hacía r e s a l t a r a d -
e s p e r a , y el d u e ñ o d e la casa salió al p u n t o á m i e n -
m i r a b l e m e n t e los e n c a n t o s d e s u b u s t o , el brillo d e s u s
c u e n t r o , c e r r á n d o m e el p a s o .
h o m b r o s d e a l a b a s t r o y la elegancia d e s u s f o r m a s ; en
— Q u e r i d o a m i g o — m e dijo con maliciosa sonrisa—
a q u e l l a m u j e r h a b í a s e d u c c i o n e s irresistibles, y p o r la
no podéis i m a g i n a r o s q u é deliciosa s o r p r e s a os t e n e -
g r a c i a d e s u a c t i t u d l l a m a b a d e s d e l u e g o la a t e n c i ó n .
mos reservada para esta noche.
A n t e s d e e n t r a r en la sala i n m e d i a t a , volvióse h a c i a
Al m i s m o t i e m p o , c o g i ó m e d e la m a n o y m e c o n d u j o
mí, y e n t o n c e s m e pareció q u e a q u e l r o s t r o d e t a n an-
al salón... E n t r e varias d a m a s d e la m á s e x q u i s i t a ele-
gélica belleza tenía cierta e x p r e s i ó n irónica, lo cual m e
gancia, s e n t a d a s en sofás d i s p u e s t o s en círculo al r e -
p r o d u j o u n m a l e s t a r indecible. Sin e m b a r g o , p o c o s
d e d o r d e la c h i m e n e a , d o n d e c h i s p o r r o t e a b a u n f u e g o
m i n u t o s d e s p u é s h a l l á b a m e j u n t o á Julia.
brillante, vi sus facciones a d o r a d a s . . . Era ELLA, la q u e
— Q u i s i e r a — d í j o m e á m e d i a voz y con dulce a c e n t o
hacía a ñ o s no h a b í a e n c o n t r a d o ni u n a sola vez. ¿ P o r
— q u e t o c a r a i s en el p i a n o u n o d e e s o s a i r e s s e n t i m e n -
q u é m i l a g r o se hallaba allí?... Al verla, d e t ú v e m e in-
tales q u e t a n t o m e a g r a d a b a n en o t r o t i e m p o . . .
móvil y m u d o .
C u a n d o iba á c o n t e s t a r , con la t e r n u r a p r o p i a de
— ¡ V a m o s ! — m e dijo el consejero e m p u j á n d o m e u n
nuestros recuerdos, varias personas, pasando entre
poco — ¡ v a m o s , á n i m o !
nosotros, nos separaron, é inútilmente b u s q u é después
— ¡Dios m í o ! — e x c l a m é a d e l a n t á n d o m e m a q u i n a l -
t o d o s los m e d i o s p a r a r e a n u d a r la c o n v e r s a c i ó n ; h u -
m e n t e — ¿sois vos, J u l i a , vos a q u í ?...
biérase d i c h o q u e Julia se esforzaba, p o r su p a r t e , p a r a
Al oir e s t a s p a l a b r a s , la d a m a se l e v a n t ó y m e dijo
h u i r d e m í . Poco d e s p u é s s e p a r á b a n o s sólo el c r i a d o
con f r i a l d a d :
q u e ofrecía los r e f r e s c o s ; la h e r m o s a t o m ó u n a copa
—Me alegro m u c h o veros; paréceme que vuestra
q u e c o n t e n í a u n s o r b e t e delicioso, y p r e s e n t ó m e l o di-
s a l u d es b u e n a .
ciendo :
Y v o l v i e n d o á s e n t a r s e , c o n t i n u ó la conversación con
—¿ Le aceptáis, a m i g o mío, con t a n t a alegría c o m o
u n a a m i g a s u y a , sin o c u p a r s e d e mí, y oí q u e le p r e -
la q u e h u b i é r a i s e x p e r i m e n t a d o en o t r o t i e m p o ?
g u n t a b a : « ¿ T e n d r e m o s a l g u n a b u e n a f u n c i ó n la se-
— ¡ O h , Julia, J u l i a ! — e x c l a m é , r o z a n d o s u s afilados
mana próxima?»
d e d o s , c u y o c o n t a c t o hizo c i r c u l a r p o r m i s v e n a s u n a
Estas p a l a b r a s m e d e j a r o n frío, y el t e m o r al r i d í c u l o
corriente de fuego.— ¡Oh Julia!...
m e hizo i n c u r r i r m á s en él. Al s a l u d a r á las d a m a s p a r a
No p u d e a ñ a d i r u n a p a l a b r a m á s ; p a r e c i ó m e q u e u n
e c l i p s a r m e c u a n t o a n t e s , t r o p e c é con el c o n s e j e r o q u e
velo c u b r í a m i s o j o s ; t o d o s los o b j e t o s d a b a n v u e l t a s
t o m a b a u n a taza d e té, y la s a c u d i d a hizo saltar el
a mi a l r e d e d o r , y n a d a o í a ; c u a n d o volví en mí, h a -
h u m e a n t e l í q u i d o sobre s u s p u ñ o s d e e n c a j e . Mi tor-
lléme, con la m a y o r s o r p r e s a , m e d i o e c h a d o en u n g u n t a el t a b e r n e r o d e s c u b r i é n d o s e r e s p e t u o s a m e n t e .
sofá, e n u n g a b i n e t e lleno d e p e r f u m e s . . . J u l i a , incli- —Un j a r r o d e cerveza y tabaco—le c o n t e s t o .
n a d a sobre m í , m i r á b a m e con a m o r , c o m o en o t r o Gracias al r e f r e s c a n t e l i q u i d o d e n u e s t r o s b u e n o s
tiempo. a l e m a n e s , h á l l o m e m u y p r o n t o e n u n e s t a d o d e satis-
— ¡ Oh ! — exclamé tratando de atraerla á mi corazón facción tal, q u e el diablo, d e s p u é s d e e m p u j a r m e t o d a
— y a te h e e n c o n t r a d o p a r a s i e m p r e , á n g e l d e a m o r y la noche, juzgó o p o r t u n o sin d u d a d e j a r m e d e s c a n s a r
d e poesía... ¡Tu vida es m í a , y n a d a n o s s e p a r a r á ya!... h a s t a el día s i g u i e n t e .
E n a q u e l m i s m o i n s t a n t e , u n a h e d i o n d a figura, con Mi t r a j e d e baile, así c o m o la e x p r e s i ó n d e m i fiso-
l a r g a s p a t a s d e a r a ñ a y ojos d e s a p o , q u e p a r e c í a n sa- n o m í a , d e b í a n p r o d u c i r u n efecto e x t r a o r d i n a r i o en
lirse d e la f r e n t e , a b r i ó b r u s c a m e n t e la p u e r t a del ga- c u a n t o s m e m i r a b a n ; y ya el t a b e r n e r o iba á d i r i g i r m e
binetito, g r i t a n d o con voz chillona : p r e g u n t a s , c u a n d o u n a m a n o v i g o r o s a g o l p e ó en la
—¿ Dónde diablos está mi m u j e r ? v e n t a n a del e s t a b l e c i m i e n t o , y u n a voz g r i t ó : « A b r i d ,
J u l i a , a s u s t a d a , d e s a p a r e c i ó al p u n t o . ¡Julia se h a b í a a b r i d , soy y o ! »
c a s a d o ; estaba p e r d i d a p a r a m í ! A p e n a s e n t r e a b r i ó la p u e r t a , p o r q u e ya e r a m u y
Salí c o m o u n loco de aquella casa m a l d i t a , y sin t a r d e , u n p e r s o n a j e q u e p a r e c í a n o t e n e r m á s q u e los
a l i e n t o , con la cabeza d e s n u d a , r e c o r r í las calles en h u e s o s y la piel, deslizóse en la sala, m a n t e n i é n d o s e
m e d i o d e la t e m p e s t a d . Las veletas r e c h i n a b a n en los s i e m p r e p e g a d o á la p a r e d ; s e n t ó s e d e s p u é s f r e n t e á
t e j a d o s , cual m o c h u e l o s p o s e í d o s d e t e r r o r , y las r á f a - mi, y el p a t r ó n p u s o en su m e s a d o s c a n d e l a b r o s . El
g a s del v i e n t o d e la n o c h e , q u e i m p e l í a n e n el espa- recién llegado tenía u n a figura d i s t i n g u i d a , p e r o la
cio t o r b e l l i n o s de nieve, s e m e j a b a n g r i t o s d e d e m o - e x p r e s i ó n d e s u s e m b l a n t e e r a m u y melancólica; pidió
nios q u e se m o f a b a n de mi fiebre y d e m i d e s e s p e r a - t a m b i é n u n j a r r o d e cerveza y u n a p i p a con tabaco, y
ción. d e s p u é s p a r e c i ó a b i s m a r s e en s u s r e f l e x i o n e s , lan-
z a n d o á intervalos e n o r m e s b o c a n a d a s d e h u m o , q u e
m e z c l á n d o s e con las m í a s , n o s r o d e a r o n m u y p r o n t o
d e u n a b r u m a n a r c ó t i c a . Yo c o n t e m p l a b a á m i h o m b r e
a t r a v é s d e a q u e l l a n u b e sin decir p a l a b r a : su cabello
n e g r o f o r m a b a rizos, c o m o las cabezas d e R u b e n s ; lle-
v a b a u n a levita e s t r e c h a a d o r n a d a con a l a m a r e s , y lo
q u e m á s m e s o r p r e n d i ó f u é q u e e n c i m a d e las botas
C o r r i e n d o d e calle en calle c o m o u n caballo salvaje, calzaba u n a s zapatillas f o r r a d a s . C u a n d o h u b o a c a -
llegué f r e n t e á la t a b e r n a d e los Cazadores: u n g r u p o b a d o d e f u m a r su p i p a , sacó d e u n e s t u c h e d e hoja
d e a l e g r e s jóvenes salía en a q u e l m o m e n t o e n t o n a n - d e lata m u c h a s p l a n t a s , e x t e n d i ó l a s s o b r e la m e s a y
do a l e g r e s c a n t o s y p r o f i r i e n d o r u i d o s a s c a r c a j a d a s . c o m e n z ó a e x a m i n a r l a s u n a d e s p u é s d e o t r a con visi-
D e v o r a d o p o r u n a sed a r d i e n t e , p e n e t r o e n la t a b e r n a ble c o n t e n t o . P a r a e n t a b l a r conversación, le c u m p l i -
y m e dejo caer sin a l i e n t o s en u n b a n c o . m e n t é s o b r e los c o n o c i m i e n t o s q u e al p a r e c e r t e n í a en
— ¿ Q u é se ha d e s e r v i r al c a b a l l e r o ? — m e p r e - botanica, y esto le hizo s o n r e i r d e u n a m a n e r a s i n g u l a r .
— E s t a s y e r b a s q u e v e i s — m e c o n t e s t ó — sólo t i e n e n mil y mil c o n t r a r i e d a d e s con q u e h e m o s d e l u c h a r en
v a l o r p o r s u r a r e z a ; yo m i s m o las cogi en la falda y en la vida; d i a r i a m e n t e y por t o d a s p a r t e s d e j a m o s u n pe-
la c i m a del C h i m b o r a z o . dazo d e n u e s t r a p o b r e existencia en a l g ú n p e r c a n c e d e
Ya iba á p r e g u n t a r l e o t r a cosa, c u a n d o volvieron á q u e n o p o d r í a p r e s e r v a r n o s t o d a la p r u d e n c i a h u m a n a .
l l a m a r á la p u e r t a d e la t a b e r n a ; el p a t r ó n se l e v a n t ó , —Á f e m í a — r e p l i q u é — y o soy u n e j e m p l o i n c o n t e s -
y oyóse u n a voz q u e g r i t a b a d e s d e f u e r a : «Macedme el table d e esa v e r d a d , p o r q u e esta m i s m a noche h e de-
f a v o r d e c u b r i r v u e s t r o espejo.» j a d o m i s o m b r e r o y m i capa, á c o n s e c u e n c i a d e u n
— ¡ A h ! — r e p u s o el t a b e r n e r o — el g e n e r a l L u v a r o w e n o j o s o i n c i d e n t e , en el g u a r d a r r o p a del s e ñ o r conse-
llega m u y t a r d e esta n o c h e . jero d e justicia.
Al m i s m o t i e m p o , u n h o m b r e c i l l o flaco, e m b o z a d o Al oir estas p a l a b r a s , m i s d o s i n t e r l o c u t o r e s se es-
en u n a capa d e color o s c u r o , e n t r ó en la t a b e r n a d a n - t r e m e c i e r o n c o m o p o r efecto d e u n a violenta s a c u d i -
d o saltitos y f u é á s e n t a r s e e n t r e el v i a j e r o del C h i m - d a : el h o m b r e c i l l o m e lanzó u n a m i r a d a s i n i e s t r a , d e
borazo y yo. e x p r e s i ó n v e r d a d e r a m e n t e diabólica, saltó á u n a silla
—¡Qué frío hace p o r la calle—dijo—y q u é h u m o h a y y a j u s t ó c u i d a d o s a m e n t e la cortinilla d e s a r g a roja
a q u í ! Q u i s i e r a u n polvo d e r a p é . con q u e el t a b e r n e r o h a b í a c u b i e r t o el e s p e j o , m i e n t r a s
A p r e s u r ó m e á presentarle mi tabaquera de acero q u e el h o m b r e del C h i m b o r a z o d e s p a b i l a b a las velas
p u l i m e n t a d o c o m o u n cristal, r e g a l o d e u n a m i g o á c o m o p a r a q u e n o se p u d i e r a f o r m a r la m e n o r s o m -
q u i e n y o a p r e c i a b a m u c h o ; m a s a p e n a s el h o m b r e c i l l o b r a . No sin dificultad se r e a n u d ó la c o n v e r s a c i ó n , y
h u b o fijado la vista en el objeto, dió u n salto hacia hablóse s o b r e las o b r a s d e u n joven p i n t o r , m u y cele-
a t r á s y e x c l a m ó r e c h a z á n d o l a con a m b a s m a n o s : bradas entonces.
— ¡Id al diablo con v u e s t r o m a l d i t o espejo!...» — S u s r e t r a t o s son a d m i r a b l e s p o r la s e m e j a n z a -
Al oir estas p a l a b r a s , m i r é á m i i n t e r l o c u t o r con dijo el v i a j e r o del C h i m b o r a z o , t a n t o q u e sólo les fal-
aire d e a s o m b r o ; s u s f a c c i o n e s se d e s c o m p o n í a n y t a r l a h a b l a r ; tal e s su a n i m a c i ó n , q u e se t o m a r í a n p o r
e s t a b a pálido c o m o u n m u e r t o , m a s n o m e atreví a la i m a g e n r o b a d a á u n espejo.
p r e g u n t a r l e la causa d e s u i n d i s p o s i c i ó n , p u e s p a r e - — ¡ Q u é e s t u p i d e z ! — e x c l a m ó el h o m b r e c i l l o a g i t á n -
c í a m e q u e en a q u e l h o m b r e c i l l o h a b í a algo d e f a n t á s - d o s e e n su silla.—¿ C ó m o s u p o n e r q u e se p u e d a r o b a r
tico é i n f e r n a l ; y a c e r c á n d o m e al v i a j e r o del C h i m b o - la i m a g e n r e f l e j a d a en u n espejo, á m e n o s q u e el dia-
razo, seguí h a b l a n d o con él d e b o t á n i c a . A i n t e r v a l o s blo n o i n t e r v e n g a ? Sí, sí, s e ñ o r sabio, s e ñ o r juez en
d i r i g í a u n a m i r a d a d e a n s i e d a d al h o m b r e c i l l o , y al m a t e r i a d e a r t e ; h a c e d m e tocar con el d e d o u n reflejo
n o t a r q u e su r o s t r o c a m b i a b a p o r i n s t a n t e s , u n e s t r e - r o b a d o como decís, y m e veréis en u n salto á cien pies
m e c i m i e n t o p a r e c í a h e l a r la s a n g r e en m i s v e n a s . de altura.
De f r a s e en f r a s e , y sin d u d a p o r la s i n g u l a r i d a d d e —Poco á poco, a m i g o m í o — d i j o el h o m b r e alto acer-
n u e s t r o e n c u e n t r o , la c o n v e r s a c i ó n recayó s o b r e la c á n d o s e á su i n t e r l o c u t o r ; — n o seáis tan d e s c r e í d o ,
m e t a f í s i c a d e la felicidad. p u e s tal vez h a y á i s d e saltar toda la escalera. ¡Á fe
— C o n f i e s o ' — d i j o el h o m b r e del C h i m b o r a z o — q u e m í a . p o d é i s e s t a r orgulloso con el efecto q u e p r o d u c i -
t o d a m i filosofía se r e d u c e á o p o n e r la paciencia á las r í a v u e s t r a figura en u n e s p e j o ! . . .
Al oir e s t a s p a l a b r a s , el h o m b r e c i l l o c o m e n z ó á r e i r Aguila de O r o . C u a n d o h u b e e n t r a d o , referi en d o s pa-
convulsivamente exclamando: l a b r a s los p e r c a n c e s d e la n o c h e ; y c o m o había d e j a d o
— ¡ A h , a h , a h ! p o b r e c o m p a ñ e r o ! ¿ q u é i m p o r t a mi la llave d e m i c u a r t o en la capa, en casa del consejero
reflejo, t e n i e n d o p o r lo m e n o s u n a s o m b r a q u e n a d i e d e justicia, c o n d ú j o m e á o t r a h a b i t a c i ó n , p u s o u n can-
m e ha r o b a d o ? d e l e r o s o b r e la m e s a y r e t i r ó s e d i s c r e t a m e n t e , d e s e á n -
Y a p e n a s p r o n u n c i a d a s e s t a s p a l a b r a s , salió d e la d o m e u n s u e ñ o t r a n q u i l o . E n a q u e l c u a r t o había u n
t a b e r n a h a c i e n d o c a b r i o l a s ; m i e n t r a s q u e el v i a j e r o e s p e j o g r a n d e c u b i e r t o con u n a cortinilla; coloqué la
del C h i m b o r a z o volvía á caer s e n t a d o en su silla c o m o luz j u n t o al m a r c o y d e s c o r r í aquella p a r a c o n t e m p l a r
si e s t u v i e r a desfallecido. m i t r i s t e figura; m a s a p e n a s h u b e fijado la vista e n m i
— ¿ Q u é tenéis, a m i g o m í o ? — p r e g u n t é l e con a c e n t o i m a g e n , p a r e c i ó m e d i s t i n g u i r otra m á s v a g a y f l o t a n t e ,
compasivo. q u e d i b u j á n d o s e en la p e r s p e c t i v a del espejo a d e l a n -
—¡Lo q u e t e n g o ! — c o n t e s t ó m e sollozando:—¡ Ay d e t á b a s e hacia m í . P o c o a poco se m a r c ó m á s , y p r o n t o
m í ! ese h o m b r e c i l l o q u e acabáis d e ver es u n h e c h i c e r o r e c o n o c í las f a c c i o n e s a d o r a d a s d e Julia. No p u d e re-
q u e viene a p e r s e g u i r m e h a s t a el ú l t i m o asilo, d o n d e primir un grito de sorpresa y amor, y extendiendo
creí olvidar la e s p a n t o s a d e s g r a c i a d e h a b e r p e r d i d o los b r a z o s h a c i a a q u e l l a a p a r i c i ó n , e x c l a m é : «¡Julia,
m i . . . ¡Adiós, caballero, a d i ó s ! Julia!»
Y el e x t r a n j e r o , l e v a n t á n d o s e al p u n t o , a c e r c ó s e á la E n el m i s m o i n s t a n t e oigo u n s u s p i r o p r o l o n g a d o
p u e r t a , a t r a v e s a n d o t o d a la sala sin p r o y e c t a r la m e n o r d e t r á s d e m í , c o r r o al f o n d o d e la alcoba, s e p a r o las
s o m b r a en las p a r e d e s . c o r t i n a s del lecho y veo al h o m b r e c i l l o de la capa d u r -
—¡ P e d r o S c h l e m i h l ! — g r i t é d e p r o n t o — p u e s a c a b a b a m i e n d o c o m o u n a m a r m o t a . De su p e c h o , o p r i m i d o
d e r e c o n o c e r á u n ser m a l d i t o ; p e r o h a b í a m e t o m a d o p o r u n a pesadilla, e s c a p á b a s e á i n t e r v a l o s u n n o m b r e
la d e l a n t e r a , y d e s a p a r e c i ó en las t i n i e b l a s . d e m u j e r , y s u s labios m u r m u r a b a n : «¡Giulietta, Giu-
C u a n d o q u i s e volver á m i sitio, el t a b e r n e r o m e e m - lietta!»
p u j ó p o r los h o m b r o s y d i ó m e con la p u e r t a en las Me e s t r e m e c í al p r o n t o , p e r o r e c o b r a n d o v a l o r sa-
narices, m u r m u r a n d o : c u d í p o r u n brazo al hombrecillo, g r i t á n d o l e :
—¡ Dios p r e s e r v e m i casa d e s e m e j a n t e s a p a r e c i d o s , —¡Eh! a m i g o m í o ¿ q u i é n diablos p u e d e h a b e r o s con-
p u e s m e j o r q u i s i e r a d a r d e b e b e r al m i s m o d i a b l o . d u c i d o á m i cama? H a c e d m e el favor d e ir á d e s c a n s a r
á otra parte.
El h o m b r e c i l l o se estiró, d e s p e r t á n d o s e poco á poco.
—¡ Ah! g r a c i a s , caballero—me d i j o — h a b é i s i n t e r r u m -
III pido un mal sueño.
Y al p r o n u n c i a r estas p a l a b r a s p a r e c í a t a n t r i s t e y
agobiado, que m e infundió lástima. Supuse que mi
El s e ñ o r M a t h i e u es í n t i m o a m i g o mío, y t i e n e el amigo m e habia destinado equivocadamente aquella
p o r t e r o m á s listo q u e se p u e d a e n c o n t r a r ; d e m o d o q u e h a b i t a c i ó n , o c u p a d a y a , y q u e n o debía t u r b a r el re-
m e a b r i ó a p e n a s t o q u é la c a m p a n i l l a en la p u e r t a d e l poso de aquel huésped.
94 E. TEODORO HOFFMANN C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
— C a b a l l e r o — d í j o m e el h o m b r e c i l l o s e n t á n d o s e en
la c a m a — m i c o n d u c t a en la t a b e r n a h a d e b i d o p a r e c e -
r o s a b s u r d a , m a s n o t e n g o la culpa d e ello, p o r q u e
estoy sometido á una cruel influencia que me expone
a c o m e t e r m u c h a s faltas d e cortesía.
—¡ Bah ¡ — r e p l i q u é — p r e c i s a m e n t e e s t o y en el m i s m o
caso, y esta n o c h e p a s a d a , c u a n d o volví a v e r á J u l i a . . .
— ¡ J u l i a decís!—exclamó el h o m b r e c i l l o con las fac-
ciones d e s c o m p u e s t a s . — ¡ A h ! caballero—añadió—ocul-
t a n d o el r o s t r o en la a l m o h a d a , os suplico q u e m e dejéis
d o r m i r y q u e c u b r á i s bien el e s p e j o .
— S e ñ o r m í o — r e p l i q u é , e l e v a n d o la voz p a r a obligarle
a e s c u c h a r m e — ¿ p o r q u é os causa tan p e n o s a i m p r e s i ó n
ese n o m b r e d e m u j e r ? E s p e r o q u e m e lo d i r é i s en
confianza c u a n d o d e s p u é s d e c u b r i r el espejo m e colo-
q u e á v u e s t r o lado p a r a d e s c a n s a r .
El h o m b r e c i l l o se i n c o r p o r ó cual si le m o v i e r a u n
resorte.
—¿ Os e m p e ñ á i s , p u e s , en conocer el s e c r e t o d e m i
v i d a m i s e r a b l e ? P u e s b i e n , voy á r e f e r i r o s mi h i s t o r i a .
Así d i c i e n d o saltó d e la c a m a , a b r i g ó s e con u n a es-
pecie d e bata, y q u i s o a c e r c a r s e á la c h i m e n e a , p e r o el
e s p e j o estaba d e s c u b i e r t o a ú n , y sus ojos se fijaron en
la l u n a . ¡ O h s o r p r e s a ! y o e s t a b a de p i e á su lado, y
o b s e r v é q u e su i m a g e n n o se r e f l e j a b a j u n t o a la m í a .
El h o m b r e c i l l o m e dirigió u n a m i r a d a d o l o r o s a .
— C a b a l l e r o — d í j o m e sollozando—soy m á s d i g n o d e
c o m p a s i ó n q u e P e d r o S c h l e m i h l , p o r q u e éste v e n d i ó
su s o m b r a r e c i b i e n d o el p r e c i o d e ella ; m i e n t r a s q u e
y o di m i reflejo p o r a m o r a ELLA, á Giulietta. ¡ Ay
de mí!
Y corrió á echarse en la c a m a , sollozando l a s t i m o s a -
mente.
A g i t á b a n s e en m i a l m a s e n s a c i o n e s d i v e r s a s a n t e
a q u e l espectáculo tan t r i s t e m e n t e grotesco, y p e r m a -
necí inmóvil en el m i s m o sitio, c o m o u n v e r d a d e r o
a u t ó m a t a , c u a n d o d e p r o n t o oí r o n c a r al h o m b r e c i l l o
como un cañón de órgano. Entonces experimenté de-
seos d e i m i t a r l e , t a n t o q u e á los diez m i n u t o s d o r m í a
como un bienaventurado.
Una h o r a a n t e s d e r a y a r el alba, d e s p e r t ó m e u n a
c l a r i d a d m u y viva, y al a b r i r los ojos ví a m i c o m p a -
ñ e r o m e d i o vestido, m u y o c u p a d o en escribir á la luz
d e dos c a n d e l a b r o s . S u a s p e c t o f a n t á s t i c o m e p r o d u j o
u n v é r t i g o , y caí en u n a especie d e alucinación : hallá-
b a m e en casa del c o n s e j e r o d e justicia s e n t a d o en el
sofá, c o m o la v í s p e r a , j u n t o á J u l i a . El consejero m e
parecía una muñeca de azúcar entre arbustos cargados
d e f r u t a s y d e r o s a s ; y Julia m e p r e s e n t a b a u n a copa
d e cristal, d e la cual salían con brillo f o s f o r e s c e n t e
l l a m a s a z u l a d a s . Alguno m e t i r ó del brazo: era el h o m -
brecillo q u é m e decía al o í d o : ¡No b e b a s , n o b e b a s ! —
¿ Q u é t e m é i s ? <¡ No sois m í o , vos y vuestro reflejo ? m e
p r e g u n t ó Julia. T o m é la copa d e s u s m a n o s , é iba á
b e b e r , c u a n d o el hombrecillo m e saltó al h o m b r o t r a n s -
f o r m a d o en ardilla, r e p i t i é n d o m e : «¡No b e b a s , n o be-
bas!» Y con su i n q u i e t a cola t r a t a b a d e a p a g a r las
l l a m a s a z u l a d a s . «<¿ P o r q u é r e h u s a s , dijo Julia, t o m a r
esa copa, a m a d o m í o ? Esa p e q u e ñ a llama p u r a q u e ves
brillar en la s u p e r f i c i e es el e m b l e m a d e n u e s t r o p r i m e r
beso.» El sonido d e aquella voz tan d u l c e m e t r a n s p o r -
tó, é iba á e s t r e c h a r contra m i corazón a q u e l l a m u j e r
i d o l a t r a d a , c u a n d o P e d r o S c h l e m i h l pasó d e r e p e n t e
e n t r e n o s o t r o s d o s y c o m e n z ó á r e í r s e . E n el m i s m o
i n s t a n t e , t o d a s las p e r s o n a s q u e l l e n a b a n el salón del
c o n s e j e r o d e justicia m e p a r e c i e r o n c o n v e r t i d a s e n figu-
r i t a s d e a z ú c a r ; c o m e n z a r o n á saltar, z u m b a n d o c o m o
a b e j a s , y t r e p a b a n p o r m i p e r s o n a cual si yo f u e s e u n
m á s t i l de c u c a ñ a .
E n t o n c e s m e d e s p e r t é : la c a m p a n a d e la iglesia p r ó -
x i m a tocaba la h o r a d e m e d i o d í a , y y o m e p r e g u n t a b a ,
f r o t á n d o m e los p á r p a d o s , si la historia d e m i s a p a r i -
ciones n o c t u r n a s n o sería u n a pesadilla, c u a n d o el n a b a n la a t m ó s f e r a con su p e r f u m e ; en alas de la b r i s a
c r i a d o e n t r ó con el chocolate, y d í j o m e q u e el e x t r a n - n o c t u r n a p r o p a g á b a n s e á t r a v é s del espacio o n d a s d e
jero con q u i e n c o m p a r t i e r a m i h a b i t a c i ó n y m i lecho, a r m o n í a ; y los c o n v i d a d o s se e x a l t a b a n h a s t a el d e -
había m a r c h a d o al r a y a r la a u r o r a , e n c a r g a n d o q u e lirio.
m e s a l u d a s e n en su n o m b r e . De r e p e n t e se levanta F r i e d r i c h , el m á s alegre d e
He a q u í lo q u e a q u e l s i n g u l a r p e r s o n a j e h a b í a escri- t o d o s ; con u n brazo enlaza el talle d e su q u e r i d a , y
to d u r a n t e m i s u e ñ o , d e j á n d o l o tal v e z olvidado s o b r e con el otro eleva s o b r e s u cabeza la copa, llena h a s t a
la m e s a . el b o r d e d e u n vino color d e o r o .
—¡ Oh a m i g o s m í o s ! — exclama — ¿ en q u é l u g a r del
m u n d o encontraríamos mejor q u e aquí todo cuanto
n o s h a c e a m a r la vida ? ¡ M u j e r e s d e Italia, si el a m o r
n o existiese d e s d e el p r i n c i p i o del m u n d o , v o s o t r a s le
IV
habríais inventado! Pero tú, Erasmo, ¿ por qué has
v e n i d o solo a q u í ? ¿ P o r q u é no h a s d e p a r t i c i p a r d e
n u e s t r a e m b r i a g u e z ? < P o r q u é nos c o n t r i s t a s con t u
Cierto día E r a s m o S p i c k e r se hallaba en el colmo d e melancolía ?
la alegría, p u e s p o r p r i m e r a vez en su vida p e r m i t í a - — ¡ C ó m o h a d e s e r , a m i g o s míos'.— contestó E r a s -
sele v i a j a r . G u a r n e c i ó d e m o n e d a s d e oro u n c i n t u r ó n m o ;—mi corazón n o p a r t i c i p a d e v u e s t r o s goces, por-
de c u e r o y s u b i ó al coche p a r a ir á v i s i t a r la poética q u e m i e s p í r i t u no cifra la felicidad en la e m b r i a g u e z
Italia. S u q u e r i d a e s p o s a se d e s p i d i ó con l á g r i m a s en d e los s e n t i d o s . P o r o t r a p a r t e , h e d e j a d o en n u e s t r o
los ojos, p r e s e n t á n d o l e v e i n t e veces en la p o r t e z u e l a p a í s u n a esposa fiel, c u y a confianza n o d e b o b u r l a r .
del vehículo al p e q u e ñ o R a s m u s , p a r a q u e s u t i e r n o V o s o t r o s sois libres ; y o t e n g o familia, y d e b o p e n s a r
p a d r e le d i e r a los ú l t i m o s besos; y d e s p u é s r e c o m e n d ó en ella c o n t i n u a m e n t e . . .
sobre t o d o á s u m a r i d o q u e n o p e r d i e r a el g o r r o d e Los jóvenes se b u r l a r o n del b u e n juicio d e E r a s m o ,
viaje q u e h a b í a h e c h o p a r a él. c u y a j u v e n t u d n o les p a r e c í a p r o p i a p a r a p r e o c u p a r s e
E r a s m o llegó á F l o r e n c i a , y h a l l a n d o allí á v a r i o s d e t a n t o d e la f a m i l i a . La q u e r i d a d e F r i e d r i c h pidió la
s u s c o m p a t r i o t a s e n t r e g a d o s á t o d a s las v o l u p t u o s i - t r a d u c c i ó n e n italiano d e las p a l a b r a s d e S p i c k e r , y
d a d e s , q u i s o t o m a r p a r t e en s u s o r g í a s y en t o d a s s u s d e s p u é s dijo s o n r i e n d o : «¡ He ahí u n h o m b r e juicioso,
a v e n t u r a s . A h o r a b i e n , cierta n o c h e , los a l e g r e s c o m - á q u i e n Giulietta h a r í a p e r d e r sin d u d a el alma!» Ape-
p a ñ e r o s se h a b í a n citado en u n a q u i n t a d e los a r r a b a - n a s h u b o p r o n u n c i a d o e s t a s p a l a b r a s , vióse e n t r a r e n
les p a r a u n a g r a n fiesta, y cada cual, e x c e p t o E r a s m o , la sala del f e s t í n u n a m u j e r de m a r a v i l l o s a belleza:
f u é c o n s u q u e r i d a . L o s h o m b r e s llevaban el t r a j e h u b i é r a s e c r e í d o v e r u n a virgen d e R u b e n s ó d e
n a c i o n a l d e la a n t i g u a A l e m a n i a , y las m u j e r e s i b a n Mieris.
e n g a l a n a d a s con s u s m á s ricos a d o r n o s . Se comió y —¡ Giulietta ¡—exclamaron t o d a s las jóvenes.
bebió o p í p a r a m e n t e , y e n t o n á r o n s e d e s p u é s las m á s Giulietta p a s e ó u n a maliciosa m i r a d a sobre t o d o s
bellas c a n c i o n e s i t a l i a n a s : los n a r a n j o s en f l o r i m p r e g - los c o m e n s a l e s .
p a d o d e a l g ú n a n t i g u o libro d e caballería con ese t r a j e
—Buenos alemanes—dijo después de una pausa— d e las épocas p a s a d a s , b i r r e t e a d o r n a d o d e p l u m a s y
¿ m e p e r m i t i r é i s t o m a r p a r t e en v u e s t r o a l e g r e b a n - larga tizona. ¿No c o m p r e n d é i s q u e los m u c h a c h o s van
q u e t e ? P r e c i s a m e n t e , a h o r a veo q u e u n o d e v o s o t r o s á silbaros c u a n d o os v e a n ? ¡Vamos, volved al libro d e
está aislado y t r i s t e , y voy á t r a t a r d e a l e g r a r l e . d o n d e os h a b é i s escapado!
Y s e n t á n d o s e con e n c a n t a d o r a c o q u e t e r í a j u n t o á —¿ Y q u é os i m p o r t a el t r a j e q u e yo visto ?—exclamó
E r a s m o , m u y p r o n t o consiguió, con s u s gracias, q u e E r a s m o e m p u j a n d o con el codo al e x t r a ñ o p e r s o n a j e
t o d o s los jóvenes e n v i d i a r a n la b u e n a s u e r t e d e Spi- q u e así le i n t e r p e l a b a , p a r a q u e le d e j a s e el p a s o libre.
cker. P e r o el d e s c o n o c i d o le c o n t u v o , diciéndole en alta
Sólo con v e r á Giulietta, E r a s m o había s e n t i d o circu- voz:
lar u n f u e g o d e v o r a d o r p o r s u s venas, y c u a n d o la —Poco á poco, s e ñ o r mío, n o v a y á i s t a n d e p r i s a ni
t u v o á su lado, la e m b r i a g u e z del d e s e o exaltó su i m a - e m p u j é i s á la gente, p u e s n o es h o r a d e e n t r a r en casa
g i n a c i ó n . La h e r m o s a italiana se l e v a n t ó , cogió u n a d e la h e r m o s a Giulietta.
copa y o f r e c i ó s e l a ; el .joven a p u r ó de u n t r a g o el p é r - — ¡ G i u l i e t t a ! — g r i t ó E r a s m o p á l i d o d e cólera.
fido b r e b a j e y cayó d e rodillas á los pies d e la s i r e n a .
Y q u i s o saltar al cuello d e a q u e l h o m b r e p a r a es-
—I Oh !—exclamó—¡ t ú sola en el m u n d o e r e s d i g n a
t r a n g u l a r l e ; p e r o el d e s c o n o c i d o hizo u n a p i r u e t a y
d e m i a m o r , á n g e l del cielo ! ¡ T ú e r e s la q u e yo b u s -
d e s a p a r e c i ó c o m o u n a visión.
caba en m i s s u e ñ o s d e j o v e n ! ¡Al fin te h e e n c o n t r a d o ;
—Caballero—dijo el c r i a d o — n o o s p r e o c u p é i s de
t ú e r e s m i v i d a , m i a l m a y m i Dios !...
e s t a a v e n t u r a , p u e s la p e r s o n a q u e acabáis d e encon-
L o s jóvenes se m i r a r o n u n o s á o t r o s , y a l g u n o s cre-
t r a r no es o t r a sino el m a r a v i l l o s o d o c t o r d e F l o r e n c i a ,
y e r o n q u e E r a s m o a c a b a b a d e p e r d e r el juicio, p u e s
signor Dapertutto.
j a m á s le h a b í a n visto así. La n o c h e se p a s ó e n t r e cánti-
A q u e l m i s m o dia E r a s m o se d i r i g i ó á la casa i n d i -
cos y j u r a m e n t o s d e a m o r , y al d e s p u n t a r la a u r o r a ,
cada p o r Giulietta : la h e r m o s a italiana le r e c i b i ó con
c a d a u n o de los c o m e n s a l e s se m a r c h ó con su c o m p a -
u n a c o q u e t e r í a m á s r e f i n a d a a ú n q u e la v í s p e r a , y
ñ e r a . E r a s m o q u i s o a c o m p a ñ a r á G i u l i e t t a , p e r o ésta
c o m p l a c i ó s e en. o b s e r v a r los p r o g r e s o s d e la p a s i ó n d e
r e c h a z ó s u s r e i t e r a d a s súplicas, l i m i t á n d o s e á i n d i c a r l e
E r a s m o ; p e r o m a n t ú v o l e s i e m p r e á r e s p e t u o s a dis-
u n a casa d o n d e p o d r í a volver á verla. F o r z o s o f u é q u e el
tancia, y o p u s o á t o d o s s u s esfuerzos u n a s a n g r e fría
p o b r e S p i c k e r volviera solo á su a l o j a m i e n t o , ó m e j o r
i m p e r t u r b a b l e . E s t a r e s i s t e n c i a sólo sirvió p a r a infla-
d i c h o , s e g u i d o d e u n p e q u e ñ o c r i a d o q u e le a l u m b r a -
m a r m á s el a m o r del joven, t a n t o q u e d e j ó d e v e r á s u s
ba con u n h a c h a , la c u a l a p a g ó el s e r v i d o r a p e n a s en-
a m i g o s p a r a c o n s a g r a r s e e n t e r a m e n t e á Giulietta.
t r a r o n en la calle á q u e se d i r i g í a n , p o r q u e c o m e n z a b a
C i e r t o d í a F r i e d r i c h le e n c o n t r ó , y c o g i é n d o l e del
á r a y a r el d í a . De r e p e n t e , u n h o m b r e a l t o y seco, d e
brazo, e n t a b l ó con él u n a l a r g a c o n v e r s a c i ó n .
nariz e n c o r v a d a y e x p r e s i ó n s a r d ó n i c a , v e s t i d o con
—¿Sabes, p o b r e S p i c k e r — l e dijo — q u e acabas de
u n a ropilla d e color e s c a r l a t a g u a r n e c i d a de b o t o n e s
c a e r en u n lazo m u y p e l i g r o s o ? ¿ C ó m o n o h a s recono-
d e acero, p r e s e n t ó s e a n t e E r a s m o y díjole s o n r i e n d o
cido y a en Giulietta u n a m u j e r g a l a n t e , y sobre t o d o la
de un modo singular :
m á s r e d o m a d a de las q u e p u d i e r a n d e s p l u m a r á u n
—¡ Hola ! m a e s e S p i c k e r , diriase q u e os h a b é i s esca-
e n a m o r a d o ? R e f i é r e n s e d e ella las a n é c d o t a s m á s es- los, alejóse b r u s c a m e n t e ; p e r o Giulietta, al ver q u e n o
candalosas, y n o c o m p r e n d o q u e p o r s e m e j a n t e m u j e r volvía, comenzó á b u s c a r l e , e n c o n t r ó l e en u n s o l i t a r i o
p u e d a s renunciar á t u s amigos, olvidando á tu esposa p a s e o d e los j a r d i n e s , le r e p r e n d i ó d u l c e m e n t e , y en-
y á t u hijo... lazando su cuello con s u s lindos brazos, d e p o s i t ó en
Al oir e s t a s p a l a b r a s , E r a s m o c o m p r e n d i ó su falta, s u s labios u n beso d e f u e g o . E r a s m o p e r d i ó la cabeza,
ocultó el r o s t r o e n t r e sus m a n o s y lloró a m a r g a - y h u b i e r a olvidado el u n i v e r s o e n t e r o si Giulietta no
mente. le h u b i e r a h e c h o volver en si con u n a m i r a d a f r í a y
—Ven, ven, S p i c k e r — a ñ a d i ó Friedrich — salgamos severa q u e le d e s e s p e r ó .
de Florencia, d e e s t a c i u d a d p e l i g r o s a ; ven c o n m i g o , El italiano no había p e r d i d o de vista á G i u l i e t t a , y
y volveremos á nuestra buena patria. como se d e s p e r t a r o n t a m b i é n s u s celos, v e n g ó s e p e r -
—Sí—contestó E r a s m o — m a r c h e m o s h o y m i s m o . m i t i é n d o s e u n a infinidad d e s a r c a s m o s contra los ale-
C u a n d o ya se a l e j a b a n los d o s jóvenes, el s i g n o r Da- manes.
p e r t u t t o pasó j u n t o á E r a s m o , y d e j a n d o e s c a p a r u n a —Espero que pondréis término á vuestras imperti-
c a r c a j a d a le d i j o : nencias—díjole E r a s m o , acercándose v i v a m e n t e — p u e s
—¡ B u e n a s u e r t e , joven a m i g o ; pero d a o s p r i s a , por- d e lo c o n t r a r i o os a r r o j a r é por la v e n t a n a .
q u e Giulietta se m u e r e d e i m p a c i e n c i a y d e a m o r , y El italiano, e n f u r e c i d o al oir esto, hizo brillar u n p u -
os a c u s a d e olvidadizo. ñ a l ; p e r o S p i c k e r le d e r r i b ó e n t i e r r a tan violenta-
—¡ P a r d i e z ! — e x c l a m ó F r i e d r i c h — e s e d o c t o r D a p e r - m e n t e , q u e el infeliz se r o m p i ó el c r á n e o y e s p i r ó . T o -
t u t t o es u n c h a r l a t á n q u e m e r e c e u n c o r r e c t i v o ; j a m á s d o s se p r e c i p i t a r o n contra E r a s m o , q u e , p o s e í d o d e
conocí u n b e r g a n t e t a n insolente, s o b r e t o d o d e s d e h o r r o r al v e r q u e a c a b a b a d e m a t a r á u n h o m b r e , pa-
q u e e n v e n e n a con s u s p i l d o r a s á la m o d a á la f a m o s a lideció y cayó en t i e r r a p r i v a d o d e c o n o c i m i e n t o .
Giulietta... C u a n d o volvió en sí hallóse e c h a d o en u n diván, en u n
—¡ C ó m o ¡—gritó Erasmo—¿ t a m b i é n va ese t u n a n t e g a b i n e t e i l u m i n a d o p o r u n a luz s u a v e q u e t e n í a algo
á casa d e Giulietta ? d e v o l u p t u o s a : Giulietta le s o s t e n í a en s u s b r a z o s .
L o s dos a m i g o s p a s a b a n en a q u e l m o m e n t o p o r d e - — ¡ P i c a r o a l e m á n ! — l e dijo, r e p r e n d i é n d o l e dulce-
bajo del balcón d e la h e r m o s a i t a l i a n a : u n a voz d u l c e m e n t e — ¡ c u á n t a i n q u i e t u d m e h a b é i s o c a s i o n a d o ! Ya
llamó á S p i c k e r , y éste, s e p a r á n d o s e al p u n t o d e su n o estáis s e g u r o en Florencia ni en t o d a Italia; e s p r e -
a m i g o , p e n e t r ó en el i n t e r i o r d e la casa. ciso m a r c h a r y a b a n d o n a r m e p a r a s i e m p r e .
—El p o b r e E r a s m o está p e r d i d o — m u r m u r ó F r i e - —No—contestó S p i c k e r — m e j o r q u i e r o m o r i r a q u í ,
d r i c h , d i r i g i é n d o s e solo á s u a l o j a m i e n t o . pues t a m b i é n m o r i r í a si e s t u v i e r a lejos de vos.
Aquel día u n a brillante fiesta a t r a í a á los a l r e d e d o - De r e p e n t e parecióle q u e le l l a m a b a t r i s t e m e n t e la
r e s d e la c i u d a d á t o d o s los e l e g a n t e s ; G i u l i e t t a q u i s o voz d e s u q u e r i d a esposa. E r a s m o se e s t r e m e c i ó ,
q u e E r a s m o la a c o m p a ñ a s e , y allí e n c o n t r a r o n a un a v e r g o n z á n d o s e d e si m i s m o , y la p a l a b r a e s p i r ó en
p e q u e ñ o italiano m u y feo, q u e se e m p e ñ ó en h a c e r la s u s l a b i o s . . . ; p e r o u n beso de Giulietta r e n o v ó su e m -
c o r t e á la h e r m o s a . E r a s m o , r e s e n t i d o d e la c o q u e t e - briaguez.
ría d e su c o m p a ñ e r a , y s i n t i e n d o el a g u i j ó n d e los ce- —Ángel a d o r a d o — d i j o — n o q u i e r o s e p a r a r m e de ti.
«ALFOLIA M ® "
Vftüo.1S25 MüNTaR^K.WQvRi
¿ P o r q u é no h a b e r n o s d e e s t a r u n i d o s d e s d e ahora
en u n coche q u e p a r t i ó á e s c a p e . Un h o m b r e q u e esta-
p o r e t e r n o s lazos ?
ba j u n t o a E r a s m o le d i j o :
Dos c a n d e l a b r o s c a r g a d o s d e b u j í a s i l u m i n a b a n el
—No t e m á i s n a d a , a m i g o m í o : la s e ñ o r a Giulietta
f o n d o del g a b i n e t e d o n d e r e s p l a n d e c í a u n m a g n í f i c o
os confía á m i c u i d a d o p a r a q u e os deje en sitio s e g u -
espejo de Venecia.
ro, f u e r a del t e r r i t o r i o de Italia. Es sensible q u e h a y á i s
— A m i g o mío—dijo Giulietta, e s t r e c h a n d o á E r a s m o d e a b a n d o n a r t a n h e r m o s a m u j e r ; p e r o si os d e j á i s
c o n t r a su corazón—lo q u e d e s e a s es i m p o s i b l e ; p e r o
g u i a r p o r m i , y o os s u s t r a e r é á la v e n g a n z a d e v u e s -
al m e n o s d é j a m e t u reflejo, á fin d e q u e n o esté siem-
t r o s e n e m i g o s y á las p e s q u i s a s d e la policía, y p o d r é i s
p r e privada d e ti.
volver á ver á v u e s t r a a d o r a d a .
—¿Mi reflejo?—exclamó Erasmo, conduciendo á Giu- Esta p r o p o s i c i ó n i m p r e s i o n ó á E r a s m o .
lietta a n t e el espejo q u e r e t r a t a b a s u a m o r o s a a c t i t u d . — A c e p t o — d i j o á su c o n d u c t o r — p e r o q u i s i e r a s a b e r
—i C ó m o p o d r í a s g u a r d a r mi reflejo ?
c u á l e s s e r á n los m e d i o s .
— A m i g o m í o — c o n t e s t ó la h e r m o s a italiana — e s a —No os i n q u i e t é i s por e s o — r e p u s o el d e s c o n o c i d o ;
a p a r i e n c i a f u g i t i v a q u e l l a m a n reflejo, y q u e se r e t r a t a
— c u a n d o sea d e día os m i r a r é i s largo t i e m p o y m u y
en t o d a s las s u p e r f i c i e s p u l i m e n t a d a s , se p u e d e d e s -
a t e n t a m e n t e en u n e s p e j o , y yo p r a c t i c a r é e n t r e t a n t o
p r e n d e r d e t u p e r s o n a y p e r t e n e c e r á la m u j e r q u e
c i e r t a s o p e r a c i o n e s con v u e s t r a i m a g e n ; d e s p u é s juz-
a m a s . ¿ R e h u s a r á s d e j a r m e ese r e c u e r d o ? ¿ Q u i e r e s
garéis por vos mismo de mis medios.
p r i v a r m e d e la p r e n d a q u e m e p o d r í a r e c o r d a r n u e s -
— ¡ S a n t o Dios, q u é e s p a n t o s a d e s g r a c i a ! — e x c l a m ó
t r a f u g i t i v a dicha ?
Erasmo.
—¡ T u y o soy a h o r a y s i e m p r e ¡—exclamó E r a s m o ,
—I De q u é d e s g r a c i a habláis ? — p r e g u n t ó el d e s c o n o -
p r e s a d e u n f r e n é t i c o delirio a m o r o s o ; — t o m a m i r e -
cido.
flejo, y q u e n i n g u n a f u e r z a del cielo ni del i n f i e r n o
—¡ Ay d e m í ! — r e p u s o E r a s m o — h e d e j a d o . . .
baste p a r a s e p a r a r l e d e ti...
—¡ A h ! ¡ a h ! ¡ a h ! ¡ ah ! esto sí q u e es b u e n o —inte-
Esta exclamación a g o t ó las f u e r z a s del joven, á q u i e n r r u m p i ó el h o m b r e d e los s e c r e t o s s o l t a n d o u n a car-
Giulietta e s t r e c h a b a en s u s b r a z o s ; e n t o n c e s le p a r e - c a j a d a ; — c o m p r e n d o m u y b i e n ; os h a b é i s d e j a d o el
ció q u e su i m a g e n se d e s p r e n d í a d e s u i n d i v i d u a l i d a d , reflejo en casa d e Giulietta. P e r f e c t a m e n t e , a m i g o m i ó ;
y q u e , u n i é n d o s e í n t i m a m e n t e con la d e la h e r m o s a a h o r a p o d é i s c o r r e r p o r m o n t e s y vallados h a s t a q u e
italiana, a m b a s h u í a n e n la perspectiva c r e a d a p o r el e n c o n t r é i s á v u e s t r a d i g n a e s p o s a y á v u e s t r o hijo
e s p e j o , a b i s m á n d o s e en un v a p o r f a n t á s t i c o . Un t e r r o r Rasmus.
m i s t e r i o s o le p r i v ó casi del u s o d e s u s s e n t i d o s ; d u - E n a q u e l m o m e n t o u n g r u p o d e jóvenes q u e canta-
r a n t e u n m o m e n t o c r e y ó verse solo, y b u s c a n d o á b a n pasó j u n t o al coche, i l u m i n á n d o l e con las h a c h a s ;
t i e n t a s u n a salida á t r a v é s d e tinieblas infernales, y á la f u g i t i v a claridad q u e r a s g ó las tinieblas, E r a s m o
d o n d e se oían voces s a t á n i c a s y a m e n a z a d o r a s , bajó reconoció al d o c t o r D a p e r t u t t o en el h o m b r e q u e esta-
vacilante u n a escalera q u e p a r e c í a h u n d i r s e bajo s u s ba á su lado. De u n p u ñ e t a z o rechazóle hasta el f o n d o
pies. C u a n d o e s t u v o en la calle, á d o s p a s o s d e la casa d e la b e r l i n a , a b r i ó la p o r t e z u e l a y lanzóse al c a m i n o ,
d e G i u l i e t t a , f u é cogido y a g a r r o t a d o , é i n t r o d u j é r o n l e l l a m a n d o á voces á F r i e d r i c h y á s u s c o m p a t r i o t a s ,
p u e s ellos e r a n los q u e a c a b a b a n d e p a s a r t a n c e r c a . d i a l m e n t e p o r su esposa, y c r e y ó q u e p o d r í a o l v i d a r
Al saber los peligros d e q u e estaba a m e n a z a d o , F r i e - su reflejo p e r d i d o en la c a l m a d e la vida d o m é s t i c a ,
d r i c h c o n d u j o á su a m i g o á la c i u d a d , á íin d e b u s c a r t a n t o m á s c u a n t o q u e h a c í a a l g ú n t i e m p o se había bo-
los m e d i o s p a r a salvarle, y el día s i g u i e n t e E r a s m o r r a d o d e su m e m o r i a el r e c u e r d o d e Giulietta. Una
corría á caballo p o r el c a m i n o d e A l e m a n i a . n o c h e q u e j u g a b a con su hijo f r e n t e d e la e s t u f a ,
Hacia el m e d i o d í a llegó á u n a p o s a d a d e cierta ciu- el n i ñ o le m a n c h ó la c a r a con hollín, y d e s p u é s le
d a d , y c o m o e s t a b a r e n d i d o d e cansancio y m u e r t o d e dijo:
h a m b r e , s e n t ó s e á la m e s a . El c a m a r e r o d e servicio —¡ P a d r e , p a d r e ! m í r a t e y verás q u é n e g r o e s t á s .
o b s e r v ó en u n e s p e j o g r a n d e q u e la silla d e E r a s m o Y c o r r i e n d o á c o g e r u n espejo d e bolsillo, p r e s e n t ó -
se reflejaba, p e r o n o el v i a j e r o , y c o m o m a n i f e s t a r a sele á E r a s m o y m i r ó á su vez. E s p a n t a d o al no v e r la
esta p a r t i c u l a r i d a d á la p e r s o n a q u e t e n i a m á s c e r c a , i m a g e n d e s u p a d r e j u n t o á la s u y a , escapóse l l o r a n d o
la cual se lo c o m u n i c ó á o t r a , u n m o m e n t o d e s p u é s n o y f u é á r e f e r i r á su m a d r e el i n c i d e n t e . El reflejo p e r -
se h a b l a b a d e o t r a cosa e n t r e los c o n c u r r e n t e s . E r a s - d i d o i n t e r r u m p i ó la paz c o n y u g a l : la m u j e r d e E r a s m o
m o c o m í a y bebía c o m o c u a t r o , sin s o s p e c h a r q u e h a - c o m e n z ó á gritar,; los vecinos a c u d i e r o n , y el p o b r e
bía llegado á s e r objeto d e la c u r i o s i d a d g e n e r a l , c u a n - h o m b r e , ebrio d e f u r o r y d e d e s e s p e r a c i ó n , h u y ó d e
d o u n h o m b r e , a v a n z a d o en años, cogióle d e la m a n o , su casa y c o m e n z ó á c o r r e r p o r los c a m p o s . La i m a -
c o n d ú j o l e d e l a n t e del espejo y le d i j o : g e n d e Giulietta se le a p a r e c i ó e n t o n c e s con t o d o el
—Caballero, n o tenéis r e f l e j o ; y d e c o n s i g u i e n t e sois brillo d e su h e r m o s u r a .
el diablo ó a l g u n o d e los s u y o s . . . —¡ Oh Giulietta, Giulietta ! — e x c l a m ó — a q u e l l a á
E r a s m o , e n f u r e c i d o y c o n f u s o , corrió á e n c e r r a r s e q u i e n s a c r i f i q u é por ti m e h a r e c h a z a d o . . . ¡ Giulietta,
en u n a habitación ; p e r o m u y p r o n t o se p r e s e n t a r o n n o t e n g o m á s q u e á ti en el m u n d o ; m e e n t r e g o á ti;
v a r i o s a g e n t e s de policía é i n t i m á r o n l e la o r d e n d e t ó m a m e del t o d o y p a r a s i e m p r e ! . . .
c o m p a r e c e r a n t e el m a g i s t r a d o con su reflejo, p u e s d e — V a i s á q u e d a r satisfecho, m a e s e — g r i t ó la voz del
lo c o n t r a r i o se le e x p u l s a r í a d e la c i u d a d . El joven s i g n o r D a p e r t u t t o , q u e a p a r e c i ó d e i m p r o v i s o á su
a l e m á n juzgó m á s p r u d e n t e h u i r , p e r o su h i s t o r i a co- lado c o m o p o r a r t e d e e n c a n t a m i e n t o .
r r í a ya d e boca en boca, y el p o p u l a c h o , a m o t i n a d o —¡ Ay d e m í ! — e x c l a m ó E r a s m o — ¿ c ó m o p u e d o y o
d e l a n t e d e la p o s a d a , le p e r s i g u i ó a r r o j á n d o l e p i e d r a s encontrarla ?
y gritando: —Está cerca d e a q u í , m á s e n a m o r a d a q u e n u n c a —
—¡ He ahí el m a l d i t o , q u e h a v e n d i d o s u reflejo al replicó D a p e r t u t t o . — F e l i z con p o s e e r o s del t o d o y
diablo! p a r a s i e m p r e , t e n d r á la m a y o r satisfacción en d e v o l -
D e s p u é s d e este i n c i d e n t e , c u a n d o E r a s m o se d e t e - v e r o s v u e s t r o reflejo.
nía en a l g u n a p a r t e , h a c í a t a p a r los cristales y los e s - —¡Oh!—interrumpió Spicker—conducidme pronto
p e j o s ; y h e a q u í p o r q u é se le llamaba, p o r b u r l a , el á su p r e s e n c i a .
g e n e r a l L u v a r o w , a t e n d i d o q u e este p e r s o n a j e t e n í a —Poco á poco, si os p l a c e — r e p u s o el doctor con su
la m i s m a c o s t u m b r e . sonrisa d e o t r o t i e m p o . — A n t e t o d o es preciso r o m p e r
Al llegar á su casa el p o b r e S p i c k e r f u é r e c i b i d o cor- los lazos q u e os u n e n con v u e s t r a esposa, á fin d e q u e
io8 E. TEODORO HOFFMANN C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
Giulietta t e n g a la s e g u r i d a d d e q u e sólo p e r t e n e c e r é i s
á ella. T o m a d ese f r a s q u i t o . . .
—¡ H o m b r e e x e c r a b l e !—gritó E r a s m o h a c i e n d o u n
a d e m á n d e horror—¿ q u i e r e s q u e e n v e n e n e á m i espo-
sa y á m i hijo ?
—¿Y q u i é n habla d e veneno?—replicó D a p e r t u t t o . —
Lo q u e os d o y es u n licor e x q u i s i t o , u n v e r d a d e r o licor
d e familia, q u e os a g r a d a r á m u c h o .
E r a s m o tenía ya el f r a s q u i t o e n t r e las m a n o s , m i r á -
bale d i s t r a í d o , y m a q u i n a l m e n t e se dirigió á su casa,
d o n d e halló á su e s p o s a y á su hijo i n q u i e t o s p o r su
s u e r t e . La b u e n a m u j e r n o q u e r í a reconocerle, soste-
n i e n d o q u e a l g ú n d e m o n i o h a b í a t o m a d o s u figura
p a r a e n g a ñ a r l a ; y E r a s m o , a p u r a d a la paciencia, t u v o
u n i n s t a n t e la idea d e h a c e r u s o del f r a s c o ; p e r o en
a q u e l m o m e n t o u n a t ó r t o l a d o m e s t i c a d a q u e se h a b í a
p o s a d o en la m a n o d e S p i c k e r , picó el t a p ó n y cayó
m u e r t a . E s t e i n c i d e n t e hizo volver en sí al p o b r e h e -
chizado, y al p u n t o a r r o j ó p o r la v e n t a n a el peligroso
elíxir, q u e exhaló u n olor b a l s á m i c o al r o m p e r s e el
f r a s q u i t o . E r a s m o corrió á e n c e r r a r s e en su h a b i t a c i ó n
y lloró.
A la hora d e m e d i a n o c h e a p a r e c i ó s e l e la i m a g e n d e
Giulietta ; su a m o r y s u d e s e s p e r a c i ó n n o conocían ya
limites, y f u e r a d e sí e x c l a m ó :
—¡ O h , Giulietta; v e r t e p o r ú l t i m a vez y m o r i r ! . . .
En el m i s m o m o m e n t o a b r i ó s e sin r u i d o la p u e r t a
d e la h a b i t a c i ó n , y E r a s m o vió á la h e r m o s a i t a l i a n a ,
q u e m á s s e d u c t o r a q u e n u n c a , a r r o j ó s e en s u s b r a z o s .
—Si n o q u i e r e s q u e m e v u e l v a loco—dijo S p i c k e r ,
d e s p u é s d e los p r i m e r o s t r a n s p o r t e s del m á s vivo
a m o r — t o m a m i vida y d e v u é l v e m e m i reflejo.
—Esto n o es p o s i b l e — r e p u s o G i u l i e t t a — h a s t a q u e
se h a y a n r o t o t o d o s los lazos q u e te u n e n con el
mundo...
— E n t o n c e s — r e p u s o S p i c k e r , d e j a n d o c o r r e r s u s lá-
g r i m a s — s i sólo p u e d e p e r t e n e c e r t e p o r u n c r i m e n ,
prefiero morir...
— Q u e r i d o E r a s m o — d i j o Giulietta, r o d e a n d o con u n
b r a z o el cuello d e s u a m a n t e , y fijando e n él u n a mi-
r a d a f a s c i n a d o r a — n a d i e q u i e r e h a c e r t e c o m e t e r el cri-
m e n q u e te e s p a n t a ; p e r o si deseas, b i e n mió, ser el
esposo e t e r n o d e m i belleza, t o m a este p e r g a m i n o y
escribe las s i g u i e n t e s p a l a b r a s : «Otorgo á D a p e r t u t t o
p l e n o s p o d e r e s p a r a r o m p e r los lazos q u e m e u n e n con
la t i e r r a : sólo q u i e r o p e r t e n e c e r á Giulietta, á q u i e n
h e elegido l i b r e m e n t e p a r a c o m p a ñ e r a de m i c u e r p o
y de m i a l m a p a r a t o d a la e t e r n i d a d . . . »
Parecióle á E r a s m o q u e el f r í o d e la m u e r t e c r i s p a b a
s u s nervios, m i e n t r a s q u e s u s labios se a b r a s a b a n con
los besos d e la e n c a n t a d o r a , y d e r e p e n t e vió t r a s sí á
D a p e r t u t t o , con su t r a j e rojo, q u e le p r e s e n t a b a u n a
p l u m a de hierro, diciéndole:
—¡ E s c r i b e y firma !
Al m i s m o t i e m p o u n a vena d e la m a n o i z q u i e r d a d e
E r a s m o se abrió, y vióse b r o t a r la s a n g r e .
—¡ F i r m a , a m a d o m í o ! — m u r m u r ó Giulietta.
Ya se iba á c o n s u m a r el acto; S p i c k e r h a b í a m o j a d o
su p l u m a en la s a n g r e , é inclinábase p a r a e s c r i b i r ,
c u a n d o d e p r o n t o s u r g i ó u n a s o m b r a blanca del suelo
y se i n t e r p u s o e n t r e él y Giulietta, m u r m u r a n d o :
—¡ En n o m b r e d e n u e s t r o S a l v a d o r , n o e s c r i b a s !
E r a la s o m b r a d e su m a d r e .
E r a s m o a r r o j ó la p l u m a á sus p i e s y r a s g ó el p e r g a -
m i n o . L o s ojos de Giulietta lanzaron l l a m a s s a n g r i e n -
t a s ; s u r o s t r o e n c a n t a d o r se d e s c o m p u s o , y d e t o d o su
c u e r p o b r o t a r o n c h i s p a s v e r d o s a s . E r a s m o hizo la se-
ñal d e la cruz, y Giulietta y D a p e r t u t t o se desvanecie-
r o n m u r m u r a n d o , en u n torbellino d e h u m o s u l f u r o s o
q u e a p a g ó las luces.
El p o b r e h o m b r e p e r m a n e c i ó largo t i e m p o desvaneci-
d o . Al r a y a r la a u r o r a , r e a n i m a d o p o r u n a fresca b r i s a ,
d i r i g i ó s e al c u a r t o d e su esposa, y hallóla todavia en
c a m a . La b u e n a m u j e r le a l a r g ó la m a n o , d i c i é n d o l e :
—¡ P o b r e a m i g o m i ó ! h e sabido esta n o c h e en sue-
ños la a v e n t u r a q u e te privó de t u reflejo en Italia : te
c o m p a d e z c o y t e p e r d o n o . El p o d e r del d e m o n i o es
g r a n d e ; p e r o Dios es m á s f u e r t e , y e s p e r o q u e á esta
h o r a e s t a r á d e s t r u i d o el e n c a n t o , p o r q u e h e r e z a d o
p o r ti t o d a la noche. T o m a este e s p e j o y m í r a t e .
E r a s m o palideció : el cristal n o r e p r o d u c í a s u s fac-
ciones, y dejóle caer con d e s a l i e n t o .
—¡ A h ! — e x c l a m ó la m u j e r — p a r e c e q u e n o h a s h e -
c h o b a s t a n t e p e n i t e n c i a , y p o r lo t a n t o , q u e r i d o e s p o -
so, es preciso q u e v u e l v a s a Italia á b u s c a r t u reflejo.
A l g ú n b u e n santo obligará tal vez al d e m o n i o á devol-
vértele. A b r á z a m e , E r a s m o , y b u e n v i a j e : c u a n d o
vuelvas c o m o d e b e s , s e r á s bien r e c i b i d o e n esta casa.
Al decir e s t a s p a l a b r a s , la m u j e r d e S p i c k e r se vol-
vió de cara á la p a r e d , c e r r ó los ojos y c o m e n z ó á r o n -
COPPELIUS
c a r . E r a s m o , con el corazón o p r i m i d o , q u i s o a b r a z a r á
su hijo, p e r o éste se alejó d e él g r i t a n d o c o m o u n pe-
r r o c u a n d o le c a s t i g a n . E n t o n c e s el p o b r e p a d r e e m -
p u ñ ó su palo y salió del domicilio c o n y u g a l sin d e c i r
u n a p a l a b r a . Hace ya t i e m p o q u e r e c o r r e el m u n d o .
C i e r t o día e n c o n t r ó á P e d r o S c h l e m i h l , y a q u e l l o s dos
infortunados seres proyectaron viajar juntos, ocultan-
d o m u t u a m e n t e su f a l t a ; E r a s m o S p i c k e r ofreció la
s o m b r a necesaria á su c o m p a ñ e r o de viaje, q u e en
c a m b i o le p r e s t a r í a el reflejo; p e r o n o p u d i e r o n con-
venirse, y separáronse injuriándose uno á otro.
d i r i g i ó s e al c u a r t o d e su esposa, y hallóla todavia en
c a m a . La b u e n a m u j e r le a l a r g ó la m a n o , d i c i é n d o l e :
—¡ P o b r e a m i g o m i ó ! h e sabido esta n o c h e en sue-
ños la a v e n t u r a q u e te privó de t u reflejo en Italia : te
c o m p a d e z c o y t e p e r d o n o . El p o d e r del d e m o n i o es
g r a n d e ; p e r o Dios es m á s f u e r t e , y e s p e r o q u e á esta
h o r a e s t a r á d e s t r u i d o el e n c a n t o , p o r q u e h e r e z a d o
p o r ti t o d a la noche. T o m a este e s p e j o y m í r a t e .
E r a s m o palideció : el cristal n o r e p r o d u c í a s u s fac-
ciones, y dejóle caer con d e s a l i e n t o .
—¡ A h ! — e x c l a m ó la m u j e r — p a r e c e q u e n o h a s h e -
c h o b a s t a n t e p e n i t e n c i a , y p o r lo t a n t o , q u e r i d o e s p o -
so, es preciso q u e v u e l v a s a Italia á b u s c a r t u reflejo.
A l g ú n b u e n santo obligará tal vez al d e m o n i o á devol-
vértele. A b r á z a m e , E r a s m o , y b u e n v i a j e ; c u a n d o
vuelvas c o m o d e b e s , s e r á s bien r e c i b i d o e n esta casa.
Al decir e s t a s p a l a b r a s , la m u j e r d e S p i c k e r se vol-
vió de cara á la p a r e d , c e r r ó los ojos y c o m e n z ó á r o n -
COPPELIUS
c a r . E r a s m o , con el corazón o p r i m i d o , q u i s o a b r a z a r á
su hijo, p e r o éste se alejó d e él g r i t a n d o c o m o u n pe-
r r o c u a n d o le c a s t i g a n . E n t o n c e s el p o b r e .padre e m -
p u ñ ó su palo y salió del domicilio c o n y u g a l sin d e c i r
u n a p a l a b r a . Hace ya t i e m p o q u e r e c o r r e el m u n d o .
C i e r t o día e n c o n t r ó á P e d r o S c h l e m i h l , y a q u e l l o s dos
infortunados seres proyectaron viajar juntos, ocultan-
d o m u t u a m e n t e su f a l t a ; E r a s m o S p i c k e r ofreció la
s o m b r a necesaria á su c o m p a ñ e r o de viaje, q u e en
c a m b i o le p r e s t a r í a el reflejo; p e r o n o p u d i e r o n con-
venirse, y separáronse injuriándose uno á otro.
COPPELIUS
NATANIEL Á LOTARIO
n o s p o r u n a s e n d a de d e s g r a c i a s y d e s a s t r e s ? No, Dios
n o s h a d a d o la luz del e s p í r i t u y la p i e d r a d e t o q u e d e
la c o n c i e n c i a á fin d e q u e c o n s u a u x i l i o n o s sea p o s i - Me h a c o n t r a r i a d o m u c h o , q u e r i d o a m i g o , q u e g r a -
ble r e c o n o c e r en t o d a s p a r t e s , s e a n c u a l e s f u e r e n l a s c i a s á m i n e c i a d i s t r a c c i ó n , Clara h a y a l e í d o la c a r t a
q u e t e e s c r i b í . L a m a l i c i o s a j o v e n se h a b u r l a d o c o m -
BIBLIOTECA U N í U n
"alfoh'ÜO M U "
• - . R ^ MNWT?RREY. MEXÌC8
se p a r e c e t a n t o al i n f a m e C o p p e l i u s , m e h a p e r s e g u i d o f o r m a s c o n q u e se r e v i s t a , al e n e m i g o q u e n o s p e r s i -
t o d o u n día c o m o u n e s p e c t r o a m e n a z a d o r ; le h e s o - g u e . Si r e c o r r e m o s c o n firme p a s o , fija la v i s t a e n el
n a d o , y d u r a n t e la n o c h e m e d e s p e r t é v a r i a s v e c e s cielo, la s e n d a d e la v i r t u d , la f u e r z a o c u l t a t r a t a r á
profiriendo gritos de espanto. No te enojes, a m i g o mío, i n ú t i l m e n t e d e a t r a e r n o s á s u s lazos. P u e d e s u c e d e r
si llegas á s a b e r p o r la c o n t e s t a c i ó n d e L o t a r i o , q u e que, durante algunos momentos, nuestra imaginación
d e s d e el día s i g u i e n t e r e c o b r é la t r a n q u i l i d a d y la se deje fascinar por f a n t a s m a s engañadores, c u y o as-
c a l m a , d e s e c h a n d o los f a n t a s m a s d e m i i m a g i n a c i ó n , pecto nos parece r e a l m e n t e a m e n a z a d o r ; pero estos
p u e s t e confieso q u e lo s o b r e n a t u r a l no m e p a r e c e m u y f a n t a s m a s n o s o n o t r a cosa s i n o p e n s a m i e n t o s a l t e r a -
a d m i s i b l e e n e s t a h i s t o r i a . C o p p e l i u s p o d í a s e r el m á s d o s p o r u n a e s p e c i e d e fiebre q u e les p r e s t a f o r m a s
r e p u g n a n t e d e t o d o s los h o m b r e s , y c o m p r e n d o t u extravagantes, tomadas, según nuestra disposición, d e
a v e r s i ó n d e n i ñ o al v e r s u s a l v a j e a s p e c t o . H a s h e c h o las n o c i o n e s e n q u e n o s h e m o s i m b u i d o r e s p e c t o al
la p e r s o n i f i c a c i ó n d e l hombre de la arena tal c o m o p o d r í a cielo ó al i n f i e r n o . H e a q u í , q u e r i d o N a t a n i e l , c ó m o m i
hacerla un espíritu infantil i m p r e s i o n a d o por cuentos h e r m a n o y yo t r a t a m o s esas altas cuestiones d e las
de nodriza. Las entrevistas nocturnas de Coppelius f u e r z a s o c u l t a s . Ya v e s q u e l o s m i s t e r i o s n o a t e m o r i -
c o n t u p a d r e n o t e n í a n s e g u r a m e n t e m á s o b j e t o q u e el z a n á t o d o el m u n d o , y q u e a u n h a y j ó v e n e s b a s t a n t e
d e p r a c t i c a r o p e r a c i o n e s d e a l q u i m i a ; t u m a d r e se afli- a t r e v i d a s p a r a r a z o n a r e n vez d e t e m b l a r . D e s e c h a ,
gía p o r q u e este t r a b a j o debía ocasionar gastos m u y p u e s , d e t u m e m o r i a , y o t e lo s u p l i c o , las h e d i o n d a s
c r e c i d o s , sin p r o d u c i r n u n c a n a d a ; y p o r o t r a p a r t e , figuras d e C o p p e l i u s y d e l v e n d e d o r d e b a r ó m e t r o s
t u p a d r e , a b s o r b i d o p o r la p a s i ó n d e h a c e r o r o y d e G i u s e p p e C o p p o l a . Si t u c a r t a n o l l e v a s e e n c a d a l i n e a
e n c o n t r a r la p i e d r a filosofal, d e s c u i d a b a los a s u n t o s el sello d e u n a g r a n e x a l t a c i ó n , m e r e g o c i j a r í a m u c h o
d e s u c a s a y s u s a f e c c i o n e s d e f a m i l i a . L a m u e r t e del decirte todo cuanto m e h a ocurrido de extraño res-
a u t o r d e t u s d í a s m e p a r e c e el r e s u l t a d o d e u n a i m -
> p e c t o a l hombre de la arena y á C o p p e l i u s , el a b o g a d o -
p r u d e n c i a ; ciertas combinaciones de m a t e r i a s fundi- ' t r a f i c a n t e e n b a r ó m e t r o s ; p e r o lo d e j a r é p a r a o t r a vez.
das p u e d e n d e t e r m i n a r una exploxión m á s ó menos
S i los t e m o r e s t e a c o m e t e n d e n u e v o , v e n á o c u l t a r -
t e m i b l e ; y e s t o lo sé p o r u n q u í m i c o q u e m e citó
t e b a j o m i s a l a s ; yo s e r é t u g e n i o d e l b i e n ; n a d a co-
m u c h a s s u s t a n c i a s c u y o s e x t r a ñ o s n o m b r e s no t r a n s -
nozco m á s eficaz q u e u n a a l e g r e c a r c a j a d a c u a n d o se
c r i b o a q u í p o r q u e los h e o l v i d a d o .
q u i e r e n d e s e c h a r p a r a s i e m p r e los m o n s t r u o s f a n t á s -
S é q u e v a s á c o m p a d e c e r á t u p o b r e C l a r a , q u e no
ticos. S i e m p r e tuya, a m a d o mío.
c r e e e n lo f a n t á s t i c o , n i ve e n el m u n d o las c o s a s sino
bajo su aspecto m á s natural. ¡ A h ! q u e r i d o Nataniel:
{ e x i s t i r á a l g u n a f u e r z a o c u l t a , d o t a d a de tal a s c e n -
diente sobre nuestra naturaleza, que pueda arrastrar- NATANIEL Á LOTARIO
n o s p o r u n a s e n d a de d e s g r a c i a s y d e s a s t r e s ? No, Dios
n o s h a d a d o la luz del e s p í r i t u y la p i e d r a d e t o q u e d e
la c o n c i e n c i a á fin d e q u e c o n s u a u x i l i o n o s sea p o s i - Me h a c o n t r a r i a d o m u c h o , q u e r i d o a m i g o , q u e g r a -
ble r e c o n o c e r en t o d a s p a r t e s , s e a n c u a l e s f u e r e n l a s c i a s á m i n e c i a d i s t r a c c i ó n , Clara h a y a l e í d o la c a r t a
q u e t e e s c r i b í . L a m a l i c i o s a j o v e n se h a b u r l a d o c o m -
BIBLIOTECA U N í U n
"alfoh'ÜO M U "
• - . R ^ MNWT?RREY. MEXÌC8
p l e t a m e n t e d e m i s p a l a b r a s , y no o b s t a n t e , á p e s a r d e m á s despacio. De a q u í á q u i n c e días, á m á s t a r d a r ,
s u s r a z o n a m i e n t o s c o n t r a lo q u e ella llama m i fascina- e s t a r é á t u lado, a m i g o m í o , y cerca d e C l a r a , y m i
ción, estoy s e g u r o de lo q u e m i s ojos h a n visto. p o b r e i m a g i n a c i ó n se c a l m a r á b a j o la d u l c e i n f l u e n c i a
P o r lo d e m á s , h e r e c o n o c i d o q u e el t r a f i c a n t e e n ba- d e su m i r a d a a m o r o s a . Adiós
r ó m e t r o s y el a b o g a d o C o p p e l i u s son d o s i n d i v i d u o s
del t o d o d i f e r e n t e s . A h o r a t o m o lecciones d e u n célebre
físico l l a m a d o S p a l a n z a n i , de o r i g e n italiano, y este
h o m b r e conoce hace largo t i e m p o al G i u s e p p e C o p p o -
la, q u e t i e n e el acento p i a m o n t é s ; m i e n t r a s q u e C o p p e -
lius e r a a l e m á n , bien a l e m á n . Y a h o r a , p o r m á s q u e
t u h e r m a n a y t ú creáis q u e t e n g o la cabeza h u e c a , os I
d i r é q u e n o p u e d o b o r r a r d e m i m e n t e la i m p r e s i ó n
d e la fatal s e m e j a n z a q u e m e llamó la a t e n c i ó n ep u n
p r i n c i p i o . S p a l a n z a n i es u n p e r s o n a j e b a s t a n t e ex- La h i s t o r i a d e las maravillosas a v e n t u r a s del estu-
t r a o r d i n a r i o : figúrate u n h o m b r e c i l l o c o m o u n a bola, diante Nataniel hubiera podido comenzar m u y bien en
con los p ó m u l o s m u y salientes, la nariz afilada c o m o el p u n t o en q u e envía al diablo al t r a f i c a n t e e n b a r ó -
la hoja d e un cuchillo, los labios m a l c o n t o r n e a d o s y metros. Las tres cartas que m i amigo Lotario tuvo á
los ojos brillantes c o m o c a r b u n c l o s . U l t i m a m e n t e f u i b i e n c o m u n i c a r m e , son c o m o t r e s p i n c e l a d a s t r a z a d a s
a s u casa p a r a p r e s e n c i a r a l g u n o s e x p e r i m e n t o s : al al acaso en el lienzo; se t r a t a d e b o s q u e j a r f a c c i o n e s y
p a s a r por el vestíbulo, o b s e r v o q u e la cortinilla v e r d e h a c e r d e s p u é s el colorido. E n t r e m o s en m a t e r i a .
d e u n a p u e r t a v i d r i e r a n o está c o r r i d a c o m o d e cos- Poco t i e m p o d e s p u é s d e m o r i r el p a d r e d e Nataniel,
t u m b r e ; m e acerco m a q u i n a l m e n t e , y v e o u n a m u j e r , Clara y L o t a r i o , d o s n i ñ o s de lejano p a r e n t e s c o , f u e r o n
h e r m o s í s i m a s e n t a d a en m e d i o d e la h a b i t a c i ó n , con r e c o g i d o s en la casa d e la m a d r e d e n u e s t r o h é r o e .
los brazos a p o y a d o s en u n a m e s i t a ; c o m o está d e ' c a r a Clara y Nataniel se p r o f e s a r o n p r o n t o u n a m u t u a s i m -
á mí, m i s ojos se e n c u e n t r a n con los s u y o s , y observo, p a t í a , y y a e r a n novios c u a n d o el s e g u n d o h u b o d e
p o s e í d o de a s o m b r o , á la vez q u e d e t e m o r , q u e s u s m a r c h a r á la c i u d a d d e G***, d o n d e d e b í a t e r m i n a r
p u p i l a s carecen d e m i r a d a : h u b i é r a s e dicho q u e a q u e - s u s e s t u d i o s : a c a b a m o s d e v e r q u e asistía al c u r s o d e
lla m u j e r d o r m í a con los ojos a b i e r t o s . O p r i m i d o el co- física del p r o f e s o r S p a l a n z a n i .
razón y a r d i e n t e la cabeza, deslizóme en la sala, d o n d e Clara n o e r a h e r m o s a en la acepción v u l g a r d e la
u n n u m e r o s o a u d i t o r i o e s p e r a b a las lecciones del p r o - p a l a b r a : u n p i n t o r n o h a b r í a visto en los c o n t o r n o s d e
f e s o r . A l g u n o m e dijo q u e la m u j e r m i s t e r i o s a era su b u s t o , d e s u s h o m b r o s y d e su seno m á s q u e la
Olimpia, hija d e S p a l a n z a n i , q u i e n la tiene s e c u e s t r a d a i m a g e n d e la c a s t i d a d ; p e r o t e n í a u n cabello m a g n í -
e n su casa. T a l vez esa linda joven sea idiota, ó q u i z á s fico, q u e la r o d e a b a c o m o u n velo, y la b l a n c u r a d e s u
Spalanzani tenga otro motivo m u y legitimo p a r a obrar c u t i s s a t i n a d o p o d í a c o m p e t i r con la d e la nieve. Un
a s í : y o lo a v e r i g u a r é . No q u i e r o c a n s a r t e m á s con m i s f a n á t i c o p o r la belleza h a b r í a c o m p a r a d o los ojos d e
rarezas, p u e s m u y p r o n t o h a b l a r e m o s de viva voz y Clara con los lagos azules d e R u y s d a e l , en c u y a lím-
CUENTOS FANTÁSTICOS
del p u e b l o q u i s i e r o n s u b i r á la t o r r e á fin d e a p o d e r a r -
se del loco, c u y a exaltación h a c í a t e m b l a r á t o d o s los
espectadores.
— ¡ B a h , b a h ! — e x c l a m ó C o p p e l i u s — d e j a d l e , q u e ya
s a b r á él b a j a r solo.
Y c o m o m i r a s e con la boca a b i e r t a las e v o l u c i o n e s
del p o b r e Nataniel, e s t e ú l t i m o , q u e a c a b a b a d e incli-
n a r s e s o b r e la b a l a u s t r a d a , divisóle d e p r o n t o , le reco-
noció, y p r o f i r i e n d o u n a c a r c a j a d a diabólica, p r e c i p i -
t ó s e d e cabeza...
Levantáronle destrozado, mientras q u e Coppelius
se p e r d í a e n t r e la m u l t i t u d . A l g u n o s a ñ o s d e s p u é s ,
Clara, q u e h a b í a a b a n d o n a d o la c i u d a d d e s p u é s d e
a q u e l d e s g r a c i a d o a c o n t e c i m i e n t o , hallábase en u n
país lejano, d o n d e la e n c o n t r ó S e g i s m u n d o , el a m i g o
d e Nataniel. Era t o d a v í a u n a m u j e r joven y h e r m o s a , ANNUNZIATA
y estaba á la p u e r t a d e u n a casita d e c a m p o ; cerca d e
ella, u n h o m b r e de fisonomía d u l c e y g r a v e , e s t r e c h á -
bale la m a n o m i r á n d o l a con a m o r , y d o s g r a c i o s o s
niños j u g a b a n á s u s p i e s s o b r e el c é s p e d e s m a l t a d o d e
flores.
UNIVERSIDAD DE NUEVO L E O «
BIBLIOTECA \ m m R l M
"ALFOt^O R ü a s r ,
• ido. 1625 MONl^RCT.MEWGi
E. TEODORO HOFFMANN
del p u e b l o q u i s i e r o n s u b i r á la t o r r e á fin d e a p o d e r a r -
se del loco, c u y a exaltación h a c í a t e m b l a r á t o d o s los
espectadores.
— ¡ B a h , b a h ! — e x c l a m ó C o p p e l i u s — d e j a d l e , q u e ya
s a b r á él b a j a r solo.
Y c o m o m i r a s e con la boca a b i e r t a las e v o l u c i o n e s
del p o b r e Nataniel, e s t e ú l t i m o , q u e a c a b a b a d e incli-
n a r s e s o b r e la b a l a u s t r a d a , divisóle d e p r o n t o , le reco-
noció, y p r o f i r i e n d o u n a c a r c a j a d a diabólica, p r e c i p i -
t ó s e d e cabeza...
Levantáronle destrozado, mientras q u e Coppelius
se p e r d í a e n t r e la m u l t i t u d . A l g u n o s a ñ o s d e s p u é s ,
Clara, q u e h a b í a a b a n d o n a d o la c i u d a d d e s p u é s d e
a q u e l d e s g r a c i a d o a c o n t e c i m i e n t o , hallábase en u n
país lejano, d o n d e la e n c o n t r ó S e g i s m u n d o , el a m i g o
d e Nataniel. Era t o d a v í a u n a m u j e r joven y h e r m o s a , ANNUNZIATA
y estaba á la p u e r t a d e u n a casita d e c a m p o ; cerca d e
ella, u n h o m b r e de fisonomía d u l c e y g r a v e , e s t r e c h á -
bale la m a n o m i r á n d o l a con a m o r , y d o s g r a c i o s o s
niños j u g a b a n á s u s p i e s s o b r e el c é s p e d e s m a l t a d o d e
flores.
U N I V E R S I D A D DE N U E V O L E O «
BIBLIOTECA \ m m R l M
"ALFOt^O R ü a s r ,
• ido. 1625 MONl^RCT.MEWGi
ANNUNZIATA
BiBLIOTfCft üiv¥i n M I A
"ALFQÍ**) W
i n á e . 1625 M0NT3Rft£Y,K53398
— ¿ J u n t o á la e s c a l e r a ? — e x c l a m a el Dux con ale- celos p r i v a b a n á Venecia d e la p r e s e n c i a d e su joven
gría. soberana.
Y con r á p i d o paso d i r í g e s e á la estancia q u e le indi- — ¡ C ó m o ! — c o n t e s t ó g r a v e m e n t e el Dux—¿ p e n s á i s
can. por v e n t u r a q u e m e h a y a r e d u c i d o á o c u l t a r á m i es-
Al oir r e p e t i d o s golpes en su p u e r t a , L u i s a n o p u e - posa y q u e no p u e d a , c u a n d o m e plazca, d e f e n d e r l a
de m e n o s d e a b r i r , cae d e rodillas á los p i e s d e M a r i n o con mi a n t i g u o a c e r o ? Desde m a ñ a n a la p r e s e n t a r é en
Faliero y confiesa su falta, la cual le es a d e m á s i m p o - público en la plaza de S a n M a r c o s ; q u i e r o q u e t o d a
sible n e g a r , p o r q u e s o b r e la m e s a hay u n p a r d e g u a n - Venecia s a l u d e con a p l a u s o s á su bella s o b e r a n a ; q u i e -
tes d e h o m b r e p e r f u m a d o s , y con cifra d e Miguel Ste- ro q u e A n n u n z i a t a reciba por sí m i s m a el r a m o del
no. El Dux, c o n t r a r i a d o al ver c o m p r o m e t i d a su g r a - i n t r é p i d o m a r i n e r o q u e d e b e lanzarse h a c i a ella d e s d e
v e d a d p o r s u s inútiles celos, escribió al i m p r u d e n t e las a l t u r a s , en m e d i o d e la fiesta del j u e v e s l a r d e r o .
patricio, p r o h i b i é n d o l e bajo p e n a d e d e s t i e r r o q u e se El Dux se refería á u n a a n t i g u a c o s t u m b r e nacional:
p r e s e n t a s e en el palacio ducal, ni s i q u i e r a en s u s alre- en d i c h o d í a ; el m á s a u d a z d e 'os h i j o s del p u e b l o se
dedores. i n t r o d u c e en u n a especie d e e s q u i f e sostenido d e u n
Miguel Steno,- al verse d e s c u b i e r t o , n o p u d o d u d a r c a b l e ; u n a e x t r e m i d a d de éste se s u j e t a en el c a m p a -
q u e había caído en d e s g r a c i a , y j u r a n d o v e n g a r s e t e - n a r i o d e San Marcos, y la otra s u m é r g e s e en el m a r ;
r r i b l e m e n t e , c o m e n z ó p o r h a c e r circular r u m o r e s i n j u - el h o m b r e se desliza d e s d e aquella a l t u r a c o m o u n a
riosos sobre la v i r t u d d e A n n u n z i a t a . E s t a s c a l u m n i a s flecha h a s t a la plaza, d o n d e están s e n t a d o s el D u x y
llegaron m u y p r o n t o á oídos d e M a r i n o Faliero, y su su esposa, y ofrece á esta ú l t i m a un magnifico r a m o
i m p o t e n c i a p a r a c a s t i g a r al m i s e r a b l e q u e m a n c h a b a de flores.
en la s o m b r a el h o n o r d e su corona, el p e s a r q u e le Al día s i g u i e n t e , M a r i n o F a l i e r o q u i s o c u m p l i r la
p r o d u c í a su crítica posición a n t e el p u e b l o , s i e m p r e p r o m e s a q u e había h e c h o á Bodoeri, y el cortejo del
d i s p u e s t o á ridiculizarlo todo, y p o r ú l t i m o , los celos, s o b e r a n o se dirigió con g r a n p o m p a á la plaza d e San
a g r i a r o n su c a r a c t e r . M u y - p r o n t o relegó á su joven Marcos, p a s a n d o e n t r e u n a m u l t i t u d i n m e n s a . L o s
e s p o s a á las h a b i t a c i o n e s m á s r e t i r a d a s d e palacio, c h u s c o s d e la c i u d a d a g u z a r o n su i n g e n i o para h a c e r
rodeóla d e e s p í a s y d e vigilantes, y la p r o h i b i ó t o d a mil a l u s i o n e s p i c a n t e s s o b r e los i l u s t r e s e s p o s o s ; y
c o m u n i c a c i ó n con lo e x t e r i o r . Noticioso Bodoeri d e h a s t a los c o r t e s a n o s se p e r m i t i e r o n la c r í t i c a ; p e r o el
a q u e l l a s r i g u r o s a s m e d i d a s , t r a t ó de a t r a e r al D u x á Dux c e r r ó los oídos á t o d o y s u p o m a n t e n e r s e impa*-
s e n t i m i e n t o s m á s h u m a n o s ; p e r o M a r i n o F a l i e r o se sible.
m o s t r ó insensible. En el m o m e n t o en q u e A n n u n z i a t a f r a n q u e a b a la
S i n e m b a r g o la época del carnaval se a p r o x i m a b a . p u e r t a del palacio, u n joven q u e estaba en pie, a p o y a -
Desde t i e m p o i n m e m o r i a l es c o s t u m b r e q u e el Dux y d o c o n t r a u n a c o l u m n a , profirió u n g r i t o y cayó des-
su e s p o s a v a y a n á p r e s i d i r las fiestas p o p u l a r e s y las m a y a d o en t i e r r a ; la m u l t i t u d le r o d e ó p r e s u r o s a , y la
d i v e r s i o n e s d e la m u l t i t u d ; Bodoeri quiso a p r o v e c h a r - esposa del Dux no p u d o verle, p e r o a q u e l g r i t o h a -
se d e esta c i r c u n s t a n c i a , y r e p r e s e n t ó á M a r i n o Falie- bía a t r a v e s a d o s u corazón como u n hierro c a n d e n t e ,
ro el ridículo q u e s o b r e él r e c a e r í a si s u s i n s e n s a t o s t a n t o , q u e palideció y estuvo á p u n t o d e caer t a m b i é n .
13
C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
El Dux f r u n c i ó el entrecejo, y r e h u s a n d o el a u x i l i o q u e
se q u e r i a p r o d i g a r á su joven esposa, llevóla en bra-
zos h a s t a s u s habitaciones.
Á las p u e r t a s del palacio o c u r r i ó o t r a e s c e n a : a l g u -
nos h o m b r e s del p u e b l o se d i s p o n í a n á t r a n s p o r t a r al
joven q u e parecía m u e r t o , c u a n d o u n a a n c i a n a , a b r i é n -
dose paso á d u r a s p e n a s e n t r e los g r u p o s d e c u r i o s o s ,
llegó h a s t a cerca d e él.
—¡ Dios mío!—exclamó—¡ d e j a d á ese joven; os d i g o
q u e le dejéis, p u e s n o está m u e r t o !
Y a r r o d i l l á n d o s e á su lado, a t r á j o l e hacia sí y co-
m e n z ó á f r i c c i o n a r l e , p r o n u n c i a n d o las p a l a b r a s m á s
c a r i ñ o s a s . L o s q u e c o n t e m p l a b a n aquella escena no
podían m e n o s de experimentar un sentimiento de
r e p u g n a n c i a a n t e aquella a n c i a n a d e c r é p i t a y a s q u e -
r o s a , inclinada con la m a y o r solicitud s o b r e el pálido
s e m b l a n t e del g a l l a r d o j o v e n ; al v e r s u s a n d r a j o s en
c o n t a c t o con el rico t r a j e del desconocido, y s u s brazos
d e e s q u e l e t o , lívidos, h u e s o s o s y llenos de cicatrices
t o c a n d o el pecho y la f r e n t e del m a n c e b o , n o t a b l e s
p o r su b l a n c u r a , h u b i é r a s e d i c h o q u e la m u e r t e en
p e r s o n a había venido para a p o d e r a r s e d e su p r e s a .
C u a n d o el joven e n t r e a b r i ó los ojos, a l g u n a s perso-
n a s a y u d a r o n a t r a n s p o r t a r l e á una g ó n d o l a ; la ancia-
na t o m ó a s i e n t o á su lado y o r d e n ó á los r e m e r o s q u e
se d i r i g i e r a n hacia la m o r a d a d e Antonio ( p u e s el lec-
t o r h a b r á reconocido ya á n u e s t r o héroe), y la a n c i a n a
no era o t r a q u e la ' m e n d i g a del a t r i o d e los francisca-
nos.
C u a n d o A n t o n i o r e c o b r ó los s e n t i d o s , vió al pie d e
su lecho á la anciana M a r g a r i t a , q u e a c a b a b a d e v e r t e r
en s u s labios a l g u n a s g o t a s de u n elíxir precioso ; fijó
en ella u n a triste m i r a d a , y m u r m u r ó al fin con voz
lenta y b a l b u c i e n t e :
—¡ Gracias, M a r g a r i t a ; gracias, fiel a m i g a ! P o r t u
a b n e g a c i ó n c o m p r e n d o q u e m e h a s d i c h o la v e r d a d .
ANNUNZIATA 181
Ahora lo sé t o d o . ¡ L a h e v i s t o ! ¡Era e l l a ! El p a s a d o
de mi vida se m e ha r e v e l a d o d e p r o n t o como en un
s u e ñ o . Dime, M a r g a r i t a , ¿ no es B e r t u c c i o Nenolo el
célebre m a r i n o q u e m e e d u c a b a c o m o hijo a d o p t i v o
en su q u i n t a de Trevisa ?
—¡ Sí, s í ! — c o n t e s t ó la a n c i a n a . — E r a Bertuccio Ne-
nolo, q u e s u c u m b i ó en u n a batalla d e s p u é s d e h a b e r s e
cubierto d e gloria.
— E s c u c h a — r e p l i c ó A n t o n i o — y no m e i n t e r r u m p a s .
Yo estaba en casa d e B e r t u c c i o Nenolo, q u e m e c u i d a -
ba como si f u e s e m i p a d r e ; d e t r a s de la casa había u n
pinar, y complacíame mucho recorrerle, aspirando
s u s f u e r t e s e m a n a c i o n e s . Cierta n o c h e , c a n s a d o d e
saltar y c o r r e r e n t r e los floridos brezos, m e había echa-
d o á la s o m b r a d e u n árbol c o r p u l e n t o , y a d m i r a b a ,
e n t r e g a d o á u n a p r o f u n d a m e d i t a c i ó n , las m a g n i f i -
cencias del sol p o n i e n t e . Poco á poco, los f u e r t e s p e r -
f u m e s m e s u m i e r o n en u n a especie d e letargo, del
q u e m e d e s p e r t ó u n r u i d o q u e se oía e n t r e la y e r b a ;
p ó s e m e en pie d e u n salto, y vi u n á n g e l q u e m e dijo
con voz celestial : « ¡ P o b r e joven ! d u e r m e s m u y t r a n -
quilo é i n d i f e r e n t e , c u a n d o la m u e r t e e s t á á tu l a d o !»
En el m i s m o i n s t a n t e llamóme la atención u n a p e q u e ñ a
s e r p i e n t e n e g r a cuya cabeza a c a b a b a d e a p l a s t a r el ce-
lestial m e n s a j e r o con u n a r a m a d e nogal. E n t o n c e s
m e arrodillé a n t e el ángel, q u e s o n r e í a s i e m p r e , y le
d i j e : «¡Bendito seas t ú , e s p í r i t u del cielo, á q u i e n Dios
ha e n v i a d o p a r a salvarme!»—«No, p o b r e n i ñ o — r e p l i c ó
aquel sér a d o r a b l e — y o n o soy u n ángel, sino u n a jo-
ven c o m o t ú . » Al oir e s t a s pala'bras m i r e s p e t o se
convirtió en emoción ; u n f u e g o s e c r e t o e n a r d e c i ó m i
s a n g r e ; n u e s t r o s brazos se a b r i e r o n , y en la e m b r i a -
g u e z de u n p r o l o n g a d o beso n u e s t r a s a l m a s se m e z -
claron en m e d i o de l á g r i m a s y s u s p i r o s ; p e r o d e re-
p e n t e r e s o n ó en el b o s q u e u n a voz a r g e n t i n a q u e
g r i t a b a : «¡Annunziata, A n n u n z i a t a ! » «Es preciso q u e
nos s e p a r e m o s — d i j o la joven e s t r e m e c i é n d o s e — p o r - t r o n a s u s t i t u y ó á los a n d r a j o s , y M a r g a r i t a se pavo-
q u e m i m a d r e m e llama.» E s t a s p a l a b r a s m e p r o d u j e - n e a b a con o r g u l l o s i e m p r e q u e debía c r u z a r la plaza
r o n cierta a n g u s t i a q u e m e o p r i m i ó el corazón y q u i s e d e S a n Marcos p a r a e v a c u a r s u s diligencias.
a b r a z a r u n a vez m á s á la joven; m a s la voz a r g e n t i n a El jueves l a r d e r o llegó por fin, el ú l t i m o y m e j o r día
r e p i t i ó d e n u e v o : «¡ A n n u n z i a t a !» y m i salvadora des- del C a r n a v a l d e V e n e c i a ; en m e d i o d e la plaza d e San
a p a r e c i ó . Desde a q u e l día, M a r g a r i t a , el a m o r deposi- Marcos h a b í a n s e p r e p a r a d o f u e g o s artificiales p o r u n
tó su p r i m e r g e r m e n en el f o n d o de m i corazón; es u n g r i e g o m u y sabio en el a r t e t a n poco conocido a ú n d e
f u e g o q u e se a l i m e n t a b a s e c r e t a m e n t e y q u e a h o r a la p i r o t e c n i a ; y á la caída d e la t a r d e , F a l i e r o c o n d u j o
m e a b r a s a c o m o u n i n c e n d i o . Pocos d í a s d e s p u é s d e á su e s p o s a al t r o n o l e v a n t a d o p a r a ella en u n o d e los
a q u e l e n c u e n t r o f u i a r r a n c a d o d e la casa d e Bertuccio t e r r a d o s del palacio ducal. La maravillosa belleza de
N e n o l o ; el a n c i a n o B l a u n a s m e a s e g u r ó q u e a q u e l l a A n n u n z i a t a s e d u j o á c u a n t o s la vieron, y f u é el a s u n t o
angélica visión e r a la h i j a d e N e n o l o ; A n n u n z i a t a f u é d e t o d a s las conversaciones. E n el m o m e n t o en q u e el
c o n d u c i d a u n día á la q u i n t a d e T r e v i s a por su m a d r e Dux iba á s e n t a r s e , divisó á Miguel S t e n o , d e pie,
F r a n c i s c a y volvió á m a r c h a r al día s i g u i e n t e . ¡ O h a p o y a d o c o n t r a u n a c o l u m n a á pocos p a s o s de él, alti-
M a r g a r i t a ! q u e Dios m e p r o t e j a . ¡Esa A n n u n z i a t a q u e va la f r e n t e y fija la m i r a d a en A n n u n z i a t a , con u n a
y o a m o con delirio es la e s p o s a del D u x ! s i n g u l a r e x p r e s i ó n d e odio y d e deseos. F a l i e r o dió
o r d e n p a r a q u e se r e t i r a s e d e a q u e l sitio, y S t e n o
Al llegar a q u í , la e m o c i ó n a h o g ó la voz d e A n t o n i o ,
le dirigió u n a m i r a d a a m e n a z a d o r a ; p e r o los g u a r -
q u e volvió á caer e n su lecho sollozando.
dias se lo llevaron al p u n t o , obligándole á salir del p a -
—¡ P o b r e T o n i n o !—replicó la a n c i a n a . — T e n valor;
lacio.
es preciso l u c h a r esta vez c o n t r a esta dolorosa locura.
Y además, ¿ por qué desesperar? ¿No se'desarrollan V o l v a m o s a h o r a á n u e s t r o h é r o e Antonio. El p o b r e
h a s t a lo infinito p a r a los a m a n t e s las flores de-oro d e joven, h u y e n d o d e la m u l t i t u d , r e c o r r i ó t r i s t e m e n t e
la e s p e r a n z a ? ¿ Q u i é n p u e d e s a b e r lo q u e nos t r a e r á la orilla del m a r , y p r e g u n t á b a s e á cada m o m e n t o si
el día d e m a ñ a n a ? ¡ C u á n t a s veces las ilusiones soña- no sería m e j o r t e r m i n a r sus d í a s q u e vivir sin c o n s u e -
d a s se h a n c o n v e r t i d o en r e a l i d a d e s ! ¡ C u á n t a s veces lo ni e s p e r a n z a . Acababa d e llegar á la e x t r e m i d a d
el castillo f a n t á s t i c o m e c i d o p o r las n u b e s , t o m ó t i e r r a del m u e l l e , á un sitio d o n d e el a g u a era n e g r a y p r o -
y se c o n v i r t i ó e n u n a m o l e d e g r a n i t o ! E s c ú c h a m e , f u n d a , c u a n d o u n a voz le g r i t ó a l e g r e m e n t e :
T o n i n o , y a c u é r d a t e d e mi predicción: ¡ la blanca b a n - — ¡ Bien v e n i d o , c o m p a d r e Antonio !
d e r a del a m o r se ha, d e s p l e g a d o s o b r e las olas y avanza Era P e d r o el m a r i n e r o , u n o d e los a n t i g u o s c o m p a -
á t u e n c u e n t r o I ¡ P a c i e n c i a , hijo mío, paciencia !... ñ e r o s del joven : este p e r s o n a j e iba m u y e n g a l a n a d o
La b u e n a M a r g a r i t a se e s f o r z a b a así p a r a m i t i g a r u n con u n a casaca n u e v a a d o r n a d a d e t r e n z a s de t o d o s
poco la p e n a del d e s c o n s o l a d o A n t o n i o ; s u s a f e c t u o s a s c o l o r e s ; llevaba el s o m b r e r o m u y brillante á f u e r z a de
p a l a b r a s e r a n p a r a él c o m o u n a d u l c e m ú s i c a , y no oropeles, y tenía en la m a n o un e n o r m e r a m o de flores.
q u i s o ya s e p a r a r s e de la a n c i a n a . — ¿ Q u é b u e n a f o r t u n a te t r a e por a q u í ? — p r e g u n t ó
Desde a q u e l día, la m e n d i g a del atrio d e los F r a n c i s - el j o v e n — ¿ h a s d e c o n d u c i r por v e n t u r a esta noche a
c a n o s f u é la p r e c e p t o r a d e A n t o n i o ; un t r a j e d e m a - algún rico s e ñ o r p o r las lagunas?
P o r toda r e s p u e s t a , P e d r o hizo u n a cabriola en s u la s u p e r f i c i e del m a r mil r e l á m p a g o s de todos colores,
e s q u i f e , y d e s p u é s dijo a l e g r e m e n t e : y r u i d o s a s y r e p e t i d a s d e t o n a c i o n e s d e s p e r t a r o n todos
—Yo soy el q u e esta n o c h e h a r á el peligroso viaje los ecos. El i n t r é p i d o A n t o n i o a t r a v e s ó el d i l u v i o d e
p o r el cable q u e baja d e s d e la t o r r e d e San Marcos; yo llamas, y llegado á la cima d e la t o r r e i n t r o d ú j o s e en
soy q u i e n ofrecerá d e a q u í á u n m o m e n t o á la bella es- la b a r q u i l l a , tocó u n r e s o r t e y bajó con la r a p i d e z del
posa del Dux el r a m o d e flores. r a y o h a s t a el nivel del t e r r a d o , á dos pasos d e la es-
— ¡ B a h ! — r e p u s o Antonio—¡ V a y a u n a o c u r r e n c i a ! posa del Dux. N i n g u n a p a l a b r a p o d r í a e x p r e s a r l o q u e
¿ P o r q u é te h a s d e e x p o n e r en esta ocasión á r o m p e r - en a q u e l m o m e n t o pasó en su alma ; al o f r e c e r el r a m o
te los h u e s o s ?
á la h e r m o s a A n n u n z i a t a ésta se levantó, m u r m u r a n d o
Al d e c i r e s t a s p a l a b r a s , el e s q u i f e h a b í a llegado j u n t o a l g u n a s dulces p a l a b r a s ; p e r o el e s q u i f e c o n t i n u ó su
á la m á q u i n a , delante del cable q u e se s u m e r g í a en el c u r s o , deslizándose á lo largo del cable, y f u é á d e p o -
agua. s i t a r á n u e s t r o h é r o e , m á s m u e r t o q u e vivo, en la barca
— C o m p a ñ e r o — a ñ a d i ó Antonio con aire pensativo— de P e d r o .
¿ n o te a g r a d a r í a m á s g a n a r u n buen p u ñ a d o d e ce- C u a n d o t e r m i n a b a n los f u e g o s artificiales, el Dux,
q u í e s sin a r r i e s g a r t u s h u e s o s en tan loca a v e n t u r a ? . . . inclinándose en su sillón, recogió á s u s pies u n billete
— ¡Sí, c i e r t a m e n t e q u e s í ! — e x c l a m ó P e d r o — m a s sin n o m b r e , en el cual vió escritas estas p a l a b r a s : «El
ya ves q u e es p r e c i s o g a n a r el p a n . Dux F a l i e r o se h a casado con u n a h e r m o s a m u j e r ;
— P u e s bien — p r o s i g u i ó Antonio, e n t r e g á n d o l e s u pero o t r o s la poseen tembién.» El r o s t r o del a n c i a n o se
bolsa; — t o m a este o r o , ' d a m e t u t r a j e d e m a r i n e r o y enrojeció d e cólera al leer estas f r a s e s , y juró en alta
véte. Yo soy q u i e n h a r á la f a n t á s t i c a e x c u r s i ó n . voz q u e d e s c u b r i r í a y castigaría sin p i e d a d al i n s o l e n t e
— ¡Mil g r a c i a s ! — c o n t e s t ó el g o n d o l e r o ; — a h o r a co- a u t o r d e t a n s a n g r i e n t a i n j u r i a . A p e n a s f o r m u l a d a esta
nozco q u e sois u n rico señor y v u e s t r a g e n e r o s i d a d a m e n a z a , y c o m o d i r i g i e s e á su a l r e d e d o r m i r a d a s f u -
m e c o n m u e v e ; a g r á d a m e el oro, y este m e p a r e c e d e riosas, divisó o t r a vez á Miguel S t e n o , q u e p a r e c í a es-
m u y b u e n a l e y ; p e r o ¿ creéis q u e la satisfacción d e c a r n e c e r l e en m e d i o d e la m u l t i t u d . «¡ Q u e d e t e n g a n
o f r e c e r á la e s p o s a del Dux este r a m o d e flores, y de á ese h o m b r e , g r i t ó ; s o l a m e n t e él p u e d e ser el c u l p a -
c o n t e m p l a r s u s e n c a n t o s , o y e n d o su dulce voz, se p u e d e ble!» Un m u r m u l l o d e d e s c o n t e n t o circuló en la m u l -
p a g a r con n a d a ? ¿ Q u i é n n o a r r i e s g a r í a p o r esto mil t i t u d c u a n d o los e s b i r r o s e j e c u t a r o n a q u e l l a o r d e n ; el
veces su vida ? Preciso era q u e f u é r a i s vos p a r a q u e yo p u e b l o y los patricios p r o t e s t a r o n c o n t r a a q u e l acto
consintiese en c e d e r o s esta satisfacción. d e s p ó t i c o q u e c o n d e n a b a á u n h o m b r e por u n a s i m p l e
— ¡ A p r e s u r é m o n o s p u e s ! — i n t e r r u m p i ó Antonio. s o s p e c h a ; los s e n a d o r e s a b a n d o n a r o n s u p u e s t o ; y
E n u n m o m e n t o se c a m b i a r o n los trajes, y a p e n a s ú n i c a m e n t e M a r i n o Bodoeri c o m e n z ó á r e c o r r e r los
a c a b a b a Antonio d e vestirse, hizose en la t o r r e d e S a n g r u p o s del p u e b l o , p r o c u r a n d o explicar la o r d e n d a d a
Marcos la señal d e la a s c e n s i ó n . p o r el s o b e r a n o , y h a c i e n d o recaer t o d a la c u l p a en
— ¡En m a r c h a , y b u e n a s u e r t e ! — g r i t ó P e d r o á su Miguel S t e n o . Este era, e f e c t i v a m e n t e , el a u t o r del
a n t i g u o a m i g o , q u e d e b í a o c u p a r su p u e s t o en la b a r - a n ó n i m o , y él quien lo había d e j a d o caer e x p r e s a m e n t e
quilla s u s p e n d i d a . En el m i s m o i n s t a n t e , brillaron en al pie del sillón ducal. El Consejo de los Diez, a q u i e n
se confiara la m i s i ó n d e c a s t i g a r el a t e n t a d o , t r a n s f i r i ó m i e m b r o . » En el i n t e r i o r del palacio se oyó d e s p u é s
s u s a t r i b u c i o n e s al Consejo d e los C u a r e n t a , al q u e u n e s t r é p i t o e s p a n t o s o , abrióse u n a p u e r t a , y t o d o s se
S t e n o p e r t e n e c í a ; y el fallo d e este t r i b u n a l c o n d e n ó p a s a r o n de m a n o en m a n o u n e n a n i t o d e la m á s horri-
al culpable á u n m e s d e d e s t i e r r o . E s t e castigo, casi ble f e a l d a d q u e se p u e d e i m a g i n a r ; los g u a r d i a s le
irrisorio p o r lo i n d u l g e n t e , a t e n d i d a la g r a v e d a d d e la a r r o j a r o n c o m o u n a pelota p o r la escalera ; y los t r a n -
falta, debió h a c e r p r e s u m i r á M a r i n o F a l i e r o q u e la s e ú n t e s , a t r a í d o s p o r aquella escena, f o r m a r o n círculo
nobleza llevaría poco á poco h a s t a el e x t r e m o s u s pre- al r e d e d o r del p o b r e e n a n o , lleno d e c o n t u s i o n e s y
t e n s i o n e s y su a u d a c i a . a t u r d i d o p o r su caída. En el m i s m o instante, y con u n
A l g u n o s d í a s d e s p u é s , A n t o n i o reflexionaba triste- m o v i m i e n t o r á p i d o c o m o el rayo, el h o m b r e q u e aca-
m e n t e en su fatal a m o r , y la anciana M a r g a r i t a hacía b a b a d e explicar el a c c i d e n t e se p r e c i p i t a s o b r e a q u e l
inútiles esfuerzos para distraerle de aquel pensamiento e x t r a ñ o sér, le recoge, envuélvele en u n a p u n t a de s u
fijo q u e le c o n s u m í a c o m o la fiebre. C i e r t o día e n t r ó capa y se dirige c o r r i e n d o hacia el m a r , d o n d e le es-
en la casa poseída d e u n o d e a q u e l l o s accesos á q u e p e r a b a u n a góndola q u e se alejó al p u n t o d e la orilla.
estaba s u j e t a ; r e a n i m ó los r e s t o s del f u e g o , q u e se El e n a n o n o era o t r o sino el p e q u e ñ o d o c t o r Giovanni
a p a g a b a , colocó s o b r e u n t r í p o d e u n a vasija de bronce Basseggio, c u y a c o n s u l t a , s e g ú n p a r e c e , n o había sido
llena d e t o d a especie d e c o m p o s i c i o n e s vegetales, y a c e p t a d a p o r el D u x . E n c u a n t o á m í , q u e r i d o T o n i n o ,
activó su ebullición, p r o f i r i e n d o las c a r c a j a d a s d e cos- h e v u e l t o á casa sin p e r d e r u n m i n u t o ; h e p u e s t o á
tumbre. cocer las d r o g a s c u y o secreto poseo, y h e llevado el re-
— T o n i n o , q u e r i d o T o n i n o — e x c l a m ó al fin, c u a n - m e d i o d e A n n u n z i a t a al palacio ducal. C u a n d o llegué,
d o le f a l t a r o n ya las f u e r z a s — ¿ p o d r í a s t ú a d i v i n a r d e i n t r o d u j é r o n m e h a s t a la habitación d e la h e r m o s a en-
dónde vengo? f e r m a , q u e e c h a d a s o b r e u n o s cojines, no h a c í a m á s
El joven la m i r ó fijamente sin c o n t e s t a r . q u e r e p e t i r con su d u l c e voz: «¡Estoy e n v e n e n a d a ; voy
— T o n i n o — p r o s i g u i ó M a r g a r i t a — a c a b o de verla; á m o r i r ! . . . » D e s p u é s d e consolarla y a n i m a r l a , a p l i q u é
hace poco estaba á s u lado, y h e p o d i d o h a b l a r con la á la h e r i d a m i u n g ü e n t o m i l a g r o s o , y en el m i s m o ins-
hermosa Annunziata. t a n t e m a n i f e s t ó s e el alivio. El D u x , t r a n s p o r t a d o d e ale-
— ¿ Q u i e r e s h a c e r m e p e r d e r la poca razón q u e m e gría, l l é n a m e las m a n o s d e m o n e d a s d e oro, diciéndo-
queda ?—exclamó Antonio. m e : « ¡ T u f o r t u n a está h e c h a si salvas á m i esposa ! »
— T e t r a i g o , p o r el c o n t r a r i o , la felicidad y la espe- Y saliendo d e la h a b i t a c i ó n , n o s deja solas á las dos.
r a n z a — r e p l i c ó M a r g a r i t a . — E s c u c h a , hijo m í o : hace A n n u n z i a t a cede poco á poco á la influencia d e u n s u e ñ o
u n m o m e n t o c o m p r a b a y o f r u t a s en la Piazetta, c u a n - dulce y r e p a r a d o r ; d u e r m e por espacio d e t r e s h o r a s
d o d e p r o n t o oi voces c o n f u s a s q u e r e f e r í a n u n acci- con la m a y o r t r a n q u i l i d a d ; y a p e n a s d e s p i e r t a , aplico
d e n t e o c u r r i d o á la esposa del D u x ; u n a voz d e c í a : o t r a vez el r e m e d i o . La joven fija en mí u n a m i r a d a
«Un e s c o r p i ó n la ha picado en el brazo d e r e c h o , y la r a d i a n t e d e alegría, y yo la digo con voz cariñosa :
h e r i d a n o d e j a r á d e s e r p e l i g r o s a ; m i a m o , el sabio — Q u e r i d a p r i n c e s a , Dios debía sin d u d a salvaros,
d o c t o r Giovanni Basseggio, h a ido á v e r á la paciente, p o r q u e n o deja n u n c a sin r e c o m p e n s a u n a b u e n a ac-
y sin d u d a h a b r á p r a c t i c a d o ya la a m p u t a c i ó n del ción, y y o sé q u e en o t r o t i e m p o vos p r e s e r v a s t e i s á u n
p o b r e joven d e la m o r t a l p i c a d u r a d e u n a s e r p i e n t e . le era posible i n t r o d u c i r al joven Antonio, q u i e n se
Al oír estas p a l a b r a s , su r o s t r o se i l u m i n ó . consolaba h a c i e n d o r e p e t i r á M a r g a r i t a cien veces sus
— B u e n a a n c i a n a — m e d i j o — ¿ c ó m o p o d é i s s a b e r ?... conversaciones con la esposa del Dux, p u e s se h a b l a b a
Ya m e a c u e r d o . . . era u n h e r m o s o m u c h a c h o . d e él. Una vez e n t e r a d o d e todo, iba a v a g a r p o r la
- P u e s ese m u c h a c h o - r e p l i q u é yo, sin p o d e r resis- orilla de las l a g u n a s , d e v o r a n d o s u p e n a y su a n g u s -
t i r a m i p r i m e r i m p u l s o — e x i s t e a ú n y e s t á en Vene- tia; p e r o aquellas e x c u r s i o n e s solitarias f a t i g a b a n su
cia; hállase cerca d e a q u í , sólo piensa en vos, y sólo c u e r p o , sin c a l m a r el f u e g o de su p a s i ó n ni d i s m i n u i r
d e vos habla, p o r q u e sois el ú n i c o objeto d e su a m o r ; s u i n q u i e t u d ; de m o d o q u e t o d a s las t a r d e s p a s a b a las
el es q u i e n , p a r a volver á veros una vez m á s de c e r c a ' h o r a s m e d i t a n d o en la escalera del palacio ducal d o n d e
e m p r e n d i ó la peligrosa ascensión del jueves; él es h a b i t a b a la d a m a d e s u s p e n s a m i e n t o s .
quien os ofreció el r a m o . . . Una t a r d e , á la h o r a e n q u e el sol p o n i e n t e i l u m i n a
¡ Ah!— e x c l a m ó A n n u n z i a t a — m i s p r e s e n t i m i e n t o s con sus r a y o s de oro la p ú r p u r a del firmamento, Pe-
no m e h a b í a n e n g a ñ a d o ; a d i v i n é q u e era él por m i d r o el g o n d o l e r o c a n t a b a , a p o y a d o c o n t r a u n pilar del
t u r b a c i ó n c u a n d o , inclinándose a n t e m í , p r o n u n c i ó P u e n t e d e los S u s p i r o s . S u e m b a r c a c i ó n , a m a r r a d a e n
m i n o m b r e en voz t a n baja, q u e n a d i e p u d o oirle. Bue- u n anillo d e h i e r r o , balanceábase g r a c i o s a m e n t e con
na a n c i a n a , ¿sabes d ó n d e está ese joven? Necesito verle s u s brillantes b a n d e r o l a s , a g i t a d a s p o r la f r e s c a brisa.
y hablarle; corre y tráele á m i p r e s e n c i a . Aquella bonita g ó n d o l a , a d o r n a d a con p a r t i c u l a r es-
Al oir estas ú l t i m a s p a l a b r a s , A n t o n i o se e s t r e m e c i ó m e r o , p a r e c í a una copia en m i n i a t u r a del f a m o s o Bu-
c o m o si h u b i e s e circulado p o r su c u e r p o u n a c o r r i e n - centauro, el barco d e h o n o r ; y P e d r o c a n t a b a , m i r a n d o
te eléctrica. d i s t r a í d o las o n d a s , c u a n d o divisó á pocos p a s o s á su
— ¡ S e ñ o r - e x c l a m ó l e v a n t a n d o las m a n o s al cielo— a m i g o d e otro t i e m p o , Antonio, m á s triste y s o m b r í o
S e ñ o r , l í b r a m e de t o d o m a l h a s t a q u e h a y a v u e l t o á que nunca.
verla, a u n q u e sólo sea u n a sola vez p a r a e s t r e c h a r l a — ¡Hola! m a e s e A n t o n i o — g r i t ó el g o n d o l e r o — D i o s
c o n t r a m i c o r a z ó n ! D e s p u é s m e será la m u e r t e m á s q u i e r a q u e volváis á e s t a r a l e g r e , p u e s los c e q u í e s
dulce, y h a b r é vivido lo b a s t a n t e , p u e s t o q u e el d e s t i - q u e m e disteis m e h a n t r a í d o s u e r t e , s e g ú n podéis
n o nos separa p a r a s i e m p r e . ver.
El p o b r e joven, loco d e alegría y d e i m p a c i e n c i a , A n t o n i o le p r e g u n t o á q u é feliz casualidad debía el
d e s e a b a q u e la a n c i a n a M a r g a r i t a le c o n d u j e s e al p u n - hallarse tan bien vestido y d u e ñ o de u n a g ó n d o l a c u y a
to al palacio d u c a l , y no le costó poco á la anciana ha- posesión h u b i e r a n e n v i d i a d o las m á s o p u l e n t a s d a m a s
• c e n e c o m p r e n d e r q u e a q u e l l a visita e r a i m p o s i b l e d e Venecia. P e d r o se a p r e s u r ó a notificar a su a n t i g u o
p o r q u e el Dux e n t r a b a de h o r a en h o r a en la habitación a m i g o q u e tenía el h o n o r de c o n d u c i r casi t o d a s las
d e A n n u n z i a t a , p a r a o b s e r v a r con t i e r n a solicitud los n o c h e s al Dux y á su esposa á la G i u d e c c a , d o n d e Fa-
p r o g r e s o s de su c u r a c i ó n . liero había m a n d a d o c o n s t r u i r una magnifica q u i n t a
T r a n s c u r r i e r o n a ú n varios d í a s d u r a n t e los cuales de recreo.
el r e s t a b l e c i m i e n t o de la bella A n n u n z i a t a c o n t i n u ó su — A m i g o mío—dijo A n t o n i o — h a z m e otro f a v o r y te
c u r s o ; la a n c i a n a iba d i a r i a m e n t e al palacio, m a s no d a r é t a n t o oro c o m o la p r i m e r a vez; sólo q u i e r o q u e
esta n o c h e m e dejes o c u p a r t u p u e s t o p a r a c o n d u c i r d e s a r r o l l a b a n c o m o u n g r a n d i o s o p a n o r a m a los m á s
al Dux á la Giudecca. s u n t u o s o s edificios de Venecia, Faliero, l e v a n t a n d o
— ¡ I m p o s i b l e ! — c o n t e s t ó P e d r o — e l Dux m e conoce con orgullo su cabeza b l a n q u e a d a p o r los años, dijo á
y n o lo p e r m i t i r á . la p r i n c e s a :
Y como A n t o n i o , d o m i n a d o p o r su p a s i ó n , insistiese — ¡ A m a d a m í a , t o d o s esos e s p l e n d o r e s te p e r t e n e -
con s i n g u l a r p e r s e v e r a n c i a , el m a r i n e r o c o m e n z ó á cen ! ¿ No es m u y g r a t o v a g a r así s o b r e las t r a n q u i l a s
reirse, diciendo: o n d a s con el señor del m a r ? E s c u c h a ese dulce m u r -
—¡Ah, m a e s e A n t o n i o , estáis e n a m o r a d o d e los ojos m u l l o d e las a g u a s , s e m e j a n t e al c a n t o d e a m o r con
d e á n g e l d e la p r i n c e s a ! q u e el Adriático s a l u d a el p a s o d e su p r o m e t i d a ; sí,
D e s p u é s d e d i s c u t i r u n poco, y p a r a conciliar s u s e n c a n t a d o r a A n n u n z i a t a , t ú llevas en el d e d o m i anillo
d e b e r e s con el i n t e r é s q u e tenía en servir á su a n t i g u o de boda; p e r o las a g u a s q u e a h o r a n o s c o n d u c e n , con-
c o m p a ñ e r o , P e d r o consintió en d e j a r l e p e r m a n e c e r á servan en su s e n o o t r o c o m o p r e n d a d e m i s o b e r a n í a .
su lado p a r a r e m a r , y se convino en q u e se e x c u s a d a C u a n d o el Dux a c a b a b a d e p r o n u n c i a r e s t a s pala-
con F a l i e r o , a l e g a n d o u n a s ú b i t a indisposición, lo cual bras, u n a voz lejana c a n t ó la s i g u i e n t e estrofa:
explicaría la p r e s e n c i a d e u n d e s c o n o c i d o . A n t o n i o se
a r r e g l ó m u y p r o n t o su t r a j e d e m a r i n e r o y disfrazó Ah! s e n z a a m a r e ,
sus facciones con u n e n o r m e b i g o t e postizo. A p e n a s andaré sul mare,
t e r m i n a d a esta o p e r a c i ó n , volviendo á r e u n i r s e con col s p o s o del m a r e ,
non puó consolare (1).
su a m i g o , vió llegar al Dux a c o m p a ñ a d o d e A n n u n -
ziata.
— ¿ Q u i é n es ese h o m b r e ? — p r e g u n t ó F a l i e r o . O t r a s voces se u n i e r o n en coro con la p r i m e r a ; des-
P e d r o se e x c u s ó !o m e j o r q u e p u d o , a l e g a n d o q u e , p u é s la canción se e x t i n g u i ó g r a d u a l m e n t e , mezclán-
á causa d e u n s ú b i t o m a l e s t a r no p o d r í a c o n d u c i r él dose con los s u s p i r o s d e la brisa n o c t u r n a . El a n c i a n o
m i s m o la g ó n d o l a ; y el D u x , s e g u r o d e q u e el n u e v o Faliero no pareció c o m p r e n d e r ias p a l a b r a s d e a q u e l l a
a u x i l i a r sería bien conocido d e su c o m p a ñ e r o , consin- estrofa, y explicaba á la joven el origen y los detalles
tió en a d m i t i r l e . d e la c e r e m o n i a del día d e la Ascensión.
A n t o n i o creía e s t a r en la p u e r t a del cielo; sólo el El Dux e n u m e r a b a las victorias d e la r e p ú b l i c a ve-
roce del vestido d e la h e r m o s a joven le e m b r i a g a b a ; n e c i a n a ; r e f e r í a la c o n q u i s t a d e Istria y d e Dalmacia
r e s p i r a b a el m i s m o aire, veíala y la oía; p e r o d o m i n a - p o r P e d r o Orseolo II, con el cual se relaciona la cere-
ba s a s s e n s a c i o n e s , c o n s e r v a n d o casi s i e m p r e la vista m o n i a d e los d e s p o s o r i o s del m a r ; p e r o A n n u n z i a t a n o
baja, á la vez q u e r e m a b a con u n vigor d e s e s p e r a d o , le e s c u c h a b a ; con la vista fija en las olas, p a r e c í a b u s -
p a r a alejar p o r la f a t i g a física los p e l i g r o s d e u n a exal- car a l g u n a cosa en el horizonte, y sólo oía el m u r m u -
tación á la cual t e m í a n o p o d e r r e s i s t i r largo t i e m p o .
El a n c i a n o Dux, s e n t a d o j u n t o á su e s p o s a , p r o d i g á b a l e
las m á s t i e r n a s caricias; y c u a n d o la g ó n d o l a h u b o lle- (1) ¡Ah, b o g a r s o b r e l a s olas con el p r o m e t i d o d e l m a r , n o
g a d o al c e n t r o del p u e r t o , á u n sitio d e s d e d o n d e se p u e d e c o n s o l a r á u n c o r a z ó n sin a m o r !
lio d e las a g u a s , q u e p a r e c í a n r e p e t i r la copla m i s t e - pocas h o r a s , s e g ú n el plan c o n v e n i d o con Faliero. El
riosa d e la canción de los g o n d o l e r o s . Señza amare— objeto d e aquella t r a m a e r a a n i q u i l a r á la nobleza y
sema amare —non puó consolare; y .las l á g r i m a s se c o n f e r i r al Dux el t í t u l o d e capitán g e n e r a l de la r e p ú -
deslizaban bajo s u s p á r p a d o s velados, d i l a t á n d o s e s u blica d e Venecia. A n t o n i o m i r a b a fijamente á B o d o e r i ,
h e r m o s o seno p o r u n a inexplicable e m o c i ó n . El Dux y c o m o n o contestaba n a d a á sus revelaciones, el pa-
p r o s e g u í a s u s r e l a t o s sin v e r n a d a ; y así llegaron á lá tricio g r i t ó f u r i o s o :
q u i n t a d e G i u d e c c a . A n n u n z i a t a , sin p o d e r o c u l t a r s u s — ; C o b a r d e ! no s a l d r á s de a q u í , q u i e n q u i e r a q u e
l á g r i m a s , n o tenía ya m i r a d a s ni p e n s a m i e n t o . E n seas, h a s t a q u e y o s e p a t u resolución. P r e p á r a t e á
a q u e l i n s t a n t e , o t r a g ó n d o l a tocó en la orilla; e n ella m o r i r por n u e s t r a s e g u r i d a d , ó á t o m a r las a r m a s
i b a B o d o e r i ; los o t r o s p a s a j e r o s e r a n m e r c a d e r e s , a r - p a r a s e r v i r n o s ; p e r o a n t e t o d o m i r a á ese h o m b r e . . .
t i s t a s y g e n t e del p u e b l o , y t o d o s se d i r i g i e r o n hacia A u n a señal de Bodoeri, A n t o n i o fijó sus m i r a d a s
el palacio en p o s del Dux. en el f o n d o de la habitación : en la p a r t e m á s o s c u r a
El d í a s i g u i e n t e p a r e c i ó i n t e r m i n a b l e p a r a A n t o n i o ; d e ella veíase en pie á u n h o m b r e d e facciones s o m -
h a b í a sabido p o r M a r g a r i t a q u e A n n u n z i a t a estaba brías,. p e r o q u e revelaban nobleza, y a p e n a s le h u b o
triste, y q u e conocedora d e su d i s f r a z d e la víspera, 'divisado Antonio, cayó d e rodillas, y t e n d i e n d o los
suplicábale q u e no t r a t a r a d e volver á verla y se aleja- brazos, exclamó:
se de Venecia. Esta noticia f u é u n r a y o p a r a n u e s t r o — ¡ V o s sois m i p a d r e a d o p t i v o ! ¡ V o s sois B e r t u c c i o
h é r o e ; s u e s p í r i t u se exaltó, los t e m o r e s y peligros Nenolo, m i b i e n h e c h o r !
d e s a p a r e c i e r o n p a r a él; q u i s o ver á la h e r m o s a A n n u n - —Sí—contestó Nenolo, e s t r e c h a n d o contra su cora-
ziata, confesarle todo, y m o r i r á s u s pies. Á la caída zón al joven;—si, yo soy Bertuccio, á q u i e n creías per-
d e la t a r d e salió d e su casa, y poco d e s p u é s deslizá- d i d o p a r a s i e m p r e . Acabo d e e s c a p a r d e 'las c a d e n a s
base en el palacio d u c a l ; p e r o c u a n d o s u b í a sin r u i d o del fiero M o r b a s s a n , y vengó á c o n s a g r a r las f u e r z a s q u e
p o r la escalera d e h o n o r , vió d e p r o n t o u n a viva clari- c o n s e r v o á la liberación d e m i p a t r i a . Antonio, si no
d a d , y a n t e s d e q u e p u d i e s e h u i r ú ocultarse, divisó á q u i e r e s e m p u ñ a r las a r m a s contra los nobles q u e opri-
M a r i n o B o d o e r i s e g u i d o d e a l g u n o s lacayos q u e le m e n á Venecia p o r sus exacciones d e t o d o g é n e r o , vé
a l u m b r a b a n con h a c h a s . al p a t i o del F o n t e g o , y allí verás, escrito con m a n c h a s
Bodoeri, fijando u n a m i r a d a en Antonio, hízole s e ñ a d e s a n g r e , el a s e s i n a t o d e t u p a d r e , i n m o l a d o p o r los
p a r a q u e le siguiese, y el joven, c r e y é n d o s e d e s c u b i e r - . nobles. C u a n d o la Señoría alquilaba á los m e r c a d e r e s
to, dejóse c o n d u c i r sin m u r m u r a r u n a q u e j a . L l e g a d o s a l e m a n e s el sitio l l a m a d o F o n t e g o , los i n q u i l i n o s n o
á u n a sala r e t i r a d a , B o d o e r i se d e t u v o , abrazó á Anto- podían llevarse las llaves de s u s a l m a c e n e s c u a n d o les
nio, dióle g r a c i a s p o r su p u n t u a l i d a d , y le h a b l ó d e u n era preciso v i a j a r ; y t u p a d r e había p a g a d o u n a consi-
p u e s t o peligroso q u e sería preciso d e f e n d e r a q u e l l a derable m u l t a p o r la infracción d e esta l e y ; p e r o n o se
m i s m a n o c h e . El joven creyó s o ñ a r , p e r o r e c o b r a d o limitó á esto la p e r s e c u c i ó n d e q u e f u é objeto p o r p a r -
d e su p r i m e r a s o r p r e s a , las p a l a b r a s d e Bodoeri le ini- te del Fondegaro; al volver, la justicia visitó sus d e p ó -
ciaron en el s e c r e t o d e u n a v a s t a c o n s p i r a c i ó n , c u y o sitos, y hallóse en ellos u n cajón de m o n e d a falsa de
jefe era el Dux en p e r s o n a , y q u e d e b í a estallar á las Venecia, oculta allí por traición c u a n d o estaba a u s e n -
t e . E s t e solo hecho, y del q u e t u d e s g r a c i a d o p a d r e no Antonio se había e n c a r g a d o de h a c e r t o c a r las cam-
se p u d o justificar sino por i n ú t i l e s j u r a m e n t o s , p a r e - p a n a s d e S a n M a r c o s ; m a s al llegar á la t o r r e , e n -
ció s u f i c i e n t e para c o n d e n a r l e á la p e n a c a p i t a l ; la ini- contróla c u s t o d i a d a p o r t r o p a s q u e p u s i e r o n en f u g a
cua s e n t e n c i a se e j e c u t ó en m e d i o del F o n t e g o ; y yo, • á s u s c o m p a ñ e r o s , y á d u r a s p e n a s p u d o e s c a p a r él
el ú l t i m o a m i g o d e t u p a d r e , el ú n i c o q u e se ha con- m i s m o á f a v o r d e la o s c u r i d a d . D e t r á s d e él corría sin
s e r v a d o fiel á su m e m o r i a , te recogí y h e o c u l t a d o aliento u n h o m b r e , q u e al p r i n c i p i o t o m ó p o r e n e m i -
h a s t a a h o r a el n o m b r e d e t u f a m i l i a . ¡ L e v á n t a t e a h o r a , go, p e r o e r a el fiel P e d r o .
Antonio D a l b u r g e r , l e v á n t a t e y ven á v e n g a r la s a n g r e — A m i g o mío—dijo al joven—no p u e d e s p e r d e r u n
de t u p a d r e 1... solo m i n u t o si q u i e r e s salvarte. ¡ Salta á m i g ó n d o l a ,
A n t o n i o j u r ó q u e su v e n g a n z a sería i n e x o r a b l e . t o d o está p e r d i d o ! ¡ Bodoeri y Nenolo se hallan ya
A c o n s e c u e n c i a d e u n a d i s p u t a , el jefe de la m a r i n a , c a r g a d o s d e c a d e n a s ; el palacio d u c a l ha sido bloquea-
Dándolo, h a b í a l e v a n t a d o la m a n o c o n t r a B e r t u c c i o do, y los m i s m o s g u a r d i a s del Dux le tienen p r i s i o n e r o !
Nenolo, y éste se v e n g a b a t o m a n d o p a r t e en u n a cons- Antonio se d e j ó llevar: o y é r o n s e a l g u n o s g r i t o s leja-
piración q u e se había o r g a n i z a d o s e c r e t a m e n t e contra nos y r u i d o d e a r m a s , y á esto siguió u n silencio d e
los nobles. Nenolo y B o d o e r i se valían d e su c r é d i t o m u e r t e : aquella revolución había d u r a d o u n a h o r a .
p a r a elevar á F a l i e r o al p o d e r a b s o l u t o , e s p e r a n d o re- C u a n d o el alba d e s p u n t ó , el p u e b l o p u d o p r e s e n c i a r ,
cibir u n a g r a n p a r t e d e los beneficios. T o d o estaba al d e s p e r t a r s e , u n l ú g u b r e espectáculo.
p r e v i s t o en el plan d e a t a q u e : u n a falsa a l a r m a d e b í a El consejo d e los Diez había juzgado y h e c h o ejecu-
h a c e r c r e e r en u n m o m e n t o d a d o q u e la flota g e n o v e s a t a r s u s s e n t e n c i a s aquella m i s m a n o c h e ; los jefes d e la
e n t r a b a en las l a g u n a s ; y á f a v o r del d e s o r d e n q u e c o n j u r a c i ó n e s t a b a n a h o r c a d o s , y sus c a d á v e r e s se
p r o d u c i r í a ésta noticia, p r o p a g a d a p o r la n o c h e en b a l a n c e a b a n , p e n d i e n t e s del h i e r r o d e los b a l c o n e s de
la c i u d a d , los c o n j u r a d o s se a p o d e r a r í a n del c a m p a - la Piazetta, f r e n t e al palacio ducal: e n t r e ellos se podía
n a r i o d e San Marcos p a r a t o c a r á r e b a t o . L a lucha se reconocer á Bertuccio Nenolo y á M a r i n o B o d o e r i . . .
e m p e ñ a r í a en t o d o s los p u n t o s ; t o m a d o s los p u e s t o s ,
se sacrificaría á sus d e f e n s o r e s ; ni u n solo n o b l e debía Dos d í a s d e s p u é s , el Dux Marino F a l i e r o m o r í a d e -
e s c a p a r de la m a t a n z a , y el D u x s u b i r í a al p o d e r abso- c a p i t a d o en el p e l d a ñ o m á s alto d e la escalera de los
luto por u n a escalera d e c a d á v e r e s . Gigantes
P e r o e n t r e los c o n j u r a d o s se h a b í a n i n t r o d u c i d o ,
c o m o s u c e d e casi s i e m p r e en casos s e m e j a n t e s , a l g u - A n t o n i o D a l b u r g e r había e s c a p a d o m i l a g r o s a m e n t e
n o s t r a i d o r e s ; y el consejo d e los Diez, a v i s a d o á tiem- de a q u e l l a s t e r r i b l e s r e p r e s a l i a s , y d u r a n t e largo tiem-
po, vigilaba los conciliábulos. Un t r a f i c a n t e e n pieles p o a n d u v o e r r a n t e p o r la ciudad c o n s t e r n a d a , c o m o
d e P i s a , V e n c i a n o , q u e r i e n d o salvar á su a m i g o Nico- u n h o m b r e p r i v a d o d e r a z ó n : n o r e c o b r ó su inteligen-
lo Leoni, i n d i v i d u o d e d i c h o consejo, dió á conocer el cia ni se dió c u e n t a d e lo q u e p a s a b a h a s t a q u e vió
plan d e la c o n s p i r a c i ó n ; el consejo se r e u n i ó en S a n saltar s o b r e las baldosas d e m á r m o l la cabeza del a n -
Salvador y a d o p t ó las m e d i d a s n e c e s a r i a s p a r a la se- ciano D u x .
guridad de Venecia. —¡ A n n u n z i a t a ! — e x c l a m ó p o s e í d o de t e r r o r ; y co-
r r i e n d o hacia el palacio, f r a n q u e ó d e s p u é s las g a l e r í a s
c o m o un loco y abrió t o d a s las p u e r t a s sin e n c o n t r a r
obstáculo a l g u n o . En su c a m i n o e n c o n t r ó , c o m o u n
p r e s a g i o fatal, á la a n c i a n a M a r g a r i t a , afligida y lloro-
sa ; a m b o s se d i r i g i e r o n á la habitación de la e s p o s a
del Dux, y e n c o n t r a r o n á la bella A n n u n z i a t a t e n d i d a
en el suelo sin c o n o c i m i e n t o . A n t o n i o la levantó con
la m a y o r solicitud, y c u a n d o a b r i ó los ojos, s u p r i m e r a
m i r a d a reveló á la vez el a m o r y el e s p a n t o .
—¡ O h ! ¡ h u y a m o s , a m o r m í o — e x c l a m ó A n t o n i o -
h u y a m o s d e esta c i u d a d s a n g r i e n t a !
M a r g a r i t a p r o p u s o b u s c a r u n asilo en Chiezza, d o n -
d e se c a m b i a r í a d e c a m i n o p a r a volver á Alemania,
p a t r i a d e A n t o n i o . El b u e n P e d r o b u s c ó la b a r c a .
Al c e r r a r la n o c h e , A n n u n z i a t a , c u b i e r t a con u n
largo velo, salió f u r t i v a m e n t e del palacio, s e g u i d a d e
s u a m a n t e y d e la fiel M a r g a r i t a , q u e llevaba oculto
u n cofrecillo lleno d e oro y d e a l h a j a s . S i n h a l l a r obs-
t á c u l o llegaron h a s t a la e m b a r c a c i ó n ; A n t o n i o e m p u -
ñ ó los r e m o s , y la hizo a v a n z a r r á p i d a m e n t e . La l u n a ,
s a l i e n d o en a q u e l m o m e n t o d e e n t r e las n u b e s , ilumi-
n ó con s u s a m o r o s o s reflejos la e s p u m a d e las olas,
cual si q u i s i e r a f a v o r e c e r á los f u g i t i v o s .
A p e n a s e s t u v o la e m b a r c a c i ó n en alta m a r , el cielo
se c u b r i ó d e p r o n t o d e n e g r a s n u b e s , q u e el v i e n t o
n o r t e i m p e l í a con f u r i a al través del e s p a c i o ; y en el-
h o r r o r de las tinieblas, en m e d i o d e los m u g i d o s d e la
t e m p e s t a d , los f u g i t i v o s c o r r í a n d e a b i s m o en a b i s m o .
La a n c i a n a M a r g a r i t a o r a b a f e r v o r o s a m e n t e ; A n t o n i o ,
n o p u d i e n d o resistir al e m b a t e d e las olas, d e j ó c a e r
los r e m o s , cogió en brazos á su a m a d a , pálida y m o r i -
b u n d a , y estrechóla c o n t r a su corazón.
—¡ A n t o n i o !
—¡Annunziata!
Estos f u e r o n los ú l t i m o s g r i t o s h u m a n o s q u e se m e z -
claron con la t e m p e s t a d .
ANNUNZIATA
E n t r e los c u a d r o s m á s n o t a b l e s e x p u e s t o s en 1816 en
el m u s e o d e Berlín, figuraba u n m a g n í f i c o lienzo del
p i n t o r C. Kolbe, i n d i v i d u o d e la A c a d e m i a d e Bellas
a r t e s , en el cual se fijaban t o d a s las m i r a d a s .
E s t e c u a d r o r e p r e s e n t a b a á u n Dux y su esposa, ves-
tidos con la m a y o r magnificencia y d e p i e en u n bal-
cón del palacio d u c a l ; las facciones del p r i m e r o , vene-
rable anciano, con su l u e n g a b a r b a p l a t e a d a , distin-
g u í a n s e p o r u n a mezcla de o r g u l l o y d e b o n d a d , d e
e n e r g í a y d e t i m i d e z ; m i e n t r a s q u e el r o s t r o de la jo-
ven p r i n c e s a t e n í a cierta e x p r e s i ó n melancólica. D e t r á s
de estos dos personajes, un h o m b r e y una m u j e r
a b r í a n u n p a r a s o l ; á u n lado, u n joven se a p o y a b a
c o n t r a la b a l a u s t r a d a , y soplaba en u n a concha m a r i n a ;
y en el m a r , q u e b a ñ a b a el p i e del balcón, balanceá-
base g r a c i o s a m e n t e u n a g ó n d o l a , e n c u y o pabellón d e
terciopelo o s t e n t á b a s e el e s c u d o d e Venecia b o r d a d o
en o r o . E n ú l t i m o t é r m i n o a g r u p á b a n s e los edificios
d e la c i u d a d en rica p e r s p e c t i v a ; y en el m a r c o d o r a d o
del lienzo leíanse las s i g u i e n t e s p a l a b r a s :
¡ Ah ! s e n z a a m a r e ,
A n d a r e sul m a r e ,
Col s p o s o del m a r e ,
Non può consolare.
Los c u r i o s o s q u e c o n t e m p l a b a n aquella p i n t u r a pre-
g u n t á b a n s e si el a r t i s t a había q u e r i d o r e p r o d u c i r un
h e c h o y p e r s o n a j e s históricos, ó si su h e r m o s a crea-
ción e r a sólo h i j a d e su f a n t a s í a . Un h o m b r e d e aspec-
to g r a v e se acercó a u n g r u p o en q u e la discusión se
a n i m a b a , y dijo con a c e n t o s o l e m n e :
— S e ñ o r e s , á veces s u c e d e q u e u n a r t i s t a t r a s l a d a al
lienzo su inspiración tal c o m o el cielo se la envía ; des-
p u é s , c u a n d o h a concluido su obra, el a s u n t o q u e re-
p r e s e n t a p u e d e n o ser á los ojos d e a l g u n o s m a s q u e
u n a v a g a concepción p o é t i c a ; p e r o á los d e o t r o s , r e -
p r o d u c e un h e c h o ó u n a escena d e la vida ó d e la h i s -
t o r i a . Acaso el m i s m o Kolbe i g n o r e q u e ese c u a d r o
r e c u e r d a con n o t a b l e e x a c t i t u d al Dux M a r i n o F a l i e r o
y a su esposa, la infeliz A n n u n z i a t a .
Al oir e s t a s p a l a b r a s , y c o m o g u a r d a s e silencio, los
q u e le e s c u c h a b a n r o g á r o n l e q u e refiriese a l g u n a cosa
d e a q u e l l a h i s t o r i a ; volvió a t o m a r la p a l a b r a y refirió
los a c o n t e c i m i e n t o s q u e a c a b a m o s d e n a r r a r .
C u a n d o t e r m i n ó su relato,, los q u e le h a b í a n escu-
c h a d o p e r m a n e c i e r o n largo t i e m p o i n m ó v i l e s a n t e la
obra m a e s t r a d e Kolbe : el p e n s a m i e n t o del p i n t o r se
había revelado en toda su f u e r z a . E s e c u a d r o es u n a
p á g i n a histórica q u e evocará m e j o r q u e u n p o e m a el
melancólico r e c u e r d o d e A n n u n z i a t a .
Los c u r i o s o s q u e c o n t e m p l a b a n aquella p i n t u r a pre-
g u n t á b a n s e si el a r t i s t a había q u e r i d o r e p r o d u c i r un
h e c h o y p e r s o n a j e s históricos, ó si su h e r m o s a crea-
ción e r a sólo h i j a d e su f a n t a s í a . Un h o m b r e d e aspec-
to g r a v e se acercó a u n g r u p o en q u e la discusión se
a n i m a b a , y dijo con a c e n t o s o l e m n e :
— S e ñ o r e s , á veces s u c e d e q u e u n a r t i s t a t r a s l a d a al
lienzo su inspiración tal c o m o el cielo se la envía ; des-
p u é s , c u a n d o h a concluido su obra, el a s u n t o q u e re-
p r e s e n t a p u e d e n o ser á los ojos d e a l g u n o s m a s q u e
u n a v a g a concepción p o é t i c a ; p e r o á los d e o t r o s , r e -
p r o d u c e un h e c h o ó u n a escena d e la vida ó d e la h i s -
t o r i a . Acaso el m i s m o Kolbe i g n o r e q u e ese c u a d r o
r e c u e r d a con n o t a b l e e x a c t i t u d al Dux M a r i n o F a l i e r o
y a su esposa, la infeliz A n n u n z i a t a .
Al oir e s t a s p a l a b r a s , y c o m o g u a r d a s e silencio, los
q u e le e s c u c h a b a n r o g á r o n l e q u e refiriese a l g u n a cosa
d e a q u e l l a h i s t o r i a ; volvió a t o m a r la p a l a b r a y refirió
los a c o n t e c i m i e n t o s q u e a c a b a m o s d e n a r r a r .
C u a n d o t e r m i n ó su relato,, los q u e le h a b í a n escu-
c h a d o p e r m a n e c i e r o n largo t i e m p o i n m ó v i l e s a n t e la
obra m a e s t r a d e Kolbe : el p e n s a m i e n t o del p i n t o r se
había revelado en toda su f u e r z a . E s e c u a d r o es u n a
p á g i n a histórica q u e evocará m e j o r q u e u n p o e m a el
melancólico r e c u e r d o d e A n n u n z i a t a .
Tmrroimv.Hj
LA P U E R T A TAPIADA
v e s t i r m e , cua-ndo F r a n z l l a m ó á la p u e r t a p a r a a n u n -
ciar q u e el clavicordio d e la señora del i n t e n d e n t e
a c a b a b a d e llegar en u n t r i n e o , y q u e la b a r o n e s a h a -
bía m a n d a d o colocarle en su habitación, d o n d e m e es-
p e r a b a en a q u e l m o m e n t o con Adelaida. J ú z g u e s e d e
la emoción d e placer q u e m e e s t r e m e c i ó al oir a q u e l l a s
p a l a b r a s : loco d e a m o r y d e deseos, corrí al salón
d e S e r a f i n a . Adelaida n o cabía en sí d e gozo; p e r o
la b a r o n e s a , v e s t i d a ya p a r a el baile, estaba en pie
y silenciosa, en melancólica a c t i t u d , cerca d e la caja
q u e e n c e r r a b a los d u l c e s a c o r d e s q u e en m i calidad
d e m ú s i c o y poeta debía p r o d u c i r .
— T e o d o r o — m e dijo, l l a m á n d o m e por mi n o m b r e
s e g ú n la c o s t u m b r e del N o r t e — T e o d o r o , h e a q u í el
i n s t r u m e n t o q u e e s p e r á b a m o s ; c u m p l i d v u e s t r a pro-
mesa.
A c e r q u é m e al p u n t o , m a s a p e n a s h u b e l e v a n t a d o la
t a p a del clavicordio, r o m p i é r o n s e v a r i a s c u e r d a s con
e s t r é p i t o , y l a s q u e a ú n q u e d a b a n , hallábanse en t a n
mal e s t a d o , q u e p r o d u j e r o n los s o n i d o s m á s e s t r i d e n -
tes y d e s a g r a d a b l e s .
—Sin d u d a el o r g a n i s t a h a q u e r i d o hacer o t r o ensa-
y o — e x c l a m ó la s e ñ o r i t a A d e l a i d a , p r o r r u m p i e n d o en
una alegre carcajada.
Pero Serafina no parecía dispuesta á reírse, y m u r -
m u r ó con sentido a c e n t o :
— ¡ F a t a l i d a d ! j a m á s p u e d o c o n s e g u i r a q u í u n solo
placer.
Al e x a m i n a r la caja del i n s t r u m e n t o , hallé p o r for-
t u n a otro j u e g o d e c u e r d a s .
—Nos h e m o s salvado—exclamé:—paciencia y v a l o r ;
a y u d a d m e u n poco, y p r o n t o q u e d a r á r e m e d i a d o el
desperfecto.
La b a r o n e s a m e auxilia al p u n t o con s u s b o n i t o s
d e d o s ; Adelaida desarrolla las c u e r d a s , q u e yo voy
p i d i e n d o por n ú m e r o s : d e s p u é s d e veinte e n s a y o s in-
L A P U E R T A T A P I A D A
la puerta tapiada 22 I
f r u c t u o s o s , n u e s t r a p e r s e v e r a n c i a q u e d a c o r o n a d a por
el éxito m á s feliz, y la a r m o n í a se restablece c o m o por
e n c a n t o . A q u e l celo y a m o r al a r t e q u e los t r e s había-
m o s m a n i f e s t a d o , hizo d e s a p a r e c e r e n t r e n o s o t r o s las
distancias, y la h e r m o s a b a r o n e s a c o m p a r t í a i n g e n u a -
m e n t e c o n m i g o los h o n o r e s del t r i u n f o q u e le p r o m e -
tía d u l c e s d i s t r a c c i o n e s . El clavicordio era ya e n t r e
n o s o t r o s u n a especie de lazo e l é c t r i c o ; m i t i m i d e z y
t o r p e z a d e s a p a r e c i e r o n , y sólo q u e d ó el a m o r , el a m o r
q u e a b r a s a b a t o d o m i sér. P r e l u d i é en el i n s t r u m e n t o
esas t i e r n a s m e l o d í a s q u e t a n p o é t i c a m e n t e p i n t a n las
p a s i o n e s d e los países m e r i d i o n a l e s , m i e n t r a s q u e Se-
rafina, en pie d e l a n t e d e m i , e s c u c h á b a m e con t o d a
su a l m a : veía s u s ojos b r i l l a r ; a s p i r a b a los e s t r e m e c i -
m i e n t o s q u e a g i t a b a n su seno ; s e n t í a su hálito flotar
en t o r n o mío c o m o el beso d e u n ángel, y mi alma se
elevaba á los cielos. De r e p e n t e , su rostro pareció ilu-
m i n a r s e ; s u s labios m u r m u r a r o n s o n i d o s cadenciosos,
largo t i e m p o a u s e n t e s d e su m e m o r i a ; a l g u n a s n o t a s
e s c a p a d a s d e su g a r g a n t a r e c o r d á r o n m e u n a m e l o d í a
conocida, y la voz d e la b a r o n e s a r e s o n ó c o m o u n h i m -
no celestial.
Era u n lujo d e divina poesía, u n océano d e notas
a r m ó n i c a s , en el cual mi corazón se a b i s m a b a , pidien-
d o a Dios q u e n o s llamase á sí. «¡ Gracias, m e dijo Se-
rafina c u a n d o h u b o t e r m i n a d o a q u e l éxtasis, g r a c i a s
por esta h o r a q u e os d e b o , y q u e j a m á s olvidaré 1 » Al
p r o n u n c i a r e s t a s p a l a b r a s o f r e c i ó m e su m a n o , y yo
m e arrodillé p a r a b e s a r l a . . . E n t o n c e s p a r e c i ó m e q u e
bajo m i s labios se había e s t r e m e c i d o t o d o su sér...
P e r o el baile nos l l a m a b a ; la b a r o n e s a h a b i a d e s a p a -
recido, y n o sé c ó m o m e hallé por la n o c h e e n n u e s t r o
c u a r t o . A p e n a s m e vio mi tío, d í j o m e con aire severo
q u e n o i g n o r a b a m i e n t r e v i s t a con la b a r o n e s a , y aña-
dió g r a v e m e n t e :
—Ten m u c h o c u i d a d o , p r i m o , p o r q u e te deslizas
U N I V E R S A S OE NUEVO LEON
BIBLIOTECA
"ALFONIO ¡MS<-
•i»*» 1625 MONTURA. Meílí
s o b r e u n hielo frágil q u e oculta u n a b i s m o sin f o n d o . del c u a l se podía t e m e r a l g u n a m a l a p a s a d a . En cuan-
Mal h a y a la m ú s i c a si sólo ha d e s e r v i r p a r a i n d u c i r t e to á m í , e x p e r i m e n t é la m a y o r i n q u i e t u d ; n o sabia q u é
á c o m e t e r n e c e d a d e s , i n t r o d u c i e n d o la p e r t u r b a c i ó n p a r t i d o t o m a r , y el aire a m e n a z a d o r é irónico del ba-
en la existencia d e u n a m u j e r r o m á n t i c a . ¡ M u c h o cui- rón me irritaba tanto más, cuanto que nada remordía
d a d o , p o r q u e n a d i e está tan p r ó x i m o á la m u e r t e m i c o n c i e n c i a ; p e r o t e m í a e x p o n e r á S e r a f i n a á los
c o m o el e n f e r m o q u e c r e e e s t a r ya b u e n o ! a r r e b a t o s d e su esposo. ¿ Sería forzoso a b a n d o n a r el
— P e r o , tio—dije yo p a r a j u s t i f i c a r m e — ¿ m e c r e e r é i s castillo ? R e n u n c i a r á v e r á la h e r m o s a castellana p a r e -
capaz d e t r a t a r d e s o r p r e n d e r el corazón d e la b a r o - c í a m e u n sacrificio s u p e r i o r á m i s f u e r z a s . H a b i é n d o -
nesa ? s e m e d i c h o q u e t o d o s los c o n v i d a d o s iban á u n a cace-
— ¡ T o n t o — r e p l i c ó el a n c i a n o , g o l p e a n d o el suelo, ría d e s p u é s d e c o m e r , m a n i f e s t é á mi tío q u e yo iría
con el pie—si lo c r e y e s e u n i n s t a n t e , te a r r o j a r í a p o r la también.
ventana! — P e r f e c t a m e n t e — c o n t e s t ó el anciano;—es u n ejerci-
La llegada del b a r ó n p u s o t é r m i n o á este d i á l o g o ; y cio p r o p i o d e t u e d a d , y d e s d e luego te c e d e r é m i ca-
d u r a n t e largo t i e m p o el t r a b a j o n o m e p e r m i t i ó v i s i t a r r a b i n a y m i cuchillo d e caza.
á S e r a f i n a ; p e r o n u e s t r a s relaciones se r e a n u d a r o n Poco d e s p u é s d á b a s e la señal d e la p a r t i d a , y se to-
poco á poco. L a s e ñ o r i t a Adelaida e r a la e n c a r g a d a d e m a r o n posiciones en el b o s q u e vecino p a r a cercar á los
t r a e r m e á veces a l g ú n m e n s a j e secreto d e S e r a f i n a , y lobos. La nieve caía en a b u n d a n c i a , y c u a n d o el día
a p r o v e c h á b a m o s las f r e c u e n t e s a u s e n c i a s del b a r ó n ; comenzó á declinar, p r o d ú j o s e u n a niebla q u e i m p e d í a
p e r o h a l l á n d o s e s i e m p r e con n o s o t r o s Adelaida, é r a n o s v e r los objetos á seis pasos. El f r í o se a p o d e r a b a d e
imposible manifestarnos nuestros sentimientos. Sin m í ; b u s q u é u n a b r i g o en la e s p e s u r a , y d e s p u é s d e
e m b a r g o , p o r c i e r t o s indicios reconocí q u e S e r a f i n a a p o y a r m i c a r a b i n a c o n t r a la r a m a de u n pino, e n t r e -
t e n í a en el corazón u n f o n d o d e t r i s t e z a q u e m i n a b a g u é m e á m i s reflexiones a m o r o s a s . Al b r e v e r a t o su-
l e n t a m e n t e su s é r . c e d i é r o n s e v a r i a s d e t o n a c i o n e s d e d i s t a n c i a en d i s t a n -
C i e r t o día n o se p r e s e n t ó á la h o r a d e c o m e r ; y los c i a ; y á diez pasos del sitio d o n d e m e hallaba veo
c o n v i d a d o s se a p r e s u r a r o n á p r e g u n t a r al b a r ó n si le a p a r e c e r u n lobo e n o r m e ; le a p u n t o y h a g o f u e g o ,
i n s p i r a b a a l g u n a i n q u i e t u d la dolencia d e su e s p o s a . m a s n o le toco, y el a n i m a l e n f u r e c i d o se p r e c i p i t a
— ¡ O h ! d e n i n g ú n m o d o — c o n t e s t ó el n o b l e ; — s i n c o n t r a m í . No p o r eso p i e r d o la p r e s e n c i a d e e s p í r i t u ;
d u d a el aire p e n e t r a n t e d e este país, u n i d o á la r o n - recibo á la fiera con la p u n t a d e m i cuchillo d e caza, y
q u e r a q u e p u e d e p r o d u c i r el a b u s o en el c a n t o , es lo el lobo se clava la h o j a h a s t a la e m p u ñ a d u r a ; u n
ú n i c o q u e h a o c a s i o n a d o esa i n d i s p o s i c i ó n p a s a j e r a . g u a r d a - b o s q u e a c u d e p r e s u r o s o al oir los a u l l i d o s ; los
Al decir eso, el barón m e dirigió u n a m i r a d a oblicua c a z a d o r e s llegan u n m o m e n t o d e s p u é s , y el barón co-
q u e significaba m u c h a s c o s a s ; y la s e ñ o r i t a A d e l a i d a r r e hacia m i p r e g u n t á n d o m e si estoy h e r i d o .
c o m p r e n d i ó lo suficiente p a r a q u e u n vivo c a r m í n ti- —No, caballero—le c o n t e s t o ; — m i m a n o h a sido m á s
ñ e r a s u s m e j i l l a s ; n o l e v a n t ó la vista, p e r o su a c t i t u d s e g u r a q u e m i golpe d e vista.
p a r e c í a d e c i r q u e en lo f u t u r o sería preciso a d o p t a r E s t a h a z a ñ a m e valió e n t u s i a s t a s e l o g i o s ; el b a r ó n
m u c h a s p r e c a u c i o n e s p a r a e v i t a r los celos del b a r ó n , exigió q u e m e a p o y a s e en s u brazo p a r a volver al cas-
s e n t a r m e d e l a n t e del clavicordio, halléme sin saber
tillo, y u n g u a r d a - b o s q u e se e n c a r g ó d e llevar m i ca-
c ó m o en el sofá, c o n v e r s a n d o con Serafina sobre m i
r a b i n a . Estas a t e n c i o n e s del s e ñ o r d e R sitten m e
a v e n t u r a . C u a n d o le hablé d e la c o n d u c t a d e su espo-
c o n m o v i e r o n m u c h o , y d e s d e e n t o n c e s le j u z g u é d e
so, q u e tan s i n g u l a r m e n t e c o n t r a s t a b a con su a c o s t u m -
otro m o d o , p u e s p a r e c i ó m e u n h o m b r e d e corazón y
brada sequedad, interrumpióme diciendo:
d e e n e r g í a ; p e r o al m i s m o t i e m p o p e n s a b a en la cas-
—Eso os d e m o s t r a r á , T e o d o r o , q u e a ú n n o conocéis
tellana ; y c o m p r e n d i e n d o q u e m e acercaría á ella o t r a
al b a r ó n ; sólo a q u í t i e n e ese c a r á c t e r t a n a d u s t o ;
vez, concebí las m á s a t r e v i d a s e s p e r a n z a s . Sin e m b a r -
c u a n d o viene, s i e m p r e p a r e c e p e r s e g u i r l e u n a idea
go, llegada la n o c h e , y c u a n d o h e n c h i d o d e orgullo
fija; y sin d u d a este castillo llegará á ser t e a t r o de u n a
r e f e r í la a v e n t u r a á m i tío, se rió en m i s b a r b a s , di-
c a t á s t r o f e p a r a n u e s t r a familia y p a r a su r e p o s o . Está
ciéndome:
convencido d e q u e u n e n e m i g o invisible ejerce en este
—Dios m u e s t r a su p o d e r p o r la m a n o d e los débiles.
d o m i n i o una influencia q u e m á s p r o n t o ó m á s t a r d e
Hacía ya m u c h o t i e m p o q u e h a b í a p a s a d o la h o r a
o c a s i o n a r á u n a d e s g r a c i a ; r e f i é r e n s e cosas e x t r a o r d i -
d e c o m e r , c u a n d o al p e n e t r a r en la galería p a r a ir á
n a r i a s del f u n d a d o r de esta m a n s i ó n , y y o sé q u e
b u s c a r el r e p o s o á m i c u a r t o , m e e n c o n t r é u n a figura
a q u í se encierra u n secreto d e f a m i l i a ; t a m b i é n se ase-
blanca q u e llevaba u n a l u z : era A d e l a i d a .
g u r a q u e á m e n u d o viene u n f a n t a s m a a p e r t u r b a r al
— B u e n a s n o c h e s — m e dijo s o n r i e n d o ; — s o i s u n b u e n
propietario, no permitiéndole permanecer aquí más
cazador d e l o b o s ; p e r o ¿ p o r q u é vais así solo y á os-
q u e u n corto t i e m p o . Cada vez q u e vengo con m i es-
c u r a s , como u n v e r d a d e r o f a n t a s m a ?
poso, s i é n t o m e poséída de t e r r o r c o n t i n u a m e n t e , y
Al oir esta ú l t i m a p a l a b r a e s t r e m e c í m e de pies á ca-
sólo á v u e s t r o a r t e , q u e r i d o T e o d o r o , d e b o u n poco
beza, r e c o r d a n d o las d o s p r i m e r a s n o c h e s d e m i estan-
d e alivio; d e m o d o q u e no sé c ó m o m a n i f e s t a r o s m i
cia en el castillo, y Adelaida echó d e v e r al p u n t o m i
agradecimiento.
súbita emoción.
I m p u l s a d o p o r esta confianza, hablé á S e r a f i n a d e
— ¿ Q u é t e n é i s ? — m e p r e g u n t ó , c o g i é n d o m e la m a n o
mis propios temores, aunque ocultando todo cuanto
—venid c o n m i g o y os h a r é r e c o b r a r la vida y la s a l u d ;
los detalles podían t e n e r d e p a v o r o s o ; m a s al v e r q u e
la b a r o n e s a os e s p e r a i m p a c i e n t e .
palidecía i n t e n s a m e n t e , c o m p r e n d í q u e sería m e j o r
Me d e j é c o n d u c i r sin r e s i s t e n c i a , p e r o sin alegría,
r e v e l á r s e l o todo, á fin d e q u e su i m a g i n a c i ó n no se
p u e s d o m i n á b a m e u n a fatal p r e o c u p a c i ó n . L a b a r o n e -
exaltase d e m a s i a d o .
sa se a d e l a n t ó hacia m í al v e r n o s e n t r a r , p r o f i r i e n d o
—¡Sí, si—exclamó S e r a f i n a — e n esa pared d e b e es-
u n a exclamación q u e n o t e r m i n ó , p u e s d e t ú v o s e de
t a r e n c e r r a d o el fatal m i s t e r i o !
p r o n t o c o m o si evocara u n t r i s t e r e c u e r d o ; cogi su
Y o c u l t a n d o su bello r o s t r o e n t r e las m a n o s , e n t r e -
m a n o p a r a besarla, y sin r e t i r a r l a m e d i j o :
góse á u n a p r o f u n d a m e d i t a c i ó n . Sólo e n t o n c e s e c h é
—¿ P o r q u é h a b é i s ido á la cacería, T e o d o r o ? La
d e v e r q u e Adelaida nos h a b í a d e j a d o solos; no h a b l é
m a n o q u e s a b e p r o d u c i r tan d u l c e s a c o r d e s n o d e b e
m á s , y como S e r a f i n a g u a r d a b a silencio, esforcéme
m a n e j a r a r m a s ni m a t a r . . .
p a r a l e v a n t a r m e é ir a tocar el clavicordio. Los p r i m e -
El s o n i d o d e a q u e l l a voz a d o r a d a p e n e t r ó h a s t a m i
r o s s o n i d o s hicieron volver á la b a r o n e s a en s í : e s c u -
c o r a z ó n ; u n a n u b e pasó por m i s ojos, y en vez de ir á
c h ó t r a n q u i l a m e n t e la m e l o d í a q u e c a n t é , t r i s t e c o m o
n u e s t r a s a l m a s , y s u s ojos se llenaron d e l á g r i m a s . . . — ¿ S e ha p r e n d i d o acaso f u e g o en el castillo?—pre-
Al v e r esto, a r r o d i l l é m e a n t e ella, su linda cabeza se g u n t é yo.
inclinó hacia m í , y n u e s t r o s labios se u n i e r o n en u n Al oir la p a l a b r a f u e g o , m i tío, q u e se d e s p e r t a b a
casto b e s o ; p e r o S e r a f i n a , d e s p r e n d i é n d o s e al p u n t o en a q u e l i n s t a n t e , saltó del lecho y corrió á la p u e r t a
d e m i s brazos, l e v a n t ó s e p a r a dirigirse á la p u e r t a d e para abrir.
la h a b i t a c i ó n , volvió y m e d i j o : —¡ P o r Dios, a p r e s u r a o s ! — a ñ a d i ó Franz;—el s e ñ o r
b a r ó n necesita veros al p u n t o , y la s e ñ o r a parece es-
— Q u e r i d o T e o d o r o , v u e s t r o tío es u n a p e r s o n a m u y
tar á punto de morir.
d i g n a , y m e p a r e c e el p r o t e c t o r d e esta casa; decidle
d e m i p a r t e q u e r u e g u e p o r n o s o t r o s t o d o s los días, El r o s t r o d e F r a n z estaba lívido al p r o n u n c i a r e s t a s
p a r a q u e Dios n o s p r e s e r v e d e t o d o m a l . p a l a b r a s . A p e n a s h u b i m o s e n c e n d i d o luz, c u a n d o se
o y ó la voz del barón q u e decía :
A p e n a s p r o n u n c i a d a s estas p a l a b r a s , Adelaida vol-
— ¿ P o d r í a h a b l a r o s al i n s t a n t e , a m i g o m í o ?
vió á e n t r a r , y n o p u d e r e s p o n d e r á Serafina, p o r q u e
—¡Diablo!—me dijo el b u e n anciano.—¿Cómo es q u e
e s t a b a d e m a s i a d o c o n m o v i d o p a r a h a b l a r l a sin f a l t a r
ya e s t á s vestido ? ¿ Q u é t r a t a s d e h a c e r ?
á las conveniencias. La b a r o n e s a m e ofreció s u m a n o ,
—Verla u n a vez m á s , decirle q u e la a m o y m o r i r —
diciéndome :
c o n t e s t é con voz a h o g a d a .
—Hasta la vista, a m i g o T e o d o r o ; m e a c o r d a r é largo
t i e m p o de esta n o c h e . — H u b i e r a d e b i d o a d i v i n a r l o — r e p u s o m i severo tío,
e m p u j á n d o m e y c e r r a n d o la p u e r t a , c u y a llave se
C u a n d o e n t r é en m i c u a r t o , mi tío d o r m í a , y g r a c i a s
g u a r d ó en el bolsillo.
á e s t o no p u d o ver m i s l á g r i m a s ; el a m o r q u e m e ins-
p i r a b a Serafina o p r i m í a m e el corazón d o l o r o s a m e n t e ; Ciego de cólera q u i s e r o m p e r la c e r r a d u r a , m a s al
y m u y p r o n t o se r e p i t i e r o n m i s sollozos d e tal m a n e - p u n t o reflexioné s o b r e las c o n s e c u e n c i a s q u e esto po-
r a , q u e el b u e n a n c i a n o se d e s p e r t ó . d r í a t e n e r , y r e s i g n é m e á e s p e r a r con paciencia la
vuelta d e m i tío, a u n q u e h a b í a r e s u e l t o e s c a p a r m e á
— P r i m o — m e d i j o — d e c i d i d a m e n t e te h a s e m p e ñ a d o
t o d a costa a p e n a s e n t r a r a . Un m o m e n t o d e s p u é s oí q u e
en volverte loco ; h a z m e el f a v o r d e a c o s t a r t e en s e -
h a b l a b a con el b a r ó n v i v a m e n t e , y a u n q u e n o p u d e
guida.
d i s t i n g u i r las p a l a b r a s , c o m p r e n d í q u e se p r o n u n c i a -
E s t e p r o s a i c o a p ò s t r o f e m e hizo volver en mí, y for-
ba m i n o m b r e , lo cual hizo crecer de p u n t o m i i n q u i e -
zoso f u é o b e d e c e r . A p e n a s t r a n s c u r r i d o s a l g u n o s ins-
t a n t e s , p a r e c i ó m e oir idas y v e n i d a s , r u i d o d e p u e r - t u d . P o r fin el b a r ó n se alejó, tal vez p o r q u e a l g u i e n
t a s q u e se a b r í a n y c e r r a b a n , luego r e s o n a r o n pasos h a b í a ido á b u s c a r l e p r e c i p i t a d a m e n t e ; y mi tío e n t r ó
en la galería y l l a m a r o n á la p u e r t a d e n u e s t r o en la estancia e n m u d e c i e n d o d e a s o m b r o al o b s e r v a r
cuarto. m i ciego delirio.
—¿ Q u i é n va ? — p r e g u n t é con voz alta y b r u s c a . —¿Ha m u e r t o ? — p r e g u n t é ; — q u i e r o b a j a r y verla al
— S e ñ o r justiciero—contestó u n a voz—tened la b o n - m o m e n t o , y si os o p o n é i s m e p e g a r é u n tiro á v u e s t r a
dad de levantaros cuanto antes. vista...
El q u e así hablaba era F r a n z . — ¿ P i e n s a s t ú — p r e g u n t ó el a n c i a n o t r a n q u i l o é im-
p a s i b l e — q u e t u vida p u e d a t e n e r para mi algún valor
si te e m p e ñ a s en a r r a n c á r t e l a sólo p a r a c u m p l i r t u y a ú n está m u y o s c u r o , p a r é c e m e q u e aún p o d r e m o s -
l a s t i m e r a a m e n a z a ? ¿ Q u é t i e n e s t ú q u e v e r con la es- dormir dos horas más.
posa del b a r ó n ? ¿ Con q u é d e r e c h o e n t r a r í a s en u n a En a q u e l m o m e n t o oyóse la voz d e F r a n z , q u e venia
h a b i t a c i ó n m o r t u o r i a , en la q u e t u r i d i c u l a c o n d u c t a á t r a e r n o s noticias d e la e n f e r m a .
te p r o h i b e p e n e t r a r a h o r a m á s q u e a n t e s ? —La señora b a r o n e s a — n o s dijo—está c o m p l e t a m e n -
Al oir estas p a l a b r a s , d e j é m e caer a n i q u i l a d o en u n a te r e s t a b l e c i d a d e su indisposición, la cual a t r i b u y e á
silla, y tal era m i a s p e c t o , q u e el b u e n a n c i a n o se c o m - u n mal s u e ñ o .
padeció y m e dijo: Al oir estas p a l a b r a s , iba á p r o f e r i r u n a exclamación
— T e a d v e r t i r é q u e el s u p u e s t o p e l i g r o d e la b a r o - d e c o n t e n t o ; p e r o u n a m i r a d a d e m i tío m e c o n t u v o .
nesa n o era m á s q u e u n s u e ñ o ; la s e ñ o r i t á Adelaida se —Está bien—dijo á Franz—sólo e s p e r a b a esto p a r a
t r a s t o r n a c u a n d o h a y t e m p o r a l , y las dos a n c i a n a s t í a s ir á d e s c a n s a r u n poco, p u e s á m i edad son p e r j u d i -
han f a t i g a d o á la p o b r e S e r a f i n a con s u s a t e n c i o n e s y ciales los i n s o m n i o s . ¡Dios nos g u a r d e h a s t a el fin d e
s u s elíxires. La b a r o n e s a n o t i e n e m á s q u e u n d e s m a - la n o c h e !
yo, u n a crisis n e r v i o s a q u e el barón a t r i b u y e á los efec- F r a n z se retiró, y a u n q u e ya se oía el c a n t o d e los
t o s d e la m ú s i c a . A h o r a bien, p u e s t o q u e ya d e b e s es- gallos en el pueblo vecino, m i tío se t a p ó con las sába-
t a r del t o d o t r a n q u i l i z a d o , voy á f u m a r , con t u p e r m i - nas p a r a e n t r e g a r s e al s u e ñ o .
so, p u e s m e sería d e t o d o p u n t o i m p o s i b l e conciliar Al día siguiente, á p r i m e r a h o r a , bajé á paso d e
ya el s u e ñ o . . . P r i m o m í o — a ñ a d i ó d e s p u é s d e u n a lobo p a r a ir á p r e g u n t a r á la s e ñ o r i t a Adelaida c ó m o
pausa, lanzándome espesas bocanadas de humo—te seguía la b a r o n e s a ; p e r o en el u m b r a l de la p u e r t a m e
a c o n s e j a r í a q u e no t o m a s e s en serio el p a p e l d e h é r o e e n c o n t r é , cara á cara, con el b a r ó n , c u y a p e n e t r a n t e
q u e te hacen r e p r e s e n t a r a q u í d e s d e t u a v e n t u r a , p u e s m i r a d a m e m i d i ó d e pies á cabeza.
u n p o b r e diablo c o m o t ú se e x p o n e á m u c h o s p e r c a n - —¿ Q u é b u s c á i s a q u í ?—me p r e g u n t ó con voz con-
ces c u a n d o es v a n i d o s o y se sale d e su esfera. R e c u e r - tenida.
d o q u e en la época en q u e y o e s t u d i a b a en la u n i v e r - R e p r i m í lo m e j o r posible m i e m o c i ó n , y, a r m á n d o -
sidad, tenía p o r a m i g o á u n joven d e c a r á c t e r dócil y m e d e valor, c o n t e s t é con firmeza q u e iba d e p a r t e d e
pacífico; cierta c a s u a l i d a d le c o m p r o m e t i ó en u n lance m i tío á i n f o r m a r m e del e s t a d o d e la b a r o n e s a .
d e h o n o r , y c o n d ú j o s e con u n a e n e r g í a q u e a s o m b r ó á —Está bien—replicó f r í a m e n t e el b a r ó n ; — h a t e n i d o
t o d o el m u n d o . D e s g r a c i a d a m e n t e a q u e l t r i u n f o y la sus a t a q u e s de nervios, c o m o d e c o s t u m b r e ; p e r o a h o -
a d m i r a c i ó n d e q u e f u é objeto c a m b i a r o n del t o d o s u ra descansa, y confío q u e se p r e s e n t a r á á la m e s a .
carácter, é hízose p e n d e n c i e r o y f a n f a r r ó n . . . E n u n a Contestad así; y ahora retiraos.
p a l a b r a , cierto día i n s u l t ó á u n c o m p a ñ e r o p o r la mez- P o r su e x p r e s i ó n d e i m p a c i e n c i a p a r e c i ó m e q u e e s -
q u i n a satisfacción d e e c h á r s e l a d e valiente, y el r e s u l - taba m á s i n q u i e t o d e lo q u e a p a r e n t a b a ; s a l u d é l e cor-
t a d o f u é q u e el o t r o le m a t ó c o m o á u n a m o s c a . No te t é s m e n t e , y ya iba á r e t i r a r m e , c u a n d o m e d e t u v o por
refiero esta h i s t o r i a , p r i m o m í o , sino p a r a p a s a r el el brazo, d i c i é n d o m e con u n a m i r a d a q u e m e pareció
t i e m p o ; p e r o tal vez halles ocasión d e s a c a r p a r t i d o d e f u l m i n a n t e : «Joven, necesito hablaros.» P o r el t o n o d e
ella. Y a h o r a , c o m o ya h e concluido de f u m a r mi p i p a , s u s p a l a b r a s hice al p u n t o las s u p o s i c i o n e s m á s t e m i -
bles; v e í a m e en presencia d e u n e s p o s o o f e n d i d o , q u e
—¡ Q u i s i e r a q u e ese i n f e r n a l clavicordio se h u b i e r a
h a b i e n d o a d i v i n a d o lo q u e p a s a b a en m i corazón, dis-
hecho pedazos el día q u e lo t r a j e r o n á m i casa ¡—inte-
p o n í a s e a p e d i r m e r i g u r o s a c u e n t a . Yo no llevaba
a r m a s ; sólo t e n í a u n a n a v a j i t a , r e g a l o d e mi t í o ; la r r u m p i ó el b a r ó n ; — p e r o bien m i r a d o , yo h u b i e r a
t o q u e en m i bolsillo, y r e c o b r a n d o m i a p l o m o s e g u í debido vigilar d e s d e el p r i m e r día lo q u e pasa a q u í .
al barón, q u e m e c o n d u c í a , r e s u e l t o á v e n d e r cara mi Mi e s p o s a tiene u n a constitución t a n delicada, q u e la
vida, si las cosas t o m a b a n un g i r o d r a m á t i c o . Llegado m e n o r emoción p u e d e p r i v a r l a d e la vida ; y o la t r a j e
a su habitación, el s e ñ o r d e R . . . s i t t e n cerró con cui- confiando en q u e este r i g u r o s o clima y las distraccio-
d a d o la p u e r t a , . c o m e n z ó á p a s e a r d e un lado a o t r o y nes de u n g é n e r o d e vida algo r u d o p r o d u c i r í a n u n a
d e t e n i é n d o s e luego d e l a n t e d e m í con los b r a z o s c r u - feliz r e a c c i ó n ; m a s p a r e c e q u e os habéis p r o p u e s t o
zados, m e d i j o : e n e r v a r l a m á s con v u e s t r a s l á n g u i d a s m e l o d í a s . S u
—Joven, necesito h a b l a r o s . i m a g i n a c i ó n exaltada p r e d i s p o n í a l a á s u f r i r las m á s
- E s p e r o , s e ñ o r b a r ó n - c o n t e s t é - q u e lo q u e tenéis fatales c o n m o c i o n e s , y vos le dais el ú l t i m o golpe, refi-
q u e d e c i r m e no e x i g i r á de mi p a r t e n i n g u n a r e p a r a c i ó n riéndola no sé q u é e s t ú p i d a historia d e a p a r e c i d o s .
El barón m e m i r ó c o m o si no h u b i e s e c o m p r e n d i d o - V u e s t r o tío m e lo ha d i c h o t o d o , y d e c o n s i g u i e n t e
d e s p u é s bajó la vista, y c r u z a n d o d e n u e v o los brazos' nada podéis n e g a r ; sólo q u i e r o q u e m e digáis á mí lo
c o n t i n u ó su paseo. Un m o m e n t o d e s p u é s vile coger q u e p r e t e n d é i s h a b e r visto.
su c a r a b i n a y e x a m i n a r la llave; el t e m o r al peligro El g i r o q u e t o m a b a n u e s t r a conversación m e t r a n -
m e e n a r d e c i ó , y a b r i e n d o en el f o n d o del bolsillo la quilizó, y obedecí la o r d e n del b a r ó n , q u i e n no inte-
n a v a j i t a , di un paso hacia el barón p a r a q u e n o p u d i e - r r u m p i ó mi relato, m u y detallado, sino p a r a p r o f e r i r
se a p u n t a r m e . s o r d a s exclamaciones, al p u n t o r e p r i m i d a s . C u a n d o
- ¡ B u e n a r m a ¡ - d i j o el s e ñ o r d e R . . . s i t i e n , volvien- llegué á la escena en q u e mi tío había c o n j u r a d o al
d o a d e j a r la c a r a b i n a en un r i n c ó n . f a n t a s m a invisible, el barón elevó las m a n o s , m u r m u -
rando :
Yo no sabía q u é h a c e r , c u a n d o el b a r ó n , a c e r c á n d o s e
d e n u e v o a m i , y p o n i é n d o m e la m a n o en el h o m b r o —¡ Si, v e r d a d e r a m e n t e es el genio t u t e l a r de la f a m i -
me dijo: ' lia, y c u a n d o Dios le llame á sí, q u i e r o q u e s u s restos
- T e o d o r o , m i c o n d u c t a d e b e p a r e c e r e s a h o r a ex- m o r t a l e s reposen j u n t o a los d e m i s a b u e l o s !...
t r a v a g a n t e , y es q u e , en efecto, estoy t r a s t o r n a d o p o r Y c o m o yo g u a r d a s e silencio, c o g i ó m e d e la m a n o y
las a n g u s t i a s de la noche p a s a d a . La crisis nerviosa añadió :
d e S e r a f i n a n o tenía n a d a d e a l a r m a n t e ; p e r o en este —Joven, vos sois la causa i n v o l u n t a r i a del m a l e s t a r
castillo existe no sé q u é m a l g e n i o , q u e m e hace v e r d e m i esposa, y es preciso q u e d e vos m i s m o v e n g a la
t o d a s las cosas bajo los colores m á s s o m b r í o s . Esta es curación.
la vez p r i m e r a q u e la b a r o n e s a ha t e n i d o a q u í u n a Al oir estas p a l a b r a s , el r u b o r e n c e n d i ó m i s mejillas;
indisposición, y vos sois la causa ú n i c a . el b a r ó n , q u e m e o b s e r v a b a , sonrióse al ver mi c o n f u -
- A d e c i r v e r d a d - c o n t e s t é con c a l m a - n o sabría sión, y p r o s i g u i ó con u n tono q u e r a y a b a en i r ó n i c o :
explicarme... —No se t r a t a a q u i de u n a e n f e r m a d e peligro, y
a h o r a os diré q u é servicio e s p e r o d e vos. La b a r o n e s a
C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
m a y o r a z g o , á falta d e s u f i c i e n t e s p r u e b a s en f a v o r d e
su c o n t r i n c a n t e ; y el t r i b u n a l a c o r d ó q u e se a t e n d i e r a
á la d e m a n d a si el joven R o d e r i c o no p r e s e n t a b a en
b r e v e p r u e b a s i r r e c u s a b l e s d e la l e g i t i m i d a d d e s u s
pretensiones.
El a b o g a d o V " * c o m p r o b ó c u i d a d o s a m e n t e t o d o s los
d o c u m e n t o s l e g a d o s p o r W o l f g a n g d e K.... Cierta n o -
che, á eso d e las doce, hallábase en la alcoba del
d i f u n t o R . . . s i t t e n , e x a m i n a n d o los l e g a j o s ; la luna
brillaba con siniestro f u l g o r , i l u m i n a n d o d é b i l m e n t e
las p a r e d e s de la sala vecina, c u y a p u e r t a estaba abier-
t a . De r e p e n t e , V " * oyó u n r u i d o de pasos, c o m o d e
u n a p e r s o n a q u e s u b i e s e la escalera, y u n c h o q u e d e
l l a v e s ; levantóse y p r e s t ó a t e n t o oído. Poco d e s p u é s
a b r i ó s e u n a p u e r t a , y u n h o m b r e á m e d i o vestir, q u e
llevaba una l i n t e r n a s o r d a , e n t r ó con p a s o vacilante y
p á l i d o el r o s t r o . El a b o g a d o reconoció á Daniel, y ya
iba á d i r i g i r l e la p a l a b r a , c u a n d o al fijar la vista en las
f a c c i o n e s del m a y o r d o m o , c o m p r e n d i ó q u e se hallaba
en u n acceso de s o n a m b u l i s m o , p u e s t e n í a los ojos
c e r r a d o s : dirigióse hacia la p u e r t a t a p i a d a , p u s o su
l i n t e r n a en el suelo, sacó una llave del m a n o j o q u e lle-
vaba p e n d i e n t e de la c i n t u r a , y a r a ñ ó la p u e r t a , profi-
r i e n d o roncos g e m i d o s . D e s p u é s aplicó el oído á la
p a r e d , cual si e s p e r a s e p e r c i b i r a l g ú n r u i d o , y con
a d e m á n i m p e r i o s o pareció i m p o n e r silencio á a l g u n o .
El a b o g a d o , s i g u i e n d o a Daniel con p r e c a u c i ó n , vióle
a b r i r la c u a d r a , ensillar u n caballo y c o n d u c i r l e al p a -
tio del castillo; allí p e r m a n e c i ó a l g ú n t i e m p o con la*
cabeza inclinada, en la a c t i t u d d e u n lacayo q u e recibe
ó r d e n e s de su s e ñ o r ; d e s p u é s volvió con el caballo á
la c u a d r a , s u b i ó á su habitación y c e r r ó la p u e r t a ,
c o r r i e n d o los cerrojos. Aquella s i n g u l a r escena hizo
s o s p e c h a r al a b o g a d o q u e se había c o m e t i d o algún cri-
m e n en el castillo, y q u e Daniel era cómplice.
Al día s i g u i e n t e , h a b i é n d o s e p r e s e n t a d o Daniel en
la puerta tapiada 255
el d e s p a c h o p a r a recibir i n s t r u c c i o n e s p a r a el servicio,
el a b o g a d o le hizo s e n t a r en u n sillón y díjole :
— V e a m o s , a m i g o Daniel, lo q u e p e n s á i s s o b r e el
r e s u l t a d o del pleito e n t r e H u b e r t o y el joven R o d e r i c o .
—¿ Q u é m e i m p o r t a á mi q u e h a y a u n a m o ú o t r o ?
—contestó el m a y o r d o m o , b a j a n d o la voz, c u a l si te-
m i e s e q u e le o y e r a n .
— P e r o i q u é tenéis, Daniel ?—replicó V***;—veo q u e
t e m b l á i s c o m o u n azogado, cual si h u b i é s e i s c o m e t i d o
algún crimen.
En vez d e c o n t e s t a r , Daniel se levantó p e s a d a m e n t e •
y q u i s o salir d e la habitación, d i r i g i e n d o á su a l r e d e -
dor u n a m i r a d a s o m b r í a ; p e r o el a b o g a d o le obligó á
s e n t a r s e , diciéndole con s e v e r i d a d :
— Q u e d a o s , Daniel, y d e c i d m e al p u n t o lo q u e h a -
béis h e c h o anoche, ó e x p l i c a d m e m á s bien lo q u e yo
h e visto...
—{ Y q u é h a b é i s visto ?—replicó el m a y o r d o m o es-
tremeciéndose.
V * " refirió la e s c e n a d e s c r i t a , y al e s c u c h a r l e , Da-
niel, al p a r e c e r e s t u p e f a c t o , ocultó su r o s t r o e n t r e las
m a n o s , p a r a evitar la p e n e t r a n t e m i r a d a de su i n t e r -
locutor.
— P a r é c e m e — p r o s i g u i ó el a b o g a d o — q u e a h o r a os
da la m a n í a d e ir á visitar los t e s o r o s a c u m u l a d o s en
la t o r r e p o r el a n c i a n o b a r ó n . Los s o n á m b u l o s contes-
tan, d u r a n t e sus accesos, á las p r e g u n t a s q u e se les
d i r i g e n , y por lo t a n t o , m a ñ a n a por la n o c h e h a b l a r e -
m o s de ciertas cosas.
Al oir e s t a s ú l t i m a s p a l a b r a s , Daniel, cada vez m á s
t u r b a d o , profirió u n g r i t o a g u d o y cayó p r i v a d o d e
s e n t i d o . Algunos c r i a d o s le c o n d u j e r o n á su lecho, y
c u a n d o salió d e a q u e l l a crisis q u e d ó s u m i d o en p r o -
f u n d o letargo durante varias horas.
Al volver en si pidió d e b e b e r , y d e s p i d i e n d o al cria-
d o q u e debía velarle, c e r r ó la p u e r t a d e su h a b i t a c i ó n .
Á la noche siguiente, c u a n d o el a b o g a d o se p r e p a - h a b í a e n t r a d o ai servicio d e R u s i a y m a r c h a d o á P e r -
r a b a á salir en busca de Daniel para o b t e n e r u n a sia. S u m a d r e y su h e r m a n a se o c u p a b a n en a r r e g l a r
p r u e b a decisiva, oyó r u i d o f u e r a , c o m o d e cristales los a s u n t o s d e su d o m i n i o d e C u r l a n d i a ; y Roderico,
rotos, y o b s e r v ó q u e d e la habitación del m a y o r d o m o e n a m o r a d o d e la h e r m a n a d e H u b e r t o , q u i s o s e g u i r l a .
salía u n h u m o espeso. D e r r i b a d a la p u e r t a p a r a librar- El a b o g a d o V"* había v u e l t o á K..., y el castillo d e R...-
le d e las llamas, e n c o n t r á r o n l e sin s e n t i d o en el suelo; sitten q u e d ó m á s d e s i e r t o y s o m b r í o q u e n u n c a .
la luz de la l i n t e r n a , q u e estaba r o t a y á s u s pies, h a - E n c u a n t o á Daniel, había v u e l t o á e n f e r m a r t a n
bía p r e n d i d o f u e g o á las c o r t i n a s del lecho, y á n o ser g r a v e m e n t e , q u e f u é preciso c o n f e r i r s u s f u n c i o n e s á
por el p r o n t o a u x i l i o q u e se le d i s p e n s ó , Daniel h u b i e - otro m a y o r d o m o : este c a r g o se confirió á F r a n z en
r a p e r e c i d o m i s e r a b l e m e n t e . El a b o g a d o c o m p r e n d i ó r e c o m p e n s a d e s u s fieles servicios. Poco t i e m p o des- .
q u e el m a y o r d o m o h a b í a q u e r i d o i m p o s i b i l i t a r s e la p u é s , t o d a s las d i l i g e n c i a s j u r í d i c a s sobre el m a y o r a z -
salida ; p e r o el ciego i n s t i n t o q u e d i r i g e á los s o n á m - go q u e d a r o n e v a c u a d a s , llenándose t o d a s las f o r m a l i -
bulos d e b i ó s e r m á s f u e r t e q u e su v o l u n t a d . Desper- d a d e s legales g r a c i a s á la actividad del a b o g a d o V ' " ,
t a d o en m e d i o d e la crisis, al e n c o n t r a r u n a r e s i s t e n c i a q u e n o d e s c a n s ó h a s t a v e r al joven h e r e d e r o i n s t a l a d o
i n u s i t a d a , escapósele la lamparilla d e las m a n o s , y al en su d o m i n i o . Al poco t i e m p o se s u p o q u e su con-
ver q u e se p r e n d í a f u e g o , p e r d i ó el sentido. D e s p u é s t r i n c a n t e , H u b e r t o , h a b í a m u e r t o e n u n a batalla con-
d e este accidente, Daniel p a d e c i ó u n a g r a v e y larga t r a los p e r s a s ; d e m o d o q u e s u s b i e n e s d e C u r l a n d i a
e n f e r m e d a d , y sólo salió d e ella p a r a caer en un e s t a d o p a s a r o n á m a n o s d e la h e r m o s a S e r a f i n a , c u y a u n i ó n
de e s p a n t o s a l a n g u i d e z . con R o d e r i c o n o t a r d ó en c e l e b r a r s e .
Cierta n o c h e q u e V*" se o c u p a b a en b u s c a r a l g u n o s L o s d e s p o s o r i o s se e f e c t u a r o n en R . . . s i t t e n , sin q u e
d o c u m e n t o s en el a r c h i v o , Daniel e n t r ó con m e s u r a d o se o m i t i e s e n a d a p a r a c o m u n i c a r á la c e r e m o n i a t o d o
p a s o en la h a b i t a c i ó n , s e m e j a n t e á u n e s p e c t r o , diri- el. e s p l e n d o r p r o p i o d e la elevada c a t e g o r í a y d e . la
gióse á la m e s a , d e j ó s o b r e ella u n a c a r t e r a d e c u e r o r i q u e z a d e los f u t u r o s esposos. V***, q u e se conside-
negro, y arrodillándose, exclamó : r a b a hacía largo t i e m p o c o m o i n s e p a r a b l e d e los seño-
—¡ H a y u n J u e z en el cielo 1 ¡ q u i s i e r a t e n e r t i e m p o r e s d e R . . . s i t t e n , h a b í a elegido la a n t i g u a c á m a r a del
para a r r e p e n t i r m e ! b a r ó n , á fin d e e s p i a r la c o n d u c t a d e Daniel. Cierta
P r o n u n c i a d a s e s t a s p a l a b r a s , levantóse y salió de la n o c h e , o c u p á b a s e con el castellano en r e p a s a r las cuen-
h a b i t a c i ó n con lento paso, c o m o había v e n i d o . t a s ; el v i e n t o m u g í a f u r i o s o ; los á r b o l e s del b o s q u e
La c a r t e r a n e g r a c o n t e n í a p a p e l e s preciosos, escritos c r u g í a n c o m o e s q u e l e t o s d e gigantes'; y en las g a l e -
d e p u ñ o y letra del barón W o l f g a n g y con su sello; r í a s el a i r e silbaba, p r o d u c i e n d o m u r m u l l o s s e m e j a n -
e s t o s d o c u m e n t o s p r o b a b a n c l a r a m e n t e la l e g i t i m i d a d tes á sollozos.
del hijo, y c o n t e n í a n la historia d e su m a t r i m o n i o se- —¡ Q u é t i e m p o tan e s p a n t o s o , y q u é bien se está
creto. H u b e r t o , obligado á r e c o n o c e r a q u e l t e s t i m o n i o , a q u í 1—dijo d e p r o n t o V*".
declaró a n t e los jueces q u e desistía d e t o d a s s u s pre- —Si, s í — r e p u s o el b a r ó n .
t e n s i o n e s á la h e r e n c i a de su tío W o l f g a n g ; y poco Y se levantó p a r a a c e r c a r s e á la v e n t a n a , á fin de
d e s p u é s a b a n d o n ó el país. M u y p r o n t o se s u p o q u e o b s e r v a r los efectos de la t o r m e n t a ; m a s a p e n a s e s t u -
vo en pie, volvió á caer en su silla, fija la m i r a d a y la i n s t i t u y ó el m a y o r a z g o , p u e s a q u e l acto de su p a d r e ,
m a n o t e n d i d a hacia la p u e r t a , q u e a c a b a b a d e a b r i r s e q u e le p r i v a b a á él d e la m e j o r p a r t e de su f o r t u n a
p a r a d a r paso á u n a figura lívida y d e s c a r n a d a , c u y o p a r a f a v o r e c e r al p r i m o g é n i t o , h a b í a d e j a d o en s u co-
a s p e c t o h a b r í a i n f u n d i d o t e r r o r á los m á s valerosos. razón un r e s e n t i m i e n t o i n e x t i n g u i b l e . Desde aquella
¡Era Daniel!... época, H u b e r t o , c e d i e n d o á u n irresistible d e s e o d e
Más pálido q u e el m a y o r d o m o , y m u y a g i t a d o al venganza, había c o n c e r t a d o los m e d i o s m á s p r o p i o s
verle a r a ñ a r la p u e r t a t a p i a d a , el b a r ó n se abalanzó p a r a p r o m o v e r la d e s u n i ó n e n t r e W o l f g a n g y el a n -
hacia él g r i t a n d o : ciano R o d e r i c o . Este ú l t i m o h a b í a q u e r i d o i l u s t r a r el
—¡ Daniel, Daniel ! ¿ q u é vienes á h a c e r a q u í á e s t a s n u e v o m a y o r a z g o p o r la alianza d e su hijo m a y o r con
horas ? u n a d e las m á s . a n t i g u a s f a m i l i a s del p a í s ; s u s obser-
El m a y o r d o m o profirió un doloroso g e m i d o y cayó vaciones astrológicas le p e r m i t i e r o n leer en el c u r s o
en t i e r r a . C u a n d o se t r a t ó de l e v a n t a r l e , vióse q u e d e los a s t r o s la s e g u r i d a d d e este e n l a c e ; y t o d a elec-
estaba muerto. ción q u e W o l f g a n g h u b i e r a hecho contra su v o l u n t a d ,
— ¡ G r a n Dios! ¡ q u é c r i m e n m e h a h e c h o c o m e t e r h a b r í a sido u n a c a u s a d e d i s g u s t o y u n m o t i v o p a r a
u n m o m e n t o d e t e r r o r ! Ese infeliz era s o n á m b u l o , y maldecirle.
los m é d i c o s dicen q u e basta l l a m a r á un i n d i v i d u o p o r W o l f g a n g , p e r d i d a m e n t e e n a m o r a d o en G i n e b r a d e
su n o m b r e , c u a n d o es p r e s a d e su alucinación, p a r a u n a joven d e noble linaje, p e r o sin f o r t u n a , se h a b í a
q u e m u e r a en el acto. lisonjeado d e c o n s e g u i r af fin, á f u e r z a d e t i e m p o ,
— B a r ó n — d i j o g r a v e m e n t e el a b o g a d o — n o os a c u - q u e su a n c i a n o p a d r e a p r o b a r a el m a t r i m o n i o con-
s é i s d e la m u e r t e d e ese h o m b r e , p o r q u e e r a el asesino t r a í d o s e c r e t a m e n t e con la m u j e r q u e a d o r a b a ; y así
de vuestro padre... lás cosas, el a n c i a n o b a r ó n , h a b i e n d o visto en las cons-
—¡De mi p a d r e ! . . . telaciones el p r e s a g i o d e su p r ó x i m a m u e r t e , escribió
—Sí, b a r ó n , la m a n o d e Dios es la q u e le ha h e r i d o á G i n e b r a , o r d e n a n d o á W o l f g a n g q u e volviera i n m e -
c u a n d o h a b l a s t e i s ; y el t e r r o r q u e habéis e x p e r i m e n - d i a t a m e n t e . C u a n d o llegó, s u p a d r e habia m u e r t o ,
t a d o es el i n s t i n t o d e r e p u l s i ó n q u e se a p o d e r a de c o m o ya h e m o s visto. Un poco d e s p u é s , H u b e r t o llegó
n o s o t r o s al a s p e c t o y al c o n t a c t o d e u n i n f a m e . L a s par- á R . . . s i t t e n , s e g ú n s a b e m o s , p a r a a r r e g l a r con su her-
l a b r a s q u e dirigisteis á Daniel, y q u e le m a t a r o n c o m o m a n o los a s u n t o s d e la s u c e s i ó n : W o l f g a n g le reveló
el rayo, son t a m b i é n las ú l t i m a s q u e v u e s t r o d e s g r a - f r a n c a m e n t e el m i s t e r i o d e su m a t r i m o n i o , m a n i f e s -
ciado. p a d r e p r o n u n c i ó . t a n d o s u satisfacción por h a b e r o b t e n i d o u n hijo y
•Al decir estas p a l a b r a s , V * " sacó del bolsillo u n do- serle posible m u y p r o n t o a n u n c i a r á s u a m a d a e s p o s a
c u m e n t o c u i d a d o s a m e n t e sellado, escrito de m a n o de q u e el n e g o c i a n t e d e B o r n con q u i e n se h a b í a u n i d o ,
H u b e r t o , h e r m a n o de W o l f g a n g , y reveló al b a r ó n los era el rico y p o d e r o s o h e r e d e r o d e los b a r o n e s d e R...
m i s t e r i o s d e ' o d i o y d e v e n g a n z a q u e h a b í a n ocasiona- T a m b i é n dió á conocer su p r o y e c t o d e m a r c h a r c u a n t o
d o ya t a n t a s d e s g r a c i a s en la familia d e R . . . s i t t e n . a n t e s á Ginebra p a r a t r a e r consigo á la b a r o n e s a Sera-
. L e y ó el a u t ó g r a f o en q u e H u b e r t o declaraba q u e su fina; p e r o la m u e r t e le s o r p r e n d i ó c u a n d o se d i s p o n í a
a n i m o s i d a d contra W o l f g a n g d a t a b a del día en q u e se á p a r t i r . H u b e r t o se a p r o v e c h ó d e esto p a r a a s e g u r a r
la h e r e n c i a d i r e c t a del m a y o r a z g o , p u e s t o q u e n a d a t r a d o en u n a cacería ocasión o p o r t u n a para concluir
p r o b a b a los d e r e c h o s del hijo d e W o l f g a n g ; p e r o c o m o d e u n a vez ?...
habia en él cierto f o n d o d e lealtad, m u y p r o n t o se —Es u n a dicha q u e n o h a y á i s c o m e t i d o s e m e j a n t e
a p o d e r ó el r e m o r d i m i e n t o d e s u á n i m o . Un i n c i d e n t e i m p r u d e n c i a — r e p l i c ó Daniel e s t r e c h á n d o l e el brazo;—
que consideró como providencial acabó de despertar p e r o ¿ os resolveríais á e n t r a r en posesión d e este do-
su t e m o r al castigo del cielo. T e n í a d o s n i ñ o s d e once m i n i o si no t u v i é r a i s la r e s p o n s a b i l i d a d d e los m e -
á doce a ñ o s q u e se m a n i f e s t a b a n m u t u a aversión: cier- dios?
to día el m a y o r d e ellos decía al otro: — Sí, á toda c o s t a — m u r m u r ó con voz s o r d a el feroz
— T ú e r e s u n m i s e r a b l e ; y o seré a l g ú n día el sobe-
Huberto.
r a n o d e R . . . s i t t e n , y e n t o n c e s , a m i g u i t o mío, d e b e r á s
— ¡ P u e s q u e d a o s — r e p u s o Daniel;—estáis en v u e s t r a
venir h u m i l d e m e n t e á p e d i r m e d i n e r o p a r a c o m p r a r
casa, b a r ó n d e R . . . s i t t e n , p o r q u e el d u e ñ o del m a y o -
u n a ropilla n u e v a .
r a z g o ha m u e r t o esta n o c h e a p l a s t a d o bajo los escom-
I r r i t a d o el o t r o p o r a q u e l l a b r o m a , d i ó á su h e r m a n o
b r o s del t o r r e ó n 1...
u n golpe con u n c u c h i l l o , y las c o n s e c u e n c i a s f u e r o n
He a q u í c ó m o se había c o n s u m a d o este d r a m a te-
m o r t a l e s . A t e r r a d o H u b e r t o p o r a q u e l l a desgracia,
rrible. Daniel, q u e p e r s i s t í a en su plan d e a p r o p i a r s e
envió el hijo q u e le q u e d a b a a San P e t e r s b u r g o p a r a
u n a b u e n a s u m a d e d i n e r o , sin c o n t a r los regalos del
q u e sirviera á las ó r d e n e s del g e n e r a l S u v a r o w ; y po-
n u e v o b a r ó n , había o b s e r v a d o q u e W o l f g a n g iba t o -
seído d e r e m o r d i m i e n t o s , hizo serias reflexiones. Re-
das las n o c h e s *á m e d i t a r al b o r d e del a b i s m o a b i e r t o
cogió c u i d a d o s a m e n t e el p r o d u c t o d e las r e n t a s del
p o r la caída d e la bóveda d e la t o r r e . Cierta noche,
m a y o r a z g o , y envió "fondos a G i n e b r a , bajo el n o m b r e
d e s p u é s d e h a b e r sabido q u e H u b e r t o se d i s p o n í a á
s u p u e s t o de u n p a r i e n t e del n e g o c i a n t e d e B o r n , á fin
m a r c h a r , f u é á s i t u a r s e en u n á n g u l o o s c u r o d e la
d e q u e se a t e n d i e r a á la educación- del hijo d é W o l f -
.sala d e los C a b a l l e r o s p a r a e s p e r a r á W o l f g a n g , y
g a n g . E n c u a n t o á la m u e r t e d e éste, h a b í a sido d u -
c u a n d o el d e s g r a c i a d o b a r ó n a b r i ó la p u e r t a d e la to-
r a n t e largo t i e m p o u n t e r r i b l e m i s t e r i o , q u e a p e n a s
r r e , e m p u j ó l e p o r la e s p a l d a , h a c i é n d o l e caer en el
d e j a b a e n t r e v e r la locura del m a y o r d o m o .
abismo.
He a q u í c ó m o lo e x p l i c a b a H u b e r t o en su confe- C r u e l m e n t e c o n m o v i d o p o r e s t a s h o r r i b l e s revela-
sión. ciones, el b a r ó n R o d e r i c o n o p u d i e n d o vivir ya en
E n la n o c h e d e su m a r c h a , Daniel, q u e sin d u d a de- a q u e l castillo, m a n c h a d o d e s a n g r e , volvió á s u s tie-
seaba sacar p a r t i d o d e la a n i m o s i d a d q u e r e i n a b a r r a s d e C u r l a n d i a , y n o iba á R . . . s i t t e n sino en el oto-
e n t r e los dos h e r m a n o s , d e t ú v o l e en el m o m e n t o d e ño, p a r a cazar en s u s t i e r r a s .
m o n t a r á caballo, diciéndole q u e no debía a b a n d o n a r F r a n z , el n u e v o m a y o r d o m o , referia q u e d e vez en
t a n magnifica h e r e n c i a en m a n o s del codicioso W o l f - c u a n d o , d u r a n t e las n o c h e s d e l u n a , se veía la s o m b r a
gang. d e Daniel v a g a n d o por las g a l e r í a s y las salas del cas-
—¿Y q u é h e d e h a c e r ? — e x c l a m ó H u b e r t o , g o l p e á n - tillo.
dose la f r e n t e con a d e m á n d e cólera. — ¡ Ah ! — a ñ a d i ó T a l f u é el relato, y c u a n d o t e r m i n ó a v e n t u r é u n a
b l a n d i e n d o la c a r a b i n a . — ¿ P o r q u é n o h a b r é e n c o n -
p r e g u n t a sobre S e r a f i n a .
l» puerta tapiada
III
X- * J'-
M u c h o s a ñ o s t r a n s c u r r i e r o n . Mi tío d.ormía en la
t u m b a hacía Jargo t i e m p o . Napoleón asolaba el N o r t e ,
y yo volvía d e San P e t e r s b u r g o , c o s t e a n d o las orillas
d e ! m a r . Al p a s a r p o r d e l a n t e d e la p e q u e ñ a c i u d a d
d e K... divisé á lo lejos c o m o u n a llama, y d e s p u é s
d i s t i n g u í u n a especie d e a r d i e n t e foco.
— ¿ E s u n i n c e n d i o ? — p r e g u n t é al postillón.
—No, s e ñ o r — c o n t e s t ó — e s el f a r o d e R . . . s i t t e n . . .
i El f a r o de R . . . s i t t e n ! E s t e n o m b r e d e s p e r t ó t o d o s los '
r e c u e r d o s d e m i a m o r , y p a r e c i ó m e v e r en u n a pálida
a u r e o l a á mi a d o r a d a S e r a f i n a . . . Di o r d e n p a r a q u e m e
c o n d u j e r a n al p u e b l o d o n d e h a b i t a b a el i n t e n d e n t e
del d o m i n i o , y p r e g u n t é p o r él.
— C a b a l l e r o — m e c o n t e s t ó u n e m p l e a d o q u e vestía
librea real — y a n o h a y a q u í n i n g ú n i n t e n d e n t e d e
R . . . s i t t e n ; este es d o m i n i o a d q u i r i d o p o r la C o r o n a , .a
c a u s a d e h a b e r m u e r t o sin h e r e d e r o s el último b a r ó n ,
hace diez y seis a ñ o s .
S u b í al castillo q u e ya estaba r u i n o s o , p u e s h a b í a n s e
e m p l e a d o los m e j o r e s m a t e r i a l e s p a r a c o n s t r u i r u n
f a r o s o b r e la roca. Un c a m p e s i n o q u e e n c o n t r é en el
l i n d e r o del b o s q u e , r e f i r i ó m e t e m b l a n d o , q u e en las
n o c h e s d e l u n a llena v e í a n s e á m e n u d o s o m b r a s blan-
. OLIVERIO BRUSSON
servicio n o c t u r n o sin ir c a r g a d o s d e a g u a b e n d i t a y
de amuletos.
A r g e n s o n , v i e n d o q u e la C á m a r a A r d i e n t e se d e s -
a c r e d i t a b a , f u é á p r o p o n e r al rey la creación d e otro
tribunal, provisto de poderes más temibles a ú n ; pero
L u i s XIV, p e r s u a d i d o , con razón .ó sin ella, d e q u e la
s e v e r i d a d d e la R e y n i e había h e c h o m á s d a ñ o q u e
bien, r e c h a z ó la idea del m i n i s t r o d e policía.
Sólo q u e d a b a u n m e d i o para v e n c e r la resistencia
del m o n a r c a .
Se le p r e s e n t ó en la c á m a r a d e m a d a m a d e Maitíte-
n o n , d o n d e pasaba t o d o s los días a l g u n a s h o r a s des-
p u é s - d e c o m e r y d o n d e t r a b a j a b a á m e n u d o con s u s
m i n i s t r o s , u n p e q u e ñ o p o e m a esc'rito en n o m b r e d e
los amantes reunidos, s e ñ o r e s de la c o r t e y d e la ciu-
d a d , q u e se q u e j a b a n en verso d e los p e l i g r o s q u e era
preciso a r r o s t r a r c u a n d o cada c u a l iba á v e r á d e s h o r a
á la d a m a d e s u s p e n s a m i e n t o s . S u p l i c a b a n á S u Ma-
jestad q u e p e r s i g u i e r a á los m a l h e c h o r e s , y c o m p a -
r a n d o á L u í s XIV con H é r c u l e s , v e n c e d o r d e la h i d r a ,
ó con T e s e o , t r i u n f a n t e del M i n o t a u r o , i n v o c a b a n la
real protección en f a v o r d e s u s a m o r e s . C o m o este
p o e m a t e r m i n a b a con las m á s e x a g e r a d a s a d u l a c i o n e s
al m o n a r c a , L u í s XIV lo leyó h a s t a el fin con secreta
c o m p l a c e n c i a , y c u a n d o h u b o concluido, volvióse ha-
cia m a d a m a d e M a i n t e n o n y le pidió su p a r e c e r . L a
favorita, q u e se inclinaba cada día m á s á la devoción,
c o n t e s t ó sin l e v a n t a r los ojos q u e las i n t r i g a s c u l p a -
bles y r e p r o b a d a s p o r la moral, no merecían la p r o t e c -
ción del r e y ; p e r o q u e , p o r o t r a p a r t e , los a t e n t a d o s
d e u n a cuadrilla d e m a l h e c h o r e s r e c l a m a b a n p r o n t a
justicia sin c o m p a s i ó n .
El r e y dobló el p o e m a sin c o n t e s t a r , y d i s p o n í a s e á
p a s a r á u n g a b i n e t e c o n t i g u o , d o n d e le e s p e r a b a el
s e c r e t a r i o d e E s t a d o , c u a n d o su m i r a d a se fijó d e p r o n -
to en M a g d a l e n a S c u d e r i q u e estaba s e n t a d a en u n
t a b u r e t e á pocos^pasos d e la f a v o r i t a . Acercóse á ella,
d e maleficios u n a legión d e diablos a r m a d o s d e pies á
y con la s o n r i s a en Jos labios, d e s d o b l ó la poética soli-
cabeza, q u e d e b í a n p e r t u r b a r la t r a n q u i l i d a d d e su
citud.
a m a . L a f a m o s a caja d e P a n d o r a no p u d o excitar cu-
—La m a r q u e s a — d i j o á m e d i a voz—condena d u r a - riosidad m á s p a l p i t a n t e : sólo la s e ñ o r a S c u d e r i p e r -
m e n t e los g a l a n t e o s d e n u e s t r o s jóvenes c o r t e s a n o s ;
maneció impasible.
p e r o y o q u i s i e r a ' s a b e r , s e ñ o r i t a , q u é p e n s á i s d e esta
La noble d a m a , p e s a n d o en su m a n o el cofrecillo,
epístola.
cual si q u i s i e r a a d i v i n a r lo q u e c o n t e n í a , dijo á s u s
Magdalena S c u d e r i se l e v a n t ó ; un f u g i t i v o r u b o r s e r v i d o r e s s o n r i e n d o q u e e r a n d o s visionarios, q u e
tiñó-las pálidas mejillas d e la anciana d a m a , y contestó
t e m í a n e n c o n t r a r en t o d a s p a r t e s f a n t a s m a s y malefi-
inclinándose :
cios.
—¡ El a m a n t e q u e t e m e á los l a d r o n e s n o es d i g n o —Esos m a l h e c h o r e s q u e os e s p a n t a n , esos a s e s i n o s
de amor 1
q u e n o p e r d o n a n , s a b e n t a n bien c o m o v o s o t r o s y y o
Este espíritu caballeresco q u e r e f u t a b a con u n a soía
q u e aquí n o h a y oro ni alhaja q u e valgan la p e n a d e
p a l a b r a t o d a s las bellas f r a s e s d e los amantes reunidos,
v e r t e r s a n g r e . ¿Quién p o d r í a d e s e a r m i m u e r t e , sien-
hizo s o n r e í r á L u í s XIV.
d o yo u n a m u j e r d e s e t e n t a y t r e s años, q u e j a m á s
—i P o r san Dionisio !—exclamó—tenéis razón, seño- hizo mal á n a d i e ? He p a s a d o t o d a la vida e s c r i b i e n d o
r a ; no q u i e r o ya ese ciego nivel q u e o p r i m e t a n t o al novelas ó v e r s o s : n a d i e m e envidia esta gloria, y sólo
inocente c o m o al culpable, y q u e sólo sirve p a r a p r o - d e j a r é p o r h e r e n c i a los o r o p e l e s d e a l g u n o s vestidos
t e g e r la c o b a r d í a . ¡Que Argenson y la R e y n i e c u m p l a n
d e c o r t e , y v a r i o s libros e n c u a d e r n a d o s . E s i n ú t i l , m i
con su d e b e r 1
b u e n a la M a r t i n i é r e , q u e m e v e n g a s con c u e n t o s p a r a
h a c e r m e d o r m i r d e pie, p u e s los p e l i g r o s no existen
sino e n t u i m a g i n a c i ó n ; y como n o p u e d o s o s p e c h a r
m o t i v o a l g u n o d e malevolencia c o n t r a mí en el h o m -
bre q u e t a n t o te a t e m o r i z ó a n o c h e , voy á...
III
Al oir estas p a l a b r a s , la M a r t i n i é r e r e t r o c e d i ó p r e -
s u r o s a , y B a u t i s t a , m á s p á l i d o q u e ella, cayó d e rodi-
llas p r o f i r i e n d o u n g r i t o sordo: la s e ñ o r a d e S c u d e r i
C u a n d o la M a r t i n i é r e refirió á su a m a , al r a y a r el
a c a b a b a d e t o c a r u n b o t ó n d e a c e r o oculto en el b o r d e
día, los a c o n t e c i m i e n t o s d e la n o c h e a n t e r i o r , e n t r e -
del cofrecillo, con lo cual se levantó la t a p a r u i d o s a -
g á n d o l e el m i s t e r i o s o d e p ó s i t o q u e había recibido,
mente.
trazóle u n v i g o r o s o c u a d r o d e t o d a s las p e r v e r s i d a d e s
No f u é poca la s o r p r e s a de la d a m a al ver q u e el
d e la época; y B a u t i s t a se u n i ó á ella p a r a s u p l i c a r á
la s e ñ o r a S c u d e r i q u e no a b r i e r a a q u e l o b j e t o sin las c o n t e n i d o era u n collar d e oro c u a j a d o d e p i e d r a s pre-
más minuciosas precauciones. ciosas, y d o s p u l s e r a s d e g r a n valor. La M a r t i n i é r e ,
m a r a v i l l a d a a n t e aquellos objetos, a b r í a los ojos d e s -
Era m u y s i n g u l a r el a s p e c t o d e a q u e l l o s leales servi-
m e s u r a d a m e n t e , a s e g u r a n d o q u e la M o n t e s p a n n o
dores, q u e e s p e r a b a n v e r salir de a q u e l r e c e p t á c u l o
poseía u n a d e r e z o d e t a n t o valor.
t a b u r e t e á pocos^pasos d e la f a v o r i t a . Acercóse á ella,
d e maleficios u n a legión d e diablos a r m a d o s d e pies á
y con la s o n r i s a en Jos labios, d e s d o b l ó la poética soli-
cabeza, q u e d e b í a n p e r t u r b a r la t r a n q u i l i d a d d e su
citud.
a m a . L a f a m o s a caja d e P a n d o r a no p u d o excitar cu-
—La m a r q u e s a — d i j o á m e d i a voz—condena d u r a - riosidad m á s p a l p i t a n t e : sólo la s e ñ o r a S c u d e r i p e r -
m e n t e los g a l a n t e o s d e n u e s t r o s jóvenes c o r t e s a n o s ;
maneció impasible.
p e r o y o q u i s i e r a ' s a b e r , s e ñ o r i t a , q u é p e n s á i s d e esta
La noble d a m a , p e s a n d o en su m a n o el cofrecillo,
epístola.
cual si q u i s i e r a a d i v i n a r lo q u e c o n t e n í a , dijo á s u s
Magdalena S c u d e r i se l e v a n t ó ; un f u g i t i v o r u b o r s e r v i d o r e s s o n r i e n d o q u e e r a n d o s visionarios, q u e
tiñó-las pálidas mejillas d e la anciana d a m a , y contestó
t e m í a n e n c o n t r a r en t o d a s p a r t e s f a n t a s m a s y malefi-
inclinándose :
cios.
—¡ El a m a n t e q u e t e m e á los l a d r o n e s n o es d i g n o —Esos m a l h e c h o r e s q u e os e s p a n t a n , esos a s e s i n o s
de amor 1
q u e n o p e r d o n a n , s a b e n t a n bien c o m o v o s o t r o s y y o
Este espíritu caballeresco q u e r e f u t a b a con u n a soía
q u e aquí n o h a y oro ni alhaja q u e valgan la p e n a d e
p a l a b r a t o d a s las bellas f r a s e s d e los amantes reunidos,
v e r t e r s a n g r e . ¿Quién p o d r í a d e s e a r m i m u e r t e , sien-
hizo s o n r e í r á L u í s XIV.
d o yo u n a m u j e r d e s e t e n t a y t r e s años, q u e j a m á s
—i P o r san Dionisio !—exclamó—tenéis razón, seño- hizo mal á n a d i e ? He p a s a d o t o d a la vida e s c r i b i e n d o
r a ; no q u i e r o ya ese ciego nivel q u e o p r i m e t a n t o al novelas ó v e r s o s : n a d i e m e envidia esta gloria, y sólo
inocente c o m o al culpable, y q u e sólo sirve p a r a p r o - d e j a r é p o r h e r e n c i a los o r o p e l e s d e a l g u n o s vestidos
t e g e r la c o b a r d í a . ¡Que Argenson y la R e y n i e c u m p l a n
d e c o r t e , y v a r i o s libros e n c u a d e r n a d o s . E s i n ú t i l , m i
con su d e b e r !
b u e n a la M a r t i n i é r e , q u e m e v e n g a s con c u e n t o s p a r a
h a c e r m e d o r m i r d e pie, p u e s los p e l i g r o s no existen
sino e n t u i m a g i n a c i ó n ; y como n o p u e d o s o s p e c h a r
m o t i v o a l g u n o d e malevolencia c o n t r a mí en el h o m -
bre q u e t a n t o te a t e m o r i z ó a n o c h e , voy á...
III
Al oir estas p a l a b r a s , la M a r t i n i é r e r e t r o c e d i ó p r e -
s u r o s a , y B a u t i s t a , m á s p á l i d o q u e ella, cayó d e rodi-
llas p r o f i r i e n d o u n g r i t o sordo: la s e ñ o r a d e S c u d e r i
C u a n d o la M a r t i n i é r e refirió á su a m a , al r a y a r el
a c a b a b a d e t o c a r u n b o t ó n d e a c e r o oculto en el b o r d e
día, los a c o n t e c i m i e n t o s d e la n o c h e a n t e r i o r , e n t r e -
del cofrecillo, con lo cual se levantó la t a p a r u i d o s a -
g á n d o l e el m i s t e r i o s o d e p ó s i t o q u e había recibido,
mente.
trazóle u n v i g o r o s o c u a d r o d e t o d a s las p e r v e r s i d a d e s
No f u é poca la s o r p r e s a de la d a m a al ver q u e el
d e la época; y B a u t i s t a se u n i ó á ella p a r a s u p l i c a r á
la s e ñ o r a S c u d e r i q u e no a b r i e r a a q u e l o b j e t o sin las c o n t e n i d o era u n collar d e oro c u a j a d o d e p i e d r a s pre-
más minuciosas precauciones. ciosas, y d o s p u l s e r a s d e g r a n valor. La M a r t i n i é r e ,
m a r a v i l l a d a a n t e aquellos objetos, a b r í a los ojos d e s -
Era m u y s i n g u l a r el a s p e c t o d e a q u e l l o s leales servi-
m e s u r a d a m e n t e , a s e g u r a n d o q u e la M o n t e s p a n n o
dores, q u e e s p e r a b a n v e r salir de a q u e l r e c e p t á c u l o
poseia u n a d e r e z o d e t a n t o valor.
— ¿ Q u é significa esto, q u é p e n s a r ?... — m u r m u r ó la jos d e los brillantes d i s e m i n a d o s j u n t o al cofrecillo,
señora Scuderi. cual si estuviesen a ú n m a n c h a d o s con la s a n g r e d e su
De p r o n t o , c o m o viese en el f o n d o del cofrecillo u n d u e ñ o . La s e ñ o r a de S c u d e r i a p a r t ó la vista con ho-
billete sellado, abrióle a p r e s u r a d a m e n t e , e s p e r a n d o r r o r , o r d e n a n d o al p u n t o q u e r e t i r a r a n d e allí a q u e l
e n c o n t r a r la explicación del e n i g m a ; m a s a p e n a s h u b o objeto odioso. La M a r t i n i é r e , colocando las p u l s e r a s y
leido las p r i m e r a s lineas, sobrecogióle u n t e m b l o r
el collar d o n d e e s t a b a n , dijo q u e lo m e j o r sería e n t r e -
nervioso, d e j ó c a e r la carta d e s u s m a n o s , y e l e v a n d o
g a r el cofrecillo á la a u t o r i d a d d a n d o c u e n t a d e t o d o
las m a n o s al cielo, cayó casi d e s v a n e c i d a en su sitial.
lo o c u r r i d o .
—¡Oh, Dios m í o ! — b a l b u c e ó la p o b r e m u j e r . — ¿ D e b í a L a s e ñ o r a S c u d e r i se p a s e a b a p o r su c u a r t o con evi-
yo esperar á mi edad semejante humillación? ¿ Q u é d e n t e s señales d e la m á s viva agitación, y al fin m a n d ó
falta h e c o m e t i d o yo? ¿ S e r á posible q u e u n a s p a l a b r a s á b u s c a r por u n o d e s u s s e r v i d o r e s u n a silla d e m a n o s ;
d i c h a s i n o c e n t e m e n t e se i n t e r p r e t e n de u n a m a n e r a m i e n t r a s q u e B a u t i s t a d e s e m p e ñ a b a e s t a c o m i s i ó n , la
t a n odiosa ?...
M a r t i n i é r e a y u d ó á su s e ñ o r a á v e s t i r s e p a r a ir á ver
La M a r t i n i é r e y B a u t i s t a , t e s t i g o s d e a q u e l dolor, á madama Maintenon.
n o sabían c ó m o consolar á su s e ñ o r a : la criada h a b í a L a f a v o r i t a q u e d ó m u y s o r p r e n d i d a al v e r e n t r a r en
r e c o g i d o el billete, q u e e s t a b a c o n c e b i d o en estos t é r -
su casa á la s e ñ o r a d e S c u d e r i pálida y t e m b l o r o s a .
minos:
—¡En n o m b r e del cielo!—exclamó.—¿Qué tenéis?
C u a n d o h u b o o í d o las q u e j a s d e la p o b r e d a m a , la
«El a m a n t e q u e t e m e á los l a d r o n e s n o es d i g n o d e favorita le dijo q u e toda su i n q u i e t u d era i n f u n d a d a , y
amor.»
q u e la i m p r u d e n c i a d e a l g u n o s o s c u r o s m a l h e c h o r e s
» V u e s t r o talento, a m a b l e d a m a , ha librado d e u n a no d e b í a a l t e r a r en m o d o a l g u n o la s e r e n i d a d d e u n
p e r s e c u c i ó n t e r r i b l e á h o m b r e s q u e e j e r c e n c o n t r a los a l m a tan h e r m o s a . Dicho esto, la M a i n t e n o n m a n i f e s t ó
c o b a r d e s la razón del m á s f u e r t e , y q u e d e s p o j a n á los d e s e o s d e v e r el m i s t e r i o s o cofrecillo.
ricos e g o í s t a s d e los t e s o r o s q u e el l i b e r t i n a j e d e v o r a . A p e n a s lo h u b o a b i e r t o exclamó:
A c e p t a d , p u e s , ese a d o r n o , el m á s b r i l l a n t e q u e hace
— ¿ S a b é i s , a m i g a m í a , q u e estas p u l s e r a s y el collar
largo t i e m p o cayó en n u e s t r a s m a n o s , p u e s sois d i g n a
han salido s e g u r a m e n t e de los t a l l e r e s de R e n a t o C a r -
d e p o s e e r esa o b r a m a e s t r a del a r t e , c u y o e s p l e n d o r
dillac ?
realzaréis. Os r o g a m o s q u e nos c o n s e r v é i s v u e s t r a
R e n é Cardillac era en aquella época el d i a m a n t i s t a
amistad y buen recuerdo.
m á s notable d e P a r í s , y el m á s hábil p a r a t r a b a j a r el
»Los INVISIBLES.» o r o y las p i e d r a s preciosas. A u n q u e h o m b r e d e escasa
e s t a t u r a , estaba d o t a d o d e r o b u s t a c o n s t i t u c i ó n , y á
—¿Es p o s i b l e — e x c l a m ó de n u e v o M a g d a l e n a Scude- p e s a r d e sus c i n c u e n t a a ñ o s p a r e c í a u n joven; p o r
ri — q u e u n o s m i s e r a b l e s lleven su a u d a c i a é i r o n í a s u cabello rojo y crespo, sus facciones i n y e c t a d a s de
h a s t a tal e x t r e m o ?...
s a n g r e y su e x p r e s i ó n enérgica, se le h u b i e r a creído
L o s r a y o s del sol, a t r a v e s a n d o los c o r t i n a j e s d e seda h o m b r e d e m a l c a r á c t e r ; p e r o en toda la c i u d a d goza-
escarlata d e las v e n t a n a s , hacían b r o t a r rojizos refle- b a d e u n a r e p u t a c i ó n d e h o n r a d e z bien m e r e c i d a .
Maese Cardillac, á pesar d e su n o m b r a d i a , no se cui-
d a b a al p a r e c e r d e h a c e r f o r t u n a ; a d m i t í a los p e d i d o s o b r a e x q u i s i t a . El b u e n h o m b r e se e n c e r r a b a d e s p u é s
d e t o d o s y p r o c u r a b a c o m p l a c e r á s u s clientes, fijando en su taller, y á los ocho días t e r m i n a b a su t r a b a j o ;
al m i s m o t i e m p o t a n m í n i m o p r e c i o p o r sus t r a b a j o s , p e r o c u a n d o llegaba el cliente, con s u d i n e r o en el
q u e n o se explicaba u n d e s i n t e r é s q u e debía p e r j u d i - bolsillo, p a r a p a g a r el objeto, el artífice se encoleri-
car á s u s p r o p i o s i n t e r e s e s . Cardillac e j e c u t a b a s u s zaba.
o b r a s con paciencia, y c u a n d o a l g u n a n o era p e r f e c t a — P e r o , ved q u e m e caso m a ñ a n a ! — decía el p a r r o -
á s u s ojos, deshacíala p a r a comenzarla d e n u e v o . P o r quiano.
eso t o d o el m u n d o q u e r í a t e n e r a l h a j a s t r a b a j a d a s p o r — T a n t o peor, s e ñ o r m í o , t a n t o p e o r — c o n t e s t a b a el
el f a m o s o artífice; p e r o costaba m u c h o o b t e n e r l a s , p u e s d i a m a n t i s t a . —¿ Q u é m e i m p o r t a á m í v u e s t r o m a t r i -
Cardillac r e t a r d a b a d e u n m e s p a r a o t r o la e n t r e g a m o n i o ? Volved, si os place, d e a q u í á q u i n c e días.
bajo mil p r e t e x t o s . Si le ofrecían el d o b l e del precio — P e r o si el t r a b a j o esta t e r m i n a d o y tenéis a q u í el
e s t i p u l a d o , r e c h a z a b a el oro con d e s d é n , y c u a n d o al dinero, ¿ por q u é n o m e lo e n t r e g á i s ?
fin d a b a u n a d o r n o , s u s e m b l a n t e e x p r e s a b a h o n d o —Yo os d i g o q u e está sin concluir, q u e n o h e q u e -
p e s a r , y s u s a d e m a n e s secreta cólera. E n t o n c e s reco- d a d o c o n t e n t o y n o p u e d o e n t r e g a r el a d o r n o h o y .
r r í a su taller g r i t a n d o c o m o u n e n e r g ú m e n o , revol- —Y y o os a s e g u r o q u e si os o b s t i n á i s así, volveré
viéndolo todo, r e n e g a n d o d e su a r t e , d e s u s útiles y d e n t r o d e u n a h o r a con a l g u n o s g u a r d i a s d e m i a m i g o
h a s t a d e su p e r s o n a ; p e r o si a l g u n o llegaba d e p r o n t o Argenson.
y le p r e g u n t a b a si p o d r í a h a c e r u n collar y u n a s pul- — P u e s e n t o n c e s — m u r m u r a b a Cardillac — q u e el
s e r a s , el b u e n h o m b r e salía d e su acceso, sus ojillos diablo a h o g u e á v u e s t r a esposa ó á v u e s t r a hija con
brillaban c o m o c a r b u n c l o s , f r o t á b a s e las m a n o s cual ese collar, ó q u e las p u l s e r a s les corroan la m u ñ e c a
h o m b r e q u e e s p e r a h a c e r u n b u e n negocio, y decía: como tenazas candentes.
— V a m o s á ver d e q u é se t r a t a . Y el artífice a r r o j a b a el a d e r e z o á los pies del p a r r o -
q u i a n o exigente, a c o m p a ñ a n d o el acto con a l g u n a gro-
El cliente sacaba d e su bolsillo los m a t e r i a l e s n e c e -
sería q u e d e j a b a a t ó n i t o al noble ó al p l e b e y o . Des-
sarios, oro, p l a t a y p i e d r a s preciosas, c o n t e s t a n d o :
—Esto es m e r c a n c í a c o m ú n ; m a s con el auxilio d e p u é s , Cardillac se a s o m a b a á la v e n t a n a para m i r a r al
vuestro arte,.podría.... c o m p r a d o r , riéndose de su i m p e r t i n e n c i a . O t r a s v e -
—¡ C ó m o ! e x c l a m a b a Cardillac;—estas son p i e d r a s ces el artífice, m e n o s belicoso, suplicaba h u m i l d e -
m a g n i f i c a s ; d e j a d m e h a c e r á m í , y si no r e p a r á i s en m e n t e q u e le dejasen la obra e j e c u t a d a , o f r e c i é n d o s e
a l g u n a s m o n e d a s d e oro, c o n s t r u i r é u n a d e r e z o con á r e e m b o l s a r el p r e c i o de las p r i m e r a s m a t e r i a s ; y h a -
a l g u n a s p i e d r a s q u e y o elija. bía casos en q u e r e h u s a b a t r a b a j a r p a r a ciertos g r a n -
— M u y b i e n ; — decía el cliente — o b r a d c o m o o s p a - d e s s e ñ o r e s : la m i s m a f a v o r i t a d e L u í s XIV n o había
rezca, y p a g a r é lo q u e exijáis. p o d i d o vencer s u s r e p u g n a n c i a s .
E n t o n c e s , sin c u i d a r s e d e si su p a r r o q u i a n o era — A p u e s t o — d i j o m a d a m a d e Maintenon—á q u e si yo
noble ó plebeyo, Cardillac le a b r a z a b a e s t r e c h a m e n t e , enviase á p r e g u n t a r á Cardillac p a r a q u i é n había cons-
j u r á n d o l e q u e d e n t r o d e u n a s e m a n a recibiría u n a t r u i d o ese aderezo, se valdría de mil e x c u s a s a n t e s d e
o b e d e c e r m e ; p e r o creo q u e ya n o tiene t a n t a s r a r e z a s ,
19
y comienza á t r a t a r á s u s clientes con m á s c o n s i d e r a - la con p r o f u n d a a t e n c i ó n , e x p r e s a n d o su s o r p r e s a
ción. s o l a m e n t e p o r m o n o s í l a b o s ; o p r i m í a su f r e n t e con
La s e ñ o r a d e S c u d e r i , i m p a c i e n t e por d e s c u b r i r , m a n o convulsiva c o m o p a r a c o m p r i m i r u n dolor; y
p r o n t o a q u e l m i s t e r i o , p e n s ó q u e lo m e j o r seria m a n i - d e s p u é s o c u l t a b a los ojos á fin d e q u e no se viese u n a
f e s t a r á Cardillac la causa d e la p r e g u n t a ; y p a r e c i é n - f u r t i v a l á g r i m a . Al fin cogió el cofrecillo, y d o b l a n d o
dole b u e n a esta idea á la f a v o r i t a , dió las ó r d e n e s la rodilla a n t e la s e ñ o r a d e S c u d e r i , le d i j o :
o p o r t u n a s . Un m o m e n t o d e s p u é s p r e s e n t á b a s e Car-
—Noble d a m a , p a r a vos p r e p a r a b a yo e s t a s p i e -
dillac.
d r a s , y r e c u e r d o q u e al t r a b a j a r l a s sólo en vos p e n -
D e s p u é s d e m u c h a s r e v e r e n c i a s , h e c h a s con tal t o r - saba. T e n e d , p u e s , la b o n d a d d e a c e p t a r este a d o r n o
peza q u e las d o s d a m a s n o p u d i e r o n m e n o s d e son- con t a n t o placer c o m o el q u e yo e x p e r i m e n t o al ofre-
r e í r s e , el b u e n h o m b r e , i n t e r r o g a d o s o b r e el o r i g e n d e cérosle.
las alhajas, reconociólas d e s d e luego, y r e c h a z á n d o l a s — ¡Dios mío! m a e s e R e n a t o — e x c l a m ó la s e ñ o r a S c u -
d e s p u é s , dijo con a m a r g a sonrisa:
deri.—¿Os p a r e c e q u e esas joyas p u e d e n c o n v e n i r a m i
, — E s preciso n o r e c o n o c e r a p e n a s los t r a b a j o s d e
vejez? ¿ Con q u é t i t u l o h a r í a i s s e m e j a n t e r e g a l o ? Va-
R e n a t o Cardillac p a r a s u p o n e r u n solo i n s t a n t e q u e
m o s , v a m o s , a m i g o m í o , si y o f u e s e h e r m o s a c o m o la
otro diamantista pudiera montar semejante adorno.
señorita d e F o n t a n g e s , podría a d q u i r i r á peso d e oro
Sí, s e ñ o r a m a r q u e s a , reconozco el t r a b a j o .
t a n m a g n í f i c a joya ; p e r o bien veis q u e n o s e n t a r í a
— E n t o n c e s — r e p u s o la f a v o r i t a - d e c i d m e p a r a q u i é n bien en m i s e n f l a q u e c i d o s brazos y en e s t a g a r g a n t a
lo hicisteis. q u e s i e m p r e debo o c u l t a r .
— P a r a m í solo—contestó Cardillac. Cardillac se había l e v a n t a d o , y a l a r g a n d o a ú n el
L a s d o s d a m a s fijaron s u s m i r a d a s en el r o s t r o i m - cofrecillo á la s e ñ o r a d e S c u d e r i , dijole con voz r o n c a
pasible del d i a m a n t i s t a ; m a d a m a d e M a i n t e n o n con y brusca:
desconfianza, y M a g d a l e n a S c u d e r i con a n s i e d a d . — H a c e d m e la g r a c i a , señora, de n o r e h u s a r , p u e s
— Os d i g o la p u r a v e r d a d , s e ñ o r a s — a ñ a d i ó C a r d i - n o sabéis h a s t a q u é p u n t o r e s p e t o v u e s t r o c a r á c t e r y
llac.—Para e j e c u t a r esta o b r a m a e s t r a había r e s e r v a d o virtudes...
yo las p i e d r a s m á s finas, p o n i e n d o á c o n t r i b u c i ó n . t o - Y c o m o la noble d a m a siguiese vacilando, la favorita
dos los secretos de m i arte; p e r o h a c e a l g ú n t i e m p o t o m ó el cofrecillo d e m a n o s d e Cardillac, u n i e n d o sus
q u e este a d e r e z o d e s a p a r e c i ó d e mi casa. i n s t a n c i a s á las del b u e n h o m b r e q u e , d e s p u é s d e su-
— ¡ L o a d o sea Dios!—exclamó la s e ñ o r a S c u d e r i . plicar con sollozos y l á g r i m a s , salió d e la h a b i t a c i ó n
Y l e v a n t á n d o s e con la viveza d e u n a joven, cogió el b r u s c a m e n t e , c o r r i e n d o como u n loco y d e r r i b a n d o los
cofrecillo y d e p o s i t ó l o t o d o en m a n o s d e Cardillac, di- m u e b l e s á su paso.
ciéndole:
— ¡Santo cielo! s e ñ o r a m a r q u e s a , ¿ q u é le p a s a á ese
— T o m a d eso, m a e s e R e n a t o ; u n o s picaros l a d r o n e s h o m b r e ? — e x c l a m ó la S c u d e r i pálida d e t e r r o r .
os lo h a b í a n r o b a d o .
—¿Novéis, a m i g a m í a — c o n t e s t ó la favorita, r i e n d o á
La d a m a refirió d e s p u é s en pocas p a l a b r a s la a v e n - c a r c a j a d a s — q u e m a e s e R e n a t o siente por vos u n a m o r
t u r a d e la n o c h e a n t e r i o r . El artífice p a r e c i ó e s c u c h a r - fatal, y q u e s e g ú n las reglas de la g a l a n t e r í a caballe-
resca, comienza á s i t i a r v u e s t r o corazón o f r e c i é n d o o s al cochero q u e se d e t u v i e s e , p u e s el t u n a n t e castigaba
presentes? m á s á los caballos q u é ya iban á e s c a p e . C u a n d o h u -
La s e ñ o r a S c u d e r i no p u d o m e n o s de r e i r s e t a m b i é n bieron llegado á la e x t r e m i d a d del p u e n t e , la s e ñ o r a
d e la o c u r r e n c i a d e la m a r q u e s a ; p e r o c u a n d o llegó la S c u d e r i roció con a g u a p e r f u m a d a el r o s t r o d e su sir-
h o r a d e r e t i r a r s e , r e c o b r ó su g r a v e d a d . vienta p a r a hacerla volver en si, y d e s p u é s abrió la
— S e g u r a m e n t e — d i j o — j a m á s m e resolveré á servir- c a r t a , c u y o contenido era el s i g u i e n t e :
m e d e estas joyas, p u e s llegaron á ' m i s m a n o s d e u n a
m a n e r a d e m a s i a d o odiosa p a r a q u e el d o n a t i v o d e «Un d e s g r a c i a d o p e r c a n c e , q u e h u b i é r a i s p o d i d o
Cardillac p u e d a p u r i f i c a r l a s á m i s ojos. Me p a r e c e c o n j u r a r , m e a r r a s t r a al f o n d o d e u n a b i s m o . Os s u -
verlas m a n c h a d a s d e s a n g r e ; y p o r o t r a p a r t e , la con- plico, c o m o u n hijo invocaría á su m a d r e , q u e devol-
d u c t a del m i s m o m a e s e R e n a t o t i e n e algo d e e x t r a ñ a . váis á m a e s e R e n a t o Cardillac el collar y las p u l s e r a s
Creo s i n c e r a m e n t e q u e en t o d o se encierra a l g ú n m i s - r e c i b i d a s d e m í ; hallaréis p a r a ello algún p r e t e x t o ,
terio d e i n i q u i d a d . c o m o por e j e m p l o , el modificar u n a p a r t e del t r a b a j o ;
— ¿Y p o r q u é ir t a n lejos en v u e s t r a s s o s p e c h a s ? — v u e s t r a t r a n q u i l i d a d y tal vez v u e s t r a vida d e p e n d e n
p r e g u n t ó la m a r q u e s a . d e la p r o n t a ejecución de lo q u e os p i d o . Si n o escu-
— No — r e p u s o la S c u d é r i — j a m á s m e a d o r n a r é con cháis m i r u e g o , m a ñ a n a p e n e t r a r é en v u e s t r a casa
e s t a s joyas. p a r a a r r a n c a r m e la vida d e l a n t e d e vos.»
Esas f u e r o n las ú l t i m a s p a l a b r a s d e la célebre escri-
tora, d e q u i e n L u í s XIV decía, r i e n d o d e la m e j o r — •Ahora estoy s e g u r a — d i j o la s e ñ o r a S c u d e r i — q u e
g a n a , q u e había p u e s t o ú n bozal al m o r d a z D e s p r e a u x , ese m i s t e r i o s o desconocido, por m á s q u e esté afiliado
h a c i e n d o p e r d e r la pista á t o d o s los s a b u e s o s de la e n t r e los b r i b o n e s q u e s a q u e a n á P a r í s , no a b r i g a con-
sátira. t r a mí m a l a s intenciones. Si h u b i e r a p o d i d o h a b l a r m e
A l g u n o s m e s e s d e s p u é s , la s e ñ o r a S c u d e r i c r u z a b a c u a n d o hizo su p r i m e r a visita, tal vez s a b r í a a h o r a
por el p u e n t e Nuevo en la carroza de la d u q u e s a d e cosas m u y s i n g u l a r e s . H a r é lo q u e m e dice, l i b r á n d o m e
M o n t a u s i e r , carroza d e n u e v a invención y u n a d e las así d e u n a vez d e ese diabólico d e p ó s i t o . Cardillac ve-
p r i m e r a s q u e se a d o r n a r o n con cristales, por lo cual l a r á sin d u d a p a r a q u e n o vuelvan á r o b á r s e l o .
a t r a í a las c u r i o s a s m i r a d a s de la m u l t i t u d , q u e la i m - Al d í a siguiente, á p r i m e r a h o r a , d i s p o n í a s e á ir en
pedía a v a n z a r . De r e p e n t e p r o d ú j o s e u n m u r m u l l o p e r s o n a á visitar al d i a m a n t i s t a ; m a s por u n a s i n g u l a r
mezclado de i m p r e c a c i o n e s e n t r e los g r u p o s q u e se f a t a l i d a d , t o d o s los t a l e n t o s d e la corte p a r e c í a n h a -
o p r i m í a n ; u n joven d e r o s t r o p á l i d o se abría paso con b e r s e citado p a r a ir á v e r á la novelista: d u r a n t e v a r i a s
n o pocos e s f u e r z o s ; llegado cerca d e la carroza, a b r i ó h o r a s h u b o allí c o m o u n a procesión c o n t i n u a : dióse
b r u s c a m e n t e la portezuela, a r r o j ó u n a carta s o b r e las lectura de interminables poesías y de producciones
rodillas de la s e ñ o r a S c u d e r i , y a n t e s q u e ésta p u d i e r a p a r a el t e a t r o , y refiriéronse c u r i o s a s a n é c d o t a s : d e
reconocerle, d e s a p a r e c i ó e n t r e la m u l t i t u d . L a p o b r e m o d o q u e el día estaba ya m u y a d e l a n t a d o c u a n d o la
M a r t i n i é r e , q u e casi s i e m p r e iba con su a m a , se había s e ñ o r a d e S c u d e r i r e c o r d ó la i m p o r t a n t e visita q u e de-
desvanecido de espanto, y aquella gritaba inútilmente bía h a c e r : f u é preciso aplazarla h a s t a el día s i g u i e n t e
C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
•mmmm
m i e n t o s , y o c ú l t o m e e n la p a r t e d e la calle q u e la l u n a
no i l u m i n a con su pálida luz. M u y p r o n t o a p a r e c e u n
caballero r i c a m e n t e vestido, q u e e n t o n a u n a canción
y avanza con p a s o vacilante, c o m o si e s t u v i e s e e b r i o ,
h a c i e n d o r e s o n a r s u s e s p u e l a s d e plata. E n el m o m e n - ÜnÍ
to d e p a s a r p o r delante del sitio d o n d e se halla oculto Alr e av h ar el día, d e s p e r t é m e s o b r e s a l t a d o ; la p u e r t a
Cardillac, éste salta c o m o u n t i g r e s o b r e a q u e l l a p r e s a d e m i prisióli se 'acababa d e a b r i r , y el m i s m o Cardi-
i n d e f e n s a , y el p o b r e caballero es d e r r i b a d o al p u n t o
l l a
Yo p r o f i e r o u n g r i t o de h o r r o r y d e a l a r m a , m i e n t r a s ^ n D " x c l ^ é - ¿ q u é v e n í s á hacer
q u e el d i a m a n t i s t a , inclinado s o b r e el c u e r p o d e su
víctima, p a r e c e r e g i s t r a r l e las e n t r a ñ a s . T F I artífice sin c o n m o v e r s e e n lo m á s m í n i m o , acer-
a *
compues-iu F vidriosos. Al fin
» - ¡ M o n s t r u o abominable!—exclamé.—¡Yo, tu cóm-
plice! ¡No, j a m á s ; a n t e s m o r i r mil veces !
»Cardillac se sentó, e n j u g ó su f r e n t e , i n u n d a d a de
un s u d o r frío, y r e c o b r a n d o su calma o r d i n a r i a , m e
dijo:
»—Escucha; tengo q u e decirte m u c h a s c o s a s , y
c u a n d o m e conozcas mejor, en vez de m a l d e c i r m e ,
creo q u e m e c o m p a d e c e r á s . Varios m é d i c o s f a m o s o s
h a n escrito en s u s o b r a s q u e las i m p r e s i o n e s experi-
m e n t a d a s p o r las m u j e r e s q u e e s t á n en cinta ejercen
u n a p r o f u n d a influencia en la m o r a l de los hijos, p r o -
d u c i e n d o á veces efectos contra los cuales todos los
WSOSB&B.
e s f u e r z o s de la educación no p u e d e n nada en el por-
venir. Me han r e f e r i d o q u e m i m a d r e , hallándose e m -
barazada de mi, había a c o m p a ñ a d o a varias d a m a s á
1 rianon, d o n d e vió á un joven caballero, vestido á la
m m m
e s p a ñ o l a , q u e llevaba un magnifico collar de bri-
llantes. P o s e e r tal t e s o r o f u é al p u n t o la idea fija de
m i m a d r e , la cual recordó de p r o n t o q u e a q u e l caba-
llero la había h a b l a d o de a m o r a l g u n o s años antes. Los
dos se reconocieron casi en el m i s m o instante, y m i
m a d r e , q u e sólo había resistido p o r v i r t u d , juzgó q u e
w m m
era u n h o m b r e v e r d a d e r a m e n t e h e r m o s o . El brillo del
collar y de los brillantes, q u e lanzaban reflejos d e s l u m -
b r a d o r e s , la f a s c i n a b a ; y ella y el caballero se sintie-
ron a t r a í d o s m u t u a m e n t e de una m a n e r a irresistible.
cab
a l l e r o c o n d u j o a m i m a d r e á un salón r e t i r a d o y
d e s i e r t o ; y allí, c u a n d o la estrechaba en s u s brazos e n
u n t r a n s p o r t e de a m o r , como ella p u s o vivamente s u s
m a n o s e n el collar, en el m i s m o m o m e n t o , bien f u e r a
p o r un a t a q u e de apoplegía, ó p o r cualquiera otra fiaba. Comencé p o r el b u r t o y acabé po
causa, el caballero cayó m u e r t o , a r r a s t r a n d o á m i m a -
Gracias a mi profesión pod,a ^ ^ f ^ e n t e para
dre, q u e i n ú t i l m e n t e se esforzaba p a r a d e s p r e n d e r s e c a s a s ; m i riqueza, bien conocida era sunc^ J ^
de a q u e l c a d a v e r ; en aquella lucha horrible, sin e m - que se confiara én m i ; y por mi talento m
C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
320 e. t e o d o r o hoffmann
a t e n c i o n e s de todos. S u p e a p r o v e c h a r estas v e n t a j a s ;
no h u b o m u e b l e ni c e r r a d u r a q u e resistiese á mi in-
fernal destreza, y así s u s t r a j e e n o r m e s valores. Mi co-
dicia se a c r e c e n t ó por el b u e n éxito, y c o m e n c é á
e x p e r i m e n t a r u n odio inconcebible contra todos a q u e -
llos q u e t e n í a n oro y p e d r e r í a s : la sed de su s a n g r e
m e acosaba sin cesar. En a q u e l l a época c o m p r é esta
c a s a ; el día en q u e firmé el c o n t r a t o de a d q u i s i c i ó n , el
vendedor me dijo:
»—Maese R e n a t o , m e h a b é i s c o m p r a d o la casa pa-
g á n d o l a sin r e g a t e a r , y p o r lo m i s m o voy á confiaros
un secreto que podrá seros útil.
»Así d i c i e n d o , c o n d ú j o m e á u n a r m a r i o p r a c t i c a d o
en la pared,, corrió u n t a b l e r o del f o n d o , q u e c e r r a b a
u n a especie d e g a b i n e t e y d e s p u é s levantó u n a t r a m -
p a , q u e d a b a paso á u n a escalera m u y e m p i n a d a y os-
c u r a , en c u y o f o n d o veíase u n pasadizo q u e conducía
á u n postigo y á u n p a t i o ; en la e x t r e m i d a d d e éste,
el m u r o d e r e c i n t o alto y g r u e s o , n o t e n í a n a d a d e
p a r t i c u l a r ; p e r o en la r a n u r a d e la p i e d r a d e los ci-
m i e n t o s , ocultábase u n botón d e a c e r o ; mi i n t e r l o c u -
t o r le o p r i m i ó , y al p u n t o abrióse en el m u r o una
p u e r t a secreta, por d o n d e se podía salir á la calle. Esta
p u e r t a , q u e era d e encina, estaba c u b i e r t a d e u n a capa
de m o r t e r o , h á b i l m e n t e a p l i c a d a ; y por la p a r t e d e la
calle, u n a e s t a t u a d e m a d e r a se a d a p t a b a con la m a y o r
e x a c t i t u d a la p u e r t a ; habíanla p i n t a d o de m o d o q u e
parecía d e p i e d r a , y servía p a r a o c u l t a r la salida. P r o -
b a b l e m e n t e , aquello e r a o b r a d e los m o n j e s q u e ocu-
p a r o n en otro t i e m p o la casa, y q u e d e vez en c u a n d o
salían p o r allí p a r a librarse d e los enojos del C l a u s t r o .
C o m o q u i e r a q u e sea, aquel d e s c u b r i m i e n t o debía te-
n e r para m í fatales r e s u l t a d o s : d u e ñ o del secreto d e
t a n s i n g u l a r m e c a n i s m o , c o m p r e n d í m u y p r o n t o el
p a r t i d o q u e podría sacar p a r a f a v o r e c e r m i s p l a n e s .
P r e c i s a m e n t e e n t o n c e s a c a b a b a de c o n s t r u i r p a r a
OLIVERIO BRUSSON
oliverio brusson
«ALFGm
Madelon e s t a b a allí! j C o m p a d e c e d m e , s e ñ o r a , p o r u n a d u l c e e s p e r a n z a disipó como u n a n u b e t o d o s los
h a b e r sido tan d é b i l ! ¿ No es suficiente expiación el su- s o m b r í o s p r e s e n t i m i e n t o s q u e m e a t o r m e n t a b a n . Caf-
plicio q u e m e e s p e r a ? dillae, n o t a n d o el efecto q u e v u e s t r o n o m b r e m e h a b í a
»Cierta noche, Cardillac volvió á casa m u y a l e g r e ; producido, añadió :
p r o d i g ó á su hija m u c h a s caricias, y al c e n a r p r o b ó »—Mi idea te parece b u e n a ; esta es u n a razón m á s
a l g u n o s vinos d e los m e j o r e s , cosa q u e no hacía sino p a r a a d o p t a r l a , y un m e d i o d e c o n j u r a r en cierto m o d o
los dias d e fiesta. Madelon se r e t i r ó d e s p u é s , y yo iba la mala estrella q u e rige h a s t a a h o r a m i d e s t i n o ; será
á imitarla para evitar una nueva conversación; pero el p r i n c i p i o d e la expiación n e c e s a r i a p a r a p u r i f i c a r m e .
Cardillac m e d e t u v o , y llenando n u e s t r a s copas, dijo- Hace poco t i e m p o había i m a g i n a d o h a c e r u n a c o r o n a
me alegremente: d e p i e d r a s preciosas para a d o r n a r la e s t a t u a d e la vir-
» — E s p e r a , m u c h a c h o , v a m o s á b e b e r á la s a l u d d e '• g e n d e San E u s t a q u i o ; p e r o cada vez q u e m e p r o p o n í a
la m u j e r m á s d i g n a d e P a r í s , y d e s p u é s m e d i r á s q u é p o n e r m a n o s á la o b r a , u n a f u e r z a irresistible m e pa-
te p a r e c e esta f r a s e : «El a m a n t e q u e t e m e á los ladro- ralizaba, a s a l t á n d o m e los m á s e x t r a ñ o s t e r r o r e s . He
nes n o es d i g n o de amor.» r e n u n c i a d o á ello, p e r o pienso q u e si la s e ñ o r a d e Scu-
»Refirióme en s e g u i d a lo q u e había p a s a d o en casa d e r i a c e p t a s e el h o m e n a j e q u e le p r e p a r o , s e r í a m e d e
m a d a m a d e M a i n t e n o n e n t r e vos, s e ñ o r a , y el r e y . g r a n p r o v e c h o , p a r a r e c o n c i l i a r m e con el cielo, la in-
Gracias á vos, c u y a s e l e v a d a s v i r t u d e s v e n e r a b a , pare- t e r v e n c i ó n d e tan v i r t u o s a p e r s o n a . Cardillac indicó el
cíale, s e g ú n dijo, q u e su mala estrella se e x t i n g u i r í a , m o m e n t o q u e debía escoger p a r a e n t r e g a r o s el collar
y q u e p o d r í a i s llevar la m á s preciosa o b r a salida de y los brazaletes. La convicción d e q u e ' p o d r i a i s salvar
s u s m a n o s , sin q u e su e s p í r i t u maléfico le i n s p i r a s e la á Cardillac del a b i s m o en q u e iba á p r e c i p i t a r s e y
h o r r i b l e idea d e a r r e b a t á r o s l a p o r el asesinato ó el robo. l i b r a r á la i n o c e n t e Madelon d e las t e r r i b l e s r e p r e s a -
» — E s c u c h a , O l i v e r i o — m e dijo a d e m á s — h a c e largo lias q u e la justicia e j e r c e r í a t a r d e ó t e m p r a n o c o n t r a la
t i e m p o q u e recibí el e n c a r g o d e fabricar para la p r i n - familia del artífice, m e hizo acoger con e n t u s i a s m o
cesa E n r i q u e t a d e Inglaterra u n collar y brazaletes. Ya el p r o y e c t o d ^ l l e g a r h a s t a v o s ; q u e r í a a n u n c i a r m e
sabes con q u é c a r i ñ o m e e n t r e g u é á esta obra, y q u e c o m o hijo de Ana Guiot y c o n f e s a r o s d e rodillas t o d o
n o e c o n o m i c é t r a b a j o , ni t i e m p o ni e s t u d i o . El d e s g r a - c u a n t o sabía. Ya r e c o r d a r é i s , s e ñ o r a , c ó m o el e s t ú p i d o
ciado fin d e esta p r i n c e s a , víctima de u n a i n f a m e trai- t e r r o r d e v u e s t r o s c r i a d o s h i z o f r a n c a s a r el éxito d e m i
ción, dejó en m i s m a n o s el aderezo, c u y o s m a t e r i a l e s p l a n . E s p e r a b a a p r o v e c h a r u n a m e j o r y p r ó x i m a oca-
había facilitado y o m i s m o . P u e s b i e n : q u i e r o o f r e c e r sión d e a c e r c a r m e á vos, p e r o en el m a l o g r o d e m i
esta o b r a v e r d a d e r a m e n t e regia á la s e ñ o r a S c u d e r i , p r i m e r a t e n t a t i v a había c r e í d o Cardillac v e r u n fatal
en n o m b r e d e los a s e s i n o s invisibles. Será á la vez u n presagio, y d e s d e a q u e l día c o m e n z ó á estar m á s som-
h o m e n a j e q u e m e complazco en t r i b u t a r á esa noble é brío y r e c o n c e n t r a d o q u e n u n c a . Una especie d e irrita-
i l u s t r e m u j e r , y u n chasco p a r a Desgrais, A r g e n s o n , la ción nerviosa le hacía e s t r e m e c e r s e día y n o c h e ; s u s
Reynie y sus compañeros. ojos e x t r a v i a d o s se i n y e c t a b a n d e s a n g r e ; d e su boca,
»Al o i r v u e s t r o n o m b r e p r o n u n c i a d o p o r Cardillac, c o n t r a í d a p o r u n a fiebre l e n t a , e s c a p á b a n s e f r a s e s sin
sentí en m i alma u n a indefinible i m p r e s i ó n d e gozo, y conexión, d e las cuales n o llegaba yo á c o m p r e n d e r
sino p a l a b r a s q u e m e llenaban de i n q u i e t u d . No igno- Uac, y bajo el peso d e tan triste f a r d o , sin olvidar el
raba y o á d ó n d e p o d í a c o n d u c i r l e la influencia de su puñal q u e podía, m á s t a r d e , s e r v i r d e t e s t i m o n i o del
mal e s p í r i t u , y t e m b l a b a p o r v u e s t r a v i d a . Bien recor- homicidio, consigo e n t r a r no sin g r a n t r a b a j o en n u e s -
d a r é i s el día q u e os e n c o n t r é en el P u e n t e N u e v o y el tro taller por la p u e r t a secreta. Ya sabéis lo d e m á s . . .
billete en q u e os s u p l i c a b a devolviérais el a d e r e z o á Soy inocente d e t o d o c r i m e n , p e r o n i n g u n a t o r t u r a m e
Cardillac, á fin d e q u e su odiosa p a s i ó n no se convir- obligará á confesar j a m a s el h o r r i b l e m i s t e r i o . Es pre-
tiera en p r e t e x t o p a r a a t e n t a r contra v u e s t r a vida. Al ciso q u e la p o b r e Madelon n o t e n g a por q u é sonro-
s i g u i e n t e día d e n u e s t r o e n c u e n t r o n o h a b í a i s d e v u e l - jarse j a m a s de los c r í m e n e s d e su p a d r e . No q u i e r o q u e
to el e s t u c h e , y y o oía á Cardillac h a b l a r consigo la m a n o del v e r d u g o a r r a s t r e los d e s p o j o s del h o m b r e
m i s m o , l a m e n t a r s e d e la falta d e sus m a l d i t a s joyas y á q u i e n esa p o b r e niña debe la vida. Q u e la C a m a r a
acariciar s u s a n t i g u a s i d e a s d e a s e s i n a t o . Q u e r í a y o Ardiente h a g a d e mí lo q u e q u i e r a : estoy d i s p u e s t o a
salvaros á toda costa, a u n q u e f u e s e preciso p e r d e r á s u f r i r l o todo, y sólo os p i d o d e rodillas u n a g r a c i a :
Cardillac. p r o m e t e d m e n o a b a n d o n a r á Madelon h u é r f a n a , cuan-
d o yo h a y a s u f r i d o el ú l t i m o suplicio.»
» C u a n d o se h u b o e n c e r r a d o en su casa p a r a r e z a r ,
s e g ú n decía, s u s o r a c i o n e s de la n o c h e , y e n t r e g a r s e al La s e ñ o r a de S c u d e r i , c o n m o v i d a hasta d e r r a m a r la-
r e p o s o q u e t a n t o necesitaba, salí p o r la p u e r t a e x c u - g r i m a s , hizo c o m p a r e c e r al m o m e n t o á M a d e l o n . La
sada y f u i á o c u l t a r m e en u n rincón del m u r o , d o n d e joven, poseída de un pesar p r o f u n d o , p r e s e n t ó s e t r é -
n i n g ú n reflejo de luz p o d í a d e s c u b r i r mi p r e s e n c i a . No mula y d e s c o n s o l a d a ; p e r o al reconocer a Oliverio, u n a
e s t u v e m u c h o t i e m p o sin ver salir á C a r d i l l a c ; seguíle e x p r e s i ó n celestial a n i m ó s u s ojos y a r r o j ó s e en sus
á cierta distancia con p r e c a u c i ó n , y al llegar á la es- brazos e x c l a m a n d o :
q u i n a d e la calle d e S a n H o n o r a t o d e s a p a r e c i ó c o m o - Y a sabía y o bien q u e t ú n o podías ser culpable;
u n e s p e c t r o . S i e n d o mi único o b j e t o p r o t e g e r o s y d e - p e r o a h o r a e s t o y s e g u r a d e ello p u e s t o q u e te veo,
f e n d e r o s con m i c u e r p o , f u i á s i t u a r m e en el u m b r a l p u e s t o q u e la m á s noble de las m u j e r e s te ha salvado
d e v u e s t r a m o r a d a . Casi en el m i s m o , i n s t a n t e pasa para devolverte á mi a m o r I
p o r d e l a n t e de mi, sin v e r m e , u n oficial q u e vestía r i - Oliverio e x p e r i m e n t ó en este r á p i d o i n s t a n t e u n a
q u í s i m o t r a j e ; iba t a r a r e a n d o un a r i a y p a r e c í a m u y i n m e n s a d i c h a ; e r a inocente, a m a d o y l i b r e ! . . . Las
c o n t e n t o . De r e p e n t e u n a s o m b r a n e g r a se p r e c i p i t a a n g u s t i a s del p a s a d o se olvidaron en el é x t a s i s d e los
d e t r á s d e él; sigúese u n a lucha r á p i d a c o m o el r a y o ; dos amantes... , .
p e r o esta vez la P r o v i d e n c i a vela, y e s el asesino, es P e r o Desgrais llamó d i s c r e t a m e n t e á la p u e r t a del
Cardillac q u i e n cae h e r i d o . Acudo, p r o f i r i e n d o u n a p o s e n t o , y dijo q u e era t i e m p o d e s e p a r a r s e . Oliverio
g r i t o d e h o r r o r ; el oficial m e t o m a por cómplice del B r u s s o n debía volver al calabozo a n t e s d e la salida
salteador, m e hace f r e n t e y se r e t i r a e s p a d a en m a n o del sol. , ...
d e j a n d o u n p u ñ a l en el sitio. No m e o c u p o m á s q u e d e La señora d e S c u d e r i d e p l o r a b a la s u e r t e h o r r i b l e
mi desgraciado maestro: temiendo que una patrulla q u e a m e n a z a b a al p o b r e joven, cuya inocencia le p a r e -
del p r e b o s t a z g o m e s o r p r e n d i e r a en tan s e m e j a n t e cía tan bien p r o b a d a , y a t o r m e n t a b a su e s p í r i t u p a r a
t r a n c e , c a r g o con el c u e r p o casi i n a n i m a d o d e C a r d i - hallar u n m e d i o d e salvarle. Escribió p o r lo p r o n t o al
p r e s i d e n t e la R e y n i e p a r a r e f e r i r l e los p o r m e n o r e s d e b a r su inocencia p a r a q u e le a b s u e l v a n , os q u e d a r á
su e n t r e v i s t a con Oliverio B r u s s o n , d e s p l e g a n d o en su s i e m p r e , como ú l t i m o r e c u r s o , el d e r e c h o d e a p e l a r á
carta t o d o el calor, toda la elocuencia q u e p r e s t a al
la m i s e r i c o r d i a real.
estilo u n a convicción i n q u e b r a n t a b l e . El p r e s i d e n t e se
E s t e p r u d e n t e consejo m e r e c í a s e r a t e n d i d o . La se-
a p r e s u r ó á enviarle á d e c i r q u e se regocijaba sincera-
ñora d e S c u d e r i se r e t i r ó á su casa m u y a f l i g i d a ; p e r o
m e n t e d e la inocencia d e su joven p r o t e g i d o , p e r o q u e
r o g a n d o á Dios q u e venciera la obstinación d e Olive-
era m e n e s t e r q u e la justicia s i g u i e r a su c u r s o : si Oli-
rio B r u s s o n , q u i e n con u n a sola palabra podía e v i t a r
verio persistía en n e g a r s e á revelar lo q u e sabía el
t r i b u n a l se vería obligado a t r i u n f a r d e su r e s i s t e n c i a d e s h o n r a y p a t í b u l o . P o r la n o c h e , su fiel Martiniére
p o r los m e d i o s e x t r e m o s . e n t r e a b r i ó la p u e r t a del t o c a d o r d o n d e se había ence-
r r a d o t o d o el día su s e ñ o r a , y a n u n c i ó casi en voz baja
Presa d e la a n s i e d a d q u e estas p a l a b r a s le p r o d u j e - q u e el conde d e Miossens, coronel de g u a r d i a s del rey,
r o n , la s e ñ o r a d e S c u d e r i , q u e conocía bien los san- solicitaba el h o n o r d e ser r e c i b i d o sin d e m o r a .
g r i e n t o s r i g o r e s d e la R e y n i e , corrió á casa d e P e d r o — S e ñ o r a — l e dijo así q u e e s t u v i e r o n solos—me dis-
A r n a u d d ' A u d i l l y , el m á s célebre a b o g a d o d e P a r í s . p e n s a r é i s q u e m e p r e s e n t e t a n á d e s h o r a en v u e s t r a
E s p e r a b a , con su apoyo, c o n s e g u i r q u e se aplazara la casa c u a n d o s e p á i s q u e v e n g o por Oliverio B r u s s o n .
ejecución d e la sentencia de la. C a m a r a A r d i e n t e El —¡ Hablad I ¡ o h , hablad p r o n t o , caballero I os lo s u -
legista, d e s p u é s de h a b e r e s c u c h a d o c o r t é s m e n t e á la
plico—exclamó la s e ñ o r a d e S c u d e r i .
d a m a , r e s p o n d i ó l e s o n r i e n d o con este verso d e Des-
— T o d o P a r í s — c o n t i n u ó el coronel—está p e r s u a d i d o
preaux :
de la culpabilidad d e Oliverio ; p e r o v u e s t r o excelente
corazón, lo sé, os c o n d u c e á c r e e r t o d o lo c o n t r a r i o . A
Lo verdadero puede á veces no ser verosímil. decir v e r d a d , s e ñ o r a , n a d i e m e j o r q u e yo p u e d e reco-
nocer la inocencia d e ese joven en el h o m i c i d i o d e
P r o b ó c l a r a m e n t e á la señora d e S c u d e r i q u e t o d a s Cardillac... p o r q u e yo soy, señora, q u i e n le m a t ó en la
las a p a r i e n c i a s se r e u n í a n contra la veracidad posible calle d e San Honorato, cerca d e esta casa. E s preciso
d e la confesión d e Oliverio, y q u e en t o d o caso, las q u e d e s d e h o y se declare á Cardillac a u t o r ú n i c o d e
m e d i d a s q u e p r o p o n í a la R e y n i e p a r a ilegar al d e s c u - los a t a q u e s n o c t u r n o s q u e han c o s t a d o la vida á t a n t a s
b r i m i e n t o d e la v e r d a d le p a r e c í a n infalibles. h o n r a d a s p e r s o n a s . Concebí la p r i m e r a s o s p e c h a cuan-
- P u e s b i e n - e x c l a m ó la s e ñ o r a d e S c u d e r y - i r é á d o "ese m i s e r a b l e , al e n t r e g a r u n aderezo p a r a mi á m i
a r r o j a r m e á los pies del r e y . a y u d a d e c á m a r a , le dirigió m u c h a s p r e g u n t a s p a r a
- G u a r d a o s bien d e ello, s e ñ o r a - r e p l i c ó el juriscon- a v e r i g u a r á q u é h o r a d e la n o c h e iba yo á ver á cierta
s u l t o . - E l r e y n o i n d u l t a r á j a m á s á u n h o m b r e q u e se s e ñ o r a . Esta p r e g u n t a , q u e m e f u é c o m u n i c a d a al p u n -
m e g a a r e v e l a r á los t r i b u n a l e s u n m i s t e r i o semejante-
to p o r u n s e r v i d o r fiel, p a r e c i ó m e o c u l t a r a l g ú n m i s -
la s e g u n d a d pública está c o m p r o m e t i d a en ello El
t e r i o d e i n i q u i d a d . Había oído d e c i r q u e t o d a s las
p u e b l o e n t e r o se rebelaría c o n t r a tal a b u s o d e la cle-
v í c t i m a s p r e s e n t a b a n igual h e r i d a ; p o d í a s e i n f e r i r q u e
m e n c i a Q u e v u e s t r o joven h a b l e con f r a n q u e z a , q u e
la m i s m a m a n o d e s c a r g a b a t o d o s los golpes y q u e el
r e s p o n d a á t o d a s las p r e g u n t a s ; y si no llegase a p r o -
asesino c i f r a b a su confianza en u n a sola m a n e r a d e e m -
p r e s i d e n t e la R e y n i e p a r a r e f e r i r l e los p o r m e n o r e s d e b a r su inocencia p a r a q u e le a b s u e l v a n , os q u e d a r á
su e n t r e v i s t a con Oliverio B r u s s o n , d e s p l e g a n d o en su s i e m p r e , como ú l t i m o r e c u r s o , el d e r e c h o d e a p e l a r á
carta t o d o el calor, toda la elocuencia q u e p r e s t a al
la m i s e r i c o r d i a real.
estilo u n a convicción i n q u e b r a n t a b l e . El p r e s i d e n t e se
E s t e p r u d e n t e consejo m e r e c í a s e r a t e n d i d o . La se-
a p r e s u r ó á enviarle á d e c i r q u e se regocijaba sincera-
ñora d e S c u d e r i se r e t i r ó á su casa m u y a f l i g i d a ; p e r o
m e n t e d e la inocencia d e su joven p r o t e g i d o , p e r o q u e
r o g a n d o á Dios q u e venciera la obstinación d e Olive-
era m e n e s t e r q u e la justicia s i g u i e r a su c u r s o : si Oli-
rio B r u s s o n , q u i e n con u n a sola palabra podía e v i t a r
verio persistía en n e g a r s e á revelar lo q u e sabía el
t r i b u n a l se vería obligado a t r i u n f a r d e su r e s i s t e n c i a d e s h o n r a y p a t í b u l o . P o r la n o c h e , su fiel Martiniére
p o r los m e d i o s e x t r e m o s . e n t r e a b r i ó la p u e r t a del t o c a d o r d o n d e se había ence-
r r a d o t o d o el día su s e ñ o r a , y a n u n c i ó casi en voz baja
Presa d e la a n s i e d a d q u e estas p a l a b r a s le p r o d u j e - q u e el conde d e Miossens, coronel de g u a r d i a s del rey,
r o n , la s e ñ o r a d e S c u d e r i , q u e conocía bien los san- solicitaba el h o n o r d e ser r e c i b i d o sin d e m o r a .
g r i e n t o s r i g o r e s d e la R e y n i e , corrió á casa d e P e d r o — S e ñ o r a — l e dijo así q u e e s t u v i e r o n solos—me dis-
A r n a u d d ' A u d i l l y , el m á s célebre a b o g a d o d e P a r í s . p e n s a r é i s q u e m e p r e s e n t e t a n á d e s h o r a en v u e s t r a
E s p e r a b a , con su apoyo, c o n s e g u i r q u e se aplazara la casa c u a n d o s e p á i s q u e v e n g o por Oliverio B r u s s o n .
ejecución d e la sentencia de la. C a m a r a A r d i e n t e El —¡ Hablad I ¡ o h , hablad p r o n t o , caballero I os lo s u -
legista, d e s p u é s de h a b e r e s c u c h a d o c o r t é s m e n t e á la
plico—exclamó la s e ñ o r a d e S c u d e r i .
d a m a , r e s p o n d i ó l e s o n r i e n d o con este verso d e Des-
— T o d o P a r í s — c o n t i n u ó el coronel—está p e r s u a d i d o
preaux :
de la culpabilidad d e Oliverio ; p e r o v u e s t r o excelente
corazón, lo sé, os c o n d u c e á c r e e r t o d o lo c o n t r a r i o . A
Lo verdadero puede á veces no ser verosímil. decir v e r d a d , s e ñ o r a , n a d i e m e j o r q u e yo p u e d e reco-
nocer la inocencia d e ese joven en el h o m i c i d i o d e
P r o b ó c l a r a m e n t e á la señora d e S c u d e r i q u e t o d a s Cardillac... p o r q u e yo soy, señora, q u i e n le m a t ó en la
las a p a r i e n c i a s se r e u n í a n contra la veracidad posible calle d e San Honorato, cerca d e esta casa. E s preciso
d e la confesión d e Oliverio, y q u e en t o d o caso, las q u e d e s d e h o y se declare á Cardillac a u t o r ú n i c o d e
m e d i d a s q u e p r o p o n í a la R e y n i e p a r a ilegar al d e s c u - los a t a q u e s n o c t u r n o s q u e han c o s t a d o la vida á t a n t a s
b r i m i e n t o d e la v e r d a d le p a r e c í a n infalibles. h o n r a d a s p e r s o n a s . Concebí la p r i m e r a s o s p e c h a cuan-
- P u e s b i e n - e x c l a m ó la s e ñ o r a d e S c u d e r y - i r é á d o "ese m i s e r a b l e , al e n t r e g a r u n aderezo p a r a mi á m i
a r r o j a r m e á los pies del r e y . a y u d a d e c á m a r a , le dirigió m u c h a s p r e g u n t a s p a r a
- G u a r d a o s bien d e ello, s e ñ o r a - r e p l i c ó el juriscon- a v e r i g u a r á q u é h o r a d e la n o c h e iba yo á ver á cierta
s u l t o . - E l r e y n o i n d u l t a r á j a m á s á u n h o m b r e q u e se s e ñ o r a . Esta p r e g u n t a , q u e m e f u é c o m u n i c a d a al p u n -
niega a r e v e l a r á los t r i b u n a l e s u n m i s t e r i o semejante-
to p o r u n s e r v i d o r fiel, p a r e c i ó m e o c u l t a r a l g ú n m i s -
la s e g u n d a d pública está c o m p r o m e t i d a en ello El
t e r i o d e i n i q u i d a d . Había oído d e c i r q u e t o d a s las
p u e b l o e n t e r o se rebelaría c o n t r a tal a b u s o d e la cle-
v í c t i m a s p r e s e n t a b a n igual h e r i d a ; p o d í a s e i n f e r i r q u e
m e n c i a Q u e v u e s t r o joven h a b l e con f r a n q u e z a , q u e
la m i s m a m a n o d e s c a r g a b a t o d o s los golpes y q u e el
r e s p o n d a á t o d a s las p r e g u n t a s ; y si no llegase a p r o -
asesino c i f r a b a su confianza en u n a sola m a n e r a d e e m -
plear la d a g a . P o r eso m e o c u r r i ó p r e c a v e r m e contra reconocer en Oliverio B r u s s o n al h o m b r e q u e se habla
s u s a t a q u e s , p o n i é n d o m e bajo el t r a j e u n a ligera cora-
llevado el c a d a v e r .
za. F u i a t a c a d o por un solo h o m b r e , por C a r d i l l a c ; su - H a y m á s - r e p u s o el coronel d e los g u a r d i a s ; — e n -
p u ñ a l , c o m o yo había previsto, resbaló s o b r e el acero tre las piezas de convicción d e p o s i t a d a s en el bufete
q u e c u b r í a m i p e c h o ; y a p r o v e c h á n d o m e d e su sor- del p r e s i d e n t e la R e y n i e , e n c u é n t r a s e mi p u ñ a l ; lleva
p r e s a , tendíle á m i s pies de u n g o l p e s e g u r o , al q u e
en la e m p u ñ a d u r a u n a cifra q u e p u e d o i n d i c a r : en
no h u b i e r a resistido u n g i g a n t e .
c u a n t o á Oliverio B r u s s o n , le r e c o n o c e r é e n t r e mil
—i Y h a b é i s g u a r d a d o silencio á riesgo d e q u e ca- - T o d o s n u e s t r o s e s f u e r z o s - r e p u s o M. d ' A u d i l l y -
y e r a la cabeza d e un inocente ? ¿ Es noble, es le- no d e b e n t e n e r m a s objeto q u e o b t e n e r u n a p r o r r o g a ;
v a n t a d o esto, señor conde ?.— e x c l a m ó la s e ñ o r a d e las confesiones d e Oliverio n o b a s t a r í a n para salvarle.
Scuderi.
La s o s p e c h a d e complicidad le hace i n c u r r i r en p e n a
— P e r o , s e ñ o r a — r e p u s o el coronel—¿ h a b é i s olvida- capital. Con todo, es m e n e s t e r q u e M. de Miossens se
d o ya q u e el mariscal de L u x e m b u r g o f u é e n c e r r a d o p r e s e n t e en casa de la R e y n i e y le d i g a : T a l día, a tal
en la Bastilla por h a b e r s e h e c h o d e c i r la b u e n a v e n t u - h o r a d e la noche, he visto a s e s i n a r a un h o m b r e en la
ra No sabéis q u e la R e y n i e , c u y o oficio es o l f a t e a r calle d e San H o n o r a t o ; otro h o m b r e , a c u d i e n d o a los
la c a r n e q u e se a r r o j a al v e r d u g o , h a b r í a p o d i d o , en g r i t o s d e la v í c t i m a , se ha p r e c i p i t a d o s o b r e su cada-
u n exceso d e celo, t r a t a r m e c o m o á o t r o s m u c h o s á' ver y c r e y e n d o r e c o n o c e r en él un resto d e vida, se lo
q u i e n e s se tiene la p r e t e n s i ó n d e hacer justicia ? Sí, ha ¡levado en brazos. Este h o m b r e era Oliverio Brus-
c i e r t a m e n t e , m e g u a r d a r é bien d e e n t r e g a r m e a la vo- son Asi se a b r i r á u n n u e v o i n t e r r o g a t o r i o , y en vez
r a c i d a d d e los b u i t r e s d e m a e s e la R e y n i e . Deseaba de ser s o m e t i d o el reo á la t o r t u r a se p r o c e d e r á a una
ú n i c a m e n t e al venir a q u í , s e ñ o r a , o f r e c e r o s u n a certi- investigación j u r í d i c a . Sea cual f u e r e el r e s u l t a d o os
d u m b r e m a s d e la inocencia del p o b r e diablo q u e n o q u e d a r a , s e ñ o r a , u n r e c u r s o casi infalible en la cle-
tiene m a s e s p e r a n z a q u e en vos. A p r o v e c h a o s d e mi m e n c i a del r e y . Á m i p a r e c e r , lo m e j o r y lo m a s breve
confidencia, sin a b u s a r de ella en c o n t r a m í a . Gardillac sería pedirle u n a a u d i e n c i a y c o n t a r l e t o d o lo q u e sa-
era un m i s e r a b l e : Oliverio B r u s s o n n o vale q u i z á s béis T o d a s las diligencias q u e la justicia p r a c t i q u e
m u c h o m a s q u e él; p e r o éste es u n paralelo q u e ni vos sólo d a r a n s e g u r a m e n t e por r e s u l t a d o d e s c u b r i m i e n -
ni y o t e n e m o s g r a n i n t e r é s en establecer. tos i n s u f i c i e n t e s p a r a m o t i v a r u n a s e n t e n c i a . La Ca-
La s e ñ o r a d e S c u d e r i c o n s i g u i ó , no sin esfuerzo"de m a r a Ardiente, en las c i r c u n s t a n c i a s críticas en q u e
M. d e Miossens, q u e la a c o m p a ñ a r a á casa d e A r n a u d nos e n c o n t r a m o s , juzga y c o n d e n a un poco por indi-
d ' A u d i l l y , á fin d e c o m u n i c a r l e los p o r m e n o r e s d e esta cios, p e r o el rey p u e d e e j e r c e r su p r e r r o g a t i v a y u s a r a
f u n e s t a historia y de c o n c e r t a r s e sobre la m a n e r a d e de ella si su conciencia n o se o p o n e .
p a r a r los golpes de la R e y n i e . El consejo de A r n a u d d'Audilly f u e a p r o b a d o . L o
El célebre a b o g a d o se hizo r e p e t i r m u c h a s veces u n a m a s difícil era a c e r c a r s e a L u i s XIV, p u e s m a d a m a d e
p a r t e d e las c i r c u n s t a n c i a s m a s delicadas del a s u n t o M a i n t e n o n r e h u s a b a su i n t e r v e n c i ó n , c r e y e n d o q u e
y se a s e g u r ó d e q u e el c o n d e d e Miossens p o d r í a , lle- Oliverio B r u s s o n era el capitán d e los b a n d i d o s c u y a
g a d o el caso, establecer la i d e n t i d a d d e Cardillac y persecución había costado ya t a n t o .
332 333
PÁGINAS.
La fascinación 5
E l c a n t o de A n t o n i a 2y
E l m i s t e r i o de l a c a s a d e s i e r t a 55
E l r e f l e j o perdido 33
Annunziata ,5,
La p u e r t a tapiada 201