ANO XXXI - No. 334 - MARÇO DE 1990
ANO XXXI - No. 334 - MARÇO DE 1990
ANO XXXI - No. 334 - MARÇO DE 1990
PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE
5 SUMARIO
i- ■'■.
< Para descrever o Amor de Deus
uj A cremacáo de cadáveres?
oo Feminino e Feminilidade
<
5 A cruz de Caravaca?
m
o
ce
o.
DiretorResponsável: SUMARIO
Estevao Bettencourt OSB
Autor e Redator de toda a materia Para descrever o amor de Deus 97
- publicada neste periódico
Palavra oficial:
Diretor-Administrador: A Igreja ante o racismo 98
0. Hildebrando P. Martins OSB Mal-entendidos:
As Esportillas de Missa 110
Administracao e distribuido:
Edicoes Lumen Christi Que sentido tem
Oom Gerardo. 40 - 5? andar S/50I A Cremacao de Cadáveres? 120
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"O Fascinante poder da mente"
20001 - Rio de Janeiro RJ
por Germano de Nováis 133
ImprossJo o Encademacáo
A vía áurea:
Feminismo e Feminilidade 138
Queé:
"MARQUES-SARANA" A Cruz de Caravaca? 141
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97
"PERCUNTE E RESPONDEREMOS
II
98
A IGREJA ANTE O RACISMO
99
4 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
"No desejo de remediar o mal que foi causado. Nos decidimos e decía-
ramos que os chamados indígenas, bem como todas as outras populacoes
com que no futuro a cristandade entrará em relacSo, nao deverio ser priva
dos da sua liberdade e dos seus bens - nao obstante as alegacSes contrarias
—, aínda que eles nao sejam cristaos, e que, ao contrarío, deverio ser det'xa-
dos em pleno gozo da sua liberdade e dos seus bens".
O Papa Urbano Vil I teve que excomungar aqueles que detinham escra-
vos indígenas.
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A IGREJA ANTE O RACISMO
"Nio ponhais zelo nem vos apliquéis a convencer estes povos a mudar
os seus ritos, os seus costumes e as suas tradicoes. a nao ser que se/am evi
dentemente contrarios á religiSo e á Moral. Nada é mais absurdo do que
transferir para junto dos chineses a Franca, a Espanha, a Italia ou qualquer
outro país da Europa. Nio deveis levar-lhes a cultura dos nossos países, mas
a fé... Nao procuréis substituir os usos destes povos com os da Europa, e ten-
de a malor solicitude pbssível em vos adaptar a eles".
No século XVIII foi elaborada urna ideología racista, contraria aos en-
sinamentos da Igreja. Procurou justificar os seus preconceitos a partir da cor
da pele e dos caracteres somáticos do individuo; estabelecia assim urna di fe-
renca substancial, de caráter biológico hereditario, para concluir que os po
yos submetidos á escravidáo pertenciam a racas inferiores. É no final do sé-
culo XVIII que a palavra raca aparece pela primeira vez para classificar os se
res humanos do ponto de vista biológico. No século XIX alguns autores in
terpretara m a historia da civilizacao como urna competí pao entre racas for
tes e racas fracas. A decadencia das grandes civílizacoes explicar-se-ía por
cruzamento de racas que empobrecería a pureza do sangue.
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
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A IGREJA ANTE O RACISMO
daos. Em tais países a conversao á fé crista implica nao raro a perda da cida-
dania; os cidadaos 'discriminados sao tidos como de segunda categoría, preju-
dicados no setor do trabalho, da habitacao, da educacao superior...
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8 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
leis fixem, quanto antes, limites ¡ntransponi'veis a fim de que essas técnicas
nao caiam ñas míos de poderes abusivos, que procurariam produzir seres hu
manos selecionados segundo criterios de raca ou de qualquer outro tipo.
■ Restaurar-se-ia entao o mito do racismo eugenético. Onde desaparece o res-
peito á vida segundo as disposicóes do Criador, é de recear que desapareja
todo freio moral ao poder dos homens.
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A IGREJA ANTE O RACISMO
Sim; a fé ensina que Deus criou o ser humano á sua imagem e seme-
Ihanca. Este vínculo do homem com o seu Criador é a base de inalienáveis
direitos (e deveres) de todo ser humano. "Nem o individuo, nem a sociedade
nem o Estado nem instituicáo alguma podem reduzir o homem — ou um gru
po de homens — á condicao de objeto" (n.19).
Com outras palavras: deve-se dizer que todos os homens, criados por
Deus, tém a mesma origem e sao chamados a formar urna só familia. A esco-
Iha do povo judeu nao contradiz a este universalismo; Deus quis, mediante
Israel, travar alianca com todo o género humano: "Em ti se rao abencoadas
todas as nacoes da térra", declarou o Senhor a Abraao (Gn 12,3).
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10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
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A IGREJA ANTE O RACISMO
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"Os países onde existem graves tensoes raciais, devem darse conta da
precaríedade de urna paz que nio se baseia no consenso de todos os compo
nentes da sociedade. A historia ensina que desconhecer por longo tempo os
direitos do homem acaba quase sempre por provocar explosoes de violencia
incontroláveis. Para instaurar urna ordem fundada sobre o dimito, é preciso
que os grupos antagonistas se deixem guiar pelos valores supremos e trans
cendentes, nos quais se funda toda a comunidade humana e toda a relacSo
pacífica entre as nacdes" (n. 32).
Conclusao
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A IGREJA ANTE O RACISMO 13
cao, cujo motivo explícito nao é o da rapa, mas que tém efeitos semelhantes.
Seria hipócrita acusar um só país: muí tos poem em prática urna discrimina-
cao, que eles mesmos em teoría abominam.
3. Conclusao
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Mal-entendidos:
As Esportillas de Missa
1. A posicao do Magisterio
110
AS ESPÓRTULAS PE MISSA
Tais palavras de Paulo VI, que reafirma urna praxe tradicional na Igre
ja, foram proferidas a pos madura reflexao sobre as diversas propostas de re-
formulacao da mesma.
Canon 946 — Os fiéis que oferecem espórtula para que a Missa seja
aplicada segundo suas intencSes concorrem, com essa oferta, para o bem da
Igreja e participam de seu empenho no sustento de seus ministros e obras.
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Procuremos agora a
2. Justificativa teológica
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AS ESPÓ RTU LAS D E MISSA ¡7
Por qué?
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_18 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
os seus e elevam a Vos as suas preces pana alcanzar o perdió de suas faltas, a
seguranza em suas vidas e a salvagao que esperam".
b) frutos espadáis: sao grapas que tocam ao(s) celebrante(s)-, aos seus
ministros e a todos os que assistem físicamente ao rito eucaristico, nele to
mando alguma parte;
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AS ESPÓRTULAS DE MISSA 19
3. Sim ou Nao?
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"O clero que, por seu trabalho, merece recebar o necessário para se
sustentar, deveria ter sua subsistencia garantida por um sistema de financia-
mentó independente de ofertas feitas por particulares ou pelos fiáis que pe-
cam servicos religiosos".
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AS ESPÓRTULAS DE MISSA 21
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22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
Este realce dado ás ofertas comunitarias nos domingos nao exclui que,
durante a semana ao menos, haja oblacáo de espórtulas pessoais por inten-
cóes particulares (sufragio de algum def unto, cura de enfermo, bom éxito na
vida matrimonial...). A manutencao desta prática éde interesse tanto dos fiéis
como tais quanto da Igreja como instituicao segundo o que foi dito atrás.
Sao palavras do Senhor Jesús: "Importa praticar isto sem omitir aquilo"
(Mt 23, 23).
3.4. E aqueles que nao tSm dinheiro para mandar celebrar a S. Missa?
"A prática das espórtulas parece favorecer a uns, que tám dinheiro e
podam mandar celebrar a S. Missa, em detrimento de outros fiéis, que nao
dispSem de recursos para pedir a celebracao nem por si nem por seus fami
liares dafuntos".
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ASESPÓRTULASDEMISSA 23
4. Conclusao
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Que sentido tem
A Cremagáo de Cadáveres?
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A CREMACÁO DE CADÁVERES 25
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1. A Igreja e a cremacao
2Rs 9, 36s: "Jeú dísse: 'Esta foi a palavra do Senhor, que pronuncíou
por intermedio de seu servo Elias, o tesbita: No campo de Jezrael, os des
devoraráo a carne de Jezabei; e o cadáver de Jezabei será como estéreo espa-
Ihado no campo, de modo que nao se poderá dizer: Esta é Jezabei' ".
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A CREMACÁO DE CADÁVERES 27
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A CREMACÁO DE CADÁVERES 29
Na Franca, aos 15/11/1887 fo¡ votada urna lei que autoriza va a esco-
Iha de funerais ou por inumacao ou por cremacao. O primeiro crematorio de
Paris fo¡ inaugurado em 1889 na área do cemitério do Pére-Lachaise.
Canon 1203: "Os corpas dos fiéis defuntos devem ser sepultados; é w-
provada a sua cremacao. Se alguém, de qualquer modo, pedir que seu cadá
ver se/a incinerado, será ilícito executar tal desejo. Se esse pedido for acres-
cantado a um contrato, um testamento ou algum outro ato, se/a tido como
nio existente".
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3o "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
Mons. Choltet cita este tmcho de urna circular dirigida pelas Lojas aos
seus membros:
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A CREMAQÁO DE CADÁVERES 31
E a inda:
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A CREMACÁO DE CADÁVERES 33
Todos estes fatos parecem ter urna raiz comum, a saber: o desejo de
afastar a recordacao da morte. Esta, quando nao pode ser silenciada, é tra
vestida ou relegada para as fronteiras do invisível. Nada mais se tema dizer
sobre a ¡mortalidade e a sobrevivencia; no próprio interiorl das necrópoles, os
129
34 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
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A CREMACÁO DE CADÁVERES 35
Passemos a urna
3. Conclusao
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cho da vida humana; esta pode ser comparada a um livro, do qual cada dia o
indivi'duo escreve uma página e que há de ser revisto e entregue lúcido, poli-
do e rico de mensagem aos sobreviventes no dia em que o autor terminar sua
jornada terrestre. - Para o cristao, estas ref lexoes filosóficas sao mais signi
ficativas ainda, pois ele sabe que a morte nao é uma ruptura, uma perda, mas
é a transí pao para a plenitude da vida; nesta perspectiva, a morte perde o seu
caráter horrendo e detestável, para tornar-se a consumacao almejada por
muitos e muitos justos no decorrer da historia. Santa Teresa dizia: "É tempo
de acabar esta noite de má pousada!" ou ainda: "Senhor, é tempo de nos
vermos!"
Bibliografía:
132
Otimismo ao máximo:
133
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
"As idéias lúcidas, as idéias com clareza de cristal, tém um poder sin
gular. Sao como urna clareira numa floresta. Importa, pois, cultivarmos
idéias claras ou ter clareza do que a nossa mente humana pode e. nao pode.
Se a dúvida destrói a fé, a falta de idéias claras gera confusao. E mente
confusa nao conduz ao éxito" (p. 117).
2. Reflexoes
134
"O FASCINANTE PODER DA MENTE" 39
2.2. Panteísmo
Á p. 108 escreve:
Ora é ilógica a rtocao de centelha divina. Supoe que Deus seja quanti-
tativo e sujeito ás leis da Física dos corpos, quando na verdade Deusé ¡ma
terial ou espiritual; nao se reparte em parcelas nem fagulhas. O autor parece
ter consciéncia disto ao afirmar que Deus críou o Universo e o homem — o
que significa que o mundo e o homem nao sao emanacóes de Deus (pp. 123-
25).
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40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
Á p. 122 o autor diz que "a Mente Divina é energia infinita, todo-po
derosa, capaz de criar as energías finitas". — Ora a expressao "Mente Divi
na" lembra a locuelo "Mente Cósmica" do panteísmo, Mente Cósmica que
é também assemelhada á energia nos sistemas panteistas.
2.3. Oracao
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"O FASCINANTE PODER DA MENTE" 41
~—■ ¡ -^—^^^^^^—
A oracao parece ter sua eficacia na base de uma opera gao energética
realizada pela mente:
"Vocé pode mudar a sua vida para melhor. Mas só o poderá se usar o
fascinante poder da sua mente. Mesmo quando vocé está orando na paz e no
silencio do seu coracio, vocé está usando a sua mente humana para atraír a
paz e a grapa divina. O maior poder natural do homem está na sua mente.
Pela mente se operam todas as transformares. Usemos bem a nossa mente.
Nos temos essepoder maravilhoso á nossa disposifSó" (p. SI).
2.4. Profecía
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A via áurea:
Feminismo e Feminilidade
* * *
Este alvorecer de nova era para a muther vem trazendo urna serie de si-
tuacóes inéditas. Questiono aqui se nos, mulheres, sabemos assumi-las ou se
nao nos estamos deixando levar por preconceitos, tomando urna posicSo de
"defensiva", evitando, quase com repugnancia, os remanescentes daquela
mulher que vimos em nossas avós. Ser mulher, para algumas, tornou-se urna
carga ¡nsuportável, um estigma contra o qual se deve lutar, abolindo-se
quaisquer diferencas entre homem e mulher. No entanto, a mulher se esque-
ce de que, ao tentar igualar-se, assemelhando ás do homem as suas caracte
rísticas próprias, corre o perigo de converter-se num ser híbrido, competiti
vo, metido na esfera do homem, sem conseguir mais do que urna imitacao
138
FEMINISMO E FEMINILIDADE 43
139
44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
creio? Por que creio em Jesús Cristo? ... na Igreja Católica? ... na Eucaris
tía?" É o que já Sao Pedro preconizava no sáculo I: "Estai sempre prontos a
dar razao da vossa esperanca a todo aqule que vola pede" (1Pd 3,15).
É a esta conclusao que nos leva a considera cao das devocoes propostas
pelo Ocultismo em torno da Cruz de Caravaca.
Ertevffo Bettancourt O.8.B.
Que ó
A Cruz de Caravaca?
1. Origem da devocao
141
46 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
Até mesmo o rei Salomao no século X a.C. terá tido, entre os seus te-
souros, a Clavícula de Salomeo e a Cruz de Caravaca - o que é clamoroso
anacronismo, visto que a Cruz é símbolo cristao, mormente se a chamamos
"Cruz de Caravaca".
Examinemos agora
1 Esta obra, que apresenta urna coletánea de preces, traz a seguinte observa-
cao: "Nesta obra só incluímos as oracSes mais fortes e mágicas. Delxamos de
incluir propositadamente aquetas que nao possuem o PODER DE CURAR E
DE ABRIR OS CAMINHOS" (p.4).
142
A CRUZ DE CARAVACA 47
"O ser humano tem poderes que desconhece. Só usamos urna parte
mínima denossa mente. Se soubermos aplicar nossa mente, tetemos sucesso.
Pense sempre ñas coisas boas que deseja obter e elas virio a voc$. Assim re-
velaram os que traziam ao paito a cruz em cima da armadura e lutavam con
tra os infléis. Ramakrishna diz: 'Amae tudo viré a ti' " (O Livro da Milagro
sa e Sagrada Cruz de Caravaca, p. 67).
"Deve ter sete centímetros. O material usado deve ser a anuda pura.
Depois deixa-se secar por algum tempo e deve ser oculta em lugar tal
que nao seja muito bolida ou admirada, é um grande talismSda sorte. Esta
cruz neto é do conhecimentó geral, visto que SalomSo amava suas mulheres,
as sultanas, as libias, as de Sabá, mas jamáis deixou que estas enfiassem os
dedos em sua cruz sagrada. Só a mulher que realmente amar o hqmem deve
pegá-la, pois em caso contrario a cruz se tornará vermelha de pecados"
(ibidem.p.70).
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48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 334/1990
3. Conclusao
144
RENOVÉ QUANTO ANTES SUA ASSINATURA PARA 1990
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