Este documento é uma dissertação de mestrado que analisa o tratamento dado às locuções verbais em um dicionário geral da língua portuguesa. A pesquisa examina aspectos estruturais do dicionário e confirma que as locuções não são tratadas de forma uniforme ou como entradas lexicais. Além disso, o dicionário registra outros tipos de unidades lexicais complexas como "locuções". A dissertação propõe contribuições para melhorar o registro dessas unidades no dicionário.
Este documento é uma dissertação de mestrado que analisa o tratamento dado às locuções verbais em um dicionário geral da língua portuguesa. A pesquisa examina aspectos estruturais do dicionário e confirma que as locuções não são tratadas de forma uniforme ou como entradas lexicais. Além disso, o dicionário registra outros tipos de unidades lexicais complexas como "locuções". A dissertação propõe contribuições para melhorar o registro dessas unidades no dicionário.
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Título original
Melissa_Heberle Dissertação Mestrado Analise Locuções Em Dicionario Geral
Este documento é uma dissertação de mestrado que analisa o tratamento dado às locuções verbais em um dicionário geral da língua portuguesa. A pesquisa examina aspectos estruturais do dicionário e confirma que as locuções não são tratadas de forma uniforme ou como entradas lexicais. Além disso, o dicionário registra outros tipos de unidades lexicais complexas como "locuções". A dissertação propõe contribuições para melhorar o registro dessas unidades no dicionário.
Este documento é uma dissertação de mestrado que analisa o tratamento dado às locuções verbais em um dicionário geral da língua portuguesa. A pesquisa examina aspectos estruturais do dicionário e confirma que as locuções não são tratadas de forma uniforme ou como entradas lexicais. Além disso, o dicionário registra outros tipos de unidades lexicais complexas como "locuções". A dissertação propõe contribuições para melhorar o registro dessas unidades no dicionário.
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MELISSA HEBERLE
UMA ANLISE DE LOCUES VERBAIS EM
DICIONRIO GERAL DE LNGUA
PORTO ALEGRE 2008 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE LETRAS PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM LETRAS REA DE CONCENTRAO: ESTUDOS DA LINGUAGEM ESPECIALIDADE: TEORIA E ANLISE LINGSTICA LINHA DE PESQUISA: GRAMTICA, SEMNTICA E LXICO
MELISSA HEBERLE
ORIENTADORA: PROFa. DRa. SABRINA PEREIRA DE ABREU
Dissertao de Mestrado em Teoria e Anlise Lingstica, apresentada como requisito parcial para a obteno do ttulo de Mestre pelo Programa de Ps-Graduao em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
PORTO ALEGRE 2008
Para Joaquim e Renata: meus pais, meus exemplos. AGRADECIMENTOS
Dra. Sabrina Pereira de Abreu, professora dedicada, por sua acolhida e confiana desde o incio do curso de Mestrado em Letras, pela orientao desta dissertao e tambm pelas palavras sbias. Aos demais professores do curso do Programa de Ps-Graduao em Letras Especialidade em Teoria e Anlise Lingstica, por todos os conhecimentos partilhados. UFRGS. minha irm Michele e seu noivo Rodrigo, por sua colaborao, mas, principalmente, pelas palavras animadoras. Ao meu irmo Moiss, pela constante disposio em auxiliar-me no uso dos recursos informticos, e tambm pelos momentos de descontrao. A todos os familiares, amigos, colegas e professores que, de uma forma ou de outra, contriburam para a realizao deste trabalho que, alm de constituir um passo importante em minha carreira profissional, tambm a concretizao de um sonho.
Muito obrigada.
As palavras so pequenas formas no maravilhoso caos que o mundo; formas que focalizam e prendem idias, que afiam os pensamentos, que conseguem pintar aquarelas de percepo.(Diane Ackerman) RESUMO
Atravs da presente pesquisa, inserida no mbito dos estudos lexicais, particularmente com nfase nos estudos metalexicogrficos, verifica-se a qualidade do tratamento dispensado s locues verbais em um dicionrio geral de lngua, o Dicionrio Eletrnico Houaiss da Lngua Portuguesa, edio 2006. Analisando aspectos ligados aos nveis estruturais de um dicionrio (superestrutura, macroestrutura e microestrutura) no que diz respeito ao registro de fraseologias, confirma-se o tratamento ainda insuficiente das fraseologias nesse tipo de dicionrio medida que tais unidades lexicais no constituem entradas lexicais e tambm no constam de maneira uniforme no interior dos verbetes. Para o reconhecimento das locues verbais, adotou-se como referencial terico os postulados de Gross (1996), que prev, em especial, critrios de identificao do grau de congelamento lexical. Nesse aspecto, constatou-se que o dicionrio analisado registra como locues outros tipos de unidades lexicais complexas. Tendo em vista que os problemas identificados em relao ao registro das locues verbais podem acarretar problemas para o consulente, no final do trabalho, propomos contribuies para um registro mais eficiente das locues verbais em um dicionrio geral de lngua.
Palavras-chave: metalexicografia; locues verbais; dicionrio geral de lngua.
ABSTRACT
Through the present research, inserted in the scope of lexical studies, with particular emphasis on metalexicographical studies, the quality of the treatment given to the verbal locutions in a general language dictionary, the Dicionrio Eletrnico Houaiss da Lngua Portuguesa, 2006 edition, is verified. Analyzing the structural aspects of a dictionary (superstructure, macrostructure and microstructure) with regard to the record of phraseologies, it is confirmed the still insufficient treatment of phraseologies in this kind of dictionary as such lexical units are not lexical entries and also they are not uniformly inside the articles. For the recognition of verbal locutions, it was adopted as a theoretical framework the postulates of Gross (1996), wich foresees, specially, criteria for identifying the degree of lexical freezing. In this aspect, it was found that the analyzed dictionary records as locutions other types of complex lexical units. Considering that the problems identified in relation to the record of verbal locutions can cause problems for the user, at the end of the work, we propose contributions to a more efficient record of verbal locutions in a general language dictionary.
Keywords: metalexicography; verbal locutions; general language dictionary.
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 Anlise quantitativa das entradas das locues no DEH................................103 TABELA 02 Anlise quantitativa dos elementos perifricos (entradas verbais) no DEH........................................................................................................................................119 TABELA 03 Anlise quantitativa das locues verbais (entradas verbais) de acordo com os critrios de Gross (1996).........................................................................................................121
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 - Concepes de Lexicologia e Lexicografia.....................................................25 QUADRO 02 - Concepes de Metalexicografia.....................................................................28 QUADRO 03 - Denominaes das ULCs.................................................................................34 QUADRO 04 - O DEH segundo a tipologia de Yzaguirre (2007)...........................................64 QUADRO 05 - Composio do artigo no dicionrio segundo Mattos (1990)..........................71 QUADRO 06 - Concepes de dicionrio geral de lngua.......................................................75 QUADRO 07 Nomenclatura adotada para o registro de ULCs no DEA e no DEH..............83 QUADRO 08 Verbete AZEITE (Modo tradicional)..............................................................88 QUADRO 09 Verbete AZEITE (Modo expresso).................................................................88 QUADRO 10 - Verbete AZEITE (Modo interativo)................................................................89 QUADRO 11 Exemplos de locues das entradas em A....................................................93 QUADRO 12 - Exemplos de locues das entradas em V....................................................93 QUADRO 13 - Propriedades gerais do congelamento lexical conforme Gross (1996)...........95 QUADRO 14 - Critrios para o reconhecimento das locues verbais conforme Gross (1996)........................................................................................................................................96 QUADRO 15 Informaes do Manual do usurio do DEH..............................................100 QUADRO 16 Conceitos do Glossrio do DEH................................................................100 QUADRO 17 Entradas no DEH..........................................................................................102 QUADRO 18 Locues verbais registradas em mais de um verbete componente da locuo....................................................................................................................................105 QUADRO 19 Locues verbais registradas em mais de um verbete componente da locuo, sob uma forma variante...........................................................................................................105 QUADRO 20 Conceituao do Campo do contedo ou das definies do DEH.............107 QUADRO 21 A definio no DEH......................................................................................107 QUADRO 22 A remisso no DEH......................................................................................108 QUADRO 23 Definio analtica no DEH.......................................................................110 QUADRO 24 Definio por equivalncia no DEH..........................................................110 QUADRO 25 Exemplos de uso no DEH..........................................................................110 QUADRO 26 'Remisso a outra locuo no DEH.............................................................111 QUADRO 27 Remisso atravs do confira ou conferir no DEH................................111 QUADRO 28 Amostragem dos tipos de definies do DEH..............................................112 QUADRO 29 Convenes gerais adotadas para o registro das locues no DEH..............113
QUADRO 30 Sobre os elementos perifricos do DEH....................................................114 QUADRO 31 Registro dos elementos perifricos no DEH..............................................115 QUADRO 32 Amostragem qualitativa dos elementos perifricos no DEH.....................116 QUADRO 33 Observaes (gramtica, uso) no DEH......................................................118 QUADRO 34 Listagem das locues verbais (entradas verbais) de acordo com os critrios de Gross (1996).......................................................................................................................122 QUADRO 35 Exemplos de construes no consideradas locues conforme Gross (1996)......................................................................................................................................126 QUADRO 36 Amostra de aplicao das propriedades transformacionais nas locues verbais segundo Gross (1996).................................................................................................129 QUADRO 37 Locues: alto grau de congelamento...........................................................132 QUADRO 38 Locues: baixo grau de congelamento........................................................132
LISTA DE GRFICOS
GRFICO 01 Categoria gramatical das entradas das locues no DEH............................104 GRFICO 02 Local de registro das locues no DEH.......................................................106
LISTA DE ESQUEMAS
ESQUEMA 01 Classificaes da unidade lexical.................................................................32 ESQUEMA 02 Nveis estruturais do dicionrio....................................................................68
LISTA DE ABREVIATURAS
DEA - Dicionrio Eletrnico Aurlio (2004) DEH - Dicionrio Eletrnico Houaiss (2006) ULC - unidade lexical complexa
SUMRIO
INTRODUO..................................................................................................................... 16 CAPTULO 1 OS ESTUDOS LEXICAIS: LEXICOLOGIA, LEXICOGRAFIA E METALEXICOGRAFIA...................................................................................................... 18 1.1 LEXICOLOGIA OU ESTUDO DO LXICO.................................................................. 18 1.2 LEXICOGRAFIA OU CINCIA DOS DICIONRIOS.................................................. 22 1.3 METALEXICOGRAFIA OU LEXICOGRAFIA TERICA........................................... 27 CAPTULO 2 O TRATAMENTO DAS LOCUES VERBAIS: REVISO DA LITERATURA ...................................................................................................................... 30 2.1 O RECONHECIMENTO DE UMA UNIDADE LEXICAL COMPLEXA E SUA DIFCIL CLASSIFICAO................................................................................................... 30 2.2 DIFERENTES PONTOS DE VISTA SOBRE A FRASEOLOGIA................................. 36 2.3 O PONTO DE VISTA DE GASTON GROSS: CRITRIOS PARA O RECONHECIMENTO DAS LOCUES VERBAIS........................................................... 43 CAPTULO 3 REGISTRO DAS LOCUES VERBAIS EM DICIONRIOS GERAIS DE LNGUA........................................................................................................................... 63 3.1 O DICIONRIO GERAL DE LNGUA........................................................................... 63 3.2 AS LOCUES VERBAIS NOS DICIONRIOS GERAIS DE LNGUA.................... 76 3.3 NOMENCLATURA ADOTADA NO REGISTRO DE LOCUES............................. 81 CAPTULO 4 PROCEDIMENTOSMETODOLGICOS ............................................... 86 4.1 METODOLOGIA E CRITRIOS DE SELEO DO CORPUS.................................... 86 4.2 ORGANIZAO DOS DADOS...................................................................................... 92 4. 3 CRITRIOS DE ANLISE............................................................................................. 94 CAPTULO 5 ANLISE DOS DADOS.............................................................................. 99 5.1 LOCUES NO DEH: ANLISE DA SUPERESTRUTURA....................................... 99 5.2. LOCUES NO DEH: ANLISE DA MACROESTRUTURA.................................. 102 5.2.1 As entradas.................................................................................................................. 102 5.3 LOCUES NO DEH: ANLISE DA MICROESTRUTURA .................................... 107 5.3.1 As definies................................................................................................................ 107 5.3.2 As marcas de uso e outras informaes: os elementos perifricos ...................... 113 5.4 ANLISE DAS LOCUES DE ACORDO COM OS CRITRIOS DE GROSS (1996) ............................................................................................................................................... 119 5.4.1 Sobre o grau de congelamento lexical....................................................................... 129 5. 4 1.1 Sobre os tipos possveis............................................................................................ 132 5.5 ASPECTOS CONCLUSIVOS ........................................................................................ 133 CONSIDERAES FINAIS.............................................................................................. 137 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................................. 144 ANEXOS .............................................................................................................................. 150 DEH: Locues das entradas em A .................................................................................... 151 DEH: Locues das entradas em B..................................................................................... 155 DEH: Locues das entradas em C..................................................................................... 163 DEH: Locues das entradas em D .................................................................................... 177 DEH: Locues das entradas em E..................................................................................... 180 DEH: Locues das entradas em F ..................................................................................... 182 DEH: Locues das entradas em G .................................................................................... 187 DEH: Locues das entradas em H .................................................................................... 189 DEH: Locues das entradas em I ...................................................................................... 189
DEH: Locues das entradas em J...................................................................................... 190 DEH: Locues das entradas em L..................................................................................... 191 DEH: Locues das entradas em M.................................................................................... 195 DEH: Locues das entradas em N .................................................................................... 200 DEH: Locues das entradas em O .................................................................................... 201 DEH: Locues das entradas em P ..................................................................................... 203 DEH: Locues das entradas em Q .................................................................................... 213 DEH: Locues das entradas em R..................................................................................... 214 DEH: Locues das entradas em S ..................................................................................... 216 DEH: Locues das entradas em T..................................................................................... 221 DEH: Locues das entradas em U .................................................................................... 227 DEH: Locues das entradas em V .................................................................................... 228 DEH: Locues das entradas em X .................................................................................... 230 DEH: Locues das entradas em Z..................................................................................... 230
16 INTRODUO
Pretendemos, aqui, investigar as locues verbais presentes no Dicionrio Eletrnico Houaiss da Lngua Portuguesa (2006), examinando a validade da forma como elas so tratadas em uma obra dicionarstica. A presente pesquisa pretende, ento, contribuir com reflexes sobre a prtica lexicogrfica. Nesta perspectiva, esta dissertao insere-se nos Estudos do Lxico, mais especificamente na fronteira entre os estudos lexicolgicos e lexicogrficos, em uma rea de investigao conhecida como Metalexicografia. Segundo Barbosa (2002), a Metalexicografia se define como epistemologia da cincia lexicogrfica (p.04). A anlise e descrio da cincia lexicogrfica o seu objeto de estudo. Nosso objeto de estudo conhecido na literatura especializada como locuo verbal, um tipo de unidade lexical complexa. Essas unidades lexicais constituem um tema de interesse da Lexicologia, rea de descrio lingstica que vem recebendo maior ateno dos pesquisadores nos ltimos tempos, porm acreditamos que ainda h questes a serem elucidadas, como veremos nesta dissertao. Autores como Bevilacqua (1994), Pacheco (2002) e Strehler (2002) compartilham a idia de que preciso repensar e at mesmo reorganizar o espao que os dicionrios gerais de lngua dedicam a este fenmeno lingstico, visto que comprovada a sua produtividade entre os falantes da Lngua Portuguesa. Assim, procuraremos verificar como unidades lexicais complexas tais como atirar a primeira pedra, bater as botas, descascar um abacaxi, meter a colher e sair da aba figuram no dicionrio geral escolhido. Isso porque acreditamos que tais unidades devam estar registradas de forma que o consulente no encontre dificuldades em localiz-las, dada sua existncia em nmero significativo na lngua. Esta dissertao est organizada em cinco captulos. Vejamos agora o que ser abordado em cada um deles: no Captulo 1, definimos o que se entende por estudo lexicolgico, lexicogrfico e metalexicogrfico, este ltimo representando a rea de estudos em que se inscreve a presente dissertao; no Captulo 2, apresentamos o objeto de 17 investigao deste trabalho: as locues verbais, e mostramos a forma como esse tipo de unidade lexical complexa tem sido descrito no mbito da literatura especializada; no Captulo 3, abordamos o tratamento que as locues verbais tm recebido nos dicionrios gerais de lngua; e, no Captulo 4, apresentamos os procedimentos metodolgicos para a seleo, recolha e organizao das locues verbais retiradas do Dicionrio eletrnico Houaiss da lngua portuguesa (2006); por fim, no Captulo 5, abordamos a anlise os dados desta pesquisa. Aps, seguem as consideraes finais.
CAPTULO 1 OS ESTUDOS LEXICAIS: LEXICOLOGIA, LEXICOGRAFIA E METALEXICOGRAFIA
O presente captulo objetiva localizar esta dissertao no mbito dos estudos lingsticos, delimitando-a nos Estudos do Lxico, mais especificamente na fronteira entre os estudos lexicolgicos e os lexicogrficos, em uma rea de investigao conhecida como Metalexicografia. Para tanto, neste captulo, apresentaremos os conceitos relacionados prtica lexicogrfica assumidos neste trabalho. Na seo 1.1, introduzindo as disciplinas que tratam do lxico, caracterizaremos a Lexicologia. Na seo 1.2, apresentaremos a Lexicografia e mostraremos de que forma esta se relaciona com a Lexicologia, identificando tambm como essas duas disciplinas podem ser distinguidas. Por ltimo, na seo 1.3, discutiremos o conceito de Metalexicografia, delimitando seu objeto de estudo e o tipo de anlise que enceta. 1.1 LEXICOLOGIA OU ESTUDO DO LXICO Como veremos a seguir, nem sempre fcil delimitarmos as fronteiras entre as diferentes reas que so compreendidas pelo rtulo de Estudos Lexicais. Por essa razo, um trabalho que se prope a descrever propriedades relevantes dos itens lexicais, independentemente do tipo de unidade lexical que estiver sendo observado, necessita, de incio, delimitar as fronteiras que molduram os limites de observao, que recortam claramente a unidade lexical que se est analisando e que clarificam o ponto de vista terico que ser adotado. o que passaremos a fazer. Para que possamos compreender o que se entende por Lexicologia, vamos nos valer do ponto de vista de importantes pesquisadores da rea: Rey (1977), Cabr (1993), Niklas- Salminen (1997), Barbosa (2002), Polgure (2003) e Krieger e Finatto (2004) . De acordo com Rey (1977, p.169), a Lexicologia pode ser considerada como uma cincia de cruzamento das disciplinas antropolgicas e de domnio da atividade pragmtica sobre a linguagem, o autor ressalta que esta disciplina dominada metodologicamente pela lingstica, mas seu objeto excede e engloba a lingstica; como a metodologia dever 19 tambm englob-lo. Compartilhando da mesma idia e ampliando-a, Niklas-Salminen (1997, p.13) tambm considera a Lexicologia atravs de um cruzamento de setores da lingstica, abordando sua vinculao com a Fonologia e a Morfologia em relao forma das palavras, com a Semntica em relao significao das palavras e com a Sintaxe pelas suas propriedades combinatrias. Desta forma, o autor ressalta que o lxico, em vez de formar um sistema restrito, constitui um conjunto aberto e no-autnomo. Trata-se, conforme Niklas-Salminen (1997), de uma cincia relativamente recente (p.05), apresentando mtodos que constituem objeto de constantes discusses e resultados ainda parciais (p.05). Na definio deste autor, a Lexicologia tambm se configura como um ramo da Lingstica que estuda as unidades lexicais, as palavras de uma lngua (NIKLAS-SALMINEN, 1997, p.13). Polgure (2003, p.13), em consonncia com Niklas-Salminen (1997), diz que a Lexicologia a disciplina que estuda os fenmenos lexicais como sendo o brao matriz da Lingstica, ocupando-se do estudo da Semntica de uma lngua e do estudo de seu lxico, atravs da anlise da unidade lexical, simples ou complexa. Outra autora que conceitua a Lexicologia como um dos ramos da Lingstica que realiza o estudo cientfico do lxico Barbosa (2002, p.03). Segundo a autora, Lexicologia cabem mltiplas tarefas, visto que a unidade lexical resulta da articulao de aspectos morfo- sinttico-semnticos muito complexos. Entre as diversas tarefas da Lexicologia apresentadas por Barbosa, destacamos: a) definio de conjuntos e subconjuntos lexicais universo lxico, conjunto vocabulrio, lxico efetivo e virtual, vocabulrio ativo e passivo; b) conceituao e delimitao da unidade lexical de base a palavra -, alm da elaborao de modelos tericos subjacentes s suas diferentes denominaes, anlise e descrio das estruturas destas unidades, tipologia e possibilidades de combinao; c) exame das relaes do lxico de uma lngua com o universo natural, social e cultural; d) abordagem da palavra como instrumento de construo e deteco de uma ideologia, de um sistema de valores; e e) anlise e descrio das relaes entre a expresso e o contedo das palavras e as relaes associativas que decorrem destas (polissemia, homonmia, sinonmia, hiperonmia, hiponmia, antonmia, entre outros). Os aspectos listados acima esto situados, de acordo com a autora, no mbito da Lexicologia descritiva. Contudo, segundo Barbosa, a Lexicologia aplicada tambm se 20 tem revelado importante em muitos campos e prticas como, por exemplo, no ensino de lngua materna ou estrangeira, processos de traduo automtica ou mecnica e tcnicas de documentao, tratamento da informao (BARBOSA, 2002, p.04). O objetivo da Lexicologia, conforme Cabr (1993), constitui a construo de um modelo do componente lexical da gramtica, que retome conhecimentos implcitos relacionados s palavras e o uso que os falantes fazem delas, que preveja mecanismos sistemticos e adequados de conexo entre o componente lexical e os outros componentes gramaticais, prevendo tambm a possibilidade real de formao de novas unidades, de acordo com regras estruturais sistemticas, que tm os falantes de qualquer lngua. O conjunto de todos os dados sobre as palavras deve poder explicar os conhecimentos lxicos do falante, independentemente de que sua lngua seja uma ou outra (CABR, 1993, p.78). Krieger e Finatto (2004, p.43) apontam para a tendncia de a Lexicologia ser compreendida de modo difuso. Neste sentido, esclarecem que: [...] os estudos lexicais tardaram a ser valorizados em virtude da concepo de que o lxico s comporta irregularidades. Essa equivocada viso relaciona-se largamente ao dinamismo do componente lexical das lnguas que amplia e se transmuta conforme crescem e se alteram as necessidades de referncia designativa e conceitual das sociedades. Com isso, os repertrios lexicais dos sistemas lingsticos so universos ilimitados (KRIEGER E FINATTO, 2004, p. 44). Assim, vemos que as pesquisadoras relacionam tal tendncia s diferentes vises e interesses que perpassam a Lexicologia, bem como complexidade e multiplicidade de abordagens que a noo de palavra faculta. Lara (2005, p.19) chama a ateno para o fato de que, nas ltimas dcadas, as teorias relacionadas aos Estudos do Lxico conferiram Lexicologia o status de nvel de anlise lingstica, embora historicamente esta rea tenha sido considerada suplementar e/ou subsidiria aos demais nveis de anlise, afirmando que, nossa tradio em Cincia da Linguagem no nos legou uma teoria lexical estruturalista, gerativista ou funcionalista nos mesmos moldes em que podemos falar de uma sintaxe ou fonologia estruturalista, gerativa, etc., mas concepes de item lexical e de lxico estruturalista, gerativista e funcionalista. Esse histrico justificado no fato de que a lexicologia e a lexicografia tm como problema fundamental a sua prpria definio, a sua prpria identidade (LARA, 2005, p. 19-20). 21 O autor, assim, destaca que a problemtica fundamental que envolve a Lexicologia e a Lexicografia diz respeito definio de cada uma dessas reas e, conseqentemente, de sua finalidade. Vimos at aqui que Rey (1977), Cabr (1993), Niklas-Salminen (1997), Barbosa (2002), Polgure (2003) e Krieger e Finatto (2004) concordam que a Lexicologia um ramo da Lingstica, uma disciplina que trata dos fatos lexicais de uma lngua e que, portanto, realiza o estudo cientfico do lxico. Em consonncia com esses autores, estamos assumindo nesta dissertao que a Lexicologia constitui uma disciplina lingstica que realiza o estudo cientfico do lxico, tendo por objetivo a anlise das unidades lexicais. Concordamos tambm com a caracterizao da Lexicologia como disciplina vinculada a outros setores da Lingstica, tal como a Fonologia e a Morfologia, a Semntica e a Sintaxe. Nesta perspectiva, estamos assumindo que o lxico um sistema aberto, isto , que se renova constantemente. Feita a caracterizao da disciplina em si, preciso caracterizar o seu objeto, ou seja, a unidade lexical. Como veremos, essa tambm no uma tarefa simples porque palavra uma unidade do sistema lingstico que apresenta natureza complexa e que pode ser observada a partir de vrias abordagens (ortogrfica, fonolgica, morfossinttica, entre outras). Em relao ao conceito de palavra, Cabr (1995, p.293) ensina-nos que se trata de uma unidade descrita por um conjunto de caractersticas lingsticas sistemticas e dotada da propriedade de referir-se a um elemento da realidade. Assim, sob o ponto de vista lingstico, a palavra se caracteriza por possuir uma forma fnica e grfica, uma estrutura morfolgica, uma caracterizao gramatical e um significado, o qual descreve a classe de um dado objeto. De acordo com Cabr (1993), um dos mdulos bsicos de qualquer gramtica de uma lngua o mdulo lxico, que inclui a lista de palavras da lngua em questo e as regras que explicam a criatividade do falante (p.78). V-se, ento, que o objeto da Lexicologia, a palavra ou unidade lexical, apresenta vrias facetas. Esse fato gera problemas para a anlise porque ao se conceituar o item lexical, deve-se considerar a existncia dos seus nveis fnico, grfico, morfolgico, gramatical e semntico. Naturalmente, esses problemas acarretam dificuldades para se caracterizar o conjunto de palavras ou de unidades lexicais, o que impe que o ponto de vista de observao de tais unidades seja delimitado. Niklas-Salminen (1997) ilustra bem esse fato. Para ele, o 22 lxico se apresenta como um todo extremamente catico (p.13), pois reagrupa as unidades que se distribuem sobre os mltiplos nveis: o nvel dos morfemas, o nvel das palavras e o nvel das expresses (p.17). Conforme vimos nesta seo, h consenso entre os autores em considerar a Lexicologia como uma disciplina da Lingstica que se dedica ao estudo das unidades lexicais. Alm disso, destacamos que o objeto de estudo da Lexicologia, isto , a palavra ou unidade lexical, uma entidade que apresenta diferentes aspectos em sua constituio. Por essa razo, os estudos lexicolgicos fazem interface com outras reas da Lingstica. Na prxima seo, abordaremos a disciplina Lexicografia. 1.2 LEXICOGRAFIA OU CINCIA DOS DICIONRIOS A Lexicografia 1 ou Cincia dos dicionrios pode ser entendida como a prtica de elaborao de dicionrios, a qual, para que realmente seja eficaz, deve se apoiar nos estudos lexicolgicos. Conforme Niklas-Salminen (1997, p. 94), a Lexicografia pode ser definida ao mesmo tempo como o domnio que tem por objetivo levar a efeito as tcnicas para a confeco de dicionrios e como a disciplina que prope uma reflexo sobre os mtodos que esta exige. Pode-se, assim, dizer que a Lexicografia ao mesmo tempo uma prtica e uma cincia. tambm bastante dependente da dimenso utilitria, sendo conduzida a indicar as condies de empregos das diferentes palavras em funo dos nveis da lngua. A definio das unidades lexicais sua atividade essencial. Outra autora que acentua o carter prtico da Lexicografia Andrade (1998). Esta autora apresenta a Lexicografia como o aspecto prtico da Lexicologia, que, por sua vez, constitui o referencial terico da prtica lexicogrfica. De acordo com a autora, a Lexicografia parte de uma lista de palavras, que constitui o inventrio de uma obra lexicogrfica e passa a descrev-las semanticamente, por meio das definies (p.192), atravs de um processo semasiolgico 2 .
1 Acreditamos ser necessrio esclarecer que, entre os estudiosos que se preocuparam em descrever a Lexicografia, h alguns que utilizam diferentes denominaes para esta disciplina, tais como Lexicografia Terica, Dicionarstica, e Metalexicografia. 2 O processo semasiolgico parte da palavra, do signo, para buscar suas diferentes significaes, ao passo que o processo onomasiolgico parte do conceito, idia, para buscar os diferentes signos lingsticos que o exprimem.
23 Segundo Rey (1977), como a Lexicografia, em sua essncia, constitui uma atividade de aplicao, existe uma tradio em compreend-la mais como uma arte do que como um exerccio terico metodologicamente orientado. Esta concepo liga-se ao fato de que a Lexicografia prtica, desde sua origem, correlaciona palavras aos seus significados, sendo vista em maior escala como tcnica de interpretao semntica e menos como mtodo descritivo. O autor aponta que a Lexicografia compreende as tcnicas utilizadas na confeco de dicionrios. Quemada (1987, p.235) apresenta a distino entre a disciplina da Lexicografia, que, segundo o estudioso, caracteriza-se como a atividade de compilao e de estudos dos dados lexicais, no desembocando necessariamente somente na produo de dicionrios e a Dicionarstica, disciplina que visa especificamente produo de dicionrios. Desta forma, o autor prope um novo termo, Dicionarstica, para conceituar esta prtica muito antiga, a saber, a elaborao de dicionrios, e prope que o termo Lexicografia seja utilizado para designar a anlise dos dados lexicais. Tambm Boulanger (2001), da mesma forma que Quemada (1987), apresenta o termo Dicionarstica que, para ele, constitui a disciplina da lingstica que engloba tudo o que se relaciona elaborao dos dicionrios de todos os gneros (p.08). J o termo Lexicografia utilizado quando remete atividade dicionarstica relativa ao lxico da lngua geral (p.09), podendo tambm ser designado de Lexicografia geral. No entanto, nem tudo consenso entre os autores. Polgure (2003, p.196), divergindo de Quemada, apresenta a sua preferncia em continuar adotando o termo Lexicografia para se referir atividade de redao dos dicionrios, realizada pelo lexicgrafo, e prope a discusso sobre um novo termo referente anlise e recenseamento dos dados lexicais, como lexicoanlise, por exemplo. No entendimento de Welker (2004, p.11), o termo Lexicografia apresenta dois sentidos: na primeira acepo, para a qual se pode usar, segundo o autor, tambm a expresso Lexicografia prtica, designa a cincia, tcnica, prtica ou at arte de elaborao de dicionrios; j na segunda acepo, refere-se Lexicografia terica, para a qual se emprega com freqncia o termo Metalexicografia. 24 No presente trabalho, estamos assumindo, na esteira do que afirma Welker (2004), que a Lexicografia, enquanto prxis da Lexicologia, constitui a disciplina que se ocupa da construo dos dicionrios, comportando dois sentidos, um prtico e um terico. Porm, nesta dissertao o sentido terico da Lexicografia ser abordado como uma disciplina especfica, a Metalexicografia, conforme veremos mais adiante, na seo 1.3. Para exemplificar a complexidade do trabalho do lexicgrafo, destacamos que, na realizao da prtica lexicogrfica, preciso dar conta de todas as unidades que compem o lxico a ser descrito. Isto significa que o lexicgrafo deve tratar das palavras lexicais e das palavras gramaticais, e mais: deve compreender o funcionamento, em todos os nveis lingsticos do lxico que est descrevendo. Isto significa dizer que, para que possa tomar decises corretas acerca do registro de um item lxico, o lexicgrafo dever compreender as diferentes possibilidades de atualizao desse item lexical em todos os nveis do sistema lingstico. Agora, vamos tratar das convergncias e divergncias das disciplinas apresentadas at o presente momento, Lexicologia e Lexicografia, procurando ressaltar as especificidades de cada uma. Embora saibamos da complexidade que os Estudos do Lxico impem, de acordo com o que mostramos nas sees anteriores, concordamos com o fato de que as pesquisas nas reas da Lexicologia e da Lexicografia tm revelado avanos significativos e suscitado reflexes a respeito das suas divergncias e convergncias (BORGES, 2005, p. 17). Sendo assim, esta seo ser dedicada discusso sobre como cada uma dessas disciplinas caracteriza o seu objeto de estudo, ou seja, a palavra. Para mostrar mais claramente o quanto os pesquisadores distanciam ou aproximam essas duas disciplinas, elaboramos o quadro a seguir, a fim de facilitar a compreenso dos vrios pontos de vista em relao s disciplinas Lexicologia e Lexicografia discutidos nas sees 1.1 e atual. Observemos o quadro.
25 P PE ES SQ QU UI IS SA AD DO OR R A AN NO O L LE EX XI IC CO OL LO OG GI IA A
L LE EX XI IC CO OG GR RA AF FI IA A 1 Rey 1977 Disciplina que tem por objeto de estudo o fato lexical.
Atividade de aplicao que compreende as tcnicas utilizadas na confeco de dicionrios. 2 Cabr 1995 Preocupa-se com a anlise e descrio da competncia lexical do falante. Realiza o estudo das palavras.
Ramo aplicado da Lexicologia que se ocupa da elaborao de dicionrios. 3 Niklas- Salminen 1997 Constitui um ramo da Lingstica que estuda as unidades lexicais. Domnio que tem por objetivo levar a efeito as tcnicas para a confeco de dicionrios. Disciplina que prope uma reflexo sobre os mtodos que a prtica lexicogrfica exige. ao mesmo tempo uma prtica e uma cincia.
4 Andrade 1998 Estudo cientfico do lxico; tem por objetivo a definio de um vocbulo, realizando sua caracterizao funcional e semntica.
Aspecto prtico da Lexicologia. Realiza a descrio semntica das palavras, por meio das definies.
5 Quesada 2001 - Constitui a prxis da Lexicologia. No se limita compilao de dicionrios, pois engloba tambm estudos tericos (Lexicografia terica).
6 Barbosa 2002 Ramo da Lingstica que realiza o estudo cientfico do lxico. Estuda o universo de todas as palavras (estruturao, funcionamento e mudana).
Estuda os vocbulos e os vocabulrios de normas lingsticas. 7 Polgure 2003 Disciplina que analisa os fenmenos lexicais como sendo o brao matriz da Lingstica, ocupando-se do estudo da semntica de uma lngua e do estudo cientfico de seu lxico.
Atividade de redao dos dicionrios; realizada pelo lexicgrafo. 8 Krieger e Finatto 2004 Disciplina que se ocupa dos aspectos formais e semnticos das unidades lexicais de determinada lngua. Apresenta carter semasiolgico.
9 Welker 2004 - Apresenta dois sentidos: 1. Lexicografia prtica, designando a cincia, tcnica, prtica ou mesmo arte de elaborao de dicionrios. 2. Lexicografia terica ou Metalexicografia.
Quadro 01 - Concepes de Lexicologia e Lexicografia. Com base nas informaes evidenciadas no quadro, percebe-se que os autores associam a Lexicologia ao Estudo do Lxico, dos fatos lexicais, e a Lexicografia elaborao de dicionrios, nota-se tambm que a Lexicologia concebida como disciplina, cincia ou estudo cientfico, de acordo com Rey (1977), Niklas-Salminen (1997), Andrade (1998), Barbosa (2002), Polgure (2003) e Krieger e Finatto (2004); ao passo que a Lexicografia abordada como atividade, arte, prtica, conforme Rey (1977), Quesada (2001) e Polgure (2003), Por outro lado, observa-se que alguns pesquisadores compreendem a Lexicografia como uma parte da Lexicologia, tal como Cabr (1995), Andrade (1998) e Quesada (2001); 26 enquanto outros a tratam como uma disciplina autnoma, como o caso de Niklas-Salminen (1997), Barbosa (2002) e Welker (2004). Entre outros autores, Barbosa (2002, p.04) entende que a Lexicografia se define como uma tecnologia de tratamento da palavra, de compilao, classificao, anlise e processamento, resultando na produo de dicionrios e vocabulrios. Vejamos como a autora sintetiza a distino entre as duas disciplinas: [...] a Lexicologia estuda o universo de todas as palavras, vistas em sua estruturao, funcionamento e mudana, enquanto a Lexicografia [...] estuda os vocbulos e os vocabulrios de normas lingsticas, dando-lhes tratamento especfico (BARBOSA, 2002 p.07) Desta forma, Barbosa demarca a abrangncia dos estudos lexicolgicos (o estudo de todas as palavras) e dos estudos lexicogrficos (o estudo e tratamento dos vocbulos e vocabulrios de normas lingsticas). Segundo Krieger e Finatto (2004, p.48), a tarefa lexicogrfica constitui um empreendimento imenso, medida que o dicionarista realiza uma pesquisa intensa at chegar nomenclatura geral da obra e estruturao dos verbetes. Para as autoras, o lexicgrafo precisa buscar as unidades lexicais, analisando sua freqncia no interior dos diferentes discursos, para, aps, adentrar no mundo da significao. A, ento, o lexicgrafo apreende os valores significativos nucleares e virtuais das unidades lexicais, realizando a sua definio, considerada pelas autoras uma difcil e complexa equao semntica, alm de traar a rede de acepes de uma mesma palavra, de realizao polissmica. Como se v, h uma interface entre as disciplinas Lexicologia e Lexicografia, pois uma complementa o trabalho da outra. Ou seja, no se pode realizar uma boa prtica lexicogrfica sem levar em conta as propriedades fonolgicas, morfolgicas, sintticas, semnticas e pragmticas do item lexical que ser compilado. Assim, a Lexicografia no pode prescindir da Lexicologia. No entanto, a Lexicologia tambm no pode prescindir da Lexicografia, pois os lxicos descritos lexicograficamente retroalimentam as pesquisas lexicolgicas. Isto significa que h uma interface ntida entre essas duas disciplinas da Lingstica. E esta interface, hoje, est claramente alicerada no objeto de estudo da Metalexicografia, como veremos em seguida. 27 Nesta seo, procuramos evidenciar o fato de que no h consenso entre os autores abordados sobre o que realmente da alada da disciplina da Lexicografia e sobre as atribuies inerentes ao trabalho lexicogrfico. Ainda que, como vimos, esta disciplina constitua o ramo prtico da Lexicologia para vrios autores, ou seja, est associada apenas confeco dos dicionrios; para outros, alm desse carter prtico, a Lexicografia comporta tambm uma cincia de reflexo sobre a teoria e a metodologia que apiam a construo de dicionrios. Alm disso, procuramos dar visibilidade s questes que aproximam e distanciam a Lexicologia e a Lexicografia, atravs da comparao dos pontos de vista de diferentes autores. Na prxima seo, trataremos de forma especfica da conceituao e dos princpios que fundamentam a abordagem metalexicogrfica, rea de estudos em que se insere a presente dissertao. 1.3 Metalexicografia ou Lexicografia Terica Ao sintetizar as diferenas entre a Lexicologia e a Lexicografia, Quesada (2001) afirma que a Lexicografia uma disciplina que no se limita compilao de dicionrios (p.43), mas que apresenta outra faceta que articula um conjunto de estudos de carter terico. Esses estudos, segundo Quesada (2001), so chamados de metalexicogrficos. Nessa perspectiva, podemos entender que a Metalexicografia uma rea de estudos do lxico que lana luzes sobre a produo lexicogrfica a partir de um ponto de vista terico. Nos termos de Barbosa (2002), a Metalexicografia a epistemologia da cincia lexicogrfica (p. 04). A Metalexicografia vista por Fernndez (2003, p.44) como o lado terico da Lexicografia, ocupando-se dos princpios metodolgicos que norteiam a confeco das obras lexicogrficas e do estudo cientfico dos dicionrios, tanto sob a perspectiva descritiva como a histrica. Essa posio de Fernndez (2003) est em ressonncia com as idias de Quesada (2001, p.43), para quem a Metalexicografia possui um amplo campo de estudos, no qual se analisa aspectos como a histria, estrutura, tipologia e finalidade dos dicionrios e a forma como estes se relacionam com disciplinas como Lexicologia, Sociolingstica, Semntica, Informtica e Estatstica, bem como os mtodos de elaborao dos dicionrios e a crtica de tais obras. 28 Apresentamos, agora, um quadro com as concepes de Metalexicografia at aqui abordadas: P PE ES SQ QU UI IS SA AD DO OR R A AN NO O M ME ET TA AL LE EX XI IC CO OG GR RA AF FI IA A
1 Quesada 2001 Analisa aspectos como a histria, estrutura, tipologia e finalidade dos dicionrios e a forma como estes se relacionam com outras disciplinas, bem como os mtodos de elaborao dos dicionrios e a crtica de tais obras lexicogrficas.
2 Barbosa 2002 Realiza a anlise e descrio da cincia lexicogrfica.
3 Fernndez 2003 Parte terica da Lexicografia; ocupa-se dos princpios metodolgicos que norteiam a confeco das obras lexicogrficas e do estudo cientfico dos dicionrios.
4 Welker 2004 Engloba o estudo de problemas relacionados elaborao de dicionrios, a crtica de dicionrios, a pesquisa da histria da Lexicografia e do uso de dicionrios.
Quadro 02 - Concepes de Metalexicografia. Observando o quadro, percebemos que a Metalexicografia compreendida pelos estudiosos como a rea terica da Lexicografia, sendo que sua finalidade , basicamente, realizar a crtica aos dicionrios. No entanto, preciso que se entenda o significado da palavra crtica nesse contexto. Crtica origina-se da palavra latina critca, que significa apreciao, julgamento. Nesse sentido, a Metalexicografia tem como atividade o exame e a avaliao de uma obra dicionarstica no para ressaltar seus problemas, mas para apresentar novos caminhos. Assim, entendemos que a crtica aos dicionrios uma atividade construtiva. Nesta perspectiva, a presente dissertao caracteriza-se por ser um trabalho de cunho metalexicogrfico, pois investiga um tipo de unidade lexical complexa, as locues verbais, presentes em um dicionrio geral de lngua 3 , obra monolnge, examinando criticamente a validade da forma como esto organizadas, com vistas a contribuir com a construo de dicionrios gerais; portanto, com o fazer lexicogrfico. Nesta seo, vimos o campo de atuao da Metalexicografia, sua definio, fundamentos e atribuies, e procuramos mostrar de que forma o presente trabalho se insere no mbito de uma abordagem metalexicogrfica. Este captulo objetivou apresentar um panorama das concepes existentes a respeito das disciplinas Lexicologia, Lexicografia e Metalexicografia.
3 Segundo Welker (2004, p. 77), os dicionrios gerais de lngua so aqueles que tendem a apresentar a totalidade dos lexemas de uma lngua, constituindo o seu tesouro lexical.
29 RESUMO Neste captulo, procuramos situar as disciplinas Lexicologia, Lexicografia e Metalexicografia disciplinas de Estudos Lexicais no mbito dos Estudos Lingsticos. Para tanto, na primeira seo, apresentamos as caractersticas da Lexicologia. Na segunda seo, caracterizamos a Lexicografia, fazendo tambm um contraponto entre essas duas disciplinas. Conclumos, na terceira seo, com a definio da interface existente entre a Lexicologia e a Lexicografia, caracterizada pela Metalexicografia, rea de estudos em que se insere esta dissertao. Acreditamos ter configurado de forma suficiente para os objetivos desta investigao, atravs do quadro comparativo apresentado, as bases da distino e confluncia entre a Lexicologia e a Lexicografia. Alm disso, pensamos ter conseguido esclarecer o que constitui uma abordagem metalexicogrfica dos estudos de cunho lexical. Assumimos, assim, que esta dissertao constitui um estudo terico sobre o fazer lexicogrfico, realizando, por isso, uma abordagem metalexicogrfica. Insere-se, sem dvida, tambm nos estudos lexicolgicos, medida que a nossa anlise das locues verbais presentes em um dicionrio geral de lngua estar embasada em teorias lexicolgicas. No prximo captulo abordaremos o tratamento que dado s locues verbais na literatura. Para tanto, apresentaremos os pontos de vista de diversos autores em relao caracterizao de tais unidades lexicais. CAPTULO 2 O TRATAMENTO DAS LOCUES VERBAIS: REVISO DA LITERATURA
No captulo anterior, vimos que esta dissertao se caracteriza como um estudo metalexicogrfico, pois se prope a investigar a forma como esto organizadas as locues verbais em um dicionrio geral de lngua. Dando prosseguimento s discusses tericas, neste captulo olharemos mais de perto para as locues verbais. De incio, na seo 2.1, trataremos da problemtica que envolve o reconhecimento das unidades lexicais complexas e as dificuldades encontradas para sua classificao. Aps, na seo 2.2, faremos a reviso bibliogrfica sobre o assunto, priorizando as principais idias de autores expoentes que abordam o tema da fraseologia. Por fim, na seo 2.3, apresentaremos os critrios adotados por Gaston Gross para o reconhecimento e delimitao das locues, os quais constituiro referencial analtico nesta dissertao. 2.1 O RECONHECIMENTO DE UMA UNIDADE LEXICAL COMPLEXA E SUA DIFCIL CLASSIFICAO consensual entre os pesquisadores da rea que uma unidade lexical pode ser simples, aquela que possui apenas uma base, ou complexa, aquela que apresenta duas ou mais bases, como o caso das locues. As locues so seqncias de palavras restritas do ponto de vista semntico e muitas vezes sinttico, de forma que representam uma s unidade lexical. Cabe, aqui, esclarecer que o lexema uma entidade abstrata que constitui um elemento permanente do sistema lingstico. No discurso, tais unidades podem manifestar- se em formas fixas, podendo, porm, assumir formas variveis (BIDERMAN, 1998, p. 138). Biderman (1998) ensina que:
31 Numa lngua flexiva como o portugus um lexema pode assumir vrias formas compondo um paradigma (caso dos verbos, dos adjetivos e substantivos), mas pode tambm manifestar-se como formas aparentemente discursivas. Nas realizaes discursivas [...] as fronteiras entre uma unidade lexical complexa e um sintagma discursivo so difusas. Existe [...] uma gama de soldadura entre os elementos de uma seqncia lingstica, [...] lexia complexa. [...] Podemos identificar lexias complexas cujos elementos componentes esto perfeitamente soldados, e outras com um forte ndice de coeso interna (BIDERMAN, 1998, p.138) [grifo da autora]. Analisando a citao, percebemos que a autora apresenta o termo lexia complexa, caracterizando o que para ela constitui as unidades complexas que o lxico apresenta unidades cujos elementos componentes apresentam perfeita soldadura ou acentuado ndice de coeso interna. As unidades fraseolgicas de lngua comum so chamadas de unidades lexicais complexas (doravante ULCs) e em lngua de especialidade so nomeadas de unidades terminolgicas complexas (por exemplo, as unidades utilizadas na Economia, na Medicina, etc.). Interessa-nos, aqui, o estudo das ULCs de lngua comum, mais especificamente, a manifestao das locues verbais. A lngua comum, em oposio linguagem de especialidade, de acordo com Bevilacqua (1996, p.17), utilizada para o intercmbio de ndole geral, sem apresentar orientao especfica para alguma rea de conhecimento, sendo que seus usurios so os falantes de uma comunidade lingstica e a situao comunicacional informal ou no marcada (termo utilizado por Cabr, 1993, p.128). Ainda na viso de Bevilacqua, agora em um texto de 1994, a fraseologia de um sistema lingstico como a combinao de elementos lingsticos de uma dada lngua, relacionados semntica e sintaticamente, que no pertencem a uma categoria gramatical especfica e cujo significado dado pelo conjunto de seus elementos (p.846). Para uma melhor compreenso, as subdivises pertencentes ao domnio das unidades lexicais complexas das quais tratamos at aqui podem ser observadas no seguinte esquema: 32
Esquema 01 Classificaes da unidade lexical. Tendo em vista que as ULCs figuram de formas diferentes nos dicionrios gerais de lngua, medida que no h um critrio de organizao dessas unidades que delimite seu estatuto de entrada lexical, assim como no h um critrio explcito para que tais unidades lexicais figurem no interior dos verbetes dicionarsticos, arroladas entre as possveis acepes, considerando ainda as dificuldades em relao localizao destas nas obras lexicogrficas, aliado ao fato de no haver categorizao clara e uniformidade na adoo dos critrios para a sua incluso nas mesmas, uma pesquisa como essa que estamos propondo ancora a sua pertinncia. O problema maior que um lexicgrafo enfrenta para tratar das ULCs em obras dicionarsticas o fato de que h uma extensa terminologia para designar tais unidades, tais como expresso idiomtica ou idiomatismo, locuo, fraseologismo, unidade fraseolgica ou fraseologia, sem que se apresente claramente a diferena entre cada um desses tipos de ULCs. Sendo assim, a primeira tarefa que se impe aos estudiosos das ULCs a discusso da prpria constituio interna de tais unidades. Tendo o conhecimento de que h diferentes tipos de ULCs, as quais apresentam tambm diferentes constituies com diferentes extenses, ser necessrio que faamos um recorte entre as ULCs que sero investigadas. Neste sentido, Strehler (2002, p.49) identifica as seguintes propriedades gerais das ULCs: a) podem ser inferiores a uma frase, b) podem corresponder a uma frase, ou c) podem ser superiores a uma frase. Adotando o mesmo critrio utilizado por Strehler, o presente trabalho no tratar de unidades fraseolgicas superiores a uma frase nem de unidades U UN NI ID DA AD DE E L LE EX XI IC CA AL L S SI IM MP PL LE ES S C CO OM MP PL LE EX XA A U UN NI ID DA AD DE E T TE ER RM MI IN NO OL L G GI IC CA A C CO OM MP PL LE EX XA A U UN NI ID DA AD DE E L LE EX XI IC CA AL L C CO OM MP PL LE EX XA A
33 fraseolgicas que correspondem a provrbios, mximas. Em relao a isso, informamos que, nesta dissertao, faro parte do corpus analisado apenas as locues verbais. Como vimos, as unidades fraseolgicas ou fraseologias de lngua comum so chamadas de ULCs. Interessa-nos, aqui, o estudo das ULCs, mais especificamente, a manifestao das locues verbais. No entanto, a distino entre ULCs e unidade fraseolgica em geral no to simples. H, entre os estudiosos, uma variedade de opinies e nem sempre resta claro no mbito da literatura especializada que as unidades fraseolgicas constituem um dos tipos possveis de ULCs. Nessa perspectiva, Strehler (2002, p.15), ensina-nos que a distino entre ULC e unidade fraseolgica comporta aspectos arbitrrios, porque a relao significante-significado em uma unidade fraseolgica claramente estabelecida, sem que o grupo de palavras forme uma unidade lexical, como no exemplo do francs pomme de terre que significa batata e no ma da terra, como se poderia supor, atravs de uma leitura composicional. De acordo com o autor, uma unidade lexical demasiado longa, com mais de trs elementos constituintes, tem forte possibilidade de no ser percebida como palavra, mas como sintagma ou unidade fraseolgica. E, segundo ele, decidir se dada formao uma unidade lexical composta, unidade terminolgica composta ou uma unidade fraseolgica, implica determinados fatores que no so estritamente lingsticos (p.16). Bevilacqua (1996, p. 08), por sua vez, relata que a complexidade decorrente das caractersticas peculiares das ULCs origina um problema inicial em relao ao seu tratamento: as diversas abordagens de definio da fraselogia. A autora faz um levantamento das diferentes denominaes que as ULCs recebem. Tal levantamento, acrescido de outras designaes por ns encontradas, pode ser observado no quadro que segue:
34 A AU UT TO OR R A AN NO O D DE EN NO OM MI IN NA A O O Casares 1950 locuo Bally 1951 locuo fraseolgica Zuluaga 1975 expresso fixa Saussure 1977 agrupamentos Pottier 1978 lexias complexa e textual Ettinger 1982 combinao fixa de lexemas M. Gross 1986 expresso fige (congelada) Fiala 1987 sintagma fixo; expresso idiomtica; unidade complexa Trist 1988 fraseologismo Grciano 1993 frasema Gouadec 1994 entidade fraseolgica; fraseologismo Hundt 1994 locuo G. Gross 1996 expresso fige (congelada); locuo Mejri 2000 seqncia fige (congelada) Quadro 03 Denominaes das ULCs.
Bevilacqua (1996) ressalta dois aspectos importantes em relao s ULCs: a sua conceituao e o seu reconhecimento, sendo que este segundo implica a determinao de seus limites, ou seja, o reconhecimento de expresses formadas por mais de uma palavra que, apesar disso, representam uma unidade de sentido (p.10). Outra autora que aborda a problemtica que explicitamos Biderman (1999). Citando M. Gross (1982), Biderman afirma que os lingistas freqentemente atriburam s expresses congeladas um carter de exceo, de anomalia lingstica, sem apresentar alternativas para tratar essa questo de forma cientfica. De fato, o estudo dessas combinatrias lexicais ou fraseolgicas suscita muitos problemas tericos e coloca em causa os papis atribudos tradicionalmente sintaxe e ao lxico (p. 91). Biderman corrobora o que apresenta Bevilacqua (1996), esclarecendo, da mesma forma que a segunda, que a problemtica inicial constatada no estudo de tais unidades de cunho terminolgico: vamos cham-las de fraseologias, fraseolexemas, expresses cristalizadas, expresses idiomticas? (p. 91).
Analisando a ULC bater as botas, Biderman (1999) verifica que o sentido da seqncia no previsvel a partir de BATER (dar pancadas; chocar-se com) e de 35 BOTAS (tipo de calado). Devido a isso, esta expresso constitui uma combinatria cristalizada, culturalmente herdada e registrada na memria coletiva com o significado de morrer (p.93-94). Biderman (p.94) afirma que o verbo em bater as botas no analisvel segundo as regras que se aplicam a frases superficialmente idnticas, as possibilidades de transformaes aceitas em frases simples no o so no caso das seqncias cristalizadas. Neste exemplo, conforme a autora, algumas variaes possveis seriam: Carlos bateu as botas muito cedo, Carlos bateu muito cedo as botas; Carlos, desta vez, bateu as botas; alm de Todos sabiam que Carlos ia bater as botas, Temo que Carlos v bater as botas, entre outros. Nesse sentido, pensamos ser importante apresentar, ainda, algumas distines feitas pela autora em relao nomenclatura que envolve a fraseologia: Em meio s unidades fraseolgicas, as expresses idiomticas so expresses semanticamente opacas cujo significado no depende do sentido de cada um dos seus componentes. Por outro lado, colocaes so seqncias semanticamente transparentes, formadas de itens lexicais que geralmente coocorrem. Exemplos [...]:custo astronmico, [...], presso atmosfrica,[...]. As UFs 4 possuem graus diversos de idiomaticidade e de cristalizao. Assim, as lexias complexas dona de casa, fim-de-semana, jogo de cintura, [...] tm maior grau de lexicalizao do que centro de alta presso, jogo de cartas, [...], tecnologia de ponta (BIDERMAN, 1999, p.95) [grifos da autora].
Assim, a pesquisadora distingue, dentre as unidades fraseolgicas, as expresses idiomticas (expresses semanticamente opacas) das colocaes (seqncias semanticamente transparentes) e tambm aborda a existncia de graus de cristalizao variados em meio ao universo das fraseologias.
importante salientar que mesmo que as locues apresentem estruturas complexas do ponto de vista sinttico e semntico, elas se comportam como verbos, substantivos, advrbios, adjetivos, preposies, etc (BIDERMAN, 1999, p. 96).
Tendo iniciado a discusso sobre a complexidade e a diversidade de enfoques que o tema suscita, atravs de um panorama geral, passaremos, agora, a analisar mais especificamente as contribuies de diferentes autores em relao unidade lexical conhecida como fraseologia.
4 Unidades fraseolgicas. 36 2.2 DIFERENTES PONTOS DE VISTA SOBRE A FRASEOLOGIA Na presente seo, abordaremos os pontos de vista de importantes pesquisadores sobre os estudos fraseolgicos, tais como Saussure (1977), Bally (1951) 5 , Casares (1950) e Hundt (1994). Iniciaremos a apresentao das diversas contribuies aos estudos fraseolgicos, analisando o ponto de vista de Saussure 6 . No que diz respeito ao que Saussure aponta sobre as fraseologias, preciso esclarecer que o autor se refere a esse tipo de unidade lexical como agrupamentos (1977, p. 148), que, segundo ele, constituem sintagmas compostos por duas ou mais unidades consecutivas, os quais se alinham um aps outro na cadeia da fala (p. 142), estabelecendo um encadeamento de carter linear. Saussure (p.143-144) esclarece que a noo de sintagma se aplica s palavras, aos grupos de palavras, s unidades complexas de toda dimenso e espcie, as quais podem ser palavras compostas, derivadas, membros de frases ou mesmo frases inteiras. Dessa forma, compreendemos que os agrupamentos correspondem s relaes sintagmticas que, de acordo com Saussure (1977, p.143), existem em presena, repousando em dois ou mais termos igualmente presentes numa srie efetiva, em oposio s relaes associativas, as quais ligam termos em ausncia numa srie mnemnica virtual. Porm, Bevilacqua (1996) destaca que Saussure tambm atribui importncia s relaes associativas ou paradigmticas para a constituio dos agrupamentos, uma vez que diferentes associaes estabelecidas entre seus elementos lingsticos constitutivos permitem a ocorrncia de variaes no seu interior (p.20). A mesma autora esclarece que, apesar das noes sintagmticas e paradigmticas estabelecidas por Saussure no serem adotadas de forma explcita nos atuais estudos envolvendo a fraseologia, pode-se observar que outras abordagens seguem esta linha de pensamento.
5 Nas obras Trait de Stylistique Franaise de Charles Bally (1951, primeira edio de 1909) e Curso de Lingstica Geral de Saussure (1977, primeira edio pstuma de 1916), encontram-se observaes importantes acerca da fraseologia. Registre-se que foi principalmente Bally quem apresentou os parmetros da problemtica das UFs (STREHLER, 2002, p. 23). 6 Bevilacqua (1996), ao analisar a fraseologia jurdico-ambiental, tambm aborda as contribuies de Saussure e de Bally aos estudos fraseolgicos. 37 Outro terico que merece a nossa ateno Bally (1951), um dos primeiros estudiosos da fraseologia. A esse respeito, Welker (2004, p. 162) ensina-nos que ele foi o grande precursor dos estudos fraseolgicos. O autor, citando as idias de Burger (1998, p.09), afirma que a obra basilar de Bally, Trait de stylistique franaise, foi a primeira a criar um arcabouo conceitual para o estudo dos fenmenos fraseolgicos. Entre os postulados de Bally (1951, p. 66-67) est o de que toda palavra uma malha que compe uma rede de inmeros fios tnues, em que cada palavra termina por repartir-se em muitas associaes diversas. Bally afirma tambm que a assimilao dos fatos da lngua ocorre, principalmente, por associaes e agrupamentos, de forma semelhante a Saussure. Estes ltimos podem ser passageiros ou, devido repetio, adquirir um carter usual, formando unidades indissolveis, as quais Bally designa de locues fraseolgicas. Para Bally (1951, p.67), determinadas palavras tendem a soldar-se mais estreitamente entre si do que outras e quando a associao atinge o seu mais elevado grau de coeso, o grupo definitivamente consagrado pelo uso. A combinao de palavras entre si apresenta variao nos limites formados por dois casos extremos: no primeiro, a combinao se decompe logo aps a sua criao e as palavras que a integram passam a adquirir plena liberdade para constituir novamente outras combinaes; no segundo, as palavras perdem totalmente a sua independncia, formando uma ligao indissolvel e adquirindo significao apenas nessa combinao (BALLY, 1951, p. 67-68). O segundo caso constitui o objeto de estudo da fraseologia, para o qual Bally (1951) prope uma classificao em dois grupos. O primeiro deles diz respeito s sries fraseolgicas ou agrupamentos usuais (p. 70), em que os elementos tm autonomia individualmente, mas no na srie (amar perdidamente, desejar ardentemente). J o segundo grupo compe as unidades fraseolgicas(p. 74), em que as palavras perdem seu significado isolado e o conjunto adquire um novo siginificado, o que no equivale simplesmente soma dos significados dos elementos (ainda h pouco, sem dvida). Assim, nos termos de Bevilacqua (1996), no primeiro grupo o grau de coeso relativo (p.23), ao passo que no segundo temos um grau de coeso absoluto (p. 24). Dentro do conjunto das sries fraseolgicas, o autor apresenta as sries verbais, que constituem as locues que parafraseiam os verbos. Este caso extremamente freqente, 38 posto que dificilmente encontra-se um verbo usual que no tenha ao seu lado uma locuo composta equivalente, como no caso de decidir tomar uma deciso; vencer obter uma vitria (BALLY, 1951, p. 72). Bally apresenta ainda ndices exteriores e interiores para o reconhecimento das locues fraseolgicas. Os exteriores referem-se impossibilidade de insero e de substituio dos elementos de um grupo de palavras separadas pela escrita. Em relao a esses ndices, Bally postula que uma locuo pode ter uma parte fixa e uma parte mvel ou permutvel, ou seja, certas palavras podem ser substitudas por outras (p. 76), sem que o grupo perca a coerncia. Os ndices interiores, por sua vez, esto relacionados existncia de um sentido global dos elementos e no um sentido isolado de cada um deles e presena de arcasmos e elipses. Para Bally (p. 80-81), a presena de um arcasmo em uma expresso um ndice importante de agrupamento fraseolgico, critrio que o autor contextualiza atravs do exemplo: brandir um basto guisa de lana. Neste caso, mesmo que a expresso guisa de no seja mais utilizada na linguagem corrente, ela faz parte de uma unidade, sendo referida no exemplo acima. Assim, o autor conclui que a expresso guisa de permanece no lxico do francs graas ao seu contexto, ou seja, por fazer parte de uma locuo. De acordo com Strehler (2002, p.25), Bally consciente da natureza vaga dos agrupamentos de palavras. Desta forma, ele no prope uma classificao rgida para o fenmeno. Tendo em vista a existncia de uma srie de casos intermedirios, o autor sugere alguns marcadores: de um lado, as associaes livres; do outro, as unidades fraseolgicas; e, entre as duas, as sries fraseolgicas. Como bem observa Strehler (2002, p.26), Bally percebe a totalidade do fenmeno das fraseologias, compreendendo que um grupo livre de palavras o ponto de partida para que tais unidades sejam constitudas no lxico, postulando diferentes graus de congelamento e apontando para o fato de que em uma dada fraseologia as partes que a constituem podem pertencer a diferentes graus de cristalizao. 39 Na dcada de 50, um pesquisador espanhol traz novas contribuies aos estudos da fraseologia: trata-se de Casares (1950) 7 . Este autor define o que constitui uma locuo da seguinte maneira: [...] combinacin estable de dos o ms trminos, que funciona como elemento oracional y cuyo sentido unitrio consabido no se justifica, sin ms, como una suma del significado normal de los componentes (CASARES, 1950, p.170) Como se observa, Casares trata as fraseologias como locues. De acordo com o autor, as locues podem ser divididas em dois grandes grupos: locues significantes e locues conetivas, conforme veremos a seguir. As locues significantes, de acordo com o autor, apresentam um ou mais elementos significantes (p. 170), contendo palavras s quais corresponde uma representao mental, uma idia, um conceito. Este grupo ramifica-se em locues nominais (a histria sem fim 8 ), adjetivas (o porteiro de pausas e lgrimas 9 ), verbais (fazer guas 10 ), adverbiais (pelo correio 11 ), pronominais (um que outro 12 ) e exclamativas (Pernas para que te quero! 13 ). J o outro grupo, o das locues conetivas, engloba as locues formadas por partculas vazias de contedo semntico (p.171) e est subdividido em locues prepositivas (em direo a 14 ) e conjuntivas (contanto que 15 ). Nas palavras de Bevilacqua (1996, p.29), essa classificao uma das primeiras que procura apresentar uma classificao de unidades, ainda que digam respeito unicamente s locues. Para a autora, Casares amplia o conceito de locuo, ao afirmar que elas no incluem apenas as unidades que possuem uma funo determinada na frase, podendo estas tambm abranger oraes, tal como no exemplo da locuo exclamativa Pernas para que te quero!.
7 Para um estudo mais detalhado acerca da proposta de Casares, ver Noimann (2007). 8 Original: el cuento de nunca acabar. Significa assunto ou negcio que se dilata e embrulha de modo que nunca se v o fim (NOIMANN, 2007). 9 Original: la portera es de rompe y rasga. Significa ter nimo resolvido e despreocupao (NOIMANN, 2007). 10 Original: hacer guas. Significa urinar. 11 Original: por la posta. Significa com pressa, presteza ou velocidade (NOIMANN, 2007). 12 Original: uno que otro. Equivale a qualquer um em portugus. 13 Original: Pies para qu os quiero!. Exclamao [...] que expressa ao de fugir, de escapar com rapidez a algum perigo (DEH, 2006). 14 Original: en pos de. 15 Original: con tal que. 40 Uma pesquisadora que tem sido referncia nos estudos das fraseologias Hundt. Esta autora, a partir da afirmao de que h, entre as zonas perifrica e central da fraseologia, uma srie de construes verbais constitudas por um verbo em relao a um substantivo (1994, p. 267), descreve as particularidades que caracterizam as diferentes construes baseando-se em fatores estruturais, semnticos e comunicativo-pragmticos. Em relao s construes verbais, as quais podem se configurar, conforme Hundt, desde colocaes verbo + substantivo e construes com verbo suporte at fraseolexemas verbais, a autora esclarece, apontando que, [...] trata-se de unidades lexicais complexas e reproduzveis, caracterizadas pela repetida co-ocorrncia , portanto, pela relativa estabilidade estrutural-semntica dos seus componentes. Estas construes servem, alm da denominao (isto , o enriquecimento do lxico) tambm para a modificao da expresso. (HUNDT, 1994, p.267). De acordo com a terica, embora as construes com verbo de suporte 16 tenham sofrido muitas crticas no passado, aparecendo vinculadas apenas a poucos tipos de texto, atualmente constituem um tema de interesse para estudo, constatando-se a sua eficincia na linguagem e o aumento de sua freqncia. A tipologia proposta por Hundt (1994, p.268) para a classificao dessas construes, baseada em seu grau de fraseologicidade, compreende quatro grupos, conforme explicaremos a seguir. O que diferencia fazer uma afirmao, fazer greve, estar em funcionamento e dar a dianteira a algum? Observe que esses quatro exemplos constituem locues verbais iniciadas com verbo de suporte. Pois bem, de acordo com Hundt, h uma diferenciao entre estes exemplos, traduzida nos quatro tipos de construes caracterizados pela autora.
16 De acordo com Gross (1996, p. 73-75), o verbo de suporte confere as informaes de tempo e de aspecto a um predicado nominal, ou seja, no apresenta funo predicativa, apenas atualiza tal predicado, conjuntamente s causas determinantes que atualizam os argumentos. O autor relata que h verbos de suporte bsicos, os quais tm como funo apenas conjugar o substantivo nominal, como sentir/ ter (medo, fome), ser (professor primrio, colador de cartazes), fazer (uma viagem, uma descrio), dar (uma bofetada, um conselho). E h outros que revelam indicaes que dizem respeito ao aspecto: iterativo (multiplicar as viagens), incoativo (ter medo, iniciar uma conferncia), mas que tambm no formam com o substantivo que segue locues verbais congeladas, apresentando as mesmas propriedades que os verbos de suporte bsicos. Conforme Hundt (1994, p.268), como os mais freqentes verbos de suporte da Lngua Portuguesa podem ser citados: dar, estar, fazer, pr, ter, tomar, entrar, prestar, tirar, cometer, assumir.
41 No primeiro grupo, a autora apresenta as colocaes neutras com verbos de suporte, dividindo-o em: a) construes com mera funo nominativa, as quais substituem, como sinnimo, o verbo do mesmo significado (fazer uma afirmao = afirmar, fazer um brinde = brindar, tomar decises = decidir); e b)construes que funcionam como substituto de um verbo (fazer greve, ter fome, ter medo) (HUNDT, 1994, p. 268). No segundo grupo esto construes com verbo de suporte modificadoras, as quais apresentam uma nova qualidade semntica: a microestrutura semntica resulta da combinao especfica dos componentes integrantes da colocao (HUNDT, 1994, p. 269). So unidades da periferia da fraseologia, porque so relativamente estveis, reproduzveis e lexicalizadas (p. 269-270), no sendo idiomticas no sentido prprio, nem expressivas (p. 270). Tais construes se manifestam por meio da estrutura verbo-suporte + nome ou verbo- suporte + sintagma preposicional. Exemplos deste grupo so: estar em funcionamento (durativo/continuativo)/ entrar em funcionamento (ingressivo/incoativo)/ pr em funcionamento (ingressivo/causativo); estar disposio (durativo/continuativo)/ pr disposio (ingressivo/causativo). No terceiro grupo esto as locues mais prximas das expresses idiomticas. Esse tipo de construo possui um nome de significado figurativo, vinculado a um dos tpicos verbos de suporte. Hundt dividide esse tipo de construo fraseolgica em: a) unidades baseadas num componente nominal que possui um semema 17 de significado figurativo e est ligado a um verbo-suporte (dar a dianteira a algum; estar na dianteira; tomar a dianteira; dar uma chegadela a algum; levar uma chegadela); e b) unidades em que o verbo vai adotando as caractersticas de um verbo de suporte ligado a um substantivo (ganhar coragem/ medo; matar a sede/ o tempo/ saudades). Por fim, o quarto grupo abrange as locues caracterizadas por uma ligao singular dos componentes. Essas expresses constituem idiomatismos, uma vez que seus componentes sofreram uma modificao, constatando-se nesse tipo de fraseologia uma atenuao do significado do componente verbal (HUNDT, 1994, p. 270): estar em jogo, fazer fitas, vender sade.
17 Conforme o DEH (2006), o semema a unidade semntica que tem por correspondente formal o lexema, consistindo do feixe de semas que compem o significado de um vocbulo [Determinam seu sentido especfico (pelos semas especficos do semantema), a classe a que pertence (pelos semas genricos do classema) e suas interpretaes virtuais (pelos semas virtuais do virtuema).].
42 Percebemos, portanto, atravs da classificao proposta por Hundt para a fraseologia, que h um grau crescente de fraseologicidade ou congelamento, iniciando-se com o primeiro grupo, composto por construes que tem funo sinonmica ou de substituio do verbo at chegarmos ao quarto e ltimo grupo, em que as expresses so formadas por elementos independentes, constituindo idiomatismos. Dentre os outros pesquisadores que se preocuparam com a fraseologia, est Zuluaga, o qual complementa a proposta de classificao de Casares, conforme Ilin (2000). Zuluaga (1980) embasa sua proposta de classificao das expresses fixas nas caractersticas advindas da estrutura interna destas unidades, a fixao e a idiomaticidade. Dessa forma, Zuluaga separa as unidades frseolgicas fixas e no-idiomticas (dito e feito), as unidades fraseolgicas semi-idiomticas (um lobo em pele de ovelha) e as unidades fraseolgicas idiomticas (a olhos vistos), dividindo ainda as expresses fixas em locues e enunciados fraseolgicos. Maurice Gross (1986) 18 outro autor que aborda a importncia do estudo das expresses congeladas, contrapondo-as s frases livres. Para Maurice Gross, o estudo das expresses congeladas constitui uma nova ocasio para a aplicao das nominalizaes como relaes transformacionais entre as frases, as quais pem em jogo os verbos de suporte, uma vez que as relaes de nominalizao impem-se de maneira indiscutvel com as expresses congeladas (p.64). De acordo com Ranchhod (2003), os estudos de M. Gross mostram que as expresses congeladas no configuram exceo em relao sintaxe, tampouco em relao ao lxico, fazendo com que o papel que atribudo a esses dois componentes lxico e sintaxe necessite ser re-equacionado (p.03). Analisando as vrias opinies, vemos que a maioria dos estudiosos trata as fraseologias como unidades constitudas por dois ou mais termos. Em relao caracterizao dessas unidades, os pesquisadores destacam a sua estabilidade sinttica e semntica, a fixao e a idiomaticidade. Porm, percebemos que no h consenso entre os autores em relao designao das fraseologias, nem quanto sua tipologia (classificaes). Dessa forma, tais unidades so designadas de agrupamentos (Saussure, 1977); locuo fraseolgica (Bally, 1951); locuo
18 Segundo Strehler (2002, p.24), na lingstica contempornea francesa, os trabalhos de Maurice Gross e Gaston Gross so de um interesse evidente, sendo que nas obras destes pesquisadores percebida a influncia de Zuluaga e de Burger em relao s escolhas metodolgicas. 43 (Hundt, 1994); expresso fixa (Zuluaga, 1980) e expresso congelada (M. Gross, 1986). Em relao classificao proposta para a fraseologia, vemos que, embora a maior parte dos autores divide-a em dois grandes grupos, como o caso de Bally (sries e unidades fraseolgicas), Casares (locues significantes e conetivas) e Zuluaga (locues e enunciados fraseolgicos); tambm no h uma homogeneidade nessa classificao. Devido a tais divergncias, o estudo destas unidades configura-se como problemtico, o que torna necessria a opo por uma linha terica para a sua anlise. Assim, assumiremos, nesta dissertao, a proposta de Gaston Gross, um autor de referncia no mbito dos estudos fraseolgicos, para a realizao de nossa anlise, porque ele apresenta critrios claros para que se possa distinguir entre locues genunas e expresses em via de lexicalizao. Entre todos os autores, ele o que prope critrios para se observar o grau de congelamento. Nesta seo, mostramos os pontos de vista de autores de destaque dentre os estudos fraseolgicos, entre eles: Saussure (1977), Bally (1951), Casares (1950) e Hundt (1994). Ao final da seo, tecemos comentrios a respeito dos pontos de vista dos tericos apresentados em relao fraseologia e j adiantamos alguns aspectos de nossa preferncia pela proposta de Gaston Gross. Portanto, na prxima seo, finalmente, conheceremos as contribuies deste autor no que tange s locues e apresentaremos nossa justificativa para a adoo de tal proposta. 2.3 O PONTO DE VISTA DE GASTON GROSS: CRITRIOS PARA O RECONHECIMENTO DAS LOCUES VERBAIS Nesta seo, de forma mais detalhada do que fizemos na seo anterior, apresentaremos as caractersticas identificadas por Gross para o reconhecimento das fraseologias, que ele denomina de expresses congeladas ou locues. Na introduo de Les expressions figes em franais (1996, p.03), G. Gross destaca que o congelamento uma propriedade muito importante das lnguas naturais que foi ignorada durante muito tempo. De acordo com Gross, congelamento um processo lingstico em que, de um sintagma em que os elementos so livres, faz-se um sintagma em que os elementos no podem ser dissociados (GROSS, p. 04). 44 Para o autor, a unidade lexical resultante do congelamento, expresso idiomtica, constitui a forma gramatical em que o sentido no pode ser deduzido de sua estrutura em morfemas que no entram na constituio de uma forma mais larga. J idiotismo 19 toda construo que aparece limpa em uma lngua dada e que no possui correspondente sinttico algum em uma outra lngua. Por palavra composta o autor entende uma palavra contendo dois, ou mais de dois morfemas lexicais e que correspondem a uma unidade significativa (GROSS, p.04). Em relao aos processos de composio e derivao, Gross diz que a composio designa a formao de uma unidade semntica a partir de elementos suscetveis de terem por eles mesmos uma autonomia na lngua, enquanto que a derivao representa as unidades lexicais novas extradas eventualmente de um estoque de elementos no suscetveis de emprego independente (GROSS, p.04). A partir dos conceitos iniciais de congelamento, expresso idiomtica, idiotismo e palavra composta, retirados do Dictionnaire de Linguistique (Larousse), Gross (p.06) passa a apresentar o seu entendimento acerca do fenmeno fraseologia. Primeiramente, define um grupo (sintagma ou frase) livre como uma seqncia gerada pelas regras combinatrias, as quais colocam em jogo, ao mesmo tempo, propriedades sintticas e semnticas, citando como exemplo as relaes existentes entre os predicados e seus argumentos. Vejamos, agora, como o prprio autor define os idiotismos: [...] nous appelons idiotisme (gallicisme, anglicisme, germanisme) une squence que lon ne peut pas traduire terme terme dans une autre langue, sans pour autant quelle soit contrainte dans la langue em question ni sur le plan syntaxique (les transformations habituelles sont possibles) ni sur le plan smantique (le sens est compositionnel et non opaque) (GROSS, 1996, p. 06) [grifo do autor]. O idiotismo, portanto, no pode ser traduzido termo a termo para uma outra lngua, no apresentando nem correspondncia sinttica, nem semntica entre a lngua de origem e a lngua meta. O autor explica tambm os conceitos de palavra simples e palavra construda. Considera palavra raiz ou palavra simples a unidade que no pode ser decomposta, como lua ou trabalho, sendo as demais consideradas palavras construdas (GROSS, 1996, p. 07).
19 Sinnimo de idiomatismo. 45 Entre as palavras construdas, distingue entre as derivadas e as polilexicais, esclarecendo que as palavras polilexicais so compostas por pelo menos duas palavras (simples ou derivadas, j existentes na lngua), diferentemente das palavras derivadas, as quais se formam atravs de um prefixo (refazer) ou sufixo (trabalhador) 20 . Outra diferenciao apresentada relativa s palavras derivadas e as polilexicais a de que as primeiras sempre so soldadas, ao passo que as segundas podem ser soldadas, ou comportar um separador (branco, apstrofe, trao de unio, etc) (GROSS, 1996, p.07). De acordo com Gross (1996, p. 09), oito so as propriedades que caracterizam o fenmeno lingstico do congelamento: 1. polilexicalidade - presena de uma seqncia de vrias palavras que tenham uma existncia autnoma. Como exemplos podemos citar abrir gua, bater as botas, descascar um abacaxi e sair pela tangente. Os componentes destas seqncias (bater e botas, por exemplo) apresentam existncia autnoma. 2. opacidade semntica - seqncias opacas so semanticamente congeladas e restritas lexicalmente, como ocorre no exemplo citado por Gross, a chave dos campos 21 , que possui o sentido opaco de a chave da liberdade 22 . Neste exemplo temos um caso de opacidade total, mas ela tambm pode ser parcial como em chave inglesa 23 , que no uma chave fabricada na Inglaterra, mas um tipo de chave. Assim, Gross ensina-nos que uma seqncia congelada pode ter duas leituras possveis: a transparente e a opaca. Em As cenouras esto cozidas 24 , temos um sentido composicional, transparente, pois os legumes em questo esto preparados, e outro opaco, como em Est tudo acabado ou seja, perdido, pois a situao desesperadora. 3. bloqueio das propriedades transformacionais - as construes livres apresentam propriedades transformacionais (apassivao ou apassivamento, pronominalizao, topicalizao, extrao ou clivagem, relativizao) que dependem de sua organizao interna. Porm, as seqncias congeladas evidenciam a ausncia total de propriedades de
20 Exemplos originais apresentados por Gross (1996, p. 07): refaire e travailleur. 21 Original: la cl des champs. 22 O significado utilizado para essa e a maior parte das locues apresentadas como exemplo o encontrado em Xatara e Oliveira, 2002. 23 Original: cl anglaise. 24 Original: Les carottes sont cuites. 46 recomposio: a estrutura no pode ser objeto de nenhuma modificao, sintaticamente congelada, tal como no exemplo Lucas saiu pela tangente 25 . Neste exemplo, nada no verbo nem no substantivo tangente permite predizer o sentido conjunto de esquivar-se de algo, esquivar-se de alguma dificuldade habilmente. Esta opacidade est correlacionada a uma ausncia de propriedades transformacionais, como por exemplo A tangente foi tomada/ sada por Lucas 26 ; A tangente que Lucas tomou/saiu 27 . Outro exemplo apresentado pelo autor corda azul 28 que possui o significado de mestre cuca (bom cozinheiro), em que a opacidade semntica evidente e as transformaes so proibidas: o azul de sua corda 29 ; uma corda particularmente azul 30 . Notamos, assim, a formao de construes estranhas ou agramaticais quando aplicamos as propriedades transformacionais, comuns s construes livres, nas seqncias congeladas. 4. no-atualizao dos elementos o grupo dos elementos constitutivos de uma seqncia no podem ser atualizados individualmente. Assim, em uma determinada locuo, no pode haver relao predicativa entre os diferentes elementos que esto no alcance do congelamento, o que caracterstica das construes livres. Por exemplo, em relao locuo tomar um casaco 31 , que tem o significado de levar uma rasteira; fazer fiasco, vemos que uma leitura composicional permite a atualizao do complemento casaco: Paulo tomou (um, seu, este) casaco (pegar uma vestimenta); o que no pode ocorrer em se tratando de uma seqncia congelada: Este candidato tomou um casaco (ser derrotado nas eleies, fazendo fiasco). 5. escopo do congelamento - Gross afirma que a situao mais simples aquela em que o conjunto da seqncia congelado, tal como no caso provrbio noite todos os gatos so pardos e do substantivo francs cordon bleu (significando mestre-cuca). Porm, h seqncias em que possvel suprimir a indicao de intensidade representada pela expresso congelada, como em Cavalgar a galope e Congelar a pedra rachar. Conforme o autor, uma descrio lingstica deve dar conta com preciso, para uma seqncia dada, daquilo que congelado e do que no (p.15).
25 Original: Luc a pris la tangente. 26 Original: *La tangente a et prise par Luc. 27 Original: *La tangente que Luc a prise. 28 Original: cordon bleu. 29 Original: * le bleu de ce cordon. 30 Original: *un cordon particulirement bleu 31 Original: prendre une veste. 47 6. grau de congelamento - Em uma dada seqncia, apenas uma parte do conjunto pode ser objeto do congelamento, enquanto que o restante pode pertencer a uma combinao livre. Assim, Gross explica que para exprimir a noo de mestre-cuca no se pode, no caso de cordon bleu, substituir cordon por nenhum outro substantivo nem substituir bleu por nenhum adjetivo. Porm, as seqncias podem apresentar diferentes graus de congelamento. Para exemplificar esta questo Gross, apresenta que fato diverso 32 (descrio simples, o sentido no transparente) mais congelado do que fato histrico (a relao entre o nome e o adjetivo caracterizada por uma grande liberdade, o sentido transparente). Tambm de acordo com o autor, as seqncias congeladas funcionam de maneira compacta, em bloco, exatamente como as categorias simples e erradamente ou por razes de convenincia editorial que elas figuram sob um ou outro dos termos nos dicionrios. Deveriam constituir entradas independentes (p.16). 7. bloqueio dos paradigmas sinonmicos - O autor esclarece que nas seqncias congeladas no h a possibilidade se substituio sinonmica, observao vlida para todas as categorias: substantivo, verbo, adjetivo, advrbio e determinantes nominais. Por exemplo, em bater as botas no podemos fazer substituies do tipo chutar as botas ou bater os sapatos. 8. no-insero - Nessas seqncias, a insero de elementos novos muito reduzida, o que evidencia o fenmeno do congelamento das expresses, as quais no podem ser alteradas, salvo para fins metalingsticos ou humorsticos. Um exemplo relativo a esta propriedade a impossibilidade de insero de elementos nas locues abaixo: sair *[bem, rpido] pela tangente; descascar *[bem, certo] um abacaxi. Alm dessas propriedades, Gross tambm aborda a questo da etimologia das locues. Assim, em relao origem do congelamento, o autor assinala que este pode ter origem externa, fazendo referncia a eventos histricos, mitolgicos e religiosos, ou constituir reminiscncias literrias. Podemos citar como exemplo a locuo atirar a luva (incitar ao combate, luta; desafiar, provocar), em relao a qual o Dicionrio Eletrnico Houaiss da Lngua Portuguesa (2006), doravante DEH, registra a origem: Origina-se do costume medieval que convencionou, como incitao a duelo, o gesto de um cavaleiro lanar a
32 Fato diverso = notcia (jornalstica) do (caderno) cotidiano; noticirio policial ou sensacionalista (Xatara e Oliveira, 2002). 48 manopla na direo daquele a quem desafiasse, o qual, por sua vez, recolhendo-a, dava a entender que aceitara o desafio (DEH, 2006; verbete LUVA). Concluindo a caracterizao geral do congelamento, Gross (p. 22-23) comenta que uma locuo no constitui uma categoria primria, mas se serve de categorias primrias que, desprovidas de atualizao, se combinam para formar unidades polilexicais que tm o mesmo status sinttico das categorias simples. Assim, as locues so unidades intermedirias entre as categorias simples, as quais possuem funes e sintagmas sintticos que perderam a sua atualizao. O autor ainda afirma que, de acordo com suas pesquisas, as seqncias totalmente congeladas so minoritrias em relao quelas que possuem restries parciais. Cumpre registrar que at aqui apresentamos as propriedades gerais atribudas ao congelamento por Gross. Na seqncia, passaremos a mostrar o que este autor postula especificamente para as locues verbais. Para Gross (1996, p.69-70) [grifo nosso], uma seqncia verbo + complemento uma locuo verbal se a unio verbo-complemento no for composicional ou se os grupos nominais so congelados, ou seja, quando no se puder modificlos de forma alguma: os determinantes so fixos e os modificadores proibidos. Segundo o autor, a locuo verbal necessita ter uma distribuio de verbo ou, nos casos dos congelamentos menores, de grupo verbal. Para evitar as habituais confuses que perpassam a rea da fraseologia, Gross esclarece que no trata como locues verbais as frases congeladas (Paris vale uma missa), as construes verbais compreendendo um advrbio congelado (Ele trabalha como um boi) e as construes nominais com verbos de suporte (ter medo). Passamos, agora, a descrever cada um dos grupos no considerados como locues verbais pelo autor. Conforme Gross (1996, p. 71), as frases congeladas, primeiro grupo excludo, so as frases cuja totalidade dos elementos congelada, incluindo-se o sujeito, como os provrbios e as sentenas. Em relao ao segundo grupo, o das construes verbais compreendendo um advrbio congelado, o autor comenta que, nesse caso, no todo o grupo verbal que congelado, mas apenas o advrbio, exprimindo, com freqncia, intensidade ou alto grau. O terceiro grupo excludo, o das construes nominais com verbos de suporte, motivo de muitas divergncias entre os estudiosos, conforme o autor. 49 Em relao a dissonncias que envolvem as construes nominais com verbos de suporte, Gross (1996, p. 72) relata que h uma velha confuso entre as locues verbais e as construes com predicados nominais. Nesse sentido, o autor comenta o que segue: Sob o termo genrico de coalescncia 33 (retomados por Sven Bjrkman 1978), Damourette e Pichon arranjam nas mesmas classes construes como sair pela tangente 34 e tomar uma deciso 35 . Ora, est-se na presena de duas estruturas de natureza completamente diferente. Em tomar a tangente, o conjunto da seqncia que tem um valor predicativo e significa esquivar. O verbo tomar no possui argumentos: no se pode interpretar tangente como o seu complemento. Nenhuma das propriedades habituais do complemento de objeto direto observada. (GROSS, 1996, p. 72) Assim, conforme o pesquisador, observa-se que o sentido de sair pela tangente no composicional dado que nem o sentido do verbo sair, nem o do substantivo tangente, nem o seu produto nos levam acepo de esquivar, porque nesse caso estamos diante de uma estrutura soldada, congelada, de um verbo fig 36 (p. 73). J a estrutura interna de tomar uma deciso tratada como muito diferente da anterior por Gross, visto que nesta os elementos mantm entre si relaes sintticas analisveis: [...] o substantivo deciso um predicado nominal que se pode pr em relao com o predicado verbal decidir, porque caracterizado pelo mesmo domnio de argumentos [...]. O que diferencia estes dois predicados no nem o seu sentido nem a natureza dos seus argumentos, mas o seu estatuto morfolgico e a forma de sua atualizao: um predicado verbal atualizado por suas desinncias prprias (a conjugao) ou por um verbo auxiliar [...] enquanto o predicado nominal atualizado por um verbo de suporte, aqui tomar (GROSS, 1996, p. 73) [grifo do autor]. Devido importncia da questo, Gross (1996, p. 74) exemplifica, ainda, que a partir dos termos locues verbais ou lexias complexas, compara-se, geralmente, expresses como avoir froid 37 (ter/sentir frio) e avoir faim (ter/sentir fome). Realizando a anlise de ambas, o autor traa, primeiramente, as suas caractersticas comuns: so formadas pelo verbo sentir e por um substantivo abstrato e tm em comum certos determinantes: - artigo zero: Lucas sente (fome/frio); - intensificador: Lucas sente muita /o (fome/frio); - comparativo: Lucas sente mais (fome/frio) do que ontem.
33 Termo usado na Lingstica para indicar a unio de unidades que antes podiam ser distinguidas (CRYSTAL, 2000, p. 49). 34 Original: Prendre la tangente. 35 Original: Prendre une dcision. 36 Optamos aqui por no traduzir o termo fig (congelado), por fidelidade ao texto original. 37 Optamos por manter as expresses originais para uma melhor compreenso da explicao do autor. 50 Apresentadas as semelhanas, o pesquisador passa a apresentar as diferenas existentes entre as duas expresses que, segundo ele, seriam muito mais importantes (p.74). Por exemplo, o autor aponta que frio no pode encabear um grupo nominal, ao contrrio de fome; isso ocorre porque a formao de frase relativa no permitida, no francs, em ter frio, mas possvel em ter fome 38 : la faim que Luc a = sa faim (a fome que Lucas tem = sua fome) *le froid que Luc a = *son froid (*o frio que Lucas tem = *seu frio) Estamos, nesse caso, na presena de uma seqncia verbal ter frio, considerada como um verbo sintaticamente congelado, porm no h um congelamento total do verbo devido possibilidade de se associar a ele algum determinante. J a construo ter fome composta pelo predicado nominal fome, atualizada pelo verbo de suporte ter (GROSS, 1996, p.74-75). Gross (1996, p. 75) conclui que a locuo ter frio deve ser classificada como um predicado verbal composto, enquanto a expresso ter fome deve ser considerada como um predicado nominal. O autor aponta que, conforme M. Gross (1988), as construes com verbos de suporte no constituem verbos congelados, no podendo ser consideradas locues verbais. Alguns tipos de predicados nominais possuem verbos de suporte especficos, muitos de origem metafrica, tal como alimentar (um sentimento), declarar (uma ordem). Nesse caso, semanticamente se poderia pensar em congelamento, uma vez que o sentido do verbo no diretamente compatvel com os nomes abstratos que o seguem, porm o seu comportamento sinttico no diferente dos demais verbos de suporte vistos, ou seja, atualizam os predicados nominais que o seguem e podem apagar-se aps a formao de relativa (a ordem que declarou a Paulo/ sua ordem a Paulo). Alm disso, como os outros verbos de suporte, tambm no apresentam nominalizao ( * a alimentao de sentimento). (GROSS, 1996, p. 76). Gross salienta ainda que para definir uma construo necessrio levar em conta o conjunto de suas propriedades (p.76) e que a confuso entre construes predicativas com
38 Para uma melhor compreenso, os exemplos foram mantidos na lngua original. A traduo apresentada dos mesmos de nossa autoria. 51 verbos de suporte e locues verbais invalida certos raciocnios lingsticos (p.77). O autor cita ainda outro exemplo, a seqncia dar ordem, a qual no considerada uma locuo verbal, mas, sim, uma construo de predicado nominal, constituda pelo verbo de suporte dar e o predicado ordem. Para o autor, tendo-se conhecimento das diferenas apresentadas por esses dois tipos de construes, as construes predicativas com verbos de suporte e as locues verbais, um grande nmero de discusses tradicionais perde a sua pertinncia e a definio das locues verbais torna-se um tanto simplificada (p. 78). Gross (1996, p.78) ainda postula os parmetros do congelamento, mostrando, inicialmente, as semelhanas apresentadas pelas locues verbais em relao aos grupos verbais livres: a) locues verbais tm a mesma estrutura interna que os grupos verbais livres; b) locues verbais sempre contm uma forma verbal capaz de ser flexionada (conjugada); c) locues verbais no so todas congeladas no mesmo grau, de forma que h uma continuidade entre os grupos verbais livres e as locues inteiramente congeladas. Em relao s diferenas existentes entre as locues verbais e os grupos verbais livres, Gross (p.78) aponta que os domnios de argumentos dos predicados (verbais, nominais ou adjetivais), quando so livres, podem ser expressos em termos de classes de objetos [grifo do autor]. Um exemplo disso so as construes verbais livres tomar uma aspirina (NOME CONCRETO classe um medicamento) e tomar a auto-estrada( o carro) (NOME LOCATIVO classe via). Notamos que tais exemplos so passveis de substituies, como tomar um comprimido, tomar a rodovia. J as locues verbais, em estruturas idnticas em termos de categorias, apresentam na posio de argumentos, elementos isolados e no classes de objetos, sendo que estes no so suscetveis de nenhum paradigma: no se pode substitu-los nem por um sinnimo nem antnimo (GROSS, p.80). Como exemplo, o autor cita as locues verbais perder o Norte (estar desnorteado, sem rumo), perder a bola (perder a cabea) e perder os pedais (perder o p, o controle da situao). Alm de indicar que os complementos nas locues verbais no formam classes de objetos (caracterstica que, conforme vimos no pargrafo anterior, Gross atribui s construes livres), o autor esclarece que os complementos tambm no so atualizados 52 nessas locues. Por exemplo, o autor ensina que os determinantes, nas construes livres, podem se referir ou a um substantivo predicativo ou a um argumento. Dessa forma, os determinantes dos grupos nominais nas construes livres constituem paradigmas (p.82). Contrariamente, nas locues verbais a determinao variada, e o autor ressalta que, mesmo variada, a determinao obrigatria (GROSS, 1996, p. 83) 39 . O terico afirma que esta descrio necessita de algumas restries. Por exemplo, um elevado nmero de locues verbais compreende um adjetivo possessivo co-referente ao assunto, sendo que a forma deste varia em funo da pessoa, porm esta a nica liberdade possvel, tal como no exemplo apresentado: Paul a cass (sa, *ma) pipe 40 (Paulo partiu seu cachimbo/meu cachimbo). Ainda em relao ao complemento nas locues verbais, G. Gross menciona quatro situaes possveis, j assinaladas por M.Gross (1993): 1. o elemento congelado pode estar em posio de objeto direto sem um segundo complemento este o conjunto mais significativo encontrado por M.Gross 41 : sair pela tangente 42 ; tomar uma resoluo 43 . 2. o primeiro complemento congelado enquanto o segundo livre: deixar [ ] na mo 44 ; engraxar/molhar - a mo de [ ] 45 . 3. o primeiro complemento livre e o segundo congelado: colocar [ ] na linha 46 ; passar um corretivo em [ ]/ dar uma sova em [ ] 47 . 4. os dois complementos so congelados: separar o joio do trigo 48 ; comer gato por lebre 49 .
39 Como exemplo podemos citar as construes j apresentadas: Paulo tomou (um, seu, este) casaco (atualizao do complemento, construo livre) e Este candidato tomou um casaco (no-atualizao do complemento, locuo verbal). 40 A sentena original foi mantida para a compreenso do exemplo. Casser sa pipe = morrer, bater as botas, esticar as canelas. 41 Aproximadamente 5000 locues, conforme a lista de Maurice Gross (G. GROSS, 1996, p. 80). 42 Original: prendre la tangente. 43 Original: franchir le pas. 44 Original: tirer sa rvrence [Nhum]. 45 Original: graisser la patte [Nhum]. 46 Original: mettre [Nhum] au pas. 47 Original: passer [Nhum] tabac. 48 Original: sparer le bon grain de l'ivraie. 53 Gross tambm destaca que ao contrrio dos nomes compostos, dos quais a estrutura interna pode diferir da de um grupo nominal comum, as locues verbais, independentemente do seu grau de congelamento, tm sempre uma estrutura interna padro. Assim, observa-se que no se pode diferenciar as locues verbais das construes verbais comuns apenas superficialmente, preciso analis-las. Convm primeiro desenvolver critrios que permitam decidir se uma seqncia dada deve figurar ou no no dicionrio. (GROSS, 1996, p.83). O estabelecimento dos critrios sintticos para a anlise das seqncias congeladas foi objeto de vrias investigaes, resumidas na tese de S. Mejri (1996). Os critrios, mesmo que todos no tenham o mesmo alcance, apresentam o mesmo sentido, a saber, o de que uma construo ser mais congelada medida que apresentar menos propriedades transformacionais (GROSS, 1996, p.83). Alm dos critrios, que veremos a seguir, Gross (p.84) tambm afirma que as seqncias congeladas podem, por razes ldicas ou de expressividade, ser objeto de descongelamentos. Segundo o autor, o descongelamento consiste em quebrar a restrio que caracteriza as seqncias congeladas, sendo que a tcnica reside em definir um termo misturando a leitura congelada e a composicional. muito usado pela publicidade e em palavras cruzadas, como no exemplo ir com o ventre na terra (rastejar). Porm, como tais jogos lingsticos no provam a liberdade das estruturas em questo, tendo apenas efeito humorstico, o descongelamento, conforme Gross, no pode servir como um critrio de anlise como os outros critrios listados abaixo. Passamos agora, ento, a apresentar cada um dos critrios sintticos apresentados pelo autor para o reconhecimento das seqncias congeladas. Os critrios, de acordo com Gross (1996), so 50 : Apassivao (ou apassivamento) O autor comenta que todos os verbos transitivos livres no apresentam a forma passiva, como os que designam um peso, uma medida ou um preo. Assim, a sua ausncia no caracteriza, necessariamente, uma estrutura congelada: *Cinq kilos sont pess par ce sac. (*Cinco quilos so pesados pelo saco).
49 Original: prendre des vessies pour des lanternes. 50 Os critrios foram por ns traduzidos. Os exemplos originais foram mantidos para uma melhor compreenso. 54 Nos exemplos abaixo, porm, se observarmos a seqncias dupla leitura, iremos constatar que a seqncia congelada no possui estrutura passiva: Paul a pris (attrap) la mouche = Paulo tomou (apanhou) a mosca. (La, cette) mouche a t prise par Paul = (A, esta) mosca foi apanhada por Paulo. Paul a pris la mouche 51 (= Paul sest vexe) = Paulo tomou a mosca (vexou-se) *La mouche a t prise par Paul Existem, contudo, casos em que estruturas congeladas podem ter uma forma passiva, sendo difcil encontrar a razo disso. (GROSS, p. 84). Tambm o apassivamento no pode ser confundido com o que aplicvel s construes com verbo de suporte sem artigo: Ordre et donn la populapion de quitter le village. (Ordem foi dada populao para deixar a aldeia.) Extrao (ou clivagem) De acordo com o terico, a extrao uma mudana de estrutura que aplicvel a um argumento (sujeito ou objeto) quando se trata de opor dois elementos num dado paradigma. Dessa forma, h uma contradio entre a extrao e uma locuo verbal, na qual as posies argumentais no formam classes paradigmticas, mas so obrigatrias. Isso explica a ausncia da possibilidade de extrao em: * Cest la mouche quil a prise. ( a mosca que tomou.) Topicalizao A topicalizao um tipo particular de colocao em evidncia (posio de foco). Para que a topicalizao ou deslocamento seja possvel, necessrio que o determinante seja definido, pois o indefinido bloqueia a transformao.
51 Locuo prendre la mouche = ficar mordido (queimado) toa, ~ por nada; ter pavio curto (Xatara e Oliveira, 2002). 55 Assim, como nas locues verbais os determinantes definidos esto ausentes, no h a possibilidade de topicalizao: *La mouche, tu la prends souvent. (A mosca, a tomas freqentemente.) A topicalizao possvel, porm, no caso de um determinante indefinido ou genrico, graas retomada pelo pronome a (isto, isso, aquilo). Tal alternativa se aplica mais facilmente s locues verbais: Une veste, a prend quand on prepare mal les elctions. (Um casaco, isto se leva quando se prepara mal as eleies) 52 . Pronominalizao Esta transformao, conforme Gross, que tem por origem a topicalizao ou a retomada anafrica, tambm est ausente nas locues verbais: Je lai pris (le large) 53 = Eu o tomei (o alto mar) Contudo, encontra-se pronome em locues verbais: en avoir le coeur net = ter o corao ntido 54
Mas, o pesquisador chama a ateno de que, nesse caso, o pronome no se refere a um substantivo determinado, no tendo o mesmo funcionamento que os verdadeiros pronomes. Relativizao Esta transformao til para fazer a distino entre as construes com verbo de suporte (no consideradas locues verbais pelo autor) e as locues verbais genunas. Assim, ter fome uma construo nominal enquanto que ter frio uma locuo verbal. A relativizao aplica-se primeira, mas no seqncia congelada: la faim que jai eue (a fome que eu tive) *le froid que jai eu (o frio que eu tive)
52 Prendre une veste= levar uma rasteira; fazer fiasco (Xatara e Oliveira, 2002). 53 Prendre le large = estar longe; tomar distncia (Xatara e Oliveira, 2002). 54 Avoir [en] le coeur net = inteirar-se (Xatara e Oliveira, 2002). 56 Interrogao Como as demais transformaes, a interrogao aplica-se normalmente s contrues livres, mas a partir do momento em que a posio do argumento obrigatria, esta propriedade no se verifica: Cet lve a pris la porte. ( Este aluno pegou o rumo da porta.) 55
*Quest-ce que cet lve a pris? = (O que este aluno pegou?) Ao concluir a apresentao dos critrios sintticos, chamamos a ateno para o carter de exceo, assinalado por Gross (1996), que algumas locues podem representar frente s propriedades transformacionais, as quais, em geral, caracterizam as construes livres, no as locues verbais. O autor ainda comenta que se compararmos croquer une pomme (mastigar uma ma), croquer de largent (mastigar dinheiro) 56 e croquer le marmot (trincar o garoto) 57 , constataremos que a relao composicional entre croquer e pomme traduzida por uma completa liberdade de funcionamento em relao aos critrios enumerados: os alimentos ou uma boa parte deles encontram-se em posio de objeto, assim, o complemento pode ser descrito em termos de classes de objetos, e tambm o complemento pode ser atualizado, visto que o determinante livre e refere-se a um objeto determinado: croquer (une, des, ces) pommes. A construo tambm apresenta as propriedades transformacionais, sendo reconhecida como uma seqncia livre. J o segundo exemplo, croquer de largent, compartilha a maioria das propriedades de construo anterior: o objeto uma classe, a determinao muito mais rgida, porm as transformaes apresentam algumas restries. Em relao ao terceiro exemplo, croquer le marmot, o autor comenta que se poderia pensar que se trata de um delrio, pois o significado da locuo revela opacidade total. Dessa forma, conforme Gross, as locues verbais apresentam diversos graus de congelamento, nem sempre claramente visveis, sendo que seria necessrio examinar-se todas
55 Prendre la porte = pegar o rumo da porta (Xatara e Oliveira, 2002). 56 Locuo que significa gastar muito dinheiro. 57 Locuo que significa esperar muito tempo. 57 as seqncias verbais no regulares em relao uma bateria de critrios a fim de se constituir uma tipologia de todas as seqncias que respondem aos mesmos critrios, podendo-se obter centenas de classes diferentes. Passemos, agora, anlise dos postulados de Mejri em relao ao fenmeno do congelamento nas lnguas. Este pesquisador, como veremos, adota muitos dos critrios propostos por Gross (1996). Mejri, na introduo do artigo Le figement lexical (2003-a, p. 23), discute que o congelamento, durante muito tempo ignorado pelos estudos lingsticos, comea a ocupar o seu lugar, em virtude de sua importncia para um melhor conhecimento dos sistemas lingsticos. O autor levanta uma srie de pontos na literatura que mostram que o fenmeno do congelamento constitui um dado fundamental no estudo dos sistemas lingsticos, entre eles: - o congelamento inerente s lnguas naturais: qualquer lngua em uso numa comunidade produz as seqncias congeladas, de acordo com G.GROSS, 1996; - um processo dinmico que se instala na lngua devido ao uso e termina por fixar seqncias de todas as espcies no lxico; - constitui um fenmeno que implica todas as dimenses do sistema, dado que qualquer seqncia congelada uma seqncia inicialmente livre, da qual os constituintes, solidrios, correspondem um significado global. Alm disso, esta seqncia pode sofrer transformaes de natureza morfolgica, fontica e ortogrfica; carregando, assim, todo o sistema do qual produto; - como processo de formao de unidades polilexicais, distingue-se por um campo de ao de largo espectro categorial: todas as seqncias congeladas pertencem s partes do discurso; algumas excedem o corte categorial para ter uma configurao frstica ou infra- frstica, sem corresponder a uma parte do discurso determinada 58 .
58 Segundo Mejri (2003, p.24), se as seqncias frsticas colocam um problema de pertencimento categorial, dado que a frase uma unidade integrante, aquelas a que se chamou infra-frsticas so fruto de um corte que, sem serem frsticas, no correspondem, para tanto, uma parte do discurso, como o caso de la balle est dans le camp de (a bola est com ele [que ele aja!]; isso com ele). 58 - visto sob o ngulo estritamente lexical, o congelamento impe uma releitura dos mtodos de formao das unidades lexicais, mostrando o carter econmico geral da renovao do sistema: se o congelamento ope-se derivao e composio, como estes processos podem ser complementares? O autor tambm chama a ateno para as diversas dimenses que o estudo do congelamento implica: dimenso fontica (ou prosdica), dimenso morfolgica, sinttica e semntica. Em relao dimenso morfolgica, pode-se dizer que os constituintes da seqncia congelada funcionam, dentro da seqncia, da mesma maneira que os formantes da derivao (as bases e os afixos) e os componentes lexicais da composio (MEJRI, 2003-a, p.24). no plano da sintaxe que o estudo do congelamento revela-se mais profcuo, pois, levando-se em conta o carter polilexical das seqncias congeladas e sua boa formao sinttica, tais construes implicam toda a sintaxe que veiculam. Freqentemente considerou-se as SF 59 como blocos que rejeitam qualquer variao, porm estudos atuais demonstram que esta viso no corresponde realidade das SF, que so, ao contrrio, a sede de qualquer gama de variaes (MEJRI, 2003-a, p.26). Quanto semntica, todos os estudos sobre o congelamento no deixam de ressaltar a importncia do sentido no estudo das seqncias congeladas e as contribuies deste estudo para a semntica enquanto disciplina (MEJRI, 2003-a, p.26). Partindo-se de uma das caractersticas relativas semntica de certas SF, a opacidade, seguiram-se discusses extremamente interessantes. A opacidade semntica correntemente associada ao bloqueio sinttico (cf. G.Gross, 1996), isto , qualquer seqncia semanticamente opaca congelada (MEJRI, 2003-a, p. 27). Mejri explica o motivo de o congelamento estar imbricado em todas as dimenses da lngua: Notre rponse est toute simple: cest parce quil sagit dun fait lexical. Le lexique reprsente le sige vers lequel convergent toutes les dimensions: les phonmes ne peuvent avoir dexistence hors des mots ; la syntaxe dite libre ne se conoit quau moyen des units lexicales vhiculant leurs constructions, traduites en termes de contraintes; la smantique prend racine dabord dans le lexique, etc. Puisque le
59 SF = squence fige (s), mantemos aqui a sigla utilizada pelo autor. 59 figement prend son origine dans les mots pour sinstaller dans les mots, il est naturel que son traitement implique les mots. (MEJRI, 2003-a, p.29)
Assim, o autor esclarece que o congelamento, por se tratar de um fato lexical, est imbricado em todas as dimenses da lngua, uma vez que todas as reas de um sistema lingstico (fonolgica, semntica, sinttica, etc) convergem para o lxico. Em outro texto, Mejri (2000, p.18) explica que o carter heurstico do congelamento se d no sentido de que seu estudo favorece a construo de uma viso onde todos os mtodos e processos integram-se, opondo-se e completando-se. Observa-se que Mejri (2003-b), assim como G. Gross (1996), ao qual faz referncia, tambm aborda a polilexicalidade como uma caracterstica importante do congelamento. Segundo ele, o carter polilexical pode ser considerado um trao distintivo das SF; devendo associar a conformidade da seqncia s regras sintticas do sistema. Alm da polilexicalidade, Mejri (2002) retoma os demais critrios apresentados por G. Gross (1996) que permitem determinar se uma seqncia congelada ou no, reconhecendo que a obra deste autor pode ser considerada como uma das referncias mais slidas sobre a questo. Cabe-nos, agora, aps a apresentao da fundamentao terica de Gross (1996), justificar a escolha da proposta deste autor para embasar a classificao das locues verbais coletadas do dicionrio geral de lngua, conforme o objetivo desta dissertao. Primeiramente, gostaramos de dizer que elegemos esta proposta porque no encontramos outra que apresente critrios to claros para a observao do grau de congelamento das construes verbais, particularmente em se tratando de critrios de ordem sinttica. Como vimos, outra autora que se preocupa especificamente com a anlise das locues verbais Hundt (1994). Porm, a autora inclui em sua classificao de quatro tipos de construes, conforme o grau de fraseologicidade, as construes com verbo de suporte, ao contrrio de Gross. Pois bem, como o objetivo desta pesquisa estudar as locues citadas pelo DEH e ver se so exatamente fraseologias, no pretendemos classific-las, da forma como o faz Hundt, mas sim analis-las, constatando se podem receber tal designao, constituindo de fato seqncias congeladas. Por isso, optamos pela proposta de G.Gross que, j de incio, e tambm de forma didtica, apresenta o que no classifica como locuo verbal: as frases congeladas, as construes verbais compreendendo um advrbio congelado e as construes nominais com verbos de suporte. 60 Alm disso, consideramos que a descrio de Gross para este fenmeno , ao mesmo tempo, simples e completa. Isso porque o autor parte de vrios conceitos do mbito dos estudos fraseolgicos at chegar construo da definio do que considera como locuo verbal, um tipo de ULC. Aliado a isto, observamos na proposta deste autor uma preocupao com o reconhecimento das caractersticas sintticas e semnticas apresentadas por essas ULCs, como se pode observar nas propriedades gerais que aponta para o fenmeno do congelamento: a polilexicalidade, a opacidade semntica, o bloqueio das propriedades transformacionais (a apassivao, por exemplo), a no-atualizao dos elementos, o escopo e grau do congelamento, o bloqueio sinonmico e a no-insero de elementos. Em segundo lugar, o terico exemplifica uma srie de critrios para o reconhecimento destas seqncias congeladas (apassivao, extrao, topicalizao, pronominalizao, relativizao e interrogao). Dessa forma, mesmo que o prprio estudioso reconhea que estes ltimos critrios no so, conforme o nosso entendimento, to definitivos para o reconhecimento e classificao das locues verbais, pois seu uso pode constatar situaes de exceo, eles complementam os outros, o que permite termos uma viso global da locuo. Neste sentido, concordamos com Mejri (2003-a) quando este diz que atravs desses critrios possvel se ter a viso dos pontos essenciais que determinam o traado da srie contnua (p.26) na qual se inscrevem as seqncias congeladas. Assim, temos seqncias totalmente congeladas de um lado e de outro, seqncias menos congeladas, em diferentes graus. Em relao a este ltimo caso, o autor esclarece que: Neste ltimo lote, seria necessrio localizar as SF cujo bloqueio mnimo, e com base nisso, uma escala de congelamento de acordo com o princpio seguinte: uma sequncia mais congelada do que outra se apresenta um nmero de elementos de bloqueio sinttico superior. Em termos concretos, isso significa que o estudo das SF necessita a retomada de todas as perguntas da sintaxe. Cada tipo de seqncia deve ser analisado atravs das transformaes prprias categoria gramatical a qual ela pertencer, ou seja, a sintagmas nominal, adjetival, verbal, adverbial, etc. (MEJRI, p.26) Assim, pensamos, da mesma forma que Mejri, que Gross, partindo do princpio de que quanto menos transformaes uma seqncia aceitar, mais congelada , apresenta sistema eficiente para a descrio do fenmeno. Em sntese, mesmo que Gross reconhea que as locues verbais apresentam diversos graus de congelamento e que estes nem sempre so to claramente visveis, ao concluir que seria necessrio se examinar todas as seqncias verbais no regulares, podendo-se obter 61 centenas de classes diferentes afim de se construir uma tipologia; acreditamos, conforme j dissemos, que seu trabalho uma obra de referncia dos estudos fraseolgicos. Como vimos, o autor reconhece a problemtica da delimitao e classificao das locues verbais, e pensamos que tal tarefa facilitada com a adoo dos critrios de reconhecimento por ele estabelecidos. Nesta seo, vimos os postulados de G.Gross para a caracterizao das locues verbais. Ento, procuramos mostrar as principais definies assumidas pelo autor para conceitos do mbito dos estudos lexicais, tal como palavra derivada e palavra polilexical, congelamento, idiotismo, locuo, entre outros. Tambm vimos que o autor define claramente a locuo verbal como uma seqncia de verbo-complemento se tal unio for composicional ou se os grupos nominais forem congelados. Alm disso, Gross apresenta o que no considera como locuo verbal, a saber, as frases congeladas, as construes verbais compreendendo um advrbio congelado e as construes nominais com verbos de suporte. Alm disso, destacamos as propriedades gerais elencadas por Gross como caractersticas do fenmeno do congelamento, tal como a opacidade semntica, a no-atualizao dos elementos, o grau de congelamento e a no-insero de elementos novos; e os critrios que o mesmo aponta para o reconhecimento das locues verbais, tal como a extrao, a topicalizao, a relativizao e a interrogao.
RESUMO Neste captulo, abordamos, inicialmente, as dificuldades que atravessam a tarefa de reconhecimento e classificao das ULCs. A partir de ento, passamos a apresentar brevemente o ponto de vista terico de importantes autores em relao fraseologia: Saussure (1977), Bally (1951), Casares (1950), Hundt (1994) e Mejri (2000, 2002, 2003-a, 2003-b). Ao compararmos as vises dos diferentes pesquisadores, percebemos que a maioria define a fraseologia como uma unidade polilexical, destacando como suas principais caractersticas a estabilidade sinttica e semntica, a fixao e a idiomaticidade. Contudo, verificamos que h muitas divergncias quanto s designaes utilizadas para nomear tais unidades, bem como no h conformidade em relao s classificaes propostas para o fenmeno. 62 Entre tantos estudos e propostas de anlise, justificamos nossa opo pela proposta de G. Gross (1996) para o reconhecimento e a delimitao dos graus de cristalizao das locues verbais que analisaremos nesta pesquisa. Dando prosseguimento ao nosso estudo, no prximo captulo veremos como as locues verbais so registradas e designadas nos dicionrios gerais de lngua. Alm disso, iremos conhecer tambm um pouco melhor a obra lexicogrfica que ser aqui examinada. CAPTULO 3 REGISTRO DAS LOCUES VERBAIS EM DICIONRIOS GERAIS DE LNGUA
No captulo 1, vimos o que constitui uma abordagem metalexicogrfica dos estudos de cunho lexical e tambm definimos o nosso objeto de estudo, as locues verbais. No captulo 2, aps apresentarmos o ponto de vista terico de diversos autores no que diz respeito ao estudo das locues, assumimos a proposta de G.Gross para a anlise de tais unidades, justificando nossa escolha no fato de que esta eficiente para a descrio do fenmeno. Neste captulo vamos observar como se d o registro de tais unidades nos dicionrios gerais de lngua. Apresentaremos, na seo 3.1, o que constituem os dicionrios e trataremos de questes especficas ao dicionrio geral de lngua; passando, em seguida, na seo 3.2, a apresentar como se d o registro das locues em dicionrios gerais de lngua; e, por ltimo, na seo 3.3, discutiremos a nomenclatura adotada para o registro das locues, analisando tambm como estas ULCs esto sendo tratadas nesses mesmos dicionrios. 3.1 O DICIONRIO GERAL DE LNGUA Nesta seo, mostraremos que se entende por dicionrio e apresentaremos as caractersticas relativas ao tipo de dicionrio que nos interessa na presente dissertao, o dicionrio geral de lngua, isso porque utilizaremos, na anlise, um dicionrio eletrnico geral da Lngua Portuguesa do Brasil: o DEH. Alm disso, trataremos de questes relativas organizao interna desse tipo de obra lexicogrfica. De acordo com Biderman (2002) 60 , o dicionrio registra o lxico de uma lngua. A autora tambm afirma que, para o dicionarista Alain Rey, o dicionrio constitui a memria lexical de uma sociedade; contm o acervo e o registro das significaes que nossa memria no capaz de memorizar (Petit Robert, Prefcio, XVII). Alm disso, o dicionrio representa uma organizao sistemtica do lxico (BIDERMAN, 1998, p. 29). Segundo a autora, o dicionrio congela uma realidade dinmica, sendo que o consulente atribui a tal obra lexicogrfica uma posio de autoridade lingstica (BIDERMAN, 2002). A autora ainda lembra que o dicionrio constitui um produto cultural
60 Informamos que no h numerao nas pginas deste texto de Biderman (2002). 64 destinado ao consumo do grande pblico, sendo assim, tambm um produto comercial, o que o torna diferente de outras obras culturais. (BIDERMAN, 1998, p.130). Smith (2005, p.183) apresenta a relao entre o lxico, considerado como um patrimnio individual e social, e o dicionrio, visto como um espao de atualizao e consolidao de formaes discursivas e ideolgicas instanciadas scio-historicamente. De acordo com Yzaguirre (2007) 61 , dez so os critrios que podem ser aplicados para a tipificao de um dicionrio: nmero de lnguas; seleo das entradas 62 ; tipo de suporte; tipo de orientao; orientao temporal; tipo de informao apresentada no verbete; forma de apresentao dos dados; dimenso da obra, tipos de consulentes e funes do dicionrio. No que diz respeito aos dicionrios gerais de lngua, tomando como exemplo o DEH, esses critrios podem ser sintetizados da seguinte maneira: C CR RI IT T R RI IO O D DE E C CL LA AS SS SI IF FI IC CA A O O
D DE EH H N N m me er ro o d de e l l n ng gu ua as s
monolnge
S Se el le e o o d da as s e en nt tr ra ad da as s lxico geral da lngua
T Ti ip po o d de e s su up po or rt te e eletrnico
O Or ri ie en nt ta a o o orientao descritiva; orientao prescritiva ou institucional
O Or ri ie en nt ta a o o t te em mp po or ra al l sincrnica e diacrnica
T Ti ip po o d de e i in nf fo or rm ma a o o informao lingstica; informao enciclopdica
D Di im me en ns s o o
dicionrio grande
F Fo or rm ma a d de e a ap pr re es se en nt ta a o o grfica
T Ti ip po o d de e u us su u r ri io o pblico em geral; especialista; estudantes; mediadores lingsticos; crianas; turistas
F Fu un n e es s produo de textos; compreenso de textos; correo; prescrio (normatividade); ensino; entretenimento; divulgao
Quadro 04 - O DEH segundo a tipologia de Yzaguirre (2007).
61 Informamos que no h numerao nas pginas deste texto de Yzaguirre (2007). 62 O termo entrada utilizado nessa dissertao tambm sob os sinnimos lema ou palavra-entrada. 65 Assim, primeiramente, segundo o autor, o lexicgrafo deve escolher o tipo de dicionrio em relao ao nmero de lnguas (monolnge, bilnge, bilingualizado e plurilnge). Nesta perspectiva, o dicionrio objeto de nossa investigao monolnge, o qual: [...] describe las unidades de una lengua mediante esta misma lengua. Los diccionarios monolinges prototpicos son los diccionarios generales de lengua pero tambin pueden incluirse en este grupo los diccionarios de aprendizaje monolinges. Se suele considerar que la informacin ms importante es la semntica transmitida mediante definiciones -, pero tambin incluyen outro tipo de informaciones (gramatical, pragmtica, etc.) (YZAGUIRRE, 2007).
Yzaguirre, ento, pontua que este tipo de dicionrio descreve os itens lexicais da lngua a partir desta mesma lngua, destacando o prevalecimento da informao semntica em relao s demais. Conforme o autor, a etapa seguinte na elaborao da obra lexicogrfica diz respeito a seleo das entradas do dicionrio geral de lngua, o qual apresenta uma mostra representativa das unidades lxicas de uma lngua. Este tipo de dicionrio, nas palavras do autor, tipicamente monolnge e pode servir para vrias finalidades. A terceira deciso a ser tomada pelo lexicgrafo tem relao com o tipo de suporte em que ser apresentada a informao do dicionrio (papel 63 ou eletrnico). Segundo Yzaguirre, a informao apresentada em formato eletrnico - como, por exemplo, em um CD- ROM, como o caso do DEH, ou atravs da Internet - permite armazenar grandes quantidades de informao com dados no somente textuais, mas tambm grficos e acsticos. O autor destaca que o acesso muito mais rpido e, como o produto no linear, proporciona variadas formas de buscas, porm, isso tambm exige um consulente mais habituado a trabalhar com a informtica. Em continuidade, o terico explica que o lexicgrafo precisa optar pela elaborao de um produto com uma orientao descritiva ou com uma orientao prescritiva ou institucional. Vejamos como o autor define os dicionrios de orientao descritiva: los diccionarios con una orientacin descriptiva recogen el uso lingstico sin la voluntad de establecer lo que es normativo aunque pueden incluir informacin de este
63 Em relao ao dicionrio impresso, Yzaguirre (2007) ressalta que at h pouco tempo foi o suporte habitual da informao, organizado de forma alfabtica ou temtica, em ordem seqencial. 66 tipo. Sin embargo, por el mero hecho de tratarse de um producto publicado por una instituicin es evidente que los diccionarios adquieren cierto valor social. (YZAGUIRRE, 2007).
Assim, fica claro que os dicionrios descritivos no priorizam o estabelecimento do que normativo na lngua. Paralelamente, os dicionrios de orientao prescritiva no evidenciam o uso, mas a norma. Tais obras so elaboradas pela autoridade lingstica de tradio lexicogrfica correspondente. A quinta deciso que auxiliar na configurao das caractersticas do dicionrio faz referncia orientao temporal do dicionrio (sincrnica ou diacrnica). Os dicionrios de orientao sincrnica descrevem a lngua no momento em que se produz o dicionrio, mas, tambm podem incluir unidades que tm valor histrico, priorizando, contudo, as palavras do momento. (YZAGUIRRE, 2007). Os dicionrios de orientao diacrnica 64 , por sua vez, descrevem a lngua de um perodo de tempo limitado que o lexicgrafo determina, distinguindo-se os etimolgicos (origem das palavras) dos histricos (evoluo das palavras ao longo do tempo). Tambm preciso estabelecer, conforme o autor, o tipo de informao que conter o dicionrio (informao lingstica, informao enciclopdica). A informao lingstica diz respeito pronunciao e grafia das palavras, suas caractersticas gramaticais, seu significado, seus valores de uso e as relaes com outras unidades lexicais. J a informao enciclopdica refere-se informao extralingstica, relacionada ao contexto (cultural, social, poltico, econmico, etc.), o qual complementa a informao sobre a palavra. Ainda se faz necessria a definio da forma de apresentao da informao, subdividida em grfica, que a forma tradicional, na qual a informao veiculada por meio de unidades da lngua; e visual, em que a informao est organizada atravs de desenhos agrupados tematicamente.
64 De acordo com Barros (2005, p. 15), o DEH apresenta uma perspectiva diacrnica, conforme pode ser verificado na apresentao do dicionrio: Do trabalho geral resultou uma obra [...] que no privilegia determinada faixa cronolgica ou geogrfica da lngua. Versa diacronicamente sobre fenmenos no apenas do portugus contemporneo do Brasil e de Portugal, mas ainda, embora de forma seletiva, sobre vocbulos da lngua antiga e da arcaica, cujo registro se justifica pelo percentual de sua ocorrncia na histria da literatura portuguesa (DEH, 2006). 67 De acordo com Yzaguirre, a deciso seguinte faz referncia s dimenses 65 do dicionrio: grande (em torno de oitenta mil entradas), mdio (aproximadamente 40 mil entradas) e pequeno (mil entradas). Na seqncia, o autor esclarece que se deve estabelecer o tipo ou tipos de usurios do dicionrio. Segundo ele, o pblico a que se destinam os dicionrios um grupo muito heterogneo, formado por setores diferentes da populao, os quais tm interesses variados e utilizam os dicionrios para as mais distintas finalidades. Assim, Yzaguirre aponta que a classificao de usurios proposta deve ser aberta, de forma que todos os possveis usurios sejam contemplados: especialistas (investigadores, profissionais de vrias reas, tradutores especializados), pblico em geral (consultor espordico), estudantes de lngua nativos, estudantes de lngua no nativos, estudantes de especialidade (em fase de aprendizagem de alguma especialidade), mediadores lingsticos (fillogos, tradutores, intrpretes), crianas e turistas. Tendo em vista que os usurios utilizam os dicionrios para diferentes finalidades, a adequao destas obras s necessidades do consulente um aspecto que deve ser observado no projeto de elaborao dos mesmos. Dessa forma, devem ser previstas as seguintes funes dos dicionrios: produo de textos (em uma lngua ou em mais de uma), compreenso de textos, correo, prescrio (normatividade), ensino (busca de significado, definio), entretenimento (utilizao em atividades ldicas) e divulgao (transmisso de conhecimento especializado a usurios que no so especialistas). Assim, percebemos que o lexicgrafo dever tomar uma srie de decises para a confeco do dicionrio, conforme Yzaguirre. Conseqentemente, tais escolhas condicionaro, de acordo com o autor, as demais decises que sero adotadas em relao superestrutura, macroestrutura e microestrutura do dicionrio. Em relao a isso, consideraremos que todos os dicionrios apresentam um modelo estrutural que corresponde a uma tripla dimenso (Boulanger, 2001, p. 11), a qual representamos abaixo, atravs do seguinte esquema:
65 O DEH, dicionrio que iremos analisar nesta dissertao, considerado um dicionrio grande, uma vez que possui registro de 228.500 unidades lxicas.
68
Esquema 02 Nveis estruturais do dicionrio. O nvel da superestrutura corresponde estrutura geral do dicionrio (parte inicial, corpo e parte final). A macroestrutura constitui a lista de palavras-entrada que comporo a nomenclatura do dicionrio (BIDERMAN, 2002), ao passo que a microestrutura diz respeito ao verbete. Outro autor que tambm abordou a tipologia de dicionrios Quesada (2001) 66 . De acordo com a autora, a tipologia de dicionrios ampla e seus contedos muito diversos. Pode-se determinar uma primeira diferena entre os dicionrios que intentam tratar da totalidade da lngua, os gerais, e aqueles que no permitem gerar um discurso porque no contm todos os tipos de palavras (Rey, 1995: 114) e se centram somente em um aspecto da lngua como poderiam ser determinadas unidades fraseolgicas. Como segunda diferena, Quesada (2001) cita a classificao que parte da macroestrutura, a saber, o termo lexicogrfico para descrever a distribuio do conjunto de lemas (entradas lxicas). Conforme o nmero de lista de palavras que apresentar, um
66 As pginas deste texto de Quesada (2001) no esto numeradas.
M MA AC CR RO O- - E ES ST TR RU UT TU UR RA A
M MI IC CR RO O- - E ES ST TR RU UT TU UR RA A
S SU UP PE ER R- - E ES ST TR RU UT TU UR RA A
D DI IC CI IO ON N R RI IO O: :
N N V VE EI IS S E ES ST TR RU UT TU UR RA AI IS S 69 dicionrio pode ter uma ou mais macroestruturas. De acordo com a mesma autora, a macroestrutura pode estar ordenada atravs de uma classificao sistemtica (dicionrios onomasiolgicos), ideolgica ou analgica (dicionrios ideolgicos) ou alfabtica (dicionrios semasiolgicos). O dicionrio onomasiolgico 67 parte do significado para indicar o significante, o dicionrio ideolgico apresenta os lemas organizados por seu contedo temtico e o dicionrio semasiolgico, por sua vez, distribui os lemas em ordem alfabtica. Apesar de haverem muitas discusses sobre qual a melhor forma de organizao da macroestrutura dos dicionrios, verifica-se uma preferncia pelo ordenamento alfabtico, a saber, pelos dicionrios semasiolgicos (PACHECO, 2002, p.15). Mattos (1990) bastante esclarecedor quanto organizao dos dicionrios. De acordo com o autor, toda obra lexicogrfica apresenta um conjunto de unidades, dispostas em alguma ordem de fcil acesso, mais freqentemente alfabtica (p. 300), em que cada uma dessas unidades um artigo. Em relao ao conjunto de artigos, o autor ensina-nos que: O conjunto de artigos permite identificar o produto lexicogrfico por uma caracterstica muito clara: o comparecimento de sintagmas e paradigmas. (...) Os dois eixos, o sintagmtico e o paradigmtico, constituem respectivamente, a microestrutura e a macroestrutura da obra lexicogrfica. (MATTOS, 1990, p. 300-301). Assim, o autor esclarece que todo artigo 68 constitui um sintagma, a saber, uma cadeia estabelecida pela sucessividade dos elementos linguageiros (p. 301). E, sendo o artigo um sintagma, deve possuir uma estrutura sinttica em que se articulem os dois elementos que o constituem: a entrada e o verbete (MATTOS, 1990, p.301). A entrada caracteriza-se como o elemento essencial do artigo, por principiar cada artigo e tambm por representar uma descoberta do lexicgrafo. Assim, cada uma das entradas pr-existe ao trabalho lexicogrfico e a sua presena ou ausncia na obra depende da escolha do autor (MATTOS, 1990, p. 301).
67 Os conceitos de onomasiologia e semasiologia j foram apresentados na seo 1.2. 68 O autor explica que, devido ao fato de nossa lngua possuir as palavras artigo e verbete, prefere especializar o significado de cada uma delas para dispor de um termo para falar da palavra de entrada e do que se lhe segue (artigo) ou apenas do que se lhe segue (verbete) (MATTOS, 1990, p. 301). 70 J o verbete constitui o elemento acidental do artigo, caracterizado por implicar uma criao do lexicgrafo. Dessa forma, o lexicgrafo o seletor das entradas, mas o redator dos verbetes (MATTOS, 1990, p. 308). Em relao construo do verbete, Mattos (1990, p. 308), enfatiza o uso do bom senso, cabendo ao autor do dicionrio a adoo de uma teoria semntica que possa lev-lo a estruturar adequadamente o conjunto dos traos que definem tautologicamente a entrada. No verbete, deve ficar implcito o trajeto semntico 69 que subjaz a sua elaborao. O autor ainda complementa, dizendo que, [...] o verbete constitui a atividade central do autor e deve encerrar o objetivo da clientela: um erro na escolha das entradas, por excesso ou por falta, perturba menos que um erro de verbete, que pode produzir conseqncias bem mais graves. Por isso, preciso um cuidado extremo com os aspectos de seleo, redao e forma de um verbete (MATTOS, 1990, p. 311).
Assim, Mattos reitera a importncia das decises tomadas pelo lexicgrafo quanto seleo e o registro de um verbete. Alm disso, em relao ao verbete, o autor esclarece que o mais importante o seu contedo, a saber, a informao, que um conjunto de informes (p.328). Vejamos como Mattos sintetiza a funo da obra dicionarstica: O produto mais ambicioso da Lexicografia o dicionrio de lngua, uma obra simultaneamente geral e total, e o seu objetivo norteador deve ser o domnio ativo da lngua. A conseqncia o cuidado meticuloso com cada verbete: alm dos informes gramaticais, diretos e indiretos, devem aparecer os limites precisos do significado e das inferncias que a palavra veicula (MATTOS, 1990, p. 329).
Em relao estrutura do artigo, Mattos (1990, p. 332), aponta os itens que o compem: a entrada, a parfrase, o sinnimo, o exemplo e o antnimo. Segundo o autor, a parfrase o elemento inicial do verbete, de preferncia feita com informes significativos, devendo empregar-se os referenciais apenas na impossibilidade dos primeiros.
69 A teoria do trajeto semntico considera o acontecimento uma interrupo espcio-temporal e toma para ele a analogia de um trajeto: alguma coisa (carga) parte de um ponto inicial (origem) e procura um ponto final (destino), seguindo um determinado caminho (percurso), para constituir o acontecimento (fato) (MATTOS, 1990, p. 308). Toda palavra pode ser definida em termos de um desses elementos ou de seu conjunto, segundo o autor. 71 O encerramento do verbete se d atravs da remisso, a qual deve ser utilizada com cautela, por implicar desencanto e dispndio de maior tempo. H dois tipos de remisso: a obrigatria, que omite informaes, as quais necessitam ser procuradas no ponto assinalado; e a facultativa, que sugere a consulta a um segundo artigo, apenas no desejo de se obter informaes complementares (MATTOS, 1990, p. 334). Vejamos, ento, o quadro que rene a composio do artigo no dicionrio de acordo com Mattos: C CO OM MP PO ON NE EN NT TE ES S
D DE EF FI IN NI I O O A Ar rt ti ig go o constitudo pela palavra de entrada e o que lhe segue, o verbete.
E En nt tr ra ad da a o elemento essencial do artigo e o seu componente inicial.
V Ve er rb be et te e Constitui o elemento acidental do artigo, o que segue a palavra de entrada (parfrase, sinnimo, exemplo e antnimo) Encerra-se com a remisso.
Quadro 05 Composio do artigo no dicionrio segundo Mattos (1990).
Mattos (1990, p. 313) ainda esclarece que no dicionrio, o emprego da palavra pode ser material (pronncia e escrita) ou funcional (sintaxe e semntica), sendo que tais itens constituem o cerne da obra tipicamente lexicogrfica. freqente, porm, a referncia origem da palavra para alm da diacronia da respectiva lngua, talvez porque parea que o passado sancione o presente. O autor da obra lexicogrfica precisa estar consciente de que se ocupa de palavras (o dicionarista) ou de coisas (o enciclopedista), mas no dos comportamentos que elas acarretam entre os falantes (p. 317). Tambm deve ser eliminada toda regularidade inteiramente dominada pela intuio do falante, evidentemente na obra monolnge (p. 323). Acrescentamos a observao de Finatto, que corrobora e encerra o que foi apresentado at aqui: [...] o dicionrio [...] um importante objeto de investigao sobre a natureza da linguagem na medida em que o texto-verbete pode ser considerado como uma representao estrutural da lngua dada sua organizao sintagmtica e paradigmtica. O dicionrio [...] uma tentativa de reproduzir uma concepo estrutural de lngua. Assim, a entrada do dicionrio procura dar conta de uma imagem da lngua e do lxico 72 especificamente quando: a) resgata propriedades gramaticais sintticas, morfolgicas e fonolgicas da unidade lexical; b) recobre alguns contextos de ocorrncia dos lexemas pela indicao de exemplos ou contextos de ocorrncia; c) fornece uma parfrase resumida do significado atribudo unidade lexical e indica seus sinnimos e antnimos. [...] em sua dimenso macroestrutural, o dicionrio fornece uma viso das relaes de sentido estabelecidas entre as diferentes unidades do vocabulrio, constituindo, mesmo que parcialmente, alguns campos lexicais (FINATTO, 1996, p. 97). Passamos, agora, construo da descrio do que constitui um dicionrio geral de lngua, apoiando-nos para tanto, principalmente, nas contribuies de Biderman (1998), Boulanger (2001), Krieger e Finatto (2004) e Quesada (2001). Sob o ponto de vista de Biderman (1998, p.130), no conjunto dos dicionrios de lngua, o dicionrio geral de lngua est entre os modelos mais usados nas sociedades contemporneas, alm de outros modelos reduzidos (mini-dicionrios, dicionrios escolares). A autora afirma, sobre o dicionrio geral de lngua, que este [...] pode aproximar-se do ideal de descrever e documentar o lxico de uma lngua. Ainda assim, esse ideal sempre intangvel, j que o lxico cresce em progresso geomtrica, hoje sobretudo, em virtude da grande acelerao das mudanas socioculturais e tecnolgicas (BIDERMAN, 1998, p.130) [grifo da autora]. De acordo com Krieger e Finatto (2004, p.49), muitos so os princpios de organizao dos dicionrios gerais de lngua, obras que privilegiam a palavra como entrada de verbete. As autoras apontam ainda as transformaes pelas quais vem passando a Lexicografia, dentre elas a passagem do paradigma prescritivo, adotado tradicionalmente pela disciplina, em favor de um modelo descritivo. Como conseqncia, em vez de privilegiar determinadas formas lexicais como exemplos do bem-dizer, os dicionrios passaram a registrar as mais diferentes realizaes lingsticas, naturais ao funcionamento integral da linguagem. Os dicionrios monolnges semasiolgicos 70 gerais de lngua dividem-se em dicionrios direcionados a falantes nativos e dicionrios dirigidos aos estudantes de uma lngua, sendo que os primeiros tendem a oferecer uma viso mais ampla da lngua do que os segundos, que tm como objetivo cobrir as palavras mais comuns de uma lngua (QUESADA, 2001).
70 Conforme explicitado no incio da seo, so os dicionrios de ordenao alfabtica. 73 Em relao a esses dicionrios, Quesada ensina-nos que: Las entradas en los diccionarios monolinges se organizan generalmente en orden alfabtico y los lemas de cada entrada pueden estar constituidos por una sola palabra o unidades polilxicas. El cuerpo de la entrada, la microestructura, puede estar subdividida incluyendo una o ms caractersticas del lema o de frases que la contengan. Se puede incluir adems informacin etimolgica, una descripcin fontica, una indicacin de la categora gramatical, una definicin de cada una de las acepciones del lema y ejemplos que ilustran el uso. Los usuarios consultan estos diccionarios para informarse del significado de una palabra, su pronunciacin, o asegurarse de que su conocimiento sobre tal palabra es certero (QUESADA, 2001) 71 . Analisando a citao acima, percebemos que Quesada esclarece bem os aspectos ligados forma de organizao (como por exemplo ordem alfabtica, constituio dos lemas em uma palavra simples ou polilxica) e funo (como a consulta do significado, pronncia) dos dicionrios monolnges. J Boulanger (2001, p. 10) atenta para o fato de que os dicionrios gerais monolnges 72 registram grande quantidade de termos tcnicos e cientficos, o que contribui at para uma confuso, sob o ngulo lexicogrfico, entre Lexicografia e Terminografia. O autor aponta que os dicionrios gerais monolnges so utilizados de forma didtica, uma vez que informam sobre a lngua e suas diversas facetas (p. 12), as quais envolvem regularidades gramaticais e morfolgicas, dificuldades e armadilhas lexicais, entre outras. Esse tipo de dicionrio visa a explicar a totalidade funcional das palavras de uma lngua, medida que o lexicgrafo procura apresentar ao usurio da obra todas as informaes necessrias produo de discursos nessa lngua, de forma recursiva e indefinida. (BOULANGER, 2001, p. 16). O mesmo autor explicita que a afirmao remete a dois aspectos importantes: 1. O dicionrio deve, pois, consignar, reunir e descrever palavras [...] do discurso, tanto as [...] gramaticais (palavras instrumentos: preposies, conjunes, determinantes, etc.) quanto as [...] lexicais (as palavras livres comuns simples, compostas, complexas as infra-palavras os morfemas formadores, os elementos de formao greco-latinos e as supra-palavras as seqncias frsicas: locues, expresses, provrbios, fraseologismos, etc.). [...] 2. O dicionrio deve fornecer o mximo de informaes funcionais sobre cada palavra: grafia, pronncia, categoria lxico-gramatical, sentido, etc. (BOULANGER, 2001, p. 16).
71 Informamos, novamente, que este texto de Quesada (2001) no est paginado. 72 Boulanger (2001) designa o dicionrio geral de lngua de dicionrio geral monolnge. Por fidelidade ao que o autor apresenta, decidimos manter aqui a mesma designao. 74 Alm disso, o dicionrio geral monolnge pode ser considerado como o reflexo de uma norma social e cultural, que observada e matizada, entre outras, pelas marcas de uso. O registro do uso aponta nveis e situaes de emprego das palavras em relao a uma clientela definida anteriormente construo da obra lexicogrfica. (BOULANGER, 2001, p. 24). Boulanger (2001) tambm constata que as entradas de dicionrios so dominadas pelas unidades simples e compostas, que sozinhas constituem em torno de 99% das nomenclaturas. J as ULCs so recuperadas em subentradas ou no corpo dos artigos, utilizando-se mecanismos diversos. (p.24). E a ordem alfabtica a privilegiada em relao a apresentao dos artigos no dicionrio geral monolnge, sendo que se houver uma macroestrutura dupla, tal ordem tambm ser utilizada nas subentradas, a no ser que essas sejam dadas respeitando-se antes a ordem cronolgica de seu aparecimento na lngua (p.25). Para Finatto (1996, p. 96), os dicionrios monolnges, gerais ou enciclopdicos, procuram, ao lado das gramticas, mostrar a maneira como a linguagem est organizada, recuperando a estrutura das relaes estabelecidas entre os seus signos constitutivos. Esse tipo de dicionrio, ao esclarecer o significado das palavras, almeja a descrio do lxico em diferentes e possveis funcionamentos, possibilitando ao consulente que, a partir desta informao, aliada sua competncia lingstica, opere com as unidades lexicais. Dessa forma, o que ocorre um processo de lematizao, no qual o dicionrio retira da lngua unidades do vocabulrio e realiza a sua apresentao de forma sistemtica, permitindo ao usurio efetuar a reintegrao do elemento ao sistema lingstico. Assim, o dicionrio deve informar sobre a funcionalidade do elemento lematizado (FINATTO, 1996, p. 99). A fim de sintetizarmos as principais concepes de dicionrio geral de lngua, montamos um quadro com as definies de autores vistos nessa seo:
75 A AU UT TO OR R A AN NO O D DI IC CI IO ON N R RI IO O G GE ER RA AL L D DE E L L N NG GU UA A
Biderman 1998 Pode aproximar-se do ideal de descrever e documentar o lxico de uma lngua.
Boulanger 2001 Tipo de dicionrio que procura explicar a totalidade funcional das palavras de uma lngua, medida que o lexicgrafo procura apresentar ao consulente todas as informaes necessrias produo de discursos nessa lngua, de forma recursiva e indefinida.
Krieger e Finatto 2004 Obra que privilegia a palavra como entrada de verbete.
Yzaguirre 2007 Obra que apresenta uma mostra representativa das unidades lxicas de uma lngua. tipicamente monolnge e pode servir para muitas finalidades.
Quadro 06 Concepes de dicionrio geral de lngua.
Examinando o quadro, vemos que as concepes so complementares e que fica evidente que o dicionrio geral de lngua constitui a obra lexicogrfica que procura apresentar uma mostra, se no total, pelo menos representativa das unidades lexicais de determinada lngua. E esta idia de dicionrio geral de lngua que estamos adotando na presente dissertao. Como exemplos de dicionrios gerais da Lngua Portuguesa, podemos citar o Novo Dicionrio Eletrnico Aurlio da Lngua Portuguesa (doravante DEA), o DEH e o Michaelis Moderno Dicionrio da Lngua Portuguesa. Welker (2006) 73 comenta que os dicionrios DEA, Michaelis e DEH apresentam, cada um, mais de 100.000 verbetes e no se baseiam num corpus informatizado ou no - do portugus brasileiro contemporneo. O autor salienta que so dicionrios teis, pois o consulente encontra nestes muitas palavras da lngua especializada, regionalismos, arcasmos, entre outros, todos constituindo itens lexicais que ele pode encontrar em um texto e cujo significado ignora. O mesmo autor, ainda, realiza uma crtica positiva ao DEH: Mesmo que nas bibliotecas escolares se encontre, por enquanto, mais exemplares do Aurlio e do Michaelis, o Houaiss e o DUP [Dicionrio de usos do Portugus do Brasil] so certamente os melhores dicionrios brasileiros, cada um a sua maneira: o Houaiss apresentando o maior nmero de verbetes e o maior volume de informaes
73 Utilizamos aqui o texto disponvel em sua verso eletrnica, sem numerao de pginas. Porm, esclarecemos que o mesmo artigo foi publicado em Matraga, Rio de Janeiro, 19, p.69-84, 2006.
76 enciclopdicas, e o DUP dando o maior nmero de informaes gramaticais necessrias para o uso das palavras (WELKER, 2006). Dessa forma, Welker elege o DEH como um dos melhores dicionrios brasileiros, pelo fato de apresentar maior nmero de verbetes e mais informaes enciclopdicas do que os dicionrios DEA e Michaelis, por exemplo. Nesta pesquisa, conforme j adiantamos no Captulo 2, estudaremos as locues verbais presentes no DEH. Escolhemos um dicionrio semasiolgico por dois motivos: o primeiro devido a sua grande utilizao por parte dos consulentes, e o segundo porque interessa-nos a verificao da eficcia deste mtodo de organizao, tendo em vista o registro das locues verbais. Nesta seo, procuramos apresentar o que efetivamente constitui esta obra to importante - o dicionrio que, ao mesmo tempo em que realiza o registro do lxico de uma lngua, tambm considerada uma importante ferramenta para as pesquisas lingsticas. Tambm procuramos entender a lgica da organizao interna dos dicionrios, apresentando entre outros, o artigo e seus componentes. Alm disso, caracterizamos o dicionrio geral de lngua, apresentando alguns exemplos desse tipo de dicionrio, e, por fim, procuramos justificar a nossa opo pelo DEH. Na prxima seo, discutiremos como as locues verbais tm sido registradas nos dicionrios gerais de lngua. 3.2 AS LOCUES VERBAIS NOS DICIONRIOS GERAIS DE LNGUA Aps termos estudado o dicionrio geral de lngua na seo anterior, pretendemos, agora, evidenciar como este tipo de dicionrio tem tratado das locues verbais para fins de registro lexicogrfico. Desta forma, nessa seo, traaremos um panorama geral a respeito do registro das locues nos dicionrios. Para caracterizarmos, inicialmente, a questo do registro de locues em dicionrios, passaremos agora a apresentar as contribuies de Strehler (2002), Welker (2002, 2004) e Xatara e Oliveira (2002). Em relao incluso das locues em dicionrios, Strehler (2002), entre outros, afirma que os dicionrios no podem se limitar descrio do lxico, devem tambm tratar das fraseologias. Com efeito, elas no figuram nos dicionrios sob a forma de entrada 77 autnoma. Os dicionrios nem sempre facilitam a consulta das unidades fraseolgicas quando estas se encontram no interior de um artigo (p. 02). Welker menciona que Burger (1983) pesquisou o tratamento lexicogrfico dispensado fraseologia, especialmente no caso dos idiomatismos, constatando, assim, que esse tratamento deixa muito a desejar. Autores como Ettinger (1989) e Zfgen (1994) tambm consideraram o tratamento dado fraseologia nos dicionrios monolnges como problemtico, desolador; e Ortz Alvarez (2001) apresenta que as expresses idiomticas geralmente no esto presentes nos dicionrios de lngua e, quando esto, temos dificuldade em localiz-las (WELKER, 2004, p. 166). Em consonncia ao que postulam outros autores como G. Gross e Mejri, vistos no captulo anterior, Welker aponta que, alm da tripartio da fraseologia frasemas idiomticos e parcialmente idiomticos (fraseologia no sentido restrito) e fraseologismos no idiomticos (fraseologia no sentido amplo), a idiomaticidade no uma caracterstica nitidamente delimitada, mas, sim, graduada. Em relao a isso, que um fato importante no mbito da Lexicografia, porque nem sempre pode estar claro se determinada construo fraeolgica ou no, o autor menciona que surge o questionamento sobre em que lugar ela deve ser registrada no dicionrio, podendo sempre ocorrer casos duvidosos (WELKER, 2002, p. 07) [grifos nossos]. Um dos fatores responsveis pelo processo de lexicalizao de um idiomatismo, sinal verde para ser includo na nomenclatura de um dicionrio, a freqncia de seu emprego pelas comunidades dos falantes (XATARA e OLIVEIRA, 2002, p.57). Assim, de acordo com estas autoras, a sua consagrao pela tradio cultural a responsvel pela cristalizao de determinado idiomatismo, bem como pela estabilidade de sua significao, o que possibilita sua transmisso s geraes seguintes e seu alto grau de codificabilidade. Xatara e Oliveira complementam que diferena das lexias simples e das compostas, as lexias complexas geralmente no constituem entrada principal de dicionrio, encontrando-se sob a entrada de um ou outro de seus componentes, embora nenhum critrio permita saber com segurana sob qual componente elas podero ser encontradas (XATARA e OLIVEIRA, 2002, p. 62-63) [grifo nosso]. Dessa forma, vemos que os autores citados Strehler, Welker e Xatara e Oliveira - apontam problemas em relao ao registro de locues em dicionrios. Nesse sentido, 78 acrescentamos a viso de Pacheco (2002), que sintentiza de forma tima aspectos que envolvem o registro destas unidades na obra dicionarstica: As expresses idiomticas no constituem lemas (entradas lexicais), nem recebem uma classificao sistemtica e especfica nos dicionrios do portugus brasileiro, em funo de apresentarem graus diferentes de cristalizao e do lexicgrafo no dispor de critrios precisos para determinar se uma expresso um idiomatismo ou no (PACHECO, 2002, p. 05).
Montoro (2004) 74 apresenta dois fatos que merecem uma anlise cuidadosa no mbito da fraseologia. O primeiro diz respeito ao estabelecimento das caractersticas fundamentais das expresses fixas, a fixao e a idiomaticidade, como temos tratado at aqui, em que no se pode deixar de considerar que a fixao quase sempre relativa, pois pode apresentar variaes. O segundo fato destacado pelo autor como uma vertente mais prtica, a confeco de obras lexicogrficas, em relao qual se constata, segundo Montoro, a no menos importante problemtica envolvendo a preocupao com a melhor forma de incluso das fraseologias nos dicionrios monolnges. O mesmo autor aponta que so muitas e variadas as dificuldades decorrentes da incluso da fraseologia em um dicionrio, uma vez que esta afeta tanto a sua microestrutura como a sua macroestrutura (p.591). Da mesma forma que Montoro (2004), Welker tambm aborda questes bem pontuais ligadas ao registro lexicogrfico das locues, as quais passamos a apresentar. Uma questo recorrente entre os estudiosos se a locuo 75 deve ser arrolada a partir do verbo ou do substantivo que a compe. Welker, abordando o problema da escolha do verbete no qual a locuo deve ser registrada, aponta que, na maior parte dos casos, prefere-se o substantivo - assim, dar (uma) colher de ch estaria registrada no verbete COLHER, tal como no DEH mas h casos em que a mesma locuo, em outro dicionrio, como o Dicionrio de Usos do Portugus do Brasil (DUP), pode ser registrada no verbete DAR, entre outras situaes mais complicadas (WELKER, 2004, p. 173). Sintetizando o seu pensamento, Welker (2002, p.12), comenta que tanto fraselogos quanto metalexicgrafos exigem que se as locues no forem apresentadas sob os dois lemas, pelo menos haja uma remisso, no artigo em que esta apresentada, para o outro lema.
74 Para um estudo detalhado das questes postuladas por Montoro, ver Noimann (2007). 75 No caso deste trabalho, como estudaremos as locues verbais, as expresses analisadas iro necessariamente iniciar pelo verbo, tal como o caso dos exemplos abrir o corao e ter corao mole.
79 Segundo o pesquisador, cada autor pode ter um motivo para estabelecer uma determinada ordem; o essencial que haja uma ordem e que ela seja seguida em todo o dicionrio, a fim de que o usurio consiga localizar a locuo da forma mais rpida possvel (WELKER, 2004, p.167). Alm disso, como a maioria das locues invarivel, o sistema escolhido para o registro dessas unidades, se explicitado na introduo (WELKER, 2004, p. 168), torna-se uma informao bastante til. Isso porque, de acordo com Strehler (2002, p.02), dicionrios que dentro de um artigo no agrupam as fraseologias num espao determinado, obrigam o usurio a ler todas as acepes existentes para encontrar a locuo procurada, o que dificulta a consulta de um aprendiz de lngua estrangeira e o trabalho do tradutor. Neste aspecto, defendemos, na presente dissertao, que as locues verbais devem configurar nos dicionrios gerais de lngua como entradas lexicais, ou pelo menos, figurarem sob a entrada de mais de um de seus componentes, considerando todas as dificuldades de localizao destas unidades j citadas, com as quais se depara o consulente quando estas esto arroladas em um ou outro verbete componente de tais unidades. Com relao ao significado das locues nos verbetes, Welker (2004, p.174) aponta que se j difcil definir lexemas simples, a dificuldade maior em um bom nmero de locues, uma vez que via de regra, os fraseologismos so semanticamente mais complexos do que palavras (Burger apud Welker, 2004, p. 177). H tambm outros elementos que devem ser considerados no registro das locues, como a apresentao de marcas de uso. Em relao a isso, Welker comenta que estas so importantes em qualquer tipo de dicionrio, observao vlida tambm para as locues. Segundo ele, praticamente todos os dicionrios exibem informaes a respeito de restries no uso dos lexemas, como por exemplo, restries regionais ou estilsticas. Porm, infelizmente, essas informaes so insuficientes na maioria dos dicionrios (WELKER, 2002, p, 13). Outra observao importante de que necessrio reconhecer, tambm, que em alguns casos no somente o consulente que no possui o conhecimento de onde comea uma locuo, porque existem construes em que as suas partes no esto evidentes. O DEH, por exemplo, apresenta a locuo olho da rua no verbete OLHO, o que dificultaria a busca do consulente se o mesmo estivesse procurando pela locuo verbal botar no olho da rua, a 80 qual no arrolado pelo DEH. Tal fato remete problemtica da variao 76 e relativa fixidez das locues (WELKER, 2004, p. 168-169). Em relao a isso, o autor citado afirma que: Quanto apresentao das variaes nos dicionrios, temos que diferenciar entre dicionrios de recepo e de produo. Nos primeiros, as variaes morfolgicas no precisam ser mencionadas, nem aquelas variantes lexicais nas quais lexemas sinnimos so permutados (como pr/botar), pois o consulente vai compreender a expresso mesmo se a forma dada no dicionrio diferir daquela encontrada num texto. J as outras variantes lexicais e aquelas por extenso 77 devem ser arroladas, pois no bvio que pr as tripas pela boca e pr o corao pela boca ou estar por cima e estar por cima da carne seca sejam expresses sinnimas (WELKER, 2004, p. 170) [grifos do autor]. Assim, Welker destaca a importncia do registro de formas variantes no caso das locues. O mesmo terico acredita que nos dicionrios de produo seria bom que todas as variantes fossem arroladas, para o consulente ser informado das possibilidades que existem. As informaes sobre freqncia de uso das locues, raramente fornecidas pelos dicionrios, tambm so importantes na viso de Welker. O autor apresenta a questo de que conforme o DEH, desabrir mo de significa o mesmo que abrir mo de, mas ser que to comum? Em relao a isso, comenta que muitas das locues registradas nos dicionrios gerais de lngua so desconhecidas pelos falantes nativos , de modo que, se um estrangeiro ou mesmo um brasileiro as procurasse num dicionrio e as empregasse, [...], no seria compreendido por muitos brasileiros (WELKER, 2004, p. 175). Da mesma forma que Welker (p.176-177), tambm pensamos que os dicionrios gerais de lngua deveriam apresentar exemplos de emprego das locues, tendo em vista sua importncia e sua complexidade, especialmente no caso das mais freqentes. O DEH, de acordo com a anlise do autor, fornece tais exemplos, construdos, somente em alguns casos. Para Smith (2005, p.186), o texto do dicionrio fruto de uma problematizao complexa. Tal problemtica que envolve a construo do dicionrio, segundo ela, resolvida de forma progressiva, a partir da seleo das unidades semnticas, da elaborao das informaes e explicaes do verbete at os exemplos que acompanham cada unidade.
76 Segundo Welker (2004, p. 170) [grifo do autor], apenas pode-se falar em variantes quando o significado das expresses for praticamente idntico. 77 Nas variantes por extenso, itens lexicais so acrescentados como em estar por cima (da carne seca), conforme Welker (2004, p.169). 81 Enfim, todas estas decises epistemolgicas e discursivas so de responsabilidade do dicionarista ou lexicgrafo do dicionrio. Como se v, a prtica lexicogrfica para o registro de locues ainda apresenta uma srie de questes a serem elucidadas. Assim, nesse sentido que a presente dissertao - medida que se prope a apresentar a descrio dessas unidades, em especial das locues verbais, em uma obra dicionarstica, bem como a conceituar uma proposta ideal de registro lexicogrfico para esse tipo de unidade lexical, a partir da descrio lexicolgica de suas propriedades - pretende contribuir com a prtica lexicogrfica propriamente dita. Nessa seo, mostramos os principais problemas que envolvem o registro de locues em dicionrios, como a dificuldade de localizao destas unidades na obra dicionarstica, em virtude de no constiturem entradas lexicais e de nem sempre serem de fcil consulta quando se encontram no interior de um verbete, o que conseqncia do fato do lexicgrafo no estabelecer claramente o que ir considerar como locuo e de que forma esta ser registrada no dicionrio. Alm disso, apresentamos questes pertinentes ao registro de locues nos dicionrios gerais de lngua (local de registro, apresentao de marcas de uso, freqncia, entre outros). Assim, conforme mostramos, a definio e observao de critrios pontuais para o registro das locues podem auxiliar a nortear a incluso de tais unidades nas obras lexicogrficas. Em especial, defendemos que as locues verbais devem configurar como entradas lexicais nos dicionrios gerais de lngua ou serem registradas sob a entrada de mais de um componente da ULC, em virtude de todas as dificuldades que apresentamos, com as quais o leitor se depara quando estes esto registradas em um ou outro verbete componente de tais unidades. Na seo seguinte, apresentaremos uma discusso em relao especificamente nomenclatura adotada pelos dicionrios gerais para o registro das locues. 3.3 NOMENCLATURA ADOTADA NO REGISTRO DE LOCUES A deciso relativa nomenclatura dos dicionrios, a saber, sobre a natureza das entradas uma questo prtica fundamental, a qual deve tornar prtica a consulta dos usurios da lngua (LANGACKER apud NEVES, 1999, p.110). Mattos (1990, p. 300) problematizando sobre o que busca o usurio com a consulta ao dicionrio, esclarece que tal situao possibilita ao dicionarista compreender o objetivo desta obra lexicogrfica, o qual consiste em dizer o mximo com o mnimo: o mximo, porque 82 preciso eliminar por completo a dvida do consulente, e o mnimo, porque toda consulta circunstancial. Assim, analisando o DEA, observamos que em sua estruturao do verbete, o mesmo apresenta as ULCs sob o nome de locuo, definindo que esta formada por duas ou mais palavras que representam uma s unidade semntica, sendo uma delas a que constitui a cabea do verbete. A ttulo de ilustrao, apresentamos uma breve exemplificao de uma locuo verbal consultada no DEA: levar um fora Esta locuo verbal figura neste dicionrio como uma acepo, tratada como locuo, no verbete FORA, no constituindo uma entrada lexical e tampouco sendo apresentada no verbete LEVAR. De acordo com o DEA:
F FO OR RA A L Le ev va ar r u um m f fo or ra a. 1. Ser grosseiramente recusado em pretenso, pedido, solicitao, etc.; levar uma bandeira.
Assim, vemos que como a locuo no constitui entrada lexical, nem apresentada, pelo menos, no artigo das duas palavras componentes, a busca do consulente torna-se difcil. O DEH, por sua vez, apresenta, quando utilizado o modo de visualizao interativo 78
para a pesquisa de verbetes as opes acepes e locues (mesmo termo utilizado pelo DEA). Por exemplo, se consultarmos o verbete LEVAR, optando pela pasta locues, encontraremos: levar a bem, levar adiante, levar a mal e deixar-se levar. Este dicionrio, no menu Ajuda, apresenta um Glossrio, no qual definido o termo locuo: Grupo de palavras que equivale semntica ou gramaticalmente a uma s. Por exemplo: a locuo adverbial com cuidado equivale a cuidadosamente. No campo de
78 No iremos nos deter mais longamente em explicitar tal modo de visualizao pois este ser detalhado no Captulo 4, em que sua descrio ter maior relevncia. 83 locues do dicionrio, so registrados sintagmas locucionais e fraseologias. (DEH, Glossrio). Assim, apresentamos o quadro abaixo, para uma melhor visualizao das nomenclaturas utilizadas para o registro de ULCs nos dois dicionrios citados:
D DI IC CI IO ON N R RI IO O N NO OM ME EN NC CL LA AT TU UR RA A A AD DO OT TA AD DA A P PA AR RA A A A D DE EF FI IN NI I O O D DA AS S U UL LC CS S
D DE EF FI IN NI I O O DEA locuo formada por duas ou mais palavras que representam uma s unidade semntica, sendo uma delas a que constitui a cabea do verbete.
DEH locuo o grupo de palavras que equivale semntica ou gramaticalmente a uma s. Por exemplo: a locuo adverbial com cuidado equivale a cuidadosamente. No campo de locues do dicionrio, so registrados sintagmas locucionais e fraseologias.
Quadro 07 Nomenclatura adotada para o registro de ULCs no DEA e no DEH. Analisando o quadro, vemos que as definies para locuo apresentadas pelos dois dicionrios permitem uma ampla interpretao, alm de serem dadas de forma vaga. O DEH, por exemplo, registra tanto os sintagmas locucionais como as fraseologias sob o rtulo de locues. Pelo exemplo dado, o da locuo adverbial com cuidado, vemos que ambas as categorias sintagmas locucionais e fraseologias - so tratadas em p de igualdade, quando poderia ser feita uma distino entre estas. Recordamos que no captulo anterior desta dissertao apresentamos que Gross (1996) utiliza o termo locues para tratar das fraseologias, definindo a locuo como o grupo dos elementos que no podem ser atualizados individualmente. Esta a concepo de locuo que adotamos no presente trabalho, isto , a de locuo como um tipo de fraseologia. Biderman (1999), ao tratar da situao de negligncia das fraseologias nos dicionrios e gramticas, comenta o fato de que h na Lngua Portuguesa uma extensa lista de unidades complexas de cunho gramatical 79 tradicionalmente chamadas de locues por gramticas e dicionrios (BIDERMAN, p.92) [grifos nossos], o que pode gerar muitas
79 Biderman (1999, p. 92) traz como exemplos as locues adverbiais (a gosto, ainda assim, a limpo, uma vez, etc); locues prepositivas (alm de, com relao a, em prol de, etc); locues conjuncionais (alm de que, cada vez que, logo que, etc); locues pronominais (consigo mesmo, fosse qual fosse, onde quer que, etc).
84 confuses quando o termo locues for empregado com referncia fraseologia e s unidades de cunho gramatical (a gosto, logo que, alm de, consigo mesmo), sem maiores distines entre ambas, como o faz o DEH. Lembramos que esse no o caso da concepo adotada por Gross (1996), e que est sendo defendida nesta dissertao, a qual utiliza a designao de locuo somente em referncia fraseologia. Para concluir, reiteramos o que foi apresentado na seo anterior, pontuando que o dicionarista deve esclarecer, de maneira clara, na obra lexicogrfica, qual o seu entendimento das fraseologias e em que local e de que maneira estas esto arroladas na obra lexicogrfica em questo. Nessa seo, vimos a importncia do esclarecimento por parte do lexicgrafo quanto a nomenclatura adotada, em especial aqui no caso das locues verbais, para com a consulta ao dicionrio, ou seja, disso depende a facilidade ou dificuldade que o consulente encontrar ao tentar localizar uma fraseologia. Mostramos tambm que dois grandes dicionrios gerais de lngua, o DEA e o DEH no apresentam uma preocupao efetiva em esclarecer ao leitor o que entendem por ULCs, uma vez que o termo locues adotado de forma bem abrangente, permitindo confuses.
RESUMO Neste captulo, inicialmente, apresentamos o que efetivamente constitui o dicionrio e caracterizamos o dicionrio geral de lngua, apresentando exemplos de dicionrios deste tipo, e justificamos a nossa opo pelo dicionrio DEH, que ser utilizado na presente pesquisa. Ainda na primeira seo, e tratamos de questes relativas organizao interna dos dicionrios, como o artigo e seus componentes. Na segunda seo, mostramos os principais problemas que envolvem o registro de locues em dicionrios, como a dificuldade de localizao destas unidades na obra dicionarstica, em virtude de no constiturem entradas lexicais e de nem sempre serem de fcil consulta quando se encontram no interior de um verbete, devido ao fato de o lexicgrafo no estabelecer claramente, na introduo da obra lexicogrfica, o que ir considerar como fraseologia e de que forma esta ser registrada no dicionrio. Tambm apresentamos questes que envolvem a problemtica do registro de fraseologias nos dicionrios gerais de lngua e 85 procuramos mostrar como diferentes autores se referem a este tema. Alm disso, defendemos que as locues verbais devem configurar como entradas lexicais nos dicionrios gerais de lngua, ou configurarem em pelo menos duas entradas formadoras da locuo (nome, verbo, por exemplo) tendo em vista todas as dificuldades encontradas pelo consulente quando este se depara com locues registradas em um ou outro verbete componente de tais unidades. Por fim, na ltima seo, vimos a importncia do esclarecimento por parte do lexicgrafo quanto nomenclatura adotada, no caso das locues verbais, no que se refere consulta ao dicionrio, podendo esta facilitar ou dificultar a localizao destas unidades no dicionrio. Destacamos, ainda, que dois grandes dicionrios gerais da Lngua Portuguesa, o DEA e o DEH demonstram no se preocupar em esclarecer ao leitor o que entendem por ULCs, uma vez que o termo locues adotado de forma ampla, o que permite confuses e enganos. No prximo captulo, explanaremos sobre os critrios metodolgicos que adotaremos na presente dissertao para a realizao da anlise das locues verbais selecionadas no DEH. CAPTULO 4 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
Como vimos nos captulos anteriores, esta dissertao prope-se a analisar a forma como as locues verbais so apresentadas em um dicionrio geral de lngua. Nesse sentido, pretendemos, verificar o tratamento que tais fraseologias recebem no DEH e apresentar uma proposta pertinente de conceituao e tratamento das locues verbais, tendo em vista a contribuio ao seu registro dicionarstico. Dessa maneira, aps mostrar que esta dissertao se caracteriza como um estudo metalexicogrfico e definir o nosso objeto de anlise as locues verbais, apresentar a reviso da literatura sobre o estudo das fraseologias; e abordar o registro das locues verbais em dicionrios gerais de lngua, passamos a descrever os procedimentos metodolgicos adotados na presente pesquisa. Para tanto, este captulo est dividido de forma a apresentar, na seo 4.1, a metodologia e critrios de seleo do corpus; na seo 4.2, a organizao dos dados; e, por fim, na seo 4.3, os critrios de anlise. 4.1 METODOLOGIA E CRITRIOS DE SELEO DO CORPUS Com o objetivo de apresentar contribuies ao registro de fraseologias em dicionrios gerais de lngua, a fim de facilitar a pesquisa do consulente, este trabalho prope-se a examinar como as locues verbais so apresentadas no DEH. A escolha do DEH ocorreu devido ao fato de a obra ser uma das mais utilizadas pelos falantes da Lngua Portuguesa do Brasil e do dicionrio possuir um grande nmero de verbetes e de acepes. O DEH, conforme mencionamos no captulo anterior, est entre os trs grandes dicionrios brasileiros, ao lado do DEA e do Dicionrio Michaelis. Alm disso, sua verso eletrnica, de grande praticidade, vem sendo muito consultada atualmente. Sob o ponto de vista de Barros (2005, p. 17), os dicionrios eletrnicos em CD- Rom ou DVD so produtos finais que apresentam enormes vantagens e tm conquistado, cada vez mais, o mercado. De acordo com a autora, as obras eletrnicas apresentam como 87 principal vantagem a possibilidade de busca da informao por meio de chaves de acesso que a forma impressa no permite (p. 13). A esse respeito, esclarece que nesse tipo de dicionrio o usurio, atravs do hipertexto, tem a possibilidade de navegar pelo mar das palavras e conceitos que compem sua nomenclatura, encontrando muito rapidamente as informaes que deseja, ultrapassando obstculos que a verso impressa [...] imporia (p.20). A mesma autora ainda lembra da necessidade de se dar Lexicografia elementos para o desenvolvimento de dicionrios eletrnicos mais sofisticados, cada vez mais prximos do pblico leitor (p.15) e afirma que o estudo da Lngua Portuguesa em todos os nveis (fundamental, mdio, superior) no pode prescindir de instrumentos pedaggicos como os dicionrios eletrnicos (p.16); especificamente no caso da Lngua Portuguesa do Brasil, dos dicionrios DEA e DEH, idias com as quais compartilhamos. Aliado a isto, o dicionrio escolhido apresenta um diferencial, pois mesmo sendo necessria tambm, no mesmo, a consulta a todas as entradas lexicais, no preciso examinar detalhadamente cada verbete procura de locues verbais, procedimento que seria necessrio se estivssemos utilizando o DEA, por exemplo; pois o DEH apresenta, no modo interativo, a pasta locues, na qual aparecem todas as expresses formadas a partir do lema em questo (no caso de elas existirem). Esta janela facilita a consulta em relao busca no DEA, portanto. Justificamos, assim, a nossa opo pelo DEH. Assim, em nossa pesquisa no DEH, que possui 228.500 verbetes, encontramos 1625 verbetes que registram locues do tipo que iremos analisar. Ao todo, foram recolhidas 3761 locues. Em relao s locues que sero examinadas, cumpre agora esclarecermos como estas foram selecionadas e recolhidas. o que passamos a fazer. Conforme j destacamos no captulo anterior, as locues no so registradas nos dicionrios gerais de lngua como entradas lexicais, portanto, para a sua localizao necessrio consultar todos os verbetes. O DEH, portanto, conforme verificamos, no apresenta as fraseologias sob entradas independentes, mas sim atravs da pasta locues no modo de visualizao interativo, o qual utilizamos na presente pesquisa, ou no interior do artigo no modo de visualizao tradicional. 88 Para fins de esclarecimento, apresentamos, a seguir, um exemplo de apresentao de um verbete em cada um dos trs modos de visualizao (tradicional, expresso e interativo) do DEH: VERBETE: AZEITE
MODO DE VISUALIZAO: TRADICIONAL s.m. (1262 cf. IVPM) 1 substncia lquida e gordurosa extrada da azeitona, us. na alimentao, lubrificao etc. 2 p.ext. leo extrado de outros frutos, de plantas, ou de alguns animais <a. de mamona> 3 B infrm. aguardente de cana; cachaa 4 B infrm. namoro srio; galanteio, corte 5 fig. B N.E. infrm. mau humor; zanga (mais us. no pl.) 6 fig. B N.E. infrm. atitude desrespeitosa; desaforo, zombaria < difcil aturar a.> a. de bacaba leo ou azeite comestvel, extrado da bacaba-de-azeite (Oenocarpus distichus), tb. us. na fabricao de velas e sabonetes; leo de bacaba a. de dend m.q. dend ('leo') a. doce B N. B N.E. m.q. azeite ('substncia extrada da azeitona') a. virgem azeite extrado da azeitona na primeira presso beber a. B ser muito astuto, atilado estar nos a. B N.E. infrm. estar mal-humorado, irritado ficar de a. ficar quieto; retrair-se vender a. s canadas ficar em situao difcil; ficar decepcionado; enfurecer-se GRAM do mesmo modo que azeite de oliveira ou azeite de bacaba, entre tantos outros azeites obtidos de frutos, azeite de dend uma locuo, no havendo razo de graf-la como palavra composta com hifens ETIM segundo JM, do r. az-zayt 'leo, essncia, azeite'; f.hist.1262 azeite, sXIII azeyte SIN/VAR ver sinonmia de cachaa e namoro HOM azeite(fl.azeitar) noo de 'azeite', usar antepos. ole(i)- Quadro 08 - Verbete AZEITE (Modo tradicional).
MODO DE VISUALIZAO: EXPRESSO substantivo masculino 1 substncia lquida e gordurosa extrada da azeitona, us. na alimentao, lubrificao etc. 2 leo extrado de outros frutos, de plantas, ou de alguns animais 3 Regionalismo: Brasil. aguardente de cana; cachaa 4 Regionalismo: Brasil. namoro srio; galanteio, corte 5 Regionalismo: Nordeste do Brasil. mau humor; zanga (mais us. no pl.) 6 Regionalismo: Nordeste do Brasil. atitude desrespeitosa; desaforo, zombaria
Quadro 09 - Verbete AZEITE (Modo expresso).
89 MODO DE VISUALIZAO: INTERATIVO Pasta: Acepes Pasta: Locues substantivo masculino 1 substncia lquida e gordurosa extrada da azeitona, us. na alimentao, lubrificao etc. 2 Derivao: por extenso de sentido. leo extrado de outros frutos, de plantas, ou de alguns animais Ex.: a. de mamona 3 Regionalismo: Brasil. Uso: informal. aguardente de cana; cachaa 4 Regionalismo: Brasil. Uso: informal. namoro srio; galanteio, corte 5 Derivao: sentido figurado. Regionalismo: Nordeste do Brasil. Uso: informal. mau humor; zanga (mais us. no pl.) 6 Derivao: sentido figurado. Regionalismo: Nordeste do Brasil. Uso: informal. atitude desrespeitosa; desaforo, zombaria Ex.: difcil aturar a.
a. de bacaba leo ou azeite comestvel, extrado da bacaba-de- azeite (Oenocarpus distichus), tb. us. na fabricao de velas e sabonetes; leo de bacaba a. de dend m.q. dend ('leo') a. doce Regionalismo: Norte do Brasil, Nordeste do Brasil. m.q. azeite ('substncia extrada da azeitona') a. virgem azeite extrado da azeitona na primeira presso beber a. Regionalismo: Brasil. ser muito astuto, atilado estar nos a. Regionalismo: Nordeste do Brasil. Uso: informal. estar mal-humorado, irritado ficar de a. ficar quieto; retrair-se vender a. s canadas ficar em situao difcil; ficar decepcionado; enfurecer-se
Quadro 10 - Verbete AZEITE (Modo interativo). Dessa forma, em nossa pesquisa, consultamos todos os lemas de A a Z do DEH. Assim, ao consultarmos cada uma das entradas do dicionrio, verificamos nas que apresentavam a pasta locuo, se existia alguma expresso que possua verbo em sua construo. Para ilustrar o que realizamos, a seguir, apresentamos uma breve exemplificao de duas locues verbais consultadas no DEH: 1. levar um fora Esta locuo verbal figura neste dicionrio como uma locuo, no verbete FORA, no constituindo uma entrada lexical e tampouco sendo apresentada no verbete LEVAR. De acordo com o DEH: F FO OR RA A levar um f. Uso: informal. receber uma recusa direta ou grosseira Ex.: levou um f. quando quis entrar na loja na hora de fechar 90 A questo que se apresentou, neste caso foi a seguinte: Qual o critrio adotado pelo lexicgrafo para inserir a locuo verbal no verbete FORA e no em LEVAR? 2. estar fora de si A locuo verbal estar fora de si, no DEH, pode ser encontrada como uma locuo do verbo ESTAR, ao contrrio do anterior, que figurava na entrada lexical do nome que a compe. Assim, obtivemos: E ES ST TA AR R e. fora de si estar agitado, exaltado, furioso ou em xtase
O questionamento que se colocou foi o seguinte: por que, em alguns casos, o dicionrio registra as locues verbais em verbetes encabeados pelos substantivos que compem a locuo e em outros no verbete do verbo que encabea este tipo de fraseologia? Conforme j dissemos em captulos anteriores, por acreditar que os dicionrios deveriam seguir um critrio especfico para o registro de tais unidades, a fim de facilitar a busca do consulente; que realizamos a presente pesquisa. Assim, verificamos todas as locues verbais encontradas, porm, para fins analticos realizou-se um enxugamento do corpus, retirando algumas expresses que no sero submetidas anlise por no fazerem parte dos objetivos do presente estudo, conforme passaremos a descrever. No foram recolhidas, portanto, as construes pertencentes determinada rea de conhecimento, a saber, linguagem de especialidade (marinha, economia, esportes, ludologia, religio...). o caso da locuo abrir pgina, encontrada no verbete PGINA, que apresentada sob a rubrica artes grficas, com o significado de iniciar captulo, ou outra diviso do livro, em pgina nova, dando-lhe um claro de entrada. Tais locues pertencentes linguagem de especialidade no foram utilizadas pois este trabalho pretende analisar as locues verbais que constituem possveis fraseologias da lngua comum. importante, porm, assinalar que h locues com sentido original relacionado a um domnio especfico, mas que, no uso da lngua, receberam outros 91 significados, fazendo parte, portanto, da lngua comum. Nesse caso, ento, somente foi utilizada a acepo que registrava uso informal de tais locues. o caso de ir para casa, locuo encontrada no lema CASA, que apresenta a rubrica de termo de marinha, mas assinalada como de uso informal: C CA AS SA A
ir para c. Rubrica: termo de marinha. Uso: informal. deixar o servio ativo, passar para a reserva; aposentar-se, reformar-se
Nesse caso, tambm pode ser citada a locuo ir a pique, localizada no verbete PIQUE, a qual possui dois significados, um enquanto termo de marinha e outro derivado, de sentido figurado: P PI IQ QU UE E
ir a p. 1Rubrica: termo de marinha. ir ao fundo; afundar Ex.: o bote foi a p. durante a pororoca 2 Derivao: sentido figurado. no dar certo; malograr-se, fracassar Ex.: seu projeto foi a p. na primeira semana
Aqui, portanto, selecionamos apenas a segunda acepo da locuo. Salientamos ainda que o presente trabalho no tratou de locues superiores a uma frase nem daquelas que correspondem a provrbios e frases feitas, por no serem considerados como locues por diversos autores, entre eles Gross (1996) e Strehler (2002), por exemplo. Optamos tambm por no selecionar as que apresentavam mais de um verbo; compondo, assim, o corpus analisado, apenas as locues compostas por um s verbo 80 . Assim, no foram selecionadas locues como as seguintes, localizadas nos verbetes SABER e de SARDINHA, respectivamente: S SA AB BE ER R
s. entrar e sair ter bons modos; ser bem-educado
80 Algumas locues apresentavam a construo verbo no infinitivo + gerndio, sendo tambm recolhidas, exemplo de sair apagando. 92
S SA AR RD DI IN NH HA A
comer s. e arrotar pescada (ou badejo) fingir-se de rico ou poderoso
Tambm no foram recolhidas as locues verbais 81 que constituem expresses de lngua estrangeira, nem as locues identificadas com a marca de uso Portugal, por no constiturem locues da Lngua Portuguesa do Brasil, no fazendo parte, por isso, dos objetivos deste trabalho. o caso das locues abaixo, encontradas nos verbetes GUA e de BRUSHING, respectivamente: G GU UA A
ficar aqum da . Derivao: sentido figurado. Regionalismo: Portugal. ver intento frustrado, perder tempo em vo
B BR RU US SH HI IN NG G (Lngua: Ingls Traduo: escovao)
fazer b. m. q. fazer escova
Em sntese, de acordo com o exposto at o presente momento, o procedimento adotado consistiu na consulta aos lemas do DEH e pasta locues destes. Consultando-se esta pasta, selecionamos as locues verbais que interessavam a esta pesquisa, conforme descrevemos. Nesta seo, vimos os procedimentos e critrios adotados para a seleo e recolha do corpus a ser analisado na presente dissertao. Na prxima seo, apresentaremos de que forma as locues recolhidas do DEH foram organizadas. 4.2 ORGANIZAO DOS DADOS Nesta seo descreveremos como os dados coletados foram organizados. Assim, esclarecemos que os dados foram organizados em um quadro, ordenado alfabeticamente e numerado, o qual contm a entrada em que se pde consultar a pasta locues atravs do
81 Estamos utilizando o termo locuo verbal aqui, porque o DEH adota o termo locuo. Assim, especificamos com o termo verbal as locues encabeadas por verbo; o que no significa, necessariamente, que constituam fraseologias, anlise que faremos somente no prximo captulo. 93 modo de visualizao interativo do DEH, e, ao lado, a respectiva locuo ou locues que o verbete registra. Assim, apresentamos as locues juntamente com sua definio, porm sem informaes adicionais 82 como exemplos de uso, observaes e marcas de uso. Vejamos alguns exemplos 83 para melhor visualizao: DEH: Locues das entradas em A
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 01
1-no dizer nem b = nada dizer 2-no saber nem b = 1 no saber ler; 2 no saber coisa alguma 02 1 ABA 3-estar na a. de (algum)= usar emprestado ou de graa (algo pertencente a outro), para no comprar; filar 4-sair da a.= parar de filar algo (cigarro, bebida, jornal etc.); parar de ler o jornal por cima do ombro de outra pessoa 03 1 A
5-descascar um a.=1 resolver um problema difcil, trabalhoso ou extenuante; 2 desvencilhar-se de uma incumbncia ou situao desagradvel 04 ABLATIVO 6-estar em a. de partida ou de viagem= ultimar os preparativos para viajar 7-fazer a. de partida ou de viagem= 1 partir inesperadamente, sem dar satisfaes a ningum; 2 morrer 05 ABRIGO 8-estar ao a. de = estar protegido contra, estar a salvo de, estar livre, no temer Quadro 11 - Exemplos de locues das entradas em A.
DEH: Locues das entradas em V
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1568 VACA 3648-ir a v. pro brejo=no ter xito; malograr-se 1569 VACA-FRIA 3649-tornar ou voltar v.=retomar uma questo interrompida ou o assunto principal 1570 VACILADA 3650-dar uma v.= deixar-se enganar; dar uma bobeada 1571 VALER 3651-v. a pena = merecer (alguma coisa) a pena, o trabalho, o sacrifcio, o preo que tenha custado a esse algum 1572 VANTAGEM 3652-contar v.=vangloriar-se de suas prprias qualidades (pretensas ou reais), de seu poder, riqueza, influncia, conquistas etc.; bazofiar 3653-levar v.= 1 ser ou tornar-se superior a; 2 tirar proveito de algo ou algum, ger. de maneira esperta, marota Quadro 12 - Exemplos de locues das entradas em V. Portanto, tendo mostrado nessa seo, a forma adotada para a organizao das locues selecionadas que sero submetidas anlise na presente pesquisa, na prxima seo apresentaremos os critrios que nortearo tal anlise.
82 Tais informaes, porm, no deixaro de ser exemplificadas e analisadas no Captulo 5: Anlise de dados. 83 Alm dos exemplos aqui apresentados, informamos que os quadros com todas as locues encontradas constam nos anexos desta dissertao.
94 4. 3 CRITRIOS DE ANLISE Na seo anterior, vimos como as locues selecionadas foram organizadas para a anlise. Na presente seo, apontaremos os critrios que utilizaremos para a anlise propriamente dita das locues encontradas no DEH. Em consonncia com o que diz Noimann (2007) 84 , sabemos que avaliar a qualidade da informao lexicogrfica de um dicionrio no constitui uma tarefa fcil considerando-se a necessidade de um olhar detalhado sobre vrios aspectos, os quais envolvem o nvel da superestrutura, da macroestrutura e da microestrutura da obra lexicogrfica. Por isso, neste trabalho, elegemos alguns critrios de anlise ligados a esta tripla dimenso 85 que envolve o modelo estrutural de todos os dicionrios, considerando o que diz respeito ao registro das locues. No que tange superestrutura, que corresponde estrutura geral do dicionrio (parte inicial, corpo e parte final), verificaremos o que explicitado no menu Ajuda do DEH, a qual apresenta os tpicos Apresentao, Manual do usurio, Conhecendo o dicionrio e Glossrio, apenas para citar os mais relevantes presente pesquisa, em busca dos critrios adotados para a forma de apresentao das locues, de acordo com os prprios lexicgrafos do dicionrio. Com relao macroestrutura, que constitui a lista de lemas que compe a nomenclatura do dicionrio, verificaremos qual unidade lexical formadora da locuo constitui a palavra-entrada desse dicionrio. E, no que se refere microestrutura do dicionrio, que corresponde ao verbete, analisaremos de que forma os lexicgrafos do DEH registram as locues verbais e que informaes apresentam sobre estas (marcas de uso, informaes de natureza gramatical, sinttica, semntica e pragmtica). Por fim, verificaremos se as construes verbais apresentadas na pasta locues, constituem, de fato, uma locuo verbal, ou fraseologia. Nesse sentido, nosso ponto de observao das locues apresentadas pelo DEH, considerando-se os aspectos acima descritos, estar fundamentado na proposta de G. Gross (1996).
84 Noimann (2007) analisa o registro das locues presentes em um dicionrio bilnge escolar, considerando os trs nveis estruturais da obra lexicogrfica. 85 Este conceito apresentado por Boulanger, 2001, conforme mostramos no captulo anterior, na seo 3.1. 95 Assim, para fins de clareza, apresentamos agora, de forma mais resumida, um quadro com as propriedades gerais que caracterizam o fenmeno do congelamento e outro com os critrios adotados pelo autor especificamente para o reconhecimento das locues verbais. C CA AR RA AC CT TE ER R S ST TI IC CA A D DE EF FI IN NI I O O 1 1. . P Po ol li il le ex xi ic ca al li id da ad de e Primeira condio necessria para que se possa falar em congelamento. Presena de uma seqncia de vrias palavras de existncia autnoma.
2 2. . O Op pa ac ci id da ad de e s se em m n nt ti ic ca a Uma seqncia congelada pode ter duas leituras possveis: a transparente e a opaca. Seqncias opacas so semanticamente congeladas e restritas lexicalmente.
3 3. . B Bl lo oq qu ue ei io o d da as s p pr ro op pr ri ie ed da ad de es s t tr ra an ns sf fo or rm ma ac ci io on na ai is s Construes livres apresentam propriedades transformacionais (apassivao, pronominalizao, topicalizao, extrao, relativizao, etc) que dependem de sua organizao interna. Porm, as seqncias congeladas evidenciam a ausncia de propriedades de recomposio: a estrutura sintaticamente congelada. Notamos, assim, a formao de construes estranhas ou agramaticais quando aplicamos as propriedades transformacionais nas seqncias congeladas.
4 4. . N N o o- -a at tu ua al li iz za a o o d do os s e el le em me en nt to os s O grupo dos elementos constitutivos de uma locuo no podem ser atualizados individualmente e tambm no pode haver relao predicativa entre os diferentes componentes desta, o que caracterstica das construes livres 5 5. . E Es sc co op po o d do o c co on ng ge el la am me en nt to o Uma descrio lingstica deve dar conta com preciso, para uma seqncia dada, daquilo que congelado e do que no . A situao mais simples aquela em que o conjunto da seqncia congelado, mas h seqncias em que possvel suprimir a indicao de intensidade representada pela expresso congelada.
6 6. . G Gr ra au u d de e c co on ng ge el la am me en nt to o As seqncias podem apresentar diferentes graus de congelamento.
7 7. . B Bl lo oq qu ue ei io o d do os s p pa ar ra ad di ig gm ma as s s si in no on n m mi ic co os s Nas seqncias congeladas no h a possibilidade se substituio sinonmica.
8 8. . N N o o- -i in ns se er r o o d de e e el le em me en nt to os s Nessas seqncias, a insero de elementos novos muito reduzida, pois estas no podem ser alteradas, salvo para fins metalingsticos ou humorsticos.
Quadro 13 Propriedades gerais do congelamento lexical conforme GROSS (1996).
96 C CR RI IT T R RI IO O S SI IN NT T T TI IC CO O D DE EF FI IN NI I O O 1 1. . A Ap pa as ss si iv va a o o Com certas excees, as seqncias congeladas geralmente no possuem estrutura passiva.
2 2. . E Ex xt tr ra a o o H uma contradio entre a extrao e uma locuo verbal, na qual as posies argumentais no formam classes paradigmticas, mas so obrigatrias. Isso explica a ausncia da possibilidade de extrao nas locues verbais.
3 3. . T To op pi ic ca al li iz za a o o Como nas locues verbais os determinantes definidos esto ausentes, no h a possibilidade de topicalizao, salvo em alguns casos.
4 4. . P Pr ro on no om mi in na al li iz za a o o Esta transformao, que tem por origem a topicalizao ou a retomada anafrica, tambm est ausente nas locues verbais. Contudo, encontra-se pronome em locues verbais.
5 5. . R Re el la at ti iv vi iz za a o o
Esta transformao til para fazer a distino entre as locues com verbo de suporte (no consideradas fraseologias por G.Gross e as locues verbais). A relativizao aplica-se ao primeiro caso, mas no ao segundo.
6 6. . I In nt te er rr ro og ga a o o
Como as demais transformaes, a interrogao aplica-se normalmente a construes livres, mas a partir do momento em que a posio do argumento obrigatria, a interrogao no se aplica, como o caso das estruturas congeladas.
Quadro 14 - Critrios para o reconhecimento das locues verbais conforme GROSS (1996). Apresentada a sntese dos critrios para o reconhecimento das locues verbais no quadro acima, retomaremos, sem nos prolongar demais, os motivos que nos levaram escolha da proposta de Gross (1996) para a anlise das locues coletadas do DEH. Conforme j apresentado na seo 2.3, elegemos a proposta de Gross (1996) porque o autor apresenta critrios bem claros para a observao e reconhecimento das seqncias congeladas. Como vimos naquela seo, Gross parte de vrios conceitos do mbito dos estudos fraseolgicos para chegar construo da definio do que considera uma locuo verbal, um tipo de fraseologia. Alm disso, apresenta, de forma didtica, o que no classifica como locuo verbal: as frases congeladas, as construes verbais compreendendo um advrbio congelado e as construes nominais com verbos de suporte. Aliado a isso, na proposta do autor, encontramos uma preocupao com o reconhecimento das caractersticas sintticas e semnticas apresentadas por essas fraseologias, como se pode observar nas propriedades gerais por ele enumeradas para o fenmeno do congelamento: a polilexicalidade, a opacidade semntica, o bloqueio das propriedades transformacionais (a apassivao, por exemplo), a no-atualizao dos elementos, o escopo e 97 grau do congelamento, o bloqueio sinonmico e a no-insero de elementos. O terico aponta, tambm, uma srie de critrios para o reconhecimento das locues verbais (apassivao, extrao, topicalizao, pronominalizao, relativizao e interrogao). Portanto, pensamos, da mesma forma que Mejri (2003-a), que Gross, partindo do princpio de que quanto menos transformaes uma seqncia aceitar, mais congelada , apresenta uma das melhores descries para o fenmeno. Nesta perspctiva, conforme j pontuamos na seo 2.3, ainda que Gross conclua sua descrio reconhecendo que as locues verbais apresentam diversos graus de congelamento, nem sempre so to claramente visveis, o que tornaria necessrio examinar todas as seqncias verbais no regulares a fim de se construir uma tipologia, podendo-se obter centenas de classes diferentes, acreditamos que seu trabalho uma obra de referncia dos estudos fraseolgicos. O autor, dessa forma, reconhece a problemtica da delimitao e classificao das locues verbais; porm, conforme j dissemos, pensamos que tal tarefa pode ser facilitada com a adoo dos critrios de reconhecimento por ele estabelecidos. E por isso que, neste trabalho, estamos adotando os critrios propostos por Gross (1996) para a anlise das locues, enquanto fraseologias, coletadas do DEH. Nesta seo, ento, apresentamos os critrios que sero utilizados na anlise das locues verbais encontradas, os quais esto relacionados tripla dimenso que envolve a estruturao dos dicionrios (superestrutura, macroestrutura e microestrutura), observando o que se refere ao registro das locues. Reiteramos que o nosso olhar sobre as locues registradas no DEH se fundamentar na proposta de Gross (1996), a qual abarca as propriedades gerais que caracterizam o congelamento e os critrios para o reconhecimento das locues verbais.
RESUMO Neste captulo, vimos, na primeira seo, os procedimentos e critrios adotados para a seleo e recolha do corpus a ser analisado na presente dissertao. Explicamos que o procedimento adotado consistiu na consulta a todos os lemas do DEH, verificando os que apresentavam a pasta locues e, a partir da, na seleo das locues verbais que 98 interessavam esta pesquisa, conforme descrevemos. Justificamos, ainda, a nossa opo pelo DEH em detrimento de outros dicionrios disponveis no mercado. J na segunda seo, apresentamos a forma adotada para a organizao das locues selecionadas que sero submetidas anlise na presente pesquisa. Mostramos que os dados foram organizados em um quadro, ordenado alfabeticamente e numerado, contendo o verbete em que se pde consultar a pasta locues atravs do modo interativo do DEH, e, ao lado, a respectiva locuo ou locues que o verbete apresenta. Enfim, na terceira e ltima seo do captulo, definimos os critrios que utilizaremos para a anlise das locues verbais encontradas, pontuando que nosso olhar estar diretamente ligado tripla dimenso que envolve a estruturao dos dicionrios no que se refere ao registro das locues. Assim, dissemos que, em relao superestrutura, verificaremos o que explicitado no menu Ajuda do DEH em busca dos critrios adotados para a forma de apresentao das locues, de acordo com os prprios lexicgrafos do dicionrio. No que diz respeito macroestrutura, verificaremos qual a unidade lexical formadora da locuo que constitui a palavra-entrada desse dicionrio E, no que se refere microestrutura do dicionrio, que corresponde ao verbete, verificaremos de que forma os lexicgrafos do DEH registram as locues verbais e que informaes apresentam sobre estas (marcas de uso, informaes de natureza gramatical, sinttica, semntica e pragmtica). Por fim, tambm analisaremos se todas as construes verbais apresentadas na pasta locues, como possveis locues verbais, constituem de fato uma locuo (fraseologia). Alm disso, mais uma vez afirmamos que nossa perspectiva de anlise das locues verbais registradas no DEH se fundamentar na proposta de Gross (1996), constituda pelas propriedades gerais que caracterizam o fenmeno do congelamento e pelos critrios de reconhecimento das seqncias congeladas. No prximo captulo, mostraremos os resultados que obtivemos atravs dos procedimentos realizados, examinando se o tratamento que as locues verbais recebem no DEH, tendo em vista sua conceituao e forma de registro o ideal, pensando-se em uma busca eficaz do consulente. CAPTULO 5 ANLISE DOS DADOS
Retomando o que realizamos at agora: no primeiro captulo desta dissertao, explicamos por que a presente dissertao se caracteriza como um estudo metalexicogrfico e adiantamos nosso foco de investigao, as locues verbais; no segundo, apresentamos uma reviso bibliogrfica sobre o estudo dos fraseologias; no terceiro, abordamos o registro das locues verbais em dicionrios gerais de lngua; e , no quarto captulo, descrevemos os procedimentos metodolgicos adotados na presente pesquisa. No presente captulo, apresentaremos a anlise das locues verbais do DEH. Como j anunciado, na seo 5.1, mostraremos uma anlise da superestrutura do DEH no que tange ao tratamento das locues neste dicionrio; na seo 5.2 lanaremos um olhar sobre a macroestrutura do DEH, analisando as entradas das locues verbais na obra; j na seo 5.3 discutiremos aspectos que dizem respeito microestrutura deste dicionrio eletrnico, verificando, nos verbetes que contm locues, de que forma estas so registradas; e na seo 5.4 examinaremos as locues selecionadas sob os critrios de Gross (1996), verificando se podem ser consideradas locues verbais. Por fim, na seo 5.5, apresentaremos uma sntese com os aspectos conclusivos em relao ao resultado das anlises, mostrando a forma como essas fraseologias deveriam ser registradas. 5.1 LOCUES NO DEH: ANLISE DA SUPERESTRUTURA Com o objetivo de analisarmos a superestrutura do DEH, nesta seo apresentaremos as principais informaes consultadas no menu Ajuda deste dicionrio que dizem respeito a sua estrutura geral. Na Apresentao 86 , tpico inicial do menu, encontramos uma viso geral da obra dicionarstica, do projeto do dicionrio e de sua base documental, entre outros. No tpico seguinte, Manual do usurio, encontramos informaes relativas tela principal, em que pode ser localizada a descrio dos elementos da interface grfica. Nesta parte so obtidas, entre outras, as seguintes explicaes:
86 A Apresentao de autoria de Mauro de Salles Villar, um dos diretores da equipe editorial do DEH. 100 C Ca ab be e a al lh ho o d do o v ve er rb be et te e - Esta rea apresenta a cabea do verbete corrente em negrito, o nmero alceado da entrada, se houver mais de uma com a mesma forma lingstica, alm de outras informaes importantes do verbete, tais como datao, fonte de datao, ortopia, indicao de marca registrada e, em caso de palavra estrangeira, pronncia (transcrio fontica) e lngua de origem.
A Ac ce ep p e es s e e l lo oc cu u e es s - Nesta rea so apresentados os significados e as locues do verbete selecionado. No contedo do verbete, encontra-se uma srie de informaes como: classe gramatical, rubrica, data da acepo, regionalismo, nvel de uso, estatstica de emprego, diacronismo e exemplos de uso.
M Mo od do os s d de e v vi is su ua al li iz za a o o - Voc pode visualizar o Dicionrio eletrnico Houaiss de trs maneiras diferentes, dependendo do objetivo da sua pesquisa ou simplesmente da sua preferncia. O primeiro modo (...) denomina-se Modo interativo e apresenta o contedo do verbete de forma a permitir que voc escolha a informao que deseja consultar. O segundo modo (...) denomina-se Modo tradicional e apresenta o contedo do verbete com o mesmo formato que o Dicionrio Houaiss impresso. O terceiro modo (...) denomina-se Modo expresso e apresenta o contedo do verbete de forma simplificada, para uma consulta rpida apenas da classe gramatical e dos significados da palavra, com as indicaes de rubrica temtica e de regionalismo.
Quadro 15 Informaes do Manual do usurio do DEH. Em relao ao quadro, conforme j apresentamos nos procedimentos metodolgicos, utilizamos na presente pesquisa, como modo de visualizao do DEH, o Modo interativo, o qual permite que o consulente da obra selecione, por meio da interao com a tela, a informao desejada, a qual est devidamente organizada nas pastas: ACEPES e LOCUES. No tpico Glossrio, o terceiro analisado, os redatores do DEH apresentam os conceitos do prprio dicionrio para os elementos que compem a obra lexicogrfica. Julgamos ser relevante apresentar algumas das definies elencadas neste tpico: C CO OM MP PO ON NE EN NT TE E C CO ON NC CE EI IT TO O A Ac ce ep p o o Cada um dos sentidos de uma palavra ou locuo.
C Ca ab be e a al lh ho o d do o v ve er rb be et te e rea da interface grfica do Dicionrio eletrnico Houaiss na qual se encontra a entrada do Verbete. No modo interativo, o cabealho tambm apresenta outras informaes, como datao e fonte de datao da entrada; ortopia; lngua, pronncia e traduo de palavras estrangeiras.
E El le em me en nt to os s d do o v ve er rb be et te e
Na interface grfica do Dicionrio eletrnico Houaiss, so as informaes de gramtica, uso, gramtica/uso, etimologia, sinnimos/variantes, antnimos, coletivos, homnimos, parnimos, vozes de animais e noo (onomasiologia) apresentadas em pastas no modo interativo.
E En nt tr ra ad da a d do o v ve er rb be et te e o ou u C Ca ab be e a a d do o v ve er rb be et te e Forma lingstica (palavra, locuo, elemento mrfico) que definida no dicionrio. Por exemplo: romper, da capo, caus-.
F Fr ra as se eo ol lo og gi ia a Expresso cristalizada em uma lngua como provrbios, frases feitas etc. Por exemplo: santo de casa no faz milagres.
101 C CO OM MP PO ON NE EN NT TE E C CO ON NC CE EI IT TO O L Lo oc cu u o o 8 87 7 Grupo de palavras que equivale semntica ou gramaticalmente a uma s. Por exemplo: a locuo adverbial com cuidado equivale a cuidadosamente. No campo de locues do dicionrio, so registrados sintagmas locucionais e fraseologias.
V Ve er rb be et te e Conjunto composto pela entrada (significante) e pela acepo (significado) de uma palavra em um dicionrio, alm de outras informaes complementares. Na interface grfica do Dicionrio eletrnico Houaiss, compreende o cabealho, as acepes e locues e as pastas de elementos.
Quadro 16 Conceitos do Glossrio do DEH. Conforme possvel visualizar no quadro acima, percebemos que esta parte bastante elucidativa para o usurio do dicionrio, uma vez que este pode compreender os termos tcnicos utilizados na obra dicionarstica. Na consulta ao Glossrio tambm ficamos conhecendo qual o conceito de locuo do dicionrio, j apresentado nesta dissertao. Conforme havamos mostrado na seo 3.3, o DEH registra no campo das locues, sintagmas locucionais e fraseologias. Vemos que esta categoria, a das locues, pelo exemplo dado, tratada de forma bastante ampla, pois a locuo definida apenas como grupo de palavras que equivale semntica ou gramaticalmente a uma s, sem a apresentao de critrios rigorosos para o seu tratamento efetivo como uma fraseologia. Tambm fica claro que o dicionrio entende por fraseologia uma expresso cristalizada em uma lngua citando como exemplos os provrbios, as frases feitas, sem mencionar as locues verbais, enquanto unidades congeladas da lngua. A concepo de locuo de G.Gross (1996), a qual estamos adotando nesta pesquisa, muito mais restrita do que a adotada no DEH, pois para esse autor a locuo definida como o grupo dos elementos que no podem ser atualizados individualmente, conforme apresentamos na referida seo anterior deste trabalho. Cumpre lembrarmos que para o autor, uma seqncia verbo + complemento constitui uma locuo verbal se esta unio no for composicional ou se os grupos nominais so congelados, necessitando esta locuo apresentar uma distribuio de verbo ou, nos casos de congelamentos menores, de grupo verbal. Alm disso, Gross, ao contrrio do DEH, no inclui entre as locues verbais, a fim de evitar as habituais confuses na rea dos estudos fraseolgicos, os seguintes tipos de construes: as frases congeladas, as construes verbais compreendendo um advrbio congelado e as construes nominais com verbos de suporte.
87 Esta definio j foi apresentada no Quadro 07. 102 Tendo apresentado nesta seo um panorama geral do que apresentado no menu Ajuda do DEH sobre a estrutura geral deste dicionrio, na prxima seo analisaremos a macroestrutura do DEH, no que se refere s entradas das locues coletadas. 5.2. LOCUES NO DEH: ANLISE DA MACROESTRUTURA Ao analisarmos a macroestrutura do DEH, que diz respeito lista de entradas do dicionrio, examinando o tpico Conhecendo o dicionrio, encontramos em Detalhamento do verbete e outras informaes tcnicas esclarecimentos sobre a forma como este dicionrio realiza o registro das locues, especialmente no item intitulado Subcampo das locues e da fraseologia. Entre as informaes encontradas sob o ttulo acima, destacaremos as mais relevantes para a presente pesquisa, realizando tambm a sua anlise. Portanto, nesta seo discutiremos as entradas das locues verbais neste dicionrio. 5.2.1 As entradas As regras da entrada das locues apresentadas pelo DEH podem ser visualizadas no quadro abaixo: 1. Duas disposies foram levadas em considerao quanto ordem de entrada de sintagmas locucionais em seu campo especfico no verbete: A A) ) R Re eg gr ra a d de e p pr re ef fe er r n nc ci ia a d da a c cl la as ss se e g gr ra am ma at ti ic ca al l - As locues e frases feitas entram sempre pelo seu substantivo ou pelo seu primeiro substantivo (ou qualquer palavra usada como tal). Quando no h substantivos, entram pelo primeiro verbo; se no existirem estas duas classes, pelo primeiro adjetivo; caso no haja nenhuma destas trs classes, pelo primeiro pronome; e em ltimo caso, pelo primeiro advrbio existente na locuo. A ordem de preferncia, portanto, : substantivo, verbo, adjetivo, pronome, advrbio. As palavras e expresses algo, algum, uma coisa etc., quando no fazem parte necessria e invarivel da expresso, no podem ser computadas: dar (algo) panos para as mangas; comer (algum) o po que o diabo amassou
O mesmo ocorre com os verbos usados como auxiliares: fazer descer.
B B) ) R Re eg gr ra a d de e a al lf fa ab be et ta a o o d da as s l lo oc cu u e es s d de en nt tr ro o d do o v ve er rb be et te e - Entram, em primeiro lugar, todas as locues que se iniciam pela palavra que a cabea do verbete. (Por exemplo, no verbete gua entram primeiro . boricada, . de barrela, . dura, . lisa etc., em rigorosa ordem alfabtica.) Depois que se esgota esse tipo de locues, seguem-se aquelas cuja palavra que cabea do verbete no se encontra em primeiro lugar no sintagma (p. ex., afogar-se em pouca ., at debaixo da ., ir por . abaixo etc.), tambm organizadas alfabeticamente. 2. Nos verbetes longos e complexos, com muitas locues, como o so gua, anel, sistema etc., os sintagmas cuja palavra que corresponde da entrada est no plural no vm em coleo parte, no fim do grupo de locues. Todas so rigorosamente alfabetadas, e essa alfabetao leva em conta as letras que no aparecem em razo da reduo, com o ponto, letra inicial: a locuo a. de Saturno, portanto, computada e alfabetada como se sua grafia fosse aneisdesaturno.
3. Locues sinnimas seqentes aliam-se em sintagmas mltiplos com vrgulas e um "ou" de permeio. Postas em ordem alfabtica de entrada, formam ento um sintagma locucional mltiplo. Ex: borla (lema) ou de borla (locues). Quadro 17 Entradas no DEH. 103 Assim, vemos que o dicionrio compromete-se em apresentar a entrada das locues sempre pelo seu substantivo ou pelo seu primeiro substantivo (ou qualquer palavra usada como tal) (DEH, grifo nosso), sendo a ordem de preferncia adotada a seguinte: substantivo, verbo, adjetivo, pronome, advrbio. Inicialmente, porm, j podemos dizer que este critrio no rigorosamente seguido, pelo menos no como o afirmado pelos lexicgrafos do DEH e acentuado atravs do advrbio sempre. Para ilustrar o que constatamos, apresentamos como exemplo as locues comprar briga, dizer duas palavras e luzir o buraco. A primeira delas, comprar briga, composta por um verbo e um substantivo, de acordo os critrios de registro assumidos pelo DEH, deveria ser encontrada pelo consulente no verbete BRIGA, contudo, em BRIGA no h nenhum registro desta locuo, a qual poder ser encontrada em COMPRAR. Tambm a locuo dizer duas palavras apresentada pelo dicionrio no verbete DIZER, enquanto que a ordem de preferncia descrita no esta. O mesmo ocorre com luzir o buraco, que deveria estar registrado em BURACO, porm apenas pode ser localizado em LUZIR, contrariando os critrios apresentados pelo prprio dicionrio. Dessa forma, atravs destes trs exemplos j podemos perceber que o DEH no segue todas regras que apresenta em relao seleo da palavra de entrada, o que dificulta a busca por parte do consulente. Em nossa anlise do local de entrada das locues que compem o corpus desta dissertao, encontramos 1525 verbetes que registram locues em que a palavra-entrada um nome (substantivo ou adjetivo) e 98 verbetes que registram locues em que a palavra- entrada um verbo. Alm destes, dentre os dados coletados, apenas dois verbetes que registram locues apresentam como palavra-entrada um advrbio, no que chegamos a um total de 1625 verbetes que registram locues, somando 3761 88 locues verbais. Os resultados podem ser melhor visualizados na tabela abaixo e no grfico que segue: Tabela 01 Anlise quantitativa das entradas das locues do DEH. P PA AL LA AV VR RA A- - E EN NT TR RA AD DA A: : N NO OM ME E P PA AL LA AV VR RA A- - E EN NT TR RA AD DA A: :V VE ER RB BO O P PA AL LA AV VR RA A E EN NT TR RA AD DA A: : A AD DV V R RB BI IO O T TO OT TA AL L V VE ER RB BE ET TE ES S 1525 98 02 1625 L LO OC CU U E ES S 3461 298 02 3761
88 Note que este no o total de locues verbais do DEH, mas sim das locues verbais que fazem parte do recorte analisado, conforme os critrios descritos na seo 4.1. Alm disso, 3761 o nmero de ocorrncias, podendo haver locues repetidas (registradas sob mais de uma entrada), conforme veremos neste captulo. 104
Verbetes que apresentamlocues do tipo analisado 98; 6% 1.525; 94% 2; 0% Palavra-entrada: verbo Palavra-entrada: nome (adjetivo / substantivo) Palavra-entrada: advrbio
Grfico 01 Categoria gramatical das entradas das locues no DEH.
Pelos resultados obtidos de acordo com a tabela e o grfico apresentados, entre as locues coletadas, vemos que a maior parte delas entra no dicionrio por um nome. Este dado j era esperado, uma vez que o DEH apresenta o substantivo como a classe gramatical preferencial de entrada de locues, vindo o adjetivo logo em terceiro lugar. Alm dos nomes e verbos, no houve outra classe gramatical com registro significativo de locues verbais do tipo analisado. Chama-nos a ateno de que, embora o DEH no adote o critrio de registrar a locuo em mais de um componente da locuo (por exemplo, no substantivo e no verbo), esta forma de registro adotada em algumas situaes. E essa a forma de registro que julgamos ser uma das melhores e mais eficazes para facilitar a pesquisa do usurio de uma obra lexicogrfica, ao lado do registro das locues sob entradas autnomas, idia defendida por Gross (1996). Portanto, analisamos as 298 89 locues (registradas em 98 verbetes) que apresentavam como entrada um verbo e constatamos que, destas, apenas 24 estavam registradas em outro componente da locuo alm do verbo. Outras 4 locues estavam registradas sob uma forma variante daquela registrada no verbete de entrada verbo. As locues registradas em dois componentes podem ser observadas nos seguintes quadros:
89 Realizamos aqui este recorte para fins analticos, devido a grande quantidade de locues encontradas neste trabalho. Por isso, elegemos locues verbais registradas nas entradas verbais para serem investigadas, por representarem um nmero menor do que as entradas nominais, facilitando nossa anlise. Consideramos, por outro lado, ser este um corpus significativo, que vai ao encontro dos objetivos de nossa anlise. 105 LOCUO ENTRADA 1 ENTRADA 2 1. bolear a perna BOLEAR PERNA 2. brincar com fogo BRINCAR FOGO 3. dar em cima de DAR CIMA 4. dar mole DAR MOLE 5. deixar de mo DEIXAR MO 6. dizer adeus a DIZER ADEUS 7. dizer cobras e lagartos DIZER COBRAS 8. dizer respeito a DIZER RESPEITO 9. estar por cima ESTAR CIMA 10. esticar a canela ESTICAR CANELA 11. falar grosso FALAR GROSSO 12. fazer pouco de FAZER POUCO 13. forrar o estmago FORRAR ESTMAGO 14. ganhar terreno GANHAR TERRENO 15. ir longe IR LONGE 16. ir muito longe IR LONGE 17. levar a mal LEVAR MAL 18. passar ao largo PASSAR LARGO 19. passar de largo PASSAR LARGO 20. pr a nu PR NU 21. sair limpo SAIR LIMPO 22. ser daqui SER DAQUI 23. sondar o terreno SONDAR TERRENO 2 24 4. . v va al le er r a a p pe en na a valer pena Quadro 18 Locues verbais registradas em mais de um verbete componente da locuo.
Formas variantes:
E EN NT TR RA AD DA A 1 1 L LO OC CU U O O E EN NT TR RA AD DA A 2 2 L LO OC CU U O O BRINCAR no brincar em servio SERVIO brincar em servio DAR dar duro DURO dar um duro DAR no se dar por achado ACHADO dar-se por achado IR ir em frente FRENTE ir para a frente Quadro 19 - Locues verbais registradas em mais de um verbete componente da locuo, sob uma forma variante.
Os resultados obtidos podem ser visualizados no seguinte grfico:
106 Anlise das locues: palavra-entrada verbo 270; 91% 24; 8% 4; 1% Registradas em apenas um componente da locuo Registradas em dois componentes da locuo Registradas em dois componentes da locuo, porm sob uma forma variante
Grfico 02 Local de registro das locues no DEH.
Conforme o grfico, 270 locues foram registradas apenas uma vez no dicionrio, no caso das entradas verbais. Dentre estas, encontramos casos interessantes. Por exemplo, a locuo adoar a boca, registrada no verbete ADOAR, no encontrada no verbete BOCA, mas este registra locues como bater boca e tomar boca, entre outras. O mesmo acontece com adoar a plula, locuo registrada tambm em ADOAR, que no apresentada no verbete PLULA, o qual apresenta as locues dourar a plula e engolir a plula. A locuo britar a palavra no registrada em PALAVRA, porm neste verbete podemos encontrar locues como cassar/ cortar/ dar (a palavra). Tambm no h registro de engolir em seco no verbete SECO, porm este apresenta as locues ficar no seco, mariscar no seco e nadar em seco. No verbete F tambm no encontramos a locuo portar por f, que localizada no verbete PORTAR, porm h registro no mesmo das locues dar por f, fazer f, ter f, entre outras. Estes so apenas alguns exemplos dentre os vrios que encontramos que mostram que, alm de no respeitar a prpria ordem de preferncia de entrada das locues que estabelece, o DEH tambm no segue um padro em relao ao o registro destas no interior dos verbetes. Como explicar o fato de que adoar a plula registrada em ADOAR, quando o substantivo PLULA deveria ser o local de registro da locuo em questo, e que este no registra adoar a plula, mas apresenta as locues dourar a plula e engolir a plula? Tal falta de uniformidade no tratamento das locues que gera a dificuldade da pesquisa por parte do consulente, principalmente no caso do aprendiz estrangeiro de Lngua Portuguesa. 107 J em relao segunda regra, a de alfabetao das locues dentro do verbete, e aos outros dois itens mencionados, no encontramos dissonncias entre o que explicitado no menu Ajuda e o que apresentado no registro das locues. Dessa forma, tendo apresentado anlise das entradas das locues no DEH, que diz respeito a sua macroestrutura, passemos prxima seo, em que nos deteremos na observao da microestrutura da obra. 5.3 LOCUES NO DEH: ANLISE DA MICROESTRUTURA Na presente seo, olharemos para a microestrutura do dicionrio, examinando o verbete no DEH, de acordo com o que explicitado no Detalhamento do verbete e outras informaes tcnicas, mais especificamente nas informaes dos itens intitulados Campo do contedo ou das definies, Das remisses, e Remisses. o que passamos a fazer. 5.3.1 As definies Em relao definio dos verbetes e locues o DEH traz mais informaes relativas estrutura da definio do que ao seu contedo, a saber, ao tipo (ou tipos) de definio que adota. Inicialmente, aborda o conceito de definio: o campo essencial dos dicionrios semasiolgicos, onde se estabelece a relao entre os significantes da lngua e os seus significados. Eis aqui suas caractersticas neste dicionrio. Semasiologia a metodologia de carter semntico que, partindo do signo lingstico, analisa o seu significado.] Quadro 20 Conceituao do Campo do contedo ou das definies do DEH. Observe que o DEH esclarece ao consulente, portanto, tratar-se de um dicionrio semasiolgico, o que vlido. No quadro seguinte, apresentamos as principais informaes obtidas em relao definio apresentada por esse dicionrio: 1. Este dicionrio no abona com textos literrios as acepes que registra - recurso que mais que dobraria o volume alcanado pela obra. Vale, contudo, por tal abonao o fato de datar pelo menos o primeiro sentido dos verbetes, uma vez que junto datao se registra a fonte dessa informao, deixando-se apenas de transcrev-la. Os redatores fornecem, por outro lado, exemplos de uso das palavras, locues e regncias registradas, freqentemente inspirados em abonaes colhidas em livros, jornais, revistas, catlogos, comunicaes etc. O texto de tais exemplos vem em itlico, entre parnteses angulares (< >), sem ponto final, e no utiliza letras maisculas, exceto nos casos em que isto seja exigido pela norma da lngua (por exemplo, nos nomes prprios). 108 2. Na estrutura do verbete, o subcampo dos sintagmas locucionais e das chamadas frases feitas segue-se ao campo das definies. Nele, registram-se as combinaes da unidade lxica que cabea do verbete com outra ou outras palavras.
3. No caso das definies de fraseologia (longos sintagmas, frases feitas, provrbios etc.), o dicionrio registra-as geralmente com a qualificao de fraseol. Ex.: santo (lema) - santo de casa no faz milagres (fraseol.).
4. Mesmo os vocbulos que no se empregam a no ser em determinada ou determinadas locues ganharam uma definio no dicionrio. Ex.:molagem (lema) de molagem (locuo), uso empr. apenas nesta locuo.
Quadro 21 A definio no DEH. Alm das informaes acima apresentadas, o DEH tambm esclarece como as remisses sero registradas na obra, o que podemos verificar no quadro abaixo: 1. As locues podem remeter com nmeros para acepes do prprio verbete de que fazem parte e para outras locues do prprio verbete ou de outro.
2. As acepes das entradas de substantivos, neste dicionrio, no remetem para locues do prprio verbete. A razo disso que qualquer locuo substantiva do tipo substantivo-mais-adjetivo pode reduzir- se ao substantivo que a compe, quando conhecido o contexto em que citada ou quando j referida por extenso anteriormente. Dizemos, assim, bola seja por bola de gude seja por bola de gs, balo por balo de meteorologia ou por balo de anestesia, coroa por coroa de jaqueta ou coroa de louros ou coroa dentria ou coroa funerria ou coroa prottica etc., sempre que for sabido sobre que bola, balo ou coroa se est falando. No haveria motivo para registrar apenas algumas destas remisses, como o fazem diversos dicionrios, quando com todas tal reduo possvel. Por tal motivo, este dicionrio averba definies nas locues completas e praticamente nunca nas acepes em que estas se podem reduzir.
3. Remisses de locues completas para acepes do verbete a que pertencem ocorrem, porm em pequeno nmero.
4. Quando uma unidade lxica tiver a sua definio em outro verbete, por ser um sinnimo ou quase sinnimo deste, a remisso geralmente feita com a abreviao "m.q." (mesmo que), e a unidade lxica para a qual se remete fica em versalete negrito-itlico.
5. No subcampo das locues e fraseologia, pode tambm haver indicao de antinomia conceitual, com o uso da frmula por oposio a.
6. R Re em mi is ss s e es s c co om m o o " "c co on nf fi ir ra a" " o ou u " "c co on nf fe er ri ir r" " - Seu emprego inclui: a) Remeter para outro verbete ou para determinada acepo ou locuo do mesmo verbete ou de outro que tenha relao temtica ou de afinidade com o texto em causa. b) Os parnimos, os homnimos e as questes de gramtica tm local prprio na estrutura do verbete para serem referidos. No cabem, portanto, nas remisses que se fazem com o confira.
7. A palavra ou a locuo que remete para outra no deve deixar de aparecer no texto desta, seja no campo especfico dos sinnimos, no fim do verbete, seja depois de ponto-e-vrgula. Exceo a isso ocorre se a palavra que remete um regionalismo ou um arcasmo ou uma palavra classificada de antiga na lngua (ant.). Neste caso, no h referncia a ela no texto das acepes do verbete alvo da remisso (apenas, eventualmente, no campo da etimologia).
Quadro 22 A remisso no DEH. 109 Analisaremos, agora, as informaes presentes nos dois quadros anteriores, o que diz respeito definio das locues e o que trata das remisses. Em relao ao primeiro, cumpre dizer que a informao fraseol. (fraseologia) apenas pode ser encontrada nas locues quando visualizadas no modo tradicional, no modo interativo (o que utilizamos) no verificamos indicao desta informao. Ademais, no DEH a fraseologia corresponde a frases feitas, sintagmas longos, os quais no foram aqui analisados pelas razes j apresentadas em captulos anteriores. Por isso, no temos em nosso corpus locues com tal informao. Tambm checamos as informaes relativas ao item 4 do quadro 21 (por ex.: uso empr. apenas nesta locuo) e constatamos que elas no so exibidas no modo interativo de visualizao, apenas no modo tradicional. Pensamos, ento, que o DEH deveria apresentar alguma observao ao lado dos itens mencionados de que eles somente so apresentados em um modo de visualizao. Ou ento, registrar esta informao tambm no modo interativo, o que seria mais conveniente, at porque este j apresenta a pasta locues como um local especfico de registro de informaes relativas locuo, o que nos leva a pensar que quem busca informaes relativas a determinada locuo provavelmente ir consult-la, ativando o modo de visualizao interativo. Alm disso, observando as informaes que dizem respeito ao campo das definies e remisses, no encontramos uma descrio a respeito dos tipos de definio que so utilizados no dicionrio para a definio do significado das locues. Dessa forma, como o dicionrio no traz este tipo de informao, apenas esclarecimentos mais gerais ou isolados, analisamos o contedo das definies das locues coletadas, encontrando quatro tipos bsicos, que convencionamos chamar de definio analtica, definio por equivalncia, remisso a outra locuo e exemplo (s) de uso. A seguir, explicamos o que constitui cada um destes tipos de definio 90 , atravs de exemplos do DEH. DEFINIO ANALTICA: Tratase da definio em que o conceito da locuo delimitado de forma precisa, relacionando seus atributos ou suas propriedades, em vez de apenas ocorrer a apresentao de termos sinnimos. Exemplos:
90 A classificao adotada para a anlise dos tipos de definio similar a que elege Noimann (2007) para verificar as definies das locues no Dicionrio Santillana. 110 E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U O O D DE EF FI IN NI I O O BOLA abaixar a bola destruir ou minimizar o motivo de orgulho ou vaidade de (algum)
VOZ ter voz 1 ter natural disposio para o canto 2 ter o direito de falar, de manifestar sua opinio
Quadro 23 Definio analtica no DEH.
DEFINIO POR EQUIVALNCIA: a definio por meio de sinnimos ou antnimos (palavras equivalentes), sem a preocupao com o contedo semntico 91 da palavra, tem carter tautolgico. Exemplos: E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U O O D DE EF FI IN NI I O O CANO dar de cano vencer, ganhar
CAIXINHA guardar na caixinha manter segredo
Quadro 24 Definio por equivalncia no DEH. EXEMPLOS DE USO: Este tipo de definio apresenta a locuo inserida em um contexto de uso. Exemplos: E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U O O D DE EF FI IN NI I O O ACAMPAMENTO levantar acampamento ir-se embora Ex.: est tarde, hora de levantar a.
POO ser um poo de ter determinada qualidade, positiva ou negativa, em alto grau Ex.: <era um p. de inteligncia> <sempre fora um p. de ignorncia>
Quadro 25 Exemplos de uso no DEH.
REMISSO A OUTRA LOCUO: Neste caso no h definio de contedo semntico, mas apenas a remisso para uma outra locuo. Exemplos:
91 Termo apresentado por ANDRADE, Maria Margarida de. Conceito / definio em dicionrios da lngua geral e em dicionrios de linguagens de especialidades (sem data). 111 E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U O O D DE EF FI IN NI I O O BEIO fazer beio m.q. fazer beicinho
BOCADO passar um mau bocado m.q. comer da banda podre
Quadro 26 'Remisso a outra locuo no DEH. Alm destas remisses acima referidas, tambm encontramos remisses com o confira ou conferir, inserido na definio do verbete: E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U O O D DE EF FI IN NI I O O ASA arrastar a asa para ou as asas a fazer a corte (como fazem algumas aves); galantear Obs.: cf. azarar nas acp. informais e sua nota etimolgica
CONTA fazer de conta fantasiar, imaginar; fazer as vezes de; fazer conta que Obs.: cf. faz-de-conta Ex.: as crianas gostam de fazer de c. que so outra pessoa
RIGOR conhecer o r. da mandaaia
conhecer o r. da mandaaia sofrer uma dura lio; ser punido com severidade Obs.: cf. mandaaia
Quadro 27 Remisso atravs do confira ou conferir no DEH. Neste tipo de definio apresentada no quadro acima no h apenas a remisso para outra locuo, aqui a remisso serve de complemento definio da locuo. Aps termos explicado os diferentes tipos de definio que encontramos no dicionrio analisado, passamos a apresentar um quadro com uma amostragem da definio das locues registradas no mesmo:
112 L LO OC CU U O O D DE EF FI IN NI I O O A AN NA AL L T TI IC CA A D DE EF FI IN NI I O O P PO OR R E EQ QU UI IV VA AL L N NC CI IA A E EX XE EM MP PL LO O( (S S) ) D DE E U US SO O R RE EM MI IS SS S O O A A O OU UT TR RA A L LO OC CU U O O adoar a boca x beber azeite x bolear a perna x botar quente x cair na bandalha x comer gamb errado x comprar briga x cuspir chumbo x dizer duas palavras x esticar a canela x fazer a retranca de x fazer bode x fazer curso x fazer mal a x forrar o estmago x 1 x x ganhar terreno 2 x x 1
x luzir o buraco 2 x nascer agora x pretender a mo de x salvar o pescoo x sondar o terreno x trabalhar na companhia do desvio x valer a pena x x voar alto x Quadro 28 Amostragem dos tipos de definies do DEH. Examinando o quadro, vemos que os autores do DEH, alm de no explicitarem o tipo de definio que ser utilizada nos verbetes, no adotam um critrio padro para estas. Alm disso, nos exemplos acima, h um nmero significativo de definies por equivalncia, as quais nem sempre auxiliam a busca do consulente, especialmente no caso de se tratar de um aprendiz estrangeiro. Por fim, cumpre registrarmos que os redatores do dicionrio tambm apresentam convenes gerais para o registro das locues, as quais organizamos no quadro que segue:
113 1.Todas as locues so grafadas em negrito e iniciam-se por letra minscula, salvo se se tratar de antropnimo, topnimo ou qualquer dos outros casos em que a maiusculizao de uso. 2. Quando a palavra que cabea do verbete tem mais de duas letras, reduz-se, na locuo, sua inicial e um ponto, mesmo que se trate de palavra composta com hfen. Faz-se exceo a isso quando na locuo ela aparece no plural e isso no se pode inferir do conjunto do texto. Neste caso, ela vem grafada por extenso. O mesmo ocorre quando se trata de verbo flexionado, pois s no infinitivo impessoal se pode reduzi-lo sua primeira letra mais um ponto. (Os verbos de regncia pronominal, no infinitivo, abreviam-se tambm, mas o -se permanece visvel.) 3. Em caso de haver multiplicidade de sentidos para a locuo (polissemia), cada acepo vem antecedida de um nmero em negrito. Quadro 29 Convenes gerais adotadas para o registro das locues no DEH. Tais convenes, conforme investigamos, so seguidas pelos dicionaristas na obra. 5.3.2 As marcas de uso e outras informaes: os elementos perifricos Ainda em relao microestrutura do dicionrio, procuramos verificar que outras informaes, alm da definio, os lexicgrafos do DEH apresentam sobre as locues, o que diz respeito a informaes relativas ao emprego, marcas de uso, informaes de natureza semntica, gramatical, etc. Nesse sentido, observamos que os dicionaristas esclarecem que a acepo ou as acepes de cada locuo podem vir acompanhadas de elementos perifricos. Nesse caso, a ordem em que aparecem no verbete, quando justapostos, a mesma anunciada para o restante do dicionrio, a saber: datao, derivao semntica (e acepo restritiva, com ou sem freq 92 .), rubrica temtica, regionalismo, nvel de uso, estatstica de emprego e registro diacrnico. Mostramos, no quadro a seguir, informaes relativas ao registro de elementos perifricos apresentadas no DEH:
92 Freqncia. 114 E El le em me en nt to os s p pe er ri if f r ri ic co os s So as indicaes suplementares que o dicionrio fornece sobre a natureza, emprego e outras caractersticas das unidades lxicas que define. Elemento perifrico tudo que no seja a entrada e o seu significado - por exemplo, a classe gramatical, a datao, informaes de uso, nvel de uso, as rubricas temticas, a sinonmia etc. Alm da classe gramatical e da datao, acima referidas, os elementos perifricos, cuja informao o dicionrio presta entremeada com as acepes do campo do contedo, incluem: a derivao semntica, as rubricas temticas e os dados acerca de regionalismo, nvel de uso, estatstica de emprego e registro diacrnico. Tais elementos, que so de natureza diferente e precedem sempre o texto da definio, podem aparecer isolados ou combinados no verbete.
1 1. . C Cl la as ss se e g gr ra am ma at ti ic ca al l No fornecida a classificao gramatical das locues que se encontram embutidas nos verbetes; a classe gramatical das locues estrangeiras, porm, sempre consta do texto, por se tratar de verbetes de entrada autnoma na nominata do dicionrio.
2 2. . D Da at ta a o o Anota-se neste campo a data do primeiro registro conhecido ou estimado de uma palavra, com indicao da fonte onde ocorre ou da primeira obra lexicogrfica que a incluiu em sua nominata. Informaes complementares referentes datao encontram-se no campo da etimologia.
3 3. . D De er ri iv va a o o s se em m n nt ti ic ca a Nas unidades lxicas definidas, h sentidos que derivam de outros. Tais derivaes semnticas - esclarecimento prestado ao leitor das transies semnticas que do nascimento a novas acepes de uma palavra ou locuo - incluem os seguintes itens: por extenso de sentido; por analogia; por metfora.; por metonmia.; por sindoque.; galicismo semntico; anglicismo semntico.
4 4. . R Ru ub br ri ic ca a t te em m t ti ic ca a a informao, codificada numa reduo, que o dicionrio fornece ao leitor sobre a rea do saber ou do fazer humano a que pertence a unidade lxica definida ou determinada acepo sua (por exemplo, fsica, msica; artes grficas, fotografia, indstria txtil etc.).
5 5. . R Re eg gi io on na al li is sm mo o A indicao de regionalismo recai sobre palavra ou locuo (dialetismo vocabular) ou acepo (dialetismo semntico) privativa de determinada regio dentro do territrio onde se fala a lngua e desconhecida das demais. a informao sobre os limites geogrficos da utilizao de determinada unidade lxica ou acepo sua.
6 6. . N N v ve el l d de e u us so o a faixa lingstica de expresso em que a palavra ou a acepo empregada. O dicionrio informa os seguintes nveis de uso nas palavras, locues e acepes que averba: sentido absoluto; linguagem formal; linguagem informal; jargo da droga.; linguagem policial, de delinqentes ou de criminosos; tabusmo.; uso imprprio.; linguagem eufemstica; pejorativa; ironia; palavra ou acepo jocosa; linguagem hiperblica (Por vezes, algumas destas informaes podem juntar-se numa nica acepo).
7 7. . E Es st ta at t s st ti ic ca a d de e e em mp pr re eg go o a informao relativa freqncia com que determinada unidade lxica ou acepo se registra na lngua. Compreende as seguintes classificaes neste dicionrio: pouco usado, mais usado que, menos usado que.
8 8. . R Re eg gi is st tr ro o d di ia ac cr r n ni ic co o O registro diacrnico, vigncia cronolgica do vocbulo, inclui a indicao de arcasmo, de vocbulo antigo na lngua, de obsoleto ou obsolescente e de arqueologia verbal. As informaes de registro diacrnico so usadas para localizar no tempo o emprego dos vocbulos na lngua, esclarecendo ao leitor se ainda esto vivos, se esto por morrer, se j esto mortos etc.
Quadro 30 Sobre os elementos perifricos do DEH.
115 Visualizado o quadro descritivo dos elementos perifricos 93 , para um melhor entendimento de como tais elementos so configurados no dicionrio em questo, passemos observao do registro das locues abaixo: L LE EM MA A L LO OC CU U O O 1 ABACAXI
descascar um a. Regionalismo: Brasil. Uso: informal. 1 resolver um problema difcil, trabalhoso ou extenuante 2 desvencilhar-se de uma incumbncia ou situao desagradvel 1 BOTA bater as b. 2 fugir; dar no p dar b. Uso: informal. 1 morrer; bater as conjuntas Uso: informal. fazer feio; fracassar descalar uma b. Derivao: sentido figurado. Uso: informal. livrar-se de um problema; sair de um apuro lamber as b. de Derivao: sentido figurado. Uso: informal. mostrar-se subserviente; bajular, limpar as botas de limpar as b. de Derivao: sentido figurado. Uso: informal. m.q. lamber as botas de meter as b. em Derivao: sentido figurado. Uso: informal. criticar com violncia (algo ou algum); falar mal de CUIDADO dar-se a cuidados fazer diligncias; diligenciar Quadro 31 Registro dos elementos perifricos no DEH. Agora, apresentamos um quadro demonstrativo com o registro de elementos perifricos 94 em algumas locues do corpus analisado. O quadro segue a ordem com que cada elemento 95 deve aparecer no verbete.
93 Os elementos perifricos esto registrados acima sob fonte de estilo itlico. 94 O trao ( - ) representa ausncia do elemento. 95 No consta no quadro a anlise do elemento Datao, por este vir registrado, geralmente, no no corpo da definio da locuo, mas sim no cabealho do lema em que esta est arrolada, uma vez que encontramos poucas locues com este registro. Ademais, no consideramos este item fundamental para a anlise. 116 L LO OC CU U O O D DE ER RI IV VA A O O S SE EM M N NT TI IC CA A R RU UB BR RI IC CA A T TE EM M T TI IC CA A R RE EG GI IO ON NA AL LI IS SM MO O N N V VE EL L D DE E U US SO O E ES ST TA AT T S ST TI IC CA A D DE E E EM MP PR RE EG GO O R RE EG GI IS ST TR RO O D DI IA AC CR R N NI IC CO O adoar a boca - - - Informal - - beber azeite - - Brasil - - - bolear a perna - - Rio Grande do Sul - - - botar quente - - Brasil Informal - Obsoleto cair na bandalha - - Rio de Janeiro Pejorativo - - comer gamb errado - - Brasil - Pouco usado - comprar briga - - - Informal - - cuspir chumbo - - Brasil Linguagem de delinqentes - - dizer duas palavras - - - - - - esticar a canela - - Brasil Informal - - fazer a retranca de - Artes grficas - Informal Pouco usado - fazer bode Sentido figurado Termo de marinha Brasil Informal - - fazer curso - - Brasil - - Obsoleto fazer mal a - - - Eufemismo - - forrar o estmago Sentido figurado - - Informal - - 1 Sentido figurado - - - - - gan har terr eno 2 - - - - - - 1 -
- - - - - luzi r o bur aco 2 Por extenso de sentido - - - - - nascer agora Sentido figurado - - - - - pretender a mo de - - - - - - salvar o pescoo Por metonmia - - - - - sondar o terreno Sentido figurado - - - - - t tr ra ab ba al lh ha ar r n na a c co om mp pa an nh hi ia a d do o d de es sv vi io o - - Nordeste do Brasil
Informal
Pouco usado - v va al le er r a a p pe en na a - - - - - - v vo oa ar r a al lt to o - - - - - - Quadro 32 Amostragem qualitativa dos elementos perifricos no DEH. 117 Em relao ao quadro apresentado, observamos que algumas locues trazem consigo algum tipo de elemento perifrico, outras mais de um, e algumas no trazem nenhuma informao adicional definio. Porm, mesmo que julgamos tais elementos muito importantes na busca do consulente, os redatores do DEH no se comprometem em registr- los em todas as locues, pois afirmam que estes podem aparecer isolados ou combinados no verbete (DEH) [grifo nosso]. Cumpre lembrarmos que a informao rubrica temtica no significativa na tabela porque no selecionamos locues da linguagem de especialidade, estas apenas foram includas nos dados coletados quando apresentavam o elemento uso informal. Porm, o que os redatores do DEH assumem e no cumprem rigorosamente, traduzindo-se numa problemtica, a ordem com que tais elementos devem aparecer no verbete. Em relao seqncia de informaes aplicada de forma diferente da que assumida, temos, acima, as locues fazer a retranca de e trabalhar na companhia do desvio, em que a estatstica de emprego registrada antes do nvel de uso em ambas. Outro problema encontrado diz respeito ao registro diferenciado de uma mesma locuo, em um e outro lema. Um exemplo disso so as locues esticar a canela (quando registrada no lema CANELA apresenta dois elementos perifricos e quando registrada no lema ESTICAR, apenas um); forrar o estmago (quando registrada no substantivo no informa nenhum elemento perifrico e apresenta exemplo de uso na definio, j quando registrada no verbo apresenta dois elementos perifricos e definida por meio da equivalncia); ganhar terreno (no substantivo as duas acepes da locuo no apresentam nenhuma informao adicional, enquanto que no verbo apresentam a derivao semntica na primeira acepo da locuo); e sondar o terreno (no substantivo a locuo registra 3 acepes e nenhum elemento perifrico, j no verbo apresenta apenas uma acepo e um elemento perifrico). Alm dos elementos perifricos acima apresentados, encontramos em determinadas locues, muito raramente, a presena de uma observao, podendo esta ser uma remisso de determinada acepo para os campos, gramtica, uso ou ainda gramtica/ uso do mesmo verbete:
118 L LE EM MA A L LO OC CU U O O O OB BS SE ER RV VA A E ES S C CO ON NT TE E D DO O D DA A O OB BS SE ER RV VA A O O BATATA plantar batata (s) Obs.: ver uso
emprega-se depois do v. ir no imper. ou do v. mandar
QUINTO ir para os quinto /mandar para os quinto Obs.: ver gram/uso
as loc. ir para os quintos e mandar para os quintos vm ger. seguidas da expresso intensificadora dos infernos; ver a etimologia
RETIRADA bater em retirada Obs.: ver gram
a loc. bater em retirada foi consid. gal. pelos puristas, que sugeriram em seu lugar: pr-se em retirada
SERVIR estar servido Obs.: tb. empr. com o verbo ser
- Quadro 33 Observaes (gramtica, uso) no DEH. Em relao ao item 1 do quadro 30, vemos que o DEH assume que a categoria gramatical das locues embutidas nos verbetes (as de Lngua Portuguesa), apenas a das locues de lngua estrangeira, por constiturem, estas ltimas, entradas autnomas nesse dicionrio. Ora, muita vlida a organizao das locues estrangeiras na forma de entradas e das mesmas virem acompanhadas de suas respectivas classificaes gramaticais, porm acreditamos que seria importante que se pensasse em dar o mesmo tratamento s locues da Lngua Portuguesa, principalmente para fins de consulta didticos. Recordamos que Gross (1996, p. 16) explica que as locues funcionam de maneira compacta, em bloco, exatamente como as categorias simples e por isso no est certo figurarem sob um ou outro componente da unidade nos dicionrios, devendo constituir entradas independentes. Agora, cumpre registrarmos que analisando as informaes adicionais definio de todas as locues cuja palavra de entrada corresponde a um verbo, as quais somam 298 locues, encontramos apenas 113 que apresentam o registro de algum elemento perifrico (rubrica temtica, regionalismo nvel de uso, estatstica de emprego, etc.). Os resultados podem ser conferidos na tabela que segue:
119 Tabela 02 Anlise quantitativa dos elementos perifricos (entradas verbais) no DEH.
T TO OT TA AL L D DE E L LO OC CU U E ES S P PR RE ES SE EN N A A D DE E E EL LE EM ME EN NT TO O( (S S) ) P PE ER RI IF F R RI IC CO OS S ( (S S) )
S SE EM M N NE EN NH HU UM M E EL LE EM ME EN NT TO O 298 113 185 100% 38% 62% Acreditamos que a percentagem de locues sem nenhum elemento perifrico, entre os dados analisados, muito alta, uma vez que julgamos ser pertinente um dicionrio registrar dados relativos s marcas de uso, derivao, regionalismos, variaes, entre outros, os quais enriquecem o contedo das locues, facilitando o seu entendimento e uso por parte do consulente, em especial o aprendiz da Lngua Portuguesa. Nesta seo, mostramos dois aspectos que dizem respeito microestrutura do DEH no que tange ao registro das locues - a definio e as demais informaes apresentadas no verbete (nvel de uso, derivao, regionalismo, etc), as quais so tratadas por elementos perifricos neste dicionrio. Na prxima seo, apresentaremos uma anlise possvel das locues segundo os critrios de Gaston Gross (1996). 5.4 ANLISE DAS LOCUES DE ACORDO COM OS CRITRIOS DE GROSS (1996) Na presente seo mostraremos a anlise que diz respeito a se as construes verbais apresentadas na pasta locues do DEH constituem de fato uma locuo verbal, no sentido de uma fraseologia. A fim de uma tentativa de delimitao das construes que constituem uma locuo verbal lembramos, mais uma vez, que adotamos os critrios postulados por Gross (1996) 96 . Para tanto, analisamos as 298 locues apresentadas pelo DEH em verbetes de palavra- entrada verbo, procurando verificar se todas representavam locues verbais, fraseolgicas, de acordo com os critrios desse autor. Ento, inicialmente, foram excludas todas as construes que Gross no considera exemplos de locuo verbal: as frases congeladas, as construes verbais compreendendo um advrbio congelado e as construes nominais com verbos de suporte. Depois, aps este primeiro critrio excludente, dentre as construes restantes, procuramos observar se estas
96 A proposta de Gross (1996) foi apresentada na seo 2. 3, alm de constar de forma resumida na seo 4.3. 120 possuam as propriedades gerais que caracterizam o congelamento, tal como a polilexicalidade, a opacidade semntica e a no-insero de elementos, etc; e tambm procuramos observar os critrios apontados pelo autor para o reconhecimento destas seqncias congeladas que dizem respeito s propriedades transformacionais da construo, como, por exemplo, a apassivao, a topicalizao e a relativizao. J adiantamos que esta no se constituiu numa tarefa fcil, porque embora algumas construes apresentadas pelo DEH no apresentem dificuldades de classificao, sendo retiradas do grupo das locues por um ou outro critrio de excluso, a maior parte das construes apresenta diferentes graus de congelamento 97 , caracterizando-se como locuo verbal por uma ou outra propriedade, pois nem sempre todas esto presentes. Alm disso, em relao a estes dois ltimos critrios - o das propriedades gerais e o do bloqueio das propriedades transformacionais - lembramos que eles so, de certa forma, relativos, pois no h um modelo regular para todas as locues, ou seja, um nmero fixo de propriedades gerais que a construo precisa apresentar para ser considerada locuo, ou mesmo um nmero limite de propriedades transformacionais que a locuo possa apresentar, alm de haver muitos casos de excees em relao a estes critrios, conforme o prprio autor. Assim, podemos dizer que o critrio mais claro utilizado para se classificar uma construo verbal como locuo verbal foi o primeiro apresentado, como nos exemplos 98 (no considerados locues) abaixo: Construes verbais compreendendo um advrbio congelado: apanhar como boi ladro (ser surrado; ser espancado); comer como um lobo (comer com voracidade e demasiadamente); ficar como a me de So Pedro (no ter onde ficar). Construes nominais com verbos de suporte: armar ou criar confuso (iniciar uma briga ou discusso); dar fome (ficar com fome; produzir fome, abrir o apetite); ter bom paladar (ter gosto apurado, apreciar as boas comidas); ter f em (depositar confiana em; fiar-se em); ter tempo (ter vagar ou ocasio; poder dispor de tempo para fazer alguma coisa); tomar conselho (pedir conselho; aconselhar-se, consultar-se).
97 Os diferentes graus de congelamento mencionados por Gross tambm foram explicitados na seo 2. 3. 98 Exemplos retirados do universo total de locues coletadas, no apenas das 298 locues de entrada verbal que foram analisadas de acordo com a proposta de Gross. 121 Em relao ao outro critrio excludente, o das frases feitas, provrbios, preciso dizer que estes j no constaram no corpus selecionado, pelos motivos j apresentados nos procedimentos metodolgicos desta dissertao. Recordamos, conforme j comentamos no segundo captulo, que esta necessidade de anlise criteriosa em relao s propriedades (de congelamento e de transformao), se deve, alm da existncia dos diversos graus de congelamento, de acordo com o autor, ao fato de que estes nem sempre so to claramente visveis, podendo-se chegar a centenas de classes diferentes de locues verbais ao se tentar construir uma tipologia. Por isso, acreditamos na importncia do bom senso na anlise das construes verbais, devendo esta ser particularizada, como j mostrava Gross (1996, p.76), ao salientar que para classificar determinada construo necessrio levar em conta o conjunto das propriedades que esta apresenta. Em relao s propriedades transformacionais e ao grau de congelamento, estas sero tratadas de forma mais especfica em uma seo parte deste captulo. Em resumo, conforme o mesmo autor, no se pode diferenciar as locues verbais das construes verbais comuns apenas superficialmente, sem examin-las criteriosamente. Por isso que necessrio inicialmente se desenvolver critrios para a deciso sobre se uma construo deve figurar ou no no dicionrio como locuo. Passemos, agora, aos resultados obtidos. De acordo com nossa anlise, de um total de 298 locues (encontradas em 98 verbetes de palavra-entrada verbal), selecionamos 161 que podem ser consideradas locues verbais conforme Gross (1996), conforme os dados a seguir: Tabela 03 Anlise quantitativa das locues verbais (entradas verbais) de acordo com os critrios de Gross (1996). L LO OC CU U E ES S S SE EG GU UN ND DO O O O D DE EH H ( (P PA AL LA AV VR RA A- - E EN NT TR RA AD DA A V VE ER RB BO O) ) C CO ON NS ST TR RU U E ES S N N O O C CO ON NS SI ID DE ER RA AD DA AS S L LO OC CU U E ES S V VE ER RB BA AI IS S S SE EG GU UN ND DO OG GR RO OS SS S ( (1 19 99 96 6) ) C CO ON NS ST TR RU U E ES S C CO ON NS SI ID DE ER RA AD DA AS S L LO OC CU U E ES S V VE ER RB BA AI IS S S SE EG GU UN ND DO O G GR RO OS SS S ( (1 19 99 96 6) ) L Lo oc cu u e es s 298 137 161 P Po or rc ce en nt ta ag ge em m 100% 46% 54% Visualizando a tabela, constatamos que se o DEH adotasse critrios mais rigorosos para o registro de unidades sobre o rtulo de locues, em nosso caso os critrios de Gross, 137 construes no poderiam ser consideradas locues verbais, ou seja, deveria haver 122 diferenciao entre estas construes e as que realmente podem ser classificadas como locues (fraseologias). Apresentamos, a ttulo de conhecimento, a lista das 161 construes, entre as entradas verbais do DEH, que continuamos considerando como locues, tal como o faz o dicionrio: LOCUO DEFINIO adoar a boca procurar atrair um favor, uma graa de algum com elogios, ddivas etc. adoar a plula revestir (algo) com uma aparncia sedutora, enganadora adormecer para sempre morrer afiar com ir contra (algo ou algum); atacar andar fora de si ter grande perturbao de esprito por desgosto profundo ou grande contentamento andar naufragado trajar(-se) de maneira muito pobre andar trincado andar (algum) amuado, indisposto para com os outros atender por ser conhecido como; ser chamado de bolear a perna apear de montaria botar quente passar para trs; fazer de bobo; enganar botar-se a tudo arriscar tudo num negcio ou projeto; esforar-se muito brincar com fogo lidar de maneira inconseqente com coisas srias ou perigosas bulir em casa de marimbondo meter-se em confuso cair bem condizer, ser adequado ou apropriado; vir a propsito; ser bem aceito; agradar cair de maduro
perder o equilbrio, ir ao cho, tombar sozinho, sem interveno de outros fatores ou foras que no o prprio peso cair de podre
cair ('tombar', 'fracassar') sozinho, devido precariedade da prpria situao ou condio (financeira, moral etc.) cair de quatro
1 cair ('tombar, ir ao cho') com as mos e joelhos a apoiar o corpo 2 espantar-se, surpreender-se cair duro
1 morrer instantaneamente 2 cansar-se 3 ter grande surpresa cair em si
1 deixar de estar abstrado ou distrado 4 deixar de ter sonhos, devaneios, iluses; ficar consciente da prpria condio ou situao 5 reconhecer os prprios erros cair fora
1 sair, ir embora; dar o fora; mandar-se, retirar-se 2 fugir; escafeder-se cair mal
no condizer; no ser adequado ou apropriado; no vir a propsito, no ser bem aceito ou no agradar cair para trs espantar-se, surpreender-se cair redondamente
1 m.q. cair redondo 2 ser enganado, logrado, iludido cerrar de cima dar ordens; mandar, ordenar chutar alto contar vantagens; jactar-se, vangloriar-se comer de tirar o seu sustento de; viver de comer ruim comer da banda podre comprar a mangrado adquirir sem escolher comprar briga meter-se em briga ou situao conflituosa sem real necessidade ou por simples precipitao conhecer-se ou conhecer-se por gente comear a usar da razo; entrar (a criana) em idade racional e consciente, com memria duradoura danar-se atrs sair procura de; perseguir danar conforme tocam m.q. danar conforme a msica dar com
1 deparar-se com; topar, encontrar 2 responder ou atalhar com; retrucar, repostar 3 forar para fazer ceder; empurrar para dar de si
1 ceder a uma fora fsica, ao uso continuado ou a algum esforo de outra ordem 2 ter como conseqncia; resultar dar duro m.q. dar um duro dar em cima de procurar com fins amorosos ou libidinosos dar mole descuidar-se, expor-se, facilitar 123 dar para
1 demonstrar qualidades ou caractersticas para ser 2 mostrar reiterada tendncia para 3 sentir o impulso de; comear a, desatar a 4 ser o suficiente para; bastar 5 abrir-se para (uma vista); ter vista para ou sobre 6 dar acesso, ser passagem para 7 aceitar fazer sexo com dar para trs reagir contra algo; no aceitar ou permitir que algo v para a frente dar-se mal
1 no alcanar bom xito; sair-se mal 2 meter-se em apuros dar sobre comear a luta ou o ataque contra; lanar-se contra deitar abaixo realizar a destruio de; deitar por terra; aniquilar deixar atrs m.q. deixar longe deixar de lado no levar em considerao deixar de mo cessar a preocupao a respeito de; abandonar deixar longe adquirir preponderncia, superioridade em relao a; deixar atrs deixar para l afastar de si a inquietao; no se importar ou preocupar no se descoser de estar sempre junto de algum; no se separar de; no largar dizer ao que veio cumprir o que era preciso ser feito; mostrar-se capaz de realizar algo dizer cobras e lagartos dizer propositadamente coisas desagradveis para outrem dizer com seus botes dizer (algo), ger. em voz baixa, para si mesmo dizer duas palavras fazer uma pequena observao sobre algo ou introduzir algum assunto dizer respeito a ser concernente a enfiar atrs ir no encalo engolir em seco sofrer silenciosamente uma injustia, insulto ou humilhao; represar ou reprimir uma expanso entabocar atrs ir em perseguio a; perseguir entrar bem no alcanar bom xito; sair-se mal estar afeto a ser da alada de; tocar a estar a fim de 1 ter vontade de, estar disposto a 2 ter intenes amorosas em relao a estar a nenhum no ter dinheiro algum; estar pronto, estar quebrado estar em si estar em seu juzo estar por cima m.q. estar por cima da carne-seca estar por fora no dominar um assunto; no ter conhecimento de determinado incidente, evento etc. estar por pouco
1 estar prximo de acontecer 2 estar quase morrendo, estar nas ltimas estar pipocando estar por acontecer estar papando alto estar envolvido em grandes negociatas ou aventuras amorosas estar pouco somando com m.q. no estar nem a estar ou ficar salivando estar, ficar com muita raiva estar tinindo
estar (algum) em excelente disposio ou forma; sentir-se forte, vigoroso, jovem, capaz etc. esticar a canela morrer, falecer falar grosso
1 mostrar-se duro, irredutvel em relao a outrem 2 bancar o valente falar mais alto revelar maior importncia; prevalecer fazer mal a fazer perder a virgindade; deflorar, desflorar fazer por elas merecer castigo fazer por onde
1 procurar maneira de fazer algo, lanar-se consecuo de algo 2 dar motivo a (algo) fazer-se de rogado fazer-se de difcil, no se mostrar disposto a ou fingir no estar disposto a fechar com estar ao lado de (algum ou algo) a qualquer preo fiar fino ou fiar mais fino ou fiar muito fino ser negcio ou caso delicado, de importncia, que requer tratamento cuidadoso e minucioso ficar por isso mesmo deixar de ser punido (falta ou crime); no se tomarem as providncias devidas acerca de (abuso, incria, fraude etc.) ficar sobrando ser relegado, no ser alvo de ateno, no ser procurado forrar o estmago ingerir alimento; comer ganhar terreno
1 ir para diante, para a frente; avanar 2 propagar-se, espalhar-se gizar por dar mostras de; sinalizar haver por bem
1 considerar oportuno ou conveniente (fazer algo ou agir de determinada maneira); julgar certo, escolher 2 dignar-se a; assentar 124 ir (-se) abaixo
1 cair, desmoronar-se 2 deixar de vigorar ir andando m.q. ir(-se) indo ir atrs de deixar-se levar por, confiar, acreditar em ir chegando estar de partida, ir embora, retirar-se; ir puxando ir (-se) desta para a melhor morrer ir em frente
1 dar seguimento a algo; levar adiante, prosseguir; ir por diante 2 no se deixar frustrar; ir por diante ir feito com
1 estar de parceria com (algum) 2 estar conluiado com (algum) para determinado fim ir (-se) indo
1 ir vivendo sem novidades; ir andando 2 no ter maiores sucessos ou fracassos em suas atividades; ir andando ir levando deixar correr a vida, sem projetos nem preocupaes ir para cima ser promovido; ascender socialmente ir puxando
1 m.q. ir chegando 2 morrer levar adiante procurar realizar; pr em execuo luzir o buraco
1 acompanhar o amanhecer de dentro de casa 2 morrer merecer bem ou bem merecer de realizar, prestar servios relevantes a mijar fora do penico comportar-se de modo inadequado; sair da linha mijar na cabea (de algum) tratar com desdm, humilhar mijar para trs no cumprir a palavra morde aqui exprime incredulidade ou zombaria diante de algo que se v ou ouve no brincar em servio ser gil e esperto na tomada de providncias, na resoluo de questes, em executar um trabalho etc. no cruzar com no simpatizar com (algum) no engolir no suportar no estar nem a (para)
no dar a mnima importncia (a algum ou algo); no se importar (com), estar pouco somando (com) no existir ser excelente, bonssimo no fazer mal no importar, no interessar no girar bem ser ou estar mentalmente desequilibrado; no bater bem no regular bem ser amalucado, confuso, atrapalhado no saber de si estar confuso por problemas psicolgicos ou por acmulo de tarefas; andar desnorteado no se coar no fazer (algum) meno de puxar dinheiro para pagar uma despesa no se dar por achado
1 no se importar com o que se diz ou se pensa a seu prprio respeito 2 insistir na opinio que defende; no dar o brao a torcer 3 fingir-se de desentendido no ser mole
1 ser difcil, trabalhoso, complicado etc. 2 antecedido de que, intensivo (conota excesso, demasia) quando aplicado a adjetivaes ou adverbiaes, ger. com valor negativo ou pejorativo no ser ouvido nem cheirado no ter influncia ou importncia; no ser consultado nascer agora m.q. nascer de novo nascer de novo
escapar de um grande perigo; escapar de algo ameaador quando tal coisa j parecia impossvel; nascer agora, nascer hoje nascer hoje m.q. nascer de novo nascer ontem ser muito jovem; ter pouca experincia passar baixo experimentar dificuldades, viver em situao difcil por falta de recursos e/ou de sade passar bem servir-se de comida e bebida farta e de boa qualidade passar para trs 1 obter vantagem que pertenceria a outra pessoa 2 agir dissimuladamente; enganar, lograr 3 trair (cnjuge, companheiro, amigo, scio etc.) passar por
1 ser tomado por; fingir ser 2 ter feito parte de passar por cima (de)
1 no levar em conta, no atentar para, no considerar ou perdoar 2 deixar de proferir, de mencionar, de ler ou de escrever; omitir, saltar passar por cima de (algum) auferir uma vantagem que seria de (outrem); superar (uma pessoa) com ludbrio passar raspando ser aprovado com a nota mnima portar por f passar atestado; atestar, certificar (em linguagem cartorial) pregar com (algo ou algum) fazer ir ou cair contra a vontade; arrastar, conduzir pretender a mo de pedir em casamento saber bem 1 ser saboroso; satisfazer o apetite 2 conhecer bem 125 saber mal desagradar ao paladar sai de baixo
locuo interjetiva com que se comenta que algum no se deve expor ou opor a determinada coisa; com que se sugere que se proteja da ao de algo ou algum, ou de um fato ou processo sair apagando sair em disparada sair com a sua apresentar uma idia, uma lembrana, em geral extravagante sair de atravessado acolher mal (uma pessoa) sair de em p
1 ficar em p (o cavaleiro), quando lanado fora do cavalo 2 passar por um problema com classe ou com a reputao ilibada sair de si ou fora de si perder o autocontrole; zangar-se, irritar-se sair limpo perder no jogo o dinheiro que tinha sair ventando sair muito apressado ser dado a
1 ter gosto, atrao ou predileo por 2 ter hbito ou costume de ser ligado em gostar muito de; interessar-se por ser maior e vacinado
ser livre, autnomo, independente para agir; no ser obrigado a pedir permisso ou a dar satisfao a outrem (diz-se de pessoa) ser morto e vivo em freqentar (um lugar) assiduamente; ir muitas vezes a ou ficar muito tempo em serrar de cima encontrar-se em posio vantajosa; dominar sondar o terreno
informar-se sobre determinada situao ou prescrutar as disposies de algum antes de agir suar frio suar suor frio por medo, tenso ou sensao de mal-estar ter por dito dar-se por advertido ou prevenido; inteirar-se ter por onde 1 ter meios de que lanar mo para 2 ter razo para ter-se em si conter-se, reprimir-se tomar dentro
1 ser possudo ou possuda sexualmente 2 sair-se mal trocar de bem fazer as pazes; reconciliar-se trocar de mal romper relaes; brigar trucar de falso 2 ludibriar com falsas palavras 3 fazer citao errada usar com ter relaes, trato com valer a pena
merecer (alguma coisa) a pena, o trabalho, o sacrifcio, o preo que tenha custado a esse algum vir com viver com viver com estar amigado com viver para dedicar-se inteiramente a voar alto ter projetos muito ambiciosos ou manter pretenses descabidas voar baixinho andar em m situao nos negcios e nas finanas voar em (algum) ou voar para cima de (algum) abordar com propostas; assediar voltar atrs desfazer (o que fora feito); arrepender-se, desistir Quadro 34 Listagem das locues verbais (entradas verbais) de acordo com os critrios de Gross (1996). Agora, apresentamos um quadro com alguns exemplos dentre as 137 locues que no poderiam ser consideradas como locues, se adotada a proposta de Gross (1996). O quadro est organizado da seguinte forma: apresentao da construo registrada no DEH, sua definio e nosso comentrio sobre o porqu de sua excluso dentre as locues verbais:
126 C CO ON NS ST TR RU U O O C CO ON NS SI ID DE ER RA AD DA A C CO OM MO O L LO OC CU U O O P PE EL LO O D DE EH H D DE EF FI IN NI I O O C CO OM ME EN NT T R RI IO O achar por bem
preferir, escolher (determinado procedimento, atitude, curso de ao etc. que se considera mais correto ou adequado) ou agir de acordo com essa escolha ou preferncia No h opacidade semntica, o sentido da expresso transparente.
andar de mal a pior
sofrer contratempos sucessivos; andar de torto em travs No h opacidade semntica. O verbo andar pode sofrer substituio por ir/estar, por exemplo. A expresso de mal a pior tem sentido transparente. botar fora
1 jogar no lixo; livrar-se de 2 no dar ateno; esquecer, superar 3 ser incontido no gastar; esbanjar, malbaratar
A expresso transparente. O prprio verbo botar j apresenta, segundo o DEH, as acepes de jogar, expulsar, etc. o mesmo caso de jogar fora. botar para (pra) fora
1 vomitar 2 expressar o que tem no ntimo; confessar, exteriorizar
No h opacidade semntica. O verbo botar j apresenta as acepes de expelir, lanar, etc. britar a palavra
faltar palavra dada A expresso pode ser considerada como transparente, porque o verbo britar, tomado isoladamente, j traz as acepes de tornar invlido, anular, destruir; no respeitar, infringir, violar. Alm disso, aplicando os critrios sintticos, vemos que a expresso apresenta propriedades transformacionais: Ex.: Joo britou a palavra.
A palavra foi britada por Joo. (apassivao) A palavra, Joo a britou. (topicalizao) Joo a britou. (pronominalizao) a palavra que Joo britou. (extrao) A palavra que Joo britou. (relativizao) O que Joo britou? (interrogao)
britar osso causar dano fsico; contundir O sentido pode ser considerado transparente, uma vez que o verbo britar j apresenta as acepes de causar contuso, machucar, ferir (ex.: britou-lhe a mo com um martelo). Aplicando os critrios sintticos, temos: Ex.: Joo britou osso.
Osso foi britado por Joo. (apassivao) Osso, Joo o britou. (topicalizao) Joo o britou. (pronominalizao) osso que Joo britou (extrao) Osso que Joo britou. (relativizao) O que Joo britou? (interrogao) 127 C CO ON NS ST TR RU U O O C CO ON NS SI ID DE ER RA AD DA A C CO OM MO O L LO OC CU U O O P PE EL LO O D DE EH H D DE EF FI IN NI I O O C CO OM ME EN NT T R RI IO O cair doente
adoecer, enfermar O verbo cair funciona como suporte para o adjetivo doente, a expresso sinnima de adoecer. chegar junto
achegar-se, aproximar-se A expresso fere o critrio bsico da opacidade semntica, pois o sentido transparente. O verbo chegar j tem o sentido de aproximar-se, achegar- se. correr tudo
imprimir grande velocidade ao corpo; correr velozmente Aqui o componente congelado o advrbio tudo.
dar como
m.q. dar por (ter em conta de; considerar) J se prev este significado pelas acepes do verbo dar. Alm disso, o exemplo do DEH mostra a possibilidade de insero de elementos entre os componentes da expresso: dar um inventrio como concludo. Outros exemplos que tambm no foram considerados como locues so: dar a, dar de e dar por.
deitar fora
1 jogar fora; livrar-se 2 ordenar a retirada; expulsar 3 perder ou gastar sem proveito; desperdiar
A expresso tem sentido transparente. O verbo deitar apresenta as acepes de jogar, lanar, estabelecer, emitir, etc. dizer adeus a despedir-se de algum O significado transparente fere o critrio da opacidade, necessrio para que a expresso fosse considerada uma locuo.
estar para
exprime a iminncia ou a possibilidade de algo acontecer O significado transparente, o verbo estar j prev esta acepo.
falar de 1 falar sobre, a respeito de 2 falar mal de; criticar
No apresenta opacidade, tem sentido transparente.
ficar bem
quadrar, convir O significado previsvel, pois o verbo ficar apresenta a acepo de estar ou pr(-se) em harmonia com; assentar, ajustar-se. ficar de
combinar ou obrigar-se, verbalmente ou por escrito a (fazer, dar, dizer etc. algo); comprometer-se; ajustar, prometer O verbo ficar tambm apresenta esta acepo, por isso o significado transparente, no correspondendo a uma locuo. ficar de fora
ser excludo, no ser contemplado O significado transparente, o verbo pode ser substitudo por outro, como estar. ir contra
ser contrrio, obstar, lutar contra A expresso pode sofrer substituio sinonmica por contrariar.
ir (-se) embora
retirar-se, ausentar-se; partir O significado transparente, fere o critrio da opacidade semntica.
no querer nem no aceitar (algo) de modo algum; recusar-se a O significado transparente.
128 C CO ON NS ST TR RU U O O C CO ON NS SI ID DE ER RA AD DA A C CO OM MO O L LO OC CU U O O P PE EL LO O D DE EH H D DE EF FI IN NI I O O C CO OM ME EN NT T R RI IO O nascer empelicado nascer com sorte; ter muita sorte O significado transparente, uma vez que a segunda acepo do adjetivo empelicado que ou quem tem sorte, feliz, ditoso. nascer feito nascer j dotado de certas qualidades, tendncia etc. O verbo nascer funciona como apoio, o significado da expresso previsvel.
nivelar por baixo
estabelecer uma meta que corresponde ao nvel dos que esto embaixo, numa classificao (quanto a qualidades, riqueza, capacidade etc.) Apresenta significado transparente.
pagar caro 1 / sair caro 2 1. amargar severamente as conseqncias de um ato; pagar com juros
2. custar muito (no sentido prprio e fig.) So construes verbais com o advrbio caro, o qual apresenta sentido transparente, pois tem o significado de por alto preo; que custa sacrifcios morais ou materiais, desgosto, amargura etc.; mais do que seria razovel ou normal no DEH. passar de ir alm do que justo, natural, conveniente; exceder, ultrapassar No h opacidade semntica.
passar sem sobreviver, dispensando ou adaptando-se falta de (determinada coisa); abrir mo de O sentido transparente e admite insero de elementos entre os componentes da expresso, como no exemplo posso passar perfeitamente sem beber lcool por uns tempos, apresentado pelo DEH. pegar bem ser (gesto, comportamento, dito) bem recebido O verbo pegar j apresenta o sentido de ser aceito.
saber a 1 ter o sabor de 2 recordar, lembrar
No h opacidade, o verbo apresenta as acepes apresentadas pela expresso. soar bem 1 / soar mal 2
1. ser adequado, p.ext., causar boa impresso
2. no ser adequado, p.ext., no produzir boa impresso O verbo soar j possui estas acepes. suspirar por querer, desejar muito; ansiar, almejar Suspirar j apresenta as acepes correspondentes a expresso, no h opacidade semntica.
ter em muito 1 / em nada 2 / em pouco 3
1. ter em grande conta, apreo, considerao
2. no dar apreo, estima ou valor a
3. pouco apreciar, pouco estimar; dar pouca importncia a O verbo ter funciona como um suporte, o significado previsvel. ter por
colocar na categoria de, atribuir a qualidade de; considerar No h opacidade semntica.
ter por seguro considerar como infalvel ou bom; considerar fora de risco O significado transparente. Quadro 35 Exemplos de construes no consideradas locues conforme Gross (1996).
129 Analisando os comentrios que tecemos no quadro, vemos que a maior parte das construes analisadas fere uma das propriedades bsicas das locues, a opacidade semntica. Essas expresses tm significado transparente ou previsvel, no justificando estarem registradas sob o rtulo de locues como as apresentadas no quadro anterior (quadro 34). Dentre os resultados obtidos, outros exemplos so de construo verbal com um advrbio congelado, possibilidade de insero de elementos na expresso, presena de propriedades transformacionais, possibilidade de substituio sinonmica, construes nominais com verbo de suporte, entre outros. 5.4.1 Sobre o grau de congelamento lexical Apresentamos agora, no quadro seguinte a anlise de 10 locues verbais presentes no quadro 34, a fim de detalharmos especificamente as suas propriedades transformacionais. Os critrios sintticos foram assim registrados: A (apassivao), T (topicalizao), P (pronominalizao), E (extrao), R (relativizao) e I (interrogao). L LO OC CU U O O V VE ER RB BA AL L E EX XE EM MP PL LO O D DE E S SE EN NT TE EN N A A C CO OM M A A L LO OC CU U O O C CR RI IT T R RI IO OS S S SI IN NT T T TI IC CO OS S adoar a plula Joo adoou a plula.
A: A plula foi adoada por Joo. T: A plula, Joo a adoou. P: Joo a adoou. E: a plula que Joo adoou. R: A plula que Joo adoou. I: O que Joo adoou?
bolear a perna Joo boleou a perna. A: A perna foi boleada por Joo. T: A perna, Joo a boleou. P: Joo a boleou. E: a perna que Joo boleou. R: A perna que Joo boleou. I: O que Joo boleou?
comprar briga *Joo comprou briga.
A: *Briga foi comprada por Joo. T: *Briga, Joo a comprou. P: Joo a comprou. E: * briga que Joo comprou. R: *Briga que Joo comprou. I: O que Joo comprou?
dizer duas palavras
Joo disse duas palavras.
A: Duas palavras foram ditas por Joo. T: (?) Duas palavras, Joo as disse. P: Joo as disse. E: Foram duas palavras que Joo disse. R: Duas palavras que Joo disse. I: O que Joo disse?
130 L LO OC CU U O O V VE ER RB BA AL L E EX XE EM MP PL LO O D DE E S SE EN NT TE EN N A A C CO OM M A A L LO OC CU U O O C CR RI IT T R RI IO OS S S SI IN NT T T TI IC CO OS S esticar a canela Joo esticou a canela.
A: A canela foi esticada por Joo. T: A canela, Joo a esticou. P: Joo a esticou. E: a canela que Joo esticou. R: A canela que Joo esticou. I: O que Joo esticou?
forrar o estmago *Joo forrou o estmago.
A: *O estmago foi forrado por Joo. T: *O estmago, Joo o forrou. P: *Joo o forrou. E: * o estmago que Joo forrou. R: *O estmago que Joo forrou. I: *O que Joo forrou?
ganhar terreno
Joo ganhou terreno.
A: Terreno foi ganho por Joo. T: Terreno, Joo o ganhou. P: Joo o ganhou. E: terreno que Joo ganhou. R: Terreno que Joo ganhou. I: O que Joo ganhou?
luzir o buraco Joo luziu o buraco.
A: O buraco foi luzido por Joo. T: (?) O buraco, Joo o luziu. P: Joo o luziu. E: o buraco que Joo luziu. R: O buraco que Joo luziu. I: O que Joo luziu?
pretender a mo de *Joo pretendeu a mo de Maria. A: *A mo de Maria foi pretendida por Joo. T: *A mo de Maria, Joo a pretendeu. P: *Joo a pretendeu. E: * a mo de Maria que Joo pretendeu. R: *A mo de Maria que Joo pretendeu. I: *O que Joo pretendeu?
suar frio *Joo suou frio.
A: *Frio foi suado por Joo. T: *Frio, Joo o suou. P: *Joo o suou. E: * frio que o Joo suou. R: *Frio que Joo suou. I: *O que Joo suou?
Quadro 36 Amostra de aplicao das propriedades transformacionais nas locues verbais segundo GROSS (1996).
Em relao ao quadro acima, notamos que apesar de todas as seqncias terem sido por ns consideradas como locues verbais pela anlise do conjunto de propriedades (opacidade, polilexicalidade, no-insero de elementos etc), utilizando os critrios sintticos 131 e valendo-nos da premissa de uma locuo ser mais congelada tanto quanto menos propriedades transformacionais apresentar, notamos que, de fato, algumas locues so mais congeladas do que outras. Recordamos, ento os parmetros do congelamento, j apresentados no segundo captulo desta dissertao, citados por Gross (1996, p. 78): d) locues verbais tm a mesma estrutura interna que os grupos verbais livres; e) locues verbais sempre contm uma forma verbal capaz de ser flexionada (conjugada); f) locues verbais no so todas congeladas no mesmo grau, de forma que h uma continuidade entre os grupos verbais livres e as locues inteiramente congeladas. Alm disso, conforme Gross (1996, p. 83), lembramos que os critrios, mesmo que no apresentem todos o mesmo alcance, apresentam o mesmo sentido, que o de que uma construo ser mais congelada quanto menos propriedades transformacionais apresentar. Dessa forma, notamos que as locues comprar briga, forrar o estmago, pretender a mo de e suar frio podem ser consideradas mais congeladas do que as demais listadas no quadro 36, por apresentarem construes agramaticais ao sofrerem as transformaes sintticas. Por outro lado, as locues com menor grau de congelamento (adoar a plula, bolear a perna, dizer duas palavras, esticar a canela, ganhar terreno e luzir o buraco) mesmo apresentando a possibilidade de alteraes sintticas no recuperam o sentido da locuo, sendo por isso tambm locues verbais, pois evidenciam o congelamento, porm em grau menor. Sem esquecermos, aqui, de mencionar que Gross prev casos de exceo em relao no aplicao dos critrios sintticos nas locues verbais. Em relao a adoar a plula, por exemplo, podemos ter a construo Joo adoou a plula. ou A plula foi adoada por Joo., porm tomadas assim, as sentenas tm o significado de um sujeito, podendo ser um farmacutico, por exemplo (Joo) que tornou algo (plula) doce e no do sentido congelado de revestir (algo) com uma aparncia sedutora, enganadora. Para ilustrarmos ainda mais o que foi dito at aqui, selecionamos, dentre todas as locues coletadas, mais alguns exemplos de locues verbais de alto grau de congelamento e outras que apresentam menor grau: 132 E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U O O D DE EF FI IN NI I O O AZEITE beber azeite ser muito astuto, atilado TELEGRAMA passar telegrama defecar PANELA quebrar a panela usar alguma coisa pela primeira vez LATA abrir a lata repetir o que mandaram afirmar sem a pessoa o ter visto BISCOITO fazer biscoitos morrer, ou estar morto e enterrado; fazer tijolo Quadro 37 Locues: alto grau de congelamento.
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U O O D DE EF FI IN NI I O O SABUGO no valer um sabugo no ter qualquer valor OLHO abrir o olho ter cuidado; atentar, observar CIRCULAO sair de circulao deixar de se apresentar em pblico ou em meios habituais; retirar-se BA no ser ba no guardar, ou no se sentir obrigado a guardar segredo CASA estar em casa estar vontade Quadro 38 Locues: baixo grau de congelamento.
5. 4 1.1 Sobre os tipos possveis Em relao aos tipos de locues verbais existentes, considerando-se o nvel de congelamento da locuo, G. Gross (1996) tambm menciona quatro situaes assinaladas por Maurice Gross (1993). Em relao aos quatro tipos descritos, j apresentados no item 2.3 .e que sero novamente apresentados abaixo, procuramos comprovar a sua existncia entre as locues encontradas. Assim, destacamos aqui alguns exemplos dentre as locues coletadas, as quais fazem parte da seo Anexos desta dissertao: 1. O elemento congelado pode estar em posio de objeto direto sem um segundo complemento: apertar o cinto; cair a mscara; dar um baile; fazer amor; fazer cera. 2. O primeiro complemento congelado enquanto o segundo livre: cansar a beleza (de algum); entregar o ouro (ao bandido); estar na aba de (algum); fazer pouco de (algum ou algo); ficar curto (em alguma ao ou negcio). 3. O primeiro complemento livre e o segundo congelado: meter (algo) em compasso; pr (o p) na estrada; lavar (crime, ofensa) no sangue de; trazer (algum) a soldo; no ter (alguma coisa) trelho nem trabelho. 4. Os dois complementos so congelados: acender uma vela a Deus e outra ao Diabo; chegar a brasa sua sardinha; Dar a alma ao Diabo; tomar alhos por bugalhos; vender gato por lebre. 133 Os exemplos mostram a pertinncia e aplicabilidade da classificao 99 dos quatro tipos de locues verbais descritos por M. Gross (1993), de acordo com o elemento que congelado na locuo, mencionada por Gross. Nesta seo mostramos um olhar possvel sobre as locues verbais registradas no DEH, no caso da presente dissertao, com base na proposta de Gross (1996). Na seo seguinte, mostraremos os aspectos conclusivos das anlises desta seo e das anteriores. 5.5 ASPECTOS CONCLUSIVOS Em relao superestrutura do DEH, a anlise de seu menu Ajuda revelou que na obra so apresentadas informaes muito importantes para a compreenso do funcionamento e modo de utilizao deste dicionrio eletrnico. Exemplos disso so o Manual do usurio, em que so descritos elementos da interface grfica, como cabealho do verbete, acepes, locues e modos de visualizao; e o Glossrio, em que so apresentados vrios conceitos relevantes adotados pelo dicionrio, como o de locuo, por exemplo. Contudo, vimos que alguns conceitos so tratados de forma bastante ampla, e sem uma base terica slida, como o caso das definies de locuo e fraseologia. Alm disso, o dicionrio afirma registrar, sob o mesmo rtulo de locues os sintagmas locucionais e as fraseologias, sem apresentar nenhuma diferenciao entre estes. No que diz respeito macroestrutura do dicionrio, na anlise da parte Conhecendo o dicionrio, encontramos informaes esclarecedoras, especialmente no item Subcampo das locues e da fraseologia no que tange presente pesquisa. vlido que o DEH, ao contrrio de outros dicionrios gerais da Lngua Portuguesa como o DEA, apresenta as regras de entrada das locues no dicionrio. Contudo, o dicionrio em questo no segue ao cabo a prpria regra de preferncia da classe gramatical da entrada das locues apresentadas na obra, o que pode dificultar a busca por parte de seu usurio. Alm disso, vimos que mesmo que o DEH no adote o critrio de registrar a locuo em mais de um componente da locuo, esta forma de registro adotada
99 Apresentamos estes exemplos apenas para mostrar a existncia dos diferentes tipos de locues de acordo como elemento que congelado, conforme M. Gross (1986), citado por Gross (1996); pois no nosso objetivo, nesta dissertao, classificarmos todas as locues de acordo com tal tipologia. Nosso objetivo, conforme j explicitamos, nos determos nos critrios especificamente de Gross (1996), verificando se as locues registradas pelo DEH constituem, de fato, locues verbais e que tratamento esto recebendo neste dicionrio. 134 em algumas situaes. De acordo com o que defendemos nesta dissertao, acreditamos que se o objetivo facilitar a busca do consulente, as locues deveriam figurar como lemas independentes ou, pelo menos, nos dois componentes bsicos da locuo (no nome e no verbo, por exemplo). Essa falta de uniformidade no registro das locues tambm evidenciada na ausncia de critrios para se registrar, mencionando um exemplo citado, no lema PLULA apenas as locues dourar a plula e engolir a plula, ao passo que adoar a plula registrada em seu componente verbal. Quanto anlise da microestrutura do DEH, constatamos que o dicionrio apresenta informaes de relevncia no registro dos verbetes e estas so explicitadas no campo Detalhamento dos verbetes e outras informaes tcnicas. Em relao s definies, entretanto, o dicionrio evidencia mais informaes estruturais e organizacionais do que relativas ao contedo semntico, tipologia de definies que adota. Outro problema que algumas informaes apresentadas no campo da definio no so exibidas no modo interativo de visualizao, apenas no modo tradicional, o que no interessante, pois pensamos que o DEH deveria apresentar alguma observao ao lado dos itens mencionados de que eles somente so apresentados em um ou outro modo de visualizao. Aliado a isto, os redatores do DEH, alm de no explicitarem o tipo de definio que ser utilizada nos verbetes, no adotam um critrio padro para estas. Tambm encontramos muitas definies por equivalncia, as quais podem dificultar a consulta do leitor da obra, especialmente o aprendiz estrangeiro da Lngua Portuguesa. No que tange ao registro de informaes como classe gramatical, derivao, nvel de uso, regionalismo, entre outras, que o DEH nomeia de elementos perifricos, podemos dizer que tais informaes so descritas de forma extensa e detalhada. Porm, os lexicgrafos do dicionrio no se responsabilizam por registr-los em todas as locues, o que lamentvel, pois, em alguns casos, constituem elementos importantes no entendimento da definio de uma locuo. E, das 298 locues registradas sob um lema verbal, apenas 38% apresentaram algum tipo de elemento perifrico na definio, o que consideramos um ndice muito baixo. 135 Por outro lado, os autores do DEH assumem uma ordem padro para a apario de tais elementos no verbete, quando justapostos, mas, neste caso, tambm no a seguem rigorosamente. Alm dessa, outra dificuldade que o consulente ainda pode vivenciar est relacionada ao registro diferenciado de uma mesma locuo, em uma e outra palavra-entrada. Tambm lastimamos que a obra lexicogrfica no registra (e afirma que no ir faz- lo) a categoria gramatical das locues, apresentando, nesse caso, somente a categoria das locues de lngua estrangeira, as nicas que constituem entradas independentes nesse dicionrio. Se por um lado consideramos ser vlida a organizao das locues estrangeiras na forma de entradas e das mesmas virem acompanhadas de suas respectivas classificaes gramaticais, por outro reiteramos a necessidade de se dar o mesmo tratamento s locues de Lngua Portuguesa. Em relao mais especificamente qualidade lingstica do registro das construes verbais apresentadas como locues, investigando-se todas as locues verbais registradas em lemas verbais de acordo com a proposta de anlise de Gross (1996), constatamos que 46% no poderiam ser tratadas como locues (fraseologias) conforme este autor, por ferirem critrios como opacidade semntica, no-insero de elementos; ou por se tratarem de construes nominais com verbo de suporte, ou ainda por constiturem construes verbais com um advrbio congelado, entre outros. Em resumo, o DEH traz contribuies ao registro das locues e apresenta uma proposta de organizao de registro das mesmas nos verbetes. Porm, apresenta dificuldades ao consulente medida que no observa com o devido rigor os prprios critrios que adota, as locues verbais no constituem entradas na obra e poucas so registradas em mais de um componente da locuo, alm de a definio de locuoadotada pelo dicionrio ser muito ampla, colocando num mesmo patamar expresses totalmente transparentes, fraseologias e frases feitas, como provrbios.
RESUMO Neste captulo divulgamos a anlise das locues verbais presentes no DEH. Assim, na primeira seo, mostramos uma anlise da superestrutura do DEH no que se refere ao tratamento das locues neste dicionrio, analisando o menu Ajuda do mesmo. Em relao a 136 este menu analisamos as informaes mais relevantes encontradas nos campos Apresentao, Manual do usurio e Glossrio.
Na segunda seo realizamos uma anlise da macroestrutura do dicionrio, comentando as informaes apresentadas nos campo Conhecendo o dicionrio no que diz respeito s entradas das locues e tambm apresentamos estatisticamente os tipos de entrada das locues verbais coletadas.
J na terceira seo, realizando uma anlise da microestrutura do DEH, mostramos a forma como as locues esto registradas nesta obra lexicogrfica, examinando, em especial, a definio das locues e os elementos perifricos apresentados por algumas delas (derivao semntica, rbrica temtica, regionalismo, nvel de uso, estatstica de emprego, registro diacrnico).
Na quarta seo, retomamos os principais critrios para o reconhecimento das locues verbais, enquanto fraseologias, propostos por Gross (1996) e mostramos que nem todas as construes que possuem verbo em sua formao, registradas sob o rtulo de locues em verbetes do DEH, constituem de fato locues verbais.
Finalmente, na quinta seo deste captulo, apresentamos idias conclusivas a partir dos resultados obtidos nas anlises, constatando que, se por um lado o DEH apresenta informaes significativas sobre as locues, tanto em seu menu Ajuda como no interior dos verbetes; por outro tambm dificulta a localizao destas por parte do usurio, uma vez que no segue de forma rgida os critrios que adota, as locues no constituem entradas na obra e poucas so registradas em mais de uma unidade lexical formadora da locuo, alm de registrar em um mesmo local (a pasta locues) expresses totalmente transparentes, fraseologias e frases feitas.
137 CONSIDERAES FINAIS
Nesta dissertao, analisamos o tratamento dado s locues verbais, um tipo de ULC, em um dicionrio geral de lngua, o DEH. Partimos do que se postula na literatura especializada, a saber, do fato de tais unidades lexicais apresentam srios problemas para o registro lexicogrfico, pois no constituem entradas em dicionrios gerais de lngua e nem sempre os lexicgrafos esclarecem em suas obras o que entendem por ULCs e de que forma elas sero registradas. Conseqentemente, em meio a essa situao de uma quase marginalidade no registro das fraseologias nos dicionrios gerais de lngua, os maiores prejudicados so os consulentes, os quais podem enfrentar dificuldades para localiz-las ou ainda encontrar informaes insuficientes para a compreenso do significado destas unidades e mesmo para saber qual o emprego adequado dessas undidades em diferentes situaes de uso. Assim, tendo em vista a checagem da atual configurao das locues verbais em um dicionrio geral de Lngua Portuguesa, embasada na discusso dos pressupostos tericos referentes ao tema, realizamos a presente pesquisa, objetivando apresentar contribuies ao fazer lexicogrfico. Portanto, apresentaremos agora consideraes sobre as principais questes discutidas em cada um dos cinco captulos desta dissertao. No Captulo 1, procuramos delimitar esta pesquisa nos Estudos do Lxico, situando o mesmo em uma rea de investigao que faz fronteira com os estudos lexicolgicos e lexicogrficos, a qual nomeada Metalexicografia. Assumimos que a Lexicologia constitui uma disciplina lingstica que realiza o estudo cientfico do lxico, estando esta tambm vinculada a outros setores da Lingstica, tal como a Fonologia, a Morfologia, a Semntica e a Sintaxe. Alm disso, mostramos que caracterizar o seu objeto de anlise - a unidade lexical - no to simples quanto possa parecer, porque o conceito de palavra , de natureza complexa, pode ser definido de diferentes formas, conforme a concepo adotada (ortogrfica, fonolgica, morfossinttica, entre outras). Tambm assumimos, seguindo a linha de pensamento de Welker (2004), que concebemos a Lexicografia como uma prxis da Lexicologia, caracterizando a primeira 138 como a disciplina que se ocupa da construo dos dicionrios. Esclarecemos ainda que tal disciplina apresenta um sentido prtico, mas tambm comporta um sentido terico, o qual tratamos aqui sob a forma de uma disciplina especfica, a Metalexicografia. Assim, descrevemos que Metalexicografia, por sua vez, tem como atividade a avaliao minuciosa de um dicionrio tendo em vista a apresentao de novas possibilidades prtica lexicogrfica pois, conforme nosso entendimento, a crtica obra dicionarstica de carter construtivo. Nesse sentido, defendemos que a presente dissertao inscreve-se nos trabalhos de cunho metalexicogrfico, por analisar ULCs presentes em um dicionrio geral de lngua, medida que criticamos aqui a validade da forma como tais unidades esto organizadas, com o objetivo de apresentar contribuies construo de dicionrios gerais. No Captulo 2, introduzimos o conceito de ULC, situando-a no universo da lngua comum, e delimitamos as locues verbais como nosso foco de estudo; j antecipando alguns problemas que as fraseologias, estas seqncias de palavras que representam uma s unidade lexical, podem trazer confeco dos dicionrios gerais de lngua. Alm disso, realizamos uma reviso bibliogrfica sobre o estudo das fraseologias, abordando as dificuldades que atravessam a tarefa de reconhecimento e classificao dessas unidades, atravs da apresentao do ponto de vista terico de especialistas. Comparando os vrios pontos de vista, observamos que a maioria define a fraseologia como uma unidade polilexical, destacando entre suas principais caractersticas a estabilidade sinttica e semntica, a fixao e a idiomaticidade. Constatamos, por outro lado, que no h consenso em relao s denominaes de tais unidades, nem no que diz respeito s classificaes propostas para o fenmeno. Entre os diversos estudos analisados, justificamos nossa opo pela proposta de Gaston Gross (1996) para o reconhecimento e a delimitao dos graus de cristalizao das locues verbais que analisaremos nesta pesquisa. Afirmamos que escolhemos tal abordagem porque prope critrios claros para a observao do grau de congelamento das construes verbais, indo esta ao encontro dos objetivos da presente pesquisa, que foi o de estudar as locues verbais citadas pelo DEH e ver se so exatamente fraseologias. Por isso, optamos pela proposta deste pesquisador, o qual no inclui, entre o grupo das locues verbais, as 139 frases congeladas, as construes verbais compreendendo um advrbio congelado e as construes nominais com verbos de suporte. Alm disso, dissemos que observamos na proposta de Gross uma preocupao com o reconhecimento das caractersticas sintticas e semnticas apresentadas por essas ULCs, como se pode observar nas propriedades gerais que este aponta para o fenmeno do congelamento: a polilexicalidade, a opacidade semntica, o bloqueio das propriedades transformacionais, a no atualizao dos elementos, o escopo e o grau do congelamento, o bloqueio sinonmico e a no-insero de elementos. Mostramos tambm que o terico exemplifica uma srie de critrios para o reconhecimento das locues verbais (apassivao, extrao, topicalizao, pronominalizao, relativizao e interrogao). Nesse sentido, esclarecemos que mesmo que o prprio estudioso reconhea que o uso de tais critrios possa apresentar situaes de exceo e que as propriedades nem sempre so to claramente visveis em todos as locues, tais recursos possibilitam se ter uma viso global desse tipo de unidade. Comentamos, ainda, que concordamos com Mejri (2003-a) quando este diz que atravs desses critrios possvel se ter a viso dos pontos essenciais que determinam o traado da srie contnua na qual se inscrevem as seqncias congeladas. Assim, temos seqncias totalmente congeladas e seqncias menos congeladas, em diferentes graus. Assim, acreditamos, da mesma forma que este autor, que Gross, partindo do princpio de que quanto menos transformaes uma seqncia aceitar, mais congelada ser, apresenta uma das melhores descries para o fenmeno. No Captulo 3, caracterizamos o dicionrio geral de lngua, apresentando exemplos de dicionrios vernaculares desse tipo e justificamos a nossa opo pela utilizao do DEH na presente pesquisa, considerado um dos melhores da Lngua Portuguesa, por autores como Welker (2006), por exemplo. Neste captulo tambm tratamos do registro das locues verbais em dicionrios gerais de lngua, apresentando um panorama geral do que apontado pelos estudiosos da rea: as locues no figuram nos dicionrios como entradas independentes e tais obras nem sempre facilitam a consulta dessas unidades quando estas se encontram no interior de um artigo (STREHLER, 2002); tanto fraselogos quanto metalexicgrafos concordam que se a locuo 140 no for apresentada sob os dois lemas, pelo menos deve haver uma remisso, no artigo em que esta apresentada, para o outro lema (WELKER, 2002); como a maioria das locues invarivel, o sistema escolhido para o registro da fraseologia, se esclarecido na introduo, torna-se uma informao bastante til (WELKER, 2004); so muitas e variadas as dificuldades decorrentes da incluso das locues em um dicionrio, uma vez que afetam tanto a sua microestrutura como a sua macroestrutura (MONTORO, 2004); se j no fcil definir lexemas simples, a dificuldade bem maior no caso de muitas fraseologias, uma vez que estas ltimas so semanticamente mais complexas do que as palavras (BURGER apud WELKER, 2004). Assumimos que defendemos, na presente dissertao, que as locues verbais devem configurar nos dicionrios gerais de lngua como entradas lexicais, ou pelo menos, figurarem sob a entrada de mais de um de seus componentes, considerando todas as dificuldades de localizao destas unidades, com as quais se depara o consulente quando estas esto arroladas em um ou outro verbete componente de tais unidades. Por fim, vimos a importncia do esclarecimento por parte do lexicgrafo quanto nomenclatura adotada, no caso das locues verbais no que se refere consulta ao dicionrio, podendo esta facilitar ou dificultar a localizao destes no dicionrio. Destacamos, ainda, que dois grandes dicionrios gerais da Lngua Portuguesa, o DEA e o DEH demonstram no se preocupar em esclarecer ao leitor, com segurana, o que entendem por ULCs, uma vez que o termo utilizado, locues, adotado de forma ampla, o que permite confuses e enganos. No Captulo 4, vimos os procedimentos e critrios adotados para a seleo e recolha do corpus a ser analisado na presente dissertao. Explicamos que a escolha do DEH, um dos trs grandes dicionrios brasileiros, ocorreu devido ao fato de a obra ser uma das mais utilizadas pelos falantes da Lngua Portuguesa do Brasil e do dicionrio possuir um grande nmero de artigos e acepes. Aliado a isso, sua verso eletrnica, de grande praticidade, vem sendo muito consultada atualmente. Alm disso, lembramos, nos termos de Barros (2005, p.15), da necessidade de se dar Lexicografia elementos para o desenvolvimento de dicionrios eletrnicos mais sofisticados, cada vez mais prximos do pblico leitor, no podendo o estudo da Lngua Portuguesa em todos os nveis educacionais prescindir de tais instrumentos pedaggicos. 141 Mais especificamente, anunciamos que escolhemos o DEH por este apresentar um diferencial, pois mesmo sendo necessria tambm, no mesmo, a consulta a todas as entradas lexicais, no preciso examinar detalhadamente cada verbete procura de locues verbais, pois o dicionrio apresenta, no modo interativo, a pasta locues, na qual aparecem todas as expresses formadas a partir do lema em questo (no caso de elas existirem). Esta janela facilita a consulta s possveis fraseologias, como mostramos. Explicamos que o procedimento adotado consistiu, portanto, na consulta a todos os lemas do DEH, verificando os que apresentavam a pasta locues e, a partir da, na seleo das locues que interessavam a esta pesquisa. Mostramos que os dados foram organizados em um quadro, ordenado alfabeticamente e numerado, contendo o verbete em que se pde consultar a pasta locues atravs do modo interativo do DEH, e, ao lado, a respectiva locuo ou locues que o verbete apresenta. Com relao aos critrios utilizados para a checagem das locues verbais encontradas, elegemos uma perspeciva de anlise que considera aspectos diretamente ligados superestrutura, macroestrutura e microestrutura do dicionrio geral de lngua examinado, no que se refere ao registro das locues. Assim, dissemos que, em relao superestrutura, analisaramos o que explicitado no menu Ajuda do DEH em busca dos critrios adotados para a apresentao das locues, de acordo com os lexicgrafos do dicionrio. No que diz respeito macroestrutura, verificaramos qual a unidade lexical formadora da locuo que constitui a entrada desse dicionrio E, no que se refere microestrutura do dicionrio, que corresponde ao verbete, examinaramos de que forma os lexicgrafos do DEH registram as locues verbais e que informaes apresentam sobre estas (marcas de uso, informaes de natureza gramatical, sinttica, semntica e pragmtica). Por fim, assumimos que tambm verificaramos se todas as construes verbais apresentadas na pasta locues, constituem de fato uma locuo verbal, enquanto fraseologia, embasando-nos, para tanto, na proposta de Gross (1996). No Captulo 5, divulgamos a anlise das locues verbais presentes no DEH. Dessa forma, em relao superestrutura, mostramos que a anlise do menu Ajuda revelou que na obra so apresentadas informaes muito importantes para a compreenso do funcionamento e modo de utilizao deste dicionrio eletrnico. 142 No que diz respeito macroestrutura do dicionrio, na anlise da parte Conhecendo o dicionrio, encontramos informaes esclarecedoras, especialmente no item Subcampo das locues e da fraseologia no que tange presente pesquisa. Salientamos, ento, que vlido que o DEH, ao contrrio de outros dicionrios gerais de Lngua Portuguesa como o DEA, apresente as regras de entrada das locues no dicionrio. Entretanto, mostramos que o dicionrio no segue ao cabo a prpria regra de preferncia da classe gramatical da entrada das locues apresentadas na obra, o que pode dificultar a busca por parte de seu usurio. Alm disso, vimos que mesmo que o DEH no adote o critrio de registrar a locuo em mais de um componente da locuo, esta forma de registro adotada em algumas situaes. Quanto anlise da microestrutura do DEH, constatamos que o dicionrio apresenta informaes de relevncia no registro dos verbetes e estas so explicitadas no campo Detalhamento dos verbetes e outras informaes tcnicas. Contudo, em relao s definies, o dicionrio evidencia mais informaes estruturais e organizacionais do que relativas ao contedo semntico e no adota um critrio padro para estas. Outro problema, conforme dissemos, que algumas informaes apresentadas no campo da definio no so exibidas no modo interativo, o que no consideramos pertinente, pois pensamos que o DEH deveria apresentar alguma observao ao lado dos itens mencionados de que eles somente so apresentados em um ou outro modo de visualizao. Tambm encontramos muitas definies por equivalncia, as quais podem dificultar a consulta do leitor da obra, especialmente o aprendiz estrangeiro da Lngua Portuguesa. No que se refere ao registro de informaes como classe gramatical, derivao, nvel de uso, regionalismo, entre outras, nomeadas de elementos perifricos no DEH, estas so descritas de forma detalhada, como mostramos. Porm, vimos que os dicionaristas no se responsabilizam por registr-los em todas as locues, o que lamentvel, pois, em alguns casos, constituem elementos importantes no entendimento da definio de uma locuo. Alm disso, poucas locues apresentaram algum tipo de elemento perifrico na definio. Ainda que os autores do DEH assumam uma ordem padro para a apario de tais elementos no verbete constatamos, neste caso, que tambm no a seguem criteriosamente. Outra dificuldade apresentada est relacionada ao registro diferenciado de uma mesma locuo, em uma e outra entrada. Ademais, lastimamos que a obra lexicogrfica no registra a categoria gramatical das locues. 143 Finalmente, retomando os principais critrios para o reconhecimento das locues verbais, enquanto fraseologias, propostos por Gross (1996), mostramos que nem todas as construes que possuem verbo em sua formao, registradas sob o rtulo de locues em verbetes do DEH, constituem de fato locues verbais. Analisando, de forma geral a organizao do DEH no que se refere ao tratamento das locues verbais, encontramos como o principal aspecto positivo a apresentao de uma proposta de organizao de registro das locues no interior dos verbetes, mesmo que esta no seja a ideal de acordo com o que postulado pela literatura especializada, conforme vimos. Alm disso, o volume de informaes apresentadas no menu Ajuda do dicionrio significativo e esclarecedor, tendo em vista a utilizao deste dicionrio eletrnico por parte do consulente. J entre os aspectos negativos est o fato de que as locues verbais no constituem entradas no DEH e poucas so registradas em mais de um componente da locuo, o que os tericos afirmam ser a organizao tima; a possibilidade de dificuldades do usurio na localizao dessas fraseologias, porque a obra no observa com o devido rigor os prprios critrios que adota; alm de a definio de locuo adotada pelo dicionrio ser muito ampla, permitindo confuses medida que o dicionrio trata, sob um mesmo patamar, expresses transparentes, fraseologias e frases feitas. Para encerrar, gostaramos de dizer que as discusses aqui realizadas representam o nosso olhar, ou seja, uma anlise possvel do registro das locues verbais em um dicionrio geral de lngua, embasada em profunda reflexo terica. Com a presente pesquisa, esperamos ter apresentado contribuies ao registro lexicogrfico das fraseologias, sempre visando facilitar a consulta de um pblico especial: o estudante ou aprendiz da Lngua Portuguesa.
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150
A N E X O S
151 DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM A
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 01
1-no dizer nem b = nada dizer 2-no saber nem b = 1 no saber ler; 2 no saber coisa alguma 02 1 ABA 3-estar na a. de (algum)= usar emprestado ou de graa (algo pertencente a outro), para no comprar; filar 4-sair da a.= parar de filar algo (cigarro, bebida, jornal etc.); parar de ler o jornal por cima do ombro de outra pessoa 03 1 A
5-descascar um a.=1 resolver um problema difcil, trabalhoso ou extenuante; 2 desvencilhar-se de uma incumbncia ou situao desagradvel 04 ABLATIVO 6-estar em a. de partida ou de viagem= ultimar os preparativos para viajar 7-fazer a. de partida ou de viagem= 1 partir inesperadamente, sem dar satisfaes a ningum; 2 morrer 05 ABRIGO 8-estar ao a. de = estar protegido contra, estar a salvo de, estar livre, no temer 06 ACAMPAMENTO 9-levantar a.= ir-se embora 07 AO 10-fazer a.=1 demonstrar reao; lutar; 2 realizar um ato de generosidade 08 ACERTO 11-ter um a.= fazer um acordo, um trato 09 ACHADO 12-dar-se por a.= mostrar ter conhecimento de algo ou estar envolvido em alguma coisa 13-ser um a.= vir a calhar 10 1 ACHAR 14-a. por bem = preferir, escolher (determinado procedimento, atitude, curso de ao etc. que se considera mais correto ou adequado) ou agir de acordo com essa escolha ou preferncia 11 1 AO 15-bater o a.= iniciar algo, dando seguimento a certa tarefa, conversa, ao etc. 12 ACOCHO 16-trabalhar no a. = realizar servio(s) urgente(s), apressado(s) 13 1 ACORDO// 17-estar de a.= ser da mesma opinio; concordar 18-pr de a.=harmonizar 14 2 ACORDO// 19-no dar a. de si= estar privado do uso dos sentidos 15 ADEUS 20-dizer a. a = renunciar a algum ou algo 21-dizer a. ao mundo = despedir-se da vida; morrer 16 ADOAR 22-a. a boca = procurar atrair um favor, uma graa de algum com elogios, ddivas etc. 23-a. a plula = revestir (algo) com uma aparncia sedutora, enganadora 17 ADOECER 24-a. de =1 ser tomado por uma determinada doena, mal etc. (fsico e/ou espiritual), expressando-se a causa do mal ou o local da molstia; 2 adquirir e/ou apresentar (defeito moral) 18 ADORMECER 25-a. para sempre= morrer 19 ADUELA 26-ter uma a. de mais =m.q. ter um parafuso a mais 27-ter uma a. de menos= m.q. ter um parafuso de menos 20 AFIAR 28-a. com= ir contra (algo ou algum); atacar 21 1 AGALHA 29-ter agalhas=1 ser esperto ou ser finrio, velhaco; 2 mostrar-se gabola, fanfarro 22 GUA 30-abrir . =comear a no dar certo 31-afogar-se em pouca .=embaraar-se com dificuldades mnimas 32-aquentar . para o mate dos outros =trabalhar para proveito alheio 33-beber . na fonte = receber na origem 34-beber . nas orelhas dos outros = viver sempre a cochichar, a fazer intrigas 35-comer . = ingerir bebidas alcolicas; beber 36-cozinhar em . fria = adiar a resoluo de um problema ou a efetivao de uma providncia 37-dar . de oliveira a = atenuar a fria, acalmar (algum) 38-fazer . = (comear a) no dar certo; gorar 39-ferver em pouca . = zangar-se, irritar-se facilmente ou por motivos insignificantes 40-ir por . abaixo = perder-se, dar mau resultado 41-levar a . ao seu moinho =procurar os seus interesses, insinuando-se no nimo dos outros 42-navegar em duas .=ter ou fingir que tem duas opinies diferentes; agradar a dois partidos 43-navegar nas mesmas . = ter as mesmas idias, ser da mesma opinio 44-passar . embaixo da ponte = passar muito tempo 45-seguir nas . de = 2 acompanhar, ir atrs de 46-ser aquela . = no dar certo; falhar 152 47-ser da . e do sal = estar ligado a algum por laos de parentesco ou outros 48-ser de . e l = ser contraditrio, ter efeitos opostos 49-ter bebido . de chocalho = falar demais 50-tirar . do joelho = urinar 51-tomar . = munir-se de gua potvel para o abastecimento de uma embarcao; fazer aguada 52-tomar uma . = tapar a gua-aberta por onde a embarcao faz gua 23 GUA-DE-ROSAS 53-banhar-se em . = ter grande satisfao, deleite, alegria 24 GUA-VAI 54-sem dizer . = sem dar aviso, sem pedir licena 25 AGENTAR 55-a. firme = conservar-se firme no enfrentamento de um obstculo; perseverar, persistir 26 AJUSTE 56-no estar pelos a. = no estar disposto a fazer ajustamentos, acordos, adaptaes 27 1 ALA 57-abrir alas = dar passagem, dispondo-se (um grupo de pessoas) em duas fileiras, frente a frente, para que algum possa passar no espao intermedirio assim formado 28 ALARDE 58-fazer a. de = gabar-se de; alardear 29 1 ALA 59-estar na a. de mira de = estar sob a observao ou a vigilncia de 30 ALCANFOR 60-virar a. =sumir (como ocorre na volatizao da cnfora); desaparecer, fugir 31 ALCANZIA 61-jogar alcanzias= praticar o torneio cavalheiresco do arremesso de alcanzias (acp. 2) 32 ALCATRA 62-andar nas a. = montar sem sela 63-bater a a. na terra ingrata= morrer 33 ALENTO 64-dar o ltimo a.= morrer 34 ALFINETE 65-no valer um a. = no ter valor algum, no valer nada 35 ALGIBEIRA 66-pr de sua a. = pagar com seu prprio dinheiro 36 ALGODO 67-ser a. entre cristais =fazer o papel de moderador entre pessoas inimigas 37 ALHETA 68-ir na a. de =perseguir de perto, ir no encalo de, ir no rasto de 38 ALHO 69-misturar alhos com bugalhos = misturar ou confundir coisas muito dessemelhantes; fazer grande confuso 70-tomar alhos por bugalhos = enganar-se, tomar uma coisa por aquilo que ela no 39 ALMA 71-botar a a. pela boca = ficar ofegante, com a respirao opressa 72-cortar a a.= causar grande comoo; cortar o corao 73-criar a. nova = renovar o nimo; entusiasmar-se 74-dar a a. a Deus ou ao Criador = morrer 75-dar a a. ao Diabo = fazer todo o possvel para se conseguir algo que se deseja ardentemente 76-dar a. nova = dar novo alento, nova vida 77-entregar a a. a Deus =morrer 78-entregar a a. ao Diabo = morrer 79-render a a. (a Deus)= morrer 80-rezar por a. de = perder a esperana de ter de volta (algo emprestado, esp. dinheiro) 81-vender a a. ao Diabo = m.q. dar a alma ao Diabo 40 ALTAR 82-levar algum ao a. = casar com esse algum 41 ALTURA 83-cair das a.= sofrer decepo 84-ganhar a. = ascender, subir 85-perder a. = baixar, cair 86-pr nas a. = atribuir qualidades ideais a; exaltar, elevar 87-responder a. = revidar de forma categrica ou agressiva (e mais ou menos nos mesmos termos) maneira com que foi interpelado, tratado, abordado, agredido etc. 42 1 AMARELA 88-ver-se nas a. = ver-se em dificuldades, estar em apuros 43 AMARELO 89-rir ou sorrir a. = sorrir de maneira contrafeita, forada 44 AMARGO 90-ter amargos de boca = ter desgostos, dissabores 45 AMARRA 91-cortar as a. com = separar(-se), desligar(-se) de alguma coisa ou de algum que constitui amparo 92-estar a duas a. = 1 ter dois empregos ou duas fontes de recursos; 2 viver com duas mulheres; 3 estar seguro, contar com mais de um recurso ou apoio 93-estar sob a. = contar apenas com um apoio, um recurso 46 AMM 94-dizer ou dar a. a = manifestar concordncia; aprovar, condescender, anuir 47 AMOR 95-fazer a.= manter relaes sexuais; copular 96-matar de amores= inspirar grande paixo a algum 97-morrer de amores por= ter grande afeio ou estima por, gostar muito de 98-seja tudo pelo a. de Deus= exclamao de conformidade ou tolerncia em 153 relao quilo que se revela imprprio ou desagradvel 99-ser do a.= procurar apenas os prazeres sensuais 100-ter a. pele = m.q. ter amor vida 101-ter a. vida= ser prudente; no se meter em situaes perigosas, no se arriscar; ter amor pele 102-ter amores= andar enamorado, requestar 103-tratar com a.=dispensar carinho a algum; prestar-lhe auxlio 48 AMORZINHO 104-fazer a.= fazer amor; copular 49 ANCA 105-dar a.= deixar (o cavalo) que se lhe monte na garupa 50 ANDAMENTO 106-dar a. a = dar seguimento, fazer seguir os trmites, levar a despacho etc. 51 ANDAR 107-a. atravessado com = querer mal a; estar de rixa ou em desinteligncia com 108-a. de mal a pior= sofrer contratempos sucessivos; andar de torto em travs 109-a. fora de si =ter grande perturbao de esprito por desgosto profundo ou grande contentamento 110-a. naufragado= trajar(-se) de maneira muito pobre 111-a. para = estar para, estar prestes a, ter teno de 112-a. trincado =andar (algum) amuado, indisposto para com os outros 52 ANJINHO 113-fazer-se a. =fazer-se de desentendido, fingir que no entende 114-ir para os a. =morrer 53 1 ANO 115-fazer anos= completar um ano ou mais de existncia; aniversariar 116-no passarem os a. por=mostrar-se (algum ou algo) bem conservado, praticamente sem os vestgios do fluir do tempo 117-passar de a.=passar ao nvel escolar ou universitrio seguinte 54 ANTENA 118-ter antenas= perceber, com agudeza, o que ocorre em torno 55 ANTFONA 119-levantar a a.= 1 dar o tom para que se entoe afinadamente o cntico ou o salmo; 2 ser o primeiro a falar ou a transmitir uma notcia 56 ANZOL 120-cair no a.=cair no logro, na esparrela; ser enganado 57 APARNCIA 121-guardar, salvar ou manter as a.=preservar o decoro social, escondendo algum motivo de desonra, segundo os preceitos sociais hegemnicos numa sociedade 58 APELIDO 122-ser a.=no expressar (observao, comentrio etc.) a completa verdade dos fatos; ser eufemstico ou polido 59 APERTADO 123-estar a.=ter urgncia de satisfazer necessidades fisiolgicas, esp. de urinar 60 APERTO 124-dar ou levar um a.=pressionar ou ser pressionado a fazer ou dizer (algo) 61 APETITE 125-abrir o a.=provocar vontade de comer 62 APITO 126-engolir o a.=dirigir (o juiz) mal o jogo 127-ganhar no a.=ganhar o jogo custa de m arbitragem 63 AR 128-apanhar ou pegar no ar= apreender ou compreender (algo) rapidamente 129-atirar com tudo pelos ares= pr tudo a perder 130-dar um ar de sua graa= marcar presena, no se deixar esquecer 131-dar uns ares com= apresentar semelhanas fsicas com (algum) 132-ir pelos ares= 1 explodir, ser lanado a distncia ou ser destrudo; 2ser abandonado por algum motivo, no se realizar (diz-se de projeto, sonho, desejo etc.); no se concretizar 133-mudar de ares = mudar de um lugar para outro, ger. em busca de melhores condies de vida 134-tomar ar =1 sair para respirar ar mais puro; 2 passear para espairecer 64 ARAPUCA 135-cair na a. =deixar-se apanhar; ser pego em armadilha; cair no conto-do-vigrio 65 1 ARARA 136-engolir araras = ser enganado 137-estar ou ficar uma a. = estar (ou ficar) muito irritado, muito zangado 66 ARCO 138-abrir o a. = retirar-se em debandada, pr-se em fuga; meter o arco; fugir 139-meter o a. = m.q. abrir o arco 67 AREIA 140-edificar na a.= organizar, tentar empreender (algo) sem base slida 141-entrar a. em =surgir um imprevisto que dificulta ou impossibilita a realizao de algo que foi desejado ou planejado 142-escrever na a.=fazer coisas que pouco duram 143-fazer cordas de a.=tentar o impossvel 144-morder a a.=cair sobre ou enterrar-se na areia 145-semear na a.=trabalhar sem poder obter qualquer resultado 146-ser muita a. para o caminho de= 1 ser demasiadamente bom, bonito, agradvel etc., em relao expectativa, capacidade ou merecimento de (algum); ser mais do que se pode querer ou dar conta; ser muita carne para o churrasco de; 2 estar alm do alcance de; no ser para o bico de 68 ARES 147-beber os a. por = 1 demonstrar grande dedicao por (algum); 2 estar apaixonado por (algum) 148-dar a. de sua graa =surgir, aparecer em algum lugar, ger. onde sua presena 154 desejada ou esperada 149-dar uns a. com =apresentar semelhanas com (algum) 150-ir aos a.= enraivecer-se, enfurecer-se, ir s nuvens 151-ir pelos a. = explodir, ser lanado longe ou destrudo por desastre ou catstrofe 152-mudar de a. =1 mudar-se de lugar pouco saudvel para outro que oferece melhores condies sade, ger. onde se respira ar mais puro, por conselho mdico ou no; 2 mudar-se de lugar intranqilo ou indesejado para outro que apresenta ou possa vir a apresentar melhores condies de vida 153-tomar a.=1 passar algum tempo no campo ou numa estao de guas, ger. com a inteno de melhorar a sade; 2 dar um passeio 69 ARGUEIRO 154-fazer de um a. um cavaleiro =dar importncia exagerada quilo que insignificante 70 ARGUMENTO 155-levar um a. =discutir um assunto; conversar, dialogar 71 ARMA 156-apresentar armas =ficar com o pnis ereto 157-chamar s a.=mobilizar, convocar soldados e tropas 158-depor as a.= dar-se por vencido; cessar hostilidades; ensarilhar as armas; entregar-se, render-se 159-ensarilhar as a.=1 m.q. depor as armas; 2 dar por terminada qualquer contenda 160-medir armas= combater, lutar 161-mostrar as a.=exibir (os homens) os rgos genitais 162-passar pelas a.=1 fuzilar, matar por sentena militar; 2 copular, possuir sexualmente 163-passar-se com armas e bagagem para= fugir para o lado adversrio levando consigo tudo o que possui 164-pegar em armas= 1 prestar servio militar; 2 lutar de armas na mo 165-pr(-se) em armas= armar(-se), preparar(-se) para a guerra 166-terar armas= 1 lutar em defesa de algo ou algum; 2 argumentar em favor de, pugnar por (causa, idia, pessoa etc.) 72 ARMRIO 167-sair do a.= assumir a prpria homossexualidade 73 ARQUIVO 168-queimar o a.= matar ou mandar matar uma testemunha ou possvel testemunha de um crime, impedindo-a de denunciar o responsvel por esse crime 74 ARRAIAL 169-assentar arraiais = estabelecer-se, fixar-se em algum lugar 170-fazer a. = falar alto, fazer barulho 75 ARRAS 171-dar a.= 1 ser superior a, levar vantagem sobre; 2 dar chance a, proporcionar oportunidade a 76 ARRASTO 172-ir no a. =deixar-se levar pela influncia de algum 77 ARREGO 173-pedir a. = 1 ter medo e recuar diante de algo ameaador; 2 mostrar-se vencido, entregar os pontos 78 ARREIO 174-sacudir os a. =no aceitar imposies; rebelar-se 175-sair vendendo os a.=sair (o cavalo) em disparada sem o cavaleiro, desvencilhando-se das peas do arreamento 79 ARRENDAMENTO 176-fazer a. =celebrar o contrato 177-tomar de a. =m.q. 1 arrendar 80 ARROCHO 178-dar um a. em = exercer forte presso ou coao sobre algum; pr a faca no peito 179-levar um a.= sofrer forte presso ou coao 81 ARTE 180-fazer a. = 1 criar obra de arte, trabalhar com a arte; 2 fazer travessura(s) 181-fazer a. de = proclamar como virtude; vangloriar-se 82 ASA 182-abrir as a.= perder a timidez, tornar-se atrevido 183-aparar as a. de = limitar o que exprime independncia ou intimidade 184-arrastar a a. para ou as a. a = fazer a corte (como fazem algumas aves); galantear 185-bater (as) asas= fugir, desaparecer 186-cortar (as) asas= cercear a liberdade de algum; reprimir 187-dar a. ou asas a = dar confiana ou intimidade a 188-ter asas nos ps =1 ser muito feliz; 2 andar muito depressa 83 ASPA 189-bater aspas =1 andar emparelhado com outra pessoa; 2 encontrar-se com algum para esclarecer dvidas 190-fincar as a. =cair de cabea para baixo 191-fincar as a. no inferno = morrer (falando de pessoa pouco querida) 84 ASSENTO 192-ter a. = ocupar um lugar, uma cadeira (em assemblia, congresso etc.); pertencer a uma diretoria, conselho etc. 85 ASSINATURA 193-tomar a. com = importunar (algum), no deixar (outra pessoa) em paz 86 AT 194-andar ao a. = 1 andar a esmo, sem rumo; 2 no ter dinheiro 87 ATALHO 195-pr a. = pr fim, terminar 155 88 ATAQUE 196-dar um a. =perder o controle, ficar furioso e agredir algum com palavras grosseiras ou violentas; fazer escndalo 197-ter um a.= ser acometido de um mal sbito (infarto, crise nervosa ou convulsiva etc.), com ou sem perda da conscincia 89 ATENA 198-estar s a. de =fiar-se em, depender de 90 ATENO 199-chamar a.= ser muito visvel ou vistoso; dar na vista 200-chamar a a.de= 1 fazer advertncia; repreender, advertir, admoestar; 2 despertar, atrair o interesse (de algum) 201-chamar a a. para ou sobre =colocar em destaque; focalizar; mostrar, alertar 202-dar a. a =1 ouvir e tratar com respeito e considerao (algum); 2 conversar cortesmente; ser agradvel 203-prestar a. a ou em =olhar, ouvir, sentir (algo) com ateno aumentada, concentrada 91 ATENDER 204-a. por =ser conhecido como; ser chamado de 92 ATILHO 205-no tem a. nem vincilho= 1 no tem onde se pegar; 2no serve para o que se quer 93 ATITUDE 206-tomar (uma) a.=tomar uma deciso enrgica para mudar uma situao insatisfatria que j perdura h algum tempo 94 ATO 207-fazer a. de presena =ir a certo local ou cerimnia por dever ou convenincia, permanecendo pouco tempo; marcar presena 95 ATOLEIRO 208-sair do a.= desembaraar-se de situao crtica que envolve perigo e dificuldades 96 AVANTE 209-ir a. =fazer progresso; adiantar-se, progredir 97 AVENIDA 210-abrir uma a.= penetrar, num movimento ofensivo, pela defesa adversria 211-abrir uma a. em= ferir (algum ou regio do corpo de algum) com navalha 98 AVESSO 212-virar pelo a.=1 virar (pea de vesturio etc.), pondo o lado de dentro mostra; 2 analisar, estudar (caso, assunto) exaustivamente; 3 fazer intensa busca em (aposento, mvel etc.), para encontrar algo que se perdeu 99 AVESTRUZ 213-bancar a.=1 acreditar que se evita um perigo, uma dificuldade, deixando de enfrent-los; 2 tomar bebidas alcolicas 100 AZEITE 214-beber a.=ser muito astuto, atilado 215-estar nos a.=estar mal-humorado, irritado 216-ficar de a.=ficar quieto; retrair-se 217-vender a. s canadas= ficar em situao difcil; ficar decepcionado; enfurecer- se
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM B
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 101 1 BABA 218-chorar b. e ranho= desfazer-se em lgrimas 102 BABADO 219-estar b. ou ser b. por =estar ou ser muito interessado por; estar ou ser apaixonado por 103 BABAR 220-dar b.= pedir socorro, dar rebate 104 BACALHAU 221-meter o b. em = falar mal de, meter o pau em 105 BAETA 222-romper as b.=1 encher-se de indignao; revoltar-se, indispor-se; 2 pr-se em desavena; agastar-se, desavir-se, malquistar-se 106 BAGAGEM 223-chegar na b.= chegar por ltimo 224-dar b.= vencer com facilidade 107 BAIANA 225-rodar a b. =reclamar ou brigar com escndalo 108 1 BAILA 226-andar na b. =m.q. estar na baila 227-chamar b.=provocar manifestao (de algum) 228-estar na b.=ser sempre chamado ou citado; andar na baila 229-trazer b.=fazer entrar na ordem do dia (um fato) 230-vir b.=1 comparecer rea de torneios para terar armas com o adversrio; 2 ser lembrado (um fato) a propsito de outro fato; ser mencionado 109 1 BAILE 231-dar um b.=1 mexer com ou zombar de (algum); 2 chamar a ateno de; censurar; 3 ter uma excelente atuao; dar um show 110 BAINHA 232-meter a espada na b.=desistir de um intento 233-no caber na b.=acreditar em si mais do que deveria; vangloriar-se 111 1 BAIXA 234-dar b.= 1 anotar um pagamento, registrar a sada de um documento etc.; 2 dispensar ou ser dispensado (ger. do servio militar); ter baixa; 3 entrar em hospital para tratamento; baixar, internar-se; 4 considerar (algo) como visto ou terminado 235-ter b.=m.q. dar baixa ('ser dispensado') 156 112 1 BAIXEL 236-guiar o b.=organizar, administrar (a vida, um negcio, um pas etc.) 113 BALA 237-mandar b.=executar com presteza uma tarefa, uma ordem; tocar para frente 114 BALANA 238-colocar ou pr na b.=avaliar os prs e os contras de uma determinada situao, deciso, escolha etc. 239-ter a b.=ser o rbitro, o julgador, o juiz 115 BALDO 240-fazer do b. glria=m.q. fazer do sambenito glria 116 1 BALDE 241-chutar o b.=m.q. chutar o pau da barraca ('abandonar') 117 1 BALHA 242-vir b.=m.q. vir baila 118 BANCA 243-abafar a b.=1 m.q. levar a banca glria; 2 vencer espetacularmente; alcanar grande sucesso; 3 causar admirao pela beleza, vestimenta, riqueza, talento etc.; abafar 244-botar b.=1 vangloriar-se de qualidades, posio ou bens pessoais; 2 tentar obter privilgios alegando posio social, riqueza ou influncias polticas, ou ameaando pessoas de posio inferior 245-pr b.=m.q. botar banca 119 BANCO 246-alisar os b. da academia= formar-se em escola superior ou em academia 247-estar no b. dos rus= ser alvo de muitas crticas; ser muito atacado 248-no aquentar o b.=m.q. no esquentar o lugar 249-no esquentar o b.=m.q. no esquentar o lugar 120 2 BANDA 250-comer da b. crua= estar em maus lenis, em situao difcil 251-comer da b. podre= 1 sofrer decepes devido s circunstncias; 2 passar dificuldades, privaes; comer fogo, comer insosso e beber salgado, comer o po que o diabo amassou, comer o que o diabo enjeitou, cortar volta, passar um mau bocado, passar um mau pedao 252-pr de b.=pr de lado; desprezar, abandonar 253-sair de b.=evadir-se furtivamente 121 BANDALHA 254-cair na b.=tornar-se bandalho; passar a ter vida dissoluta; gandaiar, abandalhar-se 122 BANDEIRA 255-dar (uma) b.= 1 no ocultar (o viciado em txicos) que est sob o efeito de droga; 2 deixar escapar algo que no podia ou no devia ser divulgado; expor-se, fazer uma inconfidncia, ger. por lapso ou ingenuidade 256-enrolar a b.=1 desistir de realizar alguma coisa; 2 suspender a atividade sexual, voluntariamente ou no 257-levar uma b.=ter um pedido ou pretenso recusado de forma grosseira; levar um fora 258-no ter b.=fazer as coisas sem respeitar os princpios dos outros 259-ser b.=m.q. dar bandeira ('denunciar-se') 260-virar b.=mudar de time, partido, opinio etc.; virar a casaca 123 BANDEJA 261-dar de b.=revelar ou entregar (algo) espontaneamente, sem que tenha sido instado a isso 262-entregar de b.=m.q. dar de bandeja ('revelar') 124 BANDIDO 263-trabalhar de b. contra= procurar a runa de (pessoa, empreendimento etc.) 125 BANHA 264-ficar na b.= ficar muito pobre 126 BANHO 265-dar um b.= demonstrar excelncia tcnica, profissional, intelectual etc., freq. em comparao a outrem 127 BANHO-MARIA 266-cozinhar em b. = deixar em suspenso ou levar uma ao a cabo com grande lentido; protelar, adiar 128 BARATO 267-dar de b.=dar sem relutncia ou questionamento 129 BARBA 268-pr as b. de molho= precaver-se contra perigo ou risco prximo, ou previsvel; acautelar-se 269-ter a b. tesa= afrontar ou resistir com coragem 270-ter barbas = ser muito antigo (diz-se de caso, piada etc.) 130 BARBICACHO 271-pr b. em = impor obedincia a; dominar, sujeitar, constranger 131 BARCO 272-ancorar o b. = no ir adiante; parar, fixar-se 273-deixar o b. correr= permitir que os fatos prossigam no seu curso natural; no intervir 274-tocar o b. (para a frente)= prosseguir nas atividades normais, apesar dos contratempos e dificuldades 132 BARRA 275-agentar a b.= 1 desdobrar-se em esforos e manter o domnio de uma situao difcil e penosa; 2 cumprir o combinado; agentar as pontas, agentar a mo 276-forar a b.= 1 ir alm de limites impostos ou convencionados ou ir alm do que razovel ou sensato; exagerar; 2 forar uma situao, forar um estado de coisas; 3 exigir com determinao; impor-se; 4 empenhar-se, esforar-se 277-levar b. do tribunal =causar o julgamento de; acionar, processar 278-limpar a b.=solucionar uma situao difcil 157 279-segurar a b.=1 enfrentar ou suportar uma situao difcil, perigosa ou trabalhosa; 2 ajudar outra pessoa 280-sujar a b.= 1 ocorrer uma situao difcil; 2 criar problemas para si ou para outrem 133 BARRELA 281-cair na b.=ter a idoneidade manchada; perder a honra 134 BARRETADA 282-dar b. com chapu alheio= tentar, com meios que no lhe pertencem, ser agradvel a (algum) 135 BARRICO 283-ficar no b. ou ir para o b. = ficar solteirona; ficar para tia 136 BARRIGA 284-carregar uma b. = estar grvido; estar de barriga 285-chorar de b. cheia = lamentar-se sem razo para isso; falar de barriga cheia 286-chorar na b. da me = perceber que tudo acontece de acordo com seus desejos; realizar-se 287-comer b. = cometer erro por distrao 288-empurrar com a b. = no tomar as providncias necessrias; adiar solues 289-encher b. de corvo = morrer 290-falar de b. cheia= m.q. chorar de barriga cheia 291-levar b.= publicar (um peridico) notcia inverdica 292-pegar b. = ficar grvida ou prenhe; engravidar, emprenhar 293-tirar a b. da misria = aproveitar com muito prazer alguma coisa de que at ento carecia 137 BARRO 294-ir ao b. = ir ao cho; cair 138 BARULHO 295-comprar b. = tomar a dianteira numa disputa ou briga 139 BASE 296-tremer nas b.= ter muito medo ou receio; intimidar-se, apavorar-se 140 3 BASTA 297-dar o ou um b. = fazer parar ou cessar alguma coisa 141 BATALHA 298-fazer b.= empreender um combate; pelejar 142 BATATA 299-morder a b.= ingerir bebida alcolica 300-plantar batata(s)= parar de incomodar; ir embora; no dizer impropriedades, no ser importuno 301-ser b.= no falhar; no deixar de ocorrer 302-soltar batatas= dizer asnices ou falar com incorrees gramaticais 143 BATER 303-b. bem= 1 m.q. bater certo; 2 ser bem-aceito; ser adequado 304-b. certo = estar correto, conferir, ser exato, bater bem 305-no b. bem = ser amalucado, ser esquisito; no ser bom da bola; no bater certo 306-no b. certo = 1 no conferir; 2 m.q. no bater bem 144 BATERIA 307-carregar as b. = adquirir novo nimo; recuperar as energias 308-dar b. = combater com todos os meios; procurar vencer a todo custo; insistir duramente para alcanar um objetivo 309-romper as b. =1 abrir fogo contra (algo); 2 entrar em campanha contra; fazer frente, polemizar 145 BATIBARBA 310-dar b. =atacar (uma pessoa) humilhando(-a) 146 BATIDA 311-dar uma b. =procurar com mincia 147 BA 312-no ser b. =no guardar, ou no se sentir obrigado a guardar segredo 148 BECO 313-desinfetar ou desocupar o b. = 1 deixar o caminho livre, retirar-se; 2 falecer 314-tapar ou tomar todos os b. = no dar margem a escusas ou a defesa 149 BEDELHO 315-meter o b. = intrometer-se, imiscuir-se onde no se chamado; meter a colher 150 BEICINHO 316-fazer b.=1 projetar para diante o lbio inferior, tremente, tal como as crianas antes de chorar; 2 experimentar e demonstrar aborrecimento; amuar-se, agastar-se; fazer beio, fazer biquinho 151 BEIO 317-andar de b. cado por =estar muito apaixonado por (algum) 318-dar o b.= m.q. passar o beio 319-estar pelo b.=estar enamorado, apaixonado 320-fazer b.= m.q. fazer beicinho 321-ficar de b. cado = admirar-se, ficar perplexo 322-lamber os b.= ficar ou mostrar-se contente 323-levar pelo b.= fazer de algum o que se quer 324-morder os b.= mostrar-se despeitado, ressentido 325-no ser para os b. de= no ser possvel ou alcanvel para (algum) 326-passar o b.= deixar de pagar dvida ou conta; calotear; dar o beio 327-trazer (preso) pelo b. = m.q. embeiar ('enamorar') 152 BELELU 328-ir para o b. = 1 perder a vida; falecer; 2 reduzir-se a nada; sumir; 3 no ter xito; gorar 329-mandar para o b. = 1 tirar a vida a; matar; 2 fazer desaparecer; 3 no continuar (algo); desistir de (algo) 153 BELEZA 330-cansar a b. (de algum)=causar enfado; maar 331-estar uma b. =estar bem-feito, esplndido 158 332-ser uma b.=provocar grande satisfao, prazer; ser agradvel, tranqilo etc. 154 BEM-BOM 333-estar no b.=gozar de conforto, descanso e bem-estar 155 BNO 334-deitar a b.=realizar a ao de benzer, abenoar; bendizer 335-furtar a b.=ficar com o que a outrem estava destinado; roubar-lhe a vez 336-ser uma b.=ser de grande ajuda, como se fosse uma graa dos cus 337-tomar a b.=beijar a mo a (algum) ou o anel de (alto prelado da Igreja), ou disso fazer meno, para pedir a proteo da sua bno e a proteo divina 338-tomar a b. a cachorro= estar em situao difcil e humilhante; estar em maus lenis 156 1 BENGALA 339-estar de b.=ser ou estar velho 157 BENZER 340-b.-se de algum= exorcismar algum por lhe ter dio ou temor 158 BERO 341-nascer em b. de ouro= nascer em famlia abastada 342-ter b.=1 ter nascimento; provir; 2 proceder de famlia de elevado padro social, cultural ou econmico 159 BERIMBAU 343-pensar que b. gaita= crer enganadamente que certa coisa simples, fcil [Aqui o berimbau o de boca, no o idiofone.] 160 BERLINDA 344-estar na b.= 1 ser o alvo dos comentrios, no jogo da berlinda; 2 ser objeto de comentrios; 3 ser objeto de ateno ou de curiosidade pblica; estar em pauta; estar na ordem do dia; 4 ver-se em evidncia embaraosa, por motivo no lisonjeiro 161 BERRA 345-andar ou estar na b.= 1 estar (a fmea) no perodo de cio 162 BERREIRO 346-abrir o ou no b.= m.q. cair no berreiro 347-cair no b.=chorar muito; abrir o bu; abrir o berreiro 163 BESTA 348-fazer de b.=enganar (algum) 349-fazer-se b.=fazer-se tolo, fazer-se desentendido, fingir ignorncia ou burrice; fazer-se de besta 350-fazer-se de b.= 1 m.q. fazer-se besta; 2 intrometer-se com algum, esp. com inteno de namoro ou sexo; 3 mostrar-se abusado 351-meter-se a b.=1 proceder de modo tolo; 2 mostrar-se abusado; 3 intrometer-se com algum, esp. com inteno de namoro ou sexo 164 BETA 352-ver-se em betas =encontrar-se em apuros, problemas; ver-se enrascado 165 BEXIGA 353-pedir b.=m.q. pedir penico 166 BEZERRO 354-botar b.= expelir pela boca o que estava no estmago; vomitar 355-chorar como (um) b. desmamado= chorar alto e copiosamente 167 BICA 356-estar ou na b. = estar prestes a; estar na brecha 168 BICADA 357-dar bicadas = beber aos golinhos; bebericar 169 BICHA 358-fazer bichas = fazer travessuras 170 1 BICHO 359-matar o b. = 1 ingerir bebida(s) alcolica(s) 360-ser o b. = ser agradvel, lindo, delicioso, excelente etc. 361-virar b. = ficar enraivecido (como um animal feroz); enfurecer-se 171 BICHO- CARPINTEIRO 362-estar com ou ter b. = mostrar-se muito irrequieto, no parar quieto; ser hiperativo 172 1 BICO 363-abrir o b.= 1 falar ou falar demais; 2 denunciar, delatar; 3 demonstrar cansao, exausto fsica e/ou mental; 4 explicitar aborrecimento ou revolta; reclamar; 5 confessar delito ou crime 364-baixar o b.=comer ou beber com exagero 365-fazer b. ou biquinho=1 franzir os lbios (ger. a criana) quando est para chorar; 2 ficar melindrado; amuar 366-meter no b. de = contar um segredo a (algum) 367-molhar o b.= ingerir bebida alcolica; embriagar-se 368-no ser para o b. de = ser muito superior, em qualidade, valor, quantidade, preo etc., ao que se pode desejar 369-pegar no b. da chaleira = bajular, puxar saco 173 3 BICO 370-pegar o b.= edir em casamento a filha recm-nascida de algum (para tanto, segurando o cordo umbilical desta) 174 BIGODE 371-dar um b. = 1 m.q. bigodear ('pregar uma pea') 372-emendar os b.= meter-se em luta corporal; engalfinhar-se 373-encostar os b. = tornar-se igual (uma pessoa a outra) em inteligncia, destreza ou em qualquer mrito 374-ter bons b. = ter aspecto varonil; ter boa presena 375-trelar os b. = contrair matrimnio; casar 175 BIGU 376-pegar (um) b. = conseguir passagem de graa numa viatura 176 BILHETE 377-abrir um b. =dividir um bilhete de loteria em fraes (gasparinhos) 177 BIQUINHO 378-fazer b. = m.q. fazer beicinho 178 1 BIRRA 379-fazer b. = comportar-se de maneira obstinada, recusando-se a obedecer e, s vezes, chorando, berrando ou esperneando (falando-se esp. de criana) 179 BISCATE 380-fazer b.= 1 trabalhar em tarefa pouco rendosa, seja complementar ou 159 subsidiria a outra(s), ou no; 2 prostituir-se (como profisso ou eventualmente); batalhar 180 BISCOITO 381-fazer biscoitos =morrer, ou estar morto e enterrado; fazer tijolo 181 BISPO 382-deixar entrar o b. = deixar queimar-se a comida na panela ou no tacho; bispar 383-queixar-se ao b.= afastar-se ou calar-se, para no importunar 182 BITCULA 384-levar nas b. = levar bofetadas; apanhar 183 BITOLA 385-medir pela mesma b. = aplicar a pessoas ou coisas diferentes as mesmas exigncias ou regras, sem fazer distines pessoais ou especiais 386-medir pela sua b. = julgar (outrem) segundo critrios prprios ou por comparao consigo mesmo 387-passar da b.= exagerar, exceder-se 184 BLOCO 388-botar o b. na rua =1 morrer; 2 tomar providncias para conseguir algo; 3 agir de peito aberto, sincera e objetivamente 185 BLOQUEIO 389-furar um b. = conseguir ter acesso a ou contato com algo ou algum difcil de alcanar 186 BOA 390-fazer uma b. = 1 m.q. pregar uma pea; 2 fazer algo que desagrada ou prejudica outra pessoa 187 BOBEADA 391-dar uma b. =1 cometer um lapso; 2 perder uma oportunidade; 3 deixar-se enganar 188 BOBEIRA 392-marcar b.=1 agir como um bobo ('tolo'); 2 perder oportunidade(s); 3 deixar-se ludibriar; ser passado para trs 189 BOCA// 393-abrir a b.= 1 pronunciar palavras; falar, exprimir-se; 2 gritar, berrar; chorar aos gritos; 3 bocejar; 4 admirar-se, espantar-se 394-arrebentar a b. do balo = desempenhar-se magnificamente; ser um sucesso; brilhar, exceler 395-bater b. = 1 discutir acalorada e demoradamente (com algum); 2 propalar, dar publicidade (a notcias, boatos etc.) 396-botar a b. no mundo= m.q. pr a boca no mundo 397-botar a b. no trombone = 1 reclamar, protestar; 2 denunciar algo; responsabilizar publicamente algum por erro, injustia etc. 398-correr de b. em b.=espalhar-se rapidamente (um fato, uma notcia) 399-encher a b.=demonstrar que se orgulha de algo 400-estar em todas as b.=1 ser por todos muito falado e comentado; ser pblico e notrio; 2 estar presente sempre que haja uma oportunidade de tirar algum proveito, um espetculo de diverso, uma festa etc. 401-fazer b. de pito= estimular o prazer de fumar, bebendo e/ou comendo algo antes 402-fechar a b. de (algum)=m.q. tapar a boca a (algum) 403-pr a b. no mundo= 1 gritar, berrar, fazer estardalhao; chorar aos gritos; botar a boca no mundo; 2 protestar com veemncia; botar a boca no mundo 404-procurar b.=buscar pretexto para dizer algo ou para conversar; tomar boca 405-tapar a b. a (algum) ou de (algum)=fazer com que (algum) se veja obrigado a calar-se ou a cessar de fazer crticas, acusaes, injrias etc., com provas e evidncias em contrrio 406-ter a b. cosida= ser reservado, discreto 407-ter a b. suja= ter o costume de dizer palavres, ou proferir obscenidades 408-ter b. de riso= ser alegre, risonho 409-tomar b.=m.q. procurar boca 190 BOCADO 410-passar um mau b.=m.q. comer da banda podre 191 BOCO 411-abrir o b.=1 pr-se a gritar; 2 comear a chorar alto 192 BOCHECHA 412-fazer bochechas= fazer pouco; desdenhar, provocar 413-inchar as b.=1 contar vantagem; vangloriar-se; 2 ter um acesso de raiva; irar- se 414-pegar b.= viajar de graa, pegar carona 415-ter bochechas= ser bochechudo 193 1 BODE 416-amarrar o b.=1 ficar srio; ficar de cara amarrada; 2 ficar irritado, mal- humorado 417-amarrar um b.= m.q. ficar de bode 418-fazer b.= fazer mistrio a respeito de um assunto; esconder o jogo 419-ficar de b.=1 sentir mal-estar fsico e/ou psicolgico por motivo de ingesto de droga ('txico'); 2 ficar deprimido, ficar na fossa 420-sangrar o b.= menstruar 421-ser do b.= ser da mesma especialidade (que outro colega) 194 BOFE 422-abrir os b.= comear a berrar 423-custar os b.= custar muito caro; custar os olhos da cara 424-deitar os b. pela boca = mostrar-se cansadssimo, ofegante; pr os bofes pela 160 boca 425-mostrar os b. = falar com toda a franqueza 426-pr os b. pela boca = m.q. deitar os b. pela boca 427-ser de b. lavados =ter bom gnio, ser bom e simples 428-ter bofes = ter coragem 429-ter bons b.= 1 ter voz possante, ter bons pulmes; 2 ter bom gnio 195 1 BOI 430-apadrinhar o b. =promover rezas para, segundo crendice, proteger a rs 431-apanhar como b. ladro = ser surrado; ser espancado 432-estar de b.= menstruar 433-pegar o b. = levar vantagem; obter facilidade(s) 434-pegar o b. pelo chifre= enfrentar um problema com deciso 435-ter b. na linha = haver algum problema ou empecilho pela frente 196 BIA 436-ficar na b. de espera =esperar a vez (para assumir um cargo ou ter uma promoo); aguardar promoo (depois de preterido) 197 BOLA// 437-abaixar a b. a = destruir ou minimizar o motivo de orgulho ou vaidade de (algum) 438-bater b. = realizar bate-bola (futb); aquecer-se 439-comer b. = 1 m.q. levar bola; 2 deixar-se enganar 440-dar b. a ou para= 1 dar confiana a; ensejar ou encorajar namoro com; 2 ter interesse e ateno (para com algum ou algo); ligar 441-engolir a b.= 1.1 exceler em qualquer coisa; exibir-se de modo brilhante 442-estar com a b. ou com a b. toda= 1 estar com sorte; 2 estar no comando, estar no domnio da situao 443-estar pela b. sete= aguardar a ocorrncia prxima de algo, ger. desagradvel 444-gastar a b.=jogar com tcnica apurada 445-levar b. = receber ou aceitar propina; ser subornado; comer bola 446-no estar com essa b. toda = estar (algum) com menos sorte ou dominando uma situao menos do que parece, ou do que (esse algum) procura demonstrar 447-passar b. = dar propina; subornar 448-pisar na b.= cometer um engano; sair-se mal; dar um fora, uma cincada 198 2 BOLAO 449-jogar um b.= ter timo desempenho em esporte com bola 199 BOLANDAS 450-andar em b.=1 (1890) ter m sorte; andar aos tombos; 2 andar de um lugar para outro, azafamado 200 1 BOLO 451-jogar um b. = ter excelente desempenho (em qualquer atividade) 201 1 BOLEAR 452-b. a perna = apear de montaria 202 BOLINA 453-andar b.= caminhar inclinado para um lado 203 1 BOLO// 454-dar b. =1 ter maior competncia ou conhecimento que (outrem);2 faltar a um compromisso com 455-dar um bolo=1 provocar um desfalque; 2 acabar em briga, confuso 456-ferver o b.= ocorrer um 1 rolo; haver confuso, briga 457-levar b. =1 ser castigado; 2 esperar em vo por algum que se comprometera em vir 204 1 BOLSA 458-abrir a b. =dar ou oferecer dinheiro 459-bater b. = andar (meretriz) procura de fregueses 460-rodar b. ou bolsinha = exercer a prostituio 205 2 BOLSA 461-jogar na b. = na bolsa de valores, especular na alta ou na baixa dos valores negociveis, ttulos e mercadorias 206 BOLSINHA 462-rodar b.=1 procurar clientes na rua (falando-se de indivduo que se prostitui); 2 prostituir-se 207 BOLSO 463-botar ou pr no b. =1 aplicar calote; engodar; 2 reservar algo para seu uso privado; esp. tomar indebitamente algo para si; 3 ser superior; distinguir-se, sobrepujar 464-encher os b. = tornar rico, ger. de forma ilegal ou desonesta 208 BONDE 465-comprar b.= fazer um mau negcio; ser ludibriado 466-pegar o b. andando = entrar no meio de uma conversao ou situao, sem estar inteirado dos precedentes 467-tocar o b.= seguir adiante; prosseguir 468-tomar o b. errado =tomar uma coisa por outra, equivocar-se quanto ao objeto de sua ao ou inteno 209 BON 469-botar b. = ser infiel; cornear 470-pedir o b.= despedir-se; afastar-se, desligar-se 210 BONITO 471-fazer b.=1 ter um timo desempenho; sobressair; 2 exibir-se com ostentao 472-fazer um b.= praticar uma ao nobre, generosa 211 BOQUINHA 473-fazer b.= franzir os lbios com vontade de chorar ou como sinal de zanga ou desolao; amuar-se 212 BORDO// 474-andar aos b.= caminhar, oscilando para os lados; cambalear 161 475-dar um b.= fazer um passeio; dar um giro 476-virar de b.=alterar um propsito; voltar atrs 213 1 BORRACHA 477-entrar na b.= levar surra de cassetete 478-passar a b.= perdoar; esquecer; deixar para l 214 BORZEGUIM 479-entrar de borzeguins= agir desde o incio de forma agressiva e/ou grosseira; entrar de sola 480-juntar borzeguins= morrer; bater as botas 215 1 BOTA 481-bater as b.=1 morrer; bater as conjuntas; 2 fugir; dar no p 482-dar b.= fazer feio; fracassar 483-descalar uma b.= livrar-se de um problema; sair de um apuro 484-lamber as b. de= mostrar-se subserviente; bajular, limpar as botas de 485-limpar as b. de = m.q. lamber as botas de 486-meter as b. em= criticar com violncia (algo ou algum); falar mal de 216 2 BOTAR 487-b. fora=1 jogar no lixo; livrar-se de; 2 no dar ateno; esquecer, superar; 3 ser incontido no gastar; esbanjar, malbaratar 488-b. para (pra) fora=1 vomitar; 2 expressar o que tem no ntimo; confessar, exteriorizar 489-b. quente= passar para trs; fazer de bobo; enganar 490-b.-se a tudo= arriscar tudo num negcio ou projeto; esforar-se muito 217 2 BOTE 491-errar o b.= no conseguir aquilo a que visava [ger. algo mal-intencionado] 218 BOZ 492-viver do b.= fazer dos dados um meio de vida 493-viver no b.= estar sempre a jogar (dados) 219 BRAO 494-assentar o b. em= m.q. descer o brao em 495-cortar os b.= m.q. fazer cair os braos 496-cruzar os b.= ficar voluntariamente inativo, para demonstrar descontentamento; fazer greve 497-dar o b. a algum= 1 enlaar o seu brao no brao de outra pessoa; 2 oferecer o brao para algum se apoiar ou se deslocar 498- descer o b. em= desferir pancadas (em algum) com o brao; assentar o brao em, meter o brao em 499-meter o b. em= m.q. descer o brao em 220 BRADO 500-dar b.= tornar-se falado ou famoso; adquirir notoriedade 501-dar ou passar o b. em=1 passar uma descompostura; ralhar; 2 passar uma cantada, passar a conversa em (ger. mulher) 221 1 BRANCO 502-assinar em b.= pr firma num papel sem texto escrito, em confiana a quem o ir preencher; firmar em branco 503-despedir em b. = ir-se ou mandar embora de maneira indelicada 504-firmar em b. = m.q. assinar em branco 505-passar do b. ao preto= 1 alterar diametralmente uma opinio; 2 mudar completamente de assunto 506-sair b.=1 sair em branco (bilhete, rifa etc.) 222 BRASA 507-bater a b.= disparar arma de fogo 508-chegar a b. sua sardinha= m.q. puxar a brasa para a sua sardinha 509-comer brasas= 1 enfurecer-se, danar-se; pisar em brasas; 2 passar um mau bocado; pisar em brasas 510-mandar b.= 1 pr-se em atividade de modo febril; agir com entusiasmo; realizar um trabalho com grande empenho; 2 tratar com rigor; criticar, arrasar; 3 disparar arma de fogo; 4 agir com violncia; surrar; 5 copular 511-pisar em brasas= m.q. comer brasas 512-puxar a b. para a sua sardinha = torcer as coisas visando a justificar os seus pontos de vista ou defender os seus interesses particulares; advogar em causa prpria; tratar dos prprios interesses, ou dos interesses dos seus, em detrimento das outras pessoas; chegar a brasa sua sardinha 223 BRECA 513-ir-se com a b. = ir-se ou perder-se para sempre 514-levar a b. = sair-se mal; desaparecer; morrer 224 BRECHA 515-abrir b.= fazer passagem no muro inimigo, arrombando-o 516-abrir uma b.= 1 ter influncia positiva ou negativa sobre (pessoa, convices, convenes etc.); abalar; fazer uma brecha; 2 abrandar a rigidez de algum 517-bater em b.= atacar violenta e sistematicamente (uma pessoa, uma idia, uma instituio etc.), a fim de derrub-la ou fazer-lhe rombo; confundir o adversrio com argumentos e razes de difcil ou impossvel rplica 518-estar na b. =1 estar pronto para o combate; 2 lutar com denodo pela defesa de uma idia, de uma causa etc.; 3 estar prestes a; estar na bica 519-fazer uma b.= m.q. abrir uma brecha 520-morrer na b.= morrer lutando por (uma idia, um ideal, a vida etc.) 521-voltar b.=retornar luta, porfia, discusso 162 225 BREDO 522-cair no b.=1 embrenhar-se no mato; 2 fugir, desaparecer; ganhar o bredo, pr- se no bredo 523-ganhar o b.= m.q. cair no bredo (acp. 2) 524-pr-se no b.= m.q. cair no bredo (acp. 2) 226 BREJO 525-ir para o b.= no se concretizar; gorar 227 BRINCADEIRA 526-cair na b.=1 entregar-se com entusiasmo ao divertimento, dana etc.; cair na folia; 2 fazer algo inconveniente ou imprudente; aventurar-se 527-no estar para brincadeira(s)=1 no querer ser importunado com gracejos, peas, atos irrefletidos etc.; 2 estar de mau humor 528-no ser b.= ser trabalhoso, cansativo; no ser fcil 529-no ser de b.= 1 ser exigente, rigoroso; 2 ser irascvel, mal-humorado 228 BRINCAR 530-b. com fogo= lidar de maneira inconseqente com coisas srias ou perigosas 531-fazer algo brincando = fazer algo com facilidade, sem esforo 532-no b. em servio= ser gil e esperto na tomada de providncias, na resoluo de questes, em executar um trabalho etc. 229 1 BRIO 533-abater os b. de= espezinhar, humilhar 534-meter em brios= estimular o amor-prprio de algum para conseguir determinado objetivo, ou para faz-lo cair em si e corrigir-se 230 BRISA 535-comer b.= passar fome 536-viver de b.= 1 no ter dinheiro para nada; 2 no comer nada ou quase nada; passar fome 231 BRITAR 537-b. a palavra= faltar palavra dada 538-b. osso= causar dano fsico; contundir 232 2 BROCA 539-comer b.=1 passar apertos ou embaraos monetrios; 2 deixar-se ludibriar com facilidade 540-ser b.= ser custoso, ser difcil; ser fogo na roupa 233 BRONCA 541-meter b.= agilizar uma tarefa, empenhar-se; agir com deciso; mandar brasa, meter ficha 234 BRUACA 542-bater bruacas= 1 estar em m situao financeira (portanto, com as bruacas vazias, a balanar); 2 no conseguir realizar um negcio ou no encontrar o que comprar; 3 sem ter ou carregar carga alguma; 4 sair em viagem; andar ao lu 235 BRUXA 543-crer em bruxas= ser supersticioso 544-ver a b.= ver-se em maus lenis 236 BUAL 545-levar b.= ser enganado 546-levar b. de couro fresco= ser enganado de maneira muito vergonhosa 547-passar o ou um b. em =enganar com astcia; lograr 237 BUCHA 548-aturar a b.= aturar algo ou algum incmodo 549-levar (uma) b.= ser vtima de logro, perda, negcio ruim 550-meter uma b.= 2 entravar ou impedir algum ou alguma coisa 551-tomar uma b.= ser enganado, passado para trs; ser vtima de perda ou de mau negcio 238 BUCHO 552-despejar o b.= confessar ou declarar o que se omitia; abrir a alma, dar vazo ao que se sente 553-tirar do b. a algum= faz-lo contar, dizer ou confessar algo 239 1 BU 554-abrir o b.= cair no choro; abrir o berreiro 240 BUENA-DICHA 555-cantar a b. a algum= advertir algum sobre a possibilidade de um problema; alertar sobre uma desdita 556-ler a b.= m.q. ler a sorte 241 1 BULA 557-comprar b. falsas= comprar sem ttulo legtimo, com falsas pretenses 558-contar bulas= contar mentiras, inventar histrias 559-ter bulas para tudo=1 ter capacidade; 2 arrogar-se o direito de tudo fazer 560-vender bulas= fazer passar por virtuosas aes hipcritas 242 BULHA 561-andar b. ou s b.= envolver-se em confuses, rixas 562-meter b. ou s b.= suscitar discrdias, tumultuar, provocar briga 243 BULIR 563-b. em casa de marimbondo= meter-se em confuso 244 1 BUNDA 564-nascer com a b. para a lua= contar com muita sorte na vida 565-sentar a b.= ficar quieto; relaxar 245 BURACO 566-arranjar um b.= conseguir um emprego modesto ou um bico para sobreviver 567-sair do b.= melhorar de vida, ger. em relao s finanas 568-ser um b.= ser difcil de conseguir, realizar, alcanar 569-tapar (um) b. ou buracos= 1 remediar uma situao ou uma falta com o que se tem mo; 2 pagar dvida 246 BURRA 570-encher a b.= ganhar muito dinheiro; ficar rico 571-lavar a b.= m.q. lavar a gua 247 1 BURRO 572-dar com os b. na gua= ser malsucedido; falhar 573-prender o b.= fazer ficar ou ficar aborrecido e calado; emburrar(-se), amuar(- 163 se) 574-ser b. de Vicente= ir de mal a pior 248 BUSCA 575-dar b.=revistar um local procura de indcios ou de determinada coisa ou pessoa 249 1 BUTE 576-dar o b.= danar-se de raiva, explodir colericamente, enfurecer-se 577-estar com o b.= estar com o diabo no corpo; estar inquieto, insofrido ou violento 250 BUZINA 578-ficar b.= ficar furioso, enraivecido
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM C
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 251 1 C 579-ser de c =ser do espao geogrfico ou topolgico ou do grupo do locutor 252 CABAO 580-perder o c.=perder a condio de virgem (ger. us. com referncia a moa ou mulher) 581-tirar o c. a= desvirginar, descabaar (esp. mulher) 253 CABEA 582-abrir a c.=tornar-se suscetvel a idias novas ou sensatas; alargar a conscincia 583-andar com a c. ao lu= estar com a cabea descoberta, sem chapu 584-assentar a c.= tornar-se sensato 585-bater c.= dar cabeada, agir impensadamente; desatinar 586-botar na c.= tomar uma deciso 587-cortar a c. de= 1 matar, executar; 2 tirar o poder de deciso ou de comando de algum 588-dar na c.=1 tomar uma deciso inesperada, surpreendente; 2 ser o primeiro numa srie de nmeros sorteados, esp. no jogo do bicho; 3 ser o vencedor numa competio ou disputa 589-enterrar a c. do boi =prolongar as comemoraes de Natal at o primeiro domingo seguinte festa 590-entrar de c.= dar-se inteiramente a, pr-se ao servio de 591-esquentar a c.= ficar preocupado; afligir-se 592-estar sem c.= estar sem condies de pensar, de raciocinar 593-fazer (a) c.=2 convencer, levar (algum) a modificar um ponto de vista; 3 ser convencido de, ser levado a pensar como outro; 4 resolver; convencer-se de; 5 embriagar(-se) e/ou drogar(-se) 594-levantar a c.= recuperar-se moral e/ou financeiramente 595-levar na c.= sair-se mal num empreendimento; ter prejuzo, tomar na cabea 596-meter de c.= dar corcovos, pinotes; corcovear 597-meter na c.= convencer(-se) teimosamente; resolver, cismar 598-meter na c. de= inculcar em algum uma idia, uma vontade etc. 599-perder a c.=1 ser morto, executado ou assassinado; 2 perder a calma, agir irrefletidamente 600-quebrar a c.=concentrar-se demoradamente na resoluo de um caso ou de um problema 601-querer a c. de= 1 querer a captura e/ou a morte de (algum); 2 exigir a demisso de algum 602-subir c.= sentir-se muito importante, poderoso, glorificado 603-ter a c. no lugar = m.q. saber onde tem a cabea 604-ter a c. a prmio = ser objeto de recompensa em caso de captura ou de indicao de pista que auxilie a captura 605-ter c. para= 1 ser apto ou hbil para; 2 ter disposio ou pacincia para 606-tomar na c.= m.q. levar na cabea 607-usar a c.= proceder com habilidade e inteligncia 608-virar a c.= modificar para pior a forma de comportamento; perder o juzo 609-virar a c. de= influenciar algum a virar a cabea 254 CABEADA 610-dar c.= tomar dinheiro emprestado, sem inteno de devolv-lo 611-dar uma c.= 1 cometer um erro ou uma tolice; fracassar num plano por realiz-lo ou conceb-lo erradamente; 2 fazer um mau negcio; 3 agir ou comportar-se insensatamente, de modo reprovvel ou pouco digno 612-levar uma c.=1 ser enganado ou ter prejuzo em algum negcio; 2 no receber de volta dinheiro que se emprestou 255 CABECEIRA 613-despontar cabeceiras= 1 contornar as nascentes de um rio, sempre por terreno seco, ao invs de cruz-lo diretamente; 2 circundar um trecho de mata quando no 164 se pode atravess-lo 256 CABEDAL 614-fazer c. de= fazer caso de; dar importncia ou atribuir valor a; considerar digno de apreo ou estima 257 CABELINHO 615-ter c. na venta ou ter c. nas ventas = m.q. ter cabelo na venta 258 CABELO 616-assentar o c.=1 morrer, falecer; 2 estar ou ficar (o animal) saudvel, bem tratado, gordo e com o plo bem liso 617-assentar o c. de = matar, assassinar 618-no fazer bom c.= no corresponder ao que se espera ou exige; no ser adequado, no combinar bem; no satisfazer, desagradar 619-pr o c. em p ou pr os cabelos em p= amedrontar, apavorar, aterrorizar 620-sem faltar um c. ou sem faltar um s c.= sem faltar nada, nem mesmo coisa ou quantidade insignificante 621-ter c. na palma da mo= masturbar-se com freqncia 622-ter c. na venta= 1 estar, ser, ou ter tendncia a ficar de cabelo(s) na(s) venta(s); 2 ter mau gnio; no ser para graas; ser irritvel, ter cabelinho na venta 623-ter c. ou cabelos no cu da boca= m.q. ter cabelo no corao 624-ter c. ou cabelos no corao= 1 ter muita disposio ou muita coragem para realizar algo difcil, arriscado ou perigoso; 2 ser insensvel, implacvel, cruel, perverso; ter cabelo no cu da boca 625-tirar o c. ou os c. das ventas= acalmar-se, aquietar-se 259 1 CABO 626-dar c. a machado= arriscar-se inutilmente 260 2 CABO 627-chegar ao c. com= 1 forar (algum) a decidir-se ou concluir; pressionar (algum) ao mximo; 2 ser rigoroso ou meticuloso a respeito de (algo); examinar a fundo, levar at o fim 628-dar c. de= 1 matar, assassinar; 2 fazer desaparecer ou deixar de existir; extinguir, destruir, aniquilar; 3 concluir ao ou atividade exercida sobre ou em relao a (algo); levar a cabo; 4 estragar, escangalhar 629-dar c. de si= 1 esforar-se muito ou em demasia, custa da prpria sade ou bem-estar; matar-se ('cansar-se, fatigar-se'); 2 matar-se, suicidar-se 630-dar c. do canastro de= matar, assassinar 631-dar de c. de= tomar na(s) mo(s); empunhar; lanar mo de 632-dobrar o c. (da Boa Esperana)= ultrapassar determinada idade (ger. um nmero exato de dezenas de anos), considerada marco ou limite, esp. de maturidade 633-estar ao c. de= entender ou dominar muito, ou perfeitamente 634-estar no c.=1 estar muito doente, estar prestes a morrer (diz-se de pessoa); 2 estar quase terminando, restando muito pouco no fundo do recipiente (diz-se de bebida, esp. o vinho) 635-levar a c.= fazer chegar ao fim, fazer terminar; completar, concluir, finalizar 261 CABRA 636-amarrar a c.=embriagar-se 262 CABRESTO 637-andar de c.= ser dominado por algum, ger. pela mulher 638-encurtar o c.= conter as aspiraes de algum 639-sentar no c.=1 atirar-se (o cavalo) para trs, num movimento brusco, violento, tentando livrar-se do cabresto; 2 resistir ou recusar-se a algo, com teimosia ou obstinao 640-trazer no c. ou pelo c.= dominar ou controlar (algum) inteiramente, ou manter sob controle, impondo a vontade ou autoridade, que acatada com resignao ou subservincia 263 1 CAA 641-espantar a c.= fazer fracassar um negcio por precipitao ou maldade 642-levantar a c.= 1 obrigar o animal a sair do seu esconderijo; 2 vislumbrar um negcio que ser aproveitado por outros 264 CAAMBA 643-arear a c.=1 viver sem trabalhar; vadiar, vagabundear; 2 bajular para tirar proveito 265 CACETE 644-baixar ou descer o c. (em)= 1 dar pancadas com cacete ('borduna'); surrar, agredir violentamente e sem moderao; meter o cacete; 2 agredir fisicamente, com violncia; meter o cacete; 3 agredir com palavras; repreender ou criticar duramente, ou falar muito mal de; meter o cacete 645-meter o c. (em)= m.q. baixar ou descer o cacete (em) 646-ser do c.= ser timo, especial, formidvel, espetacular (diz-se de pessoa ou coisa) 266 3 CACHA 647-fazer c.= envidar ('apostar'), sabendo-se que no se tem condies de ganhar, com o intuito de engarnar o parceiro; blefar 267 CACHIMBO 648-apagar o c.= perder o entusiasmo; arrefecer o(s) nimo(s); pr (ou cair) gua na fervura 649-ser um c. apagado=1 ser ou estar esgotado; ser algum intil, que nada faz que se possa aproveitar; 2 ser um poltico derrotado ou sem poder 268 CACHIMNIA 650-puxar da c.=pensar muito; recorrer inteligncia, esp. para resolver um 165 problema 269 1 CACHO 651-dar o c.= morrer, falecer 652-quebrar o c. (a cantagalo)= atar o cacho ('cauda') do cavalo com um lao abaixo do sabugo, como enfeite ou por pacholice ou ostentao 653-virar o c.= estar (o arroz) maduro, com a espiga pendendo ou dobrada para baixo 270 CACHORRO 654-matar c. a grito= encontrar-se em condio, estado ou situao aflitiva ou desesperadora 655-soltar os c.=expressar ou manifestar ira, zanga, mau humor; demonstrar ou comportar-se com agressividade 656-soltar os c. em ou para cima de= dirigir-se a (algo ou, esp., algum) agressivamente, em tom rspido ou com palavras insultuosas e esp. vociferando; interpelar, admoestar 271 CACO 657-cuspir ou mijar fora do c. =1 no cumprir com os deveres ou obrigaes; praticar ato moralmente reprovvel; sair da linha; 2 cometer adultrio 272 CAOLETA 658-bater a c.= morrer; bater as botas 273 CACUIA 659-ir para a c.= bater as botas, morrer 274 CADVER 660-enterrar o c. = pagar uma dvida 661-passar por cima do c. de= matar 275 CADEADO 662-pr um c. na boca= impedir de falar ou de expressar-se 276 CADEIRA 663-sacudir as c.= danar, esp. movendo os quadris 277 CAFANGA 664-botar c.=1 m.q. cafangar ('inventar defeitos'); 2 afetar escrpulos; simular recusa ou indiferena 278 CAFIFE 665-dar o c.= aborrecer-se, importunar-se 279 CAFUN 666-fazer c. = acariciar, afagar, agradar, esp. com cafuns (acp. 1 e 2) na cabea 280 CAGADA 667-dar uma c.= obter, conseguir ou realizar algo com a ajuda inesperada da sorte 668-dar uma c. em =1 prejudicar, cagar em, fazer sujeira com; 2 repreender severamente, dar um esporro em 669-fazer uma c.=1 estragar tudo; 2 confundir coisas, fazer uma salada; 3 brigar ou fazer escndalo; 4 fazer um trabalho de pssima qualidade 281 CADO 670-estar c. por =querer muito (a); amar ou estar apaixonado por; estar louco por 282 CAIR 671-c. bem= condizer, ser adequado ou apropriado; vir a propsito; ser bem aceito; agradar 672-c. de maduro = perder o equilbrio, ir ao cho, tombar sozinho, sem interveno de outros fatores ou foras que no o prprio peso 673-c. de podre = cair ('tombar', 'fracassar') sozinho, devido precariedade da prpria situao ou condio (financeira, moral etc.) 674-c. de quatro=1 cair ('tombar, ir ao cho') com as mos e joelhos a apoiar o corpo; 2 espantar-se, surpreender-se 675-c. doente= adoecer, enfermar 676-c. duro=1 morrer instantaneamente; 2 cansar-se; 3 ter grande surpresa 677-c. em si=1 deixar de estar abstrado ou distrado; 4 deixar de ter sonhos, devaneios, iluses; ficar consciente da prpria condio ou situao; 5 reconhecer os prprios erros 678-c. fora=1 sair, ir embora; dar o fora; mandar-se, retirar-se; 2 fugir; escafeder-se 679-c. mal= no condizer; no ser adequado ou apropriado; no vir a propsito, no ser bem aceito ou no agradar 680-c. para trs= espantar-se, surpreender-se 681-c. redondamente=1 m.q. cair redondo; 2 ser enganado, logrado, iludido 283 1 CAIXA 682-bater uma c. = m.q. dar um toque ('sondar') 683-fazer c.= realizar vendas, operaes financeiras ou de qualquer outro tipo para que entre dinheiro na caixa da firma, ou, no caso do poder pblico, arrecadar impostos, multas etc. para ter dinheiro no errio 684-matar na c. = dominar a bola no peito 284 CAIXO 685-estar no c. = estar (rio, regato, aude etc.) muito abaixo de seu nvel normal, quase seco 285 CAIXA-PREGOS 686-ir, mandar ou mandar ir para c. = ir (ou mandar ou mandar ir) para o inferno 286 CAIXINHA 687-guardar na c. = manter segredo 287 CAIXOTE 688-levar c.= ser apanhado na arrebentao de uma onda 288 1 CALADO 689-dar o c. como resposta = no responder 289 CALANGO 690-fazer c. =contrair o bceps, para mostrar ou verificar a fora muscular; fazer muque 290 CALCANHAR 691-dar aos c. ou nos c.= fugir, retirar-se com rapidez, esp. correndo ou em debandada 692-no chegar aos c. de =ser muito inferior a ou muito pior que; no chegar aos ps de 166 291 CALAS 693-cair das c.= admirar-se, espantar-se, surpreender-se 694-ficar de c. curtas =ficar desprevenido 695-ficar de calas na mo= ficar em situao embaraosa, aflitiva 696-usar calas= ser msculo; ser corajoso, firme, decidido; ser aquele(a) que se impe ou que manda 292 CALDO 697-entornar o c.=1 arruinar irremediavelmente (uma situao, um plano, uma combinao); malograr(-se); 2 causar desordem, confuso, conflito, esp. agindo de modo grosseiro, estpido, rude 293 1 CALO 698-criar calo(s) em= habituar-se a uma atividade, uma condio, uma emoo tornando-se pouco sensvel a ela 699-dar nos c.= ir embora, fugir; dar no p 700-pisar (n)o(s) calo(s) de= fazer com que algum perca a calma, a pacincia, se irrite ou se enfurea, esp. mencionando assunto ou falando algo que lhe atinja um ponto sensvel 701-ter calos na alma, na conscincia ou na vergonha= ser incapaz de se afligir moralmente (em relao a si mesmo ou a outrem) 294 CALOR 702-dar um c. =pressionar o adversrio de maneira intensa 295 CALOTE 703-dar ou passar um c.= deixar de pagar dvida ou conta, ou contra-la sem inteno de sald-la 296 1 CAMA 704-bater a c. nas costas= adormecer rpida e profundamente 705-cair da c.= dar-se mal, falhar, fracassar; ter uma m surpresa 706-cair de c.=contrair doena que obriga a permanecer no leito, em repouso 707-cair na c.= dormir ou deitar-se para dormir, esp. sem muitos preparativos e em estado de cansao ou torpor 708-fazer a c.= preparar ou arrumar a cama para que nela durmam ou aps terem nela dormido, dispondo lenis, cobertas, colchas, travesseiros etc. de modo conveniente 709-fazer a c. de ou a= causar problemas ou provocar situao embaraosa para algum, esp. como vingana ou castigo 710-fazer a c. para ou a= realizar trabalho ou tarefa difcil em proveito de (outra pessoa) 711-ir para c. = ir repousar ou dormir; recolher-se para dormir 712-ir para a c. com= ter relaes sexuais com 297 CAMAROTE 713-assistir de c.= ver ou presenciar um acontecimento de uma posio ou situao privilegiada 298 1 CAMBO 714-estar no c.= 1 estar preso; 2 ter obrigaes; estar submetido a algum ou no ter liberdade por estar envolvido em alguma situao 715-pular (o) c.= cometer adultrio (diz-se esp. de mulher) 299 CAMBITO 716-esticar os c.= morrer, falecer; esticar as canelas 300 CAMINHO 717-abrir c.=1 passar ou entrar com esforo ou violncia; 2 adiantar-se em honras, posies ou riquezas; 3 progredir, alastrar; 4 conseguir passar ou avanar, afastando ou eliminando obstculos, impedimentos ou perigos 718-arrepiar c.=1 andar em direo ao local de que se vinha; dar meia-volta, retroceder; arrepiar carreira; 2 fugir, desaparecer, escafeder-se 719-cortar c.=1 seguir por um caminho mais curto e que leva ao mesmo lugar; 2 adotar mtodo mais eficiente para atingir com menor esforo certo objetivo 720-encompridar c.=falar muito, ser prolixo; encompridar conversa 721-ir pelo mesmo c.= ter a mesma tendncia; ter comportamento e futuro semelhantes 722-pr-se a c. = movimentar-se para ir a algum lugar 723-torcer (o) c.= mudar de rumo ou direo; desviar-se 301 CAMISA 724-jogar at a c. (do corpo)= apostar todo o dinheiro ou todos os recursos de que se dispe; jogar (jogos de azar) at o ltimo tosto 725-molhar a c.= m.q. suar a camisa 726-mudar a c.= beber cachaa ou outra bebida alcolica; morder a batata 727-suar a c.=1 realizar trabalho difcil, cansativo; molhar a camisa; 2 rabalhar arduamente, ou com dedicao ou empenho; esforar-se muito; molhar a camisa 728-vestir a c.= adotar uma causa e lutar por ela; empenhar-se num trabalho ou tarefa por motivos que no dependem de compensaes materiais 729-vestir c. de onze varas= ficar ou estar em situao muito difcil, que causa sofrimento ou exige muito esforo 302 CAMOATIM 730-tirar c. sem poncho=1 realizar tarefa muito rdua, penosa ou que exige sacrifcios; 2 estar em situao de extrema penria; matar cachorro a grito 303 CAMPO 731-abrir c. a= dar ocasio, aso, oportunidade 732-abrir c. fora= ir-se embora; fugir, escapar; sair da pista de corrida 733-ter o c. livre= no achar estorvos 167 304 1 CANRIO 734-falar como um c. = falar ou discursar esp. bem 305 CANCHA 735-abrir c.=dar lugar ou passagem; franquear, desimpedir 306 2 CANECO 736-pintar o(s) caneco(s) =m.q. pintar o sete 307 CANELA 737-dar (s) canela(s)= escapar, fugir, escafeder-se 738-ensebar as c. = m.q. pr sebo nas canelas 739-esticar a(s) canela(s) = morrer 740-pr sebo nas c.= correr velozmente; ensebar as canelas 741-ter c. de cachorro= ter preparo fsico para andar muito 308 CANGOTE 742-montar no c. de= dominar (algum), humilhando; submeter (algum) a seu capricho; pisar no cangote de 743-pisar no c. de= m.q. montar no c. de 309 CANHADO 744-atirar-se c. abaixo= agir com precipitao, sem medir as conseqncias 310 CANHONEIRA 745-abrir c.= construir abertura para tiro de artilharia em parapeito de fortificao 311 CANIO 746-chamar nos c.= fugir 312 CANIVETE 747-dar aos c. =fugir correndo 313 1 CANJA 748-dar uma c.= tocar ou cantar em carter extraprograma; dar uma sopa 749-ser (uma) c.= ser muito fcil; ser (uma) sopa 314 CANJICA 750-pr as c. de fora= sorrir, rir exibindo os dentes 751-pr fogo na c.= 1 provocar confuso, agitao; 2 ficar entusiasmado 752-socar c.=andar mal a cavalo, esp. durante o trote 315 1 CANO 753-dar de c.= vencer, ganhar 754-dar o c.= no comparecer a compromisso marcado; dar bolo 755-entrar pelo c.= ser malsucedido (em qualquer empreitada) 316 CANOA 756-ir de c.= ser levado por viatura policial 757-no embarcar em c. furada= evitar empreendimento arriscado 758-no ir nessa c.= no se deixar enganar 317 CANTADA 759-dar ou passar uma c. em= tentar conquistar (algum) com palavras sedutoras 318 CANTIGA 760-ir na c.= deixar-se ludibriar com palavras falsas; ir na conversa 319 1 CANTO 761-ficar no c.= ser preterido, relegado 762-olhar pelo c. do olho= olhar de lado, desconfiada ou curiosamente 320 2 CANTO 763-trazer de c. chorado=1 amofinar (algum) com pedidos e lamrias; 2 perseguir (algum) sem trgua 321 CANUDO 764-levar, passar ou tomar c.= lograr (algum) ou ser logrado 322 1 CO 765-viver como c. e gato= viver s turras; estar sempre brigando 323 CAPACIDADE 766-ter a c. de= ter a ousadia de; atrever-se 324 CAPELO 767-ter c. em= ser muito versado em 768-tomar o c.= obter o grau de doutor; diplomar-se 325 1 CAPOTE 769-rasgar o c.= desvendar o mistrio; expor o disfarce 326 2 CAPOTE 770-dar c.= ganhar de competidores, em tarefas da lavoura, como capinagem, plantio etc. raspar a metade da mandioca e repass-la a outrem para ultimar o servio 771-levar c.=2 perder de competidores, em tarefas da lavoura, como capinagem, plantio etc.; 2.1 receber a mandioca raspada pela metade para ultimar o servio 327 1 CARA 772-amarrar a c.= m.q. fechar a cara 773-dar as c.= aparecer em algum lugar (compromisso, festa, reunio etc.) 774-dar de c. com= encontrar repentinamente (algum ou algo); dar de rosto com 775-encher a c.= beber muito, embriagar-se 776-ensaboar a c. ou as ventas de= esbofetear (algum) 777-estar na c.= ser bvio; estar patente 778-fazer boa c.= expressar amabilidade 779-fazer c. feia= m.q. fechar a cara 780-fechar a c.= demonstrar desagrado ou zanga; amarrar a cara, fazer cara feia 781-ir com a c.= simpatizar 782-livrar a c.= tirar algum ou sair de situao embaraosa 783-meter a c. em = empenhar-se em 784-no ir com a c. de= ter implicncia com; sentir antipatia por 785-passar na c.=1 manter relaes sexuais com; 2 enganar, ludibriar 786-ser a c. de= parecer muito com 787-ter c. a= opor-se a, resistir a 788-ter c. de= parecer 789-ter duas c.=ser insincero; no inspirar confiana 328 CARACOL 790-no valer um c.= no ter nenhum valor 329 1 CARO 791-dar um c.= censurar ou advertir com violncia; repreender, admoestar 792-levar um c.= sofrer uma repreenso 330 CARAPETA 793-bailar como c.= danar dando voltas 331 CARAPUA 794-enfiar a c.= m.q. vestir a c. 168 795-servir a c. =m.q. vestir a carapua 796-talhar c.= censurar por aluses indiretas, sem identificar quem est sendo alvo das aluses 797-vestir a c.= sentir-se atingido por aluso crtica impessoalizada; enfiar a carapua, servir a carapua 332 CARAVANA 798-fazer c.= levar vida agitada e dissipada 333 CARECA 799-estar c. de =estar farto de; estar habituado a 334 CARGA 800-arriar a c. = cansar-se 801-deitar c. ao mar = vomitar, estando a bordo de qualquer embarcao; falar aos peixes 802-fazer c. contra = fazer presso, psicolgica ou fsica, sobre 803-voltar c.= insistir, pressionar 335 CARIDADE 804-fazer c. = 1 ser caridoso; 2 entregar-se sexualmente, sem vnculo afetivo ou sem interesse material 336 CARIT 805-ficar no c. = envelhecer (a mulher) sem conseguir se casar; ficar solteirona 337 CARNAVAL 806-fazer um c. =1 entregar-se manifestao ruidosa e alegre em comemorao a alguma coisa; 2 provocar confuso ou desordem 338 CARNE 807-ser algum em c.= ser muito parecido com 808-ser c. de pescoo= ser inflexvel, difcil de ser submetido, duro de dobrar 809-ser de c. e osso= ser sujeito s fraquezas humanas 810-ser muita c. para o churrasco de = m.q. ser muita areia para o caminho de 811-sofrer na prpria c. = conhecer sofrimento ou provao por experincia prpria 812-ter c. debaixo do angu = haver algo de suspeito sob algo que parece inocente 813-ter c. de canc= ser pessoa magra que no envelhece 339 CARNE-SECA 814-estar por cima da c. =estar dominando a situao; estar por cima, ter cartaz 340 CARNIA 815-pular c.= praticar brincadeira de carnia 341 CARONA 816-dar c.=1 transportar, de favor, num veculo; 2 preterir na promoo 817-levar c. = sofrer calote 818-passar c.= dar calote, no pagar 819-tomar c. = ser preterido na promoo 342 CARRADA 820-ter carradas de razo =ter toda a razo; estar certo em suas opinies e atitudes 343 CARREIRA 821-arrepiar c.=1 voltar atrs, arrepiar caminho; 2 desistir de uma profisso 822-dar uma c. =1 sair correndo; 2 expulsar energicamente; escorraar 823-fazer c.=1 alcanar (algum) posio de destaque em sua profisso; 2 ser aceito ou aprovado por nmero significativo de pessoas; 3 ficar longamente em cartaz (diz-se de filme, pea de teatro, show etc.) 824-fechar a c. =acelerar a montada 344 CARRO 825-saltar do c. em movimento= retirar o pnis da vagina pouco antes do orgasmo 345 CARTA 826-dar as c. = estar em situao de comandar, de dar as ordens 827-mostrar as c.= m.q. pr as cartas na mesa 828-no pr mais na c.= no acrescentar mais nada ao que foi dito 829-pr as c. na mesa=1 esclarecer uma questo, um problema, sem omitir nada; 2 declarar francamente suas intenes; abrir o jogo 830-ter as c. na mo = estar senhor da situao; dominar, dirigir 346 CARTADA 831-jogar a ltima c.= fazer a ltima tentativa para obter algo 347 CARTO 832-marcar c. = encostar-se em uma mulher por detrs, fingindo distrao, e roar- lhe as ndegas 348 CARTAZ 833-fazer c.=1 falar bem, tornar famoso, propagandear; 2 criar fama, fazer-se conhecido 834-ter c.= ter fama, renome 835-ter c. com= ter cado nas boas graas de 349 CARTEIRA 836-bater a c.= 1 roubar s ocultas a carteira do bolso de outrem 350 CARTEL 837-no dar c.= no poupar o inimigo, aniquilar o adversrio 351 CARTILHA 838-ler ou rezar pela mesma c.= pensar ou agir sistematicamente de maneira idntica a de outra pessoa 352 CARTRIO 839-casar no c.= casar-se de acordo com a lei, perante autoridade civil 840-ter culpa no c.= estar implicado em crime ou ato condenvel 353 CARTUCHO 841-queimar o ltimo c.=utilizar o ltimo recurso para tentar obter alguma coisa 354 CARVO 842-meter c. na mquina= comer 355 CASA 843-estar em c.= estar vontade 844-estar na c. do sem-jeito= estar em situao complicada, para a qual no h soluo 845-fazer c.=juntar bens ou haveres 846-ir para c.= deixar o servio ativo, passar para a reserva; aposentar-se, 169 reformar-se 847-montar c.=prover uma residncia de todos os apetrechos necessrios, para que possa ser habitada 848-ser de c.=1 ser ntimo de algum, freqentando-lhe a casa sem maiores cerimnias; 2 tratar-se de algum bem conhecido (por ser do mesmo grupo, por trabalhar junto etc.) de quem fala 849-ser uma c. cheia= ser animado, falante, caloroso 356 CASACA 850-cortar na c. de= falar mal de virar ou voltar a c.= mudar de partido, time, opinio 357 CASCA 851-largar a c.= 1 morrer; 2 civilizar-se 852-morrer na c.=no vingar, abortar (projeto, negcio) 853-sair da c. do ovo= tornar-se adulto, passar a ser senhor de si 358 CASCO 854-crescer nos c. = irritar-se, perder a pacincia, subir nas tamancas 855-dar nos c.= correr, fugir, cair fora 856-estar nos c.= estar com boa disposio 857-ficar no c. da situao =perder todo o gado durante uma seca 359 CASO 858-botar o c. em si= imaginar-se em determinada circunstncia 859-dar-se o c.= acontecer, suceder 860-estar no c. de= estar em idnticas circunstncias 861-fazer c. de= dar importncia a, levar em conta (mais freq. us. na forma negativa) 862-fazer pouco c. de= no demonstrar respeito, estima, interesse por; no dar valor a; diminuir, menosprezar, troar de; fazer pouco de 863-fugir ao c.=desviar-se do ponto principal de uma questo 864-tabaquear o c.=comentar jocosamente um acontecimento 865-vir ao c.=vir a propsito, ser pertinente 360 CASQUINHA 866-tirar c.=ter tambm parte, embora pequena, em alguma coisa; tirar pequeno proveito de algo 361 CASTANHA 867-quebrar a c. de= tirar a fama de (algum), impondo-lhe significativa derrota 868-tirar as c. do fogo= fazer algo arriscado 869-tirar as c. do fogo com mo de gato= conseguir alguma coisa, aproveitando- se de trabalho j realizado por outrem 362 CASTELO 870-bater c.=realizar serenata 871-fazer castelos no ar= arquitetar projetos impossveis de realizar-se 363 CATANA 872-meter a c. em= falar mal de; maldizer 364 CATARATA 873-tirar as c. de= revelar a verdade, desfazer a iluso 365 2 CATINGA 874-ter c. de gua= ter azar 366 CATLICO 875-no ser ou no estar (muito) c.= no ser ou no estar de acordo com o padro considerado comum ou normal ou melhor etc. 367 CATUL 876-quebrar c.= engasgar, no disparar (arma de fogo); quebrar coco 368 CAUSA 877-abrir a c.= explicar-se 369 CAVACO 878-catar c.=correr com o corpo curvado para a frente, as mos quase tocando o cho, na tentativa de restabelecer posio de equilbrio, aps tropeo ou choque fsico 879-dar o c.= 1 dar indicao ou aviso; prevenir de; 2 aceitar crtica ou gracejo dirigido a si mesmo; 3 pr-se irritado, nervoso; exasperar-se, enraivecer-se 880-dar o c. por= adorar (determinada pessoa ou coisa) 881-no dar c.= no ter interesse e ateno (para com algum ou algo); no ligar 370 CAVALARIA 882-meter-se em altas c. ou c. altas= 1 lanar-se em aventuras que comportam muitos riscos; 2 lanar-se em empresas que esto acima de suas prprias foras 371 CAVALINHO 883-tirar o c. da chuva= m.q. tirar o cavalo da chuva 372 CAVALO 884-abrir o c. = exigir que outrem retire o que disse 885-andar nos c. dos frades= andar a p 886-cair do c.= surpreender-se, esp. de modo negativo 887-passar de c. a burro= piorar de situao em qualquer atividade ou profisso 888-tirar o c. da chuva= desistir de idia, projeto ou pretenso, por no haver hiptese de xito; tirar o cavalinho da chuva 373 CAVEIRA 889-encher a c. = embriagar-se 890-fazer a c. de= tornar (algum) malquisto; difamar 374 CENA 891-entrar em c. =1 entrar em ao; fazer-se presente; entrar na dana, entrar na lia; 2 surgir, aparecer 892-fazer cenas = mostrar-se ridculo; praticar escndalos 893-pisar a c.= representar como ator 894-pr em c.= trazer baila, lembrar, para uso ou discusso 895-roubar a c.=superar (outrem) em brilho, empatia etc. 896-sair de c. =deixar de manifestar-se, de existir; desaparecer 170 375 CERA 897-fazer c. = 1 simular que trabalha; 3 namorar 376 2 CERCA 898-ainda pular a c. =ter vigor (fsico e mental) apesar da idade [A expresso est ger. associada prtica sexual.] 899-pular a c. = praticar adultrio 377 CERCA- LOURENO 900-fazer c. =escapar fazendo fintas ou usando de subterfgios; desviar-se 378 CERIMNIA 901-fazer c. = demonstrar timidez, acanhamento; recusar algo mesmo quando o deseja 379 CERNE 902-estar no c. = em pleno vigor fsico e mental; forte, rijo 380 CERRAR 903-c. de cima= dar ordens; mandar, ordenar 381 CERTA 904-levar c.= enganar, ludibriar uma pessoa com artifcios verbais 382 CERVIZ 905-dobrar a c. = submeter(-se), sujeitar(-se) 906-sacudir a c. =rebelar-se contra a opresso, a submisso 383 CETRO 907-empunhar o c.= governar, dirigir, reinar 384 CU 908-abrir-se o c. =1 ser a favor ou contra algum; manifestar-se; 2 chover 909-cair do c. =acontecer a propsito, ser bem-vindo; calhar 910-elevar ao c.= admirar, exaltar de maneira extrema 911-ir para o c.=1 morrer; 2 experimentar prazeres e sensaes extremas 912-tocar o c. =atingir o sublime 385 CH 913-dar o c. = mostrar(-se) com ostentao; ostentar, exibir(-se) 914-no tomar c. em pequeno= ser mal-educado 915-tomar c. = fazer brincadeiras, gracejos 916-tomar c. com = fazer pouco de algum 917-tomar c. de sumio = desaparecer 386 CHABU 918-dar c.=no funcionar bem; no sair conforme o previsto; falhar 387 CHAA 919-fazer c. =empinar-se (cavalgadura) 388 CH-DE-CADEIRA 920-tomar c. =1 aguardar longamente; 2 no ser tirada para danar (esp. mulher) 389 2 CHAIRA 921-estar como c.=estar preparado para qualquer circunstncia 390 CHAMBRE 922-abrir o ou do c.= retirar-se furtivamente; fugir, escapar 391 CHAMUSCO 923-cheirar a c.= 1 gerar suspeita de perigo, de logro; 2 ameaar de briga, de altercao 392 CHANGI 924-dar c.= 1 dar trgua; poupar; 2 conceder vantagem ao adversrio no jogo 393 CHO 925-cair no c. de=ser benquisto por algum 926-deitar ao c. ou no c.=jogar por terra; derrubar 927-deixar cair no c.= no dar prosseguimento; abandonar, largar 928-entrar no c. de costas= morrer, ser enterrado 929-fazer c.= 1 m.q. ganhar cho; 2 fugir, abalar, riscar cho, dar no p 930-ganhar c. = retirar-se, partir, ir embora; fazer cho 931-levantar-se do c.= no se deixar abater, reagir, lutar 932-riscar c. =m.q. fazer cho ('fugir') 394 CHAPETONADA 933-pagar c.=1 ser enganado em um negcio, pagando preo exorbitante por algo; 2 levar, numa compra, coisa diferente ou pior do que a devida 395 CHARADA 934-matar a c.=achar a resposta para algum problema; dirimir uma dvida 396 CHARME 935-fazer c.= simular falta de interesse por algum ou por algo que na realidade se deseja; fazer charminho 397 CHARMINHO 936-fazer c.= m.q. fazer charme 398 CHAROLA 937-andar ou ir de c.=ser levado pelo povo em meio a aplausos 938-levar em c. =1 carregar algum em triunfo no ardor do entusiasmo; 2 aclamar, aplaudir calorosamente 399 CHARQUEADA 939-fazer c.=vencer no jogo e deixar o adversrio sem dinheiro 400 CHAVE 940-meter na c.=prender, encarcerar; pr na priso; passar a chave em; passar na chave 941-passar a c. em= m.q. meter na chave 942-passar na c.=m.q. meter na chave 401 CHEGADA 943-dar uma c.= comparecer rapidamente ou demorar-se pouco em algum lugar 402 CHEGAR 944-c. junto= achegar-se, aproximar-se 403 CHESMININS 945-dar nos c.= dar na trilha; atinar, adivinhar 404 CHIFRE 946-bater c. ou bater os c.=estar numa aglomerao muito densa, como as reses de um rebanho 947-botar chifre(s) em= trair (o cnjuge) 948-botar nos c. da lua= botar nas alturas; elevar, enaltecer; pr nos chifres da lua 949-pr chifre(s) em= m.q. botar chifre(s) em 950-pr nos c. da lua= .q. botar nos chifres da lua 951-ser do c. furado= ser ousado ou astucioso 405 2 CHINCHA 952-chamar na c.=1 fazer sexo; 2 repreender, enquadrar, castigar 171 406 CHINELO 953-amanhecer de c. trocados= comear o dia de mau humor 954-botar no c.=mostrar-se superior num confronto; suplantar; meter no chinelo; pr no chinelo 955-meter no c.= m.q. botar no chinelo 956-pr no c.= m.q. botar no chinelo 407 CHINFRA 957-cantar c.=fazer alarde de; exibir-se 958-ser uma c.=ser um barato; ser formidvel, espetacular 959-tirar uma c.= dar-se ares de 408 1 CHOCO 960-estar de ou no c.=m.q. ficar de choco 961-ficar de ou no c.=ficar de cama; acamar-se; estar de choco, estar no choco 409 CHOLDRA 962-ir de c.= ir em desordem, com maus companheiros 410 2 CHORRO 963-fuzilar um c.=prender um ladro 411 CHOUTO 964-sair de c.=pr-se em fuga; debandar 412 CHUMBO 965-comer c.=m.q. tomar chumbo 966-cuspir c.=passar fogo; atirar 967-levar c.=ser malsucedido; levar ferro, entrar pelo cano 968-tomar c.=ser alvejado a tiros; tomar bala, comer chumbo 413 CHUS 969-no dizer c. nem bus= nada dizer; no pronunciar uma palavra 414 CHUTAR 970-c. alto= contar vantagens; jactar-se, vangloriar-se 415 CHUTE 971-dar um c.= 1 livrar-se de algum ou de alguma coisa; 2 fazer trapaa; enganar 972-levar um c.=1 levar um fora; levar bandeira; 2 ser enganado 416 CHUTEIRA 973-pendurar as c.= 1 encerrar a carreira como jogador profissional; 2 deixar de exercer qualquer profisso ou atividade 417 CHUVA 974-andar ou estar na c.=estar embriagado; estar no pileque, estar na gua, andar na chuva 975-estar ou ficar a pedir c.=1 ficar na misria; 2 merecer castigo corporal 976-ficar na c.= embebedar-se; ficar alto, ficar no pileque 418 CIDADE 977-ir para a c. dos ps juntos= morrer, finar-se 419 CIMA 978-dar c.= concluir, terminar 979-dar em c. de= 1 tentar namorar com insistncia; cortejar abertamente; 2 exigir muito; pressionar; repreender 980-estar por c.= m.q. estar por cima da carne-seca 981-estar por c. da carne-seca= estar em situao privilegiada; estar por cima 982-fazer por c.=levar vantagem; ficar de cima 420 CINCA 983-dar c. ou cincas= 2 errar, enganar-se; 3 cometer gafes; meter os ps pelas mos 421 CINEMA 984-fazer c. =fazer fita; fingir ou chamar ateno de modo artificial 422 CINTO 985-apertar o c.= economizar por necessidade; reduzir os gastos; apertar-se 423 CINZA 986-botar ou deitar c. nos olhos= enganar ou iludir algum 987-reduzir a c.=1 queimar; destruir pelo fogo; 2 devastar, destruir 988-renascer das c.= reviver, ressuscitar 424 CIRCO 989-deixar ou ver o c. pegar fogo= assistir de modo passivo a algo conturbar-se ou destruir-se 990-ser de c.= ser muito esperto; no se deixar enganar; ter muitos recursos para tirar vantagem 425 CIRCUITO 991-entrar em c.= realizar uma srie de atos dentro de uma certa coerncia ou que se voltam para um determinado fim 992-sair de c.= abandonar, largar uma atividade, um empreendimento 426 CIRCULAO 993-sair de c.= deixar de se apresentar em pblico ou em meios habituais; retirar- se 427 CIRCUNSTNCIA 994-estar em ms c.= encontrar-se em m situao 428 CISCADA 995-dar uma c.= pesquisar ou procurar superficialmente 429 2 CISMA 996-tirar a c. de= acabar com a fama de valente de (algum), indo s vias de fato; tirar a teima 430 CLARO 997-cortar em c.= cortar rente 998-passar em c.= 1 no mencionar (falando ou escrevendo); saltar em claro; 2 no atentar, no reparar em algo que se est vendo ou lendo; saltar em claro; 3 deixar de ler (parte do que se est lendo) 999-saltar em c.= 1 saltar alguma coisa sem tocar nela; 2 m.q. passar em claro ('no mencionar') 431 CLRIGO 1000-cantar de c.=fanfarrear, bazofiar, alanzoar 432 CLIQUE 1001-dar um c.=ter uma idia brilhante ou uma lembrana sbita 433 COBERTA 1002-baralhar as c.=meter-se em complicaes, brigas ou conflitos 434 COBERTO 1003-pr a c.= pr a salvo; abrigar 435 1 COBRA 1004-comer c.=1 estar de mau humor; 2 enfurecer-se; engolir cobra, virar cobra 1005-dizer cobras e lagartos de= falar mal, dizer coisas desagradveis ou 172 injuriosas de ou a algum 1006-engolir c.=m.q. comer cobra ('enfurecer-se') 1007-matar a c. e mostrar o pau= afirmar alguma coisa e prov-la 1008-virar c.= m.q. comer cobra ('enfurecer-se') 436 COBRE 1009-cair com os c.=pagar; espichar os cobres, passar os cobres 1010-espichar os c.= m.q. cair com os cobres 1011-meter o pau no(s) cobre(s)=gastar o dinheiro todo 1012-passar nos c.= vender 1013-passar os c.= m.q. cair com os cobres 1014-torrar nos c.= vender a qualquer preo; queimar, liquidar 437 1 COBRO 1015-pr c. a = pr termo ou fim a (algum ato mau); reprimir 1016-pr a ou em c.=arrecadar, guardar, pr a salvo 438 COCADA 1017-comer c.= ser acompanhante de namorados, pau-de-cabeleira 1018-vender c.=m.q. comer cocada 439 COAR 1019-no se c.=no fazer (algum) meno de puxar dinheiro para pagar uma despesa 440 CCEGA 1020-ter ccegas na lngua= estar com muita vontade de falar; mostrar-se impaciente para dizer alguma coisa; ter coceira na lngua 441 COCEIRA 1021-ter c. na lngua= m.q. ter ccegas na lngua 442 COCHA 1022-perder a c.=desanimar, desencorajar 443 COCHO 1023-comer e emborcar ou virar o c.=mostrar-se ingrato, falar mal de quem lhe fez bem 1024-comer no mesmo c.=aparceirar-se ou nivelar-se com algum 444 1 COCO// 1025-quebrar c.=m.q. quebrar catul 445 COC 1026-fazer c.=defecar, evacuar 446 COELHO 1027-matar dois c. com (de) uma (s) cajadada=conseguir dois proveitos com um s trabalho 447 COGITAO 1028-estar fora de c.=no ser tomado em considerao 448 COISA 1029-no dizer c. com c.=no dizer coisa alguma com acerto; falar de maneira incoerente 1030-no fazer c. com c.=agir de modo disparatado, sem ordem, organizao ou coerncia 1031-no ser l grande c.=no ter muito ou nenhum mrito; no ter grande importncia 449 1 COLA 1032-alar a c.=impacientar-se, alvoroar-se para ir embora; assanhar-se para partir 1033-andar na c. de algum= 1 seguir (algum ou algo) de perto; 2 espreitar seguidamente os atos, o comportamento de outrem 1034-bater com a c. na cerca= morrer 450 COLAO 1035-trazer c.=citar a propsito; referir 1036-vir c.=vir a propsito 451 1 COLEIRA 1037-andar de c. larga= viver sua vontade, sem depender de ningum 452 COLHER 1038-dar uma c. de ch= 1 dar uma oportunidade; 2 favorecer, facilitar 1039-meter a c.= intrometer-se em (conversa ou assunto alheio); meter-se onde no chamado; meter a sua colherada 453 COLHERADA 1040-meter a sua c.=meter-se onde no chamado; meter a colher 454 1 COLO 1041-trazer ao c.= acariciar, proteger, trabalhar muito pelo bem-estar de algum. 1042-andar no c.= ser trazido nos braos e apoiado ao peito de algum 455 1 COMA 1043-pegar s c.= 1 segurar-se nas crinas do cavalo; 2 agarrar-se quilo que pode trazer a salvao 456 COMBATE 1044-dar c. a= combater 457 COMER 1045-c. de= tirar o seu sustento de; viver de 1046-c. ruim= comer da banda podre 458 COMISSO 1047-estar em c.= estar exercendo um emprego, um cargo temporrio, no efetivo 459 COMPANHA 1048-ir sem c.= ir s 460 COMPANHIA 1049-fazer c.= estar ao p de uma pessoa, no deixando que se sinta s 1050-trabalhar na c. do desvio= estar sem trabalho; estar no desvio 461 COMPASSO 1051-abrir o c.=apertar o passo 1052-acertar o c.= 1 concertar um plano de ao; 2 chegar a um acordo, a um entendimento 1053-meter (algo) em c.=dar-lhe proporo, regularidade 1054-tirar do seu c.=fazer (uma pessoa) irritar-se 462 COMPRAR 1055-c. a mangrado= adquirir sem escolher 1056-c. briga= meter-se em briga ou situao conflituosa sem real necessidade ou por simples precipitao 463 CONCHA 1057-meter-se na(s) c.(s)=1 ir para um lugar que se julga seguro; abrigar-se, 173 proteger-se; 2 desaparecer das vistas alheias; esconder-se 1058-sair da c.=1 abandonar o retraimento; 2 aparecer, mostrar-se; dar o ar de sua graa; 3 mal sair da infncia; ser muito jovem; ser inexperiente 464 CONCURSO 1059-abrir c.=convocar publicamente os concorrentes a um emprego, um fornecimento etc., a que se inscrevam para um concurso, cumprindo as exigncias contidas no edital 465 CONFERNCIA 1060-ter c. com= conferenciar com; discutir ou trocar idias com 466 CONFIANA 1061-dar c.= dar tratamento informal, de igual para igual (a algum); dar intimidade 1062-ir c. =1 ir na certeza, ter a certeza; 2 ser iludido 1063-tomar c.= perder a cerimnia; sentir-se vontade; atrever-se 467 CONFLITO 1064-estar em c.=1 estar em desacordo, em oposio 468 CONFORME 1065-estar tudo nos (seus) c.=estar tudo certo, como era esperado 1066-ficar c.=ficar bem; ficar como se espera 1067-ter os seus c.=ter restries; exigir cautela; ter os seus porns 469 CONFRARIA 1068-ser da c. de= 1 comungar com as idias de (outrem); 2 possuir afinidade de sentimentos com (outrem); 3 ter o mesmo modo de vida que (outrem) 1069-tirar confrarias= pedir esmolas por alguma confraria 470 CONFUSO 1070-armar ou criar c.= iniciar uma briga ou discusso 471 CONHECER 1071-c. por dentro e por fora= conhecer (algo ou algum) perfeita e inteiramente 1072-c.-se ou c.-se por gente = comear a usar da razo; entrar (a criana) em idade racional e consciente, com memria duradoura 472 CONHECIMENTO 1073-dar c.= fazer saber; informar, participar 1074-tomar c. de=1 ser informado ou informar-se sobre; examinar (uma coisa); 2 emprestar importncia a; levar em conta 473 1 CONJUNTA 1075-bater as c.= m.q. bater as botas 474 CONSCINCIA 1076-alargar a c.= livrar-se de alguns de seus ditames e escrpulos, que se mostram anacrnicos ou equivocados; abrir a cabea 1077-comprar a c. de= induzir algum a fazer algo reprovvel em troca de benefcio material; corromper, subornar, comprar 1078-fazer c. com algum= restituir o que se deve a algum 1079-fazer c. de= demonstrar escrpulos a respeito de 1080-perder a c.= perder os sentidos; desmaiar 1081-pr a c. em almoeda= abrir mo dos seus escrpulos, da sua honradez, para quem pagar mais; vender-se, corromper-se 1082-por desencargo de c.= para no ter futuramente arrependimento, remorso, problemas de conscincia 1083-recobrar a c.= voltar a si 1084-ter a c. elstica= ter pouco ou nenhum escrpulo 1085-tomar c.= perceber com clareza (a importncia, a gravidade, o perigo etc.); compreender, conscientizar-se 1086-vender a c.= 1 abandonar princpios morais, como honestidade, correo, amor ao prximo etc., para se dedicar a atividades criminosas ou ilcitas lucrativas, colocando a riqueza acima de tudo; 1.1 deixar-se subornar; corromper-se 475 CONSELHO 1087-chamar a c.= conclamar (algum ou um grupo) para uma reunio de consulta ou deliberao 1088-dar-se a c.=decidir, deliberar 1089-levantar o c.=encerrar a reunio do conselho 1090-perder o c.=perder o tino, o juzo 1091-ser de bom c.= ser aconselhvel; ser de bom alvitre 1092-tomar c.=pedir conselho; aconselhar-se, consultar-se 476 CONSIDERAO 1093-levar em c.= levar em conta, atentar para, considerar; tomar em considerao 1094-tomar em c.= m.q. levar em considerao 477 CONTA 1095-abrir c. = 1 atribuir ttulo a determinado grupo de transaes para lanamento nos livros comerciais; 2 escriturar nos livros de contas-correntes o primeiro lanamento das transaes comerciais de um indivduo; 3 fazer um credirio em alguma firma comercial; 4 cadastrar[-se] (algum) e torn-lo cliente; 5 comear a fornecer mercadorias a crdito 1096-ajustar contas= 1 fazer coincidir o dbito com o crdito, encerrando o saldo devedor; 2 castigar algum por agravo cometido; dar o troco; vingar-se 1097-chamar a contas= exigir explicaes, satisfaes, justificaes 1098-dar contas a Deus= morrer 1099-dar c. de= 1 saber onde se encontra (algo); 2 saber tudo que se passa; ser bem informado; 3 ser capaz de fazer alguma coisa; conseguir, agentar; 4 fazer (algum) ciente de; informar; 5 acabar com alguma coisa; dar cabo de; 6 m.q. dar-se conta de 174 1100-dar c. do recado= desempenhar bem alguma tarefa; conseguir fazer (algo) 1101-dar-se c. de= tomar conscincia; dar conta; perceber, notar, reparar 1102-deitar contas= realizar clculos; fazer o cmputo; orar 1103-fazer c. de= 1 no abrir mo de; fazer caso; exigir, reclamar; 2 dar importncia; ter em considerao; fazer caso de 1104-fazer c. que= m.q. fazer de conta 1105-fazer de c.=1 fingir, simular; fazer conta que; 2 fantasiar, imaginar; fazer as vezes de; fazer conta que 1106-ficar por c. de= ficar sob a responsabilidade de 1107-lanar c. de= atribuir, imputar a; explicar por 1108-levar em c.=no omitir, no desprezar; ter em mente; considerar 1109-pedir as c.=pedir demisso (um empregado) 1110-prestar c.=1 informar e explicar (a quem de direito) como foram feitas determinadas despesas, ou como ou porque foram realizadas certas aes etc.; 2 ser julgado por atos praticados, procedimentos etc. 1111-ser a c.=1 ser a quantidade certa para; chegar apenas para; 2 ser o bastante (para algo acontecer); ser a gota d'gua 1112-ser c. do meu rosrio= ser algo que me diz respeito, de minha competncia ou responsabilidade 1113-ser da c. de= dizer respeito a; interessar 1114-ter c. aberta em= m.q. ter conta em ('comprar') 1115-ter c. e juzo= ter juzo; ser prudente 1116-ter c. em= 1 comprar a crdito em; ter conta aberta em; 2 ter transaes comerciais ou financeiras com (loja, firma, banco etc., onde est cadastrado); 3 vigiar, observar, prestar ateno 1117-ter em c.=ter em mente; ter em vista; atentar para; ter na devida conta 1118-ter na c. de= considerar, julgar, achar 1119-ter na devida c.= m.q. ter em conta 1120-tomar c.= 1 cuidar, vigiar, administrar; 2 apoderar-se de (algo); apropriar-se; tomar para si; 3 perder o respeito por (algum), deixando de obedecer-lhe; 4 cobrir por completo; invadir 478 CONTADO 1121-pagar de c.=pagar com dinheiro, vista 1122-premiar de c.=pagar o prmio na hora 479 1 CONTATO 1123-fazer c.=comunicar-se pela primeira vez com algum para combinar um trabalho, negcio, fazer uma consulta etc. 1124-ter c.=encontrar-se, comunicar-se, ver 480 CONTRA 1125-ser do c.= ser habitualmente antagnico a quaisquer sugestes, planos, idias etc., por pessimismo ou por inclinao a contrariar 481 1 CONVERSA 1126-deixar de c.= deixar de rodeios ou evasivas; ir direto ao assunto 1127-ir na c. de= 1 deixar-se enganar por algum; 2 acreditar, confiar em algum 1128-jogar c. fora= conversar sobre assuntos corriqueiros, sem grande importncia 1129-meter c.= m.q. puxar conversa com 1130-passar uma c. em= convencer ou conquistar com habilidade; dar uma cantada; cantar 1131-puxar c. com= procurar iniciar dilogo com algum 482 COPA 1132-fechar-se em copas= 1 tornar-se silencioso, calado; 2 tornar-se aborrecido, zangado 483 COPO 1133-ser um bom c.= ser muito chegado a bebidas alcolicas; ser bom bebedor 484 COR// 1134-ficar sem c.= ficar muito plido devido a mal-estar, doena etc. 1135-mudar de c.= ficar plido ou ruborizar-se por emoo sbita 1136-no ver a c. do dinheiro= 1 no receber a importncia devida; 2 passar necessidades 1137-ter boa c.=ter as faces rosadas, ter aspecto saudvel 485 1 CORAO 1138-abrir o c.=revelar os sentimentos de modo franco, fazer confidncias; desabafar 1139-cortar o c.= causar dor moral, afetar emocionalmente 1140-ter c. mole= 1 ser sensvel dor alheia; ser emotivo; 2 ser condescendente 1141-ter o c. aberto= ser pessoa afvel, receptiva 1142-ter um c. de leo= ter ndole forte; ser valente 1143-ter um c. de ouro= ser dotado de extrema bondade 486 1 CORDA 1144-dar c.=1 enrolar sobre o eixo a mola do mecanismo de um relgio ou de outro artefato, para p-lo em funcionamento; 2 instigar, estimular, provocar; 3 incitar (algum) a falar, a soltar a lngua; 4 alimentar pretenses amorosas 1145-estar com toda a c.=1 mostrar-se muito animado; 2 estar com a lngua solta, falando sem parar 1146-roer a c.=1 falhar ou faltar ao prometido; 2 desfazer um negcio que est prestes a ser fechado 175 487 CORETO 1147-bagunar ou balanar o c.=atrapalhar o que estava planejado; desestabilizar imagem ou posio assumida ou consolidada 488 CORINCHO 1148-quebrar o c.=1 acabar com a arrogncia; desmoralizar; 2 quebrar a resistncia; domar 489 1 CORNO 1149-pr (os) c. em= enganar ou trair o cnjuge; pr os cornos em; cornear 1150-meter os c.= atacar com disposio determinada tarefa ou atividade 1151-no ir com os c. de algum = no simpatizar com algum 1152-pr algum nos c. da lua= elogiar, exaltar algum excessivamente 490 CORO// 1153-fazer c. com= aprovar e/ou repetir o que algum sugere ou afirma 491 CORPO 1154-botar c.= m.q. tomar corpo ('crescer', 'adquirir forma adulta') 1155-criar c.= m.q. tomar corpo 1156-dar de (do) c.= defecar, evacuar; quebrar o corpo 1157-dar o c.= prostituir-se, meretriciar-se 1158-deitar c.= m.q. tomar corpo ('crescer', 'adquirir forma adulta') 1159-entrar com o c.= participar de algo sem dispender ou investir dinheiro ou outros bens 1160-esquentar o c.= 1 ingerir alimentao substanciosa; 2 ingerir bebida alcolica 1161-fazer c.=mostrar nimo, disposio para realizar algo 1162-fazer c. mole=escapar ou tentar escapar a certo trabalho ou pedido de ajuda 1163-fechar o c.= tomar bebida alcolica sob a alegao de imunizar o corpo a doenas 1164-furtar o c.=deslocar o corpo a fim de evitar um golpe; negar o corpo; tirar o corpo fora ('desviar-se') 1165-ganhar c.=m.q. tomar corpo 1166-negar o c.=m.q. furtar o corpo 1167-quebrar o c.=defecar, evacuar 1168-tirar o c. (fora) = 1 desviar-se de um golpe ou livrar-se de um ataque; furtar o corpo; negar o corpo; 2 fugir, omitir-se relativamente a certo pedido, compromisso ou obrigao; eximir-se de fazer, ajudar, agir etc. 1169-tomar c.= 1 crescer, engordar, encorpar; botar corpo, ganhar corpo, deitar corpo, criar corpo; 1.1 adquirir (o corpo) formas adultas; botar corpo, ganhar corpo, deitar corpo, criar corpo; 2 adquirir consistncia, densidade; ganhar corpo, criar corpo; 3 espalhar-se, difundir-se; criar corpo, deitar corpo, ganhar corpo 492 CORREIA 1170-encurtar as c. a=restringir a ao de outrem; cercear a liberdade de algum 493 CORRENTE 1171-estar ao c. de= estar ciente de, estar aparde, estar informado de 1172-ir ou nadar contra a c.= tomar posio, tomar partido, decidir ou agir contra a opinio ou tendncia prevalecente ou mais popular; resistir opinio ou presso da maioria 494 CORRER 1173-c. tudo= imprimir grande velocidade ao corpo; correr velozmente 495 CORRIDA 1174-botar a c. fora= 1 perder a corrida por falta de percia ou competncia; 2 prejudicar a realizao de (empreendimento, negcio etc.); botar a perder 496 CORTE// 1175-fazer a c.= cortejar, requestar uma mulher com palavras e/ou gestos amveis, delicados, lisonjeiros 497 CORTINA 1176-correr a c. a= revelar algo; desvendar aquilo que estava oculto, que no era conhecido 1177-correr a c. sobre = ocultar alguma coisa; deixar de falar algo sobre fato, acontecimento etc. 498 1 COSTA 1178-carregar nas c.= realizar sozinho tarefa que caberia a um grupo 1179-dar c.= 1 ir ter costa; chegar por si at ela; 2 naufragar junto costa 1180-ter s c.= ser responsvel por (alguma tarefa, encargo etc.); ter como encargo 1181-ter as c. largas= suportar encargos ou responsabilidades 1182-ter as c. quentes= estar confiante, sem receio para realizar ou falar algo, por ter a proteo de algum 1183-ver pelas c.= evitar encontros, aproximaes com algum; querer o desaparecimento, sumio de uma pessoa 499 COSTADO 1184-dar com os c. em= ir a algum lugar 500 COSTEIO 1185-dar um c. em= aplicar correo em (algum); castigar 501 COSTEIRA 1186-bater a c.=percorrer casas vizinhas, fazendo comentrios sobre a vida alheia; fofocar, mexericar 502 COSTELA 1187-apalpar as c.=bater, surrar (uma pessoa); espancar 1188-falsar a c.=fugir ao lao, armadilha engendrada por outrem; escapar 1189-ter c. de= 1 ser filho de; ser descendente de; 2 apresentar enraizadamente alguma caracterstica inumana 503 COSTURA 1190-assentar as c.= 1 passar com ferro quente a linha da costura para que no sobressaia ao tecido; 2 bater, golpear uma pessoa, esp. nas costas, para que ela se aprume 176 504 COTOVELO 1191-falar pelos c.=falar excessivamente e com desembarao 505 COTURNO 1192-calar o c.=conversar, discutir com solenidade temas nobres e importantes 506 COURO 1193-comer o c. de=espancar, surrar (algum) 1194-cortar o c. de=m.q. tirar o couro de ('falar mal') 1195-dar no c.= 1 mostrar-se eficaz, hbil em alguma coisa; 1.1 jogar bem o futebol 1196-dar o c. s varas= morrer 1197-tirar o c. de= 1 falar mal de outrem; cortar o couro; 2 explorar (algum) financeiramente, aumentando preos, custos etc.; 3 forar (algum) a realizar um trabalho 507 COVA 1198-descer c.=perder a vida; morrer 1199-ter os ps na c.= apresentar enfermidade e/ou debilidade fsica grave com ameaa de morte 508 COXIA 1200-correr a c.=caminhar sem destino; perambular 509 CRAVELHA 1201-apertar a c.= exigir o mximo de algum 1202-dar c.= 1 insistir demasiadamente com algum; impacient-lo com exigncias 510 1 CRAVO 1203-dar uma no c., outra na ferradura= 1 dar um golpe certo e o outro no; 2 apoiar duas coisas contraditrias ou opositivas, freq. por malcia 511 CRIA 1204-dar c.=ter filhote, parir (falando esp. de animal); ter cria 1205-lamber a c.=1 acarinhar (filhote), cuidando de sua limpeza (falando de animal); 2 tratar com ateno e carinho (filho novo); 3 exibir o fruto, resultado do trabalho com orgulho e carinho 1206-ter c.= m.q. dar cria 512 CRISTA 1207-baixar a c.=tornar-se humilde, manso; acovardar-se, humilhar-se 1208-levantar a c.= mostrar-se arrogante, auto-suficiente 513 CRISTO 1209-bancar o c.=expiar, pagar por outrem; ser o cristo 1210-ser o c.=m.q. bancar o cristo 514 CRIVO 1211-passar pelo c.=averiguar ou ser averiguado, minuciosa e implacavelmente 515 CRU 1212-estar c. em= no saber ou no ter conhecimento suficiente sobre (assunto, matria) 516 CRUZ 1213-assinar de ou em c.= pr uma cruz (quem no sabe escrever) em lugar do nome 1214-carregar a sua c.=ter enormes problemas e/ou trabalhos com algum ou algo; sofrer, penar, levar a sua cruz 1215-fazer cruzes na boca= ficar em jejum, no comer 1216-levar a c. ao calvrio= concluir tarefa penosa 1217-levar a sua c.=m.q. carregar a sua cruz 1218-ser a c.= constituir (algum ou algo) a razo de sofrimento, o suplcio de outrem 517 CRUZAR 1219-no c. com= no simpatizar com (algum) 518 CU 1220-dar o cu= praticar (passivamente) o coito anal; tomar no cu 1221-encher o cu= comer demais 1222-ficar com o cu na mo= ficar apavorado, cheio de medo 1223-nascer de cu para a lua =ter muita sorte; ser afortunado 1224-tirar o cu da reta=livrar-se de qualquer responsabilidade em relao a algum ou algo 1225-tirar o cu da seringa=desembaraar-se de algo desagradvel 1226-tomar no cu= m.q. dar o cu 519 1 CUCA 1227-dar na c.=agir de forma repentina, incoerente, intempestiva 1228-encher a c.= embriagar-se; encher a cara 1229-fazer, pr a c. ou pr c. a=assustar, meter medo em algum 1230-fundir a c. (de)=desnortear (algum ou a si mesmo), perder o senso, o equilbrio emocional; baratinar(-se) 520 1 CUCO 1231-armar aos c.= dar-se ares de fino ou de importante; esnobar 521 2 CUCUIA 1232-ir para a c.=1 malograr, fracassar na realizao de alguma coisa; reduzir a nada; 2 morrer; ir para o belelu 522 CU-DOCE 1233-fazer c.= fazer que no quer, querendo; negacear 523 CUEIRO 1234-cheirar a cueiros=mostrar-se ainda criana ou prematuro demais para fazer alguma coisa; feder a cueiros 1235-deixar os c.=deixar de ter um comportamento de criana para se ocupar de coisas da vida adulta 1236-feder a cueiros=m.q. cheirar a cueiros 524 CUIA 1237-juntar as c.= mudar-se de residncia; transferir moradia 1238-meter a c.= dar cabeada 1239-tomar na c.=m.q. levar na cuia 177 1240-tomar na c. dos quiabos=ser enganado por outrem 1241-vender c. e comprar cabaa=negociar sem qualquer vantagem 525 CUIDADO 1242-dar-se a cuidados= fazer diligncias; diligenciar 526 CULPA 1243-cair em alguma c. a algum =atingir (algum) com alguma falta ou ofensa 1244-ter c. no cartrio= 2 estar implicado em algum delito; 3 cometer falta no divulgada e/ou dar motivo a queixa, recriminao 527 CURRO 1245-passar o c.= currar (algum) 528 CURSO 1246-dar (livre) c. a= liberar, soltar, deixar manifestar-se 1247-fazer c.=purgar 529 1 CURTO 1248-andar c.=vestir hbito laico 1249-ficar c. (em alguma ao ou negcio)=ficar pela metade, no fazer o necessrio 530 CUSPE 1250-quebrar o c.=alimentar-se na primeira refeio do dia; cessar o jejum
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM D
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 531 2 DADO 1251-lanar os d.=fazer algo cujo sucesso dependa da sorte; arriscar 1252-pr o d. na testa (de)=atormentar(-se) 1253-ter o d.=ser o primeiro num jogo 532 1 DAMA 1254-ser uma d.=ser educado, corts, gentil 1255-soprar a d.= roubar a namorada ou amante de outrem 533 DANAR 1256-d.-se atrs= sair procura de; perseguir 534 DANA 1257-cair na d.= 1 tomar parte em festa danante; 2 meter-se em confuso; entrar na dana 1258-entrar na d. ou ir na d.=1 tornar-se participante de acontecimento ou empreendimento do qual se era apenas espectador; 2 atuar sob influncia de outrem ou de um grupo de pessoas; 3 ser objeto de maledicncia 1259-meter(-se) na d.= envolver a (si mesmo ou algum) em intriga, confuso ou conflito 1260-seguir a d.=prosseguir em alguma tarefa interrompida 535 DANAR 1261-d. conforme tocam= m.q. danar conforme a msica 536 DAQUI 1262-estar ou ser d.=estar ou ser excelente, lindo, delicioso etc. 537 DAR 1263-d. a= 1 acionar, pr a funcionar; 2 abanar, mover; 3 comear, passar a; 4 ir ter a 1264-d. com= 1 deparar-se com; topar, encontrar; 2 responder ou atalhar com; retrucar, repostar; 3 forar para fazer ceder; empurrar para 1265-d. como= m.q. dar por 1266-d. de= comear a 1267-d. de si= 1 ceder a uma fora fsica, ao uso continuado ou a algum esforo de outra ordem; 2 ter como conseqncia; resultar 1268-d. duro= m.q. dar um duro 1269-d. em cima de= procurar com fins amorosos ou libidinosos 1270-d. mole= descuidar-se, expor-se, facilitar 1271-d. para= 1 demonstrar qualidades ou caractersticas para ser; 2 mostrar reiterada tendncia para; 3 sentir o impulso de; comear a, desatar a; 4 ser o suficiente para; bastar; 5 abrir-se para (uma vista); ter vista para ou sobre; 6 dar acesso, ser passagem para; 7 aceitar fazer sexo com 1272-d. para trs= reagir contra algo; no aceitar ou permitir que algo v para a frente 1273-d. por= ter em conta de; considerar, dar como 1274-d.-se mal= 1 no alcanar bom xito; sair-se mal; 2 meter-se em apuros 1275-d. sobre= 1 comear a luta ou o ataque contra; lanar-se contra 1276-no se d. por achado= 1 no se importar com o que se diz ou se pensa a seu prprio respeito; 2 insistir na opinio que defende; no dar o brao a torcer; 3 fingir-se de desentendido 538 DEBUXO 1277-meter-se em d.=arriscar-se em empreitada difcil, comprometedora, perigosa 539 DEDO 1278-abrir os d.= cair fora, fugir; abrir os panos 1279-botar o d. na ferida= tocar no ponto fraco, mostrar o erro 1280-chupando d.= sem alcanar o intento 1281-jurar d. com d.=jurar sobre a cruz formada pelos dedos 1282-meter o d.=ser indiscreto; imiscuir-se 1283-ter d.=ser hbil; conhecer bem; compreender 1284-ter dedos de fada= ser habilidoso para trabalhos manuais delicados (esp. 178 mulher); ter mos de fada 1285-tirar o d.= 1 ir embora; 2 fazer alguma coisa pela primeira vez 540 DEFINIO 1286-dar d. de= prestar contas de, dar satisfao de 541 DEFUNTO 1287-matar d.=repetir caso, histria que todos conhecem 542 DEITADA 1288-dar uma d.=deitar-se por pouco tempo 543 DEITAR 1289-d. abaixo= realizar a destruio de; deitar por terra; aniquilar 1290-d. fora= 1 jogar fora; livrar-se; 2 ordenar a retirada; expulsar; 3 perder ou gastar sem proveito; desperdiar 1291-d. para= estar prximo de 1292-d. por fora= sair fora das bordas; transbordar 544 DEIXA 1293-pegar na d.=em um desafio de cantadores, iniciar uma estrofe rimando com o final do verso anterior 545 DEIXAR 1294-d. atrs= m.q. deixar longe 1295-d. de ou d.-se de= cessar, desistir, parar de 1296-d. de fora= afastar a participao de; excluir 1297-d. de lado= no levar em considerao 1298-d. de mo= cessar a preocupao a respeito de; abandonar 1299-d. longe= adquirir preponderncia, superioridade em relao a; deixar atrs 1300-d. para l= afastar de si a inquietao; no se importar ou preocupar 546 DELCIA 1301-fazer as d.=provocar deleite; agradar 547 DEMISSO 1302-dar d.=destituir de cargo ou emprego; demitir 1303-pedir d.=abandonar voluntariamente um compromisso profissional; exonerar- se 548 DESCOSER 1304-no se d. de= estar sempre junto de algum; no se separar de; no largar 549 DESENTENDIDO 1305-fazer-se (de) d.= fingir que no percebe, que no ouve 550 DESERTO 1306-pregar no d.=falar em vo 551 DESESPERO 1307-dar o d.=ficar furioso; encolerizar-se 552 DESFEITA 1308-ter a d. na mo= ter (algum) uma explicao, uma desculpa para algo que lhe foi imputado 553 DESFRUTE 1309-dar-se ao d.=ser motivo de zombaria ou escndalo; dar-se ao ridculo 554 DESPREZO 1310-dar-se ao d.=tornar-se digno de desprezo; aviltar-se 1311-votar ao d.= no prestar ateno a; abandonar 555 DESTAQUE 1312-dar um d. em= demonstrar (a algum), com gestos, palavras ou indiferena, que no bem-vindo 556 DESVIO 1313-estar ou trabalhar no d.= 1 estar desempregado; 2 vadiar 557 DEUS 1314-estar bem com D.=praticar boas aes 1315-levar D. para si= deixar de existir; morrer 1316-queira D. ou D. queira= prouvera a Deus; tomara, oxal 1317-ver a D. pelos ps= ter grande consolao em momento de aperto; sair-se bem de uma situao difcil 558 DEVOO 1318-ter d. com= ter (algum santo) em especial venerao 559 DIA 1319-estar com os d. contados= ter poucos dias de vida ou de durao; estar prestes a morrer ou a acabar; estar por dias; ter os dias contados 1320-estar contando os d.=esperar com nsia pela concretizao de um fato muito agradvel 1321-estar de d.=estar escalado para servio (em hospital, quartel etc.) 1322-estar naqueles d.= 1 estar no perodo de menstruao; 2 estar mal-humorado 1323-estar por dias= 1 m.q. estar com os dias contados; 2 estar prestes a dar luz 1324-olhar para o d. de amanh= ser precavido; pensar no amanh; acautelar-se, prevenir-se 1325-s ter de seu o d. e a noite= ser muito pobre, nada ter de seu 1326-ter os d. contados= m.q. estar com os dias contados 1327-ter o seu d.= alcanar alguma vez o que se pretende 1328-ter seus d.=estar ora bem, ora mal 1329-ver o d.= 1 vir ao mundo; nascer; 2 vir a lume, ser publicado 560 DIABO 1330-dar ao d.= 1 no fazer caso, rejeitar, desprezar, repelir; 2 rogar pragas; maldizer, amaldioar 1331-estar com o d. no corpo= 1 estar possudo pelo diabo; andar endemoninhado; ter o diabo no corpo; 2 mostrar-se alvoroado, inquieto, assanhado; ter o diabo no corpo; 3 revelar intenso desejo sexual 1332-fazer o d.= 1 executar faanhas; ter bom xito; 2 cometer desatinos; exaltar- se 1333-levar o d.= 1 perder-se, arruinar-se; 2 levar sumio; morrer 1334-passar o d. ou passar o que o d. enjeitou= m.q. comer o que o diabo enjeitou 1335-pintar o d.= fazer loucuras, travessuras; pintar o sete 179 1336-ser do d.= ser muito difcil, custoso, extraordinrio, violento; envolver contratempos 1337-ser o d.=parecer inconveniente, incmodo, prejudicial; transtornar um projeto, tirar uma esperana 1338-ser o d. em figura de gente= ser uma pessoa, esp. criana, muito inquieta e amiga de travessuras 1339-ser o d. em pessoa= 1 ser muito feio; ter aparncia horrenda, assustadora; 2 ser muito mau, perverso, maquiavlico 1340-ter o d. no corpo ou no couro =m.q. estar com o diabo no corpo 1341-ter o d. nos chifres =ser endiabrado 1342-ter o d. no ventre =ser causa de desgraas 561 DIANTEIRA 1343-dar a d.=deixar (algum) passar adiante 1344-tomar a d.= 1 distanciar-se do(s) outro(s); passar adiante; 2 levar (uma empresa) frente 562 DIFERENA 1345-fazer d. =1 ser muito diferente; 2 julgar, considerar ou tratar desigualmente; fazer distino; 3 causar transtorno ou dano; prejudicar; 4 ser essencial; importar; 5 perceber a distino entre; discernir 1346-ser a d. (de algum)= ser a causa de aborrecimento, de desgosto (de algum) 1347-tirar uma d.= tomar satisfao; ajustar as contas 563 DIFCIL 1348-bancar o d. =1 procurar mostrar-se diferente das outras pessoas; fazer-se de importante; 2 procurar dar a impresso de que no se deixa seduzir ou conquistar facilmente; fazer-se (de) rogado, (de) inacessvel 1349-fazer-se de d.=m.q. bancar o difcil 564 DINHEIRO 1350-fazer d.=ganhar muito dinheiro; enriquecer 1351-lavar d.= tornar legal dinheiro de origem fraudulenta ou ilcita 1352-nadar em d.= ser extremamente rico; ser um nababo 1353-trocar d.=1 dar uma nota ou moeda de valor alto em troca do equivalente em moedas ou notas de valor menor; 2 dar uma quantia em moeda de um pas e receber em troca o equivalente na moeda de outro pas 565 DIPLOMA 1354-tirar d.=terminar um curso; formar-se 566 1 DISCO 1355-virar o d.=mudar de assunto; parar de falar sobre algo que j cansou o ouvinte 567 DISTNCIA 1356-tomar d.=afastar-se, distanciar-se 568 2 DITO 1357-dar o d. pelo no d.= 1 desfazer uma combinao, promessa, compromisso etc.; 2 negar o que se disse; contradizer-se, desdizer-se, desmentir-se 1358-dizer ditos= expressar-se com palavras obscenas ou dizer coisas obscenas 569 DIZER 1359-d. adeus a= despedir-se de algum 1360-d. ao que veio= cumprir o que era preciso ser feito; mostrar-se capaz de realizar algo 1361-d. cobras e lagartos= dizer propositadamente coisas desagradveis para outrem 1362-d. com seus botes= dizer (algo), ger. em voz baixa, para si mesmo 1363-d. duas palavras= fazer uma pequena observao sobre algo ou introduzir algum assunto 1364-d. respeito a= ser concernente a 570 DOBRADO 1365-cortar um d.= passar por ou viver uma situao difcil; cortar um fino 571 DOCE 1366-dar os d.= casar-se 1367-dar um d. a= 1 gratificar algum por favor recebido; 2 acreditar ser impossvel que se adivinhe alguma coisa 1368-fazer d.=1 fingir desinteresse; 2 amuar-se com algum ou alguma coisa 572 DONO 1369-ser d. do seu nariz= ser senhor de si; responsabilizar-se por suas prprias aes, opinies etc. 573 DORMIR 1370-d. acordado= estar distrado ao que se passa em torno de; estar alheio a 1371-d. ao lu= dormir ao relento, sem ter lugar certo para pernoitar 1372-d. a sono solto= dormir profundamente; dormir como uma pedra 1373-d. com as galinhas= recolher-se muito cedo para dormir 1374-d. com um olho aberto e outro fechado=1 estar atento ao que acontece em torno, simulando dormir; 2 dormir de maneira intranqila, acordando inmeras vezes 1375-d. como uma pedra= dormir pesadamente; dormir a sono solto 1376-d. no macio= despreocupar-se com as tarefas, obrigaes etc.; descuidar-se de tudo por esperar bons resultados sem se fazer nenhum esforo 1377-d. no ponto= descuidar-se de algo que deve ser feito 1378-d. o sono do(s) justo(s)= dormir sem qualquer remorso e/ou culpa; ter a conscincia tranqila das atitudes tomadas 1379-d. o sono eterno= estar morto 180 574 DOSE 1380-ser d.=ser ou tornar-se maante, desagradvel e/ou insuportvel (diz-se de algum, de algo, de situao etc.) 1381-ser d. para elefante= ser muito, excessivo para algum suportar; ser dose para leo 1382-ser d. para leo= m.q. ser dose para elefante 575 DOTE 1383-vender por um d.=vender (algo) por um preo muito alto 576 DOZE 1384-cortar um d.=passar por situao difcil 577 DRAMA 1385-fazer um d. (de)= 2 exagerar a gravidade de um fato ao referir-se ou reagir a ele; dramatizar 578 DROGA 1386-dar em d.= 1 dar em nada, terminar mal; degenerar, fracassar 579 2 DURA 1387-dar uma d.=achacar algum com o intuito de obter informaes 580 1 DURO 1388-dar um d.= trabalhar exaustivamente
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM E
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 581 BIA 1389-cair na .=equivocar-se, enganar-se 582 ECO 1390-abrir o e.=fazer estardalhao; pr a boca no mundo 1391-encontrar e.=ter apoio; causar simpatia 583 EFEITO 1392-armar ao e.= 1 trabalhar para obter um resultado excepcional; 2 procurar causar impacto por meio de uma aparncia vistosa 1393-fazer bom e.= dar uma boa impresso para outrem 1394-levar a e.=1 pr em ao; realizar, efetivar; 2 resolver, solucionar (uma questo) 584 GUA 1395-lavar a .=1 obter grande lucro financeiro; lavar a burra; 2 satisfazer saciedade 585 EITO 1396-tirar de e.=vencer com folga; exceder, ultrapassar 586 EIXO 1397-entrar nos e.=1 passar a se ajustar s normas, a se comportar de forma equilibrada; 2 voltar ao ritmo habitual; regularizar-se 1398-pr nos e.= colocar em ordem; pr em funcionamento regular 1399-sair dos e.=1 estar fora de domnio; descontrolar-se; 2 ir alm do que lhe cabe; 3 desorientar-se do ponto de vista moral 587 ELEITORADO 1400-conhecer o seu e.= saber com quem se est lidando 588 ELEMENTO 1401-estar no seu e.= 1 estar no seu prprio meio; 2 estar como quer, estar conforme o seu desejo, a sua escolha 589 2 EMBALAGEM 1402-pegar e. =imprimir acelerao corrida 590 1 EMBALO 1403-entrar no e.=adquirir o vcio de se drogar 591 EMPREGO 1404-agradecer o e.=pedir demisso, exonerar-se 592 ENCOLHA 1405-meter nas e.=1 no dar sinal de si; retrair-se; 2 nada dizer; calar-se 593 ENCONTRO 1406-ir ou vir ao e. de= dar soluo ou satisfao a; atender 1407-ir ou vir de e. a= 1 estar em trajetria de coliso com; 2 estar em desacordo com; opor-se a; discordar de 594 ENCSPIAS 1408-meter-se nas e.=meter-se nas encolhas, calar-se 595 ENCOSTO 1409-fazer e.=usar faixa de cips ou cordas tranadas para levantar rs cada de inanio 596 ENFIAR 1410-e. atrs =ir no encalo 597 ENGANO 1411-cair ou ir no e.= deixar-se ludibriar 598 ENGOLIR 1412-e. em seco= sofrer silenciosamente uma injustia, insulto ou humilhao; represar ou reprimir uma expanso 1413-no e.=no suportar 599 ENLEADO 1414-estar e.=no se lembrar de algum, confundir-se sem saber quem seja 600 ENSANCHA 1415-dar ou deitar ensanchas= fazer ficar mais amplo; alargar, ampliar 601 ENTABOCAR 1416-e. atrs= ir em perseguio a; perseguir 602 ENTALADO 1417-ficar e.=ser roubado, cair em logro 603 ENTENDIMENTO 1418-abrir o e.=aclarar, esclarecer; abrir o esprito, abrir o juzo 604 ENTRADA 1419-dar e.=1 encaminhar, entregar (ofcio, petio etc.) para se iniciarem trmites administrativos, legais etc. <deu e. no processo de exonerao> 605 ENTRAR 1420-e. bem= no alcanar bom xito; sair-se mal 606 ENTRELINHA 1421-ler nas e. =ser perspicaz, atribuir (a um texto, mensagem etc.) significado diferente daquilo que est direta ou explicitamente afirmado; inferir o sentido oculto, subentendido de 607 ENTRESSOLHO 1422-ter muitos e.=ser muito reservado, contido ou dissimulado 181 608 POCA 1423-fazer .= ser marcante, memorvel 609 ESBARRO 1424-caar de e.=modo de caar em que o caador, procurando surpreender a presa, avana sem fazer rudos por uma trilha 610 ESCALA 1425-fazer e. em= fazer parada temporria em (aeroporto, porto, estao ferroviria etc., que se situam entre o ponto de partida da viagem e o ponto de chegada); escalar 611 ESCAMBAU 1426-(ser) o e.=no ser verdade (algo afirmado) 612 ESCANTEIO 1427-chutar para e.= deixar de lado; dar o fora em 613 ESCOLA 1428-fazer e.=assentar princpios ou organizar processos que depois so seguidos por muita gente 614 ESCOVA 1429-fazer e.=secar o cabelo com escova e secador eltrico para que alise e arme 615 1 ESPADA 1430-passar e.=matar com espada 616 ESPARRELA 1431-cair na e.=deixar-se enganar; cair no logro 617 ESPCIE 1432-causar e.=causar estranheza; surpreender, intrigar, fazer espcie 1433-fazer e.=m.q. causar espcie 618 ESPERANA 1434-dar e.=prometer ou insinuar a algum que vai namorar ou se casar com ele 619 ESPETCULO 1435-dar e.=1 apresentar-se em cena; 2 m.q. servir de espetculo 1436-servir de e.=ser objeto de zombaria ou mofa; dar espetculo 620 ESPINHA 1437-curvar a e.=ficar ou ser submisso; humilhar-se 1438-dar e.=morrer, falecer 621 ESPRITO 1439-abrir o e.=1 esclarecer o esprito; torn-lo brando e compreensivo; 2 tornar- se receptivo s idias e razes alheias; aceitar iniciar dilogo com um desafeto; abrir-se ao entendimento 1440-fazer e.=dizer coisas humorsticas 1441-levantar o e.= revigorar o nimo 1442-ter e.= 1 ser ou estar endemoniado; estar possesso; 2 ter esprito sagaz, agudo; ser inteligente; saber fazer observaes argutas, de graa sutil; 3 ser uma pessoa interessante, estimulante; 4 ter humor; ser engraado 1443-ter o e. torto= no pensar e/ou no agir conforme as normas de retido 622 ESPONJA 1444-passar uma e. em ou sobre= 1 tirar da memria, esquecer; 2 julgar com indulgncia; relevar; perdoar, desculpar 623 ESPORA 1445-acudir e.=1 reagir (a cavalgadura) imediatamente picada da espora, pondo-se a correr; 2 fazer o que lhe mandam; obedecer, esp. de modo dcil ou subserviente 624 ESPORTIVA 1446-perder a e.=irritar-se facilmente; zangar-se, ofender-se, brigar 625 ESQUEMA 1447-armar um e.=planejar, pensar ou preparar uma estratgia 626 ESTACA 1448-voltar e. zero= retornar ao ponto de partida; recomear algo 627 ESTAMPA 1449-dar e.=publicar 628 1 ESTANDARTE 1450-levantar o e.= declarar-se dirigente de um grupo, partido ou faco 1451-levantar o e. da revolta= incitar sublevao 629 ESTANHADO 1452-ter a cara e.= no ter vergonha, pudor 630 ESTAR 1453-e. afeto a= ser da alada de; tocar a 1454-e. a fim de= 1 ter vontade de, estar disposto a; 2 ter intenes amorosas em relao a 1455-e. a nenhum= no ter dinheiro algum; estar pronto, estar quebrado 1456-e. em si= estar em seu juzo 1457-e. fora de si= estar agitado, exaltado, furioso ou em xtase 1458-e. para= exprime a iminncia ou a possibilidade de algo acontecer 1459-e. por= 1 indica um ato ainda no realizado; 2 estar para acontecer (em determinado tempo); 3 anuir, concordar 1460-e. por cima= m.q. estar por cima da carne-seca 1461-e. por fora= no dominar um assunto; no ter conhecimento de determinado incidente, evento etc. 1462-e. por pouco=1 estar prximo de acontecer; 2 estar quase morrendo, estar nas ltimas 1463-e. pouco somando com= m.q. no estar nem a 1464-no e. nem a (para)= no dar a mnima importncia (a algum ou algo); no se importar (com), estar pouco somando (com) 631 1 ESTEIRA 1465-fazer e.= m.q. fazer parede 632 2 ESTEIRA 1466-ir na e. de= seguir de perto; ir no encalo de 1467-seguir a e. de=1 abraar determinada causa, tomar certo rumo; 2 tomar como modelo 633 2 ESTICA 1468-estar na e.=1 estar prximo morte, por debilidade fsica; 2 estar em estado de penria, estar muito pobre; 3 estar bem vestido 634 ESTICAR 1469-e. a canela= morrer, falecer 635 ESTMAGO 1470-enganar o e.= comer uma pequena poro de algo para atenuar a sensao de 182 fome 1471-forrar o e.=ingerir pequena quantidade de alimento 1472-ter bom e.=1 ser capaz de digerir bem os alimentos; 2 ter pacincia para receber ofensas ou agravos, sem se ofender ou se agastar 636 ESTOURO 1473-dar um e. na praa= provocar prejuzo comercial, ger. com falncia fraudulenta 637 ESTRADA 1474-comer e.= deslocar-se rapidamente; caminhar com pressa ou rapidez 1475-pr (o p) na e.= 1 comear jornada; partir; 2 comear (empreendimento, trabalho etc.) 1476-riscar e.=deslocar-se, partir a galope em viagem 1477-tomar a e. a algum= 1 adiantar-se na caminhada a algum; 2 antecipar-se a algum no que dito ou feito 1478-tomar algum e.=fazer algum retornar ao correto proceder 1479-voltar e.= retornar a um assunto que se tinha suspendido 638 ESTRAFEGO 1480-estar no e.= usar, pr em uso (objeto, roupa etc.) 639 ESTRELA 1481-ler nas e.= consultar a sorte atravs de horscopo 1482-levantar-se com as e.=acordar muito cedo 1483-pr entre as e.=divinizar, pr algum nas alturas 1484-ter e. na testa= ser estpido, ser tolo 1485-ver estrelas= sentir uma dor muito forte; ficar atordoado, principalmente devido a golpe ou soco violento na cabea 640 ESTRIBEIRA 1486-perder as e.= agir sem pensar, descontrolar-se, desnortear-se; perder os estribos 641 ESTRIBO 1487-dar e.=dar confiana, licena 1488-estar com o p no e.= estar pronto para partir, estar de partida 1489-negar o e.=1 recusar-se a fazer alguma coisa; negar auxlio, ajuda; 2 esquivar-se de algum ou de algo; 3 faltar a compromisso; 4 esquivar-se, no se deixar montar (falando-se de cavalos) 1490-perder os e.=m.q. perder as estribeiras 642 ESTRICOTE 1491-trazer ao e.= 1 zombar de uma pessoa; ridicularizar algum; 2 iludir, ludibriar (algum) 643 EXCELNCIA 1492-ter e.=ter (algum) direito a receber o tratamento de excelncia, em virtude de sua posio, cargo, dignidade etc. 644 EXEMPLO 1493-fazer e. em= submeter (algum) a castigo para servir de exemplo a outros 645 EXERCCIO 1494-entrar em e. =1 passar a exercer (cargo, funo etc.); 2 passar a vigorar (regra, norma, lei, decreto etc.) 646 EXISTIR 1495-no e.=ser excelente, bonssimo 647 EXPEDIENTE 1496-ter e.=ser esperto, ativo, desembaraado 1497-viver de expedientes= lanar mo freq. de recursos engenhosos, ger. condenveis, para ganhar a vida 648 EXPRESSO 1498-reduzir e. mais simples= 1 reduzir (alguma coisa) a um estado ou condio mais baixa, mais miservel;2 retirar toda a importncia a; rebaixar, humilhar 649 1 EXU 1499-virar E.=2 ser tomado pela ira ou pela violncia; encolerizar-se
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM F
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 650 FBRICA 1500-ser da mesma f.= no ser melhor nem ter mais valor que outrem 651 1 FACA 1501-chiar na f. cega = sofrer muito por desprezar as convenes 1502-entrar na f.= submeter-se a interveno cirrgica 1503-estar com a f. e o queijo na mo= dispor de todos os meios para impor uma vontade; ter a faca e o queijo na mo 1504-estar com a f. na garganta= estar constrangido a agir de acordo com a vontade de algum 1505-fazer-se na f.=tirar a arma da cintura para lutar 1506-meter a f.=1 cortar algo; suprimir; 2 cobrar caro ou pedir dinheiro emprestado 1507-pr a f. no peito= exigir de algum uma atitude; constranger, encostar na parede 1508-ser uma f.= 1 ser leitor compulsivo; 2 ser hbil, destro 1509-ter a f. e o queijo na mo= m.q. estar com a faca e o queijo na mo 652 FACO 1510-passar o f.= dispensar algum do emprego 653 FACE 1511-dar de f.=dar de encontro; deparar-se com (algo ou algum) 183 1512-fazer f.= 1 enfrentar dificuldade ou pessoa; no fugir; 2 opor-se a (algo ou algum); 3 prover com recursos; custear; 4 ter a fachada virada para certo ponto 1513-lanar em f.= dizer verdades a algum; atirar no rosto de outrem (alguma verdade) 654 FACHACA 1514-meter f.=sobressair na conversao 655 FACHO 1515-baixar o f.= m.q. baixar o topete 1516-sair ao f.= sair ao ar livre, sair a passeio; espairecer 656 FAIXA 1517-carimbar as f.=derrotar uma equipe recentemente campe 657 FALA 1518-chamar f.= 2 convidar algum a prestar esclarecimentos 1519-chamar s f.= chamar ordem, meter em brios 1520-tardar a f.=falar com dificuldade; gaguejar 1521-vir f.=entrar em acordo, em ajuste 658 FALAO 1522-deitar f. =1 discursar; 2 falar, discorrer tediosamente ou com pretensa superioridade 659 FALAR
1523-f. de= 1 falar sobre, a respeito de; 2 falar mal de; criticar 1524-f. grosso= 1 mostrar-se duro, irredutvel em relao a outrem; 2 bancar o valente 1525-f. mais alto= revelar maior importncia; prevalecer 1526-f. para dentro= murmurar de forma quase inaudvel; sussurrar 660 FALHA
1527-estar de f.=pernoitar na casa de algum 661 FALTA 1528-fazer f.= fazer sentir a sua ausncia ou morte ou necessidade 662 FALTAR 1529-f. pouco para= estar a ponto de, no ser necessrio muito para 663 FAMLIA 1530-ser f.= ser honesto, recatado 664 FANTASIA 1531-rasgar a f.=revelar sua verdadeira personalidade depois de ter procurado ocult-la 665 FARDA 1532-despir a f.= desligar-se da vida militar 1533-enlamear ou manchar a f.=praticar (militar) crime ou cometer ato aviltante 666 FARINHA 1534-ser f. do mesmo saco= ser da mesma natureza, equivaler-se (coisas ou pessoas) 1535-tirar f.= 1 levar vantagem; 2 pedir satisfaes 1536-vender f.=andar com a fralda da camisa para o lado de fora 667 FARTO 1537-tomar um f.= 1 comer ou beber mais do que se pode suportar; 2 saturar-se, enjoar de alguma coisa 668 FATEIXA 1538-espiar a f.=ancorar 669 FATURA 1539-liquidar a f.= 1 resolver uma obrigao, um dever, um compromisso; 2 concluir um negcio, uma tarefa 670 FAVA 1540-ir s f.=ir embora, cair fora, ir para longe, ir pentear macacos 1541-mandar s f.= mandar embora, despedir, livrar-se de (algum ou algo que importuna ou atrapalha); mandar pentear macacos 671 FAZER 1542-f. (algo) por= prestar ajuda, auxlio, socorro a 1543-f. bem em = agir corretamente em; acertar em 1544-f. mal a = fazer perder a virgindade; deflorar, desflorar 1545-f. mal em= agir errada ou incorretamente em 1546-f. melhor se= ter mais vantagens se; ter grande vantagem se 1547-f. por elas= merecer castigo 1548-f. por onde= 1 procurar maneira de fazer algo, lanar-se consecuo de algo; 2 dar motivo a (algo) 1549-f. pouco de= fazer pouco caso de; desmerecer 1550-f.-se (de) rogado= fazer-se de difcil, no se mostrar disposto a ou fingir no estar disposto a 1551-no f. mal= no importar, no interessar 1552-no f. seno= s fazer 672 F 1553-dar f= perceber, notar, ver 1554-dar por f= m.q. dar f ('afirmar' e 'garantir') 1555-fazer f= 1 ser digno de crdito; 2 prestar testemunho autntico 1556-levar f= acreditar em (algum ou algo) 1557-ter f= ser digno ou merecedor de crdito 1558-ter f em= depositar confiana em; fiar-se em 673 FECHAR 1559-f. com =estar ao lado de (algum ou algo) a qualquer preo 674 FEIO 1560-danar de f.= danar toda a noite com um s par 1561-estar de f.=estar de namoro com 675 FEIJO 1562-comer f. de bia= estar preso 1563-pegar o f. de =comer em casa de 676 FEIO 1564-fazer f.= fazer m figura 677 FEIRA 1565-fazer f.=adquirir os produtos vendidos nas feiras livres 184 1566-vir com algo f.=exibir (algo) como novidade 678 FEITIO 1567-virar-se o f. contra o feiticeiro= recair o mal sobre quem o praticou; voltar- se o feitio contra o feiticeiro 1568-voltar-se o f. contra o feiticeiro= m.q. virar-se o feitio contra o feiticeiro 679 3 FEITO 1569-estar f.=ter sucesso na vida 680 FERIDA 1570-estar com f. na asa= 1 estar enamorado; 2 estar ressentido com algum 1571-tocar na f.= fazer aflorar recordao penosa 681 FERIDO 1572-dar de f.=aular co para que busque a caa 682 FERRADA 1573-dar uma f.= 1 pedir dinheiro emprestado; 2 manter relaes sexuais 683 FERRADURA 1574-mostrar as f.=ir embora; fugir 684 FERRO 1575-baralhar o f.= brigar com arma branca 1576-estar a ferros= estar preso 1577-levar f.= 2 ser mal sucedido em alguma coisa; 3 manter relaes sexuais (esp. a mulher) 1578-malhar em f. frio= perder o tempo ou o trabalho 1579-malhar o f. enquanto est quente= aproveitar a ocasio propcia para agir 1580-meter ferro a= causar cime; fazer pirraa; arreliar 1581-no ser de f.= no ser indiferente; mostrar sensibilidade 1582-passar a f. ou passar f. em =tirar as rugas (de tecido, roupa) com ferro de passar 1583-perder f. e sinal= perder o fazendeiro toda a lavoura e a criao por causa da seca 1584-ter ou tomar f.= sofrer decepo ou aborrecimento; desiludir-se 685 FERROLHO 1585-bater no f.= 1 procurar ajuda; 2 fazer visita 686 FERVURA 1586-botar ou deitar gua na f.= esfriar o ardor, o entusiasmo de algum 687 FESTA 1587-fazer f.= 1 fazer breve carinho; acariciar; 2 dar boa acolhida a quem chega, mostrar-se feliz por ver ou rever algum 688 FEZINHA 1588-fazer uma f.= fazer uma pequena aposta, arriscar timidamente um palpite em determinado jogo popular 689 FIAPO 1589-tirar um f.=olhar rpida e disfaradamente; olhar com dissimulao, de esguelha 690 2 FIAR 1590-f. fino ou f. mais fino ou f. muito fino= ser negcio ou caso delicado, de importncia, que requer tratamento cuidadoso e minucioso 691 FIASCO 1591-fazer f.= fazer m figura, sair-se mal em alguma situao 692 FIAU 1592-fazer, dar, dizer (um) f.= manifestar gestual e/ou oralmente desprezo por outrem 693 FICAR 1593-f. atrs de= 1 ser inferior a; ter uma qualidade qualquer em grau inferior; 2 ter menos mrito que 1594-f. bem= quadrar, convir 1595-f. de= combinar ou obrigar-se, verbalmente ou por escrito a (fazer, dar, dizer etc. algo); comprometer-se; ajustar, prometer 1596-f. de fora= ser excludo, no ser contemplado 1597-f. mal a= no ser prprio ou digno de 1598-f. mal com= estar em desarmonia com, no ir com 1599-f. por isso mesmo= deixar de ser punido (falta ou crime); no se tomarem as providncias devidas acerca de (abuso, incria, fraude etc.) 1600-f. sobrando= ser relegado, no ser alvo de ateno, no ser procurado 694 FICHA 1601-cair a f.= 1 lembrar-se subitamente de algo esquecido; 2 entender subitamente o que estava obscuro 1602-meter (tacar) f.= agir com firme disposio, com determinao 695 FIGA 1603-fazer figas a= 1 amaldioar, esconjurar (algum ou algo); 2 demonstrar rancor, raiva, dio por; 3 fazer troa de; tripudiar 696 FGADO 1604-desopilar o f.= ficar de bom humor ou produzir satisfao, bem-estar a outrem 697 FIGUEIRA 1605-plantar uma f. = cair, levar um trambolho 698 FIGURA 1606-fazer boa ou m f.= sair-se bem ou mal, brilhar ou fazer fiasco 1607-fazer f.= chamar ateno, sobressair-se pelo talento, inteligncia, beleza e/ou por outras qualidades positivas 1608-fazer triste f. =desempenhar papel ridculo, vergonhoso 1609-mudar de f.= adquirir outro aspecto, tornar-se diferente 1610-ser uma f.= ter uma personalidade curiosa; ser uma pessoa extraordinria, incomum 699 1 FILA 1611-furar f. = numa fila, passar a frente de outrem, desrespeitando-lhe a vez 700 FILME 1612-queimar o f.= 1 ocasionar a interrupo, o desenlace de (uma relao, um projeto etc.); 2 tornar ou tornarem-se pblicas as faltas, erros, enganos de pessoa ou instituio; desautorizar(-se), desprestigiar(-se) 185 1613-ser um f.= ser atribulado, novelesco, aventureiro 1614-ver este f.= ter j passado por situao semelhante, similar que se encontra 701 FIM 1615-dar f. a= 1 dar por findo; acabar com; terminar, concluir, rematar; 2 tirar a vida de; 3 dar sumio, fazer desaparecer 1616-estar a f. de= estar com nimo ou disposio para; ter desejo de 1617-ser o f.= ser (pessoa ou coisa) extremamente desagradvel, difcil de ser suportada; ser o fim da picada 1618-ser o f. da picada= m.q. ser o fim 1619-ter f.=findar, acabar, terminar 1620-ter por f.=ter em mira; destinar-se ou propor-se a 1621-ter um f.=mirar a um fim, proceder com certo objetivo, ter algo em vista 702 FINCA-P 1622-fazer f.=manter-se firme em resoluo, em opinio; fincar-se, obstinar-se, teimar 703 1 FINO 1623-beber do f.= saber segredos das altas esferas sociais, polticas etc. 1624-cortar um f.= m.q. cortar um dobrado 1625-fazer-se f.= usar de esperteza; atrever-se 1626-tirar um f.= passar rente a (algo ou algum), com um veculo 704 FIO 1627-bater um f.= comunicar-se por telefone; ligar, telefonar 705 FLAGRA 1628-dar o f.=pegar em flagrante; apanhar, flagrar 706 FLANCO 1629-dar f.= dar a conhecer o seu fraco, pelo qual pode ser atacado, criticado etc. 707 FLAUTA 1630-levar na f.=ser pouco srio em relao a 708 FOCINHO 1631-meter o f.= mostrar-se metedio; intrometer-se 1632-ter mau f.=ser carrancudo ou mal-encarado 1633-torcer o f.=mostrar desagrado, enfado 709 FODA 1634-ser f.= m.q. ser fogo 710 FOGO 1635-abrir o f.= 1 comear os tiros; 2 comear a assediar, importunar etc. 1636-atiar o f.=acirrar os nimos, incentivar uma discrdia ou um desentendimento 1637-brincar com o f.= expor-se ao perigo; aventurar-se em experincias temerrias, complicaes; abusar da sorte 1638-comer f.= m.q. comer da banda podre 1639-cortar o f.=evitar que o fogo se espalhe 1640-cozinhar a f. brando ou lento= 1 preparar os alimentos com lume baixo, devagar, apurando-os bem; 2 prolongar, delongar, de modo a adiar uma tomada de posio a respeito de algo ou algum 1641-cuspir f.= ficar furioso 1642-fazer f.= dar tiro com arma de fogo 1643-mentir f. ou negar f.= 1 falhar (arma de fogo); 2 fraquejar, falhar 1644-pegar f.=1 inflamar, incendiar; 2 animar-se, acalorar-se, entusiasmar-se 1645-puxar f.= estar bbedo 1646-ser bom para o f.= no valer nada (pessoa ou coisa); no prestar 1647-ser f. (na roupa)= 1 ser coisa difcil de conseguir ou de realizar; 2 pessoa irrequieta, travessa; 3 ser pessoa mal-humorada, difcil de agentar ou de tratar; ser pessoa imprevisvel; 4 ser pessoa exmia no que sabe ou faz 1648-tocar f. na canjica= ser mais rpido, apressar-se no que faz 711 FOGUEIRA 1649-pular uma f.= vencer um obstculo, contornar situaes que se mostram difceis, embaraosas 712 1 FOGUETE 1650-soltar f.= manifestar intenso regozijo 1651-soltar os f. antes da festa= regozijar-se prematuramente por algo cuja realizao duvidosa 713 FLEGO 1652-prender o f.= 1 reter o ar nos pulmes; 2 provocar dispnia 1653-ter f. de gato= ter muita resistncia, fora, disposio 714 FOLHA 1654-cair nas f.=pr-se em fuga; fugir 1655-virar a f.= passar a outro assunto; esquecer o que ficou para trs 715 FOLIA 1656-cair na f.= divertir-se animadamente em festa, baile carnavalesco etc., danando e cantando; cair na dana 1657-ser da f.= gostar de festa; ser animado; ser folio 716 FOME 1658-dar f.= 1 ficar com fome; 2 produzir fome; abrir o apetite 1659-enganar a f.= comer alguma coisa leve para passar a sensao de fome 1660-matar a f.= satisfazer minimamente a necessidade de se alimentar; comer, alimentar-se, aplacar a fome 1661-morrer ou de f.=1 morrer por desnutrio; 2 estar cheio de fome; 3 estar carente de coisas essenciais sobrevivncia 1662-passar f.= ficar um perodo considervel sem ter o que comer, ou comendo sem regularidade ou em quantidade insuficiente 717 1 FONA 1663-ver uma f. com= andar numa roda-viva, em grande agitao com (ou por 186 causa de) 718 1 FONE 1664-pr o f. no gancho= desligar o telefone, ger. depois de uma ligao 1665-tirar o f. do gancho= retirar o fone de seu lugar prprio, para deixar o telefone desligado, sem possibilidade de receber chamadas 719 FORA 1666-dar o f.= 1 escapar, fugir, cair fora; 2 romper um relacionamento amoroso de maneira abrupta 1667-dar um f. em= no atender a pretenso de algum; tratar desdenhosamente; rejeitar 1668-estar f.= 1 estar temporariamente fora de sua casa; 2 no se interessar; no ter nada a ver com (algo) 1669-ir para (ou pra) f.= ir para stio, fazenda, casa de campo etc.; sair da cidade 1670-levar um f.= receber uma recusa direta ou grosseira 720 FORA 1671-dar f.= 1 dar apoio; incentivar; 2 aumentar a credibilidade ou confiabilidade de (algo); reforar, fortalecer, confirmar 1672-dar uma f.=ajudar com palavras, aes ou com dinheiro; colaborar, apoiar 1673-fazer f.= 1 aplicar a fora muscular em (algo) para mov-lo, gir-lo etc.; 2 esforar-se por algum; dar apoio; ajudar 1674-ter f.= 1 ter msculos bem desenvolvidos, capazes de executar esforo considervel; 2 ter poder; ser influente 721 FORJA 1675-estar na f.=estar em preparao, quase pronto 722 FORMA 1676-ser a f. para o p de= convir perfeitamente; ser til, conveniente 723 FORMIGA 1677-catar f.=cair ao comprido; esparramar-se 724 FORMIGUEIRO 1678-sentar num f.=estar agitado, desassossegado, inquieto 725 FORQUILHA 1679-dar uma f. em= assaltar algum para roubar-lhe esp. a carteira e o dinheiro 1680-trabalhar na f.= ser punguista 726 FORRA 1681-ir f.= levar a efeito uma vingana; desforrar-se, vingar-se 727 2 FORRAR 1682-f. o estmago= ingerir alimento; comer 728 FORTUNA 1683-fazer f.= acumular grande quantidade de bens ou dinheiro; enriquecer 729 FOTOGRAFIA 1684-tirar f.= 1 acionar uma cmara para obter uma imagem fotogrfica de algum ou de algo; 2 ter sua fotografia tirada por outrem 730 FRANCS 1685-falar f. =estar em excelente situao financeira 731 FRANGA 1686-soltar a f.= 1 ter rasgos de desinibio; desinibir-se; 1.1 gesticular, movimentar-se (um homem) como uma mulher de gestos e modos muito delicados ou afetados; agir como um homossexual 732 1 FRANGO 1687-cercar f.=caminhar sem firmeza, cambaleante, ger. devido a embriaguez; cercar galinha, cercar peru 733 2 FREGE 1688-virar f.=causar briga, provocar desordem, confuso 734 FREIO 1689-no ter f. na lngua= dizer tudo o que se deseja; no se conter nos comentrios, observaes ou dizeres 1690-soltar o f.= permitir a outrem completa liberdade de ao; soltar as rdeas 1691-tomar o f. nos dentes= 1 no se deixar conduzir (falando de cavalgadura); no obedecer ao freio; 2 deixar-se levar pelo entusiasmo, pela animao em algum trabalho, tarefa etc.; 3 ser levado pela insensatez, pelo descomedimento 735 FRENTE 1692-fazer f.= 1 ficar diante, dar para; 2 defrontar, enfrentar 1693-ir para a f.= progredir, prosperar 1694-levar f.= fazer progredir, no deixar malograr-se (um projeto, uma idia etc.) 1695-ter f. a= resistir, opor-se a 1696-tomar a f.= assumir o comando, dirigir 736 1 FRESCO 1697-ficar f.= mostrar-se insensvel, indiferente diante de problema, dor etc. 1698-pr-se ao f.=1 colocar-se fora de casa, na rua; 2 no assumir responsabilidade(s); eximir-se de qualquer responsabilidade 1699-tomar um f.= sair para respirar ar puro, esp. tarde, quando a temperatura mais agradvel; tomar um ar 737 FRETE 1700-fazer f.=1 fazer transporte de carga com preo, valor ajustado; 2 fazer algo obrigado, de m vontade; 3 fazer algo sem se esforar, faz-lo de qualquer maneira 738 FRIA 1701-entrar ou meter-se em f.= ficar ou pr-se em posio difcil, embaraosa; sair-se mal 739 FRIGIDEIRA 1702-sair da f. para o fogo= passar de uma situao ruim para outra ainda pior 740 FRONTE 1703-curvar a f.= tornar-se submisso, submeter-se, sujeitar-se a; ceder 741 FRUTO 1704-colher os f.= conseguir bons resultados em funo da dedicao, zelo etc. empregados 742 FUA 1705-ir s f. de= esmurrar, agredir fisicamente uma pessoa 1706-no ir com as f. de= ter antipatia, averso por determinada pessoa; no ir com a cara 743 FUMAA 1707-soltar f.= ficar irado, enraivecer-se; soltar fumaa pelas ventas 187 1708-soltar f. pelas ventas= m.q. soltar fumaa 1709-tirar f.= m.q. fumar 1710-virar f.= sumir, desaparecer 744 FUMO 1711-beber f. = fumar, pitar 1712-puxar f.= fumar maconha 745 FUNDO 1713-chegar (ir) ao f.= cair no desnimo ou na prostrao 1714-entupir no f.= correr (o vaqueiro), por algum tempo, atrs da rs para derrub-la pela cauda 1715-ir f.=ir at as ltimas conseqncias; enfrentar uma pessoa ou uma situao com arrojo e coragem 1716-marchar a um de f.=seguir marchando, um aps outro, em fila 746 FURO 1717-deixar f.=no cumprir integralmente uma funo; no terminar um trabalho 1718-estar sem f. (ou muitos f.) acima= ser muito superior a (algum) 1719-vir a f.=1 estar (um furnculo, um tumor) no ponto em que pode ou deve ser furado ou espremido; 2 chegar (um negcio, um assunto) ao ponto em que foroso tomar uma resoluo a seu respeito 747 FUROR 1720-fazer f.= agradar extraordinariamente; ter sucesso; estar em grande voga 748 FUTURO 1721-ter f.=ter chances de desenvolver-se ou de sobreviver
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM G
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 749 1 GADO 1722-afinar o g.= fechar os claros da boiada ou juntar os animais, para que possam passar por lugares estreitos 750 GAIATO 1723-entrar de g.= dar-se mal, ser enganado, entrar bem 751 GAIOLA 1724-estar aberta a g.= achar-se desabotoada a braguilha 1725-fazer g.= ser homossexual passivo 752 GALARIM 1726-estar no g.= estar em evidncia 1727-pagar ao g.= pagar em dobro o que se deve 753 1 GALEIO 1728-perder o g.= tornar-se desajeitado 754 GALHO 1729-balanar o g. da roseira= peidar 1730-botar o g. dentro= 1 no agir, ficar quieto; retrair-se; 2 prevenir-se contra dificuldades; acautelar-se, pr as barbas de molho; 3 no reagir por medo; acovardar-se 1731-dar (um) g.= ocasionar dificuldades, complicaes, aborrecimentos 1732-quebrar um g.=ajudar a resolver, ainda que precria e/ou provisoriamente, uma dificuldade 755 GALHOFA 1733-cair na g.=1 tomar modos de malandro; 2 cair na farra; galhofar 756 GALINHA 1734-cercar g.= m.q. cercar frango 1735-deitar-se com as g.= deitar-se cedo, quando ou logo depois que anoitece; dormir com as galinhas 1736-deitar uma g.= m.q. deitar ovos 1737-dormir com as g.=m.q. deitar com as galinhas 757 1 GALO 1738-cantar de g.= 1 considerar-se vitorioso; 2 dar ordens, ter voz ativa 1739-cozinhar o g.= simular que est trabalhando; adiar indefinidamente compromisso, providncia, obrigao 1740-ficar para g. de so Roque= ficar solteirona 1741-salgar o g.= ingerir pela primeira vez no dia uma bebida alcolica 1742-ser um g.= ter (o homem) orgasmo rpido 758 GAMB 1743-comer g. errado= m.q. comer gato por lebre 1744-fazer g.= na regio de Paranagu, danar o fandango em cima do arroz, para descasc-lo 759 GMBIA 1745-dar s g.= correr, escapar, fugir 760 GANDAIA 1746-cair na g.= cair na farra ou em vida dissoluta 761 GANHAR 1747-g. terreno= 1 ir para diante, para a frente; avanar; 2 propagar-se, espalhar-se 762 GANJA 1748-dar g. a= dar importncia a (quem abusa das liberdades nas relaes pessoais) 763 1 GANSO 1749-afogar o g.= ter relao sexual 764 GARGANTA 1750-limpar a g.= desobstruir a garganta de pigarro; pigarrear 1751-molhar a g.= tragar, ingerir bebida alcolica; molhar a goela, temperar a garganta 1752-no passar pela g.= ser insuportvel, inaceitvel 1753-temperar a g.= m.q. molhar a garganta 188 765 GARRA 1754-ir, ficar ou estar g.= (1881) perder-se (qualquer coisa); sumir 766 GARRAFA 1755-conversar com a g.= beber em excesso; embriagar-se, embebedar-se 767 GARRO 1756-afrouxar o g.= 1 amolecer as pernas, dobr-las por falta de foras para ir adiante; 2 cair depois de ter dobrado as pernas; 3 demonstrar medo, acovardar-se (o homem), diante de um adversrio 768 GARUPA 1757-dar ou andar de g.= dar coice(s) [o eqdeo] 1758-ir de ou na g.=1 montar atrs de um cavaleiro, sobre a anca do animal; 2 montar na parte traseira do assento de bicicleta, motocicleta etc. 1759-tirar na g.= tirar de dificuldade, salvar de um perigo no ltimo instante 769 GS 1760-dar g.= estimular, incitar 770 GASTAR 1761-g. largo =despender grandes somas 771 GASTO 1762-dar para o g.= 1 ser o suficiente para dele se viver; 2 ser aceitvel, ser bastante para o que se tem em vista 772 GATA 1763-amarrar a g.= embebedar-se 1764-chegar g.= chegar com dificuldade e cansao 1765-no agentar uma g. pelo rabo= estar enfraquecido ao extremo 773 1 GATO 1766-amarrar o g.=defecar 1767-comer g. por lebre= ser enganado, recebendo algo de qualidade inferior ao que se esperava 1768-dar o g. em= no deixar fugir; prender, segurar 1769-fazer g. e sapato de= m.q. fazer gato-sapato de 1770-fazer um g.= roubar, desviar (corrente eltrica, linha telefnica etc.) 1771-no agentar um g. pelo rabo= estar muito fraco 1772-vender g. por lebre= enganar o comprador, fazendo-o levar mercadoria inferior quela por que realmente pagou= 1773-viver como g. e cachorro= andar (mais de uma pessoa) sempre em briga; andar s turras 774 GATO-SAPATO 1774-fazer g. de= 1 tratar com desprezo, ridicularizar; 2 tratar (algum) mal; destratar, humilhar; 3 fazer de (algum) o que se quer; fazer gato e sapato de 775 GAVETA 1775-comer na g.= ser sovina 776 GELO 1776-dar um g. em= evitar (algum), por ofensa, ressentimento etc. causado 1777-quebrar o g. =1 quebrar a frira, ger. da gua; 2 iniciar conversa, para acabar com silncio constrangedor 777 GNERO 1778-fazer g.= procurar distinguir-se, afetando personalidade ou hbitos que no se tm 1779-no fazer o g. de= no ser do agrado ou do gosto de (algum) 778 GENTE 1780-ser g.= 1 ter chegado adolescncia ou fase adulta 1781-virar g.= atingir a idade adulta; crescer, amadurecer 779 GERAL 1782-dar uma g.=1 inspecionar, examinar; 2 fazer limpeza completa 1783-estar nos seus g.=no caber em si de contente; estar vontade 780 GIBI 1784-no estar no g. =ser inacreditvel, impossvel de ser imaginado 781 GIRAR 1785-no g. bem =ser ou estar mentalmente desequilibrado; no bater bem 782 2 GIRO 1786-buscar ou procurar g.=ir-se embora; partir 783 GIZAR 1787-g. por= dar mostras de; sinalizar 784 GODO 1788-piar de g.=agir como um rico, folgando, bebendo e comendo muito 785 GOELA 1789-cair na g. do lobo= ir ao encontro de perigo, expor-se deliberada e imprudentemente 1790-molhar a g.=m.q. molhar a garganta 786 1 GOLPE
1791-queimar no g.= pr-se nervoso; zangar-se, irritar-se 787 1 GOMA 1792-cagar g.= ter o hbito de mentir; mentir 788 1 GONGO 1793-ser salvo pelo g.= livrar-se de um perigo ou situao constrangedora no ltimo instante 789 GORJA 1794-mentir pela g.=mentir despudorada e deslavadamente 790 GOSTO 1795-fazer g.= aprovar, apoiar, ficar feliz 1796-fazer o gosto de= satisfazer o desejo de; fazer a vontade de 1797-ter muito g.=ter muito prazer, muita satisfao 1798-tomar g. por= 1 comear a gostar de; 2 passar a ter mais entusiasmo para com (algo); 3 adquirir um hbito, um vcio, uma mania 791 GOTA 1799-dar a g. = m.q. dar a gota-serena 1800-ser a g. de gua = constituir-se em algo que desencadeia violenta reao de indignao, repulsa, clera; passar dos limites 792 GOTA-SERENA 1801-dar a g. = ficar muito zangado; irritar-se, abespinhar-se, dar a gota 793 1 GOTO 1802-cair no g. = sufocar, engasgar (com alimento); dar no goto 1803-cair no g. de = ser objeto de agrado, de ateno, por parte de; cair nas boas graas de; dar no goto de 1804-dar no g.= m.q. cair no goto 189 1805-dar no g. de =m.q. cair no goto de 794 GRAA 1806-cair nas g. de=1 conquistar a simpatia ou a benevolncia de (algum); 2 adquirir prestgio junto a (algum) 1807-fazer g.=1 fazer alguma coisa tentando atrair a ateno de algum; fazer momices, fazer visagem; 2 agir ou dizer coisas para provocar o riso de (outrem) 1808-ficar sem g.= 1 deixar de ter a graa natural que tinha antes; perder a graa; 2 ficar envergonhado, constrangido; desconcertar-se, perder a graa 1809-no ser de (muita) g.= ser srio, austero, sisudo 1810-perder a g.= m.q. ficar sem graa 1811-ter g. s pilhas= ser muito engraado; ter graa ou esprito 795 1 GRAMA 1812-comer g.= 1 ser fintado e cair de maneira ridcula, esp. com o rosto no cho; 2 esperar por muito tempo uma oportunidade na equipe principal 796 GRAVATA 1813-passar a g. colorada em= matar por degolamento; degolar, gravatear 797 GREGO 1814-ver-se g. para= ver-se em dificuldades para 798 GRILO 1815- encangar grilos = estar toa, sem nada para fazer 799 GRIMPA 1816-levantar a g.=1 mostrar-se orgulhoso ou insubmisso; 2 manifestar algum tipo de reao; protestar 800 GRITO 1817-ganhar no g.= coagir (algum) atravs de brados, exclamaes agressivas e impacientes a fazer alguma coisa contrria a sua vontade; fazer ceder 801 GROSSO 1818-falar g.= 1 falar usando tom de voz grave, ger. para demonstrar autoridade; 2 repreender; 3 demonstrar vaidade, arrogncia 802 GUAMPA 1819-bater guampas = m.q. bater orelha(s) 803 GUARDA 1820-montar g.= estar em viglia; vigiar
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM H
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 804 HBITO 1821-deixar ou despir o h.= desistir do sacerdcio ou da vida conventual; lanar o hbito s ervas ou s urtigas 1822-lanar o h. s ervas ou s urtigas= 1 m.q. deixar o hbito; 2 deixar sua posio social; libertar-se de peias; 3 entregar-se devassido 1823-tomar ou vestir o h.= ordenar-se padre, tornar-se monge ou monja, entrar para o convento 805 HAVER 1824-h. como= ser de algum modo possvel; existir maneira de 1825-h. por bem = 1 considerar oportuno ou conveniente (fazer algo ou agir de determinada maneira); julgar certo, escolher; 2 dignar-se a; assentar 1826-no h. como= no existir (pessoa, coisa) como 806 HONRA 1827-fazer as h. da casa= receber hspedes com especiais atenes e cuidados para que eles se sintam bem no ambiente em que esto sendo recebidos 1828-lavar a h.=desafrontar-se de uma calnia, injria etc., ger. matando o ofensor 807 HORA 1829-chegar a sua h.= estar morrendo ou prestes a morrer 1830-fazer h. ou horas= ocupar o tempo de qualquer maneira enquanto se espera por algum ou algo 1831-fazer h. com= zombar, escarnecer de algum
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM I
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 808 IDIA 1832-alertar as i.= embriagar(-se) 1833-trocar idias= bater papo, conversar 809 IGNORNCIA 1834-apelar ou partir para a i. = recorrer violncia fsica ou verbal diante de algum problema 810 IGREJA 1835-casar na i. = unir-se a algum segundo as formalidades do casamento 811 IGUAL 1836-no ter i. =ser nico, mpar; no ter pessoa que se lhe compare 812 IMPOSSVEL 1837-fazer ou tentar o i.= esforar-se ao mximo 813 IMPROVISATA 1838-fazer uma i. = aparecer com a inteno de agradar e sem aviso prvio (na casa de algum) 814 1 INCIA 1839-cumprir a i.= obedecer s prescries legais e regulamentares 1840-estar fora da i.= desobedecer s leis e regulamentos 1841-ser da i.= pautar o comportamento no respeito s leis e regulamentos 815 INANA 1842-comear a i.= surgir aborrecimento 190 816 INCERTA 1843-dar uma i.= surpreender ou flagrar, fazendo uma visita sem prvio aviso ou algo no combinado 817 INCLINADO 1844-ser bem i. = ter boa ndole; tender para o bem 1845-ser mal i.= ter m ndole; tender para o mal 818 INCULCA 1846-deitar inculcas = realizar indagaes (sobre algo ou algum) com o auxlio de outrem 819 NDEX 1847-estar ou pr no . = estar assinalado ou assinalar (algum ou algo) como indesejvel, pernicioso; estar excludo ou excluir 820 INFERNO 1848-descer ao i.= sofrer muito; padecer, penar 1849-ir para o i.= 1 morrer; ir para os quintos, ir para os quintos dos infernos; 2 expresso de raiva, impacincia, dio com relao a algum ou algo que se deseja mandar para um local longe e muito desagradvel, como o inferno; ir para os quintos, ir para os quintos dos infernos, danar-se 821 INJRIA 1850-sofrer as i. do tempo = estar arruinado; sentir-se envelhecido, fraco 822 INSTRUMENTO 1851-tocar sete i.= ser pessoa de mltiplas atividades, de mltiplos talentos 823 INVEJA 1852-matar (ou morrer) de i.= causar (ou sentir) grande inveja 1853-no ter i. a = no ser inferior a, no perder na comparao com 1854-ter i.= invejar a fortuna, o bem de que outrem goza 824 IR 1855-ir(-se) abaixo= 1 cair, desmoronar-se; 2 deixar de vigorar 1856-ir a= seguido de um locativo, indica estada passageira 1857-ir adiante =prosseguir, continuar 1858-ir alm = avantajar-se, exceder, ultrapassar 1859-ir andando = m.q. ir(-se) indo 1860-ir atrs de = deixar-se levar por, confiar, acreditar em 1861-ir chegando = estar de partida, ir embora, retirar-se; ir puxando 1862-ir contra= ser contrrio, obstar, lutar contra 1863-ir(-se) desta para a melhor= morrer 1864-ir(-se) embora= retirar-se, ausentar-se; partir 1865-ir em frente= 1 dar seguimento a algo; levar adiante, prosseguir; ir por diante; 2 no se deixar frustrar; ir por diante 1866-ir feito com= 1 estar de parceria com (algum); 2 estar conluiado com (algum) para determinado fim 1867-ir(-se) indo= 1 ir vivendo sem novidades; ir andando; 2 no ter maiores sucessos ou fracassos em suas atividades; ir andando 1868-ir levando = deixar correr a vida, sem projetos nem preocupaes 1869-ir longe= 1 justificar expectativas de sucesso; prometer muito de si; 2 fazer progressos, fazer fortuna, subir na vida; 3 ter conseqncias de extenso e gravidade imprevisveis; 4 estar distante (falando-se de tempo) 1870-ir muito longe= exceder-se 1871-ir navegando= ir vivendo, enfrentando os altos e baixos da vida 1872-ir para =seguido de um locativo, denota permanncia ou estada alongada 1873-ir para cima =ser promovido; ascender socialmente 1874-ir por diante= m.q. ir em frente 1875-ir puxando= 1 m.q. ir chegando; 2 morrer 825 1 ISCA 1876-morder a i.=cair algum em armadilha preparada por outrem; deixar-se lograr
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM J
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 826 JACAR 1877-pegar j.= nadar, deslocando-se na gua impulsionado pela rebentao de uma onda, at a praia; pegar onda 827 JAMEGO 1878-sapecar o j.= assinar 828 JANELA 1879-dar com a j. na cara de ou a= fechar com descortesia uma janela a algum postado fora da casa ou construo 1880-entrar pela j.=furtar-se aos trmites normais e obrigatrios (provas, concursos, apresentao de ttulos), para ingressar em uma instituio, exercer um cargo, conseguir um benefcio etc. 829 JEITO 1881-cair no j.= vir feio; ser agradvel 1882-dar um j.= arrumar melhor 1883-dar um j. em= 1 impor disciplina a; fazer que (algum) se comporte; 2 retificar (algo); consertar, reparar 1884-fazer j.= vir a propsito; calhar, convir 1885-fazer o j.=fazer a vontade; prestar o auxlio que se pediu 191 1886-ser de j.=ser possvel 830 JEJUM 1887-quebrar o j.=1 fazer a primeira refeio, pela manh ou depois de ter estado em jejum; desjejuar; 2 ingerir alimento antes do prazo previsto para encerramento do jejum 831 JEQUI 1888-botar num j.= pr em apuros, em situao difcil 832 JOELHO 1889-ajuntar j.(s) = estar inativo, sem trabalhar, madraceando 1890-cair de joelhos= 1 ajoelhar-se; 2 arrepender-se, pedir perdo 1891-dobrar o(s) j.(s)=1 ajoelhar-se; 2 humilhar-se, submeter-se 833 JOGADA 1892-morar na j.=aperceber-se de uma situao; entender uma explicao; estar por dentro 1893-tirar da j.=eliminar, afastar 834 JOGAR 1894-j. fora= 1 descartar-se de (algo); pr no lixo; botar fora; 2 no aproveitar; desperdiar, perder 835 JOGO 1895-abrir o j.=4 declarar francamente suas intenes; expor-se, confessar; 5 dar publicidade a algo pouco ou nada conhecido, que se vinha mantendo em sigilo parcial ou completo 1896-amaciar o j.=2 facilitar as coisas para os outros; deixar de exigir, de criar problemas 1897-cantar o j.=1 orientar, de fora, os jogadores durante uma partida (p.ex., de cartas); 2 prever uma ocorrncia, um sucesso, um problema etc. 1898-entrar no j.=2 aceitar as regras de uma atividade, uma situao; 2.1 transigir, ceder 1899-entregar o j.=1 deixar de se empenhar no jogo; 2 no prosseguir em um intento, abrir mo de algo; 3 m.q. abrir o jogo ('confessar'); 4 desistir de lutar, de agir ou de rebelar-se 1900-esconder o j.=1 no mostrar os jogos que tem na mo, esp. os trunfos; 2 ocultar as verdadeiras intenes ou no revelar sua real situao 1901-estar em j.=1 estar em causa; ser matria de deciso; 2 correr risco 1902-saber jogar o j.= saber como fazer, como agir 1903-ter j. de cintura= 2 saber livrar-se de problemas, maadas; saber contornar problemas; 3 ser articulado, confivel 1904-ter o j. na mo =estar senhor da situao; ter as cartas na mo 1905-virar o j. =acabar por vencer (pessoa ou grupo que estava perdendo) 836 JOIO 1906-separar o j. do trigo= separar o que ruim do que bom; no colocar tudo no mesmo saco 837 JUDAS 1907-pegar algum para j.= fazer um indivduo de vtima, escarnecendo dele ou atormentando-o 838 JUIZ 1908-casar no j.= casar-se no civil 839 JUZO 1909-abrir o j.= m.q. abrir o entendimento 840 JULGADO 1910-passar em j.= 2 dar por definitivamente encerrado um assunto 841 JUNTA 1911-cortar na j.= chegar na hora exata de uma refeio 1912-errar a j.= cometer erro grosseiro, no acertar 842 JURO 1913-pagar com juros= pagar caro 843 JUS 1914-fazer j. a= 1 conceder o direito a; 2 ser merecedor de 844 JUSTIA 1915-fazer j.=1 aplicar a pena cominada, esp. a de morte; justiar; 2 reconhecer uma virtude, uma qualidade etc. em algum ou em algo 1916-fazer j. pelas prprias mos= tomar a si o encargo de julgar e punir, que deveria caber Justia; vingar-se 845 JUSTO 1917-pagar o j. pelo pecador= 1 recair o castigo ou a repreenso sobre aquele que no tem culpa, ficando impune o culpado; 2 o mesmo castigo aplicado indiscriminadamente a um grupo em que no foi possvel identificar os responsveis
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM L
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 846 L 1918-ter l = ser muito acanhado ou tmido 847 LBIO 1919-ter nos l. = estar a ponto de dizer alguma coisa 848 LADO 1920-cortar pelos dois l.= praticar o homossexualismo ativo e passivo 1921-olhar de l.= olhar disfaradamente, com acanhamento ou embarao; olhar com desprezo ou desdm 1922-pr de l. =1 pr em separado, pr parte, deixar de reserva; 2 abandonar, esquecer; desistir de; desprezar, desconsiderar; 3 guardar de reserva; poupar; 4 deixar para estudo posterior 192 849 LADRO 1923-botar pelo l.=1 sobrar (ger. pblico, dinheiro); 2 expelir do estmago pela boca; vomitar 1924-sair pelo l. =ser farto, copioso, em grande abundncia 850 LGRIMA 1925-chorar lgrimas de sangue=1 ver-se tomado de imensa aflio, de dor, de tristeza; 2 ser tomado de choro intenso e sentido 1926-ter lgrimas na voz= falar em tom forosamente enternecedor ou comovente 851 LAMBA 1927-passar l.=amargar vida dura e difcil; comer o po que o diabo amassou 852 1 LAMPA 1928-levar as l. a= avantajar-se a, demonstrar superioridade em relao a 853 LAMPARINA 1929-acender a l.=pr bebida no copo vazio; ingerir bebida alcolica, embriagar-se 854 1 LANA 1930-abaixar a l.=dar-se por vencido 1931-meter uma l. em frica= praticar uma proeza, conseguir realizar algo quase impossvel, obter resultado inesperado 1932-quebrar lanas por= fazer o possvel por, dar de si o mximo, pelejar, lutar renhidamente por algum ou alguma coisa 855 LANCE 1933-errar o l.=deixar de acertar; dar em falso, falhar 856 LAR 1934-andar ao ou no l.=1 levar a vida vadiando, sem fazer nada; larear; 2 funcionar de forma irregular ou precria; 3 estar em m situao 857 1 LARGA 1935-criar na l. = criar solto, vontade, sem cercar 1936-dar largas a = dar liberdade a, deixar fluir; desabafar 858 1 LARGO 1937-fazer-se ao l. =1 navegar para longe da costa, afastar-se do litoral; 2 partir, afastar-se de um determinado ponto 1938-passar ao (ou de) l.=1 passar longe da costa; passar (a embarcao) sem aportar; 2 no abordar ou no tratar a fundo de 859 LASCADO 1939-estar l.= estar em m situao; estar arrasado 860 LASQUINHA 1940-tirar uma l.= 1 tirar proveito de algo a que outra pessoa fez jus; 2 apalpar ou encostar-se a uma outra pessoa com fins libidinosos; 3 dormir por um breve espao de tempo; dormitar 861 LATA 1941-abrir a l. =repetir o que mandaram afirmar sem a pessoa o ter visto 1942-amarrar a l. = m.q. dar a lata 1943-dar a l.= 1 repelir aspiraes amorosas; 2 despedir do emprego 1944-levar a l.=1 ver repelidas suas aspiraes amorosas; 2 ser despedido do emprego 862 LATIM 1945-gastar ou perder o seu l.= 1 gastar ou perder tempo com algum que no entende, ou no quer entender, o que se lhe diz; 2 trabalhar ou esforar-se inutilmente 863 LECHEGUANA 1946-tirar l.= passar muito frio durante a noite, por insuficincia de cobertor 864 LGUA 1947-conhecer algum s l.= perceber facilmente a natureza, a maneira de ser de algum 865 LEI 1948-pisar na l.=cometer infrao 866 LEITE 1949-esconder o l.=1 manter reservas; no revelar, guardar sigilo esp. sobre posses; 2 negar o prometido; 3 revelar covardia 1950-tirar l. de pedra= 1 conseguir algo tido como impossvel; 2 buscar onde no existe 1951-tirar l. de vaca morta= lamentar-se acerca do que irremedivel 867 LEITO 1952-guardar o l.= 1 estar na cama; 2 manter-se por um longo tempo na cama, em razo de doena 1953-sair do l. (um rio)=transbordar 868 LEMBRANA 1954-ter l. de= recordar-se, lembrar-se de; pensar em 869 LEME 1955-perder o l.=ficar desnorteado, no saber o que fazer; desorientar-se 1956-ter o l.= exercer a direo de; administrar, governar 870 LENHA 1957-deitar l. na fogueira= agravar uma disputa, um desentendimento; atiar um desejo; envenenar 1958-entrar na l.= levar uma surra; apanhar 1959-fazer l.= fazer avarias em ou danificar uma embarcao devido a manobra mal executada 871 LETRA 1960-tirar de l.= 1 fazer, safar-se de (algo) com grande facilidade; 2 suportar (algo) facilmente 872 LEVAR 1961-l. a bem= 1 aprovar, consentir; 2 tomar no bom sentido, no se ofender com; gostar 1962-l. adiante= procurar realizar; pr em execuo 1963-l. a mal= aborrecer-se, ofender-se 873 LIGAO 1964-cair a l.= ter a ligao telefnica cortada 874 1 LIMPA 1965-fazer a ou uma l.= roubar, levando tudo 875 LIMPEZA 1966-dar uma l. =m.q. fazer uma limpeza 1967-estar l.=estar tudo bem, sem problemas. 1968-fazer uma l.= 1 proceder a um trabalho de limpeza qualquer (varredura, 193 despejo, caiao etc.); limpar; 2 furtar ou roubar; 3 despedir ou expulsar do trabalho gente incapaz, preguiosa, incompetente ou inescrupulosa; dar uma limpeza 876 LIMPO 1969-ficar l.= 1 ficar sem dinheiro; 2 ter o nome reabilitado 1970-passar a l.= 1 passar para outro suporte (p.ext., outro papel), introduzindo as melhores correes; tirar uma cpia limpa; 2 resolver de vez 1971-sair l.= 1 sair sem dar motivos para queixas, mantendo a boa reputao; 2 ir embora sem nenhum dinheiro ou bem 1972-tirar a l.= deixar claro, eliminar as dvidas 877 LNGUA 1973-bater com a l. nos dentes= cometer indiscrio ao falar, revelar segredos de outras pessoas, por falar demais; dar lngua, dar com a lngua nos dentes 1974-dar a l.=mostrar a lngua para provocar algum, em sinal de gracejo ou de afronta e insulto; estirar a lngua, tirar a lngua 1975-dar ou de l.=1 m.q. bater com a lngua nos dentes 1976-dar com a l. nos dentes= m.q. bater com a lngua nos dentes 1977-desembainhar a l.= falar muito 1978-desenferrujar a l.=falar longamente, depois de ter passado muito tempo calado 1979-dobrar a l.= 1 reconsiderar, emendar algo que se disse; 2 falar com respeito; pr-se em seu lugar; 3 m.q. enrolar a lngua 1980-engolir a l.= manter-se obstinadamente silencioso; ficar calado de propsito 1981-enrolar a l.= calar-se; dobrar a lngua 1982-estar com a l. coando= ter vontade ardente de contar algo que possivelmente no para ser dito ou que se sabe ser indevido 1983-estirar a l.=m.q. dar a lngua 1984-meter a l.=falar mal; criticar 1985-morder a l.=conter-se ante alguma coisa que iria ser pronunciada; deixar de falar algo; calar-se 1986-no falar a mesma l.= 1 diferir inteiramente de outrem na maneira de proceder, agir e pensar; divergir; 2 no conseguir fazer-se entender 1987-pagar pela l.= guardar silncio ou falar pouco 1988-pegar-se a l. a algum= no saber o que dizer; gaguejar, tartamudear 1989-puxar pela l. de= levar algum com manhas e artifcios a fazer revelaes, a dizer mais do que o pretendido 1990-ser ou ter uma lngua de palmo e meio= ser mexeriqueiro, maldizente, indiscreto, caluniador 1991-ser ou ter uma l. suja= ser desbocado, exceder-se em linguagem obscena 1992-soltar a l.=1 falar sem titubear; revelar tudo; 2 falar muito; tagarelar 1993-ter a l. maior que o corpo= falar demais, ser indiscreto 1994-ter debaixo da l.=estar quase a recordar-se de 1995-tirar a l.=m.q. dar a lngua 1996-trocar l.=conversar, prosear 878 LINGIA 1997-encher l.= 1 pronunciar discurso longo e vazio de idias apenas para ocupar o tempo; 2 escrever de forma prolixa, sem ir direto ao assunto em pauta; 3 gastar tempo com assuntos muito diversos daquele esperado ou proposto 879 LINHA 1998-andar na l.=proceder, agir como os outros esperam ou desejam 1999--dar l.= 1 afrouxar o fio que prende um papagaio ('brinquedo'), um animal preso por coleira, um anzol de pesca etc.; 2 oferecer (um aparelho telefnico) condies de discagem para conexo com outro aparelho 2000-entrar em l. de conta= 1 introduzir na conta como parcela; 2 fazer caso, levar em considerao 2001-entrar na l.= aceitar regras disciplinadoras; abandonar comportamento rebelde ou bomio; tomar juzo 2002-passar a l.=atravessar o equador, a linha equinocial 2003-perder a l.= 1 perder a compostura; desmandar-se; 2 perder a esbelteza; engordar 2004-saber as l. com que se cose= conhecer as prprias dificuldades 2005-sair da l.=proceder, agir contrariamente ao que os outros esperam ou desejam 2006-ter l.=demonstrar o aprumo ou a gravidade que convm a certas posies sociais 2007-tirar uma l.= 1 dar uma olhadela; observar; 2 fazer a corte; flertar 880 LIVRO 2008-ser um l. aberto= no ter segredos 881 LOBO 2009-comer como um l.= comer com voracidade e demasiadamente 882 LOMBO 2010-endurecer o l.= 1 contrair, enrijecer o lombo para corcovear (falando de cavalgaduras); 2 teimar, zangar-se, no querer obedecer, no ceder 2011-ter l. para= poder agentar-se com; poder suportar alguma coisa 883 LONCA 2012-dar a l.= morrer 884 LONGE 2013-enxergar ou ver l.=ser capaz de prever os acontecimentos (pelo raciocnio 194 lgico, pela astcia, experincia e/ou sabedoria) e saber tirar partido dessa capacidade 2014-estar l. de=ter disposies contrrias a fazer determinada coisa 2015-ir l.= 1 adiantar-se, seguir adiante, afastando-se consideravelmente do ponto em que se encontrava; 2 progredir (material e/ou espiritualmente); 3 desenvolver- se, esp. com conseqncias imprevisveis 2016-ir muito l.= exagerar no que dito ou feito; exceder-se 885 LORO 2017-encurtar os l. =no emitir palavra; calar-se 886 LOUCA 2018-dar a l.=ficar louco; enlouquecer 2019-estar com a l.= estar fora de si, estar amalucado, perder o juzo 887 LOUA 2020-pedir l.= m.q. pedir penico 888 LOUVADO 2021-tomar l.= pedir bno 889 LUA 2022-estar de l.=estar de mau humor, mostrar-se intratvel 2023-ser de l.=ser imprevisvel no que diz e faz; ter comportamento instvel; ser de veneta 890 LUGAR 2024-dar l. a= 1 permitir, dar oportunidade, ocasio; 2 ser causa de; motivar; 3 arrumar, oferecer espao para que algum se sente ou possa estar 2025-no esquentar l.= estar constantemente mudando de lugar, esp. de emprego; no aquentar (ou esquentar) o lugar 2026-no esquentar o l.= no se demorar, sair logo dos lugares aonde vai 2027-pr-se no seu l.= portar-se como o exige a sua posio social 2028-ter l.=1 tomar assento; ocupar certo lugar ou posio; 2 acontecer, ocorrer, realizar-se 2029-ter o primeiro l.= estar colocado antes que os demais, numa srie ou numerao; ser considerado o primeiro em mritos, qualidades etc. 2030-ter seu l.=vir a propsito; ser admissvel ou lgico, ter cabimento 891 LUME 2031-dar a l.=publicar, esp. imprimir um livro, uma obra; tirar a lume 2032-ter l. de= 1 ter vago conhecimento ou possuir uns vislumbres de; 2 ter vislumbres, noes ou leves conhecimentos de 2033-ter l. no olho= 1 viver ou demonstrar existncia de vida; 2 ser perspicaz, atilado ou inteligente, no se deixar lograr por outrem 2034-tirar a l.= m.q. dar a lume 2035-trazer a l.= tornar notrio, pblico; declarar, manifestar, publicar 2036-vir a l.= vir luz, esp. ser publicado 892 LUTA 2037-ir l.=esforar-se; enfrentar as dificuldades 893 LUTO 2038-estar de l.=1 estar triste, pesaroso; 2 vestir-se de preto pela morte de algum familiar; estar de nojo 2039-guardar l.= respeitar o perodo do luto, de acordo com os costumes de cada sociedade 2040-pr l.=vestir-se de luto por algum 894 LUVA 2041-assentar (ou cair) como uma l.=combinar perfeita e adequadamente (como a luva que se ajusta sob medida mo que veste) 2042-atirar a l.= incitar ao combate, luta; desafiar, provocar 2043-dar (ou bater) com l. de pelica= ser irnico, mordaz e/ou ferino, sob a aparncia de polidez e finas maneiras 2044-escrever com l. branca= escrever medindo as palavras, com o mximo de delicadeza, com muito tato 2045-levantar a l.= aceitar desafio; responder a ataque 895 LUXO 2046-dar-se ao l. de= permitir-se certo capricho ou extravagncia; permitir-se o luxo de 2047-fazer l. de algo= enaltecer as qualidades de algo ou vangloriar-se de algo 896 LUZ 2048-dar l. = 1 parir (um filho); 2 publicar (uma obra); tirar luz 2049-dar uma l. = apresentar uma alternativa, idia, sada para um problema, situao etc. 2050-lanar l. sobre= tornar claro, inteligvel; explicar, elucidar 2051-perder a l.= 1 sentir que se turva ou se obscurece a vista; ficar cego; 2 perder os sentidos; enfraquecer, esmorecer; 3 perder a capacidade de percepo, a acuidade 2052-perder a l. da razo= ficar louco; enlouquecer 2053-sair l.= 1 ser publicado; 2 tornar-se visvel; aparecer, mostrar-se 2054-tirar l.= m.q. dar luz ('publicar') 2055-vir l.= 1 vir ao mundo; nascer, ver a luz; 2 tornar-se conhecido; popularizar- se; 3 ser editado, impresso, publicado; vir a lume 897 1 LZIO 2056-ferrar o l.= pegar no sono; adormecer 898 LUZIR 2057-l. o buraco= 1 acompanhar o amanhecer de dentro de casa; 2 morrer
195 DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM M
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 899 1 MACA 2058-meter na m.= agir dissimuladamente; enganar, lograr, intrujar 2059-pr a m. abaixo= falar com toda a franqueza 900 1 MACACA 2060-estar com a m.=encontrar-se irritadio, inquieto 901 MACACO 2061-dar no m.=masturbar-se (o homem) 2062-ter m. no sto= estar um tanto amalucado, meio doido 902 MACAIA 2063-pitar m.= morrer, falecer 903 MACHINHO 2064-carregar os m.=ficar bbedo; embriagar-se, embebedar-se 904 1 MADEIRA 2065-bater na m.=repelir mau agouro; tocar na madeira, isolar 2066-tocar na m.=m.q. bater na madeira 905 ME 2067-falar na m. de =ofender (algum), insultando-lhe a me 2068-ficar como a m. de so Pedro= no ter onde ficar 2069-ser uma m.=ser pessoa que facilita a vida de outro(s), seja por sua humanidade, delicadeza, presteza, diligncia, seja pelo prprio mau desempenho etc. 906 MAIOR 2070-ser o m.=ser o melhor de todos; ser mais ilustre ou importante que os seus pares; ser o tal 907 MAL 2071-cortar o m. pela raiz= extirpar tudo o que prejudica ou incomoda 2072-deitar para m.= m.q. levar a mal 2073-levar a m.= 1 no consentir; deitar para mal, reprovar; 2 tomar em mau sentido, ofender-se com; deitar para mal 908 1 MALA 2074-arrastar a m.= sair-se mal de uma empresa; ser logrado 2075-arrastar m.=alardear valentia; fazer ameaas 2076-arrumar a m.= ir embora, espontaneamente ou por imposio 2077-fazer a m.= 1 conseguir um bom dinheiro; 2 m.q. fazer as malas 2078-fazer as m.=1 preparar-se para viajar; fazer a mala; 2 dispor-se a partir, a deixar um lugar; retirar-se, fazer a mala; 3 morrer; fazer a mala 2079-trazer na m.= deixar deliberadamente de mencionar algo interessante ou til; ocultar o melhor 909 MALBARATO 2080-fazer m. de si= menosprezar-se, depreciar-se 910 MALCIA 2081-deitar m.= m.q. deitar peonha 911 MANDAMENTO 2082-assentar os cinco m.= dar uma bofetada, por aluso aos cinco dedos da mo 912 MANDAR 2083-m. embora= mandar sair (de emprego, servio); despedir, dispensar 913 MANDIOCA 2084-render que s m. de vrzea= no ter fim; ser interminvel 914 MANEADOR 2085-passar os m.= amarrar, subjugar (algum) 915 1 MANGA 2086-arregaar as m.= entregar-se inteiramente a um trabalho, a uma tarefa; pr- se a fazer algo com empenho e resolutamente 2087-botar as m. de fora= atrever-se, exceder-se, tomar atitudes censurveis, esp. aquele que parecia incapaz de faz-lo; pr as mangas de fora, botar as manguinhas de fora, pr as manguinhas de fora 2088-dar mangas= oferecer condies para ou permitir que algo se realize 2089-pr as m. de fora= m.q. botar as mangas de fora 2090-ser m. de colete= ser pouco comum, raro; ser difcil de encontrar 916 MANGUINHA 2091-botar ou pr as m. de fora= m.q. botar as mangas de fora 917 MANIFESTO 2092-dar ao m.= 1 fazer declarao do carregamento trazido por um navio ou de mercadorias expostas venda; 2 declarar, confessar 918 MANO 2093-ficar a m.=em igualdade de condies, numa parada de jogo 2094-sair de m.=retirar-se do jogo sem perder nem ganhar 919 MANTA 2095-abrir a m. morta= preparar o solo para matar ervas daninhas 2096-pintar a m.=m.q. pintar e bordar 920 MANTEIGA 2097-passar m. em focinho de cachorro= m.q. passar manteiga em venta de gato 2098-passar m. em focinho de gato =m.q. passar manteiga em venta de gato 2099-passar m. em venta de gato = 1 aconselhar em vo ou fazer o bem a pessoa mal-agradecida; passar manteiga em focinho de cachorro, passar manteiga em focinho de gato; 2 fazer algo em vo; perder o tempo; passar manteiga em focinho de cachorro, passar manteiga em focinho de gato 921 1 MO 2100-abrir a m.= 1 deixar cair, largar; 2 tornar livre (o que est limitado, preso); soltar, libertar 2101-abrir as m.= 1 ser liberal, favorecer; 2 aceitar peita, suborno 2102-abrir m. de= desistir, desinteressar-se de; ceder, abandonar 2103-agentar a m.= 1 arcar com ou enfrentar as dificuldades; resistir, agentar as pontas; 2 aguardar com pacincia 2104-assentar a m.= 1 bater muito, com fora ou disposio; surrar; 2 brigar, 196 lutar; 3 agredir verbalmente; ser severo ou rspido 2105-assentar a m. em= m.q. descer o brao em 2106-banhar as m. no sangue de= cometer homicdio; assassinar 2107-botar a m. em= m.q. pr a mo em 2108-botar a m. na conscincia= m.q. pr a mo na conscincia 2109-dar a m. a= 1 estender a mo a outro em gesto de cumprimento ou felicitaes; 2 ajudar, vir em socorro de; favorecer, socorrer 2110-dar a m. ao bolo= m.q. dar a(s) mo(s) palmatria 2111-dar a(s) m. palmatria= reconhecer ter sido vencido ou estar enganado 2112-dar a ltima m.= dar o acabamento final, os ltimos retoques 2113-dar de m. a= desviar de si, pr de lado; dispensar, renunciar, abandonar 2114-dar m. forte a= emprestar apoio a; solidarizar-se com 2115-dar uma m. ou mozinha a=ajudar, dar mo a 2116-deitar a m. a= 1 roubar, meter a mo; 2 receber, botar ou pr a mo 2117-deitar a m. em= 1 apoderar-se de; 2 m.q. descer o brao em 2118-deixar de m.= m.q. dar de mo a 2119-deixar na m.= faltar a um compromisso 2120-desabrir de m.= m.q. abrir m. de 2121-desabrir m. de= abrir mo de; abandonar 2122-destampar a m. em= m.q. descer o brao em 2123-esfincar a m. em= m.q. descer o brao em 2124-estender a m. a= 1 cumprimentar, saudar; 2 pedir ou dar ajuda a algum 2125-fazer m. baixa em= roubar, rapinar 2126-fazer m. de gato= roubar, furtar 2127-ficar na m.= ser logrado, ficar prejudicado em alguma coisa, sair perdendo 2128-fincar a m. em= m.q. descer o brao em 2129-forar a m.=m.q. forar a nota 2130-haver (s) mo(s)=pegar com as mos; apanhar, segurar 2131-jogar de m.=1 ser o primeiro a jogar, por estar direita daquele que deu as cartas; 2 dar patada; coicear 2132-lanar m. de= valer-se ou servir-se de, utilizar, recorrer 2133-largar de m.= m.q. dar de mo 2134-lascar a m. em= m.q. descer o brao em 2135-lavar as m.=eximir-se de qualquer responsabilidade, furtar-se s conseqncias 2136-levantar a(s) m.= tentar bater em algum 2137-levantar as m. ao cu= agradecer ou dar-se por satisfeito com o que j tem 2138-mandar a m. em= 1 roubar, furtar; 2 m.q. descer o brao em 2139-meter a m. em= 1 interferir, intrometer-se em; tomar conhecimento de, examinar; 2 roubar, furtar; 3 m.q. descer o brao em 2140-meter a m. em cumbuca=cair em cilada, expor-se a perigos, envolver-se com o que no deve 2141-meter m. obra= lanar-se com resoluo e nimo ao trabalho 2142-molhar a m. de= 1 dar gorjeta, propina a; 2 dar dinheiro, em troca de algum favor ou concesso; 3 subornar esp. um funcionrio encarregado de autuar, multar etc. (para que no faa) 2143-no ter m. de (ou em) si= perder o controle de si, no se dominar 2144-passar a m. em= 1 apanhar, pegar, carregar; 2 furtar, surrupiar, carregar sem o consentimento do dono; desculpar, relevar as faltas de 2145-pedir a m. de =pedir em casamento 2146-perder a m.=j no ter mais a mesma habilidade, o mesmo jeito para executar alguma coisa 2147-pr a m. em= 1 interferir, meter a mo, mexer; 2 receber, deitar a mo 2148-pr a m. na conscincia= fazer auto-avaliao de sentimentos, palavras e conduta para reconhecer possveis faltas; botar a mo na conscincia 2149-pr a(s) m.(s) no fogo por= no ter qualquer dvida a respeito da integridade, da competncia e do carter de (algum) 2150-pr as m.= unir as mos em gesto caracterstico de splica ou de quem ora 2151-pr m. obra= m.q. meter mos obra 2152-sair na m.= m.q. vir s mos 2153-sentar a m.= m.q. assentar a mo 2154-sentar a m. em= m.q. descer o brao em 2155-tacar a m. em =m.q. descer o brao em 2156-ter m.= ter perto de si, ao alcance da mo; ter facilidade de obter 2157-ter a m. feliz= 1 ganhar sempre, em especial no jogo; 2 ver bom resultado em tudo quanto empreende 2158-ter as m. rotas= 1 ser generoso, liberal ou prdigo; 2 ser muito 197 sujeito a deixar cair das mos objetos que pega 2159-ter da sua m.= ter do seu lado ou a seu favor; ser auxiliado por 2160-ter de sua m.= amparar, proteger 2161-ter entre m.= estar, no momento, ocupado com dado assunto ou trabalho 2162-ter entre as m.= m.q. estar com as m. na massa 2163-ter m.= 1 sustar o que se estava fazendo ou estava para fazer; reprimir; 2 amparar, parar; 3 suspender o que ia fazer ou o que estava fazendo; 4 tomar cautela 2164-ter m. de= obstar, segurar 2165-ter m. em = 1 amparar, segurar; parar; 2 impedir que algum cometa um desatino, uma tolice; ter mo, reprimir; 3 impedir que algum faa alguma coisa 2166-ter m. e mando em= dominar, ditar a lei 2167-ter m. leve= 1 ter as mos sempre prontas para bater, espancar; 2 ser punguista, ladro 2168-ter m. ou a m. leve= estar sempre pronto para bater 2169-ter m. para= ser perito em alguma obra manual 2170-ter pela m.= 1 segurar pela mo; 2 estar unido a algum pela mo; conservar a mo de algum entre as suas; 3 dirigir, encaminhar, guiar 2171-untar as m. de= subornar, peitar 2172-vir m.= vir s boas, concordar 2173-vir s m.= lutar, brigar, ir s vias de fato 922 MO-CHEIA 2174-acertar de m.= revelar preciso ou perfeito conhecimento de algo; acertar na mosca 923 MOZINHA 2175-dar uma m.= dar a mo a; ajudar, auxiliar 924 MAPA 2176-no estar no m.= ser extraordinrio, ser fora do comum 2177-tirar um m.= olhar atentamente; observar, reparar 925 1 MAR 2178-abrir mares = ser o primeiro a navegar neles 2179-crescer o m.= aumentar o volume de suas guas 926 MARAVILHA 2180-dizer maravilhas de = elogiar (algum ou algo) em termos calorosos 2181-fazer maravilhas = realizar prodgios; executar algo muito bem 927 MARCAO 2182-estar de m. com = fazer de algum alvo de suas constantes perseguies, principalmente no sentido de prejudic-lo, amofin-lo ou ridiculariz-lo; implicar com 928 MARCHA 2183-abrir a m.= ir na vanguarda, ser o primeiro 2184-pr(-se) em m.=1 fazer andar ou pr-se a caminho;2 pr ou entrar em ao; ativar(-se) 929 1 MAR 2185-estar de m.= estar bem disposto, de bem com a vida 930 MARGEM 2186-deixar m.= pr de lado; abandonar; desprezar 931 MARRETA 2187-cascar a m.= meter o pau, atacar, falar mal; meter a marreta 2188-entrar na m.= apanhar, levar uma surra 2189-fazer m.=trapacear no jogo, com cumplicidade de um ou mais parceiros 2190-meter a m.= m.q. cascar a marreta 932 MAS 2191-deixar de m.=pr um termo s hesitaes 2192-haver sempre um m.=surgir em tudo um fator que dificulta, que contraria 933 MSCARA 2193-cair a m.=revelar(-se) um desgnio oculto, uma inteno velada, o verdadeiro carter, a verdade etc.; desmascarar(-se) 934 MASSA 2194-fazer boa m.= ter perfeito entendimento, dar-se bem, combinar-se bem 935 MATADURA 2195-tocar na m.= falar de uma coisa que motivo de vergonha ou pode ser doloroso para outrem 936 MATRIA 2196-entrar na m.= comear a tratar daquilo que realmente interessa; ir ao assunto principal 937 MATO 2197-botar no m.=jogar, botar fora 2198-cair no m.=fugir; esconder-se; capar o mato, ganhar o mato 2199-capar o m.= m.q. cair no mato 2200-ganhar o m.= m.q. cair no mato 2201-ir ao m.= ir defecar e/ou urinar 2202-ser m.=existir em grande quantidade, ser abundante 938 2 MATUTAGEM 2203-fazer m.=matar uma rs, ger. para comemorar algum evento 939 MXIMO 2204-ser o m. = 1 ser profundamente conhecedor de um assunto, uma matria; 2 ser muito bem dotado de qualidades 940 MEA-CULPA 2205-dizer ou fazer o m.= confessar a si ou aos outros a sua falta, o seu erro 941 MEAS 2206-pedir m. = 1 exigir a verificao de medida feita a olho ou tomada grosseiramente; 2exigir satisfao, explicaes; 3 julgar-se superior a; no temer comparaes com 942 MECHA 2207-agentar a m. = suportar tarefa cansativa ou algum aborrecimento 943 MEDALHA 2208-ser m. de ouro, prata ou bronze= ganhar medalha de ouro, prata ou bronze por ser, respectivamente, o melhor, o segundo ou o terceiro melhor em seu gnero, 198 numa dada atividade 944 1 MDIA 2209-fazer m.= 1 procurar ser simptico, mostrando-se amvel, agradvel; insinuar-se junto a algum; 2 prorrogar um trabalho, uma situao por convenincia prpria; fazer cera 945 MEDIDA 2210-encher as m.= 1 satisfazer completamente, agradar em cheio; 2 causar desagrado a; aborrecer, chatear, irritar; 3acrescentar a (algo) o que lhe falta, para completar; completar, prosseguir, continuar 2211-no ser de meias m.= tomar decises; no ser tmido 2212-no ter meia m.= no ter moderao, comedimento 2213-tomar m.= tomar precauo, fazer o necessrio 946 MEDO 2214-no ter m. de caretas = no temer ameaas, no se deixar intimidar 2215-pelar-se de m.= ser tomado por grande medo, por pavor 2216-ter m. da prpria sombra= 1 assustar-se por qualquer coisa; 2 ser covarde 2217-ter muito m. e pouca vergonha= temer o castigo mas no se emendar 947 1 MEIO 2218-embolar o m. de campo= tornar tudo muito confuso; complicar, atrapalhar 948 1 MEL 2219-ficar sem m. nem cabaa= ficar sem uma coisa nem outra; perder duplamente; perder o mel e a cabaa 2220-perder o m. e a cabaa= m.q. ficar sem m. nem cabaa 949 MELHOR 2221-faltar o m.= no ter dinheiro 2222-ir desta para a m.= morrer 2223-levar a m.= mostrar-se superior, sair vencedor; sobrepujar algum numa contenda, briga, discusso ou controvrsia 2224-mandar desta para a m.= matar 950 MELDIA 2225-dar-se a m.= acontecer o que se quer evitar, o que no era para acontecer 951 MEMRIA 2226-jurar pela m. de= fazer juramento em nome de uma pessoa j morta 2227-ter de m.= conservar na lembrana; recordar-se 2228-ter m. curta= esquecer muito facilmente 2229-ter m. de= ter lembrana de 2230-ter na m. o retrato de= lembrar-se perfeitamente de algum, recordar-se de suas feies 952 MENO 2231-fazer m. de= mostrar uma inteno por meio de movimento, gesto etc. 953 1 MENOR 2232-ser de m.= ser menor de idade 2233-tratar de m.= tratar com pouco respeito ou considerao 954 MENSAGEM 2234-levar m. a Garcia= 1 desincumbir-se de uma funo, uma tarefa; levar um servio a cabo, ainda que a duras penas; 2 dar o seu recado 955 MENTE 2235-ter em m.= ter como fim, como objetivo; procurar, tencionar 956 MERC 2236-pr-se m.= pr-se disposio 2237-ter em m.= reconhecer como benefcio ou favor 957 MERDA 2238-fazer m.=1 errar; enganar-se; 2 fazer algo imperfeitamente ou de maneira tosca 2239-estar na m.= estar sem ou com muito pouco dinheiro; estar arruinado, falido 958 MERECER 2240-m. bem de ou bem m. de= realizar, prestar servios relevantes a 959 1 MESA 2241-virar a m.= 1mudar as regras de algo a seu favor; 2 m.q. descer o morro 960 MESMO 2242-dar no m.= ser igual; dar na mesma 961 MESTRE 2243-ser m. em =ser dado a, ter grande facilidade para 962 METADE 2244-fazer as coisas pela m.= no as concluir, deixando-as incompletas; transigir 964 MEU 2245-fazer m.= fazer careta para assustar, amedrontar etc. 965 1 MICO 2246-destripar o m.= m.q. vomitar 967 2 MICO 2247-pagar m.= passar vergonha; dar vexame 2248-pagar o m.= sofrer as conseqncias de; pagar o pato 968 MIJAR 2249-m. fora do penico= comportar-se de modo inadequado; sair da linha 2250-m. na cabea (de algum)= tratar com desdm, humilhar 2251-m. para trs= no cumprir a palavra 969 MILHO 2252-catar m.= datilografar ou digitar muito devagar, procurando cada tecla 970 MINHA 2253-entrar na m.= aderir a, simpatizar com meu modo de ser 2254-estar ou ficar na m.= 1 permanecer (o locutor) com a sua opinio, teoria etc.; 2 no se envolver (o locutor) em (alguma coisa); ficar (o locutor) de fora 971 MNIMA 2255-no dar ou ligar a m.= no dar nenhuma importncia a (algo ou algum); no fazer caso de, no ligar para 972 MIOLO 2256-estourar os m.= matar (a si mesmo ou a outrem) com arma de fogo 2257-ter m.= ter juzo ou inteligncia 973 1 MIRA 2258-ter em m.= visar a, procurar alcanar; ter em vista 974 MISRIA 2259-chorar m.= lamuriar-se, queixar-se de pretensa pobreza ou dificuldade financeira, ger. para no ter de gastar 2260-fazer misria(s)= 1 executar faanhas extraordinrias; conseguir xito fora do comum; fazer o diabo= 2 cometer toda sorte de desordens e desatinos; fazer o 199 diabo 975 MISSA 2261-no ir m. com= no simpatizar com 2262-no saber da m. a metade ou um tero= estar muito pouco informado a respeito de (algo) 976 MISTER 2263-fazer-se m.= m.q. ser (de) mister 2264-haver de m. ou haver m. (de)= haver necessidade de, ser preciso, precisar, carecer de 2265-ser (de) m.= ser necessrio, ser preciso, ser indispensvel; fazer-se mister 977 MISTRIO 2266-fazer m.= no revelar o que est acontecendo ou o que se est tramando, ger. para valorizar mais o fato ou para cerc-lo de suspense; esconder 978 MIDO 2267-trocar em midos = expor claramente (algo), explicando detalhadamente, com objetividade e em palavras compreensveis ao leigo 979 M 2268-estar na m de baixo= 1 passar por uma fase de privaes; 2 ocupar cargo sem importncia 2269-estar na m de cima= 1 passar por fase de abundncia; 2 ocupar cargo importante, influente 2270-fazer m= fazer com que a boiada ande em espiral antes de tomar determinada direo 980 2 MOCA 2271-partir a m.= rir a bom rir; rir s bandeiras despregadas 981 MODA 2272-deixar de m. com= deixar de mofar de (algum); deixar de brincar com 982 MOINA 2273-andar m.= pedir esmola; amoinar, moinar 983 1 MOLE 2274-dar m.= 1 ser condescendente, complacente; 2 demonstrar interesse (por algum); dar bola, flertar; 3 agir sem cautela; descuidar-se 984 MOLHADO 2275-chover no m.= insistir em algo de suprfluo, esp. naquilo que j foi suficientemente debatido, esclarecido 985 MOLINETE 2276-fazer um m.= dar a uma bengala, a uma espada etc. um movimento de rotao rpida 986 MORDER 2277-morde aqui= exprime incredulidade ou zombaria diante de algo que se v ou ouve 987 MOROR 2278-estar de m.= estar de cama em funo de algum tipo de doena; estar acamado 988 MORRO 2279-descer o m.= agir ou falar grosseiramente; rodar a baiana 989 MORTE 2280-pensar na m. da bezerra= estar distrado ou absorto consigo prprio; estar pensativo, no estar atento ao que se passa em torno 2281-ter a m. cabeceira= estar gravemente doente, estar para morrer 2282-ter a m. no corao= estar possudo de grande aflio; ter grande pesar 2283-ver a m. de perto=deparar-se com uma situao perigosamente fatal; estar diante de um grave perigo 9908 MORTO 2284-ser m. e vivo em= ir com freqncia a determinado lugar; freqentar lugar com assiduidade 991 MORTRIO 2285-estar em m.= encontrar-se esquecido; no estar na memria 2286-ficar em m.= 1 estar (rea, terreno) sem cultivo, abandonado; 2 estar (uma coisa) em desuso 992 1 MOSCA 2287-acertar na m.= demonstrar preciso em alguma coisa, acertar em cheio 2288-comer m.= 1 no perceber (determinadas coisas), no entender; papar mosca, moscar; 2 deixar-se enganar, ludibriar; papar mosca, moscar 2289-no fazer mal a uma m.= ser incapaz de prejudicar quem quer que seja 2290-papar m.= m.q. comer mosca 993 MOSTARDA 2291-chegar ou subir a m. ao nariz= perder ou fazer (algum) perder a pacincia; irritar(-se) 994 MOSTRA 2292-dar mostra(s) de= manifestar claramente alguma coisa; demonstrar 995 MUAFO 2293-arranjar os m.= 1 arrumar a trouxa; 2 fazer os arranjos para uma viagem 996 MUFA 2294-queimar a m.= esforar-se muito para resolver algo; esgotar-se mentalmente 997 1 MULA 2295-picar a m.= 1 ir embora; sair apressadamente; 2 escafeder-se, fugir 998 MULHER 2296-ser m. de (para)= ter capacidade, nimo, fora, condies para 999 2 MULITA 2297-pregar m.= fazer acreditar em algo que no verdadeiro; burlar, enganar, lograr 1000 MUNDO 2298-cair no m.= fugir, desaparecer 2299-correr m.= espalhar(-se), divulgar(-se) 2300-ganhar o m.= 1 ausentar-se em viagem; 2 sentir-se auto-suficiente, independente 2301-ir para o outro m.= morrer 2302-ser do outro m.= ser incomum; extraordinrio, excepcional 2303-ter m.= ter vida em sociedade, t-la freqentado e conhecido muito; saber apresentar-se socialmente 2304-vir ao m.= nascer 200 2305-vir o m. abaixo= ocorrer um acontecimento desastroso 1001 MUNHECA 2306-quebrar a m.= 1 em determinados esportes, como vlei, p.ex., aplicar golpe com a mo, vergando o pulso; 2 embriagar(-se); 3 gesticular em demasia e de modo afetado (falando de homem); desmunhecar 2307-ter boa m.= ser bom lutador, esp. na queda-de-brao 1002 MURO 2308-ficar em cima do m.= proteger-se, no se expor, no tomar partido em qualquer problema que exija comprometimento, opinio etc. 1003 MURRO 2309-dar m. em faca de ponta= m.q. dar murro em ponta de faca 2310-dar m. em ponta de faca= insistir em fazer algo que ser infrutfero, que no tem possibilidade de se concretizar; dar murro em faca de ponta 2311-dar o ou um m.= trabalhar excessivamente; dar um duro 1004 MSICA 2312-danar conforme a m. = 1 agir segundo as circunstncias e no de acordo com qualquer princpio pessoal; danar conforme tocam; 2 agir sob influncia ou mando de outrem; danar conforme tocam 1005 MUTREITA 2313-estar de m.= ter muita gordura (a carne ou o animal) 1006 MUTUCA 2314-estar de m.= estar atento, de sobreaviso
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM N
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1007 NADA 2315-dar em n. =no ter qualquer resultado; redundar em nada 1008 NANA 2316-fazer n.=1 acalentar crianas para que durmam; 2 dormir 1009 3 NAN 2317-fazer n.=ir dormir; fazer nana 1010 NARIZ 2318-bater com o n. na porta= m.q. dar com o nariz na porta 2319-dar com o n. na porta= 1 encontrar fechado algum lugar em que se pretendia entrar; bater com o nariz na porta; 2 no encontrar algum em casa; bater com o nariz na porta 2320-ficar de n. comprido= no obter o que pretendia 2321-ficar de n. torcido= m.q. torcer o nariz 2322-meter o n. em= intrometer-se em (alguma coisa); ingerir-se 2323-torcer o n.= mostrar desaprovao ou desagrado com relao a algo; ficar de nariz torcido, torcer o rosto 1011 NASCER 2324-n. agora= m.q. nascer de novo 2325-n. de novo= escapar de um grande perigo; escapar de algo ameaador quando tal coisa j parecia impossvel; nascer agora, nascer hoje 2326-n. empelicado= nascer com sorte; ter muita sorte 2327-n. feito= nascer j dotado de certas qualidades, tendncia etc. 2328-n. hoje= m.q. nascer de novo 2329-n. ontem= ser muito jovem; ter pouca experincia 1012 1 NATURAL 2330-ter bom n.= ser de boa ndole 1013 NATUREZA 2331-cortar a n. de= desestimular a luxria de; provocar frieza sexual em 1014 NECESSIDADE 2332-fazer n.=realizar funes fisiolgicas; aliviar (intestino ou bexiga) 1015 NEGAO 2333-ser a n. de= ser exatamente o contrrio 1016 NEGCIO 2334-no querer n. com= evitar relaes comerciais ou amistosas com 1017 NERVO 2335-ter nervos= ser dotado de extrema irritabilidade ou sensibilidade 1018 NVOA 2336-ir-se em n.= ter fim; dissipar-se, desfazer-se 2337-ter nvoas nos olhos= 1 enxergar mal; 2 ser estpido; ter dificuldade para entender 1019 NINHADA 2338-deitar uma n.= m.q. deitar ovos 1020 NIVELAR 2339-n. por baixo= estabelecer uma meta que corresponde ao nvel dos que esto embaixo, numa classificao (quanto a qualidades, riqueza, capacidade etc.) 1021 N 2340-cortar o n grdio = usar um meio decisivo, rpido e inesperado para vencer um empecilho que parecia insupervel 2341-dar um n= 1 ficar (algo) completamente confuso, enrolado, difcil de entender ou resolver; 2 driblar completamente o adversrio 2342-ter um n na garganta= no poder falar por estar muito emocionado 2343-ser n na madeira= ser osso duro de roer; ser duro, resistente, persistente 1022 NOO 2344-no ter a mnima n.= desconhecer totalmente 1023 NOCAUTE 2345-deixar ou pr n.= m.q. nocautear 1024 NOITADA 2346-fazer n.= 1 hospedar-se por uma noite; pernoitar, pousar; 2 no dormir nada durante a noite; passar a noite em claro 1025 NOITE 2347-fazer-se n.= anoitecer, escurecer 2348-passar a n.= 1 fazer (algo) durante toda a noite; 2 dormir por uma noite; 201 pernoitar 2349-passar a n. em branco ou claro= no dormir nada durante toda a noite 1026 NOJO 2350-causar n.= m.q. fazer nojo 2351-estar de n. = guardar luto; estar de luto 2352-fazer n.= provocar a reao de asco, repugnncia; causar nojo 1027 NOME 2353-conhecer de n.= saber da existncia de (algum) somente por ter ouvido falar, sem nunca t-lo visto 2354-dar n.= atribuir um nome a (algum ou algo); pr nome, chamar, batizar 2355-dar n. aos bois= 1 dizer claramente (algo que estava apenas sendo insinuado); 2 nomear claramente as pessoas cujos nomes esto sendo omitidos numa determinada ocorrncia, caso etc. 2356-dizer nomes= falar nomes feios; ofender, xingar 2357-haver n.= denominar-se, chamar-se 2358-pr n.= m.q. dar nome 2359-ter n.=chamar-se, denominar-se 1028 NOVO 2360-pagar o n. e o velho= ser punido por falhas, faltas recentes e antigas 1029 1 NU 2361-pr ou ficar a nu= fazer ficar ou ficar patente, claro, evidente 1030 NMERO 2362-fazer n.= servir simplesmente para aumentar o grupo de pessoas participantes 2363-ser um n.= 1 ser muito espirituoso, engraado; 2 ter caractersticas singulares; ser excntrico 1031 NUVEM 2364-cair das n.= 1 ficar profundamente surpreso ou decepcionado; 2 aparecer de surpresa, inesperadamente 2365-ir s n.= ficar exultante com determinado fato, notcia, descoberta etc. 2366-pr nas n.= enaltecer de modo veemente; elogiar altamente
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM O
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1032 OBRA 2367-coroar a o.=finalizar um trabalho 2368-fazer o.= expulsar fezes; defecar 2369-pr em o.= pr em prtica; executar, realizar 2370-pr por o.= levar a efeito; pr em ao; realizar, efetivar 1033 OCASIO 2371-agarrar a o. pela calva= no deixar passar a ocasio; aproveit-la 1034 OCO
2372-cair no o. do mundo = fugir, escapar 2373-entupir no o. do mundo= m.q. cair no o. do mundo 1035 OITO 2374-tomar um o.= tomar uma certa dose de bebida alcolica 1036 OLADA 2375-estar de o.= ter sorte, esp. no jogo 1037 LEO 2376-pr .= embriagar-se, embebedar-se 1038 OLHO 2377-abrir o o.= ter cuidado; atentar, observar 2378-abrir os o.= 1 despertar, acordar do sono; 2 olhar por si e pelos seus interesses; cair em si, perceber; 3 tirar algum da cegueira, do erro, da ignorncia, da preocupao; desenganar; 4 dar instruo; ensinar 2379-abrir os o. luz =vir ao mundo; nascer 2380-alongar os o.= olhar distncia 2381-andar de o. em= 1 observar atentamente (algum); 2 sentir-se atrado por ou querer namorar (algum) 2382-botar o o. em =1 m.q. botar o olho grande em; 2 m.q. pr o olho em ('ver') 2383-botar o o. grande em= desejar ardentemente possuir ou conseguir alguma coisa de outrem; invejar, cobiar; botar o olho em, crescer o olho em 2384-comer com os o.= 1 desejar muito; cobiar; 2 fixar um olhar vido, cobioso em (pessoa amada ou objeto desejado) 2385-correr os o. por= m.q. passar os olhos por 2386-crescer o o. em= m.q. botar o olho grande em 2387-custar os o. da cara= ter preo muito alto 2388-dar com os o. em= alcanar com a vista; distinguir, avistar, ver 2389-deitar o. comprido a= desejar ardentemente; cobiar, ambicionar 2390-encher o o. ou os o.= 1 ser bonito ou agradvel vista; ter muito boa aparncia; 2 ser excelente ou muito atraente; 3 atrair a concupiscncia, a ateno 2391-entrar pelos o.=ser patente, fcil de perceber, evidente 2392-estar de o. em= m.q. andar de olho em 2393-fechar os o.= deixar a vida; morrer 2394-fechar os o. a= 1 fingir que no percebe; perdoar, desculpar; 2 presenciar a morte de; ajudar a morrer; fechar os olhos de 2395-fechar os o. de= m.q. fechar os olhos a ('presenciar a morte de') 202 2396-meter pelos o. adentro= 1 explanar de maneira extremamente clara; 2 obrigar (algum) a engolir ou a comprar (algo), por meio de insistentes apelos 2397-passar os o. por= ler rapidamente; examinar superficialmente; correr os olhos por 2398-pr o o. em= 1 m.q. botar o olho grande em; 2 ver ou encontrar (algum ou algo); botar o olho em 2399-pregar o o. ou os o.= dormir 2400-saltar aos o.= ser evidente, fcil de compreender; saltar vista 2401-ser o. de santo= ser coisa que exija excesso de zelo ou acabamento perfeito 2402-ter debaixo de o. ou ter de o.= no tirar a ateno de (algum); espreitar (algum ou algo), por cautela ou preveno trazer de olho 2403-ter diante dos o.=ter sempre em mente; no esquecer, no tirar da memria 2404-ter o.= ser capaz de perceber com exatido; ser observador, perspicaz 2405-ter o. em si= tomar conta das prprias aes; vigiar-se, estudar-se 2406-ter o o. maior que a barriga= ser guloso; desejar possuir imoderadamente 2407-trazer de o.= m.q. ter debaixo de olho 2408-ver com bons o.= tender a aceitar bem; mostrar-se favorvel 1039 OMBRO 2409-carregar aos o.= tratar (algum) com especial cuidado, ateno ou afeto; trazer ao colo 2410-chorar no o. de= expor, contar as mgoas, angstias, aflies etc. a; lastimar- se com algum 2411-dar de ombros= m.q. encolher os ombros 2412-encolher os o.= 1 demonstrar indiferena, desdm ou ignorncia; dar de ombros, levantar os ombros; 2 suportar (coisa desagradvel) com pacincia e resignao; dar de ombros, levantar os ombros 2413-levantar os o. =m.q. encolher os ombros 2414-meter ombros a.=m.q. pr ombro a 2415-no ter ombros para= no ter o vigor ou a aptido necessria para algo 2416-olhar por cima do o.=m.q. tratar por cima do ombro 2417-pr ombro ou ombros a= encarregar-se de, dar incio a, empregar todos os esforos para efetivar ou concluir uma obra, um trabalho etc.; meter ombros a 2418-tratar por cima do o.= tratar (algum) com pouca considerao, com desprezo, desdm ou indiferena; olhar por cima do ombro 1040 2 ONA 2419-andar ou na o. =estar sem dinheiro, na misria; estar ona, estar na ona 2420-estar ou na o.= m.q. andar ona 2421-ficar uma o.= m.q. virar ona 2422-safar a o.= livrar-se de enrascada, dificuldade ou situao complicada 2423-virar o.= ficar irado, enfurecido; ficar uma ona 1041 ONDA 2424-estar na o.=estar em evidncia, fazer sucesso 2425-fazer o.= fazer, provocar tumulto, confuso, alvoroo; criar caso 2426-ir na o.= 1 ser ludibriado, ser iludido por credulidade; 2 fazer o que o outro faz ou manda fazer; seguir; 3 aproveitar o ensejo 2427-pegar (uma) o.= 1 deslizar sobre ela com uma prancha; 2 m.q. pegar jacar 2428-tirar (uma) o.= 1 agir, comportar-se de maneira esnobe, pretensiosa; dar-se ares de bom, importante, valente, inteligente etc.; 2 manter namoro ou exibir-se com algum como se estivesse namorando 2429-tirar (uma) o. de= passar por, fingir-se de, simular (ser ou estar) 1042 OPINIO 2430-carregar uma o.= ser opinioso, caprichoso 2431-fazer o.= angariar a adeso dos outros sua opinio, pelo reconhecimento de sua validade; tornar-se digno de ser seguido 1043 ORCULO 2432-falar como um o.= proferir verdades; falar com bom senso, com propriedade 2433-falar de o.= falar em tom misterioso 1044 1 ORATRIO 2434-estar de o.= 1 estar encarcerado em oratrio ('local reservado'); estar prximo de ser executado; 2 preparar-se para sofrer algum dano ou desgosto iminente; 3 estar recolhido para estudar, para preparar-se para algum exame ou ato pblico 2435-estar no o.=estar ameaado de agresso ou de morte 1045 ORA-VEJA 2436-ficar no o.=1 cair ou ficar no esquecimento; 2 ser ou ver-se logrado; ficar a ver navios 1046 RBITA 2437-entrar ou estar em .=estar, ficar fora de rbita, alheio razo, mental ou espiritualmente perturbado 1047 ORDINRIO 2438-sair do o.=1 mudar de hbitos; 2 fazer despesas extraordinrias 1048 ORELHA 2439-arrebitar as o.=ficar atento a, demonstrar grande interesse por 2440-bater o. ou orelhas= andar parelho com outro; estar em p de igualdade com outro; bater aspas, bater guampas, ombrear(-se) 2441-puxar pela o. da sota= ser viciado em jogo, em carteado 2442-torcer as o.= arrepender-se, lastimar-se por no haver realizado algo, por no ter feito o que podia 203 1049 OSSADA 2443-dar a o.= morrer 1050 OSSO 2444-dar com os o. em= chegar a algum lugar 2445-moer os ossos=1 dar uma surra em; dar pancadas em; 2 trabalhar demais 2446-montar em o.= montar sem arreios, em plo, o dorso de um animal 2447-roer os ossos= ficar com a pior parte (de um cargo ou tarefa, p.ex.), sem vantagens, facilidades etc. 1051 1 OUA 2448-ter boas o.=ouvir muito bem 1052 OURO 2449-entregar o o. (ao bandido)= 1 deixar escapar um segredo, uma revelao; 2 desistir, favorecendo um concorrente ou adversrio 2450-nadar em o.= ser muito rico 2451-valer o.=ter grande valor 1053 OUSADIA 2452-fazer o.=praticar atos libidinosos 2453-ter ou tomar a o.=no esperar autorizao nem licena 1054 OUVIDO 2454-aplicar o o.= prestar ateno 2455-buzinar aos ou nos o.= incomodar com pedido, queixa, recriminao etc. 2456-chegar aos o.=conhecer por ouvir dizer 2457-dar o. a =acreditar, crer em 2458-emprenhar(-se) pelo o.= fazer acreditar ou acreditar em mexericos; influenciar(-se) por intrigas 2459-fazer o. de mercador ou fazer ouvidos moucos= fingir que no ouviu; 2460-fechar ou tapar os o.=recusar-se a escutar 2461-ferir os o.=ser desagradvel de escutar 2462-prestar o. a= ouvir com toda a ateno; dar crdito a 2463-ser todo ouvidos= prestar total ateno 2464-ter bom o.=ter boa disposio para perceber os sons; ser dotado de ouvido musical 2465-ter mau o.=no distinguir bem os sons; no ser afinado 2466-ter os o. cheios= 1 estar farto de ouvir muitas vezes alguma coisa; 2 ter repetidas queixas sobre a conduta de algum 2467-ter os o. entupidos= 1 ser surdo; 2 ser insensvel 2468-ter o. de tsico= escutar muito bem 1055 OVO 2469-babar o.=lisonjear para obter vantagens; adular, bajular 2470-chocar os o.= preparar um roubo 2471-deitar ovos= colocar os ovos em local especfico para que a galinha os choque; deitar uma ninhada, deitar uma galinha 2472-estar cheio como um o.=estar muito rico 2473-estar de o. virado= estar mal-humorado 2474-fazer o.=fazer segredo; esconder 2475-pisar em ovos= agir com muita cautela 2476-ser um o.=ser de tamanho mnimo
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM P
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1056 1 P 2477-colocar ou deitar a ltima p de cal sobre um assunto= dar esse assunto por encerrado 1057 PACALHO 2478-virar p.=acabar em nada; perder-se, anular-se 1058 PACAU 2479-bater o p.=m.q. morrer 1059 PACINCIA 2480-ter a p. de um santo ou ter uma p. de J= ser extremamente paciente 2481-torrar a p.=exaurir a pacincia; enfadar, aborrecer 1060 PAO 2482-fazer p.=fazer mofa, gracejar 2483-no estar para p.= no estar para gracejos cortesos (como os que os homens do pao usam fazer) 1061 PACOTE 2484-ir no p.=deixar-se enganar, ser logrado 1062 PACUERA 2485-bater a p.=1 ir-se embora, partir; 2 acabar-se, morrer 1063 PADRE 2486-casar no p.= casar no religioso 1064 PADRE-NOSSO 2487-ensinar o p. ao vigrio= pretender ensinar ou dar conselhos a algum mais experiente e/ou competente 1065 PAGAR 2488-p. caro= amargar severamente as conseqncias de um ato; pagar com juros 1066 PAI 2489-ser o p. cortado= ser muito parecido com o pai 2490-ser o p. da criana= ser autor de ato, ger. infeliz 2491-ter o p. alcaide= desfrutar de proteo de gente importante; ter as costas quentes 2492-ter p. vivo e me bulindo= dispensar castigos e auxlios, salvo os paternos 204 1067 2 PALA 2493-abrir o p.=retirar-se furtivamente; fugir, escapar 1068 PALADAR 2494-ter bom p.=ter gosto apurado, apreciar as boas comidas 1069 PALAVRA 2495-cassar a p.=proibir de falar 2496-cortar a p.=impedir o prosseguimento de uma declarao, de um discurso 2497-dar a p.= 1 permitir (ger. o dirigente de uma assemblia) que algum fale; 2 garantir a realizao de um compromisso 2498-empenhar a p.= comprometer-se atravs de promessa 2499-jogar com as p.= 1 dar s palavras o significado que se deseja, interpret-las a seu modo, em geral com m-f, para proveito prprio; 2 tirar partido das ambigidades que os homnimos ou as palavras polissmicas podem criar nas frases para efeitos cmicos; fazer trocadilhos 2500-medir as p.= falar com prudncia, pensando bem no que diz; pesar as palavras 2501-molhar a p.= beber vinho ou outra bebida alcolica 2502-no dar uma p.=no falar, manter silncio 2503-pedir a p.=solicitar permisso para falar, em reunies, assemblias etc. 2504-pegar na p.=exigir o cumprimento de uma promessa verbal 2505-pesar as p.=m.q. medir as palavras 2506-pr palavras na boca de algum= atribuir-lhe o que no disse 2507-ser a ltima p. em= ser o que existe de mais avanado em 2508-ter a p.=ter o direito ou a permisso de falar numa reunio, assemblia deliberativa ou consultiva etc. 2509-ter a p. de= haver recebido o compromisso ou a promessa de; contar com a promessa de 2510-ter a p. fcil= ter facilidade para falar ou fazer discursos 2511-ter p.= ser cumpridor de seus compromissos 2512-tirar a p. da boca de= antecipar-se em falar aquilo que ia ser dito por (outra pessoa) 1070 PALAVREADO 2513-ter bom p.= 1 falar bem; 2 saber iludir com palavras 1071 PALET 2514-abotoar o p.= perder a vida; morrer 2515-abotoar o p. de= tirar (com violncia) a vida a; matar, assassinar, fechar o palet de 2516-fechar o p.=morrer 2517-fechar o p. de= m.q. abotoar o palet de 2518-vestir o p. de madeira= morrer 1072 PALHA 2519-dar p. a= iludir (algum) com uma conversa agradvel 2520-dormir nas p.=no ter cautela, protelar uma providncia 2521-no levantar, mexer ou mover uma p.=1 no fazer coisa alguma, ser preguioso; 2 no ajudar ningum, ser intil 2522-puxar uma p.= cair no sono, dormir 1073 PALHADA 2523-bater p.= atividade que consiste na colheita das espigas de milho, quebrando- se os colmos, ou arrancando-os aps a colheita, para preparo de nova plantao 1074 PALMA 2524-levar a p. ou levar a p. a= alcanar vitria; distinguir-se, sobressair 2525-ter na p. da mo= ser senhor absoluto de algum ou de determinada situao; dominar 2526-tratar ou trazer nas p. das mos= tratar muito bem, com muito carinho; paparicar 1075 PALMINHA 2527-tratar ou trazer nas p.= tratar muito bem 1076 PALMO 2528-no enxergar um p. adiante do nariz= 1 haver grande escurido ou intenso nevoeiro; 2 ser muito ignorante ou pouco inteligente 1077 PANCA 2529-andar em pancas= encontrar-se numa situao difcil; ver-se em pancas 2530-dar pancas= 1 distinguir-se em alguma coisa; brilhar; 2 dar trabalho, canseira 2531-estar de pancas= estar disposto a praticar desordens 2532-tomar pancas= resolver praticar desordens 2533-ver-se em pancas= m.q. andar em pancas 1078 PANCADA 2534-esperar pela p.= aguardar um castigo ou o resultado negativo de uma m ao 1079 PANELA 2535-quebrar a p.= usar alguma coisa pela primeira vez 1080 1 PANO 2536-abrir os p.= cair fora, escapar, fugir; abrir os garfos 2537-dar p. para mangas= dar motivo para comentrios, dar o que falar 2538-ter p. para mangas= possuir os recursos necessrios para realizar alguma coisa 1081 2 PANTIM 2539-fazer p.= dar notcias alarmantes; espalhar boatos 1082 PO 2540-fazer p. grande= viver no cio, no trabalhar 2541-tirar o p. da boca= retirar os meios de sustento 1083 2 PAPA 2542-no ter papas na lngua= falar francamente, sem rodeios 205 1084 PAPAR 2543-estar papando alto= estar envolvido em grandes negociatas ou aventuras amorosas 1085 1 PAPEL 2544-confiar ao p.= escrever (o que no se deseja ou no se pode falar) 2545-ficar no p.=no se realizar o que foi escrito ou planejado 2546-passar p. com= unir(-se) em matrimnio; casar-se 2547-pr no p.=formalizar por escrito (contrato, compromisso etc.) 1086 1 PAPO 2548-bater (um) p.= conversar despretensiosamente; papear, cavaquear; levar um papo 2549-estar no p.= 1 estar transposta, vencida; 2 ser uma ambio realizada ou realizvel; 3 findar-se aps ter sido aproveitado 2550-falar de p. cheio= reclamar sem motivo 2551-levar um p.= m.q. bater um papo 2552-passar no p.= possuir sexualmente; seduzir 2553-ser um bom p.= ter conversa agradvel 1087 PAR 2554-estar a p.= dispor de todas as informaes 1088 1 PARA 2555-estar p.= estar disposto a 1089 PARADA 2556-agentar a p.= enfrentar ou suportar uma situao difcil; agentar a mo 2557-topar a p.= encarar um desafio 1090 PARAFUSO 2558-ter um p. a mais ou de mais= m.q. ter um parafuso a menos 2559-ter um p. a menos ou de menos= ser meio desequilibrado mentalmente; ter uma aduela de menos, ter uma aduela de mais, ter um parafuso a mais, ter um parafuso frouxo 2560-ter um p. frouxo= m.q. ter um parafuso a menos 1091 PAREDE 2561-conversar com as p.= 1 falar sozinho, sem interlocutor; 2 fazer reflexes; meditar 2562-encostar na p.= exigir de algum uma atitude; imprensar contra a parede, pr contra a parede, pr a faca no peito 2563-fazer p.= 1 juntar-se a algum para atingir um fim comum; 2 seguir a rs a cavalo e emparelhar com ela para que outro perseguidor a derrube pelo lado oposto; fazer esteira 2564-imprensar contra a p.= m.q. encostar na parede 2565-levar p.= derrotar (algum) numa controvrsia 2566-pr contra a p.= m.q. encostar na parede 2567-subir pelas p.= 1 us. como hiperbolizante; 1.1 enfurecer-se, ficar irritado; ficar pelos cabelos 1092 PARELHA 2568-correr parelhas (com)= pr-se em p de igualdade; igualar-se, ombrear-se 1093 PARNTESE 2569-abrir parnteses= 1 incluir o sinal ( na escrita; 2 interromper uma frase ou exposio para apresentar uma digresso 2570-fechar parnteses =1 incluir o sinal ) na escrita; 2 encerrar uma digresso 1094 PARIDO 2571-ser p. por= ter extremo cuidado com, ser muito devotado a (algum) 1095 PARTE 2572-dar p. de= 1 mostrar-se, revelar-se; 2 fingir-se, fazer-se de; 3 denunciar a; acusar, delatar; queixar-se 2573-fazer p. de= participar de, estar integrado em 2574-ir por partes= comportar-se, fazer alguma coisa metodicamente 2575-pr de p.=m.q. pr de lado 2576-ter p. com= estar associado a uma pessoa em negcio, combinao, tramia etc. 2577-tomar p. em= participar de; intervir; compartilhar de 1096 PARTIDA 2578-correr as sete p. do mundo=viajar pelo mundo todo 2579-ganhar a p.= ter sucesso em algum empreendimento 2580-perder a p.= ser malsucedido em alguma coisa 1097 PARTIDO 2581-tirar p. de= aproveitar-se; tirar vantagem, favor ou benefcio 2582-tomar o p. de (algum)=manifestar-se a favor de uma pessoa 1098 PASSADIO 2583-ter bom p.=alimentar-se bem; ter boa comida, boa mesa 1099 1 PASSAGEM 2584-dizer de p.= fazer um comentrio breve, intercalado numa conversa, exposio, debate etc. 2585-estar de p.= permanecer pouco tempo 2586-fazer p.=1 morrer 1100 PASSAR 2587-p. ao largo= passar de longe, passar distncia; passar de largo 2588-p. baixo= experimentar dificuldades, viver em situao difcil por falta de recursos e/ou de sade 2589-p. bem= servir-se de comida e bebida farta e de boa qualidade 2590-p. de= ir alm do que justo, natural, conveniente; exceder, ultrapassar 2591-p. de largo= m.q. passar ao largo 2592-p. para trs= 1 obter vantagem que pertenceria a outra pessoa; 2 agir dissimuladamente; enganar, lograr; 3 trair (cnjuge, companheiro, amigo, scio 206 etc.) 2593-p. por= 1 ser tomado por; fingir ser; 2 ter feito parte de 2594-p. por cima (de)= 1 no levar em conta, no atentar para, no considerar ou perdoar; 2 deixar de proferir, de mencionar, de ler ou de escrever; omitir, saltar 2595-p. por cima de (algum)= auferir uma vantagem que seria de (outrem); superar (uma pessoa) com ludbrio 2596-p. raspando= ser aprovado com a nota mnima 2597-p. sem= sobreviver, dispensando ou adaptando-se falta de (determinada coisa); abrir mo de 2598-no p. de= no ser mais do que, ser somente 1101 PASSARINHA 2599-bater a p.= 1 causar abalo; amedrontar; 2 ter vontade ou intuio de alguma coisa 1102 PASSARINHO 2600-morrer como um p.= falecer de modo tranqilo e/ou repentino, sem sofrimento fsico 2601-ver p. verde= demonstrar muita alegria sem motivo conhecido 1103 1 PASSO 2602-apertar o p.= acelerar a marcha 2603-ceder o p. a= 1 deixar passar (uma pessoa), por cortesia; 2 reconhecer a superioridade de (algum); ser suplantado 2604-dar passos por= tomar providncias para (alcanar um objetivo); esforar-se 2605-dar um mau p.= 1 proceder mal; tomar uma deciso equivocada, insensata, imprudente; 2 deixar-se seduzir, perder a virgindade 2606-dirigir os p.= dar conselhos, orientar algum 2607-marcar p.= 1 movimentar os ps sem sair do lugar; 2 no progredir 2608-perder os p.= fazer uma tentativa sem obter resultado 2609-seguir os p.= imitar o exemplo de algum 2610-travar o p.= andar a passos curtos 2611-trocar o p.= andar com dificuldade por estar embriagado 1104 PASTA 2612-entregar ou passar a p.= transferir a responsabilidade de um trabalho para outra pessoa 1105 1 PATA 2613-meter a p.= 1 dizer ou fazer alguma coisa inconveniente; cometer uma gafe; 2 estragar uma situao 1106 PATADA 2614-dar p.= cometer ingratido ou grosseria 2615-levar ou receber patada =ser desfeiteado grosseiramente 1107 PATINHO 2616-cair como um p.=deixar-se lograr muito ingenuamente 1108 PATO 2617-pagar o p.= 1 sofrer as conseqncias de atos praticados por outra pessoa; 2 pagar as despesas feitas por outra pessoa 1109 PTRIA 2618-salvar a p.= resolver uma situao muito complicada 1110 PATRULHA 2619-parar p.= revidar a uma agresso ou ofensa inesperada 1111 PAU 2620-abrir nos p.= fugir, desviar-se, retirar-se, correr 2621-a dar com o p.= em abundncia, com fartura 2622-cantar o p.= ocorrer pancadaria, briga 2623-chutar o p. da barraca= 1 deixar de medir as conseqncias de qualquer ato; engrossar, entornar o caldo; 2 abandonar, desistir de um projeto; chutar o balde 2624-dar nos p.= fugir apressadamente, escapar em debandada 2625-dar por paus e por pedras= cometer loucuras 2626-entrar no p.= apanhar uma sova ou lutar 2627-falar ao p.=1 agradar muito; 2 estimular sexualmente 2628-ficar p. da vida= ficar furioso 2629-jogar com um p. de dois bicos= defender simultaneamente duas idias antagnicas para no contrariar os debatedores 2630-levantar a p.= suspender do solo (as reses cadas de fome durante a seca) com varas que passam sob o ventre 2631-levar p.=ser possudo sexualmente 2632-levar tudo a p.= resolver as questes por meios violentos 2633-matar a p.= proceder, responder com grande propriedade e eficincia 2634-meter o p.= 1 trabalhar com tenacidade; 2 gastar de maneira descontrolada; esbanjar, tocar o pau 2635-passar pelo p. do canto= receber nota baixa em exame ou concurso 2636-pegar no p. furado= 1 ser convocado para o servio militar; 2 prestar servio militar 2637-quebrar um p.= haver briga, desentendimento e/ou desforo pessoal 2638-tocar o p.=m.q. meter o pau ('esbanjar') 1112 PAULINA 2639-rezar a p. a algum=1 lanar imprecaes contra uma pessoa; rogar pragas a algum; 2 repreender, censurar 1113 PAUZINHOS 2640-mexer os p.= 1 fazer intrigas; enredar, mexericar; 2 recorrer a influncias e manobras reservadas para conseguir o que se pretende; tecer os pauzinhos, tocar os 207 pauzinhos 2641-tecer os p.= m.q. mexer os pauzinhos 2642-tocar os p.=m.q. mexer os pauzinhos 1114 PAVANA 2643-tocar a p.=bater em; surrar, espancar 1115 PAVIO 2644-ter p. curto= ser explosivo, irritar-se com facilidade 1116 PAZ 2645-ser de boa p.= ter temperamento tranqilo, pacfico 1117 P 2646-abrir no p= fugir, escapar 2647-apertar o p= caminhar mais rapidamente 2648-bater (o) p= manifestar oposio; agir de maneira insistente 2649-botar o p no mundo= retirar-se, debandar, fugir 2650-cair de p= ser derrotado com dignidade, depois de grande resistncia 2651-dar p= 1 ter altura (mar, rio, piscina etc.) suficiente para deixar a cabea de algum de fora, estando os ps encostados no cho; ter p; 2 ser possvel; ser alcanvel, exeqvel 2652-dar no p= 1 ir embora, retirar-se; 2 fugir, escapar, debandar 2653-estar com o p na cova= estar beira da morte; ter um p na cova 2654-estar com o p no estribo= estar prestes a deixar algum lugar, posto etc. 2655-fazer p atrs= 1 retroceder para adquirir firmeza; 2 dispor-se resistncia 2656-ficar no p de (algum)= insistir aborrecendo; molestar com pedidos insistentes 2657-ir aos ps= 1 defecar; 2 ir ao banheiro 2658-ir num p s= dirigir-se a algum lugar com toda a rapidez 2659-jurar de ps juntos= afirmar convincentemente 2660-lamber os ps de= adular servilmente 2661-largar do p= deixar de importunar 2662-meter o p= dar um pontap 2663-meter o p no atoleiro= m.q. meter o p no lodo 2664-meter o p no lodo= reduzir-se misria; empobrecer, meter o p no atoleiro 2665-meter o p no mundo= 1 viajar sem prazo ou roteiro definido; 2 fugir, debandar 2666-meter os ps em= demonstrar desprezo e ingratido; humilhar 2667-meter os ps pelas mos= 1 atrapalhar-se, confundir-se na realizao de alguma coisa; 2 cometer deslizes 2668-no arredar p= 1 permanecer num determinado lugar; 2 no ceder, no mudar de opinio 2669-no chegar aos ps de= ser incomparavelmente inferior 2670-negar a ps juntos= insistir com firmeza na negativa 2671-passar o p adiante da mo= 1 passar dos limites; desmandar-se; 2 proceder com precipitao; agir impensadamente 2672-pegar no p= importunar com insistncia 2673-pegar pelo p= surpreender, conter e criticar o adversrio 2674-perder (o) p= 1 submergir, por ter altura inferior profundidade da gua; 2 perder o controle da situao 2675-pisar no p= 1 dirigir provocao; desafiar; 2 melindrar com gestos ou palavras 2676-sofrer que s p de cego= sofrer muito intensamente 2677-ter os ps fincados na terra= m.q. ter os ps na terra 2678-ter os ps na terra= ter objetividade, ser realista; ter os ps fincados na terra, ter os ps no cho 2679-ter os ps no cho= m.q. ter os ps na terra 2680-ter p= 1 m.q. dar p; 2 ser capaz de andar muito 2681-ter p espalhado= andar com a ponta deles voltada para fora 2682-ter um p na cova= m.q. estar com o p na cova 2683-tirar o p da lama= sair de uma situao de inferioridade material; subir na vida, tirar o p do lodo 2684-tirar o p do lodo= 1 m.q. tirar o p da lama 2685-tomar p= tocar o fundo da gua com os ps 2686-tomar p em= tornar-se ciente de, informar-se sobre (problema, situao, condio) 1118 PEALO 2687-errar o p.= 1 no ter sucesso numa tentativa; 2 no conseguir alguma coisa que se julgava fcil 2688-passar o p. em= usar de artimanhas para enganar; lograr 1119 PEA 2689-ficar na p.= conservar-se solteira, ficar para tia 2690-pregar uma p. (a ou em algum)= preparar uma artimanha por brincadeira ou maldade; pregar uma partida 1120 PECADO 2691-ser os p. de algum= diz-se de pessoa, ger. criana, causadora de muitas preocupaes 208 2692-viver em p.= viver em concubinato 1121 PEONHA 2693-deitar p.= interpretar maliciosamente a ao e/ou dito alheio; deitar malcia 1122 PEDAO 2694-estar caindo aos p.=1 sentir-se exausto, sem foras; 2 dar a impresso de envelhecido, doente; estar acabado 2695-fazer em pedaos= desfazer, destruir; partir, rasgar 2696-passar um mau p.= m.q. comer da banda podre 1123 P-DE-ALFERES 2697-fazer p. a= namorar, cortejar 1124 PEDRA 2698-atirar a primeira p.= ser a primeira pessoa a fazer crticas, acusaes; jogar a primeira pedra 2699-botar uma p. em cima de= encerrar definitivamente um assunto ou questo ger. desagradvel; pr uma pedra em cima de 2700-cantar a p.= prever, antecipar (uma notcia) ou prevenir sobre (um fato que vai ocorrer) 2701-carregar p. enquanto descansa= ocupar o tempo de descanso trabalhando 2702-chamar algum p.= exigir explicaes ou justificativas sobre o comportamento de algum 2703-comover as p.= comover profundamente 2704-dormir como uma p.= dormir profundamente 2705-fazer chorar as p. (da calada)= 1 despertar sentimentos de piedade em pessoas que no se comovem com facilidade; 2 diz-se de histria melodramtica 2706-jogar a primeira p.= m.q. atirar a primeira pedra 2707-no deixar p. sobre p.= destruir completamente; arrasar 2708-pr uma p. em cima de= m.q. botar uma pedra em cima de 2709-ser de p.= ser insensvel, duro, desumano 1125 PEGAR 2710-p. bem= ser (gesto, comportamento, dito) bem recebido 2711-p. de= empunhar, segurar 2712-p. mal= ser (gesto, comportamento, dito) mal recebido 1126 PEIA 2713-meter a p.= falar mal; difamar, maldizer 2714-ser p.= ser algo muito difcil, trabalhoso, complicado 1127 2 PEITO 2715-abrir dos p.= 1 render-se ao cansao; 3 praticar um gesto inesperado de generosidade 2716-abrir o p.= 1 confessar sentimentos, suspeitas preocupaes etc. com toda sinceridade; desabafar; 2 cantar 2717-bater nos p.= arrepender-se, penitenciar-se 2718-comer o p. da franga (ao molho pardo)= obter uma vitria 2719-criar ao p.= aleitar 2720-esquentar o p.= embriagar-se; molhar o peito 2721-lavar o p.= 1 desabafar, confessar; 2 vingar-se, desforrar-se 2722-levar a p.= m.q. tomar a peito 2723-meter os p.= decidir fazer alguma coisa com empenho, esforo e dedicao 2724-molhar o p.= m.q. esquentar o peito 2725-passar nos p.= possuir sexualmente; seduzir 2726-pr p. a= empenhar-se em concluir 2727-ter a p.= assumir o encargo da realizao de 2728-ter p. a= resistir, opor-se 2729-tomar a p.= dedicar-se a alguma coisa com grande empenho e interesse; levar a peito 1128 PEIXE 2730-falar aos p.= m.q. deitar carga ao mar 2731-fazer render o p.= prolongar uma situao em proveito prprio 2732-no ser nenhum p. podre= no ser desprezvel; ter valor, mrito 2733-no ser p. nem carne= no se manifestar contra ou a favor; no ter ou no tomar partido; permanecer indefinido 2734-no ter nada com o p.= ser completamente alheio ao caso em debate, disputa 2735-pregar aos p.= perder tempo aconselhando, explicando sem ser atendido 2736-vender o p. pelo preo que comprou= repetir uma novidade exatamente como foi contada, sem assumir a responsabilidade pela sua veracidade ou exatido 2737-vender o seu p.=1 argumentar em favor dos seus pontos de vista; defender habilmente os seus interesses; 2 expor as suas opinies 1129 PELE 2738-arriscar a p.= correr riscos deliberadamente 2739-cair na p. de= caoar de, ridicularizar, gozar 2740-cortar na p. de= falar mal de; difamar, tosar na pele de 2741-cortar na prpria p.=reduzir as despesas ao mximo 2742-defender a p.= tratar de si, dos seus interesses pessoais 2743-entrar na pele de= fazer as vezes de; encarnar 2744-estar na p. de= ocupar a posio ou a situao de outra pessoa 2745-salvar a p.= 1 fugir de responsabilidades; 2 livrar-se de castigo, de 209 reprimenda; salvar a cabea 2746-sentir na (prpria) p.= sofrer uma penosa experincia pessoal 2747-tirar a p. a (de)= explorar escandalosamente; expoliar 2748-tosar na p. de= m.q. cortar na pele de 1130 PLO 2749-coar o p.=aplicar uma surra; espancar 2750-dar p.= 1 permitir (a cavalgadura) ser montada em plo; 2 deixar-se explorar por excesso de generosidade ou indulgncia 2751-ir ao p. a= aplicar uma surra; espancar, coar o plo 2752-ter p.= ser ousado 2753-ter plos no corao= no ter compaixo; ter cabelos no corao 2754-viajar de p. a p.= empreender uma longa viagem sem mudar de montaria 2755-vir a p.= vir a propsito, na ocasio propcia 1131 1 PELOTA 2756-dar p. a= 1 encorajar as tentativas de aproximao, de namoro; 2 interessar- se por, prestar ateno 2757-no dar p. a= 1 desencorajar uma aproximao amorosa; 2 no prestar ateno, no se interessar 1132 1 PENA 2758-valer a p.=merecer o esforo, a preocupao; ser vantajoso, til; compensar 1133 2 PENA 2759-pegar na p.= comear a escrever 2760-ser uma p.=pesar pouco, ser muito leve (diz-se de coisa ou pessoa) 1134 PENACHO 2761-perder o p.= perder o motivo de vaidade, perder uma posio importante 2762-ter o p. de= ter a ousadia de, atrever-se a 1135 PENADA 2763-dar uma p. por= interceder em benefcio de 1136 PENEIRA 2764-ter. p. nos olhos= no ver as coisas como so ou como se passam; parecer cego diante do que todos vem; ter poeira nos olhos 1137 PENICO 2765-pedir p.= 1 em brincadeiras infantis que envolvem algum tipo de luta, pedir piedade ou clemncia (ao vencedor); 2 dar-se por vencido ou ultrapassado; 3 mostrar-se exausto, gasto; 4 demonstrar medo, acovardar-se; pedir bexiga, pedir arrego, pedir loua, pedir soda 1138 PERNA 2766-abrir as pernas= 1 entregar-se (a mulher) ao ato sexual; 2 ceder diante de presso, fora ou argumento 2767-bater p.= andar com inteno de espairecer; caminhar toa 2768-bolear a p.= apear do ou montar a cavalo 2769-dar s pernas= pr-se em fuga; retirar-se em debandada 2770-desenferrujar as p.= andar para exercitar a musculatura das pernas 2771-esticar as p.= morrer; esticar o pernil 2772-faltar p.= perder velocidade ou capacidade de correr ou andar sem grande esforo 2773-no ir l das p.= 1 no ir adiante, no ir muito longe; 2 no ter fora, vigor ou talento para realizar integralmente uma tarefa, um projeto 2774-no ter pernas= no ter fora suficiente nas pernas para andar, correr, desempenhar-se bem em competio esportiva etc. 2775-passar a p. em= trair a confiana de; dar um golpe em; enganar, ludibriar, lograr 2776-ter p.= ser perseguido, ameaado ou maado por outrem 2777-ter pernas= ter boas condies fsicas 2778-trocar as p.= andar com dificuldade por ter bebido muito 1139 PERNIL 2779-esticar o p.= morrer 1140 PERSPECTIVA 2780-ter em p.=esperar, contar com, ter como provvel, conseguir 1141 PERU 2781-cercar p.= m.q. cercar frango 2782-no enjeitar p. por carregado= no fugir a riscos e perigos; enfrentar situaes difceis 1142 1 PESADO 2783-pegar no p.= executar trabalho rduo, cansativo 1143 PESCOO 2784-salvar o p.= salvar a vida 1144 PESO 2785-ter dois p. e duas medidas= resolver diferentemente em circunstncias iguais ou anlogas 1145 PESSOA 2786-ser a segunda p. de= ser o auxiliar mais importante de 1146 PESTANA 2787-queimar as p.= estudar muito, ler muito 2788-tirar uma p.= dormir um pouco; dormitar 1147 1 PIO 2789-tomar o p. na unha= enfrentar situao difcil com deciso, com determinao; pegar o touro pelos chifres 1148 PIAU 2790-fazer p.= torcer o sabugo da cauda de uma rs 1149 1 PICHORRA 2791-mijar fora da p.= deixar de cumprir um dever, uma obrigao etc. 1150 1 PICO 2792-tomar um p.= aplicar em si mesmo, ou deixar que outro o faa, um pico ou dose de entorpecente, injetada de uma s vez 1151 PIJAMA 2793-vestir o p. de madeira= perder a vida; morrer 1152 PLULA 2794-dourar a p.= procurar tornar mais agradvel alguma coisa ruim, usando de 210 artifcios 2795-engolir a p.= 1 suportar sem protesto pessoa ou algo desagradvel; 2 deixar- se convencer, deixar-se levar 1153 PINEL 2796-ficar p.= ficar louco 1154 PINGA 2797-ficar sem p. de sangue= tornar-se plido de susto, medo, dor etc. 1155 1 PINGO 2798-pr os p. nos is= esclarecer uma situao dbia, deixar as coisas claras 1156 2 PINO 2799-bater p.= 1 sair (o automvel) do ponto da regulagem do motor; 2 estar em ms condies, fsicas ou mentais 1157 PINOTE 2800-dar o p.= 1 fugir da cadeia, escapar da polcia; 2 cair fora, abandonar algum ou uma situao desagradvel, incmoda ou inconveniente 1158 1 PINTA 2801-ter boa p.= 1 ter sinais de ser de boa qualidade; 2 ter boa fisionomia, bom aspecto; ser bonito 1159 PINTO 2802-fazer p.= fazer (ger. empregado domstico) pequenos furtos nas compras do dia-a-dia 2803-ser p.= 1 no oferecer grande dificuldade; ser sopa; 2 ter pouco valor, no valer quase nada (esp. quando comparado a algum ou algo de grande qualidade) 1160 PIOR 2804-levar a p.= mostrar-se inferior, ser derrotado numa disputa ou conflito; perder 2805-mandar desta para a p.= matar 1161 3 PIPI 2806-fazer p.= urinar 1162 PIPOCAR 2807-estar pipocando= estar por acontecer 1163 1 PIQUE 2808-ir a p.= 2 no dar certo; malograr-se, fracassar 2809-pr a p.= 2 fazer gorar; levar ao malogro 2810-ter a p.= ter o propsito de; empenhar-se por 1164 3 PIRA 2811-dar o p.= empreender fuga, cair fora, escapar 1165 PISTA 2812-dar na p. = fugir, escapar 2813-fazer a p.= 1 sair de algum lugar; ir-se embora; 2 fugir, dar o fora 1166 PITANGA 2814-chorar pitangas= fazer choradeira 1167 PIZZA 2815-acabar em p.= ficar sem punio (uma falta ou um crime) 1168 PLANETA 2816-ter nascido debaixo de bom p.= ter sorte, ser feliz; sair-se bem de tudo quanto empreende 1169 PLUMAGEM 2817-bater a bela p.= retirar-se, ir-se embora, fugir 2818-bater a linda p.= m.q. bater a bela plumagem 1170 P 2819-morder o p= cair morto; morder a poeira 1171 POO 2820-ser um p. de= ter determinada qualidade, positiva ou negativa, em alto grau 1172 PODA 2821-fazer a p. de= dizer maledicncias contra algum ou algo 1173 PODER 2822-ter p. em si= saber conter os seus mpetos; ter fora em si 1174 POEIRA 2823-deitar p. nos olhos= m.q. deitar terra nos olhos 2824-deixar na p.= ultrapassar em velocidade um veculo ou pessoa, deixando-o muito para trs; fazer comer poeira 2825-ficar na p.= ficar para trs; ser superado 2826-morder a p.= cair ferido, vencido ou morto; beijar a terra; morder o p. 2827-ter p. nos olhos= m.q. ter peneira nos olhos 1175 POLCIA 2828-casar na p. = 1 casar por fora de um mandado judicial; 2 casar rapidamente, pouco tempo depois de ter conhecido o parceiro 1176 1 PLO 2829-passar de um p. a outro= passar de um assunto a outro; mudar de conversa 1177 PLVORA 2830-brincar com p.= expor-se a perigos; arriscar-se 2831-descobrir a p. = descobrir aquilo que, na verdade, todos j conheciam; descobrir o j conhecido, o bvio 1178 PONCHO 2832-enrolar o p.= preparar-se para viajar 2833-forrar o p.= ganhar muito dinheiro 2834-passar por baixo do p.= passar algo ocultamente; contrabandear 2835-pisar no p. de = m.q. sacudir o poncho de 2836-sacudir o p. de= 1 dirigir ofensas a; insultar; 2 desafiar ou provocar algum 1179 PONTA 2837-agentar as p.= ter pacincia; suportar dificuldades; agentar a mo; resistir 2838-andar na p.= vestir-se com capricho 2839-saber na p. da lngua= conhecer muito bem (um assunto, uma lio etc.); saber na ponta dos dedos, ter na ponta dos dedos 2840-saber na p. dos dedos= m.q. saber na p. da lngua 2841-segurar as p.= esperar com pacincia ou suportar situao difcil 2842-ter na p. dos dedos= m.q. saber na ponta da lngua 2843-pegar uma p.= atrair, chamar; namorar 2844-vencer de p. a p.= vencer competio, esp. corrida, ocupando sempre o primeiro lugar desde o ponto de partida 1180 PONTARIA 2845-dormir na p.= fazer pontaria demoradamente, visando a um tiro perfeito 2846-fazer p.= visar cuidadosamente ao alvo 211 1181 PONTE 2847-fazer p.= enforcar dia de trabalho entre feriados ou entre um feriado e um fim de semana 1182 1 PONTEIRO 2848-acertar os p.=1 acertar a hora no(s) relgio(s); 2 fazer plano, acordo ou combinao, juntamente com uma ou mais pessoas examinando todos os detalhes para evitar incompreenses ou erros 1183 1 PONTO 2849-bater o p.= registrar a entrada no trabalho ou sada dele, ger. em mquina apropriada 2850-dar p.= atingir (a calda de acar) determinada consistncia 2851-dormir no p.= reagir tardiamente; deixar escapar a ocasio propcia 2852-entregar os p.= desistir de algo, considerar-se derrotado 2853-estar a p. de= estar quase a 2854-estar no p.= 1 estar no momento certo, na condio ideal; 2 m.q. em ponto de bala 2855-fazer p. em= freqentar regularmente um lugar 2856-no dar p. sem n= nada fazer que no seja por interesse 1184 PR 2857-p. a limpo= esclarecer os lados obscuros, mal explicados de (uma situao, um fato etc.); deslindar 2858-p. a nu= pr a descoberto; elucidar, esclarecer, descobrir 1185 PORCO 2859-montar no ou num p.= 1 reclamar ou brigar com escndalo; 2 sentir-se acanhado; encabular 2860-passar de p. a porqueiro= melhorar de vida 2861-tomar um p.= ficar embriagado 1186 PORM 2862-ter (os) seus p.= ter seu seno, seu lado negativo 1187 PORRE 2863-tomar um p.= ficar bbedo; embriagar-se 1188 PORTA 2864-abrir as p.= 1 ajudar, facilitar a obteno de (algo); 2 receber com hospitalidade, alegria, boa vontade; 3 receber como um igual, como membro ou scio 2865-abrir as p. de Jano= 1 deixar entrar ou passar, liberar a entrada; franquear; 2 permitir, consentir; 3 entregar ao inimigo praa sitiada; render-se 2866-arrombar uma p. aberta= 1 querer resolver o que j est resolvido; 2 explicar algo evidente por si mesmo 2867-bater p. de= pedir auxlio, apelar para 2868-casar atrs da p.= passar a viver junto, sem casar-se; amasiar-se, amancebar- se 2869-dar com a p. na cara de= 1negar (algo) de maneira abrupta, sem cerimnias; 2 negar-se a receber (algum) 2870-deixar a ou uma p. aberta para=dar uma oportunidade a; no cortar todas as chances a 2871-fechar as p.= barrar o acesso; impedir, interditar 1189 2 PORTAR 2872-p. por f= passar atestado; atestar, certificar (em linguagem cartorial) 1190 1 PORTO 2873-abrir p.= 1 construir porto artificial; 2 possuir, dispor de porto 1191 POSIO 2874-ter p.= ter meios suficientes de fortuna, ter emprego, exercer funo ou cargo de que possa viver 1192 POSSE 2875-ter a p. de= ter direito de proprietrio sobre 2876-ter posses= 1 ter meios pecunirios; 2 estar habilitado ou apto para alguma coisa; poder faz-la 2877-tomar p.= 1 declarar-se ou ser declarado o proprietrio de (algo); 2 investir- se (num cargo, funo etc.) 1193 1 POSTA 2878-arrotar postas de pescada= gabar-se de riqueza inexistente; jactar-se 2879-fazer em postas= 1 cortar em postas, em fatias; 2 destruir o oponente; derrotar, arrasar; 3 infligir castigo; castigar, corrigir 2880-pr em postas= fazer em pedaos; esfrangalhar 1194 POTE 2881-encher o p.= insultar, falar desaforos 1195 POUCO 2882-fazer p. de (algum ou algo)= menosprezar, no dar valor, humilhar 1196 POUSADA 2883-pedir p.= pedir abrigo para se hospedar 1197 PRAA 2884-abrir p.= 1 afastar para deixar passar; 2 arranjar lugar ou colocao 2885-pr na p.= pr venda; lanar (um produto, um servio etc.) 2886-sentar p.= 1 alistar-se no exrcito para seguir a carreira militar ou entrar para a polcia; 2 prostituir-se 2887-ter p.= ter assento; ter lugar; ter cabimento 1198 PRAGA 2888-rogar p.= lanar uma maldio; desejar o mal (a algum); fazer uma imprecao 1199 PRAIA 2889-morrer na p.= despender enorme esforo para conseguir alguma coisa e perder ou desistir no ltimo instante 2890-ser a p. de (algum)= ser o ambiente a que (algum) esteja acostumado ou um hbito que ele possui 212 1200 PRATELEIRA 2891-estar ou ficar na p.= ficar esquecido; no ser chamado para alguma coisa 1201 PRTICA 2892-pr em p.= pr em ao (uma idia, uma teoria); executar, realizar 2893-ter p.= estar experimentado e exercitado (em alguma coisa); ser perito, ser experiente 2894-ter p. com= conversar com algum 1202 PRATO 2895-comer no mesmo p.= comungar os mesmos hbitos, idias que (outrem) 2896-limpar o p.= comer tudo 2897-pr em p. limpos= aclarar (uma questo, um fato confuso e suspeito), sem deixar nenhuma dvida; esclarecer, deslindar 1203 PRAXE 2898-ser de p.= 1 ser hbito, estar integrado aos costumes; 2 ser a norma, o procedimento correto 1204 PRECISO 2899-acudir a p.= prover do que se necessita; atender s necessidades mais urgentes 1205 PREO 2900-abrir p.= dar o primeiro lance, num leilo 2901-no ter p.= no haver o que pague; ser inestimvel 2902-ter em alto p.= estimar, apreciar; ter em preo 2903-ter em p.= m.q. ter em alto preo 2904-ter p. ou o seu p.= ter valor digno, ser digno de estima 1206 1 PREGAR 2905-p. com (algo ou algum)= fazer ir ou cair contra a vontade; arrastar, conduzir 1207 1 PREGO 2906-bater o p.= morrer, bater as botas 2907-cortar p.= sentir medo 2908-dar o p.= 1 ficar exausto; 2 reconhecer a prpria derrota; render-se 2909-nadar como um p.= no saber nadar ou nadar mal 2910-no bater p. sem estopa= no fazer alguma coisa sem visar a um interesse pessoal 1208 PREGUIA 2911-estar com ou ter p.= no ter nimo ou vontade 1209 PREITO 2912-render p.= fazer declarao de apreo, louvor, gratido, respeito etc. 1210 PRELO 2913-sair do p.= ser publicado (livro); sair luz 1211 PREMENTE 2914-fazer-se p.= tornar-se urgente; exigir presteza 1212 PRESA 2915-fazer p. de ou em= apresar, capturar, aprender (tb. fig.) 1213 PRESENA 2916-marcar p.= comparecer a um evento para ser notado ou para no ofender o dono da festa ou o homenageado 1214 PRESENTE 2917-fazer p. de= presentear com 2918-ter p.= estar consciente de, levar em considerao; lembrar-se 1215 PRESILHA 2919-sentar-se na p.= resistir, negar-se a alguma coisa 2920-ser de p.= ter lbia, ser um aproveitador 1216 PRESSA 2921-dar-se p.= fazer (algo) rapidamente; apressar-se 1217 PRESTGIO 2922-ter p.= 1 exercer grande influncia sobre (outrem); 2 ser respeitado, admirado 1218 PRESUNTO 2923-virar p.= 1 morrer; 2 ser assassinado 1219 PRESRIA 2924-tomar de p.= tomar posse de terreno com o respectivo ttulo 1220 PRETA 2925-mandar p. dos pastis= mandar que deixe de incomodar 1221 PRETENDER 2926-p. a mo de= pedir em casamento 1222 1 PRETO 2927-pr o p. no branco= escrever, para no ficar s na palavra oral; registrar, lavrar um documento 1223 PROA 2928-ter pela p.= ter (algum ou algo) pela frente ou contra si 1224 PROCLAMA 2929-correrem os p.= decorrer um determinado tempo entre a leitura do proclama na igreja e a data do casamento 1225 PROGRESSO 2930-fazer p.= progredir, avanar, adiantar-se 1226 PROMESSA 2931-quebrar p.= no cumprir a promessa 1227 PROPSITO 2932-ter p.= ter razo de ser, ser sensato, ter sentido 1228 PROSA 2933-ter boa p.= 1 ter muito palavreado, muita lbia; 2 ser um interlocutor interessante e agradvel 1229 PROVA 2934-pr p.= testar, experimentar, verificar algo (esp. no campo psquico e moral) 2935-ter suas p. feitas= demonstrar saber, mrito, valor, coragem etc. 2936-tirar a p.= ver se (algo) se confirma; certificar-se, verificar 1230 PROVEITO 2937-tirar p. de= 1 extrair ganho de (algo); aproveitar, ganhar, lucrar; 2 explorar, aproveitar-se de 1231 PROVIDNCIA 2938-tomar providncias= decidir e dar os passos necessrios para a soluo de determinado problema ou a realizao de alguma coisa; determinar, diligenciar, cuidar 1232 PROVIMENTO 2939-dar p.= 1 tomar conta; cuidar, atender 1233 PRUMADA 2940-andar ou estar na p.= portar-se bem, com correo e dignidade 1234 PRUMO 2941-botar, deitar ou largar o p.= m.q. prumar 2942-perder o p.= perder a cabea; enlouquecer 213 1235 PUA 2943-sentar a p.= 1 bater muito ou com fora; assentar a mo; 2 ser rspido ou violento; brigar, agredir; 3 agir ou fazer algo com disposio, determinao, energia; mandar brasa 1236 PUBLICIDADE 2944-dar p.= tornar (algo) conhecido; divulgar nos meios de comunicao 1237 PBLICO 2945-sair a p.= 1 tornar-se conhecido; difundir-se; 2 ser editado, ser publicado, ser impresso; vir luz, vir a lume 2946-trazer a p.= tornar (algo) conhecido de toda a gente; revelar, divulgar 1238 PULMO 2947-ter bons p.= ter voz possante; ter bons bofes 1239 PULO 2948-dar pulos= ficar aos pulos (no cabendo em si) 2949-dar um p.= 1 ir a (algum lugar) para no se demorar; dar uma passada, uma chegada; 2 crescer muito, rapidamente; 3 melhorar muito de vida; prosperar 1240 PULSO 2950-abrir o p.=dar mau jeito no pulso, deixando a impresso da separao dos ossos do antebrao 2951-cortar os p.=cometer suicdio, abrindo as artrias e veias dos pulsos, causando hemorragia 2952-ter bom p.= ter muita fora nos braos 2953-tirar ou tomar o p.=colocar um dedo sobre uma artria para contar as pulsaes que ocorrem no espao de um minuto 1241 PUNHAL 2954-pr um p. no peito de (algum)= forar (algum) com ameaas; coagir, violentar 1242 1 PUNHETA 2955-bater ou tocar p.= masturbar-se 1243 PUNHO 2956-desatar o p. da rede= pr-se em fuga; retirar-se em debandada; fugir 1244 PUTO 2957-ficar p.= ter muita raiva ou irritao; zangar-se, irar-se
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM Q
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1245 1 QUARTA 2958-assentar na q.=dar luz 2959-dar na q.=dar luz 2960-enredar-se nas q.=ficar zonzo, no saber o que fazer 2961-jogar a q.=espojar-se ou rebolar-se (o burro) 1246 QUARTO 2962-cair com os q.=praticar pederastia passiva 2963-dar com os q. de lado= escusar-se de um compromisso; roer a corda 2964-dar um q. ao diabo= ser capaz de tudo para alcanar alguma coisa 2965-fazer q. a= ficar durante a noite, ou parte dela, ao lado de defunto ou assistindo um doente; velar 2966-passar no q.= lograr, enganar ou burlar a outrem 2967-passar um mau q. de hora= enfrentar situao aflitiva ou angustiante, por um curto espao de tempo 1247 QUEDA 2968-dar uma q.= cair; levar queda 2969-ir de q.= declinar 2970-levar q.= cair; dar uma queda 1248 1 QUEIXA 2971-dar q.=denunciar (algum ou algo) autoridade 2972-fazer q.=denunciar (algum), dedurar 1249 QUEIXO 2973-bater o q.= tremer de frio 2974-cair o q.= ficar boquiaberto, embasbacado 2975-ensaboar os q. do burro= perder tempo e trabalho; trabalhar em vo 2976-ficar de q. cado ou de q. na mo= ficar pasmo; admirar-se, espantar-se 1250 QUENTE 2977-estar q.= 2 estar prestes a descobrir algo 1251 QUERENA 2978-virar de q.= tombar a embarcao para efetuar reparo, limpeza ou conserto; dar de carena, querenar 1252 QUERER 2979-no q. nada com= 1 no ter interesse em; 2 no cultivar amizade ou amor por 2980-no q. nem= (infinitivo) no aceitar (algo) de modo algum; recusar-se a 1253 QUESTO 2981-fazer q. de = 1 lutar por algo; exigir; 2 no ceder sem discutir 2982-fazer q. fechada de= 1 empenhar-se ao mximo para; esforar-se por; 2 mostrar-se intransigente em relao a 1254 QUIAA 2983-derreter na q.= pr-se em fuga; retirar-se em debandada; fugir 1255 QUCIO 2984-sair do q.= perder o bom andamento (falando de negcios); sair dos gonzos, do eixo 1256 1 QUILO 2985-fazer o q.= 1 deitar-se para repousar ou dormir aps o almoo; 2 caminhar aps as refeies para facilitar a digesto 1257 QUMICA 2986-fazer uma q.= 1 dar um jeito; 2 no servio pblico, desviar irregularmente 214 dotao de uma rubrica do oramento para outra 1258 QUINAU 2987-dar q. em= 1 corrigir algum com palavras, mostrando o erro; 2 passar frente de; suplantar, sobrepujar 1259 QUINHO 2988-entrar a q.= tomar parte em alguma coisa; participar 1260 QUINTO 2989-ir para os q.= 1 ir para lugar longnquo; 2 deixar de viver; morrer; 3 reduzir-se a nada; sumir; 4 no ter xito; gorar 2990-mandar para os q.= 1 mandar para um lugar remoto, para que desaparea; 2 tirar a vida a; matar; 3 proferir improprios
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM R
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1261 RABO 2991-meter o r. entre as pernas= no responder a um comentrio, censura ou admoestao, por se sentir sem razo, culpado ou amedrontado 2992-olhar com o r. do olho= olhar de esguelha 2993-ter o r. preso= ter o que esconder; ter agido de modo imprprio, delituoso, criminoso ou eticamente incorreto 1262 RABO-DE-PALHA 2994-ter r.=ter m reputao; ser notado por ato ignbil; ter rabo 1263 1 RAA 2995-acabar com a r. (de algum)=matar, exterminar 2996-ter r. =provir de ascendncia africana 1264 2 RAIA 2997-fugir da r.= evitar de enfrentar ou escapar de situao adversa ou compromisso 1265 RAIVA 2998-fazer r.= 1 fazer ficar enraivecido; irritar; 2 fazer ficar com inveja 1266 RAPADURA 2999-entregar a r.= 1 desistir de um plano; confessar-se derrotado; 2 perder a vida; morrer, falecer 1267 RASA 3000-pagar pela r.= pagar segundo o preo da tabela 3001-pr algum r.= dizer infmias contra algum 1268 RASCA 3002-ver-se r.= ver-se em apuros, atrapalhado 1269 RASTEIRA 3003-dar ou passar uma r. em= 1 derrubar com uma rasteira (acp. 1 e 2); prostrar; 2 prejudicar ou derrotar por meios astuciosos ou velhacos 1270 RAZO 3004-dar r. a algum= apoiar algum nas suas palavras, atos, no seu modo de pensar, de sentir; concordar com 3005-ter suas r.= ter motivos particulares para proceder de determinada maneira 1271 2 REAL 3006-no ter um r.= estar totalmente sem dinheiro 1272 1 REBATE 3007-dar r.= dar sinal; avisar 3008-tocar a r.= alertar sobre algo 1273 REBATINHA 3009-atirar dinheiro r.= lanar ao povo para ser disputado 1274 REBOLADO 3010-perder o r.= desconcertar-se 1275 REBUO 3011-no ter r.= no ter escrpulo 1276 1 RECADO 3012-dar o r.= 1 cumprir a misso; 2 repassar fielmente idias, mensagens etc. 1277 RECIBO 3013-dar ou passar r. de= 1 revidar ofensa ou injria, fsica ou moral; desforrar- se, vingar-se; 2 tomar conhecimento de; 3 tornar manifesto; evidenciar, patentear 1278 REDE 3014-cair na r.= deixar-se apanhar no lao que lhe armaram; cair no logro 1279 RDEA 3015-bancar na r.= puxar repentinamente a rdea para fazer o cavalo parar 3016-dar de r.= fazer a montaria voltar na direo oposta, apoiando-se nas patas traseiras 3017-dar rdeas (largas)= deixar solto, em liberdade 3018-soltar as r.= deixar vontade 3019-tomar as r.= assumir a direo, o governo 1280 REDOMA 3020-meter-se em r.= acautelar-se excessivamente, cuidar-se demais 1281 REFRESCO 3021-dar um r.= dar um alvio 1282 REGAO 3022-trazer no r. =tratar com desvelo, com carinho, como se fosse um filho 1283 REGRA 3023-cagar regras= dar ares de sabicho; pedantear 1284 2 REGULAR 3024-no r. bem= ser amalucado, confuso, atrapalhado 1285 REI 3025-ter um r. na barriga= mostrar-se arrogante, cheio de si, enfatuado 3026-viver como um r.= viver com fausto, como um nababo 1286 RELEVO 3027-pr em r.= fazer sobressair 1287 RELHO 3028-baixar o r.= 1 bater com aoite, com chicote; 2 bater, espancar 1288 RELGIO 3029-acertar os r.= 1 combinar com algum, ou com um grupo, um plano de ao; acertar os ponteiros; 2 chegar a um acordo; acertar os ponteiros 3030-correr contra o r.= apressar-se para cumprir determinada ao cujo xito depende da obedincia a um tempo previamente estabelecido 3031-no ser r. de repetio= no estar algum disposto a repetir o que dissera 215 anteriormente e que, por desateno ou impossibilidade, no foi ouvido por outrem 3032-ser como um r.= ser extremamente pontual 1289 REMDIO 3033-no ter nem para r.= no ter nada 1290 2 RENDA 3034-fazer r.= ficar sentado muito tempo espera de algum ou de algum acontecimento; tomar ch de cadeira 1291 1 REPENTE 3035-ter bons r.= dizer bons improvisos; ter ditos de esprito 3036-ter repentes= ter mpetos de mau gnio; ser inconsiderado no momento 1292 REPUXO 3037-agentar o r.= enfrentar ou agentar uma situao penosa ou trabalhosa; agentar a mo 1293 RESERVA 3038-ter de r.= reservar ou guardar para as ocasies extraordinrias ou as emergncias 1294 RESPEITO 3039-dar-se ao r.= proceder de maneira respeitvel, agir com compostura, ter uma postura digna, impor-se ao respeito de outrem 3040-dizer r. a= ser relativo a, ter relao com 3041-faltar ao r.=ser descorts ou inconveniente para com algum 1295 RESPOSTA 3042-ter r. para tudo= no ficar calado a coisa alguma 1296 1 RESTO 3043-tratar de r.=tratar com desdm, menoscabar (algo ou algum) 1297 RETALHO 3044-ser r. da mesma pea =ser da mesma natureza, equivaler-se (coisas ou pessoas); ser farinha do mesmo saco 1298 RETIRADA 3045-bater em r.=1 retirar-se de um combate; 2 fugir, escapar 1299 RETRICA 3046-fazer r.=expressar-se de modo afetado ou bombstico 1300 RETRANCA 3047-agentar a r.= resistir ante uma situao desfavorvel 3048-estar ou ficar na r.=assumir uma atitude de reserva, ger. por desconfiana; acautelar-se 3049-fazer a r. de= despaginar (composio das pginas impressas) 1301 1 REVISTA 3050-passar em r.=1 fazer vistoria a; inspecionar; 2 rever com ateno 1302 REVORA 3051-dar por r.= declarar judicialmente a puberdade de algum 1303 RIDCULO 3052-dar-se ao r.= m.q. dar-se ao desfrute 3053-meter a r.= fazer de pessoa ou coisa objeto de riso, de zombaria de outrem; ridicularizar 1304 RIFO 3054-andar em r.= ser objeto de comentrios, conversas alheias 1305 RIGOR 3055-conhecer o r. da mandaaia= sofrer uma dura lio; ser punido com severidade 1306 RIO 3056-correr rios de tinta= escrever exaustivamente sobre um determinado assunto 1307 1 RIPA 3057-meter a r. em= 1 bater, espancar (algum ou algo); 2 falar mal de (algum) ou censurar (algo) fortemente; arrasar, desmoralizar 1308 RISCA 3058-fazer r.= opor-se a, resistir a; no ceder 1309 RISCADO 3059-entender (d)o r.= conhecer bem um assunto, ser competente em determinada coisa 1310 ROA 3060-andar r. de= perseguir com ms intenes 3061-fazer r.= 1 negligenciar do trabalho de que se est encarregado; 2 prestar servios desnecessrios, de modo a aumentar um dbito; aproveitar-se de algum 1311 RODA 3062-andar r.= realizar sorteio de loteria 3063-fazer a r. a= procurar conquistar o amor, a afeio, a simpatia; cortejar, requestar 3064-meter na r.= abandonar ou rejeitar (criana, recm-nascido); enjeitar, pr na roda 3065-pr na r.=m.q. meter na roda 1312 RODEIO 3066-falar sem r.(s)= ir direto ao assunto; evitar circunlquios 3067-parar r.= reunir o gado, desde os locais mais distantes at o ponto fixado para o rodeio (acp. 7) 3068-pedir r.= solicitar a proprietrio rural vizinho ajuda para localizar gado extraviado 1313 RODINHA 3069-queimar r.= agir como pederasta passivo 1314 1 ROJO 3070-agentar o r.= resistir a trabalho ou situao difcil; agentar as pontas, segurar o rojo 3071-segurar o r.= m.q. agentar o rojo 1315 ROL 3072-dar um r.= realizar um pequeno passeio; dar uma volta 1316 RONCA 3073-meter a r. em= falar mal de; criticar duramente 1317 RONCO 3074-tirar um r.= dormir 1318 1 ROSTO
3075-dar de r. com= m.q. dar de cara com 3076-deitar em r.= fazer censuras; reprovar, exprobar, lanar em rosto 3077-fazer bom r.= agir de boa vontade 3078-fazer bom r. fortuna= encarar as dificuldades com serenidade 3079-fazer r. a= 1 situar-se diante de; 2 resistir, fazer frente a; enfrentar, encarar 3080-lanar em r.= m.q. deitar em rosto 216 3081-torcer o r.= m.q. torcer o nariz 1319 ROTO 3082-rir(-se) o r. do esfarrapado= m.q. rir(-se) o sujo do mal lavado 1320 ROUPA-SUJA 3083-lavar a r.= pr em discusso, ante a famlia, um grupo de amigos etc., problemas ntimos e particulares 1321 RUA 3084-arrastar pela r. da amargura= atacar a reputao, o crdito, a honra de; desacreditar, ofender, humilhar, levar rua da amargura 3085-encher a r. de pernas= andar sem destino, viver toa; vagabundear, vadiar 3086-levar r. da amargura= m.q. arrastar pela rua da amargura 3087-pr na r.= 1 despedir, demitir; 2 intimar (algum) a sair da casa onde est ou mora 3088-sair r.= 1 vir rua atrado por acontecimento extraordinrio; 2 aparecer aos olhos de todos 1322 2 RUBICO 3089-atravessar o r.= deciso revolucionria; ato de insubordinao com o enfrentamento das conseqncias que possam advir 1323 RUMO 3090-abrir o r.= 1 mudar o rumo, de modo a afastar-se de determinado ponto de referncia 3091-aoitar em r. de= andar muito depressa em direo a 3092-cortar no r. de= encaminhar-se para
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM S
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1324 1 SABO 3093-acabar-se como s. na mo da lavadeira= acabar-se, desfazer-se rapidamente 3094-fazer s.=1 apalpar, encostar-se em algum com fins libidinosos; amassar, bolinar; 2 praticarem (lsbicas) ato amoroso 1325 SABER 3095-s. a= 1 ter o sabor de; 2 recordar, lembrar 3096-s. bem= 1 ser saboroso; satisfazer o apetite; 2 conhecer bem 3097-s. mal= desagradar ao paladar 3098-no s. de si= estar confuso por problemas psicolgicos ou por acmulo de tarefas; andar desnorteado 1326 SABUGO 3099-no valer um s.= no ter qualquer valor 1327 SACO 3100-botar ou colocar no mesmo s.= no distinguir pessoas ou coisas; dispensar o mesmo tratamento; atribuir o mesmo valor ou importncia; meter no mesmo saco, pr no mesmo saco 3101-dar no s.= importunar, maar algum; encher o saco de, torrar o saco 3102-despejar o s.= revelar tudo o que sabe; esvaziar o saco 3103-encher o s.= 1 juntar dinheiro, lucrar; 2 enfadar(-se), chatear(-se), amolar(-se) 3104-estar sem s.= no ter pacincia e/ou disposio para qualquer coisa 3105-estender o s.= pedir esmolas; mendigar 3106-esvaziar o s.= m.q. despejar o saco 3107-meter no mesmo s.= m.q. botar no mesmo saco 3108-puxar o s. de= adular, bajular (algum) excessivamente 3109-torrar o s.= m.q. dar no saco 1328 SACRAMENTO 3110-ligar-se pelo s.= unir-se por matrimnio; casar 1329 SACRIFCIO 3111-ir para o s.= participar (o cavalo) de uma corrida apenas para ajudar outro a vencer 1330 SAFADO 3112-comer s.= passar dificuldades, privaes; comer da banda podre 1331 SAFIRA 3113-tocar s.=masturbar-se 1332 SADA 3114-dar s.= 1 dar resposta; 2 opor uma reao; 3 dar coragem, nimo, estmulo 3115-no dar nem para a s.= 1 no ter condies para o desempenho de uma carga ou tarefa, ou para ganhar uma competio ou eleio; 2 no ser o suficiente para dado objetivo 1333 SAIR 3116-s. apagando= sair em disparada 3117-s. caro= custar muito (no sentido prprio e fig.) 3118-s. com a sua= apresentar uma idia, uma lembrana, em geral extravagante 3119-s. de atravessado= 2 acolher mal (uma pessoa) 3120-s. de em p= 1 ficar em p (o cavaleiro), quando lanado fora do cavalo; 2 passar por um problema com classe ou com a reputao ilibada 3121-s. de si ou fora de si= perder o autocontrole; zangar-se, irritar-se 3122-s. limpo= 1 perder no jogo o dinheiro que tinha 3123-s. ventando= sair muito apressado 3124-sai de baixo= locuo interjetiva com que se comenta que algum no se 217 deve expor ou opor a determinada coisa; com que se sugere que se proteja da ao de algo ou algum, ou de um fato ou processo [Us. ger. com o verbo na 2p.s. do imper.] 1334 SALA 3125-fazer s. a =1 entreter pessoas e visitas para passar o tempo; 2 procurar conquistar a simpatia de algum; lisonjear 1335 1 SALO 3126-abrir os s.= dar reunies, oferecer recepes, banquetes, bailes etc. 3127-limpar o s.= limpar com o dedo as fossas nasais 1336 2 SALIVAR 3128-estar ou ficar salivando= estar, ficar com muita raiva 1337 SALTINHO 3129-dar um s.=fazer uma visita rpida a algum lugar; dar um pulo 1338 1 SALTO 3130-dar um s.=1 passar por uma fase de rpido desenvolvimento (diz-se de criana ou adolescente); 2 ir a (algum lugar) para no se demorar; dar um pulo 3131-pr-se de s.= pr-se de emboscada para agredir ou roubar 3132-quebrar o s.= fazer cair no momento em que salta; interromper o salto a 1339 SAMBUR 3133-pescar para o seu s.=tratar dos prprios interesses; arranjar-se 1340 SANGUE 3134-afogar ou banhar em s.= reprimir cruelmente; ferir; matar 3135-ferver o s. a= experimentar um profundo sentimento de indignao, revolta 3136-lavar (crime, ofensa) no s. de =matar algum que cometeu crime, ofensa etc. 3137-subir o s. cabea= perder a serenidade; enfurecer-se 3138-ter o s. quente= no ter tranqilidade, domnio prprio diante de situaes difceis; ser muito impetuoso 3139-ter s. de barata= no gostar de briga, no reagir a provocaes 3140-ter s. na guelra= m.q. ter sangue nas veias 3141-ter s. nas veias= ter gnio exaltado, enfurecer-se com facilidade; ter sangue na guelra 1341 SANTO 3142-descobrir um s. para cobrir outro= favorecer algum em detrimento de outrem ou de si prprio; despir um santo para vestir outro 3143-despir um s. para vestir outro= m.q. descobrir um santo para cobrir outro 3144-no ser s. da devoo de= 1 no ter o mesmo modo de ser, de proceder que; 2 no gozar das empatias de 3145-rogar ao s. at passar o barranco= ser devoto apenas nos momentos de perigo 3146-ter s. forte= 1 estar sob a proteo de algum; ter as costas quentes; 1.1 ser imune inveja, ao azar, s bruxarias etc. 1342 SAPATO 3147-esperar s. de defunto= esperar por algo impossvel ou de realizao incerta 1343 SAPO 3148-engolir s.= tolerar coisas ou situaes desagradveis sem responder por incapacidade ou convenincia 1344 SARACURA 3149-pintar a s.= divertir-se a valer, fazendo muitas travessuras; pintar o sete 1345 SARREIRA 3150-ter s. com= implicar ou embirrar com algum 1346 SARRO 3151-tirar um s.= 2 sarrar 1347 SAUDADE 3152-deixar na s.= 1 levar vantagem sobre; superar, sobrepujar, deixar para trs; 2 alijar, marginalizar 3153-morrer de s.= sentir enorme(s) saudade(s) 1348 SADE
3154-sangrar em s.= 1 ter cautela diante do menor perigo ou de perigo inesperado; 2 tomar precauo desnecessria 3155-ter s. para= ter capacidade para suportar, agentar; ter pacincia para 3156-vender s.= ser robusto, saudvel, vigoroso 1349 SEBO 3157-passar ou pr s. nas canelas= correr muito 1350 SECO 3158-ficar no s.= privar-se de alguma coisa 3159-mariscar no s.= bicar (a ave) na terra procura de alimento 3160-nadar em s.= trabalhar muito inutilmente 1351 SCULO 3161-viver fora do seu s.= 1 no compreender, no aceitar o esprito, os valores da poca em que vive;2 ter idias retrgradas e de acordo com elas proceder 1352 SEDA 3162-rasgar s.= trocar amabilidades 3163-ter sedas no corao= ser insensvel, frio; no se comover 1353 SEDE 3164-dar s.= causar, provocar sede, tornar sedento 3165-matar a s.= beber at se satisfazer 1354 SEDELA 3166-trincar a s. a algum= frustrar-lhe as esperanas 1355 SEGREDO 3167-ter em s.= no divulgar; conservar oculto, sem que algum saiba ou possa vir a sabe 1356 SEIXO 3168-passar s.= no saldar dvida contrada; calotear 1357 SELA 3169-andar na s.= 1 estar em posio elevada ou de mando, em relao aos outros; 2 estar convicto de conseguir o que deseja 1358 1 SELO 3170-pr o s. (a algo)= remat-lo 3171-tirar o s.= usar algo pela primeira vez, estrear (esp. objetos de uso pessoal) 1359 SEMENTE 3172-ficar para s.= 1 ser reservado ou escolhido para a reproduo; 2 ser a ltima pessoa ou coisa restante de um grupo (por no ter sido escolhido, por no ter 218 morrido ou desaparecido); 3 viver muito alm da mdia 1360 SENHOR 3173-adormecer no S.= morrer, falecer; descansar no Senhor, repousar no Senhor 3174-descansar no S.= m.q. adormecer no Senhor 3175-estar s. da situao= ter controle de uma situao; ser senhor da situao 3176-estar s. de si= estar consciente dos seus atos; responsabilizar-se por suas prprias aes, opinies etc.; ser senhor de si 3177-repousar no S.= m.q. adormecer no Senhor 3178-ser s. da situao= m.q. estar senhor da situao 3179-ser s. de si= m.q. estar senhor de si 3180-ser s. do seu nariz= ter certo grau de independncia e maturidade 1361 SENTIDO 3181-fazer s.= ter significado; ser compreensvel, lgico 3182-mortificar os s.= 1 privar-se dos prazeres dos sentidos; 2 infligir a si prprio castigos corporais 3183-ter s.= no ser descabido; ser aceitvel, concebvel 1362 SER 3184-s. assim (com)= ter relaes pessoais de grande amizade, companheirismo etc. (com); ser ntimo (de) ou muito ligado (a) 3185-s. bem= ser bom, justo, desejvel, proveitoso, correto etc.; ser justificvel ou louvvel 3186-s. bom de= saber fazer bem; ter muita habilidade, capacidade ou competncia ou conhecimento na prtica ou desempenho de (uma atividade, ger. mencionada por aluso ou figuradamente) 3187-s. breve= comunicar algo de modo rpido, concisamente ou objetivamente; comunicar apenas o que essencial, ir direto a ou no se desviar do assunto ou matria tratada 3188-s. com= 1 dizer respeito a; ser um assunto, uma atividade sob os cuidados ou a responsabilidade de; depender, ou estar sujeito ao ou influncia de; ser da competncia de; 2 ser objeto de ou despertar interesse, ateno ou preocupao (de algum); 3 ser particularmente do agrado ou da predileo de; ser algo no qual se versado ou tem experincia, ou ser algo para o qual algum apresenta ou sente aptido, inclinao 3189-s. como= equivaler ou ser comparvel a (tb. fig.) 3190-s. dado a= 1 ter gosto, atrao ou predileo por; 2 ter hbito ou costume de 3191-s. daqui= ser muito bom, bonito, gostoso; ser timo ou excelente quanto a determinado aspecto ou qualidade 3192-s. de= 1 acontecer com (us. em associao com que ou o que, esp. em interrogaes diretas ou indiretas a respeito do destino ou paradeiro de algo ou algum, ou de onde se encontra, em que situao est etc.; que (ou foi, ou era ou ser etc.) de; 2 denota origem ou procedncia, de pertencimento ou participao ou de composio, constituio, formao (estritamente, no se trata de locuo, visto que h emprego do v. ser na acp. 1, com a idia especfica de 'origem', 'pertencimento' ou 'constituio' determinada pela prep. de); 3 ter propenso a, inclinao ou atrao por, ou costume ou hbito; 4 us. para caracterizar algo ou algum mencionado na orao, associando-o a uma idia sugerida; 5 us. antes de verbo no infinitivo para caracterizar algo ou uma qualidade sua, uma ao, processo, fato ou condio, fazendo-se referncia s conseqncias ou resultados que causa, reao que suscita ou capaz de provocar, ou disposio mental com que se pode ou deve consider-lo (por vezes, o verbo no infinitivo faz parte de uma expresso ou sintagma especfico) 3193-s. feito= m.q. ser como 3194-s. isso a= exprime concordncia ou aprovao enftica 3195-s. ligado em= de; interessar-se por 3196-s. maior e vacinado= ser livre, autnomo, independente para agir; no ser obrigado a pedir permisso ou a dar satisfao a outrem (diz-se de pessoa) 3197-s. morto e vivo em= freqentar (um lugar) assiduamente; ir muitas vezes a ou ficar muito tempo em 3198-s. nada= ter pouco valor ou pouca importncia; no merecer ateno ou considerao; no ser nada 3199-s. para= caracterizar-se por uma ao de que passvel ou suscetvel, por uma reao que suscita, ou por conseqncia que provoca 3200-s. quando= locuo us. para ligar o que dizia com aquilo que se vai dizer, equivalente a 'nesse momento' ou 'nesse ento' 3201-s. ruim de= no ter habilidade, capacidade para determinada atividade (referida, por vezes, de modo alusivo ou figurado) 3202-s. servido= 1 querer ou determinar, ordenar; 2 em frases interrogativas, frmula com que se pergunta se uma pessoa deseja servir-se do alimento que lhe oferecido 3203-no s. de nada= no ter valor ou importncia, capacidade, aptido, coragem, 219 fora ou potncia (tb. sexual) 3204-no s. mole= 1 ser difcil, trabalhoso, complicado etc.; 2 antecedido de que, intensivo (conota excesso, demasia) quando aplicado a adjetivaes ou adverbiaes, ger. com valor negativo ou pejorativo 3205-no s. nada= m.q. ser nada 3206-no s. ouvido nem cheirado= no ter influncia ou importncia; no ser consultado 3207-no s. para menos= ser compreensvel, previsvel, justificvel, dadas as circunstncias; ter razo ou motivo suficiente para realizar-se (um fato, ao etc. mencionado) 1363 1 SERENO 3208-ficar no s.= 1 no dormir, passar a noite na folia; 2 apreciar (festa, baile etc.), do lado de fora 1364 SRIO 3209-levar a s.= 1 dar importncia a; considerar como coisa grave, de responsabilidade, ponderosa; tomar a srio; 2 melindrar-se, magoar-se; tomar a srio 3210-sair do s.= 1 perder um pouco o ar de gravidade; rir, divertir-se; 2 praticar uma ao no habitual ou extraordinria 3211-tomar a s.= m.q. levar a srio 1365 SERRA 3212-ir ou subir s.= irritar-se, zangar-se muito; dar o cavaco 1366 SERRAR 3213-s. de cima = encontrar-se em posio vantajosa; dominar 1367 SERVIO 3214-brincar em s.= 1 mostrar-se irresponsvel, fazer algo sem seriedade, sem capricho; 2 no ser esperto, vivo; 3 desperdiar oportunidades; perder tempo 3215-dar o s.= delatar (algo ou algum); denunciar 3216-fazer um s.= assassinar algum mediante pagamento previamente ajustado 3217-ser s.= ser difcil, penoso, desagradvel 1368 SERVIR 3218-estar servido= 1 ter ou crer ter o bastante com o que j recebeu; 2 sentir-se satisfeito com a comida e/ou bebida que j lhe foi proporcionada ou oferecida; 3 em frases interrogativas, frmula us. para indagar daquele a quem se serve alguma coisa se a aceita 1369 SESTA 3219-fazer a s.= dormir depois do almoo; descansar 1370 SETE 3220-pintar o s.= 1 realizar obras ou atos prprios do diabo, como travessuras, desatinos, desregramentos; deitar e rolar, pintar o caneco, pintar os canecos; 2 divertir-se a valer; 3 fazer muitas coisas fora do comum; 4 causar tormentos a; judiar, maltratar 1371 1 SEU 3221-ter de s.=1 ser rico, possuir fortuna; 2 dispor de 1372 SEXO 3222-fazer s.= ter relaes sexuais; copular 1373 SIM 3223-dar o s.= concordar, esp. anuir para cnjuge 1374 1 SIMO 3224-pintar o s. (de carapua)= m.q. pintar o sete 1375 SINAL 3225-abrir o s.= 1 nos sinais de trnsito, passar o sinal vermelho (que indica impedimento) a verde (que indica trnsito livre) 3226-avanar o s.= 1 no atender luz vermelha do semforo; 2 ser excessivamente ousado nas carcias amorosas 3227-dar s. de si ou de vida= fazer-se presente, ou dar notcias de si; manifestar- se, aparecer 1376 2 SIRIRICA 3228-tocar s.= masturbar-se (a mulher) 1377 1 SISO 3229-fazer o s.= proceder com sensatez, discernimento ou acerto 3230-fazer s. de alguma coisa= obter (algo) por obra de prudncia ou juzo 3231-jogar o s.= encarar fixamente, olhos nos olhos, sem rir; jogar o sisudo 3232-levar o s.= levar a bom termo, de acordo com o bom senso; encarreirar para bem 3233-vender o s. a Cato= querer ensinar juzo a quem o tem de sobra 1378 1 SOALHA 3234-pr soalhas a= dar a mxima publicidade a 1379 SOAR 3235-s. bem= ser adequado, p.ext., causar boa impresso 3236-s. mal= no ser adequado, p.ext., no produzir boa impresso 1380 SOBRA 3237-ficar com as sobras= sofrer punio imerecida 1381 SOBRANCELHA 3238-carregar as s.= m.q. franzir as sobrancelhas 3239-fazer as s.= cuidar delas, com instrumentos apropriados, a fim de que fiquem delgadas e bem arqueadas; arranjar as sobrancelhas 3240-franzir as s.= trazer a fisionomia constrangida, descontente, sombria, carregada; carregar as sobrancelhas 1382 SOBROLHO 3241-carregar o s.= olhar com severidade; fazer cara feia 1383 1 SOCA 3242-ir na ou levar uma s.= ser (o banhista) apanhado e sacudido por uma grande onda 1384 3 SOCA 3243-no ter s.= no ter um tosto; ser ou estar muito pobre 1385 2 SOCAIRO 3244-ir no s. de= ir ao encontro ou na pista de (algo ou algum) 1386 2 SODA 3245-pedir s.= reconhecer a prpria derrota, dar-se por vencido, render-se; pedir 220 bexiga, pedir arrego, pedir loua 1387 SOGA 3246-andar s.= estar apaixonado 3247-levar s.= m.q. trazer soga 3248-trazer s.= prender (algum) pelo afeto; levar soga 1388 1 SOL 3249-fazer s.= estar um dia claro, com o sol brilhando 3250-tapar o s. com peneira= querer esconder algo que j de conhecimento pblico 3251-tomar s.= aquecer-se ou bronzear-se ao sol 3252-ver o s. (nascer) quadrado= estar na cadeia; estar preso 1389 SOLA 3253-dar s.= fugir correndo 3254-entrar de s.= 1 cometer (o jogador) infrao que consiste em, na disputa da bola, atingir (ou ficar em risco de atingir) o adversrio, escorando-o com a sola da chuteira, isto , de p erguido; solar; 2 conduzir-se (algum) de modo grosseiro e agressivo no incio de uma conversao com outrem 3255-no chegar s s. dos sapatos de= ser muito inferior, em tudo, a (algum) 1390 SOLDADA 3256-estar s.= servir por dinheiro 1391 SOLDO 3257-trazer (algum) a s.= pagar soldo ou soldada a (algum), em troca de servio, esp. em se tratando de militar 1392 SOLTA 3258-fazer soltas de gado= dar-lhe larga para pastar e engordar 3259-quebrar as s.= no respeitar as convenincias; ultrapassar os limites da moderao ou da boa educao; relaxar-se 1393 1 SOM 3260-dizer alto e bom s.= dizer (algo) abertamente, sem dissimulao, paliativo ou subterfgio 1394 SOMBRA 3261-fazer s. a= 1 empanar, ofuscar o brilho, a glria de (algo ou algum); 2 tentar prejudicar (algum) em algum assunto 1395 SONDAR 3262-s. o terreno= informar-se sobre determinada situao ou prescrutar as disposies de algum antes de agir 1396 SONHO 3263-parecer um s.= ser to extraordinrio que difcil de acreditar 3264-passar como um s.= desvanecer-se totalmente, desaparecer completamente 1397 SONO 3265-cabecear de s.= m.q. cair com sono 3266-cair com ou de s.= ter vontade incoercvel de dormir; cabecear de sono, morrer de sono 3267-cair no s.=m.q. ferrar no sono 3268-conciliar o s.= m.q. pegar no sono 3269-cortar o s. a ou de= acordar quem dorme 3270-dormir a s. solto= dormir profundamente 3271-ferrar ou agarrar no s.= adormecer rpida e profundamente; bater a cama nas costas, cair no sono 3272-morrer de s.= m.q. cair de sono 3273-pegar no s.= comear a dormir, adormecer; conciliar o sono 3274-perder o s.=1 no poder mais dormir; ficar sem sono; 2 ficar preocupado 3275-tirar o s. a ou de=deixar (algum) preocupado a ponto de perder o sono; preocupar, perturbar 1398 SOPA 3276-cair a s. no mel= vir (uma coisa) muito a propsito, acontecer como convm 3277-dar s.= 1 oferecer facilidade, dar ensejo de (ser roubado ou enganado etc.); 2 dar confiana (mulher a homem ou vice-versa), mostrar-se fcil de ser conquistado; 3 existir em abundncia; 4 agir com imprevidncia; expor-se, descuidar-se 3278-dar uma s.= cantar de graa, fora de programa (falando-se de cantor profissional); dar uma canja 3279-molhar a sua s.= tomar parte em alguma coisa, participar de desordem, batendo em algum 3280-ser (uma) s.= ser muito fcil; ser pinto, ser (uma) canja 3281-tomar s. com (algum)= tomar confiana ou liberdade com (algum) 1399 SOPAPO 3282-dar um s.= 1 comprimir com os dedos as bochechas estufadas e fazer sair com fora o ar; 2 pr a mo por cima de uma parra e comprimir para faz-la dar um estalo; 3 desferir um sopapo em (algum) 1400 SOPRO 3283-abrir o s.= cantar baixo, para si mesmo; cantarolar 3284-perder o s.= perder os sentidos; desmaiar 1401 SORNA 3285-bater s.= tirar uma soneca; cochilar 1402 SORNAR 3286-estar sornando=no fazer caso, no ligar 1403 SORTE 3287-andar com s.= m.q. estar com sorte 3288-dar s.= 1 ter bom resultado, alcanar bom xito (em empreendimento, atividade etc.); ter sorte; 2 exercer efeitos benfazejos em (algum); servir de amuleto ou de talism 3289-deitar s. ou sortes= m.q. ler a sorte de 3290-estar com s.= 1 ser beneficiado pelas circunstncias, ter alcanados os 221 objetivos (na vida, nas finanas, no amor etc.), durante um certo perodo; andar com sorte, 2 estar ganhando repetidamente (em jogo de azar); andar com sorte 3291-jogar a s.= procurar resolver ou conseguir algo valendo-se do acaso; lanar os dados 3292-ler a s. de= supostamente, adivinhar o futuro atravs de algum meio ocultista (cartomancia, jogo de bzios, leitura das linhas da mo etc.); ler a buena-dicha, deitar sorte, deitar sortes 3293-tentar a s.=1 arriscar (algo) para ver se ganha mais; jogar, apostar; 2 comear uma nova atividade, na esperana de ser bem-sucedido, de ganhar dinheiro 3294-ter s.= 1 ser sortudo, ter as circunstncias a seu favor, ser bem aquinhoado pelo destino; 2 ganhar freq. prmios em sorteios, rifas, loterias etc.; 3 ganhar com freqncia em jogos de azar 3295-tirar a s.= escolher (algo ou algum) por meio de sorteio; sortear, tirar sorte 3296-tirar a s. grande= 1 ganhar o prmio mximo em loteria, sorteio etc.; 2 enriquecer de maneira imprevista ou repentina; 3 ser bafejado pela sorte, ser muito afortunado em certas circunstncias 1404 SORVETE 3297-virar s.= desaparecer, sumir(-se), fugir 1405 SOSSEGA 3298-ir para a s.= ir deitar-se para dormir 1406 SOSSEGO 3299-pr em s.= sossegar, acalmar, tranqilizar 1407 SOTA 3300-dar s. e s= ser mais esperto que os outros; vencer (algum) em alguma habilidade; dar sota e basto 3301-dar s. e basto= m.q. dar sorte e s 3302-orelhar a s.=1 jogar cartas; 1.1 jogar cartas, descobrindo devagarinho, aos poucos, uma carta; filar, chorar 1408 SOVACO 3303-sofrer que nem s. de aleijado= sofrer muito [Aluso ao aleijado que usa muletas.] 1409 1 SUA 3304-fazer as (ou das) s.= proceder mal, como de costume 3305-levar a s. avante= atingir os seus objetivos 1410 SUAR 3306-s. frio= suar suor frio por medo, tenso ou sensao de mal-estar 1411 SUCESSO 3307-ter s.= conseguir bom resultado, ter xito, ser vitorioso 1412 1 SUTE 3308-dar o s.= ir-se embora; dar o fora, sumir, escafeder-se 1413 SUJO 3309-estar s. com= no ter bom crdito com 3310-rir(-se) o s. do mal lavado= zombar algum de outrem por defeito(s) que tb. possui; rir(-se) o roto do esfarrapado 1414 SUMIO 3311-dar s.= 1 desaparecer com, fazer desaparecer; esconder; 2 acabar com (algo ou algum); destruir 3312-levar s.= desaparecer, perder-se 1415 SUMIDOURO 3313-ir para o s.= ir para a sepultura; morrer 1416 SUOR 3314-ter s. frios= 1 estar em apertos; 2 levar susto, ter grande abalo 1417 SUPERIOR 3315-ser s.= 1 no se deixar dominar por, resistir a; 2 no se deixar afetar ou sentir- se diminudo por (ofensas, calnias etc.) 1418 SUPORTE 3316-dar s.= servir de apoio ou de retaguarda a; auxiliar, apoiar, amparar 1419 SURRO 3317-arrastar o s.=alardear valentia, contar vantagem; bazofiar, fanfarronear 1420 SURUBA 3318-descascar a s.= dar golpes de suruba ('porrete'); esbordoar 1421 SUSPEITO 3319-ser s. para falar= no ter imparcialidade para emitir opinio a respeito de algum ou alguma coisa 1422 SUSPENSRIO 3320-pr s. em cobra= empreender tarefa muito difcil ou perigosa 1423 SUSPIRAR 3321-s. de= suspirar por motivo de 3322-s. por= querer, desejar muito; ansiar, almejar 1424 SUSTO 3323-levar s.=experimentar o susto; assustar-se, ter susto, tomar susto 3324-passar s. em= fazer deliberadamente algo que assuste (algum) 3325-ter s.= m.q. levar susto 3326-tomar s.= m.q. levar susto
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM T
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1425 TABACO 3327-apanhar t.= sofrer castigo por imprudncia ou falta cometida; receber grande lio 3328-no ganhar para o t.= ganhar muito pouco 1426 TABAQUEIRA 3329-ir s t.=ir s ventas ou s fuas de; esmurrar, esbofetear 1427 TABELA 3330-cair pelas t.= no se agentar de p; sentir-se extremamente fraco ou fatigado 1428 TABOCA 3331-dar. t. (em)= levar vantagem (sobre) ou trair a confiana (de); dar um golpe 222 (em); enganar, ludibriar 3332-levar t.= 1 sofrer um desengano; 1.1 receber negativa de pedido de casamento; 1.2no ser aceito por pessoa a quem se escolheu como par (ger. na dana); 1.3 ser logrado, ludibriado 3333-passar (a) t.= 1 recusar o pretendente; 1.1 desmanchar o noivado para casar com outra pessoa; 2 no danar com quem convida; dar tbua 1429 TBUA 3334-dar t.= 1 enganar (algum) atravs de artimanhas; iludir, lograr; 2 recusar pedido de casamento; 3 m.q. passar (a) taboca ('no danar'); 3335-fazer t. rasa= 1 recomear do zero ou do nada; fazer tbula rasa; 2 desprezar, no levar em considerao 3336-levar t.= 1 sofrer recusa, rejeio; 2 ser logrado 3337-pisar as t.= subir ao palco para representar; ser ator ou atriz 1430 TABUADA 3338-dizer a t.=repetir o texto da tbua com fins mnemnicos; cantilena, repertrio 1431 TBULA 3339-fazer t. rasa de= m.q. fazer tbua rasa 1432 1 TACA 3340-meter a t. em= falar mal de algum; censurar 1433 1 TACHA 3341-pr t.=acoimar de um defeito, culpa ou responsabilidade 1434 1 TACO 3342-confiar no prprio t.= ser seguro de si 1435 TAL 3343-ser o t.= m.q. ser o maior 1436 1 TALA 3344-ganhar na t.= ganhar uma corrida ou aposta sobre um cavalo custa de chicote-lo 1437 TALHER 3345-ser um bom t.= comer em demasia 3346-ter o seu t. na sociedade= ter status, posio social 3347-ter t. a uma mesa= ser conviva certo ou habitual em uma casa 1438 TALHO 3348-dar talhos a ou em= pr fim, concluir; fazer cessar, resolver 1439 TAMANCA 3349-fincar-se nas suas t.= tomar posio firme e sobranceira; responder com arrogncia 3350-pisar nas t.= zangar-se, irritar-se; crescer nos cascos, trepar-se nas tamancas 3351-pr-se ou ter-se nas t.= embirrar, teimar, no ceder 3352-trepar-se nas t.= m.q. pisar nas tamancas 1440 TAMANCO 3353-entrar de tamancos= intervir com termos e/ou modos grosseiros 3354-pisar ou subir nos t.= sair do srio, irritar-se 1441 TAMANHINHO 3355-ficar t. (de algo)= ficar com medo (de algo) 1442 TAMPA 3346-amassar a t. da binga= sair-se mal, sofrer algum revs 3357-dar com a t.= recusar (a mulher) pedido de namoro ou convite para danar; dar tbua 3358-roer t. de penico= passar dificuldade, estar em m situao 1443 TAMPADO 3359-comer t.= m.q. comer da banda podre 1444 TAMPO 3360-meter os t.= dar cabeadas 3361-tirar os t. de= violar, deflorar uma mulher 1445 TANGENTE 3362-passar na t.= 1 ser aprovado (em prova, exame etc.) com a nota mnima; 2 tocar num assunto muito superficialmente ou desviar-se dele 1446 2 TAPA 3363-entrar no t.= apanhar, ser surrado ou esbofeteado 3364-trocar uns t.= entrar em leve luta corporal com algum; brigar 1447 TARAMELA 3365-dar t.=falar em demasia, incontidamente; dar aos taramelos 3366-fechar a t.= calar-se 3367-soltar a t.= soltar a lngua, comear a falar 1448 TARDAR 3368-no t. com (algum)= chegar prestes presena de (algum) 1449 TARDE 3369-ser t.=no haver mais remdio ou soluo; vir (uma providncia) fora do tempo 1450 TARIMBA 3370-ter t.=ter muita experincia e prtica 1451 TARRANQUETA 3371-apertar a t.=sentir medo, em situao difcil 3372-levar ou tomar na t.= 1 praticar sodomia passiva; 2 sair-se mal, dar-se mal 3373-ser bom na t.= ser aguerrido, audaz, corajoso 1452 1 TATO 3374-perder o t.= 1 ficar privado da sensibilidade ttil; 2 desorientar-se, extraviar- se, perder o tino 1453 TATU 3375-arrancar um t.= atolar-se (pessoa, veculo etc.) 3376-levar ou pegar um t.= ser derrubado; cair 1454 TEATRO 3377-fazer t.=m.q. fazer um drama (de) 1455 TECLA 3378-bater ou tocar na mesma t.= repisar um assunto, um tema, insistentemente 1456 2 TECO 3379-dar o t.= 1 zangar-se, mostrar-se aborrecido; espinafrar, desmoralizar; 2 morrer; estragar-se, acabar 3380-dar t.=dar golpe certo 1457 1 TEIA 3381-cortar a t. da vida= matar 3382-manter a t.= competir em uma justa 1458 TELA 3383-estar na t. da discusso= ser tratado, ser discutido 3384-pr as t. a= principiar ou encetar algo 223 1459 TELEGRAMA 3385-passar t.= 2 defecar 1460 TELHA 3386-dar na t.= dar na veneta, dar na bola 3387-estar debaixo da t.= estar abrigado; no se expor 3388-irem as t. pelos ares = fazer muito vento 3389-ter uma t. de menos ou de mais= ser meio desequilibrado, ter um parafuso de menos 1461 1 TEMPO 3390-dar t. ao t.= esperar pacientemente, confiante numa soluo futura 3391-dar um t.=1 esperar um pouco; 1.1 parar algum tempo o que estava fazendo 3392-desabar o t.= chover torrencialmente 3393-esquentar o t.=haver briga; fechar o tempo 3394-fazer t. ou tempos= m.q. haver tempo 3395-fechar o t.= 1 ficar o tempo enfarruscado, nublado, tempestuoso; 2 haver briga, discusso, pancadaria; esquentar o tempo 3396-ganhar t.= postergar a soluo de algum problema ou adiar uma providncia, aguardando melhor momento 3397-haver t. ou tempos= ter decorrido algum ou muito tempo; fazer tempo 3398-lutar contra o t.= fazer esforo para concluir um trabalho dentro do prazo determinado 3399-matar o t.= ocupar-se com algo sem importncia para distrair-se 3400-perder o t. e o latim = argumentar, explicar, aconselhar ou pedir sem sucesso 3401-perder t. = desperdiar tempo (acp.1) trabalhando devagar ou de modo improdutivo 3402-ser t.= ter chegado a hora de 3403-ter t.= ter vagar ou ocasio; poder dispor de tempo para fazer alguma coisa 1462 TENDA 3404-arder a t.= fracassar um empreendimento, um projeto, um propsito, uma experincia 1463 TENNCIA 3405-tomar t. de= assuntar, observar, examinar prudentemente 1464 1 TENTO 3406-dar t.= reparar, considerar, ponderar, dar f 3407-tomar t.= prestar total ateno 1465 3 TENTO 3408-lavrar ou marcar um t.= acertar em cheio; ter xito numa empresa; fazer o que deve ou convm 1466 TER 3409-t. com que= ter os meios necessrios para praticar certos atos, vencer determinados obstculos etc. 3410-t. de= ter necessidade, obrigao ou dever de; ter que 3411-t. diante= ter sua frente, diante de si 3412-t. diante de si= poder vir a ocorrer ou a conseguir 3413-t. em muito= ter em grande conta, apreo, considerao 3414-t. em nada= no dar apreo, estima ou valor a 3415-t. em pouco= pouco apreciar, pouco estimar; dar pouca importncia a 3416-t. isso consigo= ser desse jeito, ser exatamente assim 3417-t. para si= admitir ou estar persuadido de; crer, julgar 3418-t. por= colocar na categoria de, atribuir a qualidade de; considerar 3419-t. por bem= tomar a deciso de; resolver, optar por, haver por bem 3420-t. por dito= dar-se por advertido ou prevenido; inteirar-se 3421-t. por onde= 1 ter meios de que lanar mo para; 2 ter razo para 3422-t. por seguro= considerar como infalvel ou bom; considerar fora de risco 3423-t. por si= contar com (algum ou alguma coisa) a seu favor ou pelo seu lado; dispor da proteo, do crdito, do valimento de (algum) 3424-t. que= m.q. ter de 3425-t.-se com ou contra= enfrentar, resistir, opor-se a 3426-t.-se em si= conter-se, reprimir-se 3427-no t. nada= no ter relao alguma com aquilo de que se est tratando 1467 TERMO 3428-fazer t.= 1 ter uma sncope, perder os sentidos; 2 agonizar 3429-pr t. a (uma coisa)= acabar, concluir 3430-ter t.= findar, acabar 1468 2 TERNO 3431-dar t.= fraquejar o cavalo, enquanto marcha, de um ou de ambos os membros anteriores, sem cair 1469 TERRA 3432-abrir a t.= ar-la, lavr-la 3433-andar terras= m.q. correr terras 3434-baixar t.= m.q. descer terra ('ser enterrado') 3435-beijar a t.= cair no cho; morder a terra 3436-comer t.= viver com dificuldades e amarguras 3437-correr terras= correr mundo; viajar, peregrinar, andar terras 3438-dar em t.= 1 ir ao cho; cair, desmoronar; 2empobrecer 3439-deitar por t.= m.q. pr por terra 3440-deitar t. nos olhos= enganar, ludibriar (algum); deitar poeira nos olhos, pr terra nos olhos 224 3441-descer t.= 1 dirigir-se de algum ponto relativamente alto em direo terra; 2 ser enterrado, descer sepultura, descer ao tmulo; baixar terra 3442-estar por t.= 1 estar sem aceitao, sem considerao; 2 estar vencido 3443-faltar t. nos ps= no dispor de meios, no estar firme 3444-ficar em t.= perder o meio de transporte que pretendia tomar 3445-ficar sobre a t.= viver, existir 3446-ganhar t.=1 entrar em (porto ou qualquer ponto da costa); arribar, aportar; 2 ir para adiante; adiantar-se, avanar, propagar-se 3447-ganhar t. com= alcanar o valimento, a simpatia ou a amizade de 3448-ir a t.= m.q. vir a terra 3449-lanar por t.= m.q. pr por terra 3450-largar t. para favas= fugir 3451-meter na t.= plantar, semear; pr na terra 3452-meter pela t. dentro= confundir pelo vigor do raciocnio ou pela veemncia das palavras; fazer algum embatucar 3453-meter-se t. dentro= 1 penetrar, devassar terras, distanciando-se do litoral ou dos lugares habitados; 2 exceder-se, arriscar-se muito; adiantar-se demasiadamente; 3 ficar confuso, envergonhado 3454-meter t. em meio= fugir 3455-morder a t.= m.q. beijar a terra 3456-nadar para a t.= no ousar, no inovar, no se arriscar 3457-no ser ou parecer da t.= ter inteligncia ou virtudes muito acima do normal 3458-pisar em t. firme= saber o que se quer ou para onde se vai 3459-pr em t.= fazer desembarcar 3460-pr na t.= m.q. meter na terra 3461-pr por t.= 1 fazer cair, deitar ao cho; derribar, deitar por terra, lanar por terra; 2 deprimir, detrair, desacreditar algum; deitar por terra, lanar por terra 3462-pr t. nos olhos= m.q. deitar terra nos olhos 3463-saltar em t.= desembarcar 3464-ser t.= ser mortal 3465-ter t. nos olhos= 1 estar enganado, iludido; 2 estar morto, sepultado 3466-vir a t.= 2 cair ao cho; baquear, ir a terra; 3 frustrar-se algum negcio ou empreendimento; malograr-se, ir a terra 1470 TERREIRO 3467-chamar a t.= provocar, desafiar, incitar (algum); chamar a terreno 3468-descer a t.= m.q. sair a terreiro 3469-sair a t.= descer ao campo de luta ou da discusso; descer a terreiro 3470-ser t.= ser alvo 3471-trazer a t.= chamar ao campo da luta ou da discusso; dar a conhecer 1471 TERRENO 3472-alhanar t.= procurar facilitar as coisas a favor de algum 3473-apalpar o t.= m.q. sondar o terreno 3474-ceder t.= perder na luta, recuar 3475-chamar a t.= m.q. chamar a terreiro 3476-colocar-se em bom ou mau t.= m.q. estar em bom ou mau terreno 3477-conhecer o t.= estar bem familiarizado com o assunto de que se trata ou com as pessoas com quem se discute 3478-cortar t.= 1 desviar-se (o cavalo) da direo em que se trabalha, seguindo linha oblqua ou curva 3479-despachar t.= andar (o cavalo) em grande velocidade 3480-disputar t.= 1 medir foras; 2 empregar todos os meios de defesa 3481-estar em bom ou mau t.= 1 estar em boa ou m situao; colocar-se em bom ou mau terreno; 2 sustentar uma causa boa ou m; colocar-se em bom ou mau terreno; 3 estar ou no vontade em um assunto ou negcio qualquer; colocar-se em bom ou mau terreno 3482-estudar o t.= m.q. sondar o terreno 3483-ganhar t.=1 avanar, passar frente; 2 ir adiante; espalhar-se, propagar-se 3484-minar o t.= trabalhar oculta ou dissimuladamente contra algum, para lhe desbaratar plano ou propsito 3485-perder t.= 1 recuar, ser forado a retroceder; 2 no conseguir manter a carreira; 3 em debate, polmica, discusso etc., no conseguir sustentar os prprios argumentos com razes convincentes 3486-sondar o t.= 1 agir com precauo; apalpar o terreno, estudar o terreno; 2 procurar conhecer a disposio ou as intenes de uma pessoa antes de tratar com ela; apalpar o terreno, estudar o terreno; 3 tentar conhecer o estado de um negcio antes de o empreender; apalpar o terreno, estudar o terreno 1472 TESOURA
3487-abrir a t.= andar depressa; correr 3488-botar a t. em= falar mal de algum 1473 TESOURO 3489-abrir os t. da Igreja= conceder indulgncias 225 3490-fazer tesouros= fazer economias, poupana, aforro 1474 TESTA 3491-armar a t.= m.q. enfeitar a testa 3492-comer com a t.= ver a coisa que se deseja, sem poder possu-la 3493-enfeitar a t.= enganar (o cnjuge); enfeitar, pr os chifres; armar a testa 3494-fazer t.= no ceder, no sucumbir; resistir 3495-franzir a t.= franzir as sobrancelhas 3496-meter a t.= dar uma cabeada 1475 TESTADA 3497-varrer a t.= 1 afastar de si alguma responsabilidade ou culpa; 2 justificar-se; 3 emendar os seus defeitos 1476 TESTAMENTO 3498-mandar em t.= legar 1477 TESTEMUNHA 3499-tomar por t.= invocar o testemunho de algum, pedir que confirme suas declaraes 1478 TESTEMUNHO 3500-dar t. de= atestar, testemunhar; confirmar 1479 TESTO// 3501-servir de t.= servir de alcoviteiro 1480 1 TETO 3502-viver debaixo do mesmo t.= viver na mesma casa 1481 TIA 3503-ficar para t. ou titia= no se casar, conservar-se solteira 1482 TICO-TICO 3504-espantar t.= dar passos disfarados, fazer negao para enganar o oponente, nas brigas 1483 TIGELA 3505-quebrar a t.= usar pela primeira vez uma roupa, um objeto etc.; quebrar a panela 1484 TIGERA 3506-cair na t.= fugir, desaparecer 1485 TIJOLO 3507-fazer t.= 2 namorar 1486 TIJUCO 3508-fazer t. em= passar diversas vezes em (qualquer lugar); freqentar (esse lugar) 1487 TIME 3509-carregar o t. (nas costas)= 2 ter grande desempenho num trabalho que rene vrias pessoas, levando-o a bom termo 3510-enterrar o t.= 2 fracassar em algum negcio 3511-jogar no t. de= simpatizar ou entrosar bem com 3512-tirar o t. (de campo)= ir embora 1488 TINIR 3513-t. de= achar-se num determinado estado ou ter determinada qualidade em grau elevado 3514-estar tinindo= estar (algum) em excelente disposio ou forma; sentir-se forte, vigoroso, jovem, capaz etc. 1489 2 TINO 3515-atirar ao t.= atirar ao acaso 3516-dar t. de= ver, perceber, conhecer 3517-no dar t. de si= perder o conhecimento de si mesmo; no estar em si 3518-perder o t.= tornar-se desorientado 3519-tirar por t.= inferir, deduzir 1490 TINTA 3520-carregar nas t.= mostrar-se exagerado ao descrever ou relatar 3521-estar ou ficar nas t.=assumir uma atitude de despreocupao, indiferena ou irresponsabilidade 3522-tomar muita t.= fazer-se demasiadamente familiar 1491 TINTEIRO 3523-ficar no t.= deixar de realizar (algo) por esquecimento ou omisso 1492 TIORGA 3524-estar na t.= estar bbedo 1493 1 TIPO 3525-fazer t.= 2 agir como se estivesse representando uma personagem teatral 1494 TIRA 3526-quebrar a t.= morrer 1495 2 TIRANA 3527-botar a t.= m.q. soltar a tirana 3528-soltar a t.= dizer mal de algum, usar de maledicncia; botar a tirana 1496 1 TIRO 3529-agentar o t.= agentar o golpe 3530-ganhar o t.= 1 chegar em primeiro lugar; 2 antecipar-se algum a fim de conseguir ou fazer alguma coisa de que ir tirar vantagens 1497 1 TIRO 3531-dar o t.= 1 morrer; 2 praticar roubo 3532-dar um t. em= deixar de se ocupar com (assunto, trabalho etc.); acabar, liquidar 3533-dar um t. na praa= infrm dar prejuzo a credor(es) por meio de falncia fraudulenta 3534-estar a t.= estar em pontaria 3535-fazer t.= disparar ou dar tiro 3536-sair o t. pela culatra = 1 ser um ato prejudicial a quem o praticou; 2 ser o resultado contrrio expectativa 3537-ser t. e queda= 1 ter pontaria certeira; 2 dar resultado certo e imediato 3538-trocar tiros= atirar um no outro 1498 TITIA 3539-ficar para t.= m.q. ficar para tia 1499 TOCHA 3540-acender uma t.= dar um passeio sem permisso superior, abandonando a unidade durante uma noite ou um dia 1500 TOCO 3541-agentar o t.= continuar sem esmorecer; agentar a mo, agentar o repuxo, 226 sustentar o toco 3542-bater os t.= viajar para alguma parte; ir(-se) embora 3543-encontrar t.= encontrar resistncia ou algum que faz frente 3544-levar o t.= 1 repartir o resultado de um furto; 2 deixar-se (a autoridade policial) subornar pelo ladro 3545-rodear o t.= usar de rodeios, tergiversar 3546-sustentar o t.= m.q. agentar o toco 1501 TODO 3547-estar em todas= ter participao ativa nos meios sociais, polticos, artsticos, esportivos etc.; estar sempre muito bem informado acerca do que neles ocorre e ser, por isso, constantemente lembrado 1502 TOICINHO 3548-ter comido t. com mais cabelo= haver algum enfrentado e vencido desgraa ou perigo maior do que aquele por que est passando 1503 TOJAL 3549-possuir dois t.= dispor algum de escassos recursos, ter poucos meios 1504 TOM 3550-dar o t.= 1 ferir ou marcar a nota ou o som em que se vai tocar ou cantar; 2 regular a moda, os hbitos, as maneiras de um grupo; servir de exemplo 3551-sair do t.= 1 desentoar, desafinar, passar de um tom para outro; 2 deixar de combinar, de harmonizar-se; destoar 1505 TOMAR 3552-t. a bem= interpretar em sentido favorvel 3553-t. a si= encarregar-se de; tomar a seu cargo 3554-t. dentro= 1 ser possudo ou possuda sexualmente; 2 sair-se mal 3555-t. para si= reservar ou destinar para si ou para seu uso 3556-t. por= enganar-se julgando que (uma coisa) (outra); no perceber a diferena entre (uma coisa e outra) 3557-t. sobre si= tomar sob sua responsabilidade ou vigilncia; proteger 1506 TOMATE 3558-ter os t. no seu lugar= 1 ser homem de bem ou esforado; 2 no se deixar dominar por ningum 1507 1 TOMBO 3559-andar aos t.= 1 andar aos trambolhes; andar fatigado, quase a cair; 2 estar reduzido misria, no ter nada de seu 3560-dar o t. ou um t. em= 1 dar prejuzo a; 2 tirar algum de um cargo ou posio 1508 TOM 3561-dar o t.= retirar-se do jogo 1509 TOMO 3562-ser o segundo t. de algum= assemelhar-se muito, moral ou fisicamente, a algum 1510 TONTEIRA 3563-dar na t.= ocorrer, lembrar 1511 TOPADA 3564-dar uma t.= cometer uma asneira ou um erro; dar uma cabeada 1512 TOPETE 3565-baixar o t.= moderar-se, tornar-se mais modesto; baixar o facho 3566-ter t.= ter fora, energia; ter audcia ou atrevimento 1513 1 TOQUE 3567-dar um t.= 1 sondar algum, lembrando-lhe alguma coisa ou aludindo a determindo assunto; 2 dar uma informao ou sugesto 1514 1 TORA 3568-tirar uma t.= 1 dormir um instante; cochilar, sestear; 2 bater-se corpo a corpo; brigar 1515 TORRE 3569-fundar torres no vento= ter fantasias irrealizveis, construir castelos no ar; sonhar, divagar 1516 TORTO 3570-quebrar o t.= 1 comer alguma coisa em pouca quantidade enquanto se espera a refeio principal; 2 quebrar o jejum 1517 TORVAR 3571-t. de repente= agir inconsideradamente; perder a razo instantaneamente 1518 TOUCA 3572-dormir de t.= 1 descuidar-se; deixar-se ludibriar; bobear, cochilar; 2 perder um bom negcio ou oportunidade; bobear, cochilar 1519 TOURO 3573-pegar o t. pelos chifres= enfrentar uma situao difcil com deciso e firmeza; tomar o pio na unha 1520 TOUTIO 3574-ter muito t.= ser muito ajuizado, ter muito siso 1521 TRABALHO 3575-agradecer o t.= demitir-se do emprego; agradecer o emprego 3576-dar-se o t. de= incomodar-se com; empenhar-se em 3577-dar t.=1 oferecer emprego; 2 exigir esforo, ateno; 3 causar preocupao, aborrecimento 1522 TRAGDIA 3578-fazer t. de= procurar atribuir carter ou aspecto trgico a fato ou acontecimento sem grande importncia; fazer drama de 1523 TRAMONTANA 3579-perder a t.= perder o rumo; desnortear-se, perturbar-se 1524 TRANCA 3580-dar s t.= pr-se em fuga; correr, escapulir-se, fugir 1525 TRANCO 3581-agentar o t.= agentar o impacto de situao difcil, dolorosa etc.; agentar a retranca 1526 TRAPINHO 3582-juntar os t.= casar-se ou amasiar-se; juntar os trapos 1527 TRAPO 3583-juntar os t.= casar-se ou amasiar-se; juntar os trapinhos 1528 TRATAR 3584-t. de (+ infinitivo)= 1 aplicar o mximo de sua capacidade para conseguir (algo); dar o mximo de si ou fazer esforos para; 2 optar por (algo a partir de uma avaliao); tomar a deliberao de, resolver; 3 ter por objeto; ocupar-se de; 4 cuidar de (algo, algum ou de si prprio); tomar conta de, ocupar-se com; 5 cuidar dos 227 preparativos para; preparar-se 3585-t.-se de= 1 estar em causa; ser o que importa ou o que se debate; versar (a questo de que se fala) sobre; 2 estar a falar de; ser; 3 ter importncia para algum ou algo; adiantar, interessar 1529 1 TRATO 3586-dar tratos a= tratar mal; atormentar, torturar 3587-dar tratos bola= empenhar-se, esforar-se, diligenciar (em determinado sentido) para; dar tratos imaginao 3588-dar tratos imaginao= m.q. dar tratos bola 1530 TRAVESSEIRO 3589-consultar o t.= passar em claro a noite, pensando na melhor forma de resolver um assunto 1531 TRELA 3590-dar t.= 1 dar folga, descanso, liberdade; 2 manter longas e despretensiosas conversas; tagarelar; 3 aceitar que algum puxe conversa consigo ou demonstrar interesse por algum; 4 deixar assomar ou transparecer; dar largas a 1532 TRELHO 3591-no ter (alguma coisa) t. nem trabelho= ser (essa coisa) inadmissvel por ser descabida ou inconveniente; no ter jeito; no estar na ordem 1533 1 TRILHA 3592-dar na t. = descobrir os propsitos de algum 1534 2 TRILHO
3593-andar nos t.= agir corretamente 3594-sair dos t.= desviar-se dos padres habituais de conduta 1535 TRINTA-E-UM 3595-bater o t.= falecer, morrer; bater o trinta-e-um-de-roda 1536 TRINTA-E-UM-DE- RODA 3596-bater o t.=m.q. bater o trinta-e-um 1537 TRIPA 3597-encher t.= 1 comer demasiado; 2 m.q. encher lingia 3598-fazer das t. corao=esforar-se intensamente, no poupar esforos para enfrentar situao penosa, desagradvel 1538 TROCAR 3599-t. de bem= fazer as pazes; reconciliar-se 3600-t. de mal= romper relaes; brigar 1539 TROCO 3601-dar o t.= ao ou manifestao com que se retruca golpe, provocao ou ato de um agressor, rival etc.; replicao, resposta, revide 3602-faturar um t.= ganhar algum dinheiro ou ganhar bem 3603-receber o t.= sofrer revide ou retaliao 1540 TROO// 3604-pisar nos t.= ficar enfurecido 1541 1 TROMBA 3605-estar ou ficar de t.= estar enfezado, zangado 3606-fazer t.= fazer cara feia 1542 TROMBONE 3607-tocar t. para= servir de intermedirio, de pau-de-cabeleira para namorados 1543 1 TRONO 3608-subir ao t.= ser aclamado como rei, comear a reinar 1544 TROPEO 3609-pr tropeos a= causar embaraos a; embaraar, estorvar 1545 TROUXA 3610-fazer a t.= arrumar os pertences para retirar-se 3611-pisar na t.= zangar-se muito 3612-puxar a t.= morrer 3613-ser t.= deixar-se enganar com facilidade 1546 TROVAR 3614-t. de repente= agir ou falar irrefletidamente 1547 1 TRUCAR 3615-t. de falso= 2 ludibriar com falsas palavras; 3 fazer citao errada 1548 TRUNFA 3616-baixar a t.= tornar-se mais modesto; moderar-se 1549 TRUNFO 3617-jogar o ltimo t.= fazer uma ltima tentativa, usar o derradeiro argumento 3618-ter todos os t. na mo= dispor de elementos para dominar a situao 1550 1 TRUQUE 3619-fazer t.= meter a bola na caapa 1551 TRUTA 3620-empurrar a t.= obrigar (algum) a aceitar (algo que no deseja); impingir 1552 TUA 3621-estar ou ficar na t.= 1 permanecer (o interlocutor) com a sua opinio, teoria etc.; 2 no se envolver (o interlocutor) em (alguma coisa); ficar (o interlocutor) de fora 1553 TUBULAO 3622-entrar pela t.= ser malsucedido (em qualquer empreitada) 1554 TMULO 3623-descer ao t.= enterrar-se (um morto); descer terra 3624-revirar-se no t.= ficar indignado com algo que acaba de ser dito ou feito (diz- se de um morto) 1555 1 TURBINA 3625-aquecer as t.= preparar-se para a ao; estimular-se, aquecer-se 1556 TURRA 3626-andar s t.= comportar-se de modo desavindo com algum; brigar, discutindo, confrontando-se ou com esforo fsico 1557 3 TUTU 3627-estar montado no t.= possuir muito dinheiro
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM U
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1558 UCHA 3628-ficar u.=ficar sem nada 228 1559 UCHARIA 3629-estar na u.=estar sem dinheiro 1560 LTIMA 3630-dizer as .=dizer coisas profundamente ofensivas a algum 3631-estar nas .= estar prximo do fim, estar quase a morrer, estar por pouco 1561 UMBIGO 3632-deixar o u. em= ser nascido em 1562 UNHA 3633-deitar as u. em= 1 apoderar-se com fraude ou violncia de; 2 segurar ou agarrar (algo ou algum) 3634-enterrar ou meter a u.= cobrar preo exorbitante 3635-estar na u.= estar sem dinheiro 3636-fazer as u.= fazer higiene das unhas, cortando-as, lixando-as e embelezando- as com esmalte 3637-mostrar as u.= revelar aspectos desagradveis de sua personalidade, esp. suas tendncias autoritrias 3638-ter na ou nas u.= estar de posse de; ter em seu poder 3639-ter u.= ser perito na viola 3640-ter unhas na palma da mo= ser ladro, ter o hbito de roubar 1563 URTIGA 3641-ter urtigas na conscincia= ter cuidados, remorsos ou apreenses pungentes 1564 URUBU 3642-escovar u.=m.q. lavar urubu 3643-lavar u.= estar em m situao ou desempregado; escovar urubu 1565 USAR 3644-u. com= ter relaes, trato com 1566 USO 3645-pr ou trazer a u.= passar a usar (o que estava reservado ou que se usava em ocasies determinadas) 3646-ter muito u.= estar gasto, desgastado, consumido pelo uso 1567 USTE 3647-no dizer u. nem aste= no dizer nada, manter-se em silncio; calar-se
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM V
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1568 VACA 3648-ir a v. pro brejo=no ter xito; malograr-se 1569 VACA-FRIA 3649-tornar ou voltar v.=retomar uma questo interrompida ou o assunto principal 1570 VACILADA 3650-dar uma v.= deixar-se enganar; dar uma bobeada 1571 VALER 3651-v. a pena = merecer (alguma coisa) a pena, o trabalho, o sacrifcio, o preo que tenha custado a esse algum 1572 VANTAGEM 3652-contar v.=vangloriar-se de suas prprias qualidades (pretensas ou reais), de seu poder, riqueza, influncia, conquistas etc.; bazofiar 3653-levar v.= 1 ser ou tornar-se superior a; 2 tirar proveito de algo ou algum, ger. de maneira esperta, marota 1573 1 VAU 3654-dar v.= dar passagem, escoamento 3655-errar o v.= no acertar a pealao do animal 3656-fazer v.= passar em primeiro lugar, servindo de guia 3657-no achar v.= 1 no achar trecho do rio onde se possa atravessar; 2 no encontrar travessia em qualquer outro tipo de local; 3 no conseguir meio de atravessar uma situao; no lograr sucesso 3658-tentar o v.= 1 procurar uma boa passagem; tentar passar; sondar; 2 procurar conhecer com cuidado um negcio ou um empreendimento antes de realiz-lo 1574 VAZO 3659-dar v. a= 1 dar sada a; deixar ou fazer irromper; 2 dar soluo ou andamento a; atender, despachar, resolver 1575 VEADO 3660-bancar o v.= 1 proceder de modo repreensvel com algum; evitar ou desvencilhar-se de modo reprovvel de uma situao; 2 portar-se de maneira excessivamente reservada, reticente ou embaraada 1576 VEIA 3661-abrir as v.= sangrar 3662-ferver o sangue nas v.= sentir muita raiva; ficar profundamente irritado 3663-gelar o sangue nas v.= sentir enorme pavor; apavorar-se 1577 1 VELA 3664-ir-se a v.=no se realizar, no se efetuar 1578 2 VELA 3665-acender uma v. a Deus e outra ao Diabo= agradar ao mesmo tempo a dois lados que so adversrios entre si 3666-estar com a v. na mo= estar seriamente doente; estar moribundo 3667-ficar de v.= m.q. segurar a vela 3668-segurar a v.= fazer companhia a um casal de namorados; ficar de vela 3669-tratar v. de libra= tratar de maneira excelente; regalar 1579 VENCIDA 3670-levar de v.= 1 alcanar vitria sobre; derrotar, dominar, subjugar; 2 destruir, desfazer 1580 VENCIMENTO 3671-dar v.= concluir (uma tarefa); acabar, terminar 229 3672-no dar v. a= no atender a contento (a procura por algo que se vende ou produz) 1581 1 VENDA 3673-abrir v.= expor as mercadorias 1582 2 VENDA 3674-ter uma v. nos olhos= no perceber o que se passa 1583 VENETA 3675-dar a v.= ter a idia ou a vontade de 3676-dar na v.= 1 ter uma vontade ou impulso repentino; 2 vir idia, lembrana 1584 VENTA 3677-acender as v.= farejar, pressentindo perigo (co, cavalo) 3678-andar de ventas= andar aborrecido, zangado, amuado 3679-dar a v.= cair, tombar, cansar-se; dar de ventas 3680-dar de ventas= m.q. dar a venta 3681-ensaboar as v. ou a cara de= esbofetear (algum) 3682-ter ventas= 1 ser de difcil execuo; 2 ser de gnio spero ou difcil 1585 1 VENTANA 3683-trabalhar na v.= roubar como ventanista, entrando pela janela 1586 VENTO 3684-ter bom v.= navegar impulsionado por vento favorvel 3685-ter v.= ter conhecimento ou notcia de; saber 3686-ter v. e mar= 1 ser uma embarcao favorecida pelo vento e pela mar ao mesmo tempo; 2 ter tudo a seu favor 1587 VENTURA 3687-pr em v.= pr em risco; arriscar, ameaar 1588 VERBO 3688-abrir o v.= m.q. soltar o verbo 3689-deitar o v.= m.q. soltar o verbo 3690-despejar o v.= m.q. soltar o verbo 3691-meter o v.= m.q. soltar o verbo 3692-soltar o v.= 1 proferir um discurso com vontade e convico; fazer sermo; deitar o verbo, despejar o verbo, meter o verbo, abrir o verbo; 2 dizer tudo que pensa, sem conteno 1589 VERDADE 3693-faltar v.= fazer afirmao falsa; mentir 1590 VERDE 3694-jogar v.= m.q. plantar verde para colher maduro 1591 VERGONHA 3695-ter v. na cara= ter conscincia da prpria dignidade; ter brios 1592 VEZ 3696-fazer as v. de= 1 desempenhar as funes que so da competncia de outro; 2 ser usada para o mesmo fim que outro; substituir 3697-ter v.= 1 ter oportunidade ou ensejo; 2 ter sorte na vida 3698-tirar a v.= passar frente de outrem, tomando-lhe o lugar 1593 VIA 3699-abrir v.= m.q. abrir caminho 1594 VIA-SACRA 3700-fazer ou correr a v.= 3 visitar parentes e amigos no intuito de obter algo 1595 VCIO
3701-despontar o v.= satisfazer um hbito 3702-ter v.= 1 ser malvado (uma pessoa) 1596 VIDA 3703-ir. v.=1 ir cuidar de seus afazeres; ir embora; 2 lutar; safar-se sozinho dos obstculos, dificuldades; 3 prostituir-se; cair na vida (airada) 3704-ter a v. por um fio= sem esperana de ter vida por muito tempo 1597 VILA-DIOGO 3705-colher ou dar ou tomar s de v.= retirar-se s pressas, fugir 1598 VINGANA 3706-ter a v. no corao= alimentar grande desejo de se vingar 1599 1 VINHA 3707-abrir v.= fazer a escava de guas 1600 VINHO 3708-comprar ou vender v. bica= transacion-lo antes de ele fermentar 3709-ter mau v.= fazer tropelias e maldades em estado de embriaguez 3710-ter o v. triste= entristecer-se quando se embriaga 1601 VINTE 3711-dar no v.= acertar em cheio; adivinhar; ganhar 1602 VINTM 3712-no ter v.= no ter dinheiro; estar na penria 1603 1 VIOLA 3713-meter a v. no saco= ficar sem resposta ou sem ao; calar-se, embatucar 3714-tocar v. sem corda= dizer coisas sem nexo; falar toa 1604 VIR 3715-v. abaixo= desabar, desmoronar 3716-v. bem= chegar a propsito 3717-v. com= viver com 1605 VISAGEM 3718-fazer v.= exibir-se, atrair as atenes, dar nas vistas 1606 VISITA 3719-pagar uma v.= visitar uma pessoa em retribuio visita anterior dela 1607 VSPERE 3720-fazer v.= sumir-se, desaparecer 1608 VISTA 3721-dar na(s) vista(s)= 1 tornar-se notado; 2 fazer-se notado; exibir-se com ostentao ou alarde 3722-fazer v.= chamar a ateno, ter uma bela aparncia 3723-fazer v. grossas= fingir que no v, no percebe, no se importa 3724-haja em v.= 1 tenha-se em vista, vise-se; 2 m.q. haja vista 3725-haja v.= leve-se em conta, considere-se (algo que indica, confirma ou ilustra aquilo que se afirmou anteriormente); haja em vista 3726-ter a v. torcida= ter os olhos vesgos 230 3727-ter debaixo das v.= ter junto de si, sujeito sua vigilncia 3728-ter em v.= 1 atender a; 2 projetar, tencionar 3729-ter v. de= avistar, conseguir ver 3730-ter vistas sobre= 1 desejar, ter intentos sobre (alguma coisa); 2 propor-se aproveitar o prstimo de (algum) 1609 1 VITRIA 3731-cantar v.= vangloriar-se de um sucesso 1610 VIVER 3732-v. com= estar amigado com 3733-v. para = dedicar-se inteiramente a 1611 VOADOUROS 3734- cortar os v.= criar obstculos a; contrariar 1612 VOAR 3735-v. alto= ter projetos muito ambiciosos ou manter pretenses descabidas 3736-v. baixinho= andar em m situao nos negcios e nas finanas 3737-v.em (algum) ou v. para cima de (algum)=abordar com propostas; assediar 1613 VOLTA 3738-cortar v. ou cortar uma v.= m.q. comer da banda podre 3739-dar a v. por cima= superar uma frustrao, uma situao difcil etc. 3740-dar v. em= passar (algum) para trs 1614 VOLTAR 3741-v. atrs= desfazer (o que fora feito); arrepender-se, desistir 1615 VOLTEADA 3742-cair na v.= 1 ser (o animal) trazido para o rodeio ou para a 3 mangueira, embora sua captura no tivesse sido planejada; 2 ser apanhado ou flagrado por acaso; 3 ser enganado 1616 VO 3743-abrir v.= 2 pr-se a voar 3744-levantar v.= decolar, alar vo (aeronave) 1617 VOTO 3745-ter v.= ter o direito ou a faculdade de votar 3746-ter v. na matria= ser competente no assunto, na matria concernente 1618 VOZ 3747-ter v.= 1 ter natural disposio para o canto; 2 ter o direito de falar, de manifestar sua opinio 3748-ter v. ativa= ter o direito de opinar, de influir sobre decises 1619 1 VULGAR 3749- pr em v.= 1 traduzir algo de outra lngua para a lngua materna de algum; traduzir em vulgar; 2 dizer ou traduzir (algo feito ou dito antes) em outras palavras mais simples; traduzir em vulgar 3750-traduzir em v.= m.q. pr em v. 1620 VULTO 3751-atirar a v.= atirar a esmo, sem mirar 3752-fazer v.= ser volumoso 3753-olhar a v.= olhar sem examinar
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM X
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1621 2 XEQUE 3754-pr em x.=colocar em dvida o valor de 1622 XIXI 3755-fazer x.= secretar urina; urinar
DEH: LOCUES DAS ENTRADAS EM Z
E EN NT TR RA AD DA A L LO OC CU U E ES S 1623 1 ZEBRA 3756-dar. z.=dar resultado anormal, inesperado, e/ou negativo 1624 ZONA 3757-cair na z.= dedicar-se ao meretrcio; prostituir-se 3758-fazer a z.= correr a zona ('rea de meretrcio') em busca de aventuras; zonar 3759-fazer z.= fazer confuso; bagunar 1625 2 ZORRO 3760-andar a zorros ou de zorro= andar arrastando-se pelo cho; andar de rastros, de rojo 3761-levar a zorros= levar de reboque, sirga, toa