Alimentos Funcionais Na Prática Clínica

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Alimentos Funcionais
na Prtica Clnica
Professora Viviane Ferreira Zanirati

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Introduo 3

Desenvolvimento 4
Contextualizao e histrico no Brasil e no mundo 4
Legislao brasileira sobre alimentos funcionais 5
Alegaes aprovadas pela ANVISA 6
Alimentos funcionais naturais 7
SUMRIO Flavonoides 8

Aplicao de conhecimentos em nutrio clnica e metablica 9


Alho e cebola 9
Chs 10
Vinhos e uvas 11
Ervas e especiarias 11
Hortalias 12
Frutas 12
Soja 13
Oleaginosas 14
Peixes 14
Probiticos e prebiticos 15

Atualidades cientficas 16
Perspectiva da utilizao do ecossistema marinho no desenvolvimento de alimentos
funcionais 16
Adio de prebiticos e probiticos em alimentos funcionais especficos para crianas
e idosos 17

Concluso 17

Referncias bibliogrficas 17

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

INTRODUO sua atuao no crescimento e no desenvolvimento,


melhor funcionamento do sistema cardiovascular
e intestinal e nas funes comportamentais e
Atualmente, so observadas relevantes mudanas psicolgicas, alm do papel de defesa no organismo
nas formas de produzir, transformar, comercializar contra a oxidao (COSTA; ROSA, 2010; ALISSA;
e preparar os alimentos, fato que proporcionou FERNS, 2012).
modificaes drsticas nos padres de consumo
Por esse motivo o interesse pelos alimentos
alimentar e no estilo de vida da populao. Tais
funcionais crescente e tem atrado a ateno de
mudanas acarretaram reduo na prevalncia
profissionais de sade, consumidores e indstria de
de dficits nutricionais e ocorrncia expressiva de
alimentos. Os alimentos funcionais correspondem a
excesso de peso e suas comorbidades em todas as
entre 5% e 7% do mercado mundial de alimentos
faixas etrias (MALTA et al, 2006; NASSER, 2006;
e, no Brasil, cerca de 15%, com crescimento anual
LANG, NASCIMENTO, TADDEI, 2009).
de aproximadamente 20% (CUPPARI, 2005; COSTA;
Um dos fatores que mais contribuiu para esse ROSA, 2010).
fato so as prticas alimentares inadequadas, como
Percebe-se assim a importncia desses alimentos.
o grande consumo de alimentos de origem animal,
Destaca-se, porm, que eles fazem parte de uma
gorduras, acares, alimentos industrializados, com
abordagem de estilo de vida abrangente para uma
grande quantidade de edulcorantes e a relativamente
sade adequada, na qual tambm se incluem dieta
baixa ingesto de frutas, legumes, verduras e
equilibrada de forma geral, prtica de atividade
alimentos do grupo dos leites e derivados (BRASIL,
fsica, reduo do estresse, manuteno do peso
2008b).
corporal saudvel e outras prticas de sade positivas
No Brasil, por exemplo, foi verificado que, (ALISSA; FERNS, 2012).
entre 1974 a 2003, houve declnio do consumo de
alimentos tradicionalmente usados, como arroz
(-23,0%) e feijo (-30,0%). Por outro lado, ocorreu
o aumento do consumo de produtos industrializados,
como refrigerantes (+400%), biscoitos (+400%),
embutidos (+300%) e refeies prontas (+80%)
(LEVY-COSTA et al, 2005).

Dessa forma, o consenso cientfico sobre a


relao existente entre alimentao, sade e doena
vem despertando em todo o mundo o interesse
no uso dos alimentos como um dos determinantes
importantes da qualidade de vida (BRASIL, 1999a).

Nesse contexto encaixam-se os alimentos


funcionais, que so aqueles que, alm do seu valor
nutricional, atuam diretamente na preveno de
doenas e na garantia de boa sade e longevidade
devido presena de componentes biologicamente
ativos. Alguns dos benefcios desses alimentos so

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Fonte: http://www.paopinheirense.com.br/blog

DESENVOLVIMENTO alegaes, bem como os critrios para sua aprovao,


variam de acordo com a regulamentao de cada
pas ou bloco econmico (STRINGHETA et al, 2007;
Contextualizao e histrico no Brasil e COSTA; ROSA, 2010).
no mundo
A partir da verificao de que o consumidor estava
O conceito de alimentos funcionais foi proposto sendo confundido com nomenclatura e alegaes de
inicialmente no Japo, em meados da dcada de propriedades no demonstradas cientificamente, a
1980, como resultado de esforos para desenvolver tendncia do Codex Alimentarius e de vrios pases
alimentos que possibilitassem a reduo dos foi disciplinar as alegaes sobre as propriedades
gastos com sade pblica, considerando a elevada funcionais dos alimentos ou de seus componentes,
expectativa de vida naquele pas (STRINGHETA et al, como tambm a segurana com base em evidncias
2007; COSTA; ROSA, 2010). cientficas (BRASIL,1999b).

Em 1990, recebeu a designao em ingls de No caso do Brasil, desde o incio da dcada de


FOSHU (foods for specified health use alimentos 1990 j existiam na Secretaria de Vigilncia Sanitria
para uso especfico de sade), que se refere aos pedidos de anlise para fins de registro de diversos
alimentos usados como parte de uma dieta normal produtos, at ento no reconhecidos como alimentos
que demonstram benefcios fisiolgicos e/ou reduzem pelo conceito tradicional. Somente a partir de 1998,
o risco de doenas crnicas, alm de suas funes aps mais de um ano de trabalho e pesquisa, foi
bsicas nutricionais (COSTA; ROSA, 2010). proposta e aprovada a regulamentao tcnica
para anlise de novos alimentos e ingredientes,
O princpio foi rapidamente adotado em outras inclusive os chamados alimentos com alegaes de
partes do mundo. Entretanto, as denominaes das propriedades funcionais e/ou de sade.

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Esses regulamentos incluem diretrizes bsicas doena ou condio relacionada sade (BRASIL,
para avaliao de risco de novos alimentos e 1999c).
para comprovao de alegao de propriedade
funcional e/ou de sade em rotulagem de alimentos No so permitidas alegaes que faam referncia
(BRASIL,1999b; COSTA; ROSA, 2010). cura ou preveno de doenas. O alimento ou
ingrediente que se alega ter propriedades funcionais
Com a mudana no enfoque de anlise dos e/ou de sade deve, alm das funes bsicas,
alimentos, que passou a considerar o critrio de quando se trata de nutriente, produzir efeitos
risco, a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria metablicos e/ou fisiolgicos e/ou benficos sade,
(ANVISA) decidiu constituir, em 1999, a Comisso devendo ser seguro para o consumo sem superviso
Tcnico-Cientfica de Assessoramento em Alimentos mdica. Para apresentarem alegaes de propriedade
Funcionais e Novos Alimentos (CTCAF), constituda funcional e/ou de sade, tanto os alimentos como as
por professores e pesquisadores de notrio saber substncias bioativas e os probiticos isolados devem
de universidades e instituies de pesquisa, com ser, obrigatoriamente, registrados junto ao rgo
a funo de subsidiar a Diretoria de Alimentos e competente. O contedo da propaganda desses
Toxicologia nas decises relacionadas com esse produtos no pode ser diferente, em seu significado,
tema. O desenvolvimento do trabalho dessa daquele aprovado para a rotulagem. As alegaes
Comisso proporcionou a realizao de eventos devem, ainda, estar em consonncia com as diretrizes
e produo de informes tcnicos e resolues. A das polticas pblicas de sade Poltica Nacional
denominao da CTCAF foi alterada para Comisso de Alimentao e Nutrio PNAN, que apresenta
de Assessoramento Tecnocientfico em Alimentos interface com a Poltica Nacional de promoo da
com Alegao de Propriedade Funcional e/ou de Sade PNPS alimentos (BRASIL,1999b; COSTA;
Sade e Novos Alimentos (STRINGHETA et al, 2007; ROSA, 2010).
COSTA; ROSA, 2010).
Aps ampla discusso, em 1999, a ANVISA
aprovou regulamentaes que tratam de diretrizes
Legislao brasileira sobre alimentos bsicas:
funcionais
- Resoluo n 16/99: procedimentos para registro
A legislao brasileira no define alimento de alimentos e/ou novos ingredientes (BRASIL,
funcional. Define alegaes de propriedade funcional 1999d).
e alegaes de propriedades de sade, estabelece as
diretrizes para sua utilizao, bem como as condies - Resoluo n 17/99: avaliao e risco e segurana
de registro (STRINGHETA et al, 2007; COSTA; ROSA, dos alimentos (BRASIL, 1999a).
2010).
- Resoluo n 18/99: diretrizes bsicas para
Assim, alegao de propriedade funcional anlise e comprovao de alegao de propriedade
considerada aquela relativa ao papel metablico ou funcional e/ou de sade alegadas em rotulagem de
fisiolgico que o nutriente ou no nutriente tem no alimentos (BRASIL, 1999b).
crescimento, desenvolvimento, manuteno e outras
funes normais do organismo humano (BRASIL, - Resoluo n 19/99: procedimentos para registro
1999c). Enquanto alegao de propriedade de sade de alimento com alegao de propriedades funcionais
aquela que afirma, sugere ou implica a existncia e/ou de sade em sua rotulagem (BRASIL, 1999c).
de relao entre o alimento ou ingrediente com

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Posteriormente, a RDC n 2/2002 forneceu - Ensaios bioqumicos.


diretrizes a ser adotadas para a avaliao de
segurana, registro e comercializao de substncias - Estudos epidemiolgicos.
bioativas e probiticos isolados com alegao de
propriedades funcional e/ou, de sade apresentadas - Ensaios clnicos.
como formas farmacuticas (cpsulas, comprimidos,
tabletes, ps, granulados, pastilhas, suspenses e - Comprovao de uso tradicional, observado na
solues) (BRASIL, 2002). populao, sem danos sade.

Outras regulamentaes, como as Resolues n - Evidncias abrangentes da literatura e de


22 e n 23 e os Informes Tcnicos n 9 e n 19 foram organismos reconhecidos.
aprovadas, alm das horizontais, como a Resoluo n
Destaca-se que, aps cinco anos, foram reavaliados
278, que se aplicam para todos os tipos de alimentos
os produtos com alegaes de propriedades
(STRINGHETA et al, 2007; COSTA; ROSA, 2010).
funcionais e/ou, de sade aprovados desde o ano
Para obter o registro de alimento com alegaes, de 1999. Utilizaram-se como base os conhecimentos
a empresa deve apresentar, junto s demais cientficos atualizados, bem como relatos e pesquisas
documentaes, o relatrio tcnico-cientfico que demonstraram as dificuldades encontradas pelos
contendo as seguintes informaes (BRASIL, 1999; consumidores em entender o verdadeiro significado
BRASIL, 1999b; BRASIL, 1999c; BRASIL, 1999d): da caracterstica anunciada para determinados
produtos contendo alegaes. A reviso considerou
- Texto e cpia do leiaute dos dizeres de rotulagem. como pressupostos a necessidade de as alegaes
estarem de acordo com as polticas do Ministrio
- Denominao do produto. da Sade e serem de fcil compreenso pelos
consumidores, alm de cumprirem com o estabelecido
- Finalidade e condies de uso. pelas Resolues anteriores. Em 2008, a relao de
alegaes aprovadas pela ANVISA foi atualizada
- Recomendao de consumo. (STRINGHETA et al, 2007; BRASIL, 2008a).

- Descrio cientfica dos ingredientes do produto,


segundo espcie de origem botnica, animal ou
Alegaes aprovadas pela ANVISA
mineral, quando for o caso.
Na tabela 1 esto relacionadas as alegaes
aprovadas pela ANVISA, atualizadas em julho de
- Composio qumica, com caracterizao
2008. Destaca-se que todas elas apontam que Seu
molecular, quando for o caso, e/ou formulao do
consumo deve ser associado a uma alimentao
produto.
equilibrada e hbitos de vida saudveis (BRASIL,
- Descrio da metodologia analtica para avaliao 2008a).
do alimento ou ingrediente objeto de petio.

- Evidncias cientficas aplicveis, conforme o


caso, comprovao de segurana de uso.

- Ensaios nutricionais e/ou fisiolgicos e/ou


toxicolgicos em animais de experimentao.

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Tabela 1. Lista de alegaes aprovadas pela Alimentos funcionais naturais


ANVISA em 2008

cidos graxos Conforme abordado, os alimentos funcionais


mega 3: auxilia na manuteno de podem ser produtos a que tenham sido adicionados
nveis saudveis de triglicerdeos. componentes ou cuja biodisponibilidade tenha
Carotenoides sido modificada por processos tecnolgicos ou por
Licopeno: ao antioxidante, que protege engenharia gentica. Destaca-se, porm, que eles
as clulas contra os radicais livres.
tambm podem ser naturais. A tabela 2 mostra
Lutena: ao antioxidante, que protege
as clulas contra os radicais livres. alguns exemplos:
Zeaxantina: ao antioxidante, que protege
as clulas contra os radicais livres. Tabela 2. Exemplos de alimentos funcionais
Fibras alimentares naturais
Fibras alimentares: auxiliam o
funcionamento do intestino. Nutrientes Fontes Funes

Beta glucana: auxilia na reduo cidos Peixes, algas Interveno


da absoro de colesterol. graxos marinhas na coagulao
do sangue.
Dextrina resistente: auxilia o
mega 3 e 6 leos (soja,
funcionamento do intestino.
girassol e oliva) Controle de
Fruto-oligossacardeo (FOS): contribui processos
para o equilbrio da flora intestinal.. inflamatrios.
Goma guar parcialmente hidrolisada: Alicina Alho Reduo do
auxilia o funcionamento do intestino. colesterol.
Inulina: contribui para o equilbrio da flora intestinal. Aliina
Funo hipotensora.
Lactulose: auxilia o funcionamento do intestino.
Sulfeto de
Polidextrose: auxilia o funcionamento do intestino. dialina Funo fibrinoltica
Psillium ou Psyllium: auxilia na reduo e anticoagulante.
da absoro de gordura. Bactrias Bebidas lcteas Aumento da
Quitosana: auxilia na reduo da benficas com lactobacilos resistncia a
absoro de gordura e colesterol. (leites infeces.
(probiticos) fermentados)
Fitoesteris
Impedimento
Fitoesteris: auxiliam na reduo Bifidobacterias da colonizao
da absoro de colesterol. (iogurtes) por bactrias
Poliis patognicas.
Manitol / xilitol / sorbitol: no produzem
cidos que danificam os dentes. Reduo do
colesterol.
Probiticos
Fibras Cereais (aveia As fibras dos cereais
Lactobacillus acidophilus / Lactobacillus casei e po) previnem doenas
shirota / Lactobacillus casei variedade rhamnosus/ cardiovasculares.
Lactobacillus casei variedade defensis/ Lactobacillus Amido
paracasei/ Lactococcus lactis/ Bifidobacterium bifidum/ Verduras
Bifidobacterium animallis (incluindo a subespcie B. crucferas As verduras
lactis) / Bifidobacterium longum/ Enterococcus faecium: (repolho, protegem contra
contribuem para o equilbrio da flora intestinal. brcolis, couve- o cncer de clon
de-bruxelas) e do reto, o amido
Protena de soja presente nos cereais
Protena de soja: o consumo dirio de no mnimo 25 g Leguminosas e leguminosas
de protena de soja pode ajudar a reduzir o colesterol. (feijo, vagem, previne o cncer
lentilha) de clon e reduz
o colesterol.

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Nutrientes Fontes Funes Devido sua estrutura qumica, os flavonoides


Fitoestrognios Leguminosas Reduo do possuem grande poder antioxidante e exercem efeitos
(feijo e soja) estrognio, teraputicos em vrias patologias, incluindo doenas
Isoflavonas atuando na
preveno do cardiovasculares, aterosclerose e cncer (USDA,
Cereais
cncer de mama. 2007). Tal poder impede a oxidao da lipoprotena
Lignanas
de baixa densidade (LDL, do ingls low density
Flavonoides Vinho tinto Antioxidantes.
lipoprotein), prevenindo danos ao endotlio e o
Uva Inibio da processo de aterosclerose, alm de bloquear as fases
formao de
ateromas.
de iniciao e desenvolvimento da carcinognese
Licopeno Tomate Proteo contra (COSTA; ROSA, 2010).
tumores no
Toranja pulmo, na Os principais tipos de flavonoides so (MARTNEZ-
vermelha prstata e no
estmago. FLREZ et al, 2002):
Vitaminas Frutas (caqui, Antioxidantes.
A, C e E mamo, laranja, 1) Bioflavonoides ctricos, como a quercetina e
limo, acerola)
o limoneno. A quercetina est presente em cebola,
Betacaroteno
Hortalias ma, brcolis, cereja, uva e repolho roxo, e o
Mineral selnio (beterraba, limoneno, em limo e lima.
espinafre,
cenoura,
tomate, 2) Isoflavonoides: esto presentes nos alimentos
brcolis, de soja, tais como tofu, leite, protena vegetal
repolho)
texturizada, farinha, miss.
Ovos e cereais
3) Antocianidinas: esto localizadas nas
Fonte: ARABBI, 1999
sementes da uva e no vinho.

4) Antocianinas: so pigmentos vegetais


Flavonoides responsveis pela colorao avermelhada da cereja.

Os flavonoides so pigmentos que ocorrem 5) cido elgico: um flavonoide encontrado


naturalmente em plantas e que protegem o corpo em frutas como as uvas e em vegetais.
contra danos produzido por agentes oxidantes,
tais como raios ultravioletas, poluio ambiental, 6) Catequina: os ch verde e preto so boas
substncias qumicas, entre outros. O corpo humano fontes.
no tem a capacidade de produzi-los, e eles podem
ser obtidos por alimentos como frutas, vegetais, 7) Kaemferol: est presente em alho-por,
sementes e flores, bem como cerveja, vinho, ch brcolis, rabanete e beterraba.
verde, ch preto e soja. Eles tambm podem ser
usados como suplementos nutricionais, em conjunto
com algumas vitaminas e minerais (MARTNEZ-
FLREZ et al, 2002).

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APLICAO DE CONHECIMENTOS EM baixa densidade, retardando o desenvolvimento


de aterosclerose, exercendo efeito satisfatrio na
NUTRIO CLNICA E METABLICA reduo das propriedades aterognicas do colesterol
e mantendo a funo endotelial, possivelmente pela
A incluso de alimentos com propriedades inibio da oxidao de LDL e aumento do HDL
funcionais capazes de proporcionar equilbrio plasmtico (ALI; THOMSON; AFZAL, 2000; ALMEIDA;
adequado na ingesto diria de nutrientes pode SUYENAGA, 2009).
contribuir de modo relevante para a elaborao de
O estudo de Hassan et al (2009), por exemplo,
um cardpio mais saudvel para a populao (COSTA;
comprovou que a administrao de alho em
ROSA, 2010).
camundongos teve um papel extremamente benfico
Os alimentos funcionais incluem ampla variedade para superar efeitos adversos da ingesto de nitrito de
de alimentos que contm diferentes componentes sdio (fixador de corante alimentar e conservante que
capazes de diversas funes corporais. Dessa contribui para a carcinognese), provavelmente por
forma, destacam-se a seguir os principais alimentos meio de seus compostos antioxidantes e propriedades
utilizados na nutrio clnica e seus efeitos sobre a altamente nutritivas. Em outro trabalho, foi verificada
sade-doena. diminuio na presso de sangue sistlica em ratos
hipertensos por meio da administrao de extrato
aquoso de alho (ALI; THOMSON; AFZAL, 2000;
Alho e cebola HASSAN et al, 2009).

O alho (Allium sativum) e a cebola (Allium cepa)


Quanto cebola, alm dos compostos
esto entre as mais antigas de todas as plantas
organossulfurados, ela tambm rica em flavonoides
cultivadas, sendo utilizados como temperos e para o
e saponinas (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009).
tratamento de algumas doenas. Atualmente, tambm
j existem evidncias de que eles apresentam efeitos Em estudo realizado por Gabler et al (2006),
benficos sobre doenas cardiovasculares e cncer, porcos que receberam durante seis semanas 8,6
aplicaes como antimicrobianos, antitrombticos, g a 21,4 g de cebola por dia tiveram reduzidos
antitumorais e antiartrticos, alm de possuir agentes os nveis de triglicrides plasmticos em 15%,
com ao hipolipidmica e hipoglicmica (ALI; independentemente da dose. Entretanto, o colesterol
THOMSON; AFZAL, 2000). plasmtico total e fraes no foi afetados pela
suplementao desse alimento.
Os efeitos farmacolgicos deles tm sido atribudos
aos compostos orgnicos sulfurados, abundantes nos Sabe-se ainda que a quercetina apresenta a
tecidos dessas espcies, derivados do aminocido capacidade de proteger o colesterol LDL da oxidao
cistena, subdivididos em sulfxidos de S-alilcistena e as saponinas possuem efeito hipocolesterolemiante,
e -glutamil-S-alilcistena (ALMEIDA; SUYENAGA, reduzindo assim o risco de doenas cardiovasculares
2009). e trombose (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009).

Alm disso, o alho tambm apresenta na sua A American Dietetic Association (ADA) indica o
constituio flavonoides, pectinas, saponinas consumo de 600-900 mg de alho/dia, que equivale
esteroides, adenosina, compostos fenlicos e a aproximadamente um dente de alho cru, para
mucilagens. Devido aos compostos orgnicos reduo dos nveis sricos de colesterol e da presso
sulfurados, ele considerado antioxidante e atua arterial.
na inibio da peroxidao de lipoprotenas de

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Para se obter esse efeito benfico, o seu consumo Essas aes do ch verde sobre o sistema
deve ser feito imediatamente aps o esmagamento do cardiovascular ocorrem devido aos compostos
bulbo fresco, devido instabilidade de seus compostos bioativos presentes, principalmente as catequinas,
orgnicos quando submetidos ao aquecimento (ADA, que possuem potente ao antioxidante e anti-
2004; ALMEIDA; SUYENAGA, 2009). inflamatria e o poder de quelao dos ons metlicos,
atuando na interrupo das reaes dos radicais
Quanto cebola, so recomendadas 50 gramas livres em cadeia, reduzindo dessa forma a oxidao
por dia para melhor aproveitamento das propriedades lipdica (KURIYAMA et al, 2006; OLIVEIRA, 2009).
nutricionais e funcionais, sendo prefervel seu
consumo in natura, devido presena de substncias Em uma pesquisa realizada no Japo, foi
sensveis ao calor (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009; analisada uma amostra composta por 40.530 adultos
COSTA; ROSA, 2010). com idades entre 40 e 79 anos, consumidores
de duas xcaras por dia de ch verde, durante
aproximadamente sete anos. Foram verificados os
Chs
hbitos alimentares e sociais e os fatores de risco para
Depois da gua, o ch a bebida mais consumida doenas cardiovasculares. Observou-se associao
no mundo. rico em substncias fenlicas especficas, com a reduo da mortalidade por tais doenas
com importantes efeitos benficos sade. Dentre nessa populao. Ainda, em um estudo realizado
os produtos obtidos a partir da Camellia sinensis, com 20 fumantes crnicos hipertensos, foi observado
encontram-se o ch verde, o ch oolong e o ch que o consumo de ch verde auxiliou na reduo
preto (PHILIPPI, 2006; COSTA; ROSA, 2010). dos nveis pressricos e na preveno de doenas
cardiovasculares (KIM et al, 2006; KURIYAMA et a.,
Contudo, existem diferenas entre eles. O ch 2006).
verde contm maior concentrao de compostos
fenlicos e catequinas por no ser fermentado. Logo A Food and Drug Administration (FDA) recomenda
aps a colheita, as folhas passam imediatamente o consumo de quatro a seis xcaras de ch verde
pelo vapor, o que inibe a oxidao das catequinas. por dia com o intuito de prevenir cncer de esfago
Em seguida, as folhas secam naturalmente, o que e estmago. Quanto preveno das doenas
possibilita a preservao dos polifenis naturais. J cardiovasculares, ainda no se sabe ao certo a
o ch preto obtido de folhas fermentadas antes de quantidade necessria, porm experimentos em
serem secas. Primeiro murcha-se as folhas e deixa- humanos demonstram que o consumo de trs xcaras
as fermentar e oxidar, para s ento elas serem ao dia j parece exercer benefcios, com reduo do
enroladas e desidratadas. Finalmente, o ch oolong risco de infarto agudo do miocrdio (FDA, 2008;
parcialmente fermentado, dando um produto OLIVEIRA, 2009).
intermedirio entre o ch verde e preto (TEICHMANN,
Sabe-se ainda que o suplemento de extrato de
2000; ORNELLAS, 2001; PHILIPPI, 2006; COSTA;
ch verde pode ser ligeiramente mais eficaz na sua
ROSA, 2010).
ao antioxidante quando comparado ao ch tipo
Sendo assim, o ch verde destaca-se, uma vez infuso. Alm disso, o aquecimento pode acarretar
que estudos demonstram que seu consumo regular uma diminuio da biodisponibilidade das catequinas,
pode prevenir doenas e agravos no transmissveis, sendo dessa forma melhor optar pela infuso
por meio da reduo da oxidao das lipoprotenas preparada com gua morna ou fria (OLIVEIRA, 2009).
de alta densidade e da presso arterial, alm da
inibio da agregao plaquetria (OLIVEIRA, 2009).

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Vinhos e uvas apresentou maior reduo. Foi esse grupo ainda que
obteve melhor resultado nos nveis de HDL (SOARES;
O vinho uma bebida alcolica resultante da CASTRO; STAHLSCHMIDT, 2011).
transformao biolgica da uva. Reaes qumicas
provocadas por leveduras agem sobre os acares Ainda um estudo de coorte de sete anos verificou
da uva durante o processo de fermentao, fazendo que homens com consumo moderado de vinho (<60
com que se transformem em lcool, dando origem ao g/dia) apresentaram reduo da presso arterial,
vinho (DOMENEGHINI; LEMES, 2011). menor risco de mortalidade por todas as causas
e efeito protetor na mortalidade cardiovascular
O vinho possui polifenis, ou compostos fenlicos, (RENAUD et al, 2004).
substncias que exercem uma forte ao antioxidante,
reduzindo o risco de eventos coronrios e os nveis Apesar da falta de evidncias cientficas
de presso arterial, inibindo a agregao plaquetria adequadas, estudos epidemiolgicos sugerem que o
e melhorando a funo endotelial (GIEHL et al, 2007; consumo dirio de uma pequena taa de vinho tinto
DOMENEGHINI; LEMES, 2011). tem efeito protetor contra doenas cardiovasculares.
J segundo a American Heart Association (AHA), a
Entre os polifenis, destaca-se o resveratrol, recomendao de duas doses por dia para homens
encontrado principalmente nas uvas tintas. Ele e uma para mulheres (equivalente a 90-120 ml por
atua como antioxidante e tem efeito na reduo da dia). Destaca-se que o consumo de vinho deve ser
viscosidade do sangue, na preveno da aterosclerose regular e moderado para que no traga riscos para
e da trombose, alm de ter capacidade antitumoral e a sade, dessa forma, ele pode atuar beneficamente
anti-inflamatria. Na uva, essa substncia sintetizada no organismo (WILLET & STAMPFER, 2003; GIEHL et
por meio da induo de fatores ambientais, como al, 2007).
radiao ultravioleta e infeco por fungos (ABE et
al, 2007; DOMENEGHINI; LEMES, 2011). Ervas e especiarias
Ressalta-se ainda o papel das antocianinas, As especiarias so ricas em compostos fenlicos
potentes antioxidantes, que contribuem para os com atividade antioxidante, que atuam em
atributos sensoriais e, principalmente, para a doenas relacionadas ao estresse oxidativo e
colorao do vinho. As catequinas e epicatequinas, dislipidemia. Dessa forma, incentiva-se sua aplicao
presentes principalmente nas sementes das uvas, em preparaes culinrias para intensificar as
so os principais compostos fenlicos responsveis caractersticas organolpticas e melhorar a estabilidade
pelo sabor e adstringncia de vinhos e sucos de uva. oxidativa devido presena de tais compostos. As
Este ltimo possui as mesmas substncias, porm os especiarias mais estudadas so: manjerico, aafro,
efeitos no so iguais, diferenciando-se na absoro alecrim, hortel, slvia, organo, curry, tomilho e
dos polifenis (ABE et al, 2007; DOMENEGHINI; canela (COSTA; ROSA, 2010; MOREIRA, 2013).
LEMES, 2011).
A canela, por exemplo, possui efeito
Em um estudo realizado com uma amostra de 32 hipoglicemiante, sendo que, em um estudo realizado
ratos espontaneamente hipertensos, foi verificada com pacientes diabticos tipo 2, a ingesto, durante
reduo significativa da presso arterial sistlica 90 dias, de cpsula com 1 g/dia dessa especiaria
nos grupos de interveno, comparados ao grupo resultou na diminuio dos valores de hemoglobina
controle, sendo que o grupo que associava o consumo glicada (CRAWFORD, 2009).
de vinho e a prtica do exerccio fsico foi o que

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

J o manjerico possui propriedades contra o envelhecimento das clulas e estimulando o


antibacterianas, sendo sugerido que ele possa sistema imunolgico. Ele tambm tem efeito positivo
ser utilizado como uma alternativa no combate s na oxidao de LDL e na preveno do cncer de
toxinfeces causadas por E. coli (MARTINS et al, prstata. Alm do tomate, seus derivados (ketchup,
2010). molho, massa, suco) tambm contribuem para a
ingesto desse carotenoide (RISSANEN et al, 2003;
Recomenda-se a utilizao de ervas e condimentos COSTA; ROSA, 2010).
naturais em substituio ao sal, com o intuito de
auxiliar na preveno e controle da hipertenso O Guia alimentar para a populao brasileira
arterial e garantir um maior aporte de antioxidantes recomenda a ingesto de no mnimo trs pores de
na dieta. Uma sugesto a utilizao do sal de ervas, hortalias por dia como parte das refeies (BRASIL,
que inclui sal marinho, alecrim, organo e manjerico 2008b).
nas mesmas propores. Essa mistura pode ser
utilizada no preparo das refeies e no oferece
Frutas
quantidades muito grandes de cidos fenlicos
associados a efeitos colaterais (BRASIL, 2008b; A importncia das frutas na alimentao tem
COSTA; ROSA, 2010). uma ampla documentao na literatura, sendo seu
consumo um dos principais aspectos na diferenciao
Hortalias das dietas de populaes com menor risco de
prevalncia de doenas crnicas. Entretanto, estudos
As hortalias so importantes fontes de flavonoides. realizados em humanos utilizando a suplementao
Alm disso, a alcachofra e a chicria, por exemplo, de um composto bioativo especfico presente nesses
possuem inulina. Esta apresenta a capacidade de alimentos no confirma os efeitos observados nos
diminuir os lipdeos sanguneos, estabilizar a glicemia estudos descritivos, nos quais se associa a incidncia
e favorecer o crescimento de bifidobactrias e de uma doena a uma determinada dieta pobre ou
lactobacilos, sendo considerada assim um prebitico rica em frutas. Isso pode ocorrer pelo fato de que
(COSTA; ROSA, 2010). esse grupo alimentar contm uma grande quantidade
de substncias potencialmente protetoras que
A berinjela, por conter polifenis, saponinas, interagem entre si para ter efeito benfico (COSTA;
esteroides e flavonoides, possui ao ROSA, 2010).
hipocolesterolmica, tendo ainda atividade anti-
inflamatria e analgsica. Brcolis, couve, agrio, As frutas ctricas so particularmente ricas em
rcula e couve-flor so ricos em sulforofano, fitoqumicos e apresentam, entre os 4.000 tipos
apresentando efeito protetor na preveno de existentes, os bioflavonoides mais ativos. Morangos,
adenoma colorretal e carcinoma hepatocelular. Alm ameixas e uvas so fontes de antocianinas, que
disso, a alta ingesto dessas hortalias representa conferem as pigmentaes vermelhas, roxas ou azuis
baixo risco de desenvolvimento de cncer de mama dessas frutas (COSTA; ROSA, 2010).
na ps-menopausa (CUPPARI, 2005; COSTA; ROSA,
2010). Alm das frutas in natura, um estudo demonstrou
que as polpas de frutas tropicais comercializadas na
O tomate possui alto teor de licopeno. O principal forma congelada no sul do Brasil contm elevados
mecanismo de ao desse composto seu efeito teores de polifenis totais e apreciveis propriedades
antioxidante potente em sequestrar radicais livres antioxidantes, destacando-se as de acerola e manga
e regular o mecanismo oxidativo, protegendo assim (KUSKOSKI et al, 2006).

12
Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

O Guia alimentar para a populao brasileira grupo interveno reduo nos nveis de colesterol
recomenda a ingesto de no mnimo trs pores total e no ndice de massa corporal, aumento de
frutas por dia nas sobremesas e lanches (BRASIL, estradiol e atenuao nos sintomas do climatrio
2008b). (HAN et al, 2002).

Em um estudo duplo cego, multicntrico (15 locais)


Soja e aleatorizado, 177 pacientes em ps-menopausa, com
idade mdia em torno de 55 anos e que referiram ter
A soja pertence famlia das leguminosas e tanto
cinco ou mais fogachos dirios, foram randomizadas
ela como sua protena contm isoflavonas, alm de
para receber 50 mg/dia de isoflavonas ou placebo
outros compostos fitoqumicos. As isoflavonas so
durante 12 semanas. As isoflavonas produziram uma
classificadas como fitoestrgenos, em funo de sua
reduo da incidncia e da gravidade dos fogachos
fraca atividade estrognica - cerca de 1/100.000 da do
a partir da segunda semana (UPMALIS et al, 2000).
estradiol - em mamferos e por sua estrutura qumica
ser bastante semelhante ao estrgeno humano. As
Estudos epidemiolgicos tm demonstrado que
principais isoflavonas encontradas em produtos de
a incidncia da osteoporose aps a menopausa
soja so a genistena e a daidzena (CUPPARI, 2005;
menor na sia que no ocidente. Uma das possveis
SIMO et al, 2008).
explicaes para essa diferena baseia-se na elevada
ingesto de produtos de soja, ricos em isoflavonas,
O consumo de soja ou de suas isoflavonas tem
pelas mulheres asiticas (SIMO et al, 2008).
apresentado efeitos benficos sade e preveno
de doenas, alm de no terem sido relatados efeitos
Os mecanismos pelos quais a soja ou as
adversos com seu uso. As isoflavonas podem prevenir
isoflavonas so capazes de promover ao protetora
a perda ssea ps-menopausa e a osteoporose, alm
contra doenas cardiovasculares ainda no esto
de reduzir o risco de alguns cnceres (SIMO et al,
totalmente esclarecidos, mas alguns que foram
2008; USDA, 2008).
propostos so baseados na ligao das isoflavonas
a receptores estrgenos dentro das clulas de
Elas possuem um efeito de equilbrio nos nveis
maneira semelhante ao estradiol, o que influenciaria
de estrgenos endgenos que benfico durante
no metabolismo do colesterol e das lipoprotenas,
toda a vida da mulher. Na ps-menopausa, quando
acarretando a diminuio nos nveis de colesterol
as concentraes endgenas hormonais diminuem,
total, devido ao aumento na atividade de receptores
os receptores de estrgeno ficam mais disponveis,
da LDL. Em adio, as isoflavonas poderiam agir como
favorecendo a fraca ao estrognica das isoflavonas,
antioxidantes, prevenindo a formao de trombos
que acaba compensando a deficincia hormonal,
e bloqueando a proliferao de clulas musculares
melhorando os sintomas indesejveis da sndrome
lisas nas paredes das artrias (ESTEVES; MONTEIRO,
do climatrio (HAN et al, 2002; SIMO et al, 2008).
2001; SIMO et al, 2008).
Um estudo duplo-cego aleatorizado avaliou
Uma meta-anlise de 23 trabalhos apontou que
os efeitos das isoflavonas em mulheres na ps-
o efeito do consumo de protena de soja (20 g a 50
menopausa. As pacientes foram divididas em dois
g) em humanos reduziu o colesterol total (3,77%), a
grupos, sendo que um deles recebeu 100 mg de
LDL (5,25%) e os triacilgliceris (7,27%) e aumentou
isoflavona por dia na forma de cpsulas (interveno)
a HDL em 3,03% (ZHAN et al, 2005).
e o outro recebeu placebo (controle). Verificou-se no

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Os efeitos benficos observados em estudos hipocolesterolmico por inibirem a absoro diettica


experimentais sugerem que a genistena pode e biliar de colesterol (COSTA; ROSA, 2010).
ser uma alternativa no tratamento do diabetes,
principalmente do tipo 2. Devido ao seu efeito Alguns dos alimentos que fazem parte desse
inibidor da protena tirosina quinase, ela atuaria grupo so amndoas, avel, linhaa, castanhas
como um composto regulador da secreo de insulina e nozes. Dentre essas, destaca-se a linhaa, por
(ESTEVES; MONTEIRO, 2001). conter o cido graxo -linolnico, que pode ser
metabolicamente convertido nos cidos docosa-
Em um estudo realizado com 32 mulheres na hexaenoico e eicosapentaenico, sendo o primeiro
ps-menopausa com diabetes tipo 2 controlada, essencial para o desenvolvimento do sistema
foi verificado que a suplementao de protena nervoso central. A linhaa apresenta tambm efeito
de soja (30 g/dia durante 12 semanas) alterou antioxidante, anticarcinognico e antiaterognico
favoravelmente a resistncia insulina, o controle (diminuindo a LDL e aumentado a HDL), devido
glicmico e as lipoprotenas sricas destas pacientes presena de flavonoides, tocoferis e lignanas
melhorando o perfil de risco cardiovascular das (ALMEIDA et al, 2009).
mesmas (JAYAGOPAL et al, 2002).

Mediante o exposto, destaca-se que o consumo


Peixes
de soja, e das isoflavonas nela presentes, tem
Os peixes e os subprodutos marinhos esto entre
demonstrado efeitos benficos muito importantes na
os principais alimentos funcionais, especialmente
preveno dos sintomas do climatrio e de diversas
por serem fonte de cidos graxos mega 3. O
patologias como diabetes, osteoporose e doenas
mesmo participa da sntese dos eicosanoides anti-
cardiovasculares. Para efeito sobre esta ltima, os
inflamatrios, auxiliando no tratamento diettico
trabalhos com humanos tm utilizado suplementao
de indivduos com dislipidemias e outras doenas
com isolado protico de soja na proporo de 25
(COSTA; ROSA, 2010).
g a 50 g/dia, por perodo de duas a oito semanas
(CUPPARI, 2005; SIMO et al, 2008). Os cidos graxos desempenham importantes
funes na estrutura das membranas celulares e
Oleaginosas nos processos metablicos. Em humanos, os cidos
linoleico (mega 6) e alfa-linolnico (mega 3) so
As oleginosas so ricas em cidos graxos insaturados necessrios para manter em condies normais
(cido oleico, cido linoleico e cido alfalinolnico) as membranas celulares, as funes cerebrais e
e pobres em cidos graxos saturados, alm de a transmisso de impulsos nervosos. Eles tambm
serem importantes fontes de protena vegetal, fibra participam da transferncia do oxignio atmosfrico
alimentar, vitaminas minerais e fitoqumicos. Entre os para o plasma sanguneo, da sntese da hemoglobina
fitoqumicos, os fitoesteris podem prevenir o cncer e da diviso celular, sendo denominados essenciais
e as doenas cardiovasculares. Estudos apontam que por no serem sintetizados pelo organismo (MARTIN
esses compostos tm efeito anticancergeno pela et al, 2006).
ao de diferentes mecanismos, como inibio da
proliferao celular, estimulao da morte celular de O consumo de peixes est associado ao controle
tumores e modificao de alguns dos hormnios que e preveno de algumas patologias, como doenas
so essenciais para o crescimento celular do tumor. cardiovasculares, depresso e artrite reumatoide
Alm disso, os fitoesteris mostram importante efeito (COSTA; ROSA, 2010).

14
Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Um estudo realizado com adultos e idosos de Existem diferentes mecanismos para prevenir a
ambos os sexos na Grcia apontou que, em longo infeco e melhorar o sistema de defesa do hospedeiro
prazo, o consumo de peixe (300 g por semana) est contra patgenos por meio dos probiticos. A barreira
associado a proteo contra arritmia (CHRYSOHOOU de clulas epiteliais da mucosa a primeira linha de
et al, 2007). A suplementao de leo de peixe (6,2 defesa contra o ataque de organismos patognicos,
g de cido eicosapentaenoico e 3,4 gs de cido que pode ser melhorada pela promoo da produo
docosa-hexaenoico/dia) para 30 pacientes levou a de mucina ou pela reduo da permeabilidade do
reduo dos sintomas relacionados com a depresso intestino. Dessa forma, impede-se a penetrao
(HOOPER et al, 2007). Ainda foi verificado que uma de agentes patognicos e substncias txicas, e os
dose diria de 3 g de cido eicosapentaenoico e cido probiticos podem realizar essas aes. Outra linha
docosa-hexaenoico por um perodo mnimo de 12 de defesa contra a infeco realizada pelo probitico
semanas proporcionou reduo dos sintomas de dor a produo de uma variedade de compostos
nas articulaes (KREMER, 2000). antimicrobianos capazes de inibir o crescimento de
diversos agentes patognicos de origem alimentar.
Evidncias apontam que a ingesto regular de peixe Em geral, as bactrias do cido lctico produzem
na dieta (aproximadamente trs vezes na semana) cidos orgnicos, predominantemente lactato e
tem efeito positivo sobre nveis de triglicerdeos, acetato, que criam um ambiente acdico, inibidor de
presso sangunea, mecanismo de coagulao e patgenos (SAULNIER et al, 2009).
do ritmo cardaco, preveno de cncer colnico e
preveno de aterosclerose. Se esses cidos graxos Prebiticos so carboidratos no digerveis que
forem usados em cpsulas, recomenda-se no afetam beneficamente o hospedeiro por estimular
ultrapassar 2 g/dia (COSTA; ROSA, 2010). seletivamente a proliferao e/ou a atividade de uma
bactria ou de populaes de bactrias desejveis
no clon. Alm disso, o prebitico pode inibir a
Probiticos e prebiticos
multiplicao de patgenos, principalmente no
Os probiticos so definidos como microrganismos intestino grosso, garantindo benefcios adicionais
vivos capazes de melhorar o equilbrio microbiano sade do hospedeiro (SAAD, 2006).
intestinal, produzindo efeitos benficos sade do
Esses compostos podem estimular diretamente
indivduo. Eles so encontrados em produtos lcteos,
a imunidade, proteger contra patgenos e facilitar
sendo que os lactobacilos e as bifidobactrias
o metabolismo de acolhimento e absoro de
so atualmente as bactrias probiticas mais
minerais No trato gastrointestinal, os prebiticos
comercializados em todo o mundo (BRASIL, 2002;
estimulam seletivamente bactrias benficas como
SAULNIER et al, 2009).
as bifidobactrias e os lactobacilos. Alm disso,
Eles podem exercer seus efeitos competindo com desempenham um papel importante na modulao
patgenos, modificando o ambiente intestinal pela do sistema imunitrio de defesa do hospedeiro
reduo do pH, em consequncia dos produtos da (SAULNIER et al, 2009).
fermentao, interagindo e modulando a resposta
importante destacar que, apesar de todos
inflamatria e imunolgica local e sistmica. Alm
os provveis efeitos benficos dos probiticos e
disso, parecem contribuir para a preveno e
prebiticos, a maioria dos estudos experimental
encurtamento da durao da diarreia aguda e da
ou in vitro, sendo necessria a relizao de mais
diarreia associada ao uso de antibiticos (MORAIS;
pesquisas para melhor definio de tipo e quantidade
JACOB, 2006).
a utilizar na prtica (COSTA; ROSA, 2010).

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Fonte: http://endocrinosaude.com/2011/02/alimentos-funcionais

ATUALIDADES CIENTFICAS propriedades funcionais, demonstram o provvel


sucesso de potenciais produtos alimentares funcionais
base de algas (MENDIS; KIM, 2011).
Tem ocorrido um esforo conjunto entre os
Da mesma forma, tem sido explorado o uso
cientistas para explorar e utilizar diferentes fontes
de pepinos do mar (invertebrados marinhos) no
para desenvolver alimentos funcionais e atender
desenvolvimento de alimentos funcionais. Eles
demanda cada vez maior por parte dos consumidores,
possuem um impressionante perfil de nutrientes,
que buscam o papel deles na promoo da sade
como vitamina A, vitaminas do complexo B e minerais,
(MENDIS; KIM, 2011). Sendo assim, algumas
especialmente clcio, magnsio, ferro e zinco, alm
atualidades sobre esse assunto esto destacadas
de uma grande variedade de compostos bioativos,
abaixo.
como saponinas, polissacardeos sulfatados, esteris,
compostos fenlicos, peptdeos, glicoprotenas
Perspectiva da utilizao do ecossistema e cidos graxos essenciais. Possuem efeito
marinho no desenvolvimento de anticancergeno, anticoagulante, anti-hipertensivo,
alimentos funcionais anti-inflamatrio, antioxidante, antimicrobiano
eantitrombtico e auxiliam na cicatrizao de feridas
Considerando a diversidade de produtos (BORDBAR; ANWAR; SAARI, 2011).
bioqumicos em algas marinhas, uma tendncia
crescente em todo mundo a utilizao delas no efeito anticancergeno, anticoagulante, anti-
desenvolvimento de alimentos funcionais. Protenas, hipertensivo, anti-inflamatrio, antioxidante,
peptdeos, aminocidos, polissacardeos, fenis, antimicrobiano, anti-trombtico e auxiliam na
lipideos, vitaminas e minerais, bem como suas cicatrizao de feridas

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Alimentos Funcionais na Prtica Clnica

Adio de prebiticos e probiticos em CONCLUSO


alimentos funcionais especficos para
crianas e idosos
O conhecimento recente de que, alm de atender
Estudos tm demonstrado o impacto potencialmente s necessidades nutricionais, os hbitos alimentares
vasto de prebiticos sobre a composio da flora podem modular vrios funes no corpo e
intestinal, por meio da estimulao de produo desempenhar papis benficos em algumas doenas
de comensais intestinais benficos que no sejam demonstra o interesse cada vez maior nos alimentos
bactrias de cido lctico. Esses resultados abrem funcionais. E muitos so os alimentos que apresentam
outras reas interessantes da pesquisa para a tal propriedade, por possurem uma grande variedade
descoberta de novas cepas e combinaes com de compostos bioativos (ROBERFROID, 2000; COSTA;
probiticos (SAULNIER et al, 2009). ROSA, 2010).

Ainda so necessrios estudos clnicos com Dessa forma, j est esclarecido que esses
humanos para investigar dose adequada, durao alimentos devem ser consumidos em maior
e efeitos especficos de cada cepa probitica e/ proporo quando comparados a outros. Entretanto,
ou prebitica quando incorporada em matrizes de mais estudos so necessrios para melhor elucidao
alimentos para diferentes populaes, tais como da quantidade necessria e do modo de ingesto
crianas e idosos que tm composio microbiana desses compostos para auxiliar a recomendao de
do intestino e estado imunolgico diferenciados. um alimento para determinado fim (COSTA & ROSA,
Dessa forma, uma ateno especial vem sendo dada 2010).
adio de prebiticos e probiticos em alimentos
funcionais para esses ciclos da vida (SAULNIER et al,
2009). REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Isso porque, no caso de pessoas idosas, h
um elevado nmero de bactrias prejudiciais em ABE, Lucile Tiemi et al. Compostos fenlicos
detrimento dos grupos mais benfico, alm de terem e capacidade antioxidante de cultivares de
um risco mais elevado de cncer de clon. Por outro uvas Vitis labrusca L. e Vitis vinifera L. Cincia
lado, estudos preliminares mostram que probiticos e Tecnologia de Alimentos, v. 27, n. 2, p. 394-400,
no incio da vida podem reduzir a ocorrncia de 2007.
dermatite atpica. E a adio de prebiticos em
AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA).
frmulas para lactentes associa-se com mudana do
Position of the American Dietetic Association:
perfil da microbiota intestinal em relao aos lactentes
functional foods. Journal of the American Dietetic
que recebem frmula lctea sem prebiticos, com
Association, n. 104, p. 814-26, 2004.
proteo contra infeces e diminuio da incidncia
de alergias (MORAIS; JACOB, 2006; SAULNIER et al,
ALI, M.; THOMSON, M.; AFZAL, M. Garlic and
2009).
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Por fim, elucidando os mecanismos dos prebiticos
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e probiticos, os cientistas podem criar e aprimorar
55-73, 2000.
alimentos funcionais adaptados para melhorar a
sade do hospedeiro (SAULNIER et al, 2009).

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