Caderno Do Aluno
Caderno Do Aluno
Caderno Do Aluno
com alegria que colocamos em suas mos, assim como na de todos os alunos dos
anos finais do ensino fundamental e mdio das escolas estaduais, o Caderno do Aluno com
atividades a serem desenvolvidas em sala de aula, sob a orientao dos professores.
Os Cadernos so diferentes de acordo com a srie em que voc est. H um para as 5 e
6 sries, outro para as 7 e 8 sries do ensino fundamental, um terceiro Caderno para os
alunos do 1 ano e outro ainda para os 2 e 3 anos do ensino mdio.
Em todos eles h atividades de todas as chamadas matrias, que agora estaro reunidas
em reas do conhecimento. Essas reas so as do Referencial Curricular da Secretaria de
Estado de Educao, que so as mesmas do ENCCEJA Exame Nacional de Certificao de
Competncias da Educao de Jovens e Adultos, que desde 2002 funciona como um exame
supletivo de ensino fundamental e mdio, e do novo ENEM Exame Nacional de Ensino
Mdio, ambos do MEC. As reas do conhecimento so:
Linguagens: Lngua Portuguesa, Literatura, Lngua Estrangeira Moderna (Ingls ou
Espanhol), Educao Fsica e Arte;
Matemtica;
Cincias da Natureza: Biologia, Fsica e Qumica;
Cincias Humanas: Histria, Geografia e, no ensino mdio, Sociologia e Filosofia.
Nosso objetivo contribuir para que as aulas possam ser mais interessantes e os professores
se sintam mais satisfeitos ao darem aula para voc.
Esperamos que voc goste deste Caderno. Ele uma das iniciativas que tomamos para
construir uma Boa Escola para Todos.
Bom trabalho!
Mariza Abreu
Secretria de Estado da Educao
Sumrio
55 Artes
57 Artes Visuais
60 Msica
64 Dana
68 Teatro
71 Educao Fsica
83 Matemtica
105 Biologia
123 Fsica
135 Qumica
145 Geografia
159 Histria
179 Sociologia
199 Filosofia
Ensino Mdio
1o ano
1. O que namorar?
2. O que ficar?
3. O que mais comum entre os adolescentes, namorar ou
ficar?
4. Guris e gurias tm a mesma opinio sobre namorar e fi-
car? Por qu?
5. Namorar (ou ficar) so coisas do cotidiano das pessoas?
Vocs acham que um escritor escreveria a esse respeito?
Por qu?
6. Faam duas listas contendo caractersticas de namorar
e de ficar. Depois disso, juntem-se aos demais colegas e
BANYAI, Istvan. Zoom. Rio de exponham as suas concluses conforme a orientao do
Janeiro: BrinqueBook, 1995. professor.
Leitura silenciosa
10
10 Agora, voc vai ler uma crnica que fala de namoro: o autor refere namorar e no
namorar. As caractersticas que ele aponta apareceram na lista sobre namorar e ficar? Em
que coluna? Anote pelo menos duas cenas relacionadas a namorar descritas no texto que no
apareceram na lista da turma.
Quem no tem namorado algum que tirou frias remuneradas de si mesmo. Namora-
do a mais difcil das conquistas. Difcil porque namorado de verdade muito raro. Neces-
sita de adivinhao, de pele, saliva, lgrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera,
gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, at paixo fcil. Mas namorado de verdade
muito difcil. Namorado no precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer
proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia, a pedir
proteo. Esta no precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreenso ou
mesmo de aflio.
Quem no tem namorado no quem no tem amor: quem no sabe o gosto de
namorar. Se voc tem trs pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e
um esposo; mesmo assim pode no ter nenhum namorado. No tem namorado quem no
sabe o gosto de chuva, cinema, sesso das duas, medo do pai, sanduche da padaria ou
drible no trabalho. No tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem
vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria. No tem namorado quem faz pactos
de amor apenas com a infelicidade. fazer pactos com a felicidade, ainda que rpida, es-
condida, fugidia ou impossvel de curar. No tem namorado quem no sabe dar o valor de
andar de mos dadas; de carinho safadinho, escondido no escuro do cinema cheio, da flor
catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinicius de Moraes
ou Chico Buarque, lida bem devagar, de dar gargalhada quando se fala ao mesmo tempo
ou descobre a meia rasgada, de nsia enorme de viajar junto para a Esccia, ou mesmo
de metr, bonde, nuvem, cavalo, tapete mgico ou foguete interplanetrio. No tem na-
morado quem no gosta de dormir, fazer sesta abraadinho, fazer compra junto. No tem
namorado quem no gosta de falar do prprio amor nem de ficar horas e horas olhando
o mistrio do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
No tem namorado quem no redescobre a criana e a do amado e vai com ela a par-
ques, fliperamas, beira dgua, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de
sonhos ou filmes de Woody Allen. No tem namorado quem no tem msica secreta com
ele, quem no dedica livros, quem no recorta artigos, quem no se chateia com o fato
de seu bem ser paquerado. No tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem
curtir; quem curte sem aprofundar. No tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser
lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou no meio-dia do dia de sol em
plena praia cheia de rivais. No tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora
sem brincar, quem vive cheio de obrigaes; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto
com ele. No tem namorado quem confunde solido com ficar sozinho e em paz. No tem
namorado quem no fala sozinho, no ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo. 11
11
Se voc no tem namorado porque no descobriu que o amor alegre e voc vive
pesando 200 kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie
de mos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com le-
ves frices de esperana. De alma escovada e corao estouvado, saia do quintal de si
mesma e descubra o prprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lrios para quem
passe debaixo de sua janela. Ponha inteno de queimar-se em seu prprio fogo e beba
licor de contos de fada. Ande como se o cho estivesse repleto de sons de flauta e do cu
descesse uma nvoa de borboletas, cada qual trazendo uma prola falante a dizer frases
sutis e palavras de galanteio. Se voc no tem namorado porque no enlouqueceu aque-
le pouquinho necessrio para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.
Enlou-cresa.
SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crnicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 244-245.
Linguagem
Resolva as tarefas que seguem, de acordo com a orientao do professor, e, ao final, con-
clua a esse respeito, respondendo questo acima.
1. Abaixo esto listadas algumas frases da crnica lida. Procure as palavras sublinhadas no
dicionrio e relacione seus sentidos com a frase em que ocorre e com o texto. Depois ano-
te qual o sentido de cada palavra na frase correspondente.
a) Esta no precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreenso ou mesmo
de aflio.
b) No tem namorado quem no gosta de falar do prprio amor nem de ficar horas e horas olhan-
do o mistrio do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
c) No tem namorado quem confunde solido com ficar sozinho e em paz.
d) Se voc no tem namorado porque no descobriu que o amor alegre e voc vive
pesando 200 kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie
de mos dadas com o ar.
e) De alma escovada e corao estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o pr-
prio jardim.
2. Quais dessas palavras so usadas no dia a dia? Elas falam de coisas comuns, cotidianas?
3. Que outras palavras bem comuns em nosso cotidiano aparecem no texto?
4. Na frase abaixo, h vrias palavras para falar de um relacionamento de algum modo liga-
do ao namoro. Identifique-as. Voc usa essas palavras ou usa outras? Quais?
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, at paixo fcil.
5. Nesse texto, o segmento no tem namorado cumpre uma funo importante, qual? Note
que esta expresso bem presente nas nossas conversas cotidianas, no mesmo?
6. A ltima palavra do texto no existe no portugus; uma criao do autor. Com que pala-
vras do portugus ela brinca? O que ela pode significar?
13
13
Retome agora a pergunta inicial e redija sua resposta.
Voc vai ler agora uma crnica engraada que fala de uma moa e uma cala Saint-Tropez,
que tem esse nome por causa de uma praia famosa. Veja o quadro abaixo e responda: o que
deve ser uma cala Saint-Tropez? Por que motivo voc imagina que ela chamada assim?
Leitura silenciosa
Voc se lembra do texto lido no incio da unidade, quando falamos sobre as pequenas
coisas do dia a dia? Pois bem, leia a crnica e observe como Stanislaw Ponte Preta deu um
sentido e um brilho novos a um fato banal que poderia ter sido observado por qualquer um.
Durante a leitura, repare no humor presente na crnica. Procure ver como ele aparece e que
elementos so usados para provoc-lo.
Forme grupos, de acordo com a orientao do professor, e responda s questes que lhes forem 1515
atribudas, cuidando para localizar exemplos no texto que fundamentem suas respostas.
Ao final, as concluses sero socializadas com toda a turma. Faam anotaes do que
considerarem mais relevante em seus cadernos.
Grupo 1
No trecho abaixo, o que significa a expresso mocinha muito da redondinha?
O que vem ao caso a mocinha muito da redondinha, condio que seu traje
apertadinho deixava sobejamente clara.
Grupo 2
Existe, hoje, alguma roupa com a qual seria proibido entrar no cinema?
Segundo a gerncia do cinema, um problema a cala da moa ser muito baixa na cintura.
Por qu?
A atitude do porteiro, de acatar as normas do cinema, diferente da opinio dele. Por
que, para ele, a moa entraria sem problemas? O que isso revela sobre os valores sociais
vigentes na situao?
Grupo 3
Leiam o trecho a seguir:
Ns, que estvamos perto, quase respondemos por ele: Como no, dona! Mas
ela no queria resposta.
Esta uma crnica em 3 pessoa. Porm, neste pequeno trecho o narrador participa da ao.
Que recursos lingusticos indicam isso? Qual a posio do narrador perante a situao da moa?
Grupo 4
Note a forma de tratamento usada pelo porteiro para se dirigir mocinha. Qual ? Essa
forma combina com a descrio da moa?
E de que forma a mocinha trata o porteiro quando fala com ele?
O que essas palavras dizem sobre a poca em que foi escrita a crnica? Esse uso de
palavras combina com a proibio de entrar no cinema com esse tipo de cala?
Grupo 5
Quando a moa diz Quer dizer que com minhas calas eu no entro?, que expectativas
ela gera no leitor?
Por que em seguida aparece o segmento ainda uma vez? Qual pode ser o sentido desse
segmento naquele contexto?
Todos os grupos
Esta crnica fala de uma situao em que a inadequao da roupa impede a entrada
16
16 no cinema. Voc j passou por alguma situao parecida? Como voc reage diante de
convenes sociais desse tipo?
Produo de texto
Tnel do tempo
Agora vamos prestar um pouco mais de ateno em alguns aspectos do uso da lngua por-
tuguesa nas crnicas que lemos nas aulas anteriores. Prepare-se para fazer uma nova leitura
das crnicas ao longo do estudo sobre a linguagem.
Linguagem
Para refletir sobre a linguagem, volte crnica de Srgio Porto, A moa e a cala, e res-
ponda s seguintes perguntas.
1. A primeira frase do texto Foi no Cinema Pax, em Ipanema. Em que tempo est o verbo
dessa frase? A partir desse uso do tempo verbal, o que ficamos sabendo sobre toda a cena
narrada e sobre o texto que se inicia?
2. Assinale pelo menos outras trs frases do texto em que o mesmo tempo verbal utilizado
na crnica.
3. Agora, observe os dilogos ao longo de toda a crnica. Em que tempo esto os verbos dos
dilogos? Por que voc acha que, neste caso, no se usa o pretrito se toda a cena ocorreu
no passado? (Lembre-se: os dilogos apresentam a fala dos personagens do jeito como
aconteceu na conversa entre eles: dizemos que esto em discurso direto. Isso importante
para o modo como aparecem os verbos, no?)
4. Pense nesta frase que aparece no final do primeiro pargrafo: o porteiro olhou pra ela e
disse que ela no podia entrar. Alguma parte da frase relata palavras ditas por algum?
Por que, neste caso, no foi usado o presente? (Para responder, compare o trecho com as
passagens do texto em que h dilogos, com travesso). 17
17
5. Observe as duas frases abaixo, tambm retiradas do texto.
O umbigo ficava ali, isolado...
Ela ento abriu a bolsa...
As duas frases esto no passado, mas no no mesmo tempo verbal: a primeira est no pre-
trito imperfeito; a segunda, no pretrito perfeito. Qual a diferena de sentido entre esses
dois usos do pretrito?
6. Por fim, pense na seguinte frase: O filme em exibio ruim.... O verbo ser est no
presente na frase. Que efeito tem o uso do presente, considerando que o filme faz parte de
uma histria que aconteceu no passado?
7. Agora, desenhe um quadro com trs colunas em seu caderno. Deixe uma coluna para os
tempos verbais pretrito perfeito, pretrito imperfeito e presente, outra para os sentidos
que tm no texto, e outra para colocar exemplos retirados do texto. Faa um levantamento
do uso desses tempos na crnica e depois discuta com os colegas e com o professor.
o uso do pretrito imperfeito tambm frequente, pois atravs desse tempo verbal:
1. contamos fatos do passado que se estendem durante todo o episdio narrado;
2. damos informaes de contexto para fatos pontuais nesse caso, como se as
frases no pretrito imperfeito servissem de cenrio histria.
Exemplos:
1. Queria era discutir a legitimidade de suas apertadas calas Saint-Tropez.
2. Ns, que estvamos perto, quase respondemos por ele...
o uso do presente, que poder ter valor de passado por estar narrando fatos j
ocorridos, vai servir para aproximar bem o texto do momento narrado, tornando a
histria vvida. o que acontece, por exemplo, nos dilogos deste texto: o discurso
direto permite que o texto seja escrito do modo como teria sido dito pela persona-
gem naquele momento; se ela estiver falando de um fato presente os verbos estaro
no presente (note que no discurso indireto, isso no assim).
Agora, volte ao texto de Artur da Tvola, Ter ou no ter namorado, para responder s per-
guntas abaixo.
18
18
1. Em todo o texto, h apenas o presente do indicativo e o modo imperativo. Encontre
uma frase em que cada um deles utilizado.
2. possvel dizer que esse uso divide o texto em duas partes. Quais?
3. O que est sendo feito no texto em cada uma dessas partes? Converse com o colega ao
lado sobre isso, mas antes procure resolver sozinho a questo.
4. Qual das trs afirmaes abaixo descreve melhor o uso do presente nesta crnica?
a) descreve um fato atual, que ocorre no mesmo tempo do texto;
b) indica aes e descries que so permanentes e habituais na vida das pessoas:
no ocorrem s em um ponto do tempo, so frequentes, costumeiras e talvez va-
lham sempre, em todos os casos;
c) d vivacidade a fatos ocorridos no passado.
5. Esta no uma crnica que conta uma histria; nela, o autor faz uma reflexo sobre algo
bem presente em nossas vidas. Qual a relao dessa caracterstica do texto com o uso dos
tempos verbais?
Tarefa extraclasse:
Leia e numere de 1 a 3 as crnicas de acordo com sua preferncia. Fundamente sua opi-
nio a partir de seu gosto pessoal e tambm do que voc j conhece sobre o gnero, j
que o trabalho em classe ter como objetivo maior aprofundar esse conhecimento.
Todavia eu digo, com todas as letras: prefiro esse sargento heri ao duque de Caxias.
O duque de Caxias um homem a cavalo reduzido a uma esttua. Aquela espada que
o Duque ergue ao ar aqui na Praa Princesa Isabel onde se renem os ciganos e as pom-
bas do entardecer oxidou-se no corao do povo. O povo est cansado de espadas e de
cavalos. O povo urina nos heris de pedestal. Ao povo desgosta o heri de bronze, irretoc-
vel e irretorquvel, como as enfadonhas lies repetidas por cansadas professoras que no
acreditam no que mandam decorar.
O povo quer o heri sargento que seja como ele: povo. Um sargento que d as mos
aos filhos e mulher, e passeie incgnito e desfardado, sem divisas, entre seus irmos.
Esse sargento no pensou se, para ser honesto para consigo mesmo, um cidado deve
ser civil ou militar. Duvido, e fao pouco, que esse pobre sargento morto fez revolues de
bar, na base do usque e da farolagem, e duvido que em algum instante ele imaginou que
apareceria na primeira pgina dos jornais.
apenas um homem que como disse quando pressentiu as suas ltimas quarenta
e oito horas, quando pressentiu o roteiro de sua ltima viagem no podia permanecer
insensvel diante de uma criana sem defesa.
O povo prefere esses heris: de carne e sangue.
Mas, como sempre, o heri reconhecido depois, muito depois. Tarde demais.
isso, sargento: nestes tempos cruis e embotados, a gente no teve o instante de te
reconhecer entre o povo. A gente no distinguiu teu rosto na multido. ramos irmos, e
s descobrimos isso agora, quando o sangue verte, e quando te enterramos. O heri e o
santo o que derrama seu sangue. Esse o preo que deles cobramos.
Podamos ter estendido nossas mos e te arrancado do fosso das ariranhas como voc
tirou o menino de catorze anos , mas queramos que algum fizesse o gesto de solidarie-
dade em nosso lugar.
E este o nosso grande remorso: o de fazer as coisas urgentes e inadiveis tarde demais.
DIAFERIA, Loureno. Folha de So Paulo, So Paulo, 01 de set. de 1977.
Como nasce uma histria
20
20 Fernando Sabino
SABINO, Fernando. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record, 1990. p. 137.
O mdico e o monstro
22
22 Paulo Mendes Campos
Glossrio
Dr. Jekill um dos personagens
principais do livro de R. L. Stevenson,
publicado em 1886, The strange case of Dr.
Jekill and Mr. Hyde (em portugus, O mdico
e o monstro). O livro conta a histria misteriosa
e fantstica de um mdico que se transformava
em monstro, e pode ser lida em sites de domnio
pblico.
Recalcitrante
24
24 Carlos Drummond de Andrade
Medo da eternidade
Clarice Lispector
O analista de Bag
Lus Fernando Verssimo
Contam que outra vez um casal pediu para consultar, juntos, o analista de Bag. Ele, a
princpio, no achou muito ortodoxo.
Quem gosta de aglomeramento mosca em bicheira...
Mas acabou concordando.
Se abanquem, se abanquem no ms. Mas que parelha buenacha, tch! Qual o causo?
Bem disse o homem que ns tivemos um desentendimento...
Mas tu tambm um bagual. Tu no sabe que em mulher e cavalo novo no se mete
a espora?
Eu no meti a espora. No , meu bem?
No fala comigo!
Mas essa a t mais nervosa que gato em dia de faxina.
Ela tem um problema de carncia afetiva...
Eu no sou de muita frescura. L de onde eu venho, carncia afetiva falta de homem.
Ns estamos justamente atravessando uma crise de relacionamento, porque ela tem
procurado experincias extraconjugais e...
Epa. Opa. Quer dizer que a negra velha que nem luva de maquinista? To folgada
que qualquer um bota a mo?
Ns somos pessoas modernas. Ela est tentando encontrar o verdadeiro eu, entende?
Ela t procurando o verdadeiro tu nos outros?
O verdadeiro eu, no. O verdadeiro eu dela.
Mas isso t ficando mais enrolado que linguia de venda. Te deita no pelego.
Eu?
Ela. Tu espera na salinha.
VERSSIMO, Lus Fernando. O gigol das palavras. Porto Alegre: L&PM, s.d. .p. 78-80.
Recado ao Senhor 903
30
30 Rubem Braga
Vizinho
BRAGA, Rubem. 200 crnicas escolhidas. So Paulo: Crculo do Livro, 1977. p. 225 - 226.
A crnica brasileira
Releitura e estudo do gnero 31
31
Por meio das leituras feitas na unidade, voc j deve ter percebido que crnica um
gnero de texto que procura contar ou comentar histrias da vida cotidiana. Histrias que
podem ter acontecido com todo mundo, at com voc mesmo, com pessoas de sua famlia
ou com seus amigos. Mas uma coisa acontecer, outra coisa escrever aquilo que acon-
teceu. Ento voc deve ter notado tambm, ao ler a narrao do fato, como ele ganha um
interesse especial, produzido pela escolha e pela arrumao das palavras. A crnica nos faz
conferir, pensar, entender melhor o que se passa dentro e fora da gente. Isso , sem dvida
alguma, literatura!
Agora que voc j escolheu suas crnicas preferidas, identifique outros colegas que fizeram
a mesma escolha, e constitua um grupo com at 4 componentes. Realizem uma releitura,
destacando:
assunto da crnica;
palavras desconhecidas ou de uso indito, interessante e criativo;
uso dos tempos pretrito perfeito, imperfeito e presente do indicativo;
discurso direto e indireto;
presena do humor.
Em grupo, observem, logo a seguir, dois fragmentos que definem a crnica. Utilizem-nos
para identificar, na crnica lida pelo grupo, aqueles elementos caracterizadores do gne-
ro crnica. Faam anotaes para depois comunicarem suas descobertas ao grande grupo,
com o auxlio do retroprojetor.
A crnica fruto do jornal, onde aparece entre notcias efmeras. Trata-se de um gnero
literrio que se caracteriza por estar perto do dia a dia, seja nos temas ligados vida co-
tidiana, seja na linguagem despojada e coloquial do jornalismo. Mais do que isso, surge
inesperadamente como um instante de pausa para o leitor fatigado com a frieza da objeti-
vidade jornalstica. De extenso limitada, essa pausa se caracteriza exatamente por ir con-
tra as tendncias fundamentais do meio em que aparece (...). Se a notcia deve ser sempre
objetiva e impessoal, a crnica subjetiva e pessoal. Se a linguagem jornalstica deve ser
precisa e enxuta, a crnica impressionista e lrica. Se o jornalista deve ser metdico e cla-
ro, o cronista costuma escrever pelo mtodo da conversa fiada, do assunto-puxa-assunto,
estabelecendo uma atmosfera de intimidade com o leitor. (...) Comentam um fato do dia,
ou, quando comentam, procuram dar uma extenso maior a esse fato, e generalizar, fazer
uma reflexo qualquer sobre a vida, sobre os costumes, sobre a poltica, sobre os homens,
margem de um acontecimento transitrio. E, sendo assim, a crnica tem uma certa
chance de permanecer. (...) Eu devo reconhecer que muitas das crnicas escritas por mim
no podem perdurar porque, em primeiro lugar, eu no as achei adequadas a formarem
um livro, e depois porque o jornal, que to vivo no dia, uma sepultura no dia seguinte.
Ento, essas coisas escritas ao sabor do tempo perdem completamente no s a atuali-
dade como o sabor, o sentido, a significao (...). Ento a crnica que aborda um fato ou
circunstncia de vida de determinada pessoa perdeu completamente o sentido, porque essa
32
32 prpria pessoa perdeu o sentido. Ento no propriamente a crnica, o acontecimento
que ela reflete que perdeu a significao.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Uma prosa (indita) com Carlos Drummond de Andrade. Caros amigos, So Paulo, n. 29, p. 12-15,
ago. 1999.
Uma crnica no tem pretenses de durar, uma vez que filha do jornal e da era da m-
quina, onde tudo acaba to depressa. Ela no foi feita originalmente para o livro, mas para
essa publicao efmera que se compra num dia e no dia seguinte usada para embrulhar
sapatos ou forrar o cho da cozinha. Por se abrigar neste veculo transitrio, o seu intuito
no o dos escritores que pensam em ficar, isto , permanecer na lembrana e na admi-
rao da posteridade; e a sua perspectiva no a dos que escrevem do alto da montanha,
mas do simples rs-do-cho. Por isso mesmo, consegue quase sem querer transformar a
literatura em algo ntimo com relao vida de cada um, e quando passa do jornal ao
livro, ns verificamos meio espantados que sua durabilidade pode ser maior que ela prpria
pensava.
CANDIDO, Antonio. Para gostar de ler. So Paulo: tica 1982. Prefcio, p. 6.
Autoavaliao
Aps apresentar as observaes de seu grupo, ouvir e debater o que fizeram seus colegas
e auxiliar seu professor a realizar uma sntese dos aspectos apresentados, anote aqui suas
aprendizagens mais importantes:
Planejamento do texto
Leia o texto para o colega em voz alta. Ele vai lhe dizer: o que ele acha que chamou sua
ateno no fato relatado? Ele concorda com voc sobre o interesse que tal fato suscita?
Pensem juntos: o que, no relato, interessante? Agora pensem: o modo como voc contou
o que viu d destaque ao fato ou ajuda a fazer pensar sobre ele?
Depois que voc terminar, oua a leitura do texto do colega e repitam o mesmo procedi-
mento, desta vez, sobre a histria que ele tem para contar.
Depois dessa discusso, faam, cada um com a ajuda do outro, um esquema para escrever
as crnicas. Alm das anotaes que vocs dois fizeram, levem em conta as perguntas apresen-
tadas no box.
1. Esta crnica ser publicada num painel na escola e, talvez, num blog: voc quer que a
crnica toque apenas os colegas de sua idade ou todo mundo que tiver contato com
ela? Enfim, com quem voc vai falar, quem ser seu leitor?
2. Que objetivo voc tem em vista? Quer entreter o leitor, divertir, sensibilizar ou fazer com
que ele reflita?
3. Considerando sua relao com o fato a ser narrado, melhor voc usar a primeira pes-
soa, revelando a sua viso pessoal do acontecido, ou a terceira pessoa, que mostrar o
ponto de vista de uma das personagens envolvidas?
4. Lembre-se de mencionar o lugar onde aconteceu o fato e de situ-lo no tempo: foi
noite ou pela manh?
5. Quantas e quais sero as partes de sua histria? Que ordem de importncia elas tero?
Qual delas deve ser olhada mais de perto? Explore os tempos verbais para expressar
essas diferenas e divida os episdios em pargrafos.
6. Voc acha que ficaria bom inserir dilogos? Lembre-se de que o uso do discurso direto
poder dar mais dinamismo narrativa.
7. E a linguagem que voc vai usar para descrever a cena? Procure dar aquele sabor de
linguagem do cotidiano que sofreu um trabalho de organizao para um propsito espe-
cfico. Para ajudar a pensar nisso, lembre de palavras legais e expressivas que poderiam
substituir as palavras que voc usaria normalmente. Escreva de forma simples e direta,
procurando proximidade com o leitor.
Concluda esta tarefa, cada um dever ter em mos o planejamento da crnica que escrever.
Produo e reviso de texto
34
34 Agora que voc pensou em seu texto e fez o planejamento, escreva-o. Experimente apro-
priar um modo de dizer as coisas de alguma crnica que leu e que o impressionou, veja
como funciona.
Para refletir
Agarrar o leitor de cara
Como todo texto curto, para repetir mais uma vez, precisa agarrar o
leitor de cara. Ento o comeo da crnica tem de intrigar, surpreender
ou divertir. Basta conferir alguns exemplos. Carlos Heitor Cony come-
a: Na Academia Brasileira de Letras h um salo muito bonito, mas um pouco sinistro.
Isso para falar do salo dos poetas romnticos que, como se sabe, morreram muito cedo.
E mais ainda, de onde sai o enterro dos imortais, porque a maioria deles no tem onde
cair morto (a piada de Olavo Bilac). Luis Fernando Verissimo, opta pelo humor, claro:
Nunca tive que passar pelo martrio do vestibular. uma experincia que jamais vou ver,
como a dor do parto.
Ou ainda, Walcyr Carrasco: Quando estava terminando o segundo grau, eu tinha difi-
culdade em ficar com algum. Meus colegas viviam se apaixonando. Eu, sozinho.
FERRAZ, Geraldo Galvo. A escrita de uma crnica. Lngua Portuguesa. ano 2, n. 20, jun. 2007, p. 38.
semelhana do que fez no planejamento da crnica, troque sua produo com o colega.
Realize uma reviso cuidadosa, observando se a crnica apresenta uma viso pessoal do assun-
to escolhido, se nela aparecem os elementos narrativos bsicos (tempo, espao, personagem
e ao), se o texto ficou curto e leve, se ele diverte ou faz pensar, se a linguagem empregada
adequada. Depois, comente sua avaliao, sugerindo, se for o caso, alternativas para qualificar o
texto produzido por ele.
Oua o que ele tem a dizer a respeito de seu texto, e ento faa as alteraes necessrias,
prestando ateno ao seguinte:
Margarete Schlatter
Letcia Soares Bortolini
Graziela Hoerbe Andrighetti
Colaboradores: Fbio de Oliveira Vasques e Michele Saraiva Carilo
Podemos mudar o mundo?
37
37
Nesta unidade, voc vai ter oportunidade de refletir sobre os problemas que afetam sua co-
munidade e o mundo de hoje, e de discutir formas de buscar solues coletivamente. Uma das
formas de agir na sociedade em relao a esse tema fazendo campanhas publicitrias para
estimular aes conjuntas. Veja o que alguns rgos internacionais fazem e posicione-se! Crie a
sua campanha e participe!
Quem responsvel?
Una organizacin no gubernamental (tanto en singular como en plural ONG) es una entidad de carcter
privado, con fines y objetivos definidos por sus integrantes, creada independientemente de los
gobiernos locales, regionales y nacionales, as como tambin de los organismos internacionales.
La misin del la LEAD India es crear, fortalecer y apoyar redes de personas y instituciones que
promueven acciones hacia el desarrollo sustentable.
http://www.leadindia.org/html/mission.html. Acessado em: jul. 2008.
Leitura
a) Observem o material da campanha acima: com base na foto e na pergunta, o que est
sendo denunciado?
b) Onde foi publicado esse texto? Para quem vocs acham que foi feita essa publicidade?
c) O que o telefone celular pode ter a ver com a campanha?
d) Leiam abaixo o texto da publicidade e confiram: o texto confirma o que vocs esperavam?
e) Qual o objetivo da campanha?
Extudo do texto
Uso da lngua
CALENTARSE
CAMBIAR
CONTAMINARSE
DEFORESTAR
PERDER
Campanha publicitria II Compreenso oral
40
40 1. Vamos assistir a uma campanha publicitria do Greenpeace Argentina veiculada em vdeo.
Primeiro assista sem som e responda:
a) Qual o problema ecolgico abordado? Como voc sabe?
b) Qual voc acha que o objetivo da campanha? Por qu?
2. Assista campanha mais uma vez, agora com som, confirme as respostas e converse com
o colega, conforme a orientao do professor:
a) Qual o objetivo da campanha? Que palavras ou frases indicam isso?
b) Para quem voc acha que foi feita essa campanha? Por qu?
c) Que texto aparece escrito no vdeo? Como ele aparece?
d) H informaes que so repetidas. Quais so essas informaes? Por que voc acha que
elas so repetidas?
Estudo do texto
1. As frases abaixo foram retiradas da campanha publicitria a que voc assistiu. Assista no-
vamente, prestando ateno para identificar as palavras em destaque, e responda:
3. Comparando a publicidade escrita sobre as baleias e a que voc assistiu agora, como
cada uma delas tenta convencer o pblico? H diferenas? Qual publicidade voc acha mais
eficiente? Por qu?
Uso da lngua
1. Crie outras frases de incentivo para a campanha que assistimos. Utilize os verbos do qua-
dro. Trabalhe em duplas.
LLAMAR
FORMAR PARTE
JUNTARSE
APOYAR
________
a)
41
41
b)
c)
d)
e)
2. Incentive seu colega a tomar uma atitude. Ele menciona um problema (A) e voc prope
que ele faa alguma coisa (B).
A B
Envases plsticos llevan un mnimo de Habl con l/ella!
!
100 aos en descomponerse. Ped ayuda!
!
Las ciudades brasileas estn da a da Decile que .........
ms inseguras. Por qu no (estudis)...?
Muchos brasileos viven en viviendas
precarias. _______________________
Mi novio(a) me dej. (otras sugerencias)
Me fue mal en el examen de biologia.
(Alguien) siempre le toma el pelo a todo ...compr recicl don
el mundo. eleg empez
(Alguien) dice mentiras a menudo. dej reduc - propon
Mis padres no me permiten que
_______________.
___________________________
(otros problemas)
Estudo do texto
Uso da lngua
A publicidade que acabamos de assistir termina com a seguinte frase: Por una eliminacin total
de las bombitas incandescentes para el dos mil diez, ayudanos a detener el cambio climtico. Como
o pedido de ajuda para a campanha poderia ser reforado? Pense em frases para serem
acrescentadas depois da ltima frase do spot que indiquem como o pblico pode ajudar a
detener el cambio climtico. Com base na estrutura das frases praticadas na Campanha II, crie
frases indicando para o seu leitor:
a) parar de usar lmpadas de alto consumo:
_____________________________________________________________________________
b) participar da campanha:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Abrace essa causa!
Produo textual 43
43
1. Imagine que sua agncia de publicidade foi convidada para fazer a nova campanha do
Greenpeace Argentina. A foto da campanha j foi fornecida por eles. Em grupos, criem uma
campanha publicitria no espao abaixo tendo como base a foto a seguir. Antes de pensar
no texto a ser escrito, decidam:
a) qual pode ser o problema ecolgico abordado?
b) qual o objetivo da campanha?
c) para quem ser dirigida a campanha?
d) que palavras e frases sero usadas para mostrar ao pblico o problema e as aes propos-
tas?
J vimos ao longo das anlises de campanhas que fizemos que algumas expresses estuda-
das como Pods creer que... e as formas verbais comunicate, envi cumprem funes importantes
em uma publicidade. Retomem o que vocs aprenderam e usem na sua campanha!
bp3.blogger.com/__uzuVrxQMH0/R-0ihBpEVZI/
AAAAAAAAFas/JHMyyQm15y8/
2. Troquem com outro grupo a campanha publicitria produzida por vocs e analisem a
campanha que receberam dos colegas. Colocando-se na posio de leitores, identifiquem as
44
44 seguintes informaes:
a) qual pode ser o problema ecolgico abordado?
d) que palavras e frases sero usadas para mostrar ao pblico o problema e as aes propos-
tas? Elas cumprem esse papel?
e) com base nesses critrios, vocs fariam alguma modificao na publicidade analisada?
Quais?
3. Analisem as sugestes dos colegas e faam as alteraes que acharem importantes. Depois
colem os anncios produzidos na parede da sala. Escolham os anncios mais eficientes. Por que
vocs acham que esses so os melhores? O que poderiam fazer para que os outros anncios
ficassem mais convincentes?
1. As publicidades que voc leu e assistiu nesta unidade foram feitas pelo Greenpeace na
Argentina.
a) Voc acha que esses mesmos problemas tambm poderiam ser tema do Greenpeace no
Brasil?
b) Que outros assuntos voc acha que poderiam ser tratados nas campanhas publicitrias do
Greenpeace brasileiro?
c) E se falssemos sobre o nosso Estado, RS, quais problemas ambientais poderiam ser pauta
de campanhas do Greenpeace?
2. Exponha os textos da turma em um mural fora da sala de aula. Deixe um espao para que
outros alunos, professores e funcionrios possam deixar suas opinies em relao a possveis
solues. Essas ideias podero ser retomadas na organizao de uma campanha na escola.
Se vocs preferirem, tambm podem pensar numa campanha para os problemas do Brasil e/
ou do Estado levantados acima. Formem uma comisso, organizem a campanha e exeram
sua liderana!
45
45
3. Interessado em conhecer mais sobre o trabalho da organizao Greenpeace no Brasil?
a) Descubra algumas das informaes listadas a seguir, acessando os sites sugeridos:
http://www.greenpeace.org/brasil/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Greenpeace
http://www.mundodasmarcas.blogspot.com/2006/07/greenpeace-another-world-is-
possible.html
http://www.greenblog.org.br
Autoavaliao
Margarete Schlatter
Graziela Hoerbe Andrighetti
Letcia Soares Bortolini
Colaboradores: Fbio de Oliveira Vasques e Michele Saraiva Carilo
Podemos mudar o mundo?
49
49
Nesta unidade, voc vai ter oportunidade de refletir sobre os problemas que afetam sua comu-
nidade e o mundo de hoje e de discutir formas de buscar solues coletivamente. Uma das formas
de agir na sociedade em relao a esse tema fazendo campanhas publicitrias para estimular
aes conjuntas. Veja o que alguns rgos internacionais fazem e posicione-se! Crie a sua cam-
panha e participe!
Quem responsvel?
Preparao para a leitura
LEAD Indias mission is to create, strengthen and support networks of people and institutions
promoting change towards sustainable development.
www.leadindia.org/html/mission.html. Acessado em: jul. 2008.
50
50 VOLUNTARIADO CASA
Participar mudar!
Leitura
1. Rena-se com um colega, e respondam as perguntas abaixo.
a) O texto a seguir faz parte de uma campanha publicitria para estimular o trabalho volun-
trio. Com base nas fotos, do que trata essa ao? Como vocs sabem?
b) Quem o responsvel pela campanha? Como vocs sabem?
c) Para quem o texto escrito?
d) Quem beneficiado pela campanha?
e) As pessoas que aparecem neste anncio se parecem com as pessoas que vocs conhecem?
Quais so as semelhanas? Quais so as diferenas?
f) A casa que aparece neste anncio se parece com as que vocs conhecem? Quais so as
semelhanas? Quais so as diferenas?
Discutam suas respostas com as outras duplas.
2. Novamente em duplas, realizem as tarefas propostas.
a) Marquem no texto as palavras que vocs conhecem e as que podem entender a partir da
semelhana com o portugus. 51
51
b) No quadro a seguir, relacionem as palavras do texto com o significado em portugus. Le-
vem em conta o contexto e consultem o dicionrio se necessrio.
c) Qual a soluo sugerida pelo anncio? Quais palavras do texto contriburam para voc
chegar a essa resposta?
Discutam as respostas com os demais colegas, conforme a orientao do professor.
Estudo do texto
one two three four five six seven eigth nine ten eleven twelve thirteen
fourteen fifteen sixteen seventeen eighteen nineteen twenty
Produo de texto
1. Produza um texto para uma campanha publicitria com o objetivo de estimular a parti-
cipao da populao a resolver um problema. Em grupos, discutam as questes abaixo
e escrevam a campanha em ingls!
a) Listem trs problemas na sua comunidade.
b) Discutam com os colegas os problemas levantados. Qual deles poderia ser resolvido atravs
de um trabalho coletivo? Escolham o problema que vocs consideram que precisa ser resol-
vido com maior urgncia.
c) Aps o grupo ter escolhido o problema a ser resolvido, decidam: para quem ser dirigida
a campanha? O que poderia sensibilizar o pblico a se engajar no trabalho? Que re-
cursos (fotos, ilustraes, depoimentos, frases de efeito, etc.) poderiam ser usados? Qual
ser o nome da organizao promotora da ao voluntria?
d) Construam algumas frases de incentivo que vocs acham eficientes para estimular algum a se
envolver na campanha. Usem os verbos no imperativo e o dicionrio se necessrio.
Get involved.
Get... Contact... Help...
e) Com base nas decises acima, produzam um texto para uma campanha publicitria em
ingls. Usem as estruturas praticadas na unidade. Depois de escrita a primeira verso,
analisem o texto.
O que preciso melhorar?
O problema est bem contextualizado no texto?
O texto tem um interlocutor claro? Um pblico-alvo bem definido?
So utilizados recursos visuais para chamar a ateno do leitor?
O texto usa recursos lingusticos para chamar a ateno do leitor?
O texto usa recursos (visuais e lingusticos) para convencer o pblico a participar da campanha?
A seleo desses recursos est adequada ao pblico?
f) Reviso do texto: depois da anlise, revisem o texto.
2. Afixem os anncios produzidos na parede da sala, conforme a orientao do professor. Es-
colham os anncios mais eficientes. Por que vocs acham que esses so os melhores? O que
54 poderia fazer com que os outros anncios ficassem mais convincentes?
54
3. Se voc estiver interessado em conhecer mais sobre o trabalho da organizao Habitat for
Humanity e LEAD Brasil, consulte os sites indicados e descubra algumas das informaes abaixo:
www.habitat.org
www.leadindia.org
www.lead.org.br
Autoavaliao
Andrea Hofstaetter
Carlos Roberto Mdinger
Flavia Pilla do Valle
Jlia Maria Hummes
Maria Isabel Petry Kehrwald
Artes Visuais
57
57
Os ciclistas de Iber Camargo
Estas aulas tm como objeto de estudo parte da obra de Iber Camargo, importante ar-
tista brasileiro do sculo XX, reconhecido internacionalmente. Iber Camargo nasceu no Rio
Grande do Sul em 1914, viveu durante anos no Rio de Janeiro e faleceu em 1994, em Porto
Alegre. um artista contemporneo que produziu em torno de 7.000 obras, entre desenhos,
gravuras, guaches e pinturas. Seu trabalho caracteriza-se por constante pesquisa, numerosa
produo e criao de uma linguagem singular. A carga expressiva de sua obra intensa e o
artista faz uma profunda ligao entre ela e suas questes de vida e vises de mundo.
Para nos aproximarmos da produo do artista, daremos ateno especial s obras que
tm como figura central os ciclistas, um tema recorrente dos anos 80, depois que Iber volta
a Porto Alegre, a partir de encontros com os ciclistas do Parque da Redeno.
Os ciclistas de Iber Camargo refletem muito do prprio pintor: um ser em busca de suas
verdades e razes. E, juntamente com as idiotas, marcam os personagens mrbidos que
povoam o imaginrio do artista no final de sua vida. (Trecho extrado do texto sobre os
ciclistas, no site da Fundao Iber Camargo, acesso em 05, jul. 2008.)
Bicicletas
IMPORTANTE: prepare-se para estas aulas recortando, de jornais e revistas, imagens
em que apaream uma bicicleta e uma figura humana. (Pode ser uma fotografia
Ateno! prpria, em que voc ou algum aparea com uma bicicleta).
Anote algumas palavras que podem ser associadas s imagens fotogrficas observadas na
exposio da classe:
Observe atentamente a imagem que segue:
58
58
Concentre-se e escreva algumas palavras que podem ser associadas imagem desta pin-
tura:
possvel comparar as imagens anteriores com bicicletas e
figuras humanas com a desta pintura? De que forma?
59
59
Leia e analise a seguinte frase, dita por Iber Camargo:
Sou um andante. Carrego comigo o fardo do meu passado. Minha bagagem so os meus
sonhos. Como meus ciclistas, cruzo desertos e busco horizontes que recuam e se apagam nas
brumas da incerteza. In: Iber Camargo: Uma Vida Mesclada s Tintas. Porto Alegre: Funda-
o Iber Camargo, Gerdau, Revista Aplauso, s/d, Edio Especial, p. 25.
Fonte das imagens: Site da Fundao Iber Camargo (www.iberecamargo.org.br), acesso em 21, jul. 2008.
Imagem 3
Imagem 2 Imagem 4
Pesquise Mais
A pintura de Iber Camargo pode ser chamada de uma pintura de tendncia expressionista.
Voc j ouviu falar de Expressionismo nas artes visuais?
De modo geral, esta uma forma de se fazer arte, em que a expresso da subjetividade do
artista elemento importante.
Pesquise e estude a obra de outros artistas expressionistas! Pea orientao de seu professor.
Transformao de uma imagem
60
60 Trabalho individual
Retome a escolha de uma imagem de revista com bicicleta e a transforme em outro tipo de
imagem. Como? Utilizando a pintura! O desafio utilizar um tipo de pintura que se aproxime
do que voc viu em Iber Camargo, ou seja, que tenha um carter expressionista, em que
voc experimentar expressar algum sentimento/pensamento sobre a vida cotidiana contem-
pornea.
De preferncia, utilize um suporte grande, de papel pardo ou papelo, fixado parede.
Encontre formas de criar, com pintura, uma outra verso para a sua imagem inicial
de revista ou fotografia pessoal!
Produo textual
Depois de concluda a pintura, registre, por escrito, alguns aspectos importantes sobre o
processo de transformar um tipo de imagem em outro. Oriente-se pela sugesto que segue:
Msica
Voc sabia que a dcada de 70 produziu uma msica brasileira que referncia interna-
cional ainda hoje? A Tropiclia, movimento musical reconhecido em todo o mundo e atestado
da criatividade brasileira, ainda hoje valorizada como importante manifestao da cultura
musical. Recolha informaes sobre o assunto, converse com seus pais ou conhecidos a res-
peito dela, pois provvel que tenham vivido sua juventude em plena Tropiclia, perceba sua
importncia e prepare-se para apreci-la e para valorizar seu contexto de produo!
http://tropicalia.uol.com.br/site/internas/index.php
http://www.moderna.com.br/catalogo/encartes/85-16-03131-4.pdf
www.tropicalia.com.br
http://revistaepoca.globo.com
http://revistaepoca.globo.com
Atividade em grupo
Renam-se nos grupos que realizaram a
tarefa de casa e preparem-se para a apre-
sentao planejada.
Relatem os achados ao grande grupo e
troquem informaes sobre o que destaca-
ram. Encerradas as apresentaes em gran-
de grupo, realizem uma audio musical,
com programa definido pela soma das m-
http://www.rabisco.com.br sicas selecionadas.
Organize um recital de msica! Marque data e local, convide os colegas da
64
escola e promova uma apresentao. Utilize as informaes coletadas para a
64
apresentao na classe e organize um painel para contextualizar o movimento
Tropiclia. Acrescente fotos, recortes, d um acabamento atual ao material sele-
cionado e compartilhe com toda a escola os conhecimentos adquiridos a partir
dos encontros de msica!
Trabalho individual
Dana
A dana um importante meio para favorecer a aquisio de uma perspectiva cultural e his-
trica ampla, atravs da investigao de seu papel e significado nos diversos contextos sociais.
Experincias de movimento em diferentes perspectivas ajudam a entender a vida cultural dos povos
e suas diferenas, possibilitando o exerccio de valores como respeito e tolerncia.
Atravs da educao em dana, somos tambm desafiados a ter mais responsabilidade com nos-
sos corpos, aprendendo cuidados com a estrutura fsica, trabalhando a desenvoltura necessria para
ter um corpo saudvel dentro e fora da sala de aula e refletindo sobre os conceitos de corpo na dan-
a e na sociedade. Lembre-se de sempre vir preparado para a prtica com uma roupa confortvel.
Quadrilha (Aula 1)
Nesta aula, iremos nos divertir danando uma quadrilha!
A quadrille foi inicialmente uma dana aristocrtica de origem francesa, que j apresen-
tava influncia de antigas danas folclricas da Europa. Veio para o Brasil por modismo
irradiado de Paris, saciando o interesse da classe mdia e das elites portuguesas e brasilei-
ras do sculo XIX. Ao longo do tempo, a quadrilha se popularizou e se fundiu com outras
danas brasileiras, sofrendo modificaes, entre elas o aumento do nmero de pares e o
abandono de passos e ritmos franceses. Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana
brasileira, esta uma dana que teve a sua maior disseminao inicialmente no campo, e
se tornou uma dana prpria dos festejos juninos, da ser utilizada a indumentria caipira.
No Rio Grande de Sul, muitos arrais se misturam cultura do folclore gacho, onde
a prenda e o peo tomam o lugar do homi e da mui. No existe uma msica espe-
cfica, e sim em compasso binrio ou de marchinha, que favorece o cadenciamento das
marcaes. Os participantes da dana executam diversas formaes em pares. Entre eles,
encontramos muitas figuras caractersticas como os noivos, seus pais, o padre, o delegado,
o juiz e outros do hipottico casamento da cidade caipira. H normalmente um marcador
(pode ser o professor), que puxa as evolues da dana.
Para a prxima aula
Pesquise mais sobre o contexto histrico, social e cultural desta dana. O que voc conse- 6565
gue descobrir? Traga estas informaes para compartilhar com a turma.
Escolha e separe uma imagem ou fotografia de uma quadrilha. Busque na internet, em livros
ou revistas. Caso no encontre uma imagem de um bailarino de quadrilha, selecione alguma
imagem com bailarinos de outra dana qualquer e leve-a para a prxima aula.
Pavel Gerdt como Prncipe Siegfried (Rssia, Dana Contempornea de Joerg Schiebe Bailarina Chryssanthi Sahar Scharf de Dana
1895). http://en.wikipedia.org/wiki/Swan_ (Berlim 2007). http://en.wikipedia.org/wiki/ do Ventre: http://en.wikipedia.org/wiki/
Lake#LaterProductions. Contemporary_dance. Belly_dance.
Acesso em 10, jul. 2008. Acesso em 10, jul. 2008. Acesso em 10, jul. 2008.
Aps uma primeira discusso no grupo, leia com ateno os trechos abaixo citados. Revise
suas anotaes a partir do que lhe ocorrer depois da leitura.
A dana logo passaria tambm a estar presente na tela da TV. Se, no cinema, ela vai se
estabelecer nos filmes musicais, na televiso ela provocar polmica nos shows televisio-
nados como os de Elvis Presley considerado obsceno por seus movimentos requebran-
tes e de James Brown, na dcada de 50 (TOMAZZONI, 2005, p. 46.)
Chegou a hora dos pequenos grupos relatarem o que anotaram. Anote tambm em seu
caderno as ideias mais interessantes apresentadas durante o debate.
Para refletir
No existe um estilo de dana ou um tipo de dana melhor que o outro. Todos os estilos so
importantes e carregam uma bagagem cultural especfica do seu contexto. Achar que uma dana
de movimentos mais virtuosos melhor a mesma coisa que achar que uma cultura melhor.
Corpo em ao
Caro aluno:
Ateno ao corpo
Pode-se fazer teatro sem cenrio, sem iluminao, sem trilha sonora, sem um prdio teatral,
at mesmo sem um texto falado. Mas sem uma pessoa cumprindo a funo de ator e outra a
de espectador impossvel acontecer teatro. Pode-se fazer teatro com poucos recursos mate-
riais, porque o corpo um instrumento inesgotvel.
Nesta aula, voc ser desafiado a trabalhar corporalmente. Nos exerccios de criao de
aes, atente para o incio, o desenvolvimento e finalizao das aes; e cuide que a ao
envolva o corpo todo e, principalmente, a coluna vertebral.
Siga as indicaes de seu professor.
No quadro a seguir, h um texto em forma de dilogo. Leia-o com ateno e realize com
concentrao e disposio as propostas do seu professor.
Imagine:
Quem A? Quem B? Onde A e B esto? O que est acontecendo enquanto A e B falam
essas frases?
Agora imagine que este dilogo seja entre trs pessoas (A, B e C) e no mais apenas entre
A e B. Preencha o quadro a seguir, indicando quem (A, B ou C) fala cada frase do texto. Para
isso, imagine uma situao em que essas frases tenham sentido: Quem A, B e C? Onde
esto? O que est acontecendo enquanto os trs falam essas frases?
___ Por favor, saia daqui. ___ Ento quem sai sou eu.
___ Eu no! ___ Mas voc no pode sair...
69
69
___ Ah, no vai sair? ___ Eu sou livre, posso sair se quiser.
___ No. ___ Duvido que voc saia.
Ao preparar uma cena a partir do texto, ser interessante escolher formas inusitadas de
diz-lo, imaginando situaes em que A, B ou C falem dentro de um contexto, com sentido.
Na cena, o texto no precisa ser dito com pressa. As falas podem ser intercaladas por momen-
tos de silncio, mas com ao fsica.
Para comear, responda: O que um esporte? Toda atividade fsica ou prtica de movi-
mento corporal um esporte?
Com base no que voc acabou de responder, identifique entre as atividades abaixo quais
so esportes e quais no so. Em seguida, explique os motivos que o levaram a fazer este tipo
de classificao (enfatize os critrios utilizados por voc):
1. Bolitas 6. Handebol
2. Correr para pegar um nibus 7. Jogging/corridas
3. Fazer apoios (flexo/extenso de cotove- 8. Jogo do elstico
los em apoio de frente sobre o solo) 9. Musculao
4. Futsal 10. Passear com o cachorro
5. Ginstica artstica
A So esportes B No so esportes
1
Tempos atrs, em algumas partes do Rio Grande do Sul, quando um grupo de guris resolvia jogar bolitas s brincas tinha-se a certeza de que cada um deles,
independentemente do resultado final, voltaria para casa com todas as suas bolitas no bolso. Entretanto, quando a gurizada resolvia jogar s ganhas, uns
voltavam para casa com mais bolitas do que outros (alguns chegavam a voltar sem nenhuma), isto porque em disputas deste tipo as bolitas do adversrio eram
definidas, em comum acordo, como o prmio a ser conquistado pelo ganhador da partida. Por isso, antes de comear a jogar bolitas, geralmente, algum
perguntava: s ganhas ou s brincas?
Escreva abaixo por que voc considerou alguns itens dessa lista esporte e outros no.
74
74
Conceito de esporte
importante saber que nem todo movimento corporal esporte. Para que voc possa ter
uma ideia das diferenas, leia o quadro abaixo e discuta-o com os colegas.
Definies
Atividade fsica: Qualquer movimento produzido pelos msculos esquelticos que resulte
em um gasto de energia fsica.
Exerccio fsico: Atividade fsica realizada de forma planejada e sistemtica, de frequncia
e intensidade definidas, com o objetivo de melhorar ou manter a condio fsica.
Jogo: Atividade voluntria, exercida dentro de determinados limites de tempo e espao,
que se caracteriza, basicamente, por criao e alterao de regras pelos prprios partici-
pantes, obedincia de cada participante ao que foi combinado coletivamente e apreciao
do ato de jogar sem qualquer interesse em um resultado final.
Esporte: Manifestao da cultura corporal de movimento, orientada pela comparao de
um determinado desempenho entre indivduos ou grupos (adversrios); regida por um con-
junto de regras institucionalizadas por organizaes (associaes, federaes e confedera-
es esportivas), as quais definem as normas de disputa e promovem o desenvolvimento da
modalidade em todos os nveis de competio.
De acordo com a indicao do professor, leia a matria jornalstica que segue. Observe se
os conceitos de esporte, atividade fsica e exerccio fsico correspondem aos que voc leu
no quadro anterior. 75
75
J para as empresrias Betty Notari, 56, e Constana Carvalho, 63, que nunca gostaram
muito do que elas chamam de esquema chato das academias de ginstica, nem de suar
e se cansar muito, o pilates foi a alternativa ideal. Nunca tive tanta flexibilidade, diz Car-
valho. Alm de ser um excelente exerccio, tem o papo, completa Notari, referindo-se
ao Ch das 11, nome do grupo formado pelas duas, Anna Maria e outras trs colegas
para fazerem as sesses juntas.
Histrias como essas j se repetem aos montes nas academias e estdios que ensinam pila-
tes no pas. Essa atividade fsica, que chegou ao Brasil no incio dos anos 90 e fez sucesso
inicialmente no restrito universo do bal, virou febre entre celebridades e hoje tem cada vez
mais adeptos entre os que no podem ou no querem aderir aos esportes tradicionais, seja
por causa da idade, problemas e limitaes fsicas ou simplesmente por no gostarem de
msica alta, repeties infindveis e falta de ateno individualizada das aulas de ginstica
aerbica.
Verso original disponvel em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u3836.shtml> Acessado em: 13/08/2008.
Descreva abaixo quando o conceito esporte empregado de forma adequada na matria
jornalista e quando est equivocadamente associado a outros tipos de prticas corporais.
76
76
Depois de ter chegado a um consenso sobre o conceito de esporte, ter entendido que esse fen-
meno se manifesta na sociedade de diferentes formas e ter dividido as tarefas para saber mais sobre
o assunto, toda a turma vai se envolver, com a orientao do professor, em prticas que contenham
algumas caractersticas especficas das manifestaes de esporte estudadas. Para isso, ser funda-
mental que todos se apropriem da dinmica interna de cada uma das manifestaes propostas.
Dedique-se s atividades propostas, pensando sempre nas caractersticas estudadas acima. Cons-
trua um breve dirio dos jogos, no qual sejam registrados os acontecimentos que chamarem sua
ateno e, principalmente, as sensaes e os sentimentos vivenciados durante as atividades. Lembre-
se de que voc estar experimentando/estudando aspectos especficos sobre a forma como o es-
porte se manifesta no contexto social! Seus apontamentos sero muito valiosos quando vocs forem
montar a Exposio.
Novas perguntas...
Agora que j temos uma noo sobre as manifestaes do esporte, vamos pensar na
seguinte questo: As prticas esportivas
realizadas no tempo livre esto mais vol-
tadas ao esporte de rendimento ou ao
esporte de lazer? mais s ganhas ou
mais s brincas? Escreva em seu ca-
derno de classe uma resposta a essa per-
gunta, e depois discuta com os colegas
sua posio sobre o assunto.
O texto que segue traz um breve rela-
to sobre o modo como alguns grupos de
praticantes tm conseguido evitar que o Tem gente que se transforma quando bate uma bolinha no fim de
esprito do esporte de rendimento tome semana!
Fonte: Disponvel em: <http://www.universohq.com/quadrinhos/2005/
conta de seus jogos. Leia-o e responda imagens/Charge_UniversoHQ_copa2002.jpg> Acesso em: 23/06/2009.
as perguntas que seguem ao texto.
Sbado, cair da tarde. Quem passar neste momento pela orla das praias de Santos po-
der imaginar como o futebol apreciado por ali. Toda faixa de areia, em sua parte mais
consistente, fica ocupada por times galantemente uniformizados a disputar animadas parti-
das de futebol. Seria uma prtica espontnea, como ainda possvel encontrar em algumas
ruas? Ser que uma dupla de pessoas de fora, desejosas de jogar, poderia ser aceita para
atuar, indo uma para cada lado? Ou seria um imenso campeonato entre clubes praianos?
Na verdade, a aproximao junto a estes clubes iria revelar que nenhuma das possi-
bilidades acima inteiramente a justa expresso da verdade. Por trs de cada jogada,
esconde-se uma curiosa organizao coletiva. So clubes de praia, associaes que con-
tam quinze, vinte, trinta anos de existncia. No tm sedes sociais e tampouco possuem
patrimnio material, a no ser a barraca armada na praia naquelas ocasies, que ora serve
como vestirio, ora como bar, juntamente com cadeiras e sacolas. Sua maior riqueza no
, portanto, dessa ordem. Ela reside no conjunto de membros que a constituem.
Todos so, em primeiro lugar, pessoas desejosas de jogar futebol, objetivando faz-lo
dentro de um clima de disputa, que o prprio jogo engendra, mas sem perder a camara-
dagem e a postura esportivamente adequadas. Portam-se como atletas, mas, sobretudo,
agem como pessoas dignas. Como cidados, percebem a cidade como algo que lhes per-
tence e, mediante gestes coletivamente organizadas, obtiveram do poder pblico munici-
pal licena para ali jogar durante aqueles momentos aos sbados. Prevalecem os adultos,
mas a participao no exclui jovens, s vezes filhos de um scio veterano, ou ento gente
80
80 de idade mais avanada, com sessenta anos, por exemplo.
Ponto relevante que, se existe entre eles os mais habilidosos, provavelmente movidos
pela prtica continuada ao longo da vida, h tambm os que, embora no sendo virtuosos
na modalidade nem donos de condicionamento fsico exemplar, gostam de jogar. Ningum
lhes nega espao. A seleo de admisso ao clube se d por critrios sociais. O que conta
o mtuo respeito entre as pessoas, a busca de uma sociabilidade amistosa e sincera, alm,
claro, de fazerem uma das coisas que mais gostam, que simplesmente jogar futebol. H
competio? Claro que sim, pois o jogo no teria graa alguma se no houvesse. Tambm
ningum poderia se divertir com brincadeiras ou com reclamaes ao juiz. Para estas pessoas,
jogar futebol o que importa. Mas jogar dentro das regras, que no so apenas as do jogo
em si, mas da sociabilidade, em sua expresso mais calorosa.
um encontro de praticantes, de pessoas que constroem as relaes sociais e a cultura
atravs do fazer. Por isso, no h torcedores. Alis, torcer para quem, se os times se formam
diferentemente a cada fim de semana? Se hoje estou jogando no time vermelho, sbado
que vem poderei estar no time branco. E com formaes totalmente outras. Enfim, todos
jogam com todos e sempre entre si, o que equivale dizer que no h jogos contra alguma
outra agremiao. No participam de campeonatos e no objetivam ser os melhores. Que-
rem apenas bons momentos com amigos, todos a jogar futebol.
O projeto s se viabiliza interessante sublinhar com a adeso coletiva. Individual ou
isoladamente, ele nem mesmo seria concebvel. Significa dizer que todos assumem entre si
interaes sociais solidrias e mutuamente dependentes. O outro no meramente aquele
que partilha comigo um ideal; com sua presena, viabiliza o jogo e, ao faz-lo, enseja que
eu possa me divertir. E assim reciprocamente.
Estamos diante de associaes democrticas e igualitrias, regidas por um estatuto coleti-
vamente sancionado. So verdadeiras cooperativas do ldico, que o fazem emergir simulta-
neamente ao exerccio da cidadania e constituio de uma cultura solidria, que representa
a negao do universo egocntrico, egosta, consumista e indiferente ao drama alheio, que
marca as relaes predominantes nesta nossa sociedade [...].
OLIVEIRA, P. S. Prlogo. In: NORI, C. Boleiros da areia: o esporte como expresso de cultura e cidadania. So Paulo: SESC, 2002.
Trabalho sntese
Aps ter estudado (com base em experincia, leitura, discusso, observaes) as mani-
festaes do esporte e o esprito que toma conta daqueles que o praticam no tempo livre,
hora de sintetizar. Para isso, escreva um texto que desenvolva alguns dos temas estudados.
Abaixo, esto algumas sugestes, escolha a que voc preferir ou proponha outra a seu
professor:
Quando participamos de esportes de lazer, devemos lembrar que...
Quando jogamos entre amigos, predomina o esprito esportivo de rendimento ou de
lazer?
Voc acha que esporte de rendimento poderia incorporar algumas caractersticas do
esporte de lazer? Por qu?
ANEXO
Para saber mais sobre as formas de organizao das prticas esportivas no tempo livre
acesse o site: <http://www.peladeiro.com.br>
Este Caderno de Atividades foi feito especialmente para voc perceber o quanto as
regularidades, sejam elas numricas ou no, esto associadas ao que acontece no
seu dia a dia.
Leia o texto abaixo. Aps, seguindo as orientaes do seu professor, participe do debate sobre
suas ideias principais.
Na prxima atividade, voc criar uma faixa, utilizando a malha triangular que est em
anexo no seu Caderno.
Antes de voc criar a sua faixa, leia o que Escher, conhecido artista grfico, disse a respeito
do assunto e observe como eram utilizados trs diferentes tipos de malhas nos seus trabalhos.
Essas malhas que ele utilizou so formadas por trs polgonos regulares: o tringulo equiltero,
o quadrado e o hexgono regular. Somente esses trs polgonos podem ser dispostos lado a
lado de forma a preencher completamente o plano (ladrilhar).
Escher (1898-1972), artista grfico, utilizou padres sobre malhas ladrilhando-as, isto
, cobrindo toda a sua superfcie sem deixar espaos em branco. Ele, referindo-se diviso
87
87
regular de uma superfcie na criao de suas obras, afirmou:
Esta a fonte mais rica de inspirao, de onde eu alguma vez bebi e ela ainda no est
seca. Os desenhos simtricos aqui representados mostram algumas superfcies que podem
ser divididas regularmente em figuras iguais, respectivamente, preenchidas com elas. As
figuras devem encostar umas nas outras sem que resultem reas livres.
http://www.epo.pt/mat/escher/mundo_das_pavi.htm
Painel de Antonio Gaud (1852-1926), arquiteto e mosaista Catalo, um smbolo da cidade de Barcelona.
1) Observe:
a)
Padro
b)
88
88
Padro
c)
Padro
d)
Padro
e)
Padro
Responda agora:
89
89
b - Sem desenhar, qual o elemento que ocupa a 20a posio nessa sequncia?
Sequncia
expressa por
um conjunto de
pontos
1
Posio do termo 5
na sequncia
Sequncia 6
numrica
b-
Sequncia
expressa por
um conjunto de
pontos
Posio do termo 1 2 3 4
na sequncia
Sequncia
numrica 35
90
90
Sequncia expressa
por um conjunto
de pontos
Posio do termo na
sequncia
Sequncia
numrica 7
correspondente
3 6 12
20 40 80
6 - No espao abaixo, crie uma sequncia, numrica ou no. Desafie seu colega a descobrir
o seu padro de regularidade, e os dois prximos termos da mesma.
Resumo de hoje
Atividade 2 - Descobrindo sequncias aritmticas
Pas vai sequenciar genoma do bacilo da tuberculose 91
91
Para aprimorar e ampliar a ao da vacina atual-
mente disponvel contra a tuberculose, o Brasil pretende
sequenciar o genoma do bacilo de Koch, causador da
doena. Em parceria j firmada, a Fundao Oswaldo
Cruz (Fiocruz) e a Fundao Ataulpho de Paiva, respon-
svel pela produo nacional desse imunizante, preten-
dem comear o trabalho em novembro.
O estudo faz parte da rede de genoma e proteoma
Bacilo de Koch. da Fundao de Amparo Pesquisa do RJ (Faperj).
A vacina atual muito boa para proteger crianas
pequenas contra a tuberculose, disse o presidente da Fiocruz, Paulo Buss. Mas ela ga-
rante uma imunidade de curta durao. Alm disso, lembra, no existe vacina contra a
tuberculose para adultos.
Segundo dados do governo brasileiro, so registrados de 80 mil a 90 mil novos casos de
tuberculose por ano. De acordo com a OMS, o Brasil o nico pas das Amricas listado
entre as 22 naes responsveis por 70% de casos da doena no mundo. Conhecendo
o genoma, podemos melhorar a vacina. Ao analisar as caractersticas especficas de cada
linhagem da bactria, poderemos encontrar seus pontos fracos com mais facilidade e,
alm disso, ser possvel estudar novas formas de administrao da vacina, explicou Buss.
www.jornaldeciencia.org.br ago/2008. Obs.: Este artigo do ano de 2003. Em 2006, o Genoma do BCG, bacilo da tuberculose, foi sequenciado.
Situao-problema
Encontrar o 20 termo da sequncia (5, 9, 13, 17, 21, 25, ...) sem recorrer ao 19 termo.
A razo dessa sequncia ____.
Para encontrar o 20 termo, voc deve trabalhar com os nmeros da sequncia acima, fazendo
algumas trocas. Troque cada termo da sequncia por uma adio, sendo uma das parcelas a razo
que voc j descobriu anteriormente. Observe como foram feitas as trocas nos trs primeiros termos
da sequncia e depois faa, com bastante calma e ateno, as trocas nos demais, completando o
esquema a seguir a partir do 4 termo.
1 termo 2 termo 3 termo 4 termo 5 termo 6 termo .....
5 : 9 : 13 : 17 : 21 : 25
92
92
5+4 9+4
a troca de 9 por troca de 13 por
5 + 4 9+4
razo 5+4+4
troca do 9
por 5 + 4
5 5+4 5+4+4
Aps fazer as trocas, o que voc observou em relao razo?
O que voc observou a respeito do 1 termo da sequncia em relao aos outros termos?
Descreva o que voc observou.
Qual a relao que voc observa entre o nmero de vezes que a razo aparece repetida e a
posio dos termos?
20
Observando o quadro anterior, voc poder perceber regularidades na sequncia que o
levou descoberta do 20 termo.
Agora responda: 93
93
Como voc faria para saber se o nmero 125 faz parte dela?
Qual a regra para que um nmero possa fazer parte dessa sequncia?
Aps ter discutido com seus colegas e o professor sobre as caractersticas da sequncia (5,
9, 13, 17, 21, 25,...) e de denomin-la de Progresso Aritmtica, escreva, no quadro abaixo,
a definio de Progresso Aritmtica.
Na aula anterior, voc foi alm do que foi solicitado na situao-problema explorada,
pois descobriu o 20 termo e ainda foi capaz de determinar se um nmero pertence ou no a
uma determinada sequncia. Agora , h outra questo a resolver:
Como encontrar um termo qualquer da Progresso Aritmtica (5, 9, 13, 17, 21, 25,...)
sem necessitar calcular os seus termos um a um, at chegar posio do termo a ser
calculado.
Mais uma vez a Matemtica vai ajud-lo a resolver essa questo, desta vez utilizando a
lgebra.
Voc sabia que...
O primeiro termo de uma sequncia indicado por a1, o segundo termo por a2 e assim,
sucessivamente?
A razo representada por r e corresponde ao resto da subtrao de um termo e seu
antecessor?
E que o nmero de termos indicado pela letra n?
Encontrando o Termo Geral da Progresso Aritmtica
94
94 Voltando questo formulada anteriormente.
Como encontrar um termo qualquer da Progresso Aritmtica (5, 9, 13,17, 21, 25,...)
sem necessitar calcular os seus termos um a um, at chegar posio do termo a ser
calculado?
Tome novamente a Progresso Aritmtica: (5, 9, 13, 17, 21, 25,...). Utilizando as
informaes contidas no quadro Voc sabia que..., complete as lacunas do exerccio
a seguir. Antes de faz-lo, observe como os trs primeiros termos foram representados em
linguagem simblica e faa o mesmo para o 4, o 5 e o 20 termos.
=
=
= =
Voc poder reduzir ainda mais essas expresses, utilizando novamente a linguagem
simblica. Observe como os trs primeiros termos da sequncia (5, 9, 13, 17, 21, 25,...)
foram representados e preencha as lacunas para os demais termos.
Sendo: a1 = 5, temos:
a2 = 5 + r
a3 = 5 + 2r
a4 = ___ + ___r
a5 = ___ + ___r
...
O nmero de vezes que a razo (r) se repete tem sempre 1 unidade a _________________
que o nmero que indica a _________________ do termo na sequncia.
a2 = a1 + 1r
a3 = a1 + 2r
a4 = a1 + 3r
Lembre que o nmero que indica a posio de um termo qualquer procurado indicado
por n.
Como voc chamaria o nmero do termo anterior a n?
Considerando uma sequncia qualquer indicada por (a1, a2, a3, a4, ...)
a1
a2 = a1 + r
a3 = a1 + 2r
a4 = a1 + ___ r
...
a20 = a1 + ___ r
...
an = a1 + ___ r
Como voc poder encontrar um termo qualquer da sequncia, utilizando as informaes acima?
an = ______+_____r
an = a1 + (n-1)r
Aps ter encontrado a Frmula do Termo Geral da Progresso Aritmtica, fica mais fcil
encontrar tambm a lei de formao de qualquer sequncia.
Realize os exerccios a seguir:
3 - A partir da sequncia (3, 5, 7, 9,...), encontre a sua lei de formao, utilizando a Frmula
do Termo Geral de uma Progresso Aritmtica.
4 - Utilize a Frmula Geral para encontrar a lei de formao da sequncia (3, 10, 17,..., 52).
Aps, preencha as lacunas.
Lei de formao
Encontre o quadrado de a5
Resuma aqui o trabalho de hoje
97
97
Leia, no texto que segue, a respeito de Leonardo Fibonacci e sua famosa sequncia. Com-
pare as informaes a contidas com as do texto sobre o sequenciamento do genoma do
bacilo da tuberculose. Observe como mais de 700 anos distanciam os dois acontecimentos e
reflita sobre a importncia, para a humanidade, dos conhecimentos serem transmitidos atra-
vs dos tempos.
http://www.vivercidades.org.br/publique222/media/ConstrSimbol3_Fibonacci.jpg
1 MS 1 1
MS 2
MS 3
1
MS 4
MS 5
2 MS 6
MS 7
3 MS 8
MS 9
MS 10
5
MS 11
MS 12
Sequncia de Fibonacci
A seguir, voc encontrar uma srie de exerccios que exigiro a organizao e a aplicao
dos conhecimentos adquiridos at agora. Discuta com seus colegas e tente encontrar soluo
para eles.
1 2 3 4 5 6 7
Supondo que a lei de formao continue a mesma, desenhe as figuras que devero ocupar
as posies 38 e 149 nessa sequncia. Justifique sua resposta.
99
99
3. (Mack SP) O produto das razes da equao x2+ 2x - 3 = 0 a razo de uma Progresso
Aritmtica de primeiro termo 7. Qual o 100 termo dessa Progresso Aritmtica?
4. (Fuvest SP) Em uma Progresso Aritmtica, de termos positivos, os trs primeiros termos
so: 1 a, 11- a Qual o 4 termo dessa Progresso Aritmtica?
1 11
( ) , 3, , 8,...
2 2
( ) (13, 17, 21, 25,...)
( ) (-4, -10, -16, -22,...)
( ) (-7, -1, 5, 11,...)
6. Descubra:
a) O 62 mltiplo positivo de 6:
b) O produto entre o 10 termo da Progresso Aritmtica (23, 35, 47, 59,...) e a razo da
Progresso Aritmtica (-3, -8, -13, -18, -23,...)?
7. Desafio!
100
100 Descartes e a representao de um ponto no plano
H muito tempo, o espao representado pelo homem atravs dos mapas. Apesar de
rudimentares, imprecisos e sem legendas, os mapas mais antigos traduziam a viso de
cada povo sobre o espao vivido ou sobre o mundo numa deter-
minada poca.
Hoje, com o desenvolvimento da cincia e da tecnologia, pos-
svel representar pontos e superfcies terrestres com maior preciso,
atravs do uso de satlites, cmeras fotogrficas e computadores.
O desenvolvimento dessas ideias ocorreu a partir da contribui-
o de Descartes, matemtico e filsofo francs que, em 1637,
anunciou uma forma de representar um ponto no espao por meio
de dois nmeros.
Conta-se que, deitado em sua cama, observou uma mosca, que
estava na parede, voar para o teto do quarto. Ele pensou: como
posso fornecer a uma pessoa, com exatido, a posio exata da mosca, quando estava
na parede?
Pensou em duas linhas numeradas numa malha quadriculada, em que fosse possvel
indicar a posio exata da mosca e de qualquer outro ponto
Adaptao, pgina 38, Ed. Mod. Mat. Projeto Pitangu.
5 - Voc, agora, utilizar seus conhecimentos sobre localizao de pontos numa malha
quadriculada. Represente na malha 1 abaixo, a relao estabelecida entre A e B.
6 - Analise o grfico dessa relao e verifique se ela , ou no, funo.
malha 1 malha 2
f: N R f: N R
8 - Compare os dois grficos, indicando as semelhanas e diferenas existentes entre eles.
102
102
9 - Explique por que esses grficos so diferentes, se ambos representam funes que possuem
a mesma lei de formao.
10 - Escreva como voc justificaria que uma Progresso Aritmtica uma funo de N em R.
CAPA BIOLOGIA
Para refletir Existem muitos vrus j identificados que so patognicos aos seres huma-
nos, a animais, plantas, fungos e bactrias, entre os quais: os dos diferentes
tipos de gripe, inclusive o AH1N1, dengue, AIDS (Sndrome da Imunode-
ficincia Adquirida), febre amarela, rubola, catapora, mosaico da planta
e bacterifagos.
Pense e responda
A seguir, complete seus conhecimentos registrando outras informaes apresentadas por seus
colegas.
Observe as figuras a seguir. primeira vista, o vrus pode parecer uma clula. Entretanto, ana-
lisando cuidadosamente as estruturas, identificar semelhanas e diferenas entre elas. Compare a
108 estrutura do vrus apresentada na figura 1 com as das clulas apresentadas na figura 2.
108
Protena
Envelope
Bicamada
fosfolipdica
Cobertura proteica
RNA
Mitocndria (F4)
Ribossomo (F3)
Cloroplasto (F6)
RNAm / ATP (F5)
RNAt/centrolo (F2)
Ttulo: ________________________________________________________________
A palavra vrus significa veneno ou toxina. Os vrus so muito pequenos e para medi-
los usada a unidade de medida chamada nanometro (nm). A maioria dos vrus s pode
ser vista com auxlio do microscpio eletrnico. Para voc ter ideia do tamanho do vrus,
observe em uma rgua a extenso de um milmetro. Imagine agora, este milmetro dividido
em um milho de partes. Uma destas partes corresponde a um nanometro. O vrus tem, em
mdia, o tamanho de 200 destas partes. Para entender melhor, observe um fio de seus ca-
belos. Ele tem aproximadamente o dimetro de 30.000 nm, sendo, portanto, muito maior
que o vrus.
Os vrus contm material gentico, que pode ser DNA (cido desoxirribonucleico) ou
RNA (cido ribonucleico), com informaes sobre a composio e as caractersticas do
vrus. Voc aprender mais sobre genes, DNA e RNA, quando estiver estudando Gentica.
Agora, importa saber que o gene a unidade fundamental de todos os seres vivos, que pos-
sui as informaes em cdigo sobre a sua constituio e caractersticas. Essas informaes
passam de gerao a gerao. Por exemplo, a cor dos olhos, do cabelo e da pele e o tipo
sanguneo (A, B, AB, O) so caractersticas determinadas pelos genes que voc herdou de
seus pais e ir transmitir a seus filhos.
Embora possuam material gentico (RNA ou DNA), os vrus no apresentam estruturas
que possibilitem a sua autorreproduo. Por isso, necessitam invadir clulas de organismos
vivos, nas quais inoculam o material gentico, para que elas sintetizem novas molculas de
seu DNA ou RNA e das protenas que os compem. Ao invadir as clulas hospedeiras, eles
assumem o comando de suas funes de produo de substncias necessrias estrutura de
novos vrus, ou seja, reproduzem-se.Quando no esto no interior de uma clula, os vrus
no apresentam qualquer atividade, podendo at cristalizar-se como os minerais.
Fonte: Revista Scientific American Edio especial N 28, 2008, com adaptaes.
a. O que o nanometro?
b. Qual substncia contida no vrus responsvel pela sua multiplicao?
110
110
d. Selecione, entre as sugestes apresentadas, um ttulo para o texto, ou indique outro que con-
siderar mais adequado. Registre o ttulo do texto e justifique sua escolha nas linhas abaixo:
Justificativa:
Ajude o Cientista!!!
111
111
Figura 4: Placas de Petri A) com vrus; B) vrus e meio de cultura; C) vrus, meio de cultura e bactrias.
No dia seguinte, o cientista no pode trabalhar e solicitou a um grupo de alunos para irem ao
laboratrio, observar o experimento.
112
112 Voc e seu grupo aceitam este desafio e ajudam o cientista a interpretar o resultado do
experimento. Para isso, preencham o quadro abaixo, assinalando com X a placa ou placas
em que os vrus tiveram condies de reproduo.
RELATRIO:
MATERIAL UTILIZADO:
OBSERVAES:
CONCLUSO:
Para saber
mais Vamos aprender um pouco mais sobre a multiplicao dos vrus, obser-
vando, no esquema a seguir, a ao de um bacterifago, nome dado
aos vrus que infectam bactrias.
Observe o esquema da invaso de uma bactria por um bacterifago e associe
s ocorrncias descritas na relao a seguir, escrevendo as letras correspon-
Ateno! 113
113
dentes s etapas da invaso nos quadrados indicativos.
Etapas:
A. Biossntese das protenas da cpsula do vrus
B. Formao de novos vrus dentro da clula
C. Biossntese do material gentico necessrio para a reproduo
D. Inoculao do material gentico viral na bactria
E. Adeso do vrus bactria
F. Rompimento da clula e liberao de novos vrus
Figura 5: Esquema da invaso de uma bactria pelo bacterifago. Fonte: profxandy.blogspot.com. Acesso em 24/7/2009.
Sistematizando conhecimentos
114
114 Voc sabe o significado de biossntese e de inoculao? Mesmo que tenha alguma ideia
do significado, consulte um dicionrio de Biologia e fique mais seguro da resposta que regis-
trar nas linhas a seguir.
A partir da leitura do texto, complete o quadro a seguir, indicando, na coluna da esquerda, ca-
ractersticas que permitiriam classificar os vrus como seres vivos e, na da direita, caractersticas que
impedem de consider-los como tal.
Assim como os cientistas, espera-se que aps esse estudo voc tenha formado opinio a respeito
da natureza dos vrus. Para voc, eles so seres vivos?
( ) Sim ( ) No
Que argumento voc usaria em defesa da sua posio? Escreva-o nas linhas abaixo.
Por que to importante vacinar-se contra rubola?
116
116 De acordo com a instruo do professor, responda:
Para refletir
Converse com seus colegas mais prximos sobre o que sabem em relao
rubola. A partir dessa conversa, respondam em seus cadernos as seguintes
questes:
Figura 6: Vrus da rubola (imagem ampliada com auxlio de Figura 7: Sintomas da rubola.
microscpio eletrnico). Fonte: www.cambdf.com.br/sade/sade_rubeola.htm Acesso em
Fonte: www.6.prefeitura.sp.gov.br/3.../doena_agravo/0052. 20/9/2008.
Acesso em 20/9/2008.
A rubola uma doena causada por vrus, sendo transmitida por via respiratria. Os
principais sintomas so: febre baixa, manchas vermelhas na pele, nguas na regio do
pescoo, perda de apetite, dores de cabea, dores articulares e musculares, coriza e tosse.
O tratamento consiste em controlar a temperatura do corpo com banhos mornos ou frios,
usar medicamentos antitrmicos para baixar a febre, se necessrio, fazer repouso e ingerir
bastante lquido. A nica forma de preveno a vacina. Essa infeco normalmente tem
evoluo benigna. O vrus s realmente perigoso quando a infeco ocorre durante a
gravidez, podendo atingir o embrio, especialmente durante os primeiros trs meses de
gestao. A doena conhecida como Sndrome da Rubola Congnita (SRC). Entre as
sequelas mais frequentes provocadas pela SRC, esto: surdez, catarata e mal formaes
cardacas. A vacina contra a rubola j integra o Calendrio Bsico de Vacinao da
Criana, que recomenda uma dose de vacina trplice viral (contra sarampo, caxumba e
rubola) ao completar um ano de idade e um reforo dos quatro aos seis anos.
Fonte: Centro Estadual de Vigilncia em Sade. Diviso de Vigilncia Epidemiolgica. Secretaria Estadual de Sade do Rio Grande
do Sul, adaptado.
Frequncia
15 de maio de 2007 at 0 20 de julho de 2007
0 -- 1
1 -- 5
5 -- 20
20 -- 356
Figura 8: Mapas do Rio Grande do Sul com a distribuio dos casos confirmados de rubola e o avano da doena.
Fonte: Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria Estadual de Sade, Centro Estadual de Vigilncia em Sade Diviso de Vigilncia
Epidemiolgica (adaptado). Disponvel em: http://www.saude.rs.gov.br/wsa/portal/index.jsp?menu=servicos&cod=27857. Acesso em:
3/9/2008.
Evoluo do surto de rubola no Brasil, em 2007
119
119
2. Observando a figura 8, constata-se que a legenda das cores indica a frequncia dos casos
de rubola nos municpios do RS. O que o grupo entende por frequncia nessa representao?
4. Observe os mapas do Brasil (figura 9), que registram a epidemia de rubola, identificada
nas reas azuis, e sua evoluo nos diferentes meses do ano de 2007. Compare com o mapa
poltico e indique quais Estados no foram atingidos pelo surto de rubola.
121
121
7. Como voc explica o fato de que, em janeiro de 2007, havia dois Estados vizinhos com casos
de rubola registrados e, no ms seguinte, o terceiro Estado a apresentar a doena localizava-se
em uma regio bem distante? Estabelea uma ou mais hipteses para explicar este fato, registran-
do no espao a seguir.
9. Que medidas foram tomadas pelo Poder Pblico para impedir o avano desta doena no Bra-
sil, no ano de 2008?
10. Caso nenhuma medida preventiva tivesse sido tomada, em sua opinio, o que aconteceria
com a populao brasileira em 2008?
A virologia na informtica
Para saber
Voc j tomou conhecimento de que os vrus podem atacar os sistemas
mais
vivos provocando doenas, como a rubola, a AIDS, a dengue, etc. Cer-
tamente, j ouviu falar tambm em vrus da informtica. O que sabe
sobre eles? Converse com seus colegas sobre o assunto e amplie seus
conhecimentos.
A seguir, comparem os vrus biolgicos com os da informtica. Faam uma leitura das caracters-
ticas dos vrus da informtica apresentados no quadro comparativo e, a partir do que aprenderam
neste estudo, completem o quadro, registrando por analogia, na coluna da direita, as caracters-
ticas dos vrus biolgicos.
122
122
Quem sabe, depois desse estudo, com a orientao do professor, vocs usam
Ateno!
o material produzido para uma campanha de preveno de doenas virais na
escola, principalmente, chamando ateno para as medidas de preveno, as
campanhas de vacinao e o controle de vacinas das crianas pequenas, de acordo com
o Calendrio dos Postos de Sade da sua cidade.
Ensino Mdio
1o ano
Introduo
A essas alturas, voc j deve ter se espantado com a aventura que aprender Fsica.
Voc deve j ter passado pela experincia de estudar a Cinemtica, com o movimento
retilneo uniforme, uniformemente varivel, movimento circular e talvez outros. Bem, talvez
para seu espanto, de Fsica h muito pouco nisso. A Cinemtica descreve matematica-
mente os movimentos sem se preocupar em explicar as suas causas. Entender o que pro-
voca ou altera esses movimentos bem mais interessante do que simplesmente descrev-
los matematicamente. Voc, como todo jovem, no se intimida e at gosta de desafios. Se
a vida lhe desafia a realizar uma tarefa difcil, por mais dura que ela parea, no se prive
de venc-la. Isso lhe far muito bem! Se voc tem que ajudar seus pais no trabalho, nos
servios de casa, ou tem que realizar qualquer outro tipo de esforo, isso um desafio
dirio que lhe traz mritos. Aprender Fsica , antes de tudo, um desafio, que voc pode
vencer. E aprender Fsica pode ser prazeroso.
Ento, por que devemos aprender Fsica? Tomemos o exemplo da Mecnica Newto-
niana: as famosas trs Leis de Isaac Newton (1642-1727). A humanidade levou mais de
dois mil anos para chegar explicao correta das causas do movimento, que foi for-
mulada por Newton e oficialmente publicada em 5 de julho de 1687. A verso antiga da
Mecnica (chamada Mecnica pr-newtoniana) era incorreta, mas muito intuitiva. Em pri-
meiro lugar: a Mecnica newtoniana no apenas resultado do estudo excessivo de um
cientista sua teoria foi um tremendo avano no conhecimento e modificou para sempre
nossas vidas. Esse foi o desafio que moveu Newton e o colocou em posio de destaque
na histria da humanidade.
Se esse assunto no lhe desperta interesse e voc no consegue parar de pensar em
futebol, a Mecnica Newtoniana est no futebol: a bola, as chuteiras, tudo projetado a
partir da teoria de Newton, entre outras. Se voc no consegue parar de pensar em pas-
sear, a Mecnica Newtoniana tambm est com voc: seus tnis, independentemente de
marca, so projetados com base na teoria de Newton. Mesmo que voc faa seus tnis
em casa, voc se basear em um modelo parecido com algum outro atual, que tem a
Mecnica Newtoniana presente. Mas, h milhares de anos, a humanidade usa sapatos!!!
Igualmente, os chineses, incas (Amrica do Sul) ou astecas (Mxico e Amrica Central)
j jogavam esportes parecidos com o futebol, sem saberem nada de Mecnica Newto-
niana!!! Correto: mas os sapatos eram pssimos se comparados aos tnis atuais, e as
bolas de futebol de antigamente no podem ser comparadas com as que voc j deve ter
conhecido (entre os astecas, a bola era feita de ltex, matria-prima da borracha natural
tente jogar bem para os padres atuais com uma bola dessas).
Com a teoria de Newton, a humanidade tambm pde projetar e construir mquinas e
veculos mais eficientes do que aqueles inventados antes do advento da teoria newtonia-
na (do arado automao industrial). Melhorou muito a construo de prdios e casas
(antes, muitas vezes inseguras), isso sem contar a colocao de satlites em rbita, cuja
importncia indiscutvel (por exemplo, satlites de comunicao, de monitoramento de
alteraes climticas e outros). Se voc fala no celular, joga futebol, passeia conforta-
126 velmente, agradea a Isaac Newton. Se voc menina e usa salto de vez em quando,
126
mesmo que sofra um pouco, tambm agradea a Isaac Newton. Os sapatos femininos
de antigamente podiam ser belos, mas eram bem mais doloridos dos que os atuais. As
mulheres de hoje no precisam mais se torturar tanto para ficarem bonitas um viva a
Isaac Newton!
As atividades aqui expostas buscam ajudar voc a percorrer esse caminho que os cien-
tistas trilharam at que se chegasse teoria atual, de Isaac Newton, sobre o movimento
dos corpos. importante que voc contribua com suas ideias para a discusso que se
pretende estabelecer aqui, com seu professor e com seus colegas. impossvel que voc
nunca tenha, mesmo que indiretamente, pensado no movimento de um skate, de uma
bicicleta, de um automvel ou de um avio. Ou mesmo o seu prprio movimento. Ou,
quem sabe, pensado em uma clssica pergunta: como um prdio desse tamanho, apoia-
do por algumas poucas colunas, no desaba? Ou ainda: o meu skate trancou na calada
e eu me espatifei no cho! Por que eu continuei a me mover se o skate parou? Ou tam-
bm: por que eu sinto um frio na barriga quando estou dentro de um elevador que passa
abruptamente a descer?
Vamos nos concentrar na relao entre fora e movimento, pois comum encarar essa
relao como faziam os cientistas do passado. Imagine um corpo em movimento retilneo
uniforme, ou seja, com velocidade constante. Para que esse movimento se mantenha,
necessria a aplicao contnua de uma fora no corpo? Se um corpo for lanado de
modo que se mova sobre uma superfcie horizontal sem atrito, a fora se mantm depois
que cessa o contato com a mo do lanador? Essas perguntas, apesar da aparente sim-
plicidade, levaram um bom tempo para serem respondidas pelos cientistas ao longo da
histria. Para voc ter uma ideia de como elas podem ser difceis e levar a contradies,
foram preparadas as situaes nas prximas pginas. No se assuste, no um teste
avaliativo essas situaes servem apenas para discutir os conceitos fundamentais da Me-
cnica Newtoniana. Aps as alternativas de soluo serem bem discutidas entre a turma e
com seu professor, faa a leitura do texto Breve histrico da Mecnica, como atividade
extraclasse. Depois, desenvolva as atividades das aulas IV, V e VI, conforme orientao
do professor.
Atividades propostas
Atividade I - Situaes para problematizar a
relao entre fora e movimento
Preparamos aqui uma srie de situaes. um contato com a Mecnica que pode ser di-
vertido, melhor do que resolver problemas numricos, com simples substituio em frmulas,
sem nenhuma discusso conceitual. Pense em cada situao (no h como aprender Fsica
sem pensar), respondendo e discutindo em grupos de trs ou quatro alunos. Formule por escri-
to, em folha separada, um texto argumentativo justificando a escolha do grupo pela resposta
considerada correta. Aps, siga as orientaes do seu professor. Leia atentamente e pense
sobre as situaes a seguir.
1) Um bloco de gelo, aps ter sido colocado em movimento por uma criana, desliza para a
direita sobre a superfcie lisa de uma mesa de vidro horizontal, com atrito desprezvel. Qual
alternativa melhor representa a(s) fora(s) que age(m) sobre o bloco enquanto ele estiver 127 127
deslizando sobre a mesa?
2) A figura refere-se a um pedreiro que lana com grande velocidade um tijolo para seu com-
panheiro (no mostrado na figura), sobre um piso horizontal com atrito. Os pontos A e B so
pontos da trajetria do tijolo aps o lanamento, quando ele j est deslizando; no ponto
C o tijolo est finalmente em repouso. As setas nos desenhos abaixo simbolizam as foras
horizontais sobre o tijolo nos pontos A, B e C. Qual dos desenhos melhor representa essa(s)
fora(s)?
3) Um bloco de gelo jogado para cima ao longo de uma superfcie inclinada lisa. Marque a
opo que melhor representa a(s) fora(s) que age(m) sobre ele, ao passar pelo ponto A,
128
128 ainda subindo. Despreze o atrito.
129
129
7) Suponha que as figuras abaixo mostrem a Lua girando em torno da Terra, por hiptese, em
movimento circular uniforme. As setas mostram as foras que atuam sobre a Lua. Qual das
figuras melhor representa a(s) fora(s) que age(m) sobre a Lua?
a) b) c) d) e)
elevador
8) O elevador est inicialmente parado e ento o motor aplica uma fora constante um pouco
maior do que a fora peso sobre o elevador. Assim sendo, pode-se afirmar que o elevador
subir:
a) com velocidade grande e constante.
b) com velocidade que aumenta.
c) com velocidade pequena e constante.
9) O elevador est subindo e o motor est aplicando uma fora muito maior do que a fora
peso sobre o elevador. Ento, a fora que o motor faz diminui, mas permanece ainda um
pouco maior que o peso. Portanto, a velocidade do elevador:
a) aumenta.
b) diminui.
c) no alterada.
10) O elevador est subindo e o motor est aplicando uma fora maior do que a fora peso
sobre o elevador. Ento, a fora que o motor faz diminui e se iguala fora peso sobre o
130
130 elevador. Portanto, o elevador:
a) parar em seguida.
b) continuar subindo durante algum tempo, mas acabar parando.
c) continuar subindo com velocidade constante.
Durante a discusso das situaes propostas, voc deve ir anotando as respostas corretas,
justificando por escrito a explicao, em folha separada, segundo as trs Leis de Newton.
Cada grupo deve, ento, fazer uma nova apresentao, defendendo essa justificativa para
cada situao proposta. Para isso, siga a orientao do professor.
Fsica de Aristteles
Corpos pesados caem mais rapidamente do que corpos leves era essa uma das ideias do
famoso Aristteles (384-322 a.C), que criou a primeira teoria consistente sobre o movimento
dos corpos, sem apelar para misticismos, divindades, magias ou explicaes sobrenaturais,
como faziam antes outros pensadores. O universo aristotlico era bem distinto do que ad-
mitido hoje como correto: era finito e limitado por uma esfera sobre a qual estavam dispostas
as estrelas fixas (assim chamadas por parecerem no se afastar nem se aproximar umas das
outras em linguagem tcnica: no havia movimento relativo entre elas). Os demais corpos
celestes conhecidos na poca Lua, Sol, Mercrio, Vnus, Marte, Jpiter e Saturno , que se
movem em relao a este fundo de estrelas, eram imaginados presos a esferas que tinham
como centro comum o centro da esfera estelar, onde as estrelas seriam fixas. Neste centro
comum, que era considerado o centro do universo, a Terra estava em repouso. A cada um
dos elementos constituintes do seu universo, Aristteles atribua um lugar prprio o seu lugar
natural , ao qual o elemento tinha a tendncia de voltar caso dele fosse deslocado. O centro
do universo era o lugar natural do elemento terra (um dos quatro elementos), e isto explicava
por que os corpos pesados, como uma pedra ou pedao de ferro, tendem sempre a retornar
para a Terra, localizada no centro do universo, quando soltos no ar ou jogados para o alto.
Para Aristteles, objetos como uma pedra ou um pedao de ferro continham o elemento ter-
ra em maior quantidade do que os outros. O lugar natural do elemento gua era acima
do elemento terra (era mais leve), vindo a seguir o lugar natural do elemento ar (mais
leve ainda). O elemento fogo, por sua vez, tinha seu lugar natural sobre os demais, o que
era mostrado pela tendncia das chamas dirigirem-se para o alto. Esse era o elemento mais
leve de todos. O ar quente, por exemplo, continha mais fogo do que o ar frio e, por isso, a
tendncia do ar quente subir. Esses so os chamados movimentos naturais. O movimento de
queda de um corpo um exemplo de movimento natural, no qual a sua velocidade maior
quanto maior for o peso (chamado de tendncia a cair) e menor quanto maior for a resistncia
do meio. Assim, corpos mais pesados, segundo Aristteles, caem mais rapidamente do que
corpos mais leves. Isso bastante intuitivo, no mesmo? Solte uma pena e uma pedra da
mesma altura e diga quem cai mais rpido!
Quando o movimento necessitava da aplicao contnua de uma fora, Aristteles o clas-
sificava como movimento violento. Voc, ao empurrar um mvel dentro de sua casa, estaria
causando um movimento violento no mvel, pois, por vontade prpria, os mveis no mudam
de lugar dentro de casa. Uma pedra, que tende a ir naturalmente para o centro do universo,
fica em repouso sobre o solo, pois o seu movimento impedido pelo prprio solo. Se qui-
sermos que ela se movimente na direo horizontal, devemos exercer continuamente uma 131 131
fora nessa direo. Aristteles acreditava ainda que, no movimento violento, a velocidade
do corpo deveria crescer medida que crescesse essa fora, e diminuir com o aumento da
resistncia ao movimento (resistncia imposta pelo meio, como, por exemplo, o ar ou o atrito).
Segundo ele, uma alta velocidade decorre de uma grande fora aplicada. Se um corpo est
parado (velocidade nula), no h fora aplicada. Se a velocidade for constante, porque h
fora constante aplicada.
Nem todos aceitaram a explicao de Aristteles sobre o movimento dos corpos, principal-
mente no que se refere aos movimentos violentos. Se voc atira uma pedra num lago, como a
pedra se mantm em movimento depois de cessado o contato com a sua mo, que imprimiu
uma fora sobre a pedra? Se a fora parar de atuar depois do contato com sua mo, cessaria
o movimento imediatamente, segunto Aristteles. Para salvar sua teoria, Aristteles argumen-
tou que a pedra tira o ar de seu caminho e o ar tenta reocupar seu lugar natural, empurrando
a pedra por trs. Esse efeito enfraquece com o tempo e a pedra passa a fazer o movimento
natural de queda.
Essa explicao no convenceu diversos pensadores da Antiguidade e da Idade Mdia. Um
astrnomo chamado Hiparco (sculo II a.C.) teria explicado a subida de um corpo lanado para o
alto supondo que ele carregava uma fora impressa, ou seja, uma fora que o lanador doava
ao corpo e que se mantinha mesmo aps cessado o contato com sua mo, diminuindo gradati-
vamente de intensidade at sumir (esse sumio era considerado natural por Hiparco, que no
o explicou). Um pensador medieval chamado Filopono (um crtico da obra de Aristteles, que
viveu em Alexandria no incio do sculo VI) adotou e propagou essa ideia de Hiparco. Para ele,
a velocidade de um corpo seria proporcional diferena entre a fora cedida pelo lanador e a
resistncia oferecida pelo meio.
Ele acreditava ainda que, mesmo no vcuo, esta fora diminuiria gradualmente, rejeitando
assim a noo de um movimento que continuasse indefinidamente. No movimento de subida
da queda livre, por exemplo, h uma tendncia do corpo a cair (peso) constante. Na concepo
dessa teoria, para que o corpo suba, a fora impressa pelo lanador deve ser maior do que
essa tendncia a cair e, enquanto essa condio permanece, o corpo continua subindo. A fora
impressa vai se extinguindo gradativamente e, quando se iguala tendncia a cair, o corpo pra
(ponto mais alto da trajetria). Nesse ponto, o corpo comea a descer, pois a fora impressa
vai gradativamente ficando menor do que a tendncia a cair. A fora impressa pode se extinguir
totalmente antes do corpo tocar o solo novamente, sobrando apenas a tendncia a cair.
Teoria do Impetus
Outro pensador medieval que no se convenceu com a explicao da fsica aristotlica para
a manuteno do movimento violento foi o francs Jean Buridan (sculo XIV). Em sua argu-
mentao, Buridan valeu-se de exemplos extrados da experincia cotidiana para contestar a
ideia de que o ar exerceria a fora necessria para manter um corpo em movimento. Assim
como a Fora Impressa de Filopono, o Impetus de Buridan tambm doado pelo lanador
ao projtil, ficando a este incorporado.
Para Buridan, o impetus teria uma natureza permanente, caso no fosse afetado pela resis-
tncia do meio e pela gravidade, aqui entendida como a tendncia de um projtil em dirigir-
132 se para o seu lugar natural. Diferentemente da fora impressa, o impetus no se degrada
132
se no houver resistncia do meio (atrito entre superfcies ou resistncia do ar, por exemplo).
Alm disso, ele caracterizou o seu conceito de forma quantitativa, afirmando que o impetus
seria tanto maior quanto maior a velocidade do projtil e a sua quantidade de matria. Bu-
ridan o definiu como o produto da massa pela velocidade do corpo, que, mais tarde, voc
reconhecer como a quantidade de movimento. Que fique claro que a semelhana apenas
matemtica: conceitualmente o impetus de Buridan e quantidade de movimento so coisas
bem distintas.
Buridan causa confuso, quando explica o papel do impetus no movimento. O impetus
era entendido tanto como causa quanto como efeito do movimento. Em relao ao fato do
impetus ser causa, Buridan permaneceu fiel concepo aristotlica de que a todo movi-
mento estaria associada uma causa. Mas veja a confuso: ele no era claro ao explicar o
impetus como causa ou efeito do movimento repetindo, ele o definia como o produto da
massa pela velocidade do corpo. Por exemplo, no movimento de subida na queda livre, um
lanador fornece um impetus (pois h velocidade inicial) para cima, que se degrada pela ten-
dncia do corpo a cair. Se o impetus decresce, a velocidade decresce (impetus causa). Se,
por sua vez, a velocidade decresce, isso causa um decrscimo do impetus (impetus efeito).
No ponto alto da trajetria (diferentemente da fora impressa), ele se anula, pois a velocidade
tambm se anula, sobrando apenas a tendncia a cair. No movimento de descida, a veloci-
dade aumenta devido ao impetus crescente (impetus como causa), mas, como a velocidade
aumenta, isso provoca o aumento do impetus (impetus como efeito). Haja pacincia para
entender!!! Vejam como difcil a tarefa dos cientistas. No pense que hoje diferente: h
vrios fenmenos na natureza que os cientistas ainda esto engatinhando para entender.
Essas crticas sero discutidas em aula, da forma que seu professor achar mais conveniente.
Anotaes
134
134
Ensino Mdio
1o ano
Nas prximas aulas, vamos aprender um pouco mais sobre o leite: qual a importncia
do leite para a nossa alimentao? Qual a sua contribuio para o combate desnutri-
o de crianas? Qual a razo de existirem diferentes tipos de leite? Existe diferena entre
o leite materno e o leite industrializado? E entre o leite para lactentes (crianas at um ano
de idade) e o leite convencional, que consumimos diariamente? Ao longo do trabalho,
voc ser convidado a procurar respostas a essas e outras perguntas que voc mesmo
vai formular ou que seu professor ou colegas proporo para investigao. Assim, voc
ampliar o que j conhece sobre o leite que consumimos durante nossa vida, aprendendo
tambm a pesquisar para responder perguntas interessantes, seja a partir de atividades
prticas, seja por meio de leituras e discusses com seu professor e seus colegas. Para
isso, precisar se organizar, falar e discutir em grupo e apresentar suas respostas por meio
de registros escritos.
Como sugere o texto, o leite materno um alimento completo para o beb at os seis
meses de idade. A mesma expresso alimento completo vale para os outros tipos de
leite que consumimos durante nossas vidas? Podemos dizer que qualquer tipo de leite
um alimento completo para qualquer pessoa? Justifique sua resposta.
Quais diferenas voc pensa que existem entre o leite materno e os outros tipos de leite
que ingerimos diariamente?
Que tipos de leite voc co-
nhece? O que eles tm de
diferente entre si? 139
139
O que voc leva em conta
na hora de escolher o leite
que ir beber?
O que voc considera im-
portante que as pessoas
saibam a respeito do leite
materno e das diferenas
dele para outros tipos de
leite que consumimos dia-
riamente?
Anlise de dados
4) A partir do que foi realizado nesta atividade, que perguntas formuladas antes podem ser
respondidas?
Experimentao
140
140 Substncias presentes no leite
Fonte: http://www.siblog.blogger.com.br/claytonjr.jpg
Experimento A
Material e reagentes
- Uma panela ou leiteira com tampa (ou um bquer de 500 ml e um vidro de relgio que
cubra o copo).
- Sistema para aquecimento (trip com tela refratria, bico de gs).
- 200 ml de leite.
- Coador, filtro de papel, funil, colheres, canudos e outros materiais que possam ser usados
para separar a nata do leite.
Procedimento
a) Em uma panela ou leiteira, aquea o leite at sua fervura (cuide para no derram-lo). 141
141
b) Desligue o aquecimento, tampe a panela e aguarde um minuto.
c) Retire a tampa com cuidado, virando-a para cima e observe as gotculas formadas sobre
ela. De onde provm essas gotas? Com o que se parecem? Existe gua no leite?
d) Enquanto aguarda o esfriamento do leite, observe sua superfcie. O que mais voc ob-
serva sobre a superfcie do leite?
e) Aps o resfriamento do leite, o que surge sobre sua superfcie? Como voc caracte-
riza este material? De onde ele provm? Como ele produzido?
f) Como voc separaria a nata do leite? Discuta com seu grupo e com o professor qual
o melhor procedimento para separar a nata do leite, e realize-o. Ao separar a nata do
leite, o que voc est retirando do leite que pode ser identificado no rtulo da
embalagem?
g) Por fim, observe o lquido restante da separao. Podemos dizer que ainda leite?
H outras substncias no leite alm das que voc identificou? Este lquido uma
substncia pura ou uma mistura de substncias?
Experimento B
Material e reagentes
Procedimento
Fonte: http://galileu.globo.com/edic/152/imagens/semduvida_15.jpg
a) Aquea o leite na panela ou em um dos copos at ficar morno cuide para no ferver, pois
ele pode derramar! Alis, por que o leite derrama ao ferver?
b) Retire do fogo e acrescente vinagre aos poucos. O que voc observa?
c) O material formado uma das protenas do leite: a casena. Coe a casena utilizando um
dos pedaos de pano e recolha o soro no copo de vidro (ou no outro bquer).
142
142 d) Lave a panela ou o bquer que continha o leite para utilizao na prxima etapa.
e) Observe o aspecto do soro. Compare com o leite e com a gua pura. Este lquido poderia
ser chamado de leite? Poderia ser chamado de gua? Seria ainda uma mistura?
f) Aquea agora o soro, deixando-o ferver.
g) Aps algum tempo de fervura, o que voc observa?
h) O novo material formado outra protena do leite: a albumina. Tal como procedeu com a
casena, coe o material para reter a albumina no pano e recolha o soro no bquer, que j
dever estar limpo.
i) Compare as quantidades de casena e de albumina que seu grupo obteve. Qual est em
maior quantidade? Essa informao est presente na embalagem do leite?
j) Observe atentamente o lquido obtido na ltima separao. ele ainda uma mistura de
substncias?
k) Coloque do restante do lquido na panela. Aquea lentamente e com agitao, cuidando
para o lquido no saltar. Suspenda o aquecimento assim que o lquido tenha evaporado.
Permaneceu algum resduo? De onde proveio este resduo? Observando o rtulo
presente na embalagem do leite que foi analisado, o que pode ser este resduo?
ele uma nica substncia ou uma mistura de substncias?
Antes de iniciar os
experimentos
Experimento A
Experimento B
Sistematizao e divulgao
Chegou o momento de fazer uma sntese sobre o que foi aprendido at agora. Para isso, leia
novamente as perguntas formuladas ao longo da unidade e construa um quadro comparativo
(quadro 2) a partir das respostas dadas no incio desta unidade e das concluses obtidas em
cada uma das atividades anteriores. Observe que, ao preench-lo, voc est organizando os
conhecimentos construdos e poder identificar sua aprendizagem ao comparar o que pensava
antes com o que voc pensa agora.
Glossrio
Albumina: Protena de alto valor biolgico http://www.cisa.org.br/upload/ArtigoImg_433nanicacs.jpg
presente principalmente na clara do ovo, no
leite e no sangue. frequentemente usada por
praticantes de musculao como uma fonte proteica de baixo custo e boa qualidade.
Carboidrato: Tambm chamado de acares, os carboidratos so substncias sintetizadas
por organismos vivos e que exercem diversas funes nestes organismos, como, por exemplo,
fonte e reserva de energia.
Casena: (do latim caseus, queijo) uma protena encontrada no leite fresco. Representa
cerca de 80% do total de protenas do leite. Alm de ser consumida no leite (e nos seus deri-
vados, como queijo), a casena usada na produo de adesivos, plsticos (para punhos de
facas, cabos de guarda-chuvas, botes, etc.), como aditivo de alimentos e para a produo
de vrios produtos alimentcios e farmacuticos.
Gordura: Tambm conhecidas como lipdios, as gorduras so substncias sintetizadas por
organismos vivos e responsveis pelo armazenamento de energia nesses organismos. Podem ser
encontradas em alimentos de origem animal (carne, leite, ovos) e vegetal (azeite de oliva, leo
de soja, nozes, amendoim).
Lactente: Criana que ainda mama, em geral, com idade entre 29 dias a 2 anos.
Protena: uma substncia sintetizada pelos organismos vivos, essencial para manter a
estrutura e o funcionamento destes. Pode ter diferentes funes, como regular a contrao
muscular, produzir anticorpos e expandir e contrair os vasos sanguneos para manter a pres-
so normal.
UHT: Entende-se por leite UHT (Ultra High Temperature Ultra-Alta Temperatura) o leite
homogeneizado que foi submetido, durante 2 a 4 segundos, a uma temperatura entre 130C
e 150C, imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32C e envasado sob condi-
es asspticas em embalagens esterilizadas e hermeticamente fechadas.
Ensino Mdio
1o ano
Hoje voc comea uma nova unidade de trabalho. Esperamos que aproveite as atividades
propostas. Elas foram preparadas para refletir uma temtica importante no seu cotidiano e
para promover conhecimentos e competncias fundamentais para sua vida, atravs do estudo
da Geografia. Novas tecnologias e seus impactos sobre os diferentes lugares e sobre nosso
cotidiano ser o tema de estudo desta unidade. Durante esta e as prximas aulas voc rea-
lizar diversas leituras e em diferentes linguagens. Elas o ajudaro a compreender o mundo
em que vive, de modo que possa participar de discusses, fazer depoimentos, rever as ideias
que j construiu sobre fatos e situaes que tm merecido ateno na mdia, propor aes e
argumentar em defesa de suas posies.
Saiba que...
...Silicon Valley (Vale do Silcio) a denominao dada a uma regio ao norte da Cali-
frnia (EUA), na qual est situado um conjunto de empresas implantadas a partir da dcada
de 1950 com o objetivo de gerar inovaes cientficas e tecnolgicas. So empresas que
se destacam na produo de chips para as reas da eletrnica e da informtica. a mais
importante aglomerao de empresas de alta tecnologia no mundo. Sua origem est rela-
cionada ocupao de uma rea at ento no ocupada, que foi transformada em campus
universitrio. O Vale do Silcio abrange vrias cidades do estado da Califrnia ao sul de
So Francisco, como Palo Alto e Santa Clara, estendendo-se at os subrbios de San Jos.
A industrializao dessa regio teve incio nos anos 90, mas o impulso para o seu desen-
volvimento se deu com a Segunda Guerra Mundial e, principalmente, durante a guerra fria,
devido corrida armamentista e aeroespacial. Foram as indstrias eletrnicas do Vale do
Silcio que forneceram transistores para msseis e circuitos integrados para os computadores
que guiaram a nave Apollo. Muitas empresas que hoje esto entre as maiores do mundo
foram gestadas na regio: Apple, Altera, Google, NVIDIA Corporation, Electronic Arts, Sy-
mantec, Advanced Micro Devices (AMD), eBay, Maxtor, Yahoo!, Hewlett-Packard (HP), Intel,
Microsoft, que atualmente est em Redmond, prximo a Seattle, entre muitas outras.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_do_Sil%C3%ADcio Acesso em 25/8/2009 - e http://www.cibergeo.org/artigos/CYBERCI-
TY2003.pdf Acesso em 17/7/2008.
I. To logo complete a leitura do texto e a anotao das ideias que voc destacou, abra o
atlas e verifique as reas onde se localizam as trs cidades anunciadas como lugares de tec-
nologia em rede e seus respectivos pases.
1. Comente sobre o significado dessa localizao. Em que pases se encontram as cidades
referidas nos textos? Existe alguma caracterstica socioeconmica comum a estes trs pases?
Qual? Qual a razo de cada um dos pases sediar polos tecnolgicos?
2. Anote nas linhas que seguem termos presentes no texto e que voc desconhecia. Anote
tambm o seu significado.
3. Registre no seu caderno ou bloco de Geografia as ideias que voc considerou como as
150
150 mais significativas na leitura do texto.
4. Redija uma questo que voc gostaria de propor para debater em aula a partir da leitura
do texto.
II. Voc e os colegas discutiram, nos momentos iniciais desta aula, uma srie de aspectos rela-
cionados ao tema. Voc deve ter percebido que ele amplo, complexo, polmico. provvel
que a questo que voc escreveu tenha surgido no debate em aula. No espao que segue,
indique qual a posio dos colegas sobre a questo. Caso ela no tenha sido discutida, anote
a questo que mais mereceu sua ateno dentre as que foram discutidas e explique a razo
desta escolha.
Inovaes tecnolgicas ao meu redor (Aula 2)
Nesta aula, voc realizar atividades em grupo. importante contribuir com ideias e evitar 151
151
disperso. Fique atento. Cada grupo discutir o tema da unidade, isto , novas tecnologias
e o que significam em nossa vida, a partir da sua experincia e da de seus colegas. Tente fa-
zer tambm um exerccio de imaginao sobre como seria o dia a dia de seus avs quando
tinham a idade que voc tem hoje. O que eles faziam da manh noite? O que comiam?
Como se divertiam?
I. Veja as imagens. A primeira figura uma propaganda da metade do sculo passado, ou
seja, em torno de 1950, quando seus avs, provavelmente, eram crianas ou jovens. A se-
gunda figura refere-se a atividades de crianas e jovens no sculo XXI, como voc. Em 60
anos, muita coisa mudou. Estas mudanas decorrem do desenvolvimento tecnolgico, de um
novo jeito de fazer as coisas, de novos produtos colocados disposio para o consumo das
pessoas.
1. Em relao s figuras, reflita sobre objetos que existem na sua casa hoje e que no
existiam na casa dos seus avs, poca em que tinham a sua idade. Os produtos indicados
na figura 1 ainda so produzidos atualmente, mas se diferenciam dos atuais. Por qu? E em
relao aos da figura 2, sua produo seria possvel na metade do sculo passado? Por qu?
2. Conversem bastante no grupo sobre o assunto, tomando como roteiro para debate o
ttulo: Um dia em nossa vida. O que cada um faz no incio da manh? Qual o primeiro
produto que utilizam? Quanto de tecnologia existe para produzi-lo? Quem produz? Onde
produzido?
3. Agora hora de organizar as ideias. Tentem fazer uma sequncia do que vocs fazem
nas 24h de um dia. Anotem este roteiro em uma folha, seguindo o exemplo que est no ca-
derno.
152
152 Na primeira linha, coloquem a hora aproximada e o que feito neste horrio (levantar,
tomar banho, ver TV, ir ao shopping, usar o computador, etc.). Na segunda, indiquem tecno-
logias envolvidas na produo do que usado para realizar a ao citada.
Exemplo: Roteiro das aes do dia a dia e tecnologias presentes
6h30min levantar e vestir-se
A produo das roupas de cama e da roupa de vestir depende da indstria que transforma
bens primrios (algodo ou l ou couro) ou derivados de petrleo em tecidos para a produo
de roupas. H tecnologias para fabricar mquinas para as indstrias de produo de fios e
tecidos, para as indstrias que transformam tecidos em roupas, para o transporte das matrias-
primas e dos produtos beneficiados, para fazer propaganda dos produtos e tecnologias para
vender os produtos.
7h -
4. Agora que vocs j perceberam quanta tecnologia est presente em todas as aes do dia
a dia de vocs e que j compararam com as tecnologias de duas geraes atrs, procurem
ilustrar o roteiro. Cada um do grupo ilustrar um momento do dia, chamando a ateno para
a ao e o que tecnologicamente consumido.
O roteiro do grupo e os desenhos sero entregues ao professor, se ele solicitar, ou deixados
no caderno de aula de Geografia.
O que comemos
vem s da rea
rural? (Aula 3)
I. Observe as figuras que mostram duas
garrafas de suco de laranja. Um suco
normal e outro light. Olhe para a figura
das embalagens e imagine seus contedos.
Pense sobre quantas perguntas podem ser
feitas sobre isso e como podem nos ajudar
a indagar mais sobre ns mesmos e nossos
lugares. Que perguntas o professor poderia
fazer relacionando tecnologia, produo e
consumo? Antecipe-se a ele. Anote as per-
guntas possveis no espao abaixo. Apre-
sente-as quando for solicitado. Fonte: schirrmann,blogspot.com/2008_02_26_archive.html
Normal, diet ou light?
Produtos diet so aqueles nos quais h a eliminao de um ou mais ingredientes da frmula 153
153
original. Um alimento diet aquele no qual no h acares, ou gorduras, ou sdio, ou
protenas, ou algum outro ingrediente. Por isso, um alimento diet no significa necessaria-
mente que tenha menos calorias. Os alimentos diet so indicados para pessoas que tenham
restrio de consumo de algum dos ingredientes. o caso dos diabticos, que no podem
ingerir acar, ou dos hipertensos, que no devem consumir muito sal.
Alimentos light so aqueles que apresentam reduo de no mnimo de 25% das calorias do
produto normal. Porm, isso no significa que um alimento light tenha mais calorias que o
diet, j que depende de qual substncia teve sua quantidade reduzida. Ou seja, para que
um produto light ou diet tenha menos calorias preciso que haja reduo de um ingrediente
calrico como carboidrato, gordura ou protena e no de substncias como sdio (sal light).
Fonte: http://www.copacabanarunners.net/light.html Acesso em 31/7/2008.
II. Aps o debate em aula, que ser coordenado pelo professor, trabalhe com um colega na
sntese da discusso. Mesmo que, em aula, os debates tenham passado por muitos assuntos,
vocs faro a sntese abordando, exclusivamente, as mudanas na produo rural em de-
corrncia das novas tecnologias no campo e na atividade industrial ligada ao setor primrio.
Escrevam a sntese no caderno que usam para as aulas de Geografia.
III. Finalize este contedo elaborando uma propaganda que use a figura do suco de laranja
e destaque sua tecnologia de produo. Coloque tambm a propaganda no seu Caderno de
Aula.
Observe as charges
Em dez anos, os escritrios estaro vazios? O progresso das novas tecnologias, a glo-
balizao e a crescente preocupao com possveis frmulas que permitam conciliar a vida
profissional com a pessoal esto transformando o conceito tradicional de empresa e de
expediente de trabalho. A organizao futurista Rede de Recursos de Aprendizagem (LERN),
afirma que, em cinco anos, os EUA passaro por uma mudana semelhante experimen-
tada com o surgimento do automvel. A internet e as tecnologias mveis sero os prota-
gonistas dessa prxima revoluo, que permitir aos profissionais realizar seu trabalho de
qualquer ponto do Planeta sem necessidade de comparecer ao escritrio.
Na Europa, nos pases nrdicos, entre 15% e 16% dos profissionais trabalham em casa
(so teletrabalhadores), assegura Salvador Aragn, professor da escola de negcios Ins-
tituto de Empresa. Esse percentual um dos mais altos do mundo, muito superior aos 3% a
5% que diferentes estudos detectaram em pases como a Espanha. Para Aragn, esse forte
diferencial entre o norte e o sul da Europa atende a diferentes culturas organizacionais. O
principal obstculo ao teletrabalho no o grau de desenvolvimento tecnolgico, e sim a
cultura da organizao. Na Espanha, o compromisso com a empresa est vinculado ao
tempo em que se permanece na organizao. O teletrabalho, por sua vez, implica um grau
de individualismo bastante difcil de se aceitar em determinadas organizaes e culturas.
Um estudo realizado nos EUA, no ano passado, em 74 instituies pblicas abrangendo
1,7 milho de funcionrios, mostrou que apenas 6% deles trabalhavam a distncia. A razo
que as instituies, entre elas o Departamento de Justia, apresentavam para no estimular
o teletrabalho era que o trabalho a distncia reduz a produtividade e, alm disso, os direto-
res no eram favorveis existncia de uma equipe qual no pudessem ver.
Fonte: adaptado de http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewfeature&id=918&language=portuguese Acessado em
29/7/2008.
1. Reflita sobre o texto lido. O que o autor est considerando como teletrabalho? Como
voc se sentiria nesta condio de trabalho?
II. Na sequncia h outro tema sobre novos contextos para o trabalho.
156
156 A tecnologia ressignificando as noes de tempo e espao
Cerca de 250 mil indianos atendem ligaes de todas as partes do mundo em firmas
de call center. Esse emprego no bem remunerado nos Estados Unidos, mas conta com
razovel prestgio na ndia. So predominantemente jovens esforados, com domnio do in-
gls, sonhando com um padro de vida mais alto no futuro. Em um desses locais chamado
24/7 Customer, em Bangalore, foram feitas filmagens sobre terceirizao pelo canal de
TV Discovery.
Durante as filmagens, por volta das 18 horas, horrio de Bangalore, horrio no qual a maio-
ria desses jovens inicia sua jornada de trabalho, a fim de coincidir com o nascer do sol nos EUA,
um dos encarregados do trabalho perambulava pelos diferentes setores e ouvia as conversas
dos atendentes, ocupados com seus afazeres. Eis uma pequena amostra do que escutou naque-
la noite.
Uma atendente: Boa-tarde, eu poderia falar com...? (a pessoa do outro lado bate o
telefone).
Um atendente: Atendimento comercial, Jerry falando, em que posso ajudar? (Os aten-
dentes desses call center escolhem e adotam nomes ocidentais).
Atendente em Bangalore explicando a uma americana como ela havia estourado o limite
de sua conta corrente: Cheque nmero meia-meia-cinco, de 81 dlares e 55 cents. Ser
cobrada uma taxa de 30 dlares. A senhora est entendendo?.
Pensar sobre a possibilidade de estar conversando com atendentes de call center em
outro pas que conhecem a sua lngua, seus costumes, sabem de informaes sobre as ca-
ractersticas de seu pas e, alm de tudo, tm nomes que so comuns aos ocidentais pode
parecer estranho, mas fruto do desenvolvimento tecnolgico. Esse apenas um exemplo.
Fonte: Adaptado de FRIEDMAN, Thomas L. O mundo plano: uma breve histria do sculo XXI. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005, p. 31-33.
3. Pense em situaes de pessoas que voc conhece (ou no) e que trabalham em casa ou
em lugares que no so a sede das empresas para as quais trabalham. Participe da discusso
em aula sobre este tema.
4. Use o espao abaixo para o registro de pontos discutidos pelo grupo e que considerou
interessantes sobre o tema da aula.
III. Leia os dois quadros que seguem. No primeiro, est o significado de call centers. No outro,
h uma charge.
158
158
Call centers so centros de atendimento telefnico. Trata-se de uma estrutura montada
para centralizar o relacionamento com clientes que fazem contato com empresas pelo te-
lefone. So organizados pelas prprias empresas ou, seguindo uma tendncia crescente,
por operadoras especializadas, que contam com grande nmero de linhas telefnicas,
atendentes e computadores para acesso s informaes contidas nos bancos de dados
dos clientes. Em muitos locais, os call centers esto em outras regies, distantes da sede da
empresa. Algumas vezes, inclusive, em pases diferentes daqueles onde se situa a empresa
prestadora dos servios.
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Central_de_atendimento Acesso em 31/7/2008.
Fonte: http://vestibular.brasilescola.com/arquivos/782bf48f5424
8b65391afd89ebd18d94.pdf, questo 10 da prova amarela do
ENEM 2005
Prezado aluno:
A Revoluo Industrial
Para desenvolver este tema, preciso considerar que a realidade histrica possui dois nveis de
apreenso: a conjuntura e a estrutura.
Discuta com seus colegas, com auxlio do professor, o que se entende por estes conceitos, pro-
curando exemplific-los a partir da realidade prxima. Anote as principais observaes.
Conjuntura:
Estrutura:
Capitalismo:
Para tratar da Revoluo Industrial no Brasil e na Inglaterra, ser preciso verificar como um
mesmo fenmeno pode produzir resultados similares ou distintos em diferentes conjunturas
162 histricas. Em vista disso, mais importante do que o aprofundamento de aspectos da histria
162
do Brasil ou da histria da Inglaterra ser estabelecer relaes entre as experincias econmi-
cas, sociais e polticas desses dois pases diante da industrializao.
Considerando os conceitos de conjuntura e de estrutura acima apresentados, leia agora a
definio que William Outhwite e Tom Bottomore do para a palavra industrializao no Dicio-
nrio do Pensamento Social do Sculo XX (Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996, p. 383):
Segundo os autores, basta existirem indstrias num certo tempo e numa certa sociedade
para se caracterizar o conceito de industrializao? Por qu?
Como voc deve ter observado na discusso com o colega e na sntese feita com o auxlio
do professor, a industrializao ocorre dentro de determinadas conjunturas sociais ou polticos
e vincula-se a uma estrutura de produo de tipo capitalista.
164 1733 Lanadeira volante Pea de tear manual, que possibilitou John Kay
164
fabricar mais rapidamente tecidos
mais largos.
1767 Spinning jenny Fiadeira mecnica de pedal, com James Hargreaves
capacidade para produzir vrios
fios simultneos, mas pouco
resistentes.
1779 Mule Combinao da Spinning jenny Samuel Crompton
com a Water frame, que resultou na
produo de fios finos e resistentes.
1785 Tear mecnico Processo automtico para a Edmund Cartwright
fabricao de tecidos, movido a
vapor.
1792 Descaroador mecnico Mquina que separava o caroo da Eli Whitney
fibra de algodo.
Fonte: Alceu Luiz Pazzinato; Maria Helena Valente Senise. Histria moderna e contempornea. So Paulo: Editora tica, 1994, p. 93.
Voc sabia?
Paralelamente s inovaes tcnicas, a minerao do carvo vegetal e mineral oferecia
no apenas uma fonte de energia essencial ao desenvolvimento industrial, mas tambm
uma fonte de combustvel fundamental para o principal veculo de transporte da segunda
metade do sculo XIX: a locomotiva. Por volta de 1800, a Inglaterra produzia cerca de 10
milhes de toneladas de carvo, o que equivalia a 90% da produo mineral mundial. As
ferrovias espalharam-se a partir de 1825 para os Estados Unidos (1827), Frana (1828),
Blgica e Alemanha (1835) e mesmo na Rssia (1837).
Frente a este quadro, a Inglaterra assegurou sua posio de potncia mundial. Eis, na
prxima pgina, o balano histrico apresentado pelo historiador Eric Hobsbawm. Leia-o e
responda o que se pede.
A Inglaterra como Oficina do Mundo
165
165
De modo bastante emprico, no planificado e acidental, construiu-se a primeira eco-
nomia industrial de vulto... Essa economia utilizava a fora de 1 milho de cavalos em suas
mquinas a vapor, produzia 2 milhes de jardas (aproximadamente 1.800.000 metros) de
tecido de algodo por ano em mais de 17 milhes de fusos mecnicos, recolhia quase 50
milhes de toneladas de carvo, importava e exportava 170 milhes de libras esterlinas em
mercadorias em um s ano. Seu comrcio era duas vezes superior ao de seu mais prximo
competidor, a Frana, e apenas em 1780 a havia ultrapassado. Seu consumo de algodo
era duas vezes superior ao dos EUA e quatro vezes superior ao da Frana. Produzia mais
da metade do total de lingotes de ferro do mundo economicamente desenvolvido e consu-
mia duas vezes mais por habitante do que o segundo pas mais industrializado (a Blgica),
trs vezes mais do que os EUA e quatro vezes mais do que a Frana. Cerca de 200 a 300
milhes de libras de investimento de capital britnico nos EUA, quase 1/5 na Amrica
Latina traziam dividendos e encomendas de todas as partes do mundo. Era, de fato, a
oficina do mundo.
Fonte: Eric Hobsbawm. A era das Revolues. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007, p. 82.
b) Produo em massa:
Importante: A partir desses conhecimentos bsicos, voc j pode atribuir novos signifi-
cados a importantes filmes de poca, como Daens, um Grito de Justia, dirigido por Stijin
166
166 Coninx (1993). Programe uma sesso de cinema, convide alguns colegas e procure discu-
tir o filme a partir das aprendizagens desenvolvidas nessas aulas! Depois, no esquea de
comentar com toda a turma, ou de expor a recomendao e uma breve resenha crtica no
mural da sala de aula!
A industrializao brasileira
At este momento, a revoluo industrial foi caracterizada a partir de seus conceitos mais
importantes: trabalho, produo e capitalismo, tomando como ponto de observao a In-
glaterra. Para relembrar, organize, com o auxlio do professor, uma sinttica linha do tempo,
retomando aspectos polticos e econmicos antes estudados.
Agora compare com o que ocorria mais ou menos pela mesma poca no Brasil.
Aps 1937, o Estado passou a atuar decididamente em setores onde o capital privado
era insuficiente ou pouco interessado em participar. Normalmente, grandes projetos de in-
fraestrutura de bens de produo, que somente prometiam retorno a longo prazo e ainda
funcionavam como impulsionadores de outros segmentos mais diretamente ligados ao con-
sumo: siderurgia, hidreltricas, transporte, qumica petrolfera, etc.
Dessa maneira, aps 1937, atravs do Conselho de Economia Nacional, ganhou curso
um planejamento governamental, no qual o liberalismo econmico o laissez faire , to
frequente at 1929, cedeu lugar ao intervencionismo constante. Planos, programaes,
planificaes foram expresses que passaram a ocupar o discurso econmico. Verdadeiro
dirigismo e intervencionismo ganharam destaque na industrializao. A partir de 1939, um
plano quinquenal busca canalizar os grandes investimentos em infraestrutura.
O pas possua, aproximadamente, 50 mil estabelecimentos industriais. Uns 15 mil sur-
giram ao longo dos anos 1930. Desde 1935, o valor da produo industrial comeava a
suplantar o das safras agrcolas. Em apenas 6 anos, entre 1933 e 1939, a produo indus-
trial cresceu 12%, enquanto o setor agrcola, apenas 2%. O processo industrial destinado
ao mercado interno foi to expressivo que, por volta de 1932, j se havia recuperado o
ndice de produo de 1929.
Fonte: Arnaldo Fazoli Filho. Formao econmica do Brasil: uma abordagem histria. So Paulo: Editora Letras & Letras, 2002, p. 263.
Semelhanas:
Diferenas:
O processo de ampliao da atividade econmica dependeu de investimentos provenientes
de emprstimos externos, de investimentos diretos de capital estrangeiro e da transferncia
de tecnologia de empresas multinacionais para filiais brasileiras. As sedes dessas empresas 169
169
situavam-se, sobretudo, nos Estados Unidos, na Frana, na Alemanha e na Inglaterra, e elas
atuavam nos ramos da produo de alimentos, da indstria farmacutica e da indstria qumi-
ca. O peso de investimento dessas subsidirias multinacionais aumentou nos anos de 1950,
quando elas passaram a investir na produo de bens durveis (mquinas, eletrodomsticos,
transporte, equipamentos de tecnologia) e na produo de automveis. Data desse momento
a instalao de filiais das companhias Volkswagen, Bosch e Fiat, por exemplo.
Analise as informaes das tabelas indicadas abaixo:
Concentrao industrial no Brasil
LOCAIS 1919 1939 1949 1959
Distrito Federal 20,1 19,9 14,2 10,4
Estado do Rio de Janeiro 7,5 5,6 6,4 7,2
So Paulo 32,2 40,7 48,8 55,5
Total regional 59,8 66,2 64,4 73,1
Demais estados 40,2 33,8 35,6 26,9
Fonte: Amrico Freire; Marly Silva da Motta; Dora Rocha. Histria em curso: o Brasil e suas relaes com o mundo ocidental. So Paulo:
Editora do Brasil; Rio de Janeiro: FGV, 2004, p. 293
Observe o que ocorre com a indstria e a populao nas diferentes regies e Estados do
Pas, comparando os dados das tabelas.
Em que Estados houve maior concentrao industrial e maior concentrao populacional?
Industrializao e estrutura social
170
170 At aqui, desenvolvemos o tema da industrializao a partir de sua dimenso econmica.
Entretanto, as transformaes anteriormente apontadas afetaram desigualmente as socieda-
des industrializadas. Retome as aprendizagens desenvolvidas nas aulas anteriores e liste, con-
siderando a observao da Revoluo industrial na Inglaterra e no Brasil, os pontos comuns
observados:
Industrializao
Brasil
Inglaterra
Vamos agora verificar de que maneira isso aconteceu nos dois pases enfocados.
De acordo com a instruo do professor, separem-se em grupos, trabalhem com o texto
que lhes for indicado e registrem o que se pede, preparando-se para uma anlise comparativa
entre Inglaterra e Brasil, de modo a poder complementar o quadro acima.
Na Europa, durante o sculo XIX, o ritmo do crescimento populacional nos meios urbanos
industrializados torna-se acelerado, especialmente em Londres e Paris. Estas cidades, ao atra-
rem grande nmero de pessoas, passaram a se defrontar com problemas sociais graves, como
a multiplicao de bairros perifricos e de cortios (espaos em que proliferavam doenas
contagiosas, como o clera) e viram aumentar a criminalidade e a violncia.
A opresso dos empresrios sobre os trabalhadores nas fbricas tornava mais visvel a face
violenta da explorao econmica, como mostram os pesquisadores Catharina Lis e Hugo Soly:
Seguramente no h hoje um s fabricante que se estabeleceu na cidade de Postdam ou Berlim desde meados do
sculo XVIII que no tenha requerido crianas do Orfanato de Postdam para sua empresa. As condies estipuladas
so sempre parecidas, e consistem em que o Orfanato entregue as crianas e que os recebedores assumam os gastos.
Os fabricantes aceitam instru-las por patriotismo na especialidade profissional requerida, sem salrio, em troca
de alojamento e alimentao.
Em 1781, os fabricantes txteis qualificaram os orfanatos para crianas de escolas de formao para as
fbricas. Quando David Dale estabeleceu sua fbrica de algodo em New Lenark, a encheu com mo de obra
jovem proveniente dos asilos de pobres de Edimburgo e Glasgow... Samuel Oldknow, outro famoso industrial
de algodo, encontrava os aprendizes para suas fbricas em vrias parquias e instituies de Londres, tais
como o Duke of Yorks Orphanage e o Foundling Hospital... Essas prticas eram to mal vistas que, diante da
opinio pblica, o trabalho fabril comeou a significar escravido infantil.
Fonte: Catharina LIS; Hugo SOLY. Pobreza y capitalismo en la Europa preindustrial: 1350-1850. Madrid: Akal Editor, 1984, p. 182-183.
As informaes fornecidas pelos autores, confrontadas com o quadro geral dos progres-
sos da Revoluo Industrial traado por Eric Hobsbawn (texto lido nas aulas anteriores),
revelam o qu?
Para os operrios:
Intensificadas pelo processo de industrializao, as desigualdades sociais levaram os tra-
balhadores, no princpio do sculo XIX, a reagirem, organizando-se e atuando politicamente
172 para melhorar sua situao por meio de rgos de representao coletiva ou de propostas
172
de organizao poltico-social.
Por volta de 1830, os operrios ingleses j dispunham de rgos de representao
informal, embora no tivessem reconhecidos seus direitos polticos. No ano de 1836,
teve incio o cartismo ou movimento cartista, pelo qual os operrios ingleses, atravs da
Carta das Liberdades do Povo, reivindicavam junto ao Parlamento as seguintes mudanas
polticas: adoo do sufrgio universal; voto secreto nas eleies; eleies anuais; fim da
exigncia de renda para votar; remunerao dos deputados. Alm disso, este movimento
forou o Parlamento a reconhecer o direito de greve e de associao e a criao de en-
tidades operrias de auxlio mtuo que estiveram na origem dos atuais sindicatos. Em
1867, o governo ingls elaborou a Lei dos Patres e Empregados, que igualava civilmente
esses dois grupos e proibia a priso de operrios por quebra de contrato.
De modo geral, as propostas poltico-sociais visavam, em alguns casos, reformar a socie-
dade e as relaes de trabalho, adaptando-as s novas condies da sociedade industrial.
o que se pode notar em textos de autores como Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourrier
(1792-1837) e Robert Owen (1771-1858). Outras propostas, como aquelas desenvolvidas
por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), deram origem ao movimento
conhecido como socialismo. Ambos viam na capacidade de organizao dos operrios uma
via poltica revolucionria capaz de transformar as estruturas da sociedade.
Nos anos de 1830 e1840, comeam a ganhar forma movimentos polticos organizados
com a participao de operrios. Dois deles foram o movimento cartista e o movimento
socialista. Veja a seguir as propostas desses dois movimentos:
Para reivindicar melhores condies de vida, os operrios se organizaram, no final da
dcada de 1830, num movimento que ficou conhecido como cartismo. Considerado o pri-
meiro movimento independente da classe trabalhadora britnica, exerceu forte influncia
sobre o pensamento poltico durante os dez primeiros anos do governo da rainha Vitria,
na Inglaterra. O nome do movimento teve origem na Carta do Povo, principal documento
de reivindicao dos operrios que foi escrito como resposta ao `Reform Act, lei eleitoral
que proibiu os operrios do direito do voto, no Projeto de Reforma em 1832.
A Carta do Povo, enviada ao `Parlamento em 1838, trazia as seguintes reivindicaes:
sufrgio universal masculino, pagamento aos deputados, votao secreta, parlamentos
anuais, igualdade dos distritos eleitorais e supresso do censo. A estratgia utilizada pelos
cartistas girava em torno, principalmente, da coleta de assinaturas, realizadas nas oficinas,
nas fbricas e em reunies pblicas, atravs de uma srie de Peties Nacionais enviadas
Cmara dos Comuns.
Fonte: Ana Carolina CUNHA; Juliana HOLANDA; Thaise CAIRO. A questo democrtica: o cartismo. In: Ncleo de Estudos Contempo-
rneos da Universidade Federal Fluminense. Disponvel em http://www.historia.uff.br/nec/CARTISMO.htm. Texto acessado em 4/6/2009.
A partir da leitura dos excertos, identifique as estratgias polticas dos operrios, quanto a:
Na industrializao brasileira
177
177
Arte brasileira:
modernismo,
indstria e
operrios
Os artistas vinculados
ao movimento modernista
idealizaram a indstria, as-
sociando-a ao progresso e
ao futuro. Um dos quadros
mais expressivos nesse senti-
do o de Tarsila do Amaral,
intitulado Operrios, e foi
composto em 1933.
A Sociologia uma cincia que estuda a vida em sociedade, enfocando tanto os papis
sociais e aes sociais de indivduos e pequenos grupos sociais (microssociologia) quanto as
desigualdades, conflitos e problemas sociais e polticos tpicos das sociedades de classes em
um contexto de crescente globalizao (macrossociologia).
No presente Caderno de Sociologia, centrado na unidade temtica Papis sociais, iden-
tidades sociais: os adolescentes no Brasil hoje, voc convidado a conhecer a Sociologia e
alguns de seus conceitos principais, atravs de trabalhos individuais e em pequenos grupos,
associados a relatos e discusses no grande grupo. O desenvolvimento da unidade possibili-
tar que, atravs de um conjunto de atividades relacionadas temtica da situao social dos
adolescentes, voc se torne capaz de:
Reconhecer e empregar os elementos principais de uma anlise sociolgica de um pro-
blema social para compreend-lo;
Ler criticamente dados quantitativos e qualitativos, bem como documentos sobre fen-
menos e problemas sociais, tais como sobre o adolescente e o jovem enquanto protagonistas
de seus direitos e deveres;
Escrever acerca dos temas estudados, empregando o modelo de anlise sociolgica e os
conceitos sociolgicos apresentados.
Equacionar possveis solues alternativas dos problemas sociais estudados, tendo por
referncia os conceitos sociolgicos apresentados.
Bom trabalho!
1. A anlise sociolgica
A Sociologia tem por objetivo estudar cientificamente a vida em sociedade, enfocando
tanto as trajetrias, papis sociais e aes de indivduos e pequenos grupos sociais (mi-
crossociologia) quanto os problemas, desigualdades e conflitos sociais e polticos tpicos
das sociedades de classes, em um contexto de crescente globalizao (macrossociologia).
Ao ler uma notcia, uma obra de fico ou uma biografia, sempre nos ocupamos em
saber quem, quando, onde e o que aconteceu, no ? Pois a anlise sociolgica de um
processo, fenmeno ou problema social tem estrutura semelhante a uma narrativa, distin-
guindo-se dela pela utilizao de conceitos tericos e mtodos de pesquisa prprios da So-
ciologia para analisar, explicar e compreender o tema-problema em estudo (ver quadro 1).
Os conceitos sociolgicos utilizados em exerccios para anlise e discusso de temas atuais
na presente unidade sero sempre orientados por este modelo de anlise sociolgica.
Para conhecer melhor a estrutura de uma narrativa e o modelo de anlise sociolgica,
leia com ateno os dois quadros apresentados, comparando-os, identificando e assina-
lando semelhanas ( = ) e diferenas ( ). Depois, discuta-os em grande grupo, com au-
xlio do professor, preparando-se para utiliz-los nos exerccios.
Quadro 1: A anlise sociolgica de problemas sociais:
elementos fundamentais
182
182
Anlise da estrutura das narrativas Modelo de anlise sociolgica
Esta data deve servir para pensar, compreender e valorizar a riqueza cultural dos
negros no Brasil.
Domingo passado, 20 de novembro, foi o Dia Nacional da Conscincia Negra. Em algu-
mas cidades do Brasil, para lembrar bem a data, foi feriado e muitos eventos foram progra-
mados. Mas o que aconteceu nesse dia para torn-lo to importante? Para entender, temos
que contar uma histria que comea no Brasil, no final do sculo XVII.
a histria de um menino, Zumbi. Ele era negro, filho de escravos, mas nasceu livre, l
no Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Pernambuco. Quilombos eram lugares
dentro da mata para onde os escravos fugiam, para se refugiar do cativeiro e dos maus tratos
das senzalas. Existiam muitos no Brasil e l os escravos viviam livres, em comunidades onde
faziam valer suas prprias regras. Porm, o refgio era sempre atacado, pois os donos dos
cativos os queriam de volta para trabalharem em suas terras. Foi num desses ataques que
Zumbi foi capturado e levado para ser criado por um padre na cidade.
Quando cresceu, fugiu e retornou a Palmares para cumprir sua misso: lutar pela liberda-
de! Essa a histria que consta em arquivos portugueses. Hoje, Zumbi conhecido na histria
como lder de Palmares, um guerreiro que esteve frente de vrios combates contra a escra-
vido e pela liberdade. Numa dessas batalhas ele foi morto, em 20 de novembro de 1695.
Epa! Essa data te lembra alguma coisa? Pois , ela foi escolhida em 1971, pelo poeta
Oliveira Silveira e por um grupo de estudiosos composto por pessoas negras, que se reuniam
em Porto Alegre, o Grupo Palmares. Essa ideia se espalhou por outros movimentos sociais de
luta contra a discriminao racial e, no final dos anos 1970, j aparecia como proposta na-
cional para o dia da Conscincia Negra. Esta histria no pode ser esquecida, conta Flvio
dos Santos Gomes, escritor e professor do Departamento de Histria da Universidade Federal
do Rio de Janeiro.
Voc agora pode estar se perguntando: mas, e o 13 de maio de 1888? No essa a data
em que foi decretado o fim da escravido no Bra-
sil? Para muitos, apesar de ser importante para
nossa Histria, essa data no mudou a realidade
dos negros. Os escravos libertos e seus descen-
dentes no eram tratados igualmente depois da
abolio da escravatura e, at hoje, a luta pela
igualdade racial continua. Por isso, uma nova
data, mais representativa, foi escolhida. O nome
j diz: conscincia e protesto para a situao
de excluso socioeconmica da populao negra
no Brasil passados 117 anos do fim jurdico do
sistema escravista, afirma o professor Flvio dos
Santos Gomes.
Por isso, dia 20 de novembro um dia de
liberdade para os coraes de todos os brasi-
leiros. Dia de refletir e conversar sobre a igual-
dade de direitos entre as pessoas, homens ou
mulheres, negros ou brancos. Que tal refletir um Retrato de Zumbi pintado por Manuel Victor.
Fonte: Abreu, 2005.
pouco sobre isso?
Quadro 2: Exemplo de identificao dos
elementos constitutivos de uma narrativa
184
184
ESTRUTURA ESTRUTURA
DA NARRATIVA DIA DA CONSCINCIA NEGRA
DA NARRATIVA
O QU (foi criado)? POR QU (foi criado)?
QUANDO(foi criado)?
QUEM (criou)?
[Com quem?] CONSEQUNCIAS?
[Resultados alcanados
[Contra o qu?] com a criao?]
Figura 1
O adolescente e seus papis sociais
Filho(a)
Famlia
Quadro 3: Papel social e status social
185
185
PAPEL SOCIAL A cada posio que uma pessoa ocupa correspondem determinadas
formas de comportamento, que se esperam do portador dessa posio; a tudo que ele
correspondem coisas que ele faz ou tem; a cada posio social corresponde um papel
social. Ocupando posies sociais, o indivduo torna-se uma pessoa do drama escrito pela
sociedade em que vive. Atravs de cada posio, a sociedade lhe atribui um papel que
precisa desempenhar. Atravs de posies e papis, os fatos indivduo e sociedade so me-
diatizados; este par de conceitos caracteriza o homo sociologicus, o homem da sociologia,
constituindo o elemento bsico da anlise sociolgica (DAHRENDORF, 1991: 54).
STATUS SOCIAL a localizao do indivduo na hierarquia social, de acordo com a
sua participao na distribuio desigual da riqueza, do prestgio e do poder (VILA NOVA,
1995: 107).
2.2. Em pequeno grupo, leia com seus colegas e discuta as definies de papel social e de
status social apresentadas no quadro 3. Apresentem e comparem as semelhanas e diferenas
entre os diagramas elaborados por cada um de vocs, e construam um diagrama nico para
ser apresentado ao grande grupo.
2.3. Analisem tambm em conjunto as definies de interaes sociais de cooperao,
competio ou conflito apresentadas a seguir (quadro 4), e elaborem uma lista de tipos de
interaes que podem surgir em cada uma das situaes de papel-status dos adolescentes
identificadas, buscando identificar suas possveis causas e consequncias para a vida cotidia-
na dos atores sociais nelas envolvidos.
PROCESSO SOCIAL qualquer ao entre dois ou mais atores sociais indivduos, gru-
pos, etc. , contribuindo para aproxim-los ou afast-los uns dos outros.
Cooperao um processo social em que dois ou mais indivduos ou grupos atuam em
conjunto para a consecuo de um objetivo comum, havendo sempre algum consenso a
respeito de metas culturalmente legtimas, valores, crenas e normas coletivas.
Competio ocorre quando indivduos ou grupos sociais buscam alcanar um objeti-
vo (como, por exemplo, ganhos econmicos, poder poltico, prestgio social ou prestgio
cultural-artstico), que s pode ser alcanado por uma das partes em competio.
Conflito social tende a ocorrer quando os indivduos ou grupos entram em disputas e
lutas por um objetivo que s pode ser alcanado por um ou poucos entre eles, ou, ainda,
quando indivduos, grupos ou categorias sociais tm objetivos incompatveis entre si.
(Adaptado de VILA NOVA, 1995: 161; e LAKATOS, 1981: 86 e seguintes.)
3.3. Pensando nos seus colegas, na sua escola, voc acha que a tipologia de processos
sociais (quadro 4) e os modos de interao social relacionados no quadro 6 permitem com-
preender os comportamentos e as relaes entre os seus colegas, assim como as interaes
entre os indivduos, os grupos ou as galeras de sua escola?
Se a resposta afirmativa, qual (ou quais) os tipos de processo social cooperao,
competio ou conflito , so os mais comuns entre os indivduos, os grupos ou as galeras
de sua escola no cotidiano de sua escola? Se voc considera que as relaes sociais entre
os grupos ou as galeras de sua escola tendem a ser de tipo conflituoso, no seu entender,
como essas relaes poderiam ser melhoradas?
Escreva suas respostas abaixo e apresente-as ao grande grupo, buscando esclarecer suas
dvidas e verificar as semelhanas e diferenas de sua anlise em relao s de seus colegas.
188
188
I. Conformismo Conformista + +
II. Inovao Inovador +
III. Ritualismo Ritualista +
IV. Retraimento Retrado
V. Rebelio Rebelde + +
1 Os sinais representam, aceitao ( + ) ou rejeio ( - ) das metas culturais ou dos meios institucionais.
Fonte: MERTON, 1968, adaptado.
Podemos considerar tambm, para fins de exerccio, que a cada um desses tipos de
ator social (conformista, inovador, ritualista, retrado ou rebelde) corresponde uma mscara
social tpica, as quais os indivduos colocam em dadas situaes-relaes sociais espec-
ficas, expressando suas distintas identidades sociais (quadro 8). Ou seja, por exemplo, em
uma empresa um trabalhador, dependendo de seu comportamento, pode ser definido tanto
como um ator social conformista, inovador, ritualista, retrado ou rebelde.
[Caro aluno: Se voc quiser, retorne figura 1 e tente ver/pensar que tipo de mscara social voc normalmente usa em cada uma das
relaes sociais em que voc est inserido cotidianamente. LEMBRE-SE, ESSE UM EXERCCIO S PARA VOC. VOC NO PRECISA
ESCREVER OU COMPARTILHAR SEUS PENSAMENTOS SOBRE ESTE TEMA COM OUTROS.]
4. Modos de interao social entre tribos socioculturais no
mbito da cultura gacha
190
190
Recentemente, as relaes entre as di-
versas tribos socioculturais no mbito da
cultura gacha tm sido marcadas por v-
rias polmicas, como a sobre a proibio
de TchMusic em bailes de alguns Centros
de Tradies Gachas (CTGs). Leia os textos
abaixo, buscando identificar em cada texto
os elementos fundamentais da estrutura de
uma narrativa (quadro 1). Responda, por
escrito, as questes colocadas, utilizando
os conceitos sociolgicos sugeridos, pre-
parando-se para apresentar e discutir suas
respostas e esclarecer suas possveis dvidas
no grande grupo. Fonte: Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos, 1992.
4.1. O texto acerca do Rodeio de Santo Antnio realizado em 2007 revela que o autor
considera que h uma tenso dentro do Movimento Tradicionalista Gacho acerca de como
cultivar as tradies. Quais dados apresentados permitem identificar essa tenso entre os
que podemos chamar de tradicionalistas-puristas e os que cultivam o tradicionalismo de
um modo mais ecltico-renovador? No seu entender, qual a posio do autor frente a essa
tenso, e que elementos justificam essa sua interpretao da posio do autor frente aos
acontecimentos no rodeio?
4.b O Rock visita o Galpo
4.2. Lembrando que para analisar sociologicamente um fenmeno ou processo social
devem ser empregados conceitos e teorias sociolgicas, analise, por escrito (tendo por re- 191
191
ferncia o modelo de anlise sociolgica apresentado no quadro 1), os processos sociais
enfocados no texto O Rock visita o Galpo , utilizando os conceitos sociolgicos estu-
dados at agora.
Estamos fazendo uma celebrao. O rock e a msica gacha podem caminhar juntos sem deixarem
de ser sinceros define Rafa.
O pop rock visita o galpo em Caxias do Sul hoje noite e abanca-se em torno do fogo de cho
para tomar um mate. Longe de impor sua vontade, o pop rock pede licena para ajudar a reler
clssicos do cancioneiro gacho nos arranjos da banda Estado das Coisas e do gaiteiro Paulinho
Cardoso e na voz do cantor Neto Fagundes. O que vai rolar a partir das 20h de hoje no UCS Teatro
ser o projeto Rock de Galpo.
Nada de invenes, os msicos se apressam em explicar. O tal rock de galpo mostra que a poesia
gacha pode ser pica e contar a histria de seu povo com o auxlio de uma pegada mais roqueira.
A estreia em Caxias do Sul deixa os msicos um tanto apreensivos. Afinal, na terra da gravadora
ACIT, dos CTGs e onde a msica tradicional concentra boa parte da sua histria, o rock pode soar
estranho ao lado do nativismo. Mas s impresso.
A fuso no nova, outros msicos j fizeram. Conseguimos separar as coisas, em momento algum
o Neto (Fagundes) quer virar roqueiro. Estamos mais preocupados com a gurizada. Queremos apre-
sentar de uma maneira mais atual nossos poetas tradicionalistas, explica Tiago Ferraz, vocalista e
guitarrista da Estado das Coisas. Assim, Guri, sucesso na voz de Csar Passarinho, chega a soar
como um reggae. O clssico Vento Negro ganha notas de blues e jazz, mas no perde o floreio da
gaita de oito baixos e do violo com gosto de milonga. O mesmo serve para Canto Alegretense,
a consagrada msica de Bagre Fagundes, que leva um jeito mais blues na primeira parte e volta ao
seu inconfundvel estilo no segundo ato. Alis, foi Bagre que juntou o pessoal para dizer-lhes que
estavam fazendo rock de galpo.
A fuso foi batizada logo depois que a Cervejaria Dado Bier, em Porto Alegre, criou o projeto Quinta
Gacha. Os roqueiros da Estado das Coisas desenvolviam uma espcie de leitura de alguns cls-
sicos e apresentavam shows no bar do Shopping Bourbon Country em 2006, com a ajuda de con-
vidados. Renato Borghetti foi o primeiro. O segundo a participar foi Neto Fagundes. A brincadeira
gerou um CD no ano passado. Agora, aguarda-se um DVD para setembro.
Estamos resgatando os nossos poetas. A msica gacha de agora no tem poesia. Falta o que dizer.
Estamos fazendo um discurso dentro desta jogada. E o projeto j me levou a tocar em lugares que
eu no tocaria. J toquei e cantei em boates. O pblico vai para cantar, danar e descobre a poesia
da nossa msica , acrescenta Neto.
Aparcio Silva Rillo, Jayme Caetano Braum, Elton Saldanha e Mrio Barbar so poetas que rece-
bem a devida homenagem do rock e do galpo. E toda essa histria de fundir a msica gacha
parece ganhar a ateno de jovens por todo canto. Em Santa Maria, os msicos contam que re-
ceberam visita inusitada. Integrantes da tribo emo foram ao camarim depois de um show pegar
autgrafos e conversar sobre msica. Prova de que o rock convidado de honra no galpo e pode
chegar para a boa charla.
(Fonte: VICTRIA, C., Neto Fagundes e Estado das Coisas releem clssicos do nativismo. Jornal Pioneiro, Caxias do Sul, RS, 30 de julho
de 2008 - Edio n. 10203, reproduzido em pioneiro.clickrbs.com.br Jul 31, by Jos Itaja for everyone e em http://ontgb.multiply.com/
journal/item/55/55, acessado em 20/9/2008, adaptado.)
(a) Empregando os tipos de modos de adaptao propostos por Robert Merton (quadro
7), como voc define a posio dos tradicionalistas-puristas (conformista, inovadora, ritua-
192
192 lista, retrada ou rebelde), frente mistura de msica gacha e rock realizada no projeto
Rock de Galpo? Quais so os fatos que permitem sustentar sua anlise?
QUERO-QUERO
Que que tu queres, quero-quero? Implico s a ronda do pampa com teu bando...
com teu grito que aos tmidos maneia, A noite toda passas denunciando
pois veem fantasmas, de que o pampa rico, cruzada de viajante ou de ndio vago.
quando tu gritas numa noite feia.
E os mistrios das lendas entropilhas,
Aborrecido, quando te ouo, fico, quando gritas na dobra das coxilhas,
e uma grande saudade me esporeia, sentinela perdida do meu pago.
porque dizem que gemem no teu bico
os gachos que morrem na peleia. Manoel do N. Vargas Neto
Fonte: Publicado in Estncia da Poesia Crioula, Antologia da Estncia da Poesia Crioula. Porto Alegre: Sulina, 1970.
VARGAS NETO, Manoel do N. (1903-1977). Poeta regionalista, nasceu em So Borja, bacharel em Cincias Jurdicas e Sociais e jorna-
lista. Publicou, entre outras obras: Tropilha Crioula (1925), Jo (1927) e Gado Chucro (1928).
5.3. Depois de escolher os dois estilos musicais e preparar a apresentao para o concur-
so, analise com seus colegas, utilizando o quadro 9, as caractersticas musicais principais de
cada um dos estilos musicais que vocs escolheram, identificando semelhanas e diferenas
entre esses.
5.4. Durante as apresentaes dos outros colegas, procure registrar no seu Caderno, em
um quadro como o que vem a seguir, as caractersticas de cada estilo apresentado, para a
comparao e discusso de suas semelhanas e diferenas esttico-musicais no grande grupo.
BOA SORTE!!!!
Quadro 9: Como analisar sociologicamente um estilo musical
194
194
Estilo 1:__________ Estilo 2:__________
Quem fez? Compositor(es)/autor(es) e
cantores(as) principais
Caro aluno, para obter informaes sobre a realidade socioeconmica do Rio Grande do Sul e do municpio de sua escola, Voc
e seus colegas podem acessar: o site da Federao das Associaes dos Municpios do Rio Grande do Sul/FAMURGS http://
www.famurs.com.br/; o site da Fundao de Economia e Estatstica do Rio Grande do Sul/FEE http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/
content/resumo/pg_municipios.php; e especialmente consultar o Atlas Socioeconmico do Rio Grande do Sul no site da Secretaria
de Planejamento e Gesto do Estado do Rio Grande do Sul http://www.seplag.rs.gov.br.
Ateno: ao citar textos e dados de pginas da internet em seus trabalhos, lembre-se que obrigatrio sempre indicar os ende-
reos dos sites e as datas do acesso aos mesmos.
6.2. Considerando os direitos das crianas e dos adolescentes definidos pelo ECA e as
informaes e dados apresentados no quadro 10, selecione e anote em seu Caderno de
Aula quais so, no seu entender, os principais problemas enfrentados por adolescentes em
sua localidade. Distinga esses problemas, quando necessrio, por sexo e grupos de idade.
Por exemplo: (1) problemas enfrentados por adolescentes do sexo feminino com idade entre
15 e 17 anos; (2) problemas enfrentados por adolescentes negros com idade entre 15 e 17
anos.
6.3. Considerando suas respostas ao Exerccio 6.2, escreva em seu Caderno de Aula as
medidas que poderiam ser tomadas, em sua localidade, para minorar os problemas enfren-
tados pelos adolescentes hoje. No momento oportuno, apresente esses problemas e essas 197 197
medidas ao grande grupo, justificando suas ideias. Junto com os seus colegas, compare as
listas de problemas identificados, ordenando-os por gravidade. Analise tambm as propos-
tas apresentadas para tentar solucion-los, verificando as suas possibilidades e prioridades
de realizao (por exemplo: conseguir um estgio em uma empresa mais urgente do que
ter um espao para esportes?).
6.4. Neste Exerccio, voc e seus colegas sero convidados a retomar os principais re-
sultados dos Exerccios desenvolvidos nas Partes 2 e 3, visando identificar, luz do Estatuto
da Criana e do Adolescente (ECA), as situaes que podem ser caracterizadas como de
violao dos direitos dos adolescentes. Por exemplo, nos Exerccios 2.2 e 2.3, os quais tm
por referncia as interaes sociais mapeadas na figura 1 O adolescente e seus papis
sociais , foram analisadas tipos de interaes sociais de cooperao, competio ou con-
flito que podem surgir em cada uma das posies de papel-status identificadas, buscando
verificar suas possveis causas e consequncias para a vida cotidiana dos atores sociais
nelas envolvidos.
Algumas das situaes de conflito identificadas no decorrer desses Exerccios, sejam na
famlia, na escola, no trabalho ou na comunidade, podem ser claramente consideradas
como violao de direitos assegurados pelo Estatuto da Criana e do Adolescente, cabendo
discutir e equacionar as medidas passveis de serem adotadas para a sua superao. Quais
so essas situaes? Quais so os atores sociais envolvidos nas mesmas? Que medidas
poderiam ser tomadas para super-las?
6.5. Neste exerccio, voc e seus colegas so convidados a debater a questo dos deve-
res das crianas e dos adolescentes no Brasil no presente. Uma leitura atenta do Estatuto da
Criana e do Adolescente (ECA) revela claramente os direitos destes, bem como os deveres
daqueles pais, responsveis, e autoridades que devem zelar pelos mesmos, cabendo,
todavia, uma explicitao clara dos deveres das crianas e dos adolescentes em seu coti-
diano. Quais so esses deveres? Como e por quem so definidos? Quais as faltas tpicas
que ocorrem frente a esses deveres e quais as sanes passveis de ocorrerem? O texto a
198 seguir, de Maria Regina Fay de Azambuja, Procuradora de Justia do Ministrio Pblico do
198
Rio Grande do Sul com atuao na rea da infncia e juventude, traz respostas a estas
questes.
Leia o texto sobre os deveres das crianas e dos adolescentes, marcando as ideias princi-
pais e os pontos que, no seu entender, merecem ser discutidos em detalhe pelo grande grupo.
No seu entender, quais as regras de convvio e as sanes disciplinares para aqueles que
as descumprirem capazes de garantir na escola um ambiente de liberdade e, ao mesmo
tempo, de respeito ao outro e aos interesses coletivos da comunidade escolar? Responda
a esta pergunta em trabalho de pequeno grupo e, em um segundo momento, apresente as
suas concluses e dvidas para debate no grande grupo.
Para finalizar, voc ser convidado, pelo seu professor, a participar de um balano cole-
tivo dos resultados atingidos no desenvolvimento das tarefas propostas nesta unidade did-
tica de Sociologia sobre papis sociais, identidade social e modos de interao social. Voc
ser convidado tambm para refletir, com base no Estatuto da Criana e do Adolescente e
nas concepes referentes tica Universal e Cultura da Paz da UNESCO, acerca da
situao dos adolescentes e dos jovens no Brasil hoje.
Ensino Mdio
1o ano
Jnio Alves
UNIDADE: TICA O lado prtico da Filosofia
Caro aluno: 201
201
Se alguma rea da Filosofia tem a pretenso de ser prtica, a tica. Ela trata de algu-
mas das mais tocantes e controversas questes da vida. A tica se apresenta como um guia
de como deveramos viver e agir.
Nas atividades aqui propostas, voc vai ver que a tica faz parte da nossa vida. Sempre que
precisamos tomar uma deciso importante, em termos de certo e errado, bom e mau, l temos
uma questo tica. Voc liga a TV e esto frequentemente falando sobre tica na poltica,
tica ambiental, tica no futebol ou tica profissional.
Os filsofos procuram pensar crtica e flexivamente sobre essas questes. O resultados des-
sa investigao filosfica fornecer ferramentas para que possamos pensar e decidir melhor.
Com o apoio do professor, voc vai realizar uma srie de atividades que vo desenvolver
algumas das capacidades relacionadas com a tica. A dica para o bom aproveitamento deste
Caderno participar ativamente em todas as atividades. Ento, ao trabalho!
O que a tica?
Mapa conceitual
Voc sabe o que um mapa conceitual? uma ferramenta grfica, um esquema, que nos
ajuda a pensar.
Para elaborar um que possa ser til para pensar sobre o foco desta aula, tome uma folha em
branco e escreva no centro dela a palavra TICA. Provavelmente, voc j ouviu essa palavra em
diversas ocasies. Lembra onde ou em que situaes essa palavra usada?
Em seguida, escreva palavras ou frases que voc relaciona ou associa com a palavra ti-
ca e v estabelecendo relaes entre essas palavras atravs de setas, linhas, etc. Voc pode
ir acrescentando novas palavras, sempre relacionando-as com outras que voc j escreveu na
folha. O resultado final um esquema. Veja o exemplo abaixo.
RECURSO DIDTICO
TEORIA DE AUSUBEL E VYGOSTSKY
MUDANAS DE PARADIGMAS
DO
DO
PERMITE QUE O
cionar com a palavra tica?
PROFESSOR
ALUNO Repare que no h um esque-
ma correto. Siga as orienta-
es do professor.
DESENVOLVE
AUTONOMIA E AUTOCONFIANA
Mapa conceitual da turma
202
202
Agora, siga as instrues do professor para montar o mapa conceitual da tica que rena
diversas ideias da turma. Depois, copie no seu caderno o mapa conceitual resultante.
A tica ou filosofia moral a rea prtica da filosofia. Ela trata de questes importan-
tes da vida, que dizem respeito ao modo como devemos viver e tratar as outras pessoas. A
tica ou filosofia moral a tentativa de pensar sobre certo e errado, bom e mau.
Vamos imaginar que ns, seres humanos, nascemos equipados com uma espcie de bs-
sola moral. Essa bssola aponta para o BEM: aquilo que se deveria fazer do ponto de vista
moral. Sua funo seria indicar o que CERTO ou ERRADO do ponto de vista moral. Se isso
acontecesse de fato, a bssola de seus colegas apontaria na mesma direo da sua? Leia as
situaes propostas e use sua bssola moral interna para responder s questes apresentadas.
1. Imagine a seguinte situao: voc est em sala de aula e v um colega, Fred, pegar
o trabalho de outra colega, Martina. Quando ela descobre o desaparecimento, pensa que
sua maior inimiga, Paola, a responsvel. Ento comea a culpar Paola. Fred fica calado,
olhando a cena. Quais so os seus sentimentos a respeito? Voc ficaria apenas assistindo? O
que seria correto fazer nessa situao? Justifique sua resposta.
2. O que voc pensa do seguinte argumento: certo que vou fazer algo errado. Mas tanta
gente faz coisa muito pior... Ento, por que no fazer?. Justifique sua resposta.
3. Qual a sua opinio sobre a seguinte afirmao: Quando se tem filhos, sempre imoral
se divorciar? Justifique sua resposta.
A seguir, participe da discusso proposta pelo professor.
A figura da bssola interna da moral serve para ilustrar o que os filsofos chamam de
CONSCINCIA MORAL.
Questes O Anel de Gyges
complementares 203
203
Gyges era um pastor que encontrou no
corpo de um homem morto um misterioso
anel. Ento, num dia em que foi chamado
pelo rei, juntamente com os outros pasto-
res, mexeu no seu anel e, maquinalmente,
girou a pedra. Grande foi sua surpresa ao
constatar que esse simples gesto o tornava
invisvel! Os outros pastores falavam dele
como se estivesse ausente e ningum nota-
va sua presena.
Gyges girou novamente a pedra e rea-
1. Ser que todas as pessoas possuem pareceu aos olhos de todos.
conscincia moral, uma bssola interna que Nos dias seguintes, refez a experincia
aponta para o BEM? Na sua opinio, aqueles e, ento, ficou convencido do poder mgi-
que cometem crimes, como desviar doaes co de seu anel. Imediatamente, sua cabea
que se destinavam a uma populao caren- foi invadida por ms intenes. Ele come-
te, tambm possuem conscincia moral? ou a sentir inveja do rei e das suas rique-
2. Na cultura popular brasileira, diz-se zas. Ento, voltou ao palcio, onde tentou
que uma conscincia tranquila o melhor seduzir a rainha.
travesseiro. O que esse ditado popular sig- Depois, aproveitando-se de sua invisibi-
nifica? lidade, matou o rei e se apossou do trono.
3. Qual a origem da conscincia moral?
Nascemos com ela ou a adquirimos com a Plato, o filsofo que conta essa his-
educao dada pela famlia? Justifique sua tria, prope a seguinte questo: Se
resposta. tivssemos o Anel de Gyges e a cer-
teza de que nunca seramos punidos,
Por que devo ser tico? aproveitaramos para roubar, matar e
fazer tudo o que bem quisssemos?.
Em outras palavras, ser que evitamos
praticar o mal porque pensamos que
mal, ou ser por medo das punies,
por receio do castigo?
Fonte: PIQUEMAL, M. e LAGAUTRIRE, P. Fbulas Filosficas.
So Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007, p. 76-77.
Qual a sua opinio sobre as seguintes questes? Que pontos de vista devem ser coloca-
dos na balana em cada caso? Escreva sua resposta no caderno, justificando sua posio.
1. Reconheo que mentir na entrevista de emprego eticamente inaceitvel, mas mesmo
assim precisei mentir para conseguir o emprego.
2. Um pai, sem dinheiro, pode aproveitar o descuido do farmacutico para levar o re-
mdio para a filha.
3. Vou votar neste candidato porque ele me prometeu um rancho.
4. No Brasil, vale o princpio de levar vantagem em tudo.
Jogo: O dilema do prisioneiro
Dois suspeitos, A e B, so presos pela polcia, que no tem provas suficientes para conden- 205
205
los, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros,
confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silncio, o que confessou
sai livre, enquanto o cmplice silencioso cumpre 10 anos de sentena. Se ambos ficarem em
silncio, a polcia s pode conden-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos trarem o
comparsa, cada um leva 5 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua deciso sem saber que
deciso o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da deciso do outro. A questo que o dilema
prope : o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir?
Um dilema, no sentido tico, uma situao difcil e complexa na qual se colocam deman-
das contraditrias. As duas opes do dilema tm consequncias negativas, mas voc precisa
escolher. Portanto, a deciso precisa ser bem refletida.
Observe os dois dilemas ticos que seguem:
1. O CASO DO MAQUINISTA
?
Imagine a seguinte situao: Voc o responsvel pelo controle dos trilhos em uma ferrovia. Um
trem eltrico, em alta velocidade, perde subitamente seus freios e voc percebe o movimento descontro-
lado do trem. No limite, voc pode alterar a linha que o trem est percorrendo. Para agravar a situao,
h problemas em ambas as rotas que o trem percorrer. Assim, se voc no fizer nada, o trem seguir
em linha reta e se chocar com cinco pessoas. Por outro lado, se desvi-lo, ele se chocar com uma
pessoa. O que voc faria nesta situao? Justifique sua deciso.
A TICA se apresenta como um guia de como deveramos viver e agir. H trs teorias
principais em tica normativa (a parte da tica que trata do modo como as pessoas deveriam
se comportar): a tica baseada no dever, a tica baseada na consequncia e a tica baseada
na virtude.
O consequencialismo diz que temos apenas um dever bsico: fazer aquilo que
tiver as melhores consequncias.
Atividade
Frmula:
Utilitarismo clssico
Devemos fazer qualquer coisa que maximize o equilbrio do benefcio (bem) sobre o
dano (mal) para todos os afetados por nossa ao.
O utilitarismo clssico diz que devemos sempre fazer aquilo que maximize o equilbrio
do benefcio sobre o dano para todos os afetados por nossa ao. Mas o que maximi-
zar? Colocar os prs e contras numa balana e buscar aumentar o positivo e dimi-
nuir o negativo!
Confcio (551 a.C. - 489 a.C.): Aquilo que no desejas para ti, tambm no o
faas s outras pessoas.
Rabi Hillel (60 a.C. - 10 d.C.): No faas aos outros o que no queres que te fa-
am. Rabi Hillel, Sabbat 31
Jesus Cristo (30 d.C.): Tudo o que vocs quiserem que as pessoas faam a vocs,
faam-no tambm a elas. Mateus 7,12 e Lucas 6,31
Exemplos
Estas teorias enfatizam que cada um de ns tem certos deveres aes que devemos ou
no devemos executar.
Agir de forma tica significa cumprir nosso dever.
A ideia central que algumas aes so certas ou erradas de maneira absoluta, no
importando quais so as consequencias.
Por exemplo, matar errado de forma absoluta, no importa quem vtima e que bene-
fcios sua morte poderia trazer.
Navio afundando
O navio de Guerra Northern Spirit foi
torpedeado na casa de mquinas e co-
mea a afundar rapidamente. Abando-
nar navio!, gritou o capito Flintheart,
mas poucos botes salva-vidas esto in-
tactos. Um bote, perigosamente lotado,
luta para afastar-se das ondas do na-
vio que est afundando, com Flintheart
a bordo. Das guas frias e escuras do
Atlntico ao redor, chegam os gritos e
pedidos desesperados dos marinheiros,
pedindo para serem regatados.
Sabendo que o risco do pequeno bote afundar com o peso grande, eles deveriam resga-
tar mais marinheiros?
Ainda afundando...
O capito Flintheart ainda est no comando e, de dentro do bote, grita uma ordem: No
parem, remem com toda a fora. Do fundo do bote, um marinheiro grita: Assassino
sem piedade!, e outro diz: O capito deve afundar com o navio, covarde!. Mas eles
continuam remando, porque esto acostumados a obedecer ordens. Nesse momento, um
marinheiro nas guas luta para se pendurar na borda do bote salva-vidas. Ele grita So-
corro, me ajudem, o Tom, o garoto que trabalhava como assistente, na cozinha... Com
muito esforo, ele consegue se agarrar na borda com suas mos congelando. Empurra
ele para fora!, grita Flintheart para o cozinheiro Bert, o homem mais prximo de Tom, ou
vamos todos morrer!.
Ele deve obedecer?
Fonte: COHEN, Martin. 101 ethical dilemmas. Londres: Routledge, 2003.
A tica de KANT
Immanuel Kant foi um filsofo alemo que viveu no sc. XVIII, no perodo iluminista. Ele enfatizava
que a vida tica estava centrada no dever.
H duas concepes do dever que precisamos diferenciar.
De um lado, temos o dever entendido como seguir ordens. Por exemplo, os deveres
que o soldado tem em relao a seus superiores. Este um dever externo e imposto por
outros.
O modelo de Kant de dever o considera como uma obrigao autoimposta. Aqui
o dever interno: eu, livremente, me imponho o dever de ser tico. Ningum est me
mandando, a no ser minha conscincia tica. Por exemplo, um gari devolve o dinheiro
que encontrou numa maleta porque ele entende que esse seu dever. Este tipo de dever
moralmente superior ao outro.
Cinco princpios da tica do dever elaborada por Kant:
212
212 Observe um caso simples, para esclarecer estes princpios: Silva reparou que uma pessoa
que saa da sua pequena loja deixou cair uma nota de R$ 50. Ele pegou a nota e...
Avaliemos trs decises possveis de Silva:
a) Ficou com os R$ 50,00.
b) Devolveu os R$ 50,00 para ficar bem visto e ganhar reputao de honesto.
c) Devolveu os R$ 50,00 pelo simples fato de pertencerem ao cliente.
3. Princpio do Dever. Age apenas por dever e no segundo quaisquer interesses, motivos
ou fins. Analise as trs opes de Silva, de acordo com este princpio.
a)
b)
c)
4. Princpio do Respeito. Sempre trate outro ser humano como um fim em si mesmo, e
no o use como um meio. Por exemplo, no seria tico criar um clone s para usar seus
rgos. Analise as trs opes de Silva, de acordo com este princpio.
a)
b)
c)
5. Princpio da Publicidade. Aja como se sempre tivesse que explicar sua ao na televi-
so. Analise as trs opes de Silva, de acordo com este princpio.
a)
b)
c)
Fonte: Baseado em SAMEIRO, Jlio. Kant: o princpio da ao moral. http://www.filedu.com/jsameirokantoprincipiomoral.html, 2006.
Valores e virtudes
213
213
Os valores orientam a nossa vida e influenciam as nossas decises, determinando o
que pensamos acerca do que melhor ou pior. Muitas vezes, ouvimos as pessoas fazerem
afirmaes acerca dos valores que aceitam. Podem dizer, por exemplo, que a honestidade,
o respeito e a amizade so os valores que prezam acima de tudo. O que querem dizer
que essas so ideias que norteiam a sua vida, levando-as a realizar determinadas aes e
a preferir determinadas coisas.
(...)Temos valores dos mais diversos gneros e no fcil classific-los, mas muitos dos
mais importantes esto associados a trs domnios: a tica, que diz respeito ao modo
como devemos agir e relacionar-nos com os outros, a esttica, isto , o domnio do belo
e da arte, e a religio, na qual o homem procura desenvolver a sua vida espiritual atravs
do contato com entidades sagradas. Como exemplos de valores ticos podemos indicar a
generosidade, a liberdade e a justia. Entre os valores estticos, destacam-se a beleza, a
harmonia, a unidade, a elegncia, a originalidade e o prazer desinteressado. No domnio
da religio, a f e o sagrado contam-se entre os valores mais importantes.
Fonte: ALMEIDA, Aires; TEIXEIRA, Clia; e outros. A Arte de Pensar, 10 ano, Lisboa: Didctica Editora, 2007.
Hierarquia de valores
Abaixo esto relacionados 24 valores dispostos em ordem alfabtica. Sua tarefa indicar a
importncia que eles tm para voc como princpios orientadores da SUA VIDA.
Estude a lista cuidadosamente, e destaque o valor que lhe parece o mais importante de
todos. Escreva 1 esquerda do mesmo. A seguir, destaque o valor que o segundo em
importncia para voc e escreva 2 esquerda. Faa o mesmo para cada um dos valores
restantes. Depois, escreva a sua hierarquia de valores, de 1 a 24. O resultado final deve
mostrar como voc pensa realmente.
___ AMIZADE ___ LIBERDADE
___ AMOR ___ PATRIOTISMO
___ AUTORRESPEITO ___ PAZ
___ BELEZA ___ PRAZER
___ CONFORTO ___ RECONHECIMENTO SOCIAL
___ DINHEIRO ___ RELIGIO
___ EQUILBRIO INTERIOR ___ RESPEITO NATUREZA
___ FAMLIA ___ SABEDORIA
___ FELICIDADE ___ SEXO
___ FIDELIDADE ___ SADE
___ HONESTIDADE ___ SOLIDARIEDADE
___ IGUALDADE ___ VIDA EXCITANTE
Fonte: www.uebrn.com.br/site/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=34&Itemid=55
tica aplicada
A tica aplicada uma das reas onde as teorias da filosofia demonstram a sua fecundida-
de como instrumento de abordagem a alguns dos grandes problemas da humanidade. Alguns
casos de tica aplicada so:
A noo de igualdade A fome no mundo
Os direitos dos animais O problema dos refugiados
A pesquisa com clulas-tronco A tica do meio ambiente
A clonagem Os cdigos de tica profissionais
A eutansia A paz mundial
O aborto
Cdigo de tica
Encantar nossos clientes com nossa postura ntegra, mantendo inabalvel nosso esprito
de servir.
Tratar com respeito as pessoas, sejam elas clientes, empregados ou terceiros, tendo a
humildade como direcionadora de nossas aes.
Incentivar para que haja prticas trabalhistas justas, tanto para nossos empregados
quanto para nossos fornecedores.
Cumprir as leis e os regulamentos aplicveis aos nossos negcios e nossa conduta
comercial nos pases onde atuamos.
Atuar com vigor para evitar todos os conflitos de interesses entre o trabalho e os assuntos
pessoais.
Dar especial ateno s nossas responsabilidades sociais.
Agir com honestidade e justia para que possamos ser dignos de confiana das pessoas
com as quais nos relacionamos.
Tornar e manter nosso local de trabalho seguro, com nfase especial proteo ao meio
ambiente.
Assegurar que em nosso meio no haja discriminaes de origem, raa, credo, cor,
sexo, incapacidade fsica ou qualquer forma de preconceito social.
Manter uma cultura na qual a conduta tica seja reconhecida, valorizada e tomada
como exemplo por todos os membros da comunidade TAM.
http://www.mzweb.com.br/Tam/web/conteudo_pt.asp?idioma=0&tipo=5405&conta=28
Mapa conceitual
Refaa o mapa conceitual individual do primeiro encontro. Repare nas novas relaes que
voc capaz de fazer e nos novos conceitos que voc adquiriu. Ao concluir, entregue-o para
o professor