TEA - Transtorno Do Espectro Autista Ou Autismo: Causas e Tratamento
TEA - Transtorno Do Espectro Autista Ou Autismo: Causas e Tratamento
TEA - Transtorno Do Espectro Autista Ou Autismo: Causas e Tratamento
Sabemos agora que não há um autismo, mas muitos tipos, causados por
diferentes combinações de influências genéticas e ambientais. O termo
“espectro” reflete a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por
cada pessoa com autismo.
O Autismo
O autismo é apenas um dos transtornos que integram o quadro de Transtorno
do Espectro Autista (TEA). O TEA foi definido pela última edição do DSM-V
como uma série de quadros (que podem variar quanto à intensidade dos
sintomas e prejuízo gerando na rotina do indivíduo).
1. Comunicação e interação social.
2. Padrões restritos e repetitivos de comportamento.
Sabemos que não há uma única causa de autismo. Pesquisas sugerem que o
autismo se desenvolve a partir de uma combinação de influências genéticas e
não genéticas, ou ambientais.
Risco aumentado:
Idade avançada dos pais (qualquer dos pais)
Gravidez e complicações no parto (por exemplo, prematuridade extrema
[antes de 26 semanas], baixo peso ao nascer, gestações múltiplas
[dupla, tripleto, etc.])
Gravidez com espaçamento inferior a um ano
Risco diminuído:
Vitaminas pré-natais contendo ácido fólico, antes e durante a concepção
e durante a gravidez
Inclusão Social
Com o diagnóstico conclusivo é possível exigir o cumprimento de direitos como
a inclusão nas escolas. Por lei, a criança com Transtorno do Espectro Autista
tem direito a um professor-acompanhante em sala de aula, por exemplo.
A inclusão de crianças autistas nas escolas é fundamental e garantida por lei.
Fontes:
Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais 5.ª edição (2013)
Site:
https://www.autismspeaks.org
Vídeos
DOENÇAS E SINTOMAS
TIPOS DE AUTISMO
INCIDÊNCIA DO AUTISMO
Não faz muito tempo, o autismo era considerado uma condição rara, que atingia uma em
cada 2 mil crianças. Hoje, as pesquisas mostram que uma em cada cem crianças
(algumas pesquisas indicam que o transtorno é ainda mais frequente) pode ser
diagnosticada com algum grau do espectro, que afeta mais os meninos do que as
meninas. Em geral, o transtorno se instala nos três primeiros anos de vida, quando
os neurônios que coordenam a comunicação e os relacionamentos sociais deixam de
formar as conexões necessárias.
CAUSAS DO AUTISMO
TRATAMENTO DO AUTISMO
O diagnóstico de autismo traz sempre sofrimento para a família inteira. Por isso, as
pessoas envolvidas – pais, irmãos, parentes – precisam conhecer as características do
espectro e aprender técnicas que facilitam a autossuficiência e a comunicação da criança
e o relacionamento entre todos que com ela convivem.
Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de
desequilíbrio para toda a família. Por isso, todos os envolvidos precisam de
atendimento e orientação especializados;
É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem
estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;
Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é
importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;
Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas
regulares, as limitações que o transtorno provoca devem ser respeitadas. Há casos em
que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais
individualizado;
Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas
do conhecimento com características de genialidade.
Não! Isso é fake news. Não há evidência de uma associação causal entre a vacina
contra sarampo, caxumba e rubéola e o transtorno do espectro autista. Estudos
anteriores que sugerem uma ligação causal estavam marcados por erros metodológicos
(o médico responsável por tais estudos inclusive teve seu registro cassado). Também
não há evidências de que qualquer outra vacina infantil possa aumentar o risco do
transtorno do espectro autista. Ao contrário: as revisões sobre a relação entre o
conservante timerosal ou os adjuvantes de alumínio contidos em vacinas inativadas
e a possibilidade de desenvolvimento do transtorno concluíram firmemente que
não há risco algum.
Não, o autismo não tem cura. A substância conhecida como MMS é um alvejante usado
industrialmente, semelhante à água sanitária. Nada que você deva dar para seu
filho. Leia mais sobre ele aqui.
Depende do grau do transtorno. Com frequência, os autistas com grau leve são muito
inteligentes, somente são sensíveis a mudanças súbitas, o que faz com que possam ter
uma vida bem próxima da normalidade. Alguns podem viver anos sem receber o
diagnóstico, e não raro, são confundidos com pessoas que são apenas muito tímidas. Em
graus mais graves, porém, que implicam em grande dificuldade de relacionamento, pode
haver comprometimento da qualidade de vida que exige acompanhamento
especializado.
Não. Autismo não tem cura. Medicamentos são prescritos na presença de agressividade
e de outras doenças paralelas, como depressão e ansiedade.
O que é autismo?
Gráfico de prevalência de autismo nos EUA, com dados bianuais do CDC – CDC
(Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo norte-americano)
Tratamento e sinais
Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade,
até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar
o tratamento o quanto antes — mesmo que ainda seja apenas uma suspeita clínica,
ainda sem diagnóstico fechado —, pois quanto antes comecem as intervenções,
maiores são as possibilidade de melhorar a qualidade de vida da pessoa. O
tratamento psicológico com mais evidência de eficácia, segundo a Associação
Americana de Psiquiatria, é a terapia de intervenção comportamental — aplicada
por psicólogos. A mais usada delas é o ABA (sigla em inglês para Applied Behavior
Analysis — em português, análise aplicada do comportamento). O tratamento para
autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes
podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre
outros profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um
mediador pode trazer grandes benefícios, no aprendizado e na socialização.
A seguir, relacionamos alguns sinais de autismo. Apenas três deles presentes numa
criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para se consultar um médico
neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude. Testes como o M-
CHAT (inclusive a versão em português) estão disponíveis na internet para serem
aplicados por profissionais.
O que é o Autismo?
Assista ao vídeo.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento
neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: Autismo
Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento,
Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra
especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência
mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar
déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não
verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de
comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade
a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas
cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem
particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum
em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a
pessoa por todas as etapas da vida.
Entenda
As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica sempre
concentrou esforços no estudo da predisposição genética, analisando mutações
espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética
passada de pais para filhos. No entanto, já há evidências de que as causas hereditárias
explicariam apenas metade do risco de desenvolver TEA. Fatores ambientais que
impactam o feto, como estresse, infecções, exposição a substâncias tóxicas, complicações
durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos teriam o mesmo peso na possibilidade de
aparecimento do distúrbio.
Características
Diagnóstico
Tratamentos
O TEA afeta o comportamento do indivíduo, e os primeiros sinais podem ser notados em
bebês de poucos meses. No geral, uma criança do espectro autista apresenta os
seguintes sintomas:
Dificuldade para interagir socialmente, como manter o contato visual, expressão
facial, gestos, expressar as próprias emoções e fazer amigos;
Dificuldade na comunicação, optando pelo uso repetitivo da linguagem e bloqueios
para começar e manter um diálogo;
Alterações comportamentais, como manias, apego excessivo a rotinas, ações
repetitivas, interesse intenso em coisas específicas, dificuldade de imaginação e
sensibilidade sensorial (hiper ou hipo).
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 rotula estes distúrbios
como um espectro justamente por se manifestarem em diferentes níveis de intensidade.
Uma pessoa diagnosticada como de alta funcionalidade apresenta prejuízos leves, que
podem não a impedir de estudar, trabalhar e se relacionar. Um portador de média
funcionalidade tem um menor grau de independência e necessita de algum auxílio para
desempenhar funções cotidianas, como tomar banho ou preparar a sua refeição. Já o
paciente de baixa funcionalidade vai manifestar dificuldades graves e costuma precisar
de apoio especializado ao longo da vida.
Por outro lado, o diagnóstico de TEA pode ser acompanhado de habilidades
impressionantes, como facilidade para aprender visualmente, muita atenção aos detalhes
e à exatidão; capacidade de memória acima da média e grande concentração em uma
área de interesse específica durante um longo período de tempo.
Cada indivíduo dentro do espectro vai desenvolver o seu conjunto de sintomas variados e
características bastante particulares. Tudo isso vai influenciar como cada pessoa se
relaciona, se expressa e se comporta.
Marcos Históricos
Pesquisadores e médicos de todo o mundo estudam o autismo há mais de 100
anos. Perseverança, compromisso com a ciência e compaixão com as crianças
autistas permeiam a história das descobertas que melhoraram a vida destes
pacientes. Conheça os principais pontos desta caminhada.
O que é o Autismo?
MARCOS HISTÓRICOS
O termo autismo foi criado em 1908 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler
para descrever a fuga da realidade para um mundo interior observado
em pacientes esquizofrênicos. Veja abaixo outros pontos fundamentais
da história do autismo.
1943
O psiquiatra Leo Kanner publica a obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”,
descrevendo 11 casos de crianças com “um isolamento extremo desde o início da
vida e um desejo obsessivo pela preservação da mesmices”. Ele usa o termo
“autismo infantil precoce”, pois os sintomas já eram evidentes na primeira infância,
e observa que essas crianças apresentavam maneirismos motores e aspectos não
usuais na comunicação, como a inversão de pronomes e a tendência ao eco.
1944
Hans Asperger escreve o artigo “A psicopatia autista na infância”, destacando a
ocorrência preferencial em meninos, que apresentam falta de empatia, baixa
capacidade de fazer amizades, conversação unilateral, foco intenso e movimentos
descoordenados. As crianças são chamadas de pequenos professores, devido à
habilidade de discorrer sobre um tema detalhadamente. Como seu trabalho foi
publicado em alemão na época da guerra, o relato recebeu pouca atenção e, só
em 1980, foi reconhecido como um pioneiro no segmento.
1952
A Associação Americana de Psiquiatria publica a primeira edição do Manual
Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais DSM-1. Referência mundial para
pesquisadores e clínicos do segmento, este manual fornece as nomenclaturas e os
critérios padrão para o diagnóstico dos transtornos mentais estabelecidos. Nesta
primeira edição, os diversos sintomas de autismo eram classificados como um
subgrupo da esquizofrenia infantil, não sendo entendido como uma condição
específica e separada.
Anos 50 e 60
Durante os anos 50, houve muita confusão sobre a natureza do autismo, e a
crença mais comum era de que o distúrbio seria causado por pais emocionalmente
distantes (hipótese da “mãe geladeira”, criada por Leo Kanner). No entanto, nos
anos 60, crescem as evidências sugerindo que o autismo era um transtorno
cerebral presente desde a infância e encontrado em todos os países e grupos
socioeconômicos e étnico-raciais. Leo Kanner tentou se retratar e, mais tarde a
teoria mostrou-se totalmente infundada.
1965
Diagnosticada com Síndrome de Asperger, Temple Grandin cria a “Máquina do
Abraço”, aparelho que simulava um abraço e acalmava pessoas com autismo. Ela
revolucionou as práticas de abate para animais e suas técnicas e projetos de
instalação são referências internacionais. Além de prestar consultoria para a
indústria pecuária em manejo, instalações e cuidado de animais, Temple Grandin
ministra palestras pelo mundo todo, explicando a importância de ajudar crianças
com autismo a desenvolver suas potencialidades.
1978
O psiquiatra Michael Rutter classifica o autismo como um distúrbio do
desenvolvimento cognitivo, criando um marco na compreensão do transtorno. Ele
propõe uma definição com base em quatro critérios:
1980
A definição inovadora de Michael Rutter e a crescente produção de pesquisas
científicas sobre o autismo influenciam a elaboração do DSM-3. Nesta edição do
manual, o autismo é reconhecido pela primeira vez como uma condição específica
e colocado em uma nova classe, a dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento
(TID). Este termo reflete o fato de que múltiplas áreas de funcionamento do
cérebro são afetadas pelo autismo e pelas condições a ele relacionadas.
1981
A psiquiatra Lorna Wing desenvolve o conceito de autismo como um espectro e
cunha o termo Síndrome de Asperger, em referência à Hans Asperger. Seu
trabalho revolucionou a forma como o autismo era considerado, e sua influência foi
sentida em todo o mundo. Como pesquisadora e clínica, bem como mãe de uma
criança autista, ela defendeu uma melhor compreensão e serviços para indivíduos
com TEA e suas famílias. Fundou a National Autistic Society, juntamente com
Judith Gold, e o Centro Lorna Wing.
1988
O psicólogo Ivar Lovaas publica um estudo sobre a análise do comportamento,
demonstrando os benefícios da terapia comportamental intensiva. Dezenove
crianças autistas entre 4 e 5 anos foram submetidas a 40 horas de atendimento e,
depois de dois anos, o QI delas havia aumentado 20 pontos em média. Durante os
anos 1980 e 1990, a terapia comportamental e os ambientes de aprendizagem
altamente controlados emergem como os principais tratamentos para o autismo e
condições relacionadas.
1988
Sucesso de bilheteria, Rain Man torna-se um dos primeiros filmes comerciais a
caracterizar um personagem com autismo. Embora o filme tenha sido fundamental
para aumentar a conscientização e sensibilizar a opinião pública sobre o
transtorno, ele também contribuiu para a interpretação incorreta de que todas as
pessoas com TEA também possuem habilidades “savant” (disfunção cerebral rara
em que a pessoa apresenta aptidões altamentes desenvolvidas em certas áreas).
1994
Novos critérios para o autismo foram avaliados em um estudo internacional
multicêntrico, com mais de mil casos analisados por mais de 100 avaliadores
clínicos. Os sistemas do DSM-4 e da CID-10 (Classificação Estatística
Internacional de Doenças) tornaram-se equivalentes para evitar confusão entre
pesquisadores e clínicos. A Síndrome de Asperger é adicionada ao DSM,
ampliando o espectro do autismo, que passa a incluir casos mais leves, em que os
indivíduos tendem a ser mais funcionais.
1998
A revista Lancet publicou um artigo do cientista Andrew Wakefield, no qual
afirmava que algumas vacinas poderiam causar autismo. Este estudo foi
totalmente desacreditado por outros cientistas e descartado. Em maio de 2014, o
cientista perdeu seu registro médico. A revista Lancet também se retratou e retirou
o estudo de seus arquivos pela falta de comprovação dos resultados. Mais de 20
estudos seguintes mostraram que a associação da vacina ao autismo não tem
fundamento. Saiba mais no blog.
2007
A ONU instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do
Autismo para chamar atenção da população em geral para importância de
conhecer e tratar o transtorno, que afeta cerca de 70 milhões de pessoas no
mundo todo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Em 2018, o 2 de abril
passa a fazer parte do calendário brasileiro oficial como Dia Nacional de
Conscientização sobre o Autismo.
2012
É sancionada, no Brasil, a Lei Berenice Piana (12.764/12), que instituiu a Política
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Este foi um marco legal relevante para garantir direitos aos portadores de TEA. A
legislação determina o acesso a um diagnóstico precoce, tratamento, terapias e
medicamento pelo Sistema Único de Saúde; à educação e à proteção social; ao
trabalho e a serviços que propiciem a igualdade de oportunidades.
2013
O DSM-5 passa a abrigar todas as subcategorias do autismo em um único
diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os indivíduos são agora
diagnosticados em um único espectro com diferentes níveis de gravidade. A
Síndrome de Asperger não é mais considerada uma condição separada e o
diagnóstico para autismo passa a ser definido por dois critérios: as deficiências
sociais e de comunicação e a presença de comportamentos repetitivos e
estereotipados.
2014
O maior estudo já realizado sobre as causas do autismo revelou que os fatores
ambientais são tão importantes quanto a genética para o desenvolvimento do
transtorno. Isto contrariou estimativas anteriores, que atribuíam à genética de 80%
a 90% do risco do desenvolvimento de TEA. Foram acompanhadas mais de 2
milhões de pessoas na Suécia entre 1982 e 2006, com avaliação de fatores como
complicações no parto, infecções sofridas pela mãe e o uso de drogas antes e
durante a gravidez.
2015
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.145/15) cria o Estatuto
da Pessoa com Deficiência, que aumenta a proteção aos portadores de TEA ao
definir a pessoa com deficiência como “aquela que tem impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial”. O Estatuto é um símbolo
importante na defesa da igualdade de direitos dos deficientes, do combate à
discriminação e da regulamentação da acessibilidade e do atendimento prioritário.
Transtornos do espectro
autista
Por
Etiologia
A causa específica, na maioria das vezes, dos transtornos do espectro do autismo
permanece elusiva. Entretanto, alguns casos ocorrem com a síndrome da rubéola
congênita, doença de inclusão citomegálica , fenilcetonúria, complexo esclerose
tuberosa ou síndrome do X frágil .
Fortes evidências levam a componentes genéticos. Pais de uma criança com transtornos
do espectro autista têm risco 50 a 100 vezes maior de ter outro filho com transtorno do
espectro do autismo. A taxa de concordância em gêmeos monozigóticos do autismo é
elevada. Pesquisas sobre famílias sugeriram várias potenciais áreas de genes alvo,
incluindo aquelas relacionadas aos receptores de neurotransmissores ( serotonina e
ácido gama-aminobutírico [GABA]) e controle estrutural do SNC (genes HOX). Houve
suspeitas de causas ambientais, mas elas não foram provadas. Há fortes evidências de
que vacinas não causam autismo, e o estudo preliminar que sugeriu essa associação foi
desconsiderado porque seu autor falsificou dados (ver também vacina contra MMR e
autismo ).
As diferenças na estrutura e função cerebrais provavelmente formam a base da etiologia
dos transtornos do espectro autista. Algumas crianças com transtornos do espectro do
autismo têm aumento dos ventrículos, algumas apresentam hipoplasia do vérmis
cerebelar e outras têm anormalidades dos núcleos do tronco cerebral.
Sinais e sintomas
Transtornos do espectro do autismo podem se manifestar durante o primeiro ano de
vida, mas, dependendo da gravidade dos sintomas, o diagnóstico só ser claro na idade
escolar.
Essas duas características devem estar presentes em uma idade jovem (embora possam
não ser reconhecidas naquele momento) e devem ser graves o suficiente para prejudicar
significativamente a capacidade da criança de conviver em casa, na escola ou em outras
situações. As manifestações devem ser mais pronunciadas do que o esperado para o
nível de desenvolvimento da criança e ajustadas às normas nas diferentes culturas.
Adesão inflexível a rotinas e/ou rituais (p. ex., sentir aflição extrema em
pequenas mudanças nas refeições ou roupas, ter rituais de saudação
estereotipados)
Algumas crianças se autoagridem. Cerca de 25% dos afetados têm perda das
habilidades adquiridas anteriormente.
Todas as crianças com um transtorno do espectro autista têm problemas pelo menos
alguma dificuldade com a interação, comportamento e comunicação; entretanto, a
gravidade dos problemas varia significativamente.
Uma das teorias atuais comumente defendida afirma que o problema fundamental do
espectro do transtorno do autismo é a "cegueira mental", ou seja, a inabilidade de
imaginar o que a outra pessoa possa estar pensando. Admite-se que esta dificuldade
resulte em interações anômalas, que, por sua vez, levam ao desenvolvimento anormal
da linguagem. Um dos marcadores mais precoces e sensíveis para o autismo é a
inabilidade de uma criança de 1 ano de idade apontar objetos à distância de maneira
comunicativa. A hipótese é de que a criança não consegue imaginar que outra pessoa
entenda o que está sendo indicado; no lugar disto, a criança indica o desejado objeto
apenas pelo toque físico ou usando a mão do adulto como ferramenta. Pesquisas
recentes também sugerem que diferenças no processamento sensorial estão por trás
das diferenças na interação e comunicação sociais presentes em crianças pequenas
com transtornos do espectro do autismo.
Fonoterapia
Terapia medicamentosa
Pontos-chave
As crianças têm alguma combinação caracterizada por deficiente interação
e comunicação social, padrões estereotipados e repetitivos de
comportamento e desenvolvimento intelectual irregular, frequentemente com
retardo mental.
Não são claros os avanços epidemiológicos da doença, mas fatores ambientais, sociais
e genéticos já foram considerados, bem como idade dos país na concepção,
negligência infantil, exposição medicamentosa ou a drogas no período pré-natal, pelo
fator teratogênico, baixo peso e prematuridade.
Leia também: Animais de estimação robóticos no tratamento de crianças com
autismo e idosos
Sinais de alerta
Seis meses: poucas expressões faciais, baixo contato ocular, ausência de
sorriso social e pouco engajamento sociocomunicativo;
Nove meses: não faz parte de turno participativo, não balbucia, não olha
quando chamado, não olha pra onde o adulto aponta, imitação pouca ou ausente;
12 meses: ausência de balbucios, não apresenta gestos convencionais como
abanar para dar tchau, não fala mamãe ou papai, ausência de atenção
compartilhada;
Em qualquer idade: perdeu habilidades.
Síndrome de Asperger
A síndrome de Asperger está classificada dentro do TEA. Pessoas com esse diagnóstico
apresentam sintomas mais tardios, uma vez que esses sintomas excluem problemas
iniciais com a linguagem verbal e cognição. Geralmente apresentam dificuldade de
sustentar o olhar e poucas expressões faciais. Habilidades supranormais podem ser
identificadas em muitos dessas crianças.
Triagem MCHAT-R
2. Alguma vez você já se perguntou se sua criança poderia ser surda? Sim
Sua criança brinca de faz-de-conta? (Por exemplo, finge que está bebendo em um copo vazio ou
3. Sim
falando ao telefone, ou finge que dá comida a uma boneca ou a um bicho de pelúcia?)
4. Sua criança gosta de subir nas coisas? (Por exemplo, móveis, brinquedos de parque ou escadas) Sim
Sua criança faz movimentos incomuns com os dedos perto dos olhos? (Por exemplo, abana os
5. Sim
dedos perto dos olhos?)
Sua criança aponta com o dedo para pedir algo ou para conseguir ajuda? (Por exemplo, aponta
6. Sim
para um alimento ou brinquedo que está fora do seu alcance?)
Sua criança aponta com o dedo para lhe mostrar algo interessante? (Por exemplo, aponta para
7. Sim
um avião no céu ou um caminhão grande na estrada?)
Sua criança interessa-se por outras crianças? (Por exemplo, sua criança observa outras crianças,
8. Sim
sorri para elas ou aproxima-se delas?)
Sua criança mostra-lhe coisas, trazendo-as ou segurando-as para que você as veja – não para
9. obter ajuda, mas apenas para compartilhar com você? (Por exemplo, mostra uma flor, um bicho Sim
de pelúcia ou um caminhão de brinquedo?)
Sua criança responde quando você a chama pelo nome? (Por exemplo, olha, fala ou balbucia ou
10. Sim
para o que está fazendo, quando você a chama pelo nome?)
11. Quando você sorri para sua criança, ela sorri de volta para você? Sim
Sua criança fica incomodada com os ruídos do dia a dia? (Por exemplo, sua criança grita ou
12. Sim
chora com barulhos como o do aspirador ou de música alta?)
14. Sua criança olha você nos olhos quando você fala com ela, brinca com ela ou veste-a? Sim
Sua criança tenta imitar aquilo que você faz? (Por exemplo, dá tchau, bate palmas ou faz sons
15. Sim
engraçados quando você os faz?)
Se você virar a sua cabeça para olhar para alguma coisa, sua criança olha em volta para ver o
16. Sim
que é que você está olhando?
Sua criança busca que você preste atenção nela? (Por exemplo, sua criança olha para você para
17. Sim
receber um elogio ou lhe diz “olha” ou “olha para mim”?)
Sua criança compreende quando você lhe diz para fazer alguma coisa? (Por exemplo, se você
18. Sim
não apontar, ela consegue compreender “ponha o livro na cadeira” ou “traga o cobertor”?)
Quando alguma coisa nova acontece, sua criança olha para o seu rosto para ver sua reação?
19. (Por exemplo, se ela ouve um barulho estranho ou engraçado, ou vê um brinquedo novo, ela Sim
olha para o seu rosto?)
Sua criança gosta de atividades com movimento? (Por exemplo, ser balançada ou pular nos
20. Sim
seus joelhos?)
MCHAT-R/F
O MCHAT-R/F é construído para ser utilizado com o MCHAT-R, a ideia é utilizar para
rastreio em crianças entre 16 e 30 meses ou nos casos de pontuação entre 3-7 do
MCHAT-R. O MCHAT R-F possui os mesmos itens do MCHAT-R no entanto, as respostas
devem ser passa ou falha, não sendo apenas sim ou não. Nos itens em que a criança
falhou deve ser feita a entrevista completa encontrada neste link!
Se a entrevista tiver resultado positivo, encontrando falhas em qualquer item na
entrevista de seguimento então deve a família ser encaminhada para consulta com
especialista e já orientada sobre estimulação diária à criança. Os profissionais e os pais
que permanecerem na dúvida de qualquer resultado do teste devem buscar outros
tipos de avaliação. A utilização dos instrumentos devem ser realizadas acompanhados
de uma avaliação clínica. Todas as informações trazidas pelos familiares devem ser
consideradas.