Notas de Aula de Algebra Comuta - Perez, V. H. J - PDF
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/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/M / 0,
Notas de Aula de
Álgebra Comutativa II
Victor Hugo Jorge Pérez
F( fi ) F( fi−1 ) F( fi−2 ) F( f0 )
F(βi ) F(βi−1 ) F(βi−2 ) F(β1 )
F(Q•,N ) : · · · / F(Qi ) / F(Ni−1 ) / F(Qi−2 ) / ··· / F(Q0 ) /0
Primeira impressão-ICMC-USP Dezembro 2016
Conteúdo
I Parte I
1 Um pouco de álgebra homológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1 Lembrando alguns fatos sobre módulos 13
1.2 Conceitos básicos de álgebra homológica 15
1.2.1 Funtores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2.2 Sequências exatas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2.3 COLOCAR AQUI PROPRIEDEADES RESPEITO A ESTA SEçÃo . . . . . . . . . . . . 19
1.2.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 Os funtores HomR (−, −) e 20
N
IV Parte IV
4 Anéis e módulos Cohen-Macaulay . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
4.1 Um pouco de história 137
4.2 Um pouco da teoria de sequências regulares 137
4.2.1 Relembrando notações e definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
4.3 Grau, profundidade e dimensão projetiva 142
4.3.1 Propiedades elementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
4.4 Aneis e módulos Cohen-Macaulay 151
4.5 Algumas caracterizações de anéis e módulos C-M 153
4.5.1 Comportamento de depth e extensões planas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
4.5.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
V Parte V
5 Anéis Gorenstein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
5.1 Definição de um anel Gorenstein e irredutibilidade 167
5.1.1 Anéis Gorenstein de dimensão zero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
5.1.2 Resultados para anéis Cohen-Macaulay . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
5.2 Anéis Gorenstein e dimensão injetiva 173
5.3 Anulamento de ExtiR (M, R) sobre anéis Gorenstein 177
5.3.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
5.3.2 A estabilidade da propriedade Gorenstein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
5.4 Alguns exercícios 178
VI Parte VI
6 Anéis Gorenstein e Dualidade de Matlis . . . . . . . . . . . . . . . 183
6.1 Módulos Injetivos sobre Anéis Noetherianos 183
6.1.1 Estrutura do ER (k) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
R
6.1.2 Estrutura do ER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
P
6.2 Resoluções injetivas minimais e anéis Gorenstein 196
6.2.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
Index . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249
Prefácio
R-módulo. Da mesma forma, um anel deve ser entendido como um anel com elemento
identidade, salvo menção contrário.
Exemplo 1.1.2 O grupo trivial {0}, o anel R e todo ideal I de R são claros exemplos de
R-módulos.
Exemplo 1.1.3 Sejam K um corpo, V um K-espaço vetorial e T : V → V um operador
linear. Dado um polinômio p(X) ∈ K[X] da forma p(X) = a0 + a1 X + ... + an X n , indi-
caremos por p(T ) o operador linear p(T ) = a0 I + a1 T + ... + an T n , onde I é o operador
identidade em V e T k = T
| ◦ {z
... ◦ T}. Então V é um K[X]- módulo em relação a adição usual
k
de V e a multiplicação por escalar dada por p(X).v := p(T )(v).
Exemplo 1.1.4 Sejam M1 , ..., Mr A-módulos e M = M1 × . . . × Mr o produto cartesiano
usual. Observe que as operações
R⊕m → R⊕n → M → 0.
Informalmente, M é um R-módulo finitamente apresentado se e somente se for
finitamente gerado e o módulo de relações entre esses geradores também for finita-
mente gerado. A escolha de uma sequência exata, como na definição, é chamada
apresentação de M.
Observação 1.1.9 Seja M um R-módulo com um conjunto de geradores {xi }i∈I . Con-
sidere agora F = ⊕i Ri , onde Ri ∼
= R e os elementos ei = (0, 0, . . . , 1, 0, . . . ) ∈ F, onde 1
esta na i-ésima coordenada. Note que existe um homomorfismo natural F → M tal que
ei → xi . Assim o mapa
(r1 , r2 , . . . , ) → ∑ ri xi ∈ M.
i
é sobrejetivo e esta bem definido desde que F é livre.
O fato de que todo espaço vetorial (módulo sobre um corpo) admite uma base é um
dos objetos mais importantes e frutíferos na teoria de Álgebra linear. Quando pensamos na
extensão do conceito de espaço vetorial ( ou seja os R-módulos) isto não necessariamente
acontece para o caso de módulos definidos sobre anéis arbitrários. Somente para o caso
de módulos livres é possível determinar uma base. Para módulos que não sejam livres, é
conhecido que ainda conseguimos decompô-los em somas diretas de submódulos cíclicos.
Geralmente, temos que considerar um sistema mínimo de geradores em vez de uma base
(onde “mínimo” significa que nenhum subconjunto própio gera o módulo). Isto é ilustrado
no seguinte exemplo simples.
Exemplo 1.1.10 Considere R = C[x, y, z] o anel de polinômios e seja M = (xy, xz) o R-
módulo. Sabemos que M é finitamente gerado por m1 = xy e m2 = xz. Desde que nós
temos a relação
zm1 − ym2 = z(xy) − y(xz) = 0.
Portanto {m1 , m2 } não é uma base. Pode ser mostrado que M não tem base.
1.2.1 Funtores
A teoria de funtores é uma importante ferramenta de conexão entre muitas sub-áreas da
matematica, tais como álgebra comutativa, geometria algébrica e topologia álgebrica. Por
meio dos funtores, informações são passadas entre categorias respeitando algumas "boas"
propriedades.
Antes disso, precisamos falar sobre o conjunto de homomorfismos de módulos, que
é definido da seguinte forma: seja R um anel comutativo e sejam M e N dois R-módulos.
Denotamos por HomR (M, N) como o conjunto de todos os homomorfismos h : M → N de
16 Chapter 1. Um pouco de álgebra homológica
R-módulos. Sabemos que HomR (M, N) carrega uma estrutura natural de R-módulo com
as seguintes operações: sejam h, ` ∈ HomR (M, N) e a ∈ R. Então para todo m ∈ M, temos
que
(h + `)(m) := h(m) + `(m)
(ah)(m) := ah(m).
Definição 1.2.1 (Funtor covariante) Seja R0 um outro anel. Um funtor aditivo (co-
variante da categoria) de R-módulos para (a categoria de) R0 -módulos é entendido como
sendo
h F(h)
F = F(•) : (M → N) (F(M) → F(N)),
o qual, cada R-módulo M é levado a um R0 -módulo F(M) e cada R-homomorfismo h :
M → N é levado a um R0 -homomorfismo F(h) : F(M) → F(N) tal que valem as seguintes
propriedades:
1. F(idM ) = idF(M) , para cada R-módulo M;
2. F(` ◦ h) = F(`) ◦ F(h), onde h ∈ HomR (M, N) e ` ∈ HomR (N, P);
3. F(` + h) = F(`) + F(h), onde `, h ∈ HomR (M, N).
De forma análoga, podemos introduzir a seguinte definição.
Definição 1.2.2 (Funtor contravariante) Seja R0 um outro anel. Um funtor aditivo
(contravariante da categoria) de R-módulos para (a categoria de) R0 -módulos é entendido
como sendo
h F(h)
F = F(•) : (M → N) (F(N) → F(M)),
o qual, cada R-módulo M é associado a um R0 -módulo F(M) e para cada R-homomorfismo
h : M → N é associado a um R0 -homomorfismo F(h) : F(N) → F(M) tal que valem as
seguintes propriedades:
1. F(idM ) = idF(M) , para cada R-módulo M;
2. F(` ◦ h) = F(h) ◦ F(`), onde h ∈ HomR (M, N) e ` ∈ HomR (N, P);
3. F(` + h) = F(`) + F(h), onde `, h ∈ HomR (M, N).
Exemplo 1.2.3 (Funtor identidade) O funtor
h Id(h)
Id = Id(•) : (M → N) (M → N),
hhomCi
Exemplo 1.2.5 (Funtor contravariante HomR (−, X)) Seja X um R-módulo fixo. Então,
HomR (−, X) é um funtor da categoria de R-módulos para a categoria de R-módulos, dado
por:
f f∗
HomR (−, X) = HomR (•, X) : (M → N) (HomR (N, X) → HomR (M, X)),
f f∗
HomR (X, −) = HomR (X, •) : (M → N) (HomR (X, M) → HomR (X, N)),
fn−1 fn
s : · · · → Mn−1 → Mn → Mn+1 → · · · ,
f g
r : 0 → M1 → M → M2 → 0
0 → Ker( f ) → M → f (M) → 0, e
Pela Proposição B.1.24, temos que Ker( f 0 ) ∩ Im( f ) = {0}. Logo g0 está bem definida.
Desta forma,
g(g0 (y)) = g(x − f ( f 0 (x))) = g(x) = y.
Segue que S cinde à direita. A recíproca é similar.
Exemplo 1.2.14 Nem toda sequência exata cinde. Por exemplo, a sequência exata de
Z-módulos
0 → Z2 → Z4 → Z2 → 0
não cinde. De fato, como Z4 6= Z2 ⊕ Z2 , então pelo Execício 8 abaixo, a sequência exata
não cinde.
1.2.4 Exercícios
hExercicios1.2.4i
herxerciciomoi
1. Seja M um módulo livre de de potso finito r sobre um, domínio de ideal R (DIP).
Mostre que todo submódulo de M é um R-módulo livre de posto no máximo n.
f
2. Sejam N, M, P três R-módulos tal que N = M ⊕ P. Então a sequência 0 → M →
g
N → P → 0 de R-módulos, onde f (m) = m + 0 e g(m + p) = p, é exata e cinde.
3. Sejam M e N R-módulos com M livre e X = {xi }i∈I uma R-base de M. Dada uma
função f : X → N, mostre que existe um único R-homomorfismo f : M → N que
estende f .
4. Considere L, M, N R-módulos, f : M → N um R-epimorfismo e g : L → N um R-
homomorfismo. Se L é livre, mostre que existe um R-homomorfismo g : L → M tal
que g ◦ f = g.
20 Chapter 1. Um pouco de álgebra homológica
f g
5. Seja 0 → M → N → P → 0 uma sequênca exata de R-módulos. Mostre que se P é
livre então a sequência cinde.
6. Seja f : M → L um R-epimorfismo. Mostre que se L é livre então M = Ker( f ) ⊕ L.
himagfreei 7. Mostre que todo R-módulo é uma imagem homomorfica de um R-módulo livre.
hCinde7i f g
8. Mostre que se S : 0 → M1 → M → M2 → 0 é uma sequência exata curta de R-
módulos e R-homomorfismos, então S cinde se, e somente se, uma das três condições
equivalentes ocorre:
(a). Im( f ) é um somando direto de M;
(b). Im(g) é um somando direto de M;
(c). M = M1 ⊕ M2 .
9. (Lema dos cinco curto) Seja
0 −→ M1 −→ M −→ M2 −→ 0
α ↓ β ↓ γ ↓
0 −→ N1 −→ N −→ N2 −→ 0
M1 −→ M2 −→ M3 −→ M4 −→ M5
α↓ β ↓ γ ↓ δ ↓ ε ↓
N1 −→ N2 −→ N3 −→ N4 −→ N5
Vamos agora investigar dois importantes bifuntores os quais são aditivos em cada variável.
Estes funtores exercem um papel importante na álgebra homológica, geometria algébrica e
álgebra comutativa. No restante do texto, vamos adotar a seguintes notação,
MR = {conjunto de R − módulos} ,
N
e além disso, Hom e são definidos por:
HomR (−, −) : MR × MR → MR
e O
− − : MR × MR → MR
R
respectivamente.
1.3 Os funtores HomR (−, −) e 21
N
HomR (X, −) : MR → MR
é tal que
HomR (−, X) : MR → MR
é tal que
g∗ f∗
HomR (M2 , X) → HomR (M, X) → HomR (M1 , X)
que são sequências de R-módulos e R-homomorfismos.
Desta forma surge a seguinte pergunta natural: estes funtores preservam sequencias
exatas curtas de R-módulos? Os próximos resultados nos darão respostas sobre esta
pergunta.
hexachomi Proposição 1.3.1 Para qualquer R-módulo X, HomR (−, X) and HomR (X, −) são funtores
exatos à esquerda em MR .
f g
Demonstração. Seja 0 → M1 → M → M2 uma sequência exata de R-módulos, mostraremos
que
f∗ g∗
0 → HomR (X, M1 ) → HomR (X, M) → HomR (X, M2 )
é exata.
É facil ver que f∗ and g∗ , são homomorfismos, então primeiro demonstremos que f∗ é
injetivo. Se h ∈ HomR (X, M1 ) tal que f∗ (h) = 0, então f ◦ h = 0. Segue que f (h(x)) = 0
para todo x ∈ X, isto implica que h(x) = 0 para cada x ∈ X, desde que f é injetivo. Agora,
seja h ∈ Im( f∗ ). Então existe h0 ∈ HomR (X, M1 ) tal que h = f∗ (h0 ). Isto nos fornece que
g∗ (h) = g∗ ( f∗ (h0 )) = g( f (h0 )) = 0, desde que g ◦ f = 0. Portanto, h ∈ Ker(g∗ ) e assim
Im( f∗ ) ⊆ Ker(g∗ ).
Finalmente, se h ∈ Ker(g∗ ), entao g(h) = g∗ (h) = 0. Segue, se x ∈ X, então g(h(x)) = 0
e assim h(x) ∈ Ker(g) = Im( f ). Como f é injetora, existe um único elemento y ∈ M1 tal que
22 Chapter 1. Um pouco de álgebra homológica
f (y) = h(x). Desta forma h00 ∈ HomR (X, M1 ) e f (h00 (x)) = f (y) = h(x). Assim, f∗ (h00 ) =
h ∈ Im( f∗ ) e temos Ker(g∗ ) ⊆ Im( f∗ ). Portanto Im( f∗ ) = Ker(g∗ ) e disto podemos concluir
que o funtor HomR (X, −) é exato a esquerda. A prova do outro funtor é semelhante.
Em geral, o bi funtor HomR (−, −) em geral não é exato. A seguir daremos um exemplo
que comprova este fato.
f η
Exemplo 1.3.2 Considere a seguinte sequência exata: 0 → Z → Z → Z6 → 0 onde
f (x) = 6x para todo x ∈ Z e η : Z → Z6 . Mostraremos que o funtor HomZ (−, Z6 ) não é
exato a direita.
Pela Proposição 1.3.1, temos a seguinte sequência exata
η∗ f∗
0 → HomZ (Z6 , Z6 ) → HomZ (Z, Z6 ) → HomZ (Z, Z6 ).
− ⊗R X : MR → MR
é tal que
(− ⊗R X)( f ) = f ⊗ idX : M ⊗R X → N ⊗R X,
Similarmente definamos o funtor X ⊗R −.
f g
Assim, se M1 → M → M2 é uma sequência exata de R-módulos e R-homomorfismos,
então para qualquer R-módulo X temos que
f ⊗idX g⊗idX
M1 ⊗R X → M ⊗R X → M2 ⊗R X
e
idX ⊗ f idX ⊗g
X ⊗R M1 → X ⊗R M → X ⊗R M2
são sequências de R-módulos e R-homomorfismos. Observe que, se R é um anel comutativo,
as duas sequências acima descritas são iguais, ou seja, neste caso temos que o produto
tensorial é comutativo.
Será que este funtores preservam sequências exatas curtas de R-módulos?
1.3.3 Propriedades de − R X
N
h1.3.3i Com o intuito de responder a pergunta anteiror, começamos aqui com o seguinte resultado.
?hexactori? f g
Proposição 1.3.4 Se M1 → M → M2 → 0 é uma sequência exata de R-módulos, então
para qualquer R-módulo X a sequência de R-módulos
f ⊗idX g⊗idX
M1 ⊗R X → M ⊗R X → M2 ⊗R X → 0
h : (M ⊗R X)/Im( f ⊗ idX ) → M2 ⊗R X,
tal que
h (y ⊗ x + Im( f ⊗ idX )) = g(y) ⊗ x.
Consequentemente, temos o seguinte diagrama comutativo, onde a primeira linha é exata à
direita.
f ⊗idX
M1 ⊗R X / M ⊗R X / (M ⊗R X)/Im( f ⊗ idX ) / 0
g⊗idX
u h
M2 ⊗R X
24 Chapter 1. Um pouco de álgebra homológica
h : M2 ⊗R X → (M ⊗R X)/Im( f ⊗ idX )
é exata. Mas, i ⊗ idZ6 não é uma aplicação injetiva. Certamente, Q ⊗Z Z6 = 0 pois, para
qualquer qp ⊗ [n] ∈ Q ⊗Z Z6 , temos que
p p p
⊗ [n] = ⊗ 6[n] = ⊗ 0 = 0.
q 6q 6q
Mas, Z ⊗Z Z6 6= 0, e assim i ⊗ idZ6 não pode ser injetiva. Consequentemente, o funtor Tor
não é exato à esquerda.
Proof. Defina
τA,B,C ( f )a : B → C
b 7→ f (a ⊗R b).
Agora, mostraremos que τA,B,C é injetiva. Considere f ∈ HomS (A ⊗R B,C) tal que
τA,B,C ( f ) = 0. Então
τA,B,C ( f )a = 0, ∀a ∈ A,
logo
τA,B,C ( f )a (b) = 0, ∀b ∈ B,
ou seja,
f (a ⊗R b) = 0, ∀a ∈ A, ∀b ∈ B
e portanto concluímos que f = 0.
Por fim, note que os isomorfismos τ cumprem o axioma de naturalidade, isto é, que os
diagramas abaixo comutam.
τA,B,C
HomS (A ⊗R B,C) HomR (A, HomS (B,C))
( f ⊗R IdB )∗ f?
τA0 ,B,C
HomS (A0 ⊗R B,C) HomR (A0 , HomS (B,C))
τA,B,C
HomS (A ⊗R B,C) HomR (A, HomS (B,C))
(IdA ⊗R g)∗ g?
τA,B0 ,C
HomS (A ⊗R B0 ,C) HomR (A, HomS (B0 ,C))
26 Chapter 1. Um pouco de álgebra homológica
τA,B,C
HomS (A ⊗R B,C) HomR (A, HomS (B,C))
h∗ h?
τA0 ,B,C
HomS (A ⊗R B,C0 ) HomR (A, HomS (B,C0 ))
hlema18i
Lema 1.3.7 Sejam R um anel comutativo com unidade, I um ideal de R e M um R-módulo.
Então
(R/I) ⊗R M ∼
= M/IM.
Proof. Sejam j : I → R e p : R → R/I a inclusão e a projeção canônica, respectivamente.
Então temos a seguinte sequência exata de R-módulos
j p
0 I R R/I 0.
h k
0 IM M R/I ⊗R M 0.
M/IM ∼
= R/I ⊗R M.
hlemma17i
Lema 1.3.8 Sejam R um anel comutativo com unidade, I e J ideais de R. Então:
(R/I) ⊗R (R/J) ∼
= R/(I + J).
(R/I) ⊗R (R/J) ∼
= (R/J)/(I(R/J))
= (R/J)/((IR + J)/J)
∼ R/(IR + J)
=
= R/(I + J).
1.3 Os funtores HomR (−, −) e 27
N
Vamos agora mostrar este isomorfismo. Considere o mapa L : HomZ (Z/mZ, Z/nZ) →
Z/dZ dada para f ∈ HomZ (Z/mZ, Z/nZ), tal que f (1 + mZ) = k + nZ, por
L( f ) = k + dZ.
Agora note que sendo Z/mZ cíclico, temos que qualquer Z-homomorfismo de Z/mZ
em Z/nZ é unicamente determinado pela imagem de 1 + mZ. Desta maneira, se f , g ∈
HomZ (Z/mZ, Z/nZ) são tais que f 6= g, então L( f ) = f (1 + mZ) 6= g(1 + mZ) = L(g) e
portanto L é injetor.
Por fim, dado k + dZ ∈ Z/dZ podemos definir
f : Z/mZ → Z/nZ
dada por f (1 + mZ) = k + nZ extendida por linearidade nos demais elementos de Z/mZ.
Perceba que f está bem definida, pois se i + mZ = j + mZ, então i − j = mz para algum
z ∈ Z. Logo
Z/mZ ⊗Z Z/nZ ∼
= Z/dZ.
Z/mZ ⊗Z Z/nZ ∼
= Z/(mZ + nZ) ∼
= Z/Z = 0.
28 Chapter 1. Um pouco de álgebra homológica
Proposição 1.3.11 Seja φ : (A → A, m, k) → (B, n, l) uma algebra local plana entre aneis
Noetherianos, e seja M um R-módulo finitamente gerado. Então
dimk HomB (l, B ⊗A M) = dimk HomA (k, M) · diml HomB (l, B/mB).
HomA (k, M) ∼
= ks para algum n ∈ N0 .
B/mB B/mB ∼
(B/mB) ⊗B l = (B/mB) ⊗B (B/n) ∼
= = = B/n = l
nB/mB n/mB
e
B/mB ∼
= B ⊗A A/m = B ⊗R k.
Com estes isomorfismos, temos os seguintes isomorfismos
lt ∼
= HomB (l, B ⊗A M) ∼= HomB ((B/mB) ⊗B l, B ⊗A M)
∼
= HomB (l, Hom(B/mB, B ⊗A M)) pela fórmula de adjunção
∼
= HomB (l, Hom(B ⊗A k, B ⊗A M))
∼
= HomB (l, B ⊗A Hom(k, M)) ver Exercício ??
∼
= HomB (l, B ⊗A kˆs)
∼
= HomB (l, B ⊗A k)ˆs
∼
= HomB (l, B/mB)ˆs ∼ = (l r )s = l rs .
1.3.5 Exercícios
hsplitExi
1. Sejam f : N → M e g : M → P homomorfismos de R-módulos. Demonstre que as
seguintes afirmações são equivalentes:
f g
(a) N → M → P → 0 é exata e existe um homomorfismo de R-módulos r : M → N
tal que r ◦ f = IdN ;
f g
(b) 0 → N → M → P é exata e existe um homomorfismo de R-módulos s : P → M
tal que g ◦ s = IdN ;
(c) g◦ f = 0 e existem R-homomorfismos r : M → N e s : P → M tal que r ◦ f = IdN ,
g ◦ s = IdN e s ◦ g + f ◦ r = IdM ;
1.4 Álgebra homológica 29
f g
0 / N / M / P /0
= ∼
= =
i /
N N ⊕P
π / P
no qual i e π são homomorfismos canônicos definidos por x → (x, 0) e (x, y) → y
respeitivamente.
hfuntorcindei 2. Seja F : MR → MS um funtor aditivo. Mostre as seguintes afirmações:
f g F( f )
(a) Se 0 → N → M → P → 0 é uma sequência exata que cinde, então 0 → F(N) →
F(g)
F(M) → F(P) → 0 é uma sequência exata que cinde.
f g F( f )
(b) Se 0 → N → M → P → 0 é uma sequência exata que cinde, então 0 → F(N) →
F(g)
F(M) → F(P) → 0 é uma sequência exata.
Dica: para mostrar o item (a) é suficiente usar o item (c) do Exercício 1.
3. Sejam M uma A-módulo e Ni uma família de A-módulos. Prove que HomA (M, ∏i Ni ) ∼=
L ∼
∏i HomA (M, Ni ) e HomA ( Ni , M) = ∏i HomA (Ni , M).
?hexercicio2i? 4. Seja R e S anéis e X um (R, S)-bimódulo. Prove que existe um natural isomorfismo
entre HomS (X ⊗R M, N) e HomR (M, HomS (X, N)).
f g
5. Seja 0 → M1 → M → M2 → 0 é uma sequência exata curta de R-módulos que cinde.
Então para qualquer R-módulo N, mostre que
f? g?
0 → HomR (N, M1 ) → HomR (N, M) → HomR (N, M2 ) → 0
HomB (M ⊗A N, N ⊗A B) ∼
= HomA (M, N) ⊗A B
como B-módulos.
7. Mostre os seguintes isomorfismos de anéis:
(a) Z/nZ ⊗Z Z/mZ ∼ = Z/ (m, n).
∼
(b) C [x] ⊗C C [y] = C [x, y].
8. Seja R um anel commutativo. Fixemos inteiros m, n, p ≥ 1, e R-homomorphisms de
módulos livres f : Rm → Rn e g : Rn → R p . Prove que a matriz de representação d
[g ◦ f ] da composição g ◦ f é o produto [g][ f ] das matrizes de respresentção de g e f .
é dita ser um complexo de cadeia (ou simplesmente complexo) se αn ◦ αn+1 ≡ 0 para cada
n ∈ Z. Cada aplicação αn é dita ser um operador diferencial. Um complexo M• é dito ser
exato em Mn se Im(αn+1 ) = Ker(αn ). Dizemos que M• é um complexo de cadeias exato,
se é exato em Mn , para cada n ∈ Z.
Um complexo da forma
αn+1 α
M• : · · · → Mn+1 → Mn →n Mn−1 → · · · → M1 → M0 → 0
α0 α1
M• : 0 → M 0 → M 1 → · · · M n → M n+1 → · · · ,
F(αn−1 ) F(αn )
F(M• ) : · · · → F(Mn−2 ) → F(Mn−1 ) → F(Mn ) → · · ·
é um co-complexo.
Finalmente, se M• é um complexo, então M• pode ser convertido em um co-complexo
•
N = (N n , β n )n∈Z , considerando uma conversão nos índices, isto é, ajustando N n = M−n e
β n = α−n para todo n ∈ Z. Da mesma forma, um co-complexo pode ser convertido em
um complexo. Assim, vemos que a única diferença entre um complexo e um co-complexo
está na notação usada. Por esta razão, um resultado obtido para um complexo pode ser
obtido para um co-complexo simplesmente levantando os índices inversamente.
1.4 Álgebra homológica 31
Ker(αn )
Hn (M• ) =
Im(αn+1 )
M .•
Ker(Z → 0) Z Z
H0 (M• ) = = = = 0,
3 2 (3, 2)Z Z
Im Z
2 / Z
3 2
Ker Z2 /
−2 Z −2
Z Z
3 3 Z
H1 (M• ) = = = = = Z3 ,
−6
!
−6 −2 3Z
Z 3 Z
9
9 3
/ Z2
Im
Z
!
−6
9
/
Ker
Z Z2
0Z
H2 (M• ) = = = 0.
Im(0 → Z) 0Z
Note que as demais homologias Hi (M• ) são nulas, pelo fato que os Mi = 0 para todo
i 6= 0, 1, 2.
32 Chapter 1. Um pouco de álgebra homológica
Se x ∈ Ker(αi ), então
βi ( fi (x)) = fi−1 (αi (x)) = 0
então, fi (x) ∈ Ker(βi ). Com isto, podemos ver que Hi ( f• ) aplica Ker(αi )/Im(αi+1 ) em
Ker(βi )/Im(βi+1 ).
Agora, demonstraremos que a aplicação Hi ( f• ) está bem definida. Sejam x, x0 ∈ Ker(αi )
e suponha que x+Im(αi+1 ) = x0 +Im(αi+1 ). Então x−x0 ∈ Im(αi+1 ), logo existe y ∈ Mi+1
tal que αi+1 (y) = x − x0 .
1.4 Álgebra homológica 33
Assim,
e portanto, fi (x) − fi (x0 ) ∈ Im(βi+1 ). Isto mostra que Hi ( f• ) está bem definida. Somente
resta provar que Hi ( f• ) é R-homomorfismo, mas isto segue facilmente pelo fato de que fi
é R-homomorfismo.
.. .. ..
. . .
f gn+1
0 / Li+1 n+1 / Mi+1 / Ni+1 / 0
αi+1 βi+1 γi+1
fi gi
0 / Li / Mi / Ni / 0
αi βi γi
fi−1 gi−1
0 / Li−1 / Mi−1 / Ni−1 / 0
.. .. ..
. . .
onde as linhas são sequências exatas curtas de R-módulos e de R-homomorfismos e as
colunas são os complexos de cadeias L• , M• e N• , respectivamente (similarmente para
co-complexos).
f• g•
Para cada sequência de complexos de cadeias (ou de co-complexos) 0 → L• → M• →
N• → 0 existe uma sequência exata longa de módulos de homologia (ou de módulos de
cohomologia):
Φi+1 Hi ( f • ) Hi (g• ) Φ
· · · → Hi+1 (N• ) → Hi (L• ) → Hi (M• ) → Hi (N• ) →i Hi−1 (L• ) → · · · .
Para gararantir a existênca desta sequência exata longa, faremos antes uma sequência
de alguns lemas auxiliares. Mas, primeiramente note que se o seguinte diagrama
0 / Ker(α) / M1 α / M2 / Coker(α) / 0
f f g g
β
0 / Ker(β ) / N1 / N2 / Coker(β )
i / 0
de R-módulos e R-homomorfismos for comutativo, então estistem aplicações induzidas
f : Ker(α) → Ker(β ) e g : Coker(α) → Coker(β ) definidas por f (x) = f (x) para todo
x ∈ Ker(β ) e g(x + Im(α)) = g(x) + Im(β ), respectivamente.
Lema 1.4.6 (Lema da serpente) Seja
hserpentei
f1 g1
M1 /M / M2 / 0
α β γ
f2 g2
0 / N1 / N / N2
um diagrama comutativo com linhas exatas, tanto à direita como à esquerda, de R-módulos
e de R-homomorfismos. Então, existe uma aplicação R-linear Φ : Ker(γ) → Coker(α) tal
que a sequência de R-módulos, dada por:
f1 g1 f2 g2
Ker(α) / Ker(β ) / Ker(γ)
Φ /
Coker(α) / Coker(β ) / Coker(γ)
é uma sequência exata.
1.4 Álgebra homológica 35
0 0 0
f1 g1
Ker(α) / Ker(β ) / Ker(γ) / 0
f1 g1
0 / M1 /M / M2 / 0
α β γ
f2 g2
0 / N1 / N / N2 / 0
f2 g2
Coker(α) / Coker(β ) / Coker(γ) / 0
0 0 0
e com isto a demonstração faremos em três etapas:
Etapa 1: Exatidão das sequências: Mostremos que as sequências
f1 g1
0 / Ker(α) / Ker(β ) / Ker(γ) e
f2 g2
Coker(α) / Coker(β ) / Coker(γ) / 0
são exatas, a demonstração é direta pois elas são formadas pelas aplicações dadas na
sequência exata (ver no diagrama e na observação antes do lema). Para demonstrar a
exatidão da primeira sequência exata: Como f1 = f1 |Ker(α) e g1 = g1 |Ker(β ) , com isto
temos que Ker( f1 ) = Ker(g1 ) e f1 é injetiva.
Para monstrar a exatidão da segunda sequência: Como f2 (x + Im(α)) = f2 (x) + Im(β )
e g2 (x + Im(β )) = g2 (x) + Im(γ). Seja n2 ∈ Coker(γ). Então n2 = n2 + γ(m2 ). Como o
diagrama é exata, g1 e g2 são sobrejetivas, logo existe m ∈ M e n ∈ N tal que m2 = g1 (m) e
n2 = g2 (n). Nos conseguimos n2 = n2 + γ(m2 ) = g2 (n) + γ(m2 ) = g2 (n + β (m)). Assim
g2 é sobrejetiva.
Claramente, é facil calcular que g2 ◦ f2 = g2 ◦ f2 = 0 e com isto vemos que Im( f2 ) ⊆
Ker(g2 ). Para mostrar a inclusão contrária, seja n ∈ Ker(g2 ). Então g2 (n) = 0 ∈ Coker(γ)
o qual g2 (n) = γ(m2 ) para algum m2 ∈ M2 . Como g1 é sobrejetivo existe um m ∈ M tal
que g1 (m) = m2 . Desde que o diagrama é comutativo
f2 (n1 ) = n − β (m)
g2 (n0 ) = γ(m02 ) = 0
e
f2 (n1 − n01 ) = n − n0 = β (m) − β (m0 ) = β (m − m0 )
e como m2 = m02 temos que m − m0 ∈ Ker(g1 ) = Im( f1 ) existe um m1 ∈ M1 tal que
m − m0 = f1 (m1 ). Assim
hserpente1i
Lema 1.4.7 Se M• é um complexo de R-módulos e R-homomorfismos, então a aplicação
αi : Mi → Mi−1 induz um homomorfismo α i : Coker(αi+1 ) → Ker(αi−1 ) de R-módulos.
Além disso, Hi (M• ) = Ker(α i ) e Hi−1 (M• ) = Coker(α i ).
Ker(αi−1 ) Ker(αi−1 )
Hi−1 (M• ) = = = Coker(α i ),
Im(αi ) Im(α i )
0 0 0
0 / Ker(αi ) / Ker(βi ) / Ker(γi ) /0
0 / Li / Mi / Ni /0
αi βi γi
0 / Li−1 / Mi−1 / Ni−1 /0
0 / Coker(αi ) / Coker(βi ) / Coker(γi ) /0
0 0 0
Hi (N• ) = Ker(γ i )
Coker(αi+1 ) / Coker(β / /
i+1 ) Coker(γi+1 ) 0
αi βi γi
0 / Ker(αi−1 ) / Ker(βi−1 ) / Ker(γi−1 )
Hi−1 (L• ) = Coker(α i )
para cada i ∈ Z.
Logo, pelo Lema da Serpente 1.4.6 existe um R-homomorfismo conectante Φi :
Hi (N• ) → Hi−1 (L• ).
Portanto, temos a sequência exata longa de R-módulos de homologia.
?hSELhomologiai? Teorema 1.4.8 Considere a sequência exata curta de complexos de cadeias
f• g•
0 → L• → M• → N• → 0.
Então, existe uma sequência exata longa de R-módulos de homologia:
Φi+1 Hi ( f • ) Hi (g• ) Φ
· · · → Hi+1 (N• ) → Hi (L• ) → Hi (M• ) → Hi (N• ) →i Hi−1 (L• ) → · · · .
A aplicação Φi é um R-homomorfismo conectante de R-módulos de homologia, para cada
i ∈ Z.
De maneira semelhante, podemos também ter uma sequência exata longa de R-módulos
de cohomologia.
hSELCohomologiai Teorema 1.4.9 Considere a sequência exata curta de cocomplexos:
f• g•
0 → L• → M • → N • → 0.
Então, existe uma sequência exata longa de R-módulos de cohomologia:
Φi−1 Hi ( f • ) Hi (g• ) Φi
· · · → Hi−1 (N • ) → Hi (L• ) → Hi (M • ) → Hi (N • ) → Hi+1 (L• ) → · · · .
A aplicação Φi é um R-homomorfismo conectante de R-módulos de cohomologia, para
cada i ∈ Z.
então F({0}) = 0.
Prova do Teorema 1. Suponha F exato e seja M• ∈ C•R um complexo.
αi+1 αi
M• : ··· Mi+1 Mi Mi−1 ···
F(M/N) ∼
= F(M)/F(N).
i f
0 Ker( f ) M Im( f ) 0.
F(i) F( f )
0 F(Ker( f )) F(M) F(Im( f )) 0.
Portanto:
40 Chapter 1. Um pouco de álgebra homológica
F(Hi (M• )) ∼
= Hi (F(M• )).
Queremos mostrar que F é exato. Para isso considere a sequência exata curta abaixo:
f g
0 N M P 0. (1.1) {?}
F( f ) F(g)
0 F(N) F(M) F(P) 0. (1.2) {?}
Por fim, tomando homologia nos níveis um, dois e três chegamos a:
Ker(F(P) → 0) F(P)
• H1 (F(M• )) = = ;
Im(F(g)) Im(F(g))
Ker(F(g))
• H2 (F(M• )) = ;
Im(F( f ))
Ker(F( f )) Ker(F( f ))
• H3 (F(M• )) = = .
Im(0 → F(N)) 0
Usando a hipótese de que F comuta com a homologia concluímos que cada uma das
homologias calculadas é igual a 0, logo:
• F(P) = Im(F(g)) ⇒ F(g) é sobrejetora;
• Ker(F(g)) = Im(F( f ));
• Ker(F( f )) = 0 ⇒ F( f ) é injetora;
ou seja, a sequência curta (2) é exata e portanto F é exato.
Demonstração. O item (i) é deixado para o leitor. Provaremos o item (ii). Note que se
M = Rn é livre de posto n, o homomorfismo FM,N é um isomomorfismo, ja que
Rm → Rn → M → 0
g0
0 / S−1 (HomR (Rn , N)) / S−1 (HomR (Rn , N)) / S−1 (HomR (Rm , N))
∼
= ∼
=
f g
0 / HomS−1 R (S−1 M, S−1 N) / HomS−1 R (S−1 Rn , S−1 N) / HomS−1 R (S−1 Rm , S−1 N)
Como as linhas verticais da direita são isomorfas, então a primeira linha vertical é também
um isomorfismo.
1.5.1 Exercícios
1. Se f• , g• : M• → N• são duas aplicações de complexos homotopicas, então Hi ( f• ) =
Hi (g• ) para cada i ∈ Z.
2. Os complexos (co-complexos) de R-módulos e aplicações de complexos (co-complexos)
forma uma categoria aditiva, que denotamos por C•R (CR• ).
3. Para cada i ∈ Z, Hi : C•R → MR e H i : CR• → MR são funtoroes aditivos e chamados
i-ésimo funtor de homologia e cohomologia respeitivamente.
4. Suponha que F : MR → MS seja um funtor aditivo.
(a) Se M• ∈ C•R , então F(M• ) ∈ C•S .
(b) Se f• : M• → N• uma aplicação de complexos de grau k em C•R , então F( f• ) :
F(M• ) → F(N• ) é uma aplicação de complexos de grau k em C•R .
(c) Se f• , g• : M• → N• são aplicações de complexos homotópicas em C•S , então
F( f• ), F(g• ) : F(M• ) → F(N• ) são homotopicas em C•S .
(d) Se f• , g• : M• → N• são aplicações de complexos homotópicas em C•S , então
Hi (F( f• )) = Hi (F(g• )) : Hi (F(M• )) → Hi (F(N• )) em C•S para cada i ∈ Z.
hcomutai 5. Seja F : MR → MS um funtor aditivo. Prove que F é um funtor exato se, e somente se,
para cada M• ∈ C•R , a homologia comuta com o funtor, isto é, FHi (M• ) = Hi (F(M• ))
para cada i ∈ Z. O mesmo ocorre para cohomologias. Dica: é suficiente mostrar que
funtores aditivos e exatos comutam e preservam núcleo, imagem e quociente.
6. (Característica de Euler) Seja (M• , d• ) um complexo de R-módulos de comprimento
finito, e com um número finito de componentes Mi 6= 0. A característica de Euler
é definida como:
Seja,
0 00
0 → M• → M• → M• → 0,
uma sequência exata curta de complexos de cadeias, como definido no texto acima.
Mostre então que:
0 0 00 00
X (M• , d• ) = X M• , d• + X M• , d• .
0 / X
i / N
φ
~ φ̃
M
linha de R-módulos
0 / M
i / N
idM
~ g
M
onde idM é uma aplicação identidade sobre M e i é a injeção canônica. Se g : N → M
completa o diagrama comutativamente, por ser M injetivo, então g ◦ i = idM . Segue que
g é uma aplicação cisão para i. Agora o resultado segue da Proposição B.1.24, que
N = M ⊕ Ker(g).
g∗
HomR (N2 , M) / HomR (N1 , M) /0
é exato.
g∗
Reciprocamente, se HomR (N2 , M) / HomR (N1 , M) / 0 é exato e seja f ∈
HomR (N1 , M), como g∗ é sobrejetivo, existe um h ∈ HomR (N2 , M) tal que g∗ (h) = f .
Mas como h ◦ g = f , o diagrama
g
0 / N1 /M
f
~ h
M
é comutativo e consequêntemente, M é injetivo.
hhomexatoi Corolário 2.1.4 Um R-módulo M é injetivo se, e somente se o funtor contravariante
HomR (−, M) é exato.
hPropo43i Proposição 2.1.5 Seja R → S um homomorfismo de álgebras e seja M um R-módulo
injetivo. Então HomR (S, M) é um S-módulo injetivo.
2.1 Módulos injetivos 47
= HomR (· ⊗S S, M) ∼
HomS (·, HomR (S, M)) ∼ = HomR (·, M).
Assim, M é injetivo se, e somente se, HomR (·, M) é exato. Que é equivalente a dizer que
HomS (·, HomR (S, M)) é exato e, portanto, HomR (S, M) é injetivo.
Observação 2.1.6 1. Seja R um anel. Se M é um Z-módulo injetivo, então HomZ (R, M)
é um R-módulo injetivo. Isto segue, como R é um (Z, R)-bimódulo, então HomZ (R, M)
é um R-módulo, agora aplicando a Proposição 2.1.5.
R
2. Um caso particular é quando S = . Se E é um R-módulo injetivo, então
I
R
HomR ,E ∼= annE I ⊆ E
I
é um S-módulo injetivo.
?hBaeri? Teorema 2.1.7 (Critério de Baer’s) Seja R um anel e E um R-módulo. Então E é injetivo
se, e somente se, para todo ideal I ⊆ R e qualquer diagrama
EO
f
0 / I
i / R
existe uma aplicação g : R → E tal que o diagrama comuta
EO _
g
f
0 / I
i / R
Demonstração. (⇒) Imediata! Pelo fato que E é um R-módulo injetivo.
(⇐) É suficiente mostrar que se N é um R-módulo, M é um submódulo de N, e
f : M → E é um homomorfismo de R-módulos. Então existe um homomorfismo f : N → E
tal que f |M = f .
Usaremos o Lema de Zorn. Suponha que temos o seguinte diagrama
EO
f
0 / M
i / N
e considere o conjunto
Λ := {(K, fK ) : M ⊆ K ⊆ N, fK : K → E, fK |M = f }
0 / K
i /
K + xR
queremos definir h : K + xR → E que estende fK e chegar a uma contradição, já que (K, fK )
é maximal.
Note que, para qualquer a ∈ I, temos que ax ∈ K (pela definição de I), logo, se tal h
existisse, deveríamos ter
ah(x) = h(ax) = fK (ax).
Considere
EO _
∃ϕ
fK (·x)
0 /I /R i
EO
f
/ ·x /
0 R R
EO
f
0 / (x)
i / R
com f (x) = u e i a inclusão. Como R é DIP, para mostrar que E é injetivo basta
mostrar que existe g : R → E que faz o diagrama comutar (pelo Critério de Baer), o
que segue diretamente do fato de E ser divisível:
⊕Z ⊕Q
M∼
= ,→ := IZ .
H H
Pelo Exemplo 2.1.10 item (2), Q é divisível, logo IZ é um Z-módulo divisível, pelo
Exemplo 2.1.10 itens (4) e (3). Finalmente, IZ é injetivo pelo Exemplo 2.1.10 item (6),
pois Z é DIP.
Caso geral: Sabemos que existe uma aplicação canônica de anéis ϕ : Z → R que
manda 1 em 1. Assim, pela Proposição 2.1.5, I := HomZ (R, IZ ) é um R-módulo injetivo.
Sabemos que M é um R-módulo e também é um Z-módulo (via ϕ), assim temos uma
aplicação injetiva, como no caso anterior
0 −→ M −→ IZ .
Então,
M∼
= HomR (R, M) ⊆ HomZ (R, M).
Logo,
0 −→ M −→ HomZ (R, IZ ) = I.
P
φ̃
φ
~ π
M / N /0
M
g
idM
~ f
N /M / 0
este pode ser completado comutativamente por um R-homomorfismo g tal que f ◦ g = idM ,
onde g é uma aplicação cisão para f e g é um monomorfismo. Pela Proposição 1.2.11,
temos que N = Im( f ) ⊕ ker(g). Assim o resultado segue pois Im( f ) ∼
= M.
hdirectasomai Observação 2.2.5 Se {Mi }i∈I é uma família de R-módulos, então I Mi∈I é projetivo
L
se, e somente se, cada Mi é projetivo. Para mostrar esta observação use a Proposição 2.2.2.
52 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
R
g
f
~
N
h /M / 0
hprojfreei
Proposição 2.2.7 Qualquer R-módulo livre é projetivo.
hhomeoproji
Corolário 2.2.8 Qualquer R-módulo é imagem homeomorfica de um R-módulo projetivo.
Demonstração. Pela Observação 2.1.11, temos que qualquer R-módulo é imagem homeo-
morfica de um R-módulo livre e um R-módulo livre é, pela Proposição 2.2.7, projetivo.
hsomando3i
Proposição 2.2.9 Um R-módulo M é projetivo se, e somente se é isomorfo a um somando
direto de um R-módulo livre.
hpropsomandop1i
Exemplo 2.2.10 Sejam P1 and P2 dois R-módulos projetivos finitamente gerados. Então
P1 ⊗R P2 é também um R-módulo projetivo. De fato, pela Proposição 2.2.9 existem R-
módulos Ki e R-módulos Fi livres tal que Pi ⊕ Ki = Fi , i = 1, 2, onde F1 = Rn and F2 = Rm .
Então F1 ⊗R F2 = (P1 ⊗R P2 ) ⊕ K, onde K = (P1 ⊗R K2 ) ⊕ (P2 ⊗R K1 ) ⊕ (K1 ⊗R K2 ).
Exemplo 2.2.11 Tem módulos projetivos que não são livres. Seja Z6 , o anel Z6 é um
Z6 -módulo livre então um módulo projetivo. Obviamente Z6 ∼ = Z2 ⊕ Z3 . Então Z2 é
um somando direto de Z6 . Agora pela Proposição 2.2.9 o módulo Z2 é um Z6 -módulo
projetivo. Mas Z2 não é um Z6 -módulo livre. Se for, Z2 ∼
= ZI6 , onde I é algum conjunto de
índices, mas isto é impossível pois Z6 tem 6 elementos.
2.3 Módulos planos 53
0 → M1 ⊗R X → M ⊗R X → M2 ⊗R X
HomZ (M ⊗R N2 , Q/Z)
α / HomR (N2 , M + )
(IdM ⊗ f )∗ f∗
β
HomZ (M ⊗R N1 , Q/Z) / HomR (N2 , M + )
IdM ⊗ f
0 / M ⊗R N1 / M ⊗R N2
é exata e como Q/Z é um Z módulo injetivo, (IdM ⊗ f )∗ é um homomorfismo sobrejetivo.
Segue, f ∗ é também sobrejetivo, então M + é R-módulo injetivo. A reciproca é direta pelo
diagrama acima.
Temos algumas propriedades, elementares.
hobservacao231i
hitem1i Observação 2.3.3 1. Se {Mi }i∈I é uma família de R-módulos, então ⊕i∈I Mi é plana
se, e somente se cada Mi é plano para cada i ∈ I. Use a Proposição 2.3.2.
2. Se dois R-módulos são isomorfos e um deles é plano, então ambos são planos.
3. Observe que se
0→M→N
é uma sequência exata de R-módulos, então
0 → R ⊗R M → R ⊗R N
2.3.1 Exercícios
hExercicioPLanoi
1. Seja R um anel comutativo. Seja M um módulo R e seja φ : R → B um homomorfismo
plano de anéis comutativos.
(a) Se M é projetivo como um R-módulo, então B ⊗R M é projetivo como um
B-módulo.
(b) Mostre que o contrário da parte (a) falha em geral.
(c) Prove que se M é um R-módulo projetivo, então a localização S−1 M é um
módulo S−1 R projetivo para cada subconjunto multiplicativamente fechado S
de R.
(d) Suponha que M é finitamente apresentado. Prove que as seguintes condições
são equivalentes:
i. M é um R-módulo projetivo;
ii. a localização S−1 M é um S−1 R-módulo projetivo para cada subconjunto
multiplicativamente fechado S de R;
iii. a localização Mp é um Rp -módulo projetivo para cada ideal primo p ∈
Spec(R);
iv. a localização Mm é um Rp -módulo projetivo para cada ideal máximal m
de R.
2. Suponha que M é um R-módulo onde R é um anel Noetheriano. Prove que as
seguintes condições são equivalentes:
(a) M é um R-módulo injetivo;
(b) a localização S−1 M é um S−1 R-módulo injetivo para cada subconjunto multi-
plicativamente fechado S de R;
(c) a localização Mp é um Rp -módulo injetivo para cada ideal primo p ∈ Spec(R);
(d) a localização Mm é um Rm -módulo injetivo para cada ideal máximal m de R.
3. Suponha que M é um R-módulo. Prove que as seguintes condições são equivalentes:
(a) M é um R-módulo plano;
(b) a localização S−1 M é um módulo S−1 R-plano para cada subconjunto multi-
plicativamente fechado S de R;
(c) a localização Mp é um Rp -módulo plano para cada ideal primo p ∈ Spec(R);
(d) a localização Mm é um Rm -módulo plano para cada ideal máximal m de R.
2.4 Resoluções projetiva e injetiva 55
hRprojetivai
Definição 2.4.1 Seja M um R-módulo qualquer. A sequência exata da forma:
P• : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/ M / 0
P•,M : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 / 0
e à este complexo de cadeias vamos nos referir como sendo a resolução projetiva deletada
do R-módulo M.
A resolução injetiva pode ser definida de forma semelhante.
?hRinjetivai? Definição 2.4.2 Seja M um R-módulo qualquer. A sequência exata da forma:
/ α −1 / 0 α0 / 1 / / I i−1 α
i−1
/ Ii /
I• : 0 M I I ··· ...
/ I0 α0 / 1 / / I i−1 α
i−1
/ Ii / ···
I•,M : 0 I ···
1 p β1
0 → K1 −→ P1 −→ K0 → 0
2 p β2
0 → K2 −→ P2 −→ K1 → 0
..
.
2.4 Resoluções projetiva e injetiva 57
pi βi
0 → Ki −→ Pi −→ Ki−1 → 0
..
.
onde Pi é projetivo, Ki = Ker(βi ) e pi é uma injeção canônica, para i = 0, 1, 2, . . . , com
β0 = α0 . Se emendassemos estas sequências exatas curtas, teríamos o seguinte diagrama
αi−1
··· / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/M / 0
< ?
pi−1 p0
βi ! β1
K
= i−1
K
> 0
#
0 0 0 0
para i = 1, 2, 3, . . . e
P• : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/ M / 0
é uma resolução projetiva de M.
Para o caso de injetividade, faremos a prova por indução sobre i.
Nos sabemos pela Proposição 2.1.12 existe uma aplicação injetivo e um R-módulo
injetivo I 0
ψM
0 −→ M −→ I 0
Considere uma aplicação quociente p0 : I 0 → Coker(ψM ) e seja I 1 um R-módulo injetivo e
um homomorfismo injetivo i0 : Coker(ψM ) → I 1 . Seja d 0 = i0 ◦ p0 . Então nos conseguimos
uma sequência exata
ψM d0
0 −→ M −→ I 0 −→ I 1 .
Agora suponhamos que tenhamos escolhido I 0 , I 1 , . . . , I i e d 0 , d 1 , . . . , d i−1 . Como antes,
considere pi : I i → Coker(d i−1 ). Seja I i+1 um R-módulo injetivo e um homomorfismo ii
Ii
injetivo i−1 i−1 em I i+1 . Como antes definamos d i = ii ◦ pi , isto é
d (I )
/
Ii ii / I i+1
0 ;
d i−1 (I i−1 )
O
di
Ii
Claramente, como ii é injetiva ker d i = ker pi = im(d i−1 ), e assim ker d i = Imd i−1 . Tudo
isto nos dá uma sequência exata
58 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
/
ψM
/ I0 d0 / 1 / / I i−1 d
i−1
/ Ii /
I• : 0 M I ··· ...
Observe que, se
P• : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/ M / 0
P•,M : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 / 0
e
H0 (P•,M ) = Ker(P0 → 0)/Im(α1 ) = P0 /Ker(α0 ) ∼
= M.
Similarmente, se
/ α −1 / 0 α0 / 1 / / I i−1 α
i−1
/ Ii /
I• : 0 M I I ··· ...
uma resolução injetiva de M, então
α −1 / 0 α0 / 1 / / I i−1 α
i−1
/ Ii / ...
I•,M : 0 I I ···
H 0 (I•,M ) ∼
= M. Assim, isto significa que mesmo calculando cohomologias ou homologias,
não perdemos nenhuma informação de M, a menos de isomorfismo, quando tiramos M das
resoluções.
Exemplo 2.4.4 Neste exemplo faremos um processo de como calcular um resolução
projetiva: Seja R = k[x, y, z] e seja I = (x, y, z) um ideal. Suponha que queiramos criar uma
sequência exata com os mapas
R → R/I → 0.
Bem, a resposta natural poderia ser
0 → I → R → R/I → 0.
Isto é claro, correto, mas agora podemos continuar o prcesso feito acima, exigindo que
cada módulo que aparece seja da forma Rn para algum n. Observamos o seguinte: Como
I = (x, y, z) existe um mapa α0 : R3 → I (sobrejetivo) definida por
(a, b, c) → ax + by + cz.
R3
α1
/ 3 α0 / /0
>R I
β1 p0
>
K0
0 0
onde p0 é a aplicação inclusão e α1 = p0 ◦ β1 .
Assim, como antes, podemos calcular o nocleo desta apliação. Com isto podemos
facilmente ver que Ker(α0 ) = Im(α1 ).
Como antes, agora calculemos o nucleo de β1 . Pelo diagrama, como o nucleo de α1 é
igual a nucleo de β1 e como a forma matricial de α1 é
y z 0
α1 = −x 0 z .
0 −x −y
Nos agora podemos calcular o nucleo esta apliação, e vemos que que
z
α1 −y = 0.
x
z
Com isto podemos construir K1 = −y = [v1 ]. Como antes definamos β2 : R → K1 ,
x
β2 (a) = av1 . Agora com isto temos o seguinte diagrama.
··· / R
α2
/ 3 α1
/ 3 α0 / / 0
>R >R I
p1 p0
β2 β1
? K1 >
K0
0 00 0
onde p1 é inclusão e α2 = p1 ◦ β2 . Como antes, agora calculemos o nucleo de β2 . Pelo
diagrama, como o nucleo de α2 é igual a nucleo de β2 e como a forma matricial de α2 é
z
α2 = −y
x
60 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
P• : · · · / R
αi
/ R / ··· / R
α1
/R α0
/ M / 0
onde cada mapa é multiplicação por x. Verifiquemos que é exato: Primeiro o anel R pode
ser identificado com o conjunto de todos a + bx onde a, b ∈ k. Então x(a + bx) = xa. Então
a imagem deste mapa é toda múltipla de x, e o nucleo do mapa também é todos os múltiplos
de x. A exatidão segue imediatamente, notando que o último mapa é uma projeção e,
portanto, é sobrejetivo.
Exemplo 2.4.6 Seja Z2 um Z4 -módulo e seja a sequência de Z4 -módulos, denotado por
P• : · · · / Z4
αi
/ Z4 / ··· / Z4
α1
/ Z4
α0
/ Z2 / 0,
onde αi (n) = 2n para cada i ≥ 0 e α0 (n) = n. Nos podemos ver facilmente que esta
sequência é uma uma resolução projetiva infinita de Z2 .
A seguir será mostrado que quaisquer duas resoluções projetivas de um módulo são do
mesmo tipo de homotopia. Para isso, precisamos dos dois lemas seguintes.
Lema 2.4.7 (Teorema de Comparação) Seja
hlema1i
P• : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/ M / 0
uma resolução projetiva de M e suponha que
βi β1 β0
Q• : · · · / Ni / Ni−1 / ··· / N1 / N0 / N / 0
é um complexo exata. Então para qualquer homomorfismo f : M → N de R-módulos
existe uma aplicação de complexos f• : P•,M → Q•,N tal que βi ◦ fi = fi−1 ◦ αi , para todo
i = 0, 1, 2, . . . .
Demonstração. Como P0 é projetivo e como temos um R-homomorfismo f ◦ α0 : P0 →
N, então pelo fato que β0 um R-homomorfismo sobrejetivo, temos que existe um R-
homomorfismo f0 : P0 → N0 tal que o diagrama
P0
α0
/ M /0
f0 f
β0
N0 / N /0
αi−1 αi−2
··· / Pi αi
/ Pi−1 / Pi−2 / ···
α1
/ P0 α0
/M / 0
fi fi−1 fi−2 f0 f
βi βi−1 βi−2 β1 β0
··· / Ni / Ni−1 / Ni−2 / ··· / N0 / N / 0
é comutativo. Com isto encontraremos fi : Pi → Ni tal que βi ◦ fi = fi−1 ◦ αi . pelo
processo de indução e pelo último diagrama, βi−1 ◦ fi−1 = fi−2 ◦αi−1 , então βi−1 ◦ fi−1 αi =
fi−2 ◦ αi−2 ◦ αi = 0 da Im( fi−1 ◦ αi ) ⊆ Ker(βi−1 ) = Im(βi ). Como Pi é projetivo, temos o
diagrama
Pn
fi
fi−1 ◦αi
{ βi
Nn / Im(βi ) / 0
que pode ser completado comutativamente pelo R-homomorfismo fi : Pi → Ni .
P• : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/ M / 0
αi−1 αi−2
P• : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / Pi−2 / ···
α1
/ P0 α0
/ M /0
fi fi−1 fi−2 f0 f
βi βi−1 βi−2 β1 β0
Q• : · · · / Qi / Qi−1 / Qi−2 / ··· / Q0 / N /0
F( fi ) F( fi−1 ) F( fi−2 ) F( f0 )
F(βi ) F(βi−1 ) F(β ) F(β1 )
F(Q•,N ) : · · · / F(Qi ) / F(Ni−1 ) / F(Qi−2 ) i−2 / ··· / F(Q0 ) /0
onde as linhas do diagrama são complexos. Portanto, existe uma família de aplicações,
pela Proposição 1.4.3, Hi (F( f• )) que aplica a i-ésima homologia de F(P•,M ) para a i-ésima
homologia de F(Q•,N ). Se F for funtor aditivo contravariante, então existirá uma família
de aplicações de cohomologia em cohomologia.
A seguir, apresentamos uma proposição importante para a sequência do texto.
hestaveleceri Proposição 2.4.10 Seja F um funtor aditivo de R-módulos para S-módulos.
(a). Se P• e Q• são duas resoluções projetivas do R-módulo M, então Hi (F(P•,M )) ∼ =
Hi (F(Q•,M )), para todo i ≥ 0. Além disso, se f : M → N é um homomorfismo de
R-módulos, e P• e Q• são resoluções projetivas de M e N respeitivamente, então
Hi (F( f• )) : Hi (F(P•,M )) → Hi (F(P•,N )), para todo i ≥ 0, independe da escolha da
aplicação de complexos f• : P• → Q• que é gerada por f .
(b). Se I• e J• são duas resoluções injetivas do mesmo R-módulo M, então Hi (F(I•,M )) ∼ =
i •,M
H (F(J )), para todo i ≥ 0. Além disso, se f : M → N é um homomorfismo de
R-módulos e I• e J• são resoluções injetivas de M e N respeitivamente, então
Hi (F( f •,M )) : Hi (F(I•,M )) → Hi (F(I•,N )), para todo i ≥ 0, independe da escolha da
aplicações de complexos f • : I• → J• que é gerada por f .
Demonstração. (1) Se P• e Q• são duas resoluções projetivas do mesmo R-módulo M e se
a aplicação identidade idM : M → M gera duas aplicaçôes de complexos f• : P•,M → Q•,M
e g• : Q•,M → P•,M , então pelo Lema 2.4.8, temos que f• ◦ g• e g• ◦ f• são homotópicos
para a cadeia de aplicações IdQ•,M e IdP•,M respeitivamente. Agora segue da Observação
1.4.5 item 4,(c) que F( f• ◦ g• ) e F(g• ◦ f• ) são homotópicos para F(IdQ•,M ) = IdF(Q•,M )
F(IdP•,M ) = IdF(P•,M ) respeitivamente. Aplicando a Observação 1.4.5 item 4,(d) e usando
as propriedades de Hn e F, temos
2.4 Resoluções projetiva e injetiva 63
P• : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/ M / 0,
e então
F(αi ) F(α1 ) F(α0 )
F(P• ) : · · · / F(Pi ) / F(Pi−1 ) / ··· / F(P1 ) / F(P0 ) / F(M) / 0
é um complexo de S-módulos (note que o funtor F, neste caso, é covariante). Com
isto, definimos os S-módulos de homologia Hi (F(P•,M )), e denotemos isto como
Li F(M) := Hi (F(P•,M )).
Para cada R-homomorfismo f : M → N, temos uma aplicação de S-módulos de
homologia no nível i
Hi (F( f• )) : Hi (F(P•,M )) → Hi (F(Q•,N ))
onde Q• é uma resolução projetiva do R-módulo N e f• : P•,M → Q•,N é uma
aplicação de complexos gerado por f . Pela Proposição 2.4.10 (a), temos que
Hi (F( f• )) depende somente de f e não da aplicação de complexos f• que é gerada
por f . Se denotarmos Li F( f ) := Hi (F( f• )), então temos que
Li F( f ) : Li F(M) → Li F(N)
é um funtor aditivo (e covariante, pois, neste caso, F está sendo considerado um
funtor covariante) de R-módulos para S-módulos, para cada inteiro i ≥ 0.
64 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
hANULAi
Proposição 2.4.13 Seja F um funtor aditivo covariante de R-módulos. Então:
(a). Se F é exato à direita, então L0 F(M) ∼
= F(M), para cada R-módulo M. Além disso,
L0 F e F são funtores naturalmente equivalentes. Se M é um R-módulo projetivo,
então Li F(M) = 0, para todo i = 0, 1, 2, . . ..
(b). Se F é exato à izquerda, então R0 F(M) ∼= F(M), para cada R-módulo M. Além disso,
0
R F e F são funtores naturalmente equivalentes. Se M é um R-módulo injetivo,
então Ri F(M) = 0, para todo i = 0, 1, 2, . . ..
Demonstração. A seguir, provaremos somente o item (a); a demonstração do item (b) é
semelhante.
Se P• é uma resolução projetiva do R-módulo M, então
P1
α1
/ P0 α0
/M / 0,
F(α1 ) F(α0 )
F(P1 ) / F(P0 ) / F(M) /0
é uma sequência exata (note que, estamos considerando que F é um funtor covariante).
Agora, consideremos
F(α1 )
F(P1 ) / F(P0 ) / 0
e calculemos:
L0 F(M) = H0 (F(P•,M ))
0 )→0)
= Ker(F(P
Im(F(α )) 1
F(P0 )
= Ker(F(α0 ))
∼
= F(M) pelo teorema do isomorfismo
L0 F(M)
ηM
/ F(M)
L0 F( f ) F( f )
L0 F(N)
ηN
/ F(N)
F (P•,M ) : · · · / 0 / F(M) / 0,
Observação 2.4.14 Note que na Proposição 2.4.13 pode também ser feita considerando
que F seja também um funtor contravariante. A seguir enunciaremos tal resultado.
A demonstração da seguinte proposição, é semelhante à demonstração da Proposição
2.4.13. Por isso, apenas vamos enunciar o próximo resultado sem a sua prova.
hANULA1i
Proposição 2.4.15 Seja F um funtor aditivo contravariante de R-módulos. Então:
(a) Se F é exato à esquerda, então R0 F(M) ∼ = F(M), para cada R-módulo M, de modo
0
que R F e F são funtores naturalmente equivalentes. Se M é um R-módulo projetivo,
então Ri F(M) = 0, para todo i = 0, 1, 2, . . ..
(b) Se F é exato à direita, então L0 F(M) ∼ = F(M), para cada R-módulo M, de modo
que L0 F e F são funtores naturalmente equivalentes. Se M é um R-módulo injetivo,
então Li F(M) = 0, para todo i = 0, 1, 2, . . ..
2.4.2 Exercícios
1. Seja P um R-módulo projetivo, e seja β : B → P um R-homomorfismo sobrejetivo
0 0
(ou seja, é um epimorfismo). Mostre que B = Ker (β ) ⊕ P , onde P ∼ = P.
2. Mostre que, um R-módulo P é projetivo se, e somente se, ele é um somando de um
R-módulo livre.
3. Mostre agora que, um R-módulo P é projetivo se, e somente se, toda sequência exata
da forma:
0 → A → B → P → 0,
cinde.
4. Se {Pk | k ∈ K} é uma família de R-módulos projetivos, então ∑k∈K Pk é também um
R-módulo projetivo.
5. Um complemento de um R-módulo projetivo P é um R-módulo Q (necessariamente
projetivo) com P ⊕ Q sendo um R-módulo livre. Prove que todo R-módulo projetivo
finitamente gerado possui um complemento finitamente gerado.
6. Seja P• e Q• como no lema 2.4.7. Se f : M → N é um homomorfismo de R-módulos,
então qualquer par de aplicações de complexos f• , g• : P•,M → Q•,N gerado por f
são homotópicos.
7. Se P• e Q• são duas resoluções projetivas (ou injetivas) de M, então P•,M e Q•,M
são do mesmo tipo de homotopia.
8. Prove as seguintes afirmações:
(a) Seja F : MR → MS um funtor aditivo, então os funtores Li F e Ri F são aditivos.
(b) Seja F : MR → MS um funtor aditivo e contravariante, então os funtores Li F e
Ri F são aditivos.
2.5 O funtor ExtiR (−, −) 67
Portanto, agora podemos calcular a i-ésima cohomologia do cocomplexo HomR (P•,M , X),
e obteremos os R-módulos
onde f• : P•,M → Q•,N é uma aplicação de complexos gerado por f . Assim, temos
/ ·x / π / /0
0 R R R/xR
Isto fornece uma resolução livre de R/xR que pode ser usada para calcular ExtiR (R/xR, N)
como cohomology do complexo
/ ·x / /0
0 HomR (R, N) HomR (R, N)
/ ·x / /
0 N N 0
Portanto a afirmação segue deste complex. Agora Ext0R (R/xR, N) = HomR (R/xR, N) segue
pela Proposição 2.4.15.
hresolNDZi Observação 2.5.3 Seja R um anel. Se x, y ∈ R são não divisores zero em R, então
podemos obter construir uma resolução de R/xR sobre R/xyR dado por:
·x ·y ·x /
P• : · · · / R/xyR / R/xy / R/xyR R/xyR
α0
/ R/xR / 0,
e o complexo deletado é
·x ·y ·x /
P•,R/xR : · · · / R/xyR / R/xy / R/xyR R/xyR / 0.
Exemplo 2.5.4 Para cada inteiro m, n ≥ 2, nos calcularemos ExtiZmn (Zn , N) para alguns
módulo N. Pela Observação 2.5.3 temos a resolução projetiva e o complexo deletado de
Zn sobre Zmn como
/ ·n / ·m / ·n / α0
/ /
P• : · · · Zmn Zmn Zmn Zmn Zn 0,
/ ·n / ·m / ·n / / 0.
P•,Zn : · · · Zmn Zmn Zmn Zmn
respeitivamente. Aplicando HomZmn (−, N) para o complexo deletado P•,Zn obtemos o
seguinte cocomplexo HomZmn (P•,Zn , N)
/ Hom ·n / ·m / /
0 Zmn (Zmn , N) HomZmn (Zmn , N) HomZmn (Zmn , N) ··· .
/ ·n / ·m / /
0 N N N ··· .
/ Zmn ·n / ·m / /
0 Zmn Zmn ··· .
Pela Observação 2.5.3, vemos que esta sequência é exceto no i = 0, neste caso nos temos
·n
Ker(Zmn → Zmn )
0
= mZ/mnZ = Z/nZ = Zn
(0 → Zmn )
2.5 O funtor ExtiR (−, −) 69
Therefore, temos
Zn , se i=0
ExtiZmn (Zn , Zmn ) =
0, se i 6= 0.
/ ·n / ·m=0 / ·n / ·m=0 /
0 Zm Zm Zm Zm ··· .
Assim temos,
n
Ext0Zmn (Zn , Zm ) = Ker Zm → Zm = Z/gZ.
0
Ker Zm → Zm Zm
Ext1Zmn (Zn , Zm ) =
n
= = Zg .
Im Zm → Zm gZ/mZ
n
Ker Zm → Zm Z
Ext2Zmn (Zn , Zm ) = = g = Zg .
0 0
Im Zm → Zm
ExtiZmn (Zn , Zm ) = Zg
para todo i ≥ 3.
Para cada sequência exata curta 0 /L /M /N / 0 de R-módulos e
de R-homomorfismos, existe uma sequência exata longa para o funtor contravariante
ExtiR (−, X). Para obter esta tal sequência, precisamos do seguinte lema chamado “horse
shoe" ou “lema da ferradura".
hHorsei
Lema 2.5.5 (Horse Shoe Lemma) Considere o diagrama, constituído por R-módulos e
70 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
por R-homomorfismos:
.. ..
. .
α2 γ2
P1 R1
α1 γ1
P0 R0
α0 γ0
f g
0 / L / M / N / 0
γ
0 0
f g
onde a sequência 0 /L /M /N / 0 é exata e P• e R• são resoluções
projetivas de L e N respectivamente. Então, existe uma resolução projetiva Q• de M e
aplicações de complexos f• : P• → Q• e g• : Q• → R• tal que:
.. .. ..
. . .
α2 β2 γ2
f1 g1
0 / P1 / Q1 / R1 / 0
α1 β1 γ1
f0 g0
0 / P0 / Q0 / R0 / 0
α0 β0 γ0
f g
0 / L / M / N / 0
0 0 0
é um diagrama comutativo e com linhas exatas. Além disso, Qi = Pi ⊕ Ri , para cada i ≥ 0.
Demonstração. Provaremos por indução. Considere o diagrama
P0 R0
α0 γ0
f g
0 / L / M / N / 0
γ
0 0
e seja Q0 = P0 ⊕ R0 . Como R0 é projetivo, existe um R-homomorfismo h : R0 → M tal
que g ◦ h = γ0 . Então sejam f0 = i0 : P0 → Q0 a injeção canônica e g0 = π2 : Q0 → R0 a
projeção canônica, agora, seja β0 : Q0 → M um homomorfismo definido por β0 (x, y) =
f ◦ α0 (x) + h(y).
2.5 O funtor ExtiR (−, −) 71
Afirmação: β0 é sobrejetiva.
De fato, se z ∈ M, então g(z) ∈ N, logo existe um y ∈ R0 tal que γ0 (y) = g(z). Agora
como g(z − h(y)) = g(z) − (g ◦ h)(y) = g(z) − γ0 (y) = g(z) = g(z) = 0, então z − h(y) ∈
Ker(g) = Im( f ). Segue que existe um x ∈ P0 tal que f ◦α0 (x) = z−h(y). Assim, β0 (x, y) =
z.
f0 g0
Facilmente podemos ver que 0 / P0 / Q0 / R0 / 0 é exata. Portanto
temos o diagrama comutativo e a linha é exata.
f0 g0
0 / P0 / Q0 / R0 / 0
α0 β0 γ0
f g
0 / L / M / N / 0
0 0 0.
Agora suponhamos por indução, que tenhamos construido até n-ésima componentes da
resolução projetiva Q• de M, isto é,
βn−1 β0
0 / Qn−1 = Pn−1 ⊕ Rn−1 / ··· / Q = P0 ⊕ R0 / M / 0
Pn Rn
γ
pαn pn
f n−1 gn−1
0 / Ker(αn−1 ) / Ker(βn−1 ) / Ker(γn−1 ) / 0
γ
0 0
γ
com pαn = αn : Pn → Im(αn ) = Ker(αn−1 ) e pn = γn : Rn → Im(γn ) = Ker(γn−1 ) e onde
f n−1 e gn−1 são restrições de fn−1 : Pn−1 → Qn−1 e gn−1 : Qn−1 → Rn−1 para Ker(αn−1 )
β
e Ker(βn−1 ) respectivamente. Uma sobrejeção pn : Qn = Pn ⊕ Rn → Ker(βn−1 ) e as
aplicações 0 / Pn fn / Qn e Qn gn / Rn / 0 podem ser construidas exatamente
como β0 , f0 e g0 foram construidos, e obtemos o diagrama comutativo com as linhas e
colunas exatas
fn gn
0 / Pn / Qn / Rn / 0
γ
pαn pn
β
pn
f n−1 gn−1
0 / Ker(αn−1 ) / Ker(βn−1 ) / Ker(γn−1 ) / 0
0 0 0.
72 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
β γ
Se iαn−1 : Ker(αn−1 ) → Pn−1 , in−1 : Ker(βn−1 ) → Qn−1 e in−1 : Ker(γn−1 ) → Rn−1 são
β β γ γ
injeções canônicas, então αn = iαn−1 ◦ pαn , βn = in−1 ◦ pn e γn = in−1 ◦ pn . Com isto temos
o seguinte diagrama comutativo com linhas e colunas exatas
fn gn
0 / Pn / Qn / Rn / 0
αn βn γn
fn−1 gn−1
0 / Pn−1 / Qn−1 / Rn−1 / 0
.. .. ..
. . .
f g
0 / L / M / N / 0
0 0 0
e então o lema segue por indução.
Este lema também existe quando considerarmos resoluções injetivas. Agora, constru-
iremos, pelo resultado, a existência da sequência exata longa do Ext.
hSELExti f g
Proposição 2.5.6 Se 0 L /
/M /N / 0 é uma sequência exata curta de R-
módulos e de R-homomorfismos, então para qualquer R-módulos X, existe uma sequência
exata longa de R-módulos de cohomologia:
g∗ f∗ Φ0
0 −→ HomR (N, X) −→ HomR (M, X) −→ HomR (L, X) −→
Φ0 Ext1 (g,X) Ext1R ( f ,X) Φ1
−→ Ext1R (N, X) −→
R
Ext1R (M, X) −→ Ext1R (L, X) −→ · · ·
Φi−1 Exti (g,X) ExtiR ( f ,X) Φi
· · · −→ ExtiR (N, X) −→
R
ExtiR (M, X) −→ ExtiR (L, X) −→ . . .
f• g•
0 / P• / Q• / R• / 0
é uma sequência exata curta de complexos. O complexo Q• foi construido pelo Lema da
Ferradura (o Horse Shoe Lemma),
fi gi
0 / Pi / Qi / Ri / 0
é uma sequência exata curta que cinde, com Qi = Pi ⊕ Ri para cada i ≥ 0. Pela Proposição
1.3.3 item (a), HomR (−, X) preserva sequências exatas que cinden, temos com isto o
2.5 O funtor ExtiR (−, −) 73
0 0 0
g∗0 γ2∗
0 / HomR (R0 , X) / HomR (R1 , X) / HomR (R2 , X) / ···
0 0 0
onde as colunas são exatas e as linhas nos fornecem ExtiR (N, X), ExtiR (M, X) e ExtiR (L, X),
para cada i ≥ 0. Assim, temos a sequência exata curta de complexos:
g∗• f•∗
0 / HomR (R•,N , X) / HomR (Q•,M , X) / HomR (P•,L , X) /0 .
Como o funtor contravariante HomR (−, X) é exato à esquerda e aditivo, pela Proposição
2.4.15 (b), conseguimos obter que:
f? g?
0 / HomR (Pi , L) / HomR (Pi , M) / HomR (Pi , N) / 0.
f• ? g• ?
0 / HomR (P•,X , L) / HomR (P•,X , M) / HomR (P•,X , N) /0 .
hSELExt1i f g
Proposição 2.5.7 Se 0 L /M/ /N / 0 é uma sequência exata de R-
módulos e R-homomorfismos, então para qualquer R-módulo dado X, existe uma sequência
exata longa de R-módulos de cohomologia,
f∗ g∗ Φ0
0 −→ HomR (X, L) −→ HomR (X, M) −→ HomR (X, N) −→
Φ0 Ext1R (X, f ) Ext1 (X,g) Φ1
−→ Ext1R (X, L) −→ Ext1R (X, M) −→
R
Ext1R (L, N) −→ · · ·
Φi−1 ExtiR (X, f ) Exti (X,g) Φi
· · · −→ ExtiR (X, L) −→ ExtiR (X, M) −→
R
ExtiR (X, N) −→ · · ·
0 −→ N 0 −→ N −→ N 00 −→ 0
de R-módulos.
Sabemos, pela Proposição 2.5.7, que existe uma sequência exata longa da forma:
0 00 0
0 → HomR (M, N ) → HomR (M, N) → HomR (M, N ) → Ext1R (M, N ) → · · · .
Como, por hipótese, Ext1R (M, X) = 0, para qualquer R-módulo X, segue que a sequência
obtida a partir da sequência anterior
0 00
0 → HomR (M, N ) → HomR (M, N) → HomR (M, N ) → 0,
P• : · · · → Pn → · · · → P0 → X → 0
uma resolução projetiva do R-módulo arbitrário X. Como M é injetivo, pelo Corolário 2.1.4,
o funtor HomR (−, M) é um funtor exato. Então segue que o complexo HomR (P•,X , M) é
uma sequência exata (lembre-se de que HomR (−, M) é um funtor contravariante). Portanto,
temos que ExtiR (X, M) = H i (HomR (P•,X , M)) = 0, para todo i ≥ 1.
(b) ⇒ (c), (c) ⇒ (d) e (d) ⇒ (e): Seguem de uma forma imediata.
(e) ⇒ (a): Considere a sequência exata curta
0 −→ I −→ R −→ R/I −→ 0
de R-módulos.
Sabemos que existe uma sequência exata longa (lembre-se de que HomR (−, M) é um
funtor contravariante):
Como, por hipótese, Ext1R (R/I, M) = 0, para qualquer ideal I de R, segue que o R-
homomorfismo:
HomR (R, M) → HomR (I, M)
é sobrejetivo. Portanto, pelo Critério de Baer (qualquer homomorfismo se estende para R),
conseguimos provar que M é um R-módulo injetivo, como desejado.
para todo 0 ≤ i ∈ Z.
P• : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/ M / 0
76 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
onde os Pn são R-módulos livres de posto finito. Então, como S é um R-módulo plano
temos que S ⊗R P• → S ⊗R M → 0 é uma resolução livre como S-módulo de S ⊗R M. Como
Pn são R-módulos livres de posto finito, temos que:
HomS (S ⊗R Pn , S ⊗R N) ∼
= S ⊗R HomR (Pn , N)
para todo n ∈ Z. Usando novamente o fato de S ser plano sobre R, com a igualdade acima
e o Theorema 1.5.1 e Exercício 18 da Lista de exercícios 2.3.1, conseguimos que
Hi (HomS (S ⊗R P• , S ⊗R N)) ∼
= S ⊗R Hi (HomR (P• , N))
2.5.3 Exercícios
1. Mostre através de um exemplo, que para dados R-módulos M, N temos que ExtiR (N, M)
não é isomorfo à ExtiR (M, N) em geral.
2. Seja 0 → M → N → P → 0 uma sequência exata curta de R-módulos, e seja L um
R-módulo. Então, com as aplicações canônicas induzidas, a sequência:
é exata. Esta sequência é chamada a Ext-sequência exata longa. Também temos que,
com as hipóteses anteriores, a sequência:
é exata.
Prove que, para i ≥ 1, temos que ExtiR (N, M) = 0 se N é um R-módulo livre.
3. Sejam N, M dois R-módulos. Prove que AnnR (N) ⊆ AnnR ExtiR (N, M) , para todo
i ≥ 0, onde AnnR (•) é o anulador de um dado R-módulo.
4. Se n é um número inteiro negativo, mostre que ExtnR (A, B) = 0, para quaisquer que
sejam os R-módulos A, B.
5. Seja A um R-módulo qualquer. Vamos observar a seguir que o Ext0R (A, •) é natural-
mente equivalente à HomR (A, •).
De fato, seja B um outro R-módulo dado (ele é fixo, porém arbitrário), e seja
d0 d1
I•B : 0 → E 0 → E 1 → E 2 → . . . ,
uma resolução injetiva deletada para o R-módulo B. Desta forma, por definição,
temos que
∗ ∗
Ext0R (A, B) = Ker d 0 /Im 0 → E 0 = Ker d 0
.
2.6 O funtor TorRi (−, −) 77
então a exatidão à esquerda de HomR (A, •) nos fornece uma sequência exata:
(ε)∗ 0
(d 0 )∗
→ HomR A, E 1 ,
0 → HomR (A, B) → HomR A, E
∗
de modo que Ker d 0 = Im (ε ∗ ), isto é, ε ∗ : HomR (A, B) → Ext0R A, E 0 é
não nula.
P• : · · · / Pi αi
/ Pi−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/ M / 0
α ⊗Id α1 ⊗IdX
P•,M ⊗R X : . . . → Pi ⊗R X i → X Pi−1 ⊗R X → . . . → P1 ⊗R X → P0 ⊗R X → 0.
Definamos
TorRi (M, X) := Hi (P•,M ⊗R X) para todo i ≥ 0.
Agora, seja N um outro R-módulo e suponhamos que Q• é uma resolução projetiva
de N. Se f : M → N é um homomorfismo de R-módulos então, pelo lema de comparação,
temos o seguinte diagrama comutativo
αi−1 ⊗R X
··· / Pi ⊗R X / Pi−1 ⊗R X / ··· / P1 ⊗R X α0 ⊗idX/ P0 ⊗R X /0
de complexos, onde f• : Q•,M → Q•,N é uma aplicação de complexos gerada por f . Então
onde f• ⊗ IdX : P•,M ⊗R X → P•,N ⊗R X é uma aplicação de complexos gerada por f ⊗ IdX .
Então, temos
TorRi ( f , X) : TorRi (M, X) → TorRi (N, X),
e assim, temos um funtor aditivo e covariante TorRi (−, X) e um funtor derivado a esquerda
de R-módulos tal que TorR0 (−, X) = − ⊗R X.
f g
Se 0 → L → M → N → 0, é uma sequência exata curta de R-módulos e de R-homomorfismos,
então existe uma sequência exata curta de complexos de cadeias:
f• g•
0 / P•,L / Q•,M / R•,N / 0,
f⊗Id g⊗idX
0 → P•,L ⊗R X →X Q•,M ⊗R X → R•,N ⊗R X → 0.
f ⊗IdX g⊗IdX
L ⊗R X −→ M ⊗R X −→ N ⊗R X−→0.
0 / L / M / N / 0
0 / Pi ⊗R L / Pi ⊗R M / Pi ⊗R N / 0
é uma sequência exata curta, para cada i ≥ 0. Desta forma, temos a sequência exata curta
de complexos, da seguinte forma:
para cada i ≥ 0.
A construções acima, mostra que TorRi (M, N) pode ser calculado usando resoluções
projetivas de M ou tomando resoluções projetivas do R-módulo N, por este motivo é
chamado de bifuntor balanceado ou equilibrado. Alem disso como os anéis são sempre
comutativos, temos que TorRi (M, N) ∼
= TorRi (N, M) para cada i ≥ 0.
P• : · · · / Z4 αi
/ Z4 / ··· / Z4
α1
/ Z4
α0
/ Z2 / 0,
onde αi (n) = 2n para cada i ≥ 0 e α0 (n) = n. Tensorizando por Z2 a resololução deletada
de Z2 como Z4 -módulo, nos obtemos o complexo P•,Z2 ⊗Z4 Z2 :
αi ⊗idZ2 α1 ⊗idZ2
··· / Z4 ⊗ / Z4 ⊗ Z2 / ··· / Z4 ⊗Z4 Z2 / Z4 ⊗Z4 Z2 / 0.
Z4 Z 2 Z4
··· / Z4 ⊗Z4 Z2
0 / Z4 ⊗Z4 Z2 / ··· / Z4 ⊗Z4 Z2
0 / Z4 ⊗ / 0
Z4 Z 2
e assim pela Proposição 2.4.13 item (a), temos que TorZ 0 (Z2 , Z2 ) = Z4 ⊗Z4 Z2 . Além
4
··· / Z2
0 / Z2 / ··· / Z2
0 / Z2 / 0
2.6.3 Propriedades
hlemaTori
Lema 2.6.2 Se P é um R-módulo projetivo, então TorR
i (N, P) = 0, para qualquer R-módulo
N e para todo i ≥ 1.
A seguir, temos uma conexão que relaciona R-módulos planos com o funtor Tor onde
o anel o R não é necessáriamente comutativo.
hPropFlatNFGi
Proposição 2.6.3 Se M é um R-módulo qualquer, as condições a seguir são equivalentes:
(a) P é um R-módulo plano;
(b) TorR1 (P, N) = 0, para qualquer R-módulo N;
(c) TorRi (P, N) = 0, para qualquer R-módulo N e para todo i ≥ 1.
Demonstração. (c) ⇒ (b): Segue de uma forma imediata.
(b) ⇒ (a): Suponha que
0→L→M→N→0
é uma sequência exata curta de R-módulos. Então, temos a Tor-sequência exata longa
é uma sequência exata curta, e assim temos, por definição, que P é um R-módulo plano.
(a) ⇒ (c): Vamos provar, por indução sobre i. Seja P um R-módulo plano e seja N um
R-módulo qualquer. Então, existe uma sequência exata curta
0 → K → P̃ → N → 0
onde TorR1 (P, P̃) = 0 pelo Lema 2.6.2. Mas, como P é um R-módulo plano temos que
P ⊗R K−→P ⊗R P̃ é uma aplicação injetiva. Segue então que TorR1 (P, N) = 0. Agora
assumindo a hipótese de indução, na sequência exata curta e a sequência exata longa,
temos:
· · · −→TorRi (P, P̃)−→TorRi (P, N) −→ TorRi−1 (P, K)−→ · · · .
Usando Lema 2.6.2, demonstramos que TorRi (P, P̃) = 0 e por hipotese de indução temos
que TorRi−1 (P, K) = 0. Segue TorRi (P, N) = 0
Proposição 2.6.4 Seja M 00 um R-módulo as seguintes condições são equivalentes:
1. M 00 é plano;
2. Para qualquer sequência exata curta
é exata.
2.6 O funtor TorRi (−, −) 81
Demonstração. Seja 0−→M 0 −→ M−→M 00 −→0 uma sequência exata curta e supon-
hamos que M 00 é plano. Então, pelo Lema 2.6.2, TorR1 (M 00 , N) = 0 para qualquer R-módulo
N e a sequência exata longa
é exata para qualquer arbitrário R-módulo N (por hipótese). Isto, pelo Lema 2.6.2,
TorR1 (M, N) = 0 pois M é projetivo a sequência exata longa
demonstra que TorR1 (M 00 , N) = 0, agora pela Proposição 2.6.3 provamos (2) implica (1).
0−→a −→ R−→R/a−→0.
Desde que R, como R-módulo, é livre, projetivo e plano, temos que TorR1 (P, R) = 0 por
2.6.2. Portanto temos um isomorfismo
TorR1 (P, R/a) ∼
= Ker(P ⊗R a−→P).
Para qualquer ideal finitamente gerado a0 ⊂ a a composta de aplicações canônicas
P ⊗R a0 −→P ⊗R a−→P
é injetiva, pelo fato que TorR1 (P, R/a0 ) = 0 isto por hipotese. Com isto provemos que
Ker(P ⊗R a−→P) é injetivo. Seja z = ∑rj=1 m j ⊗ a j ∈ Ker(P ⊗R a−→P) elemento qualquer.
Seja a0 = (a1 , . . . , ar ) ⊂ R um ideal gerado por os ai . Então,
r
z0 = ∑ mj ⊗aj
j=1
hpropocriterioi
Proposição 2.6.6 Um R-módulo P é plano se, e somente se, para qualquer ideal a
finitamente gerado de R a aplicação canônica a ⊗R P −→ P é injetivo
Demonstração. Suponhamos primeiro que P é um R-módulo plano. Como a aplicação
a ⊗R P −→ P provem da aplicação injetiva a ,→ R permanecendo injetiva para qualquer
ideal a de R.
Reciprocamente, suponhamos que a ⊗R P −→ P é injetiva para qualquer ideal a ⊂ R
finitamente gerado. Fixemos tal ideal e consiredes o sequência exata curta
0−→a −→ R−→R/a−→0.
e a sequência exata longa do tor
TorZ
1 (Z/ (m) , Z/ (n)) = Z/ (d) ,
onde d = m.d.c (m, n), ou seja, é o máximo divisor comum entre os números inteiros m e n.
Usando as propriedades de compatibilidade de soma direta e produto tensorial, nos temos:
∼ r s
Tor1 (M, N) = Tor1 ⊕i=1 Z/ni Z, ⊕ j=1 Z/mi Z
Z Z
∼
= ⊕ri=0 ⊕sj=0 TorR1 (Z/ni Z, Z/m j Z)
∼
= ⊕ri=0 ⊕sj=0 Z/ni Z ⊗Z Z/m j Z
∼
= ⊕ri=0 Z/ni Z ⊗Z ⊕sj=0 Z/m j Z
∼
= M ⊗Z N.
Agora mostremos que TorZ 1 (Z/ (m) , Z/ (n)) = Z/nZ ⊗Z Z/mZ. Do exemplo anterior
considere a resolução projetiva de Z/nZ e tensorize por Z/mZ, teremos que
TorZ
1 (Z/ (m) , Z/ (n)) = {k ∈ Z/mZ|n · k = 0} = Z/dZ.
Desde que Z/dZ = Z/nZ ⊗Z Z/mZ o resultado segue.
2.6.5 Exercícios
1. Se R é uma domínio de ideais primcipais (DIP) e M é um submódulo de um R-
módulo livre F, mostre que M é também livre e posto(M) ≤ posto(F).
2. Seja 0 → L → M → N → 0 uma sequência exata curta de R-módulos onde N é plano.
Então L é plano se, e somente se M é plano.
3. Já sabemos, que em todo este livro, o anel R em questão, ou qualquer outro anel que
se considere, é comutativo e com identidade não nula. Prove que, para N, M dois
R-módulos quaisquer, vale o isomorfismo:
TorRi (M, N) ∼
= TorRi (N, M) ,
para todo i ≥ 0.
4. Seja S ⊂ R um conjunto multiplicativamente fechado. Prove que:
−1
S−1 TorRi (M, N) = TorSi R S−1 M, S−1 N ,
para todo i ≥ 0.
86 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
0 = TorR1 (R, R/J) → TorR1 (R/I, R/J) → I ⊗R R/J → R/J → R/I ⊗R R/J → 0.
. . . → Fn → . . . → F1 → F0 → M → 0,
uma resolução livre (que também pode ser uma resolução livre minimal) de M, em
que todos os R-módulos livres Fi são finitamente gerados, para todo i ≥ 0. Prove
que,
dimk TorRi (M, k) = rank (Fi ) < ∞,
para todo i ≥ 1.
11. Notamos que se r ∈ R e M, N são dois R-módulos, então a aplicação:
para todo i ≥ 0, induzida pela multiplicação por r sobre o R-módulo N é dada pela
multiplicação por r sobre TorRi (M, N). Isto pode ser visto como segue.
r
Escolha uma resolução projetiva P• de M. Quando tensorizamos N → N, obtemos
r
a aplicação de complexos de cadeias P• ⊗R N → P• ⊗R N que é induzida pela
multiplicação por r, e esta induz a aplicação de homologia. prove que o mesmo fato
r
vale quando nós usamos M → M para induzir a aplicação:
P• : 0 → Pn → · · · → P0 → M → 0.
MId
0 −→ P0 = M −→ M −→ 0
é uma resolução projetiva para M. Logo, pela definição, temos que pdimR M = 0.
(⇒) Reciprocamente, se 0 → P0 → M → 0 é uma resolução projetiva, então M ∼ = P0 .
Logo, M é projetivo.
88 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
0 → L1 → L0 → M → 0,
onde L0 é um R-módulo projetivo. Portanto, com isto teremos as sequências exatas longas
pelos resultados acima temos que ExtiR (L0 , N) = TorRi (L1 , N) = 0 para i ≥ 1. Portanto
ExtiR (L1 , N) ∼
= Exti+1 R ∼ R
R (M, N) e Tori+1 (M, N) = Tori (L1 , N).
0 → K → L0 → M → 0,
e
0 → Ln → Ln−1 → . . . → L1 → K → 0,
Com isto, temos os isomorfismos desejados
ExtiR (Ln , N) ∼
= Exti+n−1
R (K, N) = Exti+n
R (M, N)
e
TorRi (Ln , N) ∼
= TorRi+n−1 (K, N) ∼
= TorRi+n (M, N).
onde o primeiro issomorfismo segue por indução e segundo issomorfismo segue pelo caso
n = 1.
O próxima teorema, caracteriza um R-módulo projetivo de dimensão finita em termos
do Ext.
hprojfintai
Teorema 2.7.5 Se M é um R-módulo e n ∈ Z+ , as seguintes condições são equivalentes:
(i) pdimR (M) 6 n;
(ii) ExtiR (M, X) = 0, ∀ i > n e para todo R-módulo X;
(iii) Extn+1
R (M, X) = 0, para qualquer R-módulo X;
(iv) Se
0 −→ Kn−1 −→ Pn−1 −→ · · · −→ P0 −→ M −→ 0
é uma sequência exata com Pi projetivo, para i = 0, . . . , n − 1, então Kn−1 é projetivo.
2.8 DE AQUI PARA FRENTE ESTA RUIM, DESSORGANIZADO 89
Demonstração. (i) ⇒ (ii): Por hipótese, existe uma resolução projetiva limitada, da
seguinte forma:
0 −→ Pn −→ · · · −→ P0 −→ M −→ 0.
A partir dela, temos uma sequência exata
1 α∗ 2 n α∗ α∗
0 −→ HomR (P0 , X) −→ HomR (P1 , X) −→ · · · −→ HomR (Pn , X),
uma vez que HomR (−, X) é um funtor contravariante e exato à esquerda. Assim, pela
definição do funtor Ext, temos que:
∗ )
ker(αi+1
ExtiR (M, X) = = 0, ∀ i > n.
Im(αi∗ )
0 −→ Kn−1 −→ Pn−1 −→ · · · −→ P0 −→ M −→ 0.
P• : · · · / Pn αn /
Pn−1 / ··· / P1 α1
/ P0 α0
/ M /0
Coker(αn+1 ) ∼
= Pn /Im(αn+1 ) ∼
= Pn /Ker(αn ) ∼
= Im(αn ).
0 → L → M → N → 0.
If se dois dos módulos tem dimensão projetiva finita sobre R, então os terceito também
tem sidensão finita.
Demonstração. Primeiro provemos o caso onde pdimR (L) < ∞ e pdimR (M) < ∞. Os
outros casos são similáres. Assuma que pdimR (L) < n e pdimR (M) < n. O Teorema 2.7.5
implica que para qualquer R-módulo X e qualquer i ≥ n, temos
Agora de sequêncoa exata longa em ExtiR (−, X), concluimos que ExtiR (N, X) = 0 para
todo i > n. Novamente pelo Teorema 2.7.5.
2.8.1 Exercícios
1. Seja (R, m) um anel local e de dimensão zero. Seja M um R-módulo qualquer com
pdimR (M) < ∞. Prove que M é um R-módulo livre.
2. Prove que se 0 → M → N → T → 0 é uma sequência exata curta de R-módulos.
Então
pdimR (N) 6 max{pdimR (M) , pdimR (T )}.
3. Seja (R, m) um anel local e Noetheriano, k = R/m o corpo residual, e seja M um
R-módulo finitamente gerado. prove que:
pdimR (M) ≥ o maior comprimento de uma sequência regular sobre p a qual está em m,
e é uma sequência regular maximal em m, que é o único ideal maximal do anel local
em questão.
f g
5. Se 0 −→ K −→ P −→ M −→ 0 é uma sequência exata curta de R-módulos com P
projetivo, então a sequência
f∗ g∗
0 → HomR (M, N) → HomR (P, N) → HomR (K, N)
I• : 0 → N → I 0 → I 1 → · · · → I n−1 → I n → 0.
idimR (N) := inf{n : dada qualquer resolução injetiva (I• , d • ) de M, Im(d n−1 ) é injetiva}.
dimensaoinjetivai Corolário 2.9.5 Se N é um R-módulo qualquer, então:
0 → N j−1 → N j → R/p j → 0,
Demonstração. (1) ⇔ (2). Isto segue da Proposição 2.9.6 e a equivalência (3) ⇔ (1) do
Teorema 2.9.3.
(2) ⇒ (3). Segue do fato de que localização de módulos nulos é nulo e localização
comuta com o Ext.
(3) ⇒ (2). Seja p um ideal primo tal que Extn+1
R (R/p, M) 6= 0, e suponhamos que p é
um ideal maximal com esta propriedade. Seja x ∈/ p. A sequência exata
2.9.2 Exercícios
0
1. Suponha que 0 → D → L1 → L2 → . . . → Ln → D → 0 é uma sequência exata de
0
R-módulos e d ≥ 0. Prove que, se idimR L j ≤ d, para todo j, então ExtR B, D ∼
k
=
ExtRk+n (B, D), para todo R-módulo B, e k > d.
2. Suponha que C é um R-módulo qualquer. Prove a seguinte implicação:
idimR (C) ≤ n ⇒ Extn+1
R (R/I,C) = 0,
para qualquer ideal I de R, e sendo 0 ≤ n ∈ Z.
94 Chapter 2. Módulos injetivo, projetivo, plano e resoluções
0 −→ S −→ F −→ M −→ 0.
Por hipótese, TorR1 (M, k) = 0. Assim, aplicando − ⊗R k nessa sequência, temos que
S F M
0 −→ −→ −→ −→ 0,
mS mF mM
é uma sequência exata curta.
Por outro lado, da forma com que tomamos F, podemos mapear a sua base sobreje-
tivamente no conjunto de geradores minimais de M. Assim, F = RΩ (Ω um conjunto de
índices, não necessariamente finito) e então
F ∼ M
= .
mF mM
S
Logo, = 0. Segue, pelo Lema de Nakayama, que S = 0. Portanto, M ∼
= F e assim,
mS
temos que M é um R-módulo livre, como desejado.
hExtTori Lema 2.10.2 Seja R um anel local e seja M um R-módulo finitamente gerado. As seguintes
condições são equivalente:
1. M é livre;
2. M é projetivo;
3. M é plano;
4. Ext1R (M, k) = 0;
5. TorR1 (M, k) = 0.
Demosntração. As provas de (4) ⇔ (2) ⇔ (1) ⇒ (3) ⇒ (5) são diretas.
A prova de (5) ⇒ (1) segue deo Teorema 2.10.1.
Provemos (4) ⇒ (1) Seja m1 , . . . , mn geradores de M tal que módulo mM da uma base
de M/mM e isto da um morfismo sobrejetivo φ : Rn → M e suponha que Q = Ker(φ ).
Temos uma sequência exata longa
2.10 Alguns resultados no caso local e módulo finitamente gerados 95
φ∗
0 −→ HomR (M, k) −→ HomR (Rn , k) −→ HomR (Q, k) −→ Ext1R (M, k) −→ · · · .
φ∗
0 / HomR (M, k) / HomR (Rn , k) / HomR (Q, k) / Ext1 (M, k) / ...
R
∼
= ∼
=
(φ ⊗idk )∗
Homk (M ⊗R k, k) / Hom n
k (R ⊗R k, k)
Ln−1 → · · · → L0 → M → 0
com Li livres finitamente gerados sobre R. Seja Ln = Ker(Ln−1 → Ln−2 ). Pelo Lema 2.7.4,
temos
Ext1R (Ln , k) ∼
= Extn+1
R (M, k) e TorR1 (Ln , k) ∼
= TorRn+1 (M, k).
Agora por hipotese temos Ext1R (Ln , k) = TorR1 (Ln , k) = 0, então, pelo Lema 2.10.2, Ln é
um R-módulo livre.
Em particular, IdM ∈ HomR (M, M) tem uma contra imagens i ∈ HomR (M, R p ), que é,
π : Rn → M tem uma seção i : M → Rn satisfazendo π ◦ i = IdM . Portanto, M é um
somando direto de Rn , logo M é livre, e pelo Lema 2.10.2 M é plano
Corolário 2.10.7 Seja R uma nel Noetheriano e M um R-módulo finitamente gerado.
Assume que 0 → M1 → Rn → M → 0 é exata. Então
(
{p ∈ Spec(R)|Mp e Rp − plano } = {p ∈ Spec(R)|p 6⊃ Ann(ExtR M, M1 ))},
(
isto é, Flat(M) = Spec(R) \V (Ann(ExtR M, M1 ))).
2.10.1 Exercícios
hexer1.2i
1. Suponha {Mi }i∈I uma família de R-módulos. Então
0 → Pn → Pn−1 → . . . → P0 → B → 0,
é uma sequência exata, uma vez que estamos assumindo que F é um funtor exato.
Sendo assim, temos que
pdimS (F (B)) ≤ n + d,
onde d = pdimS (F (R)), pelo Exrecício 2, e pelo segundo caso, que foi feito anteri-
ormente.
Desta forma, conseguimos obter a desigualdade em questão.
4. Se R é um anel comutativo e não trivial e S ⊆ R é um conjunto multiplicativamente
fechado de R, então
pdimS−1 R S−1 M ≤ pdimR (M) ,
Neste capítulo, (R, m, k) será sempre um anel Noetheriano e local onde m é um ideal local
e k = R/m o corpo residual, a menos que se diga o contrário. Faremos uma introdução
do complexo de Koszul e suas conexões, tais com com anéis regulares e invariantes
topológicos.
3.1.1 Lembrando-Definições
hcidade alta 3i Definição 3.1.1 Seja M um R-módulo. Dizemos que x ∈ R é um elemento M-regular
(ou um elemento regular sobre M) se x não é um divisor de zero em M, ou seja, se para
qualquer m ∈ M, m 6= 0, temos que xm 6= 0, além disso, xM 6= M. Caso contrário dizemos
que x é um divisor de zero em M. Se M = R, dizemos apenas que o elemento x é regular,
caso contrário x é não regular.
Definição 3.1.2 Sejam x1 , . . . , xs ∈ R e M um R-módulo. Dizemos que x1 , . . . , xs é uma
sequência M-regular (ou uma sequência regular sobre M, ou uma M-sequência) se:
(1) x1 é M-regular;
M
(2) xi é não divisor de zero em para cada i = 2, 3, . . . s;
(x1 , . . . , xi−1 )M
(3) (x1 , . . . , xs )M 6= M.
Quando M = R, dizemos apenas que x1 , . . . , xs é uma sequência regular.
Se I for um ideal de R e x1 , . . . , xs ∈ I, então nós chamamos x1 , . . . , xs uma seqüência
regular de M em I. Se M = R, chamamos x1 , . . . , xs simplesmente uma sequência regular
102 Chapter 3. Complexo de Koszul e anéis regulares
em I.
A seguir, apresentamos um exemplo.
Q[x, y] R
Exemplo 3.1.3 Seja R = . Temos que P = xR = (x) é um ideal primo, pois é
(xy) P
domínio.
R
Tome M = ∼ = Q[y], e então y não é um divisor de zero em M, mas é em R. Além
P
disso, M 6= yM. Logo, y é uma sequência regular em M (ou, neste caso, um elemento
M-regular, de acordo com a Definição 3.1.1), mas não é em R.
R M
onde ai + mR ∈ = k, e wi + mM ∈ , ∀ i = 1, . . . , n.
m mM
Assim, {w1 , . . . , wn } = {w1 + mM, ... , wn + mM} é um conjunto de geradores para o
M M
k-espaço vetorial . Logo, dimk 6 n.
mM mM
De fato, temos a igualdade na última expressão, pois caso contrário, se {x1 , . . . , xt } ⊆
M
{w1 , . . . , wn } é tal que t < n e hx1 , . . . , xt i = , então temos que:
mM
M ⊆ hx1 , . . . , xt i + mM.
Como hx1 , . . . , xt i + mM ⊆ M, segue que M = hx1 , . . . , xt i + mM. Pelo Lema de Nakayama,
temos M = hx1 , . . . , xt i, oque é uma contradição, de acordo com a minimalidade de n.
M
Portanto, n = dimk , como desejado.
mM
Agora com isto, estamos prontos para construir uma resolução livre minimal. Seja
(R, m,k) umanel Noetheriano local, seja M um R-módulo finitamente gerado e b0 =
M
dimk < ∞. Já vimos que, pelo Lema de Nakayama, M é gerado por b0 elementos,
mM
b0 é o número minimo de geradores de M, também denotado por b0 := µ(M).
3.1 Resolução livre minimal 103
M1 =
9
Ker(ϕ0 )
0
Como R é Noetheriano e M é um R-módulo finitamente gerado, segue que temos M
um R-módulo Noetheriano; e assim, sendo que M1 é um R-submódulo de M, temos que
M1 é finitamente gerado (como um R-módulo). Repetindo esse processo, agora para os
Mi0 s, temos
ϕi ϕi−1 ϕ1 ϕ0
··· / Fi / Fi−1 / ··· / F1 /F / M / 0
= > 0
pi−1 p0
βi β1
> Mi > M1
"
0 0 0 0
onde Mi = Ker(ϕi−1 ). Observe que esta sequência é exata, pois Im(ϕi ) = ϕi (Fi ) = (pi−1 ◦
βi )(Fi ) = pi−1 (βi (Fi )) = pi−1 (Mi ) = Mi = Ker(ϕi−1 ).
Com isto construimos uma resolução
ϕi ϕ2 ϕ1 ϕ0
F•,M : · · · −→ Fi −→ · · · −→ F2 −→ F1 −→ F0 −→ M −→ 0,
os Fi são R-módumos livres. Isto mos motiva a definir.
Definição 3.1.5 Seja M um R-módulo, uma resolução livre de M é um complexo
ϕi ϕ2 ϕ1
F•,M : · · · −→ Fi −→ · · · −→ F2 −→ F1 −→ F0 −→0,
Sendo assim, podemos calcular TorRi (M, N) tomando qualquer resolução livre de M,
tensorizada por N, e então tomar a i-ésima homologia.
Logo, podemos encontrar TorRi (M, k) tensorizando F• por k e tomando a i-ésima
homologia:
ϕi ϕ1
F• ⊗ k : · · · −→ Fi ⊗R k = kbi −→ · · · −→ F1 ⊗R k = kb1 −→ F0 ⊗R k = kb0 ,
onde bi é o posto de Fi .
hminimali Proposição 3.1.6 Seja (R, m, k) um anel Noetheriano local e seja
ϕ2 ϕ1
F•,M : · · · −→ F2 −→ F1 −→ F0 −→0,
ϕ1 (F1 ) = Ker(ϕ0 ) = M1 .
0 −→ M1 −→ F0 −→ M −→ 0.
R
Tensorizando por k = , temos que:
m
M1 ψ F0 ϕ0 M
−→ −→ −→ 0,
mM1 mF0 mM
também é exata (uma vez que o produto
tensorial
é um funtor exato à direita).
M
Note que, como F0 = Rb0 e dimk = b0 < ∞, pelo Lemma de Nakayama b0 é
mM
número minimo de geradores de M, temos que
F0 ∼ b0 M ∼ b0
=k e =k .
mF0 mM
Logo, segue que ϕ0 é um isomorfismo, isto é,
F0 ∼ M
= ,
mF0 mM
e assim, Im (ψ) ⊆ Ker(ϕ0 ) = 0. Então, M1 ⊆ mF0 .
(1) ⇔ (3): pela definição.
(2) ⇔ (3): a prova é direta.
3.1 Resolução livre minimal 105
ϕ0 : F0 −→ M
ej 7→ w j for 1 ≤ j ≤ n.
Paso i: Por indução, Fi−1 e ϕi−1 são definidos. Seja Mi = Ker(ϕi−1 ). Escolhamos os
geradores x1 , . . . , xs de Mi e seja Fs = Rs . Seja g1 , . . . , gs uma base de Fi , e definamos
ϕi : F0 −→ Mi ⊂ Fi−1
gj 7→ x j for 1 ≤ j ≤ s.
Por cosntrução Ker(ϕi−1 ) = Im(ϕi ).
O processo descrito acima pode nunca terminar. Neste caso, teremos uma resolução
livre infinita. COLOCAR UM EXEMPLO PARA CALCULAR OS NUMEROS DE
BETTI
106 Chapter 3. Complexo de Koszul e anéis regulares
Exemplo 3.1.9 Seja R = k[x, y, z] uma anel de polinônios e J = (x2 z, xyz, yz6 ) um ideal de
R. construiremos uma resolução livre de R/J.
Paso 0: Seja F0 = R e seja ϕ0 : R → R/J.
Paso 1: Os elementos x2 z, xyz, yz6 são os geradores de Ker(ϕ0 ). Denotemos por e1 , e2 , e3
uma base de F1 = R3 . Definamos ϕ1 por
e1 7→ x2 z, e2 7→ xyz, e3 7→ yz6 ,
temos a resolução inicial
x2 z,xyz,yz6
F1 = R3 F0 = R R/J 0,
X1 x2 z + X2 xyz + X3 yz6 = 0
onde X1 , X2 , X3 são indeterminadas que tem valores em R. Usando sistema computa-
cional SINGULAR, encontramos que −e1 y + xe2 e −z5 e2 + xe3 são geradores de Ker(ϕ1 ).
Denotemos bor g1 , g2 uma base para F2 = R2 . Definamos ϕ2 por
−Y1 y = 0
Y1 x −Y2 z5 = 0
Y2 x = 0
3.1.3 Exercícios
1. Mostre que as resoluções livres minimais são únicas a menos de isomorfismos.
2. Calcule uma resolução minimal para o ideal I = (x2 , y2 , xy + yz) de k[x, y, z].
d D• f• [−1]
C( f ) αn−1 C•
dn • (αn−1 , βn ) = = (− fn−1 (αn−1 )+dnD• (βn ), −dn−1 (αn−1 )).
0 dC• [−1] βn
• α β•
0 −→ D• −→ C( f• ) −→ C• [−1] −→ 0,
α β
0 −→ Dn −→ Dn ⊕Cn−1 −→ Cn−1 −→ 0
D
dn+1
n dD
D• : · · · −→ Dn+1 −→ Dn −→ Dn−1 −→ · · · .
Observe que um complexo ou cocomplexo pode ser pensado como um R-módulo graduado
da seguinte forma C• = n∈Z Cn , com um endomorfismo d : C• → C• de grau −1, onde
L
d 2 ≡ 0.
Sendo assim, podemos definir o produto tensorial de dois complexos de R-módulos
como segue: (C• , dC• ) (D• , d D• ) é um complexo de cadeias com o n-ésimo componente
N
dado por
M
(Ci ⊗R D j ),
i+ j=n
e um endomorfismo
δi+ j
Ci ⊗R D j −→ (Ci−1 ⊗R D j ) ⊕ (Ci ⊗R D j−1 )
x⊗y 7→ (di (x) ⊗ y) ⊕ ((−1)i x ⊗ d Dj • (y)).
C•
β −1 δ α −1
n
z −→ (z, 0) −→ (0, (−1)n−1 xz) −→ (−1)n−1 xz
Note que
Hn (C• (−1)) ∼
= Hn−1 (C• )
e então, temos uma sequência
·x ϕ ψ ·(−1)n−1 x
· · · −→ Hn (C• ) −→ Hn (C• (x)) −→ Hn−1 (C• ) −→ Hn−1 (C• ) −→ · · · . (3.1) equationlonga
110 Chapter 3. Complexo de Koszul e anéis regulares
4. A sequência exata longa pode ser quebrada em sequências exatas curtas da forma:
?hequationi?
0 → Im(ϕ) → Hn (C• (x)) → Im(ψ) → 0
e pelo teorema de ismorfismo e pela sequência exata longa temos Hn (C• )/Ker(ϕ) ∼=
Im(ϕ), e como Im(·x) = Ker(ϕ) e Im(ψ) = Ker(·x) = AnnHn−1 (C• ) (x) , temos
Hn (C• )
0 −→ −→ Hn (C• ⊗ K• (x; R)) −→ AnnHn−1 (C• ) (x) −→ 0. (3.2) Eq*
xHn (C• )
5. Observe que xHn (C• ⊗ K• (x; R)) = 0 para todo n ∈ Z. De fato seja (αn−1 , αn ) um
representante de um elemento em Hn (C• ⊗ K• (x; R)), isto é,
C•
δn (αn−1 , αn ) = (dn−1 (αn−1 ), (−1)n−1 xαn−1 + dnC• (αn )) = (0, 0).
temos que
x.(αn−1 , αn ) = (xαn−1 , xαn ) = δn+1 ((−1)n αn , 0)
x.(αn−1 , αn ) = 0 mod Im(δn+1 ).
htensorkoszuli Definição 3.2.4 Sejam x1 , . . . , xn ∈ R e seja M um R-módulo. O complexo de Koszul é
definido, indutivamente, como sendo:
para cada i ∈ Z. Observe também este ultimo também define o complexo cone
xn
C(K• (x0 ; R) −→ K• (x0 ; R)).
hProp3.2.2i Proposição 3.2.6 Para cada i, a i-ésima componente de K• (x1 , . . . , xn ; R) é isomorfo a
n n n
( ) = R( i ) . Em particular temos que Ki (x1 , . . . , xn ; M) ∼
R , isto é, Ki (x1 , . . . , xn ; R) ∼
i = M( i ).
Observação 3.2.7 Visto então o que foi feito anteriormente, temos que:
1 ·x
K• (x1 ; M) : 0 −→ M −→ M −→ 0,
e além disso,
x1
d2 = −x2 d1 =(x2 ,x1 )
K• (x1 , x2 ; M) = K• (x1 ; M) ⊗ K• (x2 ; M) : 0 −→ M −→ M⊕M −→ M −→ 0,
onde
d1 (m1 , m2 ) = x1 m1 + x2 m2 e d2 (m) = (x1 m, −x2 m).
E, além do mais:
±xn
− ± xn−1
dn =
.
.
.
(−1)n−1 ± x1 n n (x1 ,...,xn )
K• (x1 , . . . , xn ; M) : 0 −→ M −→ M (1) −→ · · · −→ M (n−1) −→ M −→ 0.
Com motivo de estas observações, a partir de agora, denotaremos Hi (K• (x1 , . . . , xn ; M))
apenas por Hi (x1 , . . . , xn ; M).
Exemplo 3.2.8 Seja R = k[x, y, z] e I = (x, y, z) o ideal de R. Então
z y z 0
−y −x 0
z
x 0 −x −y (x y z)
K• (x, y, z; R) : 0 / R / R3 / R3 / R / R/I → 0.
e assim esta aplicação é injetiva se, e somente se, x é fracamente M-regular, isto é, x é um
não divisor de zero sobre M (ou deja, para todo m 6= 0 em M, temos que xm 6= 0). Além
disso, temos que:
·x ·x
Im M → M = xM e Coker M → M = M/xM,
112 Chapter 3. Complexo de Koszul e anéis regulares
e assim, a sobrejetividade desta aplicação está relacionada ao fato de que devemos ter
xM = M.
Vamos obter um complexo de cadeias, concentrado em graus 0 e 1:
·x
K• (x; M) : 0 → M → M → 0.
e
·x
H1 (K• (x; M)) ∼
= (0 : M x) = Ker M → M .
Portanto, x é M-regular se, e somente se, H0 (K• (x; M)) 6= 0 e H1 (K• (x; M)) = 0.
hkoszulanulationi Proposição 3.2.10 Seja R um anel, M um R-módulo e x1 , . . . , xn ∈ R.
1. Seja x = (x1 , . . . , xn ) e x0 = (x1 , . . . , xn−1 ), então existe uma sequência exata longa
·x ·x
n
· · · −→ Hi (x0 , M)−→Hi (x, M)−→Hi−1 (x0 , M) −→
n
Hi−1 (x0 , M) −→ · · · .
daqui temos que, desde que Rn é Atiniano, M é artiniano. Portanto tem comprimento finto.
Em particular, da proposição 3.2.10 item (2) temos: Se (x1 , . . . , xn ) for um ideal
m-primário, então Hi (x1 , . . . , xn , M) tem comprimento finito para todo i ∈ Z.
livro de hunekei Teorema 3.2.12 Seja R um anel comutativo e não trivial, x1 , . . . , xn ∈ R e M um R-
módulo finitamente gerado. Então
M
1. H0 (x1 , . . . , xn ; M) ∼
= ;
(x1 , . . . , xn )M
2. Hn (x1 , . . . , xn ; M) ∼
= AnnM (x1 , . . . , xn );
3. Se x1 , . . . , xn é uma sequência regular em M, então temos:
Hi (x1 , . . . , xn ; M) = 0, ∀ i > 1;
Demonstração. Vamos provar os itens (1) e (2): Como vimos na Proposição 3.2.6, temos
que:
±xn
− ± xn−1
dn =
.
.
.
(−1)n−1 ± xn n n d1 =(x1 ,...,xn )
K• (x1 , . . . , xn ; M) : 0 −→ M −→ M (1) −→ · · · −→ M (n−1) −→ M −→ 0,
Ker(M → 0) ∼ M
H0 (x1 , . . . , xn ; M) = =
Im(d1 ) (x1 , . . . , xn )M
e
Ker(dn ) ∼ AnnM (x1 , . . . , xn ) ∼
Hn (x1 , . . . , xn ; M) = = = AnnM (x1 , . . . , xn ).
Im(0 → M) 0
Para o item (3), vamos fazer por indução sobre n. Para n = 1, temos que x1 é regular
em M se, e somente se, o complexo de cadeias
1 ·x
0 −→ M −→ M −→ 0
Hi (C• )
0 −→ −→ Hi (C• ⊗ K• (xn ; R)) −→ annHi−1 (C• ) (xn ) −→ 0
xn Hi (C• )
e assim temos:
Hi (C• )
Hi (x1 , . . . , xn ; M) = Hi (C• ⊗ K• (xn ; R)) ∼
= = 0, ∀ i > 2.
xn Hi (C• )
Se i = 1 temos, por hipótese de indução e pelo fato de xn não ser divisor de zero em
M
= H0 (C• ), temos que
(x1 , . . . , xn−1 )M
H1 (C• )
0 −→ = 0 −→ H1 (C• ⊗ K• (xn ; R)) −→ annH0 (C• ) (xn ) = 0 −→ 0.
xn H1 (C• )
seque que Hi (C• ) é finitamente gerado. Agora, por hipótese, xn ∈ Jac(R) e então de (i) e
pelo Lema de Nakayama, segue que Hi (C• ) = 0.
Por hipótese de indução, temos que x1 , . . . , xn−1 é uma sequência regular em M. Agora,
M
de (ii), concluímos que xn não é um divisor de zero em H0 (C• ) = e,
(x1 , . . . , xn−1 )M
portanto, x1 , . . . , xn é uma sequência regular sobre o R-módulo M.
A seguir, temos uma consequência imediata do teorema anterior.
livro de hunekei Corolário 3.2.13Seja x1 , . . . , xn uma sequência regular em R. Então, temos que K• (x1 , . . . , xn ; R)
R
é uma resolução livre de .
(x1 , . . . , xn )
Demonstração. Note que
n n n R
K• (x1 , . . . , xn ; R) : 0 −→ R(n) −→ R(n−1) −→ · · · −→ R(1) −→ R −→ −→ 0,
(x1 , . . . , xn )
é uma sequência exata, por (1) e (3) do Teorema 3.2.12, pois todas as homologias a
menos de i = 0 são nulas). E é uma resolução livre (pois cada um dos seus termos é,
evidentemente, um R-módulo livre.
Portanto, o resultado segue.
Teorema 3.2.14 (Mudança de Base) Se ϕ : R → S é um homomorfismo de álgebras e
hObs1i x ∈ R, então segue que:
1 , . . . , xn
1. K• (x1 , . . . , xn ; R) ⊗R S ∼
= K• (ϕ(x1 ), . . . , ϕ(xn ); S).
2. Se ϕ é plano, então Hi ((x1 , . . . , xn ); M) ⊗R S ∼ = Hi ((x1 , . . . , xn ); M ⊗R S) para qual-
quer R-módulo M e cada i ∈ Z..
Demostração. Prova de (1). Se n = 1, basta aplicar − ⊗R S em
1 ·x
0 −→ R −→ R −→ 0,
é uma sequência exata de complexos. Em particular, temos uma sequência exata longa
H1 (x; R)
0 −→ −→ H1 (x, 0; R) −→ annH0 (x;R) (0) −→ 0,
0 · H0 (x; R)
e então
0 −→ H1 (x; R) −→ H1 (x, 0; R) −→ H0 (x; R) −→ 0.
Portanto,
H1 (x, 0; R) ∼
= H1 (x; R) ⊕ H0 (x; R).
Observação 3.2.17 (Complexos de Koszul e o Tor) A seguir provaremos que a ho-
mologia Hi (x1 , . . . , xn ; S) é anulado por (x1 , . . . , xn ). Seja S um anel e x1 , . . . , xn ∈ S. Tome
R = S[T1 , . . . , Tn ]. Então T1 , . . . , Tn é uma sequência regular em R. Pelo Corolário 3.2.13,
R
segue que K• (T1 , . . . , Tn ; R) é uma resolução livre de .
(T1 , . . . , Tn )
Considere a aplicação definida por ϕ(Ti ) = xi , 1 6 i 6 n, (que torna S um R-módulo).
Pelo Teorema 3.2.14 item (1),
K• (T1 , . . . , Tn ; R) ⊗R S ∼
= K• (x1 , . . . , xn ; S).
Em geral, temos
Ann(TorRi (M, N)) ⊃ Ann(M) + Ann(N).
Portanto, note que
R R
Ann(Hi (x1 , . . . , xn ; S)) = Ann Tori ,S
(T1 , . . . , Tn )
⊃ (T1 , . . . , Tn ) + (T1 − x1 , . . . , Tn − xn )
⊃ (x1 , . . . , xn ) .
116 Chapter 3. Complexo de Koszul e anéis regulares
f
Mk / N
g
= f˜
M ⊗k
o qual significa que f˜(m1 ⊗ · · · ⊗ mk ) = f (m1 , . . . , mk ).
Agora vamos considerar aplicações multilineares f que são alternados. Uma aplicação
multilinear f : M k → N é alternada para k ≥ 2, se anula-se em qualquer k-tupla com um par
de coordenadas iguais, então f : M ⊗k → N se anula em qualquer elemento m1 ⊗ · · · ⊗ mk
com mi = m j para alguns i 6= j. Assim seja o sub-módulo Jk gerado por estes elementos
especiais, estão no kernel de f˜. O quociente de M ⊗k pelo submodule Jk será o nosso
principal objeto de interesse para dar segundo modo de construir o complexo de Koszul.
Definição 3.2.18 Seja M é um R-módulo e um inteiro k ≥ 2, a k-ésima álgebra exterior
Vk ⊗k ⊗k
de M, denotado por (M), é o R-módulo M /Jk onde Jk é o submódulo de M gerado
por m1 ⊗ · · · ⊗ mk com mi = m j para algum i 6= j. Para qualquer m1 , . . . , mk ∈ M, a classe
de m1 ⊗ · · · ⊗ mk em Λk (M) é denotado por m1 ∧ · · · ∧ mk . Por convenção, 0 (M) = R e
V
V1
(M) = M (então J0 = J1 = 0).
Como M ⊗k é gerado pelos elementos m1 ⊗ · · · ⊗ mk , o módulo quociente M ⊗k /Jk é
gerado por suas imagens m1 ∧ · · · ∧ mk . Isto é, qualquer elemento ω ∈ Λk (M) é uma
R-combinação lienar
ω = ∑ ri1 ,...,ik mi1 ∧ · · · ∧ mik
onde ri1 ,...,ik ∈ R e m0i s ∈ M.
Observe que, se M é um R-módulo livre, então k (M) é livre (ver um qualquer livro
V
e j1 ∧ e j2 ∧ . . . ∧ e ji | 1 ≤ j1 < j2 < j3 < . . . < ji ≤ n .
Agora definamos o complexo de Koszul
L•
^n ∂nL• ^n−1 ∂n−1 2∂ L• ^1 ∂ L• ^0
1
L• (x, R) : 0 → (L) → (L) → . . . → (L) → (L) → 0
.
(L) ∼
V1
= R3 com base {e1 , e2 , e3 }
(L) ∼
V2
= R3 com base {e1 ∧ e2 , e1 ∧ e3 , e2 ∧ e3 }
V3 ∼
(L) = R com base {e1 ∧ e2 ∧ e3 }
para demosntrar que a sequência é um complexo, faremos a composição das aplicações e e
deve dar zero: Antes observe que,
∂3L• (e1 ∧ e2 ∧ e3 ) = x1 e2 ∧ e3 − x2 e1 ∧ e3 + x3 e1 ∧ e2 .
Logo,
x1 0 x1 x2
A composta destas matrizes são também zero.
Lema 3.2.20 A cadeia de R-módulo L• (x, R) é um R-complexo.
L•
Demonstração. Para cada n e qualquer i demonstremos ∂i−1 ◦ ∂iL• = 0. Seja e j1 ∧ e j2 ∧
Vi
. . . ∧ e ji ∈ (L). Então, temos a seguinte sequência
L•
∂i−1 (∂iL• (e j1 ∧ e j2 ∧ . . . ∧ e ji ))
L•
= ∂i−1 (∑is=1 (−1)s+1 x js e j1 ∧ . . . ∧ ê js ∧ . . . ∧ e ji )
L•
= ∑is=1 (−1)s+1 x js ∂i−1 (e j1 ∧ . . . ∧ ê js ∧ . . . ∧ e ji )
i s−1
= ∑s=1 (−1) x js (∑r=1 (−1)r+1 x jr e j1 ∧ . . . ê jr ∧ · · · ∧ ê js ∧ . . . ∧ e ji
s+1
+ ∑ir=s+1 (−1)r x jr e j1 ∧ . . . ê js ∧ · · · ∧ ê js ∧ . . . ∧ e ji )
= ∑is=1 (∑s−1
r=1 (−1)
r+s+1 x x e ∧ . . . ê ∧ · · · ∧ ê ∧ . . . ∧ e
js jr j1 jr js ji
i r+s+1
+ ∑r=s+1 (−1) x js x jr e j1 ∧ . . . ê js ∧ · · · ∧ ê jr ∧ . . . ∧ e ji )
A soma é dividida no terceiro passo dois casos no qual e jr podem estar à direita ou
à esquerda do e js já removido. Note que cada vector base ocorre em cada lista apenas
uma vez e que cada lista tem um sinal oposto. Devido a isso, os elementos se anulam
mutuamente.
Vi
Agora definamos um submódulo ˜ (L) ⊂ i (L) como
V
˜i
^
(L) = {e j1 ∧ e j2 ∧ . . . ∧ e ji | excluindo cunhas com en }
Vi
para construir um subcomplexo L̃• (x, R). Observe que com esta definição temos ˜ (L) ∼
=
n−1
(
R i . )
Alem disso, podemos escrever L̃• (x, R) como segunte sequência
Vn Vn−1 V1
˜ (L) ˜ (L) ∂ L̃• ˜ 0 (L)
˜ (L) L̃• V
L̃•
∂n n−1 ∂nL̃• ∂1
0→ ⊕ → ⊕ → ··· → ⊕ → ⊕ →0.
Vn−1 0
˜ (L) ˜ n−2 (L)
V ˜ (L)
V
0
A aplicação deste sequênacia são definidos como
L•
(−1)i+1 xn
L̃• ∂i
∂i = L• .
0 ∂i−1
Facilmente podemos fazer os calculos, para provar que esta sequência é um complexo.
Também podemos provar que
Vi
˜ (L)
^i
fi : (L) → ⊕
Vi−1
˜ (L)
3.2 Complexo de Koszul 119
definida por
e
se e não contem en
0
e→
0
se e contem en
e ∧ ên
∂iL•
/
Vi Vi−1
(L) (L)
fi ∼
= fi−1 ∼
=
Vi Vi−1
˜ (L) ˜ (L)
∂iL̃•
⊕ / ⊕
˜ i−1 (L)
V Vi−2
˜ (L)
A seguir provaremos que L• (x, R) (álgebra exterior) pode ser escrito como produto
tensorial.
hisokoszuli
Proposição 3.2.22 Existe o seguinte isomorfismo
L• (x, R) ∼
= L• (x1 , R) ⊗ · · · ⊗ L• (xn , R).
mostramos
˜i ˜ i−1 ^i ^i−1
(L) → (L0 ) ⊕ (L0 )
^ ^
gi : (L) ⊕
1 0
definido pela multiplicaçào da matris é um a um, portanto ele sào
0 (−1)i+1
isomorfos.
Observe também, cada componente de L• (x0 , R) ⊗ K• (xn , R) é da forma i (L0 ) ⊕
V
Vi−1 0 ∼ (n−1) n−1
(L ) = R i ⊗ R( i−i ) para cada i ∈ Z. Com isto temos um diagrama comutativo com
os dois complexos. Portanto L̃• (x, R) ∼ = L• (x0 , R) ⊗ K• (xn , R). Aplicando a hipotese de
indução e com L• (x, R) ∼ = L̃• (x, R), temos o resultado.
Assim L• (x, R) ∼
= K• (x, R).
note que o espaço vetorial acima é gerado pelas imagens do monômios xi j j tal que i+ j = 1,
isto é
xi y j ≡ 0 mod (x, y)2 + (x3 − y2 ) .
(x3 − y2 ) e m0 . Logo R tería dimenão maior do que dois, contradição. Portanto, Rm0 não é
regular.
Afirmação 2: Analogamente fazendo os calculos feitos acima. Temos, para qualquer
outro ideal maximal m = (x − α, y − β ), com α 3 = β 2 onde (α, β ) 6= (0, 0), Rm é regular.
Isto é, dim Rm = 1 e,
mRm (x − α, y − β )
dimC = dimC = 1.
m2 Rm ((x − α)2 , (x − α)(y − β ), (y − β )2 )
Logo, Rm é regular, como desejado.
Definição 3.3.3 Para um anel R, definimos o lugar singular como sendo
a mesma dimensão do subespaço b + a2p /a2p de a p /a2p . Por outro lado, o anel local OX,p
como é obtido desde R dividindo por b e localizando no ideal maximal a p . Assim se m
1 ,...,xn ]
é o ideal maximal de OX,p , logo este corresponde a um ideal maximal a p /b em k[xI(X) .
Então nos temos que m/m2 ∼ = a p /(b + a2 ). Agora considere a sequência exata
p
e caculando as dimensões dos espaços vetoriais, temos dim m/m2 + posto(J ) = n. Agora
seja dim X = r. Então dim OX,p = r. Portanto OX,p é um anel local regular se e somente se
dim m/m2 = r. Mas, este é equivalente para posto(J ) = n − r. Portanto p é um ponto é
não singular se e somente se o anel local OX,p é regular.
A seguir vamos enunciar e provar um teorema de Serre. Antes de fazer isso, vamos
colocar alguns resultados que irão nos auxiliar na prova deste tal teorema.
livro de hunekei Lema 3.3.6 Suponha que M é um R-módulo finitamente gerado e que φ : M → M é
sobrejetor. Então, temos que φ é um isomorfismo.
Demonstração. Seja S = R [t] (o anel de polinômios na variável t com coeficientes em R).
Desta forma, podemos fazer M ser um S-módulo: basta definir a operação de multiplicação
da seguinte maneira, f (t) · m := f (φ (m)), isto é, φ (m) = tm. Agora, uma vez que φ é
·t
sobrejetora, temos que a tripla M → M → 0 de S-módulos é exata: de fato, dado m ∈ M
como φ é sobrejetora temos que existe n ∈ M tal que φ (n) = m e sendo φ (n) = tn, segue
que tn = m, e portanto ·t é sobrejetora. Assim, (t) M = M, e pelo Lema de Nakayama,
existe um g (t) ∈ S tal que (1 − tg) M = 0. Suponha que m ∈ Ker (φ ), para algum m ∈ M,
ou seja, que tm = 0, para algum m ∈ M. Então,
(1 − tg) m = 0 ⇒ m − tmg = 0 ⇒ m = 0.
Portanto, φ é injetora.
livro de hunekei Lema 3.3.7 Seja (R, m, k) um anel local e Noetheriano. Sejam F, G dois R-módulos
livres que são finitamente gerados e Φ : F → G um homomorfismo de R-módulos. Se
Φ̄ : F/mF → G/mG é injetiva, então Φ é cinde, isto é, existe um R-homomorfismo
Ψ : G → F tal que Ψ ◦ Φ ≡ IdF .
Demonstração. Vamos escrever F = Rn e G = Rm , e considere a base canônica de elemen-
tos de F: {e1 , . . . , en }, onde ei = (0, 0, . . . , 1, 0, 0, . . . , 0), com 1mna i-ésima posição.mTemos,
por hipótese, que Ker Φ̄ = {0}, e uma vez que G/mG = R ⊗R R/m = (R/m) = km ,
temos que Φ̄ (e¯1 ) , . . . , Φ̄ (e¯n ) ∈ km são linearmente independentes em G/mG. De fato, se
r1 Φ̄ (e¯1) + . . . + rn Φ̄ (e¯n ) = 0 então Φ̄ (r1¯e1 + . . . + rn¯en ) = 0 e assim, r1 e¯1 + . . . + rn e¯n ∈
Ker Φ̄ = 0 em (R/m)n = kn ; logo, como e¯1 , . . . , e¯n é base de kn = F/mF (que é R-
módulo livre finitamente gerado) segue que r1 = . . . = rn = 0. Escolha então fn+1 ¯ , . . . , f¯m
extendendo uma base de G/mG. Portanto, temos que:
Portanto, de acordo com a discussão que vem logo a seguir, o conjunto formado pelos
seguintes elementos {Φ (e1 ) , . . . , Φ (en ) , fn+1 , . . . , fm } forma uma base para G.
Desta forma, para Ψ : G → F definimos da seguinte forma:
com αi ∈ R, para i = 1, . . . , n.
Discussão para concluir o Lema 3.3.7: Seja G = Rm , e (y1 , . . . , ym ) = G como um
R-módulo.
Assuma que ∑m i=1 ri yi = 0. Queremos provar que ri = 0, para todo i = 1, . . . , m. Pelo
Lema de Nakayama, temos que r¯i = 0, isto é, ri ∈ m (Lembre-se de que Ḡ = km ).
Considere agora a sobrejeção:
φ : G → G, ei 7→ yi .
Pelo Lema 3.3.6, temos que φ é um isomorfismo; assim, segue que Ker (φ ) = {0} e então
se φ (r1 , . . . , rm ) = ∑m
i=1 ri yi = 0, obtemos que (r1 , . . . , rm ) = (0, . . . , 0). Portanto, ri = 0,
para todo i = 1, . . . , m.
livro de hunekei Lema 3.3.8 — (Serre). Seja (R, m, k) um anel local Noetheriano. Se m é minimalmente
gerado por s elementos, isto é, se m = (x1 , . . . , xs ) onde s = dimk m/m2 , então temos
que:
dimk TorRi (k, k) ≥ si .
Para provar a afirmação chave, fazemos indução sobre i. Pelo Lema 3.3.7, é suficiente
mostrar que existe φi : Ki → Fi tal que φ̄i : K̄i → F̄i é injetora. Consideremos a seguinte
resolução minimal
F• : . . . → Fs → . . . → F2 → F1 → R → k → 0,
e o complexo de Koszul
K• (x1 , . . . , xs ; R) : 0 → Ks → . . . → K2 → K1 → R → k → 0.
Pelo lema de comparação Lemma 2.4.7, temos uma aplicação de complexos ϕ• tal que
o diagrama comuta
0 / Ks / ··· / K1 / R /k /0
φs φ1 id id
··· / Fs / ··· / F1 / R /k /0
124 Chapter 3. Complexo de Koszul e anéis regulares
Suponhamos que a afirmação vale para i − 1, isto é, existe um ψi−1 tal que
di
Ki / Ki−1
O
ϕi ϕi−1 ψi−1
Fi
δi
/ Fi−1
com J ∈ [S], e |J| = i. Então, de acordo com o feito na Observação 3.2.9, note que
e seja
z= ∑ zJ eJ
|J|=i,J⊂[S]
d
dimk TorRi (M, k) ≥
i
onde d = dim(R).
3.4 Álgebra homologica e anéis locais regulares 125
(Teorema do ideal principal de Krull:) "Seja R um anel Noetheriano. Então, temos que:
(1) Se p é um ideal primo minimal sobre um ideal principal (x), então ht (p) ≤ 1.
(2) Se p é um ideal primo minimal sobre um ideal (x1 , . . . , xn ), então ht (p) ≤ n."
livro de hunekei Teorema 3.4.3 Seja (R, m, k) um anel local, Noetheriano e de dimensão d. As seguintes
afirmações são equivalentes:
(1) pdimR (k) < ∞;
(2) pdimR (M) < ∞, para qualquer R-módulo finitamente gerado M;
(3) m é gerado por uma sequência regular;
(4) m é gerado por d elementos.
Demonstração. Vamos mostrar as equivalências.
(2) ⇒ (1): Basta tomar M = k, uma vez que k é um R-módulo finitamente gerado, pois
R é um anel Noetheriano.
(3) ⇒ (1): Por hipótese, podemos escrever m = (x1 , . . . , xt ), onde x1 , . . . , xt é uma
sequência regular no anel R. Então, pelo Corolário 3.2.13, temos que: K• (x1 , . . . , xt ; R) é
uma resolução livre de R/ (x1 , . . . , xt ) = R/m = k, onde no caso temos que:
t t t t
t t−1 t−2 1
K• (x1 , . . . , xt ; R) : 0 → R →R →R → ... → R → R → R/ (x1 , . . . , xt ) → 0.
126 Chapter 3. Complexo de Koszul e anéis regulares
Assim, precisamos mostrar que o R-módulo TorRi (M, k) = 0, para todo i suficiente-
mente grande. Mas, temos que TorRi (M, k) = TorRi (k, M). Uma vez que pdimR (k) < ∞
temos, pela Proposição 2.10.4, que TorRi (k, M) = 0, para todo i > pdimR (k). Portanto,
temos que o R-módulo TorRi (M, k) = 0, para todo i > pdimR (k). Em particular, temos
que pdimR (M) ≤ pdimR (k) (pois pdimR (M) é o supremo onde o Tor não se anula), para
qualquer R-módulo finitamente gerado M.
(4) ⇒ (3): Temos que m = (x1 , . . . , xd ), onde dim (R) = d. Pelo Lema 3.4.2, é sufi-
ciente mostrar que m é gerado por uma sequência prima. Vamos fazer indução sobre d. Se
d = 0, temos que m = (0) e desta forma, R é um domínio e nada temos a fazer.
Para d > 0, notamos primeiramente que m não é um ideal primo minimal de R, visto
que por ser ideal maximal contém qualquer outro ideal.
S
Desta forma, pelos primos avoidance, temos que m não está contido em p∈Min(R) p
0
união dos ideais primos minimais do anel R. Portanto, existe um elemento x1 ∈ m tal que,
sem perda de generalidade, podemos escrever:
0 [
x1 = x1 + r2 x2 + . . . + rd xd ∈
/ p.
p∈Min(R)
0
0
Assim, vamos substituir x1 por x1 . Então, temos que m = x1 , x2 , . . . , xd . Note que, a
dimensão dim (R/x1 R) ≥ d − 1, pela formula ht(x1 ) + dim (R/x1 R) = dim(R) e o teorema
do ideal principal de Krull.
Mas, m/x1 R é gerado por d − 1 elementos, de modo que novamente pelo teorema do
ideal principal de Krull, temos que
def
dim (R/x1 R) = ht(m/x1 R) ≤ d − 1
Com esta afirmação e pelo Lema 3.3.8, temos que s = µ(m) = d: De fato, note que
pela afirmação temos que pdimR (k) ≤ dim (R) = d. Consequentemente, pela definição de
dimensão projetiva, temos que TorRi (k, k) = 0, para todo i > d. Agora, aplicando o Lema
3.3.8, que diz que TorRs (k, k) 6= 0, obtemos que s ≤ d, e como sempre vale a desigualdade
dim(R) ≤ µ(m). Desta forma, temos que s = d, como queríamos demonstrar.
Resta provar a afirmação. Para tanto, relembramos que já temos visto, que para qualquer
R-módulo finitamente gerado M, temos que pdimR (M) ≤ pdimR (k). Seja n = pdimR (k)
e suponha que n > d. Escolha uma sequência regular maximal y1 , . . . , yt ∈ m. Já temos
que t ≤ d. Pela escolha, temos que m é associado à R/ (y1 , . . . , yt ). De fato, se não fosse
associado à este R-módulo nós temos que o teorema de primos avoidance nos permite
escolher [
yt+1 ∈ m \ p,
p∈AssR (R/(y1 ,...,yt ))
tal que y1 , . . . , yt+1 é uma sequência regular; isso é uma contradição, pois y1 , . . . , yt é
maximal. Desta forma, podemos mergulhar k em R/ (y1 , . . . , yt ), uma vez que como m é
associado à R/ (y1 , . . . , yt ) segue que R/ (y1 , . . . , yt ) contém um submódulo que é isomorfo
à k. Considere então a sequência exata curta:
0 → k → R/ (y1 , . . . , yt ) → N → 0,
onde N é um R-módulo finitamente gerado. E tensorizando com k essa sequência anterior,
vamos então olhar no R-módulo de torção Tor, da seguinte maneira:
TorRn+1 (N, k) → TorRn (k, k) → TorRn (R/ (y1 , . . . , yt ) , k)
k 6k k (∗)
0 0 0
TorRj (M, k) = H j (F
•,M ⊗R k)
0 0 0
= H j 0 → Fp ⊗R k → · · · → F2 ⊗R k → F1 ⊗R k → F0 ⊗R k
= Fj ⊗R k ∼= kposto(Fj ) .
Como
p ≥ sup{ j|TorRj (M, k) 6= 0} = pdimR (M).
Por outro lado também temos, TorRj (M, k) = H j (K• (x1 , . . . , xn , R)⊗R M) onde (x1 , . . . , xn ) =
m, então TorRj (M, k) = 0 para j > n = dim(R). Assim dim(R) ≥ pdim(M).
Vamos enunciar a seguir, vários corolários do Teorema 3.4.3.
livro de hunekei Corolário 3.5.5 — Consequências do Teorema 3.4.3. Seja (R, m, k) um anel local,
Noetheriano e regular. Seja I ⊂ m um ideal de R.
1. Seja x um elemento não nulo de m. Então, R/ (x) é um anel local, Noetheriano e
/ m2 :
regular se, e somente se, x ∈
Prova: (⇐) Seja 0 6= x ∈ m. Uma vez que R é um anel local e regular, nós já temos,
pelo Corolário 3.4.4, que R é um domínio. Portanto, x é um não divisor de zero
sobre R. Sendo assim, temos que:
dim (R/ (x)) = dim (R) − 1.
Portanto, pelo Teorema 3.4.3 parte 4, temos que R/ (x) é um anel local e regular se, e
somente se, µ (m/ (x)) = dim (R) − 1. Além disso, como R é um anel local e regular
temos que, µ (m) = dim (R). Por outro lado, por definição,
temos
queµ (m) =
m/(x) m
dimk m/m2 e então, segue que µ (m/ (x)) = dimk
2 = dimk m2 +(x) .
(m/(x))
Também, temos uma sequência exata:
3.5 Propriedades de anel local regular 129
m2 + (x) m
0→ 2
→ m/m2 → 2 → 0,
m m + (x)
m2 +(x) ∼ (x)
/ m2 , então
Se x ∈ m2
= m2 ∩(x)
é um subespaço vetorial de dimensão 1 gerado por
x modulo m2 . Logo com a sequência exata temos,
m2 + (x)
2
m
dim (R) = µ (m) = dimk m/m = dimk + dimk .
m2 m2 + (x)
Portanto, µ (m/ (x)) = dim (R) − 1. Que implica que R/(x) é relular
(⇒) Como µ(m) = dim (R) e µ (m/ (x)) = dim (R) − 1, pela sequência exata acima,
temos que 2
m + (x)
dimk =1
m2
2
o qual x ∈/ m2 , caso contrário dimk m m+(x)
2 sería nula. Com isto provamos o
resultado.
2. R/I é um anel local, Noetheriano e regular se, e somente se,
2
m +I
dimk = codim (I) .
m2
Prova: Temos uma sequência exata curta:
m2 + I m
0→ 2
→ m/m2 → 2 → 0.
m m +I
E então, segue que:
m2 + I
2
m
dimk m/m = dimk + dimk . (∗)
m2 m2 + I
Suponha que R/I é anel local e regular. Então, por definição, temos que: µ (m/I) =
dim (R/I). Por outro lado,
!
m/I m
µ (m/I) := dimk = dimk .
(m/I)2 m2 + I
Uma vez que R é anel regular, temos que: µ (m) = dimk m/m2 = dim (R). Por-
3. Para qualquer ideal primo q ∈ R, temos que a localização Rq também é um anel local,
Noetheriano e regular.
Prova: Seja q ∈ Spec (R) um ideal qualquer. Pela parte 2 do Teorema 3.4.3 temos
que: pdimR (R/q) < ∞. Uma vez que localização
é um R-módulo
plano, nós também
R
temos, pela definição, que pdimRq q < ∞. Além disso, Rq é o corpo residual
q q
de Rq . Desta forma, pela parte 1 do Teorema 3.4.3, temos que Rq é um anel local e
regular.
4. Se R̂ é o completamento m-ádico de R, então R é um anel local, Noetheriano e
regular se, e somente se, R̂ é um anel local, Noetheriano e regular.
Prova: Suponha que R é regular. Pela parte 1 do Teorema 3.4.3, temos que
pdimR (k) < ∞. Uma vez que R̂ é um R-módulo plano, e, por k ser R-módulo
livre, temos que:
k̂ = k ⊗R R̂ = k ⊗R lim R/mt = lim R/m ⊗R R/mt = lim R/m = k,
←− ←− ←−
t∈N t∈N t∈N
segue, pela definição, que pdimR̂ (k) < ∞, e portanto, pela parte 1 do Teorema 3.4.3,
temos que R̂ é um anel local e regular.
Agora, suponha que R̂ é um anel local e regular. Fixemos uma resolução livre
minimal F• de k sobre R:
φi
F• : . . . → Fi → Fi−1 → . . . → F1 → R → k → 0.
Vamos aplicar R̂ ⊗R − à resolução F• para obter a sequência exata (pois R̂ ⊗R − é
funtor exato à direita):
φ̂i
ˆ → . . . → F̂1 → R̂ → k̂ → 0.
F̂• : . . . → F̂i → Fi−1
ˆ , de modo que
Além disso, para cada i, F̂i é um R̂-módulo livre e φ̂i F̂i ⊆ m̂Fi−1
F̂• é também uma resolução livre minimal. Como R̂ é anel local e regular temos
que, pdimR̂ k̂ < ∞, de modo que F̂• é limitada, ou seja, R̂ ⊗R Fi = 0, para todo
i > pdimR̂ k̂ ; como estamos no caso local, ou seja, R é um anel local, e R̂ é não
trivial, segue que Fi = 0, para i suficientemente grande. Portanto, F• é limitada e
consequentemente pdimR (k) < ∞. Pela parte 1 do Teorema 3.4.3, temos que R é um
anel local e regular.
5. Seja (S, n, l) um anel local e Noetheriano, e seja φ : (R, m, k) → (S, n, l) um homo-
morfismo plano de anéis. Se S̄ = S/mS é um anel local, Noetheriano e regular, então
S é um anel local e regular.
Prova: Temos por hipótese que S é um R-módulo plano e que mS ⊆ n. Pela parte 3
do Teorema 3.4.3, temos que existe uma sequência regular x1 , . . . , xd em R tal que
(x1 , . . . , xd ) = m (pois R é um anel regular). Visto que, por hipótese, S̄ é regular temos,
pela parte 4 do Teorema 3.4.3, que existem y¯1 , . . . , y¯n ∈ S̄, formando uma sequência
regular e tal que n/mS = (y¯1 , . . . , y¯n ); desta forma, n = (mS, y1 , . . . , yn ). Com isso,
já temos que y1 , . . . , yn ∈ S formam, pela definição, uma sequência regular em S,
e que n = ((φ (x1 ) , . . . , φ (xd )) , y1 , . . . , yn ). Assim, pelo Teorema 3.4.3 é suficiente
mostrar que φ (x1 ) , . . . , φ (xd ) formam uma sequência regular em S. Além disso, pelo
Teorema 3.2.12 parte 4, somente é necessário mostrar que Hi (φ (x1 ) , . . . , φ (xd ) ; S) =
0, ∀ i ≥ 1.
3.5 Propriedades de anel local regular 131
Por hipótese, R é um anel local e regular e então, pela parte 5 do Corolário 3.5.5, é
suficiente mostrar que o mapa (∗) é plano e que R [x]Q /mR [x]Q é regular. seguindo
então essa linha de racíocinio, o mapa (∗) é plano, uma vez que R → R [x] é livre
(portanto, é plano) e R [x] → R [x]Q é plano, e a composição de planos é plano.
Agora, note que (R [x] /mR [x])Q é uma localização de k [x], uma vez que temos o
isomorfismo:
R [x] /mR [x] ∼
= (R/m) [x] ,
e k [x] é um domínio de ideais principais. Para Q̄ ∈ Spec (k [x]), nós ou temos que
¯
Q̄ = 0 ou que Q̄ = f , onde f é um polinômio não nulo e irredutível em R[x]. Se
Q̄ = 0, então k [x]Q = k (x) é um corpo, potanto é um anel regular. Se Q̄ = f¯ , então
pela parte 4 do Corolário 3.5.5 temos que, R [x]Q é um anel regular.
7. Se R é um anel local, Noetheriano e regular, então temos que o anel de séries formais
R [[x1 , . . . , xn ]] é um anel Noetheriano, local e regular.
Prova: Como R é regular temos, pela parte 6 do Corolário 3.5.5, que R [x] é regular.
Portanto, a localização R [x](x) é um anel local e regular. Pela parte 4 do Corolário
3.5.5, segue que o completamento R [x] ˆ é um anel local e regular. Por outro lado,
(x)
temos que:
ˆ ∼
R [x](x) = R [[x]] ,
e então R [[x]] é um anel local e regular.
8. Seja (R, m, k) um anel local, Noetheriano e regular, de dimensão d. E seja y1 , . . . , yt ∈
m uma sequência regular em R a qual é maximal em m. Então, t = d.
Prova: Por R ser um anel local e regular nós já temos que pdimR (k) = d = dim (R)
e desta forma, pdimR (M) ≤ d, para qualquer R-módulo M finitamente gerado. Pela
hipótese de que y1 , . . . , yt ∈ m é uma sequência regular em R que é maximal em m,
nós também temos a seguinte sequência exata curta:
0 → k → R/ (y1 , . . . , yt ) → M → 0. (∗)
132 Chapter 3. Complexo de Koszul e anéis regulares
Agora, pelo Corolário 3.2.13, temos que pdimR (R/ (y1 , . . . , yt )) = t visto que y1 , . . . , yt
é uma sequência regular. Pela sequência exata curta (∗), temos que:
F• : 0 → Fr → . . . → F0 → R/p → 0.
Então, temos que F• ⊗R Rp é uma resolução livre de (R/p) ⊗R Rp = Rp /pRp . Isto implica
que pdimRp (Rp /pRp ) < ∞ e como pRp é ideal maximal de Rp , temos que Rp é um anel
local, Noetheriano e regular.
Exemplo 3.5.7 Seja p ⊂ k [x1 , . . . , xn ], onde k é um corpo, um ideal primo. Então, a
localização K [x1 , . . . , xn ]p é um anel local, Noetheriano e regular.
do pre-requisitoi Observação 3.5.8 Seja C [x1 , . . . , xn ] o anel de polinômios e seja f ∈ C [x1 , . . . , xn ] um
polinômio não nulo e irredutível. Considere R = C [x1 , . . . , xn ] /( f ). Então, como todo
ideal maximal m ∈ Spec (R) é da forma m = (x1 − α1 , . . . , xn − αn ), com α1 , . . . , αn ∈ C,
tal que f (α1 , . . . , αn ) = 0.
Com estas notações temos: Rm é regular se, e somente se, existe i tal que ∂ ∂f (α) xi 6= 0.
De fato: Nas condições anteriores, temos que dim (R) =
2
n − 1. Portanto, pela definição, Rm
é um anel local e regular se, e somente se, dimC m/m = n−1. Seja M = (x1 − α1 , . . . , xn − αn )
um ideal maximal em C [x1 , . . . , xn ] tal que M/ ( f ) = m. Então, temos que existe uma
sequência exata curta de espaços vetoriais
0 → f , M 2 /M 2 → M/M 2 → m/m2 → 0.
Portanto, obtemos que Rm é um anel local e regular se, e somente se, dimC m/m2 =
n − 1 se, e somente se, f ∈ / M 2 , pelo Corolário 3.5.5 item (1). Agora, pela expansão de
Taylor, temos que:
n n
∂ f (α) 2 ∂ f (α)
f = f (α1 , . . . , αn ) + ∑ (xi − αi ) + M = ∑ (xi − αi ) + M 2 ,
i=1 ∂ xi i=1 ∂ xi
3.5 Propriedades de anel local regular 133
pois f (α1 , .. . , αn )= 0. Desta forma, a imagem de f em M/M 2 , com base (xi − αi ), é
justamente ∂ ∂f (α) xi . Portanto, temos que Rm é um anel local e regular se, e somente
1×n
se, M não contém ∂∂ xfi se, e somente se, existe i tal que ∂ ∂f (α)
xi 6= 0.
1×n
Exemplo 3.5.9 Encontre o lugar singular Sing (R), onde o anel R = k [x, y, z, u] / xy − z2 ,
V (I) = {(x, y, z, u − α) | α 6= 0} ,
k [x, y]
k t 2 ,t 3 ∼
= 2 .
(x − y3 )
3.5.1 Exercícios
1. Seja x = x1 , . . . , xn elementos em R. Prove que existe aplicações
(c) C [x, y, z, u] / x3 + y2 , y + z2 .
IV
Parte IV
e
NZDR (M) := {x ∈ R| ∀ 0 6= m ∈ M temos que xm 6= 0}.
138 Chapter 4. Anéis e módulos Cohen-Macaulay
é o anulador do R-módulo M.
(c). Seja M um R-módulo e seja p ∈ Spec(R) um ideal primo de R. Então, dizemos que
p é um ideal primo associado para M, se ele é um anulador de um R-submódulo
cíclico de M, isto é p = (0 :R m) para algum 0 6= m ∈ M.
Denotaremos por AssR (M) o conjunto dos primos associados de M, isto é,
Para provar isto, assuma que Ann(M) 6⊂ p, então existe um s ∈ Ann(M) tal que
s 6∈ p. Seja m ∈ M, então sm = 0. O qual implica m/1 = sm/s = 0 em Mp , portanto
Mp = 0.
Para outra inclusão, se Mp = 0, então Rp = Ann(Mp ) = (Ann(M))p o qual implica
que Ann(M) 6⊂ p.
f g
(g). Seja S : 0 → M1 → M → M2 → 0 uma sequência exata curta de R-módulos. Então,
temos que:
SuppR (M1 ) ∪ SuppR (M2 ) = SuppR (M).
Para provar isto, é suficiente ver que localizações preservam sequências exatas, ou
seja, o funtor localização é um funtor exato.
(h). Seja I um ideal de R e M um R-módulo. Então, temos que:
Para provar isto, é suficiente ver que localizações preservam sequências exatas. Se
M é um R-módulo finitamente gerado, vale a igualdade.
4.2 Um pouco da teoria de sequências regulares 139
x·
(i). Note que: x ∈ NZDR (M) se, e somente se, o R-homomorfismo M → M é injetivo.
A próxima definição é importante para a sequência do texto.
Definição 4.2.1 Um elemento x ∈ R é não divisor de zero em (ou sobre) M se temos que
sempre que xm = 0, para m ∈ M, isto implica que m = 0.
Uma sequência de elementos x = x1 , · · · , xn de R é chamada de M-sequência fraca,
ou sequência regular fraca sobre o R-módulo M se xi é um não divisor de zero em
M/(x1 , . . . , xi−1 )M, para todo i = 1, . . . , n.
Se, além do dito anteriormente, tivermos xM 6= M, diremos que x é uma M-sequência
regular, ou simplesmente M-sequência, ou uma sequência regular sobre o R-módulo M.
Temos a seguir um resultado interessante.
hregulralocali Proposição 4.2.2 (a). Sejam R um anel Noetheriano e M um R-módulo finitamente
gerado. Se x = x1 , · · · , xn é uma M-sequência fraca com x ⊂ p ∈ SuppR (M), então
x1 xn
, . . . , ∈ pRp é uma Mp -sequência regular.
1 1
(b). Suponha que (R, m) é um anel local e seja x ⊆ m uma R-sequência regular. Então x
é uma R-sequencia
b regular.
para cada i, então ambas as afirmações são diretas. Pelo Lema de Nakayama temos
xMp 6= Mp .
hregulexai φ2 φ1
Proposição 4.2.3 Seja x = x1 , . . . , xn uma M-sequência regular fraca e seja S : N2 → N1 →
φ0
N0 → M → 0 uma sequência exata de R-módulos. Então, a sequência:
φ φ φ
N2 /xN2 →2 N1 /xN1 →1 N0 /xN0 →0 M/xM → 0
φ φ φ
N2 ⊗ R/xR →2 N1 ⊗ R/xR →1 N0 ⊗ R/xR →0 M ⊗ R/xR → 0
é uma sequência exata à direita. Portanto, é suficiente provar que o núcleo de φ 1 está
contido na imagem de φ 2 , isto é, ker(φ 1 ) ⊆ Im(φ 2 ).
Seja y ∈ ker(φ 1 ) se, e somente se φ 1 (y) = 0 se, e somente se φ1 (y + xN1 ) = 0, então
φ1 (y) = xz para algum z ∈ N0 . Segue que 0 = φ0 (φ1 (y)) = φ0 (xz) = xφ0 (z). Como x é
uma M-sequência regular fraca, então φ0 (z) = 0. Como a sequência S é exata à direita,
temos que z = φ1 (y0 ) para algum y0 ∈ N1 . Então, segue que φ1 (y − xy0 ) = 0, e logo
y − xy0 ∈ Im(φ2 ). Com isto, concluimos que y ∈ Im(φ 2 ).
140 Chapter 4. Anéis e módulos Cohen-Macaulay
Exemplo 4.2.4 Seja k um corpo e seja R = k[x1 , . . . , xn ] o anel de polinômios com coe-
ficientes em k nas variáveis x1 , . . . , xn ; nestas condições, temos que x = x1 , . . . , xn é uma
R-sequência regular.
O próximo exemplo mostra que, em geral, sequências regulares não se preservam em
permutações.
Exemplo 4.2.5 Seja k um corpo e seja R = k[x, y, z] o anel de polinômios com coeficientes
em k e nas variáveis x, y, z; prove que x, y(1 − x), z(1 − x) é uma R-sequência regular, mas
y(1 − x), z(1 − x), x, não é uma R-sequência regular. De fato, z(1 − x) não é R-regular em
R/ (y(1 − x)), pois sendo z(1 − x)y = zy − zxy = zy − zy = 0, desde que y = xy, segue que:
z(1 − x)y = 0, para y 6= 0.
Observe que, se x1 , . . . , xn é uma M-sequência regular então x1 , . . . , xi é também uma
M-sequência regular para i ≤ n.
?hpower1i? Lema 4.2.6 Seja x1 , . . . , xn ∈ R é uma M-sequência regular, as seguintes condições são
satisfeitas.
1. Se x1 m1 + · · · + xn mn = 0, mi ∈ M, então mi ∈ x1 M + · · · + xn M para todo i;
2. x1p1 , . . . , xnpn ∈ R é uma M-sequência regular.
Demonstração. (1). Se n = 1, então x1 m1 = 0 implica m1 = 0 desde que x1 é uma M-
sequência regular. Em particular m1 ∈ x1 M. Agora assumamos que é verdade para n − 1.
Como xn é não divisor de zero de M/(x1 , . . . , xn−1 )M, a condição x1 m1 + · · · + xn mn = 0
implica
Portanto,
n−1
x1 m1 + · · · + xn mn = ∑ xi(mi + xnsi).
i=1
Por indução, mi +xn si ∈ x1 M +· · ·+xn−1 M para 1 ≤ i ≤ n−1. Logo mi ∈ x1 M +· · ·+xn M,
1 ≤ i ≤ n − 1. Isto também é verdade para i = n pela igualdade (4.1).
(2). É suficiente demonstrar que se x1 , . . . , xn ∈ R é uma M-sequência regular, então
x1p1 , . . . , xn ∈ R é uma M-sequência regular. Pois se for o caso, então x1p1 , . . . , xn ∈ R é uma
M-sequência regular, e x2 , . . . , xn ∈ R é uma M-sequência regular uma M/x1p1 -sequância
regular, e segue x2p2 , . . . , xn ∈ R é uma M/x1p1 M-sequência regular e assim em adiante,
temos xipi é M/(x1 , . . . , xi−1 )M-sequência regular, e M/(x1p1 , . . . , xnpn )M 6= 0 desde que
M/(x1 , . . . , xn )M 6= 0.
Mostremos por indução sobre p. Isto é óbvio para p = 1. Assumamos que é verdade para
p − 1. Como x1 é M-sequência regular, então x1p é também um M-sequência regular. Para
i > 1, suponha
xi m = x1p m1 + x2 m2 + · · · + xi−1 mi−1 ,
para algum m j . Como x1p−1 , x2 , . . . , xi é uma M sequência regular, por hipotese de indução,
isto implica que
x1 m1 − xi s1 ∈ x1p−1 M + x2 M + · · · + xi−1 M.
Demonstração. As implicações (1) =⇒ (2) e (3) =⇒ (4) são imediatas, enquanto (4) =⇒
(1) segue do Teorema 3.2.12 item (3).
Vamos provar agora (2) =⇒ (3). Como x é uma sequência no radical de Jacobson de
R e M é não nulo, pelo Lema de Nakayama implica que M/xM 6= 0. Logo, é suficiente
mostrar que x é uma M-sequência regular fraca. Por indução sobre n. O caso n = 1
é obvio, pois H1 (x1 , M) = Ann(x1 ) = (0 :M x1 ). Agora suponhamos que n > 1 e seja
x0 = x1 . . . , xn−1 , aplicando a sequência exata 3.2 da Observação 3.2.3 item (4) obtemos
H1 (x0 , M)
0 −→ −→ H1 (x, M) −→ AnnH0 (x0 ,M) (xn ) −→ 0
xn H1 (x0 , M)
pela hipotese H1 (x, M) = 0 implica que
A primeira igualdade, segue pelo fato que xn ∈ Jac(M) e H1 (x0 , M) é um R-módulo fini-
tamente gerado (pois é quociente de submódulos finitamente gerados), podemos usar o
Lema de Nakayama para obtermos que H1 (x0 , M) = 0. Usando a hipótese de indução x0 é
uma sequência regular fraca e com a segunda igualdade mostramos que xn é não divisor de
zero em H0 (x0 , M) = M/x0 M e finaliza a prova.
Demonstração. Usando o Lema 4.2.7 e o fato que o complexo de Koszul é invariante por
permutações, temos o resultado.
142 Chapter 4. Anéis e módulos Cohen-Macaulay
(d). depthR (M) = 0 ⇔ m ∈ AssR (M) ⇔ R/m ,→ M ⇔ HomR (k, M) 6= 0. Pelo item
anterior.
(e). HomR (k, M) = 0 ⇔ depthR (M) > 0.
(e1). Seja M é um R-módulo. Então AssR (M) ⊆ SuppR (M). De fato, suponha que
p = Ann(m) é ideal primo para m 6= 0. Então
Rm ∼
= R/Ann(m) = R/p ,→ M
logo p ∈ Supp(Rm) ⊆ SuppR (M). Observe também que AssR (M) e SuppR (M) tem
os mesmos elementos minimais.
Se M é um R-módulo Noetheriano (R não necessáriamente local). Então a car-
dinalidade de AssR (M) é finito. Isto pela afirmação acima e pelo item ( f 1) de
4.2.1.
(e2). Se M = 0, então AssR (M) = 0. / Se R é um anel Noetheriano a reciproca vale. Para
mostrar isto, suponha que M 6= 0 e R um anel Noetheriano, existe um elemento
maximal I = Ann(x) na coleção de todos anuladores dos elementos não nulos de
M. O ideal I é própio, se I = R, então x = 1 · x = 0, contradição. Se mostrarmos
que I é um ideal primo, teremos que I ∈ AssR (M), como desejado. Seja ab ∈ I
com a ∈/ I. Então abx = 0, então b ∈ Ann(ax). Mas I = Ann(ax) ⊂ Ann(x), e pela
maximalidade de I = Ann(ax). Consequentemente, b ∈ I.
(f). Sejam N, M dois R-módulos (não necessáriamente local nem finitamente gerado).
Então, AnnR (N) ⊆ AnnR (ExtiR (N, M)) para todo i ≥ 0. De fato, seja x ∈ R e con-
sidere o mapa de R-módulos, que é dado por:
x
φ : N → N,
Portanto, assumindo que x ∈ AnnR (N), a aplicação φ é nula e isto implica que a
plicação ExtiR (φ , M) também é nula, ou seja, xExtiR (N, M) = 0.
iltration moduloi Proposição 4.3.3 Seja M um R-módulo finitamente gerado, e R ume anel Noetheriano.
Então existe uma filtração de submódulos de M tal que
0 = M0 ⊂ M1 ⊂ · · · ⊂ Mn = M
com Mi /Mi−1 ∼
= R/pi , para um primo adequado pi ∈ Spec(R).
Demonstração. Mostraremos por indução sobre n. Se n = 0 o caso é óbvio. Suponhamos
que temos escolhido M0 , . . . , Mi−1 . Se Mi−1 6= M, então M/Mi−1 6= 0, logo pelo 4.3.1 item
(e2) existe pi ∈ AssR (M/Mi−1 ) ⊆ Spec(R). Lembrando que R/pi ,→ M/Mi−1 . Tomando
Mi ⊆ M tal que Mi /Mi−1 = R/pi o qual é a imagem da inclusão, portanto encontramos o Mi
conforme queriamos. O processo termina em Mn = M pelo fato que M é Northeriano.
Corolário 4.3.4 1. Se R é Noetheriano e M um R-módulo finitamente gerado sobre R,
então AssR (M) é finito.
2. Se o R-módulo M tem uma filtração como na proposição acima, então AssR (M) ⊆
{p1 , . . . , pn }.
144 Chapter 4. Anéis e módulos Cohen-Macaulay
AssR (M) ⊆ ∪ni=1 AssR (Mi /Mi−1 ) = ∪ni=1 AssR (R/pi ) ⊆ {p1 , . . . , pn }.
0 −→ Hi ( f1 , · · · , fn ; M) −→ Hi ( f1 , · · · , fn ; M/x1 M)−→Hi−1 ( f1 , · · · , fn ; M) −→ 0
(3). ExtiR (N, M) = 0, para todo i < n e algum R-módulo N finitamente gerado com
SuppR (N) = V (I);
(4). I contem uma M-sequência regular de comprimento n.
Demonstração. As implicações (1) ⇒ (2) ⇒ (3) são obvios. Vamos provar (3) ⇒ (4).
Seja n = 1, pelo absurdo, assumamos primeiro que I contem somente elmentos divisores
de zero de M, isto é I ⊆ ZD(M) = p∈AssR (M) p, portanto existe um p ∈ AssR (M) talque
S
Agora seja f ∈ HomR (N, M) e fixando a ∈ N, desde que xt1 ∈ Ann(N), temos que xt1 f (a) =
f (xt1 a) = f (0) = 0 como xt1 é não divisor de zero em M, temos que f (a) = 0 para todo
a ∈ N logo HomR (N, M) = 0.
Se n > 1, por indução sobre n temos ExtiR (N, M/x1 M) = 0 para todo i < n − 1. Como
xt1 é não divisor de zero em M temos a seguinte sequência exata curta
xt
1
0→M→ M → M/xt1 M → 0
146 Chapter 4. Anéis e módulos Cohen-Macaulay
xt
· · · → 0 = Exti−1 t i 1 i i t
R (N, M/x1 M) → ExtR (N, M) → ExtR (N, M) → ExtR (N, M/x1 M) → · · ·
para i < n. Portanto xt1 é não divisor de zero em ExtiR (N, M) para i < n. Agora como
ExtiR (N, M) é anulado por xt1 (ver 4.3.1 item ( f )) e xt1 é um não divisor de zero em
ExtiR (N, M) para i < n, concluimos que ExtiR (N, M) = 0 para i < n.
Nosso objetivo é encontrar uma relação entre profundidade e dimensão projetiva, para
isto faremos um lemma muito importante em álgebra commutativa e tem um apelido "lema
da profundidade."
hdepth lemmai Lema 4.3.9 (Lema da profundidade) Seja R um anel Noetheriano e I um ideal de R.
Considera a sequência exata curta de R-módulos finitamente gerados, IM 6= M, IK 6= K e
IN 6= N,
0→N→M→K→0
então
(a). grad(I, M) ≥ mim{grad(I, N), grad(I, K)};
(b). grad(I, K) ≥ mim{grad(I, N) − 1, grad(I, M)};
(c). grad(I, N) ≥ mim{grad(I, M), grad(I, K) + 1};
(d). grad(I, K) ≥ mim{grad(I, N), grad(I, M)} − 1.
· · · → Exti−1 i i i
R (R/I, K) → ExtR (R/I, N) → ExtR (R/I, M) → ExtR (R/I, K) → · · · .
(a) Seja t = grad(I, M). Suponha que t < mim{grad(I, N), grad(I, K)}, então temos que
Pela sequência exata longa acima, temos que ExttR (R/I, M) = 0 o qual o que contradiz.
(b) Seja t = grad(I, K). Suponha que t < mim{grad(I, N) − 1, grad(I, M)}, então temos
que
Extt+1 t
R (R/I, N) = ExtR (R/I, M) = 0.
Pela sequência exata longa acima, temos que ExttR (R/I, K) = 0 o qual o que contradiz.
As demonstracões de (c) e (d) são semelhantes.
4.3 Grau, profundidade e dimensão projetiva 147
Demonstração. Seja F• uma resolucao livre de M sobre R. Então pelo Lema 4.2.3 temos
que F• ⊗R R/xR é também uma resolucao livre de M/xM sobre R/xR, isto demonstra que
R/xR
Tori (N, M/xM) ∼
= Hi (N ⊗R/xR (F• ⊗R R/xR))
∼
= Hi ((N ⊗R F• ) ⊗R/xR R/xR))
∼
= Hi (N ⊗R F• )
∼
= TorRi (N, M).
O lema anterior, também existe uma versão similar para o Ext na segunda variável.
hcorteextProi Proposição 4.3.12
Seja M um R-módulo. Seja x ∈ R um não divisor de zero em R e M.
Seja N um R/xR-módulo. Então para todo i ∈ Z
Demonstração. A afirmação é verdadeira para i < −1. Como x é não divisor de zero em
M e xN = 0, temos que HomR (N, M) = 0, logo a afirmação vale cuando i = −1. desde a
sequência exata de R-módulos
·x
0 → M → M → M/xM → 0
O módulo do lado esquerdo é nulo e o módulo do lado direiro é também nulo ( pelo fato
que xN = 0), então
HomR (N, M/xM) ∼ = Ext1R (N, M),
mas como HomR/xR (N, M/xM) ∼ = HomR (N, M/xM), temos
0→Q→L→N→0
com L um R/xR-módulo projetivo. Então Ext1R/xR (L, M/xM) = 0 e Ext2R (L, M) = 0 pois
·x
pdimR (L) ≤ 1. Usando o funtor ExtR associamos, associado a 0 → M → M → M/xM → 0,
temos o seguinte diagrama
Ext1R (L, M) / Ext1R (Q, M)
que induz um diagrama comutativo com linhas exatas
Ext1R (L, M) / Ext1 (Q, M) / Ext2R (N, M) / 0
R
pelos diagramas e pelo caso i = 1 tratado acima, temos Ext1R/xR (N, M/xM) ∼
= Ext2R (N, M).
Agora assumamos i > 1. Peguemos uma resolução projetiva L• de R/xR-módulos de
N, e seja T = Im(Li−1 → Li ). Assim temos uma sequência exata de R/xR-módulos
0 → T → Li−2 → · · · → L0 → N → 0.
Agora para qualquer i, o R/xR-módulo Li é projetivo, e nos temos visto que isto implica
que pdimR (Li ) ≤ 1. Considerando a sequência exta acima como R-módulo, pelo Lema
2.7.4 (dimensão deslocada) obtemos
Ext2R (T, M) ∼
= Exti+1
R (N, M)
idim(M/xM) + 1 = idim(M).
Como n = 1, temos que K é um R-modulo projetivo. Agora novamente pelo Lema 2.10.2
K∼ = Rt para algun t. Então, nos podemos encontrar um homomorfismo injetivo g : Rt → Rs
al que Im(g) = K ⊆ mRs . Seja e1 , . . . , et a base anônica de Rt .
Suponhamos que t 6= 0. Então g é representado por uma matriz (ai j ) de ordem s × t.
As colunas desta matriz são elementos de K ⊆ mRs . Assim ai j ∈ m. Como depth(R) = 0,
existe um elemento 0 6= r ∈ R tal que mr = 0. Isto implica que ai j r = 0 para todo i, j.
Consequêntement, 0 6= re1 ∈ Ker(g) = 0, isto é uma contradição. Portanto t = 0 e assim
Ker( f ) = K = Rt = 0. Consequêntemente, f é um isomorfismo e M é um R-módulo
livre. Assumamos que n > 1 e sempre que N seja um R-módulo finitamente gerado tal
que pdim(N) < n, teremos que N é livre. Suponhamos que M não seja livre. Então
pdim(M) ≥ 1. Como pdim(M) < ∞ e da sequência exata
f
0 → K → Rt → M → 0
150 Chapter 4. Anéis e módulos Cohen-Macaulay
onde K = Ker( f ) ⊆ Rt temos que pdim(K) = pdim(M) − 1 < n. Assim, pela hipotesis de
indução temos que K é livre. Assim da sequência exata, implica que pdim(M) ≤ 1. Agora
pelo caso n = 1 implica que M é livre, isto é uma contradição. Assim, mostramos que M é
livre.
Agora depois de tantos lemas estamos preparados para enunciar e demonstrar o famos
teorema de Auslander-Buchsbaum fórmula.
hA-Bi
Teorema 4.3.16 (A formula de Auslander-Buchsbaum) Seja (R, m, k) um anel Noethe-
riano local, M 6= 0 um R-módulos finitamente gerado tal que pdim(M) < ∞. Então
Suponha depth(R) = 0. Então pela Observação 4.3.1 item (d) temos que
então existe 0 6= z ∈ R tal que m = (0 : z). Com isto demonstraremos que M é um módulo
livre. Suponhamos que M não for livre. Então nos podemos encontar uma resolucao livre
minimal finita de M.
d dn−1 d ε
F• : 0 → Fn →n Fn−1 → Fn−2 → · · · → F1 →0 F0 → M → 0 onde n > 0.
0 → K → Rt → M → 0
tal que pdim(K) = pdim(M) − 1 e depth(K) = 1. A primeira igualdade é pelo fato da
construcao de SYZYGIES.
Agora mostremos que pdim(K) = 1. Pelo Lema da profundidade 4.3.9 e a sequência
exata acima
pdim(M) = n − (n − i) = i.
Exemplo 4.3.18 Seja k um corpo, considere R = k[[X,Y ]]/(X 2 , XY ). Podemos ver que
m = (x, y) = (0 :R x). Consequêntemente por 4.3.1, existe um mapa injetivo R/m ,→ R. O
qual implica que HomR (k, R) 6= 0, então depth(R) = inf{i|ExtiR (k, R) 6= 0} = 0.
Seja M = R/(x) ∼ = k[[Y ]]. Como M é um anel local regular de dimensão 1, então
depth(M) = 1. Concluimos pela fórmula de Auslander-Buchsbaum 4.3.16 que M não tem
dimensão projectiva finita.
A primeira igualdade é pela definição e a segunda igualdade é pelo fato que os primos
minimais de Supp(M) e AssR (M) são os mesmo no caso de módulos finitamente gerado.
Nesta seçao nosso anel base (R, m, k) será sempre um anel Noetheriano local, e M um R-
módulo finitamente gerado. A seguir demonstraremos que em geral depth(M) ≤ dim(M).
Para provar isto, antes primeiro faremos um lema.
h4.4.1i Observação 4.4.1 Suponha (R, m) um anel local Noetheriano. Seja M um R-módulo
não nulo finitamente gerado. Então SuppR (M) = {m} ⇔ M tem comprimento finito ⇔
existe un n ∈ N tal que mn M = 0.
hlemaCM1i Lema 4.4.2 Seja (R, m) um anel Noetheriano local e sejam M, N dois R-módulos não
nulos finitamente gerados R. Então
pois isto implica ExtiR (N, M) = 0. Para provar isto é suficiente pegar a sequência exata
curta de R-módulos
0 → N j−1 → N j → R/p j → 0,
e a sequencia exata longa
Como dim(R/(p, x)) < r, por hipotese de indução temos ExtiR (R/(p, x), M) = 0 para todo
i < k − r + 1, por outro lado temos uma sequência exata longa
x
· · · → ExtiR (R/(p, x), M) → ExtiR (R/p, M) → ExtiR (R/p, M) → Exti+1
R (R/(p, x), M) → · · · .
Por indução ExtiR (R/(p, x), M) = 0 para i < k −r +1, por outro lado como i+1 < k −r +
1 (pois i < k − r) temos Exti+1 i i
R (R/(p, x), M) = 0. Então ExtR (R/p, M) = xExtR (R/p, M).
Agora pelo Lema do Nakayama obtemos ExtiR (R/p, M) = 0.
hpropo7.7.3i Proposição 4.4.3 Seja (R, m) um anel Noetheriano local e M um R-módulo finitamente
gerado. Então dim(R/p) ≥ depth(M) para todo p ∈ AssR (M).
Para R-módulos finitamente gerados, temos dim(M) ≥ depth(M). De fato pela definição
temos dim(R/p) ≤ dim(M), para algum p ∈ AssR (M) e pela proposição anterior temos a
desigualdade desejada.
Corolário 4.4.4 Seja R um anel e I um ideal. Então
depth(I) ≤ ht(I).
hRegular CMi Proposição 4.5.2 Seja (R, m) um anel local regular e seja x1 , . . . , xd o cunjunto minimo
de geradores de m. Então x1 , . . . , xd é R-sequência regular, e cada R/(x1 , . . . , xc ) é um anel
local regular de dimensão d − c. Em particular R é Cohen-Macaulay.
Demonstração. Segue do Teorema 3.4.3 e pelo Corolário 3.5.5 item (1) e (8).
Seja (R, m) um anel local Noetherian completo. Pelo teorema da estrutura de Cohen
(veja apendice, Teorema ??), podemos escrever R como o quociente de um anel local
Noetheriano regular. Dizemos que R é uma interseção completa se existe algum homo-
morfismo sobrejetivo S → R com S um Anel local regular, de modo que o kernel é gerado
por uma sequência regular, em outras palavras, se existe um anel local regular S e uma
sequência regular f1 , . . . , fk em S tal que R ∼
= S/( f1 , . . . , fk ). É mostrado que esta noção é
independente da escolha da sobrejeção.
Definição 4.5.3 (Interseção completa)
Seja R um anel noetheriano.
1. Se R é uma anel local, então dizemos que R é uma interseção sompleta se seu
completamento é uma intersecção completa no sentido acima.
2. Em geral, dizemos R é uma intersecção completa completa se todos os seus anéis
locais são interseções completas.
Proposição 4.5.4 Seja (R, m) um anel Noetheriano local. Então depth(R) = depth(R̂).
Em particular, R é Cohen-Mcaulay se, e somente se R̂ é Cohen-Macaulay.
Corolário 4.5.5 Seja (R, m) um anel local que é interseção completa. Então R é Cohen-
Macaulay.
são primos associados de (0) e por isso, se x não é um divisor de zero não estará contido
em nenhum ideal primo mínimal de R e, portanto, a ht(x) ≥ 1. Como desejado.
Definição 4.5.9 Seja (R, m) um anel local Noetheriano e M um R-módulo finitamente
gerado de dimensão n. Um conjunto {x1 , . . . , xn } de elementos de R é chamado de sistema
de parâmetros para M se M/(x1 , . . . , xn )M tem comprimento finito.
O conjunto {x1 , . . . , xr } de elementos de R faz parte de um sistema de parâmetros se
dim(M/(x1 , . . . , xr )M) = dim(M) − r.
hpropo7.7.9i Proposição 4.5.10 Seja (R, m) um anel local Cohen-Macaulay, e seja x1 , . . . , xn ∈ R,
então as seguintes afirmações são equivalentes:
1. x1 , . . . , xn é uma R-sequência regular,
2. ht(x1 , . . . , xi ) = i para 1 ≤ i ≤ n,
3. ht(x1 , . . . , xn ) = n,
4. x1 , . . . , xn é um sistema de parámetros de R.
pois x1 , . . . , xi é uma R-sequência (pela Observação 4.5.8 ou Exercício 4.5.2 número 11).
(2) =⇒ (3) é óbvio. (3) =⇒ (4) é claro, finalmente, para o caso dim(R) = n. Se
dim(R) > n então podemos escolher xn+1 ∈ m que não esta contido em nenhum ideal
primo minimal de (x1 , . . . , xn ). Então ht(x1 , . . . , xn+1 ) = n + 1. Nos podemos continuar de
esta forma e obter um sistema de parámetros.
(4) =⇒ (1). Demonstraremos que qualquer sistema de parámetros x1 ,p . . . , xn é uma R-
sequência. Seja x1 , . . . , xn um sistema de parámetros, isto é, n = dim(R) e (x1 , . . . , xn ) =
m. Pelo Teorema 4.5.1item (a), nos obtemos dim(R/p) = n para todo ideal primo minimal
p de R. Isto implica que x1 ∈ / p para todo ideal primo minimal. Mas então, pelo Teorema
4.5.1, temos que x1 é R-regular e R/(x1 ) é n − 1-dimensional anel Cohen Macaulay. As
imagens de x2 , . . . , xn em R/(x1 ) forma um sitema de parámetros de R/(x1 ). Agora, usando
indução sobre n nos mostramos que x1 , . . . , xn é uma R-sequência.
hcoro7.7.10i Corolário 4.5.11 Seja (R, m) anel local Noetheriano Cohen-Macaulay e seja I ⊂ R um
ideal. Então
1. ht(I) = grau(I, R),
2. ht(I) + dim(R/I) = dim(R),
3. R é equidimensional.
diml (HomS (l, M ⊗R N)) = dimk (HomR (l, M)) · diml (HomS (l, N)).
Como M é fintamente gerado e N é plano, usamos o Exercício ?? dos Exercicios 2.3.1 para
obter
HomS (S/mS, M ⊗R N) ∼ = HomS (k ⊗ S, M ⊗R N)
∼
= HomS (l, M) ⊗R N
∼
= (N/mN)s
onde s = dimk (HomR (l, M)). Desta relação obtemos o desejado.
h4.5.12i
Lema 4.5.14 Seja ϕ : R → S um homomorfismo plano de anéis, e seja M um R-módulo
não nulo finitamente gerado. Se x = x1 , . . . , xn ∈ R é uma M-sequência regular tal que
x(S ⊗R M) 6= S ⊗R M, então a sequência x e ϕ(x) = ϕ(x1 ), . . . , ϕ(xn ) ∈ S são ambos S ⊗R M-
sequência regular, e existem os isomorfismos
S ⊗R M/x(S ⊗R M) ∼
= S ⊗R (M/xM) ∼
= S ⊗R M/ϕ(x)(S ⊗R M)
Isto mostra que x1 em S ⊗R M-elemento regular, e pela seqência exata também temos
S ⊗R (M/x1 M) ∼
= S ⊗R M/x1 (S ⊗R M).
O passo indutivo é deixado como exrecício para o leitor.
hObs4.5.13i Observação 4.5.15 Seja ϕ : (R, m) → (S, n) um homomorfismo local e plano de anéis
(isto é, mS ⊂ n e S é um R-módulo plano), e seja M um R-módulo não nulo finitamente
gerado. Se x = x1 , . . . , xn ∈ m. Então x(S ⊗R M) 6= S ⊗R M. Para Provar isto é suficiente ver
que S ⊗R M/x(S ⊗R M) ∼ = S ⊗R (M/xM) e mostrar que S ⊗R (M/xM) 6= 0.(use o Lema de
Nakayama e a hipotese). Esta observação siginifica, que no caso local de homomorfismos,
não é necessário a condição x(S ⊗R M) 6= S ⊗R M.
h4.5.14i Corolário 4.5.16 Seja ϕ : R → S um homomorfismo plano de aneis. Se x = x1 , . . . , xn ∈ R
é uma R-sequência regular tal que xS 6= S (isto é, se ϕ é um homomorfismo local e x esta no
ideal maximal de R), então as sequências x1 , . . . , xn ∈ R e ϕ(x1 ), . . . , ϕ(xn ) ∈ S são ambos
S-sequências regulares.
Demonstração. A prova segue da Observação 4.5.15 e o Lema 4.5.14
Para provar o próximo lema, faremos uso do Teorema de Interseção de Krull que diz:
Seja (S, n) um anel local Noetherianos. Se N é um S-módulo finitamente gerado, então
∩∞ i
i=0 I N = 0 para cada ideal I ⊆ n.
hlema 4.5.15i Lema 4.5.17 Seja ϕ : (R, m, k) → (S, n, l) um homomorfismo local de anéis Noetherianos.
Seja M um R-módulo não nulo finitamente gerado e N um S-módulo fintamente gerado,
plano sobre R. Se y = y1 , . . . , yn ∈ n é uma N/mN-sequência regular, então y é N ⊗R M-
sequência regular e S-sequência regular e N/yN um módulo plano sobre R.
m j M/m j+1 M ∼
= kt j
para algum inteiro t j ≥ 0. Como o R-módulo m j M é finitamente gerado então m j M/m j+1 M =
(m j M)/m(m j M) é finitamente gerado. Como R/m = k é um corpo, este módulo tem a
forma kt j , como queriamos.
Afirmação 3: Para cada inteiro j ≥ 0, existe um isomorfismo de S-módulos
j
0 / N ⊗R (m j+1 M) / N ⊗R (m j M) / N ⊗R ( mmj+1MM ) / 0
∼
= α j+1 ∼
= αj ∼
= ∃β j
j
0 / m j+1 (N ⊗R M) / m j (N ⊗R M) / m (N⊗R M) / 0
m j+1 (S⊗R M)
pela afirmação 1, as duas primeiras linhas são isomorfas, então a ultima linha do diagrama
é exato. Com isto provamos que
m j (N ⊗R M) ∼ m jM
= N ⊗R ( ).
m j+1 (N ⊗R M) m j+1 M
de isto temos
m j (N ⊗R M) ∼ m j M afirmao2
= N ⊗R ( ) ∼ = (N ⊗R k)t j ∼
= N ⊗R (kt j ) ∼ = (N/mN)t j .
m j+1 (N ⊗R M) m j+1 M
m j (N ⊗R M) afirmao3
ξ∈ = (N/mN)t j
m j+1 (N ⊗R M)
é não nulo y anulado por y1 . Não entanto, como y1 é N/mN-sequência regular, isto é
também (N/mN)t j -sequência regular o qual é uma contradição. Assim y1 é N ⊗R M-
sequência regular.
Observe que o caso especial M = R implica que y1 é S-sequência regular.
Seja S = S/y1 S e N = N/y1 N. Mostremos que N/yN é plano. Pelo Teorema 2.6.5, é
suficiente considerar uma sequência exata arbitrária
0 → M1 → M1 → M3 → 0
0 → N ⊗R M1 → N ⊗R M2 → N ⊗R M3 → 0
0 → N ⊗R M1 → N ⊗R M2 → N ⊗R M3 → 0
160 Chapter 4. Anéis e módulos Cohen-Macaulay
0 = TorS1 (S, N ⊗R M3 ) / S ⊗S (N ⊗R M1 ) / S ⊗S (N ⊗R M2 ) / S ⊗S (N ⊗R M3 ) /0
∼
= ∼
= ∼
=
0 / N ⊗R M1 / N ⊗R M2 / N ⊗R M3 /0
onde as linhas verticais são isomorfas. Portanto a ultima linha do diagrama é exato,
conforme desejado. Isto completa a prova para o caso n = 1.
O paso indutivo é rutinário. Deixamos para o leitor.
Teorema 4.5.18 Seja ϕ : (R, m, k) → (S, n, l) um homomorfismo local de anéis Noetheri-
anos locais. Se M é um R-módulo finitamente gerado e N um S-módulo finitamente gerado
plano sobre R, então
1. depth(M ⊗R N) = depthR (M) + depth(N/mN).
Em particular depth(M ⊗R S) = depthR (M) + depth(S/mS),
2. Se ϕ é plano, então depth(S) = depthR (R) + depth(S/mS),
3. S é Cohen-Macaulay se, e somente se R e S/mS são Cohen-Macaulay.
Demonstração. Primeiro suponhamos que depthR (M) = 0 e depthS (N/mN) = 0. Em este
caso, podemos ver desde o Corolário 4.3.8, que
HomS (k, M ⊗R N) 6= 0,
e então, de novo pelo Corolário 4.3.8, vemos que depthS (M ⊗R N) = 0, como esperado.
Agora podemos reducir o caso geral para esta situação, da seguinte forma. Suponha
que x é um M-sequência regular de comprimento r, e y uma N/mN-sequência maximal de
comprimento s. Então, temos
ExtrR (k, M) ∼
= HomR (k, M/xM) 6= 0 e ExtsR (l, N/mN) ∼
= HomS (l, N 0 /mN 0 ) 6= 0
Extr+s ∼
S (l, M ⊗R N) = HomS (l, M ⊗R N/z(M ⊗R N)) 6= 0.
4.5 Algumas caracterizações de anéis e módulos C-M 161
Extr+s
S (l, M ⊗R N) = 0, para k < r + s.
Para isto é suficiente provar que z é uma M ⊗R N-sequência regular. Para isto, use o Lema
4.5.17, para ver que y é M ⊗R N/x(M ⊗R N)-sequência regular, pois
M ⊗R N/x(M ⊗R N) ∼
= (M/xM) ⊗R N.
e
dim(N ⊗R M) = dimR (M) + dim(N/mN),
esta ultima fórmula ver em 4.5.2 exercício 14.
hsingular7.8.2i
Teorema 4.5.19 Sea (R, m) um anel local regular e (S, n) uma R-álgebra Noetheriano
local (isto é mS ⊂ n).
1. S é R-módulo plano se, e somente se depth(mS, S) = dim(R),
2. Se S é Cohen-Macaulay, então S é R-módulo plano se, e somente se dim(S) =
dim(R) + dim(S/mS).
4.5.2 Exercícios
hCMi
1. Seja R um anel Noetheriano. Se M e N dois R-módulos finitamente gerado, Mostre
que
(a) AssR HomR (M, N) = SuppR (M) ∩ AssR (N),
(b) AssR HomR (M, N) = 0 se, e somente se AnnR (M) contem um elemento N-
regular. Dica, para a reciproca, suponha que AnnR (M) não conten nenhum
elemento regular então AnnR (M) ⊂ ∪p∈AssR (N) p. Logo existe um p ∈ AssR (N)
tal que AssR (N) ⊂ p, logo use o item anterior para chegar a uma contradição.
2. Seja ϕ : (R, m) → (S, n) um homomorfismo local plano. Mostre que S ⊗R (m j M) ∼ =
j
m (S ⊗R M) para cada j.
3. Seja R um anel local Noetheriano e M um R-módulo finitamente gerado. Se
{x1 , . . . , xt } uma M-sequência regular, então {x1 , . . . , xt } pode ser estendido para um
sistema de parâmetros para M.
4. Seja R um anel local Noetheriano e M um R-módulo finitamente gerado. Se
{x1 , . . . , xt } uma M-sequência regular. Então detht(M) ≤ dim(M).
5. Seja R um anel, M um R-módulo, I ⊂ R um ideal.
6. Se x1 , . . . , xn ∈ I uma M-sequência regular, então x1m , . . . , xnm ∈ I uma M-sequência
regular para todo mó 0.
7. grad(I, M) = grad( I, M). Este ultimo item mostra que grad(I, M) é um invariante
geométrico.
hmudanca de basei 8. Seja ϕ(R, m) → (S, n) um homomorfismo local de anéis, fazendo S um R-módulo
finitamente gerado. Seja M um S-módulo finitamente gerado. Prove que
Demonstração. Suponha que R é um anel local e regular tal que dim (R) = d. Então,
temos que m = (x1 , . . . , xd ), com x1 , . . . , xd uma sequência regular (que, de fato, é um
sistema de parâmetros). O anel R é Cohen-Macaulay uma vez que ele é regular, e note que
temos R/ (x1 , . . . , xd ) ∼
= R/m ∼
= k, onde k é o corpo residual. Finalmente, temos que (0) é
irredutível em um corpo, e então pela Observação 5.1.3 segue que (x1 , . . . , xd ) é irredutível
em R. Portanto, pela definição, R é Gorenstein.
Observação 5.1.5 1. Nem todo anel de dimensão 0 é Gorenstein. Por exemplo o anel
R = k[x, y]/(x2 , xy, y2 ). O socle é 2-dimensional, gerado por xR, yR e xR ∩ yR = (0).
De fato. Observe que em um anel R é Noetheriano, qualquer ideal é interseção
finita de ideais irreditiveis, por exemplo (x2 , xy, y2 ) = (x2 , y) ∩ (x, y2 ). De aqui temos
xR ∩ yR = (0). Portanto R não é Gorenstein.
2. Existem anéis 0-dimensionais que são Gorenstein mas não são anéis locais e regu-
lares. Por exemplo, R = k [x] / x2 possui três ideais, que são, (0) ⊆ (x) ⊆ R e note
que (0) não pode ser obtido como interseção de dois ideais não nulos em R.
3. Por exemplo o anel R = k[[x, y]]/(x2 , y2 ). O socle de R é 1-dimensional gerado por
xy; qualquer ideal não nulo de R contem o elemento xy, consequêntemente o ideal
zero de R é irredutivel. A interseção de quaisquer dois ideais não nulo de R deve
conter xy. Portanto R é Gorenstein.
Exemplo 5.1.6 Considere o seguinte anel k [x1 , . . . , xd ] / x1n , . . . , xdn (x ,...,x ) , com n ≥ 1.
1 d
Este é um anel Gorenstein, uma vez que k [x1 , . . . , xd ](x1 ,...,xd ) é um anel local e regular, e
x1n , . . . , xdn (x ,...,x ) é um sistema de parâmetros.
1 d
Soc (R) = {x ∈ R | xm = 0} .
Desta forma, ele é um espaço vetorial sobre o corpo k, uma vez que ele é anulado por
m.
Definição 5.1.8 Sejam N ⊆ M dois R-módulos. Então, M é dito ser essencial sobre N se
todo R-submódulo não nulo K ⊆ M possui interseção não nula com N, isto é,
K ⊆ M ⇒ K ∩ N 6= (0).
5.1 Definição de um anel Gorenstein e irredutibilidade 169
mn I ⊆ mn ∩ I ⊆ (0 :R m) ∩ I = Soc (R) ∩ I.
Portanto, segue que Soc (R) ∩ I 6= (0) e assim, pela definição, R é essencial sobre o
Soc (R).
livro de hunekei Proposição 5.1.10 Seja (R, m, k) um anel local e Noetheriano tal que dim (R) = 0. Então:
Demonstração. Assuma que dimk (Soc (R)) = 1. Desta forma, seja x ∈ Soc (R) uma base,
e suponha que I ∩ J = (0). Pelo Lema 5.1.9, temos que R é essencial sobre o Soc (R)
e então I ∩ Soc (R) 6= (0) e J ∩ Soc (R) 6= (0). Mas, Soc (R) é um k-espaço vetorial de
dimensão um, e assim x ∈ I e x ∈ J. Isto gera uma contradição, uma vez que x 6= 0.
Agora, assuma que (0) é irredutível e suponha que dimk (Soc (R)) ≥ 2. Assim, escolha
x, y ∈ Soc (R) tal que são linearmente independentes. Desta forma, como x, y são linear-
mente independentes (isto é, αx + β y = 0, então α = 0, β = 0) e xm = 0 e ym = 0, segue
que (x) ∩ (y) = (0). Isto gera uma contradição, pois (0) é irredutível.
uma vez que depth (R/I) ≤ dim (R/I) = 0. Consequentemente, uma resolução livre mini-
mal de R/I é da forma:
φd φ1 φ0
0 → Fd → Fd−1 → . . . → F1 → F0 → R/I → 0.
livro de hunekei Teorema 5.1.12 Seja (R, m, k) um anel local e regular tal que dim (R) = d, e seja I ⊆ R
√
um ideal tal que I = m, de modo que dim (R/I) = 0. Então, temos que
Demonstração. Temos que R é um anel local e regular tal que dim (R) = d. Assim, o
ideal maximal m é gerado por d elementos, os quais formam uma sequência regular em R,
digamos que m = (x1 , . . . , xd ). O complexo de Koszul fornece agora uma resolução livre
minimal de k = R/m:
[±x1 ,...,±xd ]
0→R → Rd → · · · → R → R/m → 0.
como desejado.
livro de hunekei? Corolário 5.1.13 Se (R, m, k) é um anel local e regular e x1 , . . . , xd é um sistema de
parâmetros, então o anel R/ (x1 , . . . , xd ) é Gorenstein.
Demonstração. Sendo que, por hipótese, R é um anel local e regular segue que a sequência
x1 , . . . , xd forma uma sequência regular em R. Consequentemente, uma resolução livre
minimal de R/ (x1 , . . . , xd ) é dada pelo complexo de Koszul:
0 → R → Rd → . . . → R/m → 0,
para todo i ≥ 0.
Em particular, se TorRi (M, N) = 0, para todo i > 0, então F• ⊗ G• é uma resolução
livre de H0 (F• ⊗ G• ) ≡ M ⊗R N, por exatidão à direita.
Finalmente, se (R, m, k) é um anel local e F• e G• são minimais, então assim também
o é F• ⊗ G• , pela maneira que as aplicações são definidas.
Observação 5.1.15 Antes de provar o proximo lema, note o seguinte.
(1) Note que dim (R/I) = dim (R) − ht (I) = d − h, uma vez que R é Cohen-Macaulay
(dim (R) = depth (R)), pelo Corolário 4.5.11.
(2) Uma vez que R é Cohen-Macaulay, para dizer que uma sequência x1 , . . . , xi é regular
é suficiente mostrar que ht ((x1 , . . . , xi )) = i, pela Proposição 4.5.10.
5.1 Definição de um anel Gorenstein e irredutibilidade 171
livro de hunekei Lema 5.1.16 Seja (R, m, k) um anel local, Noetheriano e Cohen-Macaulay, tal que
dim (R) = d. E seja I um ideal de R de altura ht (I) = h. Então, existe uma sequên-
cia regular x1 , . . . , xd−h tal que as imagens x̄1 , . . . , x̄d−h formam um sistema de parâmetros
em R/I. Reciprocamente, dado um sistema de parâmetros ȳ1 , . . . , ȳd−h em R/I, então
existem y1 , . . . , yd−h ∈ R tal que eles formam uma sequência regular em R.
Demonstração. É suficiente provar a segunda afirmação, uma vez que a primeira segue
pela segunda.
Seja ȳ1 , . . . , ȳd−h um sistema de parâmetros tal que para z1 , . . . , zd−h em R temos que:
z̄i = ȳi , para todo 1 ≤ i ≤ d − h. Por indução, afirmamos que podemos escolher y1 , . . . , yd−h
em R tal que:
ht ((y1 , . . . , yi )) = i,
para todo i = 1, . . . , d − h.
Para i = 1, precisamos encontrar y1 ∈ R de altura 1, isto é, y1 ∈ / p, para todo p ∈ Min (R),
e podemos escolher entre qualquer y1 ∈ (z1 ) + I. Mas, temos que (z1 ) + I não está contido
em p∈Min(R) p, assim por primos avoidance existe t ∈ I tal que z1 + t ∈
S S
/ p∈Min(R) p.
Coloque y1 = z1 + t.
Agora, para 1 < i ≤ d − h, suponha que nós temos escolhido y1 , . . . , yi ∈ R tal que
ht ((y1 , . . . , yi )) = i e ȳ j = z̄ j , para todo 1 ≤ j ≤ i. Precisamos escolher yi+1 ∈ (zi+1 ) + I
tal que: [
yi+1 ∈
/ p.
p∈Min((y1 ,...,yi ))
S
Para usar primos avoidance, precisamos que: (zi+1 )+I não esteja contido em p∈Min((y1 ,...,yi )) p.
Isto é verdade, a menos que exista Q ∈ Min ((y1 , . . . , yi )) tal que (zi+1 ) + I ⊆ Q. Uma vez
que ht ((y1 , . . . , yi )) = i e R é Cohen-Macaulay, temos que y1 , . . . , yi forma uma sequên-
cia regular em R, portanto todo Q ∈ Min ((y1 , . . . , yi )) possui altura i. Também, temos
que dim (R/Q) = d − i, novamente pela razão de R ser Cohen-Macaulay. Uma vez que
J := I + (y1 , . . . , yi , zi+1 ) ⊆ Q, temos que R/Q é uma imagem homomórfica de R/J. Mas,
d − i = dim (R/Q) ≤ dim (R/J) = dim (R/ (I + (ȳ1 , . . . , ȳi+1 ))) = d − h − (i + 1) < d − i,
o que gera uma contradição. Portanto, nós podemos aplicar primos avoidance e concluímos
como para o caso i = 1.
Teorema 5.1.17 Seja (R, m, k) um anel local e regular tal que dim (R) = d, e seja I um
ideal de R tal que ht (I) = h. Então, R/I é Gorenstein se, e somente se,
1. R/I é Cohen-Macaulay,
2. dimk TorRh (R/I, k) = 1.
Demonstração. Primeiro de tudo, note que uma vez que um anel Gorenstein é Cohen-
Macaulay temos que R/I é Cohen-Macaulay em ambas as hipóteses. Já temos, utilizando
a fórmula de Auslander Buchsbaum, que:
R/I é Cohen-Macaulay ⇔ pdim (R/I) = ht (I) = h.
Seja F• uma resolução livre minimal de R/I e seja x̄1 , . . . , x̄d−h um qualquer sistema
de parâmetros de R/I. Pelo Lema 5.1.16, podemos então levantar à uma sequência
regular x1 , . . . , xd−h ∈ R. Seja K• = K• (x1 , . . . , xd−h ; R) o complexo de Koszul, o qual é
172 Chapter 5. Anéis Gorenstein
uma resolução livre minimal de R/ (x1 , . . . , xd−h ), uma vez que x1 , . . . , xd−h forma uma
sequência regular. Tensorizando K• com R/I, podemos calcular agora:
e pelo Teorema 5.1.12 temos que S é Gorenstein se, e somente se, o último número de
Betti de F• ⊗ K• é um. Mas, o último elemento do produto tensorial é justamente
Fh ⊗ Kd−h = Fh ⊗ R ∼
= Fh ,
uma vez que h = ht (I) = projdim (R/I) e o complexo de Koszul possui R na última posição.
Assim, R/I é Gorenstein se, e somente se, rank (Fh ) = 1, o qual é dimk TorRh (R/I, k) = 1,
0 → Mn → · · · → M0 → 0.
Então
n
∑ (−1)i`(Mi) = 0.
i=0
holiver9.23i Lema 5.2.5 Seja (R, m, k) um anel local Noetheriano com dim(R) = 0. Então R é um
R-módulo injetivo, se somente se HomR (k, R) = k.
Demonstração. Suponhamos que R é injetivo. Como depth(R) ≤ dim(R) = 0, temos que
m ∈ Ass(R), então existe um R-homomorfismo injetivo k ,→ R. Logo o homomorfismo
R = HomR (R, R) → HomR (k, R) é sobrejetivo, pois R é R-módulo injetivo. De isto vemos
que HomR (k, R) é gerado por um so elemento como R-módulo, por tanto como k-espaço
vetorial (pois dim(R) = 0). Como este é não nulo, segue que que tem dimensão um.
Reciprocamente, suponhamos que HomR (k, R) = k e provemos que R é um R-módulo
injetivo. Primero mostremos a seguinte
Afirmação: Seja M um R-módulo finitamente gerado de comprimento finito. Então
0 → M 0 → M → k → 0.
174 Chapter 5. Anéis Gorenstein
0 → m → R → k → 0,
Usando a sequência exata curta acima temos que `(m) = `(R) − 1, logo `(Ext1R (k, R)) = 0,
e Ext1R (k, R) = 0. Assim pela Proposição 2.9.7, R é injetivo.
holiver9.25i Teorema 5.2.6 (Teorema de Bass) Seja (R, m, k) um anel local Noetheriano. As seguintes
condições são equivalentes:
1. R é Gorenstein,
2. R é Cohen-Macaulay, e idim(R) = dim(R),
dim(R)
3. ExtR (k, R) = k e ExtiR (k, R) = 0 para todo i 6= dim(R),
4. ExtiR (k, R) = 0 para algum i ≥ dim(R),
dim(R)
5. ExtR (k, R) = k e ExtiR (k, R) = 0 para todo i < dim(R).
dim(R)
Demonstração. (1) ⇒ (2). Seja d = idim(R). Temos que ExtR (k, R) 6= 0 pela Proposição
2.9.10, segue d ≥ dim(R). Provemos por indução sobre depth(R) que d = depth(R). Se
depth(R) = 0, então temos uma sequência exata curta de R-módulos
0 → k ,→ R → P → 0
(2) depthR/xR (R/xR) = depth(R) − 1 (observe que depthR/xR (R/xR) = depthR (R/xR), ver
Exercício 8 dos Exercícios 4.5.2), por indução temos depth(R) − 1 = d − 1, e então
depth(R) = d.
(2) ⇒ (3). Seja d = dim(R) = depth(R) = idim(R). O módulo ExtiR (k, R) se anula
para i < d, pois depth(R) ≥ d (pelo Corolário 4.3.8), e para i > d pois idim(R) ≤ d.
Provemos, por indução sobre d, que ExtiR (k, R) ∼
= k. Quando d = 0, isto segue do Lema
5.2.5. Quando d = depth(R) > 0, então existe um elemento x ∈ m não divisor de zero
em R. Então pelo Lema 5.2.3 o anel R/xR é Gorenstein de dimensão d − 1. Agora por
(1) ⇒ (2) e por indução, temos Extd−1 ∼
R/xR (k, R/xR) = k. Mas pela Proposição 4.3.12 temos
Extd−1 (k, R/xR) ∼
R/xR = Extd (k, R).
R
(3) ⇒ (4). Pegue qualquer i > dim(R).
(4) ⇒ (1). Provemos por indução sobre dim(R) que se idim(R) = ∞, então ExtiR (k, R) 6=
0 para todo i ≥ d. Se dim(R) = 0, então m é o único ideal primo de R, logo pela Proposição
2.9.7 segue o caso dim(R) = 0. Agora suponha que i ≥ dim(R) > 0. Pela Proposição 2.9.7,
existe um ideal primo p tal que ExtiRp (k(p), Rp ) 6= 0. Podemos escolher um p maximal para
esta propriedade (para um dado i). Se p = m então ExtiR (k, R) 6= 0 terminamos. Assim,
suponhamos p 6= m.
Se Rp é Gorenstein, então idim(Rp ) = depth(Rp ) por (1) ⇒ (2). Desde então
Demonstração. (1). Suponha que R é Gorenstein com dim(R) > 0. Então HomR (k, R) = 0
e portanto m ∈
/ Ass(R). Portanto, existe um elemento não divisor de zero x ∈ m. Pelo
Lemma 5.2.3, R/xR é de novo Gorenstein. Usando indução, mostramos que R é Cohen-
Macaulay.
176 Chapter 5. Anéis Gorenstein
(2). Tendo em vista do Lema 5.2.3 é suficiente mostrar que um anel local regular R
é Gorenstein. Mas, isto é de novo uma consequência de Lema 5.2.3, desde então, para
um parémetro regular x de R, o anel R/xR é também regular. Assim o resultado segue por
indução.
Exemplo 5.2.9 Considere o anel R = k [x, y, z] /I, onde I = x2 − y2 , x2 − z2 , xy, xz, yz .
Temos que Soc (R) = (x)2 e assim, pela Proposição 5.1.10, segue que R é Gorenstein.
Não entanto, este anel não é uma interseção completa uma vez que o número mínimo
de geradores de I é cinco.
hbettii Lema 5.2.10 Seja (R, m, k) um anel local e regular, e seja M um R-módulo finitamente
gerado e que é um R-módulo de torção. Considere uma resolução livre de M, a qual não é
necessariamente minimal:
φn φ1 φ0
0 → Rbn → Rbn−1 → . . . → Rb1 → Rb0 → M → 0.
Então, temos que:
n
∑ (−1)i bi = 0.
i=0
Demonstração. Uma vez que R é um anel local e regular, temos que R é um domínio. Seja
Q = R(0) seu corpo de frações, e então, pela hipótese de que M é um módulo de torção,
segue que M ⊗R Q = 0. Além disso, temos que Q é plano sobre R e assim:
φn φ1 φ0
0 → Qbn → Qbn−1 → . . . → Qb1 → Qb0 → 0,
é uma sequência exata.
Mas, note que, os módulo que constituem a sequência anterior são Q-espaços vetoriais,
e para espaços vetoriais o resultado é bem conhecido.
5.3.1 Exercícios
1.
2. Colocar mais exercícios.
EO `
∃g
id
0 / E
i / M
que é comutativo, isto é, g ◦ i = id.
Afirmação: ker(g) ∩ E = 0.
Seja a ∈ ker(g) ∩ E = ker(g) ∩ Im(i). Temos
EO ∃g ∃p◦g
0 / K / L
e, portanto, E é injetivo.
hPropo48i Proposição 6.1.6 Seja E um R-módulo. Então E é injetivo se, e somente se, E não possui
uma extensão essencial própria, isto é, E ⊆ M essencial implica E = M.
Demonstração. (⇒) Suponha que E é injetivo e E M é uma extensão essencial própria.
Considere
EO `
∃g
id
0 / E
i / M
Então, ker(g) ∩ E = 0, como na demonstração de Proposição anterior. Como E M é uma
extensão essencial, ker(g) ⊆ M e ker(g) ∩ E = 0, segue que ker(g) = 0. Por outro lado,
M = E ⊕ ker(g), portanto, segue que M = E.
(⇐) Reciprocamente, suponha que E não possua extensões essenciais próprias.
Considere I um R-módulo injetivo tal que E ⊆ I. Se a extensão é essencial, então E = I
(por hipótese) e E é injetivo.
6.1 Módulos Injetivos sobre Anéis Noetherianos 185
Demonstração. 1. Considere
EO iW
O
∃gi
∏Ei
i O
0 / M / N
0 / I /R
onde I ⊆ R é um ideal.
Como R é Noetheriano, I é finitamente gerado e f (I) tem entradas apenas em uma
n M
quantidade finita de Ei , digamos 1 6 i 6 n. Considere ∏gi : R → Ei com as gi ’s como
i=1 i
anteriormente. Temos então
M
Ei
i O _ ∃ ∏ni=1 gi
f
0 /I / R
186 Chapter 6. Anéis Gorenstein e Dualidade de Matlis
0 / I /R
[
onde f = ∏πi . A aplicação f está bem definida, pois para cada x ∈ I = Ii , existe i ∈ N
i i
tal que x ∈ I j . Isso implica que x ∈ Ik , para qualquer k > j e então
πk (x) = 0, k > j.
j−1
M M
Logo, f (x) ∈ Ei ⊆ Ei .
i=1 i
A comutatividade do diagrama M implica que para qualquer x ∈ I, f (x) = xg(1). Digamos
que g(1) = (g1 , . . . , gn , . . .) ∈ Ei , então πn+1 (x) = 0, para todo x ∈ I. Portanto, I =
i
In+1 .
hTeo50i Teorema 6.1.8 Sejam R um anel e M ⊆ E R-módulos. As seguintes afirmações são
equivalentes:
(1) E é a extensão essencial maximal de M;
(2) E é injetivo e M ⊆ E é essencial;
(3) E é injetivo e se M ⊆ I ⊆ E, com I injetivo, então I = E.
Além disso, dado M, tal módulo E existe e é único a menos de isomorfismo. E é
chamado de envoltório injetivo de M e é denotado por ER (M).
Demonstração. (1) ⇒ (2) M ⊆ E é claramente essencial. Como E não possui extensão
essencial própria, então E é injetivo, pela Proposição 6.1.6.
(2) ⇒ (3) Suponha que M ⊆ I ⊆ E, com I injetivo. Pela Proposição 6.1.6 não há uma
extensão essencial própria de I e, por hipótese, M ⊆ E é essencial. Logo, I ⊆ E é essencial.
Portanto, I = E.
(3) ⇒ (1) Seja M ⊆ E, com E injetivo. Aplicando o Lema de Zorn, escolha I como
extensão essencial maximal de M contido em E.
Suponha que I ⊆ N é uma extensão essencial, então temos
EO _
g
i
f
0 / I / N
6.1 Módulos Injetivos sobre Anéis Noetherianos 187
EO `
g
i
f
0 / M / E0
Teorema 6.1.9 (Estrutura dos injetivos sobre anéis Noetherianos) Seja R um anel
Noetheriano.
R
1. Um R-módulo injetivo E é indecomponível se, e somente se, E ∼ = ER para
P
algum P ∈ Spec(R).
2. Qualquer R-módulo injetivo é isomorfo a uma soma direta de R-módulos injetivos
indecomponíveis.
R
Demonstração. 1.(⇐) Seja P ∈ Spec(R), então vamos mostrar que ER é indecom-
P
ponível. Suponha que não seja, então
R
ER = M1 ⊕ M2 , M1 , M2 6= 0.
P
R R R R
Seja I1 = M1 ∩ P e I2 = M2 ∩ P . Como M1 , M2 6= 0, então I1 , I2 6= 0, já que ⊆ ER
P P
R
é essencial (pelo Teorema 6.1.8). Além disso, I1 ∩ I2 = 0, pois M1 ∩ M2 = 0. Porém, é
P
um domínio e dois ideais não-nulos devem ter interseção, pois
0 6= I1 I2 ⊆ I1 ∩ I2 ,
Defina
S := {Λ : Λ como anteriormente}.
R
Note que S 6= 0,
/ pois ER ∈ S. Escreva Λ 6 Λ0 se Λ ⊆ Λ0 . Use o Lema de Zorn
P
para encontrar o elemento maximal de S, que denotaremos por Λ.
L
Se ∑ Ei = E, então E = Ei e o resultado está mostrado.
Ei ∈Λ
Senão, ∑ Ei ∼= Ei é injetivo, pois R é Noetheriano. Então E ∼
L L
= (∑ Ei ) N,
com
R
N 6= 0 e N injetivo, já que E é injetivo. Escolha Q ∈ Ass(N), então RP ,→ N e ER |N.
Q
R
Assim, Λ 6 Λ ∪ ER ∈ S, o que contraria a maximalidade de Λ.
Q
?hPropo...i? Proposição 6.1.10Seja R um anel Noetheriano, P ∈ Spec(R)
eM
um R-módulo finito.
R
Então Ass(M) = AssER (M). Em particular, temos que Ass ER = {P}
Q
Demonstração. Claramente, temos que Ass(M) ⊆ Ass(ER (M)). Reciprocamente, seja
R
Q ∈ Ass(ER (M)), então existe um submódulo U ⊆ ER (M) que é isomorfo a . Note
Q
que U ∩ M 6= 0, pois a extensão M ⊆ ER (M) é essencial. Assim, Q ∈ Ass(U ∩ M) ⊆
Ass(M).
Demostração. 1. Pela Proposição anterior, temos Ass(E) = {m} ⊆ Supp(E). Por outro
lado, se existe P ∈ Supp(E) com P 6= m, então deveríamos ter um primo associado menor
de E, o que não acontece.
2. Sabemos que k ⊆ E é uma extensão essencial. Seja x ∈ E, então mx = 0, pois
(x) ⊆ E e (x) ∩ k 6= 0, isto é, k = Rx = (x).
Afirmação: Soc(E) = Rx.
Já sabemos que Rx ⊆ Soc(E). Falta provar a outra inclusão.
6.1 Módulos Injetivos sobre Anéis Noetherianos 189
Soc(E) = Rx ∼
= k.
0 −→ (M 0 )∨ −→ M ∨ −→ k∨ −→ 0
é exata.
Logo, por indução,
θ : M −→ M ∨∨ .
Usando (1) duas vezes, temos que `(M) = `(M ∨∨ ). Assim, para mostrar que θ é um
isomorfismo, basta mostrar que é injetora.
190 Chapter 6. Anéis Gorenstein e Dualidade de Matlis
Corolário 6.1.17 Seja (R, m, k, E) um anel Nooetheriano local tal que dim R = 0. Então a
aplicação natural
R −→ HomR (E, E) = E ∨
r 7−→ (e 7→ er)
é um isomorfismo.
Demonstração. Sabemos que R∨ = HomR (R, E) ∼ = E e então E ∨ ∼
= R∨∨ ∼= R, onde o
último isomorfismo é dado exatamente como no enunciado, na demonstração do Teorema
6.1.13 (3).
A demonstração do Teorema a seguir pode ser encontrada na REFERÊNCIA PRINCI-
PAL, a partir da página 49.
?hTeo56i? Teorema 6.1.18 Seja (R, m, k, E) um anel Noetheriano local. Então
Rb ∼
= HomR (E, E) = E ∨ .
Demonstração. Observe que Rb = limn∈N R/mn . Seja En = HomR (R/mn , E) = {e ∈ E :
←−
mn e = 0}.
Afirmação 1. En = ER/mn (k). Observe que:
• Pela Proposição 2.1.5, En é injetivo como R/mn -módulo.
• Pelo Exemplo 6.1.3, como E1 = Soc(E) ∼ = k ⊆ En ⊆ ER/mn (k) é essencial, então
k ⊆ En é essencial.
• En é injetivo e essencial implica que En = ER/mn (k). (também temos isto de `(En ) =
`((ER/mn (k))∨ ) = `(R/m) = `(ER/mn (k)) e En ⊆ ER/mn (k)).
Afirmação 2. Seja f ∈ HomR (E, E), como fn := f|En ∈ HomR (En , E), afirmamos que
fn ∈ Homn (E −n, En ) : Prova da afirmação. Seja u ∈ En , então mn u = 0 logo 0 = f (mn u) =
mn f (u) para todo m ∈ m, portanto f (u) = fn (u) ∈ En .
Afirmação final. HomR (E, E) ∼ = lim HomR (En , En ): Prova da afirmação, antes notemos
←−n∈N
que
HomR/mn (En , En ) = lim HomR (En , En )
←−
n∈N
desde que mn anula En e as aplicações são restrições. Considere a aplicação
ϕ
HomR (E, E) −→ limn∈N HomR (En , En )
←−
f 7−→ ( f1 , f2 . . . , )
????????
Agora, será feita uma discussão sobre R-módulos Artinianos, buscando ferramentas
para provar o Teorema chamado de Dualidade da Matlis.
Observação 6.1.19 Um R-módulo Artiniano N é essencial sobre
Soc(N) = {x ∈ N : mx = 0}.
Já mostramos esse resultado para anéis 0-dimensionais, mas aqui veremos que ele é
válido para qualquer dimensão.
É suficiente mostrar para módulos principais, como já foi observado. Seja Rx ⊆ N,
x 6= 0. Escolha n ∈ N o menor tal que mn x = 0. Então mn−1 x 6= 0 pertence a Rx ∩ Soc(N),
o que o faz não nulo, isto é, Soc(N) ⊆ N é essencial.
192 Chapter 6. Anéis Gorenstein e Dualidade de Matlis
Rb
Mas E ∨ = Rb e todas as aplicações são sobrejetoras, logo En∨ ∼
= , para algum ideal In .
In
Como En∨ En+1
∨ , temos
Rb Rb
In In+1
isto é, podemos considerar a cadeia crescente de ideais em Rb
In ⊆ In+1 ⊆ · · ·
Mas Rb é Noetheriano, logo essa cadeia estabiliza e portanto En∨ = En+1
∨ , para algum n ∈ N.
Afirmação: En = En+1 .
De fato, de
L
0 −→ K −→ L −→ −→ 0
K
é uma sequência exata, então considerando o dual, temos a sequência
∨
L
0 −→ −→ L∨ −→ K ∨ −→ 0
K
∨
que continua exata. Então, se L∨ = K ∨ , temos KL = 0. Vamos provar que se T é um
módulo tal que T ∨ = 0, então T = 0. Note que já mostramos esse resultado supondo que
R é 0-dimensional e T ∈ Modf.g. (R).
Por contradição, tome x ∈ T , x 6= 0. Como Rx ⊆ T , temos 0 = T ∨ (Rx)∨ , isto
é, (Rx)∨ = 0. Dessa forma, reduzimos o problema a um módulo finitamente gerado e
podemos então supor que T = Rx.
Existe uma aplicação sobrejetora não nula T k (apenas matando o ideal maximal e
projetando sobrejetivamente em uma cópia de k), logo k∨ ⊆ T ∨ . Mas já mostramos que
k∨ = k e, por hipótese, T ∨ = 0. Logo, k = 0, o que pe uma contradição.
Portanto, T = 0.
En
Agora, aplique esse resultado para K = En+1 e L = En para mostrar que = 0 e,
En+1
portanto, En = En+1 .
Essa afirmação completa a prova que queríamos.
6.1 Módulos Injetivos sobre Anéis Noetherianos 193
Esse Lema nos dá a seguinte caracterização de módulos Artinianos sobre anéis Noethe-
rianos locais:
?hCoro59i?
Corolário 6.1.21 Seja (R, m, k, E) um anel Noetheriano local. Um R-módulo N é Artini-
ano se, e somente se, N ⊆ E t , para algum t ∈ N.
Demonstração. (⇒) Basta tomar t = dimk Soc(N) e já vimos que N ⊆ E t .
(⇐) Reciprocamente, sabemos que E é Artiniano, logo E t é Artiniano. Temos então
que N ⊆ E t é um submódulo de um módulo Artiniano. Portanto, N é Artiniano.
Observação 6.1.22 Qualquer R-módulo Artiniano N é também um R-módulo.
b
r ∈ R,
De fato, seja b r − rn ∈ mn . Se x ∈ N, então, como
r = lim rn , com rn ∈ R e b
b então b
n
N é R-módulo Artiniano, existe n >> 0 tal que m x = 0. Logo,
rx = rt x,
b t > n,
(E t )∨ N ∨ e (E t )∨ = (E ∨ )t ∼
= Rbt .
b t M.
(R)
Considerando o dual, temos M ∨ ⊆ ((R)b ∨ )t . Pelo Corolário anterior, devemos que mostrar
b∨∼
que (R) = E.
Pelas observações feitas anteriormente, temos
b ∨ = HomR (R,
(R) b E) ∼
b E) = Hom b(R, = E.
R
194 Chapter 6. Anéis Gorenstein e Dualidade de Matlis
∨
Assim, mostramos que a correspondência está bem definida e também que Rb ←→ E.
Suponha agora que M ∈ Modf.g. (R)
b e considere
bs
(R) / bt
(R) / M / 0
∼
= ∼
=
b ∨∨ )s
((R) / b ∨∨ )t
((R) / M ∨∨ / 0
onde as setas verticais são as aplicações naturais de módulos nos seus biduais. Existem
os isomorfismos no diagrama, dado que (R) b∨∼ b ∨∨ ∼
= E e então (R) = E∨ ∼= R∨ . Logo, pelo
Lema dos Cinco, M ∼ = M ∨∨ .
Por outro lado, seja N um R-módulo Artiniano, então
0 −→ N −→ E t −→ N1 −→ 0
0 / N / Et / Es
∼
= ∼
=
0 / N ∨∨ / (E ∨∨ )t / (E ∨∨ )s
E ∨∨ ∼ b∨∼
= (R) = E.
M ∨∨ ∼ b ∨∨ ∼
= (M) =Mb
b ∈ Modf.g (R).
já que M b
hLema60i Lema 6.1.26 Seja (R, m, k, E) um anel Noetheriano local de dimensão zero. Então, a
definição 5.1.2 (definição I) e definição 5.2.1 (definição II) são equivalentes.
Demonstração. (⇒) R é Gorenstein (definição I), portanto R ∼ = E é injetivo e idimR R = 0.
(⇐) Suponha que idimR R = n < ∞, então temos uma resolução injetiva finita. Como
cada injetivo é soma direta de módulos injetivos indecomponíveis, e o único ideal primo
em R é m, os módulos injetivos são somas diretas de E, isto é,
0 −→ R −→ E b0 −→ E b1 −→ · · · −→ E bn −→ 0.
6.1 Módulos Injetivos sobre Anéis Noetherianos 195
Como R é 0-dimensional, E ∨ ∼
= Rb ∼
= R. Assim,
0 −→ Rbn −→ Rbn−1 −→ · · · −→ Rb0 −→ E −→ 0.
Logo, pdimR < ∞ e pela Fórmula de Auslander-Buchsbaum,
pdim(E) + depth(E) = depth(R).
Mas depth(E) = depth(R) = 0, já que todos são Artinianos, o que implica que pdimE = 0
e, então, E é projetivo. Logo, E é livre e E ∼
= Rt .
Finalmente,
λ (R) = λ (E) = λ (Rt ) = tλ (R),
isto é, t = 1 e E ∼
= R é Gorenstein (definição I).
R
6.1.2 Estrutura do ER
P
?hTeo61i? Teorema 6.1.27 Sejam R um anel Noetheriano e P ∈ Spec(R). Então
R ∼
ER = ERP (k(P)),
P
RP
onde k(P) = .
PRP
Na demonstração deste Teorema, é usado o seguinte fato: “Se g : K → L é um R-
homomorfismo e K e L são RP -módulos, então g é um RP -homomorfismo.”
Ideia da
demonstração:
A demonstração é dividida em três passos:
R ∼
(1) ER = ER (k(P)) como R-módulos.
P
R
(2) ER é RP -módulo.
P
Por último,
usa o fato enunciado para concluir a demonstração de que
R ∼
(3) ER = ERP (k(P)) como RP -módulos.
P
Observação 6.1.28 ERP k(P) = ERc k(P) .
P
Se x ∈ p, então note que: HomR (R/ (x) , ER (R/p)) é um R/ (x)-módulo injetivo, como
visto anteriormente, de modo que é suficiente mostrar que ele é essencial sobre R/p.
Mas, note que 0 → R/p → ER (R/p) é essencial, e R/p ⊆ HomR (R/ (x) , ER (R/p)) =
{u ∈ ER (R/p) | ux = 0} ⊆ ER (R/p). Consequentemente, R/p ⊆ HomR (R/ (x) , ER (R/p))
é essencial (A ⊆ B ⊆ c, com A ⊆ C essencial ⇔ A ⊆ B e B ⊆ C são essenciais). E portanto,
temos que HomR (R/ (x) , ER (R/p)) = ER/(x) (R/p).
Definição 6.2.3 Seja R um anel e seja M um R-módulo finitamente gerado. Uma res-
olução injetiva minimal I• de M, é uma sequência exata da forma:
d0 d1 d2
0 → M → E 0 → E 1 → E 2 →→ . . . ,
Observação 6.2.4 Note que, sob isomorfismo de complexos, a resolução injetiva mini-
mal de um R-módulo é única.
A seguir, apresentamos um resultado importante.
6.2 Resoluções injetivas minimais e anéis Gorenstein 197
oltoria injetivai
Proposição 6.2.5 — Critério para envoltórias injetivas. Seja R um anel Noetheriano e
M ⊆ I dois R-módulos, com I um R-módulo injetivo. Então, I = ER (M) se, e somente se,
para todo p ∈ Spec (R), temos que:
Demonstração. Note que a hipótese de que M ⊆ I implica que temos a mesma in-
clusão em localizações, isto é, Mp ⊆ Ip , e por exatidão à esquerda do funtor covariante
HomRp (k (p) , −), obtemos que:
Assim, temos que mostrar o seguinte: I = ER (M) se, e somente se, para todo p ∈
Spec (R) a aplicação φp é sobrejetora. Vamos provar isto então.
Suponha que φp é sobrejetora, para todo p ∈ Spec (R). E seja u ∈ I, um elemento não
nulo. É suficiente mostrar então que: Ru = (u) ∩ M 6= 0. Seja então p ∈ AssR (Ru), e desta
forma, por definição, temos que R/p ,→ Ru. Seja v = a imagem de 1 sob esta aplicação.
Temos: R/p ∼ = Rv ⊆ I, pelo Teorema do Isomorfismo, e R/p ⊆ k (p) com a tripla 0 →
f
k (p) → Ip sendo exata, e por hipótese existe g : k (p) → Mp tal que f|Mp ◦ Idk(p) ≡ g e
f (1) = 1v . Então, g (1) = 1v ∈ Mp , isto é, existe s ∈
/ p tal que sv ∈ M, com sv 6= 0, pois
v
1 6= 0, e s ∈/ p. Desta forma, 0 6= Rv ∩ M ⊆ Ru ∩ M, isto é, M ⊆ I é uma extensão essencial,
e então I = ER (M) uma vez que I é um R-módulo injetivo (ver definição do teorema 50 do
livro).
Reciprocamente, assuma que I = ER (M), e tome f : k (p) → Ip um Rp -homomorfismo.
Sabemos que HomRp (k (p) , Ip ) = (HomR (R/p, I))p , pois o funtor HomR (−, −) comuta
com a localização. Portanto, existe g : R/p → I um R-homomorfismo tal que gs = f , para
algum s ∈ / p. Suponha que g (1) = u, e então Ru ∩ M 6= 0, uma vez que M ⊆ I = ER (M) é
uma extensão essencial. Desta forma, existe r ∈ / p tal que 0 6= ru ∈ M, e note que r não está
em p pois caso contrário, teríamos ru = rg (1) = g (r) = g (0) = 0, uma vez que g : R/p → I.
E note que, para 1 ∈ k (p) temos que f (1) ∈ Ip e assim f (1) = g(1) u ru
s = s = sr ∈ Mp , isto é,
a aplicação φp é sobrejetiva, uma vez que nós podemos considerar f : k (p) → Mp , ou seja,
f restrita à Mp ⊆ Ip .
exata:
0 → N ,→ I j → I j+1 .
Sabemos que o funtor localização é um funtor exato, e HomRp (k (p) , −) é funtor exato
à esquerda; desta maneira, temos a sequência exata:
β
α j j+1
0 → HomRp (k (p) , Np ) → HomRp k (p) , Ip → HomRp k (p) , Ip .
Observação 6.2.7 Para resoluções projetivas, minimalidade foi dada pela condição que
a aplicação:
Pj+1 ⊗R R/m → Pj ⊗R R/m
é a aplicação nula.
Observação 6.2.8 Seja (R, m, k) um anel local e Noetheriano, e seja M um R-módulo
finitamente gerado. Então, temos que:
jetivagorensteini Teorema 6.2.9 Seja (R, m, k) um anel Noetheriano local de dimensão d. Então, a definição
5.1.2 (definição I) e definição 5.2.1 (definição II) são equivalentes.
Demonstração. (definição II) ⇒ (definição I): Provemos por indução sobre dim(R). Para
caso d = 0, segue pelo Lema 6.1.26. Pelo Teorema 5.2.6 temos que R é Cohen-Macaulay,
sem perda de generalidade, suponhamos que dim(R) > 0, como R é Cohen-Macaulay,
existe um elemento x ∈ m não divisor de zero. Seja R := R/xR. Mostremos que R tem
uma uma resolução injetiva finita. Seja
x
0→R→R→R→0
x
HomR (R, R) → HomR (R, R) → HomR (R, R) → Ext1R (R, R) → Ext1R (R, R)
como x é não divisor de zero sobre R, temos HomR (R, R) = (0 :R x) = 0 e ExtiR (R, R) = 0
para i ≥ 0 pois R é um R-módulo livre. Segue
x
0 → R → R → Ext1R (R, R) → 0
o qual significa Ext1R (R, R) = R e ExtiR (R, R) = 0 para i 6= 1.
6.2 Resoluções injetivas minimais e anéis Gorenstein 199
d −1 d0 d1 d2
I• : 0 → R → I0 → I1 → I2 → · · · .
Então, calculando o Ext aplicando HomR (R, I •,R )
d −1 d0 d1 d2
ExtiR (R, R) = H i (0 → R → I 0 → I 1 → I 2 → · · · ).
Mas, HomR (R, R) = 0 se x ∈/ p, HomR (R, R) = ER (R/p) se x ∈ p e I j = ⊕ER (R/p)
j
para algum p ∈ spec(R), portanto I := HomR (R, I j ) são todos R-módulos injetivos. Pela
0 (
afirmação I = 0 pois I 0 = ER R), também ER (R/p) - ER (R) se p ∈/ Ass(R) e x ∈
/ Ass(R),
Então,
d −1 d0 d1 d2
ExtiR (R, R) = H i (0 → R → 0 → I 1 → I 2 → · · · ).
Como ExtiR (R, R) = 0 se i 6= 1 e Ext1R (R, R) = R então não existe nenhuma cohomologia
1 2
para j ≥ 2 e R = Ker(I → I ), portanto
d1 d2 d3
0 → R → I1 → I2 → I3 → · · ·
é exata. Então esta é uma resolução injetiva de R, e isto mostra que idimR (R) < idimR (R).
Como idimR (R) < ∞, então idimR (R) < ∞. Agora segue por indução que R é Gorenstein
(vale a definição I). Mas, como x ∈ m é não divisor de zero, portanto R é Gorenstein
(definição I).
(definição I) ⇒ (definição II): Provemos por indução sobre dim(R). Para caso d = 0,
segue pelo Lema 6.1.26. Suponha dim(R) > 0. Como R é Cohen-Macaulay existe um
x ∈ m não divisor de zero. Seja R = R/xR. Então Pelo Corolário 4.3.13 temos que
idimR (R) = idim(R) − 1. Agora Suponha que R é Gorenstein (vale a definição I), temos R
é Gorenstein pelo fato que x é não divisor de zero, e portanto idimR (R) < ∞. Mas então
idim(R) = idimR (R) + 1 < ∞, portanto vale a definição II.
enciagorensteini? Corolário 6.2.10 Seja (R, m, k) um anel Noetheriano local. Então as seguintes condições
são equivalentes
1. idim(R) < ∞, ou em outras palavras idim(R) = n para algum n ∈ N,
2. ExtiR (k, R) = 0 para todo i 6= n e ExtnR (k, R) ∼
= k,
3. ExtiR (k, R) = 0 para algum i > n,
4. ExtiR (k, R) = 0 para i < n e ExtnR (k, R) ∼
= k,,
5. R é Cohen-Macaulay e ExtnR (k, R) ∼ = k,
6. R é Cohen-Macaulay e qualquer ideal de parâmetro de R é irredutivel.
Demonstração. A prova do corolário segue pelos Teoremas 5.2.6 e 6.2.9.
200 Chapter 6. Anéis Gorenstein e Dualidade de Matlis
6.2.1 Exercícios
1. Prove que um anel Noetheriano R é Gorenstein se, e somente se dim(R) é finito e
Rm é Gorenstein para cada ideal maximal m em R.
2. Seja (R, m) → (S, n) um homomorfismo local plano de ideais. Prove que as seguintes
condições são equivalentes
(a) S é Gorenstein,
(b) R e S/mS são Goreinstein.
3. Seja f ∈ k[x1 , x2 , ..., xn ] uma hipersuperfície com singularidade isolada. Mostre que
k[x1 ,x2 ,...,xn ]
∂f ∂f é Gorenstein.
( ∂ x ,..., ∂ x )
1 n
VII
Parte VII
Appendices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
A Completamento e a topologia I-
ádica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
A.1 Limite Inverso
A.2 Propriedades
A.3 A Topologia I-ádica
A.4 Completamento
A.5 Propriedades do completamento e limite pro-
jetivo
Index . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249
Appendices
A. Completamento e a topologia I-ádica
O limite inverso de um dado sistema inverso (quando existe) é um objeto de estudo nas
três grandes áreas da mátematica.
Entretanto, vamos focar nosso estudo na categoria C = ModR dos R-módulos, onde R
é um anel comutativo com unidade dado.
A.2 Propriedades
A.2.1 Existência e unicidade
hwpi
Teorema A.2.1 Considere (I, {Mi }, { fi j }) um sistema inverso em ModR . Então M =
limi Mi existe. Além disso, se M 0 e { fi0 }i∈I satisfazem as condições (i) e (ii) da definição
←−
de limite inverso, então M é isomorfo a M 0 .
Demonstração. Considere o conjunto
( )
M= (xi )i∈I ∈ ∏ Mi | fi j (x j ) = xi , ∀ j ≥ i .
i∈I
Afirmamos que M = limi Mi . De fato, primeiramente note que m 6= 0, / pois (1Mi )i∈I ∈ M.
←−
Agora, para cada i ∈ I, defina fi : M → Mi como fi ((xk )k∈I ) = xi . Assim, se i ≤ j, segue
da definição de M que
f: N → M
x 7→ f (x) = (gk (x))k∈I
Denotemos por ModIR a categoria dos sitemas inversos de R-módulos onde os morfis-
mos são homomorfismos entre sistemas inversos. Com isso, temos a aplicação
que a cada sistema inverso (I, {Mi }, { fi j }) ao seu limite inverso limi Mi . Além disso, dados
←−
dois sistemas inversos (I, {Mi }, { fi j }), (I, {Mi0 }, { fi0j }) e um homomorfismo entre sistemas
inversos
{hi }
({Mi }, { fi j }) −→ ({Mi0 }, { fi0j }),
temos limi hi : limi Mi → limi Mi0 , onde
←− ←− ←−
lim hi ({xi }i∈I ) = ({hi (xi )}i∈I ).
←−
i
{h0 } {h00 }
0 −→ ({Mi0 }, { fi0j }) −→
i i
({Mi }, { fi j }) −→ ({Mi00 }, { fi00j }) −→ 0
for exata.
Definição A.2.4 Seja (I, {Mi }, { fi j }) um sistema inverso. Dizemos que (I, {Mi }, { fi j })
satisfaz a condição de Mittag-Leffler se para cada i ∈ I, a rede decrescente ( fi j (M j )) j≥i
estabiliza. Em outras palavras, para cada i ∈ I existe j(i) ∈ I tal que
Proposição A.2.5 O funtor limi : ModIR → ModR é exato a esquerda. Em outras palavras,
←−
dado uma sequencia exata
{h0 } {h00 }
0 −→ ({Mi0 }, { fi0j }) −→
i i
({Mi }, { fi j }) −→ ({Mi00 }, { fi00j }) −→ 0
h0 h00
0 −→ lim Mi0 −→ lim Mi −→ lim Mi00 −→ 0
←− ←− ←−
i
é exata.
Demonstração. Primeiramente, note que h0 é injetora pois h0i é injetora para cada i ∈ I.
Além disso, como h00i ◦ h0i = 0 para todo i ∈ I, segue que h00 ◦ h0 = 0. Resta provar que
Ker(h00 ) ⊂ Im(h0 ). De fato, seja (xi )i∈I ∈ D lim←− Mi tal que h00 ((xi )i∈I ) = 0. Isto implica
que h00i (xi ) = 0 para todo i ∈ I. Ou seja, xi ∈ Ker(h00i ) ⊂ Im(h0i ) para todo i ∈ I. Logo, para
cada i ∈ I, existe yi ∈ Mi tal que h0i (yi ) = xi . É facil ver que (yi )i∈I ∈ D lim←− Mi0 . Portanto,
(xi )i∈I ∈ Im(h0 ), o que prova o desejado.
Agora, supondo que (I, {Mi0 }, { fi0j }) satisfaz a condição de Mittag-Leffler, mostremos
que h00 é sobrejetora. Com efeito, seja (xi )i∈I ∈ D lim←− Mi00 . Para cada i ∈ I defina
Ni = h00−1
i (xi ). Considerando
0
gi j := fi j : N j → Ni , i ≤ j,
Nj
então (I, {Ni }, {gi j }) é um sistema inverso de formado por subconjuntos. Afirmamos que
D lim←− Ni 6= 0. / Para isso, basta provar que (I, {Ni }, {gi j }) é Mittag-Leffler. Para cada
i ∈ I considere a sequencia exata
h0 h00
i
0 −→ Mi −→ Mi0 −→
i
Mi00 −→ 0.
Logo, para j ≥ j(i), existe w j+1 ∈ M j+1 tal que fi0j (z j − z0j ) = fi(0 j+1) (w j+1 ). Portanto,
gi( j+1) (w j+1 + z j+1 ) = gi( j+1) (w j+1 ) + gi( j+1) (z j+1 ) = gi j (z j ),
Definição A.2.7 — Limite direto. Seja (I, {Mi }, { f ji }) um sistema direto. Suponhamos
que existam um R-módulo M e homomorfismos fi : Mi → M, i ∈ I, tais que:
(i) f j ◦ f ji = fi sempre que i ≤ j;
(ii) Se existe um R-módulo M 0 e homomorfismos gi : Mi → M 0 , i ∈ I, tais que g j ◦ f ji = gi
sempre que i ≤ j, então existe um único homomorfismo f : M 0 → M tal que f ◦ fi = gi
para todo i ∈ I.
Então M é chamado limite direto do sistema direto (I, {Mi }, { f ji }), o qual será denotado
por limi Mi := M.
←−
Observação A.2.8 Assim como fizemos para sistemas inversos e limites inverso, é
possível definir o conceito de sistema direto e limite direto para uma categoria arbitrária C,
veja [Lang].
Proposição A.2.9 Seja (I, {Mi }, { f ji }) um sistema direto com M = limi Mi . Então, dado
←−
um R-módulo N, tem-se que (I, Hom(Mi , N), f ji∗ ) é um sistema inverso de R-módulos com
Demonstração. Primeiramente note que (I, Hom(Mi , N), f ji∗ ) é um sistema inverso pois o
funtor Hom(·, N) é contravariante. Então, basta provarmos a igualdade (A.1). Com efeito,
da definição de M, existem homomorfismos fi : Mi → M satisfazendo a definição de limite
direto. Considere a família de homomorfismos fi∗ : Hom(M, N) → Hom(Mi , N). Assim,
para cada g ∈ Hom(M, N) e i ≤ j temos
para todo i ≤ j. Da definição de limite direto, segue que para cada x ∈ X existe um único
homomorfismo gx : M → N tal que gx ◦ fi = φi (x). Defina g : X → Hom(M, N) como
g(x) = gx . A verificação de que g é o único homomorfismo satisfazendo a condição (ii) de
limite inverso é feita de forma análoga aos resultados anteriores.
O teoremas abaixo nos permite definir os derivados do funtor lim.
←−
Teorema A.2.10 Sejam (I, {Mi }, { fi j }) um sistema inverso e M = limi Mi . Então, existem
←−
resoluções injetivas
e homomorfismos φinj : I nj → Iin , i ≤ j, tais que, para cada n ∈ N, a terna (I, {Iin }, {φinj }) é
um sistema inverso e
I : 0 −→ M −→ I 0 −→ I 1 −→ · · · −→ I n −→ I n+1 −→ · · ·
é Noetheriano, seja
IJ = q1 ∩ . . . ∩ qn onde qi é pi − primário, para i = 1, . . . , n
uma decomposição primária de IJ. Suponha por contradição que J 6⊂ IJ, ou seja, existe
i ∈ {1, . . . , n} tal que J 6⊂ qi , isto é, existe a ∈ J \ qi , mas aI ⊂ IJ ⊂ q1 ∩ . . . ∩ qn ⊂ qi . Como
√
qi é pi -primário, temos que I ⊂ pi . Mas como pi = qi e R é Noetheriano temos que existe
k ∈ N tal que
√
pi k = ( qi )k ⊂ qi .
Então \
J= I n ⊂ I k ⊂ pi k ⊂ qi ,
n≥0
o que é uma contradição. Portanto IJ = J.
Agora, J é um R-módulo finitamente gerado e f : J −→ J, dada por f (m) = m é um
endomorfismo tal que f (J) = J = IJ, logo existem a1 , . . . , an ∈ I tais que
f n + a1 f n+1 + . . . + an f = 0 ⇒ (1 + a1 + . . . + an )J = 0
logo, tomando i = −(a1 + . . . + an ) temos que
\
(1 − i) I n = 0.
n≥0
A.4 Completamento 211
v(x, y) = sup{n : x − y ∈ I n }
e defina
1
d(x, y) = .
2v(x,y)
Observação A.3.2 1. Nas condições acima, (R, d) é um espaço métrico.
De fato, note que se J é um ideal de R, então
x − y ∈ J ⇔ y − x ∈ J.
Logo d(x, y) = d(y, x). Temos que d(x, y) = 0, se e somente se, x = y. Final-
mente, se d(x, y) = 21k e d(y, z) = 21l , temos, x − y ∈ I k \ I k+1 e y − z ∈ I l \ I l+1 .
Logo
x − z = (x − y) − (y − z) ∈ I min{k,l} ,
portanto
1 1 1
d(x, z) ≤ k
≤
+ l = d(x, y) + d(y, z).
2min{k,l}
2 2
2. Seja Bε (x) uma bola aberta, sem perda de generalidade, podemos considerar ε =
1
2k
, k ∈ N, então
1
B 1 (x) = {y ∈ R : d(x, y) < }
2k 2k
1
= {y ∈ R : d(x, y) ≤ k+1 }
2
k+1
= {y ∈ R : x − y ∈ I }
= x + I k+1
3. Se em R × R consideramos a topologia produto, então
+ : R × R −→ R e · : R × R −→ R
são contínuas.
De fato, seja x + I k um aberto básico contendo x ∈ R e seja
(y, z) ∈ (+)−1 (x + I k ).
A.4 Completamento
Definição A.4.1 Sejam R um anel Noetheriano e I um ideal de R, tal que ∩n≥0 I n = 0.
Considere sobre R a topologia I-ádica.
212 Chapter A. Completamento e a topologia I-ádica
xn − xm ∈ I k para todo m, n ≥ n0 .
ϕn+1 : Mn+1 −→ Mn .
Defina
d : ∏ Mn −→ ∏ Mn
(xn )n 7−→ (xn − ϕn+1 (xn+1 ))n .
Então o limite inverso é dado por
lim Mn = ker(d).
←
?hexemplo1i? Exemplo A.4.3 Seja (xn ) ⊂ R uma sequência de Cauchy na topologia I-ádica, ou seja,
1
dado ε = 2k
> 0 existe um n0 ∈ N tal que
1 1
d(xn , xm ) < , ∀n, m ≥ n0 ⇔ d(xn , xm ) ≤ , ∀n, m ≥ n0
2k 2k+1
⇔ xn − xm ∈ I k+1 , ∀n, m ≥ n0
⇔ xn + I k+1 = xm + I k+1 , ∀n, m ≥ n0 .
Demonstração. Seja (xn )n ⊂ R uma sequência de Cauchy na topologia I-ádica, pela ob-
servação A.4.4, como para todo k ∈ N a sequência (xn + I k )n é estacionária, seja yk + I k o
limite de (xn + I k )n , isto é, yk + I k = xn + I k , para n o suficientemente grande. Portanto, a
(xn )n associamos o elemento
(yn + I n )n ∈ lim R/I n ,
←
ou seja,
πn+2 πn+1
. . . −→ yn+2 + I n+2 −→ yn+2 + I n+1 −→ yn+2 + I n −→ . . . .
Mas para cada n ∈ N e k o suficientemente grande, temos yn + I n = xk + I n e yn+1 + I n+1 =
xk + I n+1 , ou seja, yn − xk ∈ I n e yn+1 − xk ∈ I n+1 ⊂ I n logo
yn − yn+1 = (yn − xk ) − (yn+1 − xk ) ∈ I n ⇒ yn+1 + I n = yn + I n
ou seja,
πn+2 πn+1
. . . −→ yn+2 + I n+2 −→ yn+1 + I n+1 −→ yn + I n −→ . . . .
Note que para todo n ∈ N
(yn + I n ) − πn+1 (yn+1 + I n+1 ) = (yn + I n ) − (yn + I n ) = 0,
Logo (yn + I n )n ∈ lim← R/I n . Claro que está correspondência preserva a operação de anéis.
Finalmente, como
(yn + I n ) ∈ lim R/I n = {(xn )n ∈ ∏ R/I n : xn − xm ∈ I n , ∀m > n},
←
hprop2i Proposição A.4.9 Sejam (R, m) uma anel local Noetheriano e I um ideal m-primário de
R. Então, para todo k ∈ N temos que
RbI /Ibk ' R/I k .
Demonstração. Para cada k ∈ N considere a projeção
π : RbI −→ R/I k
(xn )n = (xn + I n )n 7−→ xk + I k .
temos que π está bem definida, e é sobrejetiva. Finalmente, se
Ibk ⊂ ker(π) = {(xn + I n )n ∈ RbI : xk ∈ I k }.
Por outro lado, se 1 ≤ j < k e (xn +I n )n ∈ ker(π), como (xn +I n )n ∈ RbI temos que xk −x j ∈
I j , e como xk ∈ I k ⊂ I j segue que x j ∈ I j . Portanto (xn + I n )n ∈ Ibk . Consequentemente,
pelo teorema do isomorfismo
RbI /Ibk ' R/I k .
bm é um anel local
Proposição A.4.10 Sejam (R, m) um anel local Noetheriano, então R
com ideal maximal m.
b
Proof. Temos pela proposição A.4.9 que Rbm /m
b ' R/m é um corpo, logo m
b é um ideal
m
maximal de R . Agora, pela proposição B.1.24 temos que m
b bm
b ⊂ Jac(R ) ⊂ m,
b portanto
(Rbm , m) é um anel local.
L
Observação A.4.11 Se S = i≥0 Si é um anel graduado, temos que S0 é uma anel e para
cada i ∈ N o conjunto Si é um S0 -módulo.
Exemplo A.4.12 Sejam R é um anel e I um ideal de R, definimos
R(I) = R ⊕ I ⊕ I 2 ⊕ . . .
o anel de Rees de I. Podemos artificialmente colocar a variável t e observar a graduação
R(I) = R ⊕ It ⊕ I 2t 2 ⊕ . . . = R[It] ⊂ R[t].
Lema A.4.13 Sejam R é um anel e I um ideal de R, se R é Noetheriano, então R(I) é
Noetheriano.
Proof. Como R é Noetheriano, temos que I = (x1 , . . . , xn ), então
R(I) = R ⊕ It ⊕ I 2t 2 ⊕ . . . = R[It] ⊂ R[t].
Portanto, existe uma aplicação sobrejetiva
ϕ : R[T1 , . . . , Tn ] −→ R(I)
Ti 7−→ xit.
Assim pelo teorema da base de Hilbert, R[T1 , . . . , Tn ] é Noetheriano, e logo
R(I) ' R[T1 , . . . , Tn ]/ ker(ϕ)
é Noetheriano.
216 Chapter A. Completamento e a topologia I-ádica
N = ∑ R(I)ai j ,
i, j
sem perda de generalidade, podemos assumir que para cada i ∈ {1, . . . , l}, ai é homogêneo
de grau ni , ou seja,
ai ∈ I ni M ∩ N.
Seja k = max{n1 , . . . , nl }. Então I n M ∩ N = I n−k (I k M ∩ N), ∀n ≥ k.
De fato, note que I n M ∩ N ⊂ I n−k (I k M ∩ N), ∀n ≥ k.
reciprocamente, se n ≥ k e u ∈ I n M ∩ N ⊂ N , escrevemos
l
u = ∑ ri ai , com ri ∈ R(I).
i=1
An
αn / Bn
Neste caso, α induz um homomorfismo
α
lim An −→ lim Bn .
← ←
hlema2i Lema A.5.2 Sejam {An }, {Bn } e {Cn } sistemas de limites inverso de R-módulos, e
α β
assumimos que {An } −→ {Bn } −→ {Cn } sejam morfismos de limites inverso. Suponha
que para cada n ∈ N,
n α βn
0 −→ An −→ Bn −→ Cn −→ 0
seja uma sequência exata curta. Então
1. A sequência
α β
0 −→ lim An −→ lim Bn −→ lim Cn
← ← ←
é exata.
2. Se para cada n ∈ N a aplicação An+1 −→ An é sobrejetiva, então β é sobrejetiva.
Proof. Seja dA : ∏ An −→ ∏ An tal que lim← An = ker(dA ). Analogamente, definimos dB
e dC . Temos as sequências exatas
βn
0 / ∏ An
αn /
∏ Bn / ∏ Cn / 0
dA dB dC
βn
0 / ∏ An
αn /
∏ Bn / ∏ Cn / 0
ou seja,
α β
0 −→ lim An −→ lim Bn −→ lim Cn −→ coker(dA )
← ← ←
é exata. Portanto
α β
0 −→ lim An −→ lim Bn −→ lim Cn
← ← ←
é umas sequência exata. Além disso, se para cada n ∈ N a aplicação An+1 −→ An é
sobrejetiva, então
coker(dA ) = 0.
218 Chapter A. Completamento e a topologia I-ádica
Definição A.5.3 Sejam R um anel e I um ideal de R. Uma sequência {In } de ideais tais
que
I1 ⊃ I2 ⊃ . . .
é dita ser cofinal com {I n } se para cada n ∈ N existe k ∈ N tal que Ik ⊂ I n , e reciprocamente,
se para todo n ∈ N existe k ∈ N tal que I k ⊂ In .
Observação A.5.4 Se {In } é cofinal com {I n }, a topologia I-ádica é a mesma topologia
determinada pelas bases de vizinhanças de x ∈ R dada por {x + In }. Assim, os seus
completamentos são isomorfos, ou seja,
M1 ⊃ M2 ⊃ . . .
então
R i⊗ 1
0 −→ N ⊗R S −→ M ⊗R S.
é exata.
Para a prova, ver [ATI].
Teorema A.5.6 Sejam R um anel Noetheriano e I um ideal de R tal que = 0.
T n
n≥0 I
Então
α β
1. Se 0 −→ N −→ M −→ L −→ 0 é uma sequência exata curta de R-módulos, então as
sequência
α b I β bI
b I −→
0 −→ N M −→ L −→ 0
é exata. Em particular, se N é um submódulo do R-módulo M, então
I
b I /N
M b I ' M/N
[
.
3. Se M é finitamente gerado e J é um ideal de R, então
c I ' JM
JM b I ' JbM
bI
.
A.5 Propriedades do completamento e limite projetivo 219
/
N αn /
M βn
/
L /
0 0
I nMO ∩ N InM
O I nO L
πn πn πn
/
N αn / M βn
/
L /
0 0
I n+1 M ∩ N I n+1 M I n+1 L
Então, como πn é sobrejetiva, pelo lema B.2.6 obtemos a sequência exata curta de
limites inversos
N α M β L
0 −→ lim n −→ lim n −→ lim n −→ 0.
← I M∩N ← I M ← I L
n n
Agora, para todo n ∈ N temos I N ⊂ I M ∩ N, reciprocamente, temos por Artin-Rees
que existe k ∈ N tal que I n M ∩ N ⊂ I n−k (I k M ∩ N) ⊂ I n−k N para todo n ≥ k, isto é,
{I n M ∩ N} é cofinal com {I n N}. Logo
N N
lim ' lim .
← InM ∩ N ← InN
Portanto
α b I β bI
b I −→
0 −→ N M −→ L −→ 0.
é uma sequência exata.
2. Como M é finitamente gerado, temos a sequência exata curta
i π
0 −→ ker(π) −→ Rn −→ M −→ 0.
Como R é Noetheriano, temos que ker(π) é finitamente gerado, e portanto temos a
sequência exata
α π
Rm −→ Rn −→ M −→ 0.
Daí obtemos as sequências exatas
(RbIO )m / (R
bI )n / bO I
M / 0
O
' '
Rm ⊗R RbI / Rn ⊗R R
bI / M ⊗R R
bI / 0
e pelo lema dos cinco, segue que
b I ' M ⊗R RbI .
M
220 Chapter A. Completamento e a topologia I-ádica
φ : R[[x1 , . . . , xn ]] −→ AbI
f 7−→ ( f + I n )n .
temos que φ está bem definida. Suponha que φ ( f ) = 0, logo f ∈ I n para todo n ∈ N, logo
f = 0, e portanto φ é injetiva. Seja f = ( fn + I n ) ∈ A
bI , temos que fn+1 − fn ∈ I n logo
fn+1 − fn tem grau ≥ n. Agora defina
h = f1 + ( f2 − f1 ) + ( f3 − f2 ) + . . .
temos que h ∈ R[[x1 , . . . , xn ]] e
∞
h + I n = f1 + ( f2 − f1 ) + ( f3 − f2 ) + . . . + ( fn − fn−1 ) + ∑ ( f j − f j−1 ) +I n
j=n | {z }
∈I n
n
= fn + I .
Portanto,
φ (h) = (h + I n )n = ( fn + I n )n = f .
Logo, φ é um isomorfismo.
A.5 Propriedades do completamento e limite projetivo 221
Demonstração. Vejamos que R[[x]] é Noetheriano, para isso, mostraremos que p é finita-
mente gerado, para todo p ∈ specR[[x]].
Seja p ∈ SpecR[[x]], defina p0 = {g(0) ∈ R : g ∈ p} C R, então p0 é finitamente gerado,
digamos p0 = (a1 , . . . , an ). Logo existem fi ∈ p tal que fi (0) = ai , para todo i = 1, . . . , n.
Temos duas possibilidades:
• Se x 6∈ p, nesse caso, seja g ∈ p, então g(0) ∈ p0 , ou seja, existem r1,0 , . . . , rn,0 ∈ R
tais que
n n
g(0) = ∑ ri,0 ai ⇒ g(x) − ∑ ri,0 fi (x) = xg1 (x), para algum g1 (x) ∈ R[[x]].
i=1 i=1
| {z }
∈p
Portanto p = ( f1 , . . . , fn ).
• Se x ∈ p, seja g ∈ p, temos que g(x) = g(0) + xh(x), parar algum h(x) ∈ R[[x]], logo
g(0) ∈ p. Então
(p0 , x) ⊂ p ⊂ (p0 , x),
portanto p = (p0 , x) = (a1 , . . . , an , x).
Consequentemente R[[x]] é Noetheriano, e fazendo indução sobre o número de variáveis
obtemos que R[[x1 , . . . , xn ]] é Noetheriano.
Teorema A.5.9 Sejam R um anel Noetheriano e I = (a1 , . . . , an ) um ideal de R. Então
R[[x1 , . . . , xn ]]
RbI = .
(x1 − a1 , . . . , xn − an )
Em particular, RbI é Noeteriano.
222 Chapter A. Completamento e a topologia I-ádica
então
f (a1 , . . . , an ) = φ (q1 (x1 − a1 ) + . . . + qn (xn − an )) + φ ( f (a1 , . . . , an ))
= φ (q1 (x1 − a1 ) + . . . + qn (xn − an ) + f (a1 , . . . , an ))
= φ( f )
= 0.
Portanto ker(φ ) = J, pelo teorema do isomorfismo temos A/J ' R, logo
dL ' A
bL /JbL ' A
bL /J A
bL ' R[[x1 , . . . , xn ]]
A/R .
(x1 − a1 , . . . , xn − an )
Note que os abertos de R na topologia I-ádica coincidem com os abertos de A/J na
topologia L-ádica. Logo o completamento da topologia L-ádica de A/J como R-módulo
coincide com o completamento da topologia I-ádica de R como um anel, segue que
dL = R[[x1 , . . . , xn ]]
RbI = A/R .
(x1 − a1 , . . . , xn − an )
é de fácil verificação que a terna (I, {Ri }, { fi j }) define um sistema inverso. Logo, pelo
Teorema A.2.1 existe o limi Ri .
←−
hexcompi Proposição A.5.10 lim R = R̂ , onde R̂ é o completamento L−ádico.
←−i i L L
como queríamos.
Injetividade: Seja [{xi }i∈I ] ∈ Ker(Φ). Então, xi ∈ Li para todo i ∈ I. Dado r ∈ I, segue que
para i ∈ I suficientemente grande (dependendo de r), xi ∈ Lr . Ou seja, [{xi }i∈I ] = [{0}i∈I ],
provando a injetividade de Φ.
Como consequencia imediata da Proposição A.5.10 temos:
• Se R = Z e L = (p), p ∈ Spec(Z), então limi Z/(p)i = Z p é o conjunto dos inteiros
←−
p−ádicos.
• Seja A um anel comutativo com unidade. Tomando R = A[x] e L = (x), então
limi A[x]/(x)i = A[[x]] é o conjunto séries formais com coeficientes em A.
←−
B. Critério do jacobiano para anéis regula
B.1 Introdução
O estudo da caracterização dos pontos não-singulares de uma variedade foi desenvolvida
por Oscar Zariski em The Concept of a Simple Point on an Abstract Algebraic Variety.
Aqui ele descreve os pontos não singulares de uma variedade afim X como sendo aqueles
pontos p ∈ X cuja localização do anel de coordenadas K[X] em p é um anel regular1 .
X0 ( X1 ⊆ X2 ( · · · ( Xn .
1 Uma anel local R com ideal maximal m e dim(R) = d é dito regular se m é gerado por exatamente d
elementos.
226 Chapter B. Critério do jacobiano para anéis regulares
Definimos agora
Exemplo B.1.2 Seja K um corpo, então dim(K) = 0 (pois o ideal 0 é o único ideal primo)
e dim(K[x]) = 1 (pois todo ideal primo é maximal). Mas geralmente, todo domínio de
ideais principais que não seja um corpo tem dimensão de Krull 1.
Exemplo B.1.3 Sejam K um corpo e R = K[x1 , x2 , . . . ] o anel de polinômios em um
número infinito enumerável de indeterminadas xi , i ∈ N, então R tem dimensão infinita. De
fato, os ideais primos pi = (x1 , . . . , xi ) geram uma cadeia de comprimento infinito, portanto
dim(R) = ∞.
Agora generalizamos a definição anterior para o caso de espaços topológicos, já que esta-
mos interessados em entender Spec(R) como um espaço topológico munida da topologia
de Zariski sobre Spec(R).
Definição B.1.4 Seja (X, τ) um espaço topológico. Considere M a coleção dos sub-
conjuntos τ-fechados irredutíveis2 de X. Definimos a dimensão (de Krull) de X como
sendo
dim(X) := length(M ).
Note que sobre um anel R, as duas definições coincidem, isto é, dim(R) = dim(Spec(R)). O
objetivo nesta primeira seção é relembrar algumas propriedades e os fatos mais elementares
da dimensão de Krull e por isso de agora em diante trabalharemos com as seguintes
definições.
?hdef2i? Definição B.1.5 — Variedade afim. Sejam K[x1 , . . . , xn ] o anel de polinômios em n
indeterminadas sobre o corpo K e considere S ⊆ K[x1 , . . . , xn ] um subconjunto do anel de
polinômios. Definimos a variedade afim associada a S como sendo o subconjunto
K[x1 , . . . , xn ]
K[X] := ,
I
onde I = I(X) . K[x1 , . . . , xn ] é o ideal de X. Note que em particular se X = V (J)
onde J . K[x1 , . . . , xn ] é um ideal radical, pelo teorema anterior, K[X] = K[x1 , . . . , xn ]/J.
O anel de coordenadas K[X] é chamado anel das funções regulares sobre X.
?heje3i?
Exemplo B.1.8 Dizemos que a dimensão de um subconjunto Y ⊆ K n é a dimensão do
subespaço Y munido da topologia de Zariski. Assim, se K for algébricamente fechado,
então pela argumentação acima
dim(X) = dim(K[X]),
onde K[X] é o anel de coordenadas da variedade afim X.
Observação B.1.9 Se (Y, τ) é um espaço topológico Noetheriano com componentes
irredutíveis Z1 , . . . , Zn então
dim(Y ) = max dim(Z1 ), . . . , dim(Zn ), −1 .
Note que esta definição diz que m é gerado por exatamente d = dim(R) elementos. Em
geral, um anel local regular é um domínio 7 (além de ser um anel Cohen-Macaulay8 )
integralmente fechado no seu corpo de frações9 .
6 ConsidereZ ⊆ Spec(R) um conjunto de ideais primos com a topologia\de Zariski, então Z é noetheriano
sempre que R seja um anel noetheriano e Z é irredutível se e somente se p ∈ Spec(R).
p∈Z
7 Veja-se [eis]
8 Veja-se [mats]
9 Veja-se [mats]
B.1 Introdução 229
Exemplo B.1.12 Um anel local R de dimensão zero é regular se, e somente se, R é um
corpo.
Exemplo B.1.13 Os anéis locais regulares de dimensão 1 são exatamente os domínios de
valorização discreta.
?heje6i? Exemplo B.1.14 Os anéis locais K[x1 , . . . , xn ](x1 ,...,xn ) e K[[x1 , . . . , xn ]] são regulares pois
têm dimensão n e a sequência das variáveis x1 , . . . , xn geram os respectivos ideais maximais.
Lembremos agora que um anel R é dito graduado se R têm uma decomposição (como
grupo abeliano) da forma M
R = R0 ⊕ R1 ⊕ · · · = Rd ,
d≥0
No caso de um anel noetheriano local (R, m, k), definimos R∗ := R[m · x] ⊆ R[x] isto é, R∗ é
a subálgebra de R[x] gerada por todos os elementos ax com a ∈ m. Note que R∗ é também
um anel graduado com componentes homogeneas R∗d := md xd ∼ = md .
Definimos assim o anel graduado associado a R como sendo gr(R) := R∗ /R∗1 , com compo-
nentes homogeneas da forma gr(R)d = R∗d /(R∗d+1 ) ∼= md /md+1 . Note que gr(R) também
é noetheriano. O seguinte teorema é considerado principal na teoria da dimensão e fornece
uma técnica para mostrar quando um anel local noetheriano é regular.
Teorema B.1.15 Seja (R, m, k) um anel noetheriano local de dimensão d. Então dim(R) =
d = dim(gr(R)). Além disso R é regular se, e somente se, gr(R) é isomorfo (como k-
álgebra graduada) ao anel de polinômios nas variáveis x1 , . . . , xd com coeficientes no corpo
residual, isto é isomorfo a k[x1 , . . . , xd ].
Claramente, os anéis locais regulares satisfazem esta definição. Por outro lado, note que se
R é um anel noetheriano tal que existe p ∈ Spec(R) que esteja contido em mais de uma
componente irredutível de Spec(R), isto é, p contêm mais de um ideal primo minimal
de Spec(R), então R não é regular: De fato, dado que os ideais primos de Rp estão em
correspondência com os ideais primos q ∈ Spec(R) tais que q ⊆ p, segue-se que Rp tem
mais de um ideal primo minimal. Dado que um domínio tem só o ideal zero como único
ideal primo minimal, então Rp não é um domínio e logo Rp não pode ser um anel local
regular e portanto R não é regular.
Teorema B.1.17 Se R é um anel noetheriano regular então R[x] e R[[x]] são anéis noethe-
rianos regulares.
10 Veja-se [mats].
230 Chapter B. Critério do jacobiano para anéis regulares
dim(K[x1 , . . . , xn ]) = n.
Além disso,
(
n se K é infinito,
dim(K n ) =
0 se K é finito.
hcor2i Corolário B.1.23 Se A é uma álgebra afim equidimensional, então para todo ideal I . A
temos
ht(I) = dim(A) − dim(A/I).
Demonstração. Veja-se [kemper].
Lembremos agora que toda extensão algébrica L sobre um corpo K de característica zero,
é sempre separável, por outro lado se a característica de K for p > 0, então um elemento al-
gébrico α ∈ L é dito separável se, e somente se, seu polinômio irredutível irr(α, K) ∈ K[x]
/ K[x p ].
mas irr(α, K) ∈
A matriz que vai aparecer no critério do Jacobiano está feita das derivadas parciais (formais)
dos polinômios geradores f1 , . . . fm do ideal I . K[x1 , . . . , xn ], isto é a matriz da seguinte
forma
∂ fi
(gi, j ) = ∈ K[x1 , . . . , xn ]m×n .
∂ x j i, j
232 Chapter B. Critério do jacobiano para anéis regulares
2x 2y
Jac(I) = ,
0 2y
2x 2y
Jac(I) = 2x −2y .
2x 0
d : K[x1 , . . . , xn ] → K[y1 , . . . , yn ],
n
∂f
f 7→ d f := ∑ (p) · yi
i=1 ∂ xi
Tp X := V ({d f | f ∈ I(X)}) ⊆ K n .
Pode-se mostrar que na verdade Tp X é o espaço dual do K-espaço vetorial m p /m2p onde
m p = (y1 , . . . , yn ) .m K[X] é o ideal maximal do ponto p ∈ X, em particular temos
Se Jac(I(X))(p) tem posto máximo m e dado que toda componente irredutível de X tem
dimensão pelo menos n − m12 , então n − m ≤ dim(X), juntando isto temos13
Usando esta observação definimos os pontos suaves numa variedade afim sobre qualquer
corpo K.
Definição B.2.3 Seja X ⊆ K n uma variedade afim. Um ponto p ∈ X é dito suave (ou
regular ou não singular) se K[X] p é um anel local regular. Caso contrário, dizemos que
p ∈ X é singular.
Equivalentemente se K for algebricamente fechado, p ∈ X é dito regular se, e somente se,
dimK Tp X = dim(X) ou se, e somente se, rank (Jac(I(X))(p)) tem posto máximo.
Exemplo B.2.4 Se I(X) = ( f1 , . . . , fm ) é gerado por um número finito de polinômios, então
escrevemos Jac( f1 , . . . , fm ) para denotar Jac(I(X)). Por exemplo, considere f (x, y) =
y − x2 , g(x, y) = x2 − y3 ∈ C[x, y], logo
Jac(g) = 2x −3y2
Jac( f ) = −2x 1
K[X] p := K[X]m p
consiste de todas as frações de funções regulares sobre X cujo denominador não se anula em p e é chamado
a localização de K[X] em p.
234 Chapter B. Critério do jacobiano para anéis regulares
Para demonstrar o Teorema B.2.7 precisaremos provar antes os dois seguintes lemas que já
estabelecem algumas condições do teorema principal.
hlem1i Lema B.2.5 Seja p . p K[x1 , . . . , xn ] um ideal primo tal que ht(p) = m.
(a) Então existem f1 , . . . , fm ∈ p gerando o ideal maximal pp .m K[x1 , . . . , xn ]p , isto é
K[x1 , . . . , xn ]p é um anel local regular de dimensão m14 .
(b) Se o corpo de frações de K[x1 , . . . , xn ]/p é uma extensão separável do corpo K, então
∂ fi
rank mod p = m.
∂xj
Demonstração. Note que o corpo de frações15 de K[x1 , . . . , xn ]/p, como extensão do corpo
K, é gerado por α1 , . . . , αn onde αi = xi + p. Considere L := K(α1 , . . . , αn ) o corpo de
frações de K[x1 , . . . , xn ]/p. Pelos Corolários B.1.20 e B.1.23
Usaremos indução sobre l. Note que para o caso l = 0 nossa afirmação é válida pois
im(ϕ0 ) = L0 e ker(ϕ0 ) = 0 pois α1 , . . . , αk são algébricamente independentes. Suponha
agora l > 0 e suponha que existem f1 , . . . , fl−1 satisfazendo nossa afirmação. Lembrando
que L0 ⊆ L é uma extensão algébrica, αk+l é algébrico sobre Ll−1 , logo Ll = Ll−1 [αk+l ] e
por indução Ll = L0 [αk+1 , . . . , αk+l ]. Isto prova que im(ϕl ) = Ll . Por outro lado, considere
g(xk+l ) := irr(αk+l , Ll−1 )(xk+l ) ∈ Ll−1 [xk+l ]. Dado que Ll−1 = L0 [αk+1 , . . . , αk+l−1 ] =
K(α1 , . . . , αk )[αk+1 , . . . , αk+l−1 ] então existem fl ∈ K[x1 , . . . , xk+l ] e h ∈ K[x1 , . . . , xk ]\p
tais que
fl (α1 , . . . , αk+l−1 , xk+l )
g(xk+l ) = .
h(α1 , . . . , αk )
Dado que g(αk+l ) = 0, segue-se que fl ∈ K[x1 , . . . , xk+l ] ∩ p e fl ∈ ker(ϕl ). Se L for
separável sobre L0 , em particular Ll é separável sobre Ll−1 , logo g não tem raízes múltiples,
∂g ∂ fl
assim (αk+l ) 6= 0 e portanto ∈
/ p. Resta provar que ker(ϕl ) = ( f1 , . . . , fk+l ).
∂ xk+l ∂ xk+l
Seja f ∈ ker(ϕl ), então g divide ao polinômio f (α1 , . . . , αk+l−1 , xk+l ) e portanto existem
r ∈ K[x1 , . . . , xk+l ] e s ∈ K[x1 , . . . , xk ]\p tais que
f (α1 , . . . , αk+l−1 , xk+l ) · h(α1 , . . . , αk ) r(α1 , . . . , αk+l−1 , xk+l )
= .
fl (α1 , . . . , αk+l−1 , xk+l ) s(α1 , . . . , αk )
Dai, o polinômio (hs f − r fl )(α1 , . . . , αk+l−1 , xk+l ) = 0 tem todos seus coeficientes em
ker(ϕl−1 ), pois os coeficientes do polinômio (hs f − r fl )(x1 , . . . , xk+l−2 , xk+l−1 ) avaliados
por ϕl−1 são identicamente nulos. Logo pela indução
ker(ϕm ) = ( f1 , . . . , fm ) . K[x1 , . . . , xn ]p .
pp ⊆ ker(ϕm ) = ( f1 , . . . , fm ) ⊆ pp ,
denotada por
∂ fi
P := ∈ K[x1 , . . . , xn ]m×m .
∂ xk+ j 1≤1≤m
1≤ j≤m
Dado que fi ∈ K[x1 , . . . , xk+i ], então a matriz quadrada P é uma matriz triangular inferior
∂ fi
com entradas na diagonal dada por . Pela afirmação anterior dadas as condições do
∂ xk+i
∂ fi ∂ fi
item (b) temos que ∈
/ p, logo det (P) ∈ / p e portanto rank mod p = m.
∂ xk+i ∂xj
hlema2i Lema B.2.6Sejam I = ( f1 , . . . , fm ) . K[x1 , . . . , xn ] um ideal e p . p K[x1 , . . . , xn ] um ideal
primo contendo I. Considere L o corpo de frações de K[x1 , . . . , xn ]/p
(a) Então
∂ fi
mod p ≤ dimL (Ip + p2p )/p2p .
rank
∂xj
(b) Se L é uma extensão separável do corpo K, então
∂ fi
mod p = dimL (Ip + p2p )/p2p .
rank
∂xj
Demonstração. Note que L = K[x1 , . . . , xn ]p /pp . Definimos a aplicação
m
ϕ : Lm → pp /p2p , (g1 + pp , . . . , gm + pp ) 7→ ∑ g j f j + p2p
j=1
r
∂hj ∂gj
∂f ∂h
h
∂ xi
+f
∂ xi
= ∑ g j ∂ xi + h j ∂ xi ∈ p,
j=1
∂f
então ∈ pp . Temos assim uma aplicação bem definida
∂ xi
2 n 2 ∂f ∂f
ψ : pp /pp → L , f + pp 7→ + pp , . . . , + pp
∂ x1 ∂ xn
Note que ψ é L-linear e temos uma aplicação L-linear ψ ◦ ϕ : Lm → Ln . Considerando a
imagem da base canônica de Lm via a composta ψ ◦ ϕ, a matriz correspondente de ψ ◦ ϕ
coincide com a matriz jacobiana de I módulo p.
com igualdade se ψ é injetiva. Para o item (b) mostraremos que de acordo as condições
do lema, ψ é injetiva. Primeiro note que ψ é independente dos polinômios f1 , . . . , fm ,
assim podemos assumir que f1 , . . . , fm são os polinômios achados no Lema B.2.5, logo
pelo Lema (B.2.5)(a) temos que Ip = pp e portanto
ϕ é sobrejetiva. Agora, pelo Lema
∂ fi
(B.2.5)(b), dimL (im(ψ ◦ ϕ)) = rank mod p = m, sendo ϕ sobrejetiva temos que
∂xj
ψ ◦ ϕ é injetiva. Segue-se que ψ é injetiva e temos
∂ fi
mod p = dimL (im(ψ ◦ ψ)) = m = dimL (Ip + p2p )/p2p .
rank
∂xj
hjacobianoi
Teorema B.2.7 — O Critério do Jacobiano. Sejam I = ( f1 , . . . , fm ) . K[x1 , . . . , xn ] um
ideal e p . p K[x1 , . . . , xn ] um ideal primo contendo I. Considere q . p K[x1 , . . . , xn ] um ideal
primo minimal sobre I contido em p.
(a) Então
∂ fi
rank mod p ≤ ht(q).
∂xj
(b) Se
∂ fi
rank mod p = ht(q),
∂xj
então o anel local (K[x1 , . . . , xn ]/I)p/I é regular.
(c) Se o corpo de frações de K[x1 , . . . , xn ]/p é uma extensão separável do corpo K, então
se verifica a recíproca do item (b).
Dado que pp .m R p é o ideal maximal de Rp , então (pp /Ip ) .m (Rp /Ip ) é o ideal maximal de
Rp /Ip . Agora pela desigualdade (B.1) temos
onde L = Rp /pp . Note que o anel noetheriano local Rp /Ip é regular se, e somente se, a
desigualdade anterior é na verdade uma igualdade. Por outro lado, usando a composição
pp → pp /Ip → (pp /Ip )/(pp /Ip )2 , temos um isomorfismo L-linear
dimL (pp /p2p ) − dimL (Ip + p2p )/p2p = dimL (pp /p2p )/ (Ip + p2p )/p2p
portanto
Pelo Lema (B.2.5), Rp é um anel local regular, logo dimL (pp /p2p ) = ht(p), e portanto
Além disso Rp /Ip é regular se, e somente se, a desigualdade anterior é uma igualdade. A
demonstração do item (a) segue-se do Lema (B.2.6), dado que
∂ fi
mod p ≤ dimL (Ip + p2p )/p2p ≤ ht(q0 ).
rank (B.3) ?eq2?
∂xj
∂ fi
Se rank mod p = ht(q0 ), temos que
∂xj
e em particular Rp /Ip é regular, provando assim o item (b). Por outro lado, se L = Rp /Ip é
uma extensão separável do corpo K e Rp /Ip é regular, pelo Lema (B.2.6) temos
∂ fi
mod p = dimL (Ip + p2p )/p2p = ht(q0 ).
rank (B.4) ?eq2?
∂xj
C.1 Introdução
Fazer do Artigo 1
C.1.1 Exercícios
1.
2. Colocar mais exercícios.
f1 g1 f2 g2
Ker(α) / Ker(α) / Ker(α)
Φ /
Coker(β ) / Coker(β ) / Coker(β )
f f
··· / B / A / B / ···
f f
··· / B / A / B / ···
g j g
···
i / D /C i /D / ···
f f f
A / B / A / B /A / B
j g j g j g
C
i / D /C i / D /C i / 0
1 Isto esta no artigo INFINITE GRADED FREE RESOLUTIONS.
240 Chapter C. Resolução livre de módulos graduados
f f
A / B / A / B / A
g j g
f f
A / B / A / B / A
g j g
f f
A / B / A / B / A
g j g
f f
A / B / A / B / A
g j g
C
i / D /C i /D /C
f
X Y
h g
V
Bibliografia
Referências Bibliográficas
Artigos
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[24] Samuel, P. and Zariski, O. "Macaulay rings." §A6 in Commutative Algebra, Vol.
2. Princeton, NJ: Van Nostrand, pp. 394-403, 1958.
Symbols C
Álgebra exterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 caracterizações de CM . . . . . . . . . . . . . . . 153
Álgebra homológica . . . . . . . . . . . 15, 29, 30 Cisão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
Tor-sequência exata longa . . . . . . . . . . . . . 78 Cohen-Macaulay maximal . . . . . . . . . . . 153
Cohen–Macaulay . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
D
Módulo planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Módulos projetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Dimensão de um módulo . . . . . . . . . . . . . 152
Dimensão de um módulo finitamente gerado
152
Dimensão projetiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
A
Aneis e módulos Cohen-Macaulay . . . . 151
F
Anel Gorenstein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
anel local Goreinstein . . . . . . . . . . . . . . . . 167 Fielmente plana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
Aplicação cone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107Funtor ExtiR (−, −) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
aplicação de cocomplexos . . . . . . . . . . . . . 32 Funtor TorRi (−, −) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
aplicação de complexos . . . . . . . . . . . . . . . 32 Funtor Contravariante . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Funtor Covariante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Funtor derivada à direita HomR (−, X) . . 67
B Funtor derivado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Funtor derivado à direita de HomR (−, M)75
bifuntor balanzado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Funtor extensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
ÍNDICE REMISSIVO 251
Funtor Localização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Funtor produto tensorial . . . . . . . . . . . . . . . 22
Funtores derivados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 P
Funtores exatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Parte de um sistema de parâmetros . . . . 156
pedestal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
G primo associado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Produto Tensorial de complexos . . . . . . 108
germe de uma função regular em p . . . . 121
Grau, profundidade, dimensão projetiva142
R
H Resolção livre minimal . . . . . . . . . . . . . . 103
Resolução injetiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Homologia e Cohomologia . . . . . . . . . . . . 31 Resolução injetiva deletada . . . . . . . . . . . . 56
Homomorfismo de anéis fielmente plana163 Resolução injetiva minimal . . . . . . . . . . . 196
homomorfismo plano . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Resolução livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Homotopia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 resolução projetiva deletada . . . . . . . . . . . 56
Resolucao projetiva e injetiva . . . . . . . . . . 56
I
S
Interseção completa . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
Interseção completa local . . . . . . . . . . . . 155 Sequência máximal regular . . . . . . . . . . . 142
Intersecção completa . . . . . . . . . . . . . . . . 155 Sequência regular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
Sequências Exatas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Sequências regulares . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
M Sistema de parâmetros . . . . . . . . . . . . . . . 156
Módulo traço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Módulo unmixed . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 T
Módulos divisíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Módulos injetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Teorema de comparação . . . . . . . . . . . . . . . 60
Módulos planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Transformação natural . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Módulos projetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
mesmo tipo homotopia . . . . . . . . . . . . . . . . 33
U
O
os funtores HomR (−, −) e
N
. . . . . . . . . . 20