21370c-GPA - Acne Na Adolescencia

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Nº Brasileira

Departamento Científico de Adolescência • Sociedade 9, Novembro de 2018


de Pediatria

Guia Prático de Atualização


Departamento Científico
de Adolescência

Acne na
adolescência
Departamento Científico de Adolescência
Presidente: Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo
Secretária: Evelyn Eisenstein
Conselho Científico: Beatriz Elizabeth Bagatin Veleda Bermudez; Elizabeth Cordeiro Fernandes;
Halley Ferraro Oliveira; Lilian Day Hagel; Patrícia Regina Guimarães;
Tamara Beres Lederer Goldberg
Colaboradores: Iolanda Maria Novadzki, Darci Vieira da Silva Bonetto, Susana Giraldi,
Kerstin Taneguchi Abagge, Vânia Oliveira de Carvalho

A acne é uma dermatose, conhecida por to- com o objetivo de atualizar os pediatras para a
dos os adolescentes que se queixam “dos cravos intervenção adequada e acompanhamento desta
e das espinhas”, que dependendo da gravidade dermatose tão frequente.
pode provocar baixa auto-estima, perda de au-
toconfiança, isolamento social e mesmo depres-
são. Por estas razões é importante a instituição O Que é Acne?
de um tratamento adequado e precoce, que re-
duza a frequência e gravidade das exacerbações,
bem como o número de cicatrizes, principalmen-
A acne é uma dermatose inflamatória dos
folículos pilossebáceos que ocorre nos extremos
te quando localizada na face.1-8
da idade pediátrica nos recém-nascidos (acne
O pediatra é o profissional responsável pe- neonatal) e nos adolescentes (acne juvenil). Ra-
los cuidados na transição da infância para ado- ramente é vista na infância (acne infantil) mas é
lescência e vida adulta e deve estar atento às extremamente comum na adolescência.1-8 A ação
queixas visíveis, bem como perceber outras não dos andrógenos maternos nas primeiras seis se-
mencionadas claramente nas consultas. Assim, manas de vida é responsável pela acne neona-
suas condutas objetivam minimizar tanto os tal, a infantil é mais comum em meninos entre
agravos estéticos como os emocionais da popu- o terceiro e sexto mês de vida, pelas secreções
lação adolescente, pois as marcas geradas pela precoces de andrógenos gonadais.1
acne não ficam restritas à pele.4
A acne juvenil inicia-se na puberdade com
No intuito de melhorar a qualidade de vida prevalência máxima até o estágio IV de Tanner,
dos adolescentes, a Sociedade Brasileira de Pe- por secreção gonadal de testosterona, tornando-
diatria traz uma atualização sobre Acne Juvenil -se menos evidente no final da adolescência.1-8

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Acne na adolescência

A acne afeta 75-95% dos indivíduos com idades comedogênese.1-8 A hiperestimulação androgê-
compreendidas entre os 12 e 24 anos, e atual- nica, característica desta fase da vida, aumenta
mente tem sido observada a partir dos 9 anos de a produção e secreção sebácea, que fica retida e
idade.1 Atinge ambos os sexos, sendo geralmen- forma o comedão. Essa oclusão pelo sebo retido
te mais grave nos homens e mais persistente nas propicia a colonização bacteriana e a instalação
mulheres.1 de processo infeccioso e inflamatório.1-7

Devido ao impacto negativo das formas in- A acne pode ser desencadeada ou piorada
flamatórias e supurativas, sobretudo quando por outros fatores como o estresse emocional, a
localizadas na face, as repercussões da acne na pressão e/ou fricção excessiva da pele conheci-
adolescência são: baixa autoestima, sofrimento da como “espremer espinhas”, falta de higiene
e depressão devido à dificuldade na aceitação da e limpeza, a exposição a certos químicos indus-
imagem corporal e aparência, num mundo onde triais, cosméticos comedogênicos, medicamen-
há supervalorização do culto à beleza e à estéti- tos (esteroides anabolizantes, androgênios,
ca. Pode ocorrer, também, prejuízo do rendimen- corticosteroides tópicos ou sistêmicos, lítio, iso-
to escolar com abandono da escola, propensão a niazida, iodo (contrastes iodados), vitamina B12,
ser vítima de bullying e isolamento pela autoi- hidrazida, bromo e algumas formulações de anti-
magem ameaçada.1-8 concepcionais hormonais orais).1-8

Etiopatogenia Anamnese

A acne decorre da ação conjunta de fatores A investigação deve incluir o tempo de apa-
genéticos (autossômico dominante), hormonais recimento, a duração e localização das lesões
e ambientais. Com o amadurecimento do eixo (região centro-facial, tronco anterior e poste-
hipotálamo-hipófise-gônadas, os hormônios se- rior); o uso de produtos cosméticos (hidratan-
xuais aumentam o tamanho da glândula sebácea, tes, maquiagem e de limpeza de pele), história e
com alteração na produção, qualidade e acúmulo gravidade de acne em familiares; medicamentos
do sebo no folículo pilo-sebáceo.1-8 (tópicos ou sistêmicos) e doenças prévias; tra-
tamentos prévios (tópicos ou sistêmicos) e seus
Na fisiopatogenia ocorrem: (1) alteração da
resultados. É importante avaliar o impacto psi-
queratinazação do folículo piloso, (2) produção
cossocial e indagar sobre escoriação neurótica,
de sebo, (3) colonização da unidade pilossebá-
baixa autoestima e depressão.
cea por bactérias e fungos (Propionibacterium
acnes, P. granulosum, P. avidum, Staphylococcus No sexo feminino deve-se inquirir sobre agra-
epidermidis, Malassezia furfur)3 e (4) processo vamento das lesões no período pré-menstrual,
inflamatório. Os dois primeiros são diretamente queda de cabelo, presença de seborreia, uso de
favorecidos pela mudança dos padrões estrutu- contraceptivos orais e possibilidade de gravidez.
rais da glândula em consequência ao estímulo Na ocorrência de acne refratária a tratamentos,
hormonal, que geralmente ocorre na adolescên- avaliar presença de hirsutismo e obesidade, além
cia, mas também em distúrbios hiperandrogêni- de afastar a síndrome do ovário policístico.1-8
cos. Assim, as glândulas sebáceas do folículo pi-
loso sofrem hipertrofia, criando condições para a
formação do comedão. Características Clínicas
A hiperproliferação de queratina do folículo
piloso oclui o óstio ductal, formando uma “rolha”, A lesão clínica inicial é o comedão ou “cravo”,
o que impede a drenagem do sebo e favorece a que pode ser fechado, de cor esbranquiçada, me-

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dindo de 1 a 2 mm; ou aberto, de cor enegrecida de- abscessos correspondem ao processo inflamató-
vido à oxidação da queratina e aumento da deposi- rio observado nas fases avançadas da acne, gra-
ção de melanina por atividade dos melanócitos.1-8 vidade variada. Esses frequentemente drenam
secreção purulenta e deixam cicatrizes, que po-
Pápulas eritematosas de até 1 cm de diâme- dem são consequência das lesões inflamatórias,
tro podem ocorrer ao redor dos comedões, o que ou o resultado da manipulação das lesões pela
indica atividade inflamatória da doença, poden- destruição das células germinativas localizadas
do evoluir com a formação de pústulas circuns- na região mediana do folículo.1-8 A figura 1 ilus-
critas de até 1cm de diâmetro. Cistos, nódulos e tra as alterações evolutivas da acne

Figura 1. Imagens representativas do aspecto histológico evolutivo da acne

Fonte: Foto da internet

Quadro 1. Classificação da acne conforme as lesões


Classificação predominantes

Grau Lesões Predominantes


A acne vulgar pode ser dividida em não- I. Não inflamatória Comedões
-inflamatória e inflamatória, graduadas de I a V, ou comedoniana
conforme as lesões predominantes1-7 (Quadro1). II. Inflamatória Alterações pápulo-pustulosas
além dos comedões
A acne fulminante é uma forma rara e grave, III. Nódulo-cística Nódulos e cistos
de instalação abrupta, exclusiva do sexo mas-
IV. Conglobata Forma grave com múltiplos
culino, mediada por imunocomplexos voltados nódulos inflamatórios, abscessos,
contra P. acnes. Além de atingir a pele, apresen- fístulas e formação de cicatrizes
ta acometimento sistêmico com febre, mialgia, V. Acne fulminante Lesões necrotizantes com
artralgia e leucocitose. As lesões necrotizantes predomínio no tronco

muitas vezes requerem internação hospitalar.2-4 Fonte: Adaptado a partir das referências2-4

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Acne na adolescência

Figura 2. Imagens correspondentes à classificação da acne

Grau I - Comedônica sem lesões inflamatórias Grau II - Pápulo-pustulosa - comendões pequenos e


inflamados com pústulas

Grau III - N
 ódulo abscedante comedões pequenos com cistos Grau IV - C
 onglobata - lesões císticas
maiores e dolorosos comunicantes, muita inflamação

Fonte: Arquivo fotográfico dos autores

comedões fechados e comedões abertos. As le-


Diagnóstico
sões inflamatórias (espinhas) podem ser pápu-
las, pústulas, nódulos e cistos. As lesões cicatri-
O diagnóstico da acne é clínico e se estabe- ciais podem ser atróficas ou queloides.1-8
lece pela presença das lesões localizadas princi-
Os principais diagnósticos diferenciais en-
palmente na face, no dorso e no tórax anterior. O
volvem: foliculites, rosácea, dermatite perioral,
exame físico deve incluir a avaliação do tipo, nú-
erupções acneiformes e tumores benignos (hi-
mero e localização dessas alterações, e seu grau
perplasia sebácea, siringoma e angiofibromas da
de gravidade (Grau 1 - acne comedogênica, Grau
esclerose tuberosa).1-3
2 - inflamatória, Grau 3 - nódulo-cística/cicatri-
zes, Grau 4 - conglobata, Grau 5 - acne fulminan-
te. Importante ainda avaliar a sensibilidade da
pele e a tendência para formação de cicatrizes.1-8 Orientações para
Adolescentes e Familiares
Geralmente, o diagnóstico de acne vulgar
não é difícil e o quadro clínico é típico, com le-
sões e sintomas locais característicos e ausência Para o controle da acne, é importante investir
de manifestações sistêmicas. As lesões não in- na educação do adolescente, que promove envol-
flamatórias (cravos) podem ser microcomedões, vimento e adesão ao tratamento. Assim, torna-se

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importante que o adolescente considere o médi-


Tratamento Tópico
co como um aliado interessado na sua cura.4

Na primeira consulta, deve-se explicar ao


Os produtos tópicos têm ação importante em
adolescente e sua família sobre a fisiopatologia
todos os pacientes com acne e podem ser usados
da acne, fatores de piora e de melhora, e os fun-
isoladamente nas formas leves a moderadas. Os
damentos do tratamento, abaixo elencados:4
mais frequentemente prescritos são sabonetes
• Trata-se de doença crônica que cursa com re- esfoliantes com enxofre ou ácido salicílico, géis
missões e exacerbações; com peróxido de benzoíla, ácido retinoico, ácido
• O tratamento inclui limpeza diária da pele e salicílico, nicotinamida e ácido azelaico, poden-
uso das medicações tópicas; do haver associação destes com antibióticos.1-7

• Manutenção do tratamento, mesmo após a Protetor solar com fator de proteção solar
pele estar sem lesões; igual ou superior a 30, oil free ou livre de óleo,
• Os medicamentos são utilizados na área afeta- deve ser aplicado na face e áreas expostas a cada
da de forma preventiva. três horas durante o dia, para impedir o apare-
cimento ou agravamento de manchas residuais.
• O resultado com melhora é individual, mas é
notado a partir das primeiras semanas ao ter- Peróxido de benzoíla (PB) - tem atividade an-
ceiro mês de tratamento; tibacteriana e ceratolítica e é a primeira linha de
• O excesso de cremes, óleos, pós, base e hidra- tratamento para acne leve a moderada. Sua com-
tantes pode atuar como agentes comedogêni- binação com antibióticos tópicos (eritromicina
cos, agravar ou piorar a acne cosmética, assim ou clindamicina) ou retinoides tópicos é mais
como a limpeza obsessiva; efetiva que a monoterapia. O PB possui efeito
anti-inflamatório e comedolítico menor que os
• As áreas afetadas devem ser lavadas com água
retinoides tópicos. Redução de 90% dos micro-
à temperatura ambiente (evitar água quente)
organismos e de 40% dos ácidos graxos livres é
com suavidade, e secas com pequenos toques
observada após poucos dias de seu uso.1-7
utilizando uma toalha;
Deve ser aplicado uma vez ao dia, de prefe-
• Não se deve coçar ou espremer as lesões, com
rência à noite, em camada fina por toda a pele
unhas e sem higiene, pois isso aumenta a infla-
da face, e não apenas nas lesões visíveis. As con-
mação e a probabilidade de formação de cica-
centrações disponíveis variam de 1% a 10% e
trizes;
pode ser usado diariamente ou duas a quatro
• Lesões pressionadas na face podem complicar vezes por semana, à noite, levando à esfoliação
resultando em abscesso cerebral; suave da pele. A supressão do P. acnes é similar
• O uso de protetor solar oil free, toque seco ou com as concentrações de 2,5%, 5% ou 10%, o
gel, diminui a formação de manchas hiperpig- que determina a opção pelas baixas concentra-
mentadas residuais da acne na face. A exposi- ções do PB, que são menos irritantes.1-7
ção ao sol, apesar de secar as lesões, tem pos-
Os efeitos adversos mais comuns são pele
terior ação comedogênica;
seca, eritema e descamação. Nos primeiros dias
• Não existe dieta com restrições de alimentos poderá surgir eritema suave e descamação, que
para a acne, mas se o paciente notar piora com desaparecerão com a continuação da terapêuti-
alguns alimentos, deve evitá-los; ca. O PB reduz as lesões inflamatórias em cerca
• Por fim, esclarecer que a acne não é causada de quatro semanas e o tratamento deverá ser
ou agravada pela atividade sexual (incluindo mantido enquanto existirem essas lesões. Os
a masturbação) ou por infecções sexualmente pacientes devem ser advertidos que o PB pode
transmissíveis.4 manchar roupas e tecidos.1-7

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Acne na adolescência

Ácido Azelaico - em forma de gel, é uma boa ciação da epiderme, o que resulta na diminuição
opção para o tratamento pela ação anti-inflama- da formação de comedões. Está indicado no tra-
tória, antibacteriana e hipopigmentante, princi- tamento da acne não-inflamatória e inflamató-
palmente nas manchas hipercrômicas residuais ria. Pode provocar irritação da pele e não deve
em pele morena fototipo 4, 5 e 6. ser prescrito na gravidez. Seu uso pode estar
associado ao peróxido de benzoíla ou em tera-
Retinoides – são os agentes comedolíticos
pia combinada com antibiótico sistêmico e an-
mais efetivos no tratamento da acne. Atuam na
tiandrogênico. É disponível na concentração de
comedogênese, normalizando a descamação do
0,1%, sob a forma de gel e creme.3
epitélio folicular, prevenindo a formação de no-
vos microcomedões e reduzindo os comedões Orientações para uso de retinoides tópicos:
preexistentes em até 60%. Permitem a pene-
• Lavar a pele com sabonete anti-acneico líqui-
tração no folículo de outras substâncias com
do. Evitar esponjas ou sabonetes abrasivos.
atividade antibacteriana. Os retinoides tópicos
demonstram atividade sobre a acne inflamatória • Após lavar o rosto, esperar que a pele seque
pelos efeitos imunomoduladores diretos e pela completamente (40-60 minutos), pois pode
reversão do microcomedão.1-7 ocorrer irritação se estiver úmida.

• Nas peles sensíveis, principalmente nos dias


Todos os retinoides podem causar eritema,
de clima seco ou frio, sugere-se iniciar o tra-
descamação e fotossensibilidade, sendo neces-
tamento com aplicação de duas a três horas,
sário o uso de filtro solar. A melhora tem início
duas vezes por semana ou em dias alternados,
a partir da nona à 12ª semanas de tratamento. É
aumentando gradualmente até aplicações diá-
aconselhável evitar o seu uso nas mulheres grá-
rias, durante o período da noite.
vidas ou que pretendam engravidar.1-7

A tretinoína (ácido retinoico) tem efeito ir- Antibióticos tópicos


ritativo na pele, que pode ser minimizado com
aplicação por uma hora diária seguida de lava- Tais substâncias atuam com efeito bacterios-
gem da área, dobrando gradativamente esse tático sobre o P. acnes. A eritromicina (2% a 4%)
tempo a cada dia até permanecer durante toda a e a clindamicina (1%) são os mais utilizados to-
noite. Deve-se iniciar com baixas concentrações picamente e estão disponíveis em solução, loção
(0,010% a 0,025%) e gradativamente aumentar e gel, bem como em associação com peróxido de
para maiores (até 0,100%), dependendo da res- benzoíla e isotretinoína. O P. acnes é geralmente
posta clínica. A tretinoína aumenta a penetração mais resistente à eritromicina do que à clindami-
de outros fármacos tópicos, como os antibióticos cina. As combinações de eritromicina ou clindami-
tópicos e o peróxido de benzoíla. A isotretinoína cina com peróxido de benzoíla têm demonstrado
e o adapaleno (derivado da tretinoína) são mais um efeito aditivo comparado com a administração
toleráveis e podem ser associados aos antimicro- desses agentes como monoterapia, prevenindo o
bianos desde o início, para a acne inflamatória. A aparecimento de resistência bacteriana aos anti-
isotretinoína é comercializada na concentração bióticos tópicos. Os antibióticos tópicos devem
de 0,05% na forma de gel, indicado para peles ser usados na acne inflamatória, principalmente
oleosas.1-7 nas formas leves ou moderadas localizadas.1-7

O adapaleno é um ácido naftoico, um retinói-


de sintético tópico com atividade retinóide se-
Tratamento Sistêmico
melhante à tretinoína, com grande estabilidade
química, fotoestabilidade, afinidade pelos lipí-
dios da pele e propriedades anti-inflamatória e O tratamento por via oral está somente indi-
comedolítica. Atua na queratinização e diferen- cado para acne graus 2, 3, e 4. Tanto com antibi-

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óticos, por sua ação anti-inflamatória, como com MINOCICLINA: A dose inicial habitual é de 50
hormônios ou com isotretinoína oral. a 100 mg, duas vezes por dia, que deverá ser re-
duzida quando a acne estiver controlada, geral-
mente indicada por três a seis semanas.1-7
Antibióticos orais
CLINDAMICINA: A dose com que se inicia
São habitualmente utilizados no controle da
habitualmente o tratamento é de 75 a 300 mg,
acne: a tetraciclina, doxiciclina, minociclina, eri-
duas vezes por dia. É um antibiótico muito efi-
tromicina, clindamicina, ampicilina, azitromicina,
caz no tratamento da acne, cuja utilização está
cefalosporinas e sufametoxazol / trimetroprim.
limitada pela possibilidade de ocasionar colite
Esses fármacos estão indicados no tratamento
pseudo-membranosa grave.1-7
da acne inflamatória (Grau 2) e atuam principal-
mente por ação anti-inflamatória. Há também ERITROMICINA: 500 mg, 2x/dia, que deve ser
ação na diminuição da população de P. acnes nas reduzida quando as lesões se tornam controla-
unidades pilo-sebáceas, inibindo enzimas bacte- das. É o antibiótico de primeira linha nas grávi-
rianas e, assim, alterando a composição do sebo das e adolescentes menores de 12 anos. Tão efi-
e reduzindo a inflamação.1 caz quanto a tetraciclina, apresenta ainda como
vantagens menos efeitos colaterais como candi-
Tem-se verificado um aumento na frequência
díase vaginal e fotossensibilidade, não necessi-
de P. acnes resistentes aos antibióticos, o que
tando jejum para sua absorção adequada.1-7
se associa a falências terapêuticas. Em caso de
gravidez e adolescentes menores de 12 anos,
está indicado o uso de eritromicina, devendo-se
evitar a forma de estolato devido à hepatoxici-
Tratamento Hormonal
dade.1-7

Pode-se usar pulsoterapia com azitromi-


Algumas adolescentes podem ter menor res-
posta à terapia convencional devido ao excesso
cina (1 cp 500 mg ao dia por 3 dias, repetindo
de hormônios androgênicos ou hipersensibilida-
com 30 e 60 dias), ou tratamento a longo prazo
de periférica a eles. Nesses casos, ocorre a asso-
(até 3 meses) com antibióticos sistêmicos como
ciação da acne com hirsutismo, principalmente
tetraciclinas. O tratamento é seguro e não re-
facial, seborreia e alopécia. Uma boa resposta
quer monitorização laboratorial. Nos casos de
clínica pode ser obtida com bloqueadores de
antibioticoterapia com tetraciclina e seus deri-
receptores de androgênios, antiandrogênicos e
vados, inicia-se com doses elevadas que serão
inibidores da produção de androgênios adrenais
diminuídas gradualmente, ao longo de dois a
ou ovarianos.1-7
quatro meses.1

TETRACICLINA: 500mg, 1 a 2x/dia, por 3 a 6 Contraceptivos orais


semanas, até diminuir significativamente o nú-
O tratamento coadjuvante com anticoncepcio-
mero de lesões inflamadas, então reduzir para
nais orais para acne é realizado com a associação
250mg, com retirada lenta para evitar rebote da
de estrogênios e progestagênios e raramente se
acne. Na acne inflamatória grave ou que não res-
utiliza o estrogênio isolado. Os estrogênios pre-
pondeu à dose inicial pode-se aumentar para 1,5
sentes nos contraceptivos orais (etinilestradiol e
a 3 g por dia.1-7
mestranol) atuam reduzindo a secreção de andro-
DOXICICLINA: A sua dose inicial habitual é de gênios. A maioria dos progestagênios apresenta
50 a 100 mg, duas vezes por dia. É um deriva- algum grau de androgenicidade; assim, opta-se
do da tetraciclina, com menos efeitos colaterais, pelos de terceira geração (desogestrel, gesto-
sem necessidade de ser tomada em jejum, mas deno e norgestimato) e quarta geração como a
apresenta maior risco de fotossensibilidade.1-7 dospirenona, que é um progestagênio com ativi-

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Acne na adolescência

dade antiandrogênica e também com atividade dos seus principais mecanismos de ação, dose-
antimineralocorticoide, derivada da 17-alfaespi- -dependente, é a atrofia das glândulas sebáceas
ronolactona com menor ligação aos receptores com consequente redução da produção de sebo.
androgênicos. Pode-se ainda optar pelo acetato Também atua na normalização da descamação
de ciproterona, um progestagênio com atividade epitelial folicular, tem ação anti-inflamatória e
antiandrogênica elevada que inibe os receptores reduz a população de P. acnes devido à redução
androgênicos.1-7 do sebo. A dose varia de 0,1 a 2,0 mg/Kg/dia e a
dose mais utilizada é 0,5mg/Kg/dia por 15 a 20
Espironolactona semanas, até atingir a dose total de 120 a 150
mg/Kg. Vários esquemas de tratamento podem
É um diurético antagonista da aldostero- ser utilizados com doses de 0,5 mg/kg/dia nos
na que possui várias ações antiandrogênicas. casos moderadamente graves, com respostas rá-
Compete pelo receptor androgênico na unidade pidas e baixas taxas de recorrência.1-7
pilossebácea e bloqueia a síntese dos androgê-
nios. Indicada na mulher adulta jovem com acne Os efeitos colaterais mais comuns são res-
inflamatória, quando existe influência hormonal secamento de mucosas (labiais, conjuntivas,
(erupções pré-menstruais, aparecimento após os nasais, vaginal). Mais raramente, além da pele
25 anos de idade, distribuição na porção infe- seca, podem ocorrer: cefaleia, epistaxe, alopé-
rior da face e mento, pele oleosa e hirsutismo), cia, unhas quebradiças, eritema facial, artral-
ainda quando há uma resposta inadequada ou gias, sintomas gastrointestinais, dificuldade na
intolerância aos outros tratamentos. Está indi- cicatrização e leucopenia. Durante o tratamento
cada também na coexistência de sintomas como é preciso acompanhar hemograma, perfil lipídi-
irregularidade menstrual, aumento de peso pré- co, função hepática e renal, bem como, o β-HCG
-menstrual ou síndrome pré-menstrual. Tem deve ser solicitado mensalmente nas mulheres
ação periférica ao bloquear competitivamente em idade fértil, mesmo quando referem o uso
os receptores para a DHEAS nas glândulas se- de alguma anticoncepção.1-7 É TERATOGÊNICA
báceas. Pode ser utilizada isoladamente ou em no primeiro trimestre gestacional, causando a
associação com antibióticos ou contraceptivos síndrome do ácido retinoico, onde o concepto
orais na dose de 50 a 100 mg/dia.1,2 apresenta várias mal-formações. A isotretinoína
NÃO provoca deficiência de crescimento, infer-
tilidade nem prejuízos para a espermatogênese
Ciproterona
ou oogênese.1
É usada comumente na dosagem de 2 mg, as-
A anormalidade laboratorial mais significati-
sociada a 35µg de etinilestradiol. A associação
va em pacientes com uso de retinoides é a ele-
com estrogênio aumenta sua eficácia com ação
vação dos níveis de triglicerídeos plasmáticos.
anovulatória e anticoncepcional. O resultado é
Pode ocorrer também um aumento moderado do
redução da oleosidade em cerca de 25-35% com
colesterol total. Certa toxicidade hepática pode
a diminuição de comedões e redução das lesões
ocorrer em aproximadamente 15% dos pacien-
inflamatórias.2
tes com elevação da atividade das enzimas he-
páticas. Todos estes efeitos são reversíveis com
a interrupção da medicação.3
Retinoides Sistêmicos
Para prescrever a isotretinoína é necessário
receituário especial de retinoides, termo de con-
A isotretinoína (ácido 13-cis retinoico) é sentimento informado, alertando para o efeito
um metabólito da vitamina A indicado para teratogênico da droga, assinado pelo pacien-
acne grau IV, grave, nodular-cística e inflamató- te e seu responsável legal, quando menor de
ria, ou quando outros tratamentos falham. Um 21 anos.2

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Esquema Terapêutico2,4,10

GRAU I – COMEDÔNICA GRAU III – R


 EFRATÁRIO OU GRAU IV
(CONGLOBATA)
• Sabonete esfoliante de enxofre ou ácido salicí-
lico e/ou Peróxido de benzoíla, ácido azelaico, • Tratamento similar do Grau I + Isotretinoína
isotretinoína tópica V.O.

GRAU II – PAPULOPUSTULOSA
Tratamento de cicatrizes
• Tratamento similar do Grau I + Isotrerinoína
tópica / Antibiótico tópico (Eritromicina 2% a Casos mais complicados ou para a correção
4% ou Clindamicina 1%), antibiótico sistêmi- das cicatrizes da acne deve ser encaminhados
co quando houver muitas lesões e acompanhados por dermatologistas, existin-
do muitas técnicas com indicações específicas,
GRAU III – NÓDULO ABSCEDANTE como correções microcirúrgicas, dermoabrasão,
• Tratamento similar do Grau I + Antibiótico sistê- peelings, laser, preenchimentos e técnicas de
mico, isotretinoína oral se predomínio de nódulos elevações.2

Quadro 2. Medicamentos usados no tratamento da acne


PRODUTOS NOME COMERCIAL
TÓPICOS
Peróxido de benzoíla (PB) Clyndoxyl control, Benzac AC, Dermotivin, Benzac solugel, Panoxil, Solugel
Adapaleno Diferin gel/creme, Adacne, Adapel, Belpele, Deriva Micro, Dalap
Reinoides Isotretinoína Isotrex gel
Tretinoína Retacnyl, Retin A, Vitanol A, Vitacid
Clindoxyl (PB com clindamicina),
Combinados Isotrexin (Isotretinoína com eritromicina),
Epiduo (PB com adapaleno)
Ácido azelaico Azelan crème
Nicotinamida Papuless gel
Outros
Ácido salicílico Dermax, SAStid, Soapex, Salsoap
Enxofre Actine, Acnase
SISTÊMICOS
Tetraciclina Tetraciclina, Tetrex
Oxitetraciclina Terramicina
Antibióticos Midociclina Minoderm, Minomax
Limeciclina Tetralysal
Azitromicina Astro, Azi, Selimax, Zitromax
Espinolactona Espinolactona, Aldactone
Antiandrógenos
Ciproterona Androcur
Etinilestradiol + Ferane, Diane 35, Selene, Artemidis, Elamax, Reposil, Diclin, Moliere, Antin,
Ciproterona Mileva
Etinilestradiol + Yasmin, Yas, Ingrid, Aranka, Iumi, Vincy, Diva, Ylana, Lyllas, Dalyne, Elani, Fucsia,
Contraceptivos drosperinona Liara
hormonais Etinilestradiol +
Femina, Mecilon, Microdiol, Minian, Primera, Gracial, Mercilon
desogestrel
Etinilestradiol + Adoless, Siblima, Tamisa, Minima, Diminut, Femiane, Gynera, Harmonet, Minulet,
gestodeno Minesse, Mirelle
Retinóide Isotretinoína Isotretinoína, Isoface, Lurantal, Roacutan
Fonte: Adaptado a partir da referência6,12

9
Acne na adolescência

Resumo das Diretrizes Internacionais: as tetraciclinas (ou seja, mulheres grávidas ou


crianças maiores de 8 anos); O uso de eritro-
Em 2016, a Academia Americana de Derma-
micina deve ser evitado devido ao aumento do
tologia (AAD) publicou novas diretrizes basea-
risco de resistência bacteriana
das em evidências para o tratamento de adoles-
centes e adultos. Os tratamentos recomendados • A isotretinoína é recomendada para acne grave
incluem terapia tópica, antibióticos, isotretinoí- ou acne moderada que não responde a outras
na e contraceptivos orais.10,11 As principais reco- terapias; uma dose baixa de isotretinoína pode
mendações incluem: ser utilizada para tratar a acne e reduz eficaz-
mente a frequência e gravidade dos efeitos
• peróxido de benzoíla ou combinações com eri-
adversos relacionados com a medicação, mas
tromicina ou clindamicina como monoterapia
não é recomendada a dosagem intermitente;
para acne leve; peróxido de benzoíla com tera-
todos os pacientes tratados com isotretinoína
pia antibiótica retinoide ou sistêmico ou tópi-
devem aderir ao programa de gerenciamento
co para acne moderada a grave
de risco do iPLEDGE; os pacientes devem re-
• Antibióticos tópicos (por exemplo, eritromici- ceber monitoramento de rotina dos testes de
na, clindamicina) não são recomendados como função hepática e triglicérides no início e no-
monoterapia devido ao risco de resistência vamente até que a resposta ao tratamento seja
bacteriana estabelecida, mas o monitoramento de rotina
• Retinoides tópicos como monoterapia em acne do hemograma completo não é recomendado;
primariamente comedônica, ou em combina- Os pacientes devem ser informados sobre os
ção com antimicrobianos tópicos ou orais para riscos potenciais e monitorados para qualquer
acne mista e primariamente inflamatória indicação de doença inflamatória intestinal e
sintomas depressivos
• Adapaleno tópico, tretinoína e peróxido de
benzoíla podem ser usados com segurança • Contraceptivos orais combinados (COC) con-
para tratar a acne em crianças pré-adolescen- tendo estrogênio são eficazes para o trata-
tes mento de acne inflamatória no sexo feminino,
seguindo as recomendações da Organização
• Gel de dapsona 5% tópico para acne inflama-
Mundial da Saúde (OMS) para elegibilidade de
tória, particularmente em mulheres adultas
uso do COC, contidas no Guia Prático de Atua-
• Antibióticos sistêmicos são recomendados lização sobre Anticoncepção na Adolescência
para acne moderada e grave e formas de acne da SBP.12
inflamatória resistentes a tratamentos tópicos;
• Apesar da falta de dados publicados, baseando-
doxiciclina e minociclina são mais eficazes que
-se em evidências disponíveis, experiência e
a tetraciclina
opinião de especialistas, as diretrizes apóiam
• A terapia tópica com peróxido de benzoíla ou o uso de espironolactona em mulheres selecio-
retinoide deve ser usada com antibióticos sis- nadas.
têmicos e para manutenção após o término da
antibioticoterapia sistêmica Em 2015, por meio do Choosing Wisely® da
American Board of Internal Medicine Foundation
• Monoterapia com antibióticos sistêmicos não é
(ABIM), a Academia Americana de Dermatologia
recomendada
lançou recomendações em relação aos cuidados
• O uso sistêmico de antibióticos deve ser limi- e adverte contra a rotina que uso de testes mi-
tado ao menor tempo possível; para minimizar crobiológicos na avaliação e gestão de acne.13
o desenvolvimento de resistência bacteriana, A AAD concluiu que a determinação do tipo de
reavaliação em 3-4 meses bactérias presentes nas lesões da acne era des-
• O uso de eritromicina oral e azitromicina deve necessária, pois não alterava o manejo das apre-
ser limitado para aqueles que não podem usar sentações típicas da acne.

10
Departamento Científico de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

Diretrizes canadenses para tratamento de • peróxido de benzoíla é geralmente seguro e


acne foram atualizadas e o resumo de suas reco- eficaz como monoterapia ou utilizado em com-
mendações são: binação com outros produtos tópicos para a
• Acne comedônica - retinoides tópicos ou pe- acne leve (nível A)
róxido de benzoíla; combinações com doses • retinóides tópicos podem ser usados como
fixas de peróxido de benzoíla + adapaleno ou monoterapia ou em combinação com outros
peróxido de benzoíla + clindamicina; ou a com- produtos e em regimes terapêuticos para to-
binação de clindamicina a 1% e tretinoína a dos os tipos e graus de gravidade da acne em
0,025% (apresentação em gel); e, para as mu- crianças e adolescentes de todas as idades
lheres, considerar contraceptivos orais combi- (nível A)
nados
• antibióticos orais podem ser usados para acne
• Acne pápulo-pustular leve a moderada locali- moderada a grave inflamatória em qualquer
zada - peróxido de benzoíla em monoterapia; idade (exceto a tetraciclina em crianças maio-
retinoides tópicos como monoterapia; a com- res de 8 anos) (nível B)
binação de dose fixa de clindamicina a 1% e
• a terapia hormonal com contraceptivos orais
peróxido de benzoíla a 5% e a combinação de
podem ser utilizados como terapia de combi-
dose fixa de adapaleno a 0,1% e peróxido de
nação de segunda linha para as adolescentes
benzoíla a 2,5% (apresentação em gel); ou a
com acne moderada a grave (nível A)
combinação de clindamicina a 1% e tretinoína
a 0,025% em gel • isotretinoína é recomendado para acne gra-
ve, cicatricial e/ou refratária em adolescentes
• Acne pápulo-pustular moderada - Adição de
(nível A).
antibióticos sistêmicos aos medicamentos tó-
picos recomendados para acne papulopustular
leve a moderada localizada
Recomendações
• Acne papulopustular moderada mais extensa
em mulheres - Adição de contraceptivos orais
combinados às medicações tópicas recomenda- A acne ocorre com maior frequência na ado-
das para acne papulopustular leve a moderada lescência e os pediatras que prestam atendi-
• Acne grave - Isotretinoína oral ou antibióticos mento para a maioria dos pacientes desta faixa
sistêmicos em combinação com peróxido de etária precisam estar aptos a realizar a primeira
benzoíla, com ou sem retinoides tópicos avaliação médica do paciente com acne e indi-
car a terapia efetiva para cada caso. A escolha do
• Isotretinoína oral - deve ser prescrita apenas
tratamento é guiada pela experiência e muitas
por médicos com experiência na prescrição e
diretrizes clínicas de tratamento estão disponí-
monitoramento do medicamento; precauções
veis, como as indicadas neste documento.
estritas da gravidez devem ser seguidas.
O motivo mais comum para a falha do trata-
A Academia Americana de Pediatria endos-
mento é a não adesão à terapia pelo tempo ne-
sou as recomendações da American Acne and Ro-
cessário para melhora. Tratamentos bem-sucedi-
sacea Society para o diagnóstico e tratamento da
dos requerem uso da medicação tópica durante
acne pediátrica. A diretriz baseada em evidên-
meses e, em muitos casos, terapias sistêmicas
cias considera a idade e estado pubertário para
adicionais, durante a fase do desenvolvimento
delinear a classificação, diagnóstico, avaliação e
puberal.
manejo, bem como as preocupações especiais:
tais como os efeitos psicossociais da acne, a ade- O pediatra deve abordar acne na consulta de
são ao tratamento. As seguintes recomendações adolescentes, mesmo que esta não seja a queixa,
são utilizadas para os adolescentes: pois muitas pessoas acreditam que é uma carac-

11
Acne na adolescência

terística da adolescência e não necessita de tra- O tratamento da acne possibilitará resolução


tamento. No entanto, os adolescentes irão apre- dos conflitos sobre a autoestima e autoconceito
sentar maior adesão à medicação e orientações aos adolescentes, o que facilitará a participação
médicas ao constatarem que estão sendo aten- social mais integrada com a aceitação dos adoles-
didos por um profissional atento, que se importa centes e assim a concretização de projetos de me-
com a saúde integral de seu paciente. lhor qualidade de vida ainda mais abrangentes.

REFERÊNCIAS

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Pediátrica, coordenadora Zilda Najjar de Manual de Adolescência. Sociedade Brasileira
Oliveira, Baueri, SP: Manole, 2009: 334-348. de Pediatria. 2011.

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Coordenadores Verônica Coates, Geni Worcman www.dermatologia.net” www.dermatologia.
Beznos, Lucimar Aparecida Françoso; 2. ed. – net., acessado em 01/10/2017
Sarvier, São Paulo, 2003: p473-8.
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Sociedade Brasileira de Pediatria. 4ª ed., for the management of acne vulgaris. J Am Acad
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the diagnosis and clinical management of acne.
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dermatology. 3rd ed., Elsevier Saunders,
Philadelphia; 2006.

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Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: Galton Carvalho Vasconcelos (MG) Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Julia Dutra Rossetto (RJ) Flávio Diniz Capanema (MG)
1º VICE-PRESIDENTE: Luisa Moreira Hopker (PR) EDITOR DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Rosa Maria Graziano (SP) Renato Procianoy (RS)
2º VICE-PRESIDENTE: Celia Regina Nakanami (SP) EDITOR REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA E COORDENAÇÕES: Clémax Couto Sant’Anna (RJ)
SECRETÁRIO GERAL: DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL EDITOR ADJUNTO REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Sidnei Ferreira (RJ) Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ)
1º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DO CEXTEP: Márcia Garcia Alves Galvão (RJ)
Cláudio Hoineff (RJ) Hélcio Villaça Simões (RJ) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO
2º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Gil Simões Batista (RJ)
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Mauro Batista de Morais (SP) Sidnei Ferreira (RJ)
3º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL Isabel Rey Madeira (RJ)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) José Hugo de Lins Pessoa (SP) Sandra Mara Moreira Amaral (RJ)
DIRETORIA FINANCEIRA: Bianca Carareto Alves Verardino (RJ)
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Maria de Fátima Bazhuni Pombo March (RJ)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Nelson Augusto Rosário Filho (PR)
Sílvio da Rocha Carvalho (RJ)
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: REPRESENTANTE NO GPEC (Global Pediatric Education Consortium) Rafaela Baroni Aurilio (RJ)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Ricardo do Rego Barros (RJ)
COORDENAÇÃO DO PRONAP
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: REPRESENTANTE NA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA (AAP) Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida (SP)
Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Sérgio Augusto Cabral (RJ) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP)
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) Francisco José Penna (MG) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Membros: DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL, BENEFÍCIOS E PREVIDÊNCIA Fábio Ancona Lopez (SP)
Hans Walter Ferreira Greve (BA) Marun David Cury (SP) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
Eveline Campos Monteiro de Castro (CE) DIRETORIA-ADJUNTA DE DEFESA PROFISSIONAL Joel Alves Lamounier (MG)
Alberto Jorge Félix Costa (MS) Sidnei Ferreira (RJ)
Analíria Moraes Pimentel (PE) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Cláudio Barsanti (SP) Cláudio Leone (SP)
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Cláudio Orestes Britto Filho (PB) COORDENAÇÃO DE PESQUISA-ADJUNTA
Mário Roberto Hirschheimer (SP) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE)
COORDENADORES REGIONAIS:
Norte: Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) João Cândido de Souza Borges (CE) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
COORDENAÇÃO VIGILASUS Rosana Fiorini Puccini (SP)
Nordeste: Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Sudeste: Luciano Amedée Péret Filho (MG) Anamaria Cavalcante e Silva (CE) COORDENAÇÃO ADJUNTA DE GRADUAÇÃO
Fábio Elíseo Fernandes Álvares Leite (SP) Rosana Alves (ES)
Sul: Darci Vieira Silva Bonetto (PR) Suzy Santana Cavalcante (BA)
Jussara Melo de Cerqueira Maia (RN)
Centro-oeste: Regina Maria Santos Marques (GO) Edson Ferreira Liberal (RJ) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP)
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA: Célia Maria Stolze Silvany (BA) Silvia Wanick Sarinho (PE)
Assessoria para Assuntos Parlamentares: Kátia Galeão Brandt (PE) COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Marun David Cury (SP) Elizete Aparecida Lomazi (SP) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Assessoria de Relações Institucionais: Maria Albertina Santiago Rego (MG) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Isabel Rey Madeira (RJ) Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
Jocileide Sales Campos (CE) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Assessoria de Políticas Públicas:
Mário Roberto Hirschheimer (SP) COORDENAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR Jefferson Pedro Piva (RS)
Rubens Feferbaum (SP) Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA
Maria Albertina Santiago Rego (MG) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Álvaro Machado Neto (AL) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e Joana Angélica Paiva Maciel (CE) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Adolescentes com Deficiência: Cecim El Achkar (SC) Clóvis Francisco Constantino (SP)
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Maria Helena Simões Freitas e Silva (MA) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ) DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO Tânia Denise Resener (RS)
Assessoria de Acompanhamento da Licença DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL)
Maternidade e Paternidade: Dirceu Solé (SP) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
João Coriolano Rego Barros (SP) DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS Jefferson Pedro Piva (RS)
Alexandre Lopes Miralha (AM) Lícia Maria Oliveira Moreira (BA) Sérgio Luís Amantéa (RS)
Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA) DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Gil Simões Batista (RJ)
Assessoria para Campanhas: Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP) COORDENAÇÃO DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS Aurimery Gomes Chermont (PA)
Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Luciano Amedée Péret Filho (MG)
GRUPOS DE TRABALHO:
Drogas e Violência na Adolescência: Paulo César Guimarães (RJ) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Evelyn Eisenstein (RJ) Cléa Rodrigues Leone (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)
COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO Hélcio Maranhão (RN)
Doenças Raras:
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL Edson Ferreira Liberal (RJ)
Atividade Física Luciano Abreu de Miranda Pinto (RJ)
Coordenadores: Maria Fernanda Branco de Almeida (SP)
Ricardo do Rêgo Barros (RJ) Ruth Guinsburg (SP) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA NACIONAL
Luciana Rodrigues Silva (BA) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Membros: Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA INTERNACIONAL
Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) Kátia Laureano dos Santos (PB) Herberto José Chong Neto (PR)
Patrícia Guedes de Souza (BA) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA DIRETOR DE PATRIMÔNIO
Profissionais de Educação Física: Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Cláudio Barsanti (SP)
Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Alex Pinheiro Gordia (BA) PEDIÁTRICA (CANP) Gilberto Pascolat (PR)
Isabel Guimarães (BA) Virgínia Resende S. Weffort (MG) Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE)
Jorge Mota (Portugal) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Isabel Rey Madeira (RJ)
Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) Luciana Rodrigues Silva (BA) Joaquim João Caetano Menezes (SP)
Colaborador: Coordenadores: Valmin Ramos da Silva (ES)
Dirceu Solé (SP) Nilza Perin (SC) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Metodologia Científica: Normeide Pedreira dos Santos (BA) Tânia Denise Resener (RS)
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) Fábio Pessoa (GO) João Coriolano Rego Barros (SP)
Cláudio Leone (SP) PORTAL SBP Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE)

Pediatria e Humanidade: Flávio Diniz Capanema (MG) Marisa Lopes Miranda (SP)
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA CONSELHO FISCAL
Luciana Rodrigues Silva (BA) José Maria Lopes (RJ) Titulares:
João de Melo Régis Filho (PE) Núbia Mendonça (SE)
PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Nélson Grisard (SC)
Transplante em Pediatria: Altacílio Aparecido Nunes (SP)
Themis Reverbel da Silveira (RS) Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
João Joaquim Freitas do Amaral (CE) Suplentes:
Irene Kazue Miura (SP)
Carmen Lúcia Bonnet (PR) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Adriana Seber (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA) João de Melo Régis Filho (PE)
Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) Dirceu Solé (SP) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
Fabianne Altruda de M. Costa Carlesse (SP) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Joel Alves Lamounier (MG) Presidente:
Oftalmologia Pediátrica
Coordenador: DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES Mario Santoro Júnior (SP)
Fábio Ejzenbaum (SP) Fábio Ancona Lopez (SP) Vice-presidente:
Membros: EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Joel Alves Lamounier (MG) Secretário Geral:
Dirceu Solé (SP) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Jefferson Pedro Piva (RS)

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