Manejo de Diarreia Aguda Pediatria SBP

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Departamento Científico de Gastroenterologia (Gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Guia Prático de Atualização


Departamento Científico de
Gastroenterologia (gestão 2022-2024)

Nº 74, 06 de Junho de 2023

Diarreia Aguda Infecciosa

Departamento Científico de Gastroenterologia (gestão 2022-2024)


Presidente: Cristina Helena Targa Ferreira
Secretária: Elisa de Carvalho
Conselho Científico: Amália Maria Porto Lustosa (Relatora), Caroline Sales de Souza,
Maria do Carmo Barros de Melo (Relatora),
Marise Helena Cardoso Tófoli (Relatora), Mauro Batista de Morais (Relator),
Roberta Paranhos Fragoso (Relatora), Rose Terezinha Marcelino
Colaboradora: Luciana Rodrigues Silva

plano C de reidratação e o uso de antieméticos


Introdução
e antibióticos.1

A morbimortalidade por diarreia aguda, apesar


A diarreia aguda na faixa etária pediátrica de estar em declínio no mundo, ainda é causa impor-
ainda é motivo de preocupação no Brasil, pois tante determinada por infecções em crianças me-
nosso país apresenta dimensões territoriais con- nores de cinco anos de idade. Fatores de risco como
tinentais e ampla diversidade quanto ao nível a desnutrição, oferta inadequada de saneamento
socioeconômico e cultural da população. Dian- e água potável, falha nas medidas educacionais
te disto, o Ministério da Saúde do Brasil (MS) para a saúde devem ser considerados.2 Episódios
estabeleceu em 2022 um grupo de trabalho para repetidos podem ocasionar atraso no crescimento/
rever o fluxograma de abordagem do paciente desenvolvimento e déficit nutricional.3
com diarreia aguda, com o lançamento da nova
Com ampliação dos conhecimentos sobre a
versão em fevereiro de 2023. As principais mu-
microbiota intestinal, várias situações implicam
danças se referem à valorização da avaliação dos
na determinação de disbiose, sendo uma delas a
sinais de desidratação, características do pulso
diarreia aguda.
no plano B, ênfase na avaliação da perda de peso,
observação quanto ao tempo de diarreia, altera- O tratamento da diarreia aguda, tanto am-
ção do volume de soro segundo a faixa etária no bulatorial como hospitalar geram custos para os

1
Diarreia Aguda Infecciosa

cofres públicos.2 Em países pobres ou em bol- presença de muco e sangue (disenteria), podendo
sões de pobreza pode ocorrer um círculo vicioso: ocasionar desidratação leve, moderada ou grave.8,9
diarreia causa desnutrição, que determina maior
chance de diarreia e mais desnutrição.3

Para o combate, é prioritário ter-se ampla co-


bertura vacinal contra o rotavírus, implementa- Etiopatogenia
ção de medidas educativas para a comunidade,
como lavagem de mãos com sabão e higiene dos A diarreia aguda pode ter causas infeccio-
alimentos e do domicílio, disponibilização de sa- sas e não infecciosas. Mundialmente, as causas
neamento básico, oferta de água potável, educa- infecciosas apresentam maior prevalência e im-
ção familiar e oferta do soro de reidratação oral pacto na saúde das crianças, principalmente nas
(SRO), além do estímulo à amamentação por um menores de cinco anos.8
período mais prolongado. Há a necessidade de
pesquisas que abordem o microbioma e o me- As diarreias agudas de origem infecciosa têm
taboloma e a associação com a diarreia aguda, como principais agentes os vírus, as bactérias e
e de novas abordagens terapêuticas.5,6 Em fe- os protozoários.
vereiro de 2023, a ESPGHAN (European Society
O lactente em aleitamento materno exclusivo
for Paediatric Gastroenterology Hepatology and
pode evacuar mais vezes ao dia, em geral, após
Nutrition) publicou um artigo com posiciona-
as mamadas, devido ao reflexo gastrocólico. As
mento sobre o uso de probióticos em distúrbios
fezes são semilíquidas e às vezes apresentam
gastrointestinais, incluindo a diarreia aguda.7
muco em pequena quantidade. Nesses, o ganho
de peso é adequado e não possuem outros sinais
clínicos, reforçando sua benignidade. Portanto,
em aleitamento materno exclusivo, esse padrão
Definições de evacuação não é considerado diarreia.

A “diarreia de fome” deve ser considerada


A Organização Mundial da Saúde (OMS) de-
em determinadas populações, ocorrendo elimi-
fine diarreia aguda como “a mudança do hábito
nação de fezes amolecidas, esverdeadas, de pe-
intestinal caracterizada pela ocorrência de eli-
queno volume, resultando de descamação celu-
minação de três ou mais evacuações menos con-
lar e muco intestinal em pacientes desnutridos.8
sistentes ou líquidas” por dia, com duração de
até 14 dias.8 Alguns autores consideram como Globalmente, o rotavírus é a principal causa de
diarreia aguda prolongada aquela que apresen- diarreia aguda, sendo o agente mais frequente de
ta duração entre 7 e 14 dias, podendo indicar diarreia grave em crianças menores de cinco anos
a necessidade de investigações.3,5 Após este de idade. A vacinação contra rotavírus é um fator
período, passa a ser referida como persistente, determinante para a redução dos casos em alguns
a qual pode ser classificada em leve, moderada países. Segundo o Global Rotavirus Surveillance
e grave, exigindo cuidado especial e monitora- Network, a vacinação reduziu as hospitalizações
mento dos pacientes. A diarreia com duração su- em crianças menores de cinco anos em diferentes
perior a 30 dias, é denominada crônica.3 países, de forma relevante. Nos países que não
introduziram a vacinação, o rotavírus foi detecta-
O MS define diarreia aguda como uma síndro-
do em 38,0% das internações anuais por gastro-
me na qual ocorre três ou mais episódios diários
enterite aguda, enquanto naqueles vacinados, o
de evacuações com fezes diarreicas e que apre-
rotavírus foi detectado em 23,0%, resultando em
senta evolução autolimitada com duração máxi-
declínio relativo de 39,6% após a implementação
ma de 14 dias.
da vacina. Na Europa, os dados são semelhantes.2
Pode ocorrer simultaneamente náusea, vômi- Com a redução da incidência de rotavírus, aumen-
tos, febre e dor abdominal, e em alguns casos a taram os casos de diarreia aguda por norovírus.8

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Os norovírus são os principais agentes de ocorrer a infecção e replicação viral nos enteró-
surtos epidêmicos de gastroenterites virais citos, levando a danos diretos no epitélio intesti-
transmitidos por água ou alimentos, ocorrendo nal e consequente diarreia. Os efeitos citopáticos
em todas as faixas etárias. Também podem ser diretos do SARS-CoV-2, disbiose intestinal e res-
encontrados em quadros esporádicos; e 30% posta imune aberrante desencadeados pelo vírus
das infecções são assintomáticas. resultam em aumento da permeabilidade intesti-
nal, o que pode exacerbar os sintomas existentes.
Os adenovírus causam com mais frequência
infecção do aparelho respiratório, mas, depen- As diarreias agudas de causa bacteriana e
dendo do sorotipo podem determinar quadros parasitária têm maior prevalência nos países em
de diarreia aguda. desenvolvimento e têm pico de incidência nas
Os astrovírus são menos prevalentes. Ape- estações chuvosas e quentes.
sar de poder ocorrer em adultos e crianças, os Os agentes parasitários mais frequentemen-
lactentes são os mais acometidos. A transmissão te envolvidos na etiologia da diarreia aguda são:
é pessoa a pessoa e geralmente provocam casos Cryptosporidium parvum, Giardia intestinalis,
de diarreia aguda leve e autolimitadas. Entamoeba histolytica e Cyclospora cayetanensis.

Durante a COVID-19, doença que se mani- O quadro 1 resume os principais agentes


festa após infecção pelo novo coronavírus, pode bacterianos envolvidos.

Quadro 1. Principais características, quadro clínico e mecanismo de ação dos agentes bacterianos
que causam diarreia aguda.

Agente Mecanismo de
Característica Quadro clínico
Infeccioso produção de diarreia

Escherichia coli Diarreia do viajante Líquida, abundante sem Diarreia secretora


enterotoxigênica Diarreia do lactente sangue, dor abdominal e febre
(ETEC) baixa
Escherichia coli Lactentes e adultos Diarreia com muco, sem Lesão de microvilosidade
enteropatogênica sangue, dor abdominal
clássica (EPEC) vômitos e febre
Escherichia coli Maiores de 2 anos e adultos Disenteria, febre cólica, Invade o enterócito
enteroinvasiva mal-estar.
(EIEC) Assemelha-se a Shiguella
Escherichia coli Gado é o principal reservatório Enterocolite, sangue sem Lesão vilositária
enterohemorrágica leucócitos nas fezes, colite Toxina shiga 1 e 2, sendo
(EHEC) hemorrágica, SHU* a última mais tóxica
Escherichia coli Crianças e adultos Diarreia líquida Ainda não
enteroagregativa Persistente completamente definido
(EagEC) Portador assintomático
Campylobacter Lactente, aves domésticas fonte Líquida ou disenteria. Dor Invasão da mucosa,
spp. de contaminação abdominal, náuseas, vômitos, penetração em lâmina
cefaleia e dores musculares própria
Shigella spp S. sonei mais frequente, sem Secretora, enterocolite, SHU, Acomete intestino
gravidade; S. flexineri endêmico febre alta, dor abdominal delgado e grosso.
em país em desenvolvimento; intensa Toxina shiga + invasão
S. dysentaerae tipo 1 toxina shiga. celular
Diarreia do viajante
Salmonella spp. – Mais de 2000 sorotipos, lactentes Diarreia, náuseas, vômitos, Invasão de mucosa,
idosos e imunocomprometidos dor abdominal, febre Infecção sistêmica
Animais são reservatórios moderada
continua...

3
Diarreia Aguda Infecciosa

... continuação

Agente Mecanismo de
Característica Quadro clínico
Infeccioso produção de diarreia

Yersinia País de clima frio Suínos são Enterocolite, linfadenite Invasão de mucosa
enterocolitica reservatórios, ingestão de água e mesentérica e inflamação
alimentos contaminado ou de do íleo. Pode mimetizar
forma direta por transfusão de apendicite aguda. Pode
sangue. Pode sobreviver em também causar bacteremia
alimentos congelados acentuado com focos de metástases
tropismo pelo sistema linfático. Febre, diarreia, dor abdominal.
Íleo terminal e tecido linfoide – Pode ter leucócitos e mais
alvos raramente sangue
Aeromonas Aquática. Ingestão de água e Diarreia secretora Enterotoxina, citotoxina,
alimentos contaminados. hemolisinas e proteases
Plesiomonas Águas não tratadas usadas Diarreia líquida, febre, Enterotoxina termolábil,
para beber, lavar alimentos calafrios, náusea e vômitos. aumenta a secreção do
consumidos crus e para recreação Casos graves – disenteria tubo digestório
Clostridium Uso prévio de antibiótico, Diarreia líquida ou disenteria Diarreia secretora, Colite
difficille diarreia nosocomial pseudomembranosa
Vibrio cholerae Início abrupto Vômitos e diarreia líquida Enterotoxina termolábil,
semelhante a água de arroz. aumento da secreção do
Levando a desidratação e até sistema digestório
choque hipovolêmico
*SHU: Síndrome hemolítica urêmica

No Brasil, as internações e óbitos por diarreia quisa de leucócitos, sangue, parasitos e subs-
no período de 2006 a 2018 diminuíram com a tâncias redutoras nas fezes.8
cobertura vacinal contra rotavírus. A taxa de hos- O diagnóstico das causas etiológicas pode
pitalização reduziu em 52,5% das crianças até ser realizado por exames parasitológicos de fe-
cinco anos de idade, com redução significativa da zes, coprocultura e pesquisa de vírus.
mortalidade por diarreia, em especial na região
Nordeste do país. A cobertura vacinal e a mortali- Em casos de surto, os profissionais de saúde
dade por diarreia foram inversamente correlacio- são orientados a solicitar à equipe de vigilân-
nadas com o índice de vulnerabilidade social.10 cia epidemiológica do município para coleta de
amostras.
Detalhes sobre a aplicabilidade dos exames
podem ser vistos no “Exames complementares
Exames laboratoriais mais comuns na prática clínica da Gastroente-
rologia e Hepatologia Pediátricas”, publicado
Os exames laboratoriais não são indicados pela Sociedade Brasileira de Pediatria.11
nos quadros leves, mas podem ser úteis nos
casos moderados de difícil abordagem ou nos
quadros graves. Devem preferencialmente ser
colhidos após o paciente receber volume de Avaliação e tratamento
expansão, pois ao contrário, a hemoconcen-
tração presente na desidratação pode levar à A avaliação clínica adequada do paciente é
interpretação errônea dos resultados. O leuco- fundamental para a decisão quanto à forma de
grama pode mostrar leucocitose com desvio à tratamento. O MS publicou um novo fluxogra-
esquerda. Pode ser necessária a solicitação dos ma, com mudanças importantes na classificação
seguintes exames: ionograma; gasometria; pes- do quadro clínico e nas condutas.

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A implementação do SRO em serviços públi- tação está melhor representado, com etapas
cos de saúde mudou historicamente, de forma de: observe, explore, decida e trate.1
significativa, a evolução dos quadros de diarreia
O paciente e/ou o cuidador devem ser orien-
aguda, impactando nas taxas de hospitalização
tados para reconhecer os sinais de desidratação
e mortalidade. A partir de 2005, a OMS passou
e os sinais de alerta, preparar e administrar a
a recomendar o uso da solução de reidratação
solução de sais de reidratação oral, praticar me-
oral com 75 mMol/L de sódio ao invés da solu-
didas de higiene pessoal e domiciliar, como a la-
ção com 90 mMol/L de sódio. Estudos demons-
vagem adequada das mãos, tratamento da água
tram menor duração da diarreia e menor fre-
intradomiciliar e higienização dos alimentos.1,8
quência de vômitos com a solução com menor
osmolaridade. O MS ainda não fez a adequação. O quadro abaixo descreve as principais ca-
racterísticas clínicas do paciente separados
O novo fluxograma do MS enfatiza a impor- de acordo com o grau de desidratação e com
tância da avaliação e do acompanhamento da o objetivo de decidir o plano de tratamento
perda de peso, em especial, no paciente hos- mais adequado para cada caso. Dessa forma os
pitalizado e naqueles que evoluem com diar- planos de tratamento são subdivididos em
reia e vômito. A avaliação do estado de hidra- Planos A, B e C como descrito (Quadro 2).

Quadro 2. Manifestações clínicas e decisão do tipo de tratamento segundo a presença ou


gravidade de desidratação

A B C
Etapas
(sem desidratação) (com desidratação) (com desidratação grave)

Comatoso, hipotônico,
Estado geral1 Ativo, alerta Irritado, intranquilo
letárgico ou inconsciente*

Olhos1 Sem alteração Fundos Fundos

OBSERVE Sedento, bebe rápido


Sede1 Sem sede Não é capaz de beber*
e avidamente

Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes

Boca/língua Úmida Seca ou levemente seca Muito seca

Sinal da prega Desaparece Desaparece muito lentamente


Desaparece lentamente
abdominal1 imediatamente (mais de 2 segundos)
EXPLORE
Pulso Cheio Cheio Fraco ou ausente*

Perda de peso2 Sem perda Até 10% Acima de 10%

Se apresentar dois ou mais


Se apresentar dois
SEM SINAIS DE sinais sendo ao menos um
DECIDA ou mais sinais:
DESIDRATAÇÃO destacado com asterisco (*):
COM DESIDRATAÇÃO
DESIDRATAÇÃO GRAVE

TRATE PLANO A PLANO B PLANO C


1
 ariáveis para avaliação do estado de hidratação do paciente que têm maior relação de sensibilidade e
V
especificidade, segundo a Organização Mundial da Saúde.
2
A avaliação da perda de peso é necessária quando o paciente está internado e evolui com diarreia e vômito.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

5
Diarreia Aguda Infecciosa

PLANO A sentados no quadro 4 o paciente deve ser reava-


liado na unidade de saúde.
Consiste em cinco etapas direcionadas ao pa-
ciente hidratado para realizar no domicílio:
• Aumento da ingestão de água e outros líqui- Quadro 4. Sinais de alerta para retorno
dos incluindo SRO, principalmente após cada à unidade de saúde
episódio de diarreia, pois dessa forma evita-se
a desidratação; não utilizar refrigerantes e de Sinais de alerta
preferência não adoçar chás ou sucos; Não melhora em dois dias
• Manutenção da alimentação habitual; conti-
Aumento da frequência e/ou do volume
nuidade do aleitamento materno;
da diarreia
• Retorno do paciente ao serviço, caso não melho-
re em dois dias ou apresente piora da diarreia, Vômitos repetidos
vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimen- Sangue nas fezes
tos, sangue nas fezes ou diminuição da diurese;
Diminuição da diurese
• Orientação sistemática do paciente/responsá-
vel/acompanhante para reconhecer os sinais Sede excessiva
de desidratação; preparar adequadamente e
administrar a SRO e praticar ações de higiene Recusa de alimentos
pessoal e domiciliar (lavagem adequada das
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância
mãos, tratamento da água e higienização dos em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
alimentos); Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia.
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.
• Administração de zinco uma vez ao dia, du-
rante 10 a 14 dias (até os 6 meses de idade
10mg/dia e em maiores de 6 meses até os PLANO B
5 anos de idade 20mg/dia)
Consiste em três etapas direcionadas ao pa-
As recomendações de oferta de SRO após ciente com desidratação, porém sem gravidade,
cada evacuação variam de acordo com a faixa com capacidade de ingerir líquidos, que deve ser
etária (Quadro 3). tratado com SRO na Unidade de Saúde, onde per-
manecerá até a reidratação completa.
• Ingestão de solução de SRO, inicialmente em
Quadro 3. Volume de soro de reidratação oral pequenos volumes e aumento da oferta e da
(SRO) a ser oferecido de acordo com a faixa etária frequência aos poucos. A quantidade a ser in-
gerida dependerá da sede do paciente, mas
Faixa etária Volume de SRO deve ser administrada continuamente até que
desapareçam os sinais da desidratação;
menores de 1 ano 50 a 100mL
• Reavaliação do paciente constantemente, pois
de 1 a 10 anos 100 a 200mL o Plano B termina quando desaparecem os
sinais de desidratação, a partir de quando se
Acima de 10 anos o volume tolerado
deve adotar ou retornar ao Plano A;
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância
• Orientação do paciente/responsável/acompa-
em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. nhante para reconhecer os sinais de desidrata-
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023. ção; preparar adequadamente e administrar a so-
lução de SRO e praticar ações de higiene pessoal
Segundo a OMS é importante orientar que se e domiciliar (lavagem adequada das mãos, trata-
houver aparecimento dos sinais de alerta apre- mento da água e higienização dos alimentos).

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Se o paciente desidratado, durante o trata- nasogástrica (gastróclise) pode ser utilizada.


mento com o PLANO B, apresentar vômitos per- Se o paciente evoluir para desidratação grave,
sistentes, deve-se administrar uma dose de an- deve-se seguir para o Plano C.
tiemético ondansetrona (Quadro 5). Existe alerta
ANVISA para não usar em gestantes.1 Avaliar cau-
PLANO C
telosamente uso em lactentes.
Está indicado nos quadros de desidrata-
ção grave, com perda de peso maior que 10%.
Quadro 5. Dose de ondansetrona, de acordo O diagnóstico é realizado pela presença de
com idade e peso pelo menos dois dos seguintes sinais, sendo ao
Dose de menos um destacado com asterisco: sinais de
Faixa etária coma*, hipotonia*, letargia* ou inconsciência*;
ondansetrona via oral
olhos fundos; incapacidade de ingerir líquidos;
2 mg lágrimas ausentes; boca muito seca; sinal da
6 meses a 2 anos
(0,2 a 0,4 mg/kg)
prega abdominal desaparece muito lentamente
Maiores de 2 anos a (mais que dois segundos); pulsos periféricos
4 mg
10 anos (até 30Kg) fracos ou ausentes*. Sinais de choque hipovo-
lêmico como perfusão lentificada e taquicardia
acima de 10 anos importante são aparentes nessa fase.1 A acidose
8 mg
(mais de 30Kg) e adultos
metabólica e outros distúrbios hidroeletrolíticos
Fonte: Manejo do paciente com diarreia aguda: SBP, podem acompanhar os episódios de desidrata-
Sociedade Brasileira de Infectologia, SUS, Ministério ção grave.1,8
da Saúde
A metoclopramida teve seu uso proibido para O Plano C consiste em duas fases de reidra-
menores de 18 anos de idade pela ANVISA.8
tação endovenosa destinada ao paciente com
desidratação grave. Nessa situação o paciente
Caso após seis horas de tratamento, não deverá ser transferido o mais rapidamente possí-
houver melhora da desidratação, encaminhar vel. Os primeiros cuidados na unidade de saúde
ao hospital de referência para internação1, mas são importantíssimos e já devem ser efetuados
na prática considera-se prudente encaminhar se à medida que o paciente seja encaminhado ao
não ocorrer melhora após três a quatro horas. serviço hospitalar de saúde.
No PLANO B estima-se que sejam necessários
• Realizar reidratação endovenosa no serviço
50 a 100 mL/kg de SRO em quatro a seis horas.
saúde (fases rápida e de manutenção);
O aleitamento materno pode ser mantido, • O paciente deve ser reavaliado após duas ho-
se for tolerado. A alimentação habitual deve ser ras, se persistirem os sinais de choque, repetir
reiniciada após a fase de reidratação.1 Pacien- a prescrição; caso contrário, iniciar balanço hí-
tes que evoluem com piora ou não resposta ou drico com as mesmas soluções preconizadas;
ainda apresentam doenças graves associadas,
• Administrar por via oral a solução de SRO
principalmente com alteração do sensório, de-
em doses pequenas e frequentes, tão logo o
vem receber hidratação venosa de imediato.
paciente aceite. Isso acelera a sua recupera-
É importante avaliar a necessidade de adequa-
ção e reduz drasticamente o risco de compli-
ções nutricionais para os pacientes desnutridos
cações;
moderados e graves.8 Se existir dúvida quanto
à classificação do paciente entre PLANO B ou • Suspender a hidratação endovenosa quando o
PLANO C, deve-se considerar o pior cenário, paciente estiver hidratado, com boa tolerância
estando indicado o PLANO C. à solução de SRO e sem vômitos.

Se o paciente continuar desidratado com O volume de reposição indicada no PLANO C


pouca tolerância à reidratação oral, a sonda está apresentado no quadro 6.

7
Diarreia Aguda Infecciosa

Quadro 6. Volume a ser administrado nos pacientes do Plano C, de acordo com a faixa etária

Solução: SF0,9% ou Ringer lactato Volume na primeira etapa Volume na segunda etapa

Menores de 1 ano 30mL/kg em 1h 70 mL/kg em 5h

Acima de 1 ano 30mL/kg em 30 min 70mL/kg em 2,5h

Recém-nascidos e menores de cinco 10mL/kg Avaliar parâmetros clínicos para


anos com cardiopatia grave adequar velocidade de infusão

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

Após a desidratação ser corrigida, a fase de manutenção pode ser orientada de acordo com o
quadro 7 abaixo.

Quadro 7. Fase de manutenção para o paciente inserido no plano C

Fase de Manutenção/Reposição para todas as Faixas Etárias

Tempo de
Solução Volume
Administração

Peso até 10 kg 100 ml/kg


Soro Glicosado a 5% +
1.000 ml + 50 ml/kg de peso que
Soro Fisiológico a 0,9% Peso de 10 a 20 kg
exceder 10 kg
na proporção de 4:1
(manutenção) 1.500 ml + 20 ml/kg de peso que
Peso acima de 20 kg
exceder 20 kg (no máximo 2.000 ml)

+ 24 horas
Soro Glicosado a 5% +
Iniciar com 50 ml/kg/dia.
Soro Fisiológico a 0,9%
Reavaliar esta quantidade de acordo com as perdas do
na proporção de 1:1
paciente.
(reposição)

+
KCL a 10% 2 ml para cada 100 ml de solução da fase de manutenção

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

A reidratação por via oral com SRO deve ser com reavaliações quanto ao estado de hidrata-
iniciada quando o paciente for capaz de ingerir ção.1 A alimentação e o aleitamento podem ser
líquidos, geralmente duas a três horas após o reintroduzidos quando houver melhora da desi-
início da reidratação endovenosa, concomitan- dratação com o paciente hemodinamicamente
temente ao soro venoso. A reidratação por via estável.1,8
endovenosa deve ser interrompida quando o pa-
ciente for capaz de ingerir o SRO em quantidade Se o paciente estiver com a temperatura
suficiente para se manter hidratado. O volume de 39°C ou mais, além do quadro diarreico, inves-
e consistência das fezes deve ser avaliado e o tigar e tratar outras possíveis causas, por exem-
paciente observado por pelo menos seis horas, plo, pneumonia, otite, amigdalite, faringite, infec-

8
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ção urinária.1 Se a diarreia persistir por mais de se deve superestimar a desidratação, evitando
14 dias e a criança for menor de seis meses sobrecarga hídrica, devendo ser administrado
de idade ou apresentar sinais de desidratação 10 mL/Kg de SF 0,9%, com avaliação frequen-
(hidratar primeiro), é necessário encaminhar para te a cada hora.10 É importante avaliar deficiên-
uma unidade hospitalar1 ou para um especialista cias nutricionais específicas e tratar de forma
(pediatra ou gastroenterologista pediátrico). adequada, como por exemplo, a deficiência de
Vitamina A, além da reposição de zinco.

Pacientes desnutridos
Tratamento medicamentoso
Atenção especial deve ser dada aos pacien-
tes desnutridos graves, com ou sem edema. Ne-
les é mais difícil a avaliação do quadro de de- O tratamento medicamentoso deve ser ava-
sidratação, pois podem confundir com os sinais liado de forma criteriosa.
de desnutrição. É importante avaliar a ativida- Antipiréticos: estão indicados nos casos de
de geral do paciente, características do pulso, febre e dor (dipirona ou paracetamol).8
frequência cardíaca e fluxo de extremidades. Antiemético: Apenas deve ser usado se o pa-
A OMS recomenda concentrações menores ciente apresentar vômitos persistentes.1
de sódio (45 mmol/L) e maiores de potássio
Antibióticos: Devem ser usados somente
(40 mmol/l) e de glicose (125mmol/L).12 A solu-
para casos de diarreia com sangue (disenteria)
ção original preconizada contém oligoelemen-
e comprometimento do estado geral ou em caso
tos. No nosso meio, esta solução não está dispo-
de cólera grave. Em outras condições, os antibi-
nível, devendo ser preparada pelos profissionais
óticos são ineficazes, causam resistência antimi-
de saúde, diluindo o sachê do SRO (contendo
crobiana e, portanto, não devem ser prescritos.1
90mEq/L) em 2 litros de água e, a seguir, acres-
centando cloreto de potássio e glicose até atin- Os antibióticos indicados sofreram mu-
gir a concentração de 40mEq de potássio e 30g danças segundo a nova recomendação do MS
de glicose por litro. Na hidratação venosa não (Quadro 8).1

Quadro 8. Antibioticoterapia, dose indicada para crianças, de acordo com o peso.

Idade / peso Antibiótico Dose

10mg/kg no primeiro dia e 5mg/kg por mais 4 dias, via oral.


Azitromicina
Total: 5 dias
até 10 anos /
50 a 100 mg/kg intramuscular 1 vez ao dia.
até 30Kg
Total: 3 a 5 dias
Ceftriaxona
Se menor de 3 meses ou em caso de imunodeficiência:
50 a 100mg/kg endovenosa, 1 vez ao dia.

Ciprofloxacino 1 comprimido de 500mg de 12/12h, via oral, por 3 dias

>10 anos / 50 a 100mg/kg intramuscular 1 vez ao dia por 3 a 5 dias.


Ceftriaxona
> 30Kg Casos graves: 50 a 100mg/kg/dia endovenosa, por 3 a 5 dias.

Cefotaxima Casos graves: 100mg/Kg, dividido em 4 doses

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

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Diarreia Aguda Infecciosa

Crianças com quadro de desnutrição de- Probióticos: Em fevereiro de 2023 foi pu-
vem ter o primeiro atendimento em qualquer blicado pela ESPGHAN o posicionamento com
estabelecimento de saúde, devendo-se iniciar relação ao uso de Probióticos no tratamento
hidratação e antibioticoterapia de forma ime- dos distúrbios gastrointestinais pediátricos, in-
diata, até que cheguem ao hospital. Se não es- cluindo as diarreias agudas. O documento teve
tiver hospitalizada, administrar a primeira dose como método a busca de documentos anteriores
do antibiótico intramuscular e referenciar ao da ESPGHAN como revisões sistemáticas, me-
hospital.1 tanálises e estudos randomizados publicados
até 2021 com cepas especificas ou suas com-
Antiparasitários: Devem ser usados somen-
binações testadas em pelo menos dois estudos
te para: amebíase, quando o tratamento de di-
randomizados duplo cegos. Três cepas e uma
senteria por Shigella sp fracassar, ou em casos
mistura de duas cepas foram recomendadas no
em que se identificam nas fezes trofozoítos de
tratamento da diarreia aguda de acordo com a
Entamoeba histolytica englobando hemácias:
ESPGHAN 2022 e 2023:
metronidazol 50mg/kg/dia 3x/dia por 10 dias.
Giardíase, quando a diarreia durar 14 dias ou Saccharomyces boulardii cepa específica
mais, se forem identificados cistos ou trofozoítos CNCM I-745: na dose de 250–750mg/dia, por
nas fezes ou no aspirado intestinal: metronidazol 5 a 7 dias,
15 mg/kg/dia 3x/dia por cinco dias.1 Lacticaseibacillus rhamnosus GG ATCC53103:
na dose de ≥1010 unidades formadoras de
Zinco está indicado para crianças menores
colônia (UFC) /dia, por 5 a 7 dias;
de cinco anos de idade, como foi descrito no
PLANO A.1 Limosilactobacillus reuteri DSM 17938: do-
ses diárias 1×108 a 4×108 UFC, por 5 a 7 dias;
Vitamina A reduz mortalidade e internações
L. rhamnosus 19070-2 & L. reuteri DSM
em populações com alto risco de deficiência, por
12246: dose de 106 UFC de cada cepa duas vezes
exemplo desnutridos. A dose é variável de acor-
ao dia por 5 dias.
do com o quadro nutricional do paciente, mas
em geral é de 50.000 UI em lactentes menores As cepas testadas reduzem, em média, um
de seis meses de idade; 100.000 UI em lacten- dia da duração de diarreia.
tes de seis a 12 meses; 200.000 U em crianças
Não está recomendada a combinação de
maiores.
Lactobacillus helveticus R0052 e L. rhamnosus
Antissecretor: Racecadotrila é conside- R0011 para o tratamento da gastroenterite agu-
rada como uma possibilidade de tratamento da devido à falta de eficácia. Da mesma forma,
coadjuvante pela Sociedade Europeia de Gas- as cepas de Bacillus clausii O/C, SIN, N/R e T não
troenterologia Pediátrica Hepatologia e Nutri- estão indicadas.
ção (ESPGHAN) e pela diretriz Iberoamericana
no tratamento da diarreia aguda. Ensaios clí-
nicos e metanálise demonstraram o seu papel
na redução das perdas e na duração da diar-
reia aguda. A dose é de 1,5mg/Kg, 3 vezes ao Considerações finais
dia, sendo contraindicado em menores de três
meses de idade. É disponibilizado comercial- A diarreia aguda ainda é um grande proble-
mente em sachê (pó) na dose de 10 e 30mg ma de saúde pública, com grandes repercussões
ou em comprimido de 100mg, devendo ser in- no estado nutricional das crianças, ocasionando
terrompido assim que cessar a diarreia. Adul- atraso no desenvolvimento e crescimento, em
tos não devem receber mais que 400mg/dia.9 especial em crianças previamente desnutridas.
O MS não menciona antissecretórios no seu pla- O novo fluxograma do MS traz contribuições
no de tratamento. para o tratamento adequado, mas falta ainda a

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Departamento Científico de Gastroenterologia (Gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria

ampla disponibilização do zinco e probióticos de frequentar creche. Além disso, a redução de


na rede pública de saúde. Deve ser mencionado eliminação de fezes reduz a chance de contami-
também que o MS ainda não adotou a nova solu- nação ambiental pelo paciente. Quanto ao uso
ção de reidratação oral com menor osmolaridade de racecadrotila, outra reflexão é necessária,
recomendada pela OMS. O aleitamento materno pois a redução da duração da diarreia repercute
não deve ser interrompido e alimentação regular no retorno às atividades habituais dos pacientes
deve continuar sem mudanças na dieta. Atenção e na redução da contaminação.
especial deve ser dada aos pacientes desnutri-
É muito importante valorizar a terapia de SRO
dos, com cuidado em relação ao soro a ser pres-
nas unidades de saúde, evitando soroterapia ve-
crito e ao volume a ser administrado.
nosa nos casos em que não houver indicação.
Outra questão que deve ser levantada é a O paciente e familiares devem ser orientados
disponibilização de probióticos, com a avaliação quanto à observação dos sinais de alerta, retor-
do custo-efetividade. A redução do tempo de du- no à unidade de saúde sempre que necessário e
ração da diarreia é considerada importante para atentar aos cuidados domiciliares com a higiene
o paciente desnutrido e naquele que necessita pessoal e do ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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com diarreia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, Disorders: Position Paper of the ESPGHAN
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saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dda/ Modifications. J Pediatr Gastroenterol Nutr.
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que há de novo. IN: Associação Médica Brasileira.
2023 (no prelo).

11
Diarreia Aguda Infecciosa

Diretoria Plena
Triênio 2022/2024

PRESIDENTE: DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL Anamaria Cavalcante e Silva (CE) AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA
Clóvis Francisco Constantino (SP) DIRETOR: Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Camila dos Santos Salomão
1º VICE-PRESIDENTE: Fabio Augusto de Castro Guerra (MG) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA ADJUNTA: Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) Ana Luiza Velloso da Paz Matos
2º VICE-PRESIDENTE: Sidnei Ferreira (RJ) Claudio Hoineff (RJ) CE - SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA
Edson Ferreira Liberal (RJ) Sidnei Ferreira (RJ) Anamaria Cavalcante e Silva
Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) DF - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL
SECRETÁRIO GERAL: MEMBROS: Donizetti Dimer Giambernardino (PR)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Gilberto Pascolat (PR) Renata Belém Pessoa de Melo Seixas
1º SECRETÁRIO: Paulo Tadeu Falanghe (SP) PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA ES - SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Cláudio Orestes Britto Filho (PB) À DISTÂNCIA Carolina Strauss Estevez Gadelha
Ricardo Maria Nobre Othon Sidou (CE) Luciana Rodrigues Silva (BA) GO - SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA
2º SECRETÁRIO:
Anenisia Coelho de Andrade (PI) Edson Ferreira Liberal (RJ) Valéria Granieri de Oliveira Araújo
Rodrigo Aboudib Ferreira (ES)
Isabel Rey Madeira (RJ) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES MA - SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
3º SECRETÁRIO: Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) DO MARANHÃO
Fábio Ancona Lopez (SP)
Claudio Hoineff (RJ) Jocileide Sales Campos (CE) Marynea Silva do Vale
DIRETORIA FINANCEIRA: Carlindo de Souza Machado e Silva Filho (RJ) EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) MG - SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA
Sidnei Ferreira (RJ) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) COORDENAÇÃO: Márcia Gomes Penido Machado
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Renato Soibelmann Procianoy (RS) MS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO MATO GROSSO DO SUL
DIRETORIA CIENTÍFICA
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) MEMBROS: Carmen Lúcia de Almeida Santos
DIRETOR: Crésio de Aragão Dantas Alves (BA)
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Dirceu Solé (SP) MT - SOCIEDADE MATOGROSSENSE DE PEDIATRIA
Donizetti Dimer Giambernardino (PR) Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Paula Helena de Almeida Gattass Bumlai
DIRETORIA CIENTÍFICA - ADJUNTA João Guilherme Bezerra Alves (PE)
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL Luciana Rodrigues Silva (BA) PA - SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA
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Dirceu Solé (SP) Maria do Socorro Ferreira Martins
COORDENADORES REGIONAIS Dirceu Solé (SP)
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NORTE: Antonio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ) PE - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE PERNAMBUCO
GRUPOS DE TRABALHO Alexsandra Ferreira da Costa Coelho
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Dirceu Solé (SP)
NORDESTE: Residência Pediátrica PI - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ
Luciana Rodrigues Silva (BA)
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MÍDIAS EDUCACIONAIS EDITORES CIENTÍFICOS:
SUDESTE: PR - SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA
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RN - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO-OESTE: PROGRAMAS NACIONAIS DE ATUALIZAÇÃO CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO: Manoel Reginaldo Rocha de Holanda
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COMISSÃO DE SINDICÂNCIA Danilo Blank (RS)
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Werther Bronow de Carvalho (SP) Cláudio Leone (SP) SE - SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA
SUPLENTES:
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TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA AVALIAÇÃO COORDENAÇÃO: • Saúde Escolar
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Marcela Damasio Ribeiro de Castro (MG) Edson Ferreira Liberal (RJ) Adriana Távora de Albuquerque Taveira • Saúde digital

www.sbp.com.br
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