TCC Thalles - A Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Encerramento Do Lixão de Jardim Gramacho Desafios Sociais

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 87

Campus Rio de Janeiro

Curso Superior de Tecnologia em


Gestão Ambiental

Thalles Henrique Maia da


Silva Passos
A Política Nacional de
Resíduos Sólidos e o
encerramento do lixão
de Jardim Gramacho:
desafios sociais

Rio de Janeiro
2019
THALLES HENRIQUE MAIA DA SILVA PASSOS

A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E O ENCERRAMENTO DO


LIXÃO DE JARDIM GRAMACHO: DESAFIOS SOCIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como parte dos requisitos necessários para
obtenção do título de Tecnólogo de Gestão
Ambiental pelo Curso Superior de Tecnologia em
Gestão Ambiental.

Orientadora: Profª Drª Samanta Vieira Pereira.

RIO DE JANEIRO
2019
RESUMO

A eclosão dos lixões nas cidades, decorrente da crescente geração de Resíduos


Sólidos Urbanos (RSU) e sua inadequada Gestão e Gerenciamento, reflete em um
problema público de grandes proporções e que tem causado inúmeros impactos ao
meio ambiente. Sabe-se que nesses locais, catadores de materiais recicláveis se
aglomeraram e através da atividade de catação, retiram o seu próprio sustento,
expostos aos diversos riscos que o lixão apresenta. A Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), nesse contexto, vem desempenhando um importante papel,
norteando uma melhor atuação do poder público no encerramento dos lixões, além
de prever a inclusão socioprodutiva de catadores de materiais recicláveis nos
sistemas de coleta seletiva e de logística reversa, promovendo uma maior
valorização e reconhecimento desses atores. O presente trabalho apresenta e
analisa as políticas públicas adotadas no encerramento do Aterro Metropolitano de
Jardim Gramacho (AMJG), a favor dos catadores que exerciam sua atividade no
local. Inicialmente, são apresentados os principais aspectos da Política Nacional de
Resíduos Sólidos e sua atual fase de implementação, expondo também, um breve
panorama da Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos no país. Além disso,
discute-se a questão social dos catadores de materiais recicláveis e a necessária
erradicação das formas inadequadas de disposição final de resíduos sólidos. A partir
do estudo realizado, foi possível concluir que o país apresenta dificuldades para a
implementação efetiva da PNRS, e logo, encontra-se ainda distante de uma gestão
e gerenciamento de resíduos sólidos desejável, apesar dos avanços obtidos. No que
se refere ao estudo de caso, verificou-se que a região de Jardim Gramacho
permanece em estado de precariedade e abandono, e as políticas públicas voltadas
aos catadores locais foram ineficientes, não trazendo uma solução de fato para essa
população e reforçando a desigualdade socioeconômica já existente.

Palavras-Chave: Lixões. Gestão de Resíduos Sólidos. Política Nacional de


Resíduos Sólidos (PNRS). Catadores de materiais recicláveis. Jardim Gramacho.
ABSTRACT

The emergence of dumps in cities, resulting from the growing generation of Municipal
Solid Waste (MSW) and its inadequate management, reflects a large public problem
that has caused many impacts on the environment. It is known that in these places,
recyclable waste pickers have agglomerated and through the activity of picking, they
survive, exposed to several risks the dump presents. In this context, the National
Solid Waste Policy has been playing an important role, guiding a better performance
of the public authorities in the closure of the dumps, besides allowing the socio-
productive inclusion of waste pickers in the selective collection and reverse logistics
systems, promoting greater appreciation and recognition of these actors. This final
paper presents and analyzes the public policies adopted at the closure of the Aterro
Metropolitano de Jardim Gramacho (AMJG), in favor of the waste pickers who carried
out their activities in this place. Initially, the main points of the National Solid Waste
Policy and its current implementation stage are presented, also exposing a brief
overview of Solid Waste Management in the country. In addition, the social issue of
waste pickers and the necessary eradication of inadequate forms of final disposal of
solid waste are discussed. From the study carried out, it was possible to conclude
that the country presents difficulties for the effective implementation of the National
Solid Waste Policy, and so, it is still far from a desirable solid waste management,
despite the advances obtained. Regarding the case study, it was found that the
Jardim Gramacho region remains in a precariousness and abandonment state, and
public policies aimed at local waste pickers were inefficient, not bringing a real
solution for this group, and reinforcing the already existing of socioeconomic
inequality.

Keywords: Dumps. Solid Waste Management. National Solid Waste Policy.


Recyclable waste pickers. Jardim Gramacho.
LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Figura 1 - Ordem de prioridades na Gestão de Resíduos Sólidos ............................ 19


Figura 2 - Geração de RSU no Brasil ........................................................................ 27
Figura 3 - Geração de RSU no Sudeste .................................................................... 27
Figura 4 - Coleta regular de RSU nas regiões........................................................... 31
Figura 5 - Taxa de reciclagem de diferentes materiais (em %) ................................. 41
Figura 6 - Esquema de um aterro sanitário ............................................................... 43
Figura 7 - Disposição final de RSU no Brasil por tipo de destinação ........................ 45
Figura 8 - Disposição final dos RSU coletados no Brasil .......................................... 46
Figura 9 - Vista parcial de lixão a céu aberto ............................................................ 46
Figura 10 - Município de Duque de Caxias e localização do Aterro Controlado ....... 57
Figura 11 - Rendimento dos catadores antes e após encerramento do AMJG ......... 65
Figura 12 - Perfil de habitação existente no entorno do AMJG ................................. 66

LISTA DE QUADRO

Quadro 1 - Comparação do antes e depois (esperado) da PNRS (2010) ................. 23


Quadro 2 - Principais vantagens e desvantagens da reciclagem e compostagem ... 37
Quadro 3 - Síntese das ações propostas, situação atual e consequências para os
catadores após encerramento do AMJG ................................................................. 67
LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no


Brasil ......................................................................................................................... 30
Tabela 2 - Quantidade diária de RSU encaminhados para diferentes formas de
destinação final ......................................................................................................... 33
Tabela 3 - Quantidade de RSU encaminhados para disposição em solo ................. 34
Tabela 4 - Destinação final de RSU por número de municípios ................................ 35
Tabela 5 - Número de municípios com unidades de compostagem e quantidade total
de resíduos encaminhados para esses locais ........................................................... 39
Tabela 6 - Evolução do quantitativo de catadores que atuavam no AMJG ............... 61
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A3P Agenda Ambiental na Administração Pública


AMJG Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho
ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais
ACAMJG Associação de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim
Gramacho
CEMPRE Compromisso Empresarial para Reciclagem
CSS Coleta Seletiva Solidária
CGU Controladoria-Geral da União
CNM Confederação Nacional dos Municípios
COEP Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida
COMLURB Companhia Municipal de Limpeza Urbana
EPE Empresa de Pesquisa Energética
FUNDREM Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana do
Rio de Janeiro
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INEA Instituto Estadual do Ambiente
INPEV Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
IPCC Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas
MMA Ministério do Meio Ambiente
MTE Ministério do Trabalho
PIB Produto Interno Bruto
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
PREAD Membrana de Polietileno de Alta Densidade
RSU Resíduos Sólidos Urbanos
SINIR Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão de Resíduos
Sólidos
SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ............................................................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................... 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 14
3 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS.......................................................... 15
3.1 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) ........................ 16
3.1.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos: Desafios para implantação ... 23
3.2 PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL ........... 25
3.2.1 Geração ..................................................................................................... 26
3.2.2 Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos ...................................... 28
3.2.2.1 Caracterização, segregação e coleta dos resíduos sólidos ....................... 29
3.2.2.2 Destinação dos Resíduos Sólidos Urbanos ............................................... 32
3.2.2.2.1 Compostagem, reciclagem e aproveitamento energético........................... 36
3.2.2.3 Alternativas para Disposição Final de RSU ................................................ 43
3.2.2.3.1 Aterro Sanitário .......................................................................................... 43
3.2.2.3.2 Lixão ........................................................................................................... 44
3.2.2.3.3 Aterro Controlado ....................................................................................... 47
4 CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL ........................................... 49
4.1 ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS DE CATADORES............................ 51
5 METODOLOGIA ........................................................................................ 54
6 ESTUDO DE CASO: ATERRO CONTROLADO DE JARDIM GRAMACHO
– DUQUE DE CAXIAS .............................................................................................. 55
6.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ........................................................ 55
6.2 ATERRO METROPOLITANO JARDIM GRAMACHO (AMJG) ................... 56
6.3 ENCERRAMENTO DO AMJG .................................................................... 59
6.4 CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL DO AMJG ............................ 61
6.4.1 Caracterização dos catadores ................................................................. 61
6.4.2 Impacto do encerramento do AMJG para os catadores – dificuldades e
desafios ................................................................................................................... 62
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 69
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 72
11

1 INTRODUÇÃO

O modelo atual de produção e consumo, marcado pelo intenso crescimento


econômico, resulta em uma elevada geração de resíduos sólidos que representa um
cenário característico dos grandes centros urbanos. Os resíduos sólidos, se não
gerenciados adequadamente, podem se tornar prejudiciais, resultando em sérios
impactos que põe em risco o meio ambiente e à saúde pública, assim como
também, podem contribuir para mudanças climáticas (GOUVEIA, 2012).
Tendo em vista essas questões, observou-se que diversos setores da
sociedade, gradativamente, tomaram consciência da pressão que a geração e o
acúmulo de resíduos podem exercer sobre o meio ambiente e consequentemente
sobre a saúde e vida da população (GIANNETTI; BONILLA; ALMEIDA, 2007).
De forma a obter avanço no enfrentamento dos principais problemas
ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos
sólidos, a Lei 12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), estabelece objetivos, princípios e instrumentos para uma gestão integrada
que busca atender aos objetivos do princípio de prevenção da poluição, evitando-se
ou reduzindo a geração de resíduos e poluentes prejudiciais, direcionando os
resíduos a uma destinação ambientalmente adequada (BRASIL, 2010). Além disso,
a PNRS também preza pela disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
e nesse contexto, estabeleceu um prazo para a erradicação dos lixões nas cidades
brasileiras.
Nos lixões, o resíduo é depositado sobre o solo, sem nenhum tipo de controle
ambiental ou à saúde pública (IPT, 1995). Dessa forma, é possível observar alguns
problemas, tais como o mau odor exalado devido produção de gases1 por meio da
decomposição da matéria orgânica e que acabam atraindo diversos vetores
transmissores de doenças, e, também, a contaminação do solo e das águas
superficiais e subterrâneas pelo chorume2 devido à falta de algum tipo de medida de
proteção, ocasionando significativa degradação ambiental. De acordo com dados do

1
Principalmente metano e dióxido de carbono com menos de um por cento de gás sulfídrico e
mercaptanos (REAL, 2005).
2
Efluente líquido gerado a partir da decomposição da matéria orgânica.
12

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010), existiam lixões em


funcionamento em 50,8 % dos municípios brasileiros.
Logo, para que houvesse o encerramento definitivo dos lixões, os aterros
sanitários foram designados pela PNRS como uma forma mais adequada de
disposição final do lixo, onde há o devido preparo e proteção do solo para evitar a
contaminação do lençol freático e também é feita a coleta e o tratamento dos
gases provenientes da degradação do lixo.
O encerramento dos lixões, no entanto, resulta em diversos problemas
sociais, sendo necessário um correto planejamento e a implementação de políticas
públicas mais eficientes para as regiões afetadas.
Um dos grupos que pode ser gravemente afetado com o encerramento dos
lixões é representado pelos catadores de materiais recicláveis que dependem da
atividade de catação para sobreviverem. Esses, por perderem a sua principal fonte
de renda, apresentam dificuldades para obter algum outro meio para o próprio
sustento, e logo, permanecem em uma situação de miséria e total vulnerabilidade.
De modo geral, as atividades exercidas pelos catadores contribuem
significativamente para uma melhora em diversos aspectos ambientais e sociais.
Esses são atores importantes no processo de reciclagem, sendo responsáveis pela
coleta de quase 90 % de todo o material que é reaproveitado no país (IPEA, 2013).
Observa-se, contudo, que esse grupo carece de um maior reconhecimento e
valorização por parte do poder público e da sociedade como um todo, haja vista os
diversos problemas ainda enfrentados.
Com base nas informações citadas, o presente estudo tem por objetivo
apresentar a PNRS e seus principais aspectos, bem como analisar a situação do
país frente a sua atual fase de implementação, trazendo um panorama da Gestão de
Resíduos Sólidos nacional. Além disso, este trabalho se propõe a discutir sobre a
questão social dos catadores de materiais recicláveis e abordar o necessário
encerramento das formas inadequadas de disposição final.
Como estudo de caso, este trabalho apresenta o Aterro Metropolitano de
Jardim Gramacho, já considerado o maior lixão da América latina, que localiza-se no
município de Duque de Caxias, Região Metropolitana do RJ. Há algum tempo,
mesmo após o encerramento das atividades do Aterro Metropolitano de Jardim
Gramacho (AMJG), a região se encontra sob estado de precariedade e abandono,
marcada pela pobreza extrema e pela falta de saneamento básico, moradia e
13

condições dignas de sobrevivência. Além disso, o sub-bairro carece de serviços


como saúde e educação, e sofre os impactos ambientais da proliferação de lixões
clandestinos (NETO, 2017).
De acordo com Meirelles e Gomes (2016), a maior parte dos habitantes de
Jardim Gramacho se encontrava fora do mercado formal de trabalho, tirando seu
sustento direta ou indiretamente da exploração econômica do lixo. Portanto, o Aterro
Metropolitano de Jardim Gramacho, nesse sentido, se configurava um importante
meio por onde parte da população da região dependia economicamente, seja
através da catação de materiais recicláveis ou outras atividades associadas ao
comércio e indústria locais.
Nesse contexto, serão analisadas neste trabalho, as políticas públicas
adotadas no encerramento do AMJG voltadas aos catadores que ali exerciam sua
atividade, afim de saber se foram de fato eficientes na inclusão socioprodutiva
desses atores conforme previsto na PNRS ou se houve uma piora nessa questão.
14

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar, discutir e apontar os principais problemas sociais posteriores ao


encerramento do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho (AMJG).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Discutir sobre a Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil abordando definições e


conceitos estabelecidos na PNRS.
 Apresentar um panorama da Gestão e Gerenciamento de resíduos no Brasil.
 Analisar a situação dos catadores de material reciclável no país.
 Apresentar e discutir as políticas públicas adotadas no encerramento do
AMJG voltadas aos catadores da região.
15

3 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Desde o surgimento do ser humano, os problemas provenientes da geração


de resíduos sólidos já se faziam presentes. Inicialmente, com o advento das
civilizações e a eclosão de grandes cidades, já era possível observar os primeiros
problemas sanitários associados aos resíduos sólidos (MOURA, 2006).
A partir da Revolução Industrial, tais problemas se tornaram ainda mais
graves pois além da matéria orgânica, o lixo passa a ser composto por outros tipos
de materiais descartados pela população (DMITRIJEVAS, 2010). Por meio dessa
revolução, muitas cidades se expandiram, e a quantidade de lixo aumentou,
tornando-se mais complexo com a presença de substâncias tóxicas, apresentando
riscos à saúde, ao meio ambiente e aos cofres públicos (VIVEIROS, 2006).
Com isso, devido a complexidade e quantidade de resíduo gerado, constatou-
se que, historicamente, a Gestão de Resíduos Sólidos tem sido marcada por
diversos problemas devido a sua ineficiência. Para Besen et al. (2010), são impactos
socioambientais causados pela má gestão e disposição inadequada dos resíduos
sólidos: a degradação do solo, comprometimento dos corpos d’água e mananciais,
intensificação de enchentes, contribuição para a poluição do ar, proliferação de
vetores de importância sanitária nos centros urbanos e catação em condições
insalubres nas ruas e nas áreas de disposição final.
Esses problemas, por sua vez, passaram a ser abordados mais
adequadamente em meados do século XX, quando finalmente começou a se dar a
devida atenção para essa questão (BROLLO e SILVA, 2001). Nesse contexto,
observou-se que ao longo do tempo e com a evolução da Gestão de Resíduos
Sólidos, diferentes prioridades foram adotadas. Até os anos 70, o foco principal era a
disposição dos resíduos sólidos, enquanto a partir dos anos 70 priorizou-se a
recuperação e reciclagem desses materiais (BROLLO e SILVA, 2001). Atualmente,
estão em destaque as políticas que objetivam a prevenção e redução do volume dos
resíduos em todo processo produtivo, bem como a recuperação de recursos dos
resíduos, ou seja, sua valorização (BROLLO e SILVA, 2001).
Desde a Conferência Rio 92, devido ao reconhecimento da relação entre os
impactos da geração de resíduos sólidos com o aquecimento global e as mudanças
climáticas, deu-se prioridade a esse tema tanto em países ricos quanto nos mais
16

pobres (JACOBI e BESEN, 2011). Assim, novas prioridades foram aderidas à gestão
sustentável de resíduos sólidos, o que norteou a atuação dos governos, sociedade e
indústria nessa evolução, como ocorreu no Brasil, que passou a incorporar na sua
gestão as decisões tomadas na conferência.
De acordo com Figueiredo (2013), no Brasil são identificadas três principais
características relacionadas aos problemas causados pelos resíduos sólidos. Essas
são: os aspectos socioeconômicos relacionados às condições precárias dos
catadores de material reciclável e de seu meio de trabalho; Contaminação ambiental
devido ao descarte de resíduos em lixões e outros meios inadequados, e;
Deficiência quanto a atuação dos serviços para os resíduos sólidos, tais como a
limpeza, coleta, transporte, tratamento e disposição final.
Sabe-se que por muito tempo poucas foram as ações por parte das
administrações públicas para uma eficiente gestão, que segundo Figueiredo (2013),
limitavam-se à coleta, transporte e despejo dos resíduos em áreas da periferia
urbana. Além disso, durante o século XX, havia um limitado envolvimento do
cidadão com o manejo de resíduos sólidos urbanos.
Tendo em vista essas questões, era evidente a necessidade e urgência de
políticas públicas eficientes para a resolução dos principais problemas e de um
ordenamento normativo que pudesse regular as ações do setor de resíduos sólidos.
Assim, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que começou a
ser discutida, inicialmente, no ano de 1991 e foi sancionada pela presidência da
república em agosto de 2010 através da lei 12.305, após quase duas décadas de
tramitação. Sob a premissa do desenvolvimento sustentável, essa nova política
abrange um conjunto de ações que visam soluções para o setor de resíduos sólidos
no país (BRASIL, 2010).

3.1 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS)

Após tramitar durante, aproximadamente, 20 anos no Congresso Nacional, a


PNRS já foi instituída há 9 anos pela lei 12.305 de 2010 e regulamentada pelo
decreto 7.404 de 23 de dezembro de 2010. A PNRS constitui em uma importante
ferramenta que reúne um conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes,
metas e ações para o enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos (BRASIL,
17

2010). Dessa forma, possui atuação na prevenção, redução e na geração dos


resíduos bem como na sua destinação ambientalmente adequada e a disposição
final dos rejeitos.
A lei traz definições e conceitos importantes que norteiam a gestão e o
gerenciamento dos resíduos sólidos no país como é o caso das definições de
rejeitos e resíduos sólidos (Lei 12.305/10, Capítulo II, Art. 3º):

XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as


possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade
que não a disposição final ambientalmente adequada;
XVI – resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

Essas definições têm papel fundamental no gerenciamento dos resíduos


sólidos pois a partir delas entende-se que os resíduos sólidos devem ter,
prioritariamente, uma destinação adequada como por exemplo reutilização,
reciclagem ou compostagem, e que apenas rejeitos devem ser levados a disposição
final ambientalmente adequada que, no caso de resíduos sólidos urbanos, seriam os
aterros sanitários.
A PNRS teve como um dos primeiros objetivos a disposição ambientalmente
adequada dos resíduos sólidos em aterros sanitários e, por consequência, o
encerramento definitivo dos lixões assim como a ampliação da coleta seletiva e
reciclagem no país com a inclusão dos catadores nesse processo. Além disso, a lei
tem alguns eixos principais, a saber: Logística Reversa, Hierarquia da Gestão,
Responsabilidade Compartilhada, Instrumentos Econômicos e Plano de
Gerenciamento de Resíduos.
Dessa forma, alinhado aos objetivos propostos pela lei, entre outros
instrumentos estabelecidos, a Logística Reversa exerce papel fundamental para um
gerenciamento adequado dos resíduos. Segundo a PNRS, Logística Reversa
corresponde ao processo de coleta e retorno do resíduo ao setor empresarial,
caracterizado por um conjunto de ações e meios adequados para tal. O objetivo
principal é que esse resíduo retorne ao ciclo produtivo, podendo ser reciclado ou que
seja tratado e disposto de forma adequada (BRASIL, 2010).
18

De forma a viabilizar esse sistema, a lei apresenta um princípio que determina


que a responsabilidade pelo ciclo de vida do produto deve ser compartilhada,
integrando, desse modo, o poder público, iniciativa privada e o cidadão no processo.
Logo, responsabiliza todos os atores que compõem a cadeia: os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores e titulares de serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. Assim, cabe a cada
setor a atribuição de diferentes papéis e responsabilidades tendo como finalidade
mitigar os impactos causados a partir da geração dos resíduos sólidos.
De acordo com a PNRS, fica a cargo das empresas, promover o retorno dos
seus produtos descartados e a sua destinação final ambientalmente adequada
quando no final do seu ciclo de vida útil, independentemente do serviço público de
limpeza urbana. Dessa forma, os geradores assumem como responsabilidade a
realização de um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar
a coleta e a restituição dos resíduos ao setor empresarial, para posterior
reaproveitamento. A logística reversa, portanto, se configura em um dos
instrumentos que viabilizam a responsabilidade compartilhada (INPEV, 2013).
A responsabilidade compartilhada ainda pressupõe um maior investimento no
desenvolvimento, na fabricação e na colocação no mercado de produtos que após o
seu uso, sejam aptos a terem uma destinação ambientalmente adequada, bem
como aqueles em que sua fabricação e uso permitam uma menor geração de
resíduos sólidos possível. Um outro ponto incluído pelo princípio diz respeito a uma
maior divulgação de informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os
resíduos sólidos associados a seus produtos.
Entre os objetivos citados pela lei, é estabelecida a Hierarquia da Gestão que
determina prioridades na gestão dos resíduos. Nesse sentido, a lei traz a definição
de destinação final, que auxilia no entendimento desse conceito, como sendo (Lei
12.305/10, Capítulo II, Art. 3º):

VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos


que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos
competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição
final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
ambientais adversos;
19

Com isso pode-se observar que a reutilização, reciclagem, compostagem,


recuperação e aproveitamento energético são as opções prioritárias de destinação
para os resíduos sólidos de qualquer origem antes de levar apenas os rejeitos para
disposição final. Desse modo percebe-se que a valorização dos resíduos e a
proteção ambiental são tidas como pilares da lei.
Alguns autores, como é o caso de Nascimento et al. (2015), colocam a
Hierarquia da Gestão como ilustrado na Figura 1.

Figura 1 - Ordem de prioridades na Gestão de Resíduos Sólidos

Fonte - BRASIL, I., 2012.

Começando-se pela não geração, preza-se pelo uso de técnicas através de


tecnologias modernas e meios que vão ser eficientes para a não geração de
resíduos em todos os setores da cadeia produtiva. Uma vez que todas as medidas
viáveis para a não geração foram tomadas, a etapa de redução visa a minimização
da geração de resíduos na fonte ou pela diminuição do desperdício. Logo, são
adotadas, dentre outras ações, o uso de tecnologias mais limpas e a modificação
dos padrões de consumo (VGRESÍDUOS, 2018).
Já a reutilização versa sobre o reaproveitamento dos resíduos gerados, seja
na mesma função ou em outras possibilidades de sua utilização, sem que haja, no
entanto, a perda de suas características principais (VGRESÍDUOS, 2018).
A reciclagem, por outro lado, consiste no aproveitamento do resíduo através
de um processamento onde ocorre sua transformação física, química ou biológica,
podendo ser reinserido na sua própria cadeia produtiva ou servir como matéria-
20

prima em outros processos, tendo como finalidade obter um novo produto (ECYCLE,
201-).
Nesse contexto, a implementação da coleta seletiva confere essencial
participação para a eficiência de todo o processo. A Coleta Seletiva é definida como
a coleta diferenciada de resíduos que foram previamente selecionados de acordo
com a sua constituição ou composição. Logo, são selecionados os resíduos com
características similares e adequadas para o seu aproveitamento e então são
separados dos demais resíduos, para a posterior coleta, sendo de obrigatoriedade a
todos os municípios a sua implantação.
Outro ponto que merece destaque diz respeito à inclusão socioprodutiva de
organizações de catadores de materiais recicláveis nesse processo.
A PNRS prioriza o trabalho das cooperativas ou associações de catadores
nos sistemas municipais de coleta seletiva e de logística reversa, incentivando a sua
criação e desenvolvimento, bem como a integração e capacitação profissional dos
mesmos (BRASIL, 2010).
Seguindo a ordem de prioridades, no processo de tratamento são utilizadas
tecnologias adequadas as quais objetivam principalmente a redução dos impactos
ambientais causados por esses resíduos, tornando-se possível até a sua reutilização
e reciclagem. Por fim, após esgotadas todas as possibilidades viáveis de tratamento
dentro do universo da Hierarquia da Gestão, a disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos é vista como a alternativa mais apropriada. Portanto, os
rejeitos são dispostos de forma ordenada em aterros sanitários com o devido
monitoramento e proteção ambiental, e desse modo, evita-se os impactos negativos
que esses poderiam causar ao meio ambiente e à saúde pública se fossem levados
a lixões. Tendo em vista que um dos grandes desafios da gestão de resíduos é
minimizar a ampla quantidade de resíduos sólidos encaminhada aos aterros
sanitários, encaminhar apenas os rejeitos para que sejam dispostos nesses locais
seria um grande avanço na gestão dos resíduos urbanos.
Sendo assim, em suma, é importante que haja o envolvimento e compromisso
de todos com o que é proposto pela hierarquia de prioridades para que então se
torne possível o máximo aproveitamento dos resíduos e uma melhor gestão de
resíduos de modo geral.
A fim de auxiliar a superar os principais problemas sociais e ambientais que
cercam a temática dos resíduos sólidos no país, são realizados investimentos e
21

incentivos econômicos em prol dos preceitos da PNRS. Tais investimentos possuem


caráter socioambiental e visam benefícios à população, devendo ser efetuados
através de instrumentos econômicos tais como incentivos fiscais, financeiros ou
creditícios pelo governo.
Segundo o Artigo 80 do Decreto nº 7.404/2010, são exemplos de
instrumentos econômicos regulamentados a serem implementados:

 Incentivos fiscais, financeiros e creditícios;


 Destinação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da
administração pública federal às associações e cooperativas dos catadores
de materiais recicláveis, nos termos do Decreto nº 5.940;
 Fixação de critérios, metas e outros dispositivos complementares de
sustentabilidade ambiental para as aquisições e contratações públicas.

O uso de instrumentos fiscais e econômicos tem por objetivo induzir


comportamentos, que no caso da PNRS, contribuem para a indução de
comportamentos favoráveis ao meio ambiente (MARINHO, 2014). Ao incentivar uma
conduta positiva ao meio ambiente, ainda que indiretamente, há influência na
prevenção dos danos ambientais, evitando-se a sua ocorrência. Além disso, a
previsão desses instrumentos pode trazer, além dos benefícios ao meio ambiente,
menor custo aos seus destinatários e à própria administração pública (MARINHO,
2014).
De acordo com o artigo 42 da PNRS, é possível que o poder público utilize
instrumentos econômicos que objetivem contemplar algumas iniciativas como, por
exemplo, a:

 Implantação de infraestrutura e aquisição de equipamentos em benefício de


cooperativas e outras formas de associações de catadores;
 Estruturação dos sistemas de coleta seletiva e logística reversa.

É importante salientar que os instrumentos econômicos previstos na PNRS


necessitam de norma que os regulamente e, portanto, não têm aplicabilidade
imediata. Instituídas pela União, estados, Distrito Federal e municípios, é por meio
22

dessas normas que será possível a concessão de incentivos fiscais, financeiros ou


creditícios aos beneficiários (MARINHO, 2014).
No entanto, de acordo com o Diagnóstico dos Instrumentos Econômicos e
Sistemas de Informação para Gestão de Resíduos Sólidos do IPEA (2012a), em boa
parte, a regulamentação estadual ou municipal é inexistente, e portanto não associa
tais instrumentos às metas de redução, tratamento e disposição final adequada dos
resíduos sólidos, resultando em uma menor eficiência tanto aos resultados obtidos
quanto na mudança de comportamento dos geradores de resíduos. Tendo em vista
essas considerações, é possível concluir que as deficiências apontadas, em boa
parte, apresentam dificuldades para que a implantação dos preceitos estabelecidos
pela PNRS no país ocorra de maneira eficiente.
De forma geral, pode-se dizer que a PNRS se configura em um documento
base e norteador para a elaboração dos chamados Planos de Resíduos Sólidos. É
por meio desses planos que se torna possível a execução do que é determinado
pela lei, uma vez que esse instrumento constitui em documentos estratégicos que
definem as ações mais específicas a serem tomadas, visando alcançar
determinadas metas. Além disso, são questões tratadas pelos planos de gestão, a
coleta seletiva, reciclagem, inclusão social e participação da sociedade civil (MMA,
201-a).
Os planos de resíduos sólidos seriam próprios para cada esfera administrativa
do governo, havendo a previsão de sua elaboração nos níveis nacional, estadual,
microrregional, intermunicipal e metropolitano e municipal (Lei 12.305/10, Capítulo II,
Art. 14º). Além disso, o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos se tornou uma
das exigências para que determinadas empresas obtenham o Licenciamento
Ambiental. Nesse contexto, é importante que haja uma gestão integrada dos
resíduos sólidos, que possa incluir tais planos de forma a promover ações mais
eficientes, buscando soluções para os resíduos no país.
Para Lemos (2011), é fundamental que as políticas públicas de gestão de
resíduos considerem as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social,
alinhados ao conceito de desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, faz-se
necessário uma análise acerca da situação da gestão de resíduos ao qual o país se
encontra, frente aos principais problemas que cercam a implementação da PNRS.
23

3.1.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos: Desafios para implantação

Inicialmente, a implementação da PNRS trazia consigo a esperança de haver


algumas mudanças relacionadas a aspectos importantes para a questão dos
resíduos sólidos no Brasil tanto para o setor público quanto para o privado,
envolvendo a todos os cidadãos no processo.
O Quadro 1 traz a comparação de diferentes momentos, anterior e posterior a
implementação da PNRS, para alguns dos setores à esta associados.

Quadro 1 - Comparação do antes e depois (esperado) da PNRS (2010)

Antes Depois (esperado)

Pouca prioridade para a questão dos resíduos Municípios devem traçar um plano para gerenciar os
sólidos resíduos sólidos da melhor maneira possível,
buscando a inclusão dos catadores
A maioria dos municípios destinava os
dejetos para lixões a céu aberto Lixões passam a ser proibidos e devem ser
Poder Público

erradicados até 2014, com a criação de aterros que


Não há aproveitamento dos resíduos sólidos sigam as normas ambientais
orgânicos (RSO)
Municípios devem instalar a compostagem para
tratar os RSO
Coleta seletiva ineficiente e pouco expressiva
Prefeituras devem organizar a coleta seletiva de
recicláveis e orgânicos para atender toda a
população, fiscalizar e controlar os custos desse
processo

Separação inexpressiva de lixo reciclável nas População deve separar o lixo reciclável na
residências residência
População

Falta de informações Realização de campanhas educativas sobre o tema


dos resíduos sólidos e sua importância
Atendimento da coleta seletiva pouco
eficiente A coleta seletiva deverá ser expandida

Manejo do lixo feito por atravessadores, com Catadores deverão se filiar a cooperativas de forma
riscos à saúde a melhorar o ambiente de trabalho, reduzir os riscos
à saúde e aumentar a renda
Catadores

Predominância da informalidade no setor Cooperativas deverão estabelecer parcerias com


empresas e prefeituras para realizar a coleta e
Problemas tanto na qualidade quanto na reciclagem
quantidade dos resíduos
Aumento do volume e melhora da qualidade dos
Catadores sem qualificação resíduos que serão reaproveitados ou reciclados

Os trabalhadores passarão por treinamento para


melhorar a produtividade

Fonte – Adaptado de NASCIMENTO et al., 2015.


24

Como dito anteriormente, a lei está em vigor desde 2010, porém observa-se,
analisando o Quadro 1, que a PNRS ainda apresenta certas dificuldades para a sua
implantação efetiva e desse modo, ainda há um certo distanciamento do cenário
desejado. Mediante a atual situação, é fundamental corrigir as principais deficiências
e entraves enfrentados de modo que as ações para um gerenciamento
ambientalmente adequado de resíduos sólidos sejam eficientes.
Conforme relatado por Heber e Silva (2014), destacam-se como principais
problemas para a efetiva aplicação da política, a baixa disponibilidade orçamentária
e a fraca capacidade institucional e de gerenciamento de muitos municípios,
sobretudo os de pequeno porte.
Nesse sentido, é válido ressaltar que o Plano Municipal de Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos é de suma importância para o município, pois além de ser um
meio para promover melhorias para o manejo dos resíduos, sua aprovação implica
no acesso a mais recursos da União, o que contribuiria para uma melhora no cenário
atual. Contudo, conforme apontado por Bezerra e Bezerra (2015), devido as várias
limitações, entre elas, orçamentárias e técnicas, os pequenos municípios não
conseguem elaborar seus planos de gestão de resíduos e assim, não são
contemplados com os recursos da União.
No que se refere ao setor privado, as empresas, para se adequarem a lei,
também enfrentam alguns desafios. Conforme o princípio de responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, essas são obrigadas a elaborar um
plano de gerenciamento de resíduos, adotar a coleta seletiva e implementar um
sistema de logística reversa, e para isso, necessitam de novas tecnologias e
internalizar os custos de responsabilidade pelo ciclo de vida do produto, incluindo
embalagens.
Já a população, como consumidora, tem por desafio o acesso a informação,
de modo que se tenha conhecimento das exigências da lei e possa cumpri-la
juntamente ao poder público. É preciso, para tanto, promover uma conscientização
acerca das necessidades relacionadas ao meio ambiente e assim, ter uma maior
participação e cooperação popular.
Com base no Relatório de Avaliação por Área de Gestão (nº 9) de Resíduos
Sólidos do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU),
publicado em 2017, é ainda possível observar alguns pontos que evidenciam a
ineficiência dos resultados pós PNRS.
25

Assim, foi possível constatar que o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, cuja
elaboração está em cargo da coordenação do MMA, não está formalizado e ainda
passa por um processo de revisão (CGU, 2017). Desse modo, não há um
instrumento legítimo que possa orientar e exigir que os entes federativos elaborem
seus próprios planos. Além disso, houve uma descontinuidade do aporte financeiro
para a elaboração dos planos locais de resíduos sólidos aos entes federados e
consórcios de manejo de resíduos sólidos.
Além disso, o Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão de Resíduos
Sólidos - SINIR, um dos instrumentos da PNRS, que é caracterizado como um dos
principais bancos de dados sobre a gestão de resíduos sólidos do país e que, em
sua versão atual, entretanto, não está em conformidade com as exigências de
informações previstas no Decreto nº 7.404/2010 bem como está aquém da finalidade
a qual foi criado.
Outro ponto levantado pelo relatório da CGU diz respeito a uma das maiores
dificuldades enfrentadas pelo poder público quanto a questão social que envolve o
processo de encerramento dos lixões. A CGU ressalta a importância de ações
sociais e de capacitação assistida para que os catadores consigam ser
redirecionados à outras atividades, tais como operacionalização de máquinas de
triagens ou trabalho em futuras cooperativas.
Conclui-se, mediante o exposto, que o país se encontra atrasado quanto ao
desenvolvimento de sua gestão de resíduos sólidos, uma vez que ainda são muitos
os problemas e desafios que precisam ser enfrentados. Logo, é imprescindível a
correção das falhas apontadas e a adequação do país ao estabelecido na PNRS,
sabendo-se que a falta ou ineficiência da gestão dos resíduos sólidos bem como o
seu manejo inadequado são aspectos que possuem influência nos impactos
ambientais causados pelas atividades humanas (BARROS et al., 2017).

3.2 PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL

Entende-se por resíduos sólidos urbanos (RSU) aqueles de origem urbana,


gerados à partir do desenvolvimento das diversas atividades humanas em áreas de
concentração populacional do município. Dentro de sua área de abrangência,
compreendem os resíduos residencial, comercial, de estabelecimentos de saúde,
industriais, da limpeza pública, da construção civil e agrícolas (ZANTA e FERREIRA,
26

2003). Dentre esses, costumam ser dispostos em aterros sob responsabilidade do


poder municipal, os resíduos de origem domiciliar, comerciais e os de limpeza
pública.

3.2.1 Geração

Como dito anteriormente, a crescente geração de resíduos sólidos nos


grandes centros urbanos é uma realidade marcada principalmente devido a fatores
como o desenvolvimento econômico, crescimento populacional, urbanização e
revolução tecnológica. Isso ocorre pois o processo de consumo e o estilo de vida da
população passam por alterações, resultando no aumento da quantidade de
resíduos sólidos, bem como nas consequências provenientes desse acréscimo,
como os riscos ao meio ambiente e à saúde humana (GOUVEIA, 2012).
De acordo com Bidoni e Pivoneli (1999) e Pereira Neto (2007), esse
crescimento do volume de resíduos gerados em áreas urbanas tem resultado em um
cenário de constante deterioração socioambiental. Esses resíduos, por sua vez,
variam muito de acordo com a fonte ou atividade geradora, o que representa um
outro agravante dessa situação (CASTILHOS JUNIOR, 2006).
Devido a disposição irregular, coleta informal e insuficiência do sistema de
coleta pública no Brasil, há uma dificuldade em se quantificar os RSU gerados per
capita, e, logo, parte dos resíduos sólidos gerados não são coletados e
contabilizados (IPEA, 2012b). Dessa forma, é possível observar uma divergência
quanto aos resultados dos principais estudos realizados acerca da geração de RSU
no país.
Assim sendo, com base nos dados do relatório da Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), observa-se que
em 2017 foram gerados no país 78,4 milhões de toneladas/ano. Além disso, o
estudo aponta que, para os anos 2016 e 2017, houve um crescimento de 1 %
quanto à geração em toneladas/dia de RSU, ao passo que para a geração per capita
em kg dia-1, esse aumento corresponde a 0,48 %, conforme a Figura 2.
27

Figura 2 - Geração de RSU no Brasil

Fonte – ABRELPE, 2017.

Para a região sudeste, o estudo da Abrelpe (2017) mostra que nesse mesmo
intervalo, o crescimento de RSU gerados foi de 0,96 %, alcançando em 2017 um
total de 105.794 toneladas/dia de RSU, enquanto para a geração de RSU per capita
observou-se um crescimento de 0,33 %, resultando na geração de 1,217 kg dia-1 em
2017 (Figura 3).

Figura 3 - Geração de RSU no Sudeste

Fonte – ABRELPE, 2017.

É ainda possível observar no relatório da Abrelpe, a geração per capita de


resíduos sólidos para cada região em ordem crescente, sendo: Sul com 0,757, Norte
com 0,872, Nordeste com 0,969, Centro-Oeste com 0,978, e Sudeste com 1,217 kg
28

hab dia-1, sendo que a média para o Brasil é de 1,035 kg hab dia-1. Isso coloca a
região Sudeste no centro do debate. Mas pode refletir uma maior precarização da
coleta e quantificação dos RSU nas demais regiões dadas as suas características de
menor concentração urbana, informalidade e precariedade na gestão do “lixo”.

3.2.2 Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos

As consequências ao meio ambiente, decorrentes dos problemas associados


aos resíduos sólidos urbanos constituem uma preocupação ambiental que aflige o
governo e a sociedade, como já foi dito anteriormente. Nos últimos anos, em boa
parte das grandes cidades do mundo, os resíduos sólidos são um dos problemas
centrais do planejamento urbano e de gestão pública. Portanto, a gestão adequada,
observando todas as diretrizes dispostas na PNRS e o adequado gerenciamento,
são fundamentais para a mitigação dessas questões.
Atualmente, esses problemas estão ligados à crescente geração de RSU, à
variedade de materiais descartados e a dificuldade em encontrar áreas para a sua
disposição final (LEME, 2009). Assim, se configuram como preocupações atuais, a
redução, destinação e disposição final adequada dos resíduos sólidos (SANTOS,
2011).
É importante destacar que um gerenciamento adequado tem como finalidade,
além de possibilitar um retorno econômico, de manter a qualidade de vida da
população, a diminuição do consumo dos recursos naturais, a redução de danos
ambientais causados pela sua disposição inadequada e a inclusão social como a
oportunidade de emprego e renda para muitos que necessitam, como é o caso dos
catadores de material reciclável.
O gerenciamento de resíduos sólidos urbanos envolve atividades ligadas as
etapas de geração onde deve ocorrer a segregação do resíduo de acordo com suas
características, acondicionamento, coleta e transporte, tratamento e destinação de
acordo com as prioridades da hierarquia da gestão e disposição final. A definição de
gerenciamento de resíduos sólidos, segundo a PNRS (Lei 12.305/10, Capítulo II, Art.
3º) é a seguinte:
29

X - gerenciamento de resíduos sólidos é conjunto de ações exercidas, direta


ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de
gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei (BRASIL,
2010).

A seguir serão abordadas algumas etapas do gerenciamento de resíduos


sólidos urbanos no país pertinentes para o entendimento do estudo de caso que
será apresentado no presente estudo.

3.2.2.1 Caracterização, segregação e coleta dos resíduos sólidos

A caracterização da composição gravimétrica dos resíduos é fundamental e


precisa ser levada em consideração para o sucesso das próximas etapas do
gerenciamento dos resíduos, segundo Andrade e Ferreira (2011). Conforme
observado na Tabela 1, a média da composição dos RSU do Brasil, em 2008, era
formada por 31,9% de material reciclável, 51,4% de matéria orgânica e 16,7% de
outros, que correspondem a rejeitos que não são recicláveis e materiais que não
possuem viabilidade técnica ou econômica para a reciclagem.
A composição gravimétrica média dos resíduos sólidos urbanos coletados em
vários municípios brasileiros pelo IPEA (2012c), pesquisados entre 1995 e 2008,
pode ser observada na Tabela 1.
30

Tabela 1 - Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no


Brasil

Participação Quantidade

Materiais 2000 2008

% t/d t/d

Material reciclável 31,9 47.558,5 58.527,4

Metais 2,9 4.301,5 5293,5

Aço 2,3 3,424,0 4.213,7

Alumínio 0,6 877,5 1,079,9

Papel, papelão e tetrapak 13,1 19.499,9 23.997,4

Plástico total 13,5 20.191,1 24.847,9

Plástico-filme 8,9 13.326,1 16.399,6

Plástico rígido 4,6 6.865,0 8.448,3

Vidro 2,4 3.566,1 4.388,6

Matéria orgânica 51,4 76.655,3 94.335,1

Outros 16,7 24.880,5 30.618,9

Total 100,00 149.094,3 183.481,5

Fonte – Adaptado de IPEA, 2012c.

Com base nos dados apresentados pela tabela, é nítida a grande variedade
dos resíduos sólidos coletados no país, dando maior enfoque ao material
potencialmente reciclável e à matéria orgânica, correspondendo a maior parte
coletada.
Em 2017, segundo o relatório da ABRELPE (2017), a coleta regular de
resíduos sólidos apresentou um crescimento expressivo em todas as regiões do
país, dos quais 71,6 milhões de toneladas foram coletados, correspondendo a um
índice de cobertura de coleta de 91,2 % para todo o território nacional. O que indica,
entretanto, que cerca de 6,9 milhões de toneladas de resíduos tiveram destino
impróprio.
Esses valores, por outro lado, se diferem de acordo com cada região
brasileira. Conforme a Figura 4, há diferenças entre as taxas de cobertura nas várias
regiões do país, sendo as regiões Norte e Centro-Oeste aquelas com menor taxa.
Tem destaque também o Sudeste que responde por cerca de 53 % do total de
31

resíduos coletados, e logo é a região que possui maior percentual de cobertura dos
serviços de coleta do país.

Figura 4 - Coleta regular de RSU nas regiões

Fonte - ABRELPE, 2017.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008), em 2008,


5.553 municípios realizaram um serviço de coleta de resíduos sólidos domiciliares
e/ou públicos.
Com base nesse mesmo estudo, entre 2000 e 2008, é possível notar avanços
quanto a implementação de programas de coleta seletiva de materiais recicláveis no
país, onde houve um aumento de 120 % no número de municípios participantes,
totalizando 994 municípios cuja maior parte se encontra nas regiões Sul e Sudeste
(IPEA, 2012c).
Por outro lado, apesar de se ter conhecimento da importância do
gerenciamento adequado dos resíduos sólidos urbanos, o cenário atual ainda está
distante do desejado. Conforme dados divulgados pelo diagnóstico de manejo de
resíduos sólidos urbanos – 2017 (SNIS), dos 3.556 municípios participantes, apenas
1.254 municípios apresentam serviço de coleta seletiva. O que indica que a coleta
seletiva ainda não é uma realidade em muitos municípios brasileiros, caracterizando-
se como insuficiente se comparada ao total coletado.
Nesse contexto, é importante ressaltar que a segregação correta dos resíduos
contribui significativamente para um maior aproveitamento dos RSU, aumentando
oportunidades com a reciclagem, com a reutilização e com a compostagem. De
acordo com Viveiros (2006), a coleta seletiva é uma parte fundamental para a gestão
32

e gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, pois através desse processo os


materiais são separados para um posterior aproveitamento, evitando-se sua
disposição em aterros. Dessa maneira, os aterros sanitários seriam melhor
utilizados, diminuindo-se a quantidade de material ali disposto, aumentando seu
tempo de vida útil e consequentemente haveria menor impacto ambiental em relação
ao descarte incorreto, como é proposta na ordem de prioridade da PNRS.

3.2.2.2 Destinação dos Resíduos Sólidos Urbanos

A definição de destinação final ambientalmente adequada, já apresentada


anteriormente, determina que o resíduo deve, prioritariamente, ser levado a
reciclagem, compostagem, recuperação energética ou outras disposições sendo que
entre elas está a disposição final ambientalmente adequada que seria o aterro
sanitário.
Porém, no Brasil é inegável que os aterros sanitários não recebem apenas
rejeitos como preconiza a PNRS. Embora não seja a melhor alternativa para um
correto manejo desses materiais, o que ocorre na realidade é a destinação de
muitos resíduos em solo, que no pior dos casos, pode ocorrer através de formas
inadequadas como lixões e aterros controlados. Dentre essas formas, a mais antiga
utilizada é o lixão, que confere na forma mais impactante ao meio ambiente e a
sociedade (IBGE, 2011). Consequentemente, há uma perda significativa de material
que poderia ser aproveitado.
De modo geral, alguns fatores podem contribuir para a predominância dessas
formas de disposição final, tais como: a falta de capacitação técnico-administrativa,
baixa dotação orçamentária, pouca conscientização da população quanto aos
problemas ambientais ou mesmo falta de estrutura organizacional das instituições
públicas envolvidas com a questão nos municípios (CASTILHO JUNIOR, 2003a).
Dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, de 2008, apontam que
mais de 90% dos resíduos sólidos foram destinados em aterros sanitários, aterros
controlados e lixões, ao passo que cerca de apenas 10 %, correspondendo a massa
restante, foram encaminhados para unidades de compostagem, reciclagem,
incineração e outros destinos, conforme apresentado pela Tabela 2 (IPEA, 2012c).
33

Tabela 2 - Quantidade diária de RSU encaminhados para diferentes formas de


destinação final
2000 2008
Destino Final
Quantidade % Quantidade %
(t/d) (t/d)

Aterro sanitário 49.614,50 35,4 110.044,40 58,3

Aterro controlado 33.854,30 24,2 36.673,20 19,4

Vazadouros a céu aberto (lixão) 45.484,70 32,5 37.360,80 19,8

Unidade de compostagem 6.364,50 4,5 1.519,50 0,8

Unidade de triagem para reciclagem 2.158,10 1,5 2.592,00 1,4

Unidade de tratamento para incineração 483,10 0,3 64,80 <0,1

Vazadouro em áreas alagáveis 228,10 0,2 35,00 <0,1

Locais não fixos 877,30 0,6 - -

Outra unidade 1.015,10 0,7 525,20 0,3

Total 140.080,70 - 188,814,90 -

Fonte – Adaptado de IPEA, 2012c.

De acordo com o panorama do IPEA, dentre as regiões que apresentam


maior destinação inadequada de resíduos, destacam-se a região Centro-Oeste, que
encaminha cerca de 71 % do lixo para lixões e aterros sanitários. Em seguida, vem a
região Nordeste (66 %), Norte (65 %), Sul (30,3 %) e Sudeste (28,3 %) (IPEA,
2012c).
A Tabela 3, a seguir, apresenta a quantidade de resíduos sólidos urbanos
encaminhados para uma das formas de disposição final de solo existentes.
34

Tabela 3 - Quantidade de RSU encaminhados para disposição em solo

Lixão Aterro controlado Aterro sanitário

2000 2008 2000 2008 2000 2008

Brasil 45.484,70 37.360,80 33.854,3 36.673,20 49.614,5 110.044,40

Estrato populacional

Municípios pequenos 34.533,10 32.504,30 10.405,90 14.067,90 6.878,40 32.420,50

Municípios médios 10.119,60 4.844,50 15.525,50 17.278,30 17.105,80 45.203,40

Municípios grandes 832,00 12,00 7.922,90 5.327,00 25.630,30 32.420,50

Macrorregião

Norte 6.148,50 4.892,50 3.221,8 4.688,20 1.350,2 4.540,60

Nordeste 20.579,60 23.461,50 6.113,1 6.819,00 6.714,9 25.246,00

Sudeste 11.521,00 3.636,20 15.685,6 16.767,00 32.568,4 61.576,80

Sul 4.645,80 1.432,80 4.698,8 3.485,00 5.882,1 15.293,10

Centro-oeste 2.589,80 3.937,80 4.135,0 4.914,00 3.098,9 3.387,30

Fonte – Adaptado de IPEA, 2012c.

Conforme a Tabela 3, é possível concluir que a quantidade de resíduos e


rejeitos dispostos em aterros sanitários, no período de 2000 a 2008, aumentou em
120 % enquanto houve uma redução de 18 % da quantidade disposta em lixões. Por
outro lado, a quantidade de resíduos e rejeitos dispostos em aterros controlados
aumentou nesse intervalo, e logo também apresenta riscos graves ao meio
ambiente.
Um outro ponto importante a ser observado diz respeito aos acréscimos na
quantidade total de resíduos e rejeitos dispostos em aterros sanitários pelos
municípios de pequeno e médio porte. A pesquisa aponta que tal acontecimento
pode ser resultado da parcela de resíduos dos municípios de grande porte também
disposta nesses locais, e como justificativa, o término de vida útil de seus aterros e a
não implantação de novos (IPEA, 2012c).
A Tabela 4 apresenta o número de municípios que possuem diferentes formas
de destinação final para resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos. Dados da
Tabela 4 indicam que em um intervalo de 8 anos, o número de municípios que
destinava seus resíduos em aterro sanitário quase dobrou, ao passo que a
35

disposição final em lixões, lamentavelmente, ainda era uma realidade em mais de 50


% dos municípios brasileiros.

Tabela 4 - Destinação final de RSU por número de municípios


1
Número de municípios Porcentagem de municípios
Destino Final
2000 2008 2000 2008

Aterro sanitário 810 1.540 14,5 27,7

Aterro controlado 1.074 1.254 19,3 22,5

Vazadouros a céu aberto (lixão) 3.763 2.810 54,61 50,5

Unidade de compostagem 157 211 2,8 3,8

Unidade de triagem para reciclagem 248 643 4,5 11,6

Unidade de tratamento para incineração 176 134 3,2 0,6

Vazadouro em áreas alagáveis 33 14 0,6 0,3

Locais não fixos 109 - 2 -

Outra unidade 43 134 0,8 2,4

Total de municípios 5.565 5.565 - -

Fonte – Adaptado de IPEA, 2012c.

Até o ano de 2008, o Brasil possuía por volta de 2.906 lixões, localizados
entre 2.810 municípios. É valido apontar que dentre esses, 98% estão concentrados
em municípios de pequeno porte e 57 % se encontram no nordeste, região que
apresenta as maiores deficiências quanto a gestão de resíduos sólidos (IPEA,
2012c).
Após 2 anos, conforme o levantamento realizado pela Abrelpe (2010), houve
uma redução de 40 % na quantidade de municípios com lixões, e dessa forma, esse
número caiu para 1.641 municípios com lixões, totalizando 1.169 vazadouros
encerrados. Nesse mesmo estudo também foi possível notar que a região Centro-
Oeste obteve 50 % da redução no número de lixões, a região Nordeste 46 %, a
região Norte 32 %, a região Sul 30 % e a região Sudeste 26 %, apresentando a
menor taxa.
Os dados citados refletem um cenário de desafios que o país ainda precisa
enfrentar, apesar dos avanços obtidos. Ao longo dos últimos anos, ações e projetos
que visam a melhoria da destinação adequada dos RSU e disposição final têm sido
36

realizados. Nesse contexto, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)


desempenha um papel muito importante, alinhando questões ambientais, sociais e
econômicas no que concerne ao manejo adequado dos resíduos sólidos.

3.2.2.2.1 Compostagem, reciclagem e aproveitamento energético

O papel prestado pela população no processo de destinação dos resíduos


pode ser muito eficaz, especialmente quando se favorece a redução da quantidade
de lixo, evitando o desperdício, reaproveitando os materiais, separando os
recicláveis em casa ou na própria fonte e se desfazendo do lixo produzido,
corretamente (MONTEIRO et al., 2001).
Dois processos importantes para a destinação de resíduos sólidos no país,
destacados na literatura técnico-científica e na PNRS, e que serão abordados com
maior profundidade nesse trabalho, são a reciclagem e a compostagem. Ambos,
através da alteração de algumas propriedades físicas, químicas ou biológicas,
características dos processos, objetivam transformar os resíduos em insumos ou
novos produtos.
Inicialmente, as usinas de reciclagem e compostagem foram apresentadas
como uma solução definitiva para o tratamento de resíduos sólidos urbanos e
geradora de receita para os municípios através da comercialização de recicláveis e
composto orgânico. Nesse contexto, diversos municípios brasileiros implantaram
usinas sem, no entanto, realizar qualquer estudo prévio e consequentemente a
maioria das unidades foi desativada logo após ser inaugurada e outras sequer
iniciaram a operação (MONTEIRO et al., 2001).
Atualmente, as unidades existentes de reciclagem e compostagem utilizam
tecnologia simplificada, caracterizadas pela segregação manual de recicláveis em
correias transportadoras e compostagem em leiras a céu aberto, com posterior
peneiramento. Muitas dessas unidades se encontram paralisadas e sucateadas
devido a dificuldade dos municípios em operá-las e mantê-las (MONTEIRO et al.,
2001).
O Quadro 2 apresenta algumas vantagens e desvantagens associadas aos
dois processos comuns no Brasil.
37

Quadro 2 - Principais vantagens e desvantagens da reciclagem e compostagem

Vantagem Desvantagem

A prática da compostagem da Para que o adubo proveniente da


matéria orgânica diminui a compostagem possa ser utilizado na
quantidade de resíduos que devem agricultura, é necessário que os resíduos
ser depositados nos aterros orgânicos não estejam contaminados com
Compostagem

sanitários, gera um composto que, outros materiais. Além disso, são


quando não contaminado, pode ser necessários grandes espaços para a
utilizado como adubo na implantação em grande escala e o
agricultura por ser muito rico em processo pode liberar odores
nutrientes. Além disso, este desagradáveis se as condições aeróbicas
composto pode melhorar a não forem mantidas, o que exige uma
estrutura dos solos, aumentando a vigilância e manutenção frequentes da
capacidade de retenção da água e pilha de compostagem. Por último, pode-
controlando alguns processos se dizer que no Brasil este composto ainda
erosivos. tem uma comercialização limitada.

A prática da reciclagem, além de A coleta seletiva pode ser pouco eficiente;


preservar o meio ambiente através os materiais recicláveis podem ser
da valorização dos resíduos, contaminados, diminuindo seu valor
Reciclagem

minimização da utilização de comercial de venda; nem sempre os


fontes naturais e utilização mais materiais reciclados são mais baratos do
racional dos recursos naturais, que retirar a matéria prima da natureza;
também gera riqueza através da pode ocorrer uma baixa demanda para
geração de emprego e renda, compra de recicláveis; e pode haver a
tornando-se um componente ausência de infraestrutura e incentivos
importante do processo de públicos.
logística reversa.

Fonte – Adaptado de MARCHEZZETTI; KAVISKI; BRAGA, 2011.

Conforme apresentado no Quadro 2, ambos os processos se configuram em


meios importantes para se obter ganhos ambientais e econômicos ao país. Contudo,
observa-se que alguns fatores podem influenciar negativamente na eficiência dessas
práticas, e portanto, é necessário que o país se atenha a essa realidade, de modo
que os principais entraves sejam superados e haja uma melhora nessas questões.

Compostagem

A compostagem é um método de recuperação em que ocorre a


decomposição do material orgânico, existente nos RSU, através da atuação de
microrganismos de modo a obter como produto final um composto orgânico (húmus),
utilizado na agricultura (GONÇALVES; TANAKA; AMEDOMAR, 2013). A
compostagem é uma forma de reciclagem da matéria orgânica e, aliada a
38

reciclagem de resíduos, consiste na melhor maneira de destinação dessa grande


parcela dos resíduos sólidos.
De acordo com o relatório do IPEA (2012c), do total estimado de matéria
orgânica coletada (94.335,1 t dia-1), apenas 1,6% (1.509 t dia-1) foi destinado para
unidades de compostagem, sendo a maior parte encaminhada para outros destinos
finais, sobretudo lixões, aterros controlados e aterros sanitários. O que permite
concluir que apesar de os resíduos sólidos domiciliares no Brasil apresentarem alto
percentual de resíduos orgânicos, o processo de compostagem é ainda incipiente no
país.
Para Massukado (2008), os motivos que permeiam esse cenário são: a
dificuldade em se obter resíduos orgânicos já separados na fonte geradora; a
insuficiência da manutenção do processo; o preconceito com o produto e; carência
de investimentos e de tecnologia adequada para a coleta desse material. Além
disso, a viabilidade da instalação de uma usina de compostagem depende de
estudos técnicos e econômicos, o que leva em consideração fatores como a
disponibilidade de áreas para aterros, mercado para o composto e custo da
instalação (MONTEIRO et al., 2001).
A Tabela 5 apresenta um panorama sobre as unidades de compostagem nos
anos 2000 e 2008, levando em consideração a quantidade tratada, bem como o
número de municípios que dispõem de unidades de compostagem como forma de
destinação dos resíduos.
39

Tabela 5 - Número de municípios com unidades de compostagem e quantidade total


de resíduos encaminhados para esses locais

Número de municípios com Quantidade total de resíduos


unidades de compostagem no encaminhados para unidades de
Unidade de próprio município compostagem no próprio município
análise (t/dia)

2000 2008 2000 2008

Brasil 157 211 6.364,5 1.519,5

Estrato populacional

Municípios pequenos 139 190 529,8 497,2

Municípios médios 15 12 751,0 495,0

Municípios grandes 3 6 5.083,3 527,7

Macrorregião

Norte 1 3 5,0 18,4

Nordeste 17 3 112,5 13,0

Sudeste 70 110 5.368,9 684,6

Sul 68 92 192,5 475,3

Centro-oeste 1 3 685,6 328,2

Fonte – Adaptado de IPEA, 2012c.

Nesse intervalo, na Tabela 5, apesar de haver um acréscimo do número de


municípios com unidades de compostagem, houve uma redução da quantidade
tratada, apresentando-se mais expressiva na região sudeste que em 2000 tratava
5.368,9 t dia-1 de resíduos e em 2008 passou a tratar 684,6 t dia -1. O que permite
concluir, de modo geral, que o processo de tratamento via compostagem não é
muito utilizado em programas municipais de gerenciamento de resíduos sólidos
urbanos.
É válido destacar que a separação correta dos resíduos orgânicos e
inorgânicos leva a uma diminuição da quantidade de resíduos encaminhados para a
disposição final, e dessa maneira, também contribui para um maior aproveitamento
no processo de reciclagem e menor custo aos cofres públicos.
40

Reciclagem

Conforme a hierarquia da gestão instituída pela PNRS, a reciclagem é uma


das ações prioritárias a serem seguidas. A implementação da reciclagem exerce um
papel fundamental na diminuição da quantidade de materiais que seriam
descartados, fazendo com que esses retornem ao início da cadeia produtiva. Ou
seja, após o seu fim de vida útil, no processo de reciclagem, os resíduos sólidos
retornam à indústria para serem beneficiados, onde são novamente transformados
em produtos comercializáveis, o que ajuda na valorização dos resíduos (MONTEIRO
et al., 2001).
É nas centrais de triagem onde deve ocorrer a correta seleção dos resíduos
recicláveis de acordo com o tipo de material (vidro, papel, plástico, etc) (MMA, 201-
b). Nesses locais, os resíduos separados passam por um processo de limpeza e
logo são acondicionados para serem comercializados posteriormente (SIMONETTO
e BORENSTEIN, 2006).
A separação dos materiais é um fator importante para a correta destinação
dos resíduos. Tem-se como reciclagem ideal aquela a qual há o apoio da população
para realizar a separação dos resíduos recicláveis em sua própria residência
(MONTEIRO et al., 2001). Logo, espera-se que as pessoas apenas separem
materiais secos para serem encaminhados às centrais de triagem, e não os que não
possuem utilidade para a reciclagem.
No entanto, há certas dificuldades para o seu crescimento, uma vez que a
separação correta dos resíduos ainda não é um hábito no Brasil, o que impossibilita
um aumento na quantidade de produtos reciclados (HISATUGO e MARÇAL
JÚNIOR, 2007). Além disso, atualmente, é a atuação dos catadores que tem
destaque, visto que é o trabalho informal representado por eles que garante a
quantidade do material recebido para a reciclagem (IPEA, 2012c). O papel do
catador no processo de reciclagem preconizado pela PNRS será abordado
posteriormente.
São principais benefícios ambientais da reciclagem: A economia de matérias
primas e de energia nos processos produtivos, o aumento da vida útil dos aterros e a
economia de transporte, a geração de emprego e renda e a conscientização da
população para as questões ambientais (MONTEIRO et al., 2001).
41

O relatório do IPEA (2012c) compara taxas de reciclagem entre diferentes


materiais, com estimativas que consideram tanto a reciclagem pré-consumo quanto
a reciclagem pós-consumo. Conforme a Figura 5, identificam-se dois grandes grupos
de materiais: o alumínio, aço e papel/papelão, com taxas de reciclagem acima de 35
%; e o plástico e vidro, com valores próximos a 20 %. (IPEA, 2012c).

Figura 5 - Taxa de reciclagem de diferentes materiais (em %)

Fonte - IPEA, 2012c.

No Brasil, o mercado de materiais recicláveis, bem como o nível de exigência


sobre a qualidade do material têm apresentado um rápido crescimento. Apesar da
tendência do aumento da taxa de reciclagem, em 2012, estima-se que foram
reciclados apenas 26,9 % de todo o material disponível, correspondendo a 14.909 t
dia-1 de resíduos (CEMPRE, 2013). Dados do IPEA (2010) ainda indicam que o país
perde cerca de R$ 8 bilhões por ano ao dispor resíduos sólidos que poderiam ser
reciclados.

Aproveitamento Energético

O presente trabalho aborda a valorização dos resíduos, como preconizado


pela PNRS, focando na reciclagem e compostagem, porém, incluindo também, o
aproveitamento energético dos gases gerados nos aterros sanitários, que constitui
uma importante opção para o tratamento desses gases em detrimento da queima ou
destruição dos mesmos sendo, portanto, uma excelente forma de aproveitamento.
42

Como dito anteriormente, durante o processo de degradação dos resíduos


aterrados em aterros sanitários, são gerados importantes gases, dentre esses: o
metano, o dióxido de carbono e o gás sulfídrico. Esses são denominados por biogás,
e precisam ser drenados para o exterior do maciço de resíduos, uma vez que a
existência de bolsões internos pode ocasionar incêndios ou explosões e
potencializar problemas de instabilidade (ZANTA e FERREIRA, 2003).
Gerados a partir da decomposição anaeróbica dos resíduos orgânicos nos
aterros, esses gases podem ser utilizados para a geração de energia (IPEA, 2012c).
Há várias formas de transformação do resíduo urbano em energia útil. São alguns
exemplos de tecnologias empregadas, as de uso direto do gás de médio poder
calorífico, produção de energia/cogeração, venda de gás de qualidade através de
gasodutos, entre outros (GONÇALVES, 2007).
Jucá (2003) aponta que no Brasil, praticamente todo o tratamento de gases
em aterros sanitários é feito através da queima do metano (CH4) e a liberação do
dióxido de carbono (CO2). Nesse sentido, além de seu valor como fonte de energia,
há a redução do potencial de efeito estufa dos gases emitidos através da conversão
do metano (CH4) que possui alto potencial de aquecimento global, em gás carbônico
(CO2), com o potencial cerca de vinte vezes menor que o CH4, de acordo com o
painel intergovernamental sobre mudanças climáticas – IPCC (IPEA, 2012c).
Além disso, esse aproveitamento indica um outro ganho ambiental destacado
pelo IPEA (2012c), visto a possibilidade de substituir fontes fósseis de geração de
energia da matriz por uma fonte renovável. No entanto, no Brasil é ainda incipiente a
participação da geração de energia por uso de resíduos sólidos (EPE, 2009).
Segundo o IPEA (2012c), a implantação de aterros que utilizam um sistema
de geração de energia através do gás de aterro só é viável quando há uma
quantidade mínima de resíduos aterrados. Conforme a PNRS, uma alternativa para
um maior aproveitamento energético, nesse contexto, seria o incentivo à criação de
gestões compartilhadas dos resíduos de vários municípios, o que tornará viável a
emissão do gás de aterro como fonte de energia (IPEA, 2012c).
43

3.2.2.3 Alternativas para Disposição Final de RSU

3.2.2.3.1 Aterro Sanitário

O Aterro sanitário pode ser definido como um método de disposição final de


resíduos sólidos urbanos no solo, por onde esses serão confinados em camadas de
terra, respeitando-se as normas operacionais, e assim, os danos ou riscos à saúde
pública e à segurança são evitados, minimizando os impactos ao meio ambiente
(FIGUEIREDO, 2007). A Figura 6 apresenta o esquema de funcionamento de um
aterro sanitário.

Figura 6 - Esquema de um aterro sanitário

Fonte – DA SILVA, 2015 apud VITOR, 2010.

De acordo com Figueiredo (2007), durante o processo de projeção do aterro,


há a realização de estudos geológicos e topográficos para selecionar a área
destinada a disposição dos resíduos sólidos, visando evitar o comprometimento do
meio ambiente com a instalação do aterro. Os aterros sanitários ainda possuem
impermeabilização do solo feita por meio de camadas de argila e uma membrana de
polietileno de alta densidade (PREAD), evitando-se que o chorume contamine o solo
(FIGUEIREDO, 2007).
Dentre os inúmeros benefícios que esse meio de disposição de resíduos
apresenta, destacam-se: a minimização da proliferação de vetores, e logo a
diminuição da contaminação direta; Controle efetivo da poluição do ar e; Redução
44

dos riscos de incêndio, da poluição das águas superficiais e subterrâneas e da


poluição estética (RIBEIRO e LIMA, 2000).
Por outro lado, observam-se algumas dificuldades para a instalação de um
aterro sanitário no país, tais como a necessidade de contratação de um projeto
específico de engenharia sanitária e ambiental, um investimento inicial elevado e a
rejeição da população ao saber que irá morar em local de acumulo de lixo
(MONTEIRO et al., 2001). Além disso, a escolha do local pra a implantação do aterro
requer, dentre outros fatores, a disponibilidade de áreas com proximidade aos locais
onde o lixo é gerado e com dimensões adequadas que atenda às necessidades dos
municípios. Porém, a realidade do país indica uma intensa urbanização das cidades,
com uma ocupação intensiva do solo (MONTEIRO et al., 2001).

3.2.2.3.2 Lixão

É comum observar nas cidades certos hábitos de disposição inadequados de


lixo, onde materiais são despejados de forma indiscriminada e desordenada, em
locais como lotes baldios, margens de estradas, fundos de vale e margens de lagos
e rios (MUCELIN e BELLINI, 2008). Em face ao acúmulo progressivo de resíduos
nesses locais, com o tempo, esses passam a constituir futuros lixões (FADINI e
FADINI, 2001).
De acordo com os autores Castilhos Junior (2003b) e Paris (2007), os Lixões
são locais a céu aberto caracterizados pela deposição desordenada, compactação
inadequada e ausência de cobertura do lixo, ambiente propício para a contaminação
do solo, lençol freático e proliferação de vetores. Na visão de Braga et al., (2002),
Lixão é o local onde se deposita o lixo, porém ausente de projeto ou cuidado com a
saúde pública e o meio ambiente, não havendo tratamento ou qualquer critério de
engenharia.
Sendo uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, a
disposição final de RSU em áreas de lixão provoca sérios impactos negativos.
Nesses locais, ocorre a liberação de gases prejudiciais ao meio ambiente como o
metano, responsáveis pelo agravamento do efeito estufa, bem como a presença de
chorume, um líquido tóxico gerado à partir da decomposição do lixo que contamina o
solo e a água por compostos orgânicos e íons metálicos (BRAGA et al., 2002).
45

Além disso, a disposição do lixo a céu aberto oferece também riscos


importantes à saúde humana, uma vez que propicia condições para a proliferação
de doenças, apresentando-se como uma ameaça constante de epidemias. Doenças
prejudiciais ao homem como febre tifóide, salmonelose, desinterias e outras
infecções também ocorrem devido a proliferação de vetores como insetos e
roedores, bem como a presença de cães, gatos e aves, que podem transmitir a
toxoplasmose (ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2003). Soma-se a isso a
exposição humana a várias substâncias tóxicas, a poluição visual e mau cheiro.
Embora o cenário de disposição final dos RSU no Brasil tenha apresentado
melhoras significativas com o tempo, a questão dos lixões ainda é uma preocupação
e não deve ser ignorada. Segundo dados da ABRELPE (2017), cerca de 40,9 % dos
resíduos coletados no Brasil foi despejado em locais inadequados por 3.352
municípios brasileiros durante o período de um ano, totalizando mais de 29 milhões
de toneladas de resíduos em lixões ou aterros controlados, que receberam por dia
mais de 80 mil toneladas de resíduos conforme demonstrado nas figuras 7 e 8.

Figura 7 - Disposição final de RSU no Brasil por tipo de destinação

Fonte - ABRELPE, 2017.


46

Figura 8 - Disposição final dos RSU coletados no Brasil

Fonte - ABRELPE, 2017.

Além dos problemas citados, os lixões também constituem um sério problema


social como pode se observar na Figura 9. Trata-se da realidade de muitos
catadores de material reciclável que são atraídos para esses locais na esperança de
tirar o seu sustento do lixo. Esses catadores geralmente vivem em situação precária,
trabalhando em condições degradantes e insalubres, expostos diariamente aos
riscos à saúde que o lixão apresenta bem como são excluídos da sociedade. Um
outro aspecto comum, são os abrigos e casebres construídos no entorno dessas
áreas por essas pessoas, que criam famílias e até mesmo formam comunidades
nesses locais.

Figura 9 - Vista parcial de lixão a céu aberto

Fonte - RIBEIRO; LIMA, 2000 apud IGUAÇUMEC, 1998.


47

É importante ressaltar que, dentre as metas estabelecidas pela PNRS, houve


uma determinação de que todos os municípios erradicassem seus lixões, com um
prazo que se expirou em 2014. No entanto, visto que boa parte das prefeituras não
conseguiu cumprir a determinação, estuda-se uma prorrogação até 2021. Cabe
ainda destacar que aproximadamente 1.700 municípios não teriam iniciado a
elaboração de projetos e planos de gerenciamento integrado de resíduos, o que
corroborou para o não cumprimento do prazo estabelecido pela lei (CNM, 2013).

3.2.2.3.3 Aterro Controlado

Conforme mencionado, além dos lixões, o aterro controlado que também está
presente nos municípios brasileiros, configura-se como meio inadequado de
disposição final de resíduos sólidos. Em comparação aos lixões, esses se diferem
apenas pela aparência, uma vez que nesses locais o resíduo é enterrado sem
qualquer tratamento ou controle ambiental. Logo, ambos não são rotas ideais a
serem seguidas.
Nos aterros controlados, os resíduos são cobertos apenas com uma camada
de solo, visando reduzir os danos à saúde pública e minimizar os impactos
ambientais (IBGE, 2010). No entanto, não há medidas para a coleta ou tratamento
do chorume e biogás nesses locais (GOUVEIA, 2010). Desse modo, é possível que
haja a poluição de águas superficiais e subterrâneas, e portanto, a situação de um
aterro controlado deve ser vista como temporária (MENDONÇA; ZANG; ZANG,
2017). O aterro controlado é caracterizado por ser uma fase intermediária entre o
lixão e o aterro sanitário, o qual costumava ser utilizado para a remediação do lixão,
em uma célula próxima a esses locais.
Embora o aterro controlado se apresente num primeiro momento como um
meio menos impactante, por minimizar os impactos ambientais associados
ao acúmulo de lixo, é importante destacar que a forma mais adequada de disposição
dos resíduos sólidos de acordo com a PNRS é o aterro sanitário. Em razão da
semelhança entre os nomes, os termos aterro sanitário e aterro controlado podem
ser confundidos. Ao contrário de aterros controlados, os aterros sanitários são áreas
licenciadas por órgãos ambientais onde são utilizadas técnicas de engenharia para o
acondicionamento ambientalmente seguro dos resíduos sólidos no solo
(FIGUEIREDO, 2007).
48

Com base nas considerações citadas anteriormente, conclui-se que o


encerramento dos lixões e aterros controlados é necessário e deve ser encarado
com máxima prioridade na gestão de resíduos sólidos do país.
Para Sisino & Moreira (1996), a inexistência de infraestrutura adequada para
as áreas destinadas à disposição do lixo implica no seu comprometimento, bem
como na degradação ambiental das regiões adjacentes. Logo, é importante que haja
o fortalecimento dos órgãos competentes e a implementação de políticas públicas
eficientes que atuem nessa questão.
49

4 CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL

Atividade profissional reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego


(MTE), desde 2002, é notável o importante papel exercido pelos catadores de
material reciclável quanto aos preceitos estabelecidos pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), a qual tem destaque a sua vital participação no processo
de reciclagem dos RSU. De acordo com o relatório do IPEA (2013), os catadores
são responsáveis pela coleta de quase 90 % de todo o material que é enviado às
recicladoras brasileiras.
Suas atividades, segundo Silva (2017), são relevantes tanto em âmbito social
como ambiental uma vez que reduzem a poluição do solo, da água e do ar bem
como auxiliam na limpeza da cidade, contribuem para o prolongamento da vida útil
dos aterros sanitários e geram renda aos que atuam na cadeia de reciclagem. Em
geral, são atividades que compreendem o campo de atuação dos catadores: a coleta
seletiva, triagem, classificação, processamento e comercialização dos resíduos
reutilizáveis e recicláveis (MMA, 201-c).
Em relação a quantidade de catadores no país, observa-se que não há
estatísticas precisas visto a divergência entre os números obtidos nas pesquisas
realizadas. Porém, segundo o Movimento Nacional dos Catadores (2017), estima-se
que há 800 mil trabalhadores desse segmento no território brasileiro.
De modo geral, os catadores atuam de forma individual ou coletiva, sendo
possível observar um perfil de catadores subdivididos em três categorias: Catadores
de rua, os quais coletam o material em sacos de lixo encontrados na rua e
normalmente possuem um meio de transporte adaptado para a carga, como as
carroças; Catadores de lixão, caracterizados por exercerem a atividade diretamente
nos lixões dos municípios, porém não possuem vínculo com qualquer assistência ou
organização e; Catadores cooperados e autogestionários, que prestam serviço de
coleta seletiva de modo articulado e organizado (SIQUEIRA e DE MORAIS, 2009).
Atividade vista como um meio de geração de trabalho e renda, esses
catadores encontram no lixo produzido pela sociedade uma alternativa para o
sustento próprio e de suas famílias. Dentre os diversos motivos que os levam à
escolha da atividade de coleta de materiais recicláveis, destacam-se: O
desemprego, baixo nível escolar, limitações físicas para exercer outra atividade e a
50

idade já avançada (OLIVEIRA, 2007b). Castilhos et al. (2013) destacam outras


causas: o êxodo rural e a não qualificação do trabalhador para os novos empregos
que surgem; subdesenvolvimento, pobreza, falta de apoio aos pobres e demandas
industriais por matéria-prima.
Nesse contexto, é importante ressaltar algumas das dificuldades que esses
trabalhadores enfrentam ao exercer a atividade: a ausência de um sistema de
remuneração; Instabilidade de renda marcada pela variação de preços dos materiais
e o volume de materiais recicláveis recolhidos e baixa capacidade administrativa de
parte das organizações de catadores (IPEA, 2010). Além disso, a realidade de
muitos catadores é representada por uma carga horária extensa, quantidade
excessiva de peso, grandes distâncias percorridas durante a atividade e
remuneração insuficiente para a sobrevivência (CONCEIÇÃO, 2005).
A situação é ainda mais delicada para os catadores que possuem como renda
somente o dinheiro obtido através da venda desses materiais. De acordo com Silva
(2017), geralmente a renda mensal obtida não excede um salário mínimo.
Outro aspecto diz respeito as péssimas condições ambientais as quais muitos
desses catadores estão submetidos, sobretudo as que configuram em riscos à
saúde, especialmente em áreas de lixões. Nesses locais, é comum que os catadores
exerçam sua atividade sem contrato ou assistência médica, e assim, são
caracterizados por ser um grupo excluído da sociedade que se expõe aos diversos
riscos destes ambientes (LAURELL e NORIEGA, 1989). De acordo com Cavalcante
e Franco (2007), a exposição aos riscos que esses locais apresentam pode ocorrer
tanto de modo direto, quando há contato do organismo humano com os agentes
patogênicos, quanto pelo modo indireto, devido a amplificação de algum fator de
risco, associado as vias ocupacional, ambiental e alimentar.
De forma geral, são consequências dessa precarização, acidentes com
cortes, perfurações, queimaduras, dermatites, incidência de intoxicações alimentares
e doenças parasitárias (SIQUEIRA e DE MORAIS, 2009). Outros acidentes
característicos, de acordo com Cavalcante e Franco (2007), são perdas de membros
por atropelamentos e prensagem em equipamentos de compactação e veículos
automotores e mordidas de animais e picadas de insetos. Soma-se a isso, o
desconforto e náusea que podem ser causados a esses trabalhadores devido a
visão desagradável dos resíduos (FERREIRA e ANJOS, 2001).
51

Um outro fator marcante que acompanha a história de vida dos catadores é a


vergonha, humilhação e exclusão social, problemas esses que os levam a sentir sua
ocupação como desqualificada e carente de reconhecimento pela sociedade
(GESSER e ZENI, 2004). Para Pereira e Teixeira (2011), por vezes os catadores são
vistos como vagabundos ou delinquentes. Sendo muitas vezes vítimas de
preconceito, a figura do catador, segundo Romansini (2005), é atribuída a uma
imagem negativa, muitas vezes associada a parte do problema da desigualdade
social e produção excessiva de RSU, e não às possíveis soluções para essas
questões. O que denota a falta de interesse e empatia por parte da sociedade na
compreensão da delicada situação vivida por esses trabalhadores.
Frente a essas questões, é evidente que há a necessidade de se promover a
cidadania desses trabalhadores à partir da inclusão social e geração de emprego e
renda em condições propícias. Para Romani (2004), as várias demandas associadas
as questões que envolvem a coleta de recicláveis devem ser supridas, tais como a
baixa autoestima de catadores; inclusão social de suas famílias; a sua educação e
de seus filhos.
Logo, é importante que haja a participação do poder público na questão dos
catadores uma vez que a falta de parceria pode implicar em conflitos constantes
entre as duas partes, o que gera prejuízos sobretudo aos catadores (GONÇALVES e
ABEGÃO, 2004). Para tanto, nota-se que o processo de reconhecimento desses
entraves pelos governos locais bem como a inserção dessas questões na agenda de
políticas públicas ainda segue em desenvolvimento (PEREIRA e TEIXEIRA, 2011).

4.1 ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS DE CATADORES

Desde o final da década de 1980, já era possível observar as primeiras


iniciativas de formações de organizações de catadores de materiais recicláveis em
cooperativas e associações pelo país (PEREIRA e TEIXEIRA, 2011). Os primeiros
estados a surgirem as primeiras experiências associativas foram São Paulo, Porto
Alegre e Belo Horizonte (PEREIRA e TEIXEIRA, 2011).
De acordo com o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA, 2012d), há atualmente cerca de 1.100 organizações coletivas de catadores
em funcionamento no país, que compõe entre 40 a 60 mil catadores que participam
52

de alguma organização coletiva, o que representa 10 % da população total de


catadores.
As associações ou cooperativas podem ser vistas como um meio encontrado
por catadores para sobreviver às variáveis as quais estão sujeitos ao exercer sua
atividade, o que pode representar elevação de renda, posição social e autoestima a
esses trabalhadores (CASTILHOS JUNIOR et al., 2013). Essas, caracterizam-se
pela democratização das formas de organização do trabalho e coletivização dos
lucros e dos meios de produção (ARANTES e BORGES, 2013).
Em benefício dos catadores, esses empreendimentos objetivam promover
melhores condições de trabalho, sobretudo a partir da agregação de valor aos
materiais coletados, da capacitação e do reconhecimento social. Catadores desse
segmento se articulam através de fóruns e outras diversas organizações não
governamentais, como também se organizam através do Movimento Nacional dos
Catadores, objetivando dessa forma manifestar seus interesses e consolidar a sua
participação nos programas municipais de coleta seletiva (SIQUEIRA e DE
MORAES, 2009).
A formação de cooperativas de reciclagem no país tem sido objeto de
pesquisas, interpretada como um importante meio para a mitigação do impacto
ambiental dos resíduos sólidos urbanos através do trabalho de coleta seletiva do lixo
(DE SOUZA; DE PAULA; SOUZA-PINTO, 2012).
Nesse contexto, destaca-se a aprovação da PNRS (Lei n 12.305), que dentre
outras considerações, prevê a integração de catadores em programas de coleta
seletiva municipais, estando a cargo dos municípios a elaboração de planos de
gestão integrada de resíduos sólidos. Apresentando-se como um grande marco para
a luta dos catadores, a lei incentiva a criação e o desenvolvimento de cooperativas
ou outras formas de associações de catadores, e da prioridade à sua participação
nos sistemas de coleta seletiva e de logística reversa. Dessa forma, tem-se como
meta o fortalecimento dessas organizações, visando a geração de renda e trabalho.
Para ter acesso prioritário aos recursos financeiros da União, os municípios
precisam implantar a coleta seletiva conforme é determinado pela PNRS, e para
isso, as associações e cooperativas de catadores compostas por pessoas físicas de
baixa renda necessariamente devem participar. Logo, a valorização dos projetos de
coleta seletiva se configura em uma alternativa para a obtenção de mais recursos
aos municípios. É ainda importante observar que a contratação dessas organizações
53

para o serviço de coleta e triagem também se apresenta como um meio menos


oneroso aos cofres públicos e mais eficiente em termos ambientais se comparado à
contratação de empresas para a mesma função (METELLO, 2014).
Nesse contexto, merece destaque, o programa de coleta seletiva solidária a
nível nacional, definido pelo Decreto Federal nº 5.940, de 25 de outubro de 2006,
que institui a separação dos resíduos recicláveis na fonte geradora, descartados
pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, e a sua
destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis,
além de outras providências.
O projeto Coleta Seletiva Solidária (CSS) está associado aos princípios e
metas da Agenda Ambiental da Administração Pública Federal (A3P), bem como faz
parte de um eixo de inclusão socioprodutiva de indivíduos em situação de baixa
renda, e visa, dentre outros objetivos, criar uma nova cultura para a gestão dos
resíduos sólidos no Brasil. Ações de inclusão social, formação e educação ambiental
são promovidas pelo Governo Federal, que auxilia o programa, com a finalidade de
dar capacitação e assessoria técnica, além de incentivar a criação de cooperativas e
o envolvimento de organizações sociais que dão suporte à reciclagem no país.
Apesar de alguns avanços quanto as políticas públicas adotadas na inclusão
socioprodutiva dos catadores, ainda há dificuldades para se alcançar um cenário
ideal visto que parte dessas organizações ainda enfrenta problemas. De acordo com
Besen (2011), as administrações municipais passam por dificuldades técnicas e
administrativas tanto para universalizar o serviço de coleta seletiva e torná-la mais
eficiente, quanto para se relacionar e suprir as necessidades das organizações de
catadores.
Assim, dentre outros problemas, destacam-se: a baixa coleta de material; a
baixa capacidade de inclusão de catadores, promoção de renda e benefícios aos
associados; remuneração inadequada pelos serviços exercidos pelos catadores;
precariedade de infraestrutura e gestão e; Incapacidade de investimentos, crédito e
capital de giro (BESEN, 2008). As organizações de catadores, por sua vez, não são
capazes de resolver esses problemas por si só, e logo necessitam de ações do
poder público para tornar a situação mais favorável à sua manutenção (BAPTISTA,
2015).
54

5 METODOLOGIA

A pesquisa aqui empreendida é de natureza qualitativa, do tipo analítico e


interpretativo (GIL, 2007), que privilegia o “contato direto e prolongado do
pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo estudada” (GODOY, 1995,
p. 62). Recorremos a estratégia de estudo de caso, por entender que ela “contribui,
de forma inigualável, para a compreensão que temos de fenômenos individuais,
organizacionais, sociais e políticos” (YIN, 2001, p. 21). Assim apresentaremos o
estudo de caso dos catadores que atuavam no antigo “Lixão de Gramacho” – Aterro
Metropolitano de Jardim Gramacho (AMJG).
Os dados foram analisados por uma metodologia interpretativa de acordo com
o que propõe Severino (2010, p. 94): interpretar “(...) é tomar uma posição própria a
respeito das ideias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto, é ler nas
entrelinhas”.
A revisão bibliográfica do presente trabalho bem como a coleta de dados e
análise da situação da região de estudo, que compreende o entorno do antigo lixão
AMJG, será realizada através de levantamento de dados por meio de pesquisa
virtual na literatura consultando artigos científicos, livros, dissertações de mestrado,
teses de doutorado, legislação pertinente entre outros.
55

6 ESTUDO DE CASO: ATERRO CONTROLADO DE JARDIM GRAMACHO –


DUQUE DE CAXIAS

6.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

O Município de Duque de Caxias localiza-se na região metropolitana do


estado do Rio de Janeiro, região sudeste do Brasil. Atualmente, o município tem
apresentado um notável crescimento tanto em relação a sua população quanto a
economia da região. De acordo com dados do IBGE (2010), Duque de Caxias é o
terceiro município mais populoso da região metropolitana, contendo cerca de
855.048 habitantes.
Devido as suas exportações, incluindo as de petróleo e de seus derivados,
Duque de Caxias possui o 10º maior Produto Interno Bruto (PIB) do país e o 2º
maior do estado do Rio de Janeiro, conforme apontado pelo documento da
Secretaria de Desenvolvimento de Duque de Caxias (2008) (RIBEIRO e DO
CARMO, 2013). Destaca-se também a sua participação na arrecadação de ICMS do
estado, ocupando segundo lugar no ranking (RIBEIRO e DO CARMO, 2013). Por
outro lado, Duque de Caxias é também associado a questão da desigualdade do
país, uma vez que ocupa a 1.782ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) (MIGUELES, 2006).
Sub-bairro do bairro Gramacho, pertencente ao 1º Distrito do município de
Duque de Caxias, Jardim Gramacho é conhecido por ter grandes bolsões de
miséria. Com cerca de 20.000 habitantes, Jardim Gramacho tem grande parte de
sua população excluída do mercado formal de trabalho, tirando seu sustento direta
ou indiretamente da exploração do lixo (RIBEIRO e DO CARMO, 2013).
O bairro foi marcado por um desenvolvimento urbano intenso, porém de forma
desordenada, sem planejamento urbano e infraestrutura adequada, provocado pela
migração de uma população pobre que buscava condições de subsistência por meio
da catação do lixo (JUNCÁ, 2004).
Nesse contexto, observou-se que o intenso crescimento populacional na
região influenciou na eclosão de muitas comunidades com infraestrutura inadequada
as quais surgiram em razão da ocupação desordenada do solo urbano. Assim,
muitas casas e barracos foram construídos em área de manguezal, por loteamentos
56

realizados por políticos locais e autorização do poder paralelo, traduzido pelo tráfico
de drogas fortemente presente na localidade (COEP, 2005).
Sérios problemas socioambientais podem ser observados na região, que é
marcada pelo intenso tráfico de drogas, falta de segurança, poluição sonora devido o
intenso volume de caminhões circulando pelo local, poluição do ar, chorume pelas
ruas, ausência de limpeza, quantidade elevada de vazadouros clandestinos de lixo
no entorno do aterro, depósitos clandestinos, entre outros (MEIRELLES e GOMES,
2016).
Localizado no sub-bairro, o Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho se
configura em uma possível alternativa financeira onde através da atividade de
catação, muitas pessoas veem uma oportunidade de obtenção de renda. Entretanto,
é importante ressaltar que o aterro apresenta sérios riscos tanto para o meio
ambiente quanto para a saúde, para a segurança e bem estar da população local
(OLIVEIRA, 2007a). Segundo Oliveira (2007a), a ocorrência de impactos na região
se dá principalmente pela própria instalação do aterro, que se encontra em área de
manguezal, às margens da Baía de Guanabara; devido a circulação de lixo por meio
de caminhões pela via principal de acesso ao sub-bairro e; pelo contato direto por
parte da população com o lixo.
De acordo com Bastos (2005), cerca de 60 % dos moradores da região
dependiam das atividades associadas à comercialização dos recicláveis no aterro.
Além da catação, alguns moradores da região tiram seu sustento de outras
atividades associadas ao comércio e indústria locais.

6.2 ATERRO METROPOLITANO JARDIM GRAMACHO (AMJG)

Conforme ilustrado na Figura 10, o Aterro Metropolitano do Rio de Janeiro


situa-se no primeiro distrito de Duque de Caxias, no sub-bairro de Jardim Gramacho
(OLIVEIRA, 2007a).
57

Figura 10 - Município de Duque de Caxias e localização do Aterro Controlado

Fonte – OLIVEIRA, 2007a.

Inicialmente, o local onde antes se localizava em uma antiga fazenda, foi


repassado ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em 1973, que em
contrato com Fundação para o desenvolvimento da região metropolitana
(FUNDREM) e a Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (COMLURB),
implantou um depósito de lixo - Lixão (RIBEIRO e DO CARMO, 2013).
Apesar de inicialmente o terreno ter sido projetado para ser um aterro
sanitário, vários problemas teriam impedido a concretização desse objetivo inicial e o
local funcionou basicamente como um vazadouro até meados dos anos 90 (PORTO
et al., 2004).
Em operação desde 1976, este foi o principal ponto de destinação dos
resíduos sólidos gerados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e atendeu aos
municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nilópolis, São João do Meriti e
Nova Iguaçu (PORTO et al., 2004). A área possuía aproximadamente 1,3 milhões de
m², e recebia diariamente cerca de 600 caminhões que despejavam 8.000 toneladas
de lixo e cerca de 240.000 toneladas por mês (GOMES, 2014).
Em meados dos anos noventa, a COMLURB, com o crescimento da
preocupação com a questão ambiental, terceirizou a gestão do lixão por meio de um
processo licitatório a empresa de engenharia QUEIROZ GALVÃO, objetivando,
dessa forma, a adoção de soluções técnicas para algumas questões, como: a
recuperação da área de manguezal, o tratamento do chorume e do biogás
provenientes do lixo e a transformação do Lixão de Caxias em um aterro sanitário
(GOMES, 2014). Além disso, coube a empresa, a implementação da organização
58

social das ações da catação de material reciclável no lixão e a realização do controle


e credenciamento das pessoas que trabalhavam no local (GOMES, 2014).
À princípio, o aterro de Gramacho não deveria comportar trabalhadores
circulando pelo lixo. O plano inicial das instituições envolvidas era retirar os
catadores das rampas de trabalho, traduzidas por locais a céu aberto por onde os
caminhões depositavam o lixo que seria espalhado e posteriormente coberto com
terra (PORTO et al., 2004). Porém, após algumas negociações entre autoridades
estaduais e municipais, foi acordado que os catadores poderiam permanecer nas
rampas de trabalho e seria implantado um sistema de controle, para aqueles que
quisessem exercer sua atividade na rampa (PORTO et al., 2004).
Nesse contexto, algumas mudanças foram impostas para o trabalho de
catação, sendo possível observar o afastamento de idosos, portadores de
deficiências físicas ou mentais e erradicação do trabalho infantil (GOMES, 2014). É
importante ressaltar que o Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, devido a
continuidade da atividade exercida pelos catadores diretamente nas rampas de
serviço, e consequentemente a interrupção do tratamento do chorume e do biogás,
não pode ser considerado um aterro sanitário, mas sim um aterro controlado
(GOMES, 2014). Além disso, não há um projeto de engenharia de base para
proteção do solo com coleta de chorume e gases, o que faz com que o lixão nunca
possa ser considerado um aterro sanitário. O fato de inicialmente se pensar no
projeto de um aterro sanitário e, posteriormente, se implantar um lixão, revertido a
aterro controlado, causa graves problemas de entendimento por parte da população.
Porém, como foi explicado anteriormente há diversas diferenças entre essas três
formas de disposição final e tanto o aterro controlado como lixão não são formas
aceitáveis do ponto de vista ambiental.
A influência econômica que o AMJG exercia para o bairro de Jardim
Gramacho, para além da catação e venda de lixo pelos catadores, alcançava
também um contingente de pessoas que dependiam direta e indiretamente das
atividades em seu entorno, compreendendo as mais variadas atividades formais e
informais que se estabeleceram ali. Além da forte presença do poder público
municipal, alguns dos grupos ligados a atividade do Aterro Metropolitano de Jardim
Gramacho foram as empresas terceirizadas, uma cooperativa de catadores,
catadores cooperados ou não, caminhoneiros, comerciantes e moradores da região,
entre outros (JUNCÁ, 2004).
59

O AMJG, ao longo de seu funcionamento, passou por inúmeras mudanças,


que repercutiram para além deste, na região do entorno (RIBEIRO e DO CARMO,
2013). Para Ribeiro e Do Carmo (2013), essas mudanças influiram de forma decisiva
na paisagem local, vida do bairro, na situação educacional, social, cultural, política e
econômica do bairro de Jardim Gramacho.
Assim, desde sua criação, o AMJG tem apresentado graves problemas
ambientais associados ao seu funcionamento, sobretudo à infraestrutura urbana, tais
como: a ocupação desordenada do solo, ausência de saneamento básico,
degradação de área de manguezal, poluição dos rios, que cortam o município, e que
deságuam na Baía de Guanabara, entre outros.

6.3 ENCERRAMENTO DO AMJG

Após 30 anos de funcionamento, o AMJG teve suas atividades encerradas.


Desde o ano de 2007, já se cogitava a possibilidade de desativar o AMJG. O
encerramento foi firmado em 2012, pelo Prefeito do Município de Duque de Caxias,
pelo Secretário Estadual do Meio Ambiente, pelo presidente do Instituto Estadual do
Ambiente (INEA), pelo Secretário Municipal de Meio Ambiente e pelo representante
da COMLURB. Seu encerramento teve início em abril de 2011, sendo de fato
paralisada suas atividades no dia 06 de junho de 2012.
De acordo com Ribeiro e Do Carmo (2013), a desativação do aterro ocorreu
devido a problemas de vazão, pois a capacidade máxima para alocar o lixo dos
municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nilópolis, Mesquita, São João de
Meriti e Queimados, foi atingida. Havia uma constante preocupação em relação aos
riscos de um grave acidente ambiental caso ocorresse vazamento de resíduos para
o mar, tendo em vista que o aterro localiza-se às margens da Baía de Guanabara.
Além disso, outra circunstância foi o cumprimento da Lei n. 12.305 (PNRS) que
determinava que todos os lixões no país fossem encerrados até o ano de 2014
(BRASIL, 2010).
O entorno do AMJG foi considerado como o único meio de sobrevivência, por
onde tornou-se possível uma movimentação econômica e financeira, tanto para o
próprio bairro quanto para uma parcela significativa do município de Duque de
Caxias. Portanto, devido a forte ligação entre o bairro e a atividade de catação no
aterro, tornava-se impossível ignorar o fato de que o encerramento de suas
60

atividades levaria a incertezas quanto à geração de trabalho e renda para os


moradores da região.
Entretanto, a decisão do encerramento estava mais associada a problemas
de ordem ambiental, uma vez que era provável que os de âmbito social teriam
permanecido sem solução para aqueles que viviam diretamente do lixo
(PLATONOW, 2011). De acordo com Ribeiro e Do Carmo (2013), a decisão sequer
havia sido consultada pela população local ou pelos comerciantes da região.
Desse modo, a desativação do AMJG passou a ser associada à falência, não
somente de um segmento comercial, mas de todo um bairro. Por fim, o
encerramento do AMJG ocasionou em um impacto socioeconômico significativo, e
foi responsável por fechar diversos segmentos do comércio local. Algumas das
consequências diretas a esses trabalhadores foram: a necessidade de migração por
reduzir as possibilidades de geração de renda e de trabalho no local e; a mudança
da atividade de subsistência (RIBEIRO e DO CARMO, 2013). Em razão do
desemprego em massa, havia uma preocupação quanto à possibilidade de aumento
de violência, de roubos e de furtos no município de Duque de Caxias.
Inicialmente, havia uma descrença por parte dos comerciantes e de muitos
moradores acerca da paralisação das atividades do aterro. Logo, tal encerramento
gerou indecisões e incertezas tanto para os próprios catadores, quanto para os
comerciantes informais do local. Dentre as inúmeras preocupações expressadas por
essa população, uma delas relacionava-se à falta de capacitação profissional para
assumir novas funções, bem como a baixa oferta de emprego no mercado de
trabalho (CARVALHO, 2012).
61

6.4 CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL DO AMJG

6.4.1 Caracterização dos catadores

No AMJG, aproximadamente 1.700 catadores trabalhavam na atividade de


catação, subdivididos em três grupos. O primeiro era formado pelos que
trabalhavam em cooperativas, correspondendo a um montante de 90 trabalhadores;
o segundo era composto pelos que eram vinculados aos depósitos de sucata,
contando com 1.190 catadores e; no terceiro grupo haviam os catadores que
trabalhavam sem qualquer tipo de vínculo, formado por 370 catadores (GOMES,
2014).
Cabe ressaltar o crescimento significativo do número de pessoas que atuava
na atividade de catação no AMJG desde o ano de 1933. Conforme exposto na
Tabela 6, em 1993 trabalhavam cerca de 600 catadores, subindo para 960
catadores em 1996, 1.060 no ano de 2002 e finalmente alcançou um número de
1.700 em 2004, quando relativamente estabilizou (GOMES, 2014).

Tabela 6 - Evolução do quantitativo de catadores que atuavam no AMJG


1993 1996 2002 2004 2008
(n) (n) (n) (n) (n)

Total de trabalhadores destinados a catação 600 960 1060 1700 1700

Fonte – Adaptado de RIBEIRO e DO CARMO, 2013.

O primeiro grupo de catadores realizava suas atividades nas unidades de


triagem que se encontravam na entrada do aterro controlado, contando com o apoio
da COMLURB e a empresa QUEIROZ GALVÃO, que disponibilizavam todo o
maquinário necessário, enquanto o segundo e terceiro grupo, trabalhavam
diretamente nas rampas de serviço, em situação de precariedade, com ausência de
equipamentos de proteção individual, suscetíveis a condições climáticas, expostos a
acidentes e doenças (GOMES, 2014).
Além disso, em comparação aos catadores avulsos, que possuiam apenas
cadastro para o controle de entrada e saída do local, os trabalhadores cooperados
possuiam uma relação mais próxima a operadora do AMJG, que arcava com alguns
custos da cooperativa como pagamento de gerente gestora, conserto de
equipamentos, entre outros (GOMES, 2014).
62

Segundo Ribeiro e Do Carmo, (2013), a existência da cooperativa indicaria


uma melhoria nas condições de trabalho dos associados e a legalização de sua
presença no município uma vez que a atividade desses trabalhadores havia sido
proibida. Em conjunto a essa cooperativa, atuavam a Companhia Municipal de
Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (COMLURB) e uma empresa privada
responsável por gerenciar as atividades realizadas no interior do aterro controlado.
Esses segmentos assumiam distintas funções e juntos compuseram a administração
do local, dando voz aos catadores quanto a defesa do meio ambiente e melhoria na
qualificação dos profissionais ali presentes (RIBEIRO e DO CARMO, 2013).
Assim, em 2005 foi fundada a Associação de Catadores de Material
Reciclável de Jardim Gramacho, possuindo cerca de 1.100 catadores identificados e
cadastrados. A associação visava, principalmente, criar projetos de inclusão social
na comunidade, lutar pela implantação da coleta seletiva no município de Duque de
Caxias, a qual seria gerida pela própria e garantir trabalho para os catadores após a
desativação do AMJG (GOMES, 2014).

6.4.2 Impacto do encerramento do AMJG para os catadores – dificuldades e


desafios

Desde o momento em que foi anunciado o encerramento das atividades do


AMJG, havia um questionamento em relação ao destino dos catadores. Na visão de
Gomes (2008), o seu encerramento poderia causar duas reações: a descrença por
parte de muitos que não acreditavam no encerramento do aterro; e crença de alguns
que mediante a situação, se prepararam para o ocorrido.
Em cumprimento às diretrizes de erradicação dos lixões estabelecidas na
PNRS, o episódio, de imediato, levou a danos para os catadores que atuavam
naquela localidade, havendo perda na possibilidade de geração de ocupação e
renda para essa população. Nesse contexto, para Bastos (2015), era necessário que
fossem efetivadas ações que garantissem a continuidade do trabalho que evitassem
a permanência da condição de vulnerabilidade social da população que dependia do
lixo para a sobrevivência.
Assim, aproximando-se da data de seu encerramento, foram realizadas várias
reuniões na tentativa de incluir os catadores em todas as etapas do processo para
que, dentre outras finalidades, possibilitem a esses participarem das decisões. Dos
63

grupos organizados dentro do AMJG que representam as lideranças dos catadores,


somava cerca de quatro cooperativas, sendo essas: COOPERGRAMACHO3,
COOPERJARDIM4, COOPERCAMJG5, COOPERCAXIAS6 e uma associação
(ACAMJG7) com cerca de 20 líderes representados por homens e mulheres
(BASTOS, 2015).
Além desses, também teve participação o Governo Federal, Estadual e da
Prefeitura do Rio de Janeiro, visando-se condições estáveis para o encerramento
das atividades e maior efetividade nas ações de apoio aos catadores nessa situação
(BASTOS, 2015).
Dessa forma, foram realizadas as seguintes atividades para o atendimento
das necessidades enfrentadas pelos catadores do AMJG (BASTOS e MAGALHÃES,
2017):

 Dois recadastramentos de todo o efetivo de catadores, sendo que o segundo,


realizado em fevereiro de 2012, para além da quantificação e identificação,
houve o cadastramento dos trabalhadores nos programas de transferência de
renda do Governo Federal (Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e no
Programa Renda Melhor);
 Promoção de ação social para emissão de documentos, tais como o Registro
Civil de Nascimento, Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho e
Previdência Social, entre outros;
 Assembleia, que contou com a participação em massa dos catadores,
definindo-se a reversão do fundo em processo indenizatório;
 Criação do grupo Gestor, com a finalidade de administrar recursos financeiros
destinados à inclusão social e econômica dos catadores que atuam no Aterro
Metropolitano de Jardim Gramacho e;
 Parceria entre a Secretaria Estadual do Ambiente, Petrobras, PANGEA e a
Associação de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho –
ACAMJG, visando-se fomentar a construção do Polo de Reciclagem de forma

3
Cooperativa de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho.
4
Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Material Reciclável de Jardim Gramacho.
5
Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho.
6
Cooperativa de Catadores de Caxias.
7
Associação de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho.
64

a garantir a continuidade das atividades de separação e comercialização de


materiais recicláveis.

É valido apontar que para a garantia do acesso aos benefícios ofertados,


algumas regras foram elaboradas, e assim, cerca de 1.700 pessoas foram
contempladas (BASTOS, 2015). De acordo com Bastos e Figueiredo (2018), cada
catador cadastrado teria recebido um valor de R$ 14.000,00 correspondente ao
fundo compensatório que fora revertido em indenização direta.
Inicialmente, esse fundo foi visto como uma garantia de trabalho e renda para
esses trabalhadores durante o período de encerramento do Aterro Metropolitano de
Jardim Gramacho. No entanto, conforme apontado por Bastos e Figueiredo (2018),
essa pode não ter sido a melhor opção visto que não se assegurava o
acompanhamento dos catadores e a continuidade das ações na área de coleta
seletiva de resíduos. O autor ainda destaca que devido o cenário de urgência e
importância da sobrevivência imediata desses trabalhadores, o pagamento do fundo
compensatório foi o caminho acenado, tendo o apoio inclusive dos catadores.
A construção do Polo de Reciclagem, nesse contexto, havia sido realizada
como forma de viabilizar a continuidade das atividades de catação após o
encerramento do AMJG, e teve como finalidade tratar os resíduos sólidos urbanos.
Esse acontecimento foi uma conquista do grupo de liderança dos catadores através
de uma árdua negociação com o poder público, sendo inaugurado em 22 de
novembro de 2013 e localizado em um terreno de 4,20 hectares no próprio sub-
bairro de Jardim Gramacho.
De acordo com Bastos e Magalhães (2017), a estrutura do Polo de
Reciclagem era composta inicialmente por dois galpões por onde visava-se receber,
triar, enfardar e estocar os resíduos para uma posterior comercialização da parcela
dos que eram potencialmente recicláveis.
Com a implementação do Polo, previa-se a realização da atividade de
separação de resíduos de forma salubre, seletiva e ordenada, e assim garantir
manutenção de trabalho e renda para os catadores locais. Contudo, este ainda não
se constituiu como referência para entrega voluntária de resíduos por parte do poder
público, e nem pela iniciativa privada, o que resulta na insuficiência de matéria prima
para a manutenção daquele espaço e, logo, na diminuição do rendimento mensal
dos catadores (BASTOS e FIGUEIREDO, 2018).
65

Através de uma pesquisa realizada no ano de 2016, foi possível verificar uma
situação de perda de rendimento dos catadores, a partir do encerramento das
atividades no AMJG. Conforme dados da Figura 11, até 2012, a renda familiar média
desses trabalhadores era de R$ 1.343,00, podendo ultrapassar os R$ 4.000,00,
enquanto a renda média dos trabalhadores do polo de reciclagem no ano de 2016
era de R$300,00, podendo chegar a apenas R$ 767,00.

Figura 11 - Rendimento dos catadores antes e após encerramento do AMJG

Fonte - BASTOS e FIGUEIREDO, 2018.

De acordo com Bastos e Figueiredo (2018), os programas da política pública


de assistência social disponível a essa população, são ineficazes, uma vez que não
têm se mostrado eficientes quanto a mitigação dos entraves que impossibilitam
melhores condições de vida para esses trabalhadores. Conforme apontado pelo
autor, 48 % dos catadores de Jardim Gramacho não se inseriram em qualquer
programa de assistência social oferecidos pelo Governo Federal, a partir do
encerramento do lixão em 2012.
O não acesso dos catadores a outros projetos desenvolvidos à luz da política
de assistência social, no período que compreendeu o encerramento do AMJG,
deveu-se ao fato de a maioria já ser beneficiada pelo Bolsa Família como proposta
de programa de governo, e havia pouca oferta de programas específicos para essa
população no próprio município, o que tornou inviável a inserção daqueles que não
desejavam continuar na atividade de catação no Polo para outras áreas de serviço
(BASTOS e MAGALHÃES, 2017).
66

Ainda segundo Bastos e Magalhães (2017), foi também possível identificar


quanto ao beneficiamento pelo fundo indenizatório de participação dos catadores,
que 62 % do contingente que estava trabalhando no Polo foi beneficiado, enquanto
38 % não. Tal fato indica que o Polo de Reciclagem recebe outros catadores que
não eram ligados ao aterro controlado, e logo, não mais atende a sua proposta
inicial, a qual voltava-se para os catadores que exerciam sua atividade no local.
As políticas públicas voltadas à situação de moradia dessa população ainda
permanecem ausentes. Verificou-se, por meio de uma pesquisa realizada em 2016,
que boa parte dos catadores entrevistados alega que residem em barracos próprios
e, alguns, em casa de alvenaria, obtidas por posse; com instalações precárias; sem
condições básicas de sobrevivência; carente de mobilidade urbana; sem coleta de
lixo regular; sem pavimentação, com precário abastecimento de luz, água encanada
e de rede de esgoto (BASTOS e MAGALHÃES, 2017).
A Figura 12 mostra o tipo de habitação encontrada no entorno do Aterro
Metropolitano de Jardim Gramacho, local onde a maioria dos catadores que trabalha
naquela localidade residem (BASTOS e FIGUEIREDO, 2018).

Figura 12 - Perfil de habitação existente no entorno do AMJG

Fonte - BASTOS; FIGUEIREDO, 2018.

O Quadro 3 traz um panorama de toda a problemática enfrentada pelos


catadores após o encerramento do AMJG, levando em consideração as ações
propostas, atual situação e consequências para essa população.
67

Quadro 3 - Síntese das ações propostas, situação atual e consequências para os


catadores após encerramento do AMJG

Ações propostas Situação atual Consequências


Quantitativo de catadores e Menos de 2 % do efetivo que A proposta de
catadoras que na pesquisa de levantamento redimensionamento da
permaneceram na atividade. de interesses, antes do estrutura física e das
encerramento do lixão, atividades perdeu força na
indicou a ideia de medida em que o quantitativo
permanecer na atividade – não foi mais representativo.
500 pessoas, mas na
realidade, menos de 50
pessoas permaneceram.
Ação reduzida do poder Descompromisso público na Precarização das atividades
público após o encerramento medida em que os gestores e necessidade de novas
das atividades do lixão, tendo não são os mesmos, e os tentativas com a nova gestão.
em vista o período eleitoral e acordos estabelecidos à
posse de novos gestores. época sofreram solução de
continuidade.
Proposta inicial de Ausência da implantação da Ausência efetiva de material
implantação da coleta coleta seletiva no município reciclável no Polo, gerando
seletiva no município sede do sede do polo e em quase baixa na produtividade e
polo e nos outros que todos os outros municípios, consequentemente nos
depositavam no lixão de exceto o Rio de Janeiro, que ganhos mensais, o que não
Gramacho, objetivando em seu plano municipal estimula a permanência da
ampliar o volume de material estima até 2020 chegar até 4 população que tinha
potencialmente reciclável e % de coleta, mas para interesse em permanecer.
com isto gerar maiores atender às inúmeras
ganhos para os catadores e cooperativas existentes no
catadoras. município, e não somente ao
Polo.
Proposta de implantação de Não foi instalado este tipo de
Migração em quase 98 % dos
uma agência de serviço, o que impulsionou catadores e catadoras para
desenvolvimento no local grande parte do grupo a outras atividades informais,
para garantir atendimento procurar atividades informaisdados obtidos de forma
individualizado, estudo e de outro ramo, diaristas, empírica, acreditamos para
análise do caso dos vendedores ambulantes, garantir sustento e
catadores para inserção em pedreiros, entre outros, parasobrevivência, embora não
novas atividades laborais, garantir sustento e tenhamos dados coletados
caso não tivessem interesse sobrevivência. na pesquisa, informações de
em permanecer na atividade. cada um para validar a
Novas capacitações informação.
profissionais.
Sub-bairro de Jardim Local abandonado pelo poder Local esvaziado e permeado
Gramacho não recebeu da público e se transformou em pelo processo excludente e
prefeitura de Duque de um vazio urbano permeado estigmatizado, recebendo o
Caxias incentivo fiscal e de atividades de vazamento eterno rótulo de lixão.
processos de reurbanização de lixo clandestino (Jornal O
para garantir a renovação Globo, 2017).
urbana local.
Fonte – Adaptado de BASTOS e FIGUEIREDO, 2018.

É indiscutível que o encerramento do AMJG, bem como o de outros lixões


presentes no país foi necessário, sobretudo devido aos impactos significativos ao
meio ambiente. Contudo, é nítido que as políticas públicas adotadas para direcionar
a vida dessa população, que dependia da atividade de catação, foram ineficientes e
68

assim, tornou-se inviável o acesso à melhor qualidade de vida, que mesmo antes já
se mostrava com muitas dificuldades.
Com base nas informações citadas, também foi possível concluir que os
catadores permanecem excluídos da cadeia produtiva da indústria da reciclagem e
logo, distantes dos direitos sociais garantidos pela PNRS, sem acesso aos
rendimentos auferidos com a atividade e, consequentemente, ainda dependentes da
atividade de catação para a sobrevivência.
69

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme apresentado ao longo do trabalho, mesmo após 9 anos de


instituída a PNRS, o país ainda enfrenta diversas dificuldades e desafios para a sua
implementação e, portanto, ainda não alcançou um cenário ideal quanto a sua
Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos, apesar dos avanços obtidos.
No território brasileiro, há uma elevada geração de RSU majoritariamente
compostos por matéria orgânica e resíduos potencialmente recicláveis. No entanto,
foi possível observar que apenas uma ínfima parcela desse montante é aproveitada
através de alguma forma de tratamento, como a compostagem ou reciclagem. Logo,
seria prudente que as gestões públicas passassem a priorizar essa questão,
promovendo medidas e políticas que possam aumentar o aproveitamento desses
materiais, e assim contribuir para um consumo mais sustentável.
No que se refere a disposição final dos RSU, verificou-se que os lixões e
aterros controlados, bem como descritos no estudo, são formas de disposição final
inadequadas que causam inúmeros impactos negativos e, por isso, devem ser
urgentemente encerrados. Para tanto, é necessário que o poder público se atenha
aos principais problemas desencadeados por essa má disposição dos resíduos e,
logo, implemente políticas públicas mais eficientes no que concerne às questões
ambientais, sociais e econômicas dessas regiões.
Através do estudo de caso, foi possível verificar que a região de Jardim
Gramacho, anos após o encerramento do AMJG, permanece em estado de
precariedade e abandono, evidenciando desta maneira que as políticas públicas
voltadas a essa localidade são ineficientes, sobretudo no que diz respeito aos
grupos de catadores de materiais recicláveis locais.
As pesquisas analisadas apontam para uma realidade em que os catadores
da região enfrentam severas adversidades por conta do encerramento do aterro
controlado, visto que as medidas adotadas não foram capazes de trazer uma
solução de fato para essa população, sendo possível até observar uma piora em
alguns pontos se comparado ao período anterior ao encerramento.
É importante salientar que esses catadores enfrentam barreiras para se
reinserirem no mercado de trabalho e não possuem meios e condições propícias
para exercerem a sua própria atividade, e mesmo o Polo de Reciclagem, principal
70

meio apontado para a continuidade da atividade na região, apresenta diversas


dificuldades para cumprir com o objetivo pelo qual foi criado. Por essa razão,
conclui-se que não houve o cumprimento com a PNRS no que se refere a inclusão
socioprodutiva desses catadores.
De forma geral, os catadores, embora desempenhem um papel muito
importante no processo de reciclagem de RSU, ainda não foram valorizados e
reconhecidos devidamente. Constatou-se que as administrações municipais ainda
têm dificuldades, sobretudo para incluir e dar suporte as associações e cooperativas
de catadores nos sistemas de logística reversa e coleta seletiva municipais, e assim,
não houve uma melhora significativa na situação desse grupo, que em boa parte
permanece em estado de vulnerabilidade.
Tendo em vista as principais questões levantadas nesse estudo, sugere-se a
elaboração e aplicação dos Planos de Resíduos Sólidos entre os diferentes entes
federados o mais breve possível para que assim seja possível promover uma gestão
integrada de resíduos, cumprindo-se os preceitos estabelecidos pela PNRS.
Em relação ao baixo orçamento enfrentado por muitos municípios, os
instrumentos econômicos, conforme previstos na PNRS, também se configuram em
uma importante ferramenta para a obtenção de recursos destinados a um correto
manejo de resíduos. Contudo, é necessário que sejam elaboradas normas que os
regulamentem, cabendo aos municípios se adequarem e incluírem essa alternativa
em suas gestões.
Além dessas considerações, é válido destacar a responsabilidade das
empresas e da população para que todas as mudanças sejam atendidas, sendo
importante a participação de todos os setores por meio de medidas necessárias, que
entre outros objetivos, torne possível a redução da quantidade de lixo gerado e a
quantidade destinada diariamente à disposição final.
Sugere-se ainda, a realização de mais pesquisas que abordem o
encerramento dos lixões no país, que analisem os impactos causados e as políticas
públicas adotadas, com a finalidade de buscar por melhores soluções para as
regiões afetadas e nortear o poder público para um correto encerramento de outros
lixões.
Por fim, cabe destacar a gravidade dos problemas enfrentados pela
população de Jardim Gramacho devido aos diversos impactos causados na região
após o encerramento do AMJG, e portanto, a importância da continuidade desse
71

estudo para que haja um acompanhamento dessa situação e para a atualização dos
principais pontos envolvidos nessa questão.
72

REFERÊNCIAS

ANDRADE, R. M.; FERREIRA, J. A. A. Gestão de resíduos sólidos urbanos no Brasil


frente às questões da globalização. REDE - Revista Eletrônica do Prodema,
Fortaleza, v. 6, n. 1, p. 7–22, mar. 2011. Disponível em:
<http://www.revistarede.ufc.br/rede/article/view/118>. Acesso em: 5 jan. 2019.

ARANTES, B.O.; BORGES, L.O. Catadores de materiais recicláveis: cadeia


produtiva e precariedade. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v.
65, n. 3, p. 319-337, 2013. Disponível em:
<https://www.redalyc.org/pdf/2290/229029496002.pdf>. Acesso em: 5 out. 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS


ESPECIAIS – ABRELPE. PANORAMA DOS RESIDUOS SÓLIDOS NO BRASIL
2017. São Paulo, 2017. Disponível em:
<http://abrelpe.org.br/pdfs/panorama/panorama_abrelpe_2017.pdf>. Acesso em: 5
jul. 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS


ESPECIAIS - ABRELPE. PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL
2010. São Paulo, 2010. Disponível em:
<http://www.wtert.com.br/home2010/arquivo/noticias_eventos/Panorama2010.pdf>.
Acesso em: 9 Jul. 2019.

BAPTISTA, V.F. As políticas públicas de coleta seletiva no município do Rio de


Janeiro: onde e como estão as cooperativas de catadores de materiais recicláveis?.
Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v.49, n.1, p. 141-164, 2015.
Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/42971>.
Acesso em: 8 jun. 2019.

BARROS, L. K. V. B., et al. OS DESAFIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE


RESÍDUOS SÓLIDOS: uma análise do plano de gestão integrada de resíduos
sólidos do município de Paço do Lumiar/MA, Brasil. Revista Ceuma Perspectivas,
[S. l.], v.30, n.2, p. 99-110, 2017. Disponível em:
<http://www.ceuma.br/portalderevistas/index.php/RCCP/article/view/105/pdf>.
Acesso em: 10 jul. 2019.

BASTOS, V.P. Construindo identidades: Catador-herói ou sobrevivente da perversa


forma de catação?. Confluências - Revista Interdisciplinar de Sociologia e
Direito, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 22-26, 2005. Disponível em:
<http://periodicos.uff.br/confluencias/article/view/34304>. Acesso em: 9 ago. 2019.
73

BASTOS, V.P.; FIGUEIREDO, F.F. Os desafios de efetivar a Política de Resíduos


Sólidos brasileira. Revista de Estudios Brasileños, [S. l.], v. 5, n. 10, p. 53-69, dez.
2018. Disponível em:
<http://www.periodicos.usp.br/reb/article/view/154315/150526>. Acesso em: 16 jan.
2019.

BASTOS, V.P.; MAGALHÃES, A.O. Lixão de Gramacho: Impactos do encerrameto


para os catadores. Temporalis, Rio de Janeiro, v. 16, n. 31, p. 379-398, fev. 2017.
Disponível em:
<http://www.periodicos.ufes.br/?journal=temporalis&page=article&op=view&path[]=1
2351>. Acesso em: 8 out. 2019.

BASTOS, V.P. O fim do lixão de Gramacho: além do risco ambiental. O Social em


Questão, [S. l.], v. 33, p. 265-288, 2015. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/42971/41685>. Acesso
em: 5 jul. 2019.

BESEN, G. R. Coleta seletiva com inclusão de catadores: construção


participativa de indicadores e índices de sustentabilidade. São Paulo: Faculdade
de Saúde Pública da USP, 2011. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/190333/mod_resource/content/1/GinaRizpa
hBesen.pdf>. Acesso em: 5 jan. 2019.

BESEN, G.R., et al. Resíduos sólidos: vulnerabilidades e perspectivas: a


insustentabilidade da geração excessiva de resíduos sólidos. In: Instituto Saúde e
Sustentabilidade. (Org.). Meio ambiente e saúde: o desafio das metrópoles. São
Paulo: Ex-Libris, 2010. p. 107-123.

BESEN, G.R. Sustentabilidade dos programas de coleta seletiva com inclusão


social: avanços, desafios e indicadores. In: ENCONTRO NACIONAL DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM AMBIENTE E
SOCIEDADE, ANPPAS, 4., 2008, Brasília. Anais... Brasília, DF: ANPPAS, 2008. p.
1-14. Disponível em: <http://www.anppas.org.br/encontro4/cd/ARQUIVOS/GT6-403-
135-20080509143212.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2019.

BEZERRA, F.C.B.; BEZERRA, A.K.L. O pequeno município pós-Constituição de


1988 e as limitações de gestão impostas pelo controle externo: dificuldades em
implementar a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Revista Jus
Navigandi, 4 nov. 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/43851/o-
pequeno-municipio-pos-constituicao-de-1988-e-as-limitacoes-de-gestao-impostas-
pelo-controle-externo>. Acesso em: 5 Fev. 2019.
74

BIDONE, F.R.A.; POVINELLI, J. Conceitos básicos de resíduos sólidos. São


Paulo, São Carlos: EESC-USP, 1999. 124 p.

BRAGA, B., et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2002. 305 p.

BRASIL. Decreto n. 7.404, de 23 de Dezembro de 2010. Regulamenta a Lei


no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o
Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá
outras providências. Brasília, DF, 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Decreto/D7404.htm>.
Acesso em: 6 jul. 2019.

BRASIL. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de


Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Brasília, DF, 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso
em: 4 jan. 2019.

BRASIL; MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE; ICLEI BRASIL. Planos de gestão de


resíduos sólidos: Manual de orientação – apoiando a implementação da política
nacional de resíduos sólidos – do nacional ao local. Brasília, 2012. Disponível em:
<https://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/manual_de_residuos_solidos300
3_182.pdf>. Acesso em: 6 out. 2019.

BROLLO, M.J.; SILVA, M.M. Política e gestão ambiental em resíduos sólidos.


Revisão e análise sobre a atual situação no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 21., 2001, Paraíba. Anais... João
Pessoa, Paraíba: ABES, 2001. 27 p. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/228885347>. Acesso em: 20 out. 2019.

CARVALHO, J. Lixão de Gramacho fecha as portas e catadores buscam


alternativas. Jornal O Globo, 3 jun. 2012. Disponível em: < http://g1.globo.com/rio-
de-janeiro/noticia/2012/06/lixao-de-gramacho-fecha-portas-e-catadores-buscam-
alternativas.html>. Acesso em: 9 jan. 2019.

CASTILHOS JUNIOR, A.B., et al. Catadores de materiais recicláveis: análise das


condições de trabalho e infraestrutura operacional no Sul, Sudeste e Nordeste do
Brasil. Ciência & saúde coletiva, Santa Catarina, v. 18, p. 3115-3124, jun. 2013.
Disponível em: <https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-
81232013001900002&script=sci_abstract>. Acesso em: 5 jan. 2019.
75

CASTILHOS JUNIOR, A.B. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos com


ênfase na proteção de corpos d’água: prevenção, geração e tratamento de
lixiviados de aterros sanitários. Rio de Janeiro: RiMa, ABES, 2006. Disponível em:
<http://www.finep.gov.br/apoio-e-financiamento-externa/historico-de-
programa/prosab/produtos>. Acesso em: 6 ago. 2019.

CASTILHOS JUNIOR, A.B. (Org.) Resíduos sólidos urbanos: aterro sustentável


para municípios de pequeno porte. Rio de Janeiro: ABES, RiMa, 2003a. 288 p.
Disponível em: <http://livroaberto.ibict.br/handle/1/492>. Acesso em: 9 out. 2019.

CASTILHOS JUNIOR, A. B. Projeto, implantação e operação de aterros sustentáveis


de resíduos sólidos urbanos para municípios de pequeno porte. In: Jr., A. B. de.
Resíduos sólidos urbanos: Aterro sustentável para municípios de pequeno porte.
Rio de Janeiro: Abes, Rima, 2003b, p. 52.

CAVALCANTE, S.; FRANCO, M.F.C. Profissão perigo: percepção de risco à saúde


entre os catadores do Lixão do Jangurussu. Revista Subjetividades, Ceará,
Fortaleza, v. 7, n. 1, p. 211-231, mar. 2007. Disponível em:
<https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/1581>. Acesso em: 5 fev. 2019.

COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA RECICLAGEM - CEMPRE. CEMPRE


Review 2013. São Paulo, 2013. Disponível
em:<http://cempre.org.br/busca/review%202013>. Acesso em: 4 mar. 2019.

COMITÊ DE ENTIDADES NO COMBATE À FOME E PELA VIDA - COEP. Jardim


Gramacho Diagnóstico Social. Rio de Janeiro, Duque de Caixas, 2005. Disponível
em: < https://www.docsity.com/pt/caracterizacao-social-jardim-gramacho-
rj/4842373/>. Acesso em: 2 fev. 2019.

CONCEIÇÃO, M.M. Os empresários do lixo: um paradoxo da modernidade:


análise interdisciplinar das cooperativas de reciclagem de lixo. 2. ed. São Paulo:
Átomo, 2005. 185 p.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS – CNM. Resíduos sólidos: Ziulkoski


alerta que Municípios não possuem recursos para cumprimento da Lei. CNM, 14
Ago. 2013. Disponível em:
<https://www.cnm.org.br/comunicacao/noticias/res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos-
ziulkoski-alerta-que-munic%C3%ADpios-n%C3%A3o-possuem-recursos-para-
cumprimento-da-lei>. Acesso em: 4 fev. 2019.
76

DA SILVA, F.M. Biogás de lixo no Aterro sanitário de Gramacho. 2015. 124 f.


Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Engenharia mecânica) -
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em:
<http://www.monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013773.pdf>. Acesso
em: 8 jun. 2019.

DE SOUZA, M.T.S.; DE PAULA, M.B.; PINTO, H.S. O papel das cooperativas de


reciclagem nos canais reversos pós-consumo. RAE - Revista de Administração de
Empresas, São Paulo, v. 52, n. 2, p. 246-262, 2012. Disponível em:
<https://www.redalyc.org/pdf/1551/155123666009.pdf>. Acesso em: 7 out. 2019.

DMITRIVEJAS, C. Análise de ecoeficiência de técnicas para tratamento e


disposição de resíduos sólidos urbanos. 2010. 131 f. Dissertação (Mestrado em
Tecnologia Nuclear - Materiais) - INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E
NUCLEARES, São Paulo, 2010. Disponível em:
<https://teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85134/tde-02082011-091654/en.php>.
Acesso em: 6 fev 2019.

ECYCLE. Reciclagem: o que é e qual a importância. ECYCLE, [201-]. Disponível


em: <https://www.ecycle.com.br/2046-reciclagem>. Acesso em: 12 jul. 2019.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA - EPE. Balanço Energético Nacional


2009 – Ano base 2008: Resultados Preliminares. Rio de Janeiro, 2009. Disponível
em: <http://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-
abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-134/topico-
106/Relat%C3%B3rio%20Final%202009.pdf>. Acesso em: 8 set. 2019.

FADINI, P.S.; FADINI, A.A.B. Lixo: desafios e compromissos. Cadernos temáticos de


Química Nova na Escola. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, [S.
l.], n. 1, p. 9-18, maio 2001. Disponível em:
<http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/lixo.pdf>. Acesso em: 7 out. 2019.

FERREIRA, J. A.; ANJOS, L. A. dos. Aspectos de saúde coletiva e ocupacional


associados à gestão dos resíduos sólidos municipais. Cadernos de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 689-696, 2001. Disponível em:
<https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-
311X2001000300023&script=sci_arttext&tlng=es>. Acesso em: 10 out. 2019.

FIGUEIREDO, F.F. GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL E SEUS


REBATIMENTOS EM NATAL, BRASIL. Mercator - Revista de Geografia da UFC,
Ceará, v. 12, n. 2, p. 145-152, set. 2013. Disponível em:
<https://www.redalyc.org/pdf/2736/273628672011.pdf>. Acesso em: 8 jun. 2019.
77

FIGUEIREDO, N. J. V. Utilização do biogás de aterro sanitário para geração de


energia elétrica e iluminação a gás – estudo de caso. 2007. 90 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Especialização em Engenharia Mecânica) - Escola de
Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2007. Disponível
em: <https://cetesb.sp.gov.br/biogas/2007/12/01/utilizacao-do-biogas-de-aterro-
sanitario-para-geracao-de-energia-eletrica-e-iluminacao-a-gas/>. Acesso em: 10 jun.
2019.

GESSER, M.; ZENI, A. L. B. A educação como uma possibilidade de promover


cidadania aos catadores de materiais recicláveis. In: CONGRESSO DE EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA, 2., 2004, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: FURB, set.
2004. Disponível em: <https://www.ufmg.br/congrext/Meio/Meio35.pdf>. Acesso em
5 out. 2019.

GIANNETTI, B.F.; BONILLA, S. H.; ALMEIDA, C.M.V.B. A ecologia industrial dentro


do contexto empresarial. Banas Qualidade, São Paulo, v. 184, p. 76-83, set. 2007.
Disponível em:
<http://www.advancesincleanerproduction.net/papers/journals/2007/2007_Banas_ec
oindlemp.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2019.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista


Brasileira de Administração (RAE), São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63. Mar/Abr. 1995.

GOMES, L. C. M. A Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Jardim


Gramacho – COOPERGRAMACHO: uma nova identidade social a partir do trabalho
cooperativo. In: CONGRESSO NACIONAL DO CONPEDI, 12., 2008, Brasília.
Anais... Brasília: CONPEDI, 2008. p. 7976-7990. Disponível em:
<http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/brasilia/09_504.pdf>. Acesso em:
26 out. 2019.

GOMES, L.C.M. Lixo & cidadania: catadores de materiais recicláveis do Aterro


Metropolitano de Jardim Gramacho. [S.l.]: CONPEDI, 2014. Disponível em:
<http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/recife/trabalho_jus
tica_luiz_claudio_gomes.pdf>. Acesso em 5 jan. 2019.
78

GONÇALVES, A.T.T. Potencialidade Energética dos Resíduos Sólidos


Domiciliares e Comerciais do Município de Itajubá – MG. 2007. 194 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia da Energia) – Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu em Engenharia da Energia, Universidade Federal de Itajubá, Minas
Gerais, Itajubá, 2007. Disponível em:
<https://repositorio.unifei.edu.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/1763/dissertacao
_0031442.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 5 jul. 2019.

GONÇALVES, H.H.; ABEGÃO, L.H. Da ausência do trabalho à viração: a


importância da catação na manutenção da vida. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA EM AMBIENTE E SOCIEDADE
(ANPPAS), 2., 2004, São Paulo. Anais... São Paulo, Indiatuba: [s. n.], 2004.
Disponível em:
<http://www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro2/GT/GT09/Heloisa%20e%20Lui
s.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2019.

GONCALVES, M.A.; TANAKA, A.K.; AMEDOMAR A.A. A destinação final dos


resíduos sólidos urbanos: alternativas para a cidade de São Paulo através de casos
de sucesso. Future Studies Research Journal: Trends and Strategy, São Paulo,
v.5, n.1, p. 96-131, 2013. Disponível em: <file:///C:/Users/Talito/Downloads/112-631-
1-PB%20(1).pdf>. Acesso em: 6 ago. 2019.

GOUVEIA, N.; PRADO, R.R. Riscos à saúde em áreas próximas a aterros de


resíduos sólidos urbanos. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 44, p. 859-866,
2010. Disponível em: <https://www.scielosp.org/article/rsp/2010.v44n5/859-866/en/>.
Acesso em: 7 Jun. 2019.

GOUVEIA, N. Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de


manejo sustentável com inclusão social. Ciência & saúde coletiva, São Paulo, v.
17, p. 1503-1510, 2012. Disponível em:
<https://www.scielosp.org/article/csc/2012.v17n6/1503-1510/pt/>. Acesso em: 03
nov. 2019.

HEBER, F.; SILVA, E.M.D. Institucionalização da Política Nacional de Resíduos


Sólidos: dilemas e constrangimentos na Região Metropolitana de Aracaju (SE).
Revista de Admnistração Pública - RAP, Rio de Janeiro, v. 48, n. 4, p. 913-937,
jul./ago. 2014. Disponível em:
<https://www.redalyc.org/pdf/2410/241031469006.pdf>. Acesso em: 4 set. 2019.

HISATUGO, E.; MARÇAL JÚNIOR, O. Coleta seletiva e reciclagem como


instrumentos para conservação ambiental: um estudo de caso em Uberlândia, MG.
Sociedade e Natureza, Minas Gerais, v. 19, n. 2, p. 205-216, dez. 2007. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-
45132007000200013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 25 fev. 2019.
79

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Atlas de


saneamento: 2011. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em:
<http://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/pdf/atlas-de-saneamento-2011.pdf>.
Acesso em: 25 Ago. 2019.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Pesquisa


Nacional de Saneamento Básico 2008. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb2008/PNSB
_2008.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2019.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APICADA – IPEA. Diagnóstico dos


Instrumentos Econômicos e Sistemas de Informação para Gestão de Resíduos
Sólidos do IPEA. Brasília, DF, 2012. Disponível em:
<http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/7738/1/RP_Diagn%C3%B3stico_2012
.pdf>. Acesso em 15 Jan. 2019.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA. Diagnóstico dos


Instrumentos Econômicos e Sistemas de Informação para Gestão de Resíduos
Sólidos. Brasília, 2012a. Disponível
em: <http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/7703/1/RP_Diagn%c3%b3stico_2
012.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2019.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APICADA – IPEA. Diagnóstico dos


resíduos orgânicos do setor agrossilvopastoril e agroindústrias associadas:
relatório de pesquisa. Brasília, 2012b. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/120917_relator
io_residuos_organicos.pdf>. Acesso em: 6 out. 2019.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA. Diagnóstico dos


resíduos sólidos urbanos - relatório de pesquisa. Brasília, 2012c. Disponível
em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/121009_re
latorio_residuos_solidos_urbanos.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2019.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA, IPEA. Diagnóstico sobre


catadores de resíduos sólidos. Brasília, 2012d. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1543
5>. Acesso em: 7 Ago. 2019.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA. Relatório de


Pesquisa - Pesquisa sobre Pagamento por Serviços Ambientais Urbanos para
Gestão de Resíduos Sólidos. Brasília, 2010. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/100514_relatpsau.pdf>. Acesso
em: 5 jan. 2019.
80

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APICADA – IPEA. Situação Social das


Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável. Brasília, DF,
2013. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/situacao_social/131219_relatorio
_situacaosocial_mat_reciclavel_brasil.pdf>. Acesso em: 5 Jun. 2019.

INSTITUTO NACIONAL DE PROCESSAMENTO DE EMBALAGENS VAZIAS -


INPEV. Logística Reversa. INPEV, São Paulo, 2013. Disponível em:
<http;//www.inpev.org.br/logística-reversa/logística-reversa-das-embalagens>.
Acesso em: 5 Ago. 2019.

JACOBI, P.R.; BESEN, G.R. Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios da
sustentabilidade. Estudos avançados, São Paulo, v. 25, n. 71, p. 135-158, fev.
2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v25n71/10>. Acesso em: 6 ago.
2019.

JARDIM, N. S.; D'ALMEIDA, M.L.O.; PRANDINI, F.L. Lixo Municipal: Manual de


Gerenciamento Integrado. IPT Publicação, São Paulo, n. 2163, 1995. Disponível
em: <http://bases.bireme.br/cgi-
bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=REPIDISCA&la
ng=p&nextAction=lnk&exprSearch=55402&indexSearch=ID>. Acesso em: 5 jun.
2019.

JUCÁ, M.F. Estudo da geração, percolação e emissão de gases no aterro de


resíduos sólidos da Muribeca/PE. 2003. 173 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco,
2003. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5806>. Acesso
em: 10 jun. 2019.

JUNCÁ, D. C. M. Mais que sobras e sobrantes: trajetórias de sujeitos no lixo. 2004.


238 f. Tese (Doutoramento em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública
Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2004. Disponível em:
<https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4387>. Acesso em: 5 Jul. 2019.

LAURELL, A. C.; NORIEGA, M. Processos de produção e saúde: Trabalho e


desgaste operário. São Paulo: Ática, 1989. Disponível em:
<https://www.forumat.net.br/at/sites/default/files/arq-
paginas/laurel_e_noriega_processo_de_producao_e_saude_0.pdf>. Acesso em: 10
jul. 2019.
81

LEME, S. M. Comportamento da População Urbana no Manejo dos Resíduos


Sólidos Domiciliares em Aquidauana – MS. Geografia, Paraná, v. 18, n. 1, p.157-
192, jan./jun. 2009. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/article/view/2392/2266>. Acesso
em: 10 abr. 2019.

LEMOS, P.F.I. Resíduos sólidos e responsabilidade civil pós-consumo. 2 ed.


São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. 254 p.

MARINHO, Y. Uma reflexão quanto aos instrumentos de incentivo da Política


Nacional de Resíduos Sólidos. Jusbrasil, 1 Ago. 2014. Disponível em:
<https://yurirmarinho.jusbrasil.com.br/artigos/130210402/uma-reflexao-quanto-aos-
instrumentos-de-incentivo-da-politica-nacional-de-residuos-solidos>. Acesso em: 3
nov. 2019.

MASSUKADO, L.M. Desenvolvimento do processo de compostagem em


unidade descentralizada e proposta de software livre para o gerenciamento
municipal dos resíduos sólidos domiciliares. 2008. 204 f. Tese (Doutorado em
Ciências da Engenharia Ambiental) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
Disponível em: <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-18112008-
084858/en.php>. Acesso em: 7 ago. 2019.

MEIRELLES, D.R.S.; GOMES, L.C.M. A Busca da Cidadania A Cooperativa de


Catadores de Materiais Recicláveis do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho,
em Duque de Caxias-RJ. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS
POPULACIONAIS, 16., 2016, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: [s. n.], 2016.
p. 1-17. Disponível em:
<http://www.abep.org.br/publicacoes/index.php/anais/article/download/1723/1683>.
Acesso em: 20 out. 2019.

MENDONÇA, D.S. M.; ZANG, W.A.F.; ZANG, J.W. Efeitos e danos ambientais da
disposição de resíduos sólidos na área do lixão e aterro controlado no município de
Inhumas-GO. Caderno de Geografia, [S. l.], v. 27, n. 50, p. 486-499, 2017.
Disponível em:
<http://periodicos.pucminas.br/index.php/geografia/article/view/p.2318-
2962.2017v27n50p486/0>. Acesso em: 15 jul. 2019.

METELLO, D. A inclusão socioeconômica de catadores de materiais recicláveis.


IPEA, 23 jun. 2014. Disponível em:
<http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3058&c
atid=29&Itemid=34> Acesso em: 5 mar. 2019.
82

MIGUELES, C. P. Responsabilidade social x responsabilidade cultural:


buscando soluções que funcionem em nosso contexto. Rio de Janeiro: Instituto
Juan Molinos de Responsabilidade Social e Cultural, 2006. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/document/400083133/Responsabilidade-social-X-
responsabilidade-cultural-buscando-solucoes-que-funcionem-em-nosso-contexto>.
Acesso em: 9 jan. 2019.

MINISTÉRIO DA TRANSPARÊNCIA E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO.


RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO POR ÁREA DE GESTÃO Nº 9 RESÍDUOS
SÓLIDOS. Brasília, 2017. Disponível em:
<https://auditoria.cgu.gov.br/download/9805.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2019.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. Planos Municipais de Gestão Integrada


de Resíduos Sólidos. MMA, [201-]a. Disponível em:
<https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/instrumentos-da-
politica-de-residuos/planos-municipais-de-gest%C3%A3o-integrada-de-
res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos.html>. Acesso em: 8 out. 2019.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. Coleta Seletiva. MMA, [201-]b.


Disponível em: <https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-
solidos/catadores-de-materiais-reciclaveis/reciclagem-e-reaproveitamento>. Acesso
em: 9 jun. 2019.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. Catadores de Materiais Recicláveis.


MMA, [201-]c. Disponível em: <https://www.mma.gov.br/cidades-
sustentaveis/residuos-solidos/catadores-de-materiais-reciclaveis>. Acesso em: 5
Ago. 2019.

MONTEIRO, J.H.P., et al. Manual de gerenciamento integrado de resíduos


sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. Disponível em:
<http://197.249.65.74:8080/biblioteca/handle/123456789/573>. Acesso em: 11 fev.
2019.

MOURA, A. C. DE OLIVEIRA, et al. Lixo: o que nós temos a ver com isso? Rio
Grande: NEMA, 2006. 71 p. Disponível em:
<http://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/index.php/estantes/educacao-
ambiental/2290-lixo-o-que-nos-temos-a-ver-com-isso>. Acesso em: 3 nov. 2019.

MOVIMENTO NACIONAL DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS –


MNCR. Quantos Catadores existem em atividade no Brasil?. MNCR, 21 mar. 2017.
Disponível em: <http://mncr.org.br/sobre-o-mncr/duvidas-frequentes>. Acesso em:
15 nov. 2019.
83

MUCELIN, C.A.; BELLINI, M. Lixo e impactos ambientais perceptíveis no


ecossistema urbano. Sociedade & natureza, Minas Gerais, v. 20, n. 1, p. 111-124,
2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sn/v20n1/a08v20n1>. Acesso em: 5
mar. 2019.

NASCIMENTO, V.F., et al. Evolução e desafios no gerenciamento dos resíduos


sólidos urbanos no Brasil. Ambiente & Água, São Paulo, v. 10, n. 4, p. 889-902,
Abr./Ago. 2015. Disponível em: <https://www.redalyc.org/pdf/928/92842552017.pdf>.
Acesso em: 6 jul. 2019.

NETO, H. Antigos catadores do aterro de Jardim Gramacho (RJ) convivem com


dificuldades para reinserção no mercado de trabalho. CBN, 20 set. 2017. Disponível
em: <http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-rio/2017/09/20/ANTIGOS-
CATADORES-DO-ATERRO-DE-JARDIM-GRAMACHO-RJ-CONVIVEM-COM-
DIFICULDADES-PARA-REINSER.htm>. Acesso em: 03 nov. 2019.

OLIVEIRA, M.L. CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTOS SÓCIO–AMBIENTAIS NO


ENTORNO DO ATERRO CONTROLADO DE JARDIM GRAMACHO, MUNICÍPIO
DE DUQUE DE CAXIAS/RJ. 2007. 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Especialização em Geografia) – Faculdade de Educação da Baixada Fluminense,
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007a. Disponível em:
<http://www.bvambientebf.uerj.br/monografias/Monografia%20Michelle%20Oliveira.p
df>. Acesso em: 7 ago. 2019.

OLIVEIRA, M. M. Vulnerabilidade e exclusão social: uma abordagem sobre


representações sociais de catadores de materiais recicláveis em Ipatinga-MG.
2007. 102 f. Dissertação (Mestrado em Economia Doméstica) - Programa de Pós
Graduação em Economia Doméstica, Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais,
Viçosa, 2007b. Disponível em: <https://www.locus.ufv.br/handle/123456789/3414>.
Acesso em: 9 ago. 2019.

PARIS, A. G. Redução das Emissões de gases de Efeito Estufa Listados no


Protocolo de Quioto pelo Aproveitamento do Gás Gerado em Aterros
Sanitários Utilizando Células a Combustível de Óxido Sólido. 2007. 144 f.
Dissertação (Mestrado de Tecnologia Nuclear Materiais) – Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares – IPEN, São Paulo, 2007. Disponível em:
<https://teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85134/tde-13062008-095801/en.php>.
Acesso em: 18 jul. 2019.

PEREIRA, M.C.G.; TEIXEIRA, M.A.C. A inclusão de catadores em programas de


coleta seletiva: da agenda local à nacional. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v.
9, n. 3, p. 895-913, 2011. Disponível em:
<https://www.redalyc.org/pdf/3232/323227831011.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2019.
84

PEREIRA NETO, J. T. Manual de Compostagem, Processo de Baixo Custo.


Minas Gerais, Viçosa: UFV, 2007. 81 p.

PLATONOW, V. Catadores de Gramacho temem perder o sustento com fim do


lixão. EXAME, 25 abr. 2011. Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/brasil/catadores-de-gramacho-temem-perder-o-sustento-
com-fim-do-lixao/>. Acesso em: 30 mar. de 2019.

PORTO, M.F.S., et al. Lixo, trabalho e saúde: um estudo de caso com catadores em
um aterro metropolitano no Rio de Janeiro, Brasil.Cadernos de Saúde Pública, Rio
de Janeiro, v. 20, p. 1503-1514, 2004. Disponível em:
<https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-
311X2004000600007&script=sci_arttext&tlng=es>. Acesso em 16 ago. 2019.

RIBEIRO, R. L.; DO CARMO, M. S. O IMPACTO DO ENCERRAMENTO DO


ATERRO METROPOLITANO DE JARDIM GRAMACHO PARA OS
COMERCIANTES DO SETOR INFORMAL DE ALIMENTOS DA REGIÃO. Gestão e
Sociedade, Minas Gerais, v. 7, n. 17, p. 220-248, 6 ago. 2013. Disponível em:
<https://www.gestaoesociedade.org/gestaoesociedade/article/view/1779>. Acesso
em: 9 ago. 2019.

REAL, J.L.G. Riscos Ambientais em aterros de resíduos sólidos com enfase na


emissão de gases. 2005. 183 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em:
<http://www.getres.ufrj.br/pdf/REAL_JLG_05_t_M_int.pdf>. Acesso em 25 nov. 2019.

RIBEIRO, T.F.; LIMA, S. C. Coleta seletiva de lixo domiciliar-estudo de


casos. Caminhos de geografia, Minas Gerais, v. 2, n. 2, p. 50-69, 2000. Disponível
em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/15253>.
Acesso em: 7 jul. 2019.

ROMANI, A.P. O poder público municipal e as organizações de catadores:


formas de diálogo e articulação. Rio de janeiro: Ibam; Duma; Caixa, 2004. Disponível
em: <http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/org_catadores.pdf>. Acesso
em: 5 fev. 2019.

ROMANSINI, S.R.M. O catador de resíduos sólidos recicláveis no contexto da


sociedade moderna. 2005. 90 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) -
Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Extremo
Sul Catarinense, Santa Catarina, Criciúma, 2005. Disponível em: <http://web-
resol.org/textos/000026d7.pdf>. Acesso em: 6 Jul. 2019.
ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e saúde. In:
Epidemiologia e Saude. 6 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. p. 499-513.
85

SANTOS, L.D.B. Mudanças no papel do catador de materiais recicláveis na


cadeia de gestão integrada de resíduos, em face das políticas públicas para o
setor em um estudo de caso. 2011. 105 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) –
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2011. Disponível em:
<https://teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96132/tde-23012012-
100246/publico/LeandroDBSantos_Corrigida.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2019.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atualizada.


São Paulo: Cortez, 2007.

SILVA, A. P. P. da. Situação social de catadores de materiais reutilizáveis e


recicláveis que trabalham no Centro de Fortaleza-CE. 2017. 98 f. Dissertação
(Mestrado em Tecnologia e Gestão Ambiental) – Pós-Graduação em Tecnologia e
Gestão Ambiental, Instituto Federal do Ceará, Fortaleza, 2017. Disponível em:
<http://biblioteca.ifce.edu.br/mobile/download.asp?idioma=ptbr&acesso=web&codigo
=2768&tipo_midia=2&iUsuario=0&obra=76728&tipo=1&downloadApp=1>. Acesso
em: 8 out. 2019.

SIQUEIRA, M.M.; DE MORAES, M.S. Saúde coletiva, resíduos sólidos urbanos e os


catadores de lixo. Ciência & Saúde Coletiva, São Paulo, v. 14, p. 2115-2122, 2009.
Disponível em: <https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-
81232009000600018&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 7 jul. 2019.

SIMONETTO, E.O.; BORENSTEIN, D. Gestão operacional da coleta seletiva de


resíduos sólidos urbanos- abordagem utilizando um sistema de apoio à decisão.
Gestão & Produção, Rio Grande do Sul, v. 13, n. 3, p. 449-461, 2006. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v13n3/07.pdf/2006>. Acesso em: 20 fev. 2019.

SISINNO, C.L.S.; MOREIRA, J.C. Avaliação da contaminação e poluição ambiental


na área de influência do aterro controlado do Morro do Céu, Niterói, Brasil.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 12, p. 515-523, 1996. Disponível
em: <https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-
311X1996000400010&script=sci_arttext&tlng=es>. Acesso em: 9 ago. 2019.

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO – SNIS.


Diagnóstico de manejo de resíduos sólidos urbanos. Brasília, 2019. Disponível
em: <http://www.snis.gov.br/diagnostico-residuos-solidos/diagnostico-rs-2017>.
Acesso em: 5 Jul. 2019.
86

VIVEIROS, M.V. Coleta Seletiva Solidária: desafios no caminho da retórica à


prática sustentável. 2006. 179 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Ambiental) –
Universidade de São Paulo Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental,
São Paulo, 2006. Disponível em:
<https://teses.usp.br/teses/disponiveis/90/90131/tde-03022007-100057/en.php>.
Acesso em: 9 ago. 2019.

VGRESÍDUOS. Qual deve ser a ordem de prioridade no gerenciamento de


resíduos?. VGRESÍDUOS, 27 abr. 2018. Disponível em:
<https://www.vgresiduos.com.br/ordem-prioridade-no-gerenciamento-de-residuos>.
Acesso em: 12 ago. 2019.

YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 2º Ed. Porto Alegre:


Bookman, 2001.

ZANTA, V.M.; FERREIRA, C.F.A. Gerenciamento integrado de resíduos sólidos


urbanos. In: CASTILHOS JUNIOR, A.B. Resíduos sólidos urbanos: aterro
sustentável para municípios de pequeno porte. São Paulo: Rima Artes e Textos,
2003. 1., p 1-18. Disponível em: <http://www.web-resol.org/textos/livroprosab.pdf>.
Acesso em: 9 out. 2019.

Você também pode gostar